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Treinamento de Força: Fatores Neurais e Produção de Força Muscular

Article · March 2019

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6 authors, including:

Rafael Alves Ademir Schmidt


Universidade Federal de Goiás Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás)
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Marcelo Henrique Silva Ricardo Viana


Universidade Federal de Goiás Universidade Federal do Ceará
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Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício
ISSN 1981-9900 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
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TREINAMENTO DE FORÇA: FATORES NEURAIS E PRODUÇÃO DE FORÇA MUSCULAR

Rafael Ribeiro Alves1, Anderson Miguel Cruz1


Ademir Schmidt1, Marcelo Henrique Silva1
Thaynã Coelho Guimarães1, Ricardo Borges Viana1

RESUMO ABSTRACT

Introdução: A prática do treinamento de força Strength training: neural factors and muscle
(TF) promove várias adaptações funcionais, force production
dentre as quais temos o aumento da força,
constatado em maior magnitude nos primeiros Introduction: The practice of strength training
meses de treinamento. Objetivo: Realizar um promotes several functional adaptations,
ensaio crítico sobre os possíveis mecanismos among which we have the increase of strength,
ligados ao sistema nervoso central e a found in greater magnitude in the first months
produção de força muscular. Materiais e of training. Objective: To perform a critical
Métodos: Foi realizada uma pesquisa de review on the possible mechanisms related to
revisão bibliográfica nas bases de dados: the central nervous system and the production
MEDLINE, SCIELO e Periódicos CAPES. A of muscular strength. Materials and Methods:
seleção dos artigos foi pautada na relevância A bibliographic review was carried out in the
ao tópico discutido. Adicionalmente, utilizou-se databases: MEDLINE, SCIELO and CAPES
livros sobre a temática publicados nos últimos Periodicals. The selection of articles was
7 anos. Resultados: Existe uma grande based on relevance to the topic discussed. In
influência do sistema nervoso central na addition, some books published in the last 7
produção de força muscular através dos years have been used. Results: There is a
mecanismos: “spillover”, irradiação motora, great influence of the central nervous system
inibição recíproca entre hemisférios, déficit on the production of muscular strength through
bilateral, educação de foça cruzada, the mechanisms: spillover, motor irradiation,
recrutamento de unidades motoras, frequência reciprocal inhibition between hemispheres,
de disparos, aumento da taxa de bilateral deficit, cross-force education,
desenvolvimento binário, bem como alterações recruitment of motor units, frequency of firing,
no córtex motor a nível cortical. Discussão: As increase of binary development rate as well as
evidências apontam para alterações agudas e there is no cortical to cortical motor.
crônicas do sistema neuromuscular em Discussion: The evidence points to acute and
decorrência da prática do TF. Fatores como chronic alterations of the neuromuscular
tipo de treinamento, volume, intensidade, system due to the practice of strength training.
fases da contração muscular podem Factors like type of training, volume, intensity,
influenciar não somente na magnitude de força phases of muscle contraction can influence not
produzia, mas também em alterações only the magnitude of force produced, but also
especificas de cada membro treinado. in specific changes in each trained member.
Conclusão: Os estímulos fisiológicos Conclusion: Physiological stimuli promoted by
promovidos pelo treinamento podem training can trigger neural changes in
desencadear alterações neurais em conjunto conjunction with the muscular system that
com o sistema muscular que afetam directly affect the magnitude of muscular force
diretamente a magnitude da produção de força production through various mechanisms and
muscular através de vários mecanismos e phenomena. Thus, to know such phenomena
fenômenos. Assim, conhecer tais fenômenos é is extremely important to improve the
extremamente importante para melhorar a prescription of training.
prescrição do treinamento físico.
Key words: Neural Adaptation. Muscular
Palavras-chave: Adaptação Neural. Força Strength. Neural Factors.
Muscular. Fatores Neurais.
1-Universidade Federal de Goiás (UFG),
Brasil.

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo. v.12. n.77. p.757-766. Set./Out. 2018. ISSN 1981-9900.
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INTRODUÇÃO relacionadas ao aumento da força muscular


em decorrência do TF. Portanto, se faz
Nas últimas décadas, pesquisas têm necessário mais esclarecimentos sobre suas
evidenciado os benefícios do treinamento de origens, influências e relação com a força
força (TF) relacionados à aptidão física e à muscular.
qualidade de vida (American College of Sports O esclarecimento dessa temática pode
Medicine, 2009; Bird, Tarpenning e Marino, contribuir em uma melhor organização das
2005; De França e colaboradores, 2015; Paoli, sessões de treinos e na prescrição de
Moro e Bianco, 2015). exercícios físicos, tendo em vista que a
Sabe-se que ao iniciar a prática do TF utilização de fases da contração muscular
ocorre uma série de adaptações fisiológicas específicas, exercícios específicos, tipos de
afim de se buscar um equilíbrio homeostático treinamento, além da condição de
(Czapla, Szczepanowska e Cieslik, 2007). destreinamento têm relação direta com as
Dentre essas adaptações, tem-se o adaptações neurais (Andersen e
aumento da força muscular que é considerada colaboradores, 2005; Hay, Souza e Fukashiro,
uma adaptação muito importante, uma vez que 2006; Higbie e colaboradores, 1996; Pain,
índices elevados de força muscular estão 2014; Schmidt, 1993).
diretamente relacionados à diminuição da Assim, o objetivo do presente ensaio é
mortalidade por todas as causas e melhor fazer uma análise crítica sobre as alterações
qualidade de vida (Artero e colaboradores, neurais, na perspectiva de apontar os
2011). mecanismos/fenômenos neurofisiológicos que
A produção de movimento pelos possam contribuir no esclarecimento sobre o
músculos e consequentemente de força é aumento da força muscular em decorrência do
ocasionado devido a ação de um impulso TF.
nervoso proveniente do sistema nervoso
central através de uma estrutura denominada MATÉRIAIS E MÉTODOS
neurônio, que é classicamente considerado a
unidade morfofuncional fundamental do O presente artigo tem formato de
sistema nervoso (Lent, 2010). ensaio crítico e foi construído com base em
Ao se iniciar a prática do TF ocorre um revisão da literatura referente à temática. As
incremento de força muscular em maior bases de dados utilizadas foram: Medical
magnitude nos primeiros meses de Literature Analysis and Retrieval System
treinamento (Enoka, 2000). Online (MEDLINE), Scientific Electronic Library
Entretanto, nas fases iniciais do Online (SciELO) e o Portal de Periódicos da
treinamento não é constatado um percentual Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de hipertrofia elevado que poderia justificar o de Nível Superior (CAPES).
aumento da força muscular (Fleck e Kraemer, Adicionalmente, utilizou-se alguns
2017). livros sobre a temática publicados nos últimos
Portanto, vários pesquisadores 7 anos. Nas bases de dados foram utilizados
atribuem os ganhos iniciais de força muscular os seguintes termos nos idiomas português,
a possíveis alterações neurais do sistema inglês e espanhol: “adaptação neural e força
nervoso central, tais como: o sincronismo e muscular” (neural adaptation and muscle
recrutamento de unidades motoras, aumento strength - adaptación neural y fuerza
da frequência de disparos, aperfeiçoamento da muscular), “fatores neurais e produção de
coordenação intermuscular e intramuscular, força” (neural factors and power production -
diminuição da coativação muscular e aumento factores neurales y producción de fuerza),
de força muscular pela educação de força “treinamento de força e adaptação neural”
cruzada (Bear, Connors e Paradiso, 2006; (strength training and neural adaptation -
Cormie, Mcguigan e Newton, 2011; Farthing, entrenamiento de fuerza y adaptación neural).
Krentz e Magnus, 2009; Ferri e colaboradores, A seleção dos artigos foi pautada na
2003; Fleck e Kraemer, 2017; Gabriel, Kamen relevância ao tópico discutido, sempre que
e Frost, 2006; Gentil, 2014; Prestes e possível, na ordem de preferência: artigos
colaboradores, 2010). científicos internacionais e artigos científicos
Contudo, essas alterações neurais nacionais publicados entre janeiro de 2007 e
parecem não explicar todas as adaptações junho de 2017.

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Em virtude da temática em questão e Sabendo que os ganhos iniciais de


dos artigos selecionados optou-se por abordar força em pessoas destreinadas têm relação
separadamente os seguintes tópicos: I) direta com as adaptações neurais (Gentil,
relação volume e intensidade sobre as 2014), prescrever o mesmo número de séries
adaptações neurais; II) especificidades das para membros inferiores e superiores pode
contrações musculares e adaptações neurais; refletir em adaptações neurais distintas, fator
III) tipos de treinamento e adaptações neurais; este que pode desencadear diferentes
IV) exercícios unilaterais: educação de força magnitudes de aumento da força muscular.
cruzada e déficit bilateral; V) relação músculo Portando, é necessário que essas
agonista/antagonista: influências no aumento especificidades sejam consideradas no
da força muscular. processo de prescrição de exercícios
principalmente para indivíduos destreinados.
Relação volume e intensidade sobre as
adaptações neurais Especificidades das contrações
musculares e adaptações neurais
Ao se prescrever o treinamento é
imprescindível a análise de alguns fatores, tais Existem três tipos de ações/fases da
como: nível de treinamento, objetivos a curto e contração muscular que são utilizadas no TF:
longo prazo, limitações ortopédicas, condição concêntrica, excêntrica e isométrica (Fleck e
de saúde, entre outras (Prestes e Kraemer, 2017). Baroni e colaboradores
colaboradores, 2010). (2013) avaliaram a influência do treinamento
O volume e/ou intensidade de treino excêntrico sobre o pico de torque e atividade
são variáveis que devem ser consideradas em eletromiográfica.
todos os períodos da periodização. Portanto, Apesar do treinamento não ter
entender como essas variáveis podem enfatizado as outras fases da contração
interferir nas adaptações neurais é muscular, os resultados mostraram um
fundamental para uma prescrição de treino aumento do pico de torque em todas as fases
adequado. (isométrica = 24%, concêntrica = 15% e
Os achados de Radaelli e excêntrica = 29%).
colaboradores (2013) constataram que treinos Adicionalmente, o torque isométrico e
de baixo e alto volume são eficientes para excêntrico aumentou significativamente
aumentar a atividade eletromiográfica e força (p<0.05) durante as 12 semanas. Por outro
dinâmica em membros superiores e inferiores lado, o torque concêntrico permaneceu
de forma similar em mulheres idosas praticamente inalterado entre a semana 8 e
destreinadas. 12.
Sendo assim, o volume de treino Além disso, a atividade
parece não ser uma variável determinante eletromiográfica em isometria e durante a fase
para as adaptações neurais para esse público concêntrica demostraram um aumento (28,6%
em específico. e 13,6%, respectivamente) significativo
Paulsen, Myklestad e Raastad (2003) durante as 12 semanas.
relataram que homens destreinados que Contudo, observou-se um aumento de
realizaram apenas 1 série por exercício (4 8,5% na atividade eletromiográfica em
exercícios para membros superiores) tiveram isometria entre as semanas 8 e 12, enquanto,
adaptações similares na força dos membros no mesmo período a atividade eletromiográfica
superiores quando comparados aos homens na fase concêntrica sofreu um decréscimo de
que realizaram 3 séries por exercício (4 3%.
exercícios para membros superiores). Embora a atividade eletromiográfica
Por outro lado, o aumento na força na fase excêntrica tenha aumentado 33,1%,
máxima de membros inferiores foi maior para observou-se que o maior aumento (30,0%)
os homens que realizaram 3 séries por ocorreu entre as semanas 1 e 4.
exercício (3 exercícios para membros Portanto, os achados indicam que
inferiores) do que 1 séries por exercício (3 apesar da transferência de força para as
exercícios para membros inferiores) (21% vs. demais ações/fases da contração muscular
14%, respectivamente, p=0,01). não treinadas, este aumento não é similar e
linear, constatando-se que um maior

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percentual de aumento na atividade a 20 semanas de TF. Os idosos foram


eletromiográfica é encontrado na ação/fase divididos em grupos de treinamento com
muscular treinada, o que pode indiciar uma resistência variável (TRV), grupo treinamento
especificidade ao treinamento realizado e com resistência continua (TRC) e grupo
pode servir de parâmetro para prescrição de controle.
exercício visando um maior aumento da força Os autores avaliaram a força máxima,
em ações/fases musculares especificas. força isométrica, atividade eletromiográfica,
Neste contexto, Noorkõiv, Nosaka e capacidade de treinar até a falha concêntrica e
Blazevich (2014) constataram uma adaptação hipertrofia muscular em decorrência do
do sistema nervoso central referente aos treinamento com diferentes resistências.
treinamentos isométricos em ângulos Apesar de não ter sido encontrado
específicos. Os autores avaliaram a atividade diferenças significativas na força máxima,
eletromiográfica e pico de torque dos força isométrica e hipertrofia muscular, o grupo
músculos vasto lateral, vasto medial, reto TRV obteve um maior aumento no trabalho
femoral e bíceps femoral em um treinamento total realizado durante teste de repetições até
isométrico na cadeira extensora realizado em a falha.
dois ângulos distintos: joelho estendido a 87,5º Adicionalmente, foi observado um
± 6,0º e flexionado a 38,1º ± 3,7º. aumento da atividade eletromiográfica do
Os resultados mostraram que a vasto lateral e medial até a semana 10, com
atividade eletromiográfica aumentou em maior redução significativa nas últimas semanas
magnitude nos ângulos próximos ao qual foi (p<0,05).
realizado o treinamento isométrico com o Esses resultados corroboram os
joelho flexionado (p<0,05). achados de De Vos e colaboradores (2005),
Tais aumentos foram relacionados ao qual foi evidenciado que indivíduos com
com o aumento da força em 13,4% ± 9,7% maior carga de trabalho total obtiveram
(p<0,01), corroborando com os achados de resultados mais significativos em um teste de
Kubo e colaboradores (2006), em que foi repetições máximas com falha concêntrica
encontrado um aumento de força nos ângulos para um percentual de 90% de 1RM.
próximos ao utilizado durante o treinamento Para além disso, constataram que as
isométrico (40º- 80º, p<0,05). Contudo, o adaptações neurais referentes ao aumento da
mesmo não aconteceu no grupo que treinou atividade eletromiográfica não está
com os joelhos estendidos. diretamente associada ao aumento do trabalho
Neste contexto, a extensão do joelho total, visto que em ambos os grupos ocorreu
na cadeira extensora parece proporcionar uma um aumento da atividade eletromiográfica,
maior atividade eletromiográfica do músculo mas somente o grupo TRV obteve aumento
quadríceps em treinamento isométrico com significativo na carga de trabalho total.
ângulos menores quando comparado ao Vila-chã, Falla e Farina (2010),
treinamento isométrico em ângulos maiores. conduziram uma pesquisa para avaliar a
influência do TF e treinamento aeróbio na taxa
Tipos de treinamento e adaptações neurais de velocidade de condução do impulso
nervoso, taxa de descarga de unidades
Comumente os aparelhos de motoras (quantos impulsos chegam às fibras
exercícios disponíveis fornecem resistência por um determinado período de tempo),
continua, onde a distância do braço da contração voluntária máxima, taxa de
alavanca é mantida durante todos os graus de desenvolvimento de força e resistência à
amplitude do movimento, enquanto aqueles fadiga.
que fornecem resistência variável manipulam a A amostra foi dividida em dois grupos:
distância do braço da alavanca para grupo TF ou treinamento aeróbio. O grupo TF
proporcionar maior resistência durante certas obteve aumento na contração voluntária
fases da amplitude de movimento. máxima (17,5 ± 7,5%), seguido de um
A alternância ou constância de aumento na taxa de descarga das unidades
resistência no treinamento também podem motoras (4,9% no músculo vasto medial e
influenciar as adaptações neurais (Walker e 4,7% no músculo vasto lateral).
colaboradores, 2014). Walker e colaboradores Porém, o grupo que realizou
(2014) submeteram idosos fisicamente ativos treinamento aeróbio reduziu a taxa de

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descarga das unidades motoras em 6,2% no substancialmente maior no grupo F+A. Esse
músculo vasto medial e 5,6% no músculo resultado demonstra que a ordem dos
vasto lateral. exercícios pode promover diferentes
Em contrapartida foi constatado um adaptações neurais, visto que as taxas de
aumento da resistência à fadiga apenas no descarga de unidades motoras podem diminuir
grupo que realizou treinamento aeróbio. A nos treinamentos aeróbios de baixa
velocidade de condução das unidades motoras intensidade (Vila-chã, Falla e Farina, 2010).
aumentou em ambos os grupos somente após Tal fator pode ter sido um dos
a terceira semana de treinamento, embora contribuintes para essa redução da atividade
sem diferença estatística entre os grupos. eletromiográfica do músculo vasto lateral.
Tais resultados corroboram com a Adicionalmente, no respetivo estudo
premissa que exercícios que exigem uma foi constatado um aumento similar na
maior produção de força máxima podem produção de força máxima e hipertrofia
proporcionar um maior recrutamento de muscular em ambos os grupos.
unidades motoras e promover um aumento na Wilhelm e colaboradores (2014),
taxa de descarga, o que não é constatado no reportaram que a desproporção entre a
treinamento aeróbio de baixa intensidade e de atividade eletromiográfica e a produção de
longa duração. força muscular, pode ser justificada pelo fato
Apesar de aumentos similares na de se ter avaliado a ativação muscular apenas
velocidade de condução, o treinamento de músculos específicos, faltando assim
aeróbio pode desencadear adaptações além justificativas concretas para correlacionar a
das neurais, e essas podem estar ativação muscular com a produção de força
relacionadas a resistência a fadiga. máxima.
Portanto, podemos constatar que a
resistência à fadiga não tem uma relação Exercícios unilaterais: educação de força
proporcional à taxa de descarga das unidades cruzada e déficit bilateral
motoras, bem como a velocidade de condução
dos impulsos nervosos necessitam de pelo A educação de força cruzada é
menos três semanas para demonstrar definida como a transferência de força para o
aumentos significativos decorrentes do membro contralateral não treinado (Adamson
treinamento, ficando claro que essa variável e colaboradores, 2008).
pode não ser a única responsável pelo Fimland e colaboradores (2009)
aumento da contração voluntária máxima no analisaram a transferência de força e atividade
grupo TF, visto que a mesma sofreu aumentos eletromiográfica do membro contralateral após
significativos neste período. quatro semanas de treinamento do músculo
Balshaw e colaboradores (2017) tríceps sural (gastrocnêmios e sóleo). Os
constataram que um dos fatores mais autores encontraram diferenças no ganho de
importantes para a produção de força força para os músculos do membro treinado
muscular é o aumento da atividade neural dos (40%, p<0,01) e do membro não treinado
músculos agonistas quando comparado com (33%, p<0,01).
as alterações morfológicas (hipertrofia Também foi reportado um aumento na
muscular e/ou diminuição do ângulo de atividade eletromiográfica do músculo sóleo do
penação do fascículo muscular) e com outros membro treinado (42 ± 17%) e do membro
fatores neurais (redução da co-ativação de contralateral não treinado (45 ± 43%). Os
antagonistas). autores justificam esse aumento de força e
Eklund e colaboradores (2015) atividade eletromiográfica devido ao aumento
dividiram um grupo de homens em dois da excitabilidade dos motoneurônios,
grupos: grupo que realizou o treinamento de mudanças na inibição pré-sináptica e
força e treinamento aeróbio (F+A), ocorrência do fenômeno “spillover” descrito por
respectivamente, e outro grupo que realizou o Mitchell, Feng e Lee (2007).
treinamento aeróbio e treinamento de força O “spillover” é considerado como uma
(A+F), respectivamente. possível transmissão do impulso nervoso
Após 24 semanas de treino foi destinado a determinados neurônios para
constatado um aumento na atividade neurônios vizinhos, o que pode favorecer a
eletromiográfica do vasto medial

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uma estimulação neural do lado/membro não o déficit bilateral em indivíduos jovens e


treinado (Carroll e colaboradores, 2006). idosos.
Hendy, Spittle e Kidgell (2012), alegam Neste sentido, a utilização de
que os possíveis fenômenos da educação exercícios unilaterais para indivíduos com
cruzada são interações entre os hemisférios membros imobilizados é uma estratégia
cerebrais, através do corpo caloso, bem como interessante, contudo o treinamento unilateral
as fibras corticospinais ipsilaterais que realizado de forma crônica pode ocasionar
possivelmente podem influenciar a produção uma redução da força bilateral.
de força do membro não treinado através do
“spillover”. Os autores também reportaram um Relação agonista/antagonista: influências
fenômeno denominado de irradiação motora, no aumento da força muscular
que possivelmente ocorre em movimentos
unilaterais, em que apenas um dos lados do A ativação simultânea de agonista e
córtex cerebral é estimulado, podendo antagonista denominada de cocontração se
desencadear uma transferência de atividade mostrou eficiente em indivíduos destreinados
excitatória para o córtex do lado oposto. Esse para aumentar o recrutamento de unidades
fenômeno também é descrito por Leenus e motoras e hipertrofia nos extensores e flexores
colaboradores (2013). de cotovelo, mesmo sem a presença de carga
Ao se avaliar a influência desses externa (Maeo e colaboradores, 2014).
mecanismos em membros imobilizados, Neste contexto, podemos constatar
Farthing, Krentz e Magnus (2009) e Magnus e que as adaptações neurais acontecem
colaboradores (2010) constataram que o nível simultaneamente em músculos agonistas e
de força, bem como a hipertrofia muscular antagonistas, mesmo com baixos volumes e
foram mantidas sem alterações por três baixas intensidades de treinamento.
semanas quando realizados exercícios com o Geertsen, Lundbye-Jensen e Nielsen
membro contralateral. (2008) realizaram um estudo para verificar a
Tais achados corroboram com aqueles ativação dos músculos antagonistas e sua
reportados por Palmer e colaboradores (2013), possível inibição recíproca na força muscular
em que através da utilização de ressonância dos músculos agonistas em decorrência de um
magnética, os autores constataram alterações treinamento para aumentar a velocidade de
no trato córtico espinhal, verificando-se uma contração e produção de força no movimento
diminuição da difusão média do trato córtico de dorsiflexão dos músculos flexores
espinal de todos os indivíduos treinados plantares.
unilateralmente. Após 4 semanas de treinamento foi
Adicionalmente, foi demonstrado constatado um aumento da taxa de
através da anisotropia fracionada um aumento desenvolvimento binário (utilizado para medir
da densidade das fibras, diâmetro do axônio e a ativação de acordo com o período de tempo
mielinização dos mesmos na massa branca dado em milissegundos) em todos os períodos
em 3,6%, fator que pode ter contribuído para o de tempo medidos: 0-30 ms aumentou 32%
aumento de 39,5% na contração voluntária (p<0,05), 0-50 ms aumentou 33% (p<0,05), 0-
máxima do membro treinado e 30,1% no 100 ms aumentou 30% (p<0,05) e 0-200 ms
membro não treinado, além da possível aumentou 24% (p<0,05).
influência do mecanismo “spillover” relatado Foi constatado um aumento de 20%
anteriormente por Mitchell, Feng e Lee (2007). na quarta semana e continuou
Em contrapartida, exercícios significativamente aumentado após as 2
unilaterais podem promover um déficit semanas de destreino (21%).
bilateral, caracterizado pela somatória das Porém a coativação avaliada pré e pós
cargas utilizadas unilateralmente serem treino não sofreu alteração significativa (10%,
maiores do que a carga utilizada p>0.05). Assim, a diminuição da coativação
bilateralmente (Bobbert e colaboradores, parece não influenciar no aumento da
2006). atividade neural dos agonistas, corroborando
Beurskens e colaboradores (2015) os achados de Morse e colaboradores (2007)
constataram que exercícios bilaterais no TF ou e Billot e colaboradores (2014). Contudo,
em treinamentos de equilíbrio podem diminuir divergindo dos achados de Amarantini e Bru
(2015).

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Portanto, a relação deste fenômeno C. J.; Blair, M. J. A prospective study of


com o comportamento da força muscular não muscular strength and all-cause mortality in
está totalmente esclarecida até o presente men with hypertension. Journal of the
momento, necessitando da realização de mais American College of Cardiology. Vol. 57. Num.
pesquisas. 18. p. 1831-1837. 2011.

CONCLUSÃO 6-Balshaw, T. G.; Massey, G. J.; Maden-


Wilkinson, T. M.; Morales-Artacho, A. J.;
Até o presente momento, podemos McKeown, A. A.; Clare L. F.; Jonathan, P.
constatar que as adaptações neurais podem Changes in agonist neural drive, hypertrophy
ocorrer de diferentes formas e são and pre-training strength all contribute to the
influenciadas pelo tipo de treinamento, individual strength gains after resistance
exercícios bilaterais ou unilaterais, volume, training. European Journal of Applied
intensidade e tipos de contração muscular. Physiology. Vol. 117. Num. 4. p. 631-640.
Adicionalmente, apesar das 2017.
divergências presentes nas atuais pesquisas,
o conhecimento sobre os fatores neurais é de 7-Baroni, B. M.; Rodrigues, R.; Franke, R.A.;
extrema importância principalmente para os Geremia, J.M.; Rassier, D.E.; Vaz, M.A. Time
Profissionais de Educação Física que lidam course of neuromuscular adaptations to knee
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Conflito de interesses

Todos os autores declaram não existir


nenhum tipo de conflito de interesses.

Recebido para publicação 27/11/2017


Aceito em 01/01/2018

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