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14.mar.

2014
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APOSENTADORIA

Edição 13 .: Como alavancar seu patrimônio previdenciário?

Caro Leitor,

Na edição passada, introduzimos três critérios inteligentes para selecionar seus


investimentos em imóveis: fluxos de caixa autônomos, financiamento subsidiado e
condições de amortização.

Essa temática nos leva a aprofundar um tema sempre muito explorado no contexto
imobiliário: alavancagem.

Investir em imóveis frequentemente implica assumir algum tipo de endividamento,


mas não qualquer tipo. Por isso, o ditado financeiro afirma: “a melhor característica
do mercado imobiliário é a alavancagem, e a pior característica também é a
alavancagem”.

Isso posto, como aprendemos a usar a capacidade de endividamento a nosso favor,


sem nos tornarmos mais frágeis?

Abordaremos essa questão no relatório de hoje visando aplicações gerais, e não


apenas no contexto de real estate.

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Como primeiro passo, precisamos desconstruir o mito de que assumir dívidas é algo
eminentemente ruim, que apenas pessoas em dificuldades financeiras carregam
passivos em seus balanços.

Isso é uma grande besteira.

Quanto mais rico você se torna ao longo da vida, maiores as vantagens de se contrair
linhas de créditos vantajosas. Indivíduos abastados têm acesso a alternativas de
financiamento pré-aprovadas, prefixadas e sob custo substancialmente menor que a
média de mercado.

Em vez de estrangular seu fluxo de caixa, esse crédito potencializa o acesso rápido a
investimentos capazes de oferecer taxas de retorno (ponderadas pelo risco)
superiores ao custo da dívida.

Para tanto, basta usar a alavancagem de maneira responsável.

Não é pecado

Você já ouviu por aí que dívidas são motivo de vergonha? Que rico tem
investimento, enquanto pobre tem crediário pra pagar?

Então me explique uma coisa: por que Warren Buffett, a quarta pessoa mais rica do
Planeta Terra, usa alavancagem de maneira recorrente para multiplicar os ativos da
Berkshire Hathaway?

Buffett emprega as seguradoras de seu portfólio como uma fonte de funding barato
para tomar recursos e alavancar investimentos em demais ativos de retorno
superior. Ele usa dívida como um motor de crescimento, e não para fechar as contas
no fim do mês.

Esse é o caso exatamente oposto ao de indivíduos ou empresas em dificuldade


orçamentária, que acabam afundando em crédito rotativo, sem nunca conseguir pagar
a fatura com disponibilidades próprias.

Pessoas ou corporações frágeis financeiramente tomam empréstimos porque não


têm mais a quem apelar. Já esgotaram as reservas de uma vida, já pediram dinheiro à
família, já pediram dinheiro aos acionistas.

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Já as pessoas ou corporações robustas financeiramente tomam empréstimo pois têm
totais condições de amortizá-lo quando quiserem, a um custo módico, e ganhando
margem em cima da operação.

Imagine o seguinte

Suponha, por exemplo, que você está interessado em comprar um apartamento que
vale R$ 500 mil, pensando em alugá-lo conforme o preço médio da região, de
R$ 2.250/mês.

Em vez de desembolsar essa quantia na íntegra, você pode pagar R$ 350 mil à vista e
financiar os outros R$ 150 mil.

Digamos que, tendo um perfil elevado no banco por conta de sua renda e/ou seus
investimentos (prime, select, personnalité, estilo, premier, etc…), você consiga uma
linha de crédito imobiliário que custe 9% ao ano.

Grosso modo, isso significa uma obrigação mensal de R$ 1.125 em juros, restando-
lhe um delta de R$ 1.125/mês do aluguel para dedicar à amortização. O imóvel vai
pagando a si mesmo enquanto se valoriza ao longo dos anos, e com recebíveis
indexados à inflação.

Se você quiser, pode quitar o financiamento de R$ 150 mil, fica como uma
opcionalidade ao seu dispor. Mas a verdade é que essa dívida não lhe incomoda. Ela
está sendo compensada automaticamente pelo investimento efetuado, e uma hora
desaparecerá, deixando apenas o patrimônio do apartamento como herança para sua
aposentadoria.

Embora o exemplo seja tipicamente imobiliário, a mesma lógica vale para outras
classes de ativos (reais ou financeiros) de baixo risco e com perfil de renda
recorrente.

Alavancagem não é pecado, depende de como você usa.

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Armadilha de liquidez

Há quem precise de um empurrãozinho para avaliar tanto oportunidades novas de


investimento quanto de alavancagem.

Se esse for seu caso, pense sempre no seguinte: quanto dinheiro você está deixando
na mesa ao ignorar as chances que o mercado oferece?

Tomo como amostra aqui o caso de um leitor do Aposentadoria que acabou de se


tornar assinante e ainda não se decidiu sobre aplicações financeiras; por isso, vive na
chamada "armadilha de liquidez".

Celso ganha R$ 9 mil ao mês e seus gastos mensais são relativamente baixos, em
torno de R$ 2 mil. Ou seja, ele possui uma boa renda disponível para investir e - uma
vez acumulada certa gordura - também tem perfil para montar estratégias saudáveis
de alavancagem.

Todavia, não é o que Celso vem fazendo.

“Até o momento não tenho nenhum investimento, apenas dinheiro parado na conta
corrente, além de um montante de FGTS que ainda não resgatei na Caixa, e que já não
está rendendo nada".

Quando pensamos em problemas previdenciários, vêm à mente as típicas histórias de


pessoas que não conseguem poupar um só centavo para construir o patrimônio
futuro.

No entanto, são igualmente críticos os enredos daqueles que ignoram grandes


oportunidades previdenciárias.

Tendemos a achar que não há problema aí, pois quem tem um fluxo de caixa livre
como o do Celso consegue se aposentar numa boa sem esforço algum, apenas
guardando o dinheiro embaixo do colchão.

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De fato, a probabilidade de Celso passar aperto na velhice é remota, mesmo com a
inflação corroendo seu poder de compra (falamos sobre isso no início da série,
lembra?).

Mas não estou aqui para evitar que nossos leitores morram de fome; quero que eles
sejam verdadeiramente abastados. Ter R$ 1 milhão investido em 2024 não é nada
mal, mas ter R$ 10 milhões é mais do que dez vezes melhor.

A nuance fundamental nessa história é que o salto aparentemente fantástico da


quantia de R$ 1 milhão para os R$ 10 milhões não depende de estratégias
mirabolantes ou investimentos ultra-arriscados.

Baseamo-nos em coisas simples para chegar lá: (i) curiosidade de aprender, (ii)
iniciativa de tornar práticas as recomendações aqui publicadas e (iii) disciplina para
seguir gerindo o patrimônio previdenciário ao longo de anos.

Você não precisa ser o cara mais forte do mundo para mover uma pedra gigantesca
de lugar. Basta usar a cabeça.

Até a próxima!

Rodolfo

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Analistas Responsáveis
Assistentes de Análise
Beatriz Nantes, CNPI
Gabriel Casonato, CNPI-T
Felipe Miranda, CNPI
João Françolin
Rodolfo Amstalden, CNPI*

Roberto Altenhofen, CNPI

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Este relatório não representa oferta de negociação de valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros.
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*O analista Rodolfo Amstalden é o responsável principal pelo conteúdo do relatório e pelo cumprimento do
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