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Londrina
2019
Londrina
2019
FLAVIA ANUNCIATI FREIRIA
BANCA EXAMINADORA
Profª Orientadora
Drª. Adriana Regina de Jesus
Universidade Estadual de Londrina
Componente da Banca
Profº
Universidade Estadual de Londrina
Componente da Banca
Profº
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, _____de ___________de _____.
RESUMO
ABSTRACT
Following the catastrophe in Haiti in 2010, there is Brazil's support for the Haitians,
expanding the immigration process for our country. This has made us reflect on
some issues related to the reception and protection of these immigrants, regarding
the educational policies and the learning process of the Portuguese Language. Our
general objective is to understand the pedagogical proposal of Celem in what
concerns to promote the process of teaching / learning to the migrants who arrive in
Brazil and specifically in the city of Londrina. In relation to the specific objectives we
intend to a) identify how the teaching and learning process of the Portuguese
Language for Haitians occurs in a state school in the city of Cambe in order to
identify the dynamics among the participants, the materials used, the contents
worked and the applied methodology; b) To analyze the perceptions of teachers and
Haitian students about the educational methods in the process of understanding the
Portuguese Language, articulating then the theoretical references researched and
the teaching practice of the teaching of the Portuguese Language.
1
INTRODUÇÃO............................................................................................................ 9
2 O
HAITI......................................................................................................................0
2.1 BREVE HISTÓRICO DO PAÍS......................................................................................0
2.1.1 A Colonização Francesa.....................................................................................0
2.1.2 O Processo de Independência Haitiana.............................................................0
2.1.3 Lutas, Perspectivas e Comtemporaneidade.......................................................0
3 O REFUGIADO ........................................................................................................0
3.1 DEFINIÇÃO E HISTÓRICO..........................................................................................0
3.2 A PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS............................................0
3.3 INSTITUTO DO ASILO E O INSTITUTO DO REFÚGIO......................................................0
3.4 A INTEGRAÇÃO SOCIAL COMO PROTEÇÃO ESSENCIAL...............................................0
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................... 0
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 0
1 INTRODUÇÃO
1
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem o objetivo de democratizar e assegurar o acesso à
Educação. Ela é voltada para a garantia de formação integral, da alfabetização às diferentes etapas
da escolarização ao longo da vida, inclusive àqueles em situação de privação de liberdade. A EJA é
pautada pela inclusão e pela qualidade social. Conforme o art. 37 da LDB “A Educação de Jovens e
Adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino
Fundamental e Médio na idade própria”.(SEED, 2018)
objetivos específicos pretendemos a) identificar como se dá o processo de ensino e
aprendizagem da Língua Portuguesa para haitianos em uma escola estadual da
cidade de Cambe a fim de identificar a dinâmica entre os participantes, os materiais
utilizados, os conteúdos trabalhados e a metodologia aplicada; b) Analisar as
percepções do docente e dos estudantes Haitianos acerca dos métodos educativos
no processo da compreensão da Língua Portuguesa, articulando então os
referenciais teóricos pesquisados e a prática docente do ensino da Língua
Portuguesa.
De caráter qualitativo a primeira etapa metodológica desta pesquisa foi
constituída de uma revisão bibliográfica. Partindo da leitura, sequenciando com o
estudo e análise de livros, periódicos, teses e artigos, tendo como um aporte teórico
significativo e necessário para uma visão mais ampla sobre a imigração, a diáspora
haitiana, as opções educativas para imigrantes e sua prática e o funcionamento do
CELEM com o ensino de Língua Portuguesa para os Haitianos.
Por meio de pesquisa de campo utilizamos um questionário semiestruturado
para as entrevistas, sendo confeccionado um roteiro com perguntas principais que,
no decorrer da pesquisa, poderiam ser complementadas com mais informações. A
entrevista foi feita com 20 alunos Haitianos, com a coordenadora pedagógica e com
um professor de Língua Portuguesa, a fim de observar o processo
ensino/aprendizagem, bem como materiais e metodologias utilizadas. – VOCÊ
PRECISA DEFINIR SOBRE O TIPO DA PESQUISA (DIALOGANDO OU
ENTREVISTAS)
O trabalho foi dividido em quatro seções: na primeira faremos uma
apresentação do Haiti traçando um breve histórico do país através da narração de
sua história envolvendo o processo de colonização francesa, a independência do
país e todo o passado de lutas que até hoje influencia estes imigrantes em seu
convívio em novas terras.
Na segunda seção apresentaremos o refugiado, sua definição e históricos,
além das leis que asseguram sua movimentação para outros países que não
signifiquem ameaças à sua pessoa. Também, serão explanadas as ações
importantes ligadas á manutenção do direito dos refugiados, as condutas de asilo e
as ações de integração para os imigrantes.
Na terceira seção iremos apresentar alguns aspectos importantes da
migração haitiana no Brasil, as origens, causas e desafios, além dos respaldos
legais que abraçam estes indivíduos com o intuito de bem recebê-los em nosso país.
Já na última seção, serão abordadas algumas características sobre o ensino
e as opções existentes e o surgimento do CELEM como uma ferramenta facilitadora
e essencial ao aprendizado destes imigrantes, suas necessidades e finalidades,
demanda de estudantes e o mapeamento das escolas que atendem por meio do
CELEM em Cambé e região. Finalizaremos este trabalho com a exibição de algumas
entrevistas e diálogos ligados ao ensino da Língua Portuguesa aos haitianos, que
nos darão o suporte necessário para concluirmos este trabalho.
2 O HAITI
A.......................................
A.......................................
A.......................................
2
“O termo diáspora é antigo, frequentemente associado às escrituras bíblicas e aos
judeus”. Segundo o no dicionário Houaiss de Língua Portuguesa (2009, p.681)
significa “dispersão de um povo em consequência de preconceito ou perseguição
política, religiosa ou étnica”. (GIACOMINI, 2017 p. 54)
3 O REFUGIADO
O DIH é acima de tudo um direito auto- nomo, mesmo que a priori pareça
paradoxal a existência de um direito da guerra, já que por um lado a guerra
consiste, na maior parte dos casos, numa violação do direito e por outro, por
ser esta mesma violação que vai condicionar a aplicabilidade do Direito
Humanitário (FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO,
2018).
Não existe uma lei específica para tratar os casos de asilo, que é avaliado
diretamente pela Presidência da República. No caso do asilo, as garantias
são dadas apenas após a concessão. Antes disso, a pessoa que estiver em
território nacional estará em situação de ilegalidade. [...] Se concedido, o
requerente estará ao abrigo do Estado brasileiro, com as garantias devidas (
PÁGINA MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA, 201).
Segundo Barreto (2011), o local do asilo, muitas vezes, não exige que sua
instalação esteja fora do país de origem, podendo assim estar situado em uma
embaixada de determinada nação, já o refúgio ocorre fora do país de origem.
O asilo não tem nenhum ordenamento internacional ou organismo
encarregado sobre seu funcionamento e fiscalização, diferente do refúgio que segue
a Convenção de 1951, somado a seus organismos internacionais e suas ligações
nacionais, havendo assim a necessidade de uma fiscalização e um prosseguimento
legal mundial (BARRETO, 2011).
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores (BRASIL, 2013), em
vista do número crescente de fluxo de refugiados no país, o governo brasileiro se viu
diante da necessidade de adotar novos meios e formas para facilitar a inserção
desses sujeitos no território nacional, como por exemplo, em 2013 foi criada pela
CONARE a Resolução nº17, na qual, considerando as proporções e alto número de
busca de refúgio e das dificuldades, resultante do conflito na República Árabe Síria,
além da dificuldade dos requerentes em cumprir os requisitos necessários para
comprovação e concessão de asilo, dispões formas para facilitar o acesso ao
refúgio, dispondo os seguintes artigos:
A.............
3
O Peru passou a exigir o visto para haitianos somente em 2012. (FARIA, 2013, p. 86)
Figura 2 – Haitianos no Brasil
4
Disponível em:< http://dapp.fgv.br/haitianos-no-brasil-hipoteses-sobre-distribuicao-espacial-dos-
imigrantes-pelo-territorio-brasileiro/.. Acesso em 20 de out. 2018.
E devido esta demanda, o Brasil principalmente a região sul do país precisou
reavaliar suas políticas para atender esta população. Embora sabemos que o
terceiro setor tem se “responsabilizado” no acolhimento e encaminhamentos destes
imigrantes.
Observando que os haitianos em situação regular no país dispõem dos
mesmos direitos que os brasileiros, inclusive a educação na qualidade de política
pública, é necessário verificar como o Estado tem planejado e executado ações a
favor das suas necessidades e singularidades. Pois “Se a sociedade civil precisa
interferir/colaborar naquilo que é obrigação do Estado, talvez algo não esteja sendo
feito ou funcionando adequadamente.” (Giacomini, 2017, p.24)
No Brasil as políticas públicas voltadas ao imigrante desde a constituição de
1934 vêm sofrendo algumas alterações, onde institui o sistema de cotas, que
impede a aglomeração de imigrantes no território nacional. Na Constituição de 1937
expande as proibições migratórias, tendo a União o poder de legislar sobre
migração, podendo limitar certas etnias ou nacionalidades.
Lembra (Giacomini, 2017, p.84) que, “Após a II Guerra Mundial, o governo
brasileiro passa a flexibilizar a política migratória em busca de mão de obra e
também para acolher refugiados e deslocados dessa guerra”.
Posteriormente, temos o Decreto-Lei nº 941 de 13/10/1969 e a Lei nº 6.815
de 19/08/1980 (Estatuto do Estrangeiro), que define a situação jurídica do
estrangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigração e dá outras
providências.
O Brasil faz parte da Convenção Internacional sobre o Estatuto dos
refugiados de 1951 e do Protocolo de 1967, em 2013 firmaram um Acordo de
Cooperação Técnica para produzir, e contribuir com políticas públicas vinculadas ao
tema. O Estatuto criou o Conselho Nacional de Imigração (CNIg) que é responsável
pela política de migração Laboral. E a Lei 9.474/97 – Essa lei instituiu as normas
aplicáveis aos refugiados e aos solicitantes de refúgio no Brasil e criou o Conselho
Nacional de Refugiados (CONARE) órgão que é presidido pelo Ministério da Justiça
e integrado pelo Itamaraty (que exerce a Vice-Presidência), pelos Ministérios da
Saúde, Educação e Trabalho e Emprego, pela Polícia Federal e por organizações
não-governamentais dedicadas a atividades de assistência: o Instituto Migrações e
Direitos Humanos (IMDH) e as Cáritas Arquidiocesanas. (PORTAL LEGISLAÇÃO,
2018)
Após 2008 o Brasil passa por alterações de suas políticas públicas voltadas
aos imigrantes, inclusive com práticas de órgãos federais. São lançados os Projetos
de Lei, PL 5.655 de 2009 (enviado ao Congresso pelo Ministério da Justiça) que
dispõe sobre o ingresso, permanência e saída de estrangeiros no território nacional;
e o PLS - Projeto de Lei do Senado nº 288 de 2013 (Senador Aloysio Nunes) institui
a Lei de Migração e dispõe sobre os direitos e deveres do migrante e do visitante,
regulando a sua entrada e estada no país.(Giacomini, 2017)
A lei 288/2013 prevê que o imigrante:
Para que seja dado o amparo adequado ao refugiado, antes será necessário
que ele seja reconhecido perante as adequações de sua condição e assim justificar
o motivo de sua migração ao Brasil:
A.......................................
1. Articular a 1.1 Incluir a temática Realização de Comitê Estadual para Contínuo 2015-2018
inserção da temática da Migração, Refúgio seminários, Refugiados e Migrantes do
da Migração, e Apatridia de forma cursos e Paraná (CERM), Instituições de
Refúgio e Apatridia transversal nos palestras. Ensino Superior (IES Federais e
em espaços currículos estaduais e Estaduais), Secretaria de Estado
educativos e de municipais. de Educação (SEED),
formação. 1.2 Estabelecer Universidade Tecnológica
parcerias com Federal do Paraná (UTPR),
universidades e Instituto Federal do Paraná
centros universitários (IFPR), Secretaria da Ciência,
que pesquisem o Tecnologia e Ensino Superior
tema. (SETI).
1.3 Realizar
seminários, palestras
e cursos sobre a
temática da Migração,
Refúgio e Apatridia.
2. Desenvolver Construir parcerias Cursos de Língua Comitê Estadual para Contínuo 2015-2018
programas de com entidades que Portuguesa. Refugiados e Migrantes do
Ensino de Língua promovam o Ensino Paraná (CERM), Secretaria de
Portuguesa para de Língua Portuguesa Estado de Educação (SEED),
Migrantes, para Migrantes, Instituições de Ensino Superior
Refugiados e Refugiados e (público e privado), Secretaria da
Apátridas. Apátridas. Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior (SETI).
3. Estimular e Construir parcerias Curso de Língua Comitê Estadual para Contínuo 2015-2018
desenvolver com entidades que Estrangeira. Refugiados e Migrantes do
programas de promovam o Ensino Paraná (CERM), Secretaria de
Ensino de Língua de Língua Estrangeira Estado de Educação (SEED),
Estrangeira para para a equipe de Instituições de Ensino Superior
funcionários e funcionários dos (público e privado), Secretaria da
agentes dos órgãos órgãos públicos que Ciência, Tecnologia e Ensino
públicos que atendem as Superior (SETI).
atendem as comunidades de
comunidades de Migrantes, Refugiados
Migrantes, e Apátridas, que não
Refugiados e tenham fluência na
Apátridas. língua do público
atendido.
4. Garantir o pleno Realizar análise dos Acolhimento de Secretaria de Estado de Contínuo 2015-2018
acesso para currículos para 100% dos Educação (SEED), Secretaria da
Migrantes, reinserção do solicitantes de Ciência, Tecnologia e Ensino
Refugiado e estrangeiro na ingresso. Superior (SETI), Universidade
Apátridas à Educação Básica e Federal do Paraná (UFPR),
educação em todos Superior. Universidade Tecnológica
os níveis e Federal do Paraná
A.......................................
A.......................................
5.4 O CELEM
É muito importante que se conheça o CELEM, uma vez que ele é o Centro de
Línguas Estrangeiras e Modernas /CEP que possui estrutura pedagógica aos
docentes que queiram ofertar o ensino de línguas àqueles que necessitem aprender
o idioma português no Brasil.
Criado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED no ano de
1986 o Centro de Línguas Estrangeiras Modernas – Celem, dispõe de cursos que
são gratuitos, não sendo cobradas quaisquer taxas e/ou mensalidades.
O Celem tem como objetivo o ensino plurilíngue de cursos básicos e de
aprimoramento, promovendo a aprendizagem de Língua Estrangeira Moderna (LEM)
por meio do discurso, a fim de desenvolver a compreensão de valores sociais,
adquirindo conhecimentos sobre outras culturas.
Seu público alvo são os alunos da Rede Pública Estadual que estão
matriculados no Ensino Fundamental (anos finais), no Ensino Médio, Educação
Profissional e na Educação de Jovens e Adultos (EJA), aos professores e
funcionários que estejam no efetivo exercício de suas funções na rede estadual e
também à comunidade.
Em Londrina e região há oferta de cursos básicos e aprimoramento, no ensino
de línguas estrangeiras modernas (LEM), funcionando na rede estadual de ensino,
os idiomas contemplados nesta modalidade são: Alemão, Espanhol, Francês, Inglês,
Italiano, Japonês, Mandarim, Polonês e Ucraniano. São ainda contemplados o
português para falantes de outras línguas (Pfol) e Língua Brasileira de Sinais
(Libras).
O Curso tem a carga horária semanal de 04 (quatro) horas/aula de 50
(cinquenta) minutos, e de acordo com cada instituição as aulas poderão ser uma ou
duas vezes por semana.
As instituições mantenedora do Celem são: a Secretaria de Estado da
Educação do Paraná (SEED-PR); Superintendência da Educação (SUED); O
departamento de Educação Básica (DEB); A coordenação do Centro de Línguas
Estrangeiras Modernas (CELEM/DEB/SEED).
A legislação que rege o Celem é a resolução nº 3904/2008 da SEED-PR (de
27/08/2008) que regulamenta e organiza o CELEM, e a Instrução Normativa nº
10/2013 SUED/SEED-PR de 17/12/2013 que define os critérios para assegurar a
implantação e funcionamento dos Cursos do CELEM.
Devido a demanda e a necessidade de acolher os imigrantes, Pfol foi
implantado em 2018,
O CELEM tem como:
A.......................................
REFERÊNCIAS
BRASIL. IPARDES. Paraná bateu recorde de abate de aves e suínos, afirma IBGE.
DIsponível em: <http://www.ipardes.gov.br/index.php?
pg_conteudo=1&cod_noticia=766> Acesso em 10 set. 2018.
REZEK, F. Direito internacional público: Curso elementar. 13° Edição. São Paulo:
Editora Saraiva. 2011.