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ICS
CURSO MÉDICO
PBL
MÓDULO
HUMANIDADES, BIOÉTICA E
ANTROPOLOGIA MÉDICA
1. COMPONENTES
1.2. Tutores
Prof. Diego Ramos Braga
Prof. Eduardo Guedes Gontijo Júnior
Profª. Érika Vilela
Prof. Floyd Piers Pereira Frey
Prof. Janine Fernanda L. M. Figueiredo
Prof. Jorge Luiz Santini Rodrigues Dávila
Profª. Karla Maria Gonçalves Silveira Barros
Prof. Paulo Henrique Freitas Mendes
2. APRESENTAÇÃO DO MÓDULO
Número de Problemas Três problemas com dois fechamentos cada um, e um problema com um
fechamento
Sessões tutoriais
Local: Salas de tutoria definidas na abertura do módulo
Horário: 14h
Palestras
Local: Anfiteatro Ray Colares I, campus JK
Horário: 16:00
* 30,0 pontos (2,73 pontos por cada sessão de abertura e de fechamento) – referentes à participação
nas onze sessões tutoriais. Em caso de falta com apresentação de atestado médico ou outro tipo de
justificação devidamente protocolados e deferidos pela coordenação de curso, os 30 pontos deverão
ser redistribuídos nas sessões em que o aluno compareceu e participou.
“Afinal, qual seria o valor da paixão pelo saber se ela resultasse apenas numa certa soma de
erudição, sem permitir ao conhecedor, de um modo ou de outro e na medida do possível,
libertar-se de si próprio?
Há ocasiões na vida em que a questão de saber se é possível pensar diferentemente do que
se pensa, e perceber diferentemente do que se vê, é absolutamente imprescindível(...).”
(Michel Foucault)
Bem-vindos!
Vocês estão iniciando agora um novo módulo que proporcionará a vocês uma experiência
diferente daquela propiciada pelos demais módulos por que já passaram. Tentaremos entender um
pouco mais a experiência do humano para ainda mais além do seu aspecto biomédico.
Concordamos que, como estudantes e como profissionais da técnica médica, trabalhamos e
nos relacionamos com pessoas – com seres humanos – na sua impressionante e desconcertante
complexidade. Por isso, não nos parece sensato restringirmo-nos, durante todo o curso, apenas às
suas dimensões física, biológica, e mesmo mental.
A justificação para este módulo poderia ser feita simplesmente baseada nas orientações das
Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Medicina que tem força de lei.
Podemos ainda recorrer a uma profusão de posicionamentos de referências médicas, que enfatizam
a importância da discussão dos temas que lhes serão apresentados ao longo deste módulo, como o
que encontramos na publicação do Jornal de Medicina do Conselho Federal de Medicina (CFM) de
agosto de 2017 (acesso em www.portalmedico.org.br) em um editorial denominado “Ciência isolada
não oferece respostas”, o então secretário geral do CFM, Henrique Batista e Silva argumenta que
“(...) a medicina é permeada por incertezas, limites e indeterminações quando o assunto é curar,
mas sempre pode oferecer, através do cuidado, alívio ao sofrimento”.
O fato é que o processo da formação de um médico é mais desafiador que o
ensino/aprendizagem do conjunto de procedimentos de um ofício. E uma das mais desafiadoras
tarefas é a da conscientização dos estudantes acerca do caráter e do sentido das ações e das
relações humanas que ele envolve. Daí que um saber médico não pode ser apenas um mero saber
técnico.
Todavia, não se trata em hipótese nenhuma de tornar menor a importância da técnica. Afinal,
não existe a boa medicina sem a boa técnica e a boa ciência, mas a formação de um médico
necessita exceder, isto é, ultrapassar, e em muito, essa primeira preocupação, pois que se trata de
formar um ser humano capaz de cuidar com excelência de outro ser humano, levando em
consideração toda a singularidade e complexidade que os atravessam.
Além disso, estamos falando de um ser humano socialmente implicado e comprometido com
a noção de coletividade. Portanto, trata-se também da formação de cidadãos, da formação de
indivíduos que compreendam o exercício da ética e da política como uma forma de transformar-se
e de transformar a sociedade em que se vive.
É dentro desse contexto que apresentamos este módulo que tem a pretensão de ser um
estímulo para o estudo continuado das chamadas “humanidades”. E para isso propomos que seja
máxima a participação efetiva do estudante na construção do seu conhecimento e, muito mais do
que isso, na constituição e no cultivo de si como sujeito ético.
Parece ousado, mas, no mínimo, almejamos colocá-los no ponto de partida de diversas
reflexões que vão se valer da bioética, da filosofia, da ética, da política, da antropologia, da sociologia,
e da arte nas suas diversas manifestações.
Tentemos manter sempre em mente as palavras que citamos acima do filósofo francês Michel
Foucault. “Afinal, qual seria o valor da paixão pelo saber se ela resultasse apenas numa certa soma
de erudição, sem permitir ao conhecedor, de um modo ou de outro e na medida do possível, libertar-
se de si próprio?”, ou seja, transformar-se?
E é nos reportando a elas que desejamos, por fim, que façamos os nossos próprios
movimentos em direção a uma maior sensibilidade, humanidade e capacidade crítica acerca de nós
mesmos e da realidade que nos rodeia.
Que tenhamos juntos ótimas leituras e que elas nos rendam interessantes transformações!
Atenciosamente,
Karla M. G. S. Barros
Coordenadora do Módulo
3. OBJETIVOS