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Ordenação Temporal

Ordenação em relação ao momento da fala

1) Quando o acontecimento for concomitante ao momento da fala, temos o presente:

Como você vê, agora jogo xadrez.

O presente serve para exprimir:

a) aquilo que se dá no momento da fala;

Agora estou muito ocupado.

b) aquilo que tem uma duração muito grande no tempo – note que nesse caso só se usa o presente se a duração
do acontecimento abranger o momento da fala;

Neste século a humanidade progride muito.

c) o que é considerado eterno.

O quadrado da hipotenusa é igual à soma do quadrado dos catetos.

Observação: O português usa uma perífrase verbal, formada do presente do indicativo do verbo “estar” mais o gerúndio
do verbo principal, para expressar a concomitância em relação ao momento da fala. E a forma do presente, para expressar
o que se repete no tempo ou o que tem uma duração muito grande. Assim, pode-se fazer uma oposição entre dois
presentes:

O Edmundo joga muito bem, mas hoje não está jogando nada.

2) Quando o acontecimento é anterior ao momento da fala, temos o pretérito perfeito:

Ontem fui ao cinema.

3) Quando o fato é posterior ao momento da fala, temos o futuro do presente:

Daqui a pouco terminarei meu trabalho.

Ordenação em relação a um marco temporal

1) Quando o marco temporal estiver no passado os fatos podem ser concomitantes, anteriores ou posteriores a ele.

A) Se os fatos forem concomitantes ao marco temporal passado, podemos usar dois tempos verbais;

a) o pretérito perfeito, quando estabelecemos limites na duração do fato. Por exemplo:

No dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro proclamou a independência.

Nesse caso, o acontecimento “proclamação da independência” é concomitante ao marco temporal pretérito “no
dia 7 de setembro de 1822”, mas é considerado como algo acabado dentro de um limite temporal;

b) o pretérito imperfeito, quando consideramos o acontecimento em sua duração, portanto, quando o vemos como
não limitado no tempo. Por exemplo:

Naquele dia, chovia muito.

Nesse caso, a “chuva” é concomitante ao marco temporal pretérito “naquele dia”, mas é vista em sua duração em
relação a ele.

B) Quando o fato é anterior ao marco temporal pretérito, temos o pretérito mais-que-perfeito:

Quando chegou às margens do riacho do Ipiranga, no dia 7 de setembro de 1822, D Pedro I tinha visitado santos.

A visita a Santos é anterior ao marco temporal pretérito, chegada às margens do Ipiranga no dia 7 de setembro
de 1822.

C) Quando o fato é posterior ao marco temporal pretérito, temos o futuro do pretérito:


No dia 7 de setembro, D. Pedro vinha com sua comitiva de Santos. Nesse mesmo dia, receberia os emissários da
Corte e proclamaria a independência.

Receber os emissários da corte e proclamar a independência são acontecimentos posteriores em relação ao


acontecimento concomitante ao marco temporal pretérito: a vinda de Santos para São Paulo.

2) Quando o marco temporal inscrito no texto for futuro, os acontecimentos podem ser também concomitantes, anteriores ou
posteriores a ele.

A) No primeiro caso, temos o que poderíamos chamar um presente do futuro, constituído em geral do verbo “estar” no
futuro do presente mais o gerúndio do verbo que está sendo conjugado.

Quando você chegar, estarei ainda vendo TV.

O marco temporal futuro é “quando você chegar”, e “ver TV” é concomitante a ele.

B) Quando o acontecimento for anterior a um marco temporal futuro, temos o chamado futuro anterior, que na
Nomenclatura Gramatical Brasileira é chamado futuro do presente composto (verbo ter no futuro do presente mais o
particípio do verbo que está sendo conjugado):

Quando você chegar, já terei ido dormir.

O ato de dormir é anterior ao marco temporal futuro “quando você chegar”.

C) Quando o fato for posterior a um marco temporal futuro, temos o que poderíamos denominar futuro do futuro. Em geral,
para expressá-lo, usamos a palavra depois junto ao marco temporal e o futuro do presente.

Depois que chegar do trabalho, tomarei um banho e um uisquinho para relaxar.

Tomar banho e um uisquinho é posterior ao marco temporal futuro “o momento da chegada a casa”, o que é
indicado pela locução conjuntiva depois que.

Advérbios e expressões de valor adverbial que situam os acontecimentos em relação ao momento da fala:
Anterior Concomitante Posterior

Há pouco Agora Daqui a pouco/ logo

Ontem Hoje Amanhã


Há um(a) dois (duas) etc. Neste momento/ nesta Dentro de /em um(a) dois
semana(s)/mês(es) ano(s) altura (duas) etc. semana(s)
mês(es)/ano(s) etc.
No mês/ano etc. passado No próximo dia 20, 21
etc./ mês/ ano/ etc.

Advérbios e expressões de valor adverbial que situam aos acontecimentos em relação a um marco temporal
pretérito ou futuro inscrito no texto:
Anterior Concomitante Posterior

Na véspera/ na Então no mesmo No dia/ mês/ano etc.


antevéspera/ no dia/mês/ano etc. seguinte
dia/mês/ano etc. anterior.

Um(a) semana/ mês/ ano Um(a) dia/ semana/ mês/


etc. antes ano etc. depois

Daí/dali um(a)(s) hora(s)


dia(s) etc.

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