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A Carta Por
Pedro Cerize
12 de setembro de 2017
No meu primeiro relatório da série “A Carta” apresentei o que eu considero um ativo invencível
para os próximos dois anos: comprar o primeiro imóvel com financiamento bancário. Não vou me
alongar muito, mas gostaria de frisar que o trade só é infalível se ele estiver apoiado em três pernas
principais:
a) O imóvel, a partir do cenário atual, tem pouco a perder. Será um ativo que se valorizará
consistentemente no cenário Brasolômbia e preservará valor no Brazuela;
b) O empréstimo barato vai alavancar seus ganhos no cenário Brasolômbia e perderá valor num
cenário Brazuela;
c) O aluguel que você paga é uma renda fixa de alta qualidade, só que no passivo. Ao eliminar
esse passivo, abatendo a parcela de juros nominais, você pré-paga despesas futuras a uma taxa líquida
muito superior a outras aplicações.
A combinação desses elementos cria o trade perfeito. Qualquer outro é apenas uma adaptação
do conceito.
Resposta: Pegue um empréstimo. Dívida é proteção para Brazuela. Você terá opção de pagar
tudo mais a frente ou refinanciar com taxa mais baixa.
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Resposta: Não. Eles não são imóveis, e sim um produto lastreado em imóveis. Com custos de
aproximadamente 2% a.a. Dessa forma, enquanto a renda real de imóvel bem gerida fica ao redor de
6%, esses produtos na verdade ficam com um terço do valor do imóvel no longo prazo, sem que o
investidor perceba. Além disso, não podem ser alavancados com financiamento barato do imóvel
próprio.
Um pedido: se você tomou a decisão de comprar o imóvel, pode ficar tranquilo que eu vou
acompanhar atentamente essa posição. E se eu achar que algum ajuste deve ser feito, você será o
primeiro a saber. Continue enviando as suas perguntas pelo e-mail acarta@inversapub.com.
1) Custos de transação e custódia devem ser os mais baixos possíveis. Eles fazem uma diferença
relevante no longo prazo. A Inversa vai manter sempre atualizada uma lista com as melhores corretoras,
tanto para o tesouro direto quanto para ações.
2) Para efeitos de alocação, considere apenas três ativos: Caixa (CDI), Renda Fixa e Ações.
Para calcular a carteira neutra, estimei qual volume de ativos está na mão dos investidores no
Brasil. À medida que os preços oscilam, oscilam também os pesos da carteira neutra.
No final deste relatório eu explico como cheguei aos números da tabela abaixo, que mostra como
seria nossa alocação neutra de recursos hoje:
Caixa 5%
Renda Fixa (IMA) 65%
Bolsa 30%
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Portanto, o investidor médio estará “zerado” não quando tiver todos os seus recursos em caixa,
mas sim, quando estiver com 5% em Caixa, 65% em Renda Fixa e 30% em Bolsa.
- Encontre uma corretora para Tesouro Direto com baixo custo de custódia (exemplos: Rico,
XP, Clear e Guide) ou um fundo de renda fixa que replique o IMA com baixo custo de administração.
- Encontre uma corretora que tenha baixo custo de corretagem. (Obs.: Confira o guia de
corretoras da Inversa)
Pessoas com renda mais previsível podem ser mais agressivas em sua carteira de investimento.
Pessoas que têm seu fluxo de rendimentos instável devem ser mais conservadoras na alocação de
recursos. Aliando isso às características de personalidade, você pode encontrar qual o perfil que melhor
se encaixa no seu caso.
Futuramente, a Inversa vai ajudar você a fazer isso. Estamos trabalhando para desenvolver uma forma mais
inteligente que os questionários de banco para dizer sobre o seu perfil de investimento.
Por enquanto, vou simplificar e dar apenas três perfis:
Só para contextualizar, nos EUA, os fundos de previdência assumem que uma carteira neutra
deva ter 60% em Bolsa e 40% em Renda Fixa. Lá não existe o almoço grátis do rendimento real positivo
para aplicações em títulos do governo.
A cada edição de A Carta vou dar minha sugestão de alocação para carteiras Conservadoras, Normais e
Agressivas.
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Minha alocação em Bolsa vai sempre sugerir um ETF (fundo passivo negociado em Bolsa)
chamado BOVA11. Ele segue fielmente o Ibovespa. Não vou indicar ações individuais. Você pode
fazer isso por conta própria, se quiser.
Mas saiba que, no longo prazo, menos de 20% dos fundos de ações batem os índices de mercado.
Portanto, não fique muito preocupado se você não está investido na próxima dica quente do mercado.
No longo prazo, poucos ganham mais que a média. Para começar, o BOVA11 vai cumprir o papel
oferecendo liquidez e baixo custo.
O que eu posso adiantar é que, em ambos os cenários, as carteiras terminam com um percentual
elevado de ações: ou porque estou otimista com a possibilidade de virarmos Colômbia ou porque estou
pessimista com a perspectiva de um governo que nos coloque em risco de virarmos uma Venezuela.
Em ambos os casos a Bolsa sobe muito, mas em um deles em termos reais e, no outro, em termos
nominais. E o tipo de ação que vamos colocar na carteira vai mudar muito.
No momento não existe pressa nenhuma em querer antecipar o futuro. Minha interpretação é
que o cenário mais provável é uma vitória da direita, corroborando minha tese de que o pêndulo
ideológico virou no Brasil. Mas devemos considerar o improvável como algo possível e, se o cenário
mudar, devemos mudar também.
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Para ponderar a carteira neutra, não considerei outros investimentos, como o CDB, que é
um ativo das pessoas e um passivo dos bancos. Os únicos ativos são as ações disponíveis ao público
(free float) e os títulos da dívida mobiliária fora do governo.
Metodologia de cálculo
O IMA Geral mede a performance da carteira de títulos públicos emitidos pelo Tesouro. A
ponderação do IMA é proporcional ao peso de cada título no total da dívida mobiliária.
O Ibovespa mede a variação de uma carteira de ações ponderada pelo valor de mercado em poder
dos acionistas não controladores, ou seja, disponível para compra e venda.
Como ainda precisamos que o terceiro ativo da alocação seja caixa, para efeitos práticos de
gestão de carteira, vamos inicialmente arbitrar esse valor em 5%.
O conceito de caixa é a parcela dos seus recursos aplicados em CDI (ou % CDI) com liquidez
imediata.
Dado que parte do IMA já contém títulos atrelados ao Selic (próximo CDI), vamos retirar
integralmente os 5% de caixa da alocação em Renda Fixa.
3%
Selic
29% 31%
Pré Fixada
IPCA
IGP-M
37%
Por isso que eu disse acima que, hoje, nossa alocação neutra de recursos seria:
Caixa 5%
Bolsa 30%
E, portanto, que o investidor médio estará “zerado” não quando tiver todos os seus recursos em
caixa, mas sim, quando estiver com 5% em Caixa, 65% em Renda Fixa e 30% em Bolsa.
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Um abraço,
Pedro
*Este relatório faz parte do conteúdo pago da Inversa Publicações. As informações contidas neste conteúdo não podem ser
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