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LAUDO PERICIAL

AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº

COMARCA:

AUTOR: M INISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO

RÉU:

PARTICIPANTES:

Químico José Gonçalves Tavares – SEMA - Perito


Biólogo Carlos dos Santos – DEFAP/SEMA – Auxiliar do Perito
Geólogo Gilson Soares Neto – FEPAM/SEMA – Auxiliar do Perito

OBSERVAÇÃO: Conforme já identificado pelo Juízo (fl.000): “No


presente caso não há elementos nos autos que comprovem os danos
causados à região.”

Assim, como os dados disponíveis na Ação Civil Pública não


caracterizam suficientemente a degradação ambiental decorrente da
atividade, buscou-se a designação de dois profissionais, um de
geologia e outro de biologia, especialistas em suas áreas de atuação,
para melhor caracterizar os impactos ocorridos.

1 – QUANTO À PERÍCIA:

1. - Data da realização: / / .

2. - Local:

3. – Município:

4. - Hora de início: 15h 45min.

5. - Hora do término: 17h.

1
6. - Contatos mantidos:
1. - no local:
- Sr. Roberto Bonfim: proprietário da área vizinha àquela que
foi periciada;
- Sr. Jeferson: morador (inquilino) do novo proprietário da área
periciada;
2. – fora do local:
- Sra. Paloma Tedesco: Gerente-Administrativa da empresa
M ineração e Terraplanagem, atual proprietária da área periciada.

7. - Comunicação prévia:

Este perito comunicou ao 3º Cartório Civil por telefone e via e-mail que
a perícia seria realizada no dia 00/00/0000 por volta das 16h, sem que
tenha havido resposta do contato mantido. No momento da perícia só
estavam presentes o perito e seus auxiliares.

8. - Equipamentos utilizados:

1. – GPS:
Aparelho marca Garmin, modelo GPSMAP 00C, com 00
canais de recepção, n.º fabricação, 0000 nº patrimônio
FEPAM 00000.
2. - M áquina fotográfica:
Aparelho marca Sony, modelo DSC-S0000, 6,0 mega pixels
de resolução, n.º fabricação,0000000 n.º patrimônio FEPAM
000-00.

9. – Outros recursos/ferramentas de apoio utilizados:

1. – Google Earth:
Utilização das imagens do programa Google Earth para
apresentar as características da área sob perícia.

2 – PERÍCIA PROPRIAMENTE DITA:

1. - Considerações iniciais:

Inicialmente cabe chamar a atenção que o perito e seus auxiliares


optaram pela não utilização da expressão “dano ambiental” um a vez
que há inúmeras interpretações quanto ao seu conceito e alcance,

2
não havendo uma conceituação legal propriamente dita. Por esta razão
será utilizado o termo degradação ambiental1, cujo conceito está
consignado no inciso II do artigo 3º da lei federal nº 0.000/00 e que, por
esta razão, admite uma faixa mais restrita de interpretação.
O critério adotado por este perito em ter como auxiliares um biólogo e
um geólogo prende-se ao fato de que não há nos autos a descrição,
com clareza, da degradação ambiental decorrente da atividade e seus
impactos.

2. - proprietário da área:

Ao chegarmos nas proximidades do local a ser periciado contatamos


com o Sr. Roberto Bonfim, proprietário de uma saibreira adjacente
àquela que seria periciada, que nos informou que o Sr. Lourenço Gomes
Da Costa havia vendido a sua área para o Sr. Gustavo Pinto (Rua do Vale
nº 000).

Já, no local da perícia existe uma casa com uma família de


moradores sendo que o Sr. Jeferson, informou que aluga a casa do Sr.
Gustavo Pinto.
Solicitamos autorização para adentrar a área, o que nos foi
concedida.

3. - descrição da área no momento da perícia:

Trata-se de uma área de aproximadamente 2 há a qual se encontra


bastante modificada da sua condição original pela realização da
atividade de extração mineral.

Houve períodos em que tal atividade foi realizada sob a guarda da


Licença de Operação fornecida pela Fundação Estadual de Meio
Ambiente - FEPAM. Houve outros períodos em que a atividade se
manteve, porém, sem o respectivo instrumento autorizativo.
Atualmente, a atividade encontra-se licenciada, porém, a área foi
vendida.

De acordo com a Sra. Paloma Tedesco, Gerente-Administrativa da


empresa Mineração e Terraplanagem Ltda. (atual proprietária da área),
a licença ainda em nome de Victor Alves Lemos encontra-se em
processo de renovação através do processo administrativo F E P A M n. º
0 0 0 0 0 -0000/0 0-00. Deve ser transferida a responsabilidade
1Degradação da qualidade ambiental: A alteração adversa das características do meio ambiente; Lei Federal. Nº 6.938/81, art.
3º, inciso II
3
ambiental para o novo proprietário.

Independentemente da situação da área em termos das licenças


ambientais, o local não apresenta sinais do cumprimento das licenças
concedidas ao seu tempo, ou seja, não foram implantadas as medidas
de recuperação cabíveis durante a fase de exploração mineral, razão
2
pela qual, fica evidenciada a extração dos recursos minerais e a
respectiva degradação ambiental decorrente.

1. – Quanto ao ambiente físico:

2.3.1.1- ar: no momento da perícia não foi possível constatar


qualquer sinal de que o ar tenha sido afetado pela realização
da atividade, portanto, considerado sem impacto.

2. - água:
Não foi constatada durante a vistoria exposição do lençol
freático nem corpos hídricos dentro da área. Não se verificou
indícios ou vestígios de contaminação por quaisquer
materiais provenientes da extração.
3. - solo:
Como em quaisquer atividades de lavra, o solo é o primeiro
material a ser removido. Por tal, esta camada superior ao
minério deveria ter sido acumulada em locais próprios para
a recomposição e recobertura nos processos de recuperação
do local exaurido. Foram constatadas algumas pequenas
pilhas de material superior da coluna de solo, mas
insuficiente para uma Recuperação adequada bem como se
entende que não corresponde ao volume da área decapeada.

2. - ambiente biótico:

2.3.2.1– Fauna:
Mesmo no momento da realização da presente, em que não estava em
andamento qualquer atividade que pudesse ser considerada como
degradatória, indiscutível é o fato de que houve uma interferência, sim,
sobre os constitutivos faunísticos naturalmente ocorrentes no local. Por
se tratar de uma gleba que resguarda características de área rural, é
natural que a fauna anteriormente ocorrente no local dizia respeito a essa

2
Recurso mineral: Elemento ou composto químico formado, em geral, por processos inorgânicos, o qual tem uma composição química
definida e ocorre naturalmente, podendo ser aproveitado economicamente; Lei Estadual nº 00.000/00 art.00, inciso XLVI

4
condição em particular. Foram encontradas evidências, no momento de
realização da presente, da ocorrência de mamíferos de porte médio no
local, como da lebre (Lepus europeus), por exemplo, através de restos
fecais observados em mais de um ponto em particular ao longo do
terreno percorrido. Pela tipologia florística residual disponível,
característica da área em que ocorreu a intervenção ensejadora desta
atividade, comparável com a área limítrofe com intervenções antrópicas
não tão pronunciadas e causadoras de uma significativa alteração da
biota local, é possível afirmar que ali ocorriam exemplares
representativos da fauna nativa, tais como graxaim-do- campo
(Pseudalopex gymnocercus), preá (Cavia aperea) e zorrilho (Conepatus
chinga). Decorrente de observação direta, a avifauna local tem como
expoentes espécimes de anu-branco (Guira guira), tico-tico (Zonotrichia
caoensis), calhandra (Mimus saturninus), quero-quero (Vanellus
Chilensis), perdiz (Nothura maculosa) Conveniente ser salientado que os
animais componentes de grupos taxonômicos mais evoluídos e de
comportamento terrestre, não foram predados ou levados a uma
situação de perecimento imediato.

Como o avanço impactante à área em questão não se deu forma imediata


ao início das atividades, estes espécimes tiveram plena oportunidade de
migrarem para outros remanescentes adjacentes, e gradualmente se
adaptarem a essa situação de alteração do seu habitat, logrando, assim,
plenas condições de sobrevivência ao longo do tempo.

Não restaram elementos e sequer se dispunham de meios no momento


da presente, para que fosse avaliado o eventual impacto sobre a
microfauna superficial e sub- superficial do solo existente e impactada
por ocasião do decapeamento prévio necessário a propiciar o acesso à
jazida objeto de exploração.

2.3.2.2 – Flora:
O local onde se insere a presente área objeto de perícia, com
dimensões já mencionadas anteriormente, pode ser caracterizada
b o t a n i c a m e n t e c o m o sendo representativa da Região da
Estepe Riograndense (Campanha), com um relevo suavemente
ondulado, com uma dominância vegetal representada por gramíneas
em geral. Por limitações impostas pela pouca profundidade do solo
no local, os esparsos exemplares de vegetais de porte mais
avantajado naturalmente ocorrentes na área eram representados, na
grande maioria, por espécimes de Espinilho (Acacia caven) e
eventualmente alguns raros exemplares de Cina-cina (Parkinsonia
aculeata), os quais não deveriam ultrapassar o porte de arbusto,
5
com altura máxima situada entre 2,5m e 3,0m. Em razão das
características vegetativas destas 2 espécies, pode ser afirmado que
estas não eram imprescindíveis ou determinantes à sobrevivência da
fauna associada, por não propiciarem uma condição alimentar
diferenciada a estes constitutivos bióticos. Sua interação está mais
intimamente associada a avifauna ocorrente, principalmente na
forma de abrigo eventual e temporário a estes elementos faunísticos
(pouseiro).
2
3. - Área degradada:000m x 00m=0.000 m

4. – Estimativa da quantidade extraída


(Cubagem): 000m x 00m x 0,0 (altura)= 00.000 m3

5. - Valor de mercado do bem extraído: de acordo com informações


junto ao sr. Roberto Bonfim e a Sra. Paloma Tedesco, o valor de
mercado do produto comercial é de R$ 000/m3. Desta forma os
responsáveis pela degradação ambiental se beneficiaram com,
aproximadamente, a valores
de hoje:R$ 0,00 x 00,000 m3 =R$ 000.000,00 (reais).

6. - Custo estimado da recuperação: o custo de recuperação da área


degradada oscila entre 8 e 10% do preço de venda do material
extraído. Adotou-se o valor médio de 0,00%, portanto, corresponde
a: R$ 00.000.00 (reais)
7. - Quanto a recuperação:
Os procedimentos de recuperação da área em questão são simples,
adequados e de fácil efetivação:

1. O atual piso deve ser definido como a cota de arrasamento


(profundidade final), não devendo ser aprofundado sob nenhuma
hipótese; atualmente está na cota 54 m, aproximadamente.
2. Implantar imediatamente o cortinamento vegetal nos limites da
extração, com no mínimo duas linhas de espécies arbóreas nativas e
características da região.
3. Os taludes deverão ser recuperados estabelecendo um ângulo em
torno de 45 graus, por meio de transporte de material a ser acostado
ao talude atual, de modo a estabilizá-lo.
4. Implantar, após a conformação dos ângulos do taludamento,
uma cobertura com uma camada de solo orgânico (em geral, o
próprio solo do local separado antes da lavra) com espessura entre 25
a 30 cm.
6
5. Implantar cobertura vegetal para estabilizar os taludes e evitar a
ação dos processos erosivos principalmente do escoamento
superficial das águas pluviais.
6. Implantação de uma bacia de captação de águas de escoamento
superficial com capacidade adequada para a área bem como
sistema de drenagem para levar a água para o local determinado.

2.3.8 - Situação quanto ao licenciamento:


A empresa Víctor Alves Lemos - FI está atualmente licenciada
através da LO-0000/0 000, por meio do processo administrativo
n.º0000-0000/0 0-0, com validade até / / O histórico do
licenciamento é o seguinte:

HISTÓRICO
Processo adm. Data Documento Vigência
protocolo
0000-0000/00-0 / / / / até
LO- /
/ /
0000-0000/00-0 / / Indeferimento de -
Licença /
0000-0000/00-0 / / __/__/__ até
LO- /
/ /
0000-0000/00-0 / / / / até
LO-000
__/__/__
0000-0000/00-0 Em análise -

A empresa apresentou lacunas de licenciamento durante os


períodos de / / a / / e / / a / / .

3 – QUESITOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO (fl.000:verso) E AS


RESPOSTAS DO PERITO:

1– Se houve dano ambiental no local periciado decorrente da extração


de basalto;
RESPOSTA DO PERITO:
Toda a atividade de extração mineral produz degradação
ambiental, portanto, sim.

7
2 – Se a área explorada é considerada de preservação
permanente3;
RESPOSTA DO PERITO:
Não, uma vez que o “recurso hídrico” mais próximo encontra- se a
aproximadamente 000 m de distância e consiste na lagoa de tratamento
de esgotos da CORSAN. O arroio do Salso encontra-se a cerca de 000
metros. A área de extração também não está em topo de morro.

3 – Se é possível reparar o dano, caso constatado;


RESPOSTA DO PERITO:
Sim, é possível a reparação da degradação ocorrida através da
implementação das medidas estabelecidas nos procedimentos de
licenciamento ambiental as quais são expressas no corpo da licença.

4 – Se não for possível a reparação, se é cabível alguma medida


compensatória e qual o custo estimado;
RESPOSTA DO PERITO:
Há que se fazer uma diferença entre a degradação ambiental ocorrida
em um processo regular (com observância absoluta das imposições da
licença) e a situação encontrada no presente caso, em que nada foi
feito. Na segunda situação apresentada, a recomposição topográfica
terá de ser obrigatoriamente exercida pela mão humana em prazo que
pode ser curto, ou seja, em questão de dias. Já a reconstituição dos
processos ecológicos no formato da regeneração natural da fauna e
flora, por mero abandono da área, certamente durará muitos anos até
alcançar o estágio que se encontrava antes da atividade de extração.

3 Áreas de preservação permanente: Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei,
as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:
a)ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja
largura mínima seja:
1)de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura;
2)de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de
largura;
3)de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de
largura;
4)de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos)
metros de largura;
5)de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600
(seiscentos)metros;
b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais;
c)nas nascentes, ainda que intermitentes, e nos chamados "olhos d'água", Qualquer que seja a sua
situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura;
d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;
e)nas encostas, ou partes destas, com declividade superior a 45o, equivalente a 100% na linha de maior
declive;
f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
g)nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior
a 100 (cem) metros em projeções horizontais;
h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação.
Parágrafo único - No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos
definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o Território
abrangido, observar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os
princípios e limites a que se refere este artigo.
8
O custo da reparação, estimado no item 2.3.6 deste documento, é
diferente do valor econômico associado à degradação ambiental, o qual
será expresso no item 4.

5 – Se não for possível a reparação do dano e tão pouco a adoção de


medida compensatória, qual o valor do prejuízo ambiental
experimentado?
RESPOSTA DO PERITO:
A monetarização do prejuízo ambiental causado por quem lhe deu
causa será descrita no item nº 4 da presente perícia.

4 - VALOR ESTIMADO DE REFERÊNCIA PARA Á DEGRADAÇÃO


AMBIENTAL – VERD4

Inicialmente cabe destacar que existem inúmeras formas de


monetarizar a degradação ambiental sendo que, em última análise todas
se constituem em métodos empíricos5 de cálculos, pois não há como
matematizar a todos os processos ambientais e suas inter-relações
complexas.
Por esta razão este perito utiliza o chamado método VERD por
entender que este talvez seja o único que agrega fatores ambientais
agredidos de forma associada aos econômicos.

Há que se considerar, preliminarmente aqueles elementos e conceitos


fundamentais para a aplicação da metodologia, onde destacamos
- meio ambiente6: O conjunto de condições, elementos, leis, influências
e interações de ordem física, química, biológica, social e cultural que
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.

-poluição/degradação 7: A degradação da qualidade ambiental


resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a)prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e)lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões
ambientais estabelecidos;

- passivo ambiental8 Pode ser conceituado como toda a agressão que


se praticou/pratica contra o meio ambiente e consiste no valor dos

4
Nobrega, José Gonçalves Tavares. A degradação Ambiental e seus Valores associados. João Craveirinha editor. Porto Alegre, 0000. 00p.
5
Menos empírico que o mero arbitramento.
9
investimentos necessários para reabilitá-lo, bem como multas e
indenizações em potencial.

-biota9: Conjunto de seres vivos que habitam um determinado


ambiente ecológico, em estreitacorrespondência com as
características físicas, químicas e biológicas deste ambiente.

Licença ambienta 10 Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental


competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle
ambiental que deverão ser obedecidas pelo
empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar
e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos
ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou
aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.

O método VERD fundamenta-se na percepção conceitual daqueles


termos consagrados na legislação brasileira, onde o alcance dos
mesmos –termos- é que estabelece a amplitude da aplicação do
método.

Note-se que a expressão biota não estabelece exclusão de espécies, já,


passivo ambiental inclui, não apenas o valor da reabilitação, mas, das
multas e das indenizações em face da degradação propriamente dita.

Todos esses conceitos se fundem no quadro que será usado


posteriormente.

São utilizados dois grupos de variáveis, as chamadas

economicamente
Quantificáveis (qn) e as economicamente intangíveis (in) que podem
variar de “1” ao “α”.

Variáveis Economicamente Quantificáveis (qn): são aquelas associadas


à
Degradação ambiental e que podem ser
dimensionadas.

- Custo estimado da recuperação:Descrito no item 0.0.0.


q1:R$ 00.000.00.

- Vantagem econômica auferida com a atividade:


q2:R$ 000.000,00
10
OBS.: Foi considerado o valor integral uma vez que não houve
investimentos na recuperação da degradação ocorrida.

- Custo do estado para a realização da perícia (item 0):


q3:R$ 0.000,00.

Assim,
3
Ʃ qn =R$ 00.000,00 +R$ 000.000,00 +R$ 0.000,00= R$
n=1

Variáveis Economicamente Intangíveis (in): são aquelas associadas


à degradação ambiental e que não podem ser dimensionadas
diretamente.

Impacto ambiental/Risco
Médio
e
Curo Prazo Longo
P razo
Sem Baixo Médio Alto
Ambiente In 4
0 1 2 3
Ar i1 0
Físico Água i2 0
Solo/Sedimento i3 2
Biótico
Reino Monera Bactérias e i4 0
Cianobactérias
Reino Protista Protozoários
(Ameba, i5 0
Fungos paramécio)
i6
Animal Invertebrados
(Planária,
minhoca,
lesmas, 1
caramujos, i7
Insetos,
aranha,
ácaros)
Vertebrados
(peixes, 1
anfíbios, répteis, i8
11
Plantas aves,
Mamíferos)
Vegetais
1
Superiores i9
Vegetais
2
Intermediários i10
Vegetais
Inferiores i11
Risco Social i12
Paisagístico i13 2
Ambiente Perdas
Antrópico econômicas i14
intangíveis
Bem - estar i15
Total 3 6
Assim,
15
Ʃ in =3 +6 =9
n=1

Desta forma, aplicando-se a expressão que determina o valor estimado


de referência para a degradação ambiental, tem-se:

α α 3 15
VERD= Ʃ qn x Ʃ in = Ʃ qn x Ʃ in =
n=1 n=1 n=1 n=1

VERD= R$ 000.000,00 X 0 =R$ 0.000.000,00 (....................................).

5 – QUANTO AOS HONORÁRIOS:


A presente perícia ocorreu pelo fato de que o estado, através da
SEMA, disponibilizou ao juízo um perito juntamente com seus auxiliares
técnicos, eis que na Ação Civil Pública não havia os elementos
necessários para atender aos quesitos apresentados pelo Ministério
Público.
Ao agir assim, o estado impôs a si os custos decorrentes da perícia
que, salvo melhor juízo, devem ser ressarcidos à sociedade, por esta
razão, submetemos à vossa elevada consideração a possibilidade de
que isto venha a acontecer e por esta razão apresentamos a tabela a
seguir, com a planilha dos custos institucionais:
12
Químico Geólogo Biólogo SEMA
Combustível X X X 000,00
Óleo X X X 00,00
Pedágios X X X 00,00
Diárias 00,00 00,00 00,00 000,00
Nº horas
00h 00h 00h X
utilizadas
Custo da R$ 00,00 x
hora/técnico TOTAL: R$
00h = R$ 0.000,00 R$ 0.000,00
(salário 0.000,00
R$ 0.000,00
bruto
+ 00%/000h)
Material de
expediente
(fotos, X X X R$ 00,00
imagens
,
papel, tinta)
TOTAL
X X X R$ 0.000,00
GERAL
Os valores poderão ser creditados no banco nº 000, agência nº 0000,
conta corrente nº 0000000-0 em nome do Fundo Estadual de Meio
Ambiente- FEMA.

Valor Ressarcível: R$ 0.000,00 (..................................................................).

13
6 – ANEXOS:

1. – Anexo fotográfico

2. – Relatório Complementar com cópias das licenças.

Porto Alegre, ...../.../.....

José Gonçalves Tavares


Perito

Carlos dos Santos. Gilson Soares Neto.


Biólogo - Auxiliar do Perito Geólogo - Auxiliar do Perito

14

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