Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
II Seminário de Psicologia e
Políticas Públicas
RELATÓRIO
Organização:
Marcus Vinícius de Oliveira Silva
João Pessoa - PB
Maio/2003
3
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...................................................................................... Pág. 06
CONFERÊNCIA I
Psicologia e Protagonismo Social .............................................................. Pág. 07
Coordenador: Odair Furtado (Presidente do CFP) ................................. Pág. 08
Marcus Vinícius de Oliveira Silva (Presidente do CNDH/CFP.................. Pág. 09
Debate.......................................................................................................... Pág. 28
CONFERÊNCIA II
Protagonismo Social no Campo da Circulação Humana.......................... Pág. 85
Coordenadora: Gislene Maia Macedo (CFP)............................................ Pág. 86
Zulmira Bonfim (UFCE) ............................................................................. Pág. 87
4
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
CONFERÊNCIA III
Protagonismo Social da Psicologia na Reforma Psiquiátrica .................. Pág. 115
Pedro Gabriel (Delegado/Ministério da Saúde)...................................... Pág.116
Coordenadora: Marta Elizabeth de Sousa (CRP-04) ............................... Pág. 134
Debate......................................................................................................... Pág. 140
Protagonismo Social na Democratização das Comunicações ................... Pág. 150
Coordenador: Ricardo Moretzsohn (CFP) .............................................. Pág. 151
Marcos Ribeiro Ferreira (CRP-12)............................................................ Pág. 151
Debate......................................................................................................... Pág. 172
Protagonismo Social na Área da Criança e do Adolescente ................... Pág. 183
Coordenadora: Carla França (CRP-03) .................................................... Pág. 184
Cláudio Vieira (Conanda)......................................................................... Pág. 184
Debate......................................................................................................... Pág. 206
CONFERÊNCIA IV
Protagonismo Social da Psicologia na Defesa dos Direitos Humanos........ Pág. 215
Cecília Maria Bouças Coimbra (Grupo Tortura Nunca Mais) .................. Pág. 216
Coordenadora: Maria de Nazaré Zenaide (CRP-14) ............................... Pág. 216
Debate......................................................................................................... Pág. 226
5
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
APRESENTAÇÃO
Odair Furtado
XII Plenário - Presidente
6
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
CONFERÊNCIA DE ABERTURA
Psicologia e Protagonismo Social
Coordenador: Odair Furtado
Presidente do Conselho Federal de Psicologia
7
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
CONFERÇÊNCIA DE ABERTURA
Psicologia e Protagonismo Social
Odair Furtado
Presidente do Conselho Federal de Psicologia
É com imensa satisfação da Psicologia brasileira com a
que estamos aqui, inauguran- construção de novos caminhos
do os trabalhos do II Seminá- que venham a se somar com
rio de Psicologia e Políticas Pú- soluções para a difícil situação
blicas e coordenando a Mesa social vivida em nosso país.
“Psicologia e Protagonismo
Social”. O II Seminário já co- Nesta oportunidade, esta-
meça a se transformar em uma mos trazendo o tema “Psico-
tradição, como um evento-sa- logia e Protagonismo Social”.
télite do III Congresso Norte- São novos tempos e conside-
Nordeste, pois, em primeiro ramos que é o momento de a
lugar, representa todo o apoio, Psicologia e de os psicólogos
interesse e esforço do Sistema de todo o Brasil apostarem
Conselhos na construção deste na transformação social, aju-
encontro científico, que tem dando a construir a transfor-
se mostrado efetivamente um mação social. Nesse sentido,
pólo de atração da Psicologia e num primeiro momento,
da construção da ciência neste interessa-nos apontar para
país, particularmente no que esse norte, procurando a de-
se refere às normas do traba- finição do que é realmente o
lho acadêmico e do trabalho protagonismo social e do que
profissional. é efetivamente o compromisso
com essa transformação.
O Conselho Federal, com
o II Seminário de Psicologia Para inaugurar o nosso
e Políticas Públicas, está pro- seminário, estamos trazendo
curando trazer esse aspecto do a palavra de Marcus Vinícius
elo entre o campo da produção de Oliveira Silva, Coordena-
acadêmica e o efetivo trabalho dor da Comissão Nacional de
dos psicólogos. É de políticas Direitos Humanos, que irá
públicas exatamente porque discorrer sobre o tema “Psico-
trata do compromisso social logia e Protagonismo Social”.
8
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
9
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
10
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
11
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
12
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
13
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
14
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
15
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
16
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
17
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
18
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
19
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
20
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
21
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
22
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
de avançar. “Não basta ser pai, produzir uma análise dos con-
tem que participar”: não basta textos sociais nos quais as suas
ter consciência dessas coisas!... práticas intervinham. Talvez,
Sem dúvida, através da idéia neste momento, precisemos
de Psicologia e compromisso dar uma passo à frente. É
social, nós, psicólogos, temos assim que estamos propondo,
nos tornado mais conscientes desde o movimento Para cui-
desse conjunto de elementos e dar da profissão, a partir do
contradições que constróem a Conselho Federal de Psicolo-
nossa história como profissão, gia e dos Conselhos Regionais
que constróem um certo status de Psicologia, que, no próximo
quo do presente, no qual bus- período, adotemos a idéia de
camos navegar e o que estamos Psicologia e protagonização
buscando transformar, mas isso social. Achamos que é chega-
não é suficiente. A consciên- do o tempo de os psicólogos
cia que não opera como ação saírem da posição contempla-
é uma falsa consciência. A tiva diante dessas constatações
aprendizagem só ocorre quan- para uma atitude francamente
do ocorre a transformação do proativa frente à produção dos
comportamento. No mais, é vários elementos que estão
acúmulo de informações. Só envolvidos nesse processo de
existe aprendizagem quando transformações. Essa idéia
tomo contato com algo e a de protagonismo, portanto, é
partir disso não posso mais uma fórmula política. Estamos
ser o mesmo que eu era. Esse fazendo um esforço, uma tenta-
conhecimento produz uma tiva política de nomeação. Es-
transformação que me impede tamos tentando criar um nome
de ficar na posição em que eu que possa ser utilizado para
estava. comunicação desse novo mo-
mento da Psicologia brasileira
Talvez seja dessa natureza o que está se instaurando, que
momento que estamos vivendo queremos ajudar a se instaurar
agora. Tomamos consciência e a ser bem-vindo, que está se
de que a Psicologia brasileira estabelecendo entre nós como
estava mal posicionada frente à modo, atitude, ética e forma
realidade social. Os psicólogos de os psicólogos enxergarem a
tinham poucos recursos para sua própria profissão.
23
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
24
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
25
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
26
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
27
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
DEBATE
28
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
29
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
30
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
31
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
32
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
33
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
34
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
35
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
36
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
37
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
LANÇAMENTO DO LIVRO
Adolescência e Psicologia
Coordenador:
Aluízio Lopes de Brito
Conselho Federal de Psicologia
Participantes:
Maria de Lourdes Contini
Conselho Regional de Psicologia 14ª Região (MS/MT)
Monalisa Barros
Conselho Regional de Psicologia 3ª Região (BA/SE)
Cláudio Vieira
Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Conanda)
38
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
LANÇAMENTO DO LIVRO
Adolescência e Psicologia
39
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
Cláudio Vieira
Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Condanda)
40
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
41
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
42
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
43
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
44
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
Monalisa Barros
Conselho Regional de Psicologia - 3ª Região
45
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
46
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
47
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
48
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
49
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
50
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
seis meses por ano. Elas andam novo são as revistas do CFP. Eles
de canoa da casa para a escola. têm dificuldades de encontrar
A terra que se vê é em cima de livros. Não estou falando das ca-
flutuantes. Está tudo debaixo pitais, estou falando dos lugares
d’água. São situações de vida mais longínquos.
complementamente diferentes
das que estamos acostumados. Lá no Ministério, planejan-
Aproximadamente 76% da po- do essa ação, pensamos que
pulação são indígenas, que não seria importante fazermos isso
estão mais protegidos pela sua com os psicólogos.
cultura. Estão sofrendo com
isso. Quando vamos para o Acho que isso aqui vai ter
Alto Juruá, no Acre, levamos, às uma grande aceitação no Bra-
vezes, dias, andando de canoa sil e vai nos ajudar muito no
ou na voadora, para chegar em trabalho com adolescentes.
alguns locais. Desde 1989, a Saúde do Ado-
lescente tem trabalhodo com
Começamos, então, a ver intersetorialidade, com multi-
que a capacitação dos profissio- disciplinaridade e diversidade
nais para atuar na questão da humana. O entendimento
adolescência precisava sofrer dos psicólogos e das pessoas da
uma mudança. Procuramos as área de saúde que trabalham
associações e as sociedades de com adolescentes é limitado.
classe. No início, conversamos A diversidade e o contexto
muito com a Ana Bock sobre social ficam de fora porque
essa questão e depois vocês con- assim aprendemos. Acredito
duziram o processo. Seria im- que essa cartilha vai dar as ou-
portante termos uma cartilha - tras dimensões que precisamos
nesse ponto, quero parabenizar para o trabalho.
os autores - que pudesse levar
um conhecimento para onde às Outra coisa que nos fez
vezes ele não chega. pensar na modificação da atu-
ação do nosso trabalho com os
Nos idos de 80 eu fui mui- profissionais foi uma fala, até
to ao Norte e lá ainda ouço os contei para a Monalisa, de um
psicólogos dizerem que a úni- adolescente, que disse: “Não
ca coisa que possuem de mais quero mais ser ator principal,
51
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
Sílvia Koller
Sociedade Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento
52
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
53
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
54
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
MESA-REDONDA I
Psicologia e Direitos Humanos: Perspectiva Crítica
ou Modismo?
Participantes:
Coordenador: Marcus Vinícius de Oliveira
Presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos
(CNHD/CFP)
Heliana Conde
Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH/CFP)
Pedrinho Guareschi
Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH/CFP)
Paulo Maldos
Conselho Federal de Psicologia
55
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
MESA-REDONDA I
Psicologia e Direitos Humanos: Perspectiva Crítica
ou Modismo?
Marcus Vinícius de Oliveira Silva
Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH/CFP)
56
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
57
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
58
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
59
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
60
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
61
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
Pedrinho Guareschi
Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH/CFP)
62
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
63
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
64
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
65
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
66
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
Paulo Maldos
Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH/CFP)
67
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
68
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
69
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
70
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
71
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
Heliana Conde
Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH/CFP)
72
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
73
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
74
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
75
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
76
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
77
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
DEBATE
Público - Temos trabalha- humanos, como quer o Paulo,
do, não sem incômodo, com a é preciso retomar aquele sen-
questão dos direitos humanos. tido de os direitos humanos
Parece-me efetivamente muito serem o enfrentamento de
mais palco contemporâneo, um absolutismo de Estado
onde se escutam forças, pode- para proteger os indivíduos do
res e possibilidades de exercí- funcionamento desregrado e
cio de poder, do que alguma sem limites do absolutismo do
coisa que possamos perseguir Estado.
como definição. Nesse sentido,
escapar ao modismo e entrar Isso nos remeteria ao exer-
numa perspectiva crítica tem cício da função pública dentro
de passar, necessariamente, do Estado burguês. Acho que
por uma certa clareza quanto é isso que pode nos ajudar a
ao que pode ser estratégico e escapar a um modo de resis-
ao que pode ser tático. tência institucional comum -
direitos humanos de bandido,
Aproveito a carona do de direitos humanos meus, de
Pedrinho, sobre a questão da direitos humanos da emprega-
relação, achando que devemos da que foi proibida de subir no
ir um pouco mais além. Não elevador, de direitos humanos
quando a relação é algo em do patrão que foi ofendido
que termos se aproximam, mas pelo empregado ou qualquer
quando a relação é algo que coisa desse tipo - para pensar
constitui termos. nos direitos humanos só quan-
do haja uma função pública
Pergunto, então, que tipo em curso e que essa função
de relação específica é essa, pública, pela desmesura da
que deve nos interessar, quan- ordem de grandeza da sua
do lidamos com a questão dos potência por sobre as pessoas,
direitos humanos e de que seja violadora de direitos hu-
modo ela constitui termos. manos. Isso reduz o campo de
Acho que, taticamente por- modo a não nos deixar cair em
tanto, para resgatar a potência todos os outros pontos que fa-
histórica e ofensiva dos direitos zem disseminar, jogam fumaça
78
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
79
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
80
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
81
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
82
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
83
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
84
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
CONFERÊNCIA II
Protagonismo Social da Psicologia no Campo da
Circulação Humana
Palestrante:
Zulmira Bonfim
Universidade Federal do Ceará
Debatedora:
Gislene Maia Macedo
Conselho Federal de Psicologia
85
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
CONFERÊNCIA I
Protagonismo Social da Psicologia no Campo da
Circulação Humana
Gislene Maia Macedo
Conselho Federal de Psicologia
86
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
Zulmira Bonfim
Universidade Federal do Ceará
87
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
88
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
89
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
90
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
91
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
92
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
93
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
94
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
95
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
96
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
97
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
98
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
99
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
100
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
101
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
102
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
103
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
104
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
105
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
106
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
107
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
DEBATE
108
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
109
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
110
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
111
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
112
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
113
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
114
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
CONFERÊNCIA III
Protagonismo Social da Psicologia na Reforma
Psiquiátrica
Palestrantes:
Pedro Gabriel Goldinho Delgado
Coordenador de Saúde Mental do Ministério da Saúde
Debatedora:
Marta Elizabeth de Souza
Conselho Regional de Psicologia 4ª Região (MG/ES)
115
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
CONFERÊNCIA II
Protagonismo Social da Psicologia na
Reforma Psiquiátrica
Pedro Gabriel Godinho Delgado
Coordenador de Saúde Mental do Ministério da Saúde
116
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
117
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
118
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
119
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
120
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
121
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
tais no último ano. Eles se con- proposta para esses dois anos é
centram, como todos sabem, de criar mais duzentos e trinta
pela região Sudeste. Aqui CAPS em regiões estratégicas,
no Nordeste, a concentração sendo que seis já estão sendo
maior é em Pernambuco. Esse criados no ano de 2003.
estado tem uma alta concen-
tração de leitos nos hospitais. Consolidação, suporte,
A Paraíba tem seis hospitais. avaliação e supervisão dos
Tem uma concentração muito quatrocentos e vinte e quatro
grande de hospitais em São CAPS existentes. Não sei se al-
Paulo, no Rio de Janeiro, no gum dos presentes trabalha em
Paraná e em Minas Gerais. São CAPS. Temos, hoje, por falar
onde estão concentrados os em protagonismo dos profis-
leitos psiquiátricos. sionais e dos psicólogos, seis
mil profissionais incorporados
Se pensarmos a propor- a esse trabalho dos Centros de
ção de leitos por habitante, a Atenção Psicossocial. Esse nú-
maior concentração é no esta- mero está crescendo e ficando
do do Rio de Janeiro. cada vez maior. Esses profis-
sionais enfrentam um cenário
Esse quadro está muito difí- de adversidades. Na verdade,
cil de ver. Estou distribuindo os eles são chamados a um de-
leitos pelos estados para vocês safio que é o de atender bem
terem uma idéia da distribui- pacientes muito graves, numa
ção da máquina manicomial. situação de rede de atenção
Cinqüenta e cinco mil leitos. ainda insuficiente e num cená-
Os dados são de dezembro do rio, do ponto de vista cultural,
ano passado. Já estamos com de baixíssima inclusão social
cinqüenta e quatro mil e pou- e de grande rejeição a esses
co. São Paulo tem dezesseis mil pacientes. A rejeição que eu
e duzentos leitos. Tem mais digo não significa uma crítica
que os outros, mas também simplista a familiares ou à pró-
tem uma população de trinta e pria comunidade. É a ausência
seis milhões de habitantes. de mecanismos sistemáticos e
regulares de inclusão social.
Expansão dos CAPS - Cen- Isso vale para várias minorias e,
tros de Atenção Psicossocial. A no caso dos pacientes mentais,
122
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
123
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
124
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
125
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
126
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
127
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
128
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
129
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
130
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
131
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
132
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
133
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
134
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
135
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
136
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
137
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
138
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
139
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
DEBATE
140
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
141
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
142
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
143
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
144
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
145
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
146
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
147
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
148
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
149
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
MESA-REDONDA II
Debatedores:
Marcos Ribeiro Ferreira
Conselho Regional de Psicologia - 12ª Região (SC)
Ricardo Moretzsohn
Conselho Federal de Psicologia
150
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
MESA-REDONDA II
Protagonismo Social da Psicologia na Democratiza-
ção das Comunicações
Ricardo Moretzsohn
Conselho Federal de Psicologia
151
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
152
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
153
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
154
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
155
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
156
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
157
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
158
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
dose, errou no amor, errou de João. a isso. Como esse fato não saiu
Ninguém notou, ninguém morou no jornal, ninguém sabia disso.
na dor... A dor importante foi das pesso-
as que tiveram os seus móveis
Chico conclui: A dor da gen- estragados, as suas casas amea-
te não sai no jornal. çadas e não levadas, porque foi
essa imagem que os meios de
O que ele está dizendo? comunicação divulgaram. Não
Ninguém notou, ninguém per- sabiam que esse cara que estava
cebeu, ninguém reconheceu a lá no sítio teve a sua casa leva-
dor da Joana, porque a dor da da com a mulher e as crianças
gente não sai no jornal e o que dentro. Isso não sai no jornal.
não sai no jornal não tem va- Nessa cidade, as pessoas con-
lor comum. O que não sai nos tam o que saiu no jornal, e a
meios de comunicação não dimensão relevante para dizer
tem valor comum. É claro que que houve sofrimento é que a
isso não é verdade universal. televisão foi lá gravar. Já houve
É claro que reconhecemos a uma dúzia de enxurradas na-
dor de quem está próximo, de quele lugar, mas o sofrimento
quem enxergamos e de quem todo é sempre relacionado a
conversamos. esse evento, que não foi o mais
grave. Foi o que saiu nos meios
Quando há uma enchente de comunicação. Eles ligaram
numa região e há entrevistas a televisão no Jornal Nacional e
com as pessoas. Lá em Santa lá estavam eles sendo apresen-
Catarina há enxurradas. Quan- tados como a população que
do chove muito intensamente havia sofrido o acidente.
,reúne um tanto de água e
aquilo desce numa enxurrada Há uma naturalização no
que leva casas, bichos e quem sentido de que o que sai nos
está dentro das casas. meios de comunicação é im-
portante. Deveríamos exigir
Havia uma família em que a construção de uma política
o marido saiu da casa para pública de comunicação que
soltar os bichos e viu a casa fosse capaz de desnaturalizar
ser levada, com a mulher e as a importância de um evento só
duas filhas dentro. Ele assistiu porque saiu na mídia.
159
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
160
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
161
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
162
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
Ricardo Moretzsohn
Conselho Federal de Psicologia
163
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
164
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
165
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
166
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
167
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
168
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
169
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
170
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
171
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
DEBATES
172
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
173
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
174
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
175
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
176
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
177
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
178
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
179
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
180
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
181
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
Eu queria agradecer a
presença de todos. É sem-
pre bom, para mim e para
o Marcos Ferreira, estarmos
falando disso.
Estávamos preocupados.
Se hoje não tivesse ninguém
aqui, seria um lucro, porque,
se, na próxima reunião, hou-
ver dez pessoas, então seria
mil por cento de participa-
ção! Temos que conversar
sobre isso.
182
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
Palestrante
Cláudio Vieira
Conselho Nacional da Criança e do Adolescente
Debatedora
Carla França
Conselho Regional de Psicologia – 3ª Região (BA/SE)
183
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
Cláudio Vieira
Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Condanda)
184
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
185
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
186
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
187
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
188
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
189
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
190
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
191
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
192
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
193
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
194
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
que 4,8% das crianças, adoles- balha nesse Brasil afora. São as
centes e jovens, de 7 a 29 anos oitenta e poucas unidades que
de idade, estão fora do ensino temos, de privação de liber-
fundamental. A população to- dade dos adolescentes. É um
tal é de 35 milhões nessa faixa lugar, naquela figura bíblica,
de idade. de choro e ranger de dentes.
Da menor unidade, de 40 ado-
Se pegarmos a faixa de ida- lescentes, ou da maior, como
de de 7 a 14 anos, temos uma em São Paulo, de 200, 250, 400
população total de 27 milhões adolescentes, a nossa atividade
de pessoas. Desses 27 milhões, profissional é absolutamente
temos 4,6% excluídos. O que cerceada por conta do prisma
são 4,6%? 1.250.000 pessoas, de atuação do sistema que não
de 7 a 14 anos, estão fora do conseguimos desmontar ao
sistema de escola. São estima- longo desses treze anos do Es-
tivas em cima dos dados do tatuto. É um sistema que ainda
INEP e do MEC. Temos uma está fundamentado na prisão,
população de 1.250.000. no cárcere, no desrespeito ab-
soluto às condições mínimas
Se pegamos a população de desenvolvimento humano
de 4 a 6 anos de idade, temos de qualquer pessoa que depen-
6.000.191 crianças fora do sis- da daquela ação estatal para se
tema. recuperar ou se reintegrar à
sociedade de forma diferente,
Por esses dados todos, e por como vinha fazendo até então.
tudo isso que fizemos ao longo
desses treze anos, eu acho não É o lugar para o qual temos
que há como, hoje, conceber que olhar fortemente. Estamos
um profissional que atue nessa trabalhando um pouco nisso,
área que não tenha o seu olhar dentro do Conanda. Era uma
voltado para a universalização prioridade do ano passado e
desses serviços, para a univer- do ano retrasado, e volta a ser
salização do atendimento à deste ano. Precisamos de mui-
criança e ao adolescente. to apoio de toda a rede social,
para que possamos reordenar
Por último, tem um lugar definitivamente o atendimen-
específico que o psicólogo tra- to ao adolescente que se en-
195
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
Carla França
Conselho Regional de Psicologia – 3ª Região
196
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
197
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
198
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
199
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
Cláudio Vieira
Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Conanda)
200
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
201
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
saiba para dizer a ele que ali atua nessas áreas todas. Se não
e ali as coisas não estão fun- forem lastrados nessa rede, vão
cionando de acordo com o ser só programas. Vai ter um
que o programa se propõe, de orçamento, no outro ano não
acordo com o que o paradigma tem, quando o governo acaba
da proteção integral pressupõe ele também acaba. Aí, demora
para esse atendimento. Os seis meses para repassar, demo-
juizados têm as equipes mul- ra não sei quantos meses para
tiprofissionais para auxiliar o decidir se vai ficar ou se não vai
juiz, assim como todo mundo ficar. Então, ele não tem força
tem que ter e tem. Então, esse em si mesmo. Programa só tem
órgão de fundamental im- força, dentro do ponto de vis-
portância para a implantação ta da reflexão que estávamos
do Estatuto também tem que fazendo da nossa atividade
ter. Conselheiro Tutelar faz profissional, quando é tomado
uma entrevista absolutamente como uma política pública por
diferente do que faria um as- essa rede que delibera, fiscaliza
sistente social, um médico ou e exige recursos públicos para
um psicólogo. Absolutamente que possa continuar.
diferente.
Ninguém questiona um
Agora, ele precisa desse programa da natureza do
apoio e dessa assessoria técnica bolsa-escola. Questionamos
para que possa exercer a sua o financiamento que tem, a
função. relação que estabelece com a
comunidade. Por exemplo,
O Conanda já aprovou, há sempre questionamos o pro-
algum tempo, o Plano Nacional grama bolsa-escola porque
de Erradicação do Trabalho In- não respeitou os conselhos de
fantil, o Plano Nacional Contra direitos, nem os da criança e
o Abuso e a Exploração Sexual. do adolescente que já existiam
O nosso receio é o seguinte: nos municípios, nem os de
que fique só nos programas. assistência social. Criou um ou-
Programas pontuais, desar- tro. Ora, sabemos que 90% dos
ticulados, tanto do ponto de municípios brasileiros têm até
vista dos governos, quanto do 50 mil habitantes. Não pode
ponto de vista dessa rede que haver tanto Conselho que
202
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
Carla França
Conselho Regional de Psicologia – 3ª Região
203
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
204
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
Eu adoraria se a Cecília, ou
se alguém do projeto “Pivete”,
pudesse dar uma contribuição
205
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
DEBATE
206
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
207
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
208
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
209
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
210
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
211
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
212
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
213
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
214
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
CONFERÊNCIA IV
Palestrante:
Cecília Maria Bouças Coimbra
Grupo Tortura Nunca Mais – RJ
Debatedora:
Maria de Nazaré Zenaide
Conselho Regional de Psicologia – 3ª Região
215
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
CONFERÊNCIA III
Protagonismo Social da Psicologia na Defesa dos
Direitos Humanos
Cecília Maria Bouças Coimbra
216
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
217
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
218
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
219
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
220
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
221
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
222
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
223
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
longa e os jovens foram na fren- las. Mais uma vez, não convoca-
te. “Corram porque o pessoal da mos a polícia para nos proteger
segurança privada está agredin- e para atuar conosco em uma
do os meninos.” De repente, caminhada, quando estamos
estava lá, a polícia militar, ao querendo reivindicar políticas
lado da bendita segurança pri- públicas.
vada, tomando conta do relógio
da Globo. Foi nessa justificativa Quando falamos de uma
de não quebrar o relógio que experiência de polícia comuni-
tentaram agredir as crianças e tária, de um trabalho de polícia
os jovens. interativa, de um trabalho de
polícia discutindo com a escola,
Nesse momento, a escola ou polícia com conselhos dis-
pôde chamar a polícia para dis- cutindo, começamos a reverter
cutir essa questão de, nas cami- esse papel de militarização e
nhadas, convocar a polícia para começamos a fazer com que o
nos proteger. Vejam só, a Globo policial passe a dialogar com os
convocou a segurança privada e a atores, com os educadores, com
polícia militar para proteger o re- os jovens, com a associações de
lógio. Ainda estamos com aquela bairro. As pessoas não precisam
postura de convocar a polícia ter medo da polícia. O pessoal
pública para nos proteger. de uma secretaria daqui disse
que policial não poderia dis-
Numa comunidade aqui do cutir com educadores e jovens,
bairro, as escolas fizeram uma porque eram apenas para repri-
caminhada pela paz no trânsito. mir. Queremos que os nossos
Os empresários convocaram a filhos tenham medo de polícia
polícia para cuidar dos ônibus, ou queremos reverter isso?
porque disseram que os jovens Queremos trazê-los para a cena,
iriam depredar os ônibus. Ora, para a discussão da política pú-
era uma caminhada para as pro- blica, para as questões do bairro
fessoras discutirem a questão e das escolas! Eles não precisam
do trânsito, porque no bairro provocar medo nos jovens.
estava havendo muita violência
no trânsito. Depararam-se com A professora disse que é pre-
policiais fortemente armados ciso fazer essa leitura, e não ficar
enfrentando os jovens de esco- na posição de vítima, agindo na
224
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
225
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
DEBATES
226
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
É uma pena haver tão pou- é uma coisa neutra, é uma coi-
cas pessoas. Devemos pensar sa superior. Eu me lembrei de
não só o esvaziamento com um trechinho do Foucault que
relação à questão dos direitos abre exatamente para o nosso
humanos, mas também o fato nível. Foucault, diz o seguinte,
de haver muita coisa junta. pensando essa questão: “Que
Devemos pensar sobre isso no tipo de saber vocês querem
próximo encontro. desqualificar, no momento em
que dizem que é uma ciência?
Fechando, eu queria fazer Que sujeito falante, que sujeito
algumas colocações muito rá- de experiência ou de saber vo-
pidas sobre o que foi dito pela cês querem minorar, quando
Nazaré. Achei algumas coisas dizem: eu formulo esse dis-
muito interessantes e impor- curso, enuncio esses discurso
tantes. porque sou cientista?”
227
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
228
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
dados mas também dos oficiais. esse aqui que laçamos no Rio,
Temos que pensar na formação chamado “Clínica e Política”.
deles e neles como cidadãos. É Este aqui é do Tortura Nunca
a questão da segurança desse Mais. Cada um custa vinte reais.
policial, tanto civil quanto mili- Esse aqui, inclusive, tem o Pro-
tar, é a questão dos seus salários, tocolo de Istambul, totalmente
pois não é por acaso que se paga traduzido. Ainda não havia
tão pouco ao policial. tradução para o português. O
Protocolo de Istambul é uma
São questões importantes a convenção internacional que
serem pensadas. É pena sermos trata de maus-tratos e tortura
sempre tão poucos a pensar so- em estabelecimentos. Como
bre isso. denunciar a questão dos maus-
tratos e da tortura em estabele-
Agradeço a vocês a presença cimentos? É o chamado Proto-
e agradeço o convite. Vou dei- colo de Istambul. Pela primeira
xar no Conselho um exemplar vez foi traduzido.
de cada livro que estou trazen-
do. Estou deixando um exem-
plar para o Conselho.
Para a Comissão de Direitos
Humanos ficou apenas um. É Muito obrigada.
229
II Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: Políticas Públicas, Psicologia e Protagonismo Social
230