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G\ O\ B\

G\ O\ B\ S\ C\
GRANDE ORIENTE DE NAVEGANTES
Aug\ e Resp\ Loj\ Simb\ Luz de Navegantes n° 3033

PEÇA ARQUITETÔNICA:

“As Joias da Loja”

A\ M\ Rafael Diogo Theiss – CIM 295142

Navegantes – SC
09/05/2016
A presente Peça Arquitetônica trata-se de uma síntese acerca de
pesquisa realizada sobre o tema “as joias da loja”, que também faz parte do estudo
filosófico do grau de Aprendiz Maçom.
Conforme nos ensina Rizzardo da Camino, o significado do vocábulo
“joia”, possui origem latina e significa “aquilo que alegra”, ou “produz alegria”.
Dessa forma, as joias maçônicas não representam apenas um ornamento
feito com metal ou pedras preciosas, mas um ornamento que nos remete a reflexão
interior e também indica a função de quem a utiliza na administração da Loja.
Destaca-se que segundo a doutrina maçônica estudada, existem seis
joias ao todo, sendo três joias fixas ou imóveis e três joias móveis.
As joias imóveis ou fixas são constituídas pela Pedra Bruta, a Pedra
Polida ou Cúbica e o Quadro de Traçar ou Tábua de Delinear.
Segundo os ensinamentos de Joaquim Gervásio de Figueiredo, referidos
símbolos são considerados joias porque assim como Deus, partindo do “abismo” ou da
Mente Divina “delineou, criou e geometrizou” o seu universo para o nascimento e
aperfeiçoamento de seus filhos, assim também, simbolicamente, no Quadro de Traçar o
Venerável projeta a oficina, que tem o objetivo de transformar a Pedra Bruta na Pedra
Polida ou Cúbica, capaz de edificar um mundo melhor. São joias imóveis porque se
acham sempre expostas e presentes na Loja, instigando todos os irmãos a refletir sobre a
divina natureza e servir de temas permanentes para as ilações morais dos maçons.
Com relação as joias móveis, constituídas pelo Esquadro, o Nível e o
Prumo, são denominadas joias porque são transferidas a cada mandato aos novos
Vigilantes e Venerável, com a passagem da administração da Loja.
As joias fazem parte do paramento ou uniforme maçônico, tanto que
são vestidas, ou utilizadas através de um colar devidamente ornado por uma insígnia de
ouro ou dourada, também sendo encontradas nos Altares das três dignidades ou luzes
(Venerável e Vigilantes).
Nos ensinamentos de Antônio Nami, o Quadro de Traçar ou Tábua de
Delinear serve para o mestre desenhar, exprimindo simbolicamente que o mestre guia os
aprendizes no trabalho indicado por ela, traçando o caminho que eles devem seguir para
o aperfeiçoamento, a fim de poderem progredir nos trabalhos de Arte Real. A Tábua é
também a chave do Alfabeto Maçônico.
Com relação a Pedra Bruta, conforme já mencionado na peça
arquitetônica apresentada em Loja anteriormente, serve para que nela trabalhem os
aprendizes, desbastando-a até que seja julgada polida pelos Mestres da Loja.
Quanto, a Pedra Polida ou Cúbica, trata-se do objeto alcançado após ter
todas as arestas aparadas, perfeitamente trabalhada de linhas e ângulos retos. A Pedra
Polida ou Cúbica representa o saber do homem no final da vida, quando aplicou em atos
de piedade e virtude, verificáveis pelo Esquadro da Palavra Divina e pelo Compasso da
própria consciência esclarecida.
Ao todo, no Rito Brasileiro, uma loja maçônica e revestida de vinte
cargos que compões uma Administração, e cada Oficial usará uma Joia que
corresponderá as suas funções (vide página 79 do manual de aprendiz maçom do rito
brasileiro).
Ao estudar o assunto afinco, me deparei com uma citação do reverendo
George Oliver, que foi um clérigo Inglês, professor, topógrafo e escritor sobre
maçonaria, nascido em 1782, iniciado em cerca de 1803 na Witham Lodge na Inglaterra,
falecido em 1867, sendo que escreveu belas palavras sobre as joias maçônicas, retiradas
do Livro “O simbolismo na Maçonaria”, escrito por Colin Deyer, as quais não poderia
deixar de transmitir em Loja:

Chamarei a vossa atenção, agora, para uma prancha que tem desenhado em
sua superfície algumas linhas, ângulos e perpendiculares. Esta é a Tábua de
Delinear e, embora possa parecer rude ou tosca e de pouca utilidade, ela é uma
das Joias Fixas, e contém uma lição de inestimável valor. Esta prancha serve
para o Mestre desenhar os seus projetos e para a orientação dos Obreiros.
Porém, a sua conotação mística diz respeito à grande carta de nossos
privilégios religiosos, a qual, em todas as nossas Lojas abertas, como o visível
padrão de nossa Fé, subscrita com a mão da Divindade: o verdadeiro solo e
pilar da Verdade.
Tendes agora diante de vós um bloco de Pedra Bruta tão grosseiro quanto era
ao ser tirado da pedreira. Esta é outra Joia Fixa, a qual denota a mente da
criança, bruta e inculta como essa pedra e como o bloco de pedra, pode ser
transformado em alguma forma definida e útil por meio de habilidade e
judicioso manejo de um experiente artífice; também a mente somente poderá
ser treinada à pratica da Virtude mediante um diligente, constante e assíduo
cuidado, e uma persistente instrução dos pais, dos guardiões e dos professores.
O homem assim amadurecido se torna apto para ocupar o seu lugar na
Sociedade e qualificado para fazer a sua parte com a aprovação de seus
Companheiros. Essas reflexões nos levam a contemplar esta Pedra numa
forma diferente e mais perfeita. Ela foi submetida ao Cinzel de um habilidoso
artífice, e agora adquire uma forma perfeitamente cúbica, e polida conforme a
Arte, que somente pode ser conseguida pela correta aplicação do Esquadro e
do Compasso. A mente do homem, após o seu prévio cultivo e progresso
sobre o Mosaico, alternado do bem e do mal que abundam em sua vida, está
aqui representado. Ele conseguiu chegar a uma bela idade avançada e o seu
tempo foi empregado em atos de Piedade e de Devoção. A benção dos órfãos
está sobre ele, e ele fez com que amadurecida em Glória pode ser
apropriadamente comparada a essa esplendida Pedra, que agora pode apenas
ser provada pelo Esquadro da Santa Palavra de Deus, e pelo Compasso de sua
própria consciência.

Concluo a apresentação desta peça arquitetônica, enaltecendo mais uma


vez que a cada tema estudado, uma aresta é desbastada. O simples estudo sobre as
insígnias dos oficias que administram uma Loja ou das joias simbolicamente
representadas, nos estimulam a buscarmos cada vez mais os ideais da Ordem.
Como na citação de George Oliver, finalizo crédulo que mais um paço
ao longo da jornada em busca do Esquadro da minha própria consciência foi dado.
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Referência Bibliográfica:
CAMINO, Rizzardo da. Dicionário Maçônico. 4ª ed. São Paulo: Ed. Madras, 2013.
DYER, Colin. O Simbolismo na Maçonaria. “Tradução por Sérgio Cernea”. São
Paulo: Ed. Madras, 2010.
FIGUEIREDO. Joaquim Gervásio de. Dicionário de Maçonaria. São Paulo: Ed.
Pensamentos, 2013.
NAMI. Antônio. Maçonaria de A a Z. 1ª ed. São Paulo: Ed. Madras, 2013.
RITUAL do 1º Grau – Aprendiz Maçom – Rito Brasileiro – GOB. 2009 – pg. 78-79.

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