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Autores: (1) Janaina Lopes do Nascimento Duarte (profesora); (2) Gabriela Ribeiro
Ramos (alumna – formanda)
Eje Temático: Eje I - “Tensiones en la disputa de proyectos societales en América
Latina: sus implicancias para la educación superior, las Ciencias Sociales, y el Trabajo
Social”
Universidad: Universidade de Brasília (UnB) – Brasília/DF - Brasil
Correo electrónico (referencia): janaduarte@unb.br; jana.lopesduarte@gmail.com
1. Introdução
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Política social é a forma de manutenção e administração das expressões da questão social atendendo as
demandas do capitalismo monopolista (NETTO, 2011).
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Utilizaremos o termo “terceiro setor” entre aspas, uma vez que não o apreendemos como setor, que
fragmenta e mistifica o real, mas como concepção útil ao processo de desresponsabilização estatal no
enfrentamento da questão social, em tempos de crise e reestruturação do capital. Na verdade, como afirma
Montaño (2010, p. 182), “o conceito resulta inteiramente ideológico e inadequado ao real”.
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Por isso, a sociedade civil passa a exercer o papel de agente responsável pelas
sequelas decorrentes do capitalismo, a partir de ações voluntárias, filantrópicas e
solidárias: há um forte apelo à participação da sociedade. O que significa, por um lado,
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Termo utilizado por Netto (1996) que caracteriza a reconfiguração de necessidades sociais, bem como a
criação de novas necessidades por meio da “metamorfose” da produção e da reprodução da sociedade,
atingindo, em todos os patamares, a divisão sociotécnica do trabalho e gerando novas configurações sociais,
políticas e econômicas da sociedade.
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Contexto firmado pelo fordismo e keynesianismo, com ampliação de empregos e salários e um padrão de
proteção social universalista. Época essa em que gera expansão do capital e dos direitos sociais.
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A sociedade civil passa a não ser o lugar de antagonismo e contradição, ou seja, o espaço de lutas entre as
classes antagônicas; contudo, é utilizada como meio de consciência e regulação social para responder aos
interesses da classe hegemônica.
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uma descaracterização dos direitos sociais universais, e por outro um processo que
responsabiliza e culpabiliza o individuo pelas mazelas advindas das desigualdades
geradas pelas contradições do capitalismo: a questão social7.
Com as “transformações societárias” e com as novas características da ordem
capitalista o discurso hegemônico passa a qualificar a questão social como “nova questão
social” e, por conseqüência, coloca-se a necessidade de novas respostas, isto é, um
novo enfrentamento da desigualdade. Entretanto, tal afirmação tem por objetivo justificar
a necessidade de um novo trato à questão social e, com isso, uma nova forma de
intervenção que favoreça o capital (isentando-o da responsabilidade com a questão
social): uma intervenção cujo ator principal é a sociedade civil (MONTAÑO, 2010). Na
verdade, o fenômeno real é que com os desdobramentos da reestruturação do capital
ocorre um agravamento das expressões da questão social e não a constituição de “uma
nova questão social”, pois a raiz da desigualdade permanece inalterada na sociedade
capitalista atual:
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A questão social é a expressão da contradição no capitalismo da relação entre as classes fundamentais do
capital e do trabalho.
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Netto (1996) caracteriza vários aspectos decisivos para o processo de reconceituação do serviço social no
Brasil, tais como: 1) estabelecimento de um pluralismo profissional, ou seja, procedimentos diferenciados que
buscam a legitimação da prática profissional e a concretização teórica da atuação profissional; 2)
diferenciação das concepções profissionais, ou seja, o rompimento com a homogeneidade profissional, pois
se passa a uma disputa de hegemonia do processo profissional; 3) aproximação com as discussões das
ciências sociais; e 4) Constituição da investigação e pesquisa na área do Serviço Social.
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Lei 12.317 de 2010 que dispõe sobre a redução da carga horária do Assistente Social para 30 horas sem
prejuízo salarial em todo o território brasileiro.
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No Distrito Federal existem 13 unidades operacionais.
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Referencias Bibliográficas