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CONFIDENCIAL

CAPA DE ACE
AGÊNCIA N.' ACE/ANO TOTAL FLa. SIGILO

fcsp 08^9-52-)31 ©13 ^


VALIDADE INICIAL _ .
FLUXO DO PROCESSO

ENTRADA NA SE/SS FESQ. ARO. REMESSA AO Cln ACE PROCESSADO


©4
FRAÇÃO RESPONSÁVEL

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ACESSO INICIAL
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DOCUMENTOS COMPONENTES
N. #
TIPO/NÚMERO/ÓPGÃO/ANO N3E/NRS/ANO
CRU.

01 ^SÍ/m.dÃ3i?/ /5SP/31
02
03
04
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00
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OBSERVAÇÕES E INSTRUÇÕES ADICIONAIS

CONFIDENCIAL FM-148
COSHDEBCIf .n 01/08

I CONFERÊNCIA REGIONAL DE SAÚDE - REGIÃO SUDESTE

Foi realizada, em 04 MAI 91, no período das 08h30

as 18h40, na ESCOLA EMEI MONTESE, na Rua DOMINGOS DE ROGATES, -

S/N', com a participação aproximada de duzentas pessoas, a I CON

FERÊNCIA REGIONAL DE SAÚDE - REGIÃO SUDESTE, que abordou o " O

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) e o MOVIMENTO POLÍTICO ATUAL".

Fizeram parte da mesa na solenidade de sua aber-

tura:

. CARLOS ALBERTO PLETZ NEDER. secretário da SE -

CRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE (SMS) e membro do

PODER POPULAR E SOCIALISMO (PPS) ;

. JACI, coordenadora do evento, e da ADMINISTRA­

ÇÃO REGIONAL DE SAÚDE REGIÃO SUDESTE ARS-3/SMS;

• MARIA AMÉLIA, do MOVIMENTO DE SAÚDE REGIÃO SU

DESTE;

. DAGMAR DA SILVA RAMOS. diretora da ARS-3/SMS;

. CIDA, SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICI­

PAIS DE SÃO PAULO;

Zl: B1C

W/FS1/01238/113/B8P/140591
CSSfíSEKCKti 02/08

, JÚLIA, SINDICATO DA SAÚDE;

. ARLETE, SINDICATO DOS PREVIDENCIÂRIOS;

. MIGUEL, MOVIMENTO DE MORADIA;

. BETH, CUT ZONAL SUDESTE; e

. EDUARDO JORGE, deputado federal pelo PARTIDO

DOS TRABALHADORES (PT/SP).

De maneira geral, os oradores destacaram os se

guintes pontos:

. convocação para a greve geral; passo importan

te para o fortalecimento do movimento;

."direito de participar: um direito que é seu";

. melhorar o atendimento na área da saúde;

. valorização dos profissionais da Saúde;

. com emprego e salários teremos moradia digna; e

. so a municipalização pode .melhorar a saúde.


03/08

Quando da mesa redonda O SUS E 0 MOMENTO POLÍTI

CO ATUAL, foram debatedores:

- GASTAO WAGNER DE SOUZA CAMPOS , professor da U

NIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) e

membro da CORRENTE RENOVADORA DO PARTICO COMU

NISTA BRASILEIRO (PCB).

Falou sobre a necessidade de se elaborar um proje

to de saúde em que fique claro o funcionamento do sistema de sau

de e como resolver o problema da recessão e da crise econômica

nesse setor. Tais propostas devem ser apresentadas pelo MOVIMEN­

TO POPULAR.

"A crise nessa área é séria e decorre da recessão

e do pagamento da dívida interna e externa.

A nossa tarefa é mostrar a população um projeto

que demonstre a vontade de mudar, caso contrário vamos nos isolar

da população, que não vai se comover, nem se interessar se ficar -

mos administrando somente do ponto de vista técnico.

O BRASIL nunca passou por um estágio desses; a co

lera, dengue, meningite e acidentes de trânsito estão aí, e o que

se tem feito para isso? SÃO PAULO está fazendo o quê?"

Para ele, é importante que a SECRETARIA MUNICIPAL

fCÕfiir
04/08

DE SAÜDE DE SÃO PAULO passe a controlar todo o Sistema de Saúde

de São Paulo, inclusive convênios, onde poderiam ser aproveita­

dos os funcionários federais e estaduais com suas experiências,

para melhorar o sistema.

Segundo CAMPOS, pensamentos devem ser reformula­

dos para não cair no mesmo erro do PT, que só sabe fazer greves.

SÃO PAULO ê.o caminho para o socialismo, e esta oportunidade não

deve ser perdida.

- EDUARDO JORGE MARTINS ALVES SOBRINHO

Teceu considerações sobre a crise no mundo, citan

do exemplos da CHINA, ALBÂNIA, URSS, EUA e do massacre do IRAQUE.

Falou sobre a falência total no NORDESTE brasileiro e sobre a -

Seguridade Social brasileira que esta levando o país ã falência.

Com a administração do PT, não houve qualquer me­

lhora na área da Saúde. Só os ricos tem acesso a todos os níveis-

de saúde. A administração de São Paulo deve garantir que a popula

ção dos bairros e distritos tenham o mesmo tratamento.

- JUNIA DA SILVA GOUVEIA, da CONVERGÊNCIA SOCIA­

LISTA (SC) e presidente da FEDERAÇÃO NACIONAL -

DOS PREVIDENCIÁRIOS.

Afirmou que a crise não está só na área da saúde,

V r»»<•»i
|
fa,y * • • j ;•< 1 I
jll •• 05/08

mas também nos poderes e no imperialismo, que levou a guerra a

NICARÁGUA e a luta contra os povos palestinos.

A crise do socialismo, que de socialismo não -

tinha nada, é a crise do regime burocrático que sufocou os tra

balhadores. O que podemos chamar de socialismo ê aquele

que vigorava hâ vinte anos na URSS, quando esta era uma grande

potência. E este é o socialismo que queremos.

A Prefeita de São Paulo não está cumprindo as

promessas de campanha. Ao contrário da prefeita de Santos, que

decretou estado de calamidade pública na cidade e aderiu a

greve dos portuários, LUIZA ERUNDINA DE SOUZA reprimiu a greve

dos condutores.

" DAGMAR DA SILVA RAMOS-

Lembrou apenas que:

. a Prefeitura de São Paulo deve ser controlada

pela população;

. a atual conjuntura está vivendo um momento di^

fícil;

. a crise e o fruto da falta de algum tipo de So

cialismo; e
~n 06/08 >
n
• muitos sindicatos não estão conseguindo mobili^

zar suas categorias.

- IVANEIDE

Discorreu sobre o sucateamento do Estado e dos

hospitais públicor, que não estão funcionando como deveriam.

Defendeu a participação da população na fisca­


lização dos hospitais.

Quando do trabalho em grupo, foi estabelecido o

seguinte roteiro para discussão:

- "O SUS E 0 MOMENTO POLÍTICO ATUAL".

. O que é Saúde para nos?

. Que saúde temos hoje?

. 0 que ê o Sistema Ünico de Saúde (SUS)?

Municipalização. Que negocio é este?

0 contrato social no setor de saúde.

Setor Público X Setor Privado.

O distrito de saúde na instalação do SUS.


[11 . ll 07/08

Serã que este SUS resolvera o problema da Saú

de no BRASIL?

Como avançar na luta por melhores condições

de vida e saúde?

Tendo em vista o esgotamento de tempo previsto -

para a discussão em grupo e a falta de quorum para a votação das

emendas, quando, no final dos trabalhos, encontravam-se apenas -

cinqüenta pessoas, decidiu-se que uma comissão deveria se reunir

antes da CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAODE, prevista para o período

de 16 a 18 MAI, no PALÁCIO DAS CONVENÇÕES DO ANHEMBI, e elaborar

o relatório da I CONFERÊNCIA REGIONAL DE SAÚDE-REGIÃO SUDESTE, -

que deve abordar os seguintes pontos:

. criação do SUS;

. municipalização ja ;

. isonomia ê garantia de emprego;

. calamidade pública durante a greve de 17 e 18 -

MAI;

. fortalecimento do Conselho de Saúde;

, cobrança da utilização de verbas em todos os ní

veis;
[
o r t \t p n r r '
bu!..ní*r/' 08/08

. central de luta pela rnur icipalização da inicia

tiva privada;

. lutas conjuntas para fortalecer o movimento;

. maior participação dos trabalhadores, exemplo:

mutirões;

. denúncia do sistema de saúde;

. cumprimento das promessas de campanha feitas pe

la Prefeita; e

. sucateamento do Estado.

Z3: B8P

Z7: A. PROGRAMAÇÃO DA I CONFERÊNCIA REGIONAL DE SAÚDE.

B. PANFLETO: SAÚDE MENTAL.

C. PANFLETO: MANICÔMIO - PASSADO PRESENTE.

D. PANFLETO: MOVIMENTO POPULAR NA CIDADE DE SAO PAULO DÃ E-

XEMPLO DE LUTA ANTI-MANICOMIAL.

E. DOCUMENTO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE SOBRE CENTROS

DE CONVIVÊNCIA E COOPERATIVAS ALTERNATIVAS DE LIBERDADE.

F. PANFLETO: VIOLÊNCIA SEXUAL - UMA QUESTÃO DE SAÚDE.


I C O N F E R Ê N C I A \ Q

R E G I O N A L D E S A Ú D E

R E G I Ã O S U D E S T E

O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - oU3


a O MOMENTO
POLÍTICO
ATUAL.

•• Cez>: milhões de crianças


aorrerao de jenç^s <£
desm^trição riu década de
90, se mantidas an atx*3i s
usr KJeneiaa'1.
- UN1CEF
[Miséria, violência, desemprego, fa1 - .
ta de moradia, morte maternas evitó-
veis, altos Índices de mortalidade
infantil e de acidentes no trabalho, 8:00 - INSCRIÇÃO
caos no setor Saúde: este o cotidia­
no da população brasileira. ABERTURA DA COixIFERÊNCIA:
A política recessiva do Governo Col-
lor, fiel representante do Fundo Mo­
- Carlos Alberto Pletz Neder
netário Internacional no Brasil, le­ (Secretário - SMS)
va ao desemprego milhões de trabalha
dores. Os baixos salários aliados a - Representante Movimento de Saúde/Re­
falta de um formação política e pro­ gião Sudeste
fissional de» traba lhodores da saúde
c,gravam laais ainda a situação. - Representante outras frentes Movimen
E preciso avançar na luta por »ellio-
r v s c o n d i ç õ e s d e v i d a e satidtt e p e l a
tos Região Sudeste
±roplantaçáo do SUS-Sístema (,'nico de - Representante 3ind. Municipal:?
xiüde.sob controle da população
Neste dia Q4 de maio estaremos real[ - Representante CUT Zonal Sudeste
zanio a ia Conferência de Saúde da - i?pr~sentante Sind. Saúde
Keqiào Sudeste preparando paia a 2ò
Conferência Municipal e 9a Conf.Na­ (Estaduais)
cional. E também em maio que comemo
ramo- no dia le, o Dia do Trabalha -
d o r , iio d i a 1 8 a l u t a p o r u m a S o c i e ­ V SA REDONDA - 0 SUS E 0 MOMENTO POLIT
dade bem manicômios e no dta 26:
contra a mortalidade naterna. CO ATUAL.
Como levar adiante a luta pela muni­
cipal israçáo na cidade de Sáo Paulo? Debateaores:
Ouais aa nossas propostas quanto aos Eduardo Jorge ^
trabalhadores de saúde no SUS?
Como avançar rumo ao controle popular j (Deputado Federal PT - a confirmar)
do setor saúde?
Como "iifrentar uma situaçdo de um país
- Junía da Silva Gouveia
record em Acidentes do Trabalho no (Pres. do Fed. Nac. Previd.)
•nundo?
Como barrai a política da privatiza­ - uajnar da Silva Ramos
ções do Gov- rno Federal? (Diretora ARS-3/SMS)
Que tornui da luta adotarmos para que
de futo seja implantado no Brasil um - Gastao Wagner de Souza Campos *
S i s t e m a Oii-ícc, áe S a ú d e , p ú b l i c o , d e
boa qualidade sob controle popular?
(Prof. da UNICAMP - a confirmar)
(stJt sào algumas daa reflexões que - Representante do Mov. Popular Saúde/
nos propomos nesta la Conferência de
Saõde da KegiSo Sudeste1.'.. Região Sudeste.
P R O G R A M A Ç Ã O

10:30 - PLENÁRIA/ DEBATES


8:00 - INSCRIÇÃO
ABERTURA DA CONFERÊNCIA:
11:30 - ALMOÇO t Apresentação do Grupo
- Carlos Alberto Pletz Neder Musical Popular Reciclagem
(Secretário - SMS) Eleição Delegados/Mov.Popular.
- Representante Movimento de Sai-ide/Re­
13:30 - TRABALHO EM GRUPO
gião Sudeste
- Representante outras frentes Movimen
i <1 CAFÉ - Apresentação do Grupo
tos Região Sudeste trai "Fêmeas em Chamas"
- Representante 3ind. Municipais
- Representante CUT Zonal Sudes'e
16:00 - PJ.ENÁRIA FINAL
- Representante Sind. Saúde
(EstadLiais)
17:30 ENCERRAMENTO
- MF3A REDONDA - 0 SUS E 0 MOMENTO POLÍTL
CO ATUAL.
Debateoores:
Eduardo lorge *
(Deputado Federal PT - a confirmar)
* - Junía da Silva Gouveia
(Fres. do Fed. Nac. Previd.)
- Darrnar da Silva Ranios
(Diretora ARS-3/SMS) <1%
- Gastao Wagner de Souza Campos * • -j»
(Prof. da UNICAMP - a confirmar)# 1
- Representante do Mov. Popular ljaude/
Região Sudeste.
DMA : OVmalo/91 - sábado
HORÁRIO: 6:00 hs. às 16.00 hs.
LOCAL : ESCOLA OC1 MQf/TESE
Rua Domingos cie Rogatis
Jardim da Saúde

WA INDICATIVO

asassto ouriWttzAnuRA'.
Movimento ck Saúdf Keglào Sujeite
- Frent.e de Movimentos Região Sudeste
- CVfT Zonal Slideste
— •*» V Co^l.JO - STJ Hestica S f.
- S. Arilcipala/ fiegião Sudeste
- Slniiaai-ttie - S.Paulo
- Slnd. H v t dsnc im loe S. Paulo
- Administração Regiuiíd de Saúde
Região Sudeste A$C-^/SMS/fW)P

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T&ÔpSTOS T>£ AZ1

L /a <zv <?j desse documento, deseja-se


:Yí VíV - apresentar à população o que se entende
sobre a questão da Saúde Mental,
conquistando espaço nas propostas de
emenda no capítulo da Saúde, às Leis
Orgânicas Municipais.
tV Para que este, espaço se estenda é
necessário consideração de todos os que
estejam envolvidos com a questão quanto a
importância dessa etapa, que se torna
fundamental na obtenção de condições
concretas para mudar a qualidade de
tratamento, diferindo da atenção que era
dada até então.
No sentido de combater o modelo asilar
centrado nos Hospitais Psiquiátricos, de criar
uma sede extra-hospitalar de serviços de
Saúde Mental e de garantir os mínimos
direitos do doente mental enquanto ser
humano, o que se pede é que a população e
os movimentos organizados em geral
defendam seus interesses junto às Câmaras
Municipais e Vereadores, apoiando as
emendas aqui reproduzidas.
PROJETO DE LEI N2 , DE 1989.
(Do Deputado PAULO DELGADO)

"Dispõe sobre a extinção progressiva dos manicômios


e sua substituição por outros recursos assistenciais, e re­
gulamenta a internação psquiãtrica compdlsória".

O Congresso Nacional Decreta: voluntariamente, os trabalhadores de saúde men­


tal, os usuários e familiares, o poder público, a
Art. le - Fica proibida, em todo o território ordem dos advogados e a comunidade científica,
nacional, a construção de novos hospitais psiquiá­ sendo sua função acompanhar a elaboração dos
tricos públicos, e a contração ou financiamento, planos regionais e municipais de desospitalização,
pelo setor governamental, de novos leitos em e aprová-los ao cabo de sua finalização.
hospital psiquiátrico. Art. 32 - A internação psquiátrico compulsó­
Art. 2- - As administrações regionais de saú­ ria deverá ser comunicada, pelo médico que a
de (secretarias estaduais, comissões regionais e procedeu, no prazo de 24 hors, à autoridade ju­
locais, secretarias municipais) estabelecerão a diciária local, preferentemente à Defsnsoria Pú­
planificação necessária para a instalação e funcio­ blica, quando houver.
namento de recursos não-manicomiais de atendi­ § l2 - Define-se como internação psiquiátri­
mento, como unidade psquiátrica em hospital ge­ ca compulsória aquela realizada sem o expresso
ral, hospital-dia, hospital-noite, centro de desejo do paciente, em qualquer tipo de serviço
atenção, centros de convivência, pensões e ou­ de saúde, sendo responsabilidade do médico autor
tros, bem como para a progressiva extinção dos da internação sua caracterização enquanto tal.
leitos de característica manicomial. § 2- - Compete ao Defensor Público (ou ou­
§ l2 - As administrações regionais disporáo tra autoridade judiciária designada) ouvir o pa­
do tempo de um (0*, ano, a contar da data da ciente, médicos e equipe técnica do serviço, fami­
aprovação desta Lei, para apresentarem às co­ liares e quem mais julgar conveniente, e emitir
missões de saúde de poder legislativo, em seu ní­ parecer em 24 horas, sobre a legalidade da inter­
vel, o planejamento e cronograma de implantação nação.
dos novos recursos técnicos de atendimento. § 32 - A defensoria pública (ou autoridade
§ 2- - É competência das secretarias esta­ judiciária que a substitua) piocederá a auditoria
duais coordenarem o processo de substituição de periódica dos estabelecimentos psiquiátricos, com
leitos psiquiátricos manicomiais em seu nível de o objetivo de identificar os casos de seqüestro ile­
atuação, e do Ministério da Saúde ao nível fede­ gal, e zelar pelos direitos do cidadão internado.
ral. Art. 42 - Esta lei entra em vigor na data de
§ 32 - As secretarias estaduais constituirão, sua publicação, revogadas as disposições em con­
em seu âmbito, um Conselho Estadual de Refor­ trário, especialmente aquelas constantes do De-
ma Psiquiátrico, no qual estejam representados, creto-Lei n2 24.559, de 03/07/1934.

z
JUSTIFICATIVA

O hospital psiquiátrico especializado já demonstrou ser recurso inadequado para o


atendimento de pacientes com distúrbios mentais. Seu componente gerador de doença
mostrou ser superior aos benefícios que possa trazer. Em todo o mundo, a desospitali-
zaçõo é um processo irreversível, que vem demonstrando ser o manicômio plenamente
substitufvel por serviços alternativos mais humanos, menos estigmatizantes, menos vio­
lentos, mais terapêuticos. A experiência italiana, por exemplo, tem demonstrado a viabi­
lidade e factibilidade da extinção dos manicômios, passados apenas dez anos de existên­
cia da 4 'Lei Basaglia''. A inexistência de limites legais para o poder de seqüestro do dis­
positivo psiquiátrico é essencial à sobrevivência do manicômio enquanto estrutura de
coerção.
No Brasil, os efeitos danosos da política de privatização paroxística da saúde, nos
anos 60 e 70, incidiram violentamente sobre a saúde mental, criando um parque mani-
comial de quase 100.000 leitos remunerados pelo setor público, além de cerca de 20.000
leitos estatais. A interrupção do crescimento desses leitos é imperativa para o início efeti­
vo de uma nova política, mais competente, eficaz, digna e ética, de atendimento aos pa­
cientes com distúrbios mentais.
Apesar de todas as dificuldades estruturais e políticas, a rede psiquiátrica pública de­
monstrou, a partir do início dos anos 80, ser capaz de propor e sustentar novos modelos
de atendimento em saúde mental, que levem ?m conta os direitos e a liberdade dos pa­
cientes. Todos os planos e políticas, entretanto, desde o paradigmático "Manual de Ser­
viços' ' do antigo INPS, em 1973, de que foi co-autor o Prof. Luiz Cerqueira, pioneiro da
luta antimanicomial, não tem feito outra coisa senão "disciplinar" e "controlar" a irre­
freável e poderosa rede de manicômios privados, impedindo de fato a formulação para a
rede pública, de planos assistenciais mais modernos e eficientes.
Propõe-se aqui o fim desse processo de expansão, que ps mecanismos burocráticos e
regulamentos não lograram obter, e a construção gradual, racional, democrática, cientí-
i fica, de novas alternativas assistenciais. O espírito gradualista da Lei previne qualquer
fantasioso "colapso" do atendimento à loucura, e permite à autoridade pública, ouvida
a sociedade, construir racional e quotidianar&nU, um novo dispositivo de atenção.
A problemática da liberdade é central para o atendimento em saúde mental. Em vários
países (nos Estados Unidos exemplarmente) a instância judiciária intervém sistematica­
mente, cercando o poder de seqüestro de psiquiatra. No Brasil da cidadania menos que
regulada, a maioria absoluta das mais de 600.000 internações anuais são antônimos, si-
. lenciosas, noturnas, violentas, na calada obediência dos pacientes. A Defrnsoria Públi­
ca, que vem sendo instalada em todas as comarcas, deverá assumir a resp<jnsabilidaae de
investigar sistematicamente a legitimidade da internação-sequestro, e o respeito aos di­
reitos do cidadão internado.
A questão psiquiátrica é complexa, por suas interfaces com a Justiça e o Direito, com
a cultura, com a filosofia, com a liberdade. Se considerarmos toda a complexidade do
j problema, esta é uma lei cautelosa, quase conservadora. O que ela pretende é melhorar
• — da única forma possível — o atendimento psiquiátrico à população que depende do
Estado para cuidar de sua saúde, e proteger, em parte os direitos civis daqueles que, por
serem loucos ou doentes mentais, não deixaram de ser cidadãos.
3
PROPOSTA POPULAR DE EMENDA AO PROJETO DE CONSTITUIÇÃO DO ESTADO
DE S. PAULO - EMENDA POPULAR PARA O CAPÍTULO DA SAÚDE
Art, 7- - Compete ao Sistema Estadual de Saúde, nos termos da lei, além de outras
atribuições:
XX - Formulação e implantação de ações em públicos será apenas através da criação de unida­
saúde mental que obedecerão aos seguintes des psiquiátricas de pequeno porte em hospitais
princípios: gerais;
d) a decisão sobre diagnóstico, tratamento e re­
a) rigoroso respeito aos direitos do doente mental, gime é de competência coletiva dos serviços de
inclusive quando internado; saúde, podendo ser legalmente questionada pelo
b) estabelecimento de uma política de desospitali- usuário, familiares e/ou entidades civis;
zação que priorize e amplie atividades e serviços e) a internação é de responsabilidade dos serviços
preventivos e extra-hospi talares, incluindo a de saúde e não deverá ser ato compulsório do tra­
proibição de construção de hospitais psiquiátricos tamento psiquiátrico devendo ser assegurados
públicos e vedada contratação de novos leitos mecanismos e recursos legais que garantam o di­
psiquiátricos; reito individual de recusa a essa modalidade te­
c) a ampliação do número de leitos psiquiátricos rapêutica.

Proposta Popular de Emenda ao Projeto da Lei Orgânica do Município de Santo André


EMENDA MODIFICATIVA
Artigo ... - A direção do Sistema Único de Parágrafo 2- - É vedada, no âmbito do mu­
Saúde - SUS, estabelecerá a planificação ne­ nicípio, a utilização de celas fortes e outras ações
cessária para a progressiva extinção dos leitos de violentas contra o doente mental.
características manicomiais, substituindo por Parágrafo 39 - Cabe à Direção Municipal do
ações preventivas e extra-hospi talares que pre­ SUS, baseada em critérios definidos pelo Conse­
servem e valorizem a dignidade e a reintegração lho Municipal de Saúde - CMS, e concomitante-
social do doente mental. mente à ação do Estado e da União, intervir em
Parágrafo le - A internação psiquiátrica todo e qualquer estado de saúde, nos casos que
compulsória deverá ser obrigatoriamente comuni­ comprovadamente coloque em risco a integridade
cada, nos termos da Lei, à Defensoria Pública, a dos seus usuários e nos casos de infrigência grave
qual emitirá parecer sobre a legalidade da inter­ à legislação sanitária municipal, nos termos da
nação. Lei.

JUSTIFICATIVA
Artigo ... - Com a finalidade de não discriminar o doente mental, nem segregar de seu convívio fa­
miliar, apregoa-se a existência de equipamentos de saúde descentralizados que poderão tanto trabalhar
com o doente corno orientar a família, desmistificando neste sentido a doença mental, facilitando o tra­
tamento e o convívio, podendo tornar-se um indivíduo participante e aceito pela sociedade.
Parágrafo 1° - Define-se como internação psiquiátrica compulsória aquela realizada sem o ex­
presso desejo do doente, em qualquer tipo de estabelecimento de saúde, público ou privado.
Parágrafo 2-.- Além de serem formas que violam a integridade humana, a evolução dos métodos
de tratamento concomitantemente com uma na> a compreensão da doença mental, estes mecanismos no
lugar de ajudar o paciente apenas contribui para cronificação da doença.
Parágrafo 3- - Partindo do princípio que estas instituições não cumprem a legislação sanitária vi­
gente e, comprovadamente estão pondo em risco a integridade dos pacientes lá atendidos passa ser
obrigação do poder público intervir, no sentido de garantir que a instituição cumpra seu papel de pres­
tar um bom serviço à população.

EMENDA MODIFICATIVA JUSTIFICATIVA


A letra "g" do inciso II do artigo, passa a ter a Suprimiu-se as pala ;ras "física, mental e sen-
seguinte redação: soriat', pois entende-se que, com a redação ante­
"g) saúde das pessoas portadoras de deficiên­ rior, fica restringido o universo de portadores de
cias." deficiências.
4
conti luacào.

EMENDA ADITIVA JUSTIFICATIVA


O inciso il do artigo fica acrescido de uma le­ Acrescentou-se esta alínea para que a saúde
tra"t\ com a seg uuite redação: mental possa ser tratada de um forma geral, já
í'i) Saúde mental'. que este serviço é de grande importância para o
município, embora conte com escassos recursos
nesta área.

EMENDA MODIFICATIVA JUSTIFICATIVA


"O inciso ... do artigo ... do Anteprojeto da Entendemos que é muito importante ressaltar a
Lei Orgânica do Município passa a ter a seguinte assistência aos idosos e aposentados por invali­
redação: desenvolver, formular e implantar dez, porém, medidas de ações que se referem aos
serviços de atendimento integral aos idosos e aos 'portadores de deficiência mental, sensorial ou físi­
aposentados por invalidez". ca, devem ser estendidas a todo e qualquer indiví­
duo e não somente àqueles que estão restritos no
artigo do Anteprojeto, os quais foram contempla­
dos no inciso VIIdo mesmo artigo.

EMENDA MODIFICATIVA JUSTIFICATIVA


O inciso ... do artigo ... do Anteprojeto da Lei A redação do inciso do artigo foi alterada,
Orgânica do Município passa a ter a seguinte re­ porque promoveu-se, separadamente, a assistên­
dação do artigo: desenvolver programa de cia aos idosos e aposentados por invalidez, e a
atenção aos portadores de deficiências física, atenção aos portadores de deficiências física,
mental e sensorial a nível de reabilitação e trata­ mental ou sensorial, já que estas devem ser esten­
mento, garantindo o fornecimento de equipamen­ didas a todo e qualquer munícipe.
tos necessários à sua integração social".

Proposta de emenda ao Projeto de Lei Orgânica Municipal de São Bernardo do Campo,


- capítulo da Saúde

Capítulo n2 é de competência do SUS, no âm­ 1. proibindo e interditando a utilização de ce-


bito do município de São Bernardo do Campo: las-fortes e outros recursos desumanos e violen­
tos.
2. proibindo a internação de forma compulsó­
Art. ne - Gerir todos as ações e serviços de ria, exceto nos casos expressos em lei.
Saúac*. Mental, em sua área de abrangência e per­ 3. facilitando o acesso dos pacientes, seus fa­
tencentes ao SUS, obedecendo os seguintes miliares e demais organizações civis, a respeito do
princípios: diagnóstico, tratamento e regime institucional
f - priorizar ações preventivas e o estabele­ preconizado, incluindo seus riscos e resultados
cimento da rede assitencial extra-hospitalar. prováveis. Cabe ao paciente, família ou qualquer
II - estabelecer planificação, visando a pro­ entidade civil que o represente questionar legal­
gressiva extinção dos leitos manicomiais psiquiá­ mente os procedimentos efetuados.
tricos. V - 4. garantir no que respeita à rede con-
III - serão de competência pública, a gestão veniada ou contratada.
dos serviços de emergência psiquiátrica munici­ 1. a prioridade para instituições filantrópicas
pal, devendo ser exercidos preferencialmente jun­ ou reconhecidas como utilidade pública.
to aos serviços de emergência geral. A criação de 2. a coresponsabilidade pela qualidade dos
novos leitos psquiátricos serão também dessa serviços prestados, para isso estabelecendo meca­
competência e se dará apenas na rede pública de nismos de controle e fiscalização.
serviços de saúde. 3. que a assistência prestada seja progressi­
IV - garantir o respeito aos direitos do pa­ vamente substituída pela assistência direta dos
ciente enquanto cidadão: serviços públicos.
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PROPOSTA POPULAR DE EMENDA AO PROJETO DA LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO
DE SÃO PAULO - Emenda popular para o capítulo da saúde

Dispõe sobre a organização dos Serviços de Saúde


Mental no âmbito do Sistema Único de Saúde do Mu­
nicípio de São Paulo.

CAP. n2 - Compete ao Sistema Único de Saú­ construção de cidadania, zelando pelo ri-;
de, no âmbito do Município de São Paulo: goroso respeito aos direitos do doente
mental;
ART. n2 - Gerir todas as ações e serviços de § l2 - proibir (ou vedar) explicitamente a uti­
Saúde Mental de sua abrangência pertencentes ao lização de celas-fortes e outros proce­
SUS, que obedecerão os seguintes princípios: dimentos violentos ou desumanos so­
bre o paciente.
I - estabelecer planf icação que vise a pro­ § 2- - garantir a ampla informação aos pa­
gressiva extinção de leitos psiquiátricos cientes, familiares e à sociedade civil
manicomiais; organizada sobre diagnóstico, trata­
II - priorização de ações preventivas e do es­ mentos e regime institucional a serem
tabelecimento da rede assistencial ex- utilizados, incluindo seus riscos e re­
tra-hospi talar, sultados prováveis.
III - a criação de novos leitos psiquiátricos se § 32 - ao usuáno, seus familiares e/ou à so­
dará somente na rede pública de servi­ ciedade civil organizada cabe o direito
ços de saúde, através da implementação de questionar legalmente os procedi­
de unidades psiquiátricas de pequeno mentos utilizados.
porte em Hospitais Gerais; § 42 - proibir a internação compulsória, ex­
IV - os serviços de emergência psiquiátrica ceto nos casos expressos em lei.
do Município serão de competência pú­
blica e exercidos exclusivamente nos VI - compete exclusivamente aos serviços de
serviços municipais de emergência ge­ emergência psiquiátrica municipais rea­
ral; lizar a internação psiquiátrica, exceto
V - humanização dos serviços de saúde men­ nos casos que obedeçam a determinação
tal do Município, compreendida como judicial.

JUSTIFICATIVA
O doente mental vem sendo discriminado e segregado por uma política asilar que cro-
nifica a doença antes de recuperá-la. A atual política de saúde mental centrada nos hos­
pitais psiquiátricos, de característica asilar e manicomial, e com excessivo número de lei­
tos, acarreta prejuízos à proposta de atendimento extra-hospitalar, defendida inclusive
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Governo Federal e Estadual, como
forma mais humana e eficaz de tratamento e recuperação dos doentes mentais. Esta
emenda procura reverter o modelo hospitalocêntrico ao mesmo tempo em que protege os
mínimos direitos do doente mental enquanto ser humano.

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Este documento foi reproduzido pelas Secretarias Municipais de
Saúde:

Santo André - Telefone de contato 449-1000 - R. 223


São Bernardo do Campo - Telefone de contato 443-4466 - R. 121
São Paulo - Telefone de contato 284-1333 - R. 196

Em Janeiro de 1990.
"c-

REALIZAÇÃO:
Secretaria Municipal de Saúde

APOIO:
Secretaria Municipal de Cultura

Prefeitura do Município de São Paulo


Secretaria Municioal de Cultura

Produzido na Divisão de Difusão Cultural do

Centro Cultural São Paulo


Rua Vergueiro. 1000
Muitos já ouviram falar em PINEL.
E para a maioria significa "maluco", "louco", Mas, pouca -força desde 18 de maio de 1989, quando o Secretário Mu­
gente sabe a origem desta palavra, vem do nome PHILIPPE nicipal da Saúde assinou uma Portaria contra sua utilização.
PINEL E para acabar com os horrores dos hospitais psiquiátricos a
Pinei foi um médico, que há duzentos anos, no século XVIII, Secretaria Municipal da Saúde propõe e vem concretizando
as seguintes propostas:
na França, foi diretor de um "asilo" onde viviam presos e
- Hospital-Dia:
acorrentados, pobres, ladrões, prostitutas, "insanos de es­
pírito" etc... e todos aqueles que a sociedade marginalizava. Atendimento diário intensivo sem internação;
- Pronto Socorro:
Ele, então, soltou as outras pessoas e manteve no "asilo"
somente aqueles que tinham comportamentos estranhos e Atendimento de emergência com internação de no máximo
72 horas;
não eram produtivos, considerados "doentes mentais" e que
precisavam de cuidados médicos. • Enfermarias Psiquiátricas:
A partir daí surgem os hospitais psiquiátricos, os manicômios, Enfermarias em hospitais gerais com internação de no má­
os sanatórios etc. ximo 15 dias;
Dessa época até hoje, muitas formas de tratamento para - Postos de Saúde:
estas pessoas foram criadas. E apesar de se ter uma evolução, Atendimento em Saúde Mental no Posto de Saúde do pró­
aqui no Brasil a internação continua sendo o tratamento prio bairro;
mais usado. - Centro de Convivência e Cooperativas:
Com a internação, o sofrimento psíquico aumenta, pois a Local de convívio social e cultural com a possibilidade de
pessoa fica isolada da sociedade, perde a noção do que surgimento de cooperativas de trabalho;
acontece "lá fora". Perde a noção do tempo, tem que obe­ • Lares:
decer a regras, ficar quieto, usar uniformes e ficar parecido Moradia para internos que permaneceram nos manicômios
com todos os outros internos. Torna-se objeto, uma massa, por muitos anos somente por um problema sócio-econòmi-
sujeito a tratamento com o uso abusivo de remédios, com
co.
eletro-choque, camisa-de-força e várias formas de castigo. Formas de atendimento à saúde que não torturem, que não
Nós. do Proarama de Educacão Popular em Saúde Mental, desumanizem, que não aprisionem os indivíduos.
da Secretaria Municipal da Saúde, queremos discutir com a
população sobre esta dura realidade e fazer uma reflexão LUTAMOS POR UMA SOCIEDADE QUE RESPEITE OS
sobre os problemas sociais que levam ao conflito, ao sofri­ DIREITOS HUMANOS,POR UMA SOCIEDADE JUSTA E
mento mental. SEM MANICÔMIOS

Fica clara a necessidade urgente de uma mudança neste sis­


tema de tratamento. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE MENTAL
SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE
Na cidade de São Paulo já esta proibido o uso de camisas-de-
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
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A partir do fechamento do Hospital Psiquiátrico de Vila Alpina, o


Movimento Popular da região sudeste se mobilizou no sentido de exigir
respostas dos órgãos competentes àquela situação de total desrespeito
às 200 mulheres que se encontravam ali internadas. Mulheres que um dia
para o outro sairam do hospício sem, no entanto, contarem com uma es­
trutura de atendimento extra hospitalar que desse resposta às suas ne­
cessidades, tanto pela falta de profissionais nos diversos equipamen -
tos da região, como pelo despreparo em que as famílias destas destas
pacientes se encontravam para recebê-las já que durante o período de
internação nenhum trabalho foi feito no sentido de propiciar a reinte­
gração das mesmas na sociedade.
Se esta foi a realidade apresentada para 150: destas pacientes,
pior ainda o foi para aproximadamente 50 delas que apesar de estarem
de alta médica foram encaminhadas para outros hospícios pois o hospi­
tal não conseguiu localizar suas famílias.
Não somos favoráveis ã manutenção dos manicômios que apenas iso­
lam mais uma pessoa que justamente por já ter sido discriminada duran­
te a vida, enlouquece. Mas achamos sim que é dever dos órgãos püblicos
criar espaços que de fato reintegre o indivíduo doente mental à socie­
dade e lhe devolva a condição de cidadão.
Nesse sentido através de várias plenárias populares na região de
Vila Alpina onde contaram com a participação de movimentos populares ,
entidades ligadas aos direitos humanos, casa de mulher Lilith de Vila
Alpina e de representantes da Secretaria Municipal de Saúde, entre ou­
tros foram levantadas algumas propostas e formadas comissões para dar
S3
encaminhamento às mesmas:
— Visita ao Hospital Psiquiátrico do Juguerí, para onde foram
encaminhadas as pacientes sem família. 0 objetivo desta visita é o de
saber em que condições se encontram estas pacientes.
— Abaixo assinado pedindo a abertura da Comissão Parlamentar
de Inquérito para averiguação da situação dos hospitais psiquiátricos
do Estado de São Paulo (total de 113 hospitais), já que são muitas as
denúncias de maus tratos e violação dos direitos humanos nos mesmos.
— Elaboração de um documento com as necessidades regionais pa
ra o atendimento da demanda de Saúde Mental da região, levando-se em
conta que a maioria das mulheres internadas no Hospital de V. Alpina
eram moradoras da região de V. Prudente e Sapopemba. Este documento
foi entregue na reunião do Conselho Municipal de Saúde onde partici­
pam os resultados e as propostas para implantação de modelo alternati
vo ao manicômio na ARS-3 - DSVP

1. Foram contratados em caráter de emergência 2 médicos psiquiatraspa


ra as unidades do Distrito de Saúde de Vila Prudente.

2. A unidade de convivência e terapêutica intensiva da V.Prudente pas


sa a atender em regime de Hospital - Dia Crianças e adolescentes
da região até 18 anos de i<3ade.
End. Av. Zelina, 322 (Tel. 274-9570).

3. Implantação de um Hospitaldia para atendimento de adultos imediata


mente, através do aluguel do prédio do antigo hospital psiquiátri­
co V. Alpina (hoje desocupado)

4. Aluguel de uma casa para servir de lar abrigado à algumas das ex-
pacientes do V. Alpina.

5. Implantação de proposta de Centro de convivência e cooperativa no


Centro Esportivo E. Artur Friendenrich à ser inaugurado neste mês
de maio.
Na organização estão envolvidos além de representantes da admi
nistração e movimento popular, expacientes e familiares de ex-pati
entes do manicômio de V. Alpina.

6. Visita ao Secretário estadual de Saúde exigindo a liberação das vi


sitas às ex-pacientes transferidas para o Juqueri.

7. Estará sendo pautada p^ra a próxima reunião do Conselho Municipal


de Saúde a atenção em Saúde Mental na Região 3.

Convidamos a todos a participar da próxima plenária que se rea­


lizará:

Data: 09/05/91

Horário: 14 horas

Local: Centro Esportivo E. Artur Friendeurich

Av. F. Falconi nõ 100 (próximo ao cretoatõrio V. Alpina)

--Pauta: _ , , . ,.

- Resultados da Comissão de implantação do C.C. e Cooperativa

- Resposta do Secretário da Saúde quanto a yisita ao ijjCtqueri.


» - . r

- Encaminhamentos ,

Mov. Saúde da Região Sudeste


Comissão de Saúde Mental da Zona Leste
Casa da Mulher Lilith de V. Alpina
A.R.S.-3 - Distrito de: Saúde de V. Prudente
P R E F E I T U R A DO M U N I C Í P I O D E SAO PAULO " ^

SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÜDE

PROGRAMA DE SAÚDE MENTAL

CENTROS DE C O N V I V Ê N C I A E COOPERATIVAS ALTERNATIVAS DE L I B E R D A D E

A P r e f e i t u r a Municipal de Sio Paulo vem investindo, ènquanto p r o ­

p o s t a d e g o v e r n o , n o P r o j e t o I n t e r s e c r e t a r i a l CENTRO DE C O N V I V Ê N C I A E COOPERA

TIVA, fundamentalmente através das Secretarias de Saúde, Obras (Deoartamento1

d e P a r q u e s e Á r e a s V e r d e s ) , E s p o r t e s , C u l t u r a e Bem E s t a r S o c i a l .

Atualmente sio 08 (oito) os Parques e Centros Esportivos funcio--1

nando na perspectiva de Centros de Convivência e Cooperativas.

Este projeto visa combater as práticas cronificantes, as relações

seqregadoras e discriminatórias que perpetuam o estado de alienação, a perda1

da real subjetividade e do exercício da cidadania fundamentalmente do doente1

m e n t a l . Mas e s t e combate se estende também a todos aqueles em que a loucura e

a desesperança se fazem companheiras de resistência e enfrentamento possível'

d i a n t e da dor de ser um t r a b a l h a d o r m u t i l a d o , uma c r i a n ç a abandonada, um jo-

vem desempregado, uma mulher explorada, um idoso desrespeitado, um i n d i v í d u o 1

sem p r a z e r , sem sonho, sem p o s s i b i l i d a d e de p r o j e t o s de v i d a .

0 Centro de Convivência assume desta forma o contorno de um i n s - 1

trumento fácilitador na organização das pessoas ampliando a possibilidade de

um novo c o n c e i t o de loucura e i n t r o d u z i n d o no saber popular a discussão sobre |

a determinação social do sofrimento psíquico.

Neste s e n t i d o o Centro de Convivência é um espaço a l t e r n a t ivo,que

se pretende não institucionalizante, não assistencia1ista e que, através de

atividades coletivas de cunho cultural, a r t í s t i c o , esportivo, educacional, j

etc, pretende modificar qualitativamente as relações sociais. Para tanto con-

i t a c o m uma e q u i p e m u 1 1 i p r o f i s s i o n a l (Psicólogo, Assistente Social, Terapeuta3

Ocupacional, A u x i l i a r de Enfermagem), o f i c i n e i r o s de a r t e , esporte e mon i t o - '


! i
í res da própria comunidade.
' —J
P R E F E I T U R A DO M U N I C Í P I O D E S A O P A U L O

SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÜDE

PROGRAMA DE SAÚDE MENTAL

O eixo de sustentação deste trabalho, desta nova forma de relação

está na apropriação da coisa pública pela comunidade, pelos indivíduos consi­

derados normais ou não, sendo s u j e i t o s autônomos de um crc.esso singular no

espaço de convivência. Para tanto constituiu-se comissões gestoras com repre­

sentantes da administração, f u n c i o n á r i o s , usuários e movimentos populares num

d i f í c i l exercício de reiat iv i zação do saber e do poder na const i tu ição de algo

comum.

Por fim cabe ressaltar que f r u t o deste processo de construção de

uma nova ordem poderá s u r g i r a formação de c o o p e r a t i v a s , objetivando a r e i n -

serção no processo produtivo de grupos excluídos na oerspect i va de constitui

ç ã o d e uma e c o n o m i a p o p u l a r ; o n d e a p r o d u ç ã o n ã o s e j a a 1 i e n a n t e m a r o a r t e de

um novo p r o j e t o de v i d a .

SAO PAULO
P A R A
SECRETARIA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO T O D O S
VIOLÊNCIA
S E X U A L

UMA QUESTÃO

D E S A Ú D E
A violência sexual é uma das formas de agressão Sofridas^ Esta e/periência-piloto deverá ser ampliada posterior­
pelas mulheres e crianças em nossa sociedade. Talvez a mente para outras regiões do Município de'São Paulo.
mais bárbara e desumanizante, a violência sexual con­ Com este serviço a Secretaria Municipal da Saude cumpre
centra toda a carga de humilhação, horror e abuso do po-« -o seu dever de proteger a saúde dos cidadãos, especial­
der que o agressor inflige à sua vítima, transformada em mente quando o seu direito à integridade física e moral é
objeto de desejo e destruição. violado.
A atuação do movimento de mulheres tornou visível a *
violência contra a mulher, que adquiriu status de protrie-
ma social e tornou-se objeto da ação governamental, com PROGRAMA DE SAÚDE DA MULHER
a criação das Delegacias de Defesa da Mulher.
SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE
A Secretaria Municipal da Saúde dá agora um novo tra­
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
tamento à questão da violência contra a mulher, reconhe­
cendo que a violência sexual, além c'e um problema poli­
ENDEREÇOS
cial, é também um proble ma de saúde, física e mental'.'
Através do Programa de Saúde da Mulher, a Secretaria
Municipal da Saúde criou o ATENDIMENTO DE SAÚDE - Administração Regional de Saúde Butantã
ÀS MULHERES E CRIANÇAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA . PAM Jaguaré
SEXUAL. Rua Salatiel de Campos, 222
A violência sexual, que é definida no Código Penal como Fone:268-1527
estupro e atentado violento ao pudor, pode resultar em . PAM Malta Cardoso
vários problemas de saúde para a vítima: lesões corporais, Rua Bernardo Guertzenstein, 70
doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada Fone:268-1569
e transtornos mentais.
Para atender às necessidades das mulheres e crianças ví­ - Administração Regional de Saúde Sudeste
timas de violência sexual os profissionais de 5 postos de . PAM Água Funda
saúde das Administrações Regionais de Saúde do Butantá Rua Rosa de Morais, 91
(2) e Sudeste (3) foram sensibilizados para trabalhar com Fone:275-6253
este tipo de problema, e estarão oferecendo exame médi­ . PAM Dr. Geraldo da Silva Ferreira
co, teste de gravidez, atendimento mental e social, pre­ Av. Eng. Armando Arruda Pereira, 2944
venção, diagnóstico e tratamento de doenças sexualmente Fone:588-2366
transmissíveis, encaminhamento para o serviço de aborto . PAM Vila Santa Catarina
legal, caso a gravidez ocorra e a mulher deseje interrom­ Rua Belmiro Zanetti Esteves, 181
pê-la. Fone: 563-9814
REALIZAÇÃO
Secretaria Municipal da Saúde
ELABORAÇÃO
Assessoria do Programa de Saúde da Mulher
APOIO
Secretaria Municipal de Cultura

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

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