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Cuidado Farmacêutico II

Discentes: Franciele Salvador, Marcela Mariane Veloso Rocha Marinho, Nayara do


Carmo Ferreira, Paulo César de Almeida Júnior e Sthefanie de Pinho Gonçalves.

Docente: Renata Aline de Andrade.

Atividade 1 - AZIA, CONSTIPAÇÃO E DIARREIA

Responda as questões abaixo:

1- Determinado paciente lhe procura reclamando de sonolência intensa durante o dia


após ter iniciado terapia com omeprazol para dor do estômago. Após anamnese foi
constatado que este paciente utiliza além do omeprazol o diazepam. Qual seria sua
consideração e explicação para o fato?

Explicaria ao paciente que a sonolência durante o dia pode ser um efeito colateral tanto do
diazepam quanto do omeprazol. No entanto, é importante frisar a ele que a sonolência é um
pouco menos comum durante o uso de omeprazol. Quando esses medicamentos são
administrados simultaneamente, a tendência é que esse efeito colateral seja intensificado, pois
o omeprazol pode reduzir a eliminação do diazepam no organismo e consequentemente
aumentar sua disponibilidade para ação no organismo.

Portanto, recomendaria ao paciente que não utilize os medicamentos ao mesmo tempo, mas
sim que faça uma pausa de duas horas entre a administração do omeprazol e a do diazepam.
Além disso, se os sintomas de sonolência persistirem, seria aconselhável que ele retornasse
ao médico para relatar o ocorrido. Dessa forma, o médico poderia considerar a substituição
do omeprazol por outro medicamento, como pantoprazol ou lansoprazol, que podem ter
menos impacto na sonolência diurna.

2- Quais são as medidas não farmacológicas que deverão ser dadas para um paciente
com constipação?

Aumentar o consumo de fibras solúveis através de alimentos como: feijão, ameixa, maçã,
amêndoas, ervilhas, entre outros. Aumentar a ingestão de líquidos (1,5 a 2L por dia). Adotar
uma rotina para defecar (a motilidade do cólon é maior pela manhã e após as refeições).
Realizar exercícios físicos, principalmente aeróbicos. Obedecer ao reflexo gastrocólico.
Adequar a postura durante o ato de evacuar.
3- Quais são os principais sintomas de constipação intestinal?

Movimentos intestinais infrequentes, fezes de tamanho insuficiente, sensação de plenitude ou


dificuldade e dor na passagem das fezes. Fezes duras, pequenas ou secas, plenitude gástrica,
dor abdominal e desconforto, esforço ou gemido, sensação de bloqueio, fadiga, dor de
cabeça, náuseas e vômitos. Crianças podem apresentar irritabilidade e diminuição do apetite.

4- Embora os inibidores da bomba de prótons não sejam MIPS, são usados


indiscriminadamente. Quais são os efeitos colaterais mais comuns desses medicamentos
em idosos?

● Fraturas ósseas podem ocorrer devido à redução na absorção de cálcio e outros


minerais.
● A deficiência de vitamina B12 pode surgir devido à interferência na absorção dessa
vitamina, o que pode causar anemia e neuropatia periférica.
● Infecções podem ocorrer devido a mudanças no pH do estômago, favorecendo o
crescimento bacteriano e aumentando o risco de infecções gastrointestinais,
respiratórias e por Clostridium difficile.
● O risco de pneumonia pode aumentar devido ao crescimento bacteriano exacerbado.
● A hipomagnesemia pode se desenvolver devido à diminuição nos níveis de magnésio
no sangue, levando a sintomas como fraqueza, espasmos musculares e arritmias
cardíacas.

5- Determinado paciente fazendo uso de omeprazol há oito meses comenta que aquela
seria a última caixa porque o médico prescreveu só oito meses. Qual seria sua
orientação importante?

Encaminharia o paciente ao médico para que o profissional avalie a eficácia do tratamento e


possa realizar a redução progressiva da dose. Isso é importante para evitar a ocorrência de
hipersecreção de rebote, que é uma reação adversa comum ao interromper abruptamente o
tratamento com certos medicamentos.

6- Cuidador de idoso relata na farmácia que macera o omeprazol e adiciona no suco


para administrar no paciente. Qual a sua orientação?

Aconselharia o cuidador a não macerar o omeprazol, pois isso pode comprometer a eficácia
do medicamento e também poderia levar a interações medicamentosas ao misturá-lo com
suco. Em vez disso, o orientaria a administrar o omeprazol ao idoso na forma inteira, com um
copo de água (aproximadamente 200 mL) e com o estômago vazio.
Além disso, aconselharia a informar ao médico do paciente caso o idoso apresentasse
problemas de deglutição, para que o profissional pudesse considerar a troca da forma
farmacêutica do medicamento.

7- Quais seriam as orientações imprescindíveis para que o paciente utilize soro


corretamente?

Primeiro esclarecer em quais situações o soro é necessário, sendo em casos de desidratação


moderada (junto a mudanças dietéticas), e, em idosos com risco ou suspeita de desidratação.

Para o soro caseiro, preparar com 1 litro de água filtrada ou fervida, 2 colheres (sopa) rasas
de açúcar, 1 colher (café) rasa de sal e ingerir até 2 L por dia.

Para o soro comercial, o conteúdo do envelope deve ser dissolvido em um litro de água
filtrada ou fervida. Administrar 100-150 ml/Kg a cada 4 a 6 horas. Administrar 10 ml/kg da
solução, após cada evacuação líquida ou semilíquida, ou após cada vômito. Para realizar os
cálculos, basta multiplicar o peso do paciente pelo valor de soro que deve ser ingerido.

Tanto o soro caseiro quanto o soro comercial tem estabilidade por apenas 24 horas, e deve ser
consumido dentro deste prazo.

8- Determinado paciente lhe pergunta se tratamentos com omeprazol a longo prazo em


idosos e enfermos podem desencadear pneumonia. Qual sua opinião?

Informaria ao paciente que, em alguns estudos, o desenvolvimento de pneumonia em idosos e


pessoas doentes tem sido associado ao uso prolongado de inibidores da bomba de prótons
(IBPs), como o omeprazol. Isso se deve ao fato de que alguns cientistas identificaram que o
uso prolongado desses medicamentos pode causar alterações no pH do estômago ou ter um
efeito imunossupressor, o que facilitaria a proliferação de bactérias no organismo do paciente.
No entanto, é importante ressaltar que essas evidências ainda não são conclusivas.

Por isso, recomendaria ao paciente que procurasse um médico em casos como esse. Dessa
forma, o profissional poderia avaliar o caso individualmente e indicar o uso de IBPs apenas
se houvesse uma indicação clara, como em casos de úlceras pépticas ou doença do refluxo
gastroesofágico. Além disso, com acompanhamento médico adequado, o prescritor poderia
monitorar o tratamento do paciente e intervir em caso de possíveis reações adversas como
essa

9- Porque o bicarbonato de sódio pode representar risco para pacientes com


insuficiência cardíaca ou renal?

O bicarbonato de sódio é eficaz na neutralização do ácido, contudo, ele é altamente solúvel


em água e é absorvido rapidamente pelo estômago. Isso pode representar um risco para
pacientes com insuficiência cardíaca ou renal, pois a liberação das cargas de álcali e sódio
pode desencadear desequilíbrio de íons gerando anúria, oligúria e aumentar a retenção de
sódio.

10- Determinado paciente apresentando sintomas leves de queimação estomacal relata


que a ranitidina faz mais efeito que o omeprazol. Qual sua opinião?

A ranitidina é mais eficaz que o omeprazol no tratamento de problemas agudos e de curta


duração no estômago ou esôfago. O omeprazol, por sua vez, é recomendado para casos em
que os sintomas de queimação ou azia são persistentes ou ocorrem com muita frequência,
como por exemplo, três ou mais vezes por semana. Enquanto a ranitidina atua como um
antagonista dos receptores H2 da histamina, necessários para as bombas de prótons,
reduzindo a produção de ácido estomacal, o omeprazol age como um inibidor direto da
bomba de prótons.

11- Qual o mecanismo de ação da metoclopramida (Plasil)? Existe risco no uso


indiscriminado?

A metoclopramida é um fármaco que atua estimulando o esvaziamento do estômago, sendo


útil nos casos de refluxo gastroesofágico, náuseas e vômitos, bem como na gastroparesia em
diabéticos (esvaziamento lento do estômago).

Ela funciona como um antagonista da dopamina, estimulando a motilidade da musculatura


lisa do trato gastrointestinal superior, sem afetar as secreções gástrica, biliar e pancreática
diretamente. Embora seu mecanismo de ação exato seja desconhecido, a metoclopramida
parece sensibilizar os tecidos para a atividade da acetilcolina.

Além disso, ela aumenta o tônus e a amplitude das contrações gástricas, especialmente no
ântrio, relaxa o esfíncter pilórico, duodeno e jejuno, resultando em um esvaziamento gástrico
mais rápido e um trânsito intestinal acelerado. Também aumenta o tônus de repouso do
esfíncter esofágico inferior.

Devido aos possíveis efeitos colaterais neurológicos associados ao uso prolongado da


metoclopramida, algumas agências internacionais de medicamentos, como a European
Medicines Agency (EMA), atualmente desaconselham o uso do medicamento para tratar
gastroparesia e refluxo, principalmente devido à necessidade de uso prolongado para o
tratamento dessas condições.

12- Em que consiste o tegaserode (Zelnorm), para o que é usado?


O tegaserode é um fármaco que atua como um agonista parcial dos receptores 5-HT4
neuronais. O mecanismo de ação é a estimulação do reflexo peristáltico e da secreção
intestinal e pela moderação da sensibilidade visceral via ativação dos receptores de serotonina
tipo-4 no trato gastrointestinal. O tegaserode liga-se com alta afinidade aos receptores 5-HT4
humanos. Estudos in vivo mostraram que ele aumenta a atividade motora basal e normaliza a
motilidade reduzida ao longo do trato gastrintestinal.

Investigações clínicas demonstraram que tanto as funções motoras como sensoriais do


intestino parecem estar alteradas em pacientes com Síndrome do Intestino Irritável, por isso o
medicamento é indicado para o tratamento desta doença.

A FDA tomou a decisão de suspender a comercialização nos Estados Unidos do Zelnorm®


(tegaserode) baseando-se em achados sobre o aumento do risco de graves eventos adversos
cardiovasculares. Por meio da análise de 29 estudos clínicos, foi identificada a chance de
reações adversas cardíacas e nos vasos sanguíneos.

No Brasil, o uso não foi proibido, mas restringido a mulheres com diagnóstico de Síndrome
do Intestino Irritável, com até 55 anos de idade, sem doenças cardiovasculares conhecidas ou
fatores de risco para elas.

13- Paciente utilizando laxante a mais de dez anos continuamente relatou eu suas pernas
afinaram. Você acha que pode ter alguma relação com o uso do laxante?

Existem diversos fatores que podem ter causado o afinamento das pernas do paciente. Sem
conhecer a trajetória do paciente ou qual laxante foi utilizado, não é possível afirmar com
total certeza a causa do ocorrido. Porém, o laxante utilizado continuamente pode ser um dos
motivos, visto que interfere na absorção de nutrientes.

14- Paciente utilizando cáscara sagrada continuamente relata sangue nas fezes. Você
acha que tal sinal poderia ser devido ao mecanismo de ação do fármaco. Qual seria ele?

Sim; Sua ação se deve a presença de derivados hidroxiantracênicos e cascarosídeos. Essas


substâncias estimulam a motilidade do cólon e aumentam a permeabilidade paracelular. Há o
aumento do conteúdo de água no cólon, facilitando a eliminação das fezes. O efeito é
observado entre seis a oito horas após a administração oral.

Em outras palavras, a cáscara sagrada é capaz de “irritar” o intestino, essa irritação contínua
pode ser a causa do sangramento.

15- Porque o óleo de rícino não deve ser indicado pelos farmacêuticos?

O óleo de rícino em grandes doses pode causar náuseas, vômitos, cólicas e efeito purgativo.
16- Quais são as orientações importantes para pacientes em uso de laxantes formadores
de massa? Cite um exemplo.

Esses laxantes são contraindicados para crianças com menos de 6 anos de idade, para pessoas
com doenças inflamatórias do sistema gastrointestinal, obstrução intestinal, impactação fecal,
dor abdominal aguda, náuseas, vômitos ou outros sintomas de apendicite ou dor abdominal
não diagnosticada. Pacientes com mobilidade comprometida. Mudança repentina nos hábitos
intestinais que dura por mais fr 2 semanas.

Os principais eventos adversos são inchaço abdominal ou flatulência (pode ser minimizado,
começando com uma pequena quantidade e aumentando lentamente até as fezes se tornarem
mais macias e mais frequentes). Ao iniciar o uso de um laxante formador de massa, fazer a
ingestão adequada de líquidos (1,5 - 2L por dia).

Exemplos de laxantes formadores de massa: Psyllium (Konsyl; Metamucil; Perdiem),


Metilcelulose (Citrucel), Polycarbonofil de cálcio (FiberCon; Fiber-Lax; Mitrolan) e Dextrina
de trigo (Benefiber)

17. Em relação à motilidade intestinal, o que orientar em relação ao uso de antiácidos?

Alguns antiácidos podem provocar uma redução na motilidade intestinal, levando à


constipação. Esse efeito é observado principalmente em antiácidos contendo cálcio, pois o
cálcio pode retardar o esvaziamento gástrico e diminuir a mobilidade intestinal. Por outro
lado, antiácidos com alumínio e magnésio podem ter efeitos laxativos em certos pacientes. O
magnésio, em particular, pode causar relaxamento dos músculos intestinais, aumentando a
motilidade e potencialmente causando diarreia.

É importante evitar o uso excessivo de antiácidos, independentemente do tipo, pois o excesso


pode desequilibrar a motilidade intestinal normal. Além disso, é fundamental monitorar os
efeitos do antiácido na motilidade intestinal e relatar quaisquer sintomas adversos ao médico.
Se houver mudanças significativas nos padrões intestinais, como diarreia persistente ou
constipação, é crucial procurar a orientação de um farmacêutico ou médico.

18- Qual a diferença entre azia e dispepsia?

A azia é caracterizada por uma sensação de queimação que se estende até a região subesternal
e muitas vezes causa um gosto amargo na boca.

A dispepsia, por sua vez, abrange um conjunto variado de sintomas, como sensação de
plenitude após as refeições, saciedade precoce, dor na região epigástrica e queimação
retroesternal.
19- Geralmente, quando acontece a azia? Existem fatores desencadeantes? Quais?

Determinados alimentos e bebidas podem perturbar a produção de ácido estomacal,


desencadeando a azia. Exemplos desses alimentos incluem opções gordurosas, picantes,
ácidas, cítricas, chocolate, café, chá, bebidas alcoólicas, refrigerantes e alimentos ricos em
tomate.

O consumo de refeições volumosas ou a ingestão rápida de alimentos pode aumentar a


pressão no estômago, resultando no refluxo do ácido para o esôfago e provocando azia,
especialmente quando o esfíncter esofágico não consegue evitar o refluxo ácido
adequadamente.

Além disso, assumir uma posição deitada ou inclinada para frente após as refeições pode
facilitar o refluxo ácido, pois permite que o ácido gástrico se mova mais livremente em
direção ao esôfago.
O excesso de peso ou obesidade pode gerar uma pressão abdominal elevada, afetando o
funcionamento do esfíncter esofágico inferior e aumentando o risco de azia.

Durante o período gestacional, as mudanças hormonais e o aumento da pressão abdominal


devido ao crescimento do útero podem contribuir para o refluxo ácido e o surgimento de azia.

O hábito de fumar pode enfraquecer o esfíncter esofágico inferior e estimular a produção de


ácido estomacal, elevando o risco de azia.

Alguns medicamentos têm o potencial de relaxar o esfíncter esofágico inferior ou irritar o


revestimento do esôfago, aumentando a propensão à azia. Exemplos incluem
anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), relaxantes musculares, nitratos, bloqueadores dos
canais de cálcio, entre outros.

Embora não seja diretamente responsável pela azia, o estresse pode amplificar a sensibilidade
do sistema digestivo, tornando os sintomas de azia mais notáveis.

A regurgitação ácida pode ocorrer durante a prática de exercícios físicos devido ao aumento
da pressão abdominal e à redução da eficácia do esfíncter gastroesofágico.

20- Quando a azia pode ser classificada como frequente?

Quando acontece com frequência de duas vezes por semana ou mais.

21- Após quanto tempo de azia, o paciente deverá ser encaminhado?


Quando os sinais e sintomas persistem com frequência igual ou superior a duas vezes por
semana, mesmo após mudanças nos hábitos de vida e tratamento medicamentoso,
especialmente se forem associados a hábitos de vida prejudiciais à saúde.

22- Quais seriam os sintomas de alerta para encaminhamento do paciente idoso


queixando-se de azia?

Queimação no peito que se estende para o pescoço, os ombros ou os braços, especialmente


quando acompanhada de sudorese e dificuldade para respirar. Dor intensa na região
epigástrica que interfere significativamente nas atividades diárias do paciente. Sensação de
dor abdominal aguda no quadrante superior direito, com duração de pelo menos 30 minutos.
Gosto desagradável persistente na boca. Sensação de saciedade excessiva após as refeições e
distensão abdominal. Rouquidão persistente, chiado no peito, tosse ou sensação de
sufocamento. Dificuldade para engolir alimentos (disfagia) ou dor ao engolir (odinofagia).
Perda de peso inexplicável e progressiva. Náuseas persistentes, episódios frequentes de
vômito ou diarreia. Sinais evidentes de sangramento gastrointestinal, como presença de
sangue vivo ou aspecto semelhante a borra de café no vômito, fezes escuras (melena) ou
anemia.

23- Cite 10 exemplos de alimentos que podem precipitar ou agravar os sintomas da azia
e da dispepsia.

● Produtos lácteos (leite, manteiga, queijo, requeijão)


● Frituras em geral
● Massas (macarrão)
● Refrigerantes
● Alimentos ácidos (limão)
● Café
● Bebida alcoólica (cerveja)
● Chocolate
● Tabaco

24- Porque refeições volumosas causam azia?

Ingerir refeições volumosas ou fazer refeições rapidamente pode elevar a pressão no


estômago, resultando em sensação de plenitude gástrica, estimulando a produção de ácido
estomacal e desencadeando a sensação de azia.

25- Exercícios físicos causam azia? Por que?


Sim, isso ocorre devido à regurgitação ácida, que pode acontecer durante a prática de
exercícios físicos devido ao aumento da pressão abdominal e à redução da vedação do
esfíncter gastroesofágico. Esse repentino aumento da pressão intra-abdominal contribui para
o surgimento da azia.

26- Quais orientações deverão ser dadas ao paciente com azia em relação a
alimentação?

Dividir as refeições em porções menores e mais frequentes ao longo do dia, como a cada três
horas, limitar o consumo de sal, bebidas alcoólicas e alimentos ricos em gordura, e realizar a
última refeição do dia pelo menos três horas antes de dormir.

27- Por que as gestantes geralmente tem azia?

Durante a gestação, as mudanças hormonais e o aumento do feto exercem pressão sobre o


estômago, interferindo no funcionamento do esfíncter que controla a passagem dos alimentos,
resultando no refluxo do ácido estomacal em direção à garganta e provocando a sensação de
azia.

29- Pacientes com doença renal não devem usar anti-ácido contendo magnésio. Por que?

Pacientes com insuficiência renal aguda e/ou crônica, que têm dificuldades na eliminação do
magnésio do organismo, apresentam níveis séricos elevados desse mineral. O uso de
antiácidos à base de magnésio pode agravar a condição do paciente ao aumentar as
concentrações plasmáticas de íons ativos, resultando em possíveis intoxicações. Além disso,
o uso destes antiácidos pode piorar outras doenças pré-existentes relacionadas a certos
minerais.

30- Quais são as principais medidas não farmacológicas para tratamento da azia?

O indicado é iniciar com modificações na dieta e no estilo de vida. Para pacientes com
excesso de peso ou obesidade, a perda de peso pode ajudar a reduzir os sinais e sintomas.
Para alívio dos sintomas noturnos, especialmente relacionados à doença do refluxo
gastroesofágico (DRGE), recomenda-se elevar a cabeceira da cama ou usar
espumas/travesseiros especiais para elevar o tronco e a cabeça. É importante orientar o
paciente a evitar roupas ou acessórios apertados na região abdominal e incentivar a redução
ou cessação do tabagismo, pois o tabaco contém substâncias que aumentam a produção ácida
no estômago. Recomenda-se também que o paciente evite automedicar-se com
anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e seja cauteloso ao praticar exercícios físicos
intensos por períodos prolongados. Informações sobre tratamento com acupuntura podem ser
fornecidas, mas é crucial evitar a automedicação

31- Qual o tempo máximo aconselhável para utilização dos antiácidos?

O indicado é o máximo de 14 dias.

32- Quais seriam informações importantes para pacientes que utilizam simeticona?

É importante destacar que esse tipo de medicamento tem melhor eficácia quando
administrado após as refeições e antes de dormir. No entanto, é crucial mencionar que ele
pode apresentar efeitos adversos como diarreia, vômito ou náusea.

33- Qual o período mais indicado para utilização dos antiácidos?

O indicado é o máximo de 14 dias.

34- Existem medicamentos Fitoterápicos para tratamento de azia? Quais?

Existem sim medicamentos Fitoterápicos para o tratamento de Azia, como por exemplo:

● Hortelã;
● Espinheira Santa;
● Gengibre;
● Guaçatonga;
● Camomila.

35- Que fatores relacionados à idade podem predispor os idosos a terem azia?

● Diminuição da produção de saliva, suco gástrico, bile e enzimas, o que pode


comprometer a eficiência da digestão;
● Problemas de mastigação: prótese mal ajustada, cárie dentária ou perda dentária que
levam à mastigação inadequada;
● Modo de vida pouco sadio: excesso de refeições, refeições irregulares, fumo e álcool;
● Uso de múltiplos medicamentos: alguns fármacos podem causar azia/dispepsia.

36 – Cite cinco problemas de saúde graves que podem ter a azia como um dos sintomas.

● Refluxo Gastroesofágico;
● Gastrite;
● Esofagite;
● Câncer de Esôfago;
● Estenose Esofágica.

37- Os antiácidos podem ter interações com outros medicamentos. Cite três.

● Aspirina;
● Diclofenaco;
● Ibuprofeno;
● Cetoconazol;
● Tetraciclina.

38- Bisacodil têm sido um dos laxantes mais utilizados no Brasil (lacto purga). Quais
seriam orientações importantes sobre o uso deste medicamento?

Lacto-Purga® atua diretamente na parede do intestino, estimula o movimento intestinal e


promove acúmulo de água dentro do intestino, facilitando a eliminação das fezes.

Não deve ser utilizado nos casos de desidratação intensa, íleo paralítico, obstrução intestinal
ou condições abdominais agudas (apendicite, inflamação aguda do intestino) e dor abdominal
grave com enjoo e vômitos, que podem indicar problemas graves.

Não deve ser utilizado diariamente por período prolongado sem investigação da causa da
prisão de ventre, pois pode provocar a perda de líquidos, sais minerais e a diminuição de
potássio no sangue. Pacientes com mau funcionamento dos rins e idosos com perda de
líquidos devem interromper o uso de Lacto-Purga® e procurar orientação médica.

Pode ocorrer surgimento de sangue nas fezes, que normalmente é leve e desaparece
espontaneamente. Podem ocorrer tonturas ou desmaios que podem estar relacionados ao
esforço para evacuar ou à dor por causa da dificuldade para evacuar. Crianças menores de 11
anos com constipação crônica persistente só devem ser tratadas sob supervisão médica.

É contraindicado para menores de 4 anos.

39- Cite 5 exemplos de medicamentos que causam constipação intestinal.

● Medicamentos opióides usados para dor, como por exemplo: codeína, oxicodona e
morfina.
● Antidepressivos tricíclicos, como por exemplo: Amitriptilina, Nortriptilina e
Imipramina podem causar constipação em algumas pessoas.
● Bloqueadores dos canais de cálcio, como por exemplo: Verapamil, Diltiazem e
Nifedipina.
● Medicamentos para Parkinson,como por exemplo: Levodopa, especialmente
quando combinada com inibidores da dopa descarboxilase, como a carbidopa.
Outros medicamentos para Parkinson que também podem contribuir para a
constipação incluem os agonistas dopaminérgicos, como a pramipexol e a ropinirol.
● Antipsicóticos,como por exemplo: A Clozapina e a Olanzapina, podem levar à
constipação como efeito colateral.

40- Faça uma lista contendo 20 medicamentos (MIPs) laxantes e 20 medicamentos


(MIPs) usados para azia (nome comercial e princípio ativo)

Laxantes (MIPs):

1. Lactulona (Lactulose)

2. Dulcolax (Bisacodil)

3. Senaderm (Cáscara Sagrada)

4. Metamucil (Psyllium)

5. Lactopurga (Sorbitol)

6. Prunopride (Prucalopride)

7. Sene (Sene)

8. Cololax (Bisacodil)

9. Dulcolax (Bisacodil)

10. Lactuliv (Lactulose)

11. Lactopurga (Sorbitol)

12. Peridex (Lactitol)

13. Purgo Pil (Cáscara Sagrada)

14. Seno (Sene)

15. Regulax (Cáscara Sagrada)

16. Lactulose (Lactulose)

17. Laxativo Bisacodil (Bisacodil)

18. Laxol (Óleo de Rícino)


19. Prucalopride (Prucalopride)

20. Dulcolax (Bisacodil)

Medicamentos para Azia (MIPs):

1. Sonrisal (Hidrogenocarbonato de Sódio)

2. Label (Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio)

3. Estomazil (Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio)

4. Gastrol (Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio)

5. Kompensan (Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio)

6. Rennie (Carbonato de Cálcio + Óxido de Magnésio)

7. Gaviscon (Alginato de Sódio + Bicarbonato de Sódio)

8. Magnésia Bisurada (Hidróxido de Magnésio)

9. Pepsamar (Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio)

10. Mylanta (Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio)

11. Riopan (Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio)

12. Luftal (Simeticona)

13. Malox (Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio)

14. Digeliv (Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio)

15. Engov (Carbonato de Cálcio + Hidrogenocarbonato de Sódio)

16. Alca-Luftal (Hidróxido de Alumínio + Simeticona)

17. Simeco Plus (Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio)

18. Eparema (Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio)

19. Rupafin (Rupatadina)

20. Neutrox (Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio)

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