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DIRECTOR CARLOS FERREIRA EDIÇÃO N.º 521 | 16 DE FEVEREIRO DE 2018 LUANDA 500 KWANZAS
Deputados apanhados
em incompatibilidade
O NJ identificou dois nomes nesta condição, tendo também consultado fontes junto do Parlamento
que se mostraram alheias à situação em que se encontram os deputados, bem como apurou que até
à data nenhuma iniciativa foi levada a cabo para «regularizar» a situação de incompatibilidade. | P06
EMPRESA PÚBLICA
NÃO PAGA
HÁ 52 MESES
Na Empresa Nacional
de Pontes, a reportagem
do NJ testemunhou
o desespero dos funcionários.
Tristeza, irritação, falta de esperança
e de motivação estavam estampadas
no semblante dos trabalhadores,
com pouca ou nenhuma força
para enfrentar as dificuldades.
| P20
■ OSMAR EDGAR
◆ PUBLICIDADE
FECHO
MARGINAL Investigação
PETRO Logótipo coloca não apurou «nada
adeptos e direcção relevante» na morte
em «rota de colisão» | P44 de milhares de peixes | P48
Editorial Especial Informação
Tempos conturbados
os que vivemos
D
urante largos anos, habituámo-nos, aqueles que se dedicam ao
estudo, à leitura e ao acompanhamento das realidades polícias e
sociais, indissociáveis de todas as outras, a discussões mais ou menos
fragmentadas, incapazes que fomos de, independentemente do
desenvolvimento multifacetado que não tivemos, por essa mesma via, trazer
para o grande público as grandes discussões que devem prevalecer com
constância, teimosia, em qualquer sociedade aberta, livre e democrática.
A verdade é que as gerações dos anos 30, 40 e 50 do século passado, mesmo
num meio intelectualmente pobre como eram Luanda, Benguela, Huambo, ou
a então Sá da Bandeira, hoje Lubango, em circunstâncias adversas e num
meio limitadíssimo e generalizadamente hostil, onde até o acesso aos livros
era difícil — leia-se o texto de Arnaldo Santos publicado no Jornal de Angola de
domingo passado, 11 de Fevereiro —, foram conseguindo, entre acertos e
desacertos, encontros e desencontros, construir uma base cultural que
rapidamente se alastrou e foi derrubando muros e limitações que pareciam
impossíveis.
Hoje em dia, com centenas de fontes de informação diária, com acesso
gratuito a milhares de publicações, com a facilidade de contactos com
qualquer extremo do mundo, as gerações mais recentes, digamos que as
nascidas a partir dos anos 60, em absoluta contradição com os Mais-Velhos
das gerações anteriores, parecem absolutamente perdidas.
O mundo das certezas inabaláveis colapsou, a segurança das convicções deu
lugar a profundas dúvidas até mesmo existenciais, os eixos que seguravam
um largo mar de gente que se abrigava sob valores colectivos perderam
aparentemente o rumo, e a brutalidade desta informação as mais das vezes
mal servida e falsa, que jorra abruptamente sem parar, mexeu com o mais
profundo da realidade de todos e de cada um.
Entre o culto de um individualismo exacerbado e a necessidade da
afirmação pessoal, grande parte das pessoas, a começar pelos
autodenominados intelectuais, actua como se tivéssemos perdido o norte e
como se, num repente (dez, quinze, vinte anos), tudo se tivesse desmoronado
à nossa volta.
Admitimos que não é fácil, num mundo como o de hoje, cada um centrar-se,
com todas as condicionantes que ainda existem, mais agora, no nosso caso,
com as graves dificuldades económicas e financeiras que atravessamos, de
forma consciente e lúcida quanto à generalidade dos princípios e das ideias
que nos alimentaram décadas a fio, e continuam a servir de água e pão para
alguns, para quem necessita de lucidez e discernimento no quadro das opções
Chuva
que foi fazendo. É preciso, pois, mais do que nunca, voltar a estabelecer
pontes e fazer com que uma realidade como a nossa volte encontrar, a vários
níveis — na discussão colectiva, nas associações culturais, nos grupos
desportivos, nas organizações do que hoje se chama de sociedade civil —,
formas de exercer uma pressão positiva que visasse soluções para os
não impediu
vitória do
problemas que mais nos apoquentavam.
O que não devemos aceitar é esta nova visão egocêntrica do mundo e da
vida que, um pouco por todo o lado, vai sendo imposta, e que, perante o
silêncio de muita gente, o encolher de ombros de uma grande maioria e o
desencanto doloroso de outro grande número de pessoas, vai dando lugar ao
U.R. Kilamba
desconjuntar de décadas de formas de organização social que permitiram não
só enfrentar realidades duríssimas, como ainda resultaram em tempos que
têm lugar reservado na nossa História colectiva.
O silêncio auto-imposto, o calar de vontades próprias por entender que “já
não vale a pena”, a desilusão feita forma de cada um, de cada uma, se deixar
arrastar pela vida, têm de ser combatidos a partir de dentro de nós mesmos.
Até porque não é a intelectualidade que está em risco do ponto de vista
À semelhança de uma das edições anteriores,
material ou da realidade concreta. a chuva condicionou o fim do desfile, mas deu
Como escreve Farhad Khosrokhavar no seu A Procura de Si, um diálogo com
Alain Touraine, “a questão que se coloca é a de saber se, nos excluídos, nos tempo para que fosse possível ver o grupo
precários, nas pessoas desapossadas da sua “dignidade”, existe uma aptidão
que possa constituí-los ou não como sujeitos, se eles puderem construir uma
União Recreativo Kilamba a desfilar para
definição de si em termos positivos. O resto compete-nos a todos nós. convencer o júri da edição 2018 do Carnaval.
Assumir ou não as nossas responsabilidades. Individual e colectivamente.■
◗ ERNESTO GOUVEIA
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Opinião
TONY FRAMPENIO
■ DJALI PAULO
Festa Tradicional
ou Luta de Galos?
O
que já foi tido como vitrine filosófico, enquanto seres humanos;
ou cartão postal da nossa agentes primários de cultura.
cultura, hoje transformou- Desde a edição de 1978, resgatada
-se num jogo competitivo, do qual, pelo Presidente Agostinho Neto, até à
grupos de indivíduos “recebem” presente data, podemos contar 40
financiamento com a simples edições daquela que já foi vista como
finalidade em ir à Marginal de a maior festa tradicional do povo
Luanda “marginalizarem-se” por angolano.
detrás de máscaras sem signos de Portanto, fica aqui a ideia de que
alegorias tradicionais, culturais ou estamos num país fora da órbita
artísticos, e que, de nenhum modo terrestre!
traduzem aquilo que em tempos foi
chamado de “Carnaval da Vitória”
e, um pouco mais recente,
“Carnaval da Paz”.
A banalização desta que devia ser
(e muitas vezes mal considerada) a
Até à decisão da APROCAL, haviam passado pela pista da Nova Marginal nove dos 12 grupos
“maior festa tradicional do povo
angolano”, hoje, pode ser o grande
simulacro ou barómetro da condição
Choveu na Marginal actual em que se encontra “um país
chamado Angola”, com mais de 24
As balizas da docência são diferentes do exercício de funções e cargos que a Constituição da República de Angola estabelece como incompatíveis com o mandato de deputado
VIOLAÇÃO DA LEI
Parlamento ignora
deputados em situação
de incompatibilidade
Deputados apanhados em incompatibilidade de funções no exercício da actividade legislativa
seguem nos cargos, violando o princípio constitucional previsto no artigo 149.º da Lei Magna do país.
◗ NOVO JORNAL
O artigo 149.º da Constituição da Repúbli- se mostraram alheias à situação em cionar, são diferentes do exercício de prevêem que os deputados não podem
ca de Angola define o regime de incom- que se encontram esses deputados, funções e cargos que a Constituição da exercer os cargos de reitores e directores
patibilidades dos deputados à Assem- bem como apurou que que até à data República de Angola estabelece como in- de faculdades nas universidades públi-
bleia Nacional, mas pelo menos dois nenhuma iniciativa, seja por parte compatíveis com o mandato de deputado cas e privadas, limitando a actuação
casos saltam à vista por se encontra- dos deputados seja da própria insti- à Assembleia Nacional. destes à actividade de docência. É o caso
rem, até à presente data, em exercício tuição, foi levado a cabo para a “regu- As disposições previstas no artigo 149.º das universidades públicas, em que a in-
de funções directivas junto de organis- larizar” a situação de incompatibili- compatibilidade é estabelecida através
mos académicos privados que a Lei dade em que se encontram à luz da das alínea i) do n.º 1 do artigo 149.º e pela
Magna angolana tipifica como situação
de incompatibilidade de funções.
Constituição da República.
São eles os deputados Mário Pinto de
◗ Os deputados não alínea a) do n.º 2 do mesmo artigo.
“O mandato de deputado é incompatível
O Novo Jornal identificou dois no- Andrade e Vicente Pinto de Andrade, am- podem exercer os com o exercício da função de […] i) mem-
mes — já antes apontados pelo jurista bos do MPLA, actual reitor da Universi- bro dos órgãos de direcção, administração
Fernando Macedo, numa abordagem dade Lusíada e director da Faculdade de cargos de reitores e da fiscalização das empresas públicas,
na rede social WhatsApp — nesta con-
dição, tendo também consultado fon-
Economia da Lusíada, respectivamente.
Entretanto, as balizas da docência,
e directores institutos públicos e associações públicas”,
lê-se no n.º 1 do Artigo 149 da Constituição
tes junto do Parlamento angolano que aqui definida pelo acto exclusivo de lec- de faculdades do país, que parte do princípio que as uni-
Democracia
e Cidadania
ISMAEL MATEUS
Declaração de voto
◗ BORRALHO NDOMBA
Repatriamento
Entidades
recusam
«amnistia»
Várias personalidades angolanas
contestam o carácter de “amnistia”
que possa vir a ter a Lei de Repatria-
mento de Capitais após regulamen-
tação, e defendem uma discussão
ampla sobre o assunto.
A petição pública, subscrita por fi-
guras como o jurista e advogado
Benja Satula, Sérgio Piçarra, Luaty
Beirão, padre Jacinto Pio Wacus-
sanga, José Patrocínio e Luaty Bei-
rão, defende que a Lei seja “ampla-
mente discutida”, para que esta não
resulte numa “amnistia fiscal”.
Os subscritores recordam na car-
ta, a que o Novo Jornal teve acesso,
que o Presidente João Lourenço pro-
meteu que que o Estado accionaria
todos os mecanismos legais à sua
disposição para o repatriamento
compulsivo de dinheiro a favor do
Estado caso não houver a coopera-
OGE aprovado na Assembleia Nacional prevê um financiamento de mais de 11 mil milhões de kwanzas para associações de utilidade pública ção por parte de “quem detém esse
dinheiro ilícito fora de Angola”.
Em entrevista à Voz da América,
Associações de utilidade pública Benja Satula afirmou ser importan-
te que a lei seja amplamente discu-
Governo «esconde»
tida para que não seja entendida
como uma amnistia fiscal.
Uma outra reacção ao assunto
foi a do activista e académico Nu-
MPLA aprovou sem nenhuma altera- mente partidarizadas são as que benefi-
que anualmente dá às ção o OGE, que prevê um apoio finan- ciam do apoio do Estado”, salientou.
associações consideradas ceiro de mais de 12 mil milhões de AJAPRAZ, Fundo Lwini, FESA, Amango-
de utilidade pública. kwanzas para as instituições com ale- la, todas com ligações ao partido de Go-
gadas ligações ao partido no poder. verno, são instituições que, segundo a
De acordo com André Mendes de oposição, recebem dinheiro do OGE.
◗ BORRALHO NDOMBA Carvalho, a CASA-CE propôs que as O OGE para 2018 previa mais de 60
associações de utilidade pública li- milhões de kwanzas para acções liga-
O Governo recusou-se a atender à solici- gadas ao MPLA, na sua grande maio- das ao MPLA, como o financiamento de
tação dos deputados da oposição que exi- ria, fossem retiradas da lista dos be- torneios desportivos em homenagem
giram a apresentação dos nomes das as- nefícios financeiros do Estado. ao ex-chefe de Estado e presidente do
sociações, até agora desconhecidas, ti- “O Governo também não abriu o jogo partido, José Eduardo dos Santos.
das como instituições de utilidade públi- de nos dizer em concreto quem está
ca, que vão receber financiamentos inscrito e quem não está. Uma delas
através do Orçamento Geral do Estado,
aprovado na quarta-feira, 14.
que questionámos é a FESA (Fundação
Eduardo dos Santos), mas o senhor
◗ «O senhor
Durante a discussão das propostas do ministro das Finanças disse que a FE- ministro das
documento na especialidade, o minis- SA não recebe dinheiro do OGE para o
tro das Finanças, Archer Mangueira, seu funcionamento”, explicou o presi- Finanças disse que
prometeu divulgar as denominações
das organizações da sociedade civil
dente da bancada parlamentar da co-
ligação à imprensa, reafirmando que
a FESA não recebe
apoiadas financeiramente pelo Estado, o dinheiro do Estado não pode ser usa- dinheiro do OGE» Constitucionalista Benja Satula
Conselho
da República com O escandaloso reinado de Zuma
«nomes de peso»
J
acob Zuma, Presidente sul-africano que
O engenheiro Fernando acabou de demitir-se, esteve no poder
Pacheco e o jornalista Ismael por nove anos — um ano a mais do que
Mateus são dois dos rostos um Presidente norte-americano, com
que se destacam no novo dois mandatos. Não obstante, o Presidente
Conselho da República, órgão Zuma saiu do poder um homem
colegial consultivo do chefe profundamente triste já que queria
de Estado, e que pela permanecer lá a todo o custo.
primeira vez vai contar Há nove anos, eu estava a passar um
com um ex-Presidente tempo na África do Sul e lembro-me
da República. O Conselho claramente do imenso orgulho que um
da República passa também amigo meu da etnia zulu sentia por um
a integrar o Vice-Presidente conterrâneo seu estar no poder. Naquela
da República, o presidente época, falava-se muito da máfia dos xhosas
da Assembleia Nacional, — a etnia dos Presidentes Mandela e Thabo
o presidente do Tribunal Mbeki. Havia gente que cantava hossanas
Constitucional ao “zulu boy” ou “ao rapaz zulu.”
e o procurador-geral Há dois dias estive com o mesmo amigo
da República. Constam ainda e ele estava cheio de ódio contra Zuma. Dizia,
os nomes de António Paulo até, que iria votar no DA (Democratic
Kassoma, Isaías Samakuva, Alliance) partido tradicionalmente de brancos
Abel Chivukuvuku, Benedito mas que agora tem um líder negro. Há nove
Daniel e Lucas Ngonda. anos, o meu amigo vibrava com o respeito que
tinha pelas figuras históricas do ANC.
Lembro-me que depois de um jantar
no Wandies, um famoso restaurante no
Casimiro Congo Soweto, ele me levou para um local onde
diz que não figuras históricas como Luthuli, Mandela e
foi comprado Tambo se reuniam antes de serem
encarcerados ou de partirem para o exílio. O
O recém-nomeado secretário meu amigo tinha um orgulho profundo de ser
provincial da Educação sul-africano e estar a viver naquele momento.
de Cabinda, Jorge Casimiro Quando se falava de Zuma como
■ D.R.
Congo, reagiu às críticas Presidente da República, o Arcebispo
de que teria sido comprado
para abdicar da luta pela
Desmond Tutu já afirmara que estava
completamente contra esta escolha porque
Quando se falava de Zuma como Presidente
autonomia da província mais o homem seria uma vergonha. Na altura, houve da República, o Arcebispo Desmond Tutu
a norte do país. Em entrevista membros da ala da juventude do ANC que
à DW África, Casimiro Congo, disseram que o Arcebispo tinha problemas já afirmara que estava completamente
um dos mais acérrimos
críticos e defensores da
sérios na cabeça. O meu amigo diz agora que
Desmond Tutu tinha razão: o consulado
contra esta escolha porque o homem seria
independência dos ‘cabindas’, de Zuma será lembrado nada mais a não ser por uma vergonha
justificou a sua integração escândalos atrás de escândalos.
no Governo de Cabinda Para mim, o grande valor dos anos de Zuma
por entender que “não podia é que a África do Sul passou a ter noção de que
fazer a sua luta de forma tipo de nação seria. As elites que lideraram as lutas das a falar sobre “state capture” ou a “”captura do estado.” Dizia-
isolada e que era preciso independências no Continente Africano pensavam que -se que a família Gupta até tinha a última palavra sobre
encontrar uma saída já tinham sido absolvidas pela História e não tinham que quem fosse nomeado para o Governo. Em muitos países
em cada momento”. prestar contas a ninguém. A África do Sul é uma africanos, este tipo de arranjos — em que um grupo de
democracia que, não obstante as suas deficiências, tem um empresários financiam o Presidente e em troca passam a
eleitorado cada vez mais sofisticado. O meu amigo disse-me gerir o país — é muito comum. Houve um tempo em que a
que estava farto de políticos vestidos com fatos italianos grande luta da comunidade internacional era fazer com
João Lourenço que custavam milhares de dólares e a conduzir os últimos que certos Governos na África Ocidental se desfizessem
esperado na Rússia gritos da Mercedes, optando pelo discurso político que das várias máfias do Médio Oriente. Há alguns anos atrás,
este ano sempre culpava ou o passado ou os brancos pelas desgraças. nos cofres da República Centro Africana, país rico em
O povo já não queria mais ouvir palavras de ordens; o povo diamantes, só entravam apenas uns milhões; o resto ia logo
Em declarações à imprensa queria casas dignas, água, luz, escola, saúde. O meu amigo para o Médio Oriente, sobretudo para o Líbano. Estas elites
do seu país nesta quinta- disse que, discretamente, certos políticos no ANC atiçavam libanesas estavam sempre bem atentas às tendências
-feira, o Presidente da Rússia, a xenofobia para distrair as populações negras. Isso não políticas do país e faziam tudo para salvaguardar os seus
Vladimir Putin, revelou que tinha efeito; em muitas das vezes, o povo queria mesmo que interesses. Entretanto, estes empresários tomavam conta
está a preparar a viagem os políticos do ANC prestassem contas. de tudo — até da diplomacia. Os sul-africanos (negros
do Chefe de Estado angolano, O ANC, um dos mais antigos partidos do mundo, provou e brancos) não podiam com esta família que tanto veio
João Lourenço, a Moscovo, também ter uma autonomia que demonstrou que, no final a dominar Jacob Zuma. O meu amigo diz que o mais que
ainda para este ano. Segundo das contas, o Presidente da República não tinha a última será lembrado do Zuma foram os milhões
Putin, um dos temas palavra. O Presidente Obama falava da África precisar dos contribuintes que foram usados para alterar
na agenda do encontro será de homens instituições fortes e não de homens fortes. a sua residência privada no KwaZulu-Natal. Abanando
a presença da companhia Zuma foi um homem forte — um rei com várias mulheres, a cabeça, o meu amigo lamenta que o número assustador
russa Alrosa em Angola, uma palácios, e que tinha uma rede de empresários que de negros sem emprego; que as infra-estruturas do país
das maiores empresas do o financiavam. E foi aí onde Zuma falhou profundamente. estão em decadência; que deveria haver um plano para
mundo no sector diamantífero. Os anos de Zuma vão sempre ser lembrados como os anos lidar com a presente seca na cidade do Cabo. Em vez
A informação foi transmitida em que uma família de empresários indianos capturou de resolver os problemas do país, diz o meu amigo, Zuma
durante uma reunião com praticamente o país. Bastava só alguém ir a uma livraria andou para cima e para baixo lidando com vários
o responsável da Alrosa. em Joanesburgo: havia prateleiras bem cheias de livros escândalos. O Arcebispo Desmond Tutu tinha razão.■
Palavra
de Honra
GUSTAVO COSTA
ABREU PAXE
«O intelectual aqui já é forjado
para a cadeia de privilégios»
O académico e escritor angolano Abreu Paxe As dinâmicas sociais, económicas Sim, pode ser isso, mas também há a
e políticas dos países são possibilidade de pensarmos de outra
aborda o papel de uma elite intelectual vezes sem habitualmente marcadas pela maneira. Talvez para alguns destes in-
intervenção pública dos seus telectuais não seja por medo, mas sim
conta chamada a intervir em situações em que intelectuais que, enquanto cidadãos pelo facto de serem eles parte do siste-
só os políticos são tidos e achados como os fiéis e sobretudo formadores de opinião, ma, os que ajudaram a construir a má-
são uma espécie de contrapeso aos quina pública do poder. Colocando as
emissários de ideias e opiniões sobre o país poderes instituídos ou não. Muitas das coisas deste modo, podemos facilmente
críticas apontadas aos intelectuais compreender que, mesmo quando eles
político, cultural e económico. A conversa teve angolanos são precisamente por actuam como artistas ou em outras ac-
como mote as críticas que são dirigidas a essa elite. muitas vezes se colocarem à margem tividades afins, são sufocados pelo con-
desses processos. O que lhe pergunto fronto de não se verem eles mesmos
é se isso é ou não o reflexo de uma como críticos de si próprios. As dinâmi-
◗ NOK NOGUEIRA (textos) classe de intelectuais que vive cas sociais, económicas e políticas, em-
◗ OSMAR EDGAR (fotos) à sombra do medo? bora as perceba, ficam adormecidas aí,
“
mos essas narrativas em relação às pes- que fossem inibidas as acções dos inte-
soas que na sua compreensão assim se lectuais que não aderissem nem nestes
comportassem, ou seja, as figuras ou os nem em outro posicionamento, e ador-
projectos políticos que não afinassem mecida a sua capacidade produtiva, por
«Há o problema com o poder, seja ele ditado pelos inte-
resses estrangeiros ou mesmo pelos in-
conta do poder instalado pela situação
criada pelos vários cenários políticos vi-
de natureza teresses do partido da situação. vidos desde a escravidão, o trabalho for-
çado e o colonialismo. Por conta destes,
histórica que é Sempre que há o despoletar a acção do intelectual, tanto os que esti-
de um problema, contrariamente vessem ao serviço do poder como os que
o do silenciamento ao que acontece em outras não tivessem, era de igual modo silen-
paragens, os órgãos ciada. Para estes últimos, os seus pas-
do lugar de criação de comunicação preferem sos eram cada vez mais reduzidos, mas
a reacção de um político também pela capacidade da imprensa
e de invenção a de formadores de opinião. em voga, não davam espaço destes
do intelectual Não está aqui um sinal evidente
desta hierarquização?
exercerem o seu papel. Mas isso tam-
bém, como já apontámos, tem antece-
que não fosse sob Bem, entendo aqui o político como actor,
e esse também pode ser formador de
dentes históricos ligados, não só, ao
princípio comunista da antiga União
o eixo de direcção» opinião, mas esse, claro, conformado Soviética, em que os intelectuais esta-
com a situação do momento, daí os ou- vam ao serviço da máquina revolucio-
tros actores, digo formadores de opi- nária que visava construir os ideais da
nião, que são protegidos se o desenho for causa a que se propunham e também
«Fomos ensinados o de se querer que o problema não deva ao princípio do poder cristão que se re-
ser compreendido de outro modo. É aqui flecte nas práticas dos intelectuais li-
e estimulados que o que chama, e também nos parece, gados à acção cívica, sendo que a sua
a compreender de hierarquização acontece como reali-
dade e passa a ser um lugar central, de
relação com o poder era quase desen-
corajada. Como não ir à tropa, ou fazer
que para a direcção, que decide, sem nenhum tipo
de negociação, por nós. Isso faz com que
política activa. Casos das Testemunhas
de Jeová e de outras igrejas evangélicas
compreensão a atitude dos diferentes actores seja a de que resignavam a vida pública activa e
demonstrar estabilidade e essa deve ser participativa.
dos nossos sustentada pelas mesmas pessoas, ou
deve ser olhada do mesmo modo. Fomos Não haverá aqui certa
problemas e a sua ensinados e estimulados a compreender permissibilidade da elite intelectual
que para a compreensão dos nossos pro- em não ocupar espaços que
consequente blemas e a sua consequente resolução a dinâmica social em si atribui
resolução cabe cabe apenas aos políticos. àqueles que têm por missão
reflectir sobre os problemas e não
apenas aos Vou reportar-me a uma entrevista
que concedeu aqui há uns anos
permitir que haja um apoderamento
da abordagem pelos políticos?
políticos» o escritor José Eduardo Agualusa, Pelas razões acima levantadas de natu-
quando dizia que os escritores reza histórica, os diferentes papéis so-
angolanos tinham medo de ciais desempenhados pelos intelectuais,
descrever a realidade tal como ela ou por religiosos, ou por comunistas,
«As crises políticas é por recearem o impacto político juntando isso ao carácter centralista e
das suas posições. Incomoda-o esta centrado que o poder político herdou da
internas vividas leitura, até como escritor? linha política da primeira república —
no seio do MPLA De modo algum, aliás, a resposta que dei
há pouco mostra mesmo esse tipo de ati-
digamos que o facto de os partidos políti-
cos como a UNITA e a FNLA terem sido
também podem tude, no caso dos escritores ou, de modo
mais geral, dos artistas que ajudaram a
afastados do espaço político como acto-
res activos — criou-se esse tipo de atitu-
estar na causa disso. construir esse lugar de que estamos a fa- de. Mas isso não só se verifica no quadro
lar, estes como detentores de cargos pú- de relações do poder político a nível das
Tomemos como blicos ou de outras responsabilidades po- diferentes esferas do Governo, mas tam-
líticas sentem-se manietados pela má- bém nos diferentes partidos políticos e
passando a viver apenas com imagens exemplo o 27 quina do poder que eles alimentam e que noutras instituições cívicas com raras
do melhor passado que as consola. não podem criticar precisamente por excepções. Esses elementos, juntando
de Maio essa relação. Por outro lado, as crises po- aos outros acima enumerados, dão-nos
Não lhe parece que existe em
Angola uma certa hierarquização
e a repercussão líticas internas vividas no seio do MPLA
também podem estar na causa disso. To-
a impressão de que as elites políticas que
existem e onde elas actuam já enfer-
da sociedade que coloca os
políticos no topo da pirâmide
desse acto sobre memos como exemplo o 27 de Maio e a
repercussão desse acto sobre os intelec-
mam mesmo disso [de promiscuidade].
quando este espaço devia ser os intelectuais tuais na época. Foi-se criando ao longo De há um tempo a esta parte era
disputado? dos anos um ambiente político que favo- quase dado adquirido que aquele
Há o problema de natureza histórica na época» receu a cultura do medo. intelectual com uma certa
que é o do silenciamento do lugar de exposição pública fazia-o
criação e de invenção do intelectual que A política ou o impacto político em com a pretensa ideia de parar
não fosse sob o eixo de direcção. O pró- Angola exerce ou não certo freio ou ao governo ou à Assembleia. Isto
prio poder político chamou para si essa «Foi-se criando ao nas posições da chamada elite não esvaziou a luta cívica que o país
responsabilidade, sob a capa, por um
lado, da opção política que Angola toma
longo dos anos um intelectual?
Veio-me a ideia do romance de George
tinha de travar?
Sim, o intelectual aqui já é forjado para
em 1975, depois da independência, de
modo que a FNLA e a UNITA fossem afas-
ambiente político Orwell, intitulado 1984. Nesta obra, ha-
via um poder central, como o da antiga
a cadeia de privilégios ou da actuação
na política activa, daí relegar para qua-
tados como actores políticos activos na- que favoreceu a União Soviética, como o de Cuba, como o se plano nenhum as suas responsabili-
quilo que se pretendeu como acordo, exercido pela Igreja, que controlava to- dades políticas, públicas e cívicas, pre-
usando os artifícios de os transformar cultura do medo» dos os outros poderes. Para a nossa rea- cisamente para se conformar na má-
em inimigos. Daí serem rotulados como lidade, a cadeia de privilégios materiais quina pela qual se identifica. Ninguém
um mal a combater. O próprio MPLA, e a quase obrigatoriedade de sermos ac- podia ter acesso de forma desejada a
por via dos seus intelectuais, também tores políticos activos para nos benefi- determinados bens e serviços se não se
não escapou a isso, aliás, ainda hoje le- ciarmos desses privilégios fizeram com rendesse a isso.
COMUNICADO
Como é do conhecimento geral, existem limitações nos montantes de moeda estrangeira disponíveis para venda à economia. Esta situação
exige uma gestão cuidadosa das divisas, de forma a satisfazer, na maior extensão possível, as necessidades dos cidadãos e das empresas.
Ao BNA enquanto autoridade cambial, compete regular o mercado e velar pelo seu bom funcionamento, para que as divisas disponíveis possam
contribuir efectivamente para o alcance dos objectivos de crescimento e de desenvolvimento económico e social.
Para esse efeito, o BNA implementou um novo quadro cambial que, entre outras medidas, atribui aos bancos comerciais a responsabilidade de
venda de moeda estrangeira aos cidadãos e empresas que dela necessitam.
Assim, o BNA vem informar que as solicitações de compra de moeda estrangeira devem ser apresentadas, unicamente, aos bancos comerciais,
com excepção dos grandes importadores de medicamentos e/ou bens alimentares que ainda as podem apresentar aos ministérios da Saúde e
do Comércio respectivamente.
Ainda com o propósito de assegurar o uso mais eficiente das divisas, o BNA aproveita para recomendar o seguinte:
• Certificar-se de que existe indisponibilidade de oferta no mercado nacional dos bens ou serviços a serem importados;
• Privilegiar a importação com recurso a cartas de crédito, para garantir a entrega da mercadoria contratada, bem como o
pagamento ao fornecedor;
• Em casos de importação com recurso ao crédito de entidades externas (incluindo o crédito do exportador) ou na contratação de
serviços, obter o compromisso ou possibilidade de venda futura de divisas por parte dos bancos comerciais, antes de confirmar a
compra;
• Sempre que possível, contratar bens ou serviços directamente ao produtor ou a agentes oficialmente licenciados;
• Negociar preços competitivos de modo a não onerar a economia nem prejudicar a balança de pagamentos;
• Não contratar empresas cuja actividade seja duvidosa (regra geral incorporadas em jurisdições classificadas como paraísos
fiscais);
• Não fracionar facturas e respeitar as regras de compliance em vigor nos bancos comerciais;
• Consultar o banco comercial sempre que tiver dúvidas sobre as regras aplicáveis na realização de pagamentos ao exterior do país.
• Sempre que possível, apresentar as solicitações de compra de moeda estrangeira no banco comercial de domiciliação de salários
ou de depósito regular de rendimentos;
O BNA mantém disponível ao público em geral e aos clientes dos bancos comerciais, serviços de supervisão comportamental, de provedoria
do cliente (dsc@bna.ao) e de controlo cambial (dcc@bna.ao), para recepcionar quaisquer denúncias ou reclamações sobre práticas à margem
das regras vigentes ou que possam resultar na utilização indevida das divisas disponibilizadas ao mercado.
Sindicato Nacional de Professores (SINPROF) apoia a contratação de novos professores para o reforço do ensino
IMPASSE
SINPROF insiste na
actualização de categorias
SINPROF apoia contratação de 20 mil novos professores para o reforço do ensino, mas observa
com preocupação a falta de actualização das categorias dos professores existentes no sector.
◗ DULCINEIA LUFUA
Recentemente o Ministério da Educa- rio que o órgão de tutela evite que, com ca-se, mais uma vez, a confrontar-se Segundo o presidente do sindicato
ção (MED) anunciou a contratação de 20 a contratação de novos professores, os com uma paralisação”. Nacional de Professores, para um me-
mil novos professores nacionais para o antigos se sintam menos valorizados. Recorde-se que o Governo angolano lhor enquadramento dos docentes a
ensino geral. O Sindicato Nacional de “Caso não se resolvam os antigos anunciou que vai proceder nos próxi- serem contratados pelo Estado, o Mi-
Professores (SINPROF) regozija-se com o problemas, os professores que serão mos tempos ao recrutamento de 20 nistério da Educação vai reunir-se nos
anúncio. Contudo, recorda que conti- admitidos deverão estar vantagem em mil professores para reforçarem o pre- próximos dias com os responsáveis
nua a ser preocupante a falta de actua- termos de categorias e salários. O que sente ano lectivo no sistema de ensino dos recursos humanos das diferentes
lização das categorias dos professores não é bom”, alertou o líder sindicalista. nacional. direcções provinciais do sector.
existentes no sector. Clarifica, no entanto, que “não estão Não obstante o anúncio do reforço no
“O SINPROF apoia a contratação de em causa” propriamente exigências de quadro docente, Guilherme Silva refere
novos professores, mas a chamada de
atenção enquanto sindicalistas é e
aumento salarial, mas “sim um antigo
problema” de actualização de catego-
◗ «A chamada que se estará “longe de se atingir aquilo
que é o necessário” para a cobertura
sempre será para a actualização das rias de professores, que passa, segundo de atenção nacional.
categorias dos professores existentes fez saber, pela aprovação do estatuto da Numa recente declaração à impren-
no sector antes do concurso”, recorda carreira docente e da sua publicação é e sempre será sa nacional, a ministra de tutela,
Guilherme Silva.
O presidente do Sindicato Nacional
em Diário da República.
Guilherme Silva avisa: “Se não se fi-
para a actualização Cândida Teixeira, disse que o país ne-
cessita de 70 mil novos professores
de Professores observa que é necessá- zer [a actualização], o Ministério arris- das categorias» para cobertura total.
Papel
de Parede
NOK NOGUEIRA
Trabalhadores da Empresa Nacional de Pontes falam em avançar com vigília caso a direcção-geral não tome medidas favoráveis
Trabalhadores da Empresa Nacional Era igualmente fácil ver o desespero duzir os funcionários é negativa, e o tinham feito”, explicaram, recordan-
de Pontes (ENP) dizem estar revolta- dos funcionários, muitos dos quais ti- este não tinha de ser o momento. Se a do que a ENP já foi uma “boa empresa”.
dos com a sua direcção-geral, devido nham as cabeças inclinadas sobre as direcção realmente quiser reduzir os Maria Alexandrina, funcionária há
aos 52 meses de salários em atraso, pernas para esconder as lágrimas, en- trabalhadores, terá de pagar os salá- mais de 20 anos, disse-nos que a úni-
não tendo até ao momento recebido quanto alguns, como forma de tenta- rios e dar garantia de que estas pes- ca coisa que os trabalhadores têm es-
qualquer resposta da instituição. rem abstrair-se da realidade que se soas poderão voltar assim que as coi- tado a usufruir é do subsídio de férias,
A equipa de reportagem do Novo Jornal vive na empresa, jogavam “damas”. sas normalizarem”, sublinharam os para além disso já ninguém recebe
deslocou-se até às instalações da ENP, A maior parte dos funcionários da ENP funcionários, acrescentando que nenhum valor.
no município do Cazenga, onde consta- entra às 08h e sai às 12h00, passando o caso contrário “ninguém vai aceitar “A empresa não está a ajudar em
tou um cenário de grande preocupação tempo sem ter nada que fazer. ir embora”. nada. Não temos deixado nada em
por parte dos funcionários. Diante da situação, os funcionários Denunciaram ainda que tudo isso casa. A maior parte dos funcionários
Tristeza, irritação, falta de esperan- disseram que empresa vai afastar al- está a acontecer “porque o Governo está desta empresa vive em casas arren-
ça e de motivação estavam estampa- guns trabalhadores, que vão ficar em a permitir” que o problema chegue até dadas e ninguém está a conseguir pa-
das no semblante dos trabalhadores, casa durante seis meses, sem receber esse extremo. gá-las”, desabafou.
com pouca ou nenhuma força para nenhum dinheiro. “O problema, por um lado, está no A funcionária explicou ainda que, no
enfrentar as dificuldades. “A decisão da direcção-geral de re- Governo. Se eles quisessem resolver, já mês passado, a empresa depositou na
Desabafo
«A empresa não está a ajudar
em nada. Não temos deixado
nada em casa. A maior parte
dos funcionários desta empresa
vive em casas arrendadas
e não estão a conseguir pagá-las»
Inquietação
«Como é possível a empresa dar-
-nos 40 mil kwanzas e dizer-nos que
vai descontar no nosso salário?
Isso é desumano. A empresa tinha
de nos entregar esses valores
a título definitivo»
Mateus Alberto Muanza, primeiro-secretário da comissão sindical
Gastos
«Passamos uma parte do dia «A direcção tem
na empresa sem fazer nada.
Vimos aqui cumprir formalidade
e gastamos o dinheiro de táxi
estado a tomar decisão
sem qualquer necessidade»
de forma isolada»
Reduzir funcionários Reagindo às dificuldades dos traba- orientado a direcção da empresa que
«A decisão da direcção-geral lhadores, o primeiro-secretário da co- resolvesse o problema e que, igual-
de reduzir os funcionários missão sindical, Mateus Alberto mente, cooperasse com a comissão
é negativa, e este não tinha de ser Muanza, contactado pelo Novo Jornal, sindical no sentido de se encontrar
o momento. Se a direcção realmente disse que neste momento estão muito soluções. Mesmo assim, a situação
quiser reduzir os trabalhadores, aflitos e sem nenhuma esperança de em nada alterou.
terá de pagar os salários» quando é que vão poder receber os “Quando o ministro visitou a insti-
respectivos salários. tuição, disse-nos que o sindicato pas-
Segundo o dirigente, a direcção- saria a cooperar com a direcção no
-geral da empresa convocou em De- sentido de se encontrarem ideias
zembro uma assembleia de traba- para ultrapassar essas dificuldades,
lhadores, na qual informou que vai mas a situação não se alterou”, sa-
dispensar alguns profissionais duran- lientou, acrescentando que a direc-
conta dos funcionários 40 mil kwan-
zas, mas que este valor será desconta-
◗ «O problema te seis meses sem que estes recebam
qualquer valor.
ção tem estado a tomar decisões de
forma isolada, “o que para nós é uma
do assim que os trabalhadores recebe- está no Governo. “Como é possível reduzir trabalha- atitude que transgride a legislação
rem os seus salários. dores sem que estes recebam qual- nacional referente ao Trabalho”.
“Como é possível a empresa dar-nos Se eles quisessem quer dinheiro para as suas estadias face às dívidas para com os mais 400
40 mil kwanzas e dizer-nos que vai
descontar no nosso salário? Isso é de-
resolver, já em casa?”, questionou-se, salientan-
do que o sindicato vai ficar à espera da
trabalhadores que já datam de 2011, a
direcção da Empresa Nacional de Pon-
sumano. A empresa tinha de nos en- o tinham feito» relação nominal dos funcionários que tes pagou, em Agosto do ano passado,
tregar esses valores a título definitivo, vão sair para depois exigir um escla- quatro salários, estando ainda em
uma vez que estamos há cerca de qua- recimento à direcção sobre se o pro- atraso vários anos de pagamentos.
tro anos sem usufruirmos os nossos funcionários, dispõe de dinheiro, fissional vai receber dinheiro e se há Sem data previsível para verem li-
ordenados”, concluiu. mas a direcção prefere não pagar os garantias da sua reintegração. quidados os salários em atraso, a
De acordo com a funcionária, a Em- 52 meses de salários em atraso. Em Outubro, o ministro da Constru- comissão sindical da empresa ga-
presa Nacional de Pontes não tem “Ninguém sabe mais o que fazer. A ção e Obras Públicas, Manuel Tavares rante que os funcionários vão conti-
prestado atenção aos trabalhadores, gente lamenta-se e mesmo assim de Almeida, visitou as instalações da- nuar em vigília, o que sucede desde
porque para além do salário há outros nada é resolvido. É triste”, queixaram- quela instituição pública, tendo o ano passado.
problemas, como a falta de um seguro -se os trabalhadores, concluindo, em
de saúde e meios de transportes para tom de desabafo, que “a direcção está a
os trabalhadores se deslocarem. matar a empresa”.
Diante de toda esta situação, os fun- Com dívidas para com os trabalha- SEM AVANÇAR DATA
cionários disseram ser obrigados a dores que já datam de 2011, a direcção
comparecer diariamente na empresa, da Empresa Nacional de Pontes liqui-
Director fala em esforço
sem, no entanto, beneficiarem de dou, segundo o Jornal de Angola, em para resolver a situação
qualquer subsídio, como é o caso dos Agosto do ano passado, quatro dos sa-
transportes. lários em falta. Segundo informações avançadas pela agência Lusa, José Henriques
“Passamos uma parte do dia na em- Segundo o ministro da Construção, considerou o processo “um sacrifício” para permitir estabilizar a unidade,
presa sem fazer nada. Vimos aqui Manuel Tavares de Almeida, a situa- e assegurou ainda pagar os ordenados atrasados há 52 meses,
cumprir uma formalidade e gastamos ção daquela empresa pública “foi sem, contudo, avançar o horizonte temporal para respectiva liquidação
o dinheiro do táxi sem qualquer neces- agravada igualmente pela crise eco- da dívida para com os cerca de 400 trabalhadores. José Henriques
sidade. Até quando esta situação vai nómica e financeira” que Angola vive, disse também que a situação da empresa é do conhecimento
continuar assim?” questionaram os garantindo mesmo que “a empresa dos funcionários, “que estão a par da realidade” e que “sempre reinou
trabalhadores . até tem valores a receber”, mas na o diálogo aberto” sobre o quadro da Empresa Nacional de Pontes. ◗ A.G.
A empresa, segundo avançaram os forma de títulos.
■ OSMAR EDGAR
Automobilistas que circulam no troço da rua do Porto Santo, que dá acesso à fábrica da Nocal, queixam-se do estado de degradação em que se encontra a via
Em Viana
Cidadão
Escola Mutu-ya-
Kevela reabre português
como Magistério
A escola Mutu-ya Kevela,
assassinado
uma das primeiras da cidade
de Luanda no tempo colonial
e de maior dimensão,
durante um
reabre este ano lectivo
como Escola de Formação
assalto
de Professores (Magistério
Primário), anunciou em Luanda Nelson Silva, de 65 anos, de nacionali-
a ministra da Educação, dade portuguesa, foi asfixiado até à
Cândida Teixeira. morte no interior de um armazém de
O antigo Salvador Correia, frescos, durante um assalto praticado
baptizado com o nome de por 15 homens armados não identifica-
Mutu-ya-Kevela desde 1975, dos no Quilómetro 30, em Viana, disse
foi encerrado em 2008, ao NJ Online fonte do SIC, em Viana.
em função do estado Os assaltantes entraram no armazém
de degradação em que por volta das 18h00 de quarta-feira e só
se encontrava. saíram do recinto cerca da 01h00 de quin-
ta-feira, com dois contentores frigoríficos
cheios de peixe e carne.
As fortes chuvas que caíram em Luanda deixaram 2.200 residências inundadas
O Novo Jornal Online contactou o Di-
País carece rector de Comunicação do Ministério
de material para do Interior, intendente Mateus Rodri-
energia pré-paga Balanço gues, que garantiu a ocorrência sem, no
entanto, adiantar mais pormenores.
Os cortes de energia eléctrica
em Luanda vão continuar
até ao final deste ano devido
Chuvas em Luanda “O caso está sob investigação e de mo-
mento não posso adiantar nada para não
atrapalhar as investigações”, rematou.
à saturação e sobrecargas
em algumas subestações.
A informação foi avançada
provocam vítimas Segundo uma fonte do Serviço de In-
vestigação Criminal que esteve no local
do crime por volta das 02h00 de quinta-
pelo director
da Empresa Nacional mortais -feira, no momento do assalto “os me-
liantes prenderam os seguranças e um
de Distribuição cidadão de nacionalidade portuguesa
de Electricidade (ENDE), As fortes chuvas que caíram em com o coração nas mãos. Como solu- que se encontrava no local a descansar”.
Sérgio Dindanga, salientando Luanda provocaram pelo menos dois ção, peço a intervenção rápida das “O cidadão português terá mostrado
que a expansão mortos, estando um outro cidadão autoridades”, pediu. resistência durante a abordagem dos
dos contadores pré-pagos desaparecido, e deixaram 2.200 resi- O mesmo cenário verificou-se no meliantes e foi amarrado e depois es-
em Luanda continua dências inundadas, ruas alagadas e bairro do Catinton, no distrito urbano pancado. Os marginais asfixiaram o
em curso e que também árvores caídas, criando difi- da Maianga, onde sete residências e homem até à morte”, contou.
o atraso na montagem culdades à passagem de pessoas e de várias árvores foram arrastadas pela A fonte explicou ainda que a vítima es-
em algumas zonas viaturas em algumas zonas da capi- forte correnteza das águas. tava em Angola havia oito dias, veio para
é pela falta de produção tal. A informação foi avançada pelo No município do Cazenga, na zona renovar o cartão de residente.
dos equipamentos no país. porta-voz do Comando Provincial de da BCA, uma lagoa tomou conta da “Segundo as nossas investigações, apurá-
Luanda do Serviço Nacional de pro- rua dificultando tanto os automobi- mos que a vítima está em Angola há oito dias
tecção Civil e Bombeiros, Faustino listas que circulavam na zona, como para renovar o cartão de residente, durante
Minguêns. as pessoas que tentavam chegar até este tempo ficou hospedado no armazém do
Hospital Geral No bairro Mulenvos de Cima, no ao SIAC. Enquanto isso, alguns jovens seu parente”, disse a mesma fonte.
necessita de município de Viana, várias famílias aproveitavam a lagoa para a lavagem Nelson Silva não era o dono do esta-
médicos cirurgiões ficaram com as suas residências de viaturas. belecimento e nem estava ligado ao
inundadas, tendo a situação sido des- negócio de frescos.
Médicos de cirurgia crita pelos moradores como crítica,
são precisos, com urgência,
no Hospital Geral
conforme apurou o Novo Jornal.
João André, que viu os seus perten-
◗ «Só vivemos ■ QUINTILIANO DOS SANTOS
“17 de Setembro”, ces serem levados pelas águas, conta bem no tempo
no Sumbe, Kwanza-Sul, que foram obrigados a passar a noite
com vista a assegurar em residências de vizinhos. seco, quando
os serviços nesta unidade
sanitária, deu a conhecer
“A minha casa ficou inundada. Ti-
vemos que nos socorrer nas casas de
começa a chover
Agostinho da Silva, director outros vizinhos, para evitar uma ficamos com o
provincial da Saúde interino. desgraça; mesmo assim, a minha
A fonte afirmou que viatura ficou retida nas águas”, la- coração nas mãos»
apenas dois médicos mentou o cidadão, acrescentando
de especialidade que, além das inundações, as chuvas
de cirurgia prestam serviços, agravaram a situação do saneamento Ainda no Cazenga, verificaram-se
diariamente, no Hospital, básico na zona. enchentes em algumas paragens de
havendo a falta “As águas que entravam na minha táxis. Os passageiros queixavam-se
de outros especialistas, residência vinham acompanhadas que os taxistas encurtavam as vias e
como neurocirurgião, com lixo”, sublinhou o morador, rela- subiam o preço das corridas de táxi.
de medicina, ortopedistas, tando que a situação não é de hoje. Um Recorde-se que as chuvas que caíram
cardiologistas, facto que levou a que alguns moradores sobre Luanda no mês de Janeiro deixa-
de otorrinolaringologia, abandonassem as suas residências. ram cerca de 350 residências inunda-
maxilofacial e neurologistas. “Só vivemos bem no tempo seco, das e oito habitações na iminência de
Assassinato no Km 30, em Viana
quando começa a chover ficamos desabar. ◗ D.L.
Vários relatos apontam que, em muitos casos, os pais se opõem ao relacionamento com disparidade de idades
Sociedade dividida
quanto à disparidade
de idades na relação
É um assunto de discussão interminável. Interesse material e desproporcionalidades são os pontos
de defesa de quem olha para a realidade com reservas. Os prós vêem na oposição uma manifestação
de preconceito e garantem existir felicidade verdadeira e duradoura numa relação com disparidade
de idades. Afinal, o amor tem ou não idade?
◗ ÁLVARO VICTÓRIA E ANTÓNIO GASPAR
Opinião
CARLOS CONCEIÇÃO
■ D.R.
Vicente Leitão, PCA da Recredit, instituição que negocia o crédito malparado na banca comercial
CRÉDITO MALPARADO
Recredit quer
responsabilização
de gestores
A empresa criada pelo A Recredit não vai comprar o crédito mal- “assumir” o crédito malparado do BPC, ção que deu crédito de modo irregular,
parado que não tem garantias de ser re- que, no ano passado, estava estimado deve ser responsabilizado”, disse Filipe
Estado para recuperar cuperado no sistema bancário, segundo em mais de 500 mil milhões de kwan- Eduardo, que prefere ver os processos
garantiu esta semana em Luanda o seu zas, a Recredit olha para o negócio como resolvidos fora dos tribunais.
o crédito malparado administrador executivo Filipe Eduardo. uma forma de diminuir aquilo que é fal- “Nós, enquanto empresa, fugimos ob-
da banca quer ver De acordo com o responsável, a sua ta de disponibilidade de liquidez dos ba- viamente de uma solução de litigância
empresa não vai “branquear” a má ges- lanços para poder financiar a econo- judicial, porque sabemos que isso de-
responsabilizados tão de alguns gestores, aquando da ce- mia, garante o administrador executivo mora 7 ou mais anos e é completamen-
dência de crédito aos seus clientes sem da instituição, que, no entanto, alerta te fora da oportunidade de negócio em
os gestores pelas garantias necessárias. para a necessidade de quem deu mal o que estamos envolvidos”, disse.
más práticas e avisa “A Recredit não vai branquear nem crédito vir a ser responsabilizado. No ano passado, o Estado concedeu
pôr uma esponja sobre aquilo que é a “Se há um Conselho de Administra- dois mil milhões de dólares à Recredit
que só negociará má gestão dos bancos. Nós fazemos ne- para comprar os créditos malparados
gócios, portanto, os accionistas dos da banca nacional, dinheiro que a insti-
com garantias de
recuperação do crédito.
bancos é que devem chamar à respon-
sabilidade àquilo que são as perdas dos ◗ «A Recredit tuição usaria também para negociar a
aquisição de crédito malparado de ou-
bancos. A Recredit não vai enxugar es-
tas perdas”, disse Filipe Eduardo.
não vai enxugar tras instituições bancárias, como ga-
rantiu na altura o seu presidente do
◗ FAUSTINO DIOGO Criada em 2016, inicialmente para estas perdas» conselho de administração.
Breves
■ D.R.
Divisas
Bancos
Moeda Nacional
comerciais volta a perder
terreno
com plena O kwanza voltou
Luanda tem pouca iluminação, pouca água e os edifícios não são auto-sustentáveis
China e CPLP
Comércio
cresce 29,4%
no ano
passado
As trocas comerciais entre a China e os
países de língua portuguesa cifraram-
-se em 117,58 mil milhões de dólares
no ano passado, valor que representa
um aumento homólogo de 29,40%, de
acordo com dados oficiais chineses
divulgados pelo Fórum de Macau.
As exportações da China para os
Procura de petróleo em alta em 2018
oito países de língua portuguesa cres-
ceram 23,2% para 36,57 mil milhões
de dólares e as importações aumen-
taram 32,18% para 81 mil milhões de Petróleo
dólares, fazendo com que a China te-
nha registado um défice comercial de
44,43 mil milhões de dólares.
AIE revê em
Isabel dos Santos e Sonangol em contramão
O comércio com o Brasil atingiu
87,53 mil milhões de dólares, com a
China a ter vendido bens no valor de
alta previsão
29,23 mil milhões de dólares e a ter
importado mercadorias no montan-
procura para
Dividendos te de 58,30 mil milhões de dólares,
mantendo o país do samba como o este ano
Isabel dos Santos principal parceiro comercial entre
os países que falam português.
Com Angola, o segundo parceiro co-
A Agência Internacional de Energia
(AIE) reviu ligeiramente em alta a
PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS
O Banco Nacional de Angola (BNA) realizou na passada quarta-feira Na semana de 05 a 09 de Fevereiro, o Tesouro Nacional, por inter- As taxas de referência do MMI (LUIBOR) registaram aumentos em
(07), um leilão de venda de divisas no montante de USD 225,6 mi- médio do BNA, colocou a segunda emissão de Títulos do Tesouro no todas as maturidades, excepto a maturidade a 9 meses que se man-
lhões. O montante vendido, essencialmente para cobertura de Car- mercado primário no montante total de AOA 48.837 milhões, sendo teve em 22,51%. Destaque para maturidade Overnight que teve um
tas de Crédito, foi para assegurar a importação de matérias-primas, que apenas foram absorvidos cerca de AOA 31.856 milhões, mais aumento de 44bp tendo encerrado em 19,89%. As restantes matu-
peças e equipamentos para indústria transformadora, alimentar e AOA 11.495 milhões em relação a semana anterior. O montante ab- ridades encerraram a semana da seguinte forma: 1 mês a 18,75%
bebidas e prestação de serviço ao sector petrolífero. A taxa de câm- sorvido, totalmente em Obrigações do Tesouro Indexadas à Taxa de (+9bp); 3 meses 19,92% (+9bp); 6 meses 21,13% (+16bp) e 12 meses
bio de referência manteve-se constante em AOA 258,038/EUR. Não Câmbio, foi canalizado nas maturidades de 3, 4, 5, 6 e 7 anos a taxas 23,69% (+24bp).
obstante o novo regime cambial ter entrado em vigor, para bens de 7,00%, 7,25%; 7,50%; 7,75% e 8,0% respectivamente.
alimentares e medicamentos, o BNA mantém ainda o mecanismo
de Vendas Directas por indicação dos organismos de tutela, para
Operações Privadas (Educação, Saúde, Viagens e Salário dos Ex-
patriados), a venda de divisas mantém-se por alocação aos bancos
comerciais em função da sua quota de mercado no seguimento de
particulares.
NACIONAL
AGENDA INFLAÇÃO
DATA INDICADOR ESTIMATIVA ANTERIOR
VARIAÇÃO DO IPC POR CLASSE DE DESPESA TAXA DE INFLAÇÃO HOMÓLOGA
14-Feb AO: Leilões de devisas - data prevista NOTA:
45%
14-Feb AO: Leilões de BT’s (91, 182 e 364 dias)- data prevista AO Angola
Classes de Despesa Variação Dez-17 40%
14-Feb AO: Leilões de OTNR (2,3,4,5 y) - data prevista ZE Zona Euro
GE Alemanha 35%
14-Feb AO: Leilões de OTME (5,7 y) - data prevista Índice Geral 1.13
UK Reino Unido 30%
14-Feb AO: Leilões de OTTXC (3,4,5,6…10 y) - data prevista US EUA Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas 0.74 25%
28-Feb AO: Comité de Política Monetária (CPM) do BNA JP Japão Bebidas Alcoólicas e Tabaco 1.21 20%
13-Feb UK: IPC A/A Jan 2.9% 3.0% CH China 15%
BZ Brasil Vestuário e Calçado 1.49 10%
13-Feb JP: Deflator do PIB A/A 4Q 0.0% 0.1%
SA África do Sul Habitação, Água, Electricidade e Combustíveis 1.81 5%
14-Feb GE: PIB T/T 4Q 0.6% 0.8% RU Rússia 0%
14-Feb ZE: Produção Industrial A/A Dez 4.2% 3.2% AO Angola Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção 1.36
Dec/15 Apr/16 Aug/16 Dec/16 Apr/17 Aug/17 Dec/17
14-Feb ZE: PIB A/A 4Q 2.7% 2.7% Saúde 1.44
14-Feb US: IPC M/M Jan 0.3% 0.1%
Transportes 1.03 Inflação Homóloga
15-Feb JP: Produção Industrial M/M Dez --- 2.7%
15-Feb US: Novos Ped. Seg. Desemprego 10/fev 228k 221k Comunicações 0.09
15-Feb US: Produção Industrial M/M Jan 0.2% 0.9% Lazer, Recreação e Cultura 1.59
Educação 0.00
Hoteis, Cafés e Restaurantes 1.46
Bens e Serviços 1.96
Brent OGE 0
dez/15
fev/16
abr/16
fev/17
jun/16
ago/16
out/16
dez/16
abr/17
jun/17
ago/17
out/17
dez/17
* «Bloomberg Dated Brent Oil 15-45 Days Fwd Strip Price Angola»
mai/16
nov/16
mar/17
mai/17
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Luibor 12M 23.69% 24 30 61 25.80% 21.93% CNY | AOA 33.148 0.7% 1.0% 29.9% 33.324 24.079
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Overnight 3 Meses 2016 2017 2018
6 Meses 12 Meses
INTERNACIONAL
MERCADOS ACCIONISTAS MERCADO CAMBIAL TAXAS DE JURO USD E EUR
COTAÇÃO VARIAÇÃO (%)
COTAÇÃO VARIAÇÃO(%) 52 SEMANAS COTAÇÃO VARIAÇÃO EM BP 52 SEMANAS COTAÇÃO VARIAÇÃO EM BP 52 SEMANAS
ÍNDICE 09-Fev 1W MtD YtD PAR
09-Fev 1W MtD YtD Máx. Mín. 09-Fev 1W MtD YtD Máx. Mín. 09-Fev 1W MtD YtD Máx. Mín.
DOW JONES 24,190.90 -5.2% -7.5% -2.1%
S&P 500 2,619.55 -5.2% -7.2% -2.0% EUR | USD 1.221 -2.0% -1.6% 1.7% 1.254 1.049 Taxa de Juro de Obrigações do Tesouro T
NASDAQ 6,874.49 -3.7% -7.2% -0.4% GBP | USD 1.378 -2.4% -2.9% 2.0% 1.435 1.211 EUA EUA
FTSE 100 7,092.43 -4.7% -5.9% -7.7% EUR | GBP 0.886 0.4% 1.3% -0.2% 0.931 0.831 2 Anos 2.004% -13.7 -13.7 12.1 2.182% 1.141% Libor O/N 1.439% -0.5 -0.1 1.0 1.444% 0.681%
BOVESPA 80,898.70 -3.7% -4.7% 5.9% USD | ZAR 12.118 0.3% 2.3% -2.1% 14.574 11.797 5 Anos 2.461% -12.8 -5.3 25.4 2.619% 1.597% Libor 3M 1.811% 2.4 3.3 11.6 1.811% 1.034%
PSI 20 5,398.34 -2.1% -4.7% 0.2% 10 Anos 2.788% -5.3 8.3 38.2 2.883% 2.014% Libor 6M 2.026% 4.3 6.0 18.9 2.026% 1.335%
Nikkei 255 21,382.62 -8.1% -7.4% -6.1% Zona Euro (OTs Alemanha) Zona Euro (OTs Alemanha)
2 Anos -0.567% -2.7 -4.1 6.0 -0.508% -0.958% Libor O/N -0.363% 0.0 -0.8 -1.7 -0.241% -0.373%
5 Anos 0.096% -2.9 -0.8 29.8 0.153% -0.602% Libor 3M -0.329% -0.1 -0.1 0.0 -0.325% -0.332%
10 Anos 0.745% -2.2 4.8 31.8 0.806% 0.156% Libor 6M -0.278% 0.0 0.1 -0.7 -0.237% -0.279%
Presidente de África do Sul desde 2009, Jacob Zuma enfrenta vários processos de corrupção e é investigado por supostamente favorecer empresários
◗ NOVO JORNAL
importante da nossa terra, mas
quando o aceitei entendi e compro-
para Zuma mar Gupta, Rajesh Kumar Gupta, Ajay
Kumar Gupta, Kamal Vasram, Linkway
meti-me a submeter-me à suprema renunciar ao cargo Traiding, Lda., representada por Ronica
Breves
ÁFRICA
■ D.R.
Forças de Segurança
Cabo Verde
Guiné-Bissau
com centro reage a sanções
da CEDEAO
africano Um comunicado assinado
Haiti
Graves acusações
de violência sexual à Oxfam
■ D.R.
Uma das organizações
não-governamentais
britânica mais prestigiada
acaba de sofrer um grave
revés com acusações
comprovadas de violações
sexuais e orgias durante
a campanha de apoio
às vítimas do terramoto
que devastou o Haiti.
◗ NOVO JORNAL
Nova «Trumpice»
Advogado
Macron ameaça
de Trump bombardear
a Síria
paga a actriz O Presidente francês
Amélia Dalomba é ambientalista, poetisa, escritora, artista plástica, compositora, intérprete e declamadora
LANÇAMENTO
Antologia de Amélia
Dalomba é lançada a 22
Na antologia, que vai agora ser lançada, Amélia Dalomba reúne poesia publicada entre 1995 e 2005,
dividida em sete capítulos. Cada capítulo corresponde a uma obra publicada, ao longo daquele
período, numa sequência cronológica decrescente. Chuva, publicado em 2005. Espigas de Sahel,
publicado em 2004. Sacrossanto Refúgio, publicado em 1996. Ânsia, publicado em 1995.
◗ NOVO JORNAL/I.C.
tem desenvolvido
souri (Três Cartazes à Beira da Estra-
da), The Darkest Hour (A Hora Mais Ne-
O actor Casey Affleck foi distinguido
com o Óscar de melhor actor principal,
e amanhã
uma vocação
gra), Dunkirk, The Post e Lady Bird. O
inesperado foi a escolha do filme de
pela interpretação em Manchester by the
sea, enquanto na categoria feminina foi no Hotel
poética única» terror Get Out, com nomeações para premiada Emma Stone, por La La Land.
Melhor Filme, Melhor Realizador e
Melhor Actor Principal.
Casey Affleck agradeceu aos res-
tantes nomeados, em particular a Diamante
A sua visão abre-se igualmente a Os principais candidatos são: Melhor Denzel Washington (nomeado por
paisagens externas e é muito signifi- Actriz, Sally Hawkins (The Shape of Wa- Vedações, que também realizava) e O Centro Cultural Brasil-Angola,
cativa a imagem que nos dá de Ma- ter), Frances McDormand (Three Bill- sublinhou desejar “ter algo maior e em colaboração com a empresa
drid e do Prado. A enciclopédia cultu- boards Outside Ebbing, Missouri) Mar- mais significativo para dizer”. Aurora Boreal, apresenta esta sex-
ral e poética está globalizada sem got Robbie (I, Tonya), Saoirse Ronan Por seu lado, o Óscar para Emma ta-feira, 16, e sábado, 17, pelas
perda de autenticidade, nem do (Lady Bird), Meryl Streep (The Post). Me- Stone foi o sexto para La La Land, filme 19h30, dois concertos de piano e
amor encantado feminino (materno lhor Actor, Timothée Chalamet (Call Me nomeado para 14 categorias. canto, denominados Clássicos do
até) que pulsa nesses versos”. by Your Name Daniel), Day-Lewis (Linha Brasil e Além-Mar.
Amélia Dalomba, nascida em Ca- Fantasma), Daniel Kaluuya (Get Out), O pianista é Alexei Shakitko e a
binda em Novembro de 1961, é am-
bientalista, poetisa, escritora, artis-
Gary Oldman (Darkest Hour) e Denzel
Washington (Roman J. Israel, Esq.).
◗ O inesperado foi soprano Marília Alberto, tendo
participação especial da Orquestra
ta plástica, compositora, intérprete e Quanto aos realizadores, as prefe- a escolha do filme Camerata de Luanda.
declamadora. rências foram para Christopher Nolan Além de repertório brasileiro, o
Tem formação em Economia Polí- (Dunkirk), Jordan Peele (Get Out), Greta de terror Get Out programa vai ser ainda preenchi-
tica, Jornalismo, Psicologia, Gestão
de Empresas, Ambiente e Desenvol-
Gerwig (Lady Bird), Paul Thomas An-
derson (Linha Fantasma) e Guillermo
com nomeação do com compositores da França,
República Checa e Argentina.
vimento. del Toro (A Forma da Água). para Melhor Filme Alexei Shakitko começou a traba-
Activista política, foi locutora, re- lhar na Ópera de Kirov, em São Pe-
dactora e repórter do então Emissor ■ D.R. tersburgo, em 1998, tendo feito de-
Regional de Cabinda, bem como do pois digressões pela Europa, Ásia e
jornal A Célula, em Luanda, além de África. Esteve em Angola pela pri-
colaboradora da Rádio Romântica. meira vez em 2004, a convite do
Integra, entre outras, as seguintes governo e regressou em 2012 para
instituições: Liga Africana; Associa- trabalhar em Luanda.
ção de Amizade Angola-Cabo-Verde; Marília Alberto é uma soprano
União dos Escritores Angolanos; angolana que começou a cantar
União Nacional dos Artistas e Com- aos nove anos no coro da igreja,
positores; Assistente de Direcção da desde então tem participado em
Ueca; União de Estudos Espirituais vários espectáculos no país.
Cristãos de Angola; Jopad – Jornalis- Em 2011, Marília começou a sua
tas Pelo Ambiente e Desenvolvimen- formação em Canto Lírico em Hava-
to; Movimento Poetas Del mundo” na, mas há três anos destacou-se
(Chile); Miradas de Artistas Plásticas após realizar o seu primeiro concer-
(Equador); Academia Estudantil de to lírico em Luanda. No ano seguin-
Arte Contemporânea (AEAC) Rio de te gravou o seu primeiro álbum, A
Janeiro. Música em Mim.
Social e culturalmente muito acti- Os bilhetes estão à venda aos pre-
va, Amélia Dalomba tem igualmente ços de 8.000 kwanzas para o público
um percurso de intensa actividade em geral e de 2.000 kwanzas para
cultural, nomeadamente na interac- estudantes, que deverão apresentar
ção com as mais novas gerações e o respectivo comprovativo.
também como, na sua forma de ser As reservas podem ser efectua-
estar, consegue com relativa facili- das no Hotel Diamante e os locais
dade criar consensos à sua volta, de venda online são ingressoprati-
bem ao contrário do que, infelizmen- co.co.ao ou auroraborealfesti-
A cerimónia de entrega dos Óscares tem lugar na madrugada do próximo dia 4 de Março
te, é comum no nosso meio cultural. val@gmail.com.
Crónica de viagem
A riqueza
da água
versus
pobreza
da população
Numa linguagem rica, entroncada entre
a descrição de uma viagem e o sabor de uma
crónica, Sandra Poulson transporta-nos para
um sítio conhecido por poucos. Dos muitos que
o país tem e dos quais quase ninguém tira
proveito, enquanto se mantiver a mentalidade
de que Angola é Luanda.
◗ SANDRA POULSON (textos)
◗ FOTOS (cedidas)
D. António
D
. António é uma figura
estranha na história
de Angola. Governador
do Moxico, a ele se deverá
a mudança do Moxico Velho, para
o Moxico actual, mais próximo
da linha dos Caminhos de Ferro
que então se construía.
Duas coisas caracterizavam
o Dom António: era Dom, embora
fosse republicano e vivia com uma
senhora negra. Deste desiderato,
dizem as más línguas duas coisas:
que a mandara à Missão para ser
baptizada como: Branca, Clara
das Neves, Leite Cal e Alvura;
Aviso público aos banhistas
Que o Dom, que utilizava como
se fosse nobre, provinha de um
nome de que ele não gostava,
por isso, em vez de escrever
■ D.R.
mazelas. Na Província do Kwanza–Sul, Tokota vive um dragão e que é por vezes formam um semicírculo e ao romperem
na Kumbira de cima na zona da Igreja visto a saltar em meia lua deste Morro o vento transmitem um som estridente.
Sagrada Família que pertence à Paró- para outro; e acrescenta que nunca acre- Ao pé dos tanques onde a água jorra
quia de Santo António, portanto sede da ditou nem desacreditou. A verdade é que, existem duas placas do Governo Provin-
Vila da Conda, tivemos o privilégio de um certo dia, no princípio de uma noite cial proibindo usar detergentes e lavar
conviver com dezenas de crianças escura, ele e a esposa estavam no curral roupa no tanque, afastando aproxima- Assim se terá
numa acção de Solidariedade Social da a observar uma porca, e vêm saltar da damente 10 metros a lavagem de roupa
DAR, no dia 31 de Dezembro de 2017. Pedra do Tokota algo parecido com uma da população, mas numa zona que po-
nobiliarquizado
Era um mar de pequenas ondas de cobra, com vários metros de compri- deria também ser usada para banhos
tenra idade, de cabelo, palmas das mento, com aproximadamente 50 centí- termais. O acesso ao tanque é difícil e a Duarte, escrevia tão somente
mãos e pés vermelhos, e de pequenas metros de largura, voando em velocida- estrada é íngreme e muito precária. a abreviatura — Dê com ponto.
feridas de sarna, que mais pareciam de recorde da dita Pedra do Dragão para Assim se terá nobiliarquizado.
peças enferrujadas. outra, ou melhor de um monte para ou- Mas a acolhedora Tenho procurado referências
A mais ou menos 20 quilómetros deste tro, deixando um rasto azul no céu e um Vila da Conda tem mais do seu passado. A História não
local estão situadas as águas quentes ou zumbi ensurdecedor de cobra, que os as- O Complexo de Piscinas da Conda, já a se refere a ele, os amigos, sim.
Termas do Tokota, cuspidas em jacto de sustou e os fez recolher. Diz o fazendeiro caminho da Kumbira 2, também é de Contava o meu cunhado
um Morro que no tempo colonial se cha- que, segundo o povo, no tempo colonial, águas quentes e termais menos quentes Fernando que quando aos
mava Carcaça e com os ventos da Dipan- quando estavam na colheita do café, que o Tokota, mas também sulfurosas. dezassete anos partiu para Lisboa
da passou a chamar-se Dragão. As águas usavam capacete por causa da cobra Fora do espaço vedado, mas ainda no estudar, (1948) D. António que
são muito quentes, acima de 40 graus voadora, o “dito dragão”. corredor das águas, é uma lavandaria estava no Lobito, fora-lhe dar um
centígrados e caiem para um tanque, es- Segundo Nguedalo, tratam-se de es- pública em Céu aberto. abraço dizendo: Vai, mas nunca
tando um outro inoperante. Segundo trelas cadentes que, na sua deslocação Concluindo, temos centenas de pes- te esqueças que és angolano.
Nguedalo, pessoa local, foram estes soas com infecções de pele nomeada- Não sei o que ele quereria dizer
mandados erguer por uma benfeitora, mente sarna, alguns vivem a mais ou com isto, o certo é que ele,
onde nos anos sessenta do século passa-
do vinham a banhos pessoas com doen-
◗ Temos centenas menos 20 quilómetros, os da Kumbira
2, outros bem mais perto das águas
o Fernando, nunca se esqueceu —
viveu como angolano, morreu
ças de pele e caravanas de leprosos, pois de pessoas com que curam as infecções da pele, mas como angolano, com a mulher
este água é sulfurosa e, segundo nos foi cujo rendimento é tão diminuto que e a irmã, devidamente fuzilados
dito, cura infecções de pele. infecções de pele, não permite as deslocações, para numa guerra angolana. O David
Conversando com um fazendeiro ins-
talado na zona, diz-nos ele que sempre
nomeadamente além de que temos populações com
hábitos de lavar roupa no rio, mesmo
partiu logo a seguir. Fez há dias
vinte e cinco anos. ■
ouviu da boca do povo que no Morro do sarna tendo acesso ao chafariz.
EXPOSIÇÕES
Mutamba
OPINIÃO
Mambos
da Nguimbi
CARLOS RENATO ■(DE KAMBAMBE)
ASSINATURA FOTOGRAFIA
S
exta-feira chegou (dia do homem ou da mulher solteira?), mais uma
semana cansativa, vou aproveitar para relaxar, tirar o stresse e me
divertir um coxe, txilar, cair na noite, fazer uma directa! Ainda não sei
aonde, nem com quem, não há kumbu. Não gosto de bandas em que barram
à toa os clientes à entrada sem explicação plausível, mesmo estando bem
apresentados e tendo dinheiro para o consumo. Esquecem-se que do bolso dos
clientes sai o kumbu que os sustentam! Gosto de lugares em que me sinta bem
logo a entrar, música, ambiente, pitéu e gente fixe que goste de bailar e não
se “ache” de bué, como se fosse a última bolacha do pacote, tanto que mesmo
querendo dançar prefere dar não sem saber porquê, e dia seguinte reclama
que nem dançou sequer um som… mas fez colecção de NÃO! Wis respeitosos,
que não entornem bebida de propósito por cima das raparigas, nem as pisem
ou empurrem, dj que conheça boa música, toque para agradar e não deixe
todos a mercê da tortura dos seus ruidosos desgostos musicais! Se houver
música ao vivo, melhor ainda, me lembro de quando íamos sentir o som dos
the kings, na Vila Alice, com os acordes do Toty e as cordas da Selda de cá!
Quando a sede vem, não me atrevo a pedir sumo natural, custa os olhos
da cara, é mais barato comprar um balde de fruta sem cabetula, do que
comprar um copo de 330 ml de sumo natural aguado… é “muita doré”! Quem
não deve sentir dor são os que vivem na área vip, com ngalas de old scotch ou
champagne, assumindo as rodadas que podem custar o salário de quem serve.
Mas nem todos têm o kumbu que dão jajão nos grifes de último grito, que nem
modelos publicitários, para impressionar as garinas que tentam dicar.
Brilham mais do que luboia, mesmo de noite as mauanas escuras não faltam!
Alguns até giram com o comprovativo de compra ainda a baloiçar na roupa,
Classificação
JG GM GS EP DT VT PT
1.º Petro 01 04 00 00 00 01 03
2.º Libolo 01 02 00 00 00 01 03
3.º Sporting 01 02 00 00 00 01 03
4.º Domant FC 01 01 00 00 00 01 03
5.º Caála 01 01 00 00 00 01 03
6.º B. Maquis 01 01 01 01 00 00 01
7.º Interclube 01 01 01 01 00 00 01
8.º D. Huíla 01 01 01 01 00 00 01
9.º JGM 01 01 01 01 00 00 01
10.º 1.º de Agosto 00 00 00 00 00 00 00
11.º Progresso S 00 00 00 00 00 00 00
12.º Kabuscorp 01 00 01 00 01 00 00
13.º Sagrada 01 00 01 00 01 00 00
14.º 1.º de Maio 01 00 02 00 01 00 00
15.º Académica 01 00 02 00 01 00 00
16.º KK FC 01 00 04 00 01 00 00
1.ª Jornada
1.º de Agosto - Progresso S
Sporting 2-0 Académica
Petro 4-0 KK FC
Libolo 2-0 1.º Maio
Caála 1-0 Kabuscorp
D. Huíla 1-1 Interclube
Domant FC 1-0 Sagrada
JGM 1-1 B. Maquis
Próxima Jornada
1.º de Maio — 1.º de Agosto
Já com o novo emblema, petrolíferos estrearam-se na temporada 2017 no jogo das Afrotaças, à semelhança do arqui-rival 1.º de Agosto
Kabuscorp — Sporting
Sagrada — D. Huíla
Interclube — Caála
Académica — JGM PETRO DE LUANDA COM NOVO EMBLEMA
KK FC — Domant FC
B. Maquis — Libolo
Logomarca coloca
Progresso — Petro
ARTILHARIA
Azulão já lidera
O avançado Tiago Azulão,
melhor artilheiro da edição
anterior do Girabola ZAP,
já lidera a edição 2018
do Campeonato Nacional
adeptos e direcção
em «rota de colisão»
da primeira divisão. Com
apenas uma jornada
disputada, o brasileiro
ao serviço do Petro marcou
dois golos na vitória
dos tricolores frente ao
estreante Kwando Kubango, Um grupo de adeptos Está instalado um ambiente de crispação um processo de recolha de assinaturas.
por 4-0. A segunda posição é entre a grande maioria dos adeptos do Pe- A meta, segundo os organizadores, é
assumida por nove jogadores, lançou uma petição tro de Luanda e a direcção do emblema. atingir as 500 assinaturas e submetê-
com um golo cada. No epicentro da tensão está a nova logo- -las, posteriormente, à direcção de To-
pública nas redes sociais marca aprovada em assembleia que con- más Faria, o presidente do clube.
■ ADJALI PAULO
para pressionar a tou com cerca de 200 sócios. Para evitarem ser confundidos com
O novo logótipo do clube tricolor, uma “arruaceiros”, o grupo de adeptos que
direcção do clube iniciativa tomada a peito pelo sócio encabeça a petição promete, junto com
principal da agremiação, a Sonangol, o documento reivindicativo, apresentar
petrolífera a recuar não foi simpaticamente saudado pelos algumas sugestões de logomarcas à di-
na nova logomarca adeptos. As apatias começaram a evi- recção do emblema do Catetão.
denciar-se ainda na fase de apreciação “Mais do que reivindicar, o nosso objec-
da equipa líder do «Gira». do novo símbolo da equipa, com a gran- tivo é apresentar possíveis soluções. Não
de maioria dos adeptos a preferir pela somos arruaceiros e nunca faríamos
◗ ÁLVARO VICTÓRIA manutenção da anterior identidade. nada que prejudicasse o nosso clube. De-
A rejeição já deu azo à criação de uma fendemos a ‘inclusão’ e iremos até às últi-
Petição Pública contra o logótipo, com mas consequências, dentro dos pressu-
Girabola ZAP
Palanquinos «caçam»
pontos diante
do Sporting
As equipas do Kabuscorp do Palanca e be recebe no estádio 22 de Junho, no
do Sporting de Cabinda defrontam-se Rocha Pinto, o Recreativo da Caála e,
hoje, sexta-feira, no estádio dos Co- na Lunda-Norte, o Sagrada defronta o
queiros, para a abertura da segunda Desportivo da Huíla.
jornada do Girabola ZAP, edição 2018. Já no Lobito, a Académica local recebe
Depois da derrota por 1-0, no último o JGM, ao passo que o Kwando Kubango
fim-de-semana, diante do Recreativo FC mede forças com o Domant do Bengo.
da Caála, o Kabuscorp do Palanca rece- De recordar que, devido ao seu en-
Antiga logomarca do Petro de Luanda be os leões de Cabinda, que entraram volvimento nas Afrotaças, as parti-
neste início do campeonato com o pé das entre 1.º de Maio–1.º de Agosto e
direito, mercê de vitória caseira por 2- Petro–Progresso foram adiadas, com
-0 no último fim-de-semana. a data da sua disputa a aguardar in-
As ambições neste confronto esta- dicação pela FAF.
rão divididas por ambas as equipas. De
um lado, teremos um Kabuscorp à
procura dos primeiros pontos da épo-
ca e, do outro, teremos um Sporting a
◗ 1.º de Agosto vai
querer atingir os seis pontos. interpor um
O histórico dos Palanquinos atribui-
-lhes condições de partirem para o en- recurso ao
contro como principais favoritos à
conquista dos três pontos, mas a luta
Tribunal Arbitral
será renhida porque os leões vêm de do Desporto
uma vitória animada.
Neste confronto frente ao Sporting,
o técnico Sérgio Traguil irá fazer al- Militares queixam-se
gumas alterações no 11 da equipa da ao Tribunal Arbitral
rua F do Palanca, com a estreia do ar- Enquanto a FAF se mantém “muda”
gentino Franco Calero e do camaro- sobre o recurso interposto pela direc-
nês Arouna Bissene, contratados este ção do 1.º de Agosto, quanto à suspen-
O novo logótipo da formação petrolífera
ano em substituição de Jacques e são de seis jogadores no Girabola ZAP,
Mongo que se transferiram para o o Campeão Nacional vai interpor um
campeão 1.º de Agosto. recurso ao Tribunal Arbitral do Des-
Apesar de a conquista do título porto (TAD), informou uma fonte do
não constar da agenda para 2018, o clube militar ao NJ.
Recreativo do Libolo começou a Sancionados com castigo máximo
época da melhor maneira. Na aber- de 75 dias, pelo Conselho de Discipli-
postos democráticos existentes”, subli- ceu de um levantamento exaustivo pela tura da prova venceu por 2-0 o 1.º de na da Federação Angolana de futebol,
nham os mentores da petição. equipa de consultores contratada pela Maio de Benguela. Amanhã, sába- pelo facto de os jogadores simularem
‘Só não erra quem não trabalha’ é a Sonangol. “É importante dizer que foi a do, o Libolo vai ao Moxico defrontar lesão, quando os jogadores foram
máxima na qual se apoiam para sen- Sonangol que contratou e que pagou este o Bravos do Maquis. convocados a integrarem o grupo de
tenciarem como “negativo e reprova- trabalho todo de levantamento e que a Nas outras partidas que marcam a trabalho dos Palancas Negras, a
do” o trabalho produzido pelos criado- equipa [de consultores] andou a ouvir vá- segunda jornada do Campeonato Na- quando da sua participação no CHAN
res da nova logomarca da mais titula- rias partes, como sócios e adeptos”, clari- cional da primeira divisão, o Interclu- organizado por Marrocos.
da equipa do futebol angolano. ficou o presidente do Petro de Luanda, no
Entre os vários desabafos, há quem, programa televisivo Desporto Total. ■ ARQUIVO NJ
Bancada
■ D.R.
Central
SILVA CANDEMBO
Liga dos Campeões
FC Porto
com o adeus Dividir o mal pelas aldeias
quase
A
ministra da Juventude e Desportos, Ana Paula Sacramento, aventou quarta-
-feira última, 14, a hipótese de o Ministério que dirige ajudar financeiramente
▲
gum susto a citadinos de Luanda.
Segundo o documento a que o Novo
Jornal teve acesso, para se chegar a es-
tas conclusões, os peritos do Departa- FUTEBOL
mento de Oceanografia e Ecossistema Afrotaças
Marinho e dos Serviços de Fiscalização As equipas
das Pescas procederam a várias análi- angolanas começaram da
ses das amostras recolhidas no local. melhor maneira a presença
“Após a alegada mortandade (24 de nas provas africanas de
Janeiro) e as amostragens efectuadas futebol a nível de clubes.
Milhares de peixes apareceram mortos na Baía de Luanda no final da tarde do dia 23 de Janeiro
observaram-se os seguintes resulta- Petro de Luanda, vencedor
dos: temperatura da superfície da água da Taça de Angola e 1.º de
29.1 ºC e o teor do oxigénio dissolvido ficam” a alegada mortandade nos mol- de peixes na via entre o Ministério do Agosto, campeão nacional,
5.017 ml/L. Não se detectou nada rele- des em que a mesma foi descrita. Interior e o Banco Nacional de Angola golearam nos primeiros
vante no que concerne à alteração do Por outro lado, sublinha a pesquisa (BNA)”, disse, na ocasião, o administra- jogos das Afrotaças e estão
fitoplâncton e na coloração da água”, do Instituto Nacional de Investigação dor, Hélder Balsa. a um passo de garantir a
lê-se no estudo. Pesqueira, “nenhuma das espécies fi- Em declarações ao Novo Jornal Onli- presença na fase seguinte
“Verificámos que a água estava lim- toplanctónicas” analisadas oferece- ne, o responsável distrital da Ingombo- de corrida à etapa
pa e sem alterações no que concerne à ram “perigo” para o ecossistema. ta garantiu que “nenhum popular” ha- de grupos.
presença de microalgas (fitoplânc- Recorde-se que, em reacção à denún- via levado para casa o peixe morto,
▼
ton)”, explica ainda o documento. cia, a equipa da administração do dis- para respectivo consumo, assegurando
O relatório concluiu que os resulta- trito urbano da Ingombota tinha-se que a área em causa esteve isolada com
dos acima descritos “estão dentro do deslocado ao local, tendo constatado efectivos da Polícia Nacional a contro-
padrão” da área de estudo, e “não justi- “realmente um número muito elevado lar a zona. FAF
Ausência
Não ficou bem na
CARTOON | Sérgio Piçarra fotografia a ausência da
direcção da FAF nos jogos
internacionais do Petro de
Luanda e do 1.º de Agosto, no
11 de Novembro, para as
provas africanas de clubes.
Num claro sinal de falta de
cortesia, a ministra da
Juventude e Desportos, Ana
Paula Sacramento, acabou
por acompanhar quase que
isolada o duelo do campeão
nacional.
▼
ENDE
Cortes
Os apagões
voltaram a assolar os
moradores de Luanda. Tem
sido assim sobretudo em
época chuvosa. Muitas vezes
nem é necessário que caia
chuva; basta um vento forte
para os cidadãos ficarem
privados do fornecimento
de energia eléctrica. E no
final do mês, para quem não
tem contadores, o dinheiro
a pagar não é compensado.