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1. Introdução
De acordo com Mankiw (2001), a demanda de mercado se origina nas demandas individuais.
Desta forma, a quantidade demandada no mercado se relaciona com os fatores determinantes
da quantidade demandada por compradores individuais. Sendo assim, surge o seguinte
problema de pesquisa: Como é o cenário da produção nacional de motocicletas e quais são
as variáveis econômicas capazes de explicar a demanda por motocicletas no mercado
nacional?
2. Revisão da Literatura
Segundo Vasconcellos (2009), economia é a ciência social que estuda a maneira como o
indivíduo e a sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos, na produção de bens e
serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, para satisfação
das necessidades humanas. De acordo com Mankiw (2001) e Vasconcellos (2009), o estudo
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da economia é dividido em duas grandes áreas: a microeconomia, voltada para o estudo dos
agentes econômicos individuais do mercado, como os consumidores e as empresas, tratando
da alocação dos recursos escassos. Já a macroeconomia trata do estudo abrangente da
economia, dos fenômenos da economia como um todo, incluindo a inflação, desemprego e
crescimento econômico. Assim, a economia está condicionada às escolhas que a sociedade
deve fazer para gerir os recursos escassos que estão a sua disposição.
2.1.1 Demanda
De acordo com Vasconcellos (2009), demanda é a quantidade de certo bem ou serviço que os
consumidores desejam adquirir, num determinado período, de acordo com a sua renda, seus
gastos e o preço de mercado. Segundo Gremaud, et al. (2003), define-se demanda individual
como a quantidade de um certo bem ou serviço que o consumidor deseja adquirir em um
determinado período de tempo. Varian (2006) diz que a demanda de cada pessoa para
determinado bem depende dos preços e de sua renda. Ampliando este conceito, Gremaud, et
al. (2003) apresenta quatro fatores determinantes da demanda individual:
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Assim, a partir da Figura 1, tem-se a relação inversa entre o preço do bem e sua quantidade
demandada, isso explica a curva da demanda ser negativamente inclinada.
De acordo com Varian (2006), a demanda de cada pessoa para cada bem depende dos preços e
de sua renda, a demanda de mercado dependerá dos preços e da distribuição de rendas. A
demanda de mercado é a demanda de um consumidor representativo, que possui uma renda
igual à soma de todas as rendas individuais. De acordo com De Negri (1998), nos modelos
agregados, a demanda por veículos é associada a variáveis como a média dos preços e da
renda das famílias. De forma geral, tais modelos concentram a análise no número total de
veículos comprados, e ignoram o tipo de escolha do consumidor.
2.1.2 Oferta
Mankiw (2001) acrescenta que a oferta é a quantidade oferecida de qualquer bem ou serviço é
a quantidade que os ofertantes estão dispostos e podem vender. De acordo com Gremaud, et
al. (2003), a curva da oferta é positivamente inclinada e por este motivo, quanto maior o preço
do bem em questão, maior é o desejo de venda dos ofertantes, perfazendo ainda relação entre
preço e a quantidade ofertada de certo bem. A oferta também depende de inúmeros fatores,
com destaque para os fatores de produção, que acabam determinando o preço de venda final
do produto, e consequentemente sua viabilidade de sua produção. A figura 2 apresenta o
comportamento da curva de oferta.
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Assim, a partir da figura 2, tem-se a relação entre o preço do bem e sua quantidade ofertada,
isso explica a curva da oferta ser positivamente inclinada. Em geral, ainda de acordo com
Gremaud et al. (2004) a curva da oferta é positivamente inclinada, recaindo na relação de
quanto maior o preço do bem, maior será seu interesse em produzir esse bem. Pode-se
representar matematicamente como: O°= f(P°, P¹, P²...P n-1, £¹, £²...£m, T),
Sendo, a quantidade ofertada (O°), uma função do preço do bem em questão (P°), o preço de
seus concorrentes (P¹, P²...P n-1), dependente ainda dos fatores de produção (£¹, £²...£m), e
ainda resultante da tecnologia empregada na fabricação do bem (T).
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2.1.4 Elasticidades
Segundo Pindyck e Rubinfeld (2010), a elasticidade mede a variação percentual que se tem,
quando ocorre uma alteração de alguma variável, frente um aumento percentual em outra
variável. Vasconcellos (2009) acrescenta que a elasticidade pode ser considerada sinônimo de
sensibilidade, resposta, reação de uma variável em relação a mudanças ocorridas em outras
variáveis.
De acordo com Gremaud, et al. (2003), a elasticidade, em valor absoluto, varia entre zero e
infinito, podendo ser um resultado menor que |1|, o que a caracteriza como demanda
inelástica, situação na qual a variação dos preços é maior que a variação que se teve na
demanda. Existe ainda, a demanda de elasticidade unitária, quando o resultado for igual a |-1|,
ocorrendo igualdade entre as variações percentuais; e demanda elástica, quando o resultado
for maior que |-1|, havendo maior variação na quantidade demandada em decorrência da
variação do preço.
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De acordo com Gremaud et al. (2003), o preço e a quantidade de equilíbrio nos mercados são
resultantes da ação da oferta e da demanda. Porém, a oferta e a demanda interagem de forma a
apresentarem resultados distintos em cada mercado, de acordo com as características
específicas de cada produto, condições tecnológicas, acesso, informação, tributação,
regulamentação, entre outras características que o tornam único.
Mankiw (2003) e Pindyck e Rubinfeld (2010), para que um mercado seja perfeitamente
competitivo, ele deve obedecer a duas características essenciais: que os bens oferecidos a
venda sejam todos iguais, ou seja, oferta homogênea e que os compradores e vendedores
sejam tão numerosos que nenhum único comprador ou vendedor possam influenciar o preço
de mercado.
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3. METODOLOGIA
A metodologia utilizada nesta pesquisa é a quantitativa, do tipo descritiva e o método pesquisa
documental. Os dados foram coletados em documentos disponibilizados pela ABRACICLO,
Banco Central do Brasil, IBGE e IPEADATA O universo desta pesquisa são os dados
agregados do mercado brasileiro de motocicletas no período de 1975 a 2012. A amostra é o
período compreendido entre 2008 e 2012, referente às vendas de motocicletas no mercado
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brasileiro. A análise de dados foi realizada por meio da estatística descritiva. Utilizou-se a
técnica dos Mínimos Quadrados Ordinários para cálculo da estimativa da demanda
doméstica.
4 ANÁLISE DE DADOS
4.1 Cenário da produção nacional de motocicletas e vendas no mercado doméstico
Este tópico objetiva apresentar o cenário da produção nacional de motocicletas no período de
2008 a 2012, apresentando a evolução da produção e das vendas no mercado doméstico no
período e os fatores relevantes na composição deste cenário.
A indústria brasileira de motocicletas representa significativa importância para a economia
brasileira, uma vez que gera aproximadamente vinte e um mil empregos diretos, além de
postos de trabalhos associados à cadeia de produção de distribuição.
Através dos dados obtidos junto a ABRACICLO (2012), evidencia-se a produção recorde no
ano de 2008, um aumento de 22,44% em relação ao ano anterior. Esses números configuram a
maior produção da indústria brasileira de motocicletas, os quais foram atingidos num
momento de estabilidade econômica, aliada a um aumento considerável de oferta de crédito
para aquisição de veículos.
No ano de 2009, a produção sofreu os efeitos diretos da crise econômica mundial, com
retração dos níveis de produção na ordem de 28,09%, conforme ABRACICLO (2012). Essa
diminuição é evidenciada nos meses de janeiro e fevereiro, com os menores níveis
apresentados neste ano. Em contrapartida, os níveis apresentados nos meses seguintes
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Em 2012 o cenário apresentou uma queda acentuada da produção em relação ao ano anterior,
na ordem de 52,88%, de acordo com dados da ABRACICLO (2012), provocada tanto pela
maior restrição ao crédito para motos, quanto pelo barateamento dos automóveis, através das
políticas governamentais de redução de impostos.
As vendas no mercado doméstico seguem o ritmo do crescimento da produção, uma vez que
as vendas para o mercado externo compõem uma pequena parcela do total de motocicletas
produzidas no período, com menos de 1% de participação nos números de produção. O
Gráfico 1 evidencia as vendas para o mercado interno e externo.
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Nesta seção testa-se um modelo de demanda agregada, com base na venda do mercado
doméstico de motocicletas, o nível de salário mínimo real, o preço dos veículos, as taxas
médias de juros mensais das operações de financiamento de veículos, o volume de crédito
destinado aos financiamentos de veículos, o crédito total na economia e a relação crédito PIB,
aplicando nestes dois últimos casos, operações pós-fixadas, exclusiva para operações de
aquisições de veículos. A Tabela 3 apresenta uma breve descrição das variáveis do modelo
apresentado bem como a fonte de dados coletados.
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Na tabela abaixo é apresentado a ordem de integração das séries obtidas pelo teste de raiz
unitária. Cabe destacar que, para o procedimento de estimação da equação através do método
de mínimos quadrados ordinários (M.Q.O.) e de causalidade as séries devem ser estacionárias,
ou seja, ser integradas na ordem 0 (zero).
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* Nota: A matriz de correlação para estas variáveis apresentou valores muito baixos para todos os pares de
variáveis, sugerindo que não há um problema de multicolinearidade na regressão estimada.
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Essa relação pode ser interpretada da seguinte maneira: um aumento no volume de crédito
corrobora para uma alteração positiva na demanda e, de forma análoga, uma diminuição na
taxa de juros causa o mesmo efeito. Sant’Anna, et al. (2009) e Freitas e Prates (2009)
concordam que esta combinação entre farta oferta de crédito e baixas taxas de juros geram
efeitos positivos para o consumo das famílias, bem como para o mercado de motocicletas.
Por meio destes resultados pode-se dizer que a demanda de motocicletas sofre forte influência
do volume de crédito disponibilizado para aquisição de veículos. Além disso, o consumidor
deste mercado procura adquirir o bem em questão através de financiamento, uma vez que a
taxa de juros aplicada a esta modalidade de compra também é uma variável significativa. De
acordo com dados da Abraciclo (2012), 52% das vendas de motocicletas no ano de 2011
ocorreram por meio de financiamento, confirmando o peso destas variáveis na composição da
equação da demanda.
Outra variável estatisticamente significativa foi o preço da gasolina, cujo coeficiente positivo
obtido no teste demonstra uma relação direta com a demanda, ou seja, o aumento no preço da
gasolina impacta positivamente nas vendas de motocicletas. Esta relação pode ser explicada
pela composição do mercado brasileiro de motocicletas, que segundo dados da Abraciclo
(2012), por volta de 88% dos modelos comercializados possuíam até 150 cm³ de cilindrada,
característica esta voltada à economia de combustível.
O salário mínimo real foi outra variável estatisticamente significativa, uma vez que através do
aumento da renda provocam-se alterações na curva de demanda, de acordo com os autores
Varian (2006) e Gremaud, et al.(2003). De forma análoga ao preço da gasolina, esta variável
também possui seu sinal positivo, demonstrando uma relação direta com a demanda.
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custos, e promover a venda dos mesmos passa ser uma política válida para fomentar o
mercado.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As vendas no mercado doméstico seguem o ritmo do crescimento da produção, uma vez que
as vendas para o mercado externo compõem uma pequena parcela do total de motocicletas
produzidas no período, com menos de 1% de participação nos números de produção.
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