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A persistência do racismo na sociedade contemporânea

O filme “12 anos de escravidão” retrata a vida de Salomon, um escravo liberto que foi sequestrado e
novamente escravizado. Em consonância com a produção norte americana, está a de muitos brasileiros que
ainda carregam consigo os efeitos dos anos de escravidão, travestido de racismo, já que a cultura afro-
americana é relativizada e alvo de preceitos europeus construídos ao longo da história. Isso ocorre, seja pela
falta de oportunidades, seja pela cultura que o negro é um ser inferior. Assim, é imperioso que esse problema
social seja resolvido e que a produção estadunidense vire apenas ficção.

Nessa perspectiva, é válido retomar o aspecto supracitado quanto à cultura de aversão aos negros, principal
forma de racismo. Segundo DIEESE, cerca de 6,8 % dos brasileiros possuem algum tipo de preconceito contra
culturas africanizadas. Mesmo diante de dados alarmantes, as ações governamentais são ineficazes, visto que
a população negra ainda habita as zonas mais periféricas, os trabalhos mais insalubres e menos remunerados.
Isso acontece pela falta de medidas que busquem sanar o hábito de inferiorizar e segregar baseado em
questões étnicas.

Paralelamente à cultura, é fundamental o debate acerca das diferenças de oportunidades, uma vez que
ambos representam impasses para a completa socialização de etnias afro-americanas. Tais disparidades se dão
nas moradias, onde os negros habitam em locais sem saneamento básico, assistência de saúde e educação de
qualidade. Essa assimetria se reforça, também, no mercado de trabalho, tal que o rendimento mensal da
maioria não ultrapassa um salário mínimo, intensificado pelas condições que vivem. Dessa forma, essa
celeuma social urge ser solucionada.

Portanto é essencial que se discuta medidas operantes para a completa reversão dos impactos do racismo na
vida dos negros. Para isso, cabe ao Ministério da Educação a ampliação e melhor divulgação sobre a
importância da arte, cultura e patrimônio afro, por meio de parcerias com o IPHAN, com o objetivo de
aumentar a valorização e diminuir o preconceito em desfavor das produções afrodescendentes. Somente
assim, pode-se evitar novas histórias como a de Salomon.

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