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CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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TEOLOGIA SISTEMÁTICA – I
A DIVINDADE E SUAS DOUTRINAS
A TRINDADE

Autores:
ISAIAS B. F. DE SOUZA
GUILHERME AUGUSTO
FABAD
FLÓRIDA CHRISTIAN UNIVERSITY

ESTE MATERIAL É ORGANIZADO PELO


SEMINÁRIO TEOLÓGICO DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS

EDIÇÃO 4 - 2024

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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ÍNDICE
DECLARAÇÃO........................................................................004
CREMOS................................................................................005
INTRODUÇÃO À TRINDADE...................................................008
TEONTOLOGIA......................................................................043
CRISTOLOGIA........................................................................058
PARAKLETOLOGIA.................................................................157
REFERÊNCIAS........................................................................ 228

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DECLARAÇÃO

É COM ESTIMA QUE APRESENTO MAIS


UM GUIA PRÁTICO DESTA COLEÇÃO DO
CICLO 2 NO CURSO DE TEOLOGIA, AO
MEU CARO(A) ALUNO(A), MANIFESTO
MEUS PARABÉNS A VOCÊ QUE INICIA UM
IMPORTANTE INVESTIMENTO PESSOAL E
ESPIRITUAL, ESTA DEDICAÇÃO PRODUZIRÁ FRUTOS PARA O REINO
DE DEUS, FAÇA BOM USO DESTE MATERIAL.

PASTOR ISAIAS FERREIRA – REITOR DO SEMINAD INTERNACIONAL


WWW.SEMINAD.COM.BR

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Declaração de Fé

•O SEMINAD declara que:


Cremos
1. Na inspiração divina verbal e plenária da Bíblia Sagrada, única
regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão (2 Tm
3.14-17);
2. Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas
distintas que, embora distintas, são iguais em poder, glória e
majestade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; Criador do Universo, de
todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, e, de
maneira especial, os seres humanos, por um ato sobrenatural e
imediato, e não por um processo evolutivo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc
12.29; Gn 1.1; 2.7; Hb 11.3 e Ap 4.11);
3. No Senhor Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, plenamente
Deus, plenamente Homem, na concepção e no seu nascimento
virginal, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição
corporal dentre os mortos e em sua ascensão vitoriosa aos céus
como Salvador do mundo (Jo 3.16- 18; Rm 1.3,4; Is 7.14; Mt 1.23; Hb
10.12; Rm 8.34 e At 1.9);
4. No Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade,
consubstancial com o Pai e o Filho, Senhor e Vivificador; que
convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo; que regenera o
pecador; que falou por meio dos profetas e continua guiando o seu

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povo (2 Co 13.13; 2 Co 3.6,17; Rm 8.2; Jo 16.11; Tt 3.5; 2 Pe 1.21 e


Jo 16.13);
5. Na pecaminosidade do homem, que o destituiu da glória de Deus
e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e
redentora de Jesus Cristo podem restaurá-lo a Deus (Rm 3.23; At
3.19);
6. Na necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de Deus
mediante a fé em Jesus Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo
e da Palavra de Deus para tornar o homem aceito no Reino dos Céus
(Jo 3.3-8, Ef 2.8,9);
7. No perdão dos pecados, na salvação plena e na justificação pela
fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43;
Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9);
8. Na Igreja, que é o corpo de Cristo, coluna e firmeza da verdade,
una, santa e universal assembleia dos fiéis remidos de todas as eras
e todos os lugares, chamados do mundo pelo Espírito Santo para
seguir a Cristo e adorar a Deus (1 Co 12.27; Jo 4.23; 1 Tm 3.15; Hb
12.23; Ap 22.17);
9. No batismo bíblico efetuado por imersão em águas, uma só vez,
em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, conforme
determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12);
10. Na necessidade e na possibilidade de termos vida santa e
irrepreensível por obra do Espírito Santo, que nos capacita a viver
como fiéis testemunhas de Jesus Cristo (Hb 9.14; 1 Pe 1.15);

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11. No batismo no Espírito Santo, conforme as Escrituras, que nos é


dado por Jesus Cristo, demonstrado pela evidência física do falar em
outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-
7);
12. Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito
Santo à Igreja para sua edificação, conforme sua soberana vontade
para o que for útil (1 Co 12.1-12);
13. Na segunda vinda de Cristo, em duas fases distintas: a primeira
— invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja antes da Grande
Tribulação; a segunda — visível e corporal, com a sua Igreja
glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1 Ts 4.16,
17; 1 Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 1.14);
14. No comparecimento ante o Tribunal de Cristo de todos os
cristãos arrebatados, para receberem a recompensa pelos seus
feitos em favor da causa de Cristo na Terra (2 Co 5.10);
15. No Juízo Final, onde comparecerão todos os ímpios: desde a
Criação até o fim do Milênio; os que morrerem durante o período
milenial e os que, ao final desta época, estiverem vivos. E na
eternidade de tristeza e tormento para os infiéis e vida eterna de
gozo e felicidade para os fiéis de todos os tempos (Mt 25.46; Is 65.20;
Ap 20.11-15; 21.1-4).
16. Cremos, também, que o casamento foi instituído por Deus e
ratificado por nosso Senhor Jesus Cristo como união entre um
homem e uma mulher, nascidos macho e fêmea, respectivamente,
em conformidade com o definido pelo sexo de criação
geneticamente determinado (Gn 2.18; Jo 2.1,2; Gn 2.24; 1.27).

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A TRINDADE
INTRODUÇÃO TEOLÓGICA SOBRE A DOUTRINA DA DIVINDADE

‫יהוה אלוהינו הוא האדון היחיד‬, ‫שמע ישראל‬.


Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Deuteronômio 6:4

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INTRODUÇÃO À TRINDADE

Os pensadores cristãos têm usado o termo trindade para


designar a coexistência de três pessoas distintas (pai, filho
e o Espírito Santo) coexistindo em natureza divina. Foi
empregada pela primeira vez por Tertuliano de Cartago,
na África, no final do século II.

UNIDADE COMPOSTO DA DEUS

Deus em só em seu Ser e substância eternamente


subsistente em 3 pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo).

EVIDÊNCIAS NO ANTIGO TESTAMENTO

O AT traz uma revelação progressiva da triunidade de


Deus.
A expressão no princípio criou Deus, traz o verbo criar no
singular e o sujeito ELOHIM no plural. Na criação do homem
da unidade composta estava presente “E disse Deus:
façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança”.
O filho criou todas as coisas João 1.1-3, Colossenses
1.6, O Espírito Santo Jó 33.4, Salmos 104.30 e o Pai
Provérbios 8.22-30.

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EVIDÊNCIAS NO NOVO TESTAMENTO

No Batismo de Jesus. Mateus 3.16-17


Na grande comissão. Mateus 28.19-20
Na benção apostólica. 2 Coríntios 13.13

DISTORÇÕES E CONSEQUÊNICAS

Ainda no primeiro século surgiram vários movimentos


heréticos contra triunidade de Deus, sendo as 3 principais
escolhas:

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MODALISMO

Também conhecido por Sabelianismo, é a ideia de que


o Pai, o Filho e o Espirito Santo, não são 3 pessoas distintas
hipóstases, mas três modos diferentes da revelação ou
manifestação da única pessoa de Deus.

SUBORDINACIONISMO

Identifica Deus como o pai e subordinando o Filho e o


Espírito Santo a Deus. Declaram que Jesus é semelhante a
Deus, jamais igual.

TRITEÍSMO

Afirma as 3 pessoas da trindade, mas são 3


substâncias independentes e autônomas. A triunidade se
transforma em 3 deuses.

DEFINIÇÃO

Deus é uma Unidade, uma essência divina, existindo


em Três Pessoas na Divindade, sendo essas Três: Deus
Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

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A Palavra Trindade não se encontra na Bíblia.


O Credo Atanasiano diz:
“Adoramos um Deus em Trindade, e Trindade em Unidade,
sem confundir as Pessoas, sem separar a substância”.

Cada uma das Três Pessoas da Trindade é Deus,


sendo iguais em autoridade, glória e poder. Cada uma igual
às outras, merecendo o mesmo culto, a mesma devoção, a
mesma confiança e fé.
Um dos pontos primordiais da doutrina cristã está
intrinsicamente ligado a narrativa teológica da doutrina da
Trindade, os pressupostos que iniciam a investigação
epistemológica desta sistemática, fundamentam-se na
teologia bíblica propriamente dita, a partir da harmonia do
Cânon quanto a doutrina da Divindade, isto é, hermenêutica,
seja qual for a escola, continuísta ou cessacionista,
armenianos ou calvinista, o que nos unifica como Corpo de
Cristo, está nesta teologia primária.

PROVAS DA TRINDADE

HÁ UM SÓ DEUS VIVO E VERDADEIRO

A Doutrina da Trindade não é uma forma de Triteísmo,


ou seja, não é uma crença em três Deuses.

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“Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único


Senhor” (Dt 6.4)

“Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor


Deus dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e
além de mim não há Deus” (Is 44.6)
“Não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20.3)
“Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30)
“Crês, tu que Deus é um só? Fazes bem” (Tg 2.19)
“Sabemos que o ídolo de si mesmo nada é no mundo,
e que não há senão um só Deus” (1Co 8.4)
“Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só
Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de
todos e está em todos” (Ef 4.5,6)
“Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, o
princípio e o fim” (Ap 22.13)

DEUS EXISTE COMO TRÊS PESSOAS

1. O Pai é Deus

“Todavia, para nós há um só Deus, o Pai...” (1Co 8.6)


“... segundo a presciência de Deus Pai...” (1Pe 1.2)
“... subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso
Deus” (Jo 20.17)

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2. O Filho é Deus

“Cristo, ..., o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o


sempre”(Rm9.5)
“Porquanto nele (Cristo) habita corporalmente toda a
plenitude da Divindade” (Cl 2.9)
“Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30)
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus” (Jo 1.1)
“Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no
seio do Pai, é quem o revelou” (Jo 1.18)
“Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!” (Jo
20.28)
“... e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as
cousas, e nós também, por ele” 1Co 8.6)
“Mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o
sempre...” (Hb 1.8)
“... estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este
é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1Jo 5.20)
“Aguardando a bendita esperança e a manifestação da
glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tt
2.13)
“Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a
honra e o poder, porque todas as cousas tu criaste, sim,

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por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas”


(Ap 4.11)

3. A Cristo são atribuídos os atributos que são


designados somente à Deus:

a) Santidade: Mc 1.24; 2Co 5.21; Jo 8.46; Hb 7.26


b) Eternidade: Jo 1.1; 8.58; Hb 1.8; Jo 17.5
c) Vida: Jo 1.4; 14.6; 11.25
d) Imutabilidade: Hb 13.8; 1.11,12
e) Onipotência: Mt 28.18; Ap 1.8
f) Onisciência: Jo 16.30; Mt 9.4; Jo 6.64; Cl 2.3
g) Onipresença: Mt 28.20; Ef 1.23
h) Criação: Jo 1.3; 1.10; Cl 1.16,17; Hb 1.3
i) Ressuscitando os mortos: Jo 5.27-29
j) Oração e devoção devem ser dirigidas a Cristo: Jo
14.14; Lc 24.51,52; At 7.59; Jo 5.23; At 16.31; Hb 1.6; Fp
2.10,11; 2Pe 3.18; Hb 13.21; Is 45.22
Conforme esses atributos que são dados a Cristo, nos
é ensinado de forma clara a Sua Divindade, caso contrário
seria uma blasfêmia atribuir a Ele, os atributos, caso não
fosse Deus.

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4. O Espírito Santo é Deus

“Então disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás


teu coração, para que mentisse ao Espírito Santo... Não
mentistes aos homens mas a Deus” (At 5.3,4)
“Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem,
senão o seu próprio espírito que nele está? assim também
as cousas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito
de Deus” (1Co 2.11)
“Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do
Senhor, aí há liberdade” (2Co 3.17)
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome (singular) do Pai e do Filho e do
Espírito Santo” (Mt 28.19)
O Espírito Santo é colocado ao mesmo pé de
igualdade com o Filho e com o Pai e Ele têm os mesmos
poderes e atributos.

SÃO PESSOAS DISTINTAS ENTRE SI

1. Relacionamento Pessoal

Nas relações pessoais que a Trindade tem entre si é


evidenciado que são Pessoas diferentes. As suas
designações Pai, Filho e Espírito Santo testificam isso:

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a) Usam mutuamente os pronomes Eu, Tu, Ele quando


falam um do outro, ou entre si (Mt 17.5; Jo 17.1; 16.28;
16.13)
b) O Pai ama o Filho, e o Filho ama o Pai. O Espírito Santo
glorifica o Filho (Jo 3.35; 15.10; 16.14)
c) O Filho ora ao Pai (Jo 17.5; 14.16)
d) O Pai envia o Filho, e o Filho e o Pai enviam o Espírito
Santo que atua como Seu Agente (Mt 10.40; Jo 17.18;
14,26; 16.7)
Porquanto, pelo fato de usar pronomes Eu, Tu, entre
Si é evidenciado que há um só Deus em Três Pessoas
Distintas.

2. São Apresentadas Separadamente

Três Pessoas distintas são apresentadas em 2Sm


23.2,3; Is 48.16; 63.7-10. Igualmente, à vista do fato da
criação ser atribuída a cada Pessoa da Divindade
separadamente, como também a Eloim com as palavras
“Também disse Deus (Eloim): Façamos o homem ‘a nossa’
imagem” (Gn 1.26).
Temos forte convicção da mesma verdade no plural
de Eclesiastes 12.1 que diz: “Lembra-te do(s) teu(s)
criador(es) nos dias da tua mocidade”, e Is 54.5, que diz:
“Porque o(s) teu(s) criador(es) é(são) teu marido”.

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QUANTO AS OBRAS DE CADA UM

É declarado que Cada Pessoa realiza as obras de


Deus e assim todas a executaram. Nunca é mencionado as
Três Pessoas realizando as obras juntas e sim como que
se a outra não a tivesse realizado.
1. A Criação do Universo
Pai (Sl 102.25); Filho (Cl 1.16); Espírito Santo (Gn 1.2;
Jó 26.13). Tudo se combina com Gn 1.1 (Deus – Eloim).
2. A Criação do Homem
Pai (Gn 2.7); Filho (Cl 1.16); Espírito Santo Jó 33.4).
Resumindo tudo isso em Ec 12.1 e Is 54.5, onde Criador é
plural no original.
3. A Morte de Cristo
Pai (Sl 22.15; Rm 8.32; Jo 3.16); Filho (Jo 10.18; Gl
2.20); Espírito Santo (Hb 9.14).
4. Ressurreição

Pai (At 2.24); Filho (Jo 10.18; 2.19); Espírito Santo


(1Pe 3.18).

5. Inspiração das Escrituras


Pai (2Tm 3.16); Filho (1Pe 1.10,11); Espírito Santo (2Pe
1.21).

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A DOUTRINA DA TRINDADE
NO VELHO TESTAMENTO

O Velho Testamento logo no seu início insinua uma


pluralidade na Divindade, demonstrando assim, claramente
a Trindade (Gn 1.1,26; 3.22; 11.6,7; 20.13; 48.15; Is 6.8).

OS NOMES DE DEUS NO PLURAL

Em Gênesis 1.1 vemos o nome Eloim. Este Nome é


plural na forma, mas singular no significado. Os versículos
seguintes demonstram isso (Gn 1.26,27; 3.22); indicando
então uma Trindade.
Há vários versos que Deus aparece falando consigo
mesmo e com isso demonstrando conselho dentro da
Trindade. Sabemos que Deus não se aconselha e nem
pede conselhos (Gn 1.26,27; 3.22; 11.7; Is 6.8); indicando
assim uma Trindade.
Essa auto conversa não pode ser atribuída aos anjos,
pois eles não estavam associados com Deus na criação.

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O ANJO DO SENHOR

Esse se trata do Logos pré encarnado? Deus Filho,


em manifestação angélica ou até mesmo humana.
Algumas dessas manifestações se deram a: Hagar
(Gn 16.7-14); Abraão (Gn 22.11-18); Jacó (Gn 31.11,13);
Moisés (Ex 3.2-5); Israel (Ex 14.19; cf. 23.20; 32.34);
Balaão (Nm 22.22-35); Gideão (Jz 6.11-23); Manoá (Jz
13.2-25); Davi (1Cr 21.15-17); Elias 1Rs 19.5-7); Ele feriu
de morte 185.000 assírios em uma noite (2Rs 19.35); etc.
Este Anjo foi adorado (Ex 3.5,6), se Ele não fosse
Cristo, seria blasfêmia um anjo receber adoração que é
devida só a Deus (Ap 22.8,9).
Essas manifestações no Velho Testamento tinham por
finalidade prever a hora em que finalmente Ele viria na
carne. Apenas uma única exceção, em que o anjo não é o
Logos se encontra em Ageu 1.13, onde o próprio Ageu é o
“mensageiro” do Senhor. Outras provas bíblicas dessa
afirmação são: Gn 17.2,17; 18.22 com 19.1; Js 5.13-15
com 6.2; Jz 13.8-21; Zc 1.11; 3.1; 13.7.

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A BÊNÇÃO ARAÔNICA

Esse exemplo indica uma insinuação da Trindade (Nm


6.24-26). “O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça
resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o
Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz”. Note que
muito embora a passagem citada seja uma bênção, é um
só o Deus que abençoa. Sabemos isso pela menção do
verso seguinte: “Assim porão o meu nome sobre os filhos
de Israel, e eu os abençoarei”.

LOGO NO INÍCIO

Encontramos no primeiro versículo da Bíblia duas


manifestações da Divindade que segue: “No princípio criou
Deus... e o Espírito de Deus movia-se”. Portanto notamos
que o Criador de todas as Coisas é Deus e o Espírito Santo
move-Se sobre este mundo, com o propósito de nos
conduzir, guiar e instruir no caminho que Ele deseja que
andemos. A palavra usada Eloim, Deus em português, é o
primeiro dos nomes da Divindade, é um substantivo plural
na forma, mas singular no significado quando se refere ao
verdadeiro Deus.

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A TRINDADE NO
NOVO TESTAMENTO

No Novo testamento a Trindade é perfeitamente


identificada. Por isso ela pode ser facilmente formulada
pelas passagens que se seguem:

NA FÓRMULA BATISMAL

As instruções de Cristo de batizarem “em nome do Pai


e do Filho e do Espírito Santo” declaram a Trindade (Mt
28.19).

NO BATISMO DE CRISTO

As Três Pessoas da Divindade são evidenciadas


distintamente em Seu Batismo (Mt 3.16,17).

NA BÊNÇÃO APOSTÓLICA

As Três Pessoas são vistas (2Co 13.14).

O FILHO E O ESPÍRITO É DEUS

Juntamente com o próprio Deus eles formam uma


Unidade (Jo 6.27; 10.30; At 5.3,5).

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PRINCIPAIS DECLARAÇÕES BÍBLICAS:

1. Em João 1.1 encontramos uma das maiores provas


de que Cristo é Deus. No original grego diz: “e Deus era a
palavra”, declarando assim explicitamente que Cristo é
Deus.

2. Sabemos que Deus é o Criador das coisas, em Jo


1.3; Hb 1.2; Cl 1.16, vemos que Cristo é o Criador de todas
as coisas.

3. Tomé declara em relação a Cristo: “Senhor meu e


Deus meu!” (At 20.28).

UMA PROVA “ESPETACULAR” DA TRINDADE

Observe a passagem clássica em Isaías 6.


a) O Ser a Quem é dirigido a adoração é o “Senhor dos
Exércitos”, o Pai.
b) Mas em João 12.41 em manifesta referência a esta
transação diz sobre a glória dele (de Cristo). Portanto,
temos também o Filho, cuja glória nesta ocasião o profeta
disse ter visto.
c) Atos 28.25 determina que também havia a presença do
Espírito Santo. As palavras deste versículo, Isaías declara
que foram ditas na mesma ocasião pelo “Senhor dos
Exércitos” (Is 6.9).

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Resumindo todas as circunstâncias de Isaías 6:

O LUGAR: o santo lugar dos santos; a repetição da


homenagem, TRÊS vezes, Santo, santo, santo; o
ÚNICO Jeová dos Exércitos, a quem foi dirigida; O
pronome plural usado por este ÚNICO Jeová, NÓS;

A declaração do evangelista de que nesta ocasião


Isaías viu a glória de CRISTO; A declaração de Paulo, que
o Senhor dos Exércitos que falou nessa ocasião era o
ESPÍRITO SANTO;
E a conclusão não parecerá desprovida da mais
poderosa autoridade, tanto circunstancial quanto
declaratória, que a adoração, Santo, santo, santo, referia-
se à Divina Trindade, na essência do Senhor dos
Exércitos.
De acordo com isso, em Apocalipse, “o cordeiro” está
em associação com o Pai, sofre ou é objeto de igual
homenagem e louvor dos santos e dos anjos. Esta cena em
Isaías é transferida para o capítulo quatro (v.8), e as
“criaturas viventes”, os serafins do profeta, são ouvidos na
mesma melodia e com a mesma repetição trina, dizendo:
“Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-poderoso,
aquele que era, que é e que há de vir”.

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VEJAMOS OUTRA PASSAGEM: GÊNESIS 48.15,16

Temos, nas palavras de Jacó, a menção de Três


Pessoas distintas:

a) “O Deus em cuja presença andaram meus pais” e


b) “o Anjo que me tem livrado”.
Temos aqui pelo menos duas Pessoas; mas, mais
adiante, temos, o
c) “Deus que me sustentou”.

Este último, indubitavelmente distingue-se do Anjo e


também do Deus diante do qual os seus pais andaram.
Portanto, temos aqui Três Pessoas distintas, sob três
nomes pessoais e realizando obras distintas. Cada um
realizando obras distintas e recebendo adoração que só a
Deus é devida.
Os dois outros são realmente Pessoas Divinas, pois
as Escrituras confirmam isso:
Elas descrevem Deus Pai como o líder, o mestre, ou
aquele diante do qual nossos pais andaram; e o Filho como
o Anjo que remiu; e Deus que é o Autor de toda iluminação,
santificação e conforto, com o Espírito Santo que nos
fornece alimento espiritual e nos alimenta com ele.

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Também outras passagens atribuem ser Cristo o


Próprio Deus (Rm 9.5; Tt 2.13; Hb 1.8; 1Jo 5.20; 1Co 8.5,6;
Ap 4.11).

AS TRÊS PESSOAS RECEBEM OS MESMOS


ATRIBUTOS:

* Eternidade: Pai (Sl 90.12); Filho (Ap 1.8,17; Jo 1.2; Mq


5.2); Espírito Santo (Hb 9.14).
* Poder infinito: Pai (1Pe 1.5); Filho (2Co 12.9); Espírito
Santo (Rm 15.19).
* Onisciência: Pai (Jr 17.10); Filho (Ap 2.23); Espírito
Santo (1Co 2.11).
* Onipresença: Pai (Jr 23.24); Filho (Mt 18.20); Espírito
Santo (Sl 139.7).
* Santidade: Pai (Ap 15.4); Filho (At 3.14); o Espírito é
chamado de Espírito Santo, foi por isso que os anjos
clamaram: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos”
(Is 6.3).
* Verdade: Pai (Jo 7.28); Filho (Ap 3.17); Espírito Santo
(1Jo 5.6).
* Benevolentes: Pai (Rm 2.4); Filho (Ef 5.25); Espírito
Santo (Ne 9.20).
* Comunhão: Pai (1Jo 1.3); Filho (idem); Espírito Santo
(2Co 13.14).

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28

Tudo o que se diz de uma Pessoa é como que se as


outras não existissem. O fato de que cada Pessoa possui
todas as características divinas e de maneira tão completa
que pareceria que nenhuma outra precisaria possuí-las,
declara a distinção existente entre as Pessoas.
Por outro lado, o fato de que elas todas manifestam
estas características de maneira idêntica e na mesma
medida, declara a Unidade da qual o seu modo de
existência brota.

NA TEOLOGIA SISTEMÁTICA ESTUDAREMOS AS


TRÊS PESSOAS DA DIVINDADE EM UMA DISCIPLINA
DISTINTA:

TEOLOGIA/TEONTOLOGIA: Doutrina do Deus Pai


CRISTOLOGIA: Doutrina do Deus Filho
PARAKLETOLOGIA/PNEUMATOLOGIA: Doutrina do
Espírito Santo
“Embora tenho por zelo a doutrina da Trindade,
nesta obra quero destacar na Pneumatologia a
continuidade do 1carisma do Espirito Santo, focando no
profetismo de todos os crentes”

1 Carisma: Trata acerca dos dons do Espírito Santo na atualidade da Igreja.

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29

DEFINIÇÃO DE TERMO TEOLOGIA

O que é TEOLOGIA?

A palavra TEOLOGIA tem origem em dois termos


gregos: theos, “DEUS” e logia, “ESTUDO”, portando
teologia é o ESTUDO SOBRE DEUS. O teólogo LOUIS
BERKHOF definiu TEOLOGIA como sendo o
“conhecimento sistematizado de Deus, de quem, por meio
de quem e para quem são todas as coisas”. ¹Outra definição
nos é dada por WAYNE GRUDEM, citando O professor John
Frame,
“é qualquer estudo que responda à
pergunta o que a Bíblia como um todo
nos ensina hoje? Acerca de qualquer
tópico.
Como podemos conhecer a Deus, como saber quem
Ele é, o que Ele quer de nós, se não investigarmos o que Ele
deixou revelado para o nosso conhecimento? Esse é o
trabalho da TEOLOGIA, que parte de três pressupostos:
1– Deus existe.
2– Ele pode ser conhecido, não de modo exaustivo e
completo.
3– Que Ele tem se revelado tanto por meio de suas obras
(criação e providência – REVELAÇÃO GERAL), como,

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


30

principalmente pela SAGRADA ESCRITURA (REVELAÇÃO


ESPECIAL)
REVELAÇÃO GERAL – inclui tudo o que Deus revelou
no mundo a nossa volta. Ela apresenta evidência da
existência de Deus. Atos 14.17; Salmos 19.1-2.
Em síntese, Deus se revelou na história, ciência,
natureza, na moral, até mesmo aos bárbaros Deus se
encarregou de fazê-lo.
REVELAÇÃO ESPECIAL – É o que Deus revelou
especificamente na pessoa de Cristo e nas Escrituras. Ela
pressupõe a existência de Deus. Hebreus 1.1-2; 1 Pedro
1.20-21.
Dentro desta narrativa textual conforme os textos ora
citados acima, tratarei com diligência acerca da teantropia
de Cristo.
Embora a Teologia é a ciência que estuda sobre Deus,
é importante destacar que a minha intenção para com o
seminarista, é que o acadêmico tenha em mente a distinção
da matéria como ciência e outrora como termo, ou seja; no
que se refere ao termo, estou nitidamente incluindo as três
pessoas da Divindade, no que se refere a ciência é a
epistemologia por completo que fazemos e ou
sistematizamos.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


31

A EXISTÊNCIA DE DEUS

As pessoas insistem que é impossível provar a


existência de Deus, a existência de Deus não só é algo
provado como é inerente à alma humana.
Como sabemos que Deus existe? Primeiro, todas as
pessoas tem uma intuição íntima de Deus, segundo, cremos
nas provas encontradas nas ESCRITURAS SAGRADAS e
na NATUREZA.
As ESCRITURAS não tecem argumentos para afirmar
ou comprovar a EXISTÊNCIA DE DEUS, o cristão aceita
primeiramente pela fé, que não é cega, mas baseadas em
provas, que se acham nas ESCRITURAS como palavra de
Deus inspiradas e secundariamente na NATUREZA.

EVIDÊNCIAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS

A INTIMA INTUIÇÃO HUMANA DE DEUS

Todas as pessoas em qualquer lugar têm uma profunda


intuição intima que Deus existe, e que são criaturas de Deus
e que Deus é o criador. Paulo disse em Romanos 1.21, que
os gentios descrentes tinham “conhecimento de Deus”.

EVIDÊNCIAS NAS ESCRITURAS

Nas Escrituras encontramos claras evidências de que


Deus existe, as provas de sua existência são encontradas

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


32

logicamente por toda bíblia. De fato, a bíblia sempre


PRESSUPÕE que Deus existe, o primeiro versículo NÃO
apresenta provas da existência de Deus, mas passa a narrar
o que ele fez: “no princípio criou Deus os céus e a terra”.
Se crermos que a bíblia é verdadeira, não só sabemos
que Deus existe, mas também muita coisa sobre Ele e seus
atos.

EVIDÊNCIAS NA NATUREZA E NA HISTÓRIA

Temos vastos testemunhos da existência de Deus na


natureza, Paulo diz que a eterna natureza e divindade de
Deus são claramente percebidas “por meio das coisas que
foram criadas” Romanos 1.20. Paulo e Barnabé disseram
que Deus “não se deixou a si mesmo sem testemunho,
beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos
frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria os vossos
corações. Atos 14:17”.
Davi expressou “Os céus declaram a glória de Deus e
o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz
declaração há outro dia, e uma noite mostra sabedoria à
outra noite. Salmos 19:1,2”. Quem olha para o céu, de dia
ou de noite, vê o sol, a lua e as estrela, o firmamento e as
nuvens, todos declarando continuamente pela sua
existência que foi um Criador poderoso e sábio quem os fez
e os sustém na sua ordem.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


33

O tamanho da Terra e sua GRAVIDADE


correspondente sustem uma camada fina de NITROGÊNIO
e OXIGÊNIO que se estende, em sua maioria, até uns 80 km
acima da superfície da Terra.
Se a Terra fosse menor, a existência de um
ATMOSFERA seria impossível, como ocorre no planeta
MERCÚRIO; se fosse maior, sua atmosfera conteria
HIDROGÊNIOS LIVRES, como em Júpiter. A Terra é o único
planeta conhecido que é provido de uma atmosfera com a
mistura na medida exata de gases para sustentar vidas
humanas, animal e vegetal. Ela fica a uma distância ideal do
sol, a fim de evitar o calor escaldante e o frio extremo.
Sua inclinação de 23º é exata. Se a terra fosse um
pouco mais distante, nós todos congelaríamos, um pouco
mais perto e nós nos queimaríamos.
A Terra mantém uma distância perfeita do sol enquanto
vira em torno dele numa velocidade de aproximadamente
107.825 km/h. Também gira em torno do próprio eixo,
permitindo que toda superfície seja aquecida e refrescada
todos os dias.
A lua tem o tamanho perfeito e está a distância exata
da Terra por causa da força da GRAVIDADE. A lua cria
movimentos importantes nas marés para que as águas não
estagnem e ainda impede que os nossos oceanos massivos
não inundem os continentes.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


34

Outro fato digno de atenção é o POVO JUDEU,


milhares de pessoas conhecem a história dramática dos
JUDEUS, perseguições, privações, e vexações fizeram
parte do seu cotidiano. Entretanto, esses HERÓIS vêm
sobrevivendo ao longo dos séculos em ambientes
basicamente hostis, muitas vezes faca severa oposição.
Mas foi a este povo que Deus se revelou,
estabelecendo alianças, começando com o patriarca
Abraão, passando por Moisés, pelos profetas e
consumando-se com a vinda do Messias.
Por ora inicio este raciocínio com alguns pressupostos
pessoais, indagações íntimas de qualquer pensador
habilitado a razão natural, a seguir convido o seminarista a
imigrar em outros pressupostos que extraímos de
pensadores consideráveis para a autoridade deste
questionamento.

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35

PROVAS RACIONAIS
DA EXISTÊNCIA DE DEUS

Filósofos cristãos e alguns não cristãos, (Heráclito,


Tomás de Aquino e outros) na tentativa de analisar as
evidências, especialmente na natureza de modo
cuidadoso e logicamente precisos, a fim de convencer
as pessoas que não é racional rejeitar a ideia de que
Deus existe.

ARGUMENTO ONTOLÓGICO

Este argumento ensina que o homem tem a ideia de um


ser absolutamente perfeito; que a existência é uma atributo
de perfeição, e que portanto, um ser absolutamente perfeito
tem de existir.

ARGUMENTO COSMOLÓGICO

Casa coisa existente no mundo tem de ter uma causa


adequada, sendo assim, o universo também tem uma causa
adequada.

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36

ARGUMENTO TELEOLÓGICO

Em toda parte do mundo revela inteligência, ordem,


harmonia e propósito, e assim implica a existência de um ser
inteligente e com propósito, apropriado para a produção de
um mundo como este.

ARGUMENTO MORAL

Parte do senso humano de certo e errado, e da


necessidade da imposição da justiça, raciocina que deve
existir um Deus que seja a fonte do certo e do errado, e que
vai algum dia impor justiça a todas as pessoas.

ARGUMENTO HISTÓRICO OU ETNOLÓGICO

Em todos os povos e tribos há um sentimento religioso,


que se revela em cultos exteriores. Deus criou o homem
religioso.
A história da teologia crista é a história da reflexão
sobre a natureza de Deus e da revelação que Ele fez de si
mesmo, na pessoa de seu filho Jesus Cristo. Contudo, isso
não quer dizer que não existam pessoas que negam
completamente sua existência como revela a Bíblia.

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37

FORMAS DE NEGAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE DEUS

Dentre as mais variadas formas de negação da


existência de Deus, destacam-se as seguintes:

ATEÍSMO

O termo ateísmo vem do prefixo grego a, “não”, e


theos, “Deus”. O ateu não acredita na existência de
qualquer divindade. O ateu CRÊ que não existe Deus neste
mundo nem no além. Apregoa que o universo o Universo
surgiu por acaso ou sempre existiu, sustentado por leis
inerentes e impessoais. O ateísmo pode ser classificado e
duas classes:
A – O Ateísmo teórico ou filosófico, mas intelectual,
nega a existência de Deus fundamentando-se em um
processo de raciocínio.
B – O ateísmo prático não reconhece a existência de
Deus, vivem como se Deus não existisse.

AGNOSTICISMO

A palavra agnóstico provém de duas palavras gregas


(a, não) + gnostikós, “que conhece”), ou seja, “não
conhecimento”.
O agnóstico não nega a existência de Deus, mas sim a
possibilidade de conhecimento de Deus, ensina que não
sabemos e nem podemos saber se Deus existe ou não.
Só acreditam no que podem ver e tocar.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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MATERIALISMO

O materialismo não acredita na existência do espírito


ou de seres espirituais. Para seus adeptos, toda a realidade
é simplesmente matéria ou redutível a ela. Afirmam não
existir vida pós-morte, céu e o inferno, que são apenas
estados terrenos de prazer ou sofrimento, sucesso ou
fracasso.
Quando morremos, a alma também morre, o pecado é
apenas imperfeição humana.

PANTEÍSMO

Panteísmo (do grego pan, “tudo”, “todas as coisas”, e


theos, “Deus”) é a doutrina que afirma a identidade
substancial de Deus e do universo, os quais formariam uma
unidade e constituiria um todo indivisível.
Para o panteísta Deus não é TRANSCENDENTE ao
Universo e dele não se distingue nem se separa, pelo
contrário, é-lhe IMANENTE, todas as coisas estão de
alguma forma identificada com Deus. A conclusão lógica
seria O mundo é Deus e Deus é o mundo.

POLITEISMO

Deriva-se do termo grego poly, “muito”, e theos “deus”,


é cosmovisão na crença de muitos deuses e deusas.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


39

Nega a existência de uma divindade absoluta como


ensina a bíblia. É uma das crenças mais antigas que existe.
Segundo Norman Geisler “o politeísmo grego entrou
em declínio com a ascensão do TEÍSMO FILOSÓFICO de
Platão e Aristóteles. O politeísmo romano praticamente
morreu com a ascensão do cristianismo no ocidente”.

DEISMO

É a crença numa divindade que fez o mundo e tudo o


que nele há, mas deixou que sua criação fosse regida pelas
leias naturais, sem sua interferência.
É um TEISMO SEM MILAGRES, rejeitam a inspiração
divina das escrituras.

DUALISMO

É o sistema filosófico que admite a existência de dois


reinos, dois princípios co-eternos em conflito um com o
outro, como matéria e espírito ou bem e mal.
O platonismo é o exemplo do primeiro e o zoroastrismo,
o gnosticismo e o maniqueísmo são exemplos do segundo.
Grande parte das seitas orientais é dualista.
Creem na existência de duas forças cósmicas, duas
energias opostas que formam o universo e tudo o que nele
há.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


40

Essas duas energias recebem o nome de YIN e YANG.


A força positiva do bem, da luz e da masculinidade é o
YANG; a essência negativa do mal, da morte e da
feminilidade é o YIN.

A BUSCA PELA VERDADE?

Mediante a estes argumentos favoráveis e contrários a


existência deste Deus, devemos fazer uma pergunta que
está oculta e intrínseca nesta discussão teológica, filosófica
e científica: Qual é a Verdade?
A teologia em si é a resposta satisfatória aos
questionamentos mais especulativos da ciência e filosofia
humana.
A priori nesta prédica começo a destacar as frases de
algumas das mentes mais brilhantes da ciência.
Stephen Hawking

Sobre buracos negros:


"Einstein estava errado
quando disse que 'Deus
não joga dados'. A
existência dos buracos
negros sugere não apenas
que Deus brinca de dados,
mas também nos confunde ao jogá-los onde não podem ser

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


41

vistos"- no livro A Natureza do Espaço e do Tempo, publicado em


1996.
Sobre as razões para a existência do Universo: "Se
encontrarmos uma resposta para isso, será o maior triunfo da
razão humana, porque conheceríamos a mente de Deus"- no
livro Uma Breve História do Tempo, publicado em 1988.
Sobre Deus: "Não é necessário invocar Deus para iniciar uma
reação e fazer o Universo funcionar"- no livro O Grande Projeto,
publicado em 2010.
Albert Einstein

“A linguagem de Deus é a
matemática”
“A cada descoberta nova da
ciência é uma porta nova pela
qual encontro mais uma vez
Deus, o autor dela”
“Sem Deus o universo não é
explicável satisfatoriamente”
Embora estas citações não se refere especificamente
a Trindade no conceito teológico, faço menção destas
frases das mentes mais brilhantes que já existiu nos
últimos séculos, para corroborar nas argumentações que
atestam a verdade da existência de Deus.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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ESPAÇO DO SEMINARISTA:
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T
E
O
N
T
A DOUTRINA DO
O
DEUS PAI
L
O
G
I
A

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


44

DEFINIÇÃO E CONCEITO
A priori devemos distinguir em regra o conceito de
teologia e teontologia, veja a etimologia a seguir:
Teologia: Estudo sobre o Deus como essência,
divindade, este Deus como um todo na Trindade se revela
nas seguintes expressões; “Deus é Espírito” (Jo. 4,24) e
“Deus é Luz” (1 Jo. 1,5) enquanto que as expressão “Deus
é amor” (1 Jo. 4.7) é a expressão de sua personalidade, e
isto veremos a seguir.
Teontologia: A Trindade é constituída por três
personalidades, no antigo testamento ambos são: Ancião
de Dias, Verbo e Espírito.
No novo testamento a revelação é plena e visível, o Pai
se distingue explicitamente do Verbo que ganha um nome
Filipenses 2.9
"No princípio... Deus..." (Gênesis 1:1). Houve
tempo, se é que se lhe pode chamar "tempo", em que
Deus, na unidade de Sua natureza, habitava só
(embora subsistindo igualmente em três pessoas
N divinas). "No princípio... Deus...". Não existia o céu,
onde agora se manifesta particularmente a Sua glória.
O
Não existia a terra, que Lhe ocupasse a atenção, Não
T existiam os anjos, que Lhe entoassem louvores, nem o
universo, para ser sustentado pela palavra do Seu
A poder. Não havia nada, nem ninguém, senão Deus; e
isso, não durante um dia, um ano ou uma época, mas
"desde sempre". Durante uma eternidade passada,
Deus esteve só: completo, suficiente, satisfeito em Si
mesmo, de nada necessitando.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


45

O SER DEUS PAI


Deus é um 1espírito eterno e perfeito em quem todas as
coisas têm sua 2origem, 3sustentação e 4fim. (Jo 4:24;
Ne 9:6; Ap 1:8,17; Is 48:12)

1 – Sua eternidade é atemporal, não se submete ao espaço


tempo e tampouco aos limites da existência.
2- Deus é a fonte do surgimento da existência, toda as
estrutura da matéria visível, invisível e os reinos visíveis e
invisíveis tem por origem o Ser Eterno e Divino. (Veja o
quadro)

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


46

3 – O mesmo que é a fonte da existência é o mesmo que


sustenta todas as coisas, ainda que o homem cria seus
desvios morais, éticos e ideológicos, no fim tudo está
debaixo do sustento de sua misericórdia.
“Só tu és Senhor; tu fizeste o céu, o céu dos
A) Sustenta, céus, e todo o seu exército, a terra e tudo
interfere,
controla quanto nela há, os mares e tudo quanto
Aguardas
neles há, e tu os com vida a
todos; e o exército dos céus te adora”.
Neemias 9:6
4 – Ainda que toda a razão, ciência e especulação humana,
possa questionar a verdade sobre a existência de Deus, em
todas as formas tudo se concluí nEle, ele é a origem
(princípio) e o fim de todas as coisas.
Em todas as dispensações o Ser Deus no Novo
Testamento desempenha um papel, e se revela de forma
específica.
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CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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VERDADES SOBRE DEUS PAI

Deus na sua imanência e transcendência é Eterno e


jamais podemos entende-lo na sua totalidade, pois a sua
essência o revela como o Ser único e todas as coisas que
emanam dEle são eternas, logo de forma pessoal
compreendo que essas verdade que destaco a seguir, não
são as únicas sobre Deus, pessoalmente penso que como
um Ser Eterno, suas revelações nunca serão conhecidas na
totalidade, mas sempre nós iremos conhece-lo cada vez
mais na superfície do seus mistérios. Resumidamente
destaco algumas verdades acerca do Deus Pai
1ª Deus Pai é invisível | (Colossenses 1:15) O qual é
imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação.
2ª Deus Pai é Altíssimo| (Salmos 92:8) Mas tu,
Senhor, és o Altíssimo para sempre.
3ª Deus Pai é Morada | Salmos
EXEGESE 91:1 Aquele que habita no esconderijo
1 – O Senhor aqui é o
mistério do Altíssimo do Altíssimo, à sombra do Onipotente
(Verbo)
2 – O Altíssimo na sua descansará. Salmos 91:9 Porque tu, ó
transcendência é a 1Senhor,
própria morada.
és o meu refúgio. No
2Altíssimo fizeste a tua habitação.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


48

4ª Deus Pai é o próprio Templo | Apocalipse 21:22 E nela


não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus
3Todo-Poderoso, e o Cordeiro.
5ª Deus Pai é Todo-Poderoso | 2 Coríntios 6:18 E eu serei
para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o
Senhor 3Todo-Poderoso. EXEGESE
3 - adjetivo
Poder de seres invisíveis (Anjos e Demônios) substantivo
Poder dos reinos invisíveis (Céus e Inferno) masculino que ou
aquele que tudo
Poder dos reinos visíveis (Cosmos, biosfera, fauna, flora)
pode; que ou aquele
Poder sobre os poderes humanos (Impérios, estados, ciência)
que é onipotente.

6ª Ele habita na luz inacessível | 1 Timóteo 6:16 Aquele


1
que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz
inacessível; a quem
nenhum dos homens viu
nem pode ver, ao qual
seja honra e poder
sempiterno. Amém.
(1) Aplicação: A localização
da luz inacessível era
suposto no Antigo
Testamento como em Sl
15:1; 68:16, e o monte Sinai
era o tipo do seu Santo Monte na Eternidade, por fim a revelação é
esclarecida com João em Ap. 21:10 “E levou-me em espírito a um
grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa
Jerusalém, que de Deus descia do céu.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


49

A REVELAÇÃO DE DEUS

Aprendemos na grade teológica que a revelação se


Deus se dá de forma Geral e Especial; (Não há
necessidade de repetir esta didática) no entanto é preciso
fazer a seguinte pergunta, é possível conhece-lo?
• Primeira resposta
João 1:18 | Deus nunca foi visto por alguém. O Filho
unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou.
Romanos 1:18-21 | Porque do céu se manifesta a ira de
Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que
detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se
pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho
manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a
criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua
divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas
que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram
como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos
se desvaneceram, e o seu coração insensato se
obscureceu.
1 Coríntios 1:21-23 | Visto como na sabedoria de Deus o
mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria,
aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da
pregação. Porque os judeus pedem sinal, e os gregos

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


50

buscam sabedoria; Mas nós pregamos a Cristo


crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura
para os gregos.

S APLICAÇÃO PESSOAL | na revelação geral, Deus


O se manifesta de diversa formas, e na sua obra
T
redentora o texto nos mostra 3 metodologias que
E
R Ele pode/poderia usar para salvar os crentes:
I
1 – Sinais: Experiências que revelam sua deidade
O
L e poder
O 2 - Sabedoria: A mente de Deus revelada
G
I 3 - Pregação do Evangelho: Anúncio que chama
A a todos para Salvação em Cristo

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CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


51

OS NOMES DE DEUS

O estudo dos NOMES DE DEUS irá nos ajudar a


conhecê-lo melhor e significativamente compreendermos a
manifestação mais expressiva de sua personalidade.

NOMES GENÉRICOS DE DEUS

Não são nomes exclusivos da divindade, podem ser


usados tanto para se referir ao verdadeiro Deus quanto para
um falsa divindade, os nomes genéricos encontrados nas
escrituras são:

ELOHIM (plural ‫ )אלוקים‬e ELOAH (singular ‫ – )אלוה‬DEUS

É o primeiro nome de Deus que aparece nas escrituras,


em Genesis, está escrito “no princípio criou Deus (ELOHIM)
os céus e a terra”. A palavra ELOHIM emprega-se sempre
que sejam descritos os atos criativos e a onipotência de
DEUS. No singular ELOAH aparece 55 vezes no AT e no
plural 2.498. Este substantivo vem do verbo hebraico ALÁ e
significa “ser adorado, ser excelente, temido e
reverenciado”.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


52

O nome ELOHIM, pode ser usando tanto para


divindades FALSAS como o DEUS VERDADEIRO,
masculinas ou femininas. ELOHIM para 2.555 vezes no AT
hebraico, e somente em 245 não se refere ao DEUS
VERDADEIRO. Aparece relacionando-se com divindades
pagãs individuas apenas 22 vezes.

DIVINDADE APARIÇÕES REFERENCIA


Baal 4 vezes JZ 6.31, 1 Reis
18.24,25,27
Baal Berit 1 vez JZ 8.33
Quemos 2 vezes JZ 11.24, 1 Reis
11.33
Milcom 1 vez 1 Reis 11.33
Dagom 5 vezes JZ 16.23, 1 Samuel
5.7
Astarote 2 vezes 1 Reis 11.5,33
Baal Zebube 4 vezes 2 Reis 1.2-3,6,16
Adrameleque 1 vez 2 Reis 17.31
Nisroque 2 vezes 2 Reis 19.37, Isaias
37.38

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


53

El (‫)א ל‬
ֵ֔ ֵ֔ – Deus

É nome mais conhecido entre os povos semitas para


se referias a divindade. Encontra-se no singular e ocorre
cerca de 250 vezes na Bíblia, parece significar aquele que
vai adianta ou começa as coisas.
El é o nome mais usado na Bíblia para se referir a
divindades pagãs, mas aparece com relação ao Deus de
Israel e também com seus atributos.
• El Berit – Deus que faz aliança ou pacto (GN 31.13; 35.1-3)
• El Olan – Deus Eterno (GN 21.33, Isaias 40.28)
• El Sale’i – Deus é minha rocha, o meu refúgio (Salmos 42.9-
10)
• El Ro’i – Deus da Vista (GN 16.13)
• El Nosse – Deus de Compaixão (Salmos 99.8)
• El Qana – Deus Zeloso (Êxodo 20.5; 34.140)
• El Ne’eman – Deus de graça e misericórdia (Dt 7.9)

El-Elyon (‫ע ְלי ן‬


ְ ְֶ֝ ‫ – ) ֵ֔א ל‬Deus altíssimo

Deriva do verbo hebraico Aláh, que significa “subir, mas


elevado, superior, no ponto mais alto”.

El Olam ( ̀ ‫ – ) עלם ֵ֔ ֵ֔א ל‬O Deus Eterno

O termo significa o Deus da Eternidade, Deus para


sempre. GN 21.33

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


54

NOMES ESPECÍFICOS DE DEUS NA BIBLIA

São nomes que só aparecem aplicados ao Deus


Verdadeiro.

Shadday (‫ – )שדי‬Todo Poderoso

Como título divino aparece 48 vezes no antigo


testamento.

Adonai – Senhor
Com a chegada a lei o tetragrama ‫ יהוה‬era de tal
maneira reverenciado que os judeus deixaram de pronunciá-
lo. Todas as vezes que nas escrituras aparece o nome
impronunciável eles poderiam usar ADONAY para serviços
religiosos e HASHEM nas conversar informais.
YHWH – traduzido por Senhor
O Tetragrama é nome divino que aparece com mais
frequência no AT, 5.231 vezes, escrito por quatro
consoantes, yod, He, vav, He (alfabeto hebraico não
possui vogal).

NOMES COMPOSTOS DE DEUS


YHWH Elohim ( ‫ ) אלוקיםיהוה‬Genesis 2.4
YHWH Jireh – (‫ – )יהוה ירה‬O Senhor proverá Genesis 22.14
YHWH Rafá – (‫)יהוה רפה‬O Senhor que te sara. Exodo 15.26
YHWH Nissi – (‫ – )יהוה נסי‬O senhor é minha bandeira.
Exodo 17.15
YHWH Shalom – (‫ – )יהוה שלום‬o Senhor é a paz. Juizes 6.24

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55

YHWH Raah – ( ‫ – ) רעהיהוה‬o Senhor é o meu pastor.


Salmos 23.1
YHWH Tsidikenu (‫ – )יהוה צדקנו‬O senhor justiça nossa.
Jeremias 23.6
YHWH Sabaoth –( ‫ – ) צבאהיהוה‬O senhor dos exércitos.
Salmos 24.10
YHWH Shammah (‫ – )יהוה שמה‬O senhor está ali. Ezequiel
48.35

NOMES DE DEUS NO NOVO TESTAMENTO

Entre os gregos existiam vários deuses. O filósofo


Aristóteles, para demonstrar a fragilidade da religião grega,
afirmava: “o homem fez os deuses à sua semelhança e lhes
deu seus costumes”. Os nomes gregos equivalentes para El,

Elohim, Elyon e YHWH são:


Θεόν - (Theos) – Deus. João 1.1
Dos nomes aplicados para Deus, Theos é o mais
comum.
Κύριος - (Kurios) – Senhor. Filipenses 2.11
A septuaginta traduziu Adonai e o Tetragrama YHWH
pela palavra grega Kurios. Apocalipse 11.15
Πατήρ - (Pater) – Pai
Dentre as três grandes religiões monoteístas somente
o cristianismo mantém um relacionamento de Pai para filho
com seu Deus. O islamismo rejeita a ideia de Deus ser pai,
o Judaísmo afirma que Deus jamais teve um filho.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


56

Antes de concluirmos a teontologia, é importante


destacar; que toda revelação de Deus Pai, está na pessoa
de Cristo (veremos a seguir), e ele possui todos os atributos
da divindade como Cristo e o Espirito Santo, dele emana
todo o amor inexplicável que não pode ser desenhado por
inspiração humana, nem tampouco ele pode ser incluído em
nosso raciocínio lógico, por mais sofisticado e cientifico
formos. Um Deus que não precisa raciocinar, porque Ele não
precisa pensar (pois conhece todas as coisas antes mesmo
de acontecer), ele não calcula pois todas as medidas e
resultados está dentro da existência que está debaixo de sua
soberania, meu questionamento inicia a partir deste
raciocínio, fazendo uma pergunta; “Como posso me
relacionar com um Deus que sua grandeza é transcendente
aos fundamentos da existência?”
Então a partir deste pensamento eu concluo que o seu
amor é tão extraordinário que Ele decidiu nos mostrar a sua
imagem, sua face, sua glória, suas emoções, e Ele se revela
na Pessoa gloriosa de Cristo Jesus. Amém!

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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COMENTÁRIO DO SEMINARISTA
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C
R
I
S
T
O
L
O
G
A DOUTRINA DO DEUS
I
FILHO; O CRISTO
A
CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD
59

PREFÁCIO DO VERBO

‘’No princípio era o


Verbo, e o Verbo estava
com Deus, e o Verbo era
Deus Ele estava no
princípio com Deus.
Todas as coisas foram
feitas por intermédio
dele, e sem ele nada do
que foi feito se fez. Nele
estava a vida, e a vida
era a luz dos homens; a
luz resplandece nas
trevas, e as trevas não
prevaleceram contra
ela.’’ (Jo 1.1-5)

A Palavra de Deus é a base do Cristianismo.


Essa Palavra é Jesus Cristo, Ele é o Logos de Deus.
O Verbo que se fez carne e habitou entre nós.
Do Livro de Gênesis ao Livro de Apocalipse, a Bíblia
Sagrada se refere e apresenta a Jesus Cristo.
Por exemplo, no caminho de Emaús, conversando
com os Seus dois discípulos, que estavam saindo de

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


60

Jerusalém, e foi dito para que eles permanecessem em


Jerusalém. Jesus Cristo apareceu para eles e começou
falando sobre Moisés e percorreu todos os profetas,
explicando aos Seus dois discípulos o que Dele se
achava dito em toda a Escritura. Assim no Cristianismo,
tudo se torna possível na Pessoa de Jesus Cristo, é tudo
por Ele e por meio Dele, através Dele e para Ele.
Ele esta assentado nas regiões celestiais, e nós
estamos também assentados com Ele nestas regiões.
Nessas regiões celestiais estão todas as nossas
vitórias, já contidas Nele.
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O LOGOS E O RHEMA

No grego estes dois vocábulos possuem o mesmo


significado que é “PALAVRA”; porém estes dois termos
possuem significados etimológicos
diferentes que a nossa língua “Jesus
portuguesa o nosso idioma português respondeu e
disse-lhe; Se
não reflete.
alguém me ama,
O “LOGOS” é a Palavra de Deus guardará a
Dita e Escrita. minha palavra
(LOGOS)”; Jo
É o conhecimento natural do que
14.23
as Escrituras Sagradas apresenta,
“Procura
pois em sua totalidade é a Palavra apresentar-te a
“LOGOS” de Deus. Deus aprovado,
como obreiro
É o que Deus já falou; é uma que não tem de
revelação completa da vontade de que se
envergonhar,
Deus para o homem dita e escrita.
que maneja
O “LOGOS” é a totalidade da bem a palavra
Palavra de uma forma geral; por isso (LOGOS) da
verdade”; (2 Tm
as Escrituras Sagradas “BÍBLIA” não 2.15)
é o “RHEMA” de Deus e sim o
“LOGOS”.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


62

Quem não tem o “LOGOS”, não tem como


receber o “RHEMA”
RHEMA é quando Deus traz a Palavra dita (com
base na escrita) em ação em atividade através de nós e
também através de nossas vidas por meio do Espírito
Santo.
O “RHEMA” não anula o “LOGOS”, pois o “LOGOS”
é a base para que se receba o “RHEMA”

“Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-


se em mim segundo a tua palavra (RHEMA). E o anjo
ausentou-se dela”; (Lc 1.38).
“Tomai também o capacete da salvação e a espada
do Espírito, que é a palavra (RHEMA) de Deus”; (Ef 6.17).
“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela
palavra (RHEMA) de Deus”; (Rm 10.17).

O Verbo segundo João

Na apologética do Evangelho de João, o termo é a


primeira definição que aparece no capítulo 1.
Esequias Soares em sua obra de Cristologia
publicada pela editora Hagnos, trata esse assunto com
diligência no 1º capítulo desta mesma edição.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


63

O teólogo Soares dedica dezenas de páginas para


tratar de maneira acadêmica o conceito e
desenvolvimento do pensamento de logos no seio do
cristianismo.
“Ele emprega esse vocábulo apenas
no prólogo, duas vezes (Jo I.I, 14), e
não no resto do evangelho, pois relata
a história do Jesus Homem, o Verbo
feito Carne. O apóstolo emprega,
ainda, o referido termo em sua
primeira epístola (1 Jo I. l) e em
Apocalipse 19.13. Trata-se de uma
palavra que exige explicação para
tornar-se compreensível ao povo na
atualidade, entretanto, era conhecida
aos leitores da época.
SOARES; Esequias. Pág. 19.
Cristolologia; Editora Hagnos.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


64

PRÓLOGO

O nome JESUS provém do hebraico "Yeshua" (Jeová


salva). A palavra CRISTO provém do hebraico "Massiah"
(Ungido). Jesus Cristo é o Filho de Deus, a Segunda
Pessoa da Trindade, o Deus Filho, o Verbo que se fez carne
e habitou entre nós.
Três dias após a Sua morte na cruz, ressuscitou e
retornou ao Pai. Jesus é Deus e, como tal, possui os
mesmos atributos de eternidade, onisciência, onipotência,
onipresença e imutabilidade. Ele próprio se definiu
afirmando: "EU E O PAI SOMOS UM". Jesus participou da
Criação. (Gênesis 1.16; João 1.3; 21.17; Efésios 1.20-23;
Apocalipse 1.8; Isaias 54.5; 9.6).
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INTRODUÇÃO

A pergunta de Jesus aos seus discípulos: “E vós, quem


dizeis que eu sou?” (Mt 16:15); muito embora seja uma
pergunta simples é muito profunda e de grande importância
para fé cristã.
Pedro respondeu ao Senhor: “Tu és o Cristo, o Filho do
Deus vivo” (Mt 16.16). De acordo com Jesus, nenhuma outra
resposta seria satisfatória, porque a esta redeu seu elogio:
“Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne
e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus”
(Mt 16.17).
Esta resposta de Pedro a pergunta de Jesus continua
ser de estrema importância a nós hoje; e digo por que: ainda
“não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo
qual importa que sejamos salvos” (Atos 4:12).
Jesus Cristo ainda é “o caminho, a verdade e a vida, [e]
ninguém vem ao Pai, exceto através [dele] (Jo 14:6). O
próprio Jesus declarou que o destino eterno de todos os
homens depende da crença deles nele: “se não crerdes que
EU SOU [o nome pactual para Deus, Jeová], morrereis nos
vossos pecados” (Jo 8:24).

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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Em se tratando da importância do estudo da doutrina


de Cristo (“Cristologia”) dificilmente pode ser super-
enfatizada.
O estudo a pessoa e da obra de Cristo é fundamental
por causa da relação vital que Ele tem com o cristianismo.
Uma relação que nenhum outro fundador de religião
tem com suas respectivas religiões. Pode-se existir budismo
sem Buda; islamismo sem Maomé; mormonismo sem
Joseph Smith; kardecismo sem Kardec, mais não pode
haver cristianismo sem Jesus Cristo! Poder-nos-ia até dizer:
Cristo é a nossa Religião! (Cl 1.27b).
Sendo assim, a Cristologia é uma das disciplinas
fundamentais da Teologia Sistemática.
Os teólogos normalmente subdividem o estudo da
Cristologia em duas partes: a Pessoa de Cristo (ontologia:
quem ele é) e a obra de Cristo (função: o que ele faz). Nesta
sistemática em particular iremos apresentar o terceiro
estudo que é a tipologia de Cristo.
Essas duas primeiras nunca devem ser separadas,
mas devem ser distinguidas. E começaremos estudando a
Pessoa de Cristo; obra de Cristo e posteriormente a
tipologia de Cristo.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


67

A PESSOA DE CRISTO

RELAÇÃO ENTRE ANTROPOLOGIA E CRISTOLOGIA

Há uma relação muito estreita entre a doutrina


Antropologia e a de Cristologia. A primeira trata do homem,
criado à imagem de Deus e dotado de verdadeiro
conhecimento, justiça e santidade, mas que, pela voluntária
transgressão da lei de Deus, despojou-se da sua verdadeira
humanidade e se transformou em pecador.
Ela mostra o homem como uma criatura de Deus
altamente privilegiada, trazendo ainda alguns traços da sua
glória original, mas, todavia, uma criatura que perdeu os
seus direitos de nascimento, sua verdadeira liberdade e
justiça originais.
Significa que a doutrina dirige a atenção não apenas,
nem primeiramente, à condição do homem como criatura,
mas, sim, à sua pecaminosidade.
Salienta a distância ética que há entre Deus e o
homem, distância resultante da queda do homem e que,
nem o homem nem os anjos podem cobrir, e, como tal, é
virtualmente um grito pelo socorro divino.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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A cristologia é em parte a resposta a esse grito. Ela nos


põe a par da obra objetiva de Deus em Cristo construindo
uma ‘’ponte’’ sobre o abismo e eliminando a distância.
A Cristologia nos mostra Deus vindo ao homem para
afastar as barreiras entre Deus e o homem pela satisfação
das condições da lei em Cristo, e para restabelecer o homem
em Sua bendita comunhão.
Notamos assim o grande diferencial do Cristianismo as
demais religiões.
Todas as demais religiões têm no seu escopo o fato de
o homem estar empenhado na tentativa de buscar a Deus;
o cristianismo ao contrário é a atitude do amor de Deus em
buscar o homem perdido. (Jo 3.16)
É, portanto, a doutrina de Cristo como Mediador da
aliança.
O Cristo, tipificado e prenunciado no Velho Testamento
como o Redentor do homem, veio na plenitude do tempo,
nascido de mulher, para tabernacular entre os homens e
levar a efeito uma reconciliação eterna. (Gl 4.4; Jo 1.14; 2
Co 5.18,19).

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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RESUMO HISTÓRICO DA DOUTRINA DE CRISTO

Com a morte dos apóstolos não demorou, para que a


Igreja se sentisse ameaçada pelas várias doutrinas que
surgiam a respeito de Jesus Cristo. A doutrina que mais foi
atacada ou que mais trouxe confusão se refere ao que
chamamos na teologia de união hipostática.
União hipostática, também conhecida como união
mística ou dupla natureza de Cristo; é a doutrina clássica da
Cristologia que afirma ter Jesus Cristo duas naturezas,
sendo homem e Deus ao mesmo tempo.
(Hipostasis = subsistência).
Até o Concílio de Calcedônia surgiram algumas
doutrinas que sacrificavam a divindade em detrimento da
humanidade, como os:
Ebionitas: Surgiram no início do segundo século.
O nome Ebionitas é derivado de uma palavra hebraica
que significa pobres, indigentes. Eram judeus crentes que
não conseguiam deixar as cerimônias do Judaísmo. Eram
um tipo de sucessores dos judaizantes do tempo de Paulo.
Na busca de defender o monoteísmo negavam a divindade
de Cristo.
Eles o consideravam como um simples homem, filho de
José e Maria, qualificado em seu batismo para ser o
Messias, pela descida do Espírito Santo sobre Ele. Quando

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


70

recebeu o Espírito Santo conscientizou-se de que era o


messias. Afirmavam que era necessário obedecer a todos
os mandamentos da Lei de Moisés, inclusive a circuncisão.
Obs. Esta é do Unitarianismo, e de alguns liberais e
teólogos da libertação de hoje.
Alogianos: Rejeitavam os escritos de João por que
entendiam que sua doutrina do logo estava em conflito, com
o restante do Novo Testamento. Acreditavam que o
Evangelho de João e o Apocalipse tivessem sido escrito por
Cerinto, fundador da escola gnóstica. Também viam em
Jesus apenas um homem, nascido miraculosamente de uma
virgem e que no batismo recebera o espírito do Cristo,
recebendo poder sobrenaturais. Surgiram por volta do ano
200 d.C.
Monarquismo: Enfatizavam a unidade absoluta de
Deus, que conflitava com a doutrina da trindade, que vê
Deus em uma unidade composta pelo Pai, Filho e Espírito
Santo. Dividia-se em Monarquismo Dinâmico e Modalista.
Monarquistas Dinâmicos acreditavam de maneira
muito semelhante aos alogianos, Jesus se tornou o Cristo
após o batismo, ao se tornar habitação do Cristo.
Paulo de Samosata era seu principal representante.
Para eles Jesus nascera de José e Maria. Deste movimento
surge o adocionismo.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


71

Adocionismo - Jesus teria sido adotado por Deus.


Somente se tornou Deus após a ressurreição.
Modalista surgiuno terceiro século, conhecido como
"sabelianismo" (Sabélio) concebia as três pessoas da
trindade como os três modos pelos quais Deus se
manifestava aos homens.
Por outro lado, havia aqueles que sacrificavam a
humanidade em detrimento da divindade, como os:
Gnoticismo: Originou-se provavelmente na Ásia
Menor entre os anos de 135-200 d.C.
Estes foram profundamente influenciados pela
concepção dualista dos gregos, em que a matéria, entendida
como inerentemente má, é descrita como completamente
oposta ao espírito. Rejeitavam a ideia de uma encarnação,
de uma manifestação de Deus em forma visível, visto que
isto envolveria um contato direto do espírito com a matéria
que para eles era má. Havia porem três tipos de gnósticos.
Primeiro: negavam a realidade do corpo humano de
Jesus. Eram chamados de Docetas (de dokeo, ‘’parecer’’).
Segundo: os que afirmavam que Jesus tinha um corpo
real, mas este corpo embora real, não era material.
E em terceiro lugar, os que afirmavam que Jesus e
Cristo eram duas pessoas distintas. Jesus era um homem
comum filho de José e Maria e Cristo era um espírito que
desceu sobre o homem Jesus por ocasião de Seu batismo;

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


72

e na hora da crucificação, o Cristo deixou o homem Jesus a


sofrer sozinho.
Escola dos Alexandrinos: Defenderam a divindade
de Cristo, e na busca de se colocarem em oposição aos
gnósticos, criaram a concepção de Cristo como subordinado
ao Pai. Interpretavam a Bíblia através do método alegórico.
Seus principais representantes foram Clemente e seu
discípulo
Orígenes. Foi ele que criou a ideia da subordinação
quanto à essência. Tertuliano também defendeu a ideia de
Cristo estar subordinado ao Pai, neste sentido ser um pouco
menor que Deus.
Arianismo: Partindo do princípio de Orígenes fez
distinção entre Cristo e o Logos como a razão divina. Cristo
é apresentado como uma criatura pré-temporal, super-
humana, a primeira das criaturas, não Deus, e todavia, mais
que um homem.
Em outras palavras: Jesus é Deus, mas não igual ao
Pai. Ário (256-336), Presbítero de Alexandria, ensinava que
Cristo era apenas uma criatura, não o Deus eterno. Eles
usavam a linguagem ortodoxa, mesmo que não
acreditassem na divindade de Cristo. “Houve um tempo
quando Cristo não era”; esta era a afirmação deles.
Atanásio Contestou a Ário e defendeu vigorosamente
a posição de que o Filho é consubstancial com o Pai e da

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


73

mesma essência do Pai, posição que foi oficialmente


adotada pelo Concílio de Nicéia, em 325.
Obs. As Testemunhas de Jeová, Mórmons, são os
modernos arianos.
Nestorianismo: Nestor era bispo de Constantinopla.
Acentuavam a completa humanidade de Cristo e entendiam
que a habitação do Logos nele era apenas uma habitação
moral. Ele compreendia Cristo lado a lado com Deus, mas
não unido a Ele numa unidade de vida pessoal única.
As duas naturezas estavam separadas uma da outra.
Jesus agia uma ora com a natureza humana e ora com a
natureza divina. Cirilo de Alexandria foi o principal oponente
de Nestor, e obteve a condenação de Nestor no Sínodo de
Éfeso, em 431, d.C.
Eutiquianismo: Era os seguidores de Êutico. Levaram
ao extremo oposto a opinião dos Nestorianos. Acreditava
que a natureza humana de Cristo foi absorvida pela divina,
ou que as duas se fundiram resultando numa só natureza
(uma terceira natureza), posição que para muitos era a
negação das duas naturezas de Cristo.
O Concílio de Calcedônia, em 451, condenou esses
conceitos e manteve a crença na unidade da pessoa, como
também na dualidade das naturezas.
O Concilio de Calcedônia, em 451 foi um marco
importante para a doutrina ortodoxa.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


74

A conclusão do Concílio de Calcedônia foi de que Jesus


teve uma natureza humana completa e uma natureza divina
também completa, duas naturezas em uma só pessoa.
Portanto, na pessoa de Jesus as duas naturezas estão
unidas, sem confusão, sem mudanças, sem divisão, sem
separação, conservando cada qual a sua própria
especificidade.
A posição do Concílio de Calcedônia foi preparada pela
carta que Leão, bispo de Roma, enviou a Flaviano, bispo de
Constantinopla. Esta é conhecida como Tomo, ou Epístola
Dogmática.
Cinco pontos são mencionados nela:
• Existem duas naturezas em Cristo, que são
permanentemente distintas.
• Essas duas naturezas são unidas em uma Pessoa, cada
uma das quais realizou sua própria função apropriada na
vida encarnada.
• Da unidade da Pessoa segue-se a comunicação de
atributos.
• A obra de redenção requeria um Mediador ao mesmo tempo
humano e divino, temporal e não temporário, moral e imortal.
A encarnação foi um ato de condescendência da parte de
Deus, porém, no Logos não deixou de ser vero Deus.
A forma servi não depreciava a forma dei.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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• A varonilidade de Cristo é permanente, e sua negação


implica na negação docética (gr. Dokein, de parecer) da
realidade dos sofrimentos de Cristo.
O bispo Leão queria que o concílio fosse realizado na
Itália, mas aceitou em Calcedônia, na Ásia Menor, por estar
mais perto da capital do império. Ela durou de 22 a 25 de
outubro de 451.
A Idade Média acrescentou muito pouca coisa à
doutrina da pessoa de Cristo. Até o século XIX não houve
grandes mudanças na doutrina da pessoa de Cristo.
A Reforma não contribuiu muito com relação a essa
doutrina.
No século XIX deu-se grande mudança no estudo da
pessoa de Cristo. Até àquele tempo, o ponto de partida fora
predominantemente teológico, e a Cristologia resultante era
teocêntrica, mas durante a última parte do século dezoito
houve crescente convicção de que se alcançariam melhores
resultados partindo de algo mais próximo, a saber do estudo
do Jesus histórico.
Assim foi introduzido o “segundo período Cristológico”,
assim chamado. O novo ponto de vista era antropológico, e
o resultado foi antropocêntrico. Isto evidenciou-se destrutivo
para a fé cristã.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


76

O Cristo sobrenatural deu lugar a um Jesus humano; e


a doutrina das duas naturezas deu lugar para a doutrina de
um homem divino.
Scheleiermacher, esteve à frente do novo
desenvolvimento. Ele considerava Cristo como uma nova
criação, na qual a natureza humana é elevada ao nível da
perfeição ideal. Acreditava que Cristo atingiu essa perfeição
por que estava unido a natureza divina.
O conceito Hegel, a respeito de Cristo é parte
integrante do seu sistema panteísta de pensamento.
O verbo se fez carne significa para ele que Deus se
encarnou na humanidade, de modo que a encarnação
expressa realmente a unidade de Deus e o homem.
“A doutrina das duas naturezas de Cristo desapareceu
da teologia moderna e em seu lugar temos uma identificação
panteísta de Deus e o homem.
Essencialmente, todos os homens são divinos, desde
que todos têm em si um elemento divino; e todos são filhos
de Deus, diferindo de Cristo somente em grau.
O ensino moderno acerca de Cristo está baseado na
doutrina da continuidade de Deus e o homem.
E é exatamente contra essa doutrina que Barth e os
que pensam como ele ergueram sua voz.
Nalguns círculos atuais há sinais de um retorno à
doutrina das duas naturezas” (Louis Berkhof – pág. 155).

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A REVELAÇÃO DO VERBO DE DEUS


EM TRÊS DISPENSAÇÕES

É importante ressaltar que aqui eu não


desconsidero o “método dispensacionalistas” de
enxergar os períodos e eras da humanidade, apenas
faço uso da expressão paulina “dispensação” sob a sua
própria teologia, segundo Paulo, Cristo se revela nas três
dispensações bíblicas:

(1) A DISPENSAÇÃO DO MISTÉRIO

Ef 3:9;10 | “E demonstrar a todos qual seja a


dispensação do mistério, que desde os séculos,
esteve oculto em Deus, que tudo criou; para que,
agora, pela Igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja
conhecida dos principados e potestades no céu”
Cl 1.26,27 | “O mistério que esteve oculto desde
todos os séculos e em todas as gerações e que,
agora, foi manifesto aos seus santos; aos quais Deus
quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste
NOTA: Deus escondeu este mistério na eternidade e
o revelou somente para a sua Igreja.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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mistério entre os gentios, que é Cristo em vós,


esperança da glória”
A dispensação do mistério é dividida em duas fases:

1ª Fase: O mistério oculto

2ª Fase: O mistério revelado

Nesse período o governo da 2existência estava no


controle do Pai (Ancião de Dias)

(2) A DISPENSAÇÃO DA GRAÇA


Ef 3:2 | “Se é que tendes ouvido a dispensação da
graça de Deus, que para convosco me foi dada”
É o período da Igreja, desde o seu estabelecimento
até o dia do arrebatamento, o Espírito Santo atua
abundantemente nesta dispensação por meio da Igreja,
esta que é a extensão de Cristo na terra e é conferida a
ela três autoridades (Rm 8.17)
A – Realeza (porque somos filhos de Deus Pai)
B – Sacerdotismo (porque somo coerdeiros de Cristo)
C – Profetismo (porque o Espírito Santo opera por meio
da Igreja de Cristo)

2 Aqui estou fazendo referência acerca de toda a criação, sejam visíveis ou invisíveis.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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Na dispensação da Graça, Cristo é a água dos


sedentos, a sombra dos cansados e o pão dos famintos.
Is 32.2 “E será aquele varão como um
esconderijo contra o vento, e como um
refúgio contra a tempestade, e como
ribeiros de águas em lugares secos, e
como a sombra de uma grande rocha
em terra sedenta”

(3) A DISPENSAÇÃO DA PLENITUDE DOS TEMPOS


Ef 1:10 | De tornar a congregar em Cristo todas as
coisas, na dispensação da plenitude dos tempos,
tanto as que estão nos céus como as que estão na terra
Nesta dispensação o Verbo de Deus se revela em
sua terceira fase.
O Verbo se revelou como Sacerdote e como
Profeta, mas na dispensação da plenitude dos tempos
Ele irá ser reconhecido como Rei (literal)
Nas três dispensações bíblica a Trindade se revela
na pessoa do Verbo de Deus, e em cada uma delas o
Ancião de Dias, o Verbo e o Espírito atua de forma
específica, e ambos materializa o seu papel na pessoa
do Verbo; pois Ele é atemporal a todas eras.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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A ENCARNAÇÃO DE CRISTO

Embora a palavra não ocorra de maneira explicita na


Bíblia, a igreja tem empregado o termo encarnação para
referir-se ao fato de que Jesus era Deus em carne
humana. A encarnação foi o ato pelo qual Deus filho
assumiu a natureza humana.
Mas o equivalente grego do latim "in carne" (τη σαρκι,
en sarki, "na carne") se encontra em algumas declarações
importantes no Novo Testamento a respeito da pessoa e
obra de Jesus Cristo.
Em 1 Timóteo 3.16 fala sobre "Aquele que foi manifesto
na carne". João atribui ao espírito do anticristo qualquer
negação que Jesus Cristo "veio em carne" (1 João 4.2).
Paulo diz que Cristo realizou sua obra de reconciliação "no
corpo da sua carne" isso quer dizer que Cristo pela sua
morte nos reconciliou com DEUS (Colossenses 1.22;
Efésios 2.15), e, que ao enviar Seu Filho "em semelhança
de carne pecaminosa" Deus "condenou ... na carne, o
pecado" (Romanos 9.3). Todos esses textos mostram de
diversas maneiras que Cristo garante a salvação porque
veio em "carne" e morreu "na carne".

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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No grego “sarx” que significa “carne” faz distinção com


ossos, tendões, pele, etc., em outras palavras, ela não é
meramente o corpo, mas o homem todo como pessoa.
No grego “soma” consiste em ossos, sangue, tendões,
carne e pele, representando o corpo físico ou material.
Nesse sentido teológico, "carne" não é de maneira
nenhuma alguma coisa que o homem possui, mas é antes
uma coisa que o homem é sinalizado pela fraqueza e
fragilidade próprias da criatura e nesse particular aparece
em contraste com "espírito". Estar em carne (Jo 1.14) – em
corpo humano. Estas palavras o apóstolo João ataca duas
posições claras do gnosticismo. É um repudio a ideia do
logos jamais se encarnar. Repudia a ideia de que o grande
mal do homem está no corpo (carne matéria – soma).
A pessoa de Cristo encarnado incluía: Divindade
plenamente mantida (100% Deus). Perfeita humanidade
(100% homem).
O Verbo é a Glória de Deus Pai, e Ele se manifestou
em três formas:
1ª Kavod: É a manifestação da Glória em forma de; nuvem,
fogo, rocha...
2ª Teofania: É a manifestação da Glória em forma espiritual;
O Anjo(malak) do Senhor
3ª Teantropia: É a manifestação da Glória encarnada

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


83

O NASCIMENTO VIRGINAL DE CRISTO

O nascimento virginal de Cristo é uma das doutrinas


bíblicas fundamentais à fé cristã. Desde as primeiras
décadas da história da igreja está doutrina é sustentada e
ensinada pelos Apóstolos e Pais da igreja; cito aqui Inácio
de Antioquia: ‘’Oculto dos príncipes deste mundo havia a
virgindade de Maria e o seu parto... Dou glória a Jesus
Cristo, o Deus que conferiu tal sabedoria a ti; pois tenho
percebido no tocante o nosso Senhor, de que Ele pertence
verdadeiramente à raça de Davi segundo a carne, mas Filho
de Deus por vontade e poder divino, verdadeiramente
nascido de uma virgem e batizado por João. ’’ No início do II
século esta doutrina é reconhecida no Credo dos Apóstolos
que diz: ‘’Nasceu do Espírito Santo e da Virgem Maria’’.
Jesus é uma pessoa absolutamente única, como
verdadeiro Deus e vero homem; a Sua entrada neste mundo
foi diferente dos demais homens.
Os Evangelistas Mateus e Lucas esclarecem
inequivocamente a forma miraculosa do nascimento Virginal
de Cristo o qual se harmoniza com tudo que conhecemos e
cremos sobre a Sua pessoa e natureza. (Mt 1.18-25; Lc
1.26-38) A polêmica sobre a tradução por ‘’virgem’’ ou
‘’jovem’’ do termo hebraico em Is 7.14, em nada afeta o caso,

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


84

pois é muito claro os textos de Mateus e Lucas citados


acima.

A seguir veja alguns argumentos sobre a


importância do nascimento virginal de Cristo dentro
da formação sistemática das doutrinas cristãs:

As naturezas de duas vidas (pai e mãe) unidas pela


concepção do embrião determinam a natureza do ser gerado
por elas. Somente um ser gerado pelo divino e pelo humano
pode ser divino e humano. Se Jesus não tivesse nascido de
mãe virgem Ele pertenceria à mesma classe dos demais
filhos de José e Maria. Mas é justamente o seu parentesco
divino e humano, combinados que estabelece a categoria de
Sua Pessoa. Se Jesus tivesse tido um pai humano logo Ele
seria igual a qualquer um de nós e não teríamos argumentos
suficientes para defender tanto a ausência de pecado em
Sua natureza, quanto a Sua divindade Pessoal. (Lc 1.35; Hb
2.14)

• A forma como Jesus entrou na vida humana difere de nós,


no que tange o Seu nascimento virginal. A concepção
sobrenatural é concordante com o nascimento de uma
pessoa sobrenatural, fato que harmoniza com a doutrina da
Trindade. Porque se Jesus não é uma pessoa sobrenatural

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


85

logo não existe a segunda Pessoa da Trindade; e


consequentemente não haveria Trindade.

Concluímos que caso nos faltasse esse elo


doutrinário do nascimento virginal de Jesus Cristo a
doutrina da trindade seria questionável. (Is 9.6)

• É de suma importância para doutrina da expiação o respaldo


oferecido pela doutrina do Nascimento Virginal de Cristo.
Champlin faz a seguinte afirmação sobre esse assunto:
“Quanto menos vemos da Divindade de Cristo em Seu
nascimento sobrenatural, menos vemos dessa Divindade
em Sua morte expiatória.
Quando perdemos de vista o Cristo histórico dos Evangelhos
e a Sua Concepção Miraculosa, conforme ali registrada, nem
sombra de divindade resta para efetuar nossa redenção’’.
Somente um Sumo Sacerdote perfeito, santo e
inculpável, com natureza divina e humana poderia fazer uma
expiação perfeita pelos pecadores imperfeitos. Hb 8.26-28.
Cremos no Nascimento Virginal de Cristo Jesus porque
nenhuma objeção foi levantada que fosse suficiente ou
concludente.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


86

A HUMANIDADE DE CRISTO

Ontologia é a parte da filosofia que trata do ser


enquanto ser, isto é, do ser concebido como tendo uma
natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos
seres.
Tendo-se em conta que "onto", do grego, vem a
significar indivíduo ou ser, e "logia", significa estudo; tem-se
que "ontologia" vem a ser o estudo investigativo e
comparativo do indivíduo, aqui tido como exemplar da
espécie humana - frente aos demais seres vivos, passando
pela sua concepção, criação, evolução e extinção.
Busca, portanto, o conhecimento profundo acerca da
natureza do ser humano, levando em conta os aspectos
fisiológicos e espirituais, confrontando-os com aqueles que
caracterizam e distinguem os demais seres vivos. Jesus
enquanto homem estava subordinado ao Pai.
Contudo essa subordinação é de ofício, operação
(Jesus veio para fazer a vontade do Pai), mas ela não é de
essência-poder. Jesus Cristo não é menor que o Pai.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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Jesus(homem) possuía um corpo humano:

O fato de que Jesus possuía um corpo humano


exatamente como o nosso é visto em muitas passagens das
Escrituras. Ele nasceu assim como nascem todos os bebês
humanos (Lc 2.7). Ele passou da infância para a maturidade
assim como crescem todas as outras crianças: “Crescia o
menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça
de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40).

Jesus(homem) possuía uma mente humana:

O fato de Jesus ter crescido em sabedoria (Lc 2.52)


significa que ele passou por um processo de aprendizado
assim como acontece com todas as outras crianças ele
aprendeu a comer, a falar, a ler e a escrever, e a ser
obediente a seus pais (veja Hb 5.8). Esse processo normal
de aprendizado fazia parte da genuína humanidade de
Cristo.

Jesus(homem) possuía alma humana e emoções


humanas:

Vemos várias indicações de que Jesus possuía alma


humana (ou espírito).
Logo antes de sua crucificação, ele disse: “Agora,
está angustiada a minha alma” (Jo 12.27). João escreve um

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


88

pouco depois: “Ditas estas coisas, angustiou-se Jesus em


espírito” (Jo 13.21).
Em ambos os versículos a
palavra angustiar representa o termo
grego tarassu, palavra muitas vezes empregada em
referência a pessoas ansiosas ou que de repente são
surpreendidas por um perigo.

As pessoas próximas de Jesus consideravam-no


apenas humano:

Mateus registra um incidente assombroso no meio do


ministério de Jesus. Ainda que Jesus tivesse ensinado por
toda a Galileia, “curando toda sorte de doenças e
enfermidades entre o povo”, de modo que “numerosas
multidões o seguiam” (Mt 4.23-25), quando chegou à própria
cidade de Nazaré, o povo que o conhecia havia muitos anos
não o recebeu (Mt 13.53-58).

Impecabilidade:

Ainda que o Novo Testamento seja claro em afirmar


que Jesus era plenamente humano exatamente como nós,
também afirma que Jesus era diferente em um aspecto

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


89

importante: ele era isento de pecado e jamais cometeu um


pecado durante sua vida.
Alguns objetam que se Jesus não pecou, então não
era verdadeiramente humano, pois todos os humanos
pecam.
Mas os que fazem tal objeção simplesmente não
percebem que os seres humanos estão agora numa
situação anormal. Deus não nos criou pecaminosos, mas
santos e justos.
Adão e Eva no jardim do Éden
eram verdadeiramente humanos antes de pecar, e nós
agora, apesar de humanos, não nos conformamos ao
padrão que Deus deseja que preenchamos quando nossa
humanidade plena, impecável, for restaurada.
Jesus poderia ter pecado? Às vezes levanta-se esta
questão: “Cristo podia ter pecado?” Alguns defendem
a impecabilidade de Cristo, entendendo
por impecável “não sujeito a pecar”.
Outros objetam que se Jesus não fosse capaz de
pecar, suas tentações não teriam sido reais, pois como uma
tentação seria real, se a pessoa que estivesse sendo tentada
não fosse mesmo capaz de pecar? Para responder a essa
pergunta, precisamos distinguir, por um lado, o que as
Escrituras afirmam claramente e, por outro lado, o que é
mais uma inferência de nossa parte.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


90

A. As Escrituras afirmam claramente que Cristo jamais pecou


de fato (veja acima). Não deve haver nenhuma dúvida a
esse respeito em nossa mente.
B. Elas também afirmam que Jesus foi tentado e que as
tentações foram reais (Lc 4.2). Se cremos na Bíblia,
precisamos insistir que Cristo foi “tentado em todas as
coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15).
C. Também precisamos afirmar com as Escrituras que “Deus
não pode ser tentado pelo mal” (Tg 1.13). Mas aqui a
questão torna-se difícil: se Jesus era plenamente Deus e
também plenamente humano (e vamos argumentar adiante
que as Escrituras ensinam isso várias vezes e de maneira
clara), então não somos obrigados também a afirmar que
(em algum sentido) Jesus também “não pode ser tentado
pelo mal”?
D. Dê o seu parecer:
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CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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Por que era necessário que Jesus fosse plenamente


humano? Quando João escreveu sua primeira epístola,
circulava na igreja um ensino herético, segundo o qual
Jesus não era homem. Essa heresia tornou-se conhecida
como docetismo.
Essa negação da verdade acerca de Cristo era tão
séria que João podia dizer que se tratava de uma doutrina
do anticristo: “Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo
espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de
Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede
de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo” (1Jo
4.2-3).

1. Para possibilitar uma obediência representativa.


Conforme observamos no capítulo acima sobre as alianças
entre Deus e o homem, Jesus era nosso representante e
obedeceu em nosso lugar naquilo que Adão falhou e
desobedeceu. Vemos isso nos paralelos entre a tentação de
Jesus (Lc 4.1-13) e a ocasião da prova de Adão e Eva no
jardim (Gn 2.15–3.7). Também se reflete claramente na
discussão de Paulo sobre os paralelos entre Adão e Cristo,
na desobediência de Adão e na obediência de Cristo (Rm
5.18-19).

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


92

2. Para ser um sacrifício substitutivo. Se Jesus não tivesse


sido homem, não poderia ter morrido em nosso lugar e pago
a penalidade que nos cabia. O autor de Hebreus nos diz:
“Pois ele, evidentemente, não socorre anjos, mas socorre a
descendência de Abraão. Por isso mesmo, convinha que,
em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos,
para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas
referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do
povo” (Hb 2.16-17; cf. v. 14).

3. Para ser o único mediador entre Deus e os homens.


Porque estávamos alienados de Deus por causa do pecado,
necessitávamos de alguém que se colocasse entre Deus e
nós e nos levasse de volta a ele.
Precisávamos de um mediador que pudesse representar-
nos diante de Deus e que pudesse representar Deus para
nós. Só há uma pessoa que preencheu esse requisito:
“Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e
os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5). Para cumprir
essa função de mediador, Jesus tinha de ser plenamente
homem e plenamente Deus.

4. Para cumprir o propósito original do homem de dominar


a criação. Como vimos em nossa discussão sobre o
propósito para o qual Deus criou o homem, Deus colocou o

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


93

ser humano sobre a terra para subjugá-la e dominá-la como


representante divino. Mas o homem não cumpriu esse
propósito, pois caiu em pecado. O autor de Hebreus percebe
que Deus pretendia que tudo fosse sujeitado ao homem,
mas reconhece: “Agora, porém, ainda não vemos todas as
coisas a ele sujeitas” (Hb 2.8). Então, quando Jesus veio
como homem, foi capaz de obedecer a Deus e, assim, teve
o direito de dominar a criação como homem, cumprindo o
propósito original de Deus ao colocar o homem sobre a terra.
Hebreus reconhece isso quando diz que agora “vemos [...]
Jesus” em posição de autoridade sobre o universo, “coroado
de glória e de honra” (Hb 2.9; cf. a mesma frase no v. 7).

5. Para ser nosso exemplo e padrão na vida. João nos diz:


“... aquele que diz que permanece nele, esse deve também
andar assim como ele andou” (1Jo 2.6), e nos lembra que
“quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele” e
que essa esperança de futura conformidade com o caráter
de Cristo confere mesmo agora pureza moral cada vez maior
à nossa vida (1Jo 3.2-3). Paulo nos diz que estamos
continuamente sendo “transformados [...] na sua própria
imagem” (2Co 3.18), avançando, assim, para o alvo para o
qual Deus nos salvou: sermos “conformes à imagem de seu
Filho” (Rm 8.29). Pedro nos diz que, especialmente no
sofrimento, temos de considerar o exemplo de Cristo: “pois

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


94

que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos


exemplo para seguirdes os seus passos” (1Pe 2.21).

6. Para ser o padrão de nosso corpo redimido. Paulo nos


diz que quando Jesus ressuscitou dos mortos, ressuscitou
num novo corpo “na incorrupção [...] ressuscita em glória [...]
ressuscita em poder [...] ressuscita corpo espiritual” (1Co
15.42-44). Esse novo corpo ressurreto que Jesus possuía
quando ressurgiu dos mortos é o padrão do que será nosso
corpo quando formos ressuscitados dos mortos, porque
Cristo é “as primícias” (1Co 15.23) — uma metáfora agrícola
que compara Cristo à primeira amostra da colheita, que
demonstra como será o outro fruto daquela colheita.
7. Para compadecer-se como sumo sacerdote. O autor de
Hebreus lembra-nos de que “naquilo que ele mesmo sofreu,
tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são
tentados” (Hb 2.18; cf. 4.15-16). Se Jesus não tivesse
existido na condição de homem, não teria sido capaz de
conhecer por experiência o que sofremos em nossas
tentações e lutas nesta vida. Mas porque viveu como
homem, ele é capaz de compadecer-se mais plenamente de
nós em nossas experiências.

8. Jesus será um homem para sempre: Jesus não


abandonou a natureza terrena após sua morte e
ressurreição, pois apareceu aos discípulos como homem

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


95

após a ressurreição, até com as cicatrizes dos cravos nas


mãos (Jo 20.25-27).Ele possuía carne e ossos (Lc 24.39) e
comia (Lc 24.41-42).
Posteriormente, quando conversava com os discípulos,
foi levado ao céu, ainda em seu corpo humano ressurreto, e
dois anjos prometeram que ele voltaria do mesmo modo:
“Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo
como o vistes subir” (At 1.11).
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A DIVINDADE DE CRISTO

Para completar o ensino bíblico acerca de Jesus Cristo,


precisamos declarar não só que ele era plenamente
humano, mas também plenamente divino. Embora a palavra
não ocorra de maneira explícita na Bíblia, a igreja tem
empregado o termo encarnação para referir-se ao fato de
que Jesus era Deus em carne humana.
A encarnação foi o ato pelo qual Deus Filho assumiu a
natureza humana. A comprovação bíblica da divindade de
Cristo é bem ampla no Novo Testamento. Vamos examiná-
la sob várias categorias.

Provada na sua preexistência:

Jesus afirmar sua eternidade quando diz: “... antes que


Abraão existisse, EU SOU” (Jo 8.58) e também quando diz:
“Eu sou o Alfa e o Ômega” (Ap 22.13).

Provada pelo A.T.

Miquéias 5.2 – “Mas tu, Belém-Efrata, embora pequena


entre os clãs de Judá, de ti virá para mim aquele que será o
governante sobre Israel. Suas origens estão no passado
distante, em tempos antigos”.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


97

Isaías 9.6 – “Porque um menino nos nasceu, um filho


nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele
será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus
Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz”.

Provada pelo N.T.

João 1.1, em comparação com o versículo 14 – “No


princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus,
e era Deus. Ele estava com Deus no princípio. (...) Aquele
que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós...”
João 8.58 “Respondeu Jesus: Eu lhes afirmo que antes
de Abrão nascer, Eu Sou! 1 Pe 1.20 – “Conhecido antes da
criação do mundo, revelado nestes últimos tempos em favor
de vocês”

Provada por obra na criação.

1 Coríntios 8.6 – “para nós, porém, há um único Deus,


o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos;
e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem vieram
todas as coisas e por meio de quem vivemos”.
Colossenses 1.16 – “pois nele (Jesus) foram criadas
todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as
invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


98

autoridades, todas as coisas foram criadas por ele e para


ele”.

Provada por aparições.

As aparições do Anjo do Senhor (Gn 48.16; Êx 3.2,4;


Jz 13.18). Estas eram teofanias, manifestações do verbo
antes da sua encarnação, e só ocorreram antes dela.
Exemplo: Gênesis 18 – 10 Senhor apareceu a Abraão
(...). 2Abraão ergueu os olhos e viu três homens em pé, a
pouca distância. Quando os viu, saiu da entrada de sua
tenda, correu ao encontro deles e curvou-se até o chão
(Abraão o adorou e o mesmo recebeu sua
10Então
adoração). disse o Senhor: voltarei a você (...).

Provada pelos Seus nomes.

Logos – O termo logos trazia para os gregos uma


dupla referência. Era tanto à Palavra de Deus poderosa e
criadora do Antigo Testamento, pela qual os céus e a terra
foram criados (Sl 33.6), como ao princípio organizador ou
unificador do universo, dando-lhe conjunto e sentido dentro
do pensamento grego. João ao fazer uso desta palavra, com
certeza estava identificando Jesus com essas duas ideias e
acrescentando que Ele não só era a Palavra poderosa,

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


99

criadora e a força que organiza e unifica o universo como


também se fez homem.

Deus – A palavra Deus (Theos) é atribuída a Cristo.


Apesar de a palavra “theos” (Deus) ser em geral reservada
no Novo Testamento para Deus Pai, há algumas passagens
em que é também empregada em referência a Jesus Cristo.
Em todos esses trechos, a palavra “Deus” é empregada
com um sentido denso em referência àquele que é Criador
do céu e da terra, o governante de tudo. Entre essas
passagens encontram-se: João 1.1; 1.18 (em manuscritos
mais antigos); 20.28; Romanos 9.5; Tito 2.13; Hebreus 1.8 e
2 Pedro 1.1. Um exemplo veterotestamentário do nome
Deus aplicado a Cristo encontra-se numa passagem bem
conhecida: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos
deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome
será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte...” (Isaías 9.6).

Filho de Deus – Ainda que o título “Filho de Deus”


possa às vezes ser simplesmente empregado em referência
a Israel (Mt 2.15), ou ao homem criado por Deus (Lc 2.38),
ou ao homem regenerado em geral (Rm 8.14, 19,23), há,
entretanto, casos em que a frase “Filho de Deus” refere-se a
Jesus como o Filho celestial eterno igual ao próprio Deus (Mt
11.25-30; 17.5; 1 Co 15.28; Hb 1.1-3, 5, 8).

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


100

Isso ocorre especialmente no evangelho de João, em


que Jesus é visto como um Filho singular do Pai (Jo 1.14,
18, 34, 39) que revela plenamente o Pai (Jo 8.19; 14.9). Ele
é também aquele que possui toda a autoridade proveniente
do Pai para dar vida, pronunciar julgamento eterno e
governar sobre tudo (Jo 3.36; 5.20-22, 25; 10.17; 16.15).
Como Filho, ele foi enviado pelo Pai e, portanto, existia antes
de vir ao mundo (Jo 3.37; 5.23; 10,36).
Aqui também neste ponto da Cristologia nos cabe fazer
uma observação de suma importância. Há quatro
referencias bíblicas onde Jesus Cristo e mencionado como
gerado de Deus Pai, Sl 2.7; Atos 13.33 Hb 1.5; Hb 5.5; estes
textos neotestamentário devem ser interpretados a luz do
contexto histórico-cultural do salmo dois; como nos ensina a
Hermenêutica Reformada.
O salmo dois é o salmo da coroação dos reis de Israel.
Casa não haja este entendimento podemos favorecer a
heresia ariana.
(Jeová ou Iavé) e Kyrios – O nome “Senhor” é
aplicado a Deus na Septuaginta, como equivalente de Jeová
e como tradução de Adonai no Antigo Testamento.
Às vezes a palavra Senhor (Gr. Kyrios) é empregada
simplesmente como tratamento respeitoso dispensado a um
superior (Mt 13.27; 21.30; Jo 4.11). Às vezes pode

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


101

simplesmente significar “patrão” de um servo ou escravo (Mt


6.24; 21.40).
Jesus é tratado como o Senhor (Kyrios). A
palavra kyrios é empregada para traduzir o nome do Senhor
6814 vezes no Antigo Testamento grego. Assim, qualquer
leitor grego da época do Novo Testamento que conhecesse
um pouco o Antigo Testamento grego reconheceria que, nos
contextos apropriados, a palavra “Senhor” era o nome do
Criador e Mantenedor do céu e da terra, o Deus onipotente.

Sinais de que Jesus possuía atributos de divindade:

Onipotência - Essa é demonstrada quando Jesus acalmou


a tempestade no mar com uma palavra (Mt 8.26-27),
multiplicou os pães e peixes (Mt 14.19) e transformou a água
em vinho (João 2.1-11). Podemos incluir vários outros textos
que mostram seu poder. Ex. Mateus 28.18. Jesus operava
sinais e maravilhas e Seu nome era glorificado e Ele era
adorado. Alguns podem objetar, dizendo que esses milagres
só mostraram o poder do Espírito Santo agindo por
intermédio dele, assim como o Espírito Santo poderia agir
por meio de qualquer outro ser humano e, assim, isso não
comprova a divindade de Jesus. Mas podemos refutar esta
objeção, a doutrina da divindade de Cristo afirmando
biblicamente que Jesus fez milagres em seu próprio nome e

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


102

poder, como podemos ver nos textos das Sagradas


Escrituras (Mt 9.6)

Onisciência – Era demonstrada no fato de conhecer os


pensamentos das pessoas (Mc 2.8), de ver, de muito longe,
Natanael sob a figueira (Jo 1.48), de conhecer “desde o
princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de
trair” (Jo 6.64). Outros textos: João 1.48.

Onipresença – Durante seu ministério terreno esse atributo


não foi manifestado. Contudo Jesus afirma sua onipresença
ao declarar que quando a Igreja fosse estabelecida onde ela
se reunisse Ele estaria presente (Mateus 18.20).
Além disso, antes de deixar a terra, disse aos
discípulos: “E eis que estou convosco todos os dias até à
consumação do século” (Mt 28.20). Ver Jo 3.13.

Eterno (João 1.4; 5.26) – Jesus possuía o atributo divino da


imortalidade, a incapacidade de morrer.
Ele é a própria vida. Vemos isso indicado no início do
evangelho de João, quando Jesus fala aos judeus: “Destruí
esse santuário, e em três dias o reconstruirei” (Jo 2.19).
Precisamos insistir que Jesus realmente morreu, mas a
morte não o podia deter. Também é significativo observar
que o próprio Jesus afirma que atuaria em sua ressurreição,

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


103

embora outras passagens digam que o Pai atuou na


ressurreição. Em outra passagem do Evangelho de João,
Jesus alega ter poder para entregar a vida e reassumi-la:
“Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a
reassumir.
Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu
espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar
e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai”
(Jo 10.17,18).

Sua igualdade na Trindade - Com o Pai (João 14.23;


10.30). Com o Pai e o Espírito Santo (Mateus 28.19; 2
Coríntios 13.13). Consubstancialidade é um conceito
Cristológico introduzido na profissão de fé pelo Concílio de
Niceia (325 d.C) e que diz respeito à divindade de Cristo, por
ser da mesma substância do Pai.
O termo consubstancialidade é o correspondente ao
termo grego homoousios, termo original que designa essa
realidade. Este termo provém da junção de homos, que
significa “o mesmo”, eousios, proveniente de ousía, que
significa substância ou essência. Assim, o termo tem o
sentido de “da mesma substância, com a mesma essência”.
Teoria falsa da Kenosis. Paulo escreve aos filipenses:
Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


104

julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si


mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-
se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura
humana... (Fp 2.5-7).
Partindo desse texto, alguns teólogos da Alemanha (a
partir de 1860-1880) e da Inglaterra (a partir de 1890-1910)
passaram a defender uma ideia de encarnação que jamais
fora defendida na história da igreja. Essa nova ideia foi
chamada “teoria da kenosis”, e a posição geral representada
por ela foi chamada “teologia kenótica” (A palavra grega
Kenoo, foi traduzida para ‘’esvaziou-se’’ por isso está
doutrina é chamada de ‘’kenosis’’)
O grande erro cometido por muitos a respeito desta
teoria: Alguns kenoticistas defendem que Cristo
transformou-se literalmente num homem, reduzindo-se total
ou parcialmente às dimensões de um homem, e depois
cresceu em sabedoria e poder, até que afinal se tornou Deus
de novo. Cristo perdeu, ao abrir mão, certos atributos
durante Sua vida terrena. Se isso tivesse acontecido, Ele
teria deixado de ser Deus durante este período. Como já
vimos Jesus permanecia com os atributos divinos.
A verdadeira doutrina da Kenosis. A doutrina da
“kenosis” envolve: O encobrimento de Sua glória pré-
encarnada. Sua condescendência em assumir a
semelhança de carne pecaminosa (a forma humana)

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


105

durante a encarnação. O não uso voluntário de alguns de


Seus atributos durante Sua vida terrena; mas isto não quer
dizer que ele perdeu os atributos divinos.
Cristo continuou em Sua encarnação plenamente
divino. “Aprouve a Deus que, nele, residisse toda a
plenitude” (Cl 1.19) e “nele, habita, corporalmente, toda a
plenitude da Divindade” (Cl 2.9).
A importância da divindade de Cristo para nossa
salvação: Na seção anterior alistamos alguns motivos pelos
quais era necessário que Jesus fosse plenamente humano
para obter nossa redenção. Aqui cabe reconhecer que é
também crucialmente importante insistir na plena divindade
de Cristo, não só porque ela é ensinada de maneira clara
nas Escrituras, mas também porque:

1. Só alguém que fosse Deus infinito poderia arcar com toda a


pena de todos os pecados de todos os que cressem nele —
qualquer criatura finita não seria capaz de arcar com tal
pena;
2. A salvação vem do Senhor (Jn 2.9 arc), e toda a mensagem
das Escrituras é moldada para mostrar que nenhum ser
humano, nenhuma criatura, jamais conseguiria salvar o
homem — só Deus mesmo poderia;
3. Só alguém que fosse verdadeira e plenamente Deus poderia
ser o mediador entre Deus e homem (1Tm 2.5), tanto para

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


106

nos levar de volta a Deus como também para revelar Deus


de maneira mais completa a nós (Jo 14.9).
4. Assim, se Jesus não é plenamente Deus, não temos
salvação e, por fim, nenhum cristianismo. Não é por acaso
que ao longo da história os grupos que abandonaram a
crença na plena divindade de Cristo não têm permanecido
muito tempo na fé cristã, desviando-se logo para um tipo de
religião representada pelo unitarismo nos Estados Unidos e
em outros lugares. “Todo aquele que ultrapassa a doutrina
de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que
permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho”
(2Jo 9).

‘’O fato de o Filho de Deus, infinito, onipresente e eterno


tornar-se homem e unir-se para sempre a uma natureza
humana, de modo que o Deus infinito se tornasse uma
só pessoa com o homem finito, permanecerá pela
eternidade como o mais profundo milagre e o mais
profundo mistério em todo o universo’’. (Wayne Gruden)

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ANOTAÇÕES
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A OBRA DE CRISTO

A EXPIAÇÃO

Nesta parte trataremos da obra de Cristo, não


propriamente do seu ministério terreno dando ênfase a seus
ensinos e milagres, mas analisaremos a sua obra
expiatória. Podemos definir a expiação como
segue: expiação é a obra que Cristo realizou em sua vida e
morte para obter nossa salvação. Essa definição indica que
usamos a palavra expiação num sentido mais amplo em que
às vezes é utilizada. Ela é empregada de vez em quando
para se referir apenas ao fato de Jesus morrer e pagar
nossos pecados na cruz.

A causa da expiação: Qual foi a causa última que


levou Cristo a vir para este mundo e morrer pelos
nossos pecados? Para encontrá-la, devemos pesquisar
o assunto em alguma coisa no caráter do próprio Deus.
E aqui as Escrituras apontam para duas
coisas: o amor e a justiça de Deus.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


109

O amor de Deus como uma das causas da expiação é


descrito na passagem mais conhecida da Bíblia: “Porque
Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
Mas a justiça de Deus também exigia que ele
encontrasse um meio pelo qual a pena pelos nossos
pecados fosse paga (pois ele não podia aceitar-nos em
comunhão consigo mesmo a menos que a penalidade fosse
paga).
A necessidade de expiação: Havia alguma outra
maneira de Deus salvar os seres humanos além de enviar
seu Filho para morrer em nosso lugar? Antes de responder
a essa pergunta, é importante entender que Deus não tinha
nenhuma necessidade de salvar ninguém. Quando nos
conscientizamos de que “Deus não poupou anjos quando
pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a
abismos de trevas, reservando-os para juízo” (2Pe 2.4),
percebemos que Deus poderia também ter escolhido com
perfeita justiça deixar-nos em nossos pecados, esperando o
julgamento; ele poderia ter escolhido não salvar ninguém,
assim como fez com os anjos pecaminosos. Assim, nesse
sentido a expiação não era absolutamente necessária.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


110

A natureza da expiação: Nesta seção, considero dois aspectos


da obra de Cristo:

(1) A obediência de Cristo por nós, pela qual


obedeceu às exigências da lei em nosso lugar e foi
perfeitamente obediente à vontade de Deus Pai como nosso
representante.
(2) Os sofrimentos de Cristo por nós, pelos quais
recebeu o castigo pelos nossos pecados e, em
consequência, morreu pelos nossos pecados.
A obediência de Cristo por nós (às vezes chamada
“obediência ativa”).
Se Cristo tivesse conseguido só o perdão dos pecados
por nós, não mereceríamos o céu. Nossa culpa teria sido
removida, mas estaríamos simplesmente na posição de
Adão e Eva antes de terem feito qualquer coisa boa ou má
e antes de terem passado um tempo de provação com
sucesso. Para serem estabelecidos em justiça para sempre
e ter assegurada a sua eterna comunhão com Deus, Adão e
Eva tinham de obedecer a Deus de modo perfeito por um
período de tempo. Então, Deus teria olhado para sua
obediência fiel com prazer e deleite, e eles teriam vivido em
comunhão com o Senhor para sempre.
Os sofrimentos de Cristo por nós (às vezes chamados
“obediência passiva”). Além de obedecer à lei de modo

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


111

perfeito por toda a sua vida em nosso favor, Cristo tomou


também sobre si mesmo os sofrimentos necessários para
pagar a penalidade pelos nossos pecados.
A amplitude da expiação: Uma das diferenças entre
teólogos reformados e outros teólogos católicos e
protestantes tem sido a questão da amplitude da expiação.
A questão pode ser colocada da seguinte maneira: quando
Cristo morreu, pagou os pecados de toda a raça humana ou
só os pecados dos que, ele sabia, seriam por fim salvos?

Passagens bíblicas empregadas para sustentar a


concepção “reformada”.

Algumas passagens das Escrituras falam do fato de


que Cristo morreu por seu povo. “Eu sou o bom pastor. O
bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). “Dou a
minha vida pelas ovelhas” (Jo 10.15). Paulo fala da “igreja
de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (At
20.28). Ele também diz: “Aquele que não poupou o seu
próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura,
não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” (Rm
8.32).

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


112

Passagens bíblicas empregadas para sustentar a


concepção “não-reformada” (redenção geral ou
expiação ilimitada).

Algumas passagens das Escrituras indicam que em


algum sentido Cristo morreu por todo o mundo. João Batista
disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”
(Jo 1.29). E João 3.16 nos diz que “Deus amou ao mundo
de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Jesus
disse: “O pão que eu darei pela vida do mundo é a minha
carne” (Jo 6.51).
Alguns pontos pacíficos e algumas conclusões sobre
textos polêmicos.

Seria bom primeiro alistar os pontos sobre os quais ambos


os lados concordam:

1. Nem todos serão salvos.

2. É correto que se ofereça gratuitamente o evangelho a


todas as pessoas. É completamente verdadeiro que “quem
desejar” pode chegar a Cristo e obter a salvação, e ninguém
que chegar a ele será lançado fora. Essa oferta gratuita do
evangelho é estendida em boa-fé para todas as pessoas.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


113

3. Todos concordam que a própria morte de Cristo, por ser


ele o infinito Filho de Deus, possui mérito infinito, sendo em
si suficiente para pagar a penalidade dos pecados dos
muitos ou dos poucos que o Pai e o Filho decretaram.
A questão não está nos méritos intrínsecos dos
sofrimentos e da morte de Cristo, mas no número de
pessoas pelas quais o Pai e o Filho entenderam, no
momento da morte de Cristo, que sua morte seria
pagamento suficiente.

Teorias erronias sobre a morte de Cristo

A teoria do acidente:

Esta teoria não vê nenhum significado na morte de


Cristo. Sendo Ele homem estava sujeito a morte. Admitem
que seja de fato lamentável, que um homem tão bom tenha
sido morto. Mas não obstante, não teve significado algum
para qualquer pessoa a sua morte. Mas a sua morte não
pede ter sido um mero acidente, pois foi previsto no Antigo
Testamento como vemos em Sl 22 e Is 53, e o próprio Jesus
predisse a sua morte várias vezes. Cristo veio com o
propósito eterno de morrer; no plano divino Ele morreu antes
da fundação do mundo (Ap 13.8) Cristo veio a este mundo
com o propósito de morrer por nós, a sua morte não foi

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


114

nenhum acidente, mas foi pré-determinada e de grande


significado.

A teoria do mártir:

Essa teoria também é chamada de teoria do exemplo.


Afirma que Cristo como um mártir. Morreu, por ser fiel
a seus princípios. Os defensores desta teoria dizem que a
única coisa necessária para salvar o homem é reformá-lo.
E o exemplo de Cristo foi dado para ensinar o homem
a se arrepender de seus pecados e reformar-se. Mas de fato
Cristo não morreu como mero mártir, mas sua morte foi
vicária, expiatória, propiciatória, redentora e substitutiva.
Jesus não morreu ‘’por’’ uma causa, mas ‘’para’’ uma causa.

A teoria da influência moral:

Esta também é chamada de teoria do amor de Deus.


Esta afirma que a morte de Cristo é simplesmente a
consequência natural dEle ter tomado sobre si a natureza
humana, e que Ele simplesmente sofreu nos pecados de
suas criaturas e também com eles.
O amor de Deus manifestado na encarnação, no
sofrimento e morte de Cristo, é para amolecer os corações
humanos e levá-los ao arrependimento. Replicamos esta

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


115

teoria. Apesar da morte de Cristo ser uma expressão do


amor de Deus, o homem sabia que Deus o amava antes de
Cristo vir; e simples emoção não leva ao arrependimento (Dt
7.7; Jr 31.3).
Esta teoria contradiz o que a Escrituras afirma que
Deus tem que ser propiciado antes de perdoar (Hb 9.14; Rm
3.25,26; 1 Jo 2.2). Não podemos reduzir a expiação a uma
peça teatral da paixão na qual o ator parece estar guiado por
motivos sinceros, quando na realidade está simplesmente
trabalhando as emoções de sua plateia.

Teoria governamental:

Esta teoria concorda com as três anteriores, ao afirmar


que não há nenhum princípio na natureza divina que careça
de propiciação.
Afirma que ao invés disso, que Deus para manter o
respeito a sua lei, deu um exemplo de seu ódio ao pecado
na morte de Cristo.
De acordo com a teoria governamental qualquer
homem pecador poderia ter sido usado como exemplo do
desprazer e da ira de Deus contra o pecado.
Não era necessário um homem inocente para fazer
isso.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


116

Assim fosse a morte de Cristo na cruz seria mera


encenação sem realidade e valor jurídico; mas a Escrituras
ensina que o que teve lugar no calvário foi justamente a
execução da justiça (Gl 3.13; 1 Pe 2.24; 3.18)

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O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA
MORTE DE CRISTO

Foi pré-determinada:

A morte de Cristo não foi um acidente, já estava pré-


determinada.
Sendo que não há surpresas para Deus, e nada foge a
sua soberania; seria a morte de Cristo algo acidental, é
lógico que isso não é possível. Mas tudo estava determinado
no designo de Deus (Atos 2.23).
Deus já havia prometido que o descendente da mulher
seria ferido pela serpente (Gn 3.15) O cordeiro foi morto
antes da fundação do mundo (Ap 13.8; 1 Pe 1.18-20).

Foi voluntária:

Certo que Jesus foi morto pelos sacerdotes e


autoridades judaicas e romanas; mas Ele se entregou para
que tal coisa pudesse acontecer (Mt 26.53; Lc 22.53).
Ninguém, ou nem uma instituição por sua própria força
o crucificaram, antes Ele se entregou (JO 10.17,18). Ele veio
com este propósito, Ele morreu sob acordo de Sua própria
vontade e determinação.
Foi vicária:

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


118

Já observamos que a morte de Cristo não foi acidental,


mas pré-determinada e voluntária. Cristo morreu em lugar
de outros, sua morte foi vicária, isso é, em substituição
‘’O justo pelos injustos’’ (1 Pe 3.18, 1 Co 15.3; Rm 4.45).
Muito embora a morte dos animais nos sacrifícios da
Antiga Aliança não tinha significado real, mas simbólico, ela
nos ensina esta verdade.
Quando o pecador colocava as mãos sobre a cabeça
do animal que ia ser sacrificado, simbolizava a morte de
Cristo vicária de Cristo em nosso lugar. (Nm 1.4)

Foi sacrificial:

A morte de Cristo foi sacrificial eficaz pelo mundo


inteiro. Assim comem Adão todos pecaram, em Cristo, no
seu sacrifício todos podem ter, a justificação mediante a fé
nEle. (Rm 5.15; 5.19-21). A Sua morte foi aceita pelo Pai
como oferta pelo pecado da posteridade de Adão (Hb 10.5-
10).
A morte de Cristo é potencialmente e provisionalmente,
um sacrifício em favor dos pecados do mundo. Nesse
sentido, Ele provou a morte a favor de todo homem, e ‘’a
assim mesmo se deu em resgate por todos’’, e é Salvador
de todos os homens. (1 Tm 2.6)

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


119

Foi expiatória:

Expiação (agora em seu sentido mais restrito) é


sinônimo de reconciliação, apaziguar, satisfazer. Este
significado da morte de Cristo esta figurado no trabalho do
Sumo sacerdote da Antiga Aliança, que no Dia da Expiação
entrava no Santos dos Santos com o sangue do animal
sacrificado (Nm 16). Cristo entrou no santuário celeste para
nos tornar aceito a Deus (Hb 9.23-26).
Ele mesmo se fez ‘’maldição em nosso lugar’’ (Gl 3.13).
Jesus removeu a culpa e nos reconciliou com Deus, sendo
Ele também providência de Deus o Pai (2 Co 5.18,19).

Foi propiciatória:

O termo propiciação significa cobrir, ou tornar favorável.


Propiciação não quer dizer que foi um ato para aplacar a um
Deus vingativo. Mas sim que Deus nos amou, enviou e
aceitou o sacrifício de Seu Filho como propiciação pelos
nossos pelos nossos pecados (1 Jo 4.10).
O propiciatório no Dia da Expiação era aspergido com
o sangue simbolizado que a sentença justa da lei havia sido
imposta; pelo que no lugar que de outro modo seria um lugar
de julgamento, podia com justiça ser propiciatório. (Nm
16.14,15).

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


120

Foi redentora:

O termo nos sugere resgate por meio de pagamento.


É exatamente isso que diz o texto de 1 Pe 1.18,19.
O objeto da redenção, os pecadores; estavam vendidos
a ‘’escravidão do pecado’’ e também sob sentença de morte,
e o preço pago pelo resgate foi o sangue de Cristo (Rm 7.14;
Ez 18.4; Jo 3.18,19; Mt 20.28).
Mas a que foi pago o preço? Não pode ser a satanás,
como alguns acham, pois ele nada mais é que usurpador; as
almas pertencem a Deus (Ez 18.4). Só pode ser a
reivindicação de Deus, que é por natureza santo legislador.

Foi substituta:

Como o significado do termo, a morte de Cristo foi


substitutiva, ou seja, no lugar de outros.
De fato, o ensino da Escrituras é este, que Cristo
padeceu e morreu em nosso lugar (Is 53.4-8).
Cristo não apenas se submeteu a ser tratado como
oferta pelo pecado, mas a ser feito pecado por nós.
E isso não foi apenas encenação, mas realidade; de tal
forma que, quando, as nossas iniquidades caíram sobre Ele,
o Pai não pode suportar; e Jesus clamou: Eli, Eli, lamá
sabactani (Mt 27.46).

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


121

O PRENÚNCIO DA DESCIDA DE JESUS CRISTO AO


HADES/SHEOL

Is. 9.2b O povo que andava em trevas, viu uma grande


luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da
morte resplandeceu a luz.

Jó creu na esperança. Ele sabia que iria passar pela


morte, que o seu corpo seria comida para os vermes. Jó
sabia que a sua alma iria para um lugar chamado Seol no
“Hades”. Mas Jó também sabia que Jesus, a sua esperança
iria busca-lo no Hades, resgatar a sua alma no Seio de
Abraão. Jó 17.13-16 “Se eu olhar a sepultura como a minha
casa; se nas trevas estender a minha cama; se à corrupção
clamar: Tu és meu pai; e aos bichos: Vós sois minha mãe e
minha irmã; onde estaria então, agora, a minha esperança?
Sim a minha esperança, quem a poderá ver? Ela descerá
ate os ferrolhos do Seol, quando juntamente no pó
teremos descanso”
Sl 88.5-12 “Posto entre os mortos; como os feridos de
morte que jazem na sepultura, dos quais te não lembras
mais; antes, os exclui a tua mão. Puseste-me no mais
profundo do Abismo, em trevas e nas profundezas. Sobre
mim pesa a tua cólera; tu me abateste com todas as tuas
ondas. (Selá.) Alongaste de mim os meus conhecidos e

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


122

fizeste-me em extremo abominável para eles. Estou


fechado e não posso sair. A minha vista desmaia por
causa da aflição. Senhor, tenho clamado a ti todo o dia,
tenho estendido para ti as minhas mãos. Mostrarás tu
maravilhas aos mortos, ou os mortos se levantarão e te
louvarão? (Selá). Será anunciada a tua benignidade na
sepultura, ou a tua fidelidade na perdição? Saber-seão
as tuas maravilhas nas trevas, e a tua justiça na terra do
esquecimento?”
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CONJECTURA?
JESUS E OS TRÊS DIAS NO SHEOL/HADES
1º DIA – FOI AO PARAISO, AO “SEIO DE ABRAÃO”

1) JESUS CRISTO FOI PROCLAMAR-SE E


REVELAR-SE COMO O MESSIAS?
Is 61.1,2 “O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim,
porque o Senhor me ungiu para pregar boas novas aos
mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a
proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos
presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da
vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes”
2) JESUS CRISTO FOI RESGATAR AS ALMAS DOS
JUSTOS E TAMBÉM O LUGAR
Ef 4.8-10 “Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo
o cativeiro, e deu dons aos homens. Ora, isto ele subiu que
é, senão que também, antes, tinha descido às partes mais
baixas da terra? Aquele que desceu é também o mesmo
que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as
coisas”
O obra vicária de Jesus na sua morte atingiu o reino
visível e o invisível.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


124

CONJECTURA?
2º DIA – FOI AO LUGAR DE TORMENTO

3) JESUS CRISTO PREGOU O JUÍZO AOS ÍMPIOS


1 Pe 4.6 Porque, por isto, foi pregado o evangelho
também aos mortos, para que, na verdade, fossem
julgados segundo os homens, na carne, mas vives sem
segundo Deus em espírito”
Vivessem segundo a Deus em espírito? A sentença
será na carne (união entre a alma e o corpo). Mas, é o
espírito que mantém a alma e o corpo vivos. Então os
mortos terão que receber o espírito de vida, para viverem
uma morte eterna no Gehenna, que é o Lago de Fogo e
Enxofre, na segunda morte, que é, e será a morte eterna.
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CONJECTURA?

3º DIA – FOI AO ABISMO

4) JESUS CRISTO FOI PROCLAMAR JUÍZO AOS


ESPÍRITOS

1 Pe 3.19,20 “No qual também foi e pregou aos


espíritos em prisão, os quais em outro tempo foram
rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos
dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas
(isto é, oito) almas se salvaram pela água”
Jd 6 “E aos anjos que não guardaram o seu
principado, mas deixaram a sua própria habitação,
reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo
daquele grande Dia”.
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RESSURREIÇÃO DE CRISTO

Evidências do Novo Testamento:

Os evangelhos contêm testemunho abundante da


ressurreição de Cristo (veja Mt 28.1-20; Marcos 16.1-8;
Lucas 24.1-53; João 20.1-21.25). Além dessas narrativas
detalhadas nos quatro evangelhos, o livro de Atos é um
relato histórico da proclamação que os apóstolos fizeram da
ressurreição de Cristo, da contínua oração a ele dirigida e da
confiança nele como aquele que está vivo e reinando no céu.

A natureza da ressurreição de Cristo:

A ressurreição de Cristo não foi simplesmente um


retorno da morte, à semelhança daquela experimentada por
outros antes dele, como Lázaro (João 11.1-44), porque
senão Jesus teria se submetido à fraqueza e ao
envelhecimento, e por fim teria morrido outra vez,
exatamente como todos os outros seres humanos morrem.

O Pai e o Filho participaram na ressurreição:

Alguns textos afirmam especificamente que Deus Pai


ressuscitou Cristo dentre os mortos (Atos 2.24; Rm 6.4; 1Co

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


127

6.14; Gl 1.1; Ef 1.20), mas outros textos falam de Jesus


participando na sua própria ressurreição. Jesus diz: “Por isso
é que meu Pai me ama, porque eu dou a minha vida para
retomá-la.
Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha
espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para
retomá-la.

O significado doutrinário da ressurreição.

A ressurreição de Cristo assegura nossa regeneração.

Pedro diz que Deus “nos regenerou para uma viva


esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre
os mortos” (1Pe 1.3).
Aqui ele associa explicitamente a ressurreição de Jesus
com a nossa própria regeneração ou novo nascimento.

A ressurreição de Cristo assegura nossa justificação.

Em apenas uma passagem Paulo associa


explicitamente a ressurreição de Cristo com a nossa
justificação (ou o nosso recebimento da declaração de que
não somos culpados, mas retos diante de Deus). Paulo diz

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


128

que Jesus “foi entregue por causa das nossas transgressões


e ressuscitou por causa da nossa justificação” (Rm 4.25).

A ressurreição de Cristo assegura-nos de que iremos


receber igualmente corpos ressurretos perfeitos.

O Novo Testamento associa várias vezes a


ressurreição de Jesus com nossa ressurreição corpórea
final. “Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará
a nós pelo seu poder” (1Co 6.14). Semelhantemente,
“aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos
ressuscitará com Jesus e nos apresentará convosco” (2Co
4.14).
Mas a discussão mais completa da associação entre a
ressurreição de Cristo e a nossa própria acha-se em
1Coríntios 15.12-58. Ali Paulo afirma que Cristo é “as
primícias” dos que dormem (1Co 15.20).

O sentido ético da ressurreição.

Paulo também observa que a ressurreição tem uma


aplicação relacionada à obediência a Deus nesta vida.
Após uma longa discussão a respeito da ressurreição,
Paulo conclui encorajando seus leitores: “Portanto, meus
amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre
abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o
vosso trabalho não é vão” (1Co 15.58).

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ASCENSÃO DE CRISTO

Cristo subiu para um lugar:

Após a ressurreição de Cristo, ele esteve na terra por


quarenta dias (Atos 1.3) e depois conduziu os discípulos
para Betânia, fora de Jerusalém, e “erguendo as mãos, os
abençoou. Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se
retirando deles, sendo elevado para o céu” (Lc 24.50).
Cristo recebeu mais glória e honra como Deus-
Homem: Quando Jesus subiu ao céu recebeu glória, honra
e autoridade que não tinha antes, enquanto era Deus e
homem.
Antes de sua morte, Jesus orou: “... glorifica-me, ó Pai,
contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes
que houvesse mundo” (João 17.5). Em seu sermão em
Pentecostes Pedro disse que Jesus fora exaltado à destra
de Deus (Atos 2.33).
Paulo declarou que Deus o exaltou grandemente (Fp
2.9), e que fora recebido em glória (1Tm 3.16; cf. Hb 1.4).
Cristo está agora no céu, e coros angelicais cantam-lhe
louvor com as palavras: “Digno é o cordeiro que foi morto de
receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e
glória, e louvor” (Ap 5.12).

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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Cristo assentou-se à destra de Deus:

Um aspecto específico de Cristo ter subido para o céu


e recebido honra é o fato de que ele se assentou à destra de
Deus. Isso é às vezes chamado sua sessão à destra de
Deus.
O Antigo Testamento predisse que o Messias sentar-
se-ia à direita de Deus: “Disse o Senhor ao meu senhor:
Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus
inimigos debaixo dos teus pés” (Sl 110.1).
Quando Cristo ascendeu de volta ao céu ele recebeu o
cumprimento daquela promessa: “... depois de ter feito a
purificação dos pecados, assentou-se à direita da
Majestade, nas alturas” (Hb 1.3).
A ascensão de Cristo tem importância doutrinária para
nossa vida: Assim como a ressurreição tem implicações
profundas para a nossa vida, do mesmo modo a ascensão
de Cristo tem implicações significativas.
Em primeiro lugar, visto que estamos unidos a Cristo
em cada aspecto da obra de redenção, a ascensão de Cristo
ao céu prefigura nossa ascensão futura com ele. “Nós, os
vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente
com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares,
e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts 4.17).

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


132

Os estados de Jesus Cristo:

Ao comentar sobre a vida, a morte e a ressurreição de


Cristo, os teólogos muitas vezes aludem aos “estados de
Jesus Cristo”.
Com isso eles se referem às diferentes relações que
Jesus mantinha com a lei de Deus para a humanidade, com
a posse de autoridade e com a honra que se lhe deve.
De forma geral distinguem-se dois estados (humilhação
e exaltação).
Assim, a doutrina do “estado duplo de Cristo” é o ensino
de que ele experimentou primeiramente o estado de
humilhação para depois passar ao estado de exaltação.
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CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


133

AS CARACTERÍSTICAS E
OS OFÍCIOS DE CRISTO
AS QUATRO CARACTERÍSTICAS DE CRISTO

Os evangelistas narram a vida e a obra de Jesus sob 4


características: Rei, Servo, Homem e Deus.
É a revelação plena da sombra tipológica das quatro
cores do Tabernáculo, da visão do querubim de quatro
faces, vista por Ezequiel e etc.
Observe as quatro cores do Tabernáculo:

Ezequiel 1:10 E a semelhança dos seus rostos era como


o 1rosto de homem; e do lado direito todos os quatro
tinham 2rosto de leão, e do lado esquerdo todos os quatro
tinham 3rosto de boi; e também tinham 4rosto de águia
todos os quatro.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


134

APLICAÇÃO EXEGÉTICA DE EZEQUIEL 1:10

1 – Rosto de Homem: Refere-se a humanidade de Cristo


2 – Rosto de Leão: Refere-se a realeza de Cristo
3 – Rosto de Boi: Refere-se a Cristo como servo
4 – Rosto de Águia: Refere-se a Divindade de Cristo

O Verbo de Deus é os quatro evangelhos materializado,


essa identificação está em toda a Bíblia.

38Quem
João 7:38,39 crê em mim, como diz a Escritura,
rios de água viva correrão do seu ventre. 39E isto disse
ele do Espírito que haviam de receber os que nele
cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado,
por ainda Jesus não ter sido glorificado.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


135

AS 4 FASES DO NOVO NASCIMENTO EM CRISTO.

Vs. 38 “...Rios de água viva correrão do seu ventre.”

1º Rio | Pison (Aumento, espalhar) este é o que rodeia


toda a terra de Havilá.
Isto é o que acontece conosco, quando aceitamos a
Jesus, que é simbolizado aqui pelo primeiro rio, ou seja, o
Espírito Santo de Deus, que já habita em mim, a partir deste
momento, se espalha como ondas excêntricas provocadas
por uma pedra atirada em um lago, nos circundando e
envolvendo. Sentimo-nos envolvidos pelo amor de Deus e
pela maravilha que a paz D’Ele nos trás, é a partir deste
ponto que começamos nossa intensa jornada rumo ao
coração de Deus e Seu caráter…
APLICAÇÃO DO ALUNO(A):
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CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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2º Rio Gion (irromper, corrente que arrebenta as margens,


dar à luz)
Como podemos observar após aceitarmos a Jesus o
segundo rio entra em ação, vindo como uma correnteza que
arrebentas as margens, ou seja, destruindo tudo aquilo que
até aqui nós tínhamos como “margens” em nossas vidas.
O segundo rio de Deus arranca estas “margens” para
que novas “margens” segundo o padrão de Deus sejam
delineadas em nossas vidas.
APLICAÇÃO DO ALUNO(A):
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3º Rio Tigre ou Hidequél (Rápido, Corre, Força Avançar)


Observamos que há uma sequência de fatos ocorrendo
aqui e que ao deixarmos o segundo rio de Deus fluir em
nossas vidas poderemos experimentar a rapidez que
somente a revelação do Pai pode nos dar.
Depois que o segundo rio passa, nós entramos no
terceiro, onde há um avanço na direção do nosso alvo que é
Jesus. Há um andar, há um ir em frente, há uma progressão
na sabedoria, no entendimento e na revelação de Jesus, o
Cristo como aconteceu com Daniel.
APLICAÇÃO DO ALUNO(A):
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4º Rio Eufrates (Frutífero, Abundante, Rio bom)


A conclusão final daquele(a) que nasceu de novo em
Cristo, é que dentro dele está jorrando a fonte da água da
vida eterna, (Jo. 4.14; Ap. 22.17), como salvos somos
peregrinos que dá frutos em abundância no “deserto” do
nosso êxodo até que chegue o dia da glorificação!
APLICAÇÃO DO ALUNO(A):
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OS OFÍCIOS DE CRISTO

Os três cargos mais importantes que poderiam existir


para o povo de Israel no Antigo Testamento eram: o
profeta (como Natã, 2Sm 7.2), o sacerdote (como Abiatar,
1Sm 30.7) e o rei (como Davi, 2Sm 5.3).
Esses três ofícios eram distintos.
O profeta falava as palavras de Deus ao povo; o
sacerdote oferecia sacrifícios, orações e louvores a Deus em
favor do povo; e o rei governava o povo como representante
de Deus.
Esses três ofícios prefiguravam a própria obra de
Cristo de várias maneiras.

Cristo como profeta:

Os profetas do Antigo Testamento transmitiam a palavra


de Deus ao povo.
Moisés foi o primeiro grande profeta e escreveu os cinco
primeiros livros da Bíblia, o Pentateuco.
Depois vieram outros que falaram e escreveram as
palavras de Deus. Mas Moisés predisse que um dia viria
outro profeta como ele. (Dt 18.15-19)

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


140

Cristo como sacerdote:

No Antigo Testamento, os sacerdotes eram designados


por Deus para oferecer sacrifícios. Eles também ofereciam
orações e louvores a Deus em favor do povo. Ao agir assim
“santificavam” as pessoas, ou tornavam-nas aceitáveis à
presença de Deus, se bem que de forma limitada durante o
período do Antigo Testamento.
No Novo Testamento, Jesus tornou-se nosso grande
sumo sacerdote. Esse tema é bem desenvolvido na carta
aos Hebreus, na qual vemos que Jesus atua como sacerdote
de duas maneiras. (Hb 4.14-5.5) Jesus ofereceu um
sacrifício perfeito pelo pecado.
O sacrifício que Jesus ofereceu pelos pecados não foi o
sangue de animais como touros ou bodes: “... porque é
impossível que o sangue de touros e bodes remova
pecados” (Hb 10.4). Em vez disso, Jesus ofereceu a si
mesmo como sacrifício perfeito: “... ao se cumprirem os
tempos, se manifestou uma vez por todas, para
aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado” (Hb 9.26).
Jesus nos aproxima continuamente de Deus.
Os sacerdotes do Antigo Testamento não apenas
apresentavam sacrifícios, mas também compareciam de
modo representativo na presença de Deus, de tempos em
tempos, em favor do povo. Mas Jesus faz muito mais do que
isso. Como nosso perfeito sumo sacerdote, ele

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


141

continuamente nos conduz à presença de Deus, de forma


que não temos mais a necessidade de um templo em
Jerusalém nem de um sacerdócio especial que se coloque
entre nós e Deus. Como sacerdote, Jesus ora
continuamente por nós. Outra função sacerdotal no Antigo
Testamento era orar a favor das pessoas.
O autor de Hebreus nos diz que Jesus também cumpre
essa função: “... também pode salvar totalmente os que por
ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por
eles” (Hb 7.25). Paulo afirma a mesma coisa quando diz que
Cristo Jesus é aquele que intercede por nós (Rm 8.34).

Cristo como rei:

No Antigo Testamento o rei tinha autoridade para


governar a nação de Israel.
No Novo Testamento, Jesus nasceu para ser o Rei dos
judeus (Mt 2.2), mas recusou todas as tentativas feitas pelo
povo para fazê-lo um rei terreno com um poder militar e
político terreno (Jo 6.15). Ele disse a Pilatos: “O meu reino
não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os
meus ministros se empenhariam por mim, para que não
fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é
daqui” (Jo 18.36).

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


142

CONCLUSÃO

TRAJETÓRIA DE CRISTO

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


143

A arca foi a 1ª peça a ser colocada no tabernáculo,


dentro do Lugar Santíssimo.
“No primeiro mês, no primeiro dia do mês, levantarás o
tabernáculo da tenda da congregação, e porás nele a arca
do Testemunho, e cobrirás a arca com o véu”; (Êx 40.2,3).
A arca no Lugar Santíssimo representava a presença
de Deus em seu trono. Deus veio de dentro para fora para
encontrar com o homem. Cristo saiu do trono de Deus para
vir a terra. Ele teve que sair da glória do Pai, Ele saiu da
Eternidade (Kairós) para chegar ao homem, Ele veio ao
tempo físico (chronos). Jesus fez o caminho inverso.
Ele saiu do Lugar Santíssimo, passou pelo Lugar
Santo, para morrer no Átrio. A vitória de Jesus não começou
na Cruz, ela começou no trono. Quando Ele desceu ao
encontro do homem, quando Ele rasgou o véu de dentro
para fora. Quando Jesus saiu do Lugar Santíssimo, Ele
passou pelo lado de dentro do véu entre o Lugar Santíssimo
e o Lugar Santo.
Ele passou pelo véu do corpo de Maria. Por isso Ele
tinha que nascer de uma virgem.
Jesus saiu do LUGAR SANTÍSSIMO para o LUGAR
SANTO e depois para o ÁTRIO. Porque Jesus fez isso?
Jesus tinha que passar por todas as peças do tabernáculo.
Afinal as peças eram representações, tipos de seu
ministério. Entre o altar de incenso (onde Ele aprendeu a

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


144

orar) e o candeeiro, Jesus esperou e se preparou por 30


anos.
Quando estava com o Pai, Jesus não precisava orar,
Eles estavam e sempre estiveram Eternamente juntos. Após
romper o véu, Ele estava igual ao homem. Jesus teve que
orar ao Pai. Ele aprendeu a orar, aprendeu a obedecer.
“Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo
que padeceu”; (Hb 5.8).
“Porque, como, pela desobediência de um só homem,
muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de
um, muitos serão feitos justos”; (Rm 5.19).
Enquanto Jesus não tivesse uma experiência com o
ALTAR DE INCENSO e com o CANDEEIRO, Ele não estaria
pronto para participar da MESA. Jesus se preparou, o seu
ministério não foi de qualquer jeito, de qualquer maneira!
Quando Jesus passou pelo
altar de incenso e veio para o
CANDEEIRO, Ele teve sete
experiências de atuações
diferentes do Espírito Santo.
“Porque brotará um
rebento do tronco de Jessé, e
das suas raízes um renovo frutificará. Is 11.2 E repousará
sobre ele o (1) Espírito do Senhor, e o (2) espírito de
sabedoria e de (3) entendimento, e o (4) espírito de conselho

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


145

e de (5) fortaleza, e o (6) espírito de conhecimento e (7) de


temor do Senhor”;

EM QUAIS CONDIÇÕES DO SEU MINISTÉRIO


JESUS EXPERIMENTOU AS 7 ATUAÇÕES DO
ESPÍRITO?

1) ESPÍRITO DO SENHOR – Ao nascer, quando foi gerado


no ventre de Maria.
2) ESPÍRITO DE SABEDORIA – No templo, quando
ensinava aos doutores.
3) ESPÍRITO DE ENTENDIMENTO – Quando enfrentou os
demônios e o diabo.
4) ESPÍRITO DE CONSELHO – No getsemani.
5) ESPÍRITO DE FORTALEZA – Quando curou os
enfermos, aleijados e ressuscitou os mortos.
6) ESPÍRITO DE CONHECIMENTO – Quando conversou
com os escribas e fariseus.
7) ESPÍRITO DE TEMOR – Quando estava na Cruz do
Calvário.

Após as 7 experiências do Espírito no CANDEEIRO,


Jesus foi para a MESA. Quantos pães havia sobre a mesa
da proposição?

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


146

“... doze pães... ; ... em duas fileiras...; ... sobre a mesa”;


(Lv 24.5,6).

SOMENTE OS SACERDOTES PODIAM COMER


DESSES PÃES

“E será de Arão e de seus filhos...”; (Lv 24.9).


Nós pensamos que Ele
iria para o templo. Ele foi ao
deserto. Qual o total de pães
das duas multiplicações?
(5+7=12). “... os cinco pães...”;
(Mt 14.19). ”E Jesus disse-
lhes: Quantos pães tendes? E eles disseram: Sete”; (Mt
15.34).
Os pães que eram somente para os
sacerdotes comerem, Jesus deu para o
povo comer. Após alimentar a multidão,
Jesus deixou a MESA e foi para a BACIA.
Fazer o que com a bacia? Ele foi
lavar os pés dos seus discípulos.

Da BACIA,
Jesus foi ao ALTAR DE
HOLOCAUSTO, a encarnação do
Verbo terminou no Calvário.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


147

O PERÍODO DE PREPARAÇÃO É MAIOR


DO QUE O DA MISSÃO!

Jesus preparou-se 30 anos, para 3 anos de ministério.

• ENTRE O ALTAR DE INCENSO E O CANDEEIRO


FORAM 30 ANOS
“E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta
anos ...”; (Lc 3.23). “da idade de trinta anos para cima”;
(Nm 4.23).

• ENTRE O CANDEEIRO E A MESA FORAM 3 ANOS


“... que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído,
tomou o pão”; (1 Co 11.23).

• ENTRE A MESA E A BACIA FORAM 3 DIAS


Entre a bacia e o altar de holocausto aconteceu às 3
HORAS mais cruciais do ministério terreno de Jesus.
“E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda
a terra até a hora nona”; (Lc 23.44).

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


148

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


149

O RETORNO DO ÁTRIO PARA O LUGAR SANTÍSSIMO


AS DUAS ENTRADAS DE JESUS CRISTO AO CÉU

A 1ª ENTRADA APÓS A RESSURREIÇÃO & A 2ª


ENTRADA APÓS A ASCENSÃO

“Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda


não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos e dize-
lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e
vosso Deus. Maria Madalena foi e anunciou aos
discípulos que vira o Senhor e que ele lhe dissera isso”;
(Jo 20.17,18).

São relatadas DUAS ENTRADAS DO FILHO NO CÉU


após a sua ressurreição. Jesus não foi diretamente ao céu
quando ressuscitou.
1º Ele apareceu a Maria Madalena. Não pode ser
tocado por ela. “Noli me tangere”, que significa “não me
toques”, é a versão em latim das palavras ditas por Jesus a
Maria Madalena quando ela o reconhece após a sua
ressurreição.
“Não me detenhas”; o verbo deter no grego é traduzido
no sentido de “tocar”, também significa; “agarrar, segurar,
reter, pegar, manusear”. Jesus não poderia ser tocado, pois

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


150

levava as primícias de Sua ressurreição ao Pai. Jesus


estava de posse das almas dos justos e de todo o lugar. Ele
estava indo levar o Cativeiro, os justos que estavam no
Paraíso, chamado também de Seio de Abrãao, ào Novo
Paraíso do 3º Céu . Por isso Jesus não poderia ser tocado
por Maria Madalena.
“Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o
cativeiro, e deu dons aos homens. Ora, isto ele subiu
que é, senão que também, antes, tinha descido às partes
mais baixas da terra? Aquele que desceu é também o
mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir
todas as coisas”; (Ef 4.8-10).
Esta foi a 1ª Entrada de Jesus Cristo na Nova
Jerusalém Celestial. Depois Ele veio estar com os seus
discípulos por um espaço de 40 dias.
“Aos quais também, depois de ter padecido, se
apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo
visto por eles por espaço de quarenta dias e falando do
que respeita ao Reino de Deus”; (At 1.3). Os discípulos
literalmente o viram subir. Ele já havia estado no Céu como
Sacerdote. E num intervalo de 40 dias houve duas entradas.
Após estar com os seus discípulos durante 40 dias.
Jesus foi assunto ao Céu. Esta foi a sua 2ª Entrada, a sua
ascensão.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


151

A apresentação de Cristo após sua ressurreição foi um


espetáculo maravilhoso! O Profeta Daniel o viu através de
uma visão.
“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e
eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do
homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram
chegar até ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o
reino, para que todos os povos, nações e línguas o
servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não
passará, e o seu reino único que não será destruído”;
(Dn 7.13,14).
Daniel desmaiou ao ter a visão da apresentação do
Filho diante do Pai.
“Como, pois, pode o servo do meu Senhor (O Filho)
falar com o meu Senhor (O Pai)? Porque, quanto a mim,
desde agora não resta força em mim, e não ficou em mim
fôlego”; (Dn 10.17).
O Evangelista João foi arrebatado até aquele dia e o viu
entrar em sua revelação.
“E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos
quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro,
como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete
olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados a
toda a terra. E veio e tomou o livro da destra do que
estava assentado no trono. E, havendo tomado o livro,

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


152

os quatro animais e os vinte e quatro anciãos


prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles
harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as
orações dos santos”; (Ap 5.6-8).

A 1ª ENTRADA & A 2ª ENTRADA

“Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó


entradas eternas, e entrará o Rei da Glória (O MOMENTO
DA 1ª ENTRADA). Quem é este Rei da Glória? O Senhor
forte e poderoso, o Senhor poderoso na guerra. Levantai-
vos, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas
eternas, e entrará o Rei da Glória? (O MOMENTO DA 2ª
ENTRADA) O Senhor dos Exércitos; ele é o Rei da Glória,
(Selá)”; (Sl 24.7-10).
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OS DONS DE CRISTO
Após a obra de Cristo na morte e ressurreição, Ele deu
aos homens (espécie humana) dons ministeriais (Matéria
que estudamos detalhadamente em Eclesiologia) conforme

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


153

Efésios 4:10-11 dos quais são; Apóstolos, Profetas,


Evangelistas, Pastores e Mestres.

EPÍLOGO

É de fundamental importância para o servo do Senhor


que foi chamado ao ministério da Palavra, o conhecimento
correto da Pessoa e da obra de Cristo.
Como já fiz menção no início deste trabalho, o
cristianismo é Cristo; e uma deficiência no conhecimento da
pessoa e obra de Cristo gera deficiência direta a nossa fé
cristã.
É obvio que não podemos explicar os mistérios de
Deus; o sobrenatural nascimento virginal de Cristo, a
Trindade, as duas naturezas de Cristo, os pormenores do
‘’kenosis’’; mas a nós que lidamos com a ministração da
Palavra, pesa a responsabilidade de investigar a Escritura
para chegar a uma definição da doutrina bíblica, solida e
organizada.
Olhando para a pré-existência de Cristo, Sua
eternidade, Sua coexistência com o Pai na eternidade, e sua
imutabilidade; temos a convicção de termos um Salvador
Divino.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


154

O fato miraculoso do nascimento virginal de Cristo é um


elo doutrinário, para a compreensão da tanto da Cristologia,
como da Soteriologia.
O nascimento virginal de Jesus Cristo, e todos os
mistérios que o envolve, respalda nossa fé não apenas num
Salvador Divino, mas também em um Salvador humano
capaz de compadecer de nossas fraquezas, e efetuar
através da Sua morte a salvação perfeita; e pela Sua
ressurreição e ascensão a garantia inquestionável dessa
salvação.
Passando por estes parâmetros da Cristologia
chegamos a uma definição doutrinaria biblicamente
coerente. Cremos em um Cristo Divino, pré-existente, mas
que se manifestou em carne, nascendo da virgem sem
pecado. Que morreu, mas ressuscitou dentre mortos, e que,
glorificado está a destra do Pai. Por esta razão ‘’nós
pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus,
loucura para os gentios; mas para os que foram chamados,
tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder e
sabedoria de Deus (1 Co 1.23,24).

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


155

ANOTAÇÕES
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CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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P
A
R
A
C
L
E
T
O
L
O
G
A DOUTRINA DO DEUS I
ESPÍRITO SANTO A

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


158

INTRODUÇÃO GERAL AO
ESTUDO DO ESPÍRITO SANTO

O estudo do Espírito Santo se chama paracletologia em


algumas sistemáticas também o denominam de
pneumatologia, nesta grade vamos atender o primeiro
termo.

Etimologicamente, Paracletologia (grego):


paracletos = Ajudador, Consolador, Advogado. Aquele
que está ao lado;
logia = estudo, doutrina.

Esta disciplina pode ser estudada em dois períodos:

• No Antigo Testamento, época em que havia


atividades e manifestações esporádicas e específicas
do Espírito Santo em momentos determinados.
• No Novo Testamento, a partir do dia de Pentecostes,
registrado em Atos dos Apóstolos 2, as atividades do
Espírito Santo se concretizam de maneira direta e
contínua através da Igreja, enchendo os corações.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


159

O QUE É O ESPÍRITO SANTO?

Para melhor compreensão da necessidade em


responder esta pergunta, vejamos as concepções sectárias
a respeito:
• Budismo e Hinduísmo: Não acreditam na
existência do Espírito Santo;
• Judaísmo: Espírito Santo é outro nome para a
atividade de Deus na terra;
• Espiritismo: O Espírito Santo é uma falange de
Espíritos;
• Nova Era: Para alguns pensadores, o Espírito
Santo é uma força psíquica;
• Testemunhas de Jeová: O Espírito Santo é uma
força ativa, semelhante a uma corrente elétrica.

O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA

O Espírito Santo possui todas as qualidades inerentes


a uma pessoa. Desempenha as mesmas funções de um
indivíduo; possui intelecto, emoção e vontade. Em geral, a
atribuição de personalidade é relacionada a uma forma
corpórea. Porém, Deus é Espírito. Não depende da
existência de um corpo material.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


160

A seguir, as características da personalidade do


Espírito Santo nas páginas da Bíblia Sagrada:

O Espírito Santo é tratado por pronomes pessoais

Jo 16.8: E, quando ele vier, convencerá o mundo do


pecado, e da justiça e do juízo. Jo 16.13,14: Mas, quando
vier aquele Consolador, o Espírito de verdade, ele vos guiará
em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá
tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele
me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo
há de anunciar.
O pronome “aquele” (grego: ekeinos) usado em Jo
16.8,13,14, indica a personalidade do Espírito Santo (em
contraste com o pronome “aquilo”).
No texto de Jo 14.16, a expressão "outro Consolador"
também remete à personalidade do Espírito Santo.

O Espírito Santo Pensa

Rm 8.27: E aquele que examina os corações sabe qual


é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede
pelos santos.
O Espírito Santo tem Vontade

1Co 12.11: Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas


estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um,
individualmente.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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O Espírito Santo ordena

At 16.6,7: Paulo e seus companheiros viajaram pela


região da Frigia e da Galácia, tendo sido impedidos pelo
Espírito Santo de pregar a palavra na província da Ásia.
Quando chegaram à fronteira da Mísia, tentaram entrar em
Bitínia, mas o Espírito de Jesus os impediu.

O Espírito Santo clama

Gl 4.6: E, porque vocês são filhos de Deus, Deus


enviou o Espírito de seu Filho ao coração de vocês, e ele
clama “Aba Pai”.

O Espírito Santo intercede

Rm 8.26: Da mesma forma o Espírito nos ajuda em


nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio
Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.

O Espírito Santo testemunha de Jesus Cristo

Jo 15.26: Quando vier o Conselheiro que eu enviarei a


vocês da parte do meu Pai, o Espírito da verdade que
provém do Pai, Ele testemunhará ao meu respeito.

O Espírito Santo comissiona ministros

At 13.2: Enquanto adoravam ao Senhor e jejuavam,


disse o Espírito Santo: ‘Separem-me Barnabé e Saulo para
a obra que os tenho chamado.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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O Espírito Santo Fala

Ap 2.7: Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às


igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da
vida que se encontra no paraíso de Deus.

O Espírito Santo entristece-se

Ef 4.30: E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual


fostes selados para o dia da redenção.

O Espírito Santo Ensina

Jo 14.26: mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem


o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as
coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.

É possível mentir ao Espírito Santo


(Mas não é possível enganá-lo)

At 5.3: Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu


Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo,
reservando parte do valor do campo?

É possível blasfemar contra o Espírito Santo


Mt 12.31: Por isso, vos declaro: todo pecado e
blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia
contra o Espírito não será perdoada.
Com base nestes versículos, extraídos da Palavra de
Deus, e em conformidade com seus respectivos contextos,

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


163

podemos negar as concepções sectárias e afirmar que o


Espírito Santo é uma pessoa, e não qualquer outro tipo de
manifestação.
Uma vez que o Espírito Santo é, irrefutavelmente, uma
pessoa, surge a pergunta: Quem é a pessoa do Espírito
Santo?

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


164

QUEM É O ESPÍRITO SANTO?

A priori, é preciso analisar as concepções sectárias que


reconhecem a personalidade do Espírito Santo, mas têm
dificuldade em explicar “quem” ele é enquanto pessoa:
Islamismo: Dividem-se em dizer que o Espírito Santo
é o próprio Jesus ou o anjo Gabriel (que eles chamam de
arcanjo).
Mórmons: Veem-no como um deus separado do Pai e
do Filho, composto por uma substância líquida através da
qual Deus exerce influência.
Igreja da Unificação: Ele é um espírito feminino que
trabalha com Jesus no mundo dos espíritos com um
propósito: Levar as pessoas ao reverendo Moon.
Os Unicistas (Igreja Voz da Verdade, Igreja Local,
seguidores de Yehoshua e outros): O Espírito Santo é o
próprio Jesus, pois estes movimentos negam a doutrina da
Trindade.

O ESPÍRITO SANTO É DEUS

A despeito do que afirmam os movimentos sectários, a


Bíblia declara que o Espírito Santo é o próprio Deus.
Não é um deus entre outros deuses, mas o único e
verdadeiro Deus que subsiste eternamente em três pessoas:

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


165

o Pai, o Filho e o Espírito Santo. No episódio que se passou


com Ananias e Safira, estes mentem para Pedro. O apóstolo
ensina que mentir para o Espírito Santo é mentir para o
próprio Deus.
Atos 5.3: "Por que encheu Satanás o teu coração, para
que mentisses ao Espírito Santo? Não mentistes aos
homens, mas a Deus".
A deidade do Espírito Santo está implícita na do Pai e
do Filho. Ela é a mesma nas três pessoas. Não se separa,
mas pertence à mesma essência divina do único Deus.

ATRIBUTOS DO ESPÍRITO SANTO

• Verdade

1Jo 5.6: Este é aquele que veio por água e sangue, isto
é, Jesus Cristo; não só por água, mas por água e por
sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a
verdade.
Não a verdade como um conceito, mas a verdade
divina.
Jesus afirma ser, ele mesmo, o caminho, a verdade e a
vida.
Jo 14.6: Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a
verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


166

A Palavra de Deus é a verdade


Jo 17.17: Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é
a verdade.
Essa verdade oriunda de Deus está atrelada às três
pessoas da Trindade.
• Santidade
Mc 1.8: Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água;
ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.
O título Espírito Santo revela a separação do Espírito
de Deus dos espíritos humanos ou angelicais. Santidade é
atributo Divino e o Espírito é Divino.
• Vida
Rm 8.2: Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo
Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.
A vida (Gr: zoè) como Deus a tem é outorgada pelo
Espírito na regeneração.
• Sabedoria
Is 40.13: Quem guiou o Espírito do SENHOR, ou como
seu conselheiro o ensinou?
Este texto revela a sabedoria divina comum ao Espírito
santo.
• Eternidade
Hb 9.14: Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo
Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus,

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


167

purificará as vossas consciências das obras mortas, para


servirdes ao Deus vivo?
Criaturas de Deus como anjos e homens também
viverão (ou morrerão) para sempre, mas a eternidade de
Deus é diferente, pois Ele existe desde a eternidade.
Diferente de suas criaturas que tiveram um início, Deus
sempre existiu. Este atributo é reconhecido no Espírito Santo
de Deus.
• Onipresença
Sl 139.7–10: Para onde me irei do teu espírito, ou para
onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás;
se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás
também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas
extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a
tua destra me susterá.
Onipresença é o atributo da Trindade que a permite
estar em todos os lugares e em todas as épocas ao mesmo
tempo. O Espírito Santo penetra em todas as coisas e
perscruta o entendimento humano, pois está presente em
todos os lugares. Não se divide em várias manifestações,
mas sua presença é total em cada lugar.
• Onipotência
Lc 1.35: E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá
sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


168

com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há


de nascer, será chamado Filho de Deus.
Onipotência é o atributo da Trindade em ter todo o
poder que há no Universo físico ou espiritual. O mesmo
poder que há no Pai, há no Filho e no Espírito Santo.
Em sua onipotência, o Espírito Santo faz o que lhe
apraz, realizando milagres e prodígios.
Rm 15.19: Pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude
do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém, e
arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de
Jesus Cristo.
• Onisciência
1Co 2.10–11: Mas Deus no-las revelou pelo seu
Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as
profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as
coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele
está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus,
senão o Espírito de Deus. Onisciência é o atributo da
Trindade em saber todas as coisas. Como o Pai e o Filho, o
Espírito Santo tem total conhecimento de todas as coisas.
Sua sabedoria é infinita, singular e indescritível. Ele sabe
tudo acerca de si mesmo e do que criou.
Sl 139.2: Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de
longe entendes o meu pensamento.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


169

O ESPÍRITO SANTO SE MOVIA SOBRE A


FACE DAS ÁGUAS

“E a terra era sem forma e


vazia; e havia trevas sobre a
face do abismo; e o Espírito de
Deus se movia sobre a face das
águas”; (Gn 1.2).
“Eles voluntariamente ignoram
isto; que pela palavra(logos) de
Deus já desde a antiguidade
existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no
meio da água subsiste”; (2 Pe 3.5).
Tudo era água, somente existia água. Nada mais. As
águas estavam sobre tudo. No meio destas águas Deus faz
separações e denomina estas separações de expansões.
(Gn. 1.6-10). No meio destas águas Ele(YHWH) chama a
separação de cima de céus(1º e 2º Céu). E no meio destas
águas ele separa a porção seca e a denomina como
Terra(singular), esta era sem forma e vazia e havia trevas
sobre ela. As águas e a terra eram a mesma coisa, tudo
informe, 1a única coisa formal que havia era o Espírito
Santo que movia sobre as águas.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


170

APLICAÇÃO

O Espírito Santo desde o 3princípio absoluto é, era, e


será Deus. No 4princípio criacional dos cosmos continuou
sendo Deus. O princípio absoluto foi antes do princípio
criacional.
No primeiro princípio Ele era Deus e continuou sendo
Deus. Ele veio, Ele foi o primeiro enviado aos cosmos. Ele
aceitou ser o primeiro missionário para que o projeto fosse
estabelecido.
O plano não podia tornar-se realidade se Ele não se
envolvesse nele mesmo, profundamente e poderosamente.
A principal ação do Espírito Santo era mover-se sobre
algo. Seu mover sempre foi um mover para investimento. Ele
nunca se move se algo não acontece para a glória de Deus.
A ação do Espírito sempre está presente em toda
obra de Deus, em todos os sentidos, tudo começa pelo
Espírito, a criação, o ministério de Jesus, a chamada dos
Apóstolos, o início da Igreja...

3Princípio absoluto é antes de toda a existência


4Princípio criacional, se aplica a dois inícios a partir da existência e a formação do nosso sistema
cósmico.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


171

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


172

A atuação do Espírito Santo


O Espírito Santo é perito
em trabalhar em algo ou alguma
coisa sem forma, vazio, e
principalmente se estiver em
trevas.
Pode ser uma vida. Pode
ser uma família. Enfim algo ou
alguma coisa que está sem
vida. Apesar de estar sem
forma, vazio e de haver trevas.
Há também uma presença maravilhosa, a presença do
Espírito Santo. No hebraico o termo para o verbo “mover” é
o mesmo significado do que “pairar”, “estar sobre”,
“repousar”, “chocar” e “aquecer”; (chocar + calor = vida). O
termo hebraico para “criar” é “bara”, que significa “cortado
para fora”, “saindo de dentro de “olhai para a rocha de onde
fostes cortados...”; (Is 51.1). Ou seja, trazer a existência de
dentro da Existência. Conforme Deus ia falando “haja” com
o poder de Sua Palavra, Ele trouxe a existência para fora
Dele o que já existia dentro Dele mesmo. Uma vez que Deus
é a origem de tudo que existe, e sem Ele nada do que existe,
existiria. É impossível qualquer existência da vida sem a
ação do Espírito Santo!

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


173

A PLENITUDE E EXCELÊNCIA
DO ESPÍRITO SANTO

2 Timóteo 1:14 Guarda o bom depósito pelo Espírito


Santo que habita em nós.
Isaías 11:2 E repousará sobre ele o 1Espírito do
Senhor, o 2espírito de sabedoria e de 3entendimento, o
4espírito 5fortaleza,
de conselho e de o espírito de
6conhecimento e de 7temor do Senhor.

PREENCHA AS LÂMPADAS COM A REFERÊNCIA NUMÉRICA DO


TEXTO DE ISAIAS 11:2, E FAÇA A APLICAÇÃO EXEGÉTICA NAS
PÁGINAS SEGUINTES.

APLICAÇÃO DO ALUNO COM O PROFESSOR(A)

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


174

1 - Espírito do Senhor:______________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
2 – Espírito de Sabedoria:___________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
3 – Espírito de Entendimento:________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
4 – Espírito de Conselho:____________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
5 – Espírito de Fortaleza:____________________________

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


175

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_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
6 – Espírito de Conhecimento:________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
7 – Espírito de Temor ao Senhor:_____________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
No Lugar Santo do Tabernáculo terreno existia 1
CASTIÇAL DE OURO o qual tipificava ao Espírito Santo que
estava no Céu. (Ex. 25.31). No Céu, na Sala do Trono
existem 7 CASTIÇAIS DE OURO que estão diante de Deus
os quais representam no Céu ao Espírito Santo, o qual está
aqui na Terra, na Igreja. (Ap. 1.12)
“Andando elas, andavam pelos quatro lados deles; não
se viravam quando andavam. Essas rodas eram tão altas,

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


176

O ESPÍRITO SANTO NO TRONO

que metiam medo; e as quatro tinham as suas cambas


cheias de olhos ao redor. E, andando os animais, andavam
as rodas aos pés deles; e, elevando-se os animais da terra,
elevavam-se também as rodas. Para onde o Espírito queria
ir, iam; pois o Espírito os impelia; e as rodas se elevavam
defronte deles, porque o Espírito da criatura vivente
estava nas rodas”; (Ez 1.17-20).
OS QUATRO ASPECTOS DO TRABALHO DO ESPÍRITO
SANTO NA IGREJA

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


177

“O 1aspecto das rodas e a 2obra delas eram como a


3mesma
cor de turquesa; e as quatro tinham uma
semelhança; e o seu aspecto e a sua obra eram como se
estivera uma 4roda no meio de outra roda”; (Ez 1.16)

1 – Aspectos das rodas | A igreja deve ter o mesmo


padrão na sua doutrina, rodas com aspectos divergentes
nunca triunfarão, pois a visão deve ser a mesma, visão de
Reino. Todas as rodas possuíam a mesma cor, isso nos
denota a um só propósito, uma só meta e o mesmo objetivo.
2 – A obra delas | As obras não são a fonte para a
salvação, mas é o meio que temos para obter a justificação.
Quando um ministério está em comum acordo em fé,
amor e objetivo.
Jamais as obras farão divisões, porque uma obra
completara a outra, um ministro honra ao outro, fazendo
assim o mesmo trabalho que a Divindade fez: O Filho honra
ao Pai, e o Espirito Santo honra ao Filho. A cor de turquesa
é o valor de nossas obras, Deus quer o que temos de melhor.
Se nada vale para mim, também não valerá para Deus.
3 – Uma mesma semelhança | A luta de Satanás é
que nós venhamos a perder a semelhança de Deus, e que a
semelhança do Adão caído prevaleça. Sendo estas rodas
uma tipologia da Igreja, temos que nascer de novo para

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


178

assim o Espirito Santo habite em plenitude em nosso meio e


em nós.
4 – Uma roda no meio da outra roda | Denota,
representa unidade. Essas rodas eram tão unidas que
pareciam ser uma só. O Espirito Santo só age em nós
(igreja) através da unidade. Temos que ter união não só
familiar, mas ministerial e congregacional. Um dos motivos
que o povo de Deus pode ser destruído é a falta de unidade

NOTA: As quatro rodas tinha uma mesma semelhança.


É o tipo de Unidade pelo Espírito nos ministérios, dons
e obras. O meu ministério tem que estar dentro do seu
ministério, só assim, somente desta forma venceremos
com unidade!

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


179

APLICAÇÃO DE EZEQUIEL 1.17-20


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CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


180

OS NOMES E OS SIMBOLOS
DO ESPÍRITO SANTO

A Bíblia ainda revela nomes do Espírito Santo, o que


mostra características da Pessoa do Espírito:

Espírito de Deus: (hb. Ruach Yahweh) Traduzido por


“Espírito do Senhor". Que no grego é pneuma; Is 11.2: E
repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o espírito de
sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de
fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do
SENHOR.
2Sm 23.2: O Espírito do SENHOR falou por mim, e a
sua palavra está na minha boca.

Espírito de Cristo: Título que revela, além da


personalidade do Espírito Santo, a divindade de Cristo e a
doutrina da Trindade.
Rm 8.9: Vós, porém, não estais na carne, mas no
Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se
alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.
1Pe 1.11: Indagando que tempo ou que ocasião de
tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava,

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


181

anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo


haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir.

Espírito da Vida: No novo nascimento, o Espírito dá a


vida ao cristão. Rm 8.2: Porque a lei do Espírito de vida, em
Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.

Espírito da Adoção de Filhos: Ao receber o Senhor


Jesus, o cristão recebe o Espírito Santo que o torna filho de
Deus através da adoção.
Rm 8.15: Porque não recebestes o espírito de
escravidão, para outra vez estardes em temor, mas
recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual
clamamos: Aba, Pai.

Espírito da Graça: É o Espírito Santo que manifesta a


graça de Deus aos corações antes mesmo que o homem
perceba isso. É a semente da regeneração que Jesus relata
em João 3.
Hb 10.29: De quanto maior castigo cuidais vós será
julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver
por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e
fizer agravo ao Espírito da graça?

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


182

Espírito da Glória: Glória relacionada à adoração da


qual Deus é digno. Esta é despertada no convertido pelo
Espírito Santo.
1 Pe 4.14: Se pelo nome de Cristo sois vituperados,
bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito
da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado,
mas quanto a vós, é glorificado.

OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

Símbolos têm a finalidade de oferecer quadros


concretos de coisas abstratas, ou seja, de revelar coisas
espirituais através de coisas materiais.
Vento: De origem hebraica, a palavra vento (ruach)
significa, “sopro”, "espírito", "vento". Do grego pneuma, o
significado é muito próximo ao de ruach. Este símbolo trata
da natureza invisível do Espírito Santo. Jo 3.8: O vento
assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de
onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é
nascido do Espírito.
Água: Sendo uma necessidade vital, a água é símbolo
do Espírito Santo para os crentes em Cristo Jesus.
Jo 7.38, 39: Quem crê em mim, como diz a Escritura,
rios de água viva correrão do seu ventre.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


183

E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os


que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora
dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.
Fogo: O fogo é símbolo do Espírito no que se refere à
purificação
At 2.3: E foram vistas por eles línguas repartidas, como
que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
Óleo: Usado para ungir reis e sacerdotes, o azeite é o
símbolo da consagração divina do crente para o serviço no
Reino de Deus.
Zc 4.2-6: E disse-me: Que vês? E eu disse: Olho, e eis
que vejo um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite no
seu topo, com as suas sete lâmpadas; e sete canudos, um
para cada uma das lâmpadas que estão no seu topo. E, por
cima dele, duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e
outra à sua esquerda. E respondi, dizendo ao anjo que
falava comigo: Senhor meu, que é isto? Então respondeu o
anjo que falava comigo, dizendo-me: Não sabes tu o que é
isto? E eu disse: Não, senhor meu. E respondeu-me,
dizendo: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel, dizendo:
Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito,
diz o SENHOR dos Exércitos.
Lc 4.18: O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que
me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os
quebrantados do coração,

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


184

Pomba: Símbolo de mansidão e paz, a pomba reflete


o Espírito, manso nos momentos difíceis, dando paz aos
corações.
Mt 3.16,17: E, sendo Jesus batizado, saiu logo da
água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de
Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que
uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem
me comprazo.
Selo: O selo prensado sobre a cera significa a certeza
de um acordo, o acerto de um contrato. Na regeneração, o
selo colocado por Deus pai na vida do cristão é a presença
do Espírito Santo.
Ef 1.13: Em quem também vós estais, depois que
ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa
salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o
Espírito Santo da promessa.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


185

A OBRA DO ESPÍRITO SANTO

Convence do pecado

Jo 16.8: E, quando ele vier, convencerá o mundo do


pecado, e da justiça e do juízo.
O Espírito Santo revela Jesus aos corações, fazendo
com que o homem compreenda as verdades divinas,
fazendo-o membro do corpo de Cristo.
Jo 14.26: Mas aquele Consolador, o Espírito Santo,
que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas
as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.
1Co 12.13: Pois todos nós fomos batizados em um
Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer
servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito.

Sela o que o aceita

Ef 4.30: E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no


qual estais selados para o dia da redenção.
Como dito acima, este selo é a marca espiritual de
Deus sobre os crentes. Significa que só Ele tem a autoridade
de desatar este selo e que Sua promessa está garantida
sobre as vidas dos seus.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


186

Regenera os selados

Jo 3.5: Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te


digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não
pode entrar no reino de Deus.
A regeneração é uma obra exclusivamente do Espírito
de Deus, através da qual é implantada no coração do
homem a disposição para as coisas santas, ou seja, o
homem passa a ter condições espirituais de compreender as
coisas de Deus e é capacitado a aceitar as verdades do
cristianismo.

Santifica os regenerados

Rm 8.6-9: Porque a inclinação da carne é morte; mas a


inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação
da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de
Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão
na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais
na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita
em vós.
Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal
não é dele.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


187

A partir da conversão, o Espírito Santo passa a habitar


no crente, de modo que a vida do homem começa a ser
influenciada de forma santificadora.
1Co 6.19: Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo
do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus,
e que não sois de vós mesmos?
Ao habitar no homem, o Espírito Santo. Purifica sua
vida, dá a direção e produz qualidades que glorificam a
Cristo. Gl 5.22,23: Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão,
temperança. Contra estas coisas não há lei.

Batiza

At 2.16,17: Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E


nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito
derramarei sobre toda a carne; E os vossos filhos e as
vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, E
os vossos velhos terão sonhos; O cristão recebe o Espírito
Santo no momento da conversão. Essa manifestação inicial
do Espírito está vinculada à salvação. Em outro momento,
pode receber uma manifestação de poder que está
vinculada à santificação. No próximo capítulo, o batismo no
Espírito Santo será tratado mais detalhadamente.
NOTA: PARA MELHOR EXPOSIÇÃO DESTE IMPORTANTÍSSIMO ASSUNTO INDICO A LEITURA DO
LIVRO “O BATISMO COM O ESPÍRITO E AS LINGUAS COMO EVIDÊNCIA” DO AUTOR SILAS
DANIEL,Ministra dons
PUBLICADO PELA CPADespirituais
(CASA PUBLICADORA DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS) E A OBRA
DE GUTIERRES SIQUEIRA “PNEUMATOLOGIA: UMA PERSPECTIVA PENTECOSTAL” PELA EDITORA
THOMAS NELSON.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


188

1Co 12.7-11: Mas a manifestação do Espírito é dada a


cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é
dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito,
a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e
a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro a
operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o
dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de
línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um só e
o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo
particularmente a cada um como quer.
O Espírito Santo manifesta dons à igreja, com o
objetivo de edificação. Em capítulo posterior, os dons
espirituais serão estudados mais detalhadamente.

Capacita para o serviço cristão

Uma vez que o cristão recebe talentos especiais do


Espírito e é capacitado por Ele, passa a ser capaz de realizar
a obra do Senhor. Deus escolheu fazer uma obra perfeita
através de seres imperfeitos, mas é o próprio Deus que
outorga poder para testemunhar de Cristo e trabalhar de
modo eficaz na igreja e diante do mundo.
At 1.8: Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que
há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em
Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos
confins da terra. Esse poder revestiu ao Senhor Jesus e aos
discípulos, capacitando para a proclamação do evangelho.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


189

Jo 1.32,33: E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito


descer do céu como pomba, e repousar sobre ele. E eu não
o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse
me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre
ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo.
At 2.4: E todos foram cheios do Espírito Santo, e
começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito
Santo lhes concedia que falassem.
At 1.8: Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que
há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em
Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos
confins da terra.
At 4.31: E, tendo orado, moveu-se o lugar em que
estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e
anunciavam com ousadia a palavra de Deus.
Ser cheio do Espírito Santo é um requisito para o
serviço cristão:
At 6.3: Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens
de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria,
aos quais constituamos sobre este importante negócio.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


190

ANOTAÇÕES DO SEMINARISTA:
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CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


191

BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

O homem somente pode receber a salvação mediante


a obra do próprio Espírito Santo.
Jo 16.8: E, quando ele vier, convencerá o mundo do
pecado, e da justiça e do juízo.
Na verdade, todo crente que recebe Jesus, recebe o
selo do Espírito.
Ef 1.13,14: Em quem também vós, depois que ouvistes
a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo
nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da
promessa; o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate
da sua propriedade, em louvor da sua glória.
2 Co 1.21,22: Mas aquele que nos confirma convosco
em Cristo e nos ungiu é Deus, que também nos selou e nos
deu o penhor do Espírito em nosso coração.
Ef 4.30: E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual
fostes selados para o dia da redenção.
O cristão cheio do Espírito Santo tem intimidade com
o Senhor para ver Sua glória:

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


192

At 7.55: Mas ele, estando cheio do Espírito Santo,


fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que
estava à direita de Deus.
A Bíblia fala de pessoas cheias do Espírito Santo que
não participaram do episódio de Atos 2 nem de outras
ocasiões em que houve a manifestação de línguas
estranhas:
Lc 1.15: Porque será grande diante do Senhor, e não
beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito
Santo, já desde o ventre de sua mãe.
Lc 1.41: E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação
de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia
do Espírito Santo.
Lc 1.67 E Zacarias, seu pai, foi cheio do Espírito Santo
e profetizou.
Lc 2.25: Havia em Jerusalém um homem chamado
Simeão; homem este justo e piedoso que esperava a
consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.
At 18. 24: E chegou a Éfeso certo judeu chamado
Apolo, natural de Alexandria, homem eloquente e poderoso
nas Escrituras. Este era instruído no caminho do Senhor e,
fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as
coisas do SENHOR, conhecendo somente o batismo de
João.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


193

O Batismo do Espírito Santo ou o selo do Espírito


Santo acontece uma única vez na vida, no momento da
conversão e abrange todos os crentes.
Está vinculado diretamente à obra da salvação, pois é
a disposição para as coisas espirituais, a capacidade do
homem para receber e compreender as coisas de Deus.
Assim, há diferença entre o “batismo do Espírito santo”
e o “batismo com o Espírito Santo”. É perceptível no
evangelho segundo João:
João 20.22: E, havendo dito isto, assoprou sobre eles
e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.
Nessa passagem, Jesus sopra sobre os discípulos e
estes recebem o Espírito Santo.
Este é o batismo do Espírito, o selo da promessa.
Tempos depois, eles estão reunidos em Jerusalém e
recebem um revestimento tal que começam a falar em
outras línguas.
Este é o batismo com o Espírito Santo ou plenitude do
Espírito.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


194

At 2.1-4: E, cumprindo-se o dia de Pentecostes,


estavam todos concordemente no mesmo lugar; E de
repente veio do céu um som, como de um vento veemente
e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam
assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como
que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E
todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar
noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia
que falassem.
Ao passo que o Batismo do Espírito acontece uma
única vez na vida, no momento da conversão e está
vinculado diretamente à obra da salvação, o batismo com o
Espírito Santo ou a plenitude do Espírito acontece várias
vezes na vida, servindo de um revestimento para o crente.
Está vinculado à santificação, pois tem o objetivo de ajudar
o devoto em seu crescimento espiritual.

O batismo no Espírito foi prometido por Jesus


Cristo:

At 1.5: Porque, na verdade, João batizou com água,


mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito
depois destes dias.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


195

O batismo com o Espírito Santo é uma prova do


cumprimento da profecia veterotestamentário em Jesus
Cristo:

At 2.16: Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E


nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito
derramarei sobre toda a carne; E os vossos filhos e as
vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, E
os vossos velhos terão sonhos; E também do meu Espírito
derramarei sobre os meus servos e as minhas servas
naqueles dias, e profetizarão; E farei aparecer prodígios em
cima, no céu; E sinais em baixo na terra, Sangue, fogo e
vapor de fumo.

Tem o objetivo de revestir os discípulos a


testemunharem de Jesus:

Lc 24.49: E eis que sobre vós envio a promessa de meu


Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto
sejais revestidos de poder.
At 1.4-8: E, estando com eles, determinou-lhes que
não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a
promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


196

Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós


sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois
destes dias.
Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe,
dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?
E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as
estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. Mas
recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre
vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como
em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.
At 4.31-33: E, tendo orado, moveu-se o lugar em que
estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e
anunciavam com ousadia a palavra de Deus. E era um o
coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia
que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas
as coisas lhes eram comuns.
E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho
da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia
abundante graça.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


197

Nos dias bíblicos, o sinal do batismo com o Espírito


Santo era o dom de línguas:

At 2.4: Todos ficaram cheios do Espírito Santo e


passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes
concedia que falassem.
At 10.44-46: E, dizendo Pedro ainda estas palavras,
caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.
E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham
vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito
Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os
ouviam falar em línguas e magnificar a Deus.
Ef At 19.6: E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre
eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como
profetizavam.

O Batismo aconteceu durante momentos de


comunhão entre os irmãos:

At 2.1-4: E, CUMPRINDO-SE o dia de Pentecostes,


estavam todos concordemente no mesmo lugar; E de
repente veio do céu um som, como de um vento veemente
e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam
assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como
que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


198

E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram


a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes
concedia que falassem.

Em momentos de oração com imposição de mãos:

At 8.17: Então lhes impuseram as mãos, e receberam


o Espírito Santo.

Durante a pregação e ensino da Palavra de Deus:

At 10.44: E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o


Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.
At 11.15: E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o
Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio.

A manifestação do Espírito Santo não se encerrou


nos dias bíblicos:

Segundo o apostolo Pedro, essa manifestação do


Espírito Santo não se extinguiu depois dos dias apostólicos,
mas deve ser comum aos crentes de todas as épocas que
forem chamados por Deus:

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


199

At 2.39: Porque a promessa vos diz respeito a vós, a


vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos
Deus nosso Senhor chamar.
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CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


200

DONS ESPIRITUAIS

Os dons do Espírito Santo são manifestações que


objetivam a edificação da igreja. Uma forma que Deus usa
para outorgar poder ao crente, capacitando-o para servir
intensamente.
1Co 12.7: 7 Mas a manifestação do Espírito é dada a
cada um, para o que for útil.

Dons do Deus Pai:

Estes dons são concedidos ao homem e estão ligados


ao propósito inicial do Deus Pai.
Profecia, ministério, ensino, exortação, doação,
presidência e misericórdia.
Rm 12.6-8: De modo que, tendo diferentes dons,
segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela
segundo a medida da fé; Se é ministério, seja em ministrar;
se é ensinar, haja dedicação ao ensino; Ou o que exorta, use
esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade;
o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia,
com alegria.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


201

Dons do Deus Filho:

São dons ligados ao ministério de Cristo, como a


fundação e manutenção de Sua igreja e o estabelecimento
de ministros para continuar Sua obra: Apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores e doutores.
Ef 4.11: E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros
para profetas, e outros para evangelistas, e outros para
pastores e doutores,

Dons do Deus Espírito Santo:

São dons ligados ao ministério do Espírito Santo


enquanto consolador, guia e ajudador da igreja. São
manifestações do Espírito que influenciam o homem a falar,
a operar Seu poder e mesmo a revelar debaixo da sabedoria
Divina.
1Co 12.7-11: Mas a manifestação do Espírito é dada a
cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é
dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito,
a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e
a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro a
operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o
dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de
línguas; e a outro a interpretação das línguas.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


202

Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas


coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.
Estes dons são dados ao crente segundo a vontade do
Espírito Santo e para atender às necessidades da igreja,
mas a bíblia incentiva a buscar estes dons em oração.
1Co 12.11: Mas um só e o mesmo Espírito opera todas
estas coisas, repartindo particularmente a cada um como
quer.
1Co 12.31: Portanto, procurai com zelo os melhores
dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente.
1Co 14.1: Segui o amor, e procurai com zelo os dons
espirituais, mas principalmente o de profetizar.

A teologia pentecostal divide os dons espirituais em


três classes, com base no texto de 1Coríntios 12:

DONS DE REVELAÇÃO

Palavra da Sabedoria (v.8)

É uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo que


capacita o homem a aplicar a Palavra de Deus a situações
específicas. É útil para aconselhamento e para que os
pregadores da palavra falem aquilo o que a igreja precisa
ouvir, mesmo diante da grandeza e complexidade da Bíblia.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


203

At 6.10 Não podiam resistir a sabedoria com que


Estevão falava.

Palavra do Conhecimento (v.8)

É um tipo de mensagem verbal iluminada pelo Espírito


Santo. Mediante a manifestação desse dom pelo Espírito, há
o conhecimento específico a respeito situações, pessoas ou
circunstâncias que, de outra forma, seriam desconhecidas
por aquele no qual o dom se manifesta.
At 5.1-3: Mas certo homem chamado Ananias, com
Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade, E reteve
parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e,
levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos.
Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o
teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e
retivesses parte do preço da herdade?

Discernimento de Espíritos (12.10)

É a capacidade de distinguir a origem de uma


mensagem, se o Espírito Santo, se a emoção humana ou
mesmo um espírito demoníaco.
1Jo 4.1: Amados, não deis crédito a qualquer
espírito; antes, provai os espíritos se procedem de
Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo
mundo fora.

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204

DONS DE PODER

Fé (12.9)

Este dom não é a fé para a salvação, mas uma fé


sobrenatural dada pelo Espírito Santo de modo que o cristão
creia em Deus para a realização de coisas extraordinárias e
milagrosas.

Curas (12.9)

São dons para a cura de doenças, a restauração da


saúde física.
At 3.6-8: E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro;
mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo,
o Nazareno, levanta-te e anda. E, tomando-o pela mão
direita, o levantou, e logo os seus pés e artelhos se
firmaram. E, saltando-o, pôs-se em pé, e andou, e entrou
com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a
Deus.

Operação de Milagres (12.10)

Intervenções sobrenaturais na própria natureza.


Mt 8.26,27 E ele disse-lhes: Por que temeis,
homens de pequena fé? Então, levantando-se,

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


205

repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande


bonança. E aqueles homens se maravilharam, dizendo:
Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe
obedecem?

DONS DE ELOCUÇÃO

Profecia (12.10)

Profetizar é proferir os oráculos de Deus, é falar


iluminado, impulsionado pelo Espírito Santo.
1Co 14.1: SEGUI o amor, e procurai com zelo os
dons espirituais, mas principalmente o de profetizar.

Esse dom pode envolver questões pessoais.


1Co 14. 3: Mas o que profetiza fala aos homens, para
edificação, exortação e consolação.

Previsões futurísticas

At 11.27,28: E naqueles dias desceram profetas de


Jerusalém para Antioquia. E, levantando-se um deles, por
nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria
uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no
tempo de Cláudio César.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


206

At 21.10: E, demorando-nos ali por muitos dias, chegou


da Judéia um profeta, por nome Ágabo; E, vindo ter conosco,
tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios pés e
mãos, disse: Isto diz o Espírito Santo: Assim ligarão os
judeus em Jerusalém o homem de quem é esta cinta, e o
entregarão nas mãos dos gentios.

Anunciar a Palavra de Deus

Embora a predição futurística esteja vinculada à


profecia, mesmo nos tempos veterotestamentários,
profetizar não significa predizer o futuro, mas proclamar a
vontade de Deus. Assim, o próprio ato de anunciar as
verdades bíblicas, iluminado por Deus, é profetizar a Sua
vontade.
1Co 14.25: Tornam-se lhe manifestos os segredos do
coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra,
adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no
meio de vós.

Sempre com o objetivo de edificar a igreja

1Co 14. 3 Mas o que profetiza fala aos homens, para


edificação, exortação e consolação.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


207

É importante ressaltar que a profecia como dom


espiritual não é inspirada por Deus como as escrituras, ou
seja, não é infalível.
Os profetas e demais escritores bíblicos foram
inspirados pelo Espírito de Deus a escreverem segundo a
vontade Divina, de modo que, apesar de seu intelecto e
vontade não serem anulados, escreveram apenas o que
aprouve a Deus.
No caso dos dons de espirituais, o homem fala sob
impulso do Espírito Santo e não inspirado por este, de
maneira que, apesar da presença inquestionável do Espírito,
podem ocorrer falhas.
Assim, a igreja deve analisar muito bem tudo o que
ouve e nunca se esquecer da exclusividade da Palavra de
Deus para a educação cristã. Toda a profecia deve estar
submetida à Bíblia Sagrada.
1Co 12.3: Portanto, vos quero fazer compreender que
ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é
anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o SENHOR,
senão pelo Espírito Santo.
1Jo 4.1: AMADOS, não creiais a todo o espírito, mas
provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos
profetas se têm levantado no mundo.
1Ts 5.20,21: Não desprezeis as profecias. Examinai
tudo. Retende o bem.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


208

Variedades de Línguas (12.10)

O fenômeno da variedade de línguas (Gr:= Glossolalia)


envolve:
Línguas humanas

At 2.4-8: E todos foram cheios do Espírito Santo, e


começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito
Santo lhes concedia que falassem. E em Jerusalém estavam
habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações
que estão debaixo do céu. E, quando aquele som ocorreu,
ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um
os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se
maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são
galileus todos esses homens que estão falando? Como,
pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que
somos nascidos?
Os discípulos falavam a respeito das maravilhas de
Deus nas línguas nativas dos ouvintes que visitavam
Jerusalém.
Eles nunca haviam estudados tais idiomas, mas
estavam sendo impulsionados pelo Espírito Santo.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


209

Línguas estranhas

Palavras desconhecidas que somente Deus é capaz de


entender, de modo que nem aquele que fala, apesar de ser
edificado quando fala, compreende seu significado.
1 Co 14.2: Pois quem fala em outra língua não fala a
homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em
espírito fala mistérios.
1 Co 14.14,16 Porque, se eu orar em outra língua, o
meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera.
E, se tu bendisseres apenas em espírito, como dirá o indouto
o amém depois da tua ação de graças? Visto que não
entende o que dizes.

Línguas de anjos?

O apóstolo Paulo escreveu a seguinte passagem:


1Co 13.1: AINDA que eu falasse as línguas dos
homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal
que soa ou como o sino que tine.
Com base neste texto, alguns ensinam erroneamente
que o dom de línguas manifesta línguas angelicais. Porém,
observando o contexto de 1Co 13, sequer é possível afirmar
se existe um idioma de anjos.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


210

Na verdade, os versículos seguintes são marcados por


várias hipérboles, como “todos os mistérios”, “transportar
montanhas”, “distribuir fortunas”, “entregar o corpo para ser
queimado” etc.
Além disso, o capítulo seguinte ensina que ninguém
entende as línguas estranhas, senão o próprio Deus.
Evidentemente, se o texto falasse de línguas angelicais, os
anjos compreenderiam o que está sendo falado.
1Co 14.2: Porque o que fala em língua desconhecida
não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o
entende, e em espírito fala mistérios.
Não há, portanto, nenhum respaldo bíblico para afirmar
que o Espírito Santo conceda ao homem o dom de falar em
línguas angelicais.

A liturgia

O uso deste dom durante a liturgia do culto deve ser


equilibrado e seguido de interpretação, para que haja
edificação através do significado da mensagem.
1 Co 14.27,28: E, se alguém falar em língua
desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três,
e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se não houver
intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e
com Deus.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


211

É importante lembrar que a manifestação do Espírito


Santo em dons espirituais nunca deixa a pessoa em estado
de êxtase, pois o próprio Deus ensina a sobriedade e
racionalidade na adoração e serviço a Ele:
Rm 12.1: ROGO-VOS, pois, irmãos, pela compaixão
de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
1Tm 3.2: Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível,
marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto,
hospitaleiro, apto para ensinar.
2Tm 4.5: Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições,
faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.

Interpretação de Línguas (12.10)

É a capacidade de interpretar o significado das línguas


estranhas sob o impulso do Espírito Santo. O objetivo é o
consolo, a exortação e a edificação da igreja.
Aquele que fala em línguas precisa buscar o dom de
interpretá-las.
1Co 14.13: Pelo que, o que fala em outra língua deve
orar para que a possa interpretar

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


212

Narrativa apologética sobre os Dons

Antes de mostrar ao seminarista a defesa da


continuidade dos dons, indico a leitura das seguintes obras;
O batismo no Espírito e as línguas como sua evidência de
Silas Daniel; No poder do Espírito de William e Robert
Menzies; Teologia lucana sob exame de Roger Stronstad;
Glossolalia de Robert Menzies; O pentecostalismo brasileiro
de Esequias Soares; Comentário exegético de Atos de Craig
S. Keener; Pneumataologia: Uma perspectiva pentecostal
de Gutierres Siqueira; Eles falam em outras línguas de John
L. Sherrill. Existem muitas outras obras muito boas para
serem apreciadas, que tratam deste assunto de forma
histórica, exegética e bíblica, mas acredito que estas que
citei podem servir como ponto de partida no interesse
daqueles que querem apreciar e imergir de forma plena
neste tema.
Eu levanto alguns pressupostos acerca da
continuidade dos Dons, início a minha argumentação com
algumas indagações retóricas:
- O Corpo de Cristo (Igreja Organismo; 1 Cor. 12:12,27;
Rm 12:4-5; Efésios 5:29-30) será o mesmo Organismo no
tempo do Arrebatamento? Independente da escola pré ou
pós tribulacionista.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


213

- Se não é o mesmo Corpo; Existem duas Igrejas de


Jesus?
- Se é o mesmo Organismo qual o pressuposto bíblico
para não haver a continuidade dos Dons?
- Se Joel disse que nos “últimos dias haveria o
derramamento do Espírito Santo” (Joel 2:28; Atos: 2:17-21),
em que tempo se inclui a Igreja do Arrebatamento? Pois
Pedro em Atos 2, afirma literalmente que era o cumprimento
da profecia de Joel e ainda confirma; “Porque a promessa é
para vocês e para os seus filhos, e para todos os que ainda
estão longe, isto é, para todos aqueles que o Senhor,
nosso Deus, chamar”. (At. 2:38-39).
Sob o último ponto da estrofe anterior eu termino as
minhas indagações iniciais; Somos chamados por Deus? Ou
fazemos parte de uma classe inferior da Igreja primitiva?
O maior erro dos cessacionistas5, está no equívoco da
interpretação quanto ao profetismo da Igreja na atualidade,
muitos tem confundido com o carisma do Espírito da
atualidade com o Profetismo da Revelação do Cânon, são
questões totalmente diferente. Como já observado nos
capítulos anteriores a atuação do Espírito Santo no Antigo
Testamento foi operante em duas questões:
1ª Na Revelação de Deus Inspirando os Profetas para
a formação do Cânon.

5 Cessacionistas: Grupo de cristãos que não creem na continuidade dos Dons do Espírito Santo na
atualidade, como na Igreja do primeiro século.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


214

2ª No nabiismo6 dos profetas que profetizaram para


edificação pessoal e não para a Revelação de Deus.
(Nm.11:24-26;1 Sm. 10:9-10; 19:20-24; Jo. 2:27-28), nesta
segunda questão do profetismo na Antiga Aliança, podemos
pressupor conforme a Escritura que o “nabiismo” não cessou
na Nova Aliança, já que os Apóstolos apresentaram um
“catecúmenos” acerca desses dons na Igreja, quando Paulo
em sua teologia apresenta em 1 Co. 12 a lista dos dons, ele
não aborda a questão da Revelação do Cânon, mas dos
serviços do Espírito Santo no Corpo de Cristo – A Igreja. Na
verdade Paulo está apenas implantando uma disciplina em
como utiliza-los na liturgia, como já falei nas páginas
anteriores.
Eis aqui a minha conclusão inicial, pois pretendo
abordar de forma exegética e histórica em aula, para
provocar o pensamento, raciocínio e análise crítico do
seminarista.

6 Nabiismo: Ato de profetizar no antigo testamento para edificação pessoal.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


215

O FRUTO DO ESPÍRITO

Gl 5.22: Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz,


longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão,
temperança.
O apóstolo Paulo ensina a respeito do fruto inerente
àqueles que receberam o Espírito Santo, o fruto do Espírito.
É a influência do Espírito de Deus sobre o
comportamento do homem a fim de que este vença o poder
do pecado.
Rm 8.5-14: Porque os que são segundo a carne
inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são
segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a
inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é
vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade
contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em
verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não
podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne,
mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós.
Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é
dele. E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está
morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa
da justiça.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


216

E, se o Espírito daquele que dentre os mortos


ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os
mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos
corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.
De maneira que, irmãos, somos devedores, não à
carne para viver segundo a carne.
Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas,
se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.
Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus,
esses são filhos de Deus.
2Co 6.6: Na pureza, na ciência, na longanimidade, na
benignidade, no Espírito Santo, no amor não fingido,
Ef 4.2,3: Com toda a humildade e mansidão, com
longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da
paz.
Ef 5.9: Porque o fruto do Espírito está em toda a
bondade, e justiça e verdade.
Cl 3.12-15: Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus,
santos e amados, de entranhas de misericórdia, de
benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;
Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos
outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como
Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo
isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição. E a

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217

paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um


corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.
2Pe 1.4-9: Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas
e preciosas promessas, para que por elas fiqueis
participantes da natureza divina, havendo escapado da
corrupção, que pela concupiscência há no mundo.
E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência,
acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, E à
ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à
paciência a piedade, E à piedade o amor fraternal, e ao amor
fraternal a caridade. Porque, se em vós houver e abundarem
estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no
conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele
em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe,
havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos
pecados.
O texto de Gálatas diz “fruto”, no singular, pois não são
diversos, mas de um único fruto composto por nove
elementos:

Amor
A primeira faceta do fruto do Espírito é o amor (gr.
ágape): Dedicação e busca do bem do próximo sem esperar
recompensa. Esse sentimento deve ser comum ao crente
que possui o Espírito, pois:

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


218

1Jo 4.8: Aquele que não ama não conhece a Deus;


porque Deus é amor.
O amor não é um dom espiritual, mas sim um
mandamento neotestamentário oriundo do próprio Senhor
Jesus:
Jo 13.34: Um novo mandamento vos dou: Que vos
ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também
vós uns aos outros vos ameis.

Paulo lista alguns elementos peculiares ao


verdadeiro amor:

1 Co 13.4-8: O amor é paciente, é benigno; o amor não


arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se
conduz inconvenientemente, não procura os seus
interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se
alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo
sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais acaba; mas, havendo profecias,
desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo
ciência, passará

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


219

Alegria

A alegria (Gr: chara) como fruto do Espírito é algo que


vai além das circunstâncias terrenas e temporais, ou seja,
não depende do homem estar desfrutando de um momento
de prosperidade ou conquista, mas da presença do Espírito
em seu coração.
A alegria temporal é condicionada às circunstâncias,
mas a alegria do Espírito preenche os corações mesmo nas
circunstâncias mais adversas. É fato que o homem cheio do
Espírito não se alegra pelas adversidades, mas se alegra
mesmo passando pela adversidade, pois sua alegria vem do
Senhor pelo Seu Espírito.
2Co 6.10 entristecidos, mas sempre alegres; pobres,
mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo
tudo.
1 Pe 1.8 Jesus Cristo; a quem, não havendo visto,
amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com
alegria indizível e cheia de glória,
Fp 4.4: Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez
digo, regozijai-vos.

Paz

Paz (Gr: eirene) não é a ausência de guerras, mas a


paz de Deus na vida do crente.

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No salmo 91, é descrita uma cena de guerra:


Sl 91.5-7: Não terás medo do terror de noite nem da
seta que voa de dia, Nem da peste que anda na escuridão,
nem da mortandade que assola ao meio-dia. Mil cairão ao
teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti.
Porém, o salmista encontra a paz de Deus mesmo
nesse cenário de morte e destruição:
Sl 91.1: AQUELE que habita no esconderijo do
Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi do
SENHOR: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha
fortaleza, e nele confiarei. Porque ele te livrará do laço do
passarinheiro, e da peste perniciosa.
Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas
asas te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e
broquel.
Sl 91.8-12: Somente com os teus olhos contemplarás,
e verás a recompensa dos ímpios. Porque tu, ó SENHOR,
és o meu refúgio. No Altíssimo fizeste a tua habitação.
Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua
tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito,
para te guardarem em todos os teus caminhos. Eles te
sustentarão em suas mãos, para que não tropeces com o
teu pé em pedra.
A paz de Deus apenas pode ser conquistada quando o
homem recebe a Cristo como seu salvador.

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221

Rm 8.6: Porque a inclinação da carne é morte; mas a


inclinação do Espírito é vida e paz.
Cl 1.2: Aos santos e irmãos fiéis em Cristo, que estão
em Colossos: Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso
Pai e do Senhor Jesus Cristo.
Fp 4.7: E a paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará os vossos corações e os vossos
sentimentos em Cristo Jesus.

Longanimidade

A longanimidade (Gr: makrothumia) é ter tolerância


para com situações que tirariam a calma, é ser tardio em irar-
se.
É um atributo divino que deve ser desenvolvido no
coração e prática daqueles que receberam o Espírito de
Deus.
2Pe 3.9: O Senhor não retarda a sua promessa, ainda
que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco,
não querendo que alguns se percam, senão que todos
venham a arrepender-se.
Ef 4.1,2: Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor,
que andeis de modo digno da vocação a que fostes
chamados, com toda a humildade e mansidão, com
longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor.

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Benignidade

A benignidade (chrestotes) é a atitude de não desejar


magoar ninguém, não provocar nenhum tipo de sofrimento.
A benignidade é algo interior e está ligada ao
sentimento. É a disposição em ser bondoso com o próximo.
É uma excelência de caráter, pensar bem a respeito das
pessoas.
Ef 4.32: Antes, sede uns para com os outros benignos,
compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também
Deus, em Cristo, vos perdoou.
Cl 3.12: Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus,
santos e amados, de entranhas de misericórdia, de
benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;

Bondade

A bondade (gr. agathosune) é uma qualidade exterior,


relacionada à ação e à atitude. O termo grego refere-se ao
homem bom, cuja generosidade brota do coração. É o zelo
pela verdade e retidão. É a repulsa ao mal, expressa em atos
de bondade ou na repreensão e na correção do mal.
Mt 21.12,13: E entrou Jesus no templo de Deus, e
expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e
derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que
vendiam pombas; E disse-lhes: Está escrito: A minha casa

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


223

será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido


em covil de ladrões.
Mt 21.14: E foram ter com ele no templo cegos e coxos,
e curou-os.
Tg 2.17: Assim também a fé, se não tiver as obras, é
morta em si mesma.
Gl 6.10: Então, enquanto temos tempo, façamos bem a
todos, mas principalmente aos domésticos da fé.
A pessoa bondosa é disposta a ajudar a quem tem
necessidade. O próprio Senhor Jesus, na sua vida terrena,
praticava constantes atos de bondade, sobretudo para com
os mais carentes. A bondade do crente depende do auxílio
do Espírito Santo. A bondade é uma expressão do amor
cristão, é a verdadeira prática do bem.

Fé (gr. pistis) significa lealdade, compromisso,


fidedignidade e honestidade. O cristão está unido a Deus por
uma promessa e a fé é o que torna essa aliança constante e
inabalável
Mt 23.23: Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois
que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o
mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis,
porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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Rm 3.3: Pois quê? Se alguns foram incrédulos, a sua


incredulidade aniquilará a fidelidade de Deus?
1Tm 6.12: Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida
eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito
boa confissão diante de muitas testemunhas.
2Tm 4.7: Combati o bom combate, acabei a carreira,
guardei a fé.
Tt 2.10: Não defraudando, antes mostrando toda a boa
lealdade, para que em tudo sejam ornamento da doutrina de
Deus, nosso Salvador.
Fé é sinônimo de confiança e, ao lado do
arrependimento, forma a conversão. A entrega da alma, as
mãos de Cristo alicerçado sobre o conhecimento espiritual.
A fé vitalizada pelo amor, pois do contrário, não será a
verdadeira fé.

Mansidão

Mansidão (Gr: Pautes) é a submissão do homem para


com Deus e, por consequência, para com o homem. É o
resultado de uma vida humilde, regida pelo Espírito Santo,
marcada pela negação do “eu” e pelo amor cristão para com
o próximo.
Não é anular a personalidade ou viver em um estado
de omissão, mas ser moderado, assertivo, com a

CURSO DE TEOLOGIA – CICLO 2 SEMINAD


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capacidade de ter equidade mesmo em momentos de ira,


mantendo a humildade e submissão.
Mt 11.29: Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de
mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis
descanso para as vossas almas.
2Tm 2.25: Instruindo com mansidão os que resistem,
a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para
conhecerem a verdade,
1Pe 3.15: Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos
corações; e estai sempre preparados para responder com
mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da
esperança que há em vós,
2Co 10.1: Além disto, eu, Paulo, vos rogo, pela
mansidão e benignidade de Cristo, eu que, na verdade,
quando presente entre vós, sou humilde, mas ausente,
ousado para convosco.

Temperança

Temperança (Gr: egkrateia) é domínio próprio, é


controlar os próprios desejos.
1Co 9.25: E todo aquele que luta de tudo se abstém;
eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós,
porém, uma incorruptível.

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1Co 7.9: Mas, se não podem conter-se, casem-se.


Porque é melhor casar do que abrasar-se.
Tt 1.8: Mas dado à hospitalidade, amigo do bem,
moderado, justo, santo, temperante.
Tt 2.5: A serem moderadas, castas, boas donas de
casa, sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de
Deus não seja blasfemada.
Cl 3.15: E a paz de Deus, para a qual também fostes
chamados em um corpo, domine em vossos corações; e
sede agradecidos.

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ANOTAÇÕES
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REFERÊNCIAS BIBLIOLOGRÁFICAS

SOARES; Esequias. Cristologia. Editora Hagnos

SIQUEIRA; Gutierres. Pneumatologia: Uma perspectiva


pentecostal. Editora Thomas Nelson

DAYTON; Donald. Raízes Teológicas do Pentecostalismo.


Editora Carisma

CARVALHO; César Moisés e Céfora. Teologia Sistemático


Carismática; Editora Thomas Nelson

MARSHALL; I. Howard. Fundamentos da narrativa


teológica de São Lucas. Editora Carisma.

GILBERTO; Antônio. O Fruto do Espírito; a plenitude de


Cristo na vida do crente. Editora CPAD.

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