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MÓDULO 12:

PRINCIPAIS DOENÇAS
NA AQUICULTURA
2021. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul –
SENAR/AR-MS

INFORMAÇÕES E CONTATO
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul –
SENAR/AR-MS
Rua Marcino dos Santos, 401, Bairro Chácara Cachoeira II,
Campo Grande/MS, CEP: 79.040-902
(67) 3320-9700
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http://www.senarms.org.br/
http://ead.senarms.org.br/

PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO


Marcelo Bertoni

TITULARES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO


José Pereira da Silva, Marcio Margatto Nunes, Daniel Kluppel Carrara e
Valdinir Nobre de Oliveira

SUPLENTES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO


Mauricio Koji Saito, Janes Bernardino Honório Lyrio, Thaís Carbonaro
Faleiros Zenatti, Luciano Muzzi Mendes e Maria Helena dos Santos
Dourado Neves

TITULARES DO CONSELHO FISCAL


Paulo César Bózoli, João Batista da Silva e José Martins da Silva

SUPLENTES DO CONSELHO FISCAL


Rafael Nunes Gratão, Moacir Reis e Orélio Maciel Gonçalves

SUPERINTENDENTE
Lucas Duriguetto Galvan

DIRETORIA TÉCNICA
Mariana Adalgiza Gilbert Urt

DIRETORIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA


Clodoaldo Martins de Oliveira Júnior
SUMÁRIO

Apresentação................................................................................04

Enfermidades na aquicultura....................................................08
Doenças de notificação obrigatória........................................ 13

Biosseguridade..............................................................................23

Atividade de Aprendizagem......................................................25
Feedback das Atividades.............................................................27
AUXIL IAR E M SAÚDE A N I M A L

Apresentação
Olá!

Reflita a respeito:
• Como é possível saber se um animal aquático
está doente?
• Quais são as Doenças de Notificação Obrigatória
na aquicultura?
• Quais os objetivos de um Programa de
Biosseguridade?

A resposta para essas e outras perguntas você descobrirá a partir de


agora neste módulo.

Assista ao vídeo no curso e confira um resumo sobre as principais


doenças na aquicultura.

Aquicultura: Atividade que cultiva organismos aquáticos, em qualquer


fase de seu desenvolvimento, em ambientes confinados e controlados.

Principais doenças na aquicultura


Acesse o curso para conferir o vídeo.

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O Programa Nacional de Sanidade de Animais Aquáticos de Cultivo


(Aquicultura com Sanidade) foi instituído pelo MPA, através da Ins-
trução Normativa nº 4, de 4 de fevereiro de 2015, e alterada pelo
MAPA com a IN nº 4 de 28 de fevereiro de 2019. A finalidade do
Programa é garantir a sustentabilidade e a sanidade dos sistemas de
produção de animais aquáticos, assim como elaborar estratégias de
prevenção, controle e erradicação de doenças.

MPA: Ministério da Pesca e Aquicultura.

IN: Instrução Normativa.

Conheça as principais ações e programas que envolvem a “Aquicultura


com Sanidade” desenvolvida pelo MAPA.

Rede Nacional de Laboratórios da Pesca


e Aquicultura – RENAQUA: responsável
pelo suporte para o diagnóstico oficial
de doenças de peixes de produção, in-
cluindo espécies nativas, peixes orna-
mentais, moluscos, quelônios, répteis,
anfíbios e crustáceos.

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Regras para despesca: procedimen-


tos higiênico-sanitários devem ser
adotadas durante a despesca para
minimizar o prejuízo econômico na
indústria por contaminação ou má
conservação do pescado.

Despesca: Recolher os peixes dos


tanques ou viveiros.

Plano Nacional de Certificação de Formas


Jovens de Animais Aquáticos - “Plano For-
ma Jovem Segura”: visa garantir animais
de melhor qualidade sanitária dos estabe-
lecimentos produtores de formas jovens
de animais aquáticos, tais como alevinos
(peixes), pós larvas (camarão), sementes
(ostras) e imagos (rãs).

Programa Nacional Higiênico Sanitá-


rio de Moluscos Bivalves - PNCMB:
tem como finalidade a vigilância ativa
de contaminantes em áreas primárias
de produção de ostras, mexilhões,
vieiras e berbigões, com o objetivo de
assegurar a saúde pública.

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Programa Nacional de Controle Higiê-


nico Sanitário de Embarcação Pesquei-
ras - “Programa Embarque Nessa”: tem
a finalidade de estabelecer as condições
mínimas necessárias para a qualidade do
pescado a ser utilizado como matéria-pri-
ma para fins de manipulação e processa-
mento nos estabelecimentos industriais.

O cadastro dos estabelecimentos de aquicultura é necessário e


deve ser realizado junto às Secretarias Estaduais de Agricultura
ou seus órgãos de Defesa Sanitária Animal.

Os estabelecimentos cadastrados são fiscalizados pelo SVO, para


realizar a comercialização, importação e exportação do pescado.

SVO: Serviço Veterinário Oficial.

Além do cadastro do estabelecimento, o aquicultor também deve fazer


o seu cadastro da atividade junto a uma Unidade Local de Atendimento,
para colaborar nas ações sanitárias a serem estabelecidas.

Aquicultor: Aquele que se ocupa da aquicultura, que produz animais


aquáticos de produção em sistemas confinados e controlados.

Independente da categoria da atividade aquícola exercida, o criador


deverá se preocupar com a condição sanitária do seu criatório, por
estar sujeito a se deparar com enfermidades ou fatores externos,
como temperatura ambiente e luz solar.

Criatório: Local de criação do animal aquático. 7


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Enfermidades
na aquicultura
O acompanhamento da sanidade dos
animais deve ser feito por um médico
veterinário, habilitado para diagnosticar
doenças e prescrever medicamentos,
sempre que necessário.

O apoio do Auxiliar em Saúde Animal a esse profissional é muito im-


portante, principalmente na observação de sinais de anormalidade
nos animais aquáticos.

Existem várias doenças que afetam a aquicultura e é importante observar nos


criatórios sinais clínicos que as espécies podem apresentar. Na sua grande
maioria são sinais de fácil observação.

Conheça a seguir quatorze sinais apresentados pelos animais doentes:

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Lotes: Lotes de animais com a mesma idade, espécie e sexo, com


tamanhos e pesos diferentes.

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Errático: Irregular, errado.

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Úlceras: Lesões abertas, feridas.

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Boquejamento: Movimentos que os peixes fazem com a boca na


superfície da água, tentando produzir bolhas para filtrar o oxigênio.

Ectoparasitas: Parasitas encontrados na parte externa ou superfície


do corpo do animal.

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Agora que você já conheceu sobre principais sinais clínicos, apresentados


por animais adoecidos, vamos continuar nossos estudos e compreender
sobre as doenças de notificação obrigatória.

Doenças de notificação obrigatória


A seguir você pode conferir as principais doenças de notificação obrigatória,
que atingem os animais na aquicultura. A lista está na Portaria MPA nº 19 de
4 fevereiro de 2015, porém ela pode ser revisada e republicada, conforme
a situação epidemiológica do país, de pesquisas científicas, recomendações
da OIE ou sempre que for necessário.

Para conhecer as Doenças de Notificação Obrigatória, acesse o curso


e confira uma tabela que preparamos para você.

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Qualquer cidadão, produtor, funcionário, médico veterinário privado


ou do serviço público, bem como para todo profissional que atue na
área de diagnóstico, ensino ou pesquisa em saúde animal, que encon-
trar anormalidades nos animais, deverá fazer a comunicação ao SVO.
O prazo para a notificação é de, no máximo, 24 (vinte e quatro) horas
de seu conhecimento.

SVO: Serviço Veterinário Oficial.

Neste tópico, vamos percorrer e estudar sobre as seguintes doenças


na aquicultura:

A seguir iniciaremos nossos estudos sobre a Franciselose.

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Franciselose

É uma enfermidade causada pela bactéria Francisella noatunensis em


peixes de água doce e marinhos, acometendo principalmente a tilápia e
seus híbridos. Infecta principalmente peixes jovens (alevinos e juvenis)
no período de inverno.

Híbridos: É o resultado do cruzamento entre duas espécies diferentes,


ou entre duas linhagens puras de uma mesma espécie.

SINAIS CLÍNICOS
Os principais sinais clínicos são: crescimento
retardado, emagrecimento, olhos saltados,
natação em rodopio, palidez de brânquias.
Nódulos pequenos e de coloração
branca no baço, rins e fígado.

Brânquias: No caso dos peixes, possui como função principal


a respiração.

Nódulos: Crescimentos anormais qualquer tecido do corpo,


formando elevações.

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A transmissão pode ocorrer por contato direto com os animais infectados,


através da água ou alimentos contaminados ou por vetores, como insetos.

Fonte: Assis et al. (2016).

Nas setas apresenta sinais de melanose e úlceras cutâneas na base


das barbatanas.

Melanose: Formação de pigmentos por ação enzimática ou não, ocorrendo


um escurecimento progressivo devido à formação de melanina.

Úlceras: Lesões abertas, feridas.

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Fonte: Revista Panorama da Aquicultura, 2018.

Úlceras cutâneas na base das barbatanas e áreas pálidas nas guelras.

Guelras: O mesmo que brânquias, nos peixes, responsável


principalmente pela respiração.

Edwardsiellose

É uma doença causada pela bactéria Edwardsiella ictaluri e E. tarda,


principalmente em Bagres, como o bagre azul, e também no peixe
panga, pirarucus, nas trutas e nos salmões. Conhecida como Septice-
mia Entérica ou Doença do Buraco na Cabeça do Catfish.

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Fonte: Kaiyu et al., 2010.

SINAIS CLÍNICO S
Os peixes nadam na superfície e em círculos, perda
de apetite, hemorragias na pele, exoftalmia e
palidez das brânquias. Alguns peixes desenvolvem
lesão aberta entre os olhos, necrose do
fígado e ascite.

Exoftalmia: Olhos saltados.

Palidez das brânquias: Guelras mais claras, descoradas.

Ascite: É o acúmulo anormal de líquido dentro do abdômen.


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A intensificação da produção favorece a infecção por esta bactéria,


devido a grande quantidade de material fecal nos tanques de cultivo
e o maior contato entre os peixes.

T ilápia Lake Virus (T ilV)


O Tilapia Lake Vírus foi descoberto como um agente infeccioso que pode
ameaçar toda a indústria mundial da tilápia. O agente pertence à família
Orthomyxoviridae e já foi identificado em diferentes espécies de tilápia
de cultivo, como a tilápia do Nilo, a tilápia vermelha, nos híbridos e em
algumas espécies de tilápia de vida livre (Jansen; Mohan, 2017).

Híbridos: Descendente de cruzamento entre espécies, raças,


variedades ou gêneros distintos, sendo geralmente infértil.

A B

(A): Alevinos de tilápia - alteração de coloração da pele. (B): Alevinos de tilápia - lesões na pele.
Fonte: CNA Brasil, 2017.

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SINAIS CLÍNICO S
Principais sinais clínicos: perda de apetite, diminuição
de movimento, natação errônea, lesões e alteração
da coloração da pele, problemas no globo ocular.

Necrose Infecciosa do Baço e Rim (ISKNV)

Causada por um vírus pertencente ao gênero Megalocitovirus, que


acomete espécies de peixes de água doce, como a tilápia, assim como
peixes estuarinos. A infecção pelo vírus afeta peixes em fase inicial de
produção, como juvenis e alevinos.

Estuarinos: Peixes que vivem em águas de transição entre um rio e


um mar, como os manguezais.

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SINAIS CLÍNICO S
Peixes no fundo do tanque, sem se alimentar;
mudança de coloração corporal (escurecimento
ou clareamento), letargia, exoftalmia, respiração
anormal (com rápido movimento), distensão abdo-
minal entre outros.

Como formas de controle, podemos citar:


• Adquirir peixes de formas jovens e de fontes confiáveis;
• Limpar e desinfetar as propriedades;
• Distinguir peixes para abate em plantas frigoríficas com inspeção
sanitária oficial.

Síndrome das manchas brancas (WSS)

A Doença da Mancha Branca ou Síndrome da Mancha Branca é causada por


um vírus, pertencente ao gênero Whispovirus. Ele pode acometer grande va-
riedade de crustáceos, como camarões e lagostas, e foi detectado em todas
as fases de crescimento. O vírus tem esse nome devido à característica da
doença, que é a formação de manchas brancas na carapaça da cabeça.

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CO MO TRANSMITE ?
A forma de transmissão pode ser pela água,
canibalismo e também passando das fêmeas
para os ovos.

Não é uma zoonose, e não há perigo a ingestão de animais doentes,


porém causa restrições comerciais, principalmente devido ao aspecto
visual dos crustáceos.

P RE V E NÇÃO E CONTROLE
• Aplicar boas práticas na produção e no manejo
sanitário para a prevenção de doenças.
• Monitorar a adequada nutrição, alimentação
e qualidade da água nos tanques;
• Adquirir alevinos, juvenis e reprodutores de lo-
cais que utilizam boas práticas de manejo sanitário;
• Realizar quarentena de animais novos;
• Remover peixes doentes ou mortos dos tanques
ou viveiros;
• Desinfetar equipamentos do sistema de produção.

Agora vamos conferir sobre biosseguridade na aquicultura.


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Biosseguridade
Já vimos que biosseguridade envolve um conjunto de ações que devem
ser adotadas para prevenir, controlar e reduzir qualquer risco que possa
comprometer a saúde animal. Agora que tal conhecer um pouco mais so-
bre esse conjunto de ações?

Biosseguridade na aquicultura
Acesse o curso para conferir o podcast.

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Você chegou ao final do módulo. Aqui você observou que existem vá-
rias doenças que afetam a aquicultura, compreendeu a necessidade do
acompanhamento da criação por um profissional médico veterinário e
a importância de ter um Programa de Biosseguridade com o intuito de
prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes à produção.

Antes de seguir, que tal verificar o que aprendeu até aqui? Para isso,
leia as questões a seguir e escolha a alternativa correta.

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Atividade de Aprendizagem

QUESTÃO 1
Leia as frases a seguir, sobre sinais de doenças em animais aquáticos.

I – Aumento de mortalidade, deformidades, aumento de secreção e de


muco, lotes não uniformes, baixo ganho de peso.
II – Não é possível observar os sinais que os animais aquáticos apresentam.
III – Olhos saltados e alterações no comportamento são situações
normais na vida dos animais aquáticos.
IV – Nadar na superfície, diminuição no consumo de alimentos, alterações
de coloração e presença de ectoparasitas.

Escolha a alternativa que apresenta afirmativas corretas.

a. Apenas I e III estão corretas.

b. Apenas I, II e III estão corretas.

c. Apenas I e IV estão corretas.

d. Todas as afirmativas estão corretas.

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QUESTÃO 2
A doença Tilápia Lake Vírus acomete qual espécie?

a. Rã Touro.

b. Camarão.

c. Carpa.

d. Tilápia.

QUESTÃO 3
Para a elaboração do Programa de Biosseguridade em aquicultura,
o que deve ser analisado em primeiro lugar:

a. Conhecer as enfermidades que acometem a espécie que irei


criar será desnecessário, pois a biosseguridade não depende disso.

b. Definir os objetivos da criação e avaliação dos riscos associados.

c. Saber se é preciso alimentar os animais aquáticos em


qualquer horário.

d. O Programa de Biosseguridade é desnecessário, pois não


há riscos de introdução de doenças em animais aquáticos.

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Feedback das Atividades


QUESTÃO 1
Resposta: letra C.
Gabarito: Apenas I e IV estão corretas.

QUESTÃO 2
Resposta: letra D.
Gabarito: Tilápia.

QUESTÃO 3
Resposta: letra B.
Gabarito: Definir os objetivos da criação e avaliação dos riscos associados.

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