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A toda comunidade escolar,

20 de novembro, Dia da Consciência Negra, é a data que marca a morte de Zumbi, líder
do Quilombo dos Palmares. Uma data simbólica para homenagear e garantir que a história
de resistência do povo negro não seja esquecida.
Num país que historicamente se estruturou econômica, social e politicamente na
exploração dos povos originários e dos povos africanos escravizados, a memória da
resistência e da luta contra opressões é um ato pedagógico.
No Brasil há uma continuidade de práticas de genocídio do povo negro. O índice de
suicídios entre a população negra é superior ao da população branca. Enquanto os índices
de violência contra mulheres brancas têm diminuído, segundo o Atlas da Violência, entre
mulheres negras eles aumentam. Mulheres negras são as principais vítimas de
feminicídio, formam o grupo com os menores salários e renda em condições de trabalho
informais, precarizados, terceirizados e que ainda refletem os impactos de uma história
pautada na escravização e trabalho servil que beneficiou e ainda beneficiam a elite e
classes médias. Morar em favelas é estar cotidianamente correndo o risco da violência
policial, de balas perdidas, das ameaças que a ausência do Estado e de políticas sociais
produzem. Violência que não chega aos condomínios fechados. O assassinato de jovens
negros nas periferias e o encarceramento em massa são manifestações desta ordem social
injusta.
Num exercício trivial de observação, olhe para as relações de poder, para as instituições:
que lugares e ofícios ocupam negros e brancos no Brasil? Quantos professores e
professoras negros e negras trabalham aqui? Por quantos médicos e médicas negras vocês
foram atendidos ao longo da vida?
Falar sobre racismo exige compreender como nosso sistema econômico e relações sociais
se beneficiam da desigualdade racial. A história do Brasil e de formação das classes
dominantes e brancas se deu a partir da exploração do trabalho e negação da cultura dos
povos africanos. Esta memória deve permanecer viva. Assim como a memória da
resistência e da riqueza que a luta, o trabalho e a cultura do povo negro representam para
o Brasil.
Uma educação antirracista é responsabilidade desta escola e de toda a sociedade: pelo fim
da desigualdade, por políticas sociais de moradia, educação, saúde, segurança, por
efetivação dos direitos na construção de uma sociedade com vida digna para todos.

Comitê para Promoção dos Direitos Humanos, Igualdade Étnico-racial e de Gênero


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP
Campus Sertãozinho

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