Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Grupo I
A
Lê o poema e responde às questões.
B
Tendo em conta o conhecimento global da Farsa de Inês Pereira, demonstra a
atualidade da peça, numa exposição (130-170 palavras). Ilustra o teu texto com
referências concretas à obra.
A tua exposição deve incluir:
uma introdução ao tema;
um desenvolvimento no qual explicites a atualidade da peça,
fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, um
exemplo significativo;
uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
1
traiçoeira, desleal.
1
Grupo II
Lê o texto e seleciona a única opção correta.
Uma vida num poema
Em 1624, pouco mais de 50 anos depois da morte de Camões, é publicada em
Évora, por Manuel Carvalho, impressor da Universidade, a obra Discursos vários
políticos, de Manuel Severim de Faria, chantre e cónego na Santa Sé de Évora, que
contém uma extensa biografia de Luís de Camões. O autor dá-nos o registo minucioso
de todas as informações que conseguiu obter sobre a vida do poeta, e confere muito do
que apurou com os poemas, sobretudo da sua lírica, onde Camões terá falado de si
próprio através de múltiplas alusões baseadas na sua experiência.
É interessante termos este documento para nos precavermos contra as biografias
romanceadas que foram surgindo ao longo dos séculos. Não refiro apenas o lado
amoroso, que aqui é visto com precaução dado que, segundo Faria, a ferida que Camões
recebeu em Ceuta, tirando-lhe a visão de um olho, “lhe afetou notavelmente o rosto, por
onde era chamado das Damas Diabo e Cara sem olhos, a que ele respondeu muitas
vezes cortesã e graciosamente, como se vê de seus versos.”
Por volta de 1553 embarca para a Índia, fugindo de Lisboa onde se envolvera em
conflitos, e depois de um período mais ou menos atribulado vai para a China: “Em
Macau teve o ofício de Provedor mor dos defuntos, e com a comodidade do lugar devia
de compor aqui alguma boa parte dos seus Lusíadas, pois de lá os trouxe consigo”. (…)
Sabemos por Diogo Couto que, quando o poeta chegou à ilha de Moçambique
em estado extremo de pobreza, o seu Parnaso lusitano lhe foi roubado, sem se saber
que destino teve. No entanto, os poemas deviam já circular em cópias manuscritas na
posse de amigos e destinatários para permitirem a salvação das Rimas, embora Camões,
no regresso a Lisboa, só se tivesse preocupado em editar Os Lusíadas.
Isto por não atribuir grande importância à sua lírica, a crer nas palavras de um
outro biógrafo, D. Francisco Alexandre Lobo, bispo de Viseu, no 1.º volume das suas
obras impressas em 1848 “à custa do seminário da sua diocese; e diz o bispo que
“tempo sobejo temos gastado com as Rimas de Camões, que o seu mesmo Autor tinha
em muito pouco”. Sublinhando em nota: “Pondo tanto empenho em fazer imprimir o
Poema Épico, nenhum pôs, antes e depois disso, em que as Rimas, no todo ou em parte,
fossem impressas”, o que só teria lugar postumamente em 1595 com a edição feita por
Fernão Rodrigues Lobo Soropita, também ele poeta. (…)
Em todas estas opiniões, próximas ou mais distantes, o que é comum é ver como
Camões obteve logo após a sua morte um lugar destacado na poesia ibérica. O seu
poema épico adquire esse lugar pela diferença em relação a outros autores que não
souberam afastar-se de modelos em que a história e louvor dos heróis não permitem a
surpresa que decorre da articulação entre realidade e mitologia, pondo no mesmo plano
o positivo e o negativo da História, e sobretudo dando igual destaque a todas as
personagens, sem atender à sua classe.
Nuno Júdice, Jornal de Letras, 26 de janeiro a 8 de fevereiro de 2022, pp.10-11.
2
(A) às Rimas de Luís de Camões.
(B) ao poema épico.
(C) a uma redondilha de Camões.
(D) a um soneto de Camões.
6. Na expressão “que aqui é visto com precaução” (l. 10), indica o antecedente do
pronome.
7. Indica a função sintática do pronome relativo na oração “que decorre da
articulação entre realidade e mitologia” (ll. 34-35).
3
Grupo III