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CASTELLS, Manuel. Redes de indignação e esperança.

Prefácio

p.7 A mídia se tornou suspeita. A confiança desvaneceu-se. E a confiança é o que


aglutina a sociedade, mercado e as institutições.

As pessoas deixaram a segurança do ciberespaço para s ejuntarem nas ruas e criarem


barreiras físicas, resistências sólidas.

Movimentos sociais em rede:


- os movimentos sociais onectados em rede espalharam-se, inicalmente, no mundo árabe
e foram confrontados d emaneira assassina pelas ditaduras, vivenciando, posteriomente,
algumas vitórias e muitos massacres
- outros movimentos se ergueram contra o gerenciamento da crise na Europa
- nos Estados Unidos, Occuppy Wall Street foi o maior movimento do ano e afetou a
maior parte do paios
p.9 Em todos os caos, os movimentos ignoiraram partidos políticos, ignoraram partidos
políticos, desconfiaram d amídia, não reconheceram nenhuma liderança e rejeitaram
toda organização formal, sustentando-se na internet e em assembléias locais para o
debate coletivo e a tomada de decisões.

É cedo demais para se construir uma interpretação sistemática destes movimentos.

Ele diz que todo vez que há poder há também contrapoder, capacidade dos atores sociais
de negociarem, mas também de desafiarem o sistema. Mas eu não gosto muito de usar
este termo, que continua sendo polarizador: poder X contra-poder. É compo usar a
palavra contrajornalismo, ou contranarrativa, para descrever o trablho do Mídia Ninja.
Não acho que seja isso.

p.11-12 A forma como as pessoas pensam determina o destino de institutições, normas e


valores sobre os quais a sociedade pé organizada. Poucos sistemas institutcionais podem
perdurar baseados unicamente na coerção. Torturar corpos é menos eficaz que molda
mentalidadaes (...) É por isso que a luta fundamntal pelo poder é a batalha pela
construção de significado na mente das pessoas.

Resumo da teoria do poder a partir do conceito d erede em CAstells:


p.12 Embora cada mente humana individual construa seu próprio significado
interpretando em seus próprios termos as informações comunicadas, esse
processamneto mental é condicionado pelo abiente da comunicação. Assim, a mudança
do ambiente comunicacional afeta diretamente as normas da construção de sigificado e,
portanto, a produção das relações d epoder.
- A maior mudança, para ele, nos úlrimos anos, fopi a emergcia do que ele chama de
autocumnicação – intenet e rede sem fio como plataforma da comunicação
- é comuniacação d emassa porque processa mensagens d emuitos para muitos
- mas é também autocumicação porque...
p.12 a produção d emensagem é decidida de modo autônomo pelo rementente, a
designição do receptor é autodirecionada e a recuperação nde mensagens é das redes de
comunicação é autosselecionada.
- portanto, o que temo hoje, para ele, ´um autocomunicação d emassa

CONECPTUALIZOU A NOSSA SOCIEDADE COMO SENDO UMA SOCIEDADE


EM, REDE, ONDE...
p.12 o poder é multiderecional e se organiza em torno d eredes programadas em cada
domínio da atividade humana, de acordo com os interesses e valores de atores
habilitados.
- mas as redes não são idenpendentes em si, elas nãop se fundem, mas formam
estratégias d eparceria e competição formando redes em torno d eprojetos específicos.

Conclusão
O processo de comunicação, para CAstells, tem uma pegada BM repertório ainda,
diferente do que porponho. Mas fico poensando que, de fato, uma forma não invalida
aoutra. Ou seja, é possível que haja comunicação por erepertório, mas também por
equívoco, que seria apenas mais uma maniera de se comunicar. Levando-se em conta
que LÇatour nos diz que não levamos os erros em conta escondendo-os, a comunicação
pelo equivoco seria justamente isso levar o erro ao limte, para assumi-lo e só ntao fazer
uma comuniacaçõ efetiva e possível. Lendo Casteels é que me dei conta disso. Talvez
isso entre na conclusão.

Comunicação para CAstells:


- para que o porcessod e comunicação opere, sgeundo elçe, é preciso que haja
consonância cognitiva entre emissores e receptores e também u canal de comunicação
eficaz
- o que vai determinar a empatia no processo são as exepriencias anteriores
p.19 Em termos concretos, s emuitos indivíduos se sentem humilhados, explorados,
ignorados ou mal representados, eles estão prontos a transformar sua raiva em ação, tão
logo superem o medo.

Histórico das revoluções (capítulos variados)

Casteels lembra que existe uma conexão em rede entre estes movimentos, que
ultrapassa as mensagens via internet. É mesmo uma conexão de pensameot, em termos
de coletividade, de construção coletiva. Prova disso: quando os novaiorquinos
ocuparam espaços públicos em torno de Wall Street, em 17 de setembro de 2011,
cham,aram seu primeiro acampamento de Praça Tahir, da mesma forma que os
ocupantes da Praça Catalunya, na Espanha, meses antes.

Tudo teria começado na Tunísia, em 2010, depois que umvendedor ambulante se


autoimolou, depois d éter se recusado a pagar propina. O vídeo da tragédia foi parar na
internet e a Tunísia entrou em transe depois disso. AO mesmo tempo, a Islândia já vivia
o fracasso do modelo d ecriação de riquza especulativa que caracterizou ocapitalismo
financeiro das últimas de´cadas. O resultado foi um protesto com panelas e frigideiras,
emfrente a sede do governo, em 2009, que acabou dando início a uma mudança na
Constituição, fruto de uma convulsão social no país.

A revolução egípcia veio logo depois, quando uma estudante postou um vídeo no
Youtube, chamando os egípcios para um protesto, depois de seis autoimolações no país,
que vivia uma ditadura violente há décadas. O espaço de resistência se construi pela
intenet e acabou derrubando o ditador Hosni Mubarak, além de se tornar modelo para
organização em rede dos movimentos Occuppy, mundo afora, nos anos seguinte.

O modelo em rede da revolução egípcia também foi inspiração para movimentos em


todo o mundo árabe, no que ficou conhecido como a Primavera Árabe, com a
instituição, pela internet, do Dia da Fúria. Surgiram movimentos em vários países, por
motivos diversos e dinâmicas variadas também. Todos marcados pela violência do
Estado contra os manifestantes e também pelo abalo do poder instituído, em maior ou
menor grau.

Na Europa, a revolta começou pela Espanha, durante a grave crise econômica que
deixou boa parte da juventude desempregada, em 2011, dando origem, em Madri, em
Barcelona e em outras cidades do país, o que Manuel Castells chamou de “revolução
rizomática” (2013, p.86), em referência ao conceito de Gilles Deleuze e Felix Guattari.
A principal bandeira era a denúncia da falta de democracia representativa na forma
vigente no país, naquele momento.

Castells chama a atenção para um fato imporatnte: como o 15-M, nome dado à rede
revolucionária composta por uma série de movimento, conseguiu furar o bloqueia da
imprensa tradicional, que, de acoprdo com ele apresentava o movimento de forma
equivocada, e levar infromações sobre a revolução em andamento, sem mediadores
tradicionais, por meio da internet. Ele transcreveu parte da entrevista que fez com o
psicólogo e pesquisador de tecnopolítica, Javier Toret, um dos participantes:

p.94-95 O 15-M mostrou que as pessoas podem superar o bloqueio da mídia. A


capacidade de auto-comunicação de massa e de auto-organização on-line permitiu que
as pessoas superassem o bloqueio da mídeia. (...) O que iiso mostra é um tipo d
emovimento pós-mídia. É pós-mídia porque há uma reapropriação tecnopolítica das
ferramentas, tecnologias e veículos de participação hoje existentes. É onde as pessoas
hoje estão. (...) A mídia inicialmente ignorou o movimento, mas, quando todas as
praças da Espanha estavam cheias de gente, eles não tiveram escolha senão explicar o
que estva ocorrendo... criaram-se muitos espaços que funciojaram como órgãos de
mídia; havia, por exemplo, uma série d eblos pessoais que fazia uma boa cobertura do
evento.

Para outras parte, uando eu falo do Ninja e da controvérsia com repórteres:


p.95 A ideia do movimento é que todos falem por si mesmos, Não é uma pessoa que
decide alguma coisa. Isso dificulta a cobertura por parte dos órgãos da mídia. (...)
quando nos atacaram na Praça Catalunya, o movimento tinha uma inv=crível
capacidade de comunicar o que estava ocorrendo... Todos tornaram-se repórteres, ainda
que por alguns instantes. Todos foram, em algum momento, a fonte primária das
notícias. (...) As pessoas podeam acompanhar o acontecimento via streaming, on-line,
pela TV, ao vivo. As pessoas que estavam lá tuitavam “Venha nos ajudar”, e as pessoas
iam. Isso permitiu captar coisas d eum veículo digital, fosse em suas casa ou por meio d
etelfones celulares, e ser capaz de se movimentar pela cidade.

Não houve decisão formal, mas o movimento não tinha um líder, nem mesmo um
porta-voz, nem em âmbito regional.
p.102 Isso levou a mídia à loucra, já que em qualquer ação coletiva os rostos são
ingredientes necessários de sua técnica narrativa.

Resultados do movimento: a eleição da prefeita de Barcelona pode ser citada.

No mesmo ano, os ares da revolução sopraram mais a oeste do AlÂntico echegaram aos
Estados Unidos. NA verade, ao centro financeiro do mundo capitalista: Wall, Street, em
Nova Iorque. O mercado imobiliário norte-americano naufragou, pessoas perderam a
scasas que vinha pagando há décadas, os bancos tiveram perdas recordes. Quem salvou
o sistema da bancarrota, mais uma vez, foi o Estado, com dinheiro do contribuinte. O
que só piorou a percepção de que a divisão d ernda no pais vinnha piorando
gradativamente, ao contrário do que parecia ser o sonho americano. E bem diferente do
que pregava BArack Obama, quefrente a crise acabou abandonando uam série de
promessas de campanha.

p.119-120 E então veio acentelha. No dia 13 de julho de 2011, a Adbuster, revista de


crítica cultural com sede em Vancouver, postou no seu blog a sguinte convocação:
“#occuppywallstreet. Você está pronto para um momento Tahir? No dia 17 de setembro,
invada Lower Manhattan, monte barracas, cozinhas, barricadas pacíficas e ocupe Wall
Street.”

O dia 17 de setembro é o dia da assinatura da Constituição americana. O objetivo da


ocupação era lutar pela restauração da democracia. O chamdo foi atendido, com a
ocupação do Zuchotti Park. A poícia seguiu reprimindo e prendendo manifestantes e as
imagens das ações ganharam o Youtube e o resultado foram mais adesões, inclusive de
associações e grupo, aos movimento. Ocupações começaram a se espalhar por todo o
país, até m fernte à Casa Branca, em Washington, somando mais de 600 movimentos, d
eacordo com CAstells.

p.128-129 Assim, o movimento Occuppy construiu uma nova forma de epsaço, uma
mistura de espaço d elugares, num determinado território, e o espaço d efluxos, na
internet. (...) Os espaços tornam possível interagir face a face, compartiolhar a
experiência, o perigo e as dificuldades (...). Mas as redes sociais da internet permitiram
que a expeiÊncia fosse divulgada e amplificada, trazendo o mundo inteiro para o
movimento e criando um fórum permanente de solidariedade, debate e planejamento
estratégico.

Uso do telefone celular para transmitir imagens e garantir a sgeurança:

p.131 Usando o Twitter a partir de seus celulares, os amnifestantes consgeuiram


divulgar constantemente informações, fotos, vídeos e comentários, contruindo uma rede
de comunicação em tempo real que cobria o espaço ocupado.

p.135 O Livestreams, uma coleção de ferramentas que permite ao usuário transmitir


conteúdos de vídeo em tempo real pela internet, também foi uma tecnologia importante
para o movimento. Seus conteúdos são efêmeros, mas se revela essenciais em
momentos d erepressão policial. Durante as incursões, frequentemente ocorria um
apagão na mídia tradicional, o que não acontecia com os LIvestreams.
Controvérsia:
p.135 A utilização desse recurso é realmente controversa no momento. Como seus
usuários mostram a ocupação de um ponto d evista próprio, narrando os eventos tal
como o vêem, muitos atingiram certo grau de celebridade dentro do movimento e foram
identificados como porta-vozes por pessoas de fora. Isso levou à crítica de que alguns
estavam explorando o movimento em busca de vantagens pessoais, incluindo
patrocinadores de empresas prestadoras d eserviço.

p.136 Há no movimento a prática constante d eocntar histórias. Todos tiram fotos e


fazem vídeos, depois carregam-nos no Youtube e nos múltiplos sites de rede social.

DDe acordo com CAstells, eles teriam inventado, pouo a pouco, uma nova forma d
eorganzizaçõa, gestada coletivamente, presente na maioria das ocupações, mundo afora,
Surgiu no Egito e na Espanha e pasosu por uma série de mudanças a partir de ao mesmo
tempo das expeiências posteriores, em rede, com diferenças, mas sempre mantendo a
idia de uma práticz efetiva da dmeocracia direta – impornate notar que as assembléias, e
por conseqüência as decisões, são transmiotids, em tempo real, pela internet, via
Livestream. Ou seja, a reapropriação d euma ferramenta tecnológica com fins políticos.

Uso de smartphones:
p.148 Um elemento funamnetal, no que s erefere a protegero movimento da violência
foi a ampla prática d efazer reportagens em vídeo, adotada por centenas de pessoas
brandindo seus celulares a cada manifestação. A mídia tradicional só mostrava o que
seus editores queriam, mas o movimento apresentava tudo sobre si mesmo postrando na
internet todas as ações que tinha lugar nos confrontos.

A transformação do mundo na sociedade em rede

Redes de comunicação e mudança social:


p.158 Assim, a mudança social resulta da ação comunicativa que envolve a conexão
entre redes d eredes neurais dos cérebros humanos estuimuladas por sinais de um
ambiente comunicacional formado por redes de comunicação. A tecnologia e
amorfologia dessas redes d eocmunicação dão forma ao processo d emobilização e,
assim, de mudança social, ao mesmo tempo como processos e como resultado.

Ele define um padrão emergente de mopvimentos sociais em rede, apartir d ealguma


scaracterísticas me comum – p.159-166:
1) São conectados em redes de múltiplas formas (multimodal, in e off-line)
2) São simultaneamente locais e globais (consituem redes próprias, mas se
relacionam com ouytras redes)
3) São espontâneos em sua origem (desemcadeados por uma centelha de
indignação)
4) Os movimentos são virais (lógica da internet)
5) Negocia-se por deliberação em espaço autônomo (sem liderança)
6) A horizontalidade das redes favorece a solidariedade
7) São movimentos profundamente autorreflexivos
8) Não são violentos, ao menos em princípio
9) Raramente são pragmáticos (não se concentram num único ponto)
10) Estão voltados para mudanças nos valores da sociedade
11) São políticos, não no sentido partidário, mas no sentido fundamental

O ciborgue de Dona Haraway, os objetos híbridos de Latour – vamos usar nesta parte
Histórico da Internet e das Redes Sociais – pp.168 – 170
A internet fornece, na visão de CAstlles, uma plataforma de comunicação que
traduz a a cultura d aliberdade e a prática da utonomia, porque teria sido
deliberadamanete programada para não terum centro definido de gestão. Emergiu na
cultura d eliberdade dos nãos 70 nos campi universitários norte-americanos e tornou-se
amigável aos usuários graças à Rede Mundial de Computadores. Ele pensa uq e
averdadeora transforação começou quando, na priniera década do século XXI, as redes
sociais ganharam força, estabelkcendo a passagme da interação individual, como nos
e-mail por exemplo, para a construção coletiva e autônoma. Oje, é neste tipo de
interação que estão as atividades mais importntes da internet, em todos os âmbitos. É
um sociedade em rede autoconstruída de conexão perpétua.E é nesse mundo
p. 169-170 O mundo real, em nossa época, é um mundo híbrido, não um mundo virtual,
nem um mundo segregado que separararia a conexão on-line da interação off-line.

Vida e morte dos movimentos sociais em rede

“Não é uma crise, é que eu não amo mais você” Faixa na Puerta del Sol ocupada,
Madri, maio de 2011

Pósfacio à edição brasileira

Tudo começou com um grito de indignação contra o aumento, de 20 centavos,


no preço da passagem de ônibus na cidade de São Paulo, cidade saturada pelo trânsito e
onde não é possível se locomover sem usar veículos. A manoifestação na Avenida
Paulista ganhou repercussão nacional depois da truculência da Polícia Militar sobre
manifestantes, pedestres e até jornalistas que trabalhavam na cobertura. Um grupo d
ejovens fazia a cobertura também, ao vivo, via livestream.
Mídia Ninja a partir das entrevistas e do Programa Roda Viva
A alegria de ter uma Copa do Mundo no Brasil rapiudsamente se transform,ou
tambvém em indignação, durante a Copa da confederações, um ano antes do mundial.
Foi neste contexto que começamos a observar tudo, tralhando como repórtere eu
já havia percebido que o uso d eimagens d etelefone celular vinha aumnetando....

Mais de 75% da populkação do país apoiava o movimento duas semans depois de seu
início, na Avenida Paulista, de caoprdo com CAstells.

Móbil-izados – termo cunhado por Castells para se referir aos jovens ativistas d
emovimentos sociais em rede – p.182

Manuel Castells fez observação participante e entrevistas com membros do 15_M, na


Espanha, para ecsrever este trabalho.

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