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Universidade Federal da Paraíba

Centro de Energias Alternativas e Renováveis


Departamento de Engenharia Elétrica
Instrumentação Eletrônica

Relatório Extensômetro

Prof. Dr. Cicero da Rocha Souto

Ana Júlia Medeiros Pessoa - 20180062491


Elton Davi Ramos da Silva - 20180083491
Rafael Pereira do Nascimento - 20180088012

João Pessoa - PB
2023
Relatório: Extensômetro 1

1 Introdução
Neste relatório será exposto o procedimento experimental do extensômetro realizado na
disciplina de Instrumentação Eletrônica no período 2022.2, sob orientação do Professor Cícero
da Rocha Souto. O extensômetro é um dispositivo essencial na engenharia para medir defor-
mações e variações de comprimento em materiais quando sujeitos a cargas ou tensões. Sua
operação se baseia na modificação da resistência elétrica de um fio condutor quando submetido
a deformações mecânicas.
O extensômetro é composto por um pequeno elemento sensor, como um fio ou uma fina
camada metálica, fixado à superfície do material a ser analisado. Quando o material sofre defor-
mação, o elemento sensor é esticado ou comprimido, o que ocasiona uma alteração proporcional
em sua resistência elétrica.
A variação da resistência do extensômetro é medida por meio de um circuito elétrico co-
nectado a ele. Geralmente, utiliza-se uma configuração de ponte de Wheatstone, na qual o
extensômetro é integrado a quatro resistores. Ao aplicar uma tensão elétrica à ponte, a mu-
dança na resistência do extensômetro gera um desequilíbrio na ponte, resultando em um sinal
elétrico proporcional à deformação. Esse sinal pode ser amplificado e processado para fornecer
informações detalhadas sobre a tensão ou deformação aplicada ao material.
A sensibilidade e precisão do extensômetro dependem de diversos fatores, tais como o ma-
terial do sensor, sua geometria, a configuração da ponte de Wheatstone e a eletrônica utilizada
para a medição.
Resumidamente, o extensômetro é um dispositivo fundamental para avaliar o comporta-
mento de materiais e estruturas sob diferentes condições de carga. Ao converter a variação
da resistência elétrica do elemento sensor em um sinal elétrico proporcional à deformação, ele
fornece informações cruciais para testes de materiais, monitoramento estrutural e medição de
forças em dispositivos mecânicos.

Figura 1: Representação da viga de alumínio com extensômetros

2 Experimento Extensômetro
2.1 Materiais Utilizados
Os materiais e equipamentos utilizados no experimento estão listados na tabela 1.
Relatório: Extensômetro 2

Quant. Material/Equipamento
01 TL084
02 Resistor 100kΩ
02 Resistor 10kΩ
01 Potenciômetro multivoltas 5kΩ
02 Resistor 22kΩ
01 Resistor 1kΩ
01 Fonte de Tensão Simétrica Ajustável +/- 18V
02 Osciloscópio
01 Multímetro de bancada
01 Viga Engastada

Tabela 1: Materiais utilizados

2.2 Funcionamento do TL084


Antes de iniciar os experimentos, foi necessário entender como funciona o TL084 por meio
do datasheet da Texas Instruments, em que o circuito integrado pode ser observado na figura ??.
O TL084 é um componente eletrônico chamado amplificador operacional, que contém quatro
amplificadores independentes dentro de um único CI. Ele é amplamente utilizado em diversos
campos, incluindo circuitos de áudio, instrumentação e controle de sinais.
O princípio de funcionamento básico do TL084 é o seguinte: ele amplifica a diferença de
tensão entre os seus terminais de entrada, resultando em um sinal de saída proporcional a essa
diferença. O amplificador operacional possui um terminal de entrada não inversor (+), um
terminal de entrada inversor (-) e um terminal de saída.
Quando uma diferença de tensão é aplicada entre os terminais de entrada (+) e (-), o
amplificador operacional amplifica essa diferença e gera um sinal de saída que é proporcional a
ela. A magnitude dessa amplificação é determinada pelo ganho do amplificador operacional.
Além disso, o TL084 pode ser configurado com técnicas de realimentação, em que uma parte
do sinal de saída é direcionada de volta para a entrada do amplificador. Isso possibilita uma
variedade de funções, como amplificação com ganho fixo, amplificação diferencial, filtragem e
outras aplicações.
No experimento do extensômetro, ele foi aplicado para amplificar o sinal lido da variação
da resistência do extensômetro.

2.3 Procedimento experimental


O esquemático a ser montado na protoboard pode ser visto na figura 2 e já pronto na figura
3. Assim, para todo o procedimento foi adotada a seguinte ordem:
Relatório: Extensômetro 3

Figura 2: Esquema elétrico completo para medição de força

Figura 3: Experimento montado

2.3.1 Definir as massas na sequência desejada para colocar na célula de carga


As 6 massas escolhidas para o experimento detém as seguintes massas, bem como a sequên-
cia para colocar no extensômetro estão listadas na tabela 2, em que serão colocadas até conta-
bilizar aproximadamente 100 g. Alguns dados iniciais, o R7 utilizado foi de 1kΩ.

Ordem Massas(g)
1 9,9
2 10,4
3 10,4
4 10,6
5 10,7
6 50,4

Tabela 2: Ordem das massas utilizadas


Relatório: Extensômetro 4

2.3.2 Definir a posição aonde as massas serão colocadas e manter a mesma posição
para todas as massas
A posição escolhida foi na ponta da viga.

2.3.3 Colocar as massas na sequência definida, sequência a acima e sequência


abaixo
2.3.4 Repetir o passo 2.3.3 por pelo menos 5 vezes
As medições para sequencia acime e sequência abaixo estão nas seguintes tabelas 3,4,5,6 e
7.

Ordem Escala Acima (V) Escala Abaixo (V)


0 0,010 0,040
9,9 0,469 0,511
20,3 0,969 1,000
30,7 1,471 1,493
41,3 1,994 1,997
50,4 2,417 2,441
60,3 2,925 2,920
70,7 3,437 3,412
81,1 3,945 3,935
91,7 4,486 4,451
102,4 5,031 5,005

Tabela 3: Primeira medição

Ordem Escala Acima (V) Escala Abaixo (V)


0 -0,042 0,195
9,9 0,359 0,668
20,3 0,856 1,112
30,7 1,375 1,568
41,3 1,891 2,082
50,4 2,353 2,321
60,3 2,865 3,056
70,7 3,399 3,552
81,1 3,922 4,045
91,7 4,437 4,548
102,4 5,002 5,004

Tabela 4: Segunda medição


Relatório: Extensômetro 5

Ordem Escala Acima (V) Escala Abaixo (V)


0 0,013 -0,007
9,9 0,491 0,474
20,3 0,983 0,965
30,7 1,482 1,468
41,3 2,005 1,983
50,4 2,456 2,402
60,3 2,939 2,896
70,7 3,455 3,381
81,1 3,971 3,883
91,7 4,432 4,435
102,4 4,975 4,956

Tabela 5: Terceira medição

Ordem Escala Acima (V) Escala Abaixo (V)


0 -0,009 -0,051
9,9 0,471 0,419
20,3 0,963 0,908
30,7 1,465 1,417
41,3 1,961 1,919
50,4 2,478 2,355
60,3 2,898 2,852
70,7 3,410 3,361
81,1 3,911 3,874
91,7 4,424 4,456
102,4 5,017 4,997

Tabela 6: Quarta medição

Ordem Escala Acima (V) Escala Abaixo (V)


0 0,000 -0,072
9,9 0,461 0,409
20,3 0,952 0,912
30,7 1,473 1,406
41,3 1,994 1,964
50,4 2,372 2,438
60,3 2,891 2,905
70,7 3,385 3,437
81,1 3,912 3,952
91,7 4,435 4,431
102,4 5,004 4,976

Tabela 7: Quinta medição


Relatório: Extensômetro 6

2.3.5 Fazer a média das medições obtendo apenas um conjunto de dados

Ordem Escala Acima (V) Escala Abaixo (V)


0 0,000 -0,007
9,9 0,469 0,474
20,3 0,963 0,965
30,7 1,471 1,468
41,3 1,994 1,983
50,4 2,417 2,402
60,3 2,898 2,905
70,7 3,410 3,412
81,1 3,922 3,935
91,7 4,435 4,451
102,4 5,004 4,997

Tabela 8: Média das medições

2.3.6 Determinar uma curva que melhor se aproxime da curva experimental


A figura abaixo representa a curva que melhor se aproximou da curva experimental

Figura 4: Melhor curva que se aproximou da curva experimental

2.3.7 Determinar os parâmetros necessários para caracterizar o tipo de medição


do fenômeno (desvio padrão, variância, linearidade, conformidade, histerese,
etc.).
O ganho de tensão elétrica pode-se calcular com a equação abaixo:
Relatório: Extensômetro 7

R5 2R1
G= (1 + ) (1)
R4 R3
100 · 103 2 · 100 · 103
G= (1 + ) = 913, 63636
22 · 103 1 · 103

Já o ganho de tensão elétrica experimental pode ser calculado com os dados de Vout e Vin. O
Vin foi de 2,7mV e o Vout foi de 2,3V. Dessa maneira:
V out 2, 3
G= = = 851, 85185 (2)
V in 2, 7 · 10− 3
A faixa de interesse para os cálculos é:

0 ≤ m ≤ 102.4g (3)

Com isso, a partir da equação das retas vista na figura 5, por meio dos cálculos no Planilhas
Google, temos a sensibilidade:
S = 48.8mV /g (4)

Figura 5: Retas traçadas com cálculo da equação da reta

Para o erro de linearidade, temos:


∆Vmax
eLmax = · 100% (5)
mmax
4, 4451 − 4, 435
eLmax = · 100% = 0, 0156%
102, 4

3 Conclusão
Através dos experimentos realizados em laboratório, foi possível fazer o paralelo entre a
base teórica obtida nas aulas da disciplina de Instrumentação Eletrônica, com resultados prá-
ticos. Deste modo, a compreensão acerca dos diversos sensores que temos no mercado, sobre a
Relatório: Extensômetro 8

aplicação da Ponte de Wheastone e o seu funcionamento para variação de resistência elétrica


e consequentemente a medição da deformação elástica, a partir dessa aplicação é de suma im-
portância. Dessa maneira, o entendimento desse experimento e sua aplicabilidade nos sensores,
foram esclarecidos com êxito.

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