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Universidade Estadual de Minas Gerais - UEMG

Curso Licenciatura em Letras – Português/Inglês

Fichamento Analítico

História da Cultura Indígena e Afro-brasileira


Discente: Anna Cláudia Werneck Rocha Docente: Raquel Mello

Referências:
MACIEL DOS SANTOS, Eumara. Ser Negro na América Latina: Sobre
Identidades Plurais e Dinâmicas dos Afrodescendentes. In: Revista Fórum
Identidades, Itabaiana-SE, Universidade Federal de Sergipe, v. 29, nº 01, p.
45-59, jan.-jun. de 2019.
ADICHIE, Chimamanda. O Perigo da História Única. YouTube, 28 de abril de
2012. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EC-bh1YARsc.

O texto introduz um tema relacionado à população afrodescendente na


América Latina, destacando sua presença e as questões que moldaram suas
identidades ao longo da história. Ainda é explicado o porquê da concentração
ser maior na América Latina e no Caribe, com o Brasil se destacando. Dados
atualizados mostram que cerca de 55,8% da população brasileira é negra.
Todos os países citados no texto compartilham raízes históricas comuns, e
algumas das razões para esses dados incluem a colonização no século XVI,
o tráfico negreiro transatlântico e a escravidão colonial desumanizadora.
Segundo o IBGE entre os 10% mais pobres da população
brasileira, 78,5% são negros (pretos ou pardos). Esse alto percentual mostra
que, até hoje, as atrocidades que ocorreram por cerca de 300 anos ainda
têm reflexo na realidade de grande parte da população brasileira.
Embora a América Latina tenha uma rica herança afrodescendente e
seja considerada multicultural, o racismo ainda persiste de várias maneiras.
Como afirma a autora, "[...] é reflexo dessas demandas históricas, sociais,
econômicas e culturais: são vítimas da pobreza, da exclusão social e da
discriminação racial, revelando, assim, uma ligação entre raça e classe."
É importante destacar que a cultura africana e toda sua história vai
muito além disto, como Chimamanda menciona em seu discurso. Não
podemos generalizar e reduzir a cultura do continente e de seus
descendentes a uma única visão de pobreza e miséria. Como ela afirma: “A
consequência de uma única história é essa: ela rouba das pessoas sua
dignidade [...] Enfatiza como nós somos diferentes, ao invés de como somos
semelhantes.”
O próximo tópico do texto trata da importância de abordar as
identidades afrodescendentes na América Latina, destacando a necessidade
de reexaminar sua história e cultura, a fim de reconhecer e afirmar as
contribuições dos negros para a formação das nações latino-americanas.
Este é um trabalho desafiador, mas fundamental, que justamente envolve a
reinterpretação das imagens e ideias estereotipadas sobre os negros.
Os movimentos e revoluções ativistas, na luta por igualdade de
direitos, justiça social e reconhecimento das questões raciais, conquistaram
diversos avanços ao longo dos anos. Um exemplo citado no texto foi a lei
10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade de incluir a temática "História e
Cultura Afro-Brasileira” nos currículos escolares. Apesar disso, ainda há
muito a ser aprimorado nesse aspecto, uma vez que o sistema carece de
estratégias eficazes.
É crucial fortalecer iniciativas que promovam a educação para a
diversidade, a valorização das identidades culturais e a educação decolonial
na América Latina. Esses esforços visam desafiar modelos coloniais
desumanos, enquanto se luta contra o preconceito e o racismo para alcançar
igualdade de direitos em uma região diversificada como a América Latina.

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