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Pedro Afonso Melro Nascimento Guedes, João Paulo de Souza Pacheco Costa,

Maria Alice Rocha de Mello Gonzaga, André Fernando de Oliveira Fermoseli, Jaim Simões de
Oliveira, José Afonso Freitas Melro Neto
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EFEITOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA ANÁLISE DO


COMPORTAMENTO APLICADA E RISPERIDONA EM
CRIANÇAS PORTADORAS DE AUTISMO

POSITIVE AND NEGATIVES EFFECTS OF APPLIED BEHAVIOR


ANALYSIS AND RISPERIDONE INTERVENTIONS IN CHILDREN
AFFECTED BY AUTISM

EFECTOS POSITIVOS Y NEGATIVOS DE LAS


INTERVENCIONES DE ANÁLISIS APLICADO DE LA CONDUCTA
Y RISPERIDONA EM NIÑOS AFECTADOS DE AUTISMO

Pedro Afonso Melro Nascimento Guedes1


João Paulo de Souza Pacheco Costa 2
Maria Alice Rocha de Mello Gonzaga 3
André Fernando de Oliveira Fermoseli4
Jaim Simões de Oliveira5
José Afonso Freitas Melro Neto6

DOI: 10.54751/revistafoco.v16n7-132
Recebido em: 26 de Junho de 2023
Aceito em: 28 de Julho de 2023

RESUMO
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio de causa desconhecida que
compromete o neurodesenvolvimento do indivíduo, causando prejuízos em sua
socialização, comunicação e comportamentos estereotipados e repetitivos. No intuito de
proporcionar uma melhor qualidade de vida, modificar e reduzir os sintomas
característicos do TEA, utilizam-se ferramentas e técnicas baseadas na Análise do
Comportamento Aplicada (ABA), ciência comportamental. Na psiquiatria, utilizam-se
fármacos como o antipsicótico atípico risperidona para intervir em sintomas associados
ao TEA, principalmente para o controle da raiva, humor, agressividade e autoagressão.
Esse artigo trata-se de uma revisão sistemática que objetiva analisar os efeitos positivos

1
Graduando em Medicina. Centro Universitário Tiradentes (UNIT - AL). Av. Comendador Gustavo Paiva, 5017, Cruz das
Almas, Maceió – AL, Brasil, CEP: 57038-000. E-mail: pedroafonsomelron@gmail.com
2
Graduando em Medicina. Centro Universitário Tiradentes (UNIT - AL). Av. Comendador Gustavo Paiva, 5017, Cruz das
Almas, Maceió - AL, Brasil, CEP: 57038-000. E-mail: joao.paulo04@souunit.com.br
3
Graduanda em Medicina. Centro Universitário Tiradentes (UNIT - AL). Av. Comendador Gustavo Paiva, 5017, Cruz das
Almas, Maceió – AL, Brasil, CEP: 57038-000. E-mail: maria.rocha03@souunit.com.br
4
Doutor em Psicobiologia pela Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (USP - RP). Centro Universitário Tiradentes
(UNIT - AL). Av. Comendador Gustavo Paiva, 5017, Cruz das Almas, Maceió – AL, Brasil, CEP: 57038-000.
E-mail: andre.fermoseli@unit.afya.com.br
5
Doutor em Biologia Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Centro Universitário
Tiradentes (UNIT - AL). Av. Comendador Gustavo Paiva, 5017, Cruz das Almas, Maceió – AL, Brasil, CEP: 57038-000.
E-mail: jaim.oliveira@unit.afya.com.br
6
Graduado em Medicina pelo Centro Universitário Tiradentes (UNIT - AL). Av. Comendador Gustavo Paiva, 5017, Cruz
das Almas, Maceió – AL, Brasil, CEP: 57038-000. E-mail: afonsomneto1@gmail.com

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.7|e2479| p.01-17 |2023


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EFEITOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
APLICADA E RISPERIDONA EM CRIANÇAS PORTADORAS DE AUTISMO
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e negativos das intervenções selecionadas para tratar os sintomas do TEA em crianças


de 0 a 18 anos. As buscas foram realizadas até outubro de 2022, em dois bancos de
dados: PubMed e BVS, utilizaram-se os descritores: “Autism Spectrum Disorder”,
“Applied Behavior Analysis” e “Risperidone”. Sendo assim, foram inseridos estudos que
utilizaram diferentes delineamentos experimentais capazes de demonstrar resultados
que permitissem a extração das características positivas e negativas de cada
intervenção, facilitando a escolha mais adequada para a realidade do indivíduo. Os
resultados demonstraram que ambas as intervenções existem efeitos positivos e
negativos quando se trata no controle da agressividade e da irritabilidade em crianças
portadoras de TEA. Portanto, faz-se necessário estudos mais robustos comparando
quais das duas intervenções possui mais eficácia, aceitabilidade e tolerabilidade para o
controle da agressividade e da irritabilidade em crianças portadoras de TEA.

Palavras-chave: Análise do comportamento aplicada; risperidona; transtorno do


espectro autista; crianças.

ABSTRACT
The Autism Spectrum Disorder (ASD) is a disorder of unknown cause that compromises
the individual’s neurodevelopment, causing impairments in their socialization,
communication and stereotyped and repetitive behaviors. In order to provide a better
quality of life, modify and reduce the characteristic symptoms of ASD, tools and
techniques based on Applied Behavior Analysis (ABA), are used. In psychiatry, drugs
such as atypical antipsychotic risperidone are used to intervene in symptoms associated
with ASD, mainly to control anger, mood, aggressiveness and self-harm. This article is
a systematic review that aims to analyze the positive and negative effects of selected
interventions to treat ASD symptoms in children aged 0 to 18 years. The searches were
made until October 2022, in two databases: PubMed and BVS, using the descriptors:
"Autism Spectrum Disorder", "Applied Behavior Analysis" and "Risperidone". For this
reason, studies that used different experimental designs capable of demonstrating
results that would allow the extraction of the positive and negative characteristics of each
intervention, facilitating the most appropriate choice for the individual's reality, were
inserted. The results showed that both interventions have positive and negative effects
when it comes to the control of aggressiveness and irritability in children with ASD.
Therefore, more robust studies are needed to compare which of the two interventions
has more efficacy, acceptability, and tolerability to control aggressiveness and irritability
in children with ASD.

Keywords: Applied behavior analysis; risperidone; autism spectrum disorder; children.

RESUMEN
El Trastorno del Espectro Autista (TEA) es un trastorno de causa desconocida que
compromete el neurodesarrollo del individuo, provocando alteraciones en su
socialización, comunicación y conductas estereotipadas y repetitivas. Para proporcionar
una mejor calidad de vida, modificar y reducir los síntomas característicos del TEA, se
utilizan herramientas y técnicas basadas en el Análisis Aplicado de la Conducta (AAC).
En psiquiatría, fármacos como el antipsicótico atípico risperidona se utilizan para
intervenir en los síntomas asociados al TEA, principalmente para controlar la ira, el
estado de ánimo, la agresividad y las autolesiones. Este artículo es una revisión
sistemática que pretende analizar los efectos positivos y negativos de las intervenciones
seleccionadas para tratar los síntomas del TEA en niños de 0 a 18 años. Las búsquedas
se realizaron hasta octubre de 2022, en dos bases de datos: PubMed y BVS, utilizando
los descriptores: "Trastorno del Espectro Autista", " Análisis Aplicado de la Conducta " y
"Risperidona". Para ello, se insertaron estudios que utilizasen diferentes diseños

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experimentales capaces de demostrar resultados que permitiesen extraer las


características positivas y negativas de cada intervención, facilitando la elección más
adecuada a la realidad del individuo. Los resultados mostraron que ambas
intervenciones tienen efectos positivos y negativos cuando se trata del control de la
agresividad y la irritabilidad en niños con TEA. Por lo tanto, se necesitan estudios más
sólidos para comparar cuál de las dos intervenciones tiene más eficacia, aceptabilidad
y tolerabilidad para controlar la agresividad y la irritabilidad en niños con TEA.

Palabras clave: Análisis aplicado de la conducta; risperidona; transtorno del espectro


autista; niños.

1. Introdução
Estima-se que cerca de 1% das crianças mundialmente são
diagnosticadas com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), o qual afeta o
neurodesenvolvimento, tendo como principais características: prejuízo na
socialização e comunicação, bem como comportamento e interesses restritos e
estereotipados. Podendo, ainda, apresentar sintomas adicionais, tais como:
déficits cognitivos, hiperatividade, agressividade e ansiedade. Nesse sentido, é
possível relacionar que a presença da hipersensibilidade sensorial dificulta que
as crianças acometidas por TEA em expressar-se e interagir-se socialmente, o
que desencadeia sintomatologias comportamentais, tornando a causa desse
transtorno desconhecida (DOS SANTOS et al., 2017; VOLKMAR; WIESNER,
2018; ZEIDAN et al., 2022).
Dentro das possibilidades de intervenção para o TEA, uma delas é a
medicamentosa. Caso do uso do antipsicótico atípico, risperidona, pertencente
a classe dos antagonistas monoaminérgicos seletivos, permitindo o aumento dos
compostos químicos dopamina e serotonina, utilizada em crianças, adolescentes
e adultos, com o propósito de corrigir condutas, comportamentos agressivos,
autoagressão, controle da raiva, além de alterações de humor (CORDIOLI;
GALLOIS; ISOLAN, 2015).
Outra forma de intervir no TEA é a Análise do Comportamento Aplicada
(ABA), ciência comportamental que costuma ser exitosa na intervenção e na
educação de pessoas acometidas por TEA. Mediante as pesquisas
investigativas, ela analisa as condições ambientais geradoras de
comportamentos controversos em um indivíduo que, por meio de técnicas de

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reforço comportamental e utilização de instrumentos de gerenciamento, visa a


modificar comportamentos não adaptativos, com o intuito de desenvolver
habilidades comunicativas, mensurar a eficácia das técnicas operadas e
garantir a autonomia do ser (BRASIL, 2015; MOREIRA; MEDEIROS, 2019).
Quanto à sua aplicação, é realizada por intermédio de técnicas de
imitação com o auxílio do reforço comportamental, recompensando o indivíduo
ao alcançar um objetivo pré-determinado, a fim de estimulá-lo a continuar no
programa interventivo. Essa intervenção segue os seguintes passos: avaliação
comportamental, definição, programação da execução dos objetivos e
acompanhamento do progresso individual. Sendo imprescindível, logo, a
educação e o treinamento dos responsáveis pelos portadores de TEA, para que
a intervenção com o ABA seja exitosa (MOREIRA; MEDEIROS, 2019).
Portanto, o objetivo deste artigo é comparar os efeitos positivos e
negativos da utilização da Análise do Comportamento Aplicada e do
medicamento Risperidona para tratar o controle da agressividade/irritabilidade
em crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista.

2. Metodologia
Este trabalho trata-se de uma revisão sistemática descritiva de
abordagem quantitativa que visa responder a seguinte pergunta de pesquisa:
“quais as vantagens e as desvantagens da Análise do Comportamento Aplicada
(ABA) em comparação com o uso do medicamento risperidona para tratar o
controle da agressividade/irritabilidade em crianças portadoras do Transtorno do
Espectro Autista (TEA)?”.
As buscas foram realizadas até outubro de 2022, em dois bancos de
dados: PubMed e BVS. Sendo utilizados como descritores “Autism Spectrum
Disorder”, “Applied Behavior Analysis” e “Risperidone”; os quais foram
combinados com o operador booleano “AND”, sem adição de filtros de tempo,
para formar as estratégias de busca mostradas no Quadro 1.
São fatores de inclusão os artigos que falam sobre intervenções com ABA
ou com Risperidona em crianças acometidas por TEA, com foco em
comportamentos marcados por agressividade e irritabilidade e, ademais,

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incluindo os artigos que analisaram a relação entre a eficácia da Risperidona


com intervenções medicamentosas isoladas ou em conjunto com outros
medicamentos ou intervenções não medicamentosas. Assim como, foram
incluídos artigos que compararam a eficácia do ABA com intervenções
comportamentais e medicamentosas, isoladas ou não. Foram excluídos artigos
que focassem em pessoas maiores de dezoito anos, artigos que não estivessem
na língua inglesa, portuguesa ou espanhola, documentos, como editoriais, livros,
mídia/vídeo, carta ao editor, revisão narrativa e artigos de opinião.
Os autores do artigo, de forma mútua e independente, extraíram dados
dos artigos selecionados como: delineamento experimental, objetivo, resultados,
desfechos e conclusões relevantes para responder à pergunta de pesquisa da
presente revisão sistemática integrativa que estão apresentados nos resultados.
Inicialmente, foram encontrados 1.530 artigos, somando as duas bases
de dados, os quais, anteriormente à triagem, foram eliminados 124 por serem
repetidos e 695 por se tratar de livros, documentos, comentários, cartas, revisões
narrativas e demais artigos de opinião. Após essa exclusão, foram analisados
711 artigos pelo título, dentre eles, 675 foram excluídos por não estarem
relacionados ao tema, 3 por se tratar de uma revisão literária, 5 por se tratar de
público-alvo diferente. Com a análise do texto completo de 28 artigos, 18 artigos
não se enquadraram nos critérios de inclusão e 10 artigos foram selecionados
para responder à pergunta norteadora de pesquisa dessa revisão sistemática.
De forma detalhada, com os critérios de exclusão descritos, o processo de busca
e seleção dos artigos incluídos é apresentado na forma de fluxograma, conforme
a Figura 1.

Quadro 1. Resultados das estratégias de busca e seleção das evidências científicas


Estratégias de Busca
Resultado da Busca (n°
(descritores combinados Plataforma de Busca
artigos)
com operador booleano)
(Autism Spectrum Disorder)
AND (Applied Behavior PubMed 501
Analysis)
(Autism Spectrum Disorder)
PubMed 402
AND (Risperidone)
(Autism Spectrum Disorder)
AND (Applied Behavior BVS 392
Analysis)

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(Autism Spectrum Disorder)


BVS 235
AND (Risperidone)
TOTAL - 1530
Fonte: autoria própria (2023)

Figura 1. Fluxograma do processo de busca e seleção dos artigos, com critérios de exclusão
especificados.

Identificação de estudos por meio de bases de dados

Artigos removidos antes da triagem:


• Artigos repetidos (n = 124);
Identificação

Registros identificados no
PubMed e BVS: • Livros, documentos,
• PubMEd (n = 903); comentários, cartas ao editor,
• BVS (n = 627). revisões narrativas e demais
artigos de opinião (n = 695)

Artigos analisados pelo


título e resumo (n = 711).
Artigos excluídos:
• Não estavam relacionados ao
tema: (n = 675)
• Revisão literária: (n = 3)
• Público-alvo diferente (n = 5)
Triagem

Artigos analisados pela


Artigos excluídos:
análise de texto completo
(n = 28). • Não estavam relacionados ao
tema (n = 12)
• Público-alvo diferente (n = 6)
Incluídos

Artigos incluídos na revisão


(n = 10).

Fonte: autoria própria (2023)

3. Resultados
Para a escrita desta revisão sistemática, foram selecionados 10 artigos
dos 1.530 encontrados, de acordo com os critérios de inclusão e exclusão

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(Fluxograma 1). Entre os estudos selecionados, dois apresentavam ensaios


clínicos randomizados duplo-cego, segundo Kent et al. (2013), Karahmadi et al.
(2018); dois foram revisões sistemáticas, conforme Brosnan, Healy, (2011),
Maneeton et al. (2018); dois ensaios clínicos randomizados, por DU et al. (2015),
Mohammadzaheri et al. (2015); um estudo de coorte retrospectivo, de acordo
com Al-huseini et al. (2022); uma meta-análise, conforme Sharma et al. (2012);
uma revisão de escopo, de acordo com Gitimoghaddam et al. (2022); um estudo
naturalístico, conforme Aman et al. (2015).
As principais informações dos artigos selecionados como evidências
científicas para a escrita da presente revisão foram sintetizadas no Quadro 2, em
anexo.

4. Desenvolvimento
De acordo com os resultados dos artigos selecionados, percebe-se que a
ABA e o tratamento medicamentoso com risperidona são eficazes para o
tratamento de sintomas do TEA em crianças, sobretudo no que diz respeito à
diminuição da agressividade e da irritabilidade. Dessa maneira, avaliou-se que
ambas as intervenções possuem efeitos positivos e negativos.
Segundo a revisão sistemática realizada por Brosnan, Healy (2011),
utilizando intervenções ABA, a agressividade é um comportamento
constantemente observado em crianças portadoras de TEA e de outras
deficiências intelectuais, geralmente causadas por fatores fisiológicos, sociais ou
ambientais, sendo imprescindível a utilização de estratégias de reforço e
redução de comportamento característicos do TEA. Além disso, tais estratégias
demonstraram eficácia na redução total ou quase total de comportamentos
agressivos em 7 (38,89%) de um total de 18 estudos analisados, de modo a
encorajar crianças a obterem poder e controle social. Corroborando com os
resultados obtidos nesse estudo, o estudo clínico randomizado duplo-cego
realizado por Karahmadi et al. (2018) mostrou que comportamentos
estereotipados, baixa interação social e de comunicação caracterizam o TEA, o
qual possui como causas agentes genéticos e ambientais. Outrossim, o uso do
medicamento memantina em conjunto da intervenção ABA reduziu os

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comportamentos estereotipados e a pontuação média da Escala de Avaliação


de Autismo de Gilliam (GARS) de 95,20 a 14,49 comparado ao grupo controle.
De forma análoga, Du et al. (2015), no ensaio clínico randomizado, foi
evidenciado que o grupo utilizou a bumetanida em conjunto com a ABA
representou melhora significativa na Lista de Verificação do Comportamento do
Autismo (ABC), Impressões Globais Clínicas (CGI-I) e Escala de Classificação
de Autismo Infantil (CARS). Ademais, a bumetanida, antagonista que a reduz a
ação excitatória do GABA nos neurônios epilépticos, pode permitir que o cérebro
se torne mais suscetível à ABA, de maneira a influenciar assertivamente nas
taxas de interação, comunicação verbal e não-verbal, hiperatividade e função
intelectual. No medicamento relatado, houve poliúria e hipocalemia como efeitos
colaterais.
De acordo com o ensaio clínico randomizado de Mohammadzaheri et al.
(2015), as crianças autistas tendem a desenvolver condutas disruptivas para
obter acesso a itens desejados, de forma a manifestar habilidades comunicativas
e cognitivas deficientes. Para resolver tais quadros, foi utilizada uma técnica
ABA, permitindo que a criança escolhesse os itens de estímulo, no qual esse
grupo obteve uma redução de 41% nos níveis de comportamento disruptivo
(choro, grito, cobrir o rosto, bater, agarrar) e aumento de 41% nos níveis de
interação verbal, habilidades comunicativas e sociais. Enquanto o grupo que não
escolheu os seus itens de estímulo obteve apenas uma redução e um aumento
de 5%, conforme os níveis observados anteriormente. Corroborando com os
resultados obtidos nesse estudo, conforme a revisão de escopo de
Gitimoghaddam et al. (2022), considerou 32 estudos, avaliando a ABA como
intervenção para o TEA e outros transtornos de desenvolvimento. Além disso,
aproximadamente 40% dos registros analisados mensuraram o sucesso do
tratamento ABA adjunto à obtenção de níveis de domínio para habilidade ou
comportamento almejado. Consequentemente, tais intervenções expressaram
melhora significativa no processo cognitivo, linguagem, emocional,
comunicação, sintomas típicos do TEA, da qualidade de vida e de
comportamentos adaptativos.
Segundo a meta-análise de Sharma et al. (2012), as crianças portadoras

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de autismo podem utilizar o medicamento risperidona para aliviar sintomas


característicos do TEA, tais como: comportamentos não adaptativos,
agressividade e irritabilidade. Apesar de se mostrar um medicamento
relativamente seguro e eficaz para reduzir os sintomas comportamentais
comumente encontrados nos portadores de TEA, seu uso deve ser bem avaliado
por se tratar de uma droga que possui efeitos colaterais. Nesse sentindo, o
estudo clínico randomizado duplo-cego de Kent et al. (2013), verificou a eficácia
e a segurança da risperidona em doses menores que as recomendadas pela
Food and Drug Adminstration (FDA). Os resultados demonstraram que a
administração do medicamento em dose inferior à recomendada pela FDA foi
significativamente efetiva apenas para redução de comportamentos
estereotipados, enquanto as doses mais elevadas tendem a ser efetivas para
combater a irritabilidade, hiperatividade e outros distúrbios comportamentais
associados ao TEA. Apesar da redução de comportamentos prejudiciais para as
crianças portadoras de TEA, uma dose maior de risperidona está associada a
uma frequência recorrente de efeitos colaterais, como: aumento do apetite,
sedação, sonolência, aumento de peso e reações extrapiramidais, sendo em sua
maioria a acatisia. Embora a fase duplo-cego do estudo ter tido apenas 6
semanas, verificou-se que o uso da risperidona está associado com o aumento
dos níveis de prolactina e aumento dos níveis e da resistência à insulina, o que
pode acarretar problemas metabólicos, como a diabetes.
De acordo com Aman et al. (2015), 84 crianças foram acompanhadas
cerca de 21,4 meses após participarem de um estudo clínico randomizado duplo-
cego com o uso de risperidona. Após o período mencionado, dois terços das 84
crianças ainda utilizavam o medicamento, com uma dose média de 2,47mg por
dia. Durante o período de acompanhamento, a risperidona foi associada com
mais enurese, apetite excessivo e ganho de peso, porém não houve efeitos
neurológicos adversos. Apesar dos efeitos colaterais apresentados, a
risperidona ainda se mostrou eficaz no combate dos comportamentos não
adaptativos comparados com a linha de base do estudo, incluindo os sintomas
principais associados ao autismo, como a irritabilidade. Além disso, o estudo
observou um elevado ganho de peso e altura com o uso da droga. Colaborando

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com estudos anteriores, a revisão sistemática de Maneeton et al. (2018)


observou uma redução de 25% na subescala de irritabilidade da Lista de
Comportamentos Aberrantes (ABC). Dessa forma, a risperidona mostrou-se
promissora quanto à redução de comportamentos agressivos e riscos relativos
e, além disso, houve uma diminuição significativamente grande na Escala de
Pontuação para Autismo (CARS) nos usuários desse medicamento. Quanto aos
efeitos colaterais, a risperidona apresentou os maiores índices quando
comparado com os estudos que continham grupo placebo, sendo os principais
sintomas relatados: aumento do apetite e do peso, sonolência, fadiga,
ansiedade, sialorreia e elevação dos níveis de prolactina.
Por fim, o estudo de coorte retrospectivo de Al-huseini et al. (2022),
analisou a eficácia da intervenção medicamentosa com risperidona em crianças
portadoras de TEA que apresentaram irritabilidade, agressividade e
comportamentos disruptivos. Os resultados desse estudo demonstraram que 75
(79%) de um total de 95 participantes tiveram resultados positivos com o uso do
medicamento, reduzindo a agressividade, comportamentos disruptivos,
irritabilidade e hiperatividade, consolidando os resultados de outros estudos.
Entretanto, observou-se que o uso da risperidona nos pacientes com histórico
familiar de autismo não tiveram resultados tão significativos quanto as crianças
que não possuíam histórico familiar. Essa associação pode ser explicada com a
seguinte tese: pacientes com histórico familiar de TEA apresentam um fenótipo
mais severo do transtorno, representando um maior desafio à resposta de
controle medicamentoso. Reforçando os resultados de outros estudos, a
monoterapia com risperidona também foi associada com efeitos colaterais
preocupantes, tais como: ganho de peso, sonolência, sedação,
hiperprolactinemia e sintomas extrapiramidais.

5. Conclusão
Nesta revisão sistemática, a investigação dos artigos revelou que existem
efeitos positivos e negativos quanto as intervenções com ABA e risperidona,
sobretudo no que diz respeito ao controle da agressividade e da irritabilidade em
crianças portadoras de TEA. Sendo destacados os principais pontos positivos

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para o tratamento com ABA, tais como: melhora das habilidades adaptativas e
sociais, comunicação verbal e não verbal, redução dos comportamentos
agressivos, hiperatividade, aumento da cognição, comportamentos disruptivos e
controle emocional, permitindo uma melhor qualidade de vida para os indivíduos
portadores de TEA. Como efeitos negativos do ABA, podemos relatar: resultado
não imediato (médio – longo prazo), alto custo da intervenção, uma vez que,
trata-se de um trabalho contínuo, muitas vezes, com uma equipe multidisciplinar
e deve ser adaptado para cada criança, tornando-o bastante heterogêneo.
Ademais, destaca-se os efeitos positivos do tratamento medicamentoso
com risperidona: melhora da agressividade, irritabilidade, comportamentos não
adaptativos, hiperatividade, baixo custo quando comparado com o ABA e
resultado em curto prazo. Quanto aos efeitos negativos, podemos observar:
presença de efeitos extrapiramidais, aumento nos níveis de prolactina e de
insulina, enurese, apetite excessivo, ganho de peso, sonolência, fadiga,
ansiedade, sialorreia, sedação, resistência à insulina e dose dependência da
medicação.
Portanto, podemos concluir que as intervenções disponíveis para o TEA
estão relacionadas com o controle da agressividade e da irritabilidade em
crianças, porém, não existem estudos que comparem qual a intervenção mais
eficaz, no caso em estudo, ABA e risperidona. Sendo necessários estudos mais
robustos comparando quais das duas intervenções têm mais eficácia,
aceitabilidade e tolerabilidade. Além disso, faz-se necessária a realização de um
estudo que compare a eficácia de um tratamento conjunto de ABA com o uso de
risperidona, bem como comparar qual a intervenção medicamentosa em
conjunto com o ABA é mais eficaz para o TEA, de modo a tentar sanar as dúvidas
acerca da temática.

REFERÊNCIAS

AL-HUSEINI, S. et al. Eficácia e efeitos adversos da risperidona em crianças com


transtorno do espectro autista em um ambiente clínico naturalista em um hospital
universitário em Omã. Autism Res Treat, v. 2022, n. 2313851, p.1-7, 2022.
Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/articules/PMC8814715>.
Acesso em: 16 nov. 2022.

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AMAN, M. G. et al. Efeitos cognitivos da risperidona em crianças com autismo e


comportamento irritável. J Child Adolesc Psychopharmacol, v. 18, n. 3, p. 121-
163, 2010. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18582177/>.
Acesso em: 30 out. 2022.

BRASIL. Linha de Cuidado para a atenção às pessoas com transtornos do


espectro do autismo e suas famílias na rede de atenção psicossocial do
sistema único de saúde. Ministério da Saúde, 2015. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_atencao_pessoas_
transtorno.pdf>. Acesso em: 28 set. 2022.

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Pedro Afonso Melro Nascimento Guedes, João Paulo de Souza Pacheco Costa,
Maria Alice Rocha de Mello Gonzaga, André Fernando de Oliveira Fermoseli, Jaim Simões de
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EFEITOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
APLICADA E RISPERIDONA EM CRIANÇAS PORTADORAS DE AUTISMO
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ANEXO

Quadro 2. Principais informações dos artigos selecionados para a escrita da revisão.


Principais Informações
Artigo Metodologia
Desfecho/
Objetivo Resultados
Conclusão
KENT et Estudo Avaliar a eficácia e As taxas de resposta, O tratamento
al., Clínico segurança da melhorias no CGI-S, prolongado com
2013. Randomizad risperidona em uma subescalas ABC, antipsicóticos de
o Duplo- dose menor do que a subescala de segunda geração, como
cego. dose mínima compulsões CY-BOCS e a risperidona, é
atualmente incidência de TEAEs associado a uma
recomendada para o foram significativamente variedade de efeitos
tratamento da maiores no grupo de alta colaterais metabólicos
irritabilidade associada dose de risperidona, potencialmente graves,
ao transtorno autista mas não no grupo de tais como: perda de
em crianças e dose baixa, em peso, ganho de peso,
adolescentes de 5 a 16 comparação com o dislipidemia e
anos de idade. placebo. Nenhum dos hiperglicemia, bem
grupos de risperidona como sedação e
apresentou melhora discinesia tardia e
significativa nas possíveis efeitos no
pontuações da crescimento e
subescala de fala maturação. Portanto, é
inadequada ou essencial que as
retraimento social em crianças que precisam
comparação com de medicamentos
placebo. Portanto, os antipsicóticos sejam
efeitos foram o aumento tratadas com a menor
do apetite, sedação, dose eficaz à medida
sonolência e aumento que crescem e
de peso. amadurecem.
KARAH Estudo Avaliar a eficácia da O grupo que sofreu a A inclusão da
MADI et Clínico memantina como intervenção conjunta memantina como terapia
al., Randomizad terapia adjunta em ABA + Mematina e adjunta pode ser mais
2018. o Duplo- crianças portadoras de medicamentos prévios) efetiva na melhora de
cego. TEA. do que o grupo ABA + sintomas de TEA em
placebo e crianças do que apenas
medicamentos prévios. a aplicação da
intervenção ABA sem
nenhuma medicação.
Portanto, pode ser
considerada uma nova
terapia adjuvante
seletiva.
BROSN Revisão Realizar uma análise Todos os estudos Os tratamentos
AN; Sistemática. compreensiva de reportaram redução nos implementados
HEALY, intervenções comportamentos alvos e diminuíram ou
2011. comportamentais para melhora de eliminaram de maneira
redução do comportamentos efetiva os
comportamento apropriados aos quais comportamentos
agressivo em pessoas foram programados. agressivos em
com problemas de indivíduos entre 3 - 18
desenvolvimento anos de idade. Muitas
mental e TEA. das intervenções que

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Maria Alice Rocha de Mello Gonzaga, André Fernando de Oliveira Fermoseli, Jaim Simões de
Oliveira, José Afonso Freitas Melro Neto
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obtiveram sucesso,
compartilham recursos,
se destiladas as
principais variáveis,
pode ser possível
determinar tratamentos
mais robustos e efetivos.
MANEE Revisão Determinar a eficácia, A escala de irritabilidade A risperidona é eficaz no
TON et Sistemática. aceitabilidade e e a taxa de resposta tratamento de sintomas
al., tolerabilidade da para o grupo tratado com em crianças e
2018. risperidona no risperidona tiveram uma adolescentes com TEA.
tratamento de crianças significância maior do No entanto, a
e adolescentes com que a do grupo tratado aceitabilidade e
TEA. com placebo. No tolerabilidade da
tratamento de longo risperidona não foi
prazo, a pontuação melhor do que a do
média agrupada da placebo e, embora que a
CARS no grupo tratado risperidona em crianças
com risperidona foi e adolescentes com TEA
significativamente maior seja bem tolerada, sua
do que no grupo tratado aceitabilidade é
com placebo. Na comparável ao placebo,
descontinuação, a taxa ou seja, o uso de
global de recaída risperidona deve ser
agrupada do grupo cuidadosamente
tratado com risperidona considerado. Portanto,
foi menor do que a do mais estudos de
grupo tratado com tamanho de amostra
placebo. Logo, a taxa de bem definidos e grandes
resposta global devem ser realizados
agrupada do grupo para validar esses
tratado com risperidona achados.
teve uma significância
maior do que a do grupo
tratado com placebo.
DU et Ensaio Identificar os efeitos O grupo que utilizou o A intervenção de
al., Clínico terapêuticos da tratamento combinado bumetanida em conjunto
2015. Randomizad combinação da demonstrou melhor com ABA pode resultar
o. intervenção com resultado na escala ABC em um melhor resultado
bumetanida e análise e CGI e nenhum para crianças portadoras
do comportamento resultado significativo na de autismo do que
aplicada em crianças pontuação CARS. apenas o uso do ABA.
portadoras de TEA.
MOHAM Ensaio Comparar dois tipos de As crianças Essa diferença
MADZA Clínico intervenção: Pivotal apresentaram melhoras significativa dos
HERI et Randomizad Response Treatment significativa nos resultados, serve para
al., o. (PRT) com uma comportamentos criar sessões de terapia
2015. estruturação ABA em disruptivos durante a que são
comportamentos condição PRT. qualitativamente
disruptivos durante diferentes e que talvez
intervenções possam fornecer mais
linguísticas em escola tempo livre para se
pública. engajar e aprender do
que está
constantemente focando
em comportamentos
agressivos.

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EFEITOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
APLICADA E RISPERIDONA EM CRIANÇAS PORTADORAS DE AUTISMO
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AL- Estudo de examinar a eficácia do A sonolência e A monoterapia com


HUSEIN Coorte tratamento de crianças hiperprolactina foi risperidona em baixa
I et al., Retrospectiv com transtorno do significativamente maior dose é eficaz e bem
2022. o. espectro autista (TEA) no sexo feminino, em tolerada entre algumas
que apresentam comparação com o sexo crianças com TEA que
irritabilidade, masculino. Menos de um apresentam
agressividade e terço dos pacientes comportamento
comportamento tiveram sucesso no disruptivo em um
disruptivo no Sultan tratamento, enquanto a ambiente clínico
Qaboos University maioria que não tinham naturalístico. Portanto, a
Hospital em Muscat, história semelhante teve prescrição de
Omã, com risperidona. sucesso no tratamento. risperidona deve ser
Destarte, foi observada avaliada e iniciada após
uma diferença média na a ponderação dos riscos
dose de risperidona em e beneficios, quando
associação com alguns esgotadas todas as
efeitos colaterais da intervenções não
risperidona. farmacológicas. Logo,
um estudo de
acompanhamento futuro
sobre esse assunto é
necessário com um
tamanho amostral maior.
SHARM Meta-análise. Examinar a eficácia da A risperidona melhorou A evidência atual apoia a
A et al., risperidona como significativamente os eficácia da risperidona
2012. intervenção para TEA. sintomas associados ao na gestão de problemas
TEA. comportamentais e
sintomas para crianças
portadoras de autismo.
GITIMO Revisão de Avaliar a literatura Os resultados são É necessário estudos
GHADD Escopo. disponível sobre ABA consistentes com prospectivos de larga
AM et como uma intervenção revisões prévias de escala que comparem
al., para TEA em crianças outros artigos, que ABA com outras
2022. e jovens, com o intuito tendem a confirmar os intervenções que não
de instruir a efeitos positivos do ABA sejam ABA e incluam
comunidade científica em crianças portadoras medidas de Qualidade
sobre as direções mais de TEA na melhora da de Vida para prover os
benéficas para cognição, formuladores de
pesquisas futuras. desenvolvimento da políticas informações
linguagem, habilidades valiosas sobre os
sociais e de impactos do ABA e
comunicação, outras intervenções
comportamentos existentes e
adaptativos, em emergentes.
conjunto com a redução
de comportamentos
problemáticos.
AMAN Estudo Examinar a A risperidona foi A risperidona é eficaz
et al., Clínico tolerabilidade, associada a enurese, para o tratamento a curto
2015. Randomizad segurança e efeito apetite excessivo e prazo da agressão,
o Duplo- terapêutico benéfico do ganho de peso, mas não explosões de
cego. uso de risperidona por houve efeitos temperamento e
mais de 1-2 anos de neurológicos adversos. autolesão em crianças
acompanhamento. Obteve melhora portadoras de TEA. O
considerável no aumento do apetite,
comportamento ganho de peso e
desadaptativo. As enurese são riscos
pontuações da associados ao uso da

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Maria Alice Rocha de Mello Gonzaga, André Fernando de Oliveira Fermoseli, Jaim Simões de
Oliveira, José Afonso Freitas Melro Neto
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subescala de risperidona no longo


irritabilidade foram prazo. Porém, os dados
reduzidas naqueles que sugerem que esses
tomaram risperidona no riscos foram
acompanhamento. compensados por
Portanto, os efeitos benefícios
adversos do grupo comportamentais e
risperidona e não- sociais no longo prazo
risperidona não tiveram para muitas crianças
diferenças substanciais. com mais de 1,8 anos de
tratamento contínuo.
Fonte: autoria própria (2023)

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