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Ciberativismo: eficaz ou supérfluo?

TEXTO I
O empreendedor e consultor Oscar Howell-Fernández (San José da
Costa Rica, 1964) acaba de publicar o livro A mão emergente (La mano
emergente, no original em espanhol), no qual autor desenvolve o
conceito homônimo. O termo faz alusão a esse tipo de ativismo digital
cotidiano gerado pelo uso da Internet, que às vezes faz eclodir grandes
mobilizações públicas (como a Primavera Árabe) e em outras se limita ao
linchamento público de uma empresa ou pessoa cuja atuação não
agradou determinado grupo.
A mão emergente, que bebe na efervescência das redes sociais, vem e
vai. “Eu as comparo com os vagalumes, que têm um comportamento
coordenado”, explica o autor. “O baile de luzes é disparado por certos
sinais que alguns deles fazem, há um momento em que chegam a um
ponto máximo e então se apagam”.
(Disponível em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/12/08/tecnologia/1512753235_18547
8.html - Acesso em: 4/8/2020).

TEXTO II
Em sua conta oficial no Twitter, o grupo hacker Anonymous resolveu se
pronunciar em relação aos protestos ocorridos em algumas cidades do
mundo, devido a um policial branco ter assassinado um cidadão afro-
americano de 46 anos, chamado George Floyd. A justiça dos EUA disse
que Floyd não morreu por asfixia, como se supunha. Mas a forma como
foi violentado pelo policial contribuiu para sua morte, já que o homem
tinha problemas de saúde.
No domingo (31/5/2020), pela manhã, o Anonymous publicou um vídeo
se dirigindo à polícia americana, ameaçando expor “muitos crimes”
cometidos pela polícia em todo o mundo. O grupo disse estar cansado
“da corrupção e da violência de uma organização que promete manter as
pessoas seguras".
(Disponível em: https://www.tecmundo.com.br/seguranca/153695-
anonymous-ameaca-vazar-crimes-policia-mundo.htm - Acesso em:
4/8/2020).

TEXTO III
A versão brasileira do Sleeping Giant criada por um estudante anônimo
que estava pesquisando sobre fake news e esbarrou no modelo original
americano é uma das boas notícias desta pandemia. Desde 18 de maio
de 2020 a conta nacional tem sido uma das melhores ferramentas do
Twitter, Instagram (@sleepinggiantspt), Facebook e agora Linkedin
contra o financiamento de fake news e discursos de ódio e preconceito
nas redes sociais.
Com posts cordiais e até bem-humorados, empresas que anunciam em
sites e blogs deste tipo são expostas e “intimadas” a não mais fazê-lo, já
que os mesmos ganham muito dinheiro com a mídia programática e os
anunciantes, ainda que indiretamente, acabam financiando este tipo de
discurso. Incluem-se aí desde canais do Youtube com conteúdo racista e
misógino que já foram retirados do ar, até marcas de moda, companhias
de telefonia, redes de restaurantes, e-commerces, universidades e
bancos. Um dos casos emblemáticos é o do Banco do Brasil, denunciado
por fazer propaganda em sites acusados de propagar fake News como o
Jornal da Cidade On Line e que ignorou as apelativas até que o Tribunal
de Contas da União (TCU) teve que intervir proibindo que se gastasse o
dinheiro público desta forma.
(Disponível em: https://vogue.globo.com/atualidades/noticia/2020/07/o-
gigante-acordou-sleeping-giant-brasileiro-no-combate-ao-financiamento-
de-fake-news-e-discursos-de-odio-e-preconceito-nas-redes-sociais.html -
Acesso em: 4/8/2020).

TEXTO IV

Tópicos importantes:

EFICAZ:

 O ciberativismo é importante para divulgar e ampliar a discussão sobre alguns


assuntos
 Ele pode ser uma forma de tornar a organização (agendamento de manifestação) de
movimentos mais acessível e mostrar uma realidade diferente da divulgada pela mídia
padrão.
 O ciberativismo dá voz a camadas sociais desprestigiadas
SUPÉRFLUO:

 O ciberativismo pode ser superficial, ficar apenas nas palavras e não partir para a
prática.
 O ciberativismo pode ser apenas uma manifestação das pessoas para que elas se
sintam parte de algo, não é de fato ativismo.
 Pode beirar o cancelamento.
 Por conta da agilidade e grande quantidade de informações da internet, o que é
publicado é efêmero.
 Não é eficaz porque existem bolhas nas redes

Repertórios:

 Citar grandes manifestações: Revolução francesa, Diretas já,


 Dilema das redes
 Black Mirror

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