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EDUCAÇÃO ESPECIAL Profª. Drª.

Aline Paz
Contato: paz_alinegoncalves@yahoo.com.br

E INCLUSÃO CICEP - 2022


CONTEXTO HISTÓRICO DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA
■ Ao rever a história da humanidade, constata-se que as pessoas com deficiências sempre estiveram segregadas
nas mais variadas épocas;
■ Podem ser reconhecidos quatro estágios de desenvolvimentos de atitudes em relação as deficiências (KIKER,
1996):
1. Era pré-cristã: Tendência a negligenciar e maltratar os deficientes.
2. Antiguidade: Eram abandonados ou eliminados.
3. Difusão do cristianismo e Idade Média: Vivências mais ambivalentes, ora considerados criaturas divinas, pois
possuíam almas.
A descoberta da deficiência de um filho, pode ocasionar em uma vivência
traumática, que modifica, altera o nível emocional de todos os integrantes da
família.

A partir do diagnóstico, a família inteira, busca se reorganizar, no intuito de adaptar-se, no


intuito de reconquistar o equilíbrio familiar, pois, todos os integrantes da família serão afetados.
Introduzindo o
assunto... Durante o período gestacional até o nascimento do bebê, há por parte da família uma gama de
sentimentos, planos, expectativas, idealizações, quando ocorre o nascimento da criança, que são
desconstruídas quando a realidade impõe uma condição diferente daquela anteriormente
idealizada.

O nascimento de um bebê “imperfeito”, isto é, deficiente causa um impacto emocional aos pais, e
principalmente nas mães, e também à equipe de saúde responsável por noticiar o diagnóstico.
■ No período no qual o diagnóstico ainda não foi dado, instaura-se um sentimento de negação da deficiência do filho(a),
ocasionando aos pais um tempo necessário para superar o impacto que virá a seguir. Em alguns casos, as reações
emocionais iniciais dos pais e familiares, são passageiras e estabilizadoras, no entanto, para outros podem perdurar
por anos ou tornarem-se duradouros.

■ Para os pais da criança diagnosticada com alguma deficiência, este representa a perda do filho idealizado, aquele
sonhado e desejado. Desta maneira, para que o filho real, venha a existir, passe a ser aceito, acolhido é preciso que os
pais e a família, vivenciem o processo de luto do filho idealizado (BARBOSA; CHAUD; GOMES, 2008).

■ É importante ressaltar, que essas expectativas também podem ser influenciadas pelas explicações que constroem
como causa da deficiência (BRUNHARA; PETEAN, 1998). Ou seja, na grande maioria dos casos, as mães esperam que o
desenvolvimento do filho melhore ou seja normal, isto é, a incessante busca pela “milagrosa” cura. Após a passagem
pelo período de luto do filho “ideal”, e adaptação à nova realidade dos familiares, emergem as expectativas diante do
filho “real”, isto é, com deficiência.
■ Durante este processo de aceitação, por parte da família,
e principalmente dos pais desta criança, a mãe,
responsabiliza-se por ter gerado uma criança
“defeituosa”, isto é, com deficiência. Quando uma criança
com deficiência nasce, proporciona muitas complicações
advindas de sentimento de culpa, rejeição, negação ou
desespero, modificando a estrutura e as relações sociais
da família (BLASCOVI-ASSIS, 1997).
■ Os filhos(a) interagem a maior parte do tempo com os pais, porém,
existem outras pessoas que desempenham um importante papel no
desenvolvimento global da mesma, como: a família, os irmãos, os
colegas, entre outros. Para além disto, as mudanças que ocorrem
no contexto da vida da criança com ou sem deficiência, podem vir a
produzir fortes influências no seu desenvolvimento.

■ Com base nestas afirmações, julga-se de extrema importância,


realizar a seguinte indagação: Será que os familiares de uma
criança com deficiência, podem influenciar no desenvolvimento
de seu filho(a)? De maneira satisfatória ou insatisfatória?
■ Pode-se dizer que o bebê pré-existe ao nascimento. A criança chega ao mundo com um lugar já demarcado pelo
desejo dos pais, de maneira simbólica. Dessa maneira, ele já existe no imaginário dos pais. Por essa razão,
trata-se de um bebê idealizado, pois ele é imaginado e muito investido em suas características e capacidades
(LAPLANCHE, PONTALIS, 1988). Contudo, em algumas ocasiões, este planejamento é interrompido, com a notícia
do diagnóstico. Ou seja, este filho tão aguardado, não poderá desenvolver-se como as demais, pois, ele irá ao
nascer necessitar de cuidados especiais.

■ A partir desta fase, no qual existe a confirmação, por intermédio do diagnóstico noticiado pela equipe médica,
ocorre a culpabilização por parte dos pais, que tentam entender a razão pela qual foram escolhidos, castigados,
punidos, por “Deus”, pelo universo, isto é, todo planejamento construído no decorrer do período gestacional, não
ocorrerá, e agora?
■ A comunicação desta notícia pode representar um fator
de sofrimento para os pais e familiares, como também,
pode ocasionar em dificuldades por parte da equipe
médica e profissional que geralmente é o responsável
pela informação tão dolorosa (FERRARI, ZAHER,
GONÇALVES, 2010).
Considerando que...
■ Expectativa familiar
■ A influência familiar no desenvolvimento de seus filhos(a)

A notícia do diagnóstico, as expectativas relacionadas ao futuro da pessoa com deficiência, altera a dinâmica familiar
diferentemente para cada um dos seus membros, provocando reestruturação em suas vidas, dentre elas. As relações
familiares nas famílias com filhos deficientes, acaba sofrendo uma extrema reestruturação, emocional, logística, alguns
casos financeira, pois, o mesmo necessitará de um apoio multiprofissional, assim como a mudança de planos e expectativas
dos pais (JR, MESSA, 2007). As relações são muito dinâmicas e diversificadas, devido a isto, o seu funcionamento sofre
alterações no instante em que um de seus membros “foge” a regra dos padrões de normalidade, isto (SILVA; DESSEN, 2001).
A sigla NEE significa Necessidades Educativas Especiais, e
corresponde a um conjunto de especificidades de um grupo de
crianças que, tal como nome indica, têm necessidades especiais
relativamente à aprendizagem.
■ QUEM SÃO OS ALUNOS COM NEE? ■ NECESSIDADES EDUCATIVAS
ESPECIAIS PODEM SER PERMANENTES
Os alunos com necessidades OU TEMPORÁRIAS
educativas especiais são aqueles
que, por apresentarem determinadas ■ Permanentes
características, podem necessitar
de serviços de educação especial Exigem adaptações generalizadas do
durante todo ou parte do seu currículo. Este deverá ser
percurso escolar, facilitando o adaptado às características do
seu desenvolvimento académico e aluno. As adaptações mantêm-se
pessoal. durante grande parte ou todo o
percurso escolar do aluno.
Mais especificamente, trata-se
de alunos com características ■ Temporárias
sensoriais, físicas, intelectuais
e emocionais que originam Exigem modificações parciais do
dificuldades de aprendizagem. currículo escolar, adaptando-o às
características do aluno num
determinado momento do seu
desenvolvimento.
CATEGORIAS ENQUADRÁVEIS NO
CONCEITO DE NEE
Consideram-se enquadráveis na designação NEE, as crianças que apresentem as seguintes condições:

• Autismo;

• Surdez-cegueira;

• Deficiência auditiva (impedimento auditivo);

• Deficiência visual (impedimento visual);

• Problemas motores graves;

• Deficiência mental (problemas intelectuais);

• Perturbações emocionais e do comportamento graves;

• Dificuldades de aprendizagem específicas;

• Problemas de comunicação;

• Problemas provocados por traumatismo craniano;

• Multideficiência;

• Problemas de saúde.

Estas condições, sempre que possível, deverão ser alvo de avaliação precoce e especializada, realizada por
equipas multidisciplinares, comunicando-se o resultado da avaliação ao responsável pela Escola que o aluno
frequenta.
O QUE DEVE A ESCOLA FAZER PARA
DAR RESPOSTA ÀS NECESSIDADES
DESTES ALUNOS?

■ O conceito de NEE abrange crianças e adolescentes que têm


dificuldade em acompanhar o currículo dito normal, sendo
necessário, na maioria dos casos, proceder-se a
adequações/adaptações curriculares e a recorrer, inúmeras
vezes, a serviços e apoios especializados tendo sempre presente
as capacidades e necessidades dessas mesmas crianças e
adolescentes.
■ As escolas devem dispor de equipamentos e serviços de educação
especial para estes alunos. Em primeiro lugar, todas as escolas
devem possuir um regulamento que contemple as NEE, ou seja, um
documento que regule e onde conste por escrito os estatutos que
os estudantes abrangidos por necessidades educativas especiais
têm.
A escola deve promover ativamente diversos
serviços de apoio e o acompanhamento desses
alunos, tais como como a criação de um
gabinete próprio para dar assistência a
alunos com Necessidades Educativas
Especiais.

De entre as iniciativas que a escola deve


promover contam-se também a criação de
sessões informativas, palestras e
seminários dirigidos a estudantes e
professores, sobre as especificidades desse
grupo de estudantes e o modo que
influenciam o ensino e aprendizagem.
O LUGAR DA
ESCOLA
Como é feita a avaliação dos
alunos com NEE?
■ Deverão ser abertas exceções no sistema de avaliação, de modo a irem ao encontro das exigências de
cada aluno com Necessidades Educativas Especiais, como por exemplo:

■ A substituição de provas escritas por provas orais ou vice versa;

■ A disponibilização de os exames serem feitos por computador ao invés de manualmente;

■ Concessão de tempo adicional para a realização das provas de avaliação;

■ Privilégios em termos de acessibilidade e mobilidade, tal como como o atendimento prioritário nos
serviços da escola;

■ Alargamento de prazos de entrega de trabalhos;

■ Redação dos enunciados dos testes de acordo com as capacidades do aluno.

■ Professores com competências específicas para ensinar alunos com NEE.


■ Por outro lado, as escolas devem procurar ter professores que possam
corresponder às necessidades destes alunos de forma mais específica
e prática. Recomenda-se:

• Recorrer a docentes que conheçam e se saibam expressar em linguagem


gestual;

• Promover a colaboração de alunos com NEE com alunos do ensino


regular nas atividades na sala de aula, o que traz benefícios para
todos;

• Recorrer a elementos visuais nas aulas, como gráficos, fotografias,


desenhos, calendários, etc;

• A utilização de digitintas, plasticina e outros materiais para


auxiliar na escrita e na leitura;

• Utilizar software didático adaptado a alunos com Necessidades


Educativas Especiais.
O PAPEL DA FAMÍLIA

1. Não menos importante é o papel dos pais na educação plena dos seus
filhos. Os encarregados de educação, sobretudo, deverão colaborar e
participar ativamente no acompanhamento escolar dos filhos.

2. Deverão participar em todas as reuniões ou solicitações de encontros por


parte da escola, e conversar com os professores, de modo a encontrarem,
juntos, as melhores soluções para os alunos em questão.

3. Se o acompanhamento escolar por parte dos pais for realmente forte, os


alunos com NEE sentir-se-ão mais seguros e terão mais vontade de
aprender. Além disso, os pais devem ter um papel ativo na elaboração de
planos e estratégias que a escola aplica na formação dos seus filhos, e
dar o seu parecer sobre eles.
Por outro lado, o papel da família
poderá passar por aproximar mais a
escola e os serviços médicos
responsáveis pela saúde do aluno em
questão, de modo a ser sempre
encontrada a melhor solução para
aquele aluno em particular.

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