Você está na página 1de 9

A revolução é digital ou não?

➢ Qual a influência das redes sociais nos conflitos sociais, nas reivindicações, nas revoluções e
nas guerras?
➢ As redes sociais podem ser responsabilizadas pelas recentes mobilizações sociais?
➢ As redes sociais ajudam a fortalecer as discussões públicas?

Os textos e as questões propostas abaixo podem ajudá-lo nesta reflexão.

Respeito à própria intimidade


(Roberto Soares Garcia)

O abuso do direito à imagem escancarada pode suprimir o direito à privacidade, abrindo espaço para
uma ditadura do monitoramento ilimitado.

A falta de recato com a própria intimidade, revelada sem pejo em algumas páginas da Internet,
nas telas do "Big Brother" e nas traseiras de automóveis, onde se veem grudadas figurinhas
representativas da composição da família proprietária, constitui, em um primeiro olhar, exercício de
direito à autoexposição.
Pondero, para a reflexão do leitor, que o abuso desse direito à imagem escancarada poderá levar
à supressão do direito fundamental à privacidade, abrindo espaço para a ditadura do monitoramento
oficial ilimitado. A perda de espaço destinado à intimidade, como se lembram os que leram "1984", é
característica de regimes autoritários.
Sociedades democráticas prezam os direitos de minorias, em especial o direito da menor minoria
possível, que é o indivíduo.
Não foi por acaso que, pós-ditadura, a Constituição destinou seu dispositivo mais extenso à
tutela de direitos individuais: o artigo 5º tem 78 incisos e diz, ao fim, que o rol não é exaustivo, o que
confere a todos nós proteção contra o Estado, que não pode atentar contra a intimidade do cidadão,
bisbilhotando, sem autorização judicial, sua movimentação bancária ou suas comunicações telefônicas;
se o fizer, o indivíduo pode recorrer ao Judiciário para resguardar seus direitos.
É, contudo, no exagerado exercício individual do direito de abrir mão da privacidade que mora o
problema. Se considero normal informar ao estranho que vai à traseira do meu carro que somos cinco
em casa, como poderei exigir da loja da esquina a manutenção em segredo do cadastro que lá
preenchi?
Por que o fiscal do Imposto de Renda deveria se privar de vasculhar minha conta corrente se
tuíto a todos os que me "seguem" o quanto gastei no final de ano em determinado shopping?
Como sustentar que a polícia não pode ouvir minhas conversas telefônicas se divulgo
detalhadamente todos os meus pecados, fotografados ou filmados, no Orkut?
Em resumo: se não velo pelo que me é próprio, pela minha intimidade, por que o Estado estaria
obrigado a velar? A resposta, por ora, está na vigência da lei, que me autoriza a divulgar meus
segredos e veda ao Estado acesso indiscriminado à minha intimidade.
Mas a legitimidade da lei está no eco que seus comandos encontram na sociedade. Se a norma
visa proteger o que o indivíduo não se importa mais em perder, a vida da tutela ao direito será curta.
Ao abrir reiteradamente mão do resguardo da intimidade como vetor de vida, o cidadão, sem perceber,
leva a sociedade para um modelo autoritário, em que o indivíduo e a privacidade não importam.
Já que, por definição, se descartam intervenções que substituam o próprio cidadão nas decisões
sobre sua intimidade, a solução está no alerta para que, em nossas condutas, cada um preze um pouco
mais por sua privacidade. Esse cuidado responsável e voluntário não trará prejuízo. Já o descuido
poderá ser fatal até para a democracia!

(Folha de São Paulo, 27/02/2011 -Caderno Tendências e Debates)

Trecho da entrevista com Eric Schmidt, membro do Conselho Executivo do Google

A revolução não é digital

Prestes a deixar a presidência do Google, o executivo afirma que a empresa chegou à maturidade e
minimiza a importância da Internet nas revoltas populares dos países árabes.

Revista Veja - Na semana passada, o vice-primeiro-ministro russo de certa forma culpou o Google
pela revolução que depôs Hosni Mubarak no Egito. O senhor assume alguma parcela de
responsabilidade pelo que acontece nos países árabes?

Eric Schmidt - Eu rejeito esse tipo de afirmação. Quem diz que o Google, o Facebook ou o Twitter
foram responsáveis pela revolução no Egito ou em qualquer país vizinho incide num erro e comete
uma injustiça. A revolução foi feita pelos egípcios. Muitos pagaram com a vida por participar dela. Foi
uma questão interna, relacionada à demografia de um país cheio de jovens com pouco emprego, muita
repressão, muita desigualdade. Isso é que deve ser lembrado.

Revista Veja - Qual o real poder político e mobilizador das ferramentas digitais da Internet?

Eric Schmidt - Celulares, redes sociais, sites da Internet são apenas isto: ferramentas. Permitem que as
pessoas organizem e comuniquem seus pensamentos de maneira mais eficiente, mas não podem nada
sem as pessoas a lhes dar vida. E, como toda ferramenta, podem ser usados pelos dois lados do conflito
como de fato aconteceu no Egito, por exemplo. Sempre é bom lembrar que nenhuma pessoa caiu, ou
jamais cairá, morta alvejada por um tweet.

(Fragmentos de entrevista – Veja, edição 2206, 2 mar. 2011)

1. O que Roberto Soares Garcia quis dizer com a expressão “ditadura do monitoramento oficial
ilimitado”?
2. Baseando-se no trecho “Se considero normal informar ao estranho que vai à traseira do meu
carro que somos cinco em casa, como poderei exigir da loja da esquina a manutenção em
segredo do cadastro que lá preenchi?” do texto intitulado Respeito à própria intimidade,
responda:
a. Você acha que o comportamento humano atual, em relação à liberdade de
expressão/privacidade, é contraditório? Justifique.
3. Você participa de redes sociais, como Facebook, Twitter e Instagram?
4. Por que você participa ou não desse tipo de interação virtual?
5. O que você costuma postar/veicular nas redes que utiliza?
6. Você considera ser possível manter a privacidade mesmo utilizando as redes sociais?
7. Qual você pensa ser a função principal das redes sociais hoje em dia?
8. Em Janeiro e Fevereiro de 2011, ocorreu no Egito uma série de manifestações de
rua, protestos e atos de desobediência civil. A manifestação ficou conhecida como Dias de
Fúria, Revolução de Lótus e Revolução do Nilo. Os principais motivos para o início das
manifestações e tumultos foram a violência policial, as leis de estado de exceção,
o desemprego, o desejo de aumentar o salário mínimo, a falta de moradia, inflação, corrupção,
falta de liberdade de expressão, as más condições de vida e os fatores demográficos estruturais.
O principal objetivo dos protestos era derrubar o regime do presidente Hosni Mubarak, que
estava no poder há quase 30 anos. De acordo com a mídia, o uso das redes sociais foi
fundamental para a divulgação e amplitude da revolução. (Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Eg%C3%ADpcia_de_2011). Veja o
que diz Eric Schmidt, membro do Conselho Executivo do Google, a respeito dessa influência:
“Quem diz que o Google, o Facebook ou o Twitter foram responsáveis pela revolução no Egito
ou em qualquer país vizinho incide num erro e comete uma injustiça.?”.
a. Você concorda com Schmidt? Por quê?
9. Você acha que as redes sociais desempenham papel importante nas revoluções atuais?
Justifique sua resposta.
10. Como você entende a seguinte frase de Schmidt: “Sempre é bom lembrar que nenhuma pessoa
caiu, ou jamais cairá, morta alvejada por um tweet?”. O que ele quer dizer com isso? Você
concorda com ele?
11. Na sua opinião, as redes sociais trouxeram mais benefícios ou malefícios para a vida moderna?
Procure comprovar sua resposta com alguns exemplos.
12. Agora, a sala será dividida em 2 grupos. Um defenderá o tema “Os benefícios da revolução
digital” e o outro o tema “Os malefícios da revolução digital”. Busque contribuir para a
discussão com argumentos embasados nos textos lidos e em seus conhecimentos prévios sobre
o assunto.
A revolução é digital ou não?
(Material do professor)

➢ Qual a influência das redes sociais nos conflitos sociais, nas reivindicações, nas revoluções e
nas guerras?
➢ As redes sociais podem ser responsabilizadas pelas recentes mobilizações sociais?
➢ As redes sociais ajudam a fortalecer as discussões públicas?

Nessa parte o professor deve levar em consideração o quanto a Internet, hoje, está muito mais
acessível do que há dez anos, por exemplo. Com isso e pelo fato de ser um meio de comunicação de
extrema agilidade e facilidade na transmissão de informações, a rede se tornou um eficiente meio
para conectar pessoas, seja para causas sociais, políticas ou por questões pessoais. Tendo uma
grande abrangência a nível global, é por meio da rede que se pode atingir o maior número de pessoas
em um curto espaço de tempo em prol de determinadas causas. Para responder essas questões, os
alunos também podem dar exemplos de casos recentes em que o uso da Internet foi fundamental para
certas conquistas.

Os textos e as questões propostas abaixo podem ajudá-lo nesta reflexão.

Respeito à própria intimidade


(Roberto Soares Garcia)

O abuso do direito à imagem escancarada pode suprimir o direito à privacidade, abrindo espaço para
uma ditadura do monitoramento ilimitado.

A falta de recato com a própria intimidade, revelada sem pejo em algumas páginas da Internet,
nas telas do "Big Brother" e nas traseiras de automóveis, onde se veem grudadas figurinhas
representativas da composição da família proprietária, constitui, em um primeiro olhar, exercício de
direito à autoexposição.
Pondero, para a reflexão do leitor, que o abuso desse direito à imagem escancarada poderá levar
à supressão do direito fundamental à privacidade, abrindo espaço para a ditadura do monitoramento
oficial ilimitado. A perda de espaço destinado à intimidade, como se lembram os que leram "1984", é
característica de regimes autoritários.
Sociedades democráticas prezam os direitos de minorias, em especial o direito da menor minoria
possível, que é o indivíduo.
Não foi por acaso que, pós-ditadura, a Constituição destinou seu dispositivo mais extenso à
tutela de direitos individuais: o artigo 5º tem 78 incisos e diz, ao fim, que o rol não é exaustivo, o que
confere a todos nós proteção contra o Estado, que não pode atentar contra a intimidade do cidadão,
bisbilhotando, sem autorização judicial, sua movimentação bancária ou suas comunicações telefônicas;
se o fizer, o indivíduo pode recorrer ao Judiciário para resguardar seus direitos.
É, contudo, no exagerado exercício individual do direito de abrir mão da privacidade que mora o
problema. Se considero normal informar ao estranho que vai à traseira do meu carro que somos cinco
em casa, como poderei exigir da loja da esquina a manutenção em segredo do cadastro que lá
preenchi?
Por que o fiscal do Imposto de Renda deveria se privar de vasculhar minha conta corrente se
tuíto a todos os que me "seguem" o quanto gastei no final de ano em determinado shopping?
Como sustentar que a polícia não pode ouvir minhas conversas telefônicas se divulgo
detalhadamente todos os meus pecados, fotografados ou filmados, no Orkut?
Em resumo: se não velo pelo que me é próprio, pela minha intimidade, por que o Estado estaria
obrigado a velar? A resposta, por ora, está na vigência da lei, que me autoriza a divulgar meus
segredos e veda ao Estado acesso indiscriminado à minha intimidade.
Mas a legitimidade da lei está no eco que seus comandos encontram na sociedade. Se a norma
visa proteger o que o indivíduo não se importa mais em perder, a vida da tutela ao direito será curta.
Ao abrir reiteradamente mão do resguardo da intimidade como vetor de vida, o cidadão, sem perceber,
leva a sociedade para um modelo autoritário, em que o indivíduo e a privacidade não importam.
Já que, por definição, se descartam intervenções que substituam o próprio cidadão nas decisões
sobre sua intimidade, a solução está no alerta para que, em nossas condutas, cada um preze um pouco
mais por sua privacidade. Esse cuidado responsável e voluntário não trará prejuízo. Já o descuido
poderá ser fatal até para a democracia!

(Folha de São Paulo, 27/02/2011 -Caderno Tendências e Debates)

Trecho da entrevista com Eric Schmidt,


membro do Conselho Executivo do Google

A revolução não é digital

Prestes a deixar a presidência do Google, o executivo afirma que a empresa chegou à maturidade e
minimiza a importância da Internet nas revoltas populares dos países árabes.

Revista Veja - Na semana passada, o vice-primeiro-ministro russo de certa forma culpou o Google
pela revolução que depôs Hosni Mubarak no Egito. O senhor assume alguma parcela de
responsabilidade pelo que acontece nos países árabes?

Eric Schmidt - Eu rejeito esse tipo de afirmação. Quem diz que o Google, o Facebook ou o Twitter
foram responsáveis pela revolução no Egito ou em qualquer país vizinho incide num erro e comete
uma injustiça. A revolução foi feita pelos egípcios. Muitos pagaram com a vida por participar dela. Foi
uma questão interna, relacionada à demografia de um país cheio de jovens com pouco emprego, muita
repressão, muita desigualdade. Isso é que deve ser lembrado.

Revista Veja - Qual o real poder político e mobilizador das ferramentas digitais da Internet?

Eric Schmidt - Celulares, redes sociais, sites da Internet são apenas isto: ferramentas. Permitem que as
pessoas organizem e comuniquem seus pensamentos de maneira mais eficiente, mas não podem nada
sem as pessoas a lhes dar vida. E, como toda ferramenta, podem ser usados pelos dois lados do conflito
como de fato aconteceu no Egito, por exemplo. Sempre é bom lembrar que nenhuma pessoa caiu, ou
jamais cairá, morta alvejada por um tweet.

(Fragmentos de entrevista – Veja, edição 2206, 2 mar. 2011)

1. O que Roberto Soares Garcia quis dizer com a expressão “ditadura do monitoramento oficial
ilimitado”?
Ao utilizar essa expressão, o autor quis se referir à extrema falta de privacidade da vida moderna,
na qual, a todo o momento, estamos sendo “vigiados” ilimitadamente. Trata-se praticamente de
uma ditadura, pois essa falta de privacidade é algo praticamente imposto a nós, ou seja, hoje em
dia não se pode escolher ter ou não privacidade: não é mais possível tê-la. Talvez os alunos
possam achar a visão de Soares um tanto quanto categórica, uma vez que somos nós, seres
humanos, que limitamos nossa privacidade.

2. Baseando-se no trecho “Se considero normal informar ao estranho que vai à traseira do meu
carro que somos cinco em casa, como poderei exigir da loja da esquina a manutenção em
segredo do cadastro que lá preenchi?” do texto intitulado Respeito à própria intimidade,
responda:
a. Você acha que o comportamento humano atual, em relação à liberdade de
expressão/privacidade, é contraditório? Justifique.

Baseando-se no trecho, o aluno pode achar que realmente o comportamento humano, hoje, em
relação à liberdade de expressão/privacidade, é contraditório justamente pelo fato de expormos
tanto nossas vidas, nossas questões pessoais, e de nos esquecermos de que algumas coisas
deveriam permanecer privadas. Por sua vez, quando é o outro que nos expõe, que tira a nossa
privacidade, nos posicionamos contra. O comportamento contraditório atual do ser humano é
cobrar privacidade quando ele mesmo “abre mão” dela.

3. Você participa de redes sociais, como Facebook, Twitter e Instagram?


4. Por que você participa ou não desse tipo de interação virtual?
5. O que você costuma postar/veicular nas redes que utiliza?

Nas questões 3, 4 e 5, o professor deve deixar que os alunos percebam qual a contemporânea
finalidade das redes sociais e como as pessoas, principalmente adolescentes, comportam-se diante
delas. Eles devem perceber que, embora, a princípio, as redes sociais tenham sido criadas por
uma questão de interação, o modo como as pessoas vêm utilizando-as denota outras funções que
elas podem ter atualmente.

6. Você considera ser possível manter a privacidade mesmo utilizando as redes sociais?

Nessa questão os alunos podem dar exemplos pessoais, falando sobre os limites que eles mesmos
se impõem ao postar algo sobre a vida pessoal nessas redes. Eles podem falar, por exemplo, o que,
para eles, seria passível de se colocar nas redes sociais ou não. Além disso, deve-se levar em
consideração que o que é perda de privacidade para um pode não ser para outro.

7. Qual você pensa ser a função principal das redes sociais hoje em dia?

As funções das redes sociais são diversas. Entre elas, divulgar campanhas (sociais, políticas,
ambientais etc.), incentivar à cultura, promover debates, unir forças para determinadas
mobilizações, agregar conhecimento, compartilhar informações, etc. Ressalta-se que houve uma
ampliação das funções de integração e interação das redes sociais, o que possibilita um alcance
dessas redes sociais em nível mundial.
8. Em Janeiro e Fevereiro de 2011, ocorreu no Egito uma série de manifestações de
rua, protestos e atos de desobediência civil. A manifestação ficou conhecida como Dias de
Fúria, Revolução de Lótus e Revolução do Nilo. Os principais motivos para o início das
manifestações e tumultos foram a violência policial, as leis de estado de exceção,
o desemprego, o desejo de aumentar o salário mínimo, a falta de moradia, inflação, corrupção,
falta de liberdade de expressão, as más condições de vida e os fatores demográficos estruturais.
O principal objetivo dos protestos era derrubar o regime do presidente Hosni Mubarak, que
estava no poder há quase 30 anos. De acordo com a mídia, o uso das redes sociais foi
fundamental para a divulgação e amplitude da revolução. (Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Eg%C3%ADpcia_de_2011). Veja o
que diz Eric Schmidt, membro do Conselho Executivo do Google, a respeito dessa influência:
“Quem diz que o Google, o Facebook ou o Twitter foram responsáveis pela revolução no Egito
ou em qualquer país vizinho incide num erro e comete uma injustiça.?”.
a. Você concorda com Schmidt? Por quê?

Nessa questão o professor deve levar em consideração a influência que a rede exerce nessas
questões, entretanto, reforçar a ideia de que ela não determina a ocorrência de revoluções como a
que ocorreu no Egito. Os responsáveis por isso não são apenas os impactos das redes sociais
nesse processo revolucionário. Condições sociais, revoltas, insatisfação com o governo, má
qualidade de vida, repressão, ditadura, crimes políticos, esses fatores foram muito mais
responsáveis pelo que ocorreu no Egito do que o Facebook ou o Twitter, por exemplo.

9. Você acha que as redes sociais desempenham papel importante nas revoluções atuais?
Justifique sua resposta.

Aqui os alunos podem lançar mão de grandes revoluções recentes que tiveram amplitude devido
ao uso da rede. Eles também poderiam justificar esse potencial da Internet falando do poder de
alcance que a rede tem, por ser acessível, prática e funcionar muito bem de forma instantânea.

10. Como você entende a seguinte frase de Schmidt: “Sempre é bom lembrar que nenhuma pessoa
caiu, ou jamais cairá, morta alvejada por um tweet?”. O que ele quer dizer com isso? Você
concorda com ele?

Nessa questão o professor pode reforçar a ideia de que boa ou ruim não é a tecnologia, mas sim o
uso que o homem faz dela. A tecnologia precisa do homem para o seu manuseio, sem isso, de nada
ela é capaz. E quem souber usá-la de forma consciente, certamente saberá utilizar os grandes
benefícios que a rede pode nos trazer.

11. Na sua opinião, as redes sociais trouxeram mais benefícios ou malefícios para a vida moderna?
Procure comprovar sua resposta com alguns exemplos.
12. Agora, a sala será dividida em 2 grupos. Um defenderá o tema “Os benefícios da revolução
digital” e o outro o tema “Os malefícios da revolução digital”. Busque contribuir para a
discussão com argumentos embasados nos textos lidos e em seus conhecimentos prévios sobre
o assunto.

Nas questões 11 e 12, o professor pode planejar um minidebate sobre o assunto. Os alunos podem
valer-se tanto de argumentos de cunho pessoal para defenderem seu ponto de vista, quanto de
argumentos mais técnicos, baseados nos usos feitos hoje em dia da rede. Aqui podem entrar
questões como: a eficiência e a rapidez na transmissão de informações, a facilitação da
comunicação a nível mundial bem como os casos de pedofilia, sequestros e demonstração de
preconceitos facilitados pela rede. Enfim, seria interessante que, por meio dessa discussão, os
alunos chegassem à conclusão de que os malefícios ou benefícios das redes sociais dependem do
uso que o ser humano faz delas, assim como toda tecnologia da era digital.

Outros textos sobre o assunto para direcionar as discussões

Mundo virtual auxilia debate - Cristiane Grandi

A Internet tem possibilitado uma mudança no modo de se fazer protestos sociais no país. A
rápida divulgação de informações e o grande alcance que a ferramenta oferece permitem que novas
formas de mobilizações sejam criadas e ganhem ainda mais força.
Diferente do que acontecia no passado, quando um grande número de pessoas ia às praças
públicas fazer reivindicações e expor pensamentos, o debate de ideias tem se tornado cada vez mais
virtual. Os movimentos atuais lançam blogs e perfis em sites de relacionamento - como Facebook,
Twitter e Orkut - e ali reivindicam mudanças, tomam conhecimento do que está sendo organizando e
também agendam protestos presenciais. Tudo isso com um diferencial: o número de integrantes é cada
vez mais expressivo.
Uma das explicações para o crescimento desses movimentos, segundo especialistas, é a
facilidade com que as pessoas podem se comprometer com uma ação em poucos cliques. Essas formas
de mobilização tornam possível propor mudanças na legislação, apoiar um abaixo-assinado ou se
posicionar de forma contrária às decisões do governo.
"Os jovens querem que as pessoas parem de pensar seu mundo como sendo apenas seu bairro e
passem a perceber a cidade como um todo. Assim, as ferramentas da Internet facilitam de maneira
incomparável a aproximação das pessoas à sociedade, sem que, em um primeiro momento, seja preciso
sair de suas casas", afirma o doutor em ciências sociais Juarez Dayrell.
Características. Com poucos líderes, mas um grande número de integrantes. Assim Dayrell
descreve o movimento social atual que, segundo ele, ganhou mais força a partir de 2010, quando
começaram a emergir, nas cidades, mais agrupamentos que têm como tema comum o espaço urbano.
De acordo com ele, as mobilizações sociais na Internet colocaram em voga assuntos que
mereciam mais atenção. "Esse aumento tem ligação com a postura inflexível adotada pelos governos
vigentes. As pessoas querem modificar essa situação e, para isso, se mobilizam", diz o especialista, que
é coordenador do Observatório da Juventude - programa da Universidade Federal de Minas Gerais,
que estuda ações sociais jovens.
O especialista acrescenta, ainda, que, com os cidadãos mais cientes da importância de sua
atuação e da facilidade de mobilização, "passam a surgir mais pessoas com desejo de se aproximar das
decisões".
Permanência. Para Juarez Dayrell, movimentos de mobilização social só irão permanecer caso
seus integrantes encontrem novas lutas, tão relevantes quanto as atuais.

Espaço está disponível para todos


Para o coordenador do curso de produção multimídia da Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais (PUC-MG), Caio Giannini, como a Internet é de fácil acesso, os movimentos não estão
restritos a um público. "Tem gente de todas as idades se manifestando sobre os mais diferentes
assuntos", ressaltou.
Segundo ele, os protestos na Internet refletem as características de quem utiliza a ferramenta
usualmente, e é difícil encontrar quem nunca aderiu a um movimento na rede. "À medida que mais
pessoas passarem a ter contato com as ferramentas, vão abraçar os movimentos", analisa Caio
Giannini. (CG)

(GRANDI, CRISTIANE. Mundo virtual auxilia debate. Jornal O TEMPO 17/04/2011) Disponível em:
http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=168786,OTE (acessado em 17/04/2011)

Você também pode gostar