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Manual de Questões
Versão completa
REITOR
Waldemiro Gremski
VICE-REITOR
Vidal Martins
PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO
Renata Iani Werneck
AUTORIA
Aline Tavares
Rosane de Mello Santo Nicola
ORGANIZAÇÃO
Aline Tavares
REVISÃO
Andrea Bittencourt
DIAGRAMAÇÃO
Danielle Cristine Boaron Grunewalder
Julia Lohmann Luiz
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Sumário
1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 3
2 RESULTADOS DE APRENDIZAGEM E INDICADORES DE DESEMPENHO ........................... 4
2.1 REFLETINDO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE O ID E A ELABORAÇÃO DA QUESTÃO ......................... 5
3 ESTRUTURA DAS QUESTÕES ......................................................................................... 6
3.1 TEXTO-BASE ................................................................................................................................ 6
3.2 ENUNCIADO ................................................................................................................................ 6
3.3 ALTERNATIVAS............................................................................................................................ 8
3.4 AFIRMATIVAS.............................................................................................................................. 8
3.5 JUSTIFICATIVAS ........................................................................................................................... 8
3.6 RUBRICAS .................................................................................................................................... 9
4 TIPOS DE QUESTÃO .................................................................................................... 11
4.1 OBJETIVAS................................................................................................................................. 11
4.2 DISCURSIVAS............................................................................................................................. 15
5 ETAPAS DA FORMULAÇÃO DE QUESTÕES .................................................................. 18
5.1 FORMULAÇÃO DE QUESTÕES PARA DISCIPLINAS CERTIFICADORAS ....................................... 18
6 ORIENTAÇÕES GERAIS ................................................................................................ 20
6.1 ESTRUTURA DAS QUESTÕES OBJETIVAS E DISCURSIVAS ......................................................... 22
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 25
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1 APRESENTAÇÃO
O objetivo deste material é ser uma ferramenta de auxílio na elaboração das questões da PUCPR Online, sem
cercear a criatividade dos professores-autores.
Construir instrumentos avaliativos numa abordagem por competências, por meio de questões, sejam elas
discursivas ou objetivas, significa alinhar-se aos Resultados de Aprendizagem (RAs) propostos na matriz
curricular do curso para a disciplina. Para tanto, o professor-autor de questões precisa identificar a função
da disciplina na matriz curricular do curso e acompanhar o processo de aprendizagem proposto.
Este manual busca alinhar as produções das atividades avaliativas às matrizes curriculares dos cursos on-line
na abordagem por competências da PUCPR, traz orientações de questões objetivas e discursivas e exemplos
de questões do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade).
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2 RESULTADOS DE APRENDIZAGEM E INDICADORES DE DESEMPENHO
Os princípios didáticos e as orientações teóricas são relevantes no processo de elaboração de questões, uma
vez que precisam alinhar-se não apenas à disciplina, por meio dos RAs, mas também ao programa proposto
para o curso, a partir dos elementos de competência da matriz curricular. Além disso, uma questão deve
informar ao avaliado o que se exige dele e como ele precisa proceder, de forma precisa e clara. Assim, falhas
de distintas naturezas – estrutura, comunicação, nível cognitivo etc. –, decorrentes da má qualidade da
questão, podem comprometer resultados, considerados pouco fidedignos.
b) Indicadores de Desempenho (IDs): “são declarações que revelam uma aprendizagem por meio de
uma ação ou produto observável, mensurável, em uma condição específica” (BARKLEY; MAJOR,
2016, p. 20). Os IDs são escritos a partir dos RAs, de forma mais específica, para serem observados
em diversas situações.
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2.1 REFLETINDO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE O ID E A ELABORAÇÃO DA QUESTÃO
Observe uma questão objetiva elaborada para verificar um ID de determinado RA.
Indicador de desempenho:
Avalia produtos de software utilizando critérios e pesos definidos em relação à qualidade em uso.
A equipe de qualidade de software da empresa XPTO possui vários checklists para avaliação da qualidade e do
processo de desenvolvimento de software.
A seguir, são listados alguns critérios utilizados em suas avaliações.
Assinale a alternativa que indica os critérios que se referem à qualidade do software em uso.
a) I, II e III.
b) I, IV e V.
c) III, IV e V.
d) II, III e IV.
e) II e III.
Questão elaborada para a disciplina Experiência Criativa: Navegando pela Computação. Autoria de Joselaine Valaski.
PUCPR. 2019.
Fica evidente que não se trata apenas de avaliar um conteúdo, mas cumprir o ID, que apresenta as condições
em que o conteúdo será mensurado e contém o nível de desempenho desejado, expresso por qualificadores.
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3 ESTRUTURA DAS QUESTÕES
3.1 TEXTO-BASE
Está relacionado à clareza da questão e apresenta a contextualização. Por meio deste recurso, aproxima-se
o conteúdo tratado do estudante, permitindo sua lembrança. Tem o objetivo de situar o acadêmico sobre o
objeto abordado, o problema apresentado e/ou o tema proposto. Para sua elaboração, é possível utilizar:
Autoria própria.
Citações extraídas de leituras complementares ou mesmo do material disponível no ambiente de
aprendizagem.
Procedimentos e/ou conceitos estudados.
Esquemas, tabelas, gráficos, infográficos, histórias em quadrinhos, charges.
Notícias, entrevistas, reportagens de periódicos.
Poesias, letras de música, frases, discursos, depoimentos.
Estudos de caso.
Imagens ou fotos.
Exames.
Obras de arte.
Outros gêneros textuais.
Importante! Ao utilizar alguma das possibilidades citadas, exceto autoria própria, se faz necessária a
referência de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Atente-se para
citar a fonte correta, dando credibilidade ao conteúdo. Verifique se o site, por exemplo, tem os direitos de
uso para veiculação do conteúdo a ser utilizado. Para auxiliar a elaboração das referências das fontes,
sugerimos o site http://novo.more.ufsc.br/inicio.
Além disso, o texto-base precisa apresentar temas atuais e relevantes, existentes no contexto social do
estudante.
3.2 ENUNCIADO
É o comando pelo qual se solicita a resposta. É neste momento que o estudante compreende qual aptidão
cognitiva deverá utilizar para responder à questão. Para isso, o enunciado utiliza verbos de ação, que são os
verbos da taxonomia de Bloom.
Na taxonomia das dimensões do processo cognitivo, temos que cada capacitação mais alta é composta por
todas as capacitações que estão abaixo dela: a compreensão requer informação; a aplicação requer
compreensão e informação; e assim por diante.
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Figura 2 – Taxonomia de Bloom revisada por Anderson e Krathwohl
A taxonomia é a chave capaz de descrever eficazmente o processo envolvido nas questões numa escala
crescente de dificuldade ou complexidade. Além de fornecer parâmetros para analisar e classificar respostas,
está presente nos IDs e RAs de cada disciplina dos cursos da PUCPR presenciais e on-line, daí a importância
de as questões estarem alinhadas com os IDs. Para tanto, é essencial que os professores-autores
compreendam o sentido de cada operação cognitiva expressa no verbo que inicia o ID. Segue um quadro
contendo exemplos de verbos referentes a cada operação cognitiva.
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O enunciado também deve contextualizar os temas apresentados, possibilitando ao estudante uma fonte de
dados que atue como suporte para a resolução do problema. Por meio do contexto, ele pode encontrar dicas
que facilitam a compreensão da questão e do que se está pedindo.
Atente-se para não colocar termos negativos, como exceto, não, incorreto e errado. Redija o enunciado
sempre na forma afirmativa.
Se o enunciado for uma frase incompleta que deve ser corretamente completada pelas
alternativas, estas deverão começar com letras minúsculas e terminar com o ponto apropriado
para a frase (ponto-final, interrogação, exclamação etc.).
Caso o enunciado seja uma pergunta, deverá terminar com uma interrogação e as alternativas,
começar com letras maiúsculas e terminar com ponto-final.
Quando o enunciado for uma pergunta e as alternativas forem construídas com palavras ou frases
curtas incompletas, cada alternativa deverá começar com letra maiúscula e não apresentar
pontuação final (HOPKINS; STANLEY; HOPKINS, 1997).
3.3 ALTERNATIVAS
As alternativas precisam ser claras, diretas e objetivas, evitando itens longos e linguagem prolixa, lembrando
que devem corresponder a um gabarito (resposta correta) e três distratores (respostas incorretas).
3.4 AFIRMATIVAS
Utilizadas apenas nas questões objetivas de resposta múltipla, são propostas de ideias por meio das quais o
estudante reflete sobre o problema apresentado, podendo declarar, justificar ou contrapor algo sobre ele.
3.5 JUSTIFICATIVAS
As justificativas, principalmente das alternativas incorretas, precisam ser elaboradas para embasar a
correção das questões e possibilitar um bom retorno para o estudante em caso de recurso. Nelas, podem ser
apresentados textos explicativos, resolução de cálculos, imagens e até tabelas.
É necessário elaborar apenas um texto na justificativa das incorretas, que abarque os três distratores. Não
mencione as alternativas (B, C ou D) em tópicos e não as justifique separadamente, pois, para os estudantes
e professores-tutores, essas questões são randomizadas. Exceção é feita para as afirmativas e asserções, que
podem ser justificadas citando-as em tópicos.
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3.6 RUBRICAS
Apresentam os critérios para a correção das respostas nas avaliações discursivas. Rubricas são esquemas
explícitos para classificar produtos ou comportamentos, em categorias que variam ao longo de um contínuo
(SCALLON, 2015). Podem ser usadas para classificar qualquer produto ou comportamento, como redações,
ensaios, trabalhos de pesquisa, apresentações orais e atividades. A avaliação pode ser feita pelos próprios
estudantes ou por outros, como professores, outros estudantes, supervisores de trabalho ou revisores
externos. As rubricas podem ser usadas para prover feedback formativo aos estudantes, atribuir notas ou
avaliar programas.
Segundo Porto (2005, apud Biagiotti, 2005, p. 2-3), os pontos mais importantes para sua definição são:
Rubricas necessitam ser feitas sob medida para as tarefas ou produtos que se pretende avaliar.
No seu conjunto, esses níveis de competência, descrevem qualquer resultado possível sobre o
desempenho de um estudante.
Segue um exemplo de rubrica por elementos de competência, utilizando os RAs como critérios e os IDs como
qualificadores:
Em
Autônomo Capaz Aprendiz desenvolvimento
Critério
10,0 – 9,0 8,9 – 7,0 6,9 – 4,0 Critérios de
anulação
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cada fase. cada fase. Identifica os Identifica os aspectos
aspectos morfológicos de cada
E
morfológicos de fase.
Relaciona aos cada fase.
mecanismos
celulares que os
regem.
A rubrica deve classificar os critérios em níveis, além de explicitar o que se espera que seja atendido em cada
um deles, ou seja, é preciso descrever com detalhes e de maneira clara o desempenho esperado para cada
nível. O texto se repete em cada indicador, alterando e destacando as falhas que podem ser cometidas pelos
estudantes.
Quanto maior for a quantidade de estudantes realizando questões discursivas, maior será a necessidade de
rubricas, para reduzir a subjetividade não só da correção entre os respondentes, mas também entre os
corretores.
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4 TIPOS DE QUESTÃO
4.1 OBJETIVAS
Possuem três partes: texto-base, enunciado e alternativas. Abaixo seguem alguns exemplos que podem ser
seguidos:
interpretação;
asserção-razão;
complementação simples;
resposta múltipla.
Tal como indica o nome, questões objetivas de múltipla escolha são as que já trazem enunciadas as
possibilidades de resposta, dentre as quais o estudante escolhe a única que responde corretamente ao
problema proposto. Conforme é possível deduzir, uma questão objetiva não diz respeito somente ao tipo de
resposta solicitado. É objetiva por causa do enunciado direto, limpo, claro e preciso; é objetiva pela
organização, pela forma como o problema é contextualizado e apresentado para a análise do estudante.
Questões objetivas de múltipla escolha, geralmente, são utilizadas para a avaliação de conhecimentos nos
níveis conceituais e factuais. Operações de ordem cognitiva mais complexas, como aplicação, análise crítica,
produção de ideias, planejamento de estratégias, avaliação de situações e procedimentos para tomar
decisões, também podem ser avaliadas por questões de múltipla escolha, mas sua elaboração é também
mais complexa.
Interpretação: este tipo de questão parte da situação-estímulo, que é o problema a partir do qual
o estudante organiza ideias, dados ou informações para sua resolução.
Exemplo
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produtividade da soja (kg⋅ha-1) em função de diferentes doses do biorregulador aplicado (ml⋅ha-1),
sendo MF o máximo da função e PM o ponto de máximo.
Adaptado de ALBRECHT, L. P. et al. Manejo de biorregulador nos componentes de produção e desempenho das
plantas de soja. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 27, n. 6, p. 865-876, 2011.
Resposta múltipla: apresenta uma situação contextualizada com afirmativas pertinentes a ela,
enunciando, posteriormente, o problema ou a situação-problema na forma de pergunta ou
afirmação incompleta e apresentando uma chave de resposta. É recomendada para avaliar
tópicos de conteúdo por meio de uma única questão.
Exemplo
(ENADE – 2018) No processo decisório, os riscos são fatores determinantes para a definição da melhor
estratégia empresarial. A esse respeito, avalie as afirmações a seguir.
I. O risco pode ser entendido como uma situação em que há probabilidades de perda ou de ganho.
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II. O paradigma de risco é justamente decidir, portanto o risco não deve ser administrado e, sim,
minimizado.
III. Todo negócio pode enfrentar eventos que fogem do controle do empreendedor.
IV. O risco de um negócio ocorre devido a exatamente dois fatores: falta de controle e falta de tempo.
a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
Asserção-razão: apresenta duas afirmativas ou asserções que podem ou não ser proposições
verdadeiras, assim como podem ou não estabelecer relação entre si (causa e efeito, proposição e
justificativa, asserção e razão).
Exemplo
Considerando as informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. O fomento de atividades econômicas orientadas pelos princípios da Economia Solidária deve ser
objeto de atenção no âmbito da gestão pública e requer políticas voltadas para essa área de atuação.
PORQUE
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A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
Complementação simples: seu enunciado deve ser redigido em forma de frase incompleta e suas
alternativas devem completá-la.
Exemplo
(ENADE – 2019) As cadeias produtivas compreendem todas as atividades articuladas, desde a pré-
produção até o consumo final de um bem ou serviço. Nesse sentido, a agricultura familiar tem sido a
principal geradora de ocupações produtivas no campo. Ainda assim, tem sido prejudicada por sua
atuação como um segmento de menor remuneração, dentro das cadeias produtivas da agropecuária,
no fornecimento de matéria-prima, estando ainda pouco inserida no beneficiamento e na
comercialização de produtos.
a) o pouco alcance de políticas públicas que aportem serviços técnicos adequados para superar a
dificuldade de assessoramento especializado referente à qualidade e à quantidade de produtos
para comercialização.
b) o desenvolvimento de estratégias para atender às exigências de qualidade, escala e escopo, por
meio de práticas tradicionais de produção agrícola e sistemas tradicionais de gestão.
c) a associação a novos mecanismos de acesso ao mercado que visem à criação de oportunidades de
inserção competitiva dos produtos nos mercados internacionais.
d) o desenvolvimento de alternativas tecnológicas, adaptadas a escalas e a possibilidades de produção
em escala, para atender a grandes clientes.
e) o desenvolvimento de sistemas que facilitem a inserção dos pequenos produtores em grandes redes
de supermercados.
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4.2 DISCURSIVAS
Possuem duas partes: texto-base e enunciado. Eventualmente, o enunciado pode conter mais de um
comando. Também conhecidas como dissertativas, abertas, descritivas ou de resposta livre, avaliam RAs de
nível de operação cognitiva elevado, além de serem complexas, pois envolvem, por parte do estudante,
clareza, coerência, coesão, estratégias argumentativas, utilização de vocabulário adequado e correção
gramatical do texto.
A questão deve ser construída sob forma de pergunta ou de ordem, de modo a requerer do estudante tarefas
conforme o quadro a seguir.
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Para sua elaboração, deve-se construir um padrão de resposta esperado, identificando as partes
fundamentais, para utilizar como referência nas correções, prevendo diferentes alternativas de resolução
consideradas corretas, como também inserindo critérios de pontuação. Além disso, na resposta esperada é
preciso apresentar a rubrica.
Exemplo
(ENADE – 2018)
Texto 1
O Museu Nacional do Rio de Janeiro talvez fosse o lugar mais importante do Brasil dado o seu valor como
patrimônio cultural e histórico não só brasileiro, mas mundial. O incêndio ocorrido no início de setembro de
2018 destruiu o lugar que era o símbolo da gênese do país como nação independente e continha um acervo
inestimável, não só do ponto de vista da história da cultura e da natureza brasileiras, mas também do acervo
de peças de significado mundial. O Museu Nacional abrigava vários departamentos da Universidade Federal
do Rio de Janeiro. Era um museu de exposição, mas também de pesquisa. A biblioteca de Antropologia, que
devia ter uns 200 mil títulos e era um instrumento de trabalho fundamental para a pesquisa de vários
docentes, foi construída ao longo de 50 anos, e perdeu-se. Parte pode ser recuperada, mas os fósseis, os
insetos, as coleções de estudo, são insubstituíveis. Outra perda incalculável refere-se ao material do acervo
relativo a povos que foram destroçados pelo colonialismo europeu e que estavam ali como testemunhas
mudas da história da invasão da América.
Texto 2
Ao consumir parte significativa do acervo de 20 milhões de peças da instituição, o incêndio arrasou também
anos de trabalho e afetou, de forma irremediável, a pesquisa, com impactos na ciência brasileira e
internacional. Segundo uma pesquisadora dessa instituição, apesar de o foco muitas vezes permanecer na
perda do passado, quando perdemos um acervo que era usado para fazer pesquisa, perdemos também o
futuro.
Considerando os trechos apresentados, redija um texto a respeito da importância dos museus para a
sociedade contemporânea sob o ponto de vista da memória e das perspectivas de futuro, abordando três
aspectos da função social dessas instituições.
PADRÃO DE RESPOSTA
Em seu texto, o estudante deve apresentar argumentos que sustentem a importância dos museus para a
sociedade contemporânea, considerando três dos seguintes eixos argumentativos:
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1. Preservação de memória e políticas da identidade: a identidade de um povo depende da memória.
Resguardar a memória de grupos sociais, como, por exemplo, a proteção das memórias dos povos
tradicionais, indígenas e quilombolas, é condição indispensável para que possam ser reconhecidos em suas
particularidades; os museus podem servir como referência para a sociedade em que estão inseridos. Espaços
museológicos contribuem para o acesso e a democratização da memória. A cultura material pode ajudar a
reconstituir trajetórias de grupos sociais.
2. Educação e cultura: os museus oferecem acesso a informações, conhecimentos e bens culturais a públicos
de diferentes esferas da vida social. São espaços que podem propiciar a ampliação do campo de percepção
para a construção de outros entendimentos sobre o mundo. Por meio de exposições para a sociedade,
podem oferecer ao público possibilidades diversas de conhecer a história de grupos, de territórios, da
natureza, de arte, a depender do tipo de acervo que colecionam. Desse modo, podem fomentar, por meio
de atividades pedagógicas, educacionais ou mesmo de lazer, práticas reflexivas sobre o patrimônio cultural.
3. Produção de pesquisas e de conhecimentos:
3.1. As informações sobre os diversos grupos sociais possibilitam produzir conhecimento sobre diferentes
modos humanos de existir, recriar a história da humanidade e pensar distintos futuros possíveis.
3.2. O acervo de museus preserva e disponibiliza material biológico, registros geológicos e informações
catalogadas para realização de pesquisas. Nesse sentido, podem ser considerados espaços de preservação
de patrimônio natural.
3.3. O conhecimento exposto em museus é reflexo da pesquisa feita na instituição, que também é
comunicada a outro público pelos artigos em periódicos científicos.
4. Turismo e impacto cultural e econômico: relação entre museu e atividades ligadas ao turismo,
considerando o impacto cultural e econômico da região. Os visitantes fazem da ida ao museu parte de uma
atividade turística, mas também cultural, na medida em que tomam conhecimento da cultura e história de
determinados grupos, sociedades e países.
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5 ETAPAS DA FORMULAÇÃO DE QUESTÕES
2. Selecionar o tipo de questão mais adequado tanto à natureza do conteúdo (tema de estudo)
previsto na disciplina quanto à complexidade do processo cognitivo requerido.
4. Redigir a instrução que indica para o estudante de que forma ele deve responder à questão. Nesta
etapa, nas questões objetivas, está também a criação das alternativas (distratores e gabarito).
Estas quatro etapas se repetem até o total de questões solicitado para compor o banco de
questões da disciplina. Recomenda-se não vincular questões entre si, para evitar erros na
randomização.
5. Enviar as questões finalizadas para a designer educacional, que as analisa globalmente, inclusive
a diagramação, inferindo sobre a atratividade para o estudante e estimando sua eficiência como
instrumento de avaliação. Posteriormente, ela as encaminha para a Curadoria, que faz a análise
considerando a forma e orientações presentes nesse manual.
6. As questões retornam ao professor-autor para validação das intervenções, correção dos pedidos
feitos pelas equipes de revisão e aprovação. A última revisão é sempre do professor-autor, a fim
de garantir tanto a identidade da autoria quanto a certeza de que as revisões não prejudicaram a
correção do conteúdo, nem a intenção do autor. Neste momento, o professor-autor lê a versão
final de cada questão, fazendo as devidas justificativas.
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5.1.1 MODELO DE QUESTÕES
A questão para avaliação presencial de prova de autoria nas disciplinas certificadoras está dividida em
enunciado e critérios. Por ser discursiva, também requer a elaboração de uma rubrica para correção. Veja
como elaborar cada parte.
1. Enunciado
Neste espaço, explique de modo geral, fazendo referência ao caso ou ao projeto, o que os estudantes devem
relatar como prova de autoria.
*A resposta deve ter, no mínimo, 20 e, no máximo, 25 linhas.
Exemplo
Você e sua equipe trabalharam com esforço e dedicação no planejamento e construção de um plano de ação
para a empresa Drogatip. O plano elaborado tinha por objetivo subsidiar o gestor na tomada de decisão mais
acertada, no que diz respeito ao futuro da empresa. Diante da proposta e do que foi produzido, descreva,
conforme os critérios apresentados a seguir, como foi esse processo, lembrando que a utilização de
ferramentas e visão sistêmica é fator fundamental no desenvolvimento de qualquer plano de ação.
2. Critérios
A resposta do estudante deve atender aos critérios estabelecidos na questão. Assim, elenque neste espaço os
critérios de avaliação, isto é, o que você espera que os estudantes respondam e o número de linhas para cada
um deles.
Exemplo
5 linhas – Resumo da sua participação e da equipe, bem como das condições de trabalho.
5 linhas – Ferramentas tecnológicas, fundamentos teórico-metodológicos e aplicabilidade.
10 linhas – Reflexão sobre o plano de ação na empresa.
5 linhas – Conclusão sobre o plano de ação: o que faria diferente e por quê.
3. Rubrica
A rubrica deve classificar os critérios em níveis. Além disso, deve explicitar o que se espera ser atendido
em cada um deles, ou seja, você precisa descrever com detalhes e de maneira clara o desempenho
esperado para cada nível.
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6 ORIENTAÇÕES GERAIS
Vamos elencar algumas características que as questões precisam atender, de acordo com determinados
critérios da PUCPR Online:
Seja objetivo. Procure ir direto ao assunto. Isso também inclui não inserir informações
desnecessárias para a solução da questão. Seja preciso, para evitar múltiplas interpretações.
O gabarito sempre será a alternativa A, pois facilita o cadastro nos sistemas de avaliação.
Busque a originalidade e não utilize questões aproveitadas de livros, apostilas, exercícios prontos,
vestibulares ou concursos. As questões devem ser inéditas, para contribuir com o aprendizado e
não existir a possibilidade de o estudante ter se deparado com a avaliação anteriormente.
Elabore questões que estejam de acordo com o conteúdo ministrado até a avaliação, atendendo
ao perfil do curso e ao nível da disciplina.
Mantenha, em todas as alternativas, uma igualdade gramatical. Por exemplo, se uma alternativa
começa com verbo, todas as outras precisam apresentá-lo também. Ainda, conserve a mesma
proporção nas alternativas, não repetindo termos. Procure manter uma ordem lógica do
conteúdo nas questões.
Evite ao máximo as seguintes palavras ou expressões: sempre, nunca, talvez, pode ser, tudo,
todos, ninguém, nenhum, nada, algum, alguma, pouco, às vezes, quase, geralmente, raramente,
jamais, é provável, possivelmente, qualquer, as quais podem conferir imprecisão à questão. Nas
questões discursivas, não utilize no enunciado os verbos “discorrer”, “dissertar”, “dar sua opinião”
ou perguntas que apresentem o quê, quem, quando.
Não mencione a possibilidade de uma consulta externa além daquelas já disponíveis na própria
avaliação. As questões são avaliativas; logo, não será possível consulta a materiais externos
durante o processo avaliativo.
Para melhor compreensão do estudante, é imprescindível a utilização de verbos de ação, que são
apresentados na taxonomia de Bloom.
Inclua palavras-chave que caracterizem a questão e colaborem para a sua posterior recuperação.
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Evite questões que utilizem a simples memorização ou apresentem dicas. Logo, questões de
preenchimento de lacunas ou relacionar colunas não devem ser apresentadas. Nas discursivas,
evite verbos como listar, identificar, citar etc., pois também requerem apenas memorização.
Atente-se para não elaborar questões que apresentem afirmações, situações, usos, exemplos,
vocabulário, objetos, informações etc. que possam caracterizar-se como viés discriminatório ou
preconceituoso em relação a gêneros, etnias, profissões, crenças, religiões ou de outra natureza;
apologia a comportamentos e condutas em desacordo com preceitos educativos e legais (como
droga, bebida, crime, arma ou incitação à violência e a danos ou destruição de bem público ou
privado e da natureza); propaganda de produtos, marcas ou estabelecimentos comerciais.
Represente diferentes grupos sociais, sem focalizar particularidades de lugares e regiões pouco
conhecidos.
Nas respostas das questões discursivas da avaliação regular presencial das disciplinas
exclusivamente EaD, não podemos exigir resolução por outro meio que não resposta em texto.
Logo, não é possível solicitar que o acadêmico preencha uma tabela, por exemplo, como resposta
à questão, ou envie arquivos. Para as disciplinas do semipresencial outros tipos de respostas são
permitidos.
Nas questões discursivas, planeje para que não haja muitas rubricas, facilitando, assim, a
correção.
Os distratores precisam parecer corretos, para melhor avaliação do estudante. Por isso, não
podem apresentar erros evidentes que induzam à resposta correta. Redija o enunciado e o
gabarito semelhantes. Não termine o enunciado com um artigo (feminino ou masculino) que
indique a resposta. Não conduza a respostas como sim ou não nas questões discursivas. Proponha
alternativas mutuamente excludentes; esta é uma forma de assegurar que haja apenas uma
alternativa que responda adequadamente à questão proposta, o que significa não haver duas
alternativas que tenham o mesmo significado ou que levem direta ou indiretamente a um mesmo
resultado.
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Considere o tempo de leitura exigido do estudante na elaboração da questão. Isso poderá afetar
diretamente a confiabilidade e, consequentemente, a validade da prova randomizada para o
estudante. No caso de questões associadas a texto, tabela etc., é necessário ter cuidado especial
com relação ao seu tamanho, volume de informações e número de questões associadas a ele. Por
exemplo, não seria muito proveitoso incluir um texto de 30 linhas para que o estudante o utilize
para responder a somente duas questões (HALADYNA, 1997). Se sua escolha para o texto-base
for um conteúdo em texto, recomendamos no mínimo 60 caracteres ou quatro linhas, que
consideramos ideal para expressar uma contextualização para o estudante.
Prefira situações-problema que exijam reflexão e tomada de decisão; sendo assim, não proponha
textos como mero pretexto para a questão, não estando diretamente relacionados à resolução.
22
FONTEINE, C. Alba, the fluorescent bunny. 2000. 1 fotografia, color. Disponível em:
http://www.ekac.org/gfpbunny.html#gfpbunnyanchor. Acesso em: 18 ago. 2018.
Afirmativas I. A obra GFP Bunny, de Eduardo Kac, contribui para a ampliação dos horizontes
artísticos por meio do uso da engenharia genética como técnica de criação artística.
II. A obra GFP Bunny suscita várias questões, entre as quais se inclui a de caráter ético,
como, por exemplo, a dos limites da pesquisa científica e do uso de aplicações
tecnológicas.
III. As obras de arte biotecnológicas promovem a circulação de conceitos do campo da
arte e de técnicas laboratoriais, mas, ao mesmo tempo, banalizam a singularidade
da produção do artista.
Gabarito a) I e II.
Distrator b) III.
Distrator c) I.
Distrator d) II e III.
Distrator e) I, II e III.
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que pertençam a famílias de baixa renda (renda familiar de até 2 salários-mínimos).
Quantidade de crianças atendidas ao longo do projeto: 7.000
Local de realização: sedes de associações em comunidades com o menor Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) de cinco capitais brasileiras: São Paulo, Manaus, Curitiba,
Recife e Campo Grande.
Atividades ofertadas: aulas de violão, piano clássico, flauta e violino.
Custo para participar: gratuito
Ano de criação: 2004
Responsáveis: Organizações Não Governamentais (ONGs) ligadas à música nessas cidades.
Recursos financeiros: projeto mantido por doações.
Dificuldades: ausência de recursos para a compra de instrumentos musicais e necessidade
de apoio e divulgação.
24
REFERÊNCIAS
ANDERSON, L. W.; KRATHWOHL, D.R. (Ed.). A taxonomy for learning, teaching, and assessing: a revision of
Bloom's taxonomy of educational objectives (complete edition). New York: Longman, 2001.
BIAGIOTTI, Luiz Cláudio Medeiros. Conhecendo e aplicando Rubricas em Avaliações. In: CONGRESSO
INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, 12., 2005, Florianópolis. Anais. Rio de Janeiro: ABED, 2005. p.
1 - 9. Disponível em: <http://www.abed.org.br/congresso2005/por/pdf/007tcf5.pdf>. Acesso em: 18 fev.
2020.
BARKLEY, E.; MAJOR, C. H. Learning assessment techniques: a handbook for college faculty. San Francisco:
Jossey-Bass, 2016.
BIGGS, J.; COLLIS, K. Evaluating the quality of learning: the SOLO taxonomy. New York: Academic Press,
1982.
BIGGS, J.; TANG, C. Teaching for quality learning at university: what the student does. New York: McGraw-
Hill Education, 2007.
FINK, L. D. Creating significant learning experiences: an integrated approach to designing college courses.
New Jersey: John Wiley & Sons, 2003. Disponível em:
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