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DISTÚRBIOS NO APRENDIZADO NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

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Sumário

NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2

Distúrbios no Aprendizado na Educação Infantil ............................................. 3

Distúrbio da Aprendizagem ........................................................................................ 4


Breve histórico da definição dos distúrbios da aprendizagem .................................... 6
Definição................................................................................................... 8

Causa e características ............................................................................ 9

Diagnóstico e Prevenção ........................................................................ 11

Principais Distúrbios de Aprendizagem .................................................................... 12


Disgrafia ................................................................................................. 12

Dislexia ................................................................................................... 14

Discalculia .............................................................................................. 17

Conceitos importantes para a aquisição da aprendizagem ................... 19

Intervenção na criança com distúrbio da aprendizagem .......................................... 23


REFERÊNCIAS ............................................................................................. 30

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Distúrbios no Aprendizado na Educação Infantil

Sabe-se que a aprendizagem é um processo contínuo, que pode ocorrer em


qualquer situação. Nesse sentido, podemos dizer que um dos fatores essenciais do
aprendizado é a cultura, pois ela molda o sujeito por meio de suas relações com o
meio.

Muitas pessoas confundem construção de conhecimento com aprendizagem.


Entretanto, aprender é algo muito mais amplo, pois é a forma de o sujeito aumentar
seu conhecimento. Nesse sentido, a aprendizagem faz com que o sujeito se
modifique, de acordo com a sua experiência (LA ROSA, 2003).

Entretanto, o ser humano passa por mudanças que não se referem à


aprendizagem e sim aos processos maturativos, tais como: aquisição da linguagem,
engatinhar, andar ou até mudanças em decorrência de doenças físicas ou
psicológicas. Sendo assim, a aprendizagem é uma mudança significativa que ocorre
baseada também nas experiências dos indivíduos. Todavia, para ser caracterizada
como tal, é necessária a solidez, ou seja, ela deve
ser incorporada definitivamente pelo sujeito.

A aprendizagem é um processo contínuo que


ocorre durante toda a vida do indivíduo, desde a
mais tenra infância até a mais avançada velhice.
Normalmente uma criança deve aprender a andar e
a falar; depois a ler e escrever, aprendizagens

básicas para atingir a cidadania e a participação


ativa na sociedade. Já os adultos precisam aprender habilidades ligadas a algum tipo
de trabalho que lhes forneça a satisfação das suas necessidades básicas, algo que
lhes garanta o sustento.

As pessoas idosas embora nossa sociedade seja reticente quanto às suas


capacidades de aprendizagem podem continuar aprendendo coisas complexas como

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um novo idioma ou ainda cursar uma faculdade e virem a exercer uma nova profissão.
O desenvolvimento geral do individuo será resultado de suas potencialidades
genéticas e, sobretudo, das habilidades aprendidas durante as várias fases da vida.

A aprendizagem está diretamente relacionada com o desenvolvimento


cognitivo. As passagens pelos estágios da vida são marcadas por constante
aprendizagem. “Vivendo e aprendendo”, diz a sabedoria popular. Assim, os indivíduos
tendem a melhorar suas realizações nas tarefas que a vida lhes impõe. A
aprendizagem permite ao sujeito compreender melhor as coisas que estão à sua
volta, seus companheiros, a natureza e a si mesmo, capacitando-o a ajustar-se ao
seu ambiente físico e social.

Distúrbio da Aprendizagem

Distúrbios de aprendizagem são dificuldades que algumas pessoas


apresentam, ainda na infância, na hora de aprenderem algo novo. Crianças com
algum distúrbio de aprendizagem possuem dificuldades para aprender a escrever, a
ler, possuem dificuldades de concentração e são agitadas. Muitas vezes essas
crianças são consideradas problemáticas, rebeldes ou preguiçosas.

Os distúrbios de aprendizagem acontecem


quando há uma falha no sistema nervoso central (SNC)
e as informações recebidas não são processadas
corretamente. Ao receber as informações a criança que
possui algum distúrbio de aprendizagem não consegue
processar corretamente as informações.

Os distúrbios de aprendizagem se dividem em três:

 Dislexia (Distúrbios da leitura)


 Disgrafia (Distúrbios da expressão escrita)
 Discalculia (Distúrbios envolvendo a capacidade matemática)
A dislexia é um distúrbio caracterizado pela dificuldade de decodificar as
palavras simples, essa dificuldade acaba causando distúrbios na fala e na escrita. O

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diagnóstico da dislexia precisa ser feito por uma equipe multidisciplinar que envolve
pediatras, professores, psicólogos e outros profissionais.

Já a disgrafia, que também é conhecida como letra feia, é um distúrbio de


aprendizagem onde a criança não consegue se lembrar da grafia da letra e acaba
escrevendo muito devagar unindo incorretamente certas letras. Esse distúrbio não
está relacionado a nenhum distúrbio intelectual.

A discalculia é um distúrbio onde a pessoa não


consegue assimilar símbolos matemáticos, escreve os
números de forma incorreta. As pessoas com
discalculia também apresentam dificuldade para
posicionarem os símbolos matemáticos na folha e não
tem noção de espaço.

Os distúrbios de aprendizagem envolvem uma incapacidade de adquirir, reter


ou usar habilidades ou informações gerais, o que resulta de dificuldades com a
atenção, com a memória ou com o raciocínio e afeta o desempenho acadêmico.

As crianças afetadas podem ser lentas para aprender os nomes das cores ou
das letras, para contar ou para aprender a ler e escrever. Os distúrbios de
aprendizagem são distúrbios de neurodesenvolvimento.

Os distúrbios de aprendizagem são bastante diferentes da deficiência


intelectual (anteriormente denominada retardo mental) e ocorrem em crianças com
desempenho intelectual normal ou mesmo elevado. Os distúrbios de aprendizagem
afetam somente certas funções, enquanto que nas crianças com deficiência
intelectual as dificuldades afetam de maneira ampla as funções cognitivas.

Assim, crianças com distúrbios de aprendizagem podem ter dificuldades


significativas para compreender e aprender matemática, mas nenhuma dificuldade
para ler, escrever e se sair bem em outras matérias. A dislexia é o distúrbio de
aprendizagem mais conhecido. Os distúrbios de aprendizagem não incluem as
dificuldades de aprendizagem que se devem a problemas de visão, audição e de
coordenação ou a distúrbios emocionais, embora esses problemas possam também
ocorrer em crianças com distúrbios de aprendizagem.

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As crianças podem nascer com um distúrbio de aprendizagem ou desenvolver
um à medida que crescem. Ainda que as causas dos distúrbios de aprendizagem não
sejam completamente conhecidas, elas incluem anomalias dos processos básicos
envolvidos na compreensão ou no uso da linguagem falada ou escrita ou do raciocínio
numérico ou espacial. As possíveis causas incluem doença da mãe ou uso de drogas
tóxicas pela mãe durante a gravidez, complicações durante a gravidez ou parto (por
exemplo, pré-eclâmpsia ou trabalho de parto prolongado) e problemas com o recém-
nascido no momento do parto (por exemplo, prematuridade, baixo peso ao
nascimento, icterícia grave ou pós-maturidade). Após o nascimento, possíveis fatores
incluem exposição a toxinas ambientais como chumbo, infecções do sistema nervoso
central, cânceres e seus tratamentos, desnutrição e isolamento social grave ou abuso
ou negligência emocional.

As dificuldades de aprendizagem (DAs) consideradas como inespecíficas são


aquelas que não afetam o desenvolvimento de modo a impedir alguma aprendizagem
em particular.

Breve histórico da definição dos distúrbios da aprendizagem

Os estudos sobre os Distúrbios de Aprendizagem tiveram início com as


observações de Franz Joseph Gall, por volta de 1800, quando determinados adultos
que sofreram lesão cerebral perdiam a habilidade de expressar ideias e sentimentos
por meio da fala, porém permaneciam ilesas
a inteligência e as habilidades intelectuais
(OLIVEIRA, 2011).

As investigações sobre o tema foram


acentuadas em 1919 por Kurt Goldstein, o
qual desenvolveu um trabalho com soldados

americanos que haviam retornado da I Guerra Mundial, pois além das frequentes
distrações, eles apresentavam incapacidade de concentrações nas ideias centrais,
confusão e hiperatividade. Também não conseguiam ler ou
escrever satisfatoriamente.

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Aponta-se, também, que Alfred Strauss e Heinz Werner deram prosseguimento
aos estudos de Goldstein e trabalharam com alunos com diagnóstico de lesão
cerebral no Wayne Country Training Center em Michigan. Contudo, nesses estudos,
os alunos nunca desenvolveram as habilidades de ler, escrever e falar
satisfatoriamente, diferentemente dos estudos de Goldstein, nos quais os soldados
apresentaram uma perda das habilidades de ler, escrever e falar.

No entanto, foi em 1963 que o termo Distúrbios de Aprendizagem foi utilizado


pela primeira vez, pelo professor Sam Kirk, durante uma conferência de pais e
professores em Chicago, denominada Fund for Perceptually Handicapped Children.
O termo Distúrbios de Aprendizagem foi designado às crianças com inteligência
normal, porém com grandes dificuldades no aprendizado escolar. Até então, as
terminologias “prejuízo cerebral mínimo”, “baixa aprendizagem”, “dislexia” e

“incapacidades perceptivas” eram utilizadas para se referirem às crianças com tais


características.

Embora esses termos tenham sido utilizados para identificar e descrever os


indivíduos que apresentavam Distúrbios de Aprendizagem possuíam definições
imprecisas e com algumas especificidades que não contemplavam o que realmente
eram os Distúrbios. Diante desses diversos termos e definições, o grupo de pais, na
companhia de Samuel Kirk chegaram ao acordo de que a melhor terminologia que
caracterizaria tais crianças seria Learning Disabilities (Distúrbios de Aprendizagem).

Nessa definição, Kirk expôs que os Distúrbios de Aprendizagem se referem a


uma disfunção ou mais do processo psicológico que envolve distúrbio ou
desenvolvimento lento de processos da fala, linguagem, leitura, escrita, aritmética ou
outras áreas escolares, incluindo, também, as desabilidades perceptivas, prejuízo
cerebral, disfunção cerebral mínima, dislexia e desenvolvimento de afasia. Porém,
não estão incluídas as dificuldades provenientes como resultado primário de
deficiências visuais, auditivas ou motoras, de retardo mental, de distúrbio emocional
e de desvantagem social ou econômica.

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De acordo com a literatura, os primeiros estudos foram desenvolvidos,
principalmente, pela área médica e, posteriormente, a partir dos anos 90, pelos
demais profissionais que ingressaram nesse campo de pesquisa, trazendo os
Distúrbios de Aprendizagem como um problema nas habilidades sociais do indivíduo.
Tal inserção de novos pesquisadores no campo fez com que discussões sobre os
métodos mais adequados de ensino, visando considerável melhora na metodologia
de pesquisa e aumento da validade externa das pesquisas sobre Distúrbios de
Aprendizagem, emergissem.

Definição

Quando se trata de uma definição


para os Distúrbios de Aprendizagens,

reconhece uma falta de exatidão para a definição do termo, como pode ser visto nos
Manuais Internacionais de diagnósticos de doenças, como a CID (Classificação
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) e DSM (Diagnósticos
de Transtornos Mentais).

De acordo com o CID, os Distúrbios de Aprendizagem estão dentro da


categoria de Transtornos do desenvolvimento psicológico, mais especificamente,
como Transtornos Específicos do Desenvolvimento das Habilidades Escolares e
dentro dessa categoria estão a dislexia, a disgrafia, a discalculia e a dificuldade em
soletração.

De acordo com o DSM-V (2014), os transtornos específicos de aprendizagem


não são mais subdivididos em transtorno de leitura (dislexia), transtornos de cálculo
(discalculia), transtornos de expressão escrita (disgrafia), entre outros transtornos,
como eram classificados no DSM-IV (2000), com a justificativa de que os indivíduos
que apresentam esses transtornos podem ter déficits em mais de uma área de
aprendizagem.

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Causa e características

O processo de aprendizagem estabelece integração com diversas habilidades,


como cognitivas e linguísticas, que, quando prejudicadas ou deficitárias, podem
influenciar negativamente no desenvolvimento humano e aumentar a probabilidade
de problemas físicos, sociais e emocionais, expondo o indivíduo ao risco de fracasso
escolar ou dificuldade escolar e transtornos de aprendizagem.

Um ponto importante a ser destacado é a diferença existente entre transtorno


de aprendizagem e dificuldade escolar. O primeiro relaciona-se com problemas na
aquisição e desenvolvimento de funções cerebrais envolvidas no ato de aprender,
enquanto que a dificuldade escolar varia desde a adaptação escolar ao plano
pedagógico adotado por
determinada instituição de ensino
até o ambiente sociocultural que a
criança está inserida.

Em relação a essa questão, ainda é


importante frisar que uma criança que apresenta dificuldade escolar não apresenta,
necessariamente, algum transtorno de aprendizagem. Em relação às
causas dos Distúrbios de Aprendizagem, alguns autores, apontam que os
pesquisadores não têm muitas informações sobre tal ocorrência, expondo que, na
maioria dos casos, a causa dos Distúrbios de Aprendizagem são desconhecidas,
entretanto, discorre que existem algumas suspeitas sobre os fatores causais, sendo
estas atribuídas ao dano cerebral, hereditariedade, desequilíbrio bioquímico e
fatores ambientais.

As crianças com distúrbios da aprendizagem apresentam discrepância


significativa e inexplicável no desenvolvimento entre suas funções cognitivas ou entre
algumas áreas de seu desempenho acadêmico e suas outras capacidades ou

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realizações. Entretanto, para que a observação dessas discrepâncias seja efetiva, há
a necessidade de conhecimento sobre as diversas fases do desenvolvimento infantil.
Segundo diversas pesquisas realizadas, várias são as causas tidas como
responsáveis pelas dificuldades escolares e pelos altos índices de evasão e
reprovação escolar, entre eles pode-se citar:

 Falta de estimulação adequada nos pré-requisitos necessários à


alfabetização;
 Métodos de ensino inadequados;
 Problemas emocionais;
 Falta de maturidade para iniciar o processo de alfabetização; e
 Dislexia

Cabe citar, ainda, o aspecto carencial da população; as diferenças culturais


e/ou sociais; fatores intra-escolares (currículo, programas, sistemas de avaliação,
relação professor/aluno); deficiência mental; problemas físicos e/ou sensoriais
(déficits auditivos ou visuais). Faz-se necessário, portanto, que exista uma
preocupação em determinar precocemente a causa da dificuldade para aprender.

O diagnóstico precoce do distúrbio de aprendizagem é ponto fundamental para


a superação das dificuldades escolares, serve de orientação aos educadores e pais
sobre a melhor forma de lidar com a criança, direcionando a elaboração de programas
de reforço escolar, e a adoção de estratégias clínicas e/ou educacionais que auxiliam
a criança no desenvolvimento escolar.

Nesse contexto, o professor possui um papel de destaque cabendo a ele o


reconhecimento das crianças com dificuldade de aprendizagem, já que participa
diretamente do processo ensino-aprendizagem.
Após este reconhecimento inicial, a criança deve
ser encaminhada a um profissional especializado
com o intuito de se determinar “a real causa do
não-aprender”.

Porém, deve ficar claro que a


aprendizagem da leitura e da escrita é um
processo complexo que envolve

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várias habilidades e, por isso, não se pode esperar, portanto, que um determinado
fator seja o único responsável pela dificuldade para aprender.

Na realidade, os distúrbios de aprendizagem dependem de causar múltiplas,


cabendo ao profissional o diagnóstico, destacar a área mais comprometida e,
recomendar a abordagem terapêutica mais indicada para a superação das
dificuldades.

Diagnóstico e Prevenção

As autoras Capellini e Martins (2011) relatam que pesquisas de prevenção


ainda são escassas na literatura brasileira e a fundamentação teórica aponta que
investimentos são realizados com pessoas que já apresentam o diagnóstico. É
importante a realização de programas de prevenção aos Distúrbios de

Aprendizagem, uma vez que essa condição pode persistir até a vida adulta, podendo
afetar o desempenho escolar da criança e ter
como consequências agravos emocionais e
sociais.

Em relação ao diagnóstico, torna-se


primordial destacar que a avaliação deve ser
realizada por uma equipe multiprofissional:

médica, pedagógica, fonoaudiólogos


e
psicólogos. Cada profissional, em sua respectiva área, é respaldado por instrumentos
e métodos de avaliação adequados, que subsidiem, de maneira eficaz, sua atuação,
para que juntos consigam alcançar o diagnóstico que atenda à melhor qualidade de
vida do indivíduo.

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Principais Distúrbios de Aprendizagem

Disgrafia

Crianças disgráficas são aquelas que apresentam dificuldades no ato motor da


escrita, tornando a grafia praticamente indecifrável; sendo assim, disgrafia é a
perturbação da escrita no que diz respeito ao
traçado das letras e à disposição dos conjuntos
gráficos no espaço utilizado.

Relaciona-se, portanto, esta às


dificuldades motoras e espaciais. Estudos
apontam que a criança com disgrafia escreve
de maneira desviante ao padrão, contemplando uma caligrafia deficiente, com letras
pouco diferenciadas e mal elaboradas/ proporcionadas.

Quando a criança apresenta esse distúrbio, são comuns características como:


(i) letra excessivamente grande ou excessivamente pequena –
macrografia e micrografia, respectivamente;

(ii) forma das letras irreconhecível;

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(iii) traçado exagerado e grosso ou demasiadamente suave;

(iv) grafismo trêmulo ou com irregularidade;

(v) escrita demasiadamente rápida ou lenta;

(vi) espaçamento irregular das letras ou palavras;

(vii) erros e borrões que podem impossibilitar a leitura da escrita;

(viii) desorganização geral no texto e

(ix) utilização incorreta do instrumento com que escrevem.

Para confirmar esse distúrbio, a criança deve contemplar o conjunto ou quase


a totalidade das condições supracitadas; além disso, é possível que sejam notados
outros comportamentos relacionados a outras dificuldades específicas de
aprendizagem.

Causas da Disgrafia

Cinel (2003) traz como prováveis causas para o desenvolvimento da disgrafia


os distúrbios da motricidade fina e da motricidade ampla, distúrbios de coordenação
visomotora, deficiência da organização têmporo-espacial, os problemas de
lateralidade e de direcionalidade e, por fim, o erro pedagógico.

Os distúrbios da motricidade fina e ampla


compreendem disfunções psiconeurológicas ou
anomalias na maturação do sistema nervoso central,
levando à falta de coordenação entre o que a criança
se propõe a fazer (intenção) e a respectiva ação.
Para que os mecanismos da escrita sejam
adquiridos pela criança, é necessário saber orientar-
se no espaço (motricidade ampla), ter consciência de seus membros e da mobilização
destes, bem como ter a capacidade de individualizá-los (motricidade fina) a fim de
pegar o lápis ou a caneta e riscar, traçar, escrever, desenhar (CINEL, 2003).

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Em relação à coordenação visomotora, temos que esta é a correspondência
do movimento dos membros superiores, inferiores ou de todo o corpo a um estímulo
visual; dessa maneira, quando a criança apresenta esse aspecto comprometido, ela
apresenta dificuldade para traçar linhas com trajetórias predeterminadas, visto que a
mão não “obedece” ao trajeto estabelecido (CINEL, 2003).

No que se refere à organização têmporo-espacial, observa- -se a relação entre


a orientação e a estrutura do espaço e do tempo. A deficiência nesse campo faz com
que as crianças escrevam invertendo as letras e combinações silábicas,
desobedecendo o sentido correto de execução das letras e escrevendo fora das
linhas por não terem orientação sobre como utilizar a folha de papel (CINEL, 2003).

Os problemas de lateralidade e de direcionalidade podem ser causados por


perturbações do esquema corporal, pela má organização do próprio corpo em relação
ao espaço ou por desarranjos de ordem afetiva. Quando as crianças apresentam
esses problemas, estes podem ser observados de diversas maneiras:

(i) lateralidade mal estabelecida ou dominância não claramente definida –


exemplo: inversão de letras na leitura ou na escrita;

(ii) sinitrismo ou canhotismo contrariado – exemplo: a dominância da mão


esquerda contraposta ao uso forçado e imposto da mão direita;

(iii) lateralidade cruzada – exemplo: a dominância da mão direita em


conexão com o olho esquerdo, ou da mão esquerda com o olho direito (CINEL, 2003).

Por fim, Cinel (2003) expõe a causa do erro pedagógico. Esse item costuma
ser relacionado com as falhas no processo de ensino, com as estratégias
inadequadamente escolhidas pelos docentes, pelo desconhecimento destes sobre o
problema e até mesmo pelo seu despreparo.
Dislexia

Durante o período de aprendizagem, mais especificamente, no processo de


alfabetização, a criança é exposta a aprender diversas habilidades, como habilidades
motoras, linguísticas e cognitivas, a fim de realizar a decodificação das palavras e ter
a habilidade motora suficiente para a execução das atividades,

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resultando no aprendizado dos processos de
leitura e escrita.

Durante a segunda infância, período


compreendido entre os 6 e 10 anos de idade
da criança, o uso dessas habilidades se
torna mais requerido e mais utilizado.

Dessa forma, é nessa etapa da vida da


criança que também é possível identificar os distúrbios de aprendizagem, como a
dislexia, uma vez que alterações no processo de ensino-aprendizagem ficam mais
evidentes, tanto para os professores quanto para a família e até mesmo para a
criança.

A dislexia é entendida como um transtorno de aprendizagem, resultado de um


déficit específico na linguagem. O indivíduo apresenta, primeiramente, dificuldades
na fala devido à dificuldade o processamento fonológico e reflete-se nos processos
de leitura.

Os principais sinais apresentados pelos indivíduos disléxicos são leitura e


escrita, muitas vezes, incompreensíveis, atraso do desenvolvimento da fala e da
linguagem, dificuldade na identificação de letras, confusões de letras na grafia,
confusão de sons semelhantes, dificuldade de aprender letra-som (inversões de
sílabas ou palavras), redução do léxico, substituição de palavras semelhantes,
supressão ou adição de letras ou silabas, repetição de sílabas ou palavras,
fragmentação incorreta de sílabas, imaturidade fonológica, TDA/H e/ou transtorno de
aprendizado.

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Causas da Dislexia

De acordo com a literatura, existem dois tipos de dislexia adquirida


(SCHIRMER; FONTOURA; NUNES, 2004):

(i) a dislexia do desenvolvimento e

(ii) a dislexia

Em relação à dislexia do desenvolvimento, muitos pesquisadores a definem


com origem neurobiológica, sendo o fator genético considerado um forte fator de
risco. Além disso, há ainda a associação da dislexia do desenvolvimento aos déficits
cognitivos, prematuridade e baixo peso ao nascimento.

Há autores que se referem à dislexia do desenvolvimento como um distúrbio


vindo da forma de aprendizado escolar, havendo alterações na aquisição de
habilidades específica de leitura (SCHIRMER;
FONTOURA; NUNES, 2004).

A dislexia adquirida é caracterizada por


uma perda na capacidade de ler e escrever,
após o indivíduo sofrer um dano cerebral que
pode atingir regiões do cérebro

responsáveis pela leitura e ortografia. Ressalta-se que este tipo de dislexia é mais
detectada em adultos do que em crianças (SCHIRMER; FONTOURA; NUNES,

2004).

As dislexias ainda podem ser subdividas em outros dois tipos, a dislexia central
e a dislexia periférica. No primeiro caso, “[...] ocorre o comprometimento do
processamento linguístico dos estímulos, ou seja, alterações no processo de
conversão da ortografia para fonologia” (SCHIRMER; FONTOURA; NUNES, 2004, p.
100).

As dislexias centrais mais comuns são a dislexia fonológica, a dislexia de


superfície e a dislexia semântica. Já na dislexia periférica, “[...] ocorre o

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comprometimento do sistema de análise visuo-perceptiva para leitura, havendo
prejuízos na compreensão do material lido” (SCHIRMER; FONTOURA; NUNES,
2004, p. 100). As dislexias periféricas mais comuns são a dislexia atencional, dislexia
por negligência e a dislexia literal (CAPELLINI et al., 2000).

Discalculia

O aprendizado da leitura e da matemática têm se tornado cada vez mais


imprescindíveis no atual e competitivo mercado de trabalho. Tal a importância que
pesquisas sobre os distúrbios de aprendizagem têm crescido consideravelmente.

Entretanto, apresentar dificuldade em matemática parece “incomodar” menos que


dificuldades em leitura e escrita, talvez por ser considerada uma área difícil e privilégio
de poucos.

Para Hallahan, Kauffman e Pullen (1944), os distúrbios em matemática têm


sido tão frequentes quanto às outras desordens de linguagem, leitura e escrita,
perdendo apenas para dificuldade em leitura. O transtorno relacionado às habilidades
matemáticas é conhecido como discalculia,
palavra que provém do grego (dis = mal) e do
latim (calculare = contar).

No entanto, as inabilidades
matemáticas podem ser conhecidas por duas
terminologias: Discalculia ou Discalculia do
Desenvolvimento e Acalculia. A primeira, quando forem constitucionais, e a
segunda, quando forem adquiridas após doenças neurológicas, doenças cérebro
vasculares e

demências, podendo ocorrer em crianças, adolescentes e adultos, posterior aquisição


da função, quando já havia se consolidado a habilidade.

De acordo com a classificação de Kosc (1974 apud BERNARDI, 2006) há seis


tipos de discalculia: verbal, practognóstica, léxica, gráfica, ideognóstica e operacional.

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A discalculia verbal corresponde à dificuldade na nomeação de quantidades,
números, termos e símbolos.
A practognóstica diz respeito à dificuldade para enumerar, comparar e
manipular objetos reais ou imagens. Discalculia léxica corresponde a dificuldade na
leitura de símbolos matemáticos.

A ideognóstica trata-se da dificuldade na compreensão de conceitos e na


realização de operações mentais; e, por último, a operacional refere-se à dificuldade
em executar operações e cálculos numéricos.

Causas da Discalculia

A discalculia consiste em um
distúrbio de aprendizagem específico
relacionada às habilidades matemáticas
devido a um comprometimento funcional
específico do sistema nervoso central
que requer avaliação e tratamento
especializado.

A etiologia da discalculia do desenvolvimento é considerada multifatorial e


envolve alterações genéticas que interagem de forma complexa com o ambiente.
Trata-se de um transtorno persistente e, muitas vezes, pode estar associado a
prejuízos emocionais, atencionais, comportamentais e de desenvolvimento da
linguagem.

Pesquisas apontam a incidência de síndromes neurodesenvolvimentais de


origem genética, como a Síndrome de Turner, a Síndrome do Sítio Frágil do
Cromossoma X em meninas, a Síndrome Velocardiofacial, e a Síndrome de Williams
e de origem ambiental como a Síndrome fetal alcoólica (HAASE; WOOD; WILLMES,
2010).

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Conceitos importantes para a aquisição da aprendizagem

Com base em análises feitas sobre os comportamentos envolvidos nos


processos da leitura e da escrita, é possível verificar a classificação das várias
habilidades básicas ou pré-requisitos necessários à alfabetização. É possível definir
estes pré-requisitos como certos “conceitos”, que a criança deve adquirir ao longo do
seu período pré-escolar, e que facilitam a aprendizagem da leitura e da escrita.

A aquisição dessas habilidades não acontece de forma aleatória ou


espontânea, é um processo ao qual a criança é submetida e que exige um
treinamento programado e específico, de acordo com a fase de desenvolvimento em
que se encontra.

a) Imagem corporal – Esta habilidade implica no conhecimento adequado


do corpo, das funções dos seus órgãos, seus membros, suas 20 sensações, e por fim
a impressão que a criança tem de seu corpo, proveniente das experiências desta com
o meio ambiente que a rodeia. É através do corpo que a criança interage com o
mundo.

Dessa maneira, o conceito de imagem corporal é relevante no que tange à


aprendizagem, pois uma boa formação deste pré-requisito faz com que a criança
torne seu corpo um ponto de referência. Assim, poderá assimilar conceitos
indispensáveis à alfabetização, tais como: em cima, embaixo; na frente, atrás;
esquerdo, direito; alto, baixo;

b) Lateralidade – Segundo o seu conceito é o uso preferencial de um lado


do corpo para a realização das atividades, referindo-se aos olhos, mão e pé. Dessa
forma, existem pessoas destras que usam a parte direita do corpo para realizar as
atividades. E, existem pessoas canhotas, que são aqueles que utilizam da parte
esquerda do corpo. Além destas classificações mais conhecidas, também, se podem
encontrar indivíduos com lateralidade contrariada, cruzada, indefinida e ambidestros.

A lateralidade contrariada refere-se às pessoas, na grande maioria canhotos,


que foram obrigadas a mudar a preferência manual devido às exigências sociais e/ou
familiares. Já na lateralidade cruzada não ocorreu à pressão ambiental, não existindo
homogeneidade na preferência de um dos lados do corpo.

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Lateralidade indefinida é um termo utilizado para caracterizar crianças que
ainda não se decidiram pelo uso preferencial de um lado do corpo – é esperado que
a dominância lateral esteja estabelecida por volta dos 4 ou 5 anos de idade. E por
último, o termo ambidestria que vêm a ser aplicado às pessoas que se utilizam de
ambos os lados do corpo com mesma habilidade e destreza.

No que diz respeito ao processo de aprendizagem, verifica-se que as


dificuldades que surgem nas crianças com lateralidade contrariada, cruzada e
indefinida referem-se: ao tipo de grafia; às dificuldades de orientação espacial quando
utilizam a folha de papel; e, às posturas inadequadas para escrever.

c) Conhecimento de direita e esquerda - O conceito de direita e esquerda


é de suma importância para o processo de alfabetização. Este conceito, ligado ao
conceito de imagem corporal e de lateralidade, permite à criança distinguir o lado
direito e o lado esquerdo em si, nas outras pessoas e nos objetos.

É esperado que por volta dos 6 ou 7 anos, a criança consiga reconhecer em si


mesma estas noções. Iniciar aprendizagem da leitura e da escrita sem aquisição
destes conceitos pode implicar em confusões na orientação espacial. A criança
poderá apresentar dificuldades para diferenciar letras que distinguem quanto à
posição espacial, por exemplo: b-d, p-q.

Em nossa sociedade, a leitura e a escrita, realizam-se no sentido da esquerda


para a direita. A criança que não possui estas noções tende a não respeitar esse
sentido, por não precisar corretamente o lado esquerdo e direito. Todavia, essas
dificuldades deverão ser motivo de preocupação, caso estejam presentes no
momento em que se inicia a alfabetização, pois interferirão de forma negativa na
associação entre letras e sons.

d) Orientação espacial – Ao se falar em orientação espacial, é necessário


fazer a diferenciação entre posição no espaço e relação espaciais. Considerando que
a posição espacial é a relação existente entre um objeto e seu observador. A criança
que possui uma boa imagem corporal é capaz de perceber a posição que os objetos
ocupam, usando como ponto de referência o seu próprio corpo.

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Desta maneira, ela consegue discriminar as diferentes posições espaciais que
os objetos ocupam e, compreender e assimilar os diferentes conceitos relacionados
com a posição espacial, tais como: atrás, à frente; esquerdo, direito; em cima,
embaixo, etc.

Assim, as crianças que iniciam o processo de alfabetização sem possuírem as


noções de posição e orientação espacial, acabam por confundir letras que diferem
quanto à orientação espacial e têm dificuldades em respeitar a ordem de sucessão
das letras nas palavras e das palavras na frase.

e) Orientação temporal – Conquanto, a orientação espacial está sempre


relacionada às atividades visuais, a orientação temporal relaciona-se à audição. A
criança precisa captar e discriminar a duração e a sucessão dos sons, e ainda,
dominar determinados conceitos temporais, como exemplo: ontem, hoje, amanhã,
dias da semana, meses, anos, horas, etc.

A noção destes conceitos vai permitir que a criança se oriente no tempo


durante a realização das tarefas. A ausência deste pré-requisito pode causar
dificuldades na pronúncia e na escrita de palavras, trocando a ordem das letras ou
invertendo-as; dificuldades na retenção de uma série de palavras dentro da sentença
e, de uma série de ideias dentro de uma história; má utilização dos tempos verbais; e
problemas nas correspondências dos sons com as respectivas letras que o
representam.

f) Constância de percepção de forma e tamanho – É a capacidade de


perceber que um determinado objeto permanece inalterado apesar da posição que
ocupa no espaço – se está perto, longe – ou independente do ângulo que é percebido.

A constância de tamanho permite à criança perceber o tamanho como


constante, mesmo que a imagem desse objeto tenha se tornado menor na retina. A
constância de forma é a habilidade que permite o reconhecimento de que as formas
são as mesmas, apesar de olhadas por diferentes ângulos.
Crianças com dificuldades em perceber a constância de tamanho e de forma
poderão apresentar dificuldades no reconhecimento de figuras geométricas, e no
reconhecimento de palavras ou letras aprendidas, mas inseridas em contextos

21
diferentes e desconhecidos, ou quando escritas tipos diferentes de grafia –
manuscrita, impressa.

g) Percepção de figura-fundo - No que se refere à escrita, a criança poderá


ter dificuldades em dirigir sua atenção para uma palavra ou grupo de palavras dentro
de um texto ou para letras dentro das palavras. Neste caso, as palavras ou letras
serão percebidas de forma confusa o que dificultará bastante a compreensão do que
é lido ou escrito.

Numa realidade mais específica, as crianças poderão ter dificuldades em


perceber com exatidão as letras e as palavras impressas numa folha, pois a sua
atenção perceptiva pode alterar-se entre as palavras impressas e o branco da folha.

h) Habilidades auditivas específicas - Assim como na visão, o sistema


auditivo em seu perfeito funcionamento é de suma importância no processo de
aprendizagem. É por meio destes dois sistemas (visual e auditivo), que as
informações gráficas são recebidas e conduzidas ao cérebro para serem analisadas,
comparadas com outras informações e armazenadas na memória.

Especificamente no caso da audição, além do bom funcionamento deste


sistema, há a necessidade que exista uma estimulação a nível de discriminação de
sons, de figura-fundo e memória auditiva, para que o processo de aprendizagem
ocorra com facilidade.

i) Discriminação de sons - Refere-se à capacidade de se perceber e


discriminar auditivamente e, sem duplo sentido, todos os sons existentes na língua
falada. As crianças com dificuldades em discriminar auditivamente sons diferentes,
não terão possibilidade de reproduzi-los com exatidão na leitura e na escrita, pois
será muito difícil associarem um som percebido de forma errada com a grafia correta.

j) Memória auditiva - A memória auditiva permite a retenção e a


recordação das informações captadas auditivamente. Este acontecimento faz com
que a criança seja capaz de fixar e reproduzir, oralmente ou por escrito, as
informações recebidas auditivamente e lembrar qual o som correspondente a um
símbolo gráfico visualizado.

22
As dificuldades mais frequentes ligadas a esta habilidade são as falhas na
retenção de palavras ou séries de palavras percebidas auditivamente, e as falhas
em associar os símbolos gráficos discriminados visualmente aos correspondentes
sonoros.

k) Linguagem oral – A linguagem oral é uma etapa anterior à linguagem


escrita, então a linguagem oral, constitui um pré-requisito que serve de alicerce à
aprendizagem gráfica.

Entre as modalidades inseridas na linguagem falada podem-se destacar três,


sendo a prolação ou pronúncia, que seria a forma correta de pronunciar as palavras
ou frases e, deve ser avaliada de acordo com a idade cronológica da criança e de
estágio de desenvolvimento, o vocabulário, que seria a capacidade de falar palavras
conhecendo seu significado baseado na própria experiência, e por fim a sintaxe oral
que vêm a ser a habilidade de formular frases oralmente ou sintaxe oral correta, que
implica na perfeita elaboração mental das unidades básicas do pensamento, que são
as frases.

Intervenção na criança com distúrbio da aprendizagem

Para Schirmer, Fontoura e Nunes (2004), os princípios básicos para realizar a


intervenção com a criança disgráfica são a avaliação do desenvolvimento da
linguagem em todos os seus níveis, orientação para a família e a escola, e a terapia,
sendo que, para o distúrbio em questão,
destaca-se a terapia de linguagem escrita.

Exposto isso, Schirmer, Fontoura e


Nunes (2004), destacam que a principal
maneira de intervenção é a realizada de
forma direta nas habilidades de leitura, com
associação às atividades relacionadas ao processamento fonológico da linguagem;
orientam ainda que as intervenções devem ser realizadas de maneira lúdica, para que
a criança sinta prazer em ler e escrever.

23
Já em relação aos princípios básicos do trabalho em linguagem escrita, as
autoras destacam a importância de:

(i) estimular a descoberta e utilização da lógica do pensamento para


a construção de palavras e textos, bem como para a representação de
fonemas;

(ii) proporcionar chances de desenvolver a escrita e a leitura


espontâneas;

(iii) explorar de maneira constante as diversas funções da escrita; e

(iv) explicitar as diferenças entre língua falada e língua escrita. Isso


porque é relevante para a criança ter o conhecimento de que a fala e a escrita
são maneiras distintas de expressar a linguagem.

Do ponto de vista do atendimento educacional, Coelho (2012) faz referência ao


comportamento dos professores. Expõe que, para ajudar um aluno com disgrafia, o
professor deve inicialmente estabelecer um bom relacionamento com a criança e
fazê-la perceber que sua presença é relevante para apoiá-la quando mais precisar.
Para isso, é importante perceber o momento que é necessário providenciar ajuda ao
aluno e como fazer isto, bem como reforçar positivamente a caligrafia da criança.

Três fatores fundamentais devem ser considerados para a reeducação do


grafismo:

(i) desenvolvimento psicomotor, visando treinar os aspetos relacionados à


postura, controle corporal, dissociação de movimentos, representação mental do
gesto necessário para o traço, percepção espaço-temporal, lateralização e
coordenação visomotora;

(ii) desenvolvimento do grafismo em si e

(iii) especificidade do grafismo da criança; nestes aspectos, o educador


deve se preocupar com o aperfeiçoamento das habilidades relacionadas à escrita,
desenvolvendo atividades pictográficas (pintura, desenho, modelagem) e
escriptográficas (utilização do lápis e papel visando melhorar os movimentos e

24
posição gráfica) e deverá corrigir erros característicos do grafismo, como a forma,
tamanho e inclinação das letras, o aspeto do texto, a inclinação da folha e a
manutenção das margens e linhas.

Durante o processo de aprendizagem, (SCHIRMER; FONTOURA; NUNES,


2004) a criança utiliza-se de estratégias fonológicas e ortográficas para se apropriar
do processo de leitura. Entretanto, podem ocorrer limitações no uso desses aspectos,
acarretando em consequências para a criança, como, no caso, problemas de
decodificação da leitura. Ressalta-se, porém, que o processo de aquisição do sistema
da escrita ou do alfabeto é evolutivo, no qual a criança se depara com os erros e
acertos que são questões implícitas no processo de aprendizagem.

A leitura e a escrita envolvem habilidades cognitivas complexas, além de


capacidade de reflexão sobre a linguagem no que se refere aos aspectos fonológicos,
sintáticos, semânticos e pragmáticos. As crianças, ao iniciar a alfabetização, já
dominam a linguagem oral, sendo capazes de iniciar o aprendizado da escrita. Porém,
sabe-se que existem regras mais específicas e próprias da escrita, havendo, então,
maiores dificuldades no seu aprendizado.

Diante de tais considerações, como explicitado anteriormente, é de extrema


importância que se faça a distinção entre dificuldade escolar, associadas às
dificuldades de origem social, econômica, cultural e emocional e os distúrbios de
aprendizagem, relacionados às alterações nas habilidades cognitivas e linguísticas,
para que seja desenvolvido um atendimento educacional especializado para os
disléxicos.

A observação de determinadas características e/ou sinais, tanto na Educação


Infantil quanto no Ensino Fundamental, podem servir como sinal de alerta para
problemas atuais ou futuros de linguagem, entretanto a presença desses sinais não
caracteriza a criança como disléxica. Além dos principais sinais apresentados pelos
indivíduos disléxicos apresentados acima, Moojen e França (2006) reforçam alguns
sinais e os dividem de acordo com as fases de aprendizagem ou faixas etárias, como:
[...] na Educação Infantil (0-6 anos) observa-se: certa lentidão no desenvolvimento
das habilidades da fala e linguagem expressiva, dificuldades em tarefas que exijam
habilidades fonológicas, dificuldade para conhecer as letras e evocar palavras
(vocabulário restrito).

25
No período pré-escolar observa-se: desempenho inferior nas tarefas de
habilidades fonológicas, déficits de nomeação rápida, dificuldade em aprender a ler e
a escrever, memória verbal de curto prazo deficiente. Na fase adulta há a tendência
de leitura lenta, dificuldade com a ortografia e a produção textual (MOOJEN;
FRANÇA, 2006, p. 171).

Outro fator importante de se destacar que é na escola ou na fase em que a


criança começa a frequentar a escola que os profissionais envolvidos com ela podem
notar alguns fatores preditivos a dislexia (CAPELLINI; MARTINS, 2011).

Estudos têm demonstrado que escolares em risco para a dislexia apresentam


dificuldade no aprendizado do sistema da escrita. Tais dificuldades impedem um bom
desempenho para leitura por meio de fatores preditivos, como conhecimento
alfabético, nomeação rápida, consciência fonológica, entre outros (CAPELLINI;
MARTINS, 2011).

Devido a essas dificuldades apresentadas pelos indivíduos no processamento


fonológico, [...] algumas pesquisas realizadas, desde a década de 80, descrevem a
necessidade da realização de programas de intervenção, também conhecidos
internacionalmente como programas de remediação por enfatizarem o ensino da
relação letra/som e das habilidades metalinguísticas necessárias para a
aprendizagem do sistema de escrita com base alfabética (CAPELLINI et al., 2010,
apud FUKUDA; CAPELLINI, 2012, p. 784).

De acordo com pesquisas realizadas, os processos de intervenção com


crianças que apresentam sinais de dislexia devem ser realizados logo nos primeiros
anos de alfabetização, sendo que adaptações para ambientes inclusivos, informações
aos professores e opções de tecnologia de apoio para alunos podem ser utilizadas
como meio para melhor rendimento acadêmico desse alunado, ajustando conteúdos
e oferecendo apoio educacional (CAPELLINI; CIASCA, 2000; SMITH, 2008). Enfim,
cabe ressaltar que a interação entre família e os profissionais envolvidos com as
crianças disléxicas é de extrema importância para a eficácia das medidas preventivas
e/ou das intervenções (MOOJEN; FRANÇA, 2006).

Há carência de estudos sobre estratégias adequadas e efetivas na superação


da discalculia. Comorbidades devem ser consideradas no planejamento de

26
intervenções educativas e em contribuições que almejem melhor qualidade de vida
para o indivíduo (RIBEIRO; DOS SANTOS, 2011).

Por se tratar de um assunto em que os estudos ainda são recentes, o


desconhecimento sobre a presença da discalculia ainda comparece na rotina dos
professores, o que pode dificultar na realização de planejamentos educativos
eficientes. Considerando o professor um contato frequente e direto com o aluno,
torna-se imprescindível sua capacidade
em identificar algum distúrbio na
matemática (DIAS; PEREIRA; BORSEL,
2013).

A identificação do distúrbio é
altamente relevante para o crescimento
didático do aluno, pois quanto mais precocemente for o diagnóstico, melhor para
ajudá-lo a evoluir no aprendizado (ANDRADE et al., 2015), bem como o
encaminhamento para uma equipe

multidisciplinar, pautado nas características peculiares do indivíduo, reabilitando os


comprometimentos aritméticos e potencializando as habilidades preservadas
(HAASE et al., 2011).

Quanto ao atendimento educacional adequado para os alunos com discalculia,


Hallahan, Kauffman e Pullen (1944) citam a autoinstrução e o automonitoramento
como estratégias que podem ser benéficas para o desenvolvimento da aprendizagem.

A autoinstrução consiste, primeiro, em o professor utilizar a rotina verbal


enquanto executa a tarefa, depois, observar de perto o aluno utilizando a rotina verbal
na execução da tarefa e, por fim, os alunos realizam por conta própria. O
automonitoramento consiste em os estudantes manterem o controle de seu próprio
comportamento. Para isso, pode ser necessária a utilização de dois componentes: a
autoavaliação e a autogravação.

27
A autoavaliação pode ser trabalhada da seguinte forma: depois de trabalhar
em vários problemas de matemática, o aluno pode verificar a sua resposta e, em
seguida, colocar em um gráfico a quantidade de respostas que havia acertado. Depois
de vários dias, o aluno e o professor têm um registro observável do desenvolvimento
do aluno. E, por meio da autogravação, os
alunos podem monitorar não só o
desempenho acadêmico, como também,
seu comportamento dentro e fora da tarefa.

Em um estudo que utilizava a


autogravação, o professor instruiu os
alunos a se perguntarem “Eu estou
prestando atenção?” todas as vezes que eles ouviam um tom em um gravador. Os
tons ocorriam aleatoriamente a cada trinta a noventa segundos (HALLAHAN;
KAUFFMAN; PULLEN, 1944).

Outra estratégia que pode trazer benefícios no desenvolvimento acadêmico do


aluno é tornar os materiais mais proeminentes por meio do enriquecimento dos
conteúdos, como os organizadores gráficos e mnemônicos. Os organizadores
gráficos referem-se aos dispositivos visuais que utilizam linhas, círculos e caixas para
organizar informações, hierarquizar ou utilizados para comparações.

Os recursos mnemônicos envolvem o uso de imagens e/ou palavras que


possam ajudar a lembrar de informações (HALLAHAN; KAUFFMAN; PULLEN, 1944).
Por fim, é importante destacar que o diagnóstico deve ser realizado por uma equipe
multidisciplinar, para que o aluno seja devidamente avaliado nas suas peculiaridades
e possa ser direcionado às intervenções efetivas que atendam às necessidades
particulares de cada criança (SIQUEIRA; GURGEL-GIANNETTI, 2011).

28
Contudo, a aprendizagem é um processo complexo e cheio de possibilidades
e especificidades em qualquer âmbito. Por isso, conhecer e se aprofundar-se nessas
especificidades é uma boa opção de caminho para encontrar possibilidades de
solução. A influência e envolvimento dos pais é muito significativa no desempenho
escolar de seu filho, e isso na prática se faz muito real e determinante. Portanto, o
estímulo à participação dos pais na vida escolar de seus filhos deve ser praticado
constantemente e insistentemente. Dizemos insistentemente por sabermos que
qualquer estímulo aos pais de nossos alunos não é algo que é compreendido, a sua
importância e contribuição, de imediato, na maioria das vezes é tratados por eles
muito superficialmente, sem a devida
importância.

Dessa forma, a fim de ajudar a


criança a desenvolver a sua autoestima,
devem-se identificar as áreas de interesse
e estimulá-las. Crianças com dificuldades
para ler e/ou escrever, podem possuir

habilidades para outras áreas como música, pintura, matemática, cabendo ao


professor, reforçar estas áreas e, auxiliar o aluno a utilizá-las como uma forma de
compensar suas limitações. Além disso, o educador também deve reforçar todo e
qualquer desempenho escolar adequado, por mínimo que ele seja. Esta valorização
da autoimagem implica no desenvolvimento da autoconfiança que a criança necessita
para se engajar novamente no processo de ensino e sentir prazer em aprender.
Assim, um trabalho conjunto envolvendo o professor, a família e o psicopedagogo
trarão ao aluno a sensação e a certeza de que conseguirá superar os obstáculos já
que, está sendo apoiado por pessoas nas quais ele confia e que, em contrapartida
confiam nele.

29
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