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HISTÓRIA DA PARANORMALIDADE

Através dos séculos, o ser humano buscou responder suas


interrogações de várias formas segundo os critérios, condições e
conhecimentos que possuía, dentro da cultura da civilização da época em que
a resposta foi elaborada.
Os homens da antiguidade respondiam suas interrogações de uma
forma intuitiva e mágica, já que os fenômenos existiam. A existência de bruxos,
feiticeiras, magos e adivinhos, pessoas que dizem ter a capacidade de localizar
objetos perdidos ou pessoas desaparecidas; pessoas que curam e que
provocam enfermidades é tão antiga quanto a existência do ser humano.
Nas civilizações consideradas primitivas ainda existe o pajé e o bruxo.
Os paranormais sempre estiveram presentes ao longo da história, sua
presença era frequente ao lado dos poderosos. O Rei, quando ia para a guerra
consultava seu Oráculo ou Pitonisa pedindo conselhos como: “qual o dia e hora
para atacar?”, Ou: “é melhor lutar ou pactuar a paz?”. Se o paranormal
acertasse recebia mais bens, riqueza e poder; mas se errasse era descartado e
morto.
Outra função do paranormal sempre foi ser agente de cura, curas
inexplicáveis de acordo com os conhecimentos da época. Hoje sabemos que o
acionava o poder de cura era o poder mental e sua atuação sobre a mente do
doente e sobre a matéria.
Na idade média, alguns paranormais eram vistos como enviados por
Deus, e foram colocados a serviço da religião. Exemplos de São Francisco
("falava com as plantas, as bestas e Deus") e Santo Antônio (fazia bilocação de
consciência para visitar doentes em outras cidades), e tantos outros santos que
faziam milagres.
Se o paranormal fosse resistente às normas da Igreja, estávamos na
presença do próprio demônio.
Na idade das Trevas, a Igreja Católica constituída em juiz supremo aqui
na terra, decidiu estabelecer uma cruzada contra Satanás, identificando-o nos
inimigos políticos, pessoais ou ideológicos, que eram eliminados na fogueira
pela simples acusação de "bruxaria" ou ainda de "heresia". Para se proteger os
paranormais se esconderam e não falavam para ninguém do que sentiam.
Novas cosmovisões aconteceram com o ocaso do poder político-
espiritual da Igreja e aos poucos os paranormais se permitem sair da
escuridão. Hoje consideramos normal uma benzedeira, uma adivinha, alguém
que faz a leitura do baralho, alguém que relata uma viagem fora do corpo ou
que testemunha alguma coisa no futuro ou no passado. O paranormal deixou
de ser demoníaco e como tal pode ser estudado por olhos mais abertos e
objetivos.
Quando a liberdade de culto ficou mais evidente, encontrou no Brasil,
verdadeiro crisol de raças, um ambiente perfeito para a paranormalidade.
Índios, negros e brancos com liberdade para estabelecer laços sanguíneos e
para cultuar seus costumes, seus Deuses e suas crenças. A este fenômeno se
dá o nome de sincretismo: a incorporação de crenças diferentes, muito
manifesta no Brasil, em especial na Bahia e outros estados nordestinos, onde o
Candomblé e a Umbanda passaram a fazer parte das cerimonias católicas
tradicionais.
Enquanto isso acontecia, o Espiritismo se organizou em torno da sua
doutrina com os trabalhos de Allan Kardec, o qual codificou as crenças na
existência de entidades ou seres que convivem com os seres humanos. Estes
são os espíritos, e agem na vida humana por pura necessidade de resolver
alguma questão, ou por alguma dívida contraída em uma encarnação anterior.
A organização da crença Espírita trouxe grande quantidade de adeptos,
em especial aqueles que resistem a autoridade da Igreja Católica, mas
acreditam no catecismo básico dela.
As religiões sincréticas encontram um vasto campo fértil para crescer, e
o fenômeno Espírita tomou conta do mundo.
A reação da Igreja Católica não demorou, esse é o tema a seguir.

ESCOLAS DE PARAPSICOLOGIA NO BRASIL

O fenômeno paranormal, por não poder ser colocado no banco de


provas da ciência, tem sempre múltiplas formas de ser compreendido, isso se
deve a ciência considerar que tudo que não pode ser pesado e medido não é
real e como tal ser objeto de estudo, ficando então como área de interesse da
religião.
Para poder entender as explicações sobre as manifestações dos
fenômenos paranormais, devemos entender os objetivos e interesses de quem
tenta explicar.
No Brasil, a partir da década de 1960, se desenvolveram três Escolas
de Parapsicologia: a Católica, a Espírita e a Científica Independente.

ESCOLA ESPÍRITA

Os primeiros a estudar o fenômeno paranormal são os Espíritas. Na


busca da comprovação científica desenvolveram um admirável arsenal de
máquinas e detectores da presença de plasmas e materiais imperceptíveis aos
nossos sentidos. O objetivo desta escola é comprovar as teses espíritas com o
auxílio das pesquisas parapsicológicas. O maior expoente desta escola é
Ernani Guimarães Andrade, fundados do Instituto Brasileiro de Pesquisas
Psicobiofísicas - IBPP em São Paulo.

ESCOLA CATÓLICA DE PARAPSICOLOGIA

Em resposta a "heresia espírita", a igreja católica impulsiona a criação


de centros onde o fenômeno paranormal passa a se ser estudado. O mais
importante é o Centro Latino Americano de Parapsicologia - CLAP - junto as
Faculdades Anchieta, que teve como coordenador o Padre Quevedo, pessoa
dinâmica que fez estudos muitos profundos sobre os fenômenos paranormais.
Não devemos separar ele de sua missão: "combater a heresia espírita".
Quevedo divulgou a informação de que os espíritas são charlatães, ou no
mínimo fanáticos obcecados por uma ideia ou filosofia cega e ofuscante.
Cunhou a frase: "Isso não ecxiste", com o qual desalentava o paranormal a
prestar atenção ao que sentia, completando com estes conselhos:
- É tudo coisa de tua cabeça.
- Não conte para ninguém, vão te dar medicamentos psiquiátricos, vão te
internar, privar de tua liberdade.
- Isso não ecxsiste.
Acabou entrando em rota de colisão com os devotos católicos após
escrever o livro: "Antes que os demônios voltem", sendo obrigado a
permanecer calado por cinco anos.
Nesta escola cabe destacar o Frei Albino Aresi que criou as clínicas
Mens Sanna onde tratava doentes auxiliado por paranormais.

A ESCOLA CIENTÍFICA INDEPENDENTE

Esta escola está desvinculada de compromissos - religiosos e/ou ideológicos


e se atém unicamente aos compromissos científicos. O desbravador foi o Dr.
Osmard Andrade Faria, quem escreveu "Parapsicologia- panorama atual das
funções Psi". Depois, chegou o Instituto Internacional de Kirliangrafia e
Psicobiofísica, dirigido por Newton Milhomens, e o Ipappi - SISTEMA GRISA,
Instituto de Parapsicologia e Potencial Psíquico Ltda, fundado e dirigido pelo Dr.
Pedro Antônio Grisa.
A Escola Científica e Independente por ser desvinculada de qualquer crença
consegue observar o fenômeno com olhar científico.

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