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AULA 3

ADMINISTRAÇÃO DE REDES
DE COMPUTADORES

TEMA 1 – PLATAFORMAS DE
GERENCIAMENTO
As plataformas de gerência de redes
apresentam uma gama bem grande de
funções, como: levantamento de topologias
(físicas e lógicas), criação de mapas rede,
notificação de alertas, gerenciamentos de
MIBs (bases de dados de gerenciamento),
tratamento de eventos, diagnóstico de falhas,
elaboração de relatórios, integração de
aplicações e segurança do ambiente de rede
e TI.

1.1 Modelos de gerência de redes


A estratégia e a modelagem da gerência de
rede podem ser baseadas em: tipos de
redes, sistemas, serviços de tecnologia e
processos e aplicações relacionadas ao
negócio da empresa. As áreas de negócio
das organizações estão cada vez mais
dependentes da tecnologia da informação,
dessa forma o gerenciamento das
infraestruturas de rede deve estar alinhado
com a estratégia de negócio das empresas.
Os critérios para gerenciar a infraestrutura de
rede no passado eram estritamente técnicos;
o administrador da rede, através de seu
conhecimento técnico, ajustava e configurava
os controles do ambiente. Com a evolução
da tecnologia e o surgimento de estruturas
de rede mais dinâmicas e complexas, como
a computação em nuvem, a virtualização de
servidores, as redes sem fio, as redes
privadas virtuais (VPN), funcionários que
acessam remotamente a rede da empresa e
as ferramentas de comunicação unificada,
surge a necessidade de adaptar a
administração e a gerência de toda essa
infraestrutura de maneira que o acesso, o
desempenho, a disponibilidade e a
usabilidade fossem atendidas com êxito, sem
esquecer da segurança.
Dentro desse contexto de infraestrutura de
redes, é necessário estar atento à
estabilidade da rede. Assim, certas questões
devem ser avaliadas. como: conectividade,
cabeamento estruturado (fibras ópticas,
cabos de cobre, wireless), dupla abordagem
em relação a links externos (internet), rede
elétrica (nobreaks, geradores,
estabilizadores), servidores, comutadores e
roteadores, pois tudo isso mantêm um
negócio operacional. Essa variedade da
infraestrutura requer modelos de
gerenciamento que sejam portáveis e que se
adaptem e simplifiquem a complexidade de
administrar infraestruturas de redes
complexas.
Para estabelecer uma sinergia entre as
aplicações de negócio, a gerência de
tecnologia precisa honrar os acordos de nível
de serviço. Nesse contexto, o

sistema de gerenciamento de redes e


sistemas é importante. Dentro desse modelo
de gerência, todos esses componentes
precisam estar orquestrados. Os modelos
podem ser baseados em: gerência focada
nas aplicações (BSM e SLM) e negócios das
empresas, gerência técnica baseada e seus
elementos de tecnologia da empresa, ou
ainda gerência específica em determinada
operação crítica da empresa (ITIL). Na
Figura 1, é possível visualizar esses modelos
de gerência e em quais áreas o sistema de
gerência de rede deve focar.
Figura 1 – Modelos de gerência
Fonte: Elaborado com base em Santos, 2015.

1.2 Frameworks de gerenciamento


Os frameworks (bibliotecas de boas práticas)
reúnem as melhores práticas com instruções
que auxiliam a área de tecnologia da
informação com implantação, suporte,
manutenção, gerenciamento, controle, entre
outras atividades. Contêm guias,
ferramentas, sistemas e técnicas que
possam colaborar na gerência e governança
de tecnologia e na prestação de serviços de
tecnologia, ou até mesmo na entrega de um
produto de tecnologia. Podemos elencar
alguns desses frameworks que podem
auxiliar a administração e gerência de redes:
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• ITIL – é um agrupamento das


melhores práticas utilizadas no
gerenciamento de serviços de
tecnologia de informação de alta
qualidade, obtidas em consenso após
décadas de observações prática,
pesquisa e trabalho de profissionais de
TI e processamento de dados em todo
o mundo. O principal objetivo do ITIL é
prover um conjunto de práticas de
gerenciamento de serviços de TI
testadas e comprovadas no mercado
(Fernandes, 2014).

• COBIT – é um modelo de
referência para a governança de TI,
sendo dividido em domínios contendo
processos de alto nível e objetivos de
controle. É um modelo de controles de
objetivos de TI e mapas de auditoria
que ajudam os gestores a desenvolver
políticas para identificar e controlar a TI
e sua aderência ao negócio, com
práticas internas de TI e riscos de TI
para o negócio (Freitas, 2013).

• TOGAF – seu papel é capturar,


entender e tratar requisitos atuais e
emergentes, estabelecer políticas e
compartilhar melhores práticas para
facilitar a interoperabilidade,
desenvolver consenso e evoluir e
integrar especificações de tecnologias
de código aberto e operar certificações.
(Fernandes, 2014)
• BPM CBOK – tem como
finalidade principal identificar e fornecer
uma visão geral das áreas de
conhecimento necessárias para o
Gerenciamento de Processos de
Negócio (BPM). Apresenta uma visão
geral, uma lista de tópicos e referências
associadas, além de tarefas específicas
para cada área de conhecimento,
propondo também um glossário para
incentivar o uso de uma terminologia
padronizada. Sugere um modelo
curricular para o Gerenciamento de
Processos de Negócio. (Fernandes,
2014]

• BABOK – é um conjunto de
atividades e técnicas utilizadas para
servir como ligação entre as partes
interessadas, no intuito de compreender
a estrutura, as políticas e as operações
de uma organização, e para
recomendar soluções que permitam
que a organização alcance suas metas.
Seu principal objetivo é servir como
uma base de conhecimento para que os
profissionais de Análise de Negócios
possam compreender seu papel, as
habilidades necessárias e as tarefas
que precisam ser realizadas para
adicionar valor a uma organização
(Fernandes, 2014).

1.3 Sistemas de gerenciamento de rede


Os sistemas de gerenciamento de rede são
combinações de software, hardware e
protocolos para utilização na administração
de todos os dispositivos de rede. Existe uma
grande variedade de sistemas de gerência
de rede, cujo objetivo é monitorar e controlar
todos os elementos de rede e vincular
relacionamentos. Em geral, os sistemas de
gerência apresentam as seguintes funções:
• coletam todos os dados e
informações de gerenciamento dos
dispositivos;

• apresentam portabilidade e
integração com outros sistemas de
gerência;
• devem fazer a identificação e
organização dos dados de gerência
(planilhas, gráficos, vetores, relatórios,
valores lógicos e etc.).
As organizações apresentam
infraestruturas heterogêneas, com
grande variedade de equipamentos,
marcas, modelos e diversas aplicações.
É importante fazer o mapeamento de
todos os elementos de rede e suas
aplicações. A escolha do sistema de
gerência tem que atender algumas
necessidades, entre elas:

• interface de administração
simplificada, com bons elementos
gráficos;

• facilidade para a adequação e


customização de configurações e
alertas;

• boa consolidação e
organização dos dados e informações
de gerência de
rede;
• menor complexidade na
operação do sistema de gerência;

• portabilidade do sistema, que


deve ser multiplataforma (Windows,
Linux e
outros sistemas operacionais) e atender
a todos os sistemas operacionais;

• o sistema de gerência deve ter


boa capacidade para integração com
outros
sistemas de gerenciamento;

• grande variedade de gráficos e


relatórios para a tomada de decisões;

• possibilitar o aumento e
incremento de novas funcionalidades;

• oferecer módulos adicionais


para: auditoria, registro de problemas,
inventário, telefonia, acompanhar
disponibilidade, capacidade,
configuração e desempenho.
A escolha entre sistemas de gerência
comerciais e gratuitos deve ser bem
analisada. Plataformas comerciais são
mais integradas, intuitivas e com
evolução e aprendizado contínuo, já as
plataformas gratuitas apresentam
funções básicas, com riscos de
descontinuidade e incompatibilidade.

1.4 Arquitetura de um sistema de


gerência
O entendimento da arquitetura de um
sistema de gerência, sua plataforma e
funcionalidades, é muito importante. A
gerência deve prover informações confiáveis.
Sistemas de gerência coletam informações
de seus agentes remotos, de forma não
solicitada, e eventualmente alteram dados de
gerência. Esses procedimentos podem ser
manuais ou automáticos. Dessa forma, é
possível ter uma visão geral do estado de
rede, do controle da infraestrutura, da
captura de eventos e do ajuste os alertas,
com atuação de forma proativa na resolução
de problemas. Dentre os componentes de
um sistema de gerência, podemos elencar
alguns, mostrados na Figura 2:
• Banco de Dados para
Armazenamento dos Dados

• Agentes e Gerentes de
Monitoramento

• Gerador de Relatórios

• Mapas e Visões de Rede

• T emplates (modelos) de
Gerenciamento

• Funcionalidades de Descoberta
de Rede e Alertas

• Módulos adicionais e plug-ins


para Aplicações e Serviços

• Interface de Administração
para Gerentes e Usuários
• Núcleo do Sistema de
Gerência de Rede
Figura 2 – Componentes de gerência de
rede
Fonte: Elaborado com base em Santos, 2015.
O núcleo (core) dos sistemas de
gerência é o principal componente.
Nele, são programadas as funções de
gerência e seus protocolos. Além de
prover os

mecanismos de armazenamento das


informações coletadas em seu banco de
dados, existem algumas ferramentas com
funcionalidades livres e outras com
funcionalidades pagas. Novas plataformas
podem ser adicionadas ao núcleo, e também
novos padrões de mercado, melhorias de
segurança e customizações corporativas.
Um componente que também merece grande
atenção é o banco de dados. A maioria dos
sistemas de gerência de redes utiliza
plataformas de banco de dados, tais como:
MySQL, PostgreSQL, Oracle, SQLServer,
entre outros. O banco de dados deve prover
boa escalabilidade e desempenho, além de
estabelecer o controle de concorrência e
atomicidade. Sistemas gerenciadores de
banco de dados também podem ser gratuitos
ou pagos. Ab.ixo, a Figura 3 mostra a
arquitetura de um sistema de gerência de
rede (NMS):
Figura 3 – Arquitetura de um sistema de
gerência de rede
Fonte: Elaborado com base em Santos, 2015.

TEMA 2 – COMPONENTES DE UM
SISTEMA DE GERÊNCIA
As soluções de gerência em sua grande
maioria permitem customizações e
adaptações, com portais de acesso, gráficos
específicos, mapas e visões da
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topologia de rede, além de gráficos de


utilização e monitoramento em tempo real.
Os sistemas de gerência apresentam API
(interface de programação e aplicação) para
desenvolvimento de tarefas e scripts,
personalizados às suas necessidades.
Dentro desse contexto, aplicações
desenvolvidas a partir de APIs utilizam as
MIBs para descobrir itens para
monitoramento, tratamento de mensagens,
mensagens assíncronas (traps), mudança de
estado dos dispositivos e registro de eventos.
Isso é importante quando a infraestrutura
apresenta equipamentos específicos, oferece
gerenciamento granular (personalizado) e faz
a programação de ações em caso de falhas
e incidentes de forma antecipada. Vejamos
alguns componentes que fazem parte de um
sistema de gerenciamento:
• Gerenciamento de Serviços e
Aplicações de Rede

• Inventário de Equipamentos de
Rede

• Funções de Descoberta e
Varredura de Equipamentos de Rede

• Desenvolvimento de Mapas e
Desenhos de Topologia de Rede

• Políticas de Gerenciamento do
Ambiente
• Arquitetura de Templates
(modelos) e Plugins de Aplicações e
Serviços

• Captura e Armazenamento de
Parâmetros de Configuração

• Gerenciamento de Registros de
Logs e Eventos
2.1 Atividades e descoberta de rede
Os sistemas de gerência fazem um
processo de captura e coleta de várias
informações de gerência, através de
mensagens assíncronas (traps) e
síncronas (gets). Vários os protocolos
de rede são trafegados nas redes de
dados, como: UDP, TCP, HTTP, ICMP,
entre outros. Obtendo esses dados e
informações, é possível identificar as
atividades de rede, traçar um perfil de
utilização da rede e identificar fluxos de
dados. Isso tudo é importante para uma
boa gerência de rede.
Esse procedimento de varredura e
descoberta pode ser feito de forma
ativa e passiva. A forma ativa pesquisa
e varre todos os dispositivos de rede
utilizando uma série de protocolos
(ARP, ICMP, SSH) para identificar
dispositivos, serviços e topologias de
rede. A forma passiva utiliza dados do
próprio tráfego da rede e consulta os
equipamentos centrais (core de redes),
buscando tabelas de roteamento,
tabelas ARP, endereçamentos, agentes
de rede e outras informações.
Ferramentas de gerência apresentam
procedimentos e algoritmos específicos
para busca e complemento de
informações do ambiente de rede.

2.2 Eventos e alarmes


Os sistemas de gerência e administração de
rede são responsáveis por monitorar todos
os fluxos de dados e monitorar o
funcionamento dos dispositivos, conforme a
Figura 4, que mostra os fluxos de
comunicação dos sistemas NMS.
Figura 4 – Fluxos de informações dos
sistemas de gerência de redes
Fonte: Elaborado com base em Santos, 2015.

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Quando a rede apresenta uma falha, ocorre
um número de eventos. Eventos são
informações importantes para as plataformas
de gerência. A partir de um evento, é
possível gerar um ou mais alarmes e alertas;
como são muitos os eventos que ocorrem em
uma rede, é necessário fazer filtragem,
associação e agrupamento, bem como uma
política eficiente de disparo de alertas e
alarmes. Criar correlações e dependências é
necessário para um melhor funcionamento
dos sistemas de gerência de rede.
Algumas plataformas são capazes de
detectar as interdependências entre
dispositivos, conforme topologia de rede
mapeada. Alertas de interfaces de rede,
colorização de falhas, alertas sonoros e
disparo de mensagens a e-mails e telefone
celulares podem ajudar o administrador a
saber quando as falhas ocorrem.

2.3 Prioridade de atividades


Definir a priorização e a criticidade dos
eventos da rede e definir como será o
tratamento desses eventos é uma atividade
que ajuda no controle do tempo, na
resolução dos problemas e na forma como
será feita a decomposição desses
problemas. A prioridade deve estar vinculada
às políticas organizacionais da empresa;
assim, é necessário desenvolver um escopo
e definir como os alertas e alarmes serão
disparados, conforme a prioridade e a
criticidade das operações da empresa.

2.4 Escalabilidade
Em infraestruturas de rede nas quais o
número de equipamentos e dispositivos são
maiores, existe a necessidade de utilizar
sistemas de gerência de forma distribuída,
combinando modelos centralizados,
hierárquicos e distribuídos. Uma rede com
muitos objetos gerenciados e com captura de
informações de tempos em tempos (média
de 5 minutos) exige dos servidores de
gerência e toda a rede uma boa capacidade
de transmissão, processamento e
armazenamento de informações. Dentro
desse contexto, a escalabilidade é um fator
relevante. Existem soluções que com
estações de gerenciamento redundantes,
agregadores locais e sistemas gerenciadores
de banco de dados de forma distribuída.

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TEMA 3 – MODELO FCAPS E OS
SISTEMAS DE GERÊNCIA DE
REDES
A modelagem FCAPS (Falhas, Configuração,
Contabilização, Desempenho e Segurança)
pode ajudar e balizar administradores de
rede na escolha de soluções de gerência de
rede. Essa abordagem é utilizada na análise
de sistemas de gerência, de modo a
desvendar quais são as características
necessárias e as funcionalidades esperadas
dentro daquela área de gerência.

3.1 Gerência de falhas


O objetivo do gerenciamento de falhas é
registrar, detectar e reagir às condições de
falha de rede. A linha divisória entre
gerenciamento de falha e gerenciamento de
desempenho é bastante indefinida. Podemos
considerar o gerenciamento de falhas como
o tratamento imediato de falhas transitórias
da rede. (Kurose, 2013)
Os sistemas de gerência dentro da área de
falhas devem permitir uma gerência de falhas
em tempo real, exibir gráficos de falhas,
administrar exceções, identificar quais
elementos de rede apresentaram falhas,
tratamento de falos positivos de falhas,
registro da falha e o tratamento e solução da
falha ou incidente.
Quando uma falha acontece, a solução de
gerência deve prover informações como log
de eventos, mensagens, mudanças de
configurações, alterações no inventário,
dados de performance e desempenho.

3.2 Gerência de con gurações


O gerenciamento de configuração permite
que um administrador de rede saiba quais
dispositivos fazem parte da rede
administrada e quais são as configurações
de hardware e software (Kurose, 2013).
As informações de configurações devem
constar nos inventários de dispositivos. São
informações como: tipo de dispositivo,
sistema operacional, módulos, portas,
memória, disco, números seriais,
endereçamentos físico e lógico. A gerência
de configuração permite acessar essas
informações em tempo real. Em redes
diversificadas, acaba sendo uma tarefa mais
difícil. Ações importantes dessa gerência
são:
fi
Definir quem são os responsáveis por
alterações

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• Alterações de configurações
que causam problemas

• Possibilitar reversões de
configurações conforme demanda

• Promover mudanças de
configuração simultâneas

• Controlar as mudanças e seus


gerenciadores
3.3 Gerência de contabilização
O gerenciamento de contabilização
permite que o administrador de rede
especifique, registre e controle o
acesso de usuários e dispositivos aos
recursos de rede. Quotas de utilização,
cobrança por utilização e alocação de
acesso privilegiado a recursos fazem
parte da gerência de contabilização
(Kurose, 2013).
A contabilização tem a função de fazer
os registros de utilização, recursos de
rede, volume demandado de operação,
consumo de insumos, mapeamento do
perfil normal da rede, elaboração de
relatórios históricos de capacidade,
estatísticas de horas, dias, semanas,
meses e outras médias,
armazenamento de dados e recursos
computacionais (CPU, memória, disco,
rede). A contabilização deve ainda:

• Registrar toda a utilização dos


recursos de rede

• Determinar o perfil de utilização


normal da rede

• Auxiliar no plano de capacidade


da infraestrutura de rede
3.4 Gerência de desempenho
A meta do gerenciamento de
desempenho é quantificar, medir,
informar, analisar e controlar o
desempenho (por exemplo, utilização e
vazão) de diferentes componentes da
rede. Entre esses componentes, estão
dispositivos individuais (por exemplo,
enlaces, roteadores e hospedeiros),
bem como abstrações fim a fim, com
um trajeto pela rede (Kurose, 2013).
O administrador na gerência de
desempenho tem um papel
determinante. É ele quem deve
estabelecer os níveis de performance
necessários de cada elemento de rede,
a administração dos recursos de rede
(memória, disco, processamento, rede),
os limites necessários, a escalabilidade,
a customização e as particularidades de
cada equipamento e seus fabricantes.
A gerência de desempenho deve
estabelecer parâmetros para a
notificação de performance em caso de
queda, como perda de pacotes em
redes de comunicação, espaço em
disco nos dispositivos de
armazenamento, uso de

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memória RAM e memória virtual, utilização


de processamento, marcação de pacotes
priorizados (usado em telefonia VOIP), entre
outros parâmetros.

3.5 Gerência de segurança


A meta do gerenciamento de segurança é
controlar o acesso aos recursos da rede de
acordo com alguma política definida. As
centrais de distribuição de chaves e as
autoridades certificadoras são componentes
do gerenciamento de segurança. Os firewalls
servem monitorar e controlar pontos externos
de acesso à rede (Kurose, 2013).

TEMA 4 – SOLUÇÕES E
PLATAFORMAS DE GERÊNCIA
As plataformas de gerência apresentam um
conjunto de ferramentas de gerência de rede.
Elas fornecem funcionalidades de descoberta
de dispositivos automatizada e apresentam
mapas de rede, disponibilidade dos
equipamentos, falhas, congestionamentos,
qualidade dos serviços, entre outros
aspectos. O gerenciamento de redes está
cada vez mais complexo, sendo um grande
desafio que a maioria das infraestruturas de
redes enfrenta. As plataformas de gerência
devem oferecer consistência na
apresentação da informação, promover uma
gerência integrada e automatizar a coleta de
informações, bem como as ações em caso
de falhas. Conhecimento sobre as principais
soluções de gerência de redes é um
diferencial.

4.1 Soluções com software livre


As soluções de código aberto de gerência de
redes são desenvolvidas com software livre
de forma aberta. Elas facilitam
customizações, interoperabilidade e
atualizações posteriores. Apresentam uma
abordagem modular, que pode ser ajustada
conforme a necessidade. Com um custo
zero, o código aberto permite que os
usuários e administradores configurem e
implementem de maneira aderente as
estratégias de gerência. As comunidades de
desenvolvimento de sistemas de
gerenciamento de código aberto são bem
atuantes, pois existem grandes projetos da
área de gerenciamento com código aberto,
entre os quais podemos destacar: Cacti,
Nagios, Zabbix, Ntop, entre outros.
Usando o framework FCAPS (Fault,
Configuration, Accounting, Performance e
Security), podemos classificar as ferramentas
de gerência
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conforme sua área funcional. As ferramentas


de código aberto são excelentes alternativas
para uma boa administração e gerência de
redes.

4.2 Ferramentas de gerência de falhas


A gerência de falhas tem por finalidade
encontrar, registrar e corrigir falhas que
ocorrem dentro das redes. Seus
componentes são: detecção, notificação,
tendência, registro e resposta. No
gerenciamento de falhas, existe um grupo de
ferramentas de software livre para essa área
funcional:
• MRTG: é uma ferramenta de
monitoramento de rede, com gráficos
de dados coletados a partir do protocolo
SNMP. Link: https://www.mrtg.com/.

• Cacti: ferramenta de
administração de rede que recolhe e
exibe informações sobre o estado de
uma rede computadores através de
gráficos. Link: https://www.cacti.net/.

• SpiceWorks: ferramenta de
gerência de redes para Windows, com
interface web e com vários plugins.
Link: https://www.spiceworks.com.

• Ntop: ferramenta de software


livre para monitorar e gerenciar redes
de computadores, através de gráficos e
informações detalhadas. Link: https://
www.ntop.org/.

• Flow-Tools: ferramenta para


análise e monitoramento de fluxos de
dados. Link: https://pkgs.org/download/
flow-tools.

• NetXMS: sistema de
gerenciamento de rede para
monitoramento de

infraestruturas, compatível com protocolo


SNMP. Link: https://www.netxms.org.
4.3 Ferramentas de gerência de
con guração
A gerência de configuração faz os registros e
o controle dos parâmetros de configuração
dos equipamentos de rede e seus serviços.
Esse processo tem que ser documentado,
sendo necessário acompanhar alterações e
mudanças. São componentes dessas
ferramentas: coletor, depósito, trilhas e
automatização. Para o gerenciamento de
configuração, existe um grupo de
ferramentas de software livre para essa área
funcional:
Webmin: programa de gerência de
servidores para plataforma unix. Link: http://
www.webmin.com/.

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• OneCMDB: pode ser usado


para manter o controle de software e
hardware ativos e suas relações. Link:
http://www.onecmdb.org.
fi
• OCS Inventory: é um software
livre para inventário, coleta de
informações de hardware e software de
máquinas conectadas, sistema cliente e
servidor. Link: https://www.ocsinventory-
ng.org/en/.

• Cacic: configuração automático


e coletor de informações
computacionais, fornecendo um
inventário do parque computacional,
com informações gerenciais. Link:
https://softwarepublico.gov.br/social/
cacic.

• Rancid: aplicativo de
gerenciamento de rede, utilizado para
gerenciamento de roteadores. Link:
http://www.shrubbery.net/rancid/.
4.4 Ferramentas de gerência de
contabilidade
A gerência de contabilidade tem a
função de coletar informações e
estatísticas para controle e auditoria. É
uma forma de analisar a utilização e
regular e medir acessos a
equipamentos e serviços. Os
componentes dessa área funcional são:
interface de gerência de usuários,
grupos, unidades organizacionais,
senhas, permissões de acesso,
sistemas de eventos, logs, cópias de
segurança e banco de dados.
Com a responsabilidade de recuperar
estatísticas de utilização dos recursos
de rede, fazer o controle, análise e
auditoria, existem algumas ferramentas
que auxiliam o administrador na área
funcional de contabilidade:

• Bacula: é uma ferramenta de


código aberto que permite
gerenciamento de backups,
restaurações e verificação de dados
através de uma rede de computadores.
Link: https://blog.bacula.org/.

• RSync: é um utilitário usado


para manter cópias de um arquivo em
dois computadores ao mesmo tempo. É
normalmente encontrado em sistemas
do tipo Unix. Link: https://
rsync.samba.org/.

• Rsnapshot: ferramenta para


sincronização de um sistema de
arquivos local e remoto. É um utilitário
de backup instantâneo (snapshot) com
base no rsync. Ela realiza backups
instantâneos periódicos de máquinas
locais e máquinas remotas através de
SSH. Link: http://rsnapshot.org/.

• Amanda: permite que o


administrador do sistema possa
configurar um único servidor de backup
para fazer backup de outros
hospedeiros na rede

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para unidades de fita ou disco – modelo


cliente/servidor. Realiza backup
completo, diferencial e incremental. Link:
http://www.amanda.org/.
• Splunk: é uma ferramenta de
pesquisa e análise de logs de TI. É um
software que permite que você indexe,
pesquise, alerte e informe em tempo
real. Também permite que você
visualize históricos de dados de TI. Link:
https://www.splunk.com/pt_br.

• Syslog-ng: é uma
implementação gratuita e de código
aberto do protocolo
syslog para sistemas Unix e Unix-like.
Link: https://www.syslog-ng.com/.

• OpenLDAP é um software livre


de código aberto que implementa o
protocolo LDAP. Ele é um serviço de
diretório. Link:
https://www.openldap.org/.

• FreeRADIUS: é a mais popular


e o mais amplo servidor de RADIUS em
código livre do mundo. FreeRADIUS
provê autenticação, autorização e
contabilidade. Link: https://
freeradius.org/.
4.5 Ferramentas de gerência de
desempenho
A gerência de desempenho tem a
função de coletar, medir, avaliar e dispor
de informações de performance dos
equipamentos de rede e seus serviços.
Fazem parte da gerência de
desempenho: coleta de dados,
sumarização, visualização, tendências
de uso, perfil e comportamento da
infraestrutura de rede.
Para garantir que a rede esteja sempre
funcional, com boa qualidade e
desempenho, as ferramentas que
auxiliam essa área funcional são:

• Wireshark: é um programa que


analisa o tráfego de rede, e o organiza
por protocolos. Link: https://
www.wireshark.org/.

• Kismet: é uma ferramenta de


detecção de redes e intrusos, sniffer e
analisador de banda para redes Wi-Fi. É
uma das ferramentas mais utilizadas, e
que apresentam melhores resultados e
gráficos quando você deseja analisar
redes Wi-Fi 802.11b/a/g/n. Link:
www.kismetwireless.net.

• TCPDump: é um sniffer de rede


utilizado pela linha de comando. Seu
“concorrente” gráfico é o Wireshark.
Mesmo assim, muitos continuam a usá-
lo com frequência pela flexibilidade da
linha de comando. Link:
www.tcpdump.org.

• Smokeping: ferramenta de
monitoramento de links e latência de
redes, que mostra estatísticas via web.
Link: https://oss.oetiker.ch/smokeping/.

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Iperf: software utilizado para testar a


largura de banda, podendo realizar injeção
de pacotes para medir o desempenho de
redes de computadores. Link: https://iperf.fr/.

4.6 Ferramentas de gerência de


segurança
A gerência de segurança tem a função de
proteger a rede, impedir acessos indevidos,
monitorar e restringir acessos. Fazem parte
dessa área funcional: firewalls, antivírus,
políticas e procedimentos de segurança,
sistema de varredura e análise de
vulnerabilidades, além da guarda e
segurança física dos equipamentos de rede.
A área funcional de segurança tem uma
gama bem grande de ferramentas. Entre
elas, podemos destacar:
• Nmap: é um software livre que
realiza varredura de portas de
comunicação de rede. É muito utilizado
para avaliar a segurança dos
computadores, e para descobrir
serviços ou servidores em uma rede de
computadores. Link: https://nmap.org/.

• OpenVas: é um framework de
vários serviços e ferramentas que
oferece uma solução de varredura e
gerenciamento de vulnerabilidade. Link:
http://www.openvas.org/.

• Nessus: é um programa de
verificação de falhas/vulnerabilidades
de segurança. Ele é composto por um
cliente e servidor, sendo que o scan
propriamente dito é feito pelo servidor.
Link: https://www.tenable.com/
downloads/nessus.
• Kali: é uma distribuição GNU/
Linux baseada no Debian. O projeto
apresenta várias melhorias, além de
mais aplicativos. É voltado
principalmente para auditoria e
segurança de computadores em geral.
Link: https://www.kali.org/.
TEMA 5 – PLATAFORMAS DE
SOFTWARE LIVRE
As plataformas de software livre
apresentam uma grande variedade de
ferramentas de gerência. Algumas
dessas plataformas merecem destaque.
Vamos abordar o tema em mais
detalhes nas próximas aulas, elencando
algumas: Cacti, Zabbix, Smokeping,
OCSInventory e Ntop.

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REFERÊNCIAS
KUROSE, J. F. Redes de computadores e a
Internet: uma abordagem top-down. 6. ed.
São Paulo: Pearson Education do Brasil,
2013.
FERNANDES, A. A. Implantando a
Governança de TI. 4. ed. Rio de Janeiro:
Brasport Livros e Multimídia Ltda, 2014.
FREITAS, M. A. dos S. Fundamentos do
Gerenciamento de Serviços de TI. 2. ed.
Rio de Janeiro: Brasport Livros e Multimídia
Ltda, 2013.
SANTOS, M. T. Gerência de Redes de
Computadores. 2. ed. Rio de Janeiro: RNP/
ESR, 2015.

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