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Metodologia

da pesquisa
científica
Bruna Borba

E-book 2
E-book Pesquisar:
2 Como? Para quê?

Neste E-book:
Introdução���������������������������������������������������� 3
Onde pesquisar������������������������������������������ 5
Etapas do processo de pesquisa���������� 8
O problema de pesquisa: pergunta(s)?��������������� 10
Objetivos de uma pesquisa: geral e específico�� 16
Justificativa: importância na temática��������������� 19
A revisão de literatura������������������������������������������ 21
Tipos de fontes bibliográficas����������������������������� 30
Levantamento bibliográfico: algumas etapas���� 35

Considerações finais������������������������������ 37
Síntese���������������������������������������������������������39

2
INTRODUÇÃO
Olá, estudante. No Módulo 1 aprendemos a diferen-
ciar os tipos de conhecimento, a caracterizar o co-
nhecimento científico, a importância da Metodologia
Científica no processo de construção de conheci-
mento e como a pesquisa compõe esse projeto.
Agora, começaremos a conhecer as etapas do pro-
cesso de realização de uma pesquisa. Por onde
começar? Onde pesquisar? O que deve ser inserido
no projeto de pesquisa e de que forma? A proposta
deste Módulo é apresentar passo a passo cada uma
dessas etapas iniciais que estruturam uma pesquisa.

Vamos imaginar que a pesquisa seja uma viagem.


Quando você planeja uma viagem, como a organiza?
Como escolhe o local que irá conhecer? O que pre-
tende encontrar lá? Quais informações você reúne
antes de conhecer melhor esse local? Procura pes-
soas e informações com quem já visitou? Seleciona
os principais pontos que devem ser visitados, or-
ganizando seu cronograma de dias de viagem?
Chegando a esse local, você conversa com pessoas
que têm informações sobre o que está acontecendo
de interessante por lá? A partir das dicas de quem já
visitou os pontos turísticos, e da sua visita a esses
pontos, você pode tirar algumas conclusões sobre
esse local, concordando ou discordando da opinião
de outras pessoas que já o visitaram. No retorno à
sua casa, recomenda para outras pessoas o que
deveriam conhecer, caso visitem o local para onde

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você viajou? E compartilha o que faltou ser visitado
por você?

Acho que você conseguiu imaginar esse trajeto de


planejamento de uma viagem. Podemos relacio-
nar esse caminho ao trajeto de realização de uma
pesquisa. Devemos selecionar algo para conhecer,
buscar informações já pesquisadas sobre esse as-
sunto, ir até as mais adequadas fontes que podem
nos fornecer (novas) informações, tecer nossas re-
flexões sobre isso e, finalmente, apontar o que pode
ser feito por outros pesquisadores no futuro.

O processo de realização de uma pesquisa é dinâ-


mico e requer do pesquisador que se aprofunde e
debruce sobre o tema, o campo teórico, os métodos
para realização do estudo e a reflexão crítica e fun-
damentada sobre o que se pesquisa.

Vamos iniciar essa viagem.

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ONDE PESQUISAR
A primeira questão que trabalharemos é onde pes-
quisar. Essa questão poderia ser apresentada ao
final, mas optou-se por fazê-lo agora, pois é im-
portante ter-se em vista que para fazer pesquisa é
necessário ler pesquisa, além de discernir conteúdos
científicos de conteúdos não-científicos.

As ideias que temos, os fenômenos que nos chamam


a atenção e as curiosidades que são despertadas
não são processos isolados, mas sempre se referem
a algo. Seja uma vivência, uma informação obtida
no trabalho ou mesmo um tema que estamos estu-
dando na faculdade, há sempre algum elemento que
propicia a criação de nossas dúvidas e hipóteses.

É importante, contudo, considerar-se que a ciência


vem produzindo conhecimento há bastante tempo
e nas mais variadas áreas, então, para compreen-
dermos com maior profundidade algo relacionado
ao campo da ciência que pesquisamos (ou outros
campos), podemos buscar mais informações por
meio da investigação de pesquisas já elaboradas.
Isso se faz necessário, também, pois precisamos
compreender o que já se sabe sobre determinado
assunto para poder avançar no conhecimento sobre
ele, ou mesmo para questioná-lo e relacioná-lo a
outros elementos ainda não relacionados.

A pesquisa é uma atividade social que deve ser


acessível e publicada. Antigamente, essas publi-

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cações eram feitas de maneira impressa apenas;
hoje, além da impressão, temos acesso a muito do
que é produzido, em nível nacional e internacional,
consultando a internet (inclusive o que é publicado
em versão impressa).

As universidades possuem bibliotecas físicas que


reúnem pesquisas (em sua maioria dissertações
de mestrado e teses de doutorado) produzidas no
interior das instituições, em programas de pós-
-graduação, por exemplo, além de outras pesquisas
muitas vezes recebidas pela instituição. Os centros
de pesquisa e agências de fomento também reúnem
em seu acervo as pesquisas por elas financiadas.

Há também os periódicos científicos, que são pu-


blicações seriadas que reúnem resultados de pes-
quisas científicas realizadas, em formato de artigos
originais, principalmente, além de outras modali-
dades de textos como ensaios, entrevistas etc. Os
periódicos científicos existem em formato impres-
so e digital, possuem um corpo editorial que faz a
seleção do conteúdo que o comporá e apresentam
critérios para recepção de conteúdo, por exemplo,
temas para publicação em cada edição. São também
avaliados externamente.

Existem periódicos nacionais e internacionais, por


área do conhecimento, e eles são uma fonte inte-
ressante para encontrar pesquisas atuais. Há, tam-
bém, sites que indexam esses periódicos/revistas,
ou seja, reúnem os artigos desses periódicos, que
passam a fazer parte de uma base de dados, o que

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facilita a localização dos artigos, não sendo preciso
entrar no site de cada periódico, por exemplo, para
encontrá-los. No Brasil, um famoso indexador que
reúne temáticas variadas é o Scielo.

Saiba mais
Você já navegou alguma vez em um site que re-
úne artigos científicos? É uma oportunidade de
começar a se familiarizar com essa importante
ferramenta. Vamos tentar? Entre em www.scielo.
org, selecione a região (país) em que deseja en-
contrar informações e coloque um tema de seu
interesse no campo Entre com uma palavra. A
partir daí, comece a navegar pela página e des-
cobrir suas ferramentas.

Assim, começamos a ter em vista que a leitura de


pesquisas é um passo importante para iniciar-se
a produção de outras pesquisas, já que, com isso,
você pode se familiarizar com o formato do estudo,
linguagem e métodos, além de conhecer mais sobre
temas/campos de seu interesse. Com a internet,
temos acesso a uma multiplicidade de informa-
ções, de confiança ou não. Saber onde pesquisar
é essencial para reunirmos conteúdos que foram
produzidos cientificamente e termos acesso a quem
os produziu.

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ETAPAS DO
PROCESSO DE
PESQUISA
Elaborar um projeto de pesquisa refere-se a tomar-
-se sucessivas decisões sobre os caminhos que se-
rão percorridos, tendo em vista que cada uma delas
desencadeará outros caminhos e procedimentos.
Assim, é necessário ter-se em vista que, mesmo
com um projeto elaborado consistentemente, mui-
tas vezes é necessário fazer alterações no curso do
processo (seja por novas/diferentes informações
que são encontradas, pontos que se tornam mais
relevantes de serem aprofundados, entre muitas
outras razões). Todavia, mesmo considerando-se a
possibilidade de alterar-se um projeto durante o seu
curso, deve haver critérios para que essas alterações
e tomadas de decisão sejam feitas. Falaremos a
seguir (durante este Módulo 2 e no Módulo 3) sobre
as etapas que fazem parte da produção da pesquisa.
Apesar de o apresentarmos de maneira contínua,
lembre-se que o processo de pesquisa é dinâmico,
sendo necessário retomar-se e rever-se caminhos
inicialmente traçados e planejados durante o per-
curso. Observe o esquema a seguir.

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Problema de
Pesquisa
Pergunta que se

TEORIA pretende responder

Levantamento
das Informações
necessárias para
responder

Revisão de
Literatura Busca de fontes
de informação
Coleta de dados

Tratamento das
informações obtidas
Através dos
procedimentos e
produção de dados

Análise dos
dados obtidos

Resultados
Respostas as
perguntas feitas

Figura 1: Etapas do processo de pesquisa. Fonte: elaborado pela


autora, com base em Luna (2011). Esquema base para os módulos
2, 3 e 4.

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Como aponta Luna (2011), a linearidade do pro-
cesso é ilustrativa, pois a revisão e alteração das
etapas mostram-se necessária em muitas pesqui-
sas. A base teórica faz-se presente durante toda a
pesquisa.

O problema de pesquisa:
pergunta(s)?
Quando dizemos que estamos com um problema, o
que isso significa? Que vivenciamos uma situação
que nos gera dúvida, questionamento? Algo que pre-
cisamos resolver? Pois bem, o problema no contexto
de uma pesquisa nos lembra um pouco isso.

De acordo com Luna, o problema de pesquisa é


um elemento básico da pesquisa e se refere a “um
conjunto de perguntas que se pretende responder
e cujas respostas se mostrem novas e relevantes
teórica e/ou socialmente” (LUNA, 2011, p. 16).

O problema de pesquisa deve ser formulado com


detalhamento, pois guiará as etapas seguintes da
pesquisa. Assim, é importante especificar-se e
delimitar-se, dentro dessa pergunta ou conjunto
de perguntas, os questionamentos inicialmente le-
vantados e quem ou o que eles envolvem. Vejamos
alguns exemplos:

Quais são as possíveis implicações da realização de


reuniões semanais de equipe para o desempenho
dos funcionários dentro de uma empresa?

10
De que forma o tema X é abordado na obra do autor
Y da literatura brasileira ao longo das publicações
dos últimos 20 anos?

Que percepções têm os professores sobre as prá-


ticas inclusivas em uma escola da Zona Sul de SP?

Figura 2: O problema de pesquisa como conjunto de perguntas.


Fonte: https://www.pexels.com/photo/ask-blackboard-chalk-
-board-chalkboard-356079/

Os exemplos acima ilustram possíveis problemas


de pesquisa que podem surgir em diversas áreas
do conhecimento. Considera-se que, quanto mais
delimitado for o problema, maiores são as condi-
ções que o pesquisador terá para levantar as infor-
mações necessárias para respondê-lo. É preciso
levantar-se questões que possam ser respondidas,
considerando-se o tempo disponível para realização
do estudo e os recursos para tal. Pesquisas que
envolvam um levantamento de informações com
um número grande de pessoas, ou em diversas lo-

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calidades, por exemplo, precisam ser planejadas de
maneira a viabilizar-se a coleta dessas informações.

Agora, fica a questão: como escolher o que


pesquisar?

Muitas podem ser as motivações ou necessidades


para isso: vivências cotidianas, algo percebido no
ambiente de trabalho e reflexões acerca do con-
teúdo de uma teoria, dentre outros. São muitas as
possibilidades de geração de dúvidas, o ponto é bus-
car especificar-se que dúvida é essa e quais são
suas implicações para o avanço da ciência e/ou da
sociedade.

O problema de pesquisa é diferente do tema da pes-


quisa. A delimitação do tema refere-se ao assunto
que será estudado. Esse assunto também deve ser
demarcado e o problema de pesquisa especificará
quais questões existem acerca desse assunto que
se pretende estudar.

12
O problema só será bem formulado se o pes-
quisador já tiver conhecimento sobre o tema.
Porém, formular um problema não significa
que temos a obrigação de solucioná-lo. Ás
vezes, buscamos a resposta para um pro-
blema, mas acabamos encontrando outras
perguntas. No entanto, isso não quer dizer
que nosso tempo foi perdido – pelo contrá-
rio, temos aí uma oportunidade de formu-
lar e resolver novos problemas e contribuir
ainda mais para o progresso da ciência
(MASCARENHAS, 2012, p. 65).

Assim, a elaboração do problema de pesquisa é uma


etapa importante, que orientará as demais etapas
da pesquisa. Mesmo que reformulado no curso do
processo, o problema de pesquisa será um guia im-
portante para as ações da investigação. A revisão
de literatura é fundamental para a elaboração do
problema, pois fornecerá informações sobre o que já
foi produzido sobre o assunto. Falaremos da revisão
nessa unidade.

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O problema de pesquisa e a teoria
Falou-se anteriormente da importância da teoria na
elaboração de uma pesquisa, nas várias etapas de
realização. Vimos que a ciência, em diversos campos
e através de métodos diversos, preocupou-se em
encontrar as leis gerais que regem determinados
fenômenos. Para tanto, observações sistemáticas
e experimentações foram realizadas, na busca de
perceber-se o que havia de comum em fenômenos
particulares.

Porém, apenas desvendar-se leis seria o suficiente?


Ou demanda-se, junto a elas, uma explicação coe-
rente e reflexiva sobre como ocorrem os processos?

As teorias são conhecimentos construídos que


pretendem explicar como ocorrem determinados
fenômenos. Essa explicação contempla interpreta-
ção e volta-se aos princípios de determinada área
de conhecimento, reunindo conceitos, categorias
e ideias que pretendem explicar, por meio de uma
construção intelectual, algo sobre a realidade.

Teoria é o oposto de prática? Apesar de serem


campos de naturezas diferentes, teoria e prática
complementam-se. As teorias são constructos inte-
lectuais que se referem a algo presente na realidade
e contribuem com a prática ou ação através de uma
compreensão racional e articulada; a prática é um
campo que pauta a reflexão teórica e sua elaboração,
a dimensão onde os diversos fenômenos acontecem.

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As teorias, nas diversas áreas do conhecimento,
reúnem compreensões que, articuladas, formam
um quadro teórico. Nesse quadro, as compreen-
sões possuem significados, e a interpretação ganha
um direcionamento coerente dentro de concepções
formuladas e validadas pela comunidade científica.

Assim, a partir de uma dada teoria, temos pontos


de vista diferentes daqueles de outros campos teó-
ricos. Por essa razão é importante ter-se claro que
um problema de pesquisa origina-se no escopo de
um campo teórico, que compreende os fenômenos
através de pressupostos específicos. A depender
do problema de pesquisa formulado, este pode não
fazer sentido dentro de um determinado campo te-
órico que parte de noções divergentes àquelas que
se pretende estudar.

Luna (2011) aponta que o problema de pesquisa


pode ter uma formulação não-teórica a depender
da sua origem, contudo o detalhamento em relação
ao problema ainda permanece como algo impor-
tante para sua solução. O autor considera, também,
que certas perguntas já pressupõem algum tipo de
teorização.

15
Objetivos de uma pesquisa:
geral e específico
Os objetivos da pesquisa referem-se ao que o pes-
quisador pretende alcançar com a realização do
estudo proposto. É uma definição importante no
processo de pesquisa, pois expressa a intenciona-
lidade do pesquisador e as ações detalhadas para
se chegar ao objetivo geral. São divididos em:

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OBJETIVOS

Geral Específicos
Apresenta de forma Apresentam com
ampla o que o maior detalhamento
pesquisador pretende as ações que o
com a realização do pesquisador pretende
estudo em questão. executar para
alcançar o
objetivo geral.

Figura 3: Objetivos da pesquisa. Fonte: elaborado pela autora.

Dentre as tantas possibilidades de objetivos, des-


taca-se alguns exemplos:

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Objetivo Breve descrição
Descrever Relatar detalhadamente como algo
ocorre.

Mensurar Medir ou calcular (refere-se a algo


passível de ser medido).

Interpretar Compreender ou refletir por meio da


atribuição de significados.

Analisar Examinar, estudar cuidadosamente


algum assunto.

Comparar Colocar em contraponto dois ou mais


elementos.

Relacionar Colocar em relação dois ou mais ele-


mentos (não apenas oposição).

Compreender Entender, captar o conteúdo ou signifi-


cado de algum elemento.

Apreender Abarcar elementos, assimilando-os.

Identificar Reconhecer de maneira diferenciada.

Diagnosticar Determinar possíveis razões, causas.

Levantar Elencar, apontar características e


informações.

Tabela 1: Exemplo de objetivos na realização de pesquisas. Fonte:


elaborado pela autora.

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Justificativa: importância na
temática
Toda pesquisa deve apresentar uma contribuição
que justifique sua realização. A justificativa na pro-
dução científica é a etapa em que se apresenta a
contribuição presente no estudo que está sendo
desenvolvido.

Falamos anteriormente sobre a importância da re-


levância social e acadêmica do trabalho. Essa con-
tribuição pode ser de cunho social, ou seja, afetar
direta ou indiretamente a sociedade, através da re-
flexão sobre um elemento que a constitui, do desen-
volvimento de práticas em determinado campo ou da
relação entre políticas de um setor, dentre outros. É
importante que o pesquisador aponte essa contribui-
ção ao apresentar a sua pesquisa. Importante, tam-
bém, é apontar-se a contribuição para o campo onde
o estudo se insere, que pode ser através da retomada
e aprofundamento de conceitos, do desenvolvimento
de tecnologias ou da comparação entre a proposta
de autores, entre outras formas, pois também exis-
tem diversas possibilidades de contribuir-se para o
campo científico. Vale ressaltar-se que uma mesma
pesquisa pode contribuir para os dois campos, social
e acadêmico, ao mesmo tempo.

Essas contribuições pretendidas com a realização


do estudo devem ser apresentas pelo pesquisador.
Com o que se pretende contribuir? De que forma?
A justificativa aparece muitas vezes como um item

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no interior das pesquisas, ou mesmo subscrito em
outro item, mas é necessário que ela esteja presente
explicitamente.

As problemáticas apresentadas em pesquisas po-


dem ser articuladas desde uma contribuição em
nível macro, como o contexto nacional e/ou inter-
nacional, por exemplo, e/ou em nível micro, apre-
sentando a relevância institucional no contexto em
que o pesquisador se insere.

Nesses exemplos é possível inserir, também, as mo-


tivações pessoais que levam aquele pesquisador
a se debruçar sobre o assunto. No caso de pes-
quisas solicitadas por uma empresa, por exemplo,
pode não haver algo que o motive especificamente
em relação ao tema de estudo. Contudo, é possível
que a pesquisa desenvolvida, de tema escolhido
pelo pesquisador, possa ter aspirações pessoais,
como a análise de fenômenos percebidos no seu
dia a dia ou mesmo algum elemento de seu con-
texto de trabalho. É importante ter-se em vista que,
mesmo que haja uma contribuição evidente para o
pesquisador em particular, é preciso apresentá-la
e articulá-la com um campo mais amplo, como a
área do conhecimento e/ou contexto social com o
qual o estudo dialoga, principalmente quando se
trata de pesquisas que recebem investimento/apoio
financeiro para serem realizadas.

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A revisão de literatura
A revisão de literatura é uma etapa fundamental na
realização de uma pesquisa, desde a formulação de
seu problema. É o processo de busca, levantamen-
to, seleção e revisão da produção científica sobre
determinado assunto ou área do conhecimento, em
diferentes formatos: livros, artigos científicos, docu-
mentos etc. Nessa etapa deve ser feita a contextu-
alização do tema que será estudado e do problema
de pesquisa, buscando compreender-se o que já
se sabe sobre ele, quais autores estão discutindo
o assunto e de que forma. É o momento em que o
pesquisador contextualiza o tema, à luz de determi-
nados autores/campos, por meio da compilação do
conteúdo disponível; essa etapa também familiariza
“o pesquisador com o que já foi investigado sobre
um determinado problema de interesse” (LUNA,
2011, p. 86).

Espera-se que sejam selecionados conteúdos que


contemplem o tema de estudo, fornecendo-se ele-
mentos para a discussão que será proposta na
pesquisa. Essa seleção pode ser feita através de
critérios variados, como o período de publicação,
principais autores e local de publicação, entre outros.

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Figura 4: A revisão de literatura. Fonte: https://www.pexels.com/
photo/people-coffee-meeting-team-7096/

A revisão de literatura não só se configura como


etapa para a realização da pesquisa, mas pode ser
ela uma pesquisa completa, para onde o problema de
pesquisa se volta (LUNA, 2011). Existem propostas
diferentes para esse tipo de revisão, que possuem
objetivos específicos na seleção de conteúdo e arti-
culação teórica. O que elas têm em comum é o fato
de partirem, preferencialmente, de estudos primá-
rios (estudos elaborados e publicados em primeira
mão) e realizarem uma compilação e análise acerca
destes. Destacaremos algumas dessas propostas.

Revisão integrativa
A revisão integrativa tem como característica a pos-
sibilidade de reunir-se estudos de natureza teóri-
ca e empírica, não delineando apenas um formato
como norteador. Pode, também, reunir estudos de
áreas variadas do conhecimento, realizando sua
articulação.

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Os critérios para esse tipo de revisão são amplos e
constituem uma visão mais abrangente sobre deter-
minado assunto. Mesmo com essa gama maior de
possibilidades, a revisão integrativa deve ser reali-
zada com rigor, com conteúdo articulado de maneira
coerente, já que podem contribuir com a revisão de
teorias, articulação com outras teorias e definição
de conceitos, entre outras.

Revisão sistemática

A revisão sistemática tem como objetivo fazer um


levantamento de pesquisas realizadas em deter-
minado campo, a fim de analisar as metodologias
utilizadas e sintetizar seus resultados.

A revisão sistemática, por sua vez, é uma


síntese rigorosa de todas as pesquisas rela-
cionadas a uma questão específica, enfocan-
do primordialmente estudos experimentais,
comumente ensaios clínicos randomizados.
Difere-se de outros métodos de revisão, pois
busca superar possíveis vieses em cada uma
das etapas, seguindo um método rigoroso
de busca e seleção de pesquisas; avaliação
de relevância e validade dos estudos encon-
trados; coleta, síntese e interpretação dos
dados oriundos de pesquisa (CARVALHO;
SILVA; SOUZA, 2010, p. 103).

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Essa proposta de revisão visa avaliar as evidên-
cias produzidas em estudos no campo científico em
questão, de maneira focada e delimitada.

Fique atento
As revisões de tipo integrativa e sistemática pos-
suem diferenças específicas entre si. Enquanto a
revisão integrativa é mais ampla e busca rela-
cionar conteúdos de forma abrangente, a revi-
são sistemática se debruça sobre uma questão
específica.

Revisão histórica

A revisão histórica da literatura pretende recuperar


a evolução de uma dada área, tema, conceito, de
maneira a contextualizá-lo, considerando os ele-
mentos que o constituem, que o determinam e que
o modificaram ao longo do tempo (LUNA, 2011).

Os conceitos de um dado campo teórico são apro-


fundados, revistos ou alterados ao longo da elabo-
ração de pesquisas; muito se acrescenta às análi-
ses feitas, novos conceitos são criado, revistos ou
aplicados a fenômenos em que antes não o eram.
Uma revisão histórica seria capaz, por exemplo, de
explicitar como essas modificações ocorreram ao
longo do tempo e que implicações tiveram.

Esse tipo de pesquisa se faz bastante relevante para


o conhecimento e compreensão sobre certo assunto
e os fatores que o constituíram ao longo do tempo,

24
considerando seu desenvolvimento ao longo de um
processo histórico.

As revisões históricas são muito interessantes, tam-


bém, para se conhecer certo assunto ou mesmo se
aprofundar o conhecimento sobre os conceitos de
um campo teórico.

Revisão teórica

A compreensão sobre o que é teoria em cada campo


do conhecimento e como ela é desenvolvida não é
o que será apresentado neste tópico. Como fala-
mos anteriormente, o desenvolvimento de quadros
teóricos ocorre nas várias áreas do conhecimento,
considerando-se pressupostos específicos. Contudo,
ao falarmos de revisão teórica, pretendemos desta-
car alguns elementos que a diferenciam de revisão
de pesquisa empírica.

O objetivo da revisão teórica é investigar um dado


problema de pesquisa no contexto de um quadro
teórico que o sustenta e dá sentido.

Você pode estar se perguntando: mas toda pesquisa


não pressupõe um campo teórico que o subsidia?
O que diferencia a revisão teórica de qualquer outro
tipo de revisão?

Nesse tipo de revisão, o foco é dado ao problema de


pesquisa circunscrito no campo teórico e se preo-
cupará em revisar pesquisas de cunho teórico para
fazer seu estudo, ou seja, revisará outras pesquisas
que, tal como a sua, não realizaram trabalho de cam-

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po, mas se debruçaram sobre o conhecimento teó-
rico desenvolvido. Neste tipo de pesquisa, também,
a própria teoria pode ser o foco da problematização.
Como afirma Luna (2011, p. 89), há dois caminhos
para esse tipo de revisão:

O problema em estudo é gerado por uma


teoria. Neste caso específico, o problema
tem origem num quadro teórico que lhe dá,
supostamente, coerência, consistência e
validade.

O problema não é gerado por nenhuma teoria


particular, mas pode ser derivado de várias
teorias ou por ela explicado (grifos do autor).

De acordo com o autor, o que diferencia esses dois


exemplos é fazer-se uma revisão teórica cujo pro-
blema de pesquisa refira-se a uma teoria específica
(1) ou fazer uma revisão teórica escolhendo um tema
que várias teorias se dediquem a estudar (2). Nesse
segundo caso, é importante fazer-se também uma
delimitação, pois há temas discutidos amplamen-
te por diversas áreas, como o tema aprendizagem
(LUNA, 2011).

26
Estado da arte

Revisões do tipo estado da arte têm como objetivo


mapear o estado atual de uma área, ou campo de
produção de conhecimento, ou descrever a produção
acadêmica sobre determinado assunto, destacando
o que, até o atual momento, foi produzido.

Neste tipo de pesquisa é possível destacar-se o que


já se sabe sobre o assunto estudado, que relações
vêm sendo estabelecidas, as dificuldades encon-
tradas e as interlocuções já realizadas, sendo uma
possibilidade de conhecimento e atualização para
os leitores deste tipo de pesquisa.

Por ser uma revisão que abarca uma grande quanti-


dade de informações, já que para reunir essas infor-
mações e apresentar o estado atual de um campo
é preciso fazer uma busca aprofundada de sua tra-
jetória, que, muitas vezes, reunirá uma quantidade
grande de conteúdos, é interessante que este tipo de
pesquisa seja feito por uma pessoa já familiarizada
ou próxima do campo em questão. Ainda assim, é
possível estabelecer-se critérios que especifiquem
o que se pretende revisar.

Revisão de pesquisa empírica

Diferentemente da revisão teórica, a revisão de pes-


quisa empírica se volta a pesquisas que realizaram
trabalhos de campo. Muitas vezes é confuso com-
preender-se como é feito esse tipo de revisão, pois,
quando falamos de pesquisa empírica, remete-se a

27
trabalho com experimentos. Mas não se confunda:
estamos falando de revisão de literatura, ou seja,
revisão de conteúdo produzido e divulgado em for-
mato de material escrito (produções anteriores),
mas que, no caso da revisão empírica, versam sobre
pesquisas de campo. Assim, você pesquisador fará a
revisão empírica buscando as produções anteriores;
contudo os pesquisadores que produziram esses
estudos aos quais você está tendo acesso fizeram
pesquisa de campo (ou utilizaram procedimentos
para além do conteúdo teórico) e a relataram nessa
produção que você revisará.

Revisões de pesquisa empírica são interessantes


pois fornecem dados que permitem ao pesquisador
refletir sobre os métodos que vêm sendo empre-
gados nos estudos, sobre os procedimentos que
vêm sendo utilizados e a possibilidade de proble-
matização, a partir disso, de quais outros recursos
metodológicos podem ser utilizados em estudos
futuros sobre aquele assunto.

28
Tipo de revi- Breves características
são
Integrativa Reúne estudos de natureza teórica e
empírica, promovendo uma integração
entre eles

Sistemática Sintetiza e articula conteúdos em torno


de uma questão específica

Histórica Recupera o processo de desenvolvimento


de uma dada área, conceito ou tema

Teórica Circunscreve o problema em um campo


teórico ou mesmo a teoria é o foco do
problema de pesquisa

Estado da arte Mapeia o estado do conhecimento em


uma área

Empírica Reúne pesquisas que realizaram estu-


do em campo e/ou experimentação

Tabela 2: Tipo de revisão e literatura e breves características. Fonte:


elaborado pela auto

Podcast 1

29
Tipos de fontes bibliográficas
Apresentamos até aqui os tipos de revisão de litera-
tura, realizados a partir de critérios específicos. Será
que essa é a única forma de diferenciar o conteúdo
pra fazer uma revisão?

Vamos pensar em um exemplo: que tipo de leituras


você realiza no seu dia a dia? Costuma ler jornal?
Livros? Revistas? Gibis? Considera que eles são
iguais? Algum deles é traduzido de outra língua?
Além do conteúdo, o que você acha que os diferen-
cia? Ou, quando você vai comprar um livro, costuma
ler alguma crítica ou comentário sobre ele antes,
para ter certeza da sua escolha? E no caso das pu-
blicações científicas?

Esses conteúdos possuem diferenças importantes


entre si. Além do formato e objetivo (cada produção
bibliográfica é feita com alguma intenção, destina-
-se a algum público), há diferenças importantes na
natureza dessas informações e conhecê-las permite
que o pesquisador escolha referências mais adequa-
das para fazer sua revisão. Falaremos agora sobre
os tipos de fontes bibliográficas.

As fontes de informação são divididas em


três categorias: fontes primárias, secundá-
rias e terciárias. As fontes primárias são os
documentos que geram análises para pos-
terior criação de informações e servem para
aprofundar o conhecimento de um tema. São

30
aquelas que contêm informações originais.
As fontes secundárias são as obras nas
quais as informações já foram elaboradas,
ou seja, representam a informação proces-
sada e organizada. São documentos estrutu-
rados segundo padrões rigorosos. As fontes
terciárias têm a função de guiar o usuário
para as fontes primárias e secundárias. São
documentos que exercem a função indicati-
va, auxiliando o pesquisador a encontrar um
dado (BUENO, 2009, p. 70-71).

As fontes bibliográficas são divididas, então, entre


primárias, secundárias e terciárias e caracterizam-
-se de maneira específica, já que cada uma delas
tem uma função diferente. Sua caracterização se
faz necessária tanto para o leitor quanto para o
pesquisador.

Fontes Primárias

As fontes primárias são aquelas consideradas origi-


nais: a obra escrita em primeira mão, os manuscritos
que não receberam tratamento ou intervenção e
conteúdos que não foram alterados ou sintetizados,
mas apresentam o material tal como foi feito.

As fontes primárias apresentam o conteúdo novo


sobre determinado tema, ou de determinado autor.
No campo científico, podem ser encontradas nos
livros e artigos publicados em periódicos, entre ou-
tros. É uma fonte interessante para pesquisadores,

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pois se referem ao conteúdo tal como foi feito, ou
seja, a obra original. Então, quando se estuda um
assunto a respeito do qual é possível ter acesso à
fonte primária, pode ser um caminho proveitoso a
seguir-se.

Muitas vezes essa fonte pode não ser acessível, por


exemplo, um livro original escrito em uma língua que
o pesquisador não fala/lê. Em casos como esse,
pode haver a opção de recorrer a outro tipo de fonte.

Figura 5: Fonte primária e a obra original. Fonte: https://www.pexels.


com/photo/blur-close-up-focus-gadget-574285/

32
Fontes secundárias
As fontes secundárias são aquelas que têm como
base as fontes primárias, seja como informação
sobre elas, ou mesmo sua organização. Livros que
fazem comentários sobre a obra original de outro
autor, traduções ou referências que sintetizam o
conteúdo de outras obras são consideradas fontes
secundárias, pois produzem um conteúdo a partir
da obra original. Segundo Passos e Barros (2009,
p. 121):

As fontes secundárias se caracterizam por


conter informações retiradas das fontes pri-
márias. Os conhecimentos são apresentados
de forma sintética em alguns casos, analítica
em outros, segundo uma ordenação ou sis-
tematização que facilita a consulta.

Assim, as fontes secundárias podem compor um


texto acadêmico, apesar de ser indicado que, con-
forme for possível, opte-se pela fonte primária. A
seleção da mais adequada fonte de informação de-
penderá do problema de pesquisa e dos objetivos do
pesquisador, mas a fonte primária, por ser a original,
proporcionará o acesso ao conteúdo tal como foi
escrito, o que é interessante para a compreensão
sobre ele.

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Fontes terciárias
As fontes terciárias partem das fontes primárias e
secundárias, orientando o leitor em relação a elas.
São compilações dessas duas formas de fonte e
servem como guias a elas, sintetizando suas infor-
mações, por exemplo, as enciclopédias, catálogos e
diretórios. Para alguns autores, não há significativa
distinção entre as fontes secundárias e terciárias,
ou mesmo sua diferenciação é difícil de fazer.

Fonte
primária

Fonte Fonte
secundária terciária

Figura 6: Fontes de informação. Fonte: elaborado pela autora.

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Levantamento bibliográfico:
algumas etapas

Figura 7: Fonte: pexels.com.

No início deste módulo falamos um pouco sobre


onde pesquisar. Além das bibliotecas físicas, temos
hoje o acesso a plataformas digitais que reúnem
pesquisas nacionais e internacionais. Como come-
çar a seleção de pesquisas para leitura?

Para realizar a busca, seja na plataforma digital ou


no catálogo de uma biblioteca, é preciso selecionar
palavras-chave. As palavras-chave são aquelas que
sintetizam e indicam os temas principais de um tex-
to, servem de referência e ferramenta de busca para
as pesquisas e são, de modo geral, elaboradas pelos
próprios autores, em formato de uma palavra ou um
termo composto. Assim, as palavras-chave são uma
forma eficaz de encontrar-se um conteúdo.

35
Quando você deseja estudar um assunto, por mais
que seja um tema extenso, consegue destacar ter-
mos centrais. Esses termos serão a base para sua
busca e você pode ir ao longo dela especificando
temas secundários.

Após a seleção das palavras-chave e início das bus-


cas você irá se deparar, possivelmente, com uma
variedade de arquivos. Para saber qual deles vai ao
encontro do que você está procurando, sem preci-
sar lê-lo por completo, no primeiro momento, você
pode: ler o título, a seguir ler o resumo e, se for do
seu interesse, ler o texto. Essa sequência já será um
caminho para você fazer um filtro inicial de leituras.
Tratando-se de um livro, dissertação de mestrado ou
tese de doutorado, você pode também ler o sumário,
que será um indicativo de temáticas e discussões
abordadas.

Caso o autor não explicite no resumo o campo teó-


rico em que se insere, você pode consultar as refe-
rências bibliográficas no final do trabalho, tentando
localizar os autores utilizados e os títulos de seus
trabalhos.

Podcast 2

Para não se confundir ao fazer sua pesquisa, va-


mos diferenciar alguns gêneros textuais que mais se
aproximam da escrita acadêmica. Ouça o PODCAST
para saber mais.

36
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
No Módulo 2 falamos sobre as primeiras etapas para
a realização de uma pesquisa. Hoje, com o acesso
à internet, temos uma imensidão de possibilidades
de locais onde podemos encontrar informações e
conteúdos, dos mais variados tipos. Como saber
diferenciar o conteúdo científico do conteúdo não-
-científico? Ou, mesmo, como averiguar se uma afir-
mação que se diz científica é fake ou não?

Saber onde pesquisar é essencial, e é importante que


você, estudante, conheça essas formas de se fazer
uma busca. As bibliotecas universitárias, físicas e
digitais, os centros de documentação, os sites de
periódicos científicos ou mesmo as plataformas que
indexam artigos científicos são locais mais seguros
para você buscar essas informações.

Tendo isso em vista, passamos pelas etapas ini-


ciais de elaboração de uma pesquisa. Uma pesquisa
pretende encontrar respostas para perguntas que
a originaram; para tanto, traça-se objetivos que se
pretendem alcançar. Em meio a isso, o campo teó-
rico será uma importante dimensão, pois fornece-
rá tanto a base para a elaboração do problema de
pesquisa quanto os recursos para sua solução (ou
o subsidio para tal). A teoria constitui as diversas
etapas do processo de pesquisa, sedo necessário
fundamentá-la.

37
A revisão de literatura será o momento em que o
problema de pesquisa e o tema serão contextua-
lizados, à luz das referências já existentes sobre o
assunto. É possível estabelecer-se critérios para a
realização da revisão, e ela mesma pode constituir
um trabalho de pesquisa completo. Vimos neste
módulo que existem diversos formatos de revisão
de literatura, que adotam critérios particulares para
sua realização.
As fontes bibliográficas que podem compor a pes-
quisa e a etapa da revisão de literatura também se
diferenciam entre si: das obras originais à revisão,
comentários, traduções e organização dessas obras.
As etapas iniciais do processo de pesquisa são
importantes, pois guiarão o restante do processo.
Como falamos inicialmente, o processo de pesqui-
sa envolve a tomada de sucessivas decisões, que
podem ser revistas ao longo de sua construção.
Contudo, quanto mais detalhadas e organizadas
forem as decisões tomadas, mais organizados serão
também os caminhos seguintes. A pesquisa é um
processo em movimento e pode ser modificada ao
longo do seu curso; o compromisso com as etapas
desse processo, o rigor e a coerência devem ser
permanentes. Estudaremos no Módulo 3 como as
pesquisas são classificadas, no que essas definições
implicam e as diferentes modalidades e possibilida-
des de realização de pesquisas que existem nesse
caminho.

38
Síntese2
E-book

METODOLOGIA DE PESQUISA
CIENTÍFICA

Etapas da
Pesquisa

Problema de pesquisa
Conjunto de perguntas que se pretende
responder.

Objetivos
O que se pretende alcançar?
Geral: Proposta ampla.
Específico: Propostas detalhadas.

Justificativa
Identificar qual é a contribuição do
estudo e a relevância social e
científica.

Objetivos
Revisão de literatura
Revisão integrativa: Inte-
gração ampla, com fontes variadas.
Revisão sistemática: Síntese
delimitada.
Revisão teórica: Busca de
pesquisas teóricas ou de um proble-
ma teórico.
Estado da arte: Estado atual do
conhecimento.
Revisão histórica: Desenvolvi-
mento ao longo da história.
Revisão de pesquisa empírica:
Revisão de pesquisas de campo e
empíricas.

Fontes bibliográficas

Primária: Obra original.


Secundária: Leituras a partir da
obra original.
Terciária: Orientação a partir das
fontes primárias e secundárias.
Referência
Bibliograficas
& Consultadas
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na educação. Perspec. Cien. Inf, Belo Horizonte, v.
14, n. 1, abr. 2009. Disponível em: http://www.scielo.
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