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da pesquisa
científica
Bruna Borba
E-book 2
E-book Pesquisar:
2 Como? Para quê?
Neste E-book:
Introdução���������������������������������������������������� 3
Onde pesquisar������������������������������������������ 5
Etapas do processo de pesquisa���������� 8
O problema de pesquisa: pergunta(s)?��������������� 10
Objetivos de uma pesquisa: geral e específico�� 16
Justificativa: importância na temática��������������� 19
A revisão de literatura������������������������������������������ 21
Tipos de fontes bibliográficas����������������������������� 30
Levantamento bibliográfico: algumas etapas���� 35
Considerações finais������������������������������ 37
Síntese���������������������������������������������������������39
2
INTRODUÇÃO
Olá, estudante. No Módulo 1 aprendemos a diferen-
ciar os tipos de conhecimento, a caracterizar o co-
nhecimento científico, a importância da Metodologia
Científica no processo de construção de conheci-
mento e como a pesquisa compõe esse projeto.
Agora, começaremos a conhecer as etapas do pro-
cesso de realização de uma pesquisa. Por onde
começar? Onde pesquisar? O que deve ser inserido
no projeto de pesquisa e de que forma? A proposta
deste Módulo é apresentar passo a passo cada uma
dessas etapas iniciais que estruturam uma pesquisa.
3
você viajou? E compartilha o que faltou ser visitado
por você?
4
ONDE PESQUISAR
A primeira questão que trabalharemos é onde pes-
quisar. Essa questão poderia ser apresentada ao
final, mas optou-se por fazê-lo agora, pois é im-
portante ter-se em vista que para fazer pesquisa é
necessário ler pesquisa, além de discernir conteúdos
científicos de conteúdos não-científicos.
5
cações eram feitas de maneira impressa apenas;
hoje, além da impressão, temos acesso a muito do
que é produzido, em nível nacional e internacional,
consultando a internet (inclusive o que é publicado
em versão impressa).
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facilita a localização dos artigos, não sendo preciso
entrar no site de cada periódico, por exemplo, para
encontrá-los. No Brasil, um famoso indexador que
reúne temáticas variadas é o Scielo.
Saiba mais
Você já navegou alguma vez em um site que re-
úne artigos científicos? É uma oportunidade de
começar a se familiarizar com essa importante
ferramenta. Vamos tentar? Entre em www.scielo.
org, selecione a região (país) em que deseja en-
contrar informações e coloque um tema de seu
interesse no campo Entre com uma palavra. A
partir daí, comece a navegar pela página e des-
cobrir suas ferramentas.
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ETAPAS DO
PROCESSO DE
PESQUISA
Elaborar um projeto de pesquisa refere-se a tomar-
-se sucessivas decisões sobre os caminhos que se-
rão percorridos, tendo em vista que cada uma delas
desencadeará outros caminhos e procedimentos.
Assim, é necessário ter-se em vista que, mesmo
com um projeto elaborado consistentemente, mui-
tas vezes é necessário fazer alterações no curso do
processo (seja por novas/diferentes informações
que são encontradas, pontos que se tornam mais
relevantes de serem aprofundados, entre muitas
outras razões). Todavia, mesmo considerando-se a
possibilidade de alterar-se um projeto durante o seu
curso, deve haver critérios para que essas alterações
e tomadas de decisão sejam feitas. Falaremos a
seguir (durante este Módulo 2 e no Módulo 3) sobre
as etapas que fazem parte da produção da pesquisa.
Apesar de o apresentarmos de maneira contínua,
lembre-se que o processo de pesquisa é dinâmico,
sendo necessário retomar-se e rever-se caminhos
inicialmente traçados e planejados durante o per-
curso. Observe o esquema a seguir.
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Problema de
Pesquisa
Pergunta que se
Levantamento
das Informações
necessárias para
responder
Revisão de
Literatura Busca de fontes
de informação
Coleta de dados
Tratamento das
informações obtidas
Através dos
procedimentos e
produção de dados
Análise dos
dados obtidos
Resultados
Respostas as
perguntas feitas
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Como aponta Luna (2011), a linearidade do pro-
cesso é ilustrativa, pois a revisão e alteração das
etapas mostram-se necessária em muitas pesqui-
sas. A base teórica faz-se presente durante toda a
pesquisa.
O problema de pesquisa:
pergunta(s)?
Quando dizemos que estamos com um problema, o
que isso significa? Que vivenciamos uma situação
que nos gera dúvida, questionamento? Algo que pre-
cisamos resolver? Pois bem, o problema no contexto
de uma pesquisa nos lembra um pouco isso.
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De que forma o tema X é abordado na obra do autor
Y da literatura brasileira ao longo das publicações
dos últimos 20 anos?
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calidades, por exemplo, precisam ser planejadas de
maneira a viabilizar-se a coleta dessas informações.
12
O problema só será bem formulado se o pes-
quisador já tiver conhecimento sobre o tema.
Porém, formular um problema não significa
que temos a obrigação de solucioná-lo. Ás
vezes, buscamos a resposta para um pro-
blema, mas acabamos encontrando outras
perguntas. No entanto, isso não quer dizer
que nosso tempo foi perdido – pelo contrá-
rio, temos aí uma oportunidade de formu-
lar e resolver novos problemas e contribuir
ainda mais para o progresso da ciência
(MASCARENHAS, 2012, p. 65).
13
O problema de pesquisa e a teoria
Falou-se anteriormente da importância da teoria na
elaboração de uma pesquisa, nas várias etapas de
realização. Vimos que a ciência, em diversos campos
e através de métodos diversos, preocupou-se em
encontrar as leis gerais que regem determinados
fenômenos. Para tanto, observações sistemáticas
e experimentações foram realizadas, na busca de
perceber-se o que havia de comum em fenômenos
particulares.
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As teorias, nas diversas áreas do conhecimento,
reúnem compreensões que, articuladas, formam
um quadro teórico. Nesse quadro, as compreen-
sões possuem significados, e a interpretação ganha
um direcionamento coerente dentro de concepções
formuladas e validadas pela comunidade científica.
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Objetivos de uma pesquisa:
geral e específico
Os objetivos da pesquisa referem-se ao que o pes-
quisador pretende alcançar com a realização do
estudo proposto. É uma definição importante no
processo de pesquisa, pois expressa a intenciona-
lidade do pesquisador e as ações detalhadas para
se chegar ao objetivo geral. São divididos em:
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OBJETIVOS
Geral Específicos
Apresenta de forma Apresentam com
ampla o que o maior detalhamento
pesquisador pretende as ações que o
com a realização do pesquisador pretende
estudo em questão. executar para
alcançar o
objetivo geral.
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Objetivo Breve descrição
Descrever Relatar detalhadamente como algo
ocorre.
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Justificativa: importância na
temática
Toda pesquisa deve apresentar uma contribuição
que justifique sua realização. A justificativa na pro-
dução científica é a etapa em que se apresenta a
contribuição presente no estudo que está sendo
desenvolvido.
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no interior das pesquisas, ou mesmo subscrito em
outro item, mas é necessário que ela esteja presente
explicitamente.
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A revisão de literatura
A revisão de literatura é uma etapa fundamental na
realização de uma pesquisa, desde a formulação de
seu problema. É o processo de busca, levantamen-
to, seleção e revisão da produção científica sobre
determinado assunto ou área do conhecimento, em
diferentes formatos: livros, artigos científicos, docu-
mentos etc. Nessa etapa deve ser feita a contextu-
alização do tema que será estudado e do problema
de pesquisa, buscando compreender-se o que já
se sabe sobre ele, quais autores estão discutindo
o assunto e de que forma. É o momento em que o
pesquisador contextualiza o tema, à luz de determi-
nados autores/campos, por meio da compilação do
conteúdo disponível; essa etapa também familiariza
“o pesquisador com o que já foi investigado sobre
um determinado problema de interesse” (LUNA,
2011, p. 86).
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Figura 4: A revisão de literatura. Fonte: https://www.pexels.com/
photo/people-coffee-meeting-team-7096/
Revisão integrativa
A revisão integrativa tem como característica a pos-
sibilidade de reunir-se estudos de natureza teóri-
ca e empírica, não delineando apenas um formato
como norteador. Pode, também, reunir estudos de
áreas variadas do conhecimento, realizando sua
articulação.
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Os critérios para esse tipo de revisão são amplos e
constituem uma visão mais abrangente sobre deter-
minado assunto. Mesmo com essa gama maior de
possibilidades, a revisão integrativa deve ser reali-
zada com rigor, com conteúdo articulado de maneira
coerente, já que podem contribuir com a revisão de
teorias, articulação com outras teorias e definição
de conceitos, entre outras.
Revisão sistemática
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Essa proposta de revisão visa avaliar as evidên-
cias produzidas em estudos no campo científico em
questão, de maneira focada e delimitada.
Fique atento
As revisões de tipo integrativa e sistemática pos-
suem diferenças específicas entre si. Enquanto a
revisão integrativa é mais ampla e busca rela-
cionar conteúdos de forma abrangente, a revi-
são sistemática se debruça sobre uma questão
específica.
Revisão histórica
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considerando seu desenvolvimento ao longo de um
processo histórico.
Revisão teórica
25
po, mas se debruçaram sobre o conhecimento teó-
rico desenvolvido. Neste tipo de pesquisa, também,
a própria teoria pode ser o foco da problematização.
Como afirma Luna (2011, p. 89), há dois caminhos
para esse tipo de revisão:
26
Estado da arte
27
trabalho com experimentos. Mas não se confunda:
estamos falando de revisão de literatura, ou seja,
revisão de conteúdo produzido e divulgado em for-
mato de material escrito (produções anteriores),
mas que, no caso da revisão empírica, versam sobre
pesquisas de campo. Assim, você pesquisador fará a
revisão empírica buscando as produções anteriores;
contudo os pesquisadores que produziram esses
estudos aos quais você está tendo acesso fizeram
pesquisa de campo (ou utilizaram procedimentos
para além do conteúdo teórico) e a relataram nessa
produção que você revisará.
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Tipo de revi- Breves características
são
Integrativa Reúne estudos de natureza teórica e
empírica, promovendo uma integração
entre eles
Podcast 1
29
Tipos de fontes bibliográficas
Apresentamos até aqui os tipos de revisão de litera-
tura, realizados a partir de critérios específicos. Será
que essa é a única forma de diferenciar o conteúdo
pra fazer uma revisão?
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aquelas que contêm informações originais.
As fontes secundárias são as obras nas
quais as informações já foram elaboradas,
ou seja, representam a informação proces-
sada e organizada. São documentos estrutu-
rados segundo padrões rigorosos. As fontes
terciárias têm a função de guiar o usuário
para as fontes primárias e secundárias. São
documentos que exercem a função indicati-
va, auxiliando o pesquisador a encontrar um
dado (BUENO, 2009, p. 70-71).
Fontes Primárias
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pois se referem ao conteúdo tal como foi feito, ou
seja, a obra original. Então, quando se estuda um
assunto a respeito do qual é possível ter acesso à
fonte primária, pode ser um caminho proveitoso a
seguir-se.
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Fontes secundárias
As fontes secundárias são aquelas que têm como
base as fontes primárias, seja como informação
sobre elas, ou mesmo sua organização. Livros que
fazem comentários sobre a obra original de outro
autor, traduções ou referências que sintetizam o
conteúdo de outras obras são consideradas fontes
secundárias, pois produzem um conteúdo a partir
da obra original. Segundo Passos e Barros (2009,
p. 121):
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Fontes terciárias
As fontes terciárias partem das fontes primárias e
secundárias, orientando o leitor em relação a elas.
São compilações dessas duas formas de fonte e
servem como guias a elas, sintetizando suas infor-
mações, por exemplo, as enciclopédias, catálogos e
diretórios. Para alguns autores, não há significativa
distinção entre as fontes secundárias e terciárias,
ou mesmo sua diferenciação é difícil de fazer.
Fonte
primária
Fonte Fonte
secundária terciária
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Levantamento bibliográfico:
algumas etapas
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Quando você deseja estudar um assunto, por mais
que seja um tema extenso, consegue destacar ter-
mos centrais. Esses termos serão a base para sua
busca e você pode ir ao longo dela especificando
temas secundários.
Podcast 2
36
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
No Módulo 2 falamos sobre as primeiras etapas para
a realização de uma pesquisa. Hoje, com o acesso
à internet, temos uma imensidão de possibilidades
de locais onde podemos encontrar informações e
conteúdos, dos mais variados tipos. Como saber
diferenciar o conteúdo científico do conteúdo não-
-científico? Ou, mesmo, como averiguar se uma afir-
mação que se diz científica é fake ou não?
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A revisão de literatura será o momento em que o
problema de pesquisa e o tema serão contextua-
lizados, à luz das referências já existentes sobre o
assunto. É possível estabelecer-se critérios para a
realização da revisão, e ela mesma pode constituir
um trabalho de pesquisa completo. Vimos neste
módulo que existem diversos formatos de revisão
de literatura, que adotam critérios particulares para
sua realização.
As fontes bibliográficas que podem compor a pes-
quisa e a etapa da revisão de literatura também se
diferenciam entre si: das obras originais à revisão,
comentários, traduções e organização dessas obras.
As etapas iniciais do processo de pesquisa são
importantes, pois guiarão o restante do processo.
Como falamos inicialmente, o processo de pesqui-
sa envolve a tomada de sucessivas decisões, que
podem ser revistas ao longo de sua construção.
Contudo, quanto mais detalhadas e organizadas
forem as decisões tomadas, mais organizados serão
também os caminhos seguintes. A pesquisa é um
processo em movimento e pode ser modificada ao
longo do seu curso; o compromisso com as etapas
desse processo, o rigor e a coerência devem ser
permanentes. Estudaremos no Módulo 3 como as
pesquisas são classificadas, no que essas definições
implicam e as diferentes modalidades e possibilida-
des de realização de pesquisas que existem nesse
caminho.
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Síntese2
E-book
METODOLOGIA DE PESQUISA
CIENTÍFICA
Etapas da
Pesquisa
Problema de pesquisa
Conjunto de perguntas que se pretende
responder.
Objetivos
O que se pretende alcançar?
Geral: Proposta ampla.
Específico: Propostas detalhadas.
Justificativa
Identificar qual é a contribuição do
estudo e a relevância social e
científica.
Objetivos
Revisão de literatura
Revisão integrativa: Inte-
gração ampla, com fontes variadas.
Revisão sistemática: Síntese
delimitada.
Revisão teórica: Busca de
pesquisas teóricas ou de um proble-
ma teórico.
Estado da arte: Estado atual do
conhecimento.
Revisão histórica: Desenvolvi-
mento ao longo da história.
Revisão de pesquisa empírica:
Revisão de pesquisas de campo e
empíricas.
Fontes bibliográficas