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Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Curso de Bacharelado de Psicologia

Trabalho de Conclusão de Curso

O USO DO WHATSAPP E O ESTRESSE DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO BÁSICA

- UM ESTUDO PILOTO

Monize Tibúrcio de Oliveira

Paranaíba, Mato Grosso do Sul

Novembro de 2022
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Curso de Bacharelado de Psicologia

Trabalho de Conclusão de Curso

O USO DO WHATSAPP E O BEM ESTAR DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO

BÁSICA - UM ESTUDO PILOTO

Monize Tibúrcio de Oliveira

Projeto do Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como requisito da disciplina

Trabalho de Conclusão de Curso II do Curso de

Bacharelado em Psicologia orientada pelo Prof.

Dr. Alexandre José de Souza Peres.

Paranaíba, Mato Grosso do Sul

Novembro de 2022

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Sumário
Lista de Figuras 3

Lista de Abreviaturas 4

Resumo 6

Abstract 7

Resumen 8

Introdução 9

Método 15

Resultados 16

Discussão 25

Considerações Finais 27

Referências 29

Anexo 31

3
Lista de Figuras

Figura 1 - Uso Diário do WhatsApp ...................................................................................... 19

Figura 2 - Domínio das Funcionalidades do WhatsApp ........................................................ 20

Figura 3 - Consequências do Uso do WhatsApp para o Trabalho Docente ........................... 21

Figura 4 - Frequência de Envio Recebimento de Atividades Pedagógicas pelo WhatsApp .. 22

Figura 5 - Participação em Grupos do WhatsApp ................................................................. 23

Figura 6 - Importância do WhatsApp para a Aproximação com os Alunos .......................... 23

Figura 7 - O WhatsApp como Potencial Estressor ................................................................ 25

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Lista de Abreviaturas

TDICE: Tecnologias Digitais de Informação, Comunicação e Expressão.

BEP: Bem-Estar Psicológico.

WHOQOL: Word Health Organization Qualityof Life Instument.

EBEP: Escala de Bem-Estar Psicológico.

IGFP-5R: Inventário Reduzido dos Cinco Grandes Fatores de Personalidade.

TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

5
Agradecimentos

Primeiramente quero agradecer a Deus e Nossa Senhora Aparecida que permitiu que tudo isso

acontecesse, não somente nestes anos como universitária, mas em todos os momentos ao longo de

minha vida. Aos meus pais, Elisabete e Elcio por todo esforço, incentivo e dedicação para que eu

pudesse me dedicar aos estudos. Aos meus tios e padrinhos que sempre apoiaram durante toda a

graduação. Em especial meu tio Luiz Fernando que me apoiou desde o momento que passei na

faculdade. Ao meu irmão que é, meu porto seguro e minha inspiração como ser humano, pois sem ele

eu seria nada! A minha avó Neide, que sempre me mimou em todas as voltas para a casa, com comida,

presentes e com muito amor e carinho.

Ao meu orientador Alexandre Peres, que foi um excelente professor e orientador durante toda

a graduação, se tornando inspiração como pessoa e profissional. Obrigada por todo cuidado que teve

comigo durante as supervisões, por partilhar todo seu conhecimento. Ter você como orientador fez

todo o processo ser mais leve.

A esta universidade UFMS, seu corpo docente, direção e administração que oportunizaram a

janela que hoje vislumbro um horizonte superior. A Atlética XVIII de Março/Xitara que fez me tornar

uma pessoa melhor e foi minha válvula de escape para os dias difíceis longe da família, se tornando

uma família dentro da universidade. Valorizando a prática de esportes e se tornando a minha paixão!

Agradeço às minhas amigas Anne Caroline e Luisa por estarem sempre comigo, pelos

momentos maravilhosos, pelo amor que sentimos pela Xitara e por todas as risadas, sofrimentos e

dificuldades que tivemos para dar o melhor da atlética para o campus. Em especial a Anne Caroline

que desde quando cheguei em Paranaíba não me deixou desistir e sempre esteve comigo, chorando,

fazendo unha e comendo pipoca nas tardes de domingo.

Agradeço a minha colega de graduação Beatriz, por todo parceria e companheirismo durante

toda a faculdade. Por fim, agradeço a todos aqueles que, apesar de não citados diretamente,

contribuíram para a conclusão dessa fase única. Dedico essa vitória a todos nós!

6
Resumo

Com o desenvolvimento de Tecnologias Digitais de Informação, Comunicação e Expressão

(TDICE) no trabalho docente, que por vezes são utilizadas com finalidades pedagógicas,

representam uma série de desafios que, não por acaso, tornam-se objeto de investigação de

pesquisadores. Este estudo piloto teve como objetivo investigar a relação do uso do WhatsApp

sobre o trabalho docente e o estresse no que diz respeito ao trabalho pedagógico dos docentes

da Educação Básica no retorno ao ensino presencial após dois anos de pandemia. Os 17

participantes foram recrutados por meio das redes sociais, e foi aplicado um questionário online

constituído pelos instrumentos Escala de Bem-Estar Psicológico, o Inventário dos Cinco

Fatores da Personalidade. Os resultados demonstram que há influências negativas causadas pelo

uso do WhatsApp no trabalho pedagógico, como eventos estressantes, invasão da vida pessoal,

principalmente fora do horário de trabalho. Por outro lado, o aplicativo auxilia na aproximação

dos alunos e, em especial, contribui para a comunicação entre professores e entre eles e gestores

escolares.

Palavras-chave: whatsapp; professores; planejamento pedagógico; bem-estar psicológico

7
Abstract

With the development of Digital Technologies of Communication and Expression (TDICE) at

work, teachers that are sometimes used for pedagogical purposes in the series, represent one of

the challenges that, not by chance, become the object of investigation investigation. This pilot

study aimed to investigate a relationship of use of WhatsApp on teaching work and stress with

regard to the pedagogical work of Basic Education teachers after returning to face-to-face

teaching years after the pandemic. The 17 participants through psychological means, and

applied to a means of social networks constituted by the instruments recruited Scale, the

Personality Factors Inventory. WhatsApp working hours results, especially outside of work. On

the other hand, the application helps to bring students closer and, in particular, contributes to

communication between teachers and between them and managers.

Keywords: Whatsapp; teachers; pedagogical planning; psychological well-being

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Resumen

Con el desarrollo de las Tecnologías Digitales de la Comunicación y la Expresión (TDICE) en

el trabajo, los docentes que en ocasiones son utilizados con fines pedagógicos en la serie,

representan uno de los desafíos que, no por casualidad, se convierten en objeto de investigación.

Este estudio piloto tuvo como objetivo investigar una relación entre el uso de WhatsApp en el

trabajo docente y el estrés con respecto al trabajo pedagógico de los docentes de Educación

Básica después de regresar a la enseñanza presencial años después de la pandemia. Los 17

participantes a través de medios psicológicos, y aplicados a un medio de redes sociales

constituido por los instrumentos Escala reclutados, el Inventario de Factores de Personalidad.

Resultados de las horas de trabajo de WhatsApp, especialmente fuera del trabajo. Por otro lado,

la aplicación ayuda a acercar a los estudiantes y, en particular, contribuye a la comunicación

entre los docentes y entre estos y los directivos.

Palabras-clave: WhatsApp; maestros; planificación pedagógica; bienestar psicológico

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Introdução

O trabalho docente enfrenta diversos desafios na era digital. As transformações na

sociedade implicam em revoluções tecnológicas e pedagógicas que alteram as formas de

aprender, assim como os modos de cuidar de diferentes âmbitos da vida, do trabalho e dos

relacionamentos interpessoais (Sousa et al, 2020). Segundo Rodrigues (2015), o

desenvolvimento de Tecnologias Digitais de Informação, Comunicação e Expressão (TDICE),

por vezes utilizadas com finalidades pedagógicas, representam também uma série de desafios

que, não por acaso, tornam-se objeto de investigação de pesquisadores. Para a autora, nos

últimos anos, a evolução na comunicação, de modo geral, influenciou os processos de ensino-

aprendizagem nos ambientes escolares. A popularização dos dispositivos móveis tem

aumentado e possibilitado incontáveis maneiras de interação entre alunos e professores, entre

professores e gestores e escolares e entre a escola e as famílias.

Entre as TDICE, no Brasil e no mundo, o uso do aplicativo WhatsApp tem se

destacado. O WhatsApp é um aplicativo de mensagens instantâneas e chamadas de voz e

vídeos para smartphones (Wikipedia, 2022). O aplicativo permite trocar mensagens e

compartilhar conteúdos e documentos em texto, áudio e vídeo, os usuários podem também

criar grupos com outros usuários. O aplicativo é uma ferramenta importante na vida pessoal,

para os negócios e também para a área acadêmica, pois pode fortalecer o conjunto de diversas

pessoas interconectadas em rede (Bouhnik & Deshen; Junior & Albuquerque, 2014;2017).

Argumenta-se que o WhatsApp facilita a interação entre professores e alunos, além de

trazer conteúdo para as salas de aula (Rodrigues, 2015). Segundo Junior e Albuquerque

(2017), o aplicativo fornece aos seus usuários um conjunto de possibilidades de comunicação

em ambiente educativo, como: uma ligação direta entre professor-aluno, ou até mesmo, com

todos os alunos em grupo; uma forma de amplificar a comunicação de forma rápida e criar

diversos espaços aprendizagem; a possibilidade aproximar as pessoas diminuindo as

10
distâncias. Algumas das vantagens do aplicativo foram citadas acima. Porém a cada nova

atualização do aplicativo, novas possibilidades no âmbito da educação poderão ser avaliadas.

No Brasil, diversas experiências já ganharam alguns adeptos, conforme ratifica uma

revisão sistemática recente sobre o uso pedagógico do WhatsApp realizada por Bottentuit et

al. (2016). Esta revisão sistemática revelou que existe uma maior concentração de pesquisa

utilizadas para matérias ligadas a área do ensino de línguas (português e/ou inglês). Além

disso, o estudo revelou que as experiências são realizadas em ambiente escolar para realizar

discussões relacionadas aos temas, ou para esclarecer dúvidas.

O uso pedagógico do WhatsApp não é mais uma novidade, realizando uma busca no

Google nos revela uma série de experiências em todos os continentes que conectam a

educação e WhatsApp, tendo a maior parte das publicações ainda em língua inglesa. Wijaya

(2018), realizou um estudo na Indonésia, sobre as respostas dos alunos sobre o uso do

WhatsApp na aprendizagem. A pesquisa foi realizada por meio de um questionário utilizando

o método Survey. Os resultados mostraram que a maioria dos alunos gostam do aprendizado,

embora alguns problemas surgiram. O principal distúrbio foi a conexão com a internet que

deve ser fornecida pelo próprio esforço dos alunos.

Yilmazsoy et al. (2020) realizaram uma pesquisa sobre Aspectos Negativos do Uso de

Redes Sociais na Educação: Uma breve revisão sobre o exemplo do WhatsApp. Nesta

pesquisa foi realizado um estudo de literatura utilizando algumas palavras-chave simples

como ‘whatsapp’, 'efeitos negativos', 'uso negativo', 'rede social', 'educação', 'ensino' e

'aprendizagem' foram usados para reunir alguns dados de pesquisas recentes. Com resultados

encontrados na literatura, pode-se perceber que o WhatsApp pode fazer com que os alunos

fiquem viciados em mensagens instantâneas, o que não é adequado em processos acadêmicos.

Além disso, os alunos não conseguem controlar o tempo gasto para enviar mensagens,

negligenciam a lição de casa e ficam menos disciplinados. Foi relatado que o uso do

11
WhatsApp pode afetar os níveis de compreensão dos alunos, habilidades de aprendizagem,

produtividade e realizações acadêmicas negativamente.

Segundo Junior e Albuquerque (2017), a circunstância de ensino remoto imposto pela

Pandemia da Covid-19 trouxe consigo diversos desafios para os profissionais da educação, em

especial para o professor. Desde a Educação Infantil ao Ensino Superior, os professores

precisaram adaptar as metodologias, estratégias e práticas para que os estudantes pudessem

continuar estudando diante do momento inoportuno.

A escolha do WhatsApp como objeto de investigação neste estudo, é devido à sua

popularização global. Bouhnik e Deshen (2014) afirmaram que os benefícios como o baixo

custo, a simplicidade, a acessibilidade, a eficiência e a linguagem natural estão avançando a

introdução do WhatsApp nas salas de aula. O uso do WhatsApp se tornou uma forma de nos

aproximar, discutir assuntos, atividades e também trocar materiais pedagógicos (Alencar et al.

2015, p.789).

Conforme a pesquisa realizada por Santos & Santos (2021): uma das implicações do

uso do WhatsApp está relacionada à qualidade de vida, durante a pesquisa, mais de dois

terços dos participantes demonstraram um impacto negativo na qualidade de vida devido ao

uso do aplicativo nesse contexto. Diante das falas mais comuns, estão as que o trabalho

remoto tem em si uma carga a mais de trabalho que o presencial. Um professor relatou que

acaba perdendo o espaço de falar sobre trabalho num aplicativo que seria uma opção e não

uma necessidade.

De acordo com Sousa et al. (2020), é evidente que o WhatsApp pode exercer

influência sobre a qualidade de vida dos profissionais da educação. No entanto, esta influência

pode ser negativa ou positiva dependendo do uso que se faz e das reações emocionais que ele

provoca no indivíduo. A influência positiva é quando se faz uso consciente e o negativo

quando atrapalha a vida pessoal e profissional.

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A qualidade de vida e as condições de trabalho dos professores da educação básica,

diante do crescente número de adoecimentos, torna necessário o desenvolvimento de ações de

qualidade de vida e promoção à saúde, principalmente aos professores que exercem nos

primeiros anos de formação escolar (Rocha & Fernandes, 2008).

Moreira (2010) entende que a qualidade de vida do professor é cercada de

responsabilidades somadas a condições ambientais desvantajosas, que podem causar

problemas emocionais e físicos, limitando suas condições de saúde. Além disso, com a

influência da evolução tecnológica, os professores são obrigados a novas demandas de

atualizações na formação do aluno, que gera ainda mais sobrecarga (Rocha & Fernandes,

2008). A promoção da saúde propõe um processo de fortalecimento das pessoas e

comunidades para a construção de competências para atuar de maneira equitativa,

participativa e autônoma na melhoria da própria saúde e qualidade de vida. Envolver os

professores na promoção da saúde e no desenvolvimento de projetos coletivos com alunos,

pais e demais pode favorecer a conversa entre a saúde e a educação.

No Brasil, foi identificado um estudo sobre isso, escrito por Sousa et al (2020), foram

realizados dois questionários sobre o uso do WhatsApp e a qualidade de vida desenvolvida

pela OMS, aplicados em 51 professores do ensino fundamental I de colégios particulares da

zona sul de São Paulo. O Word Health Organization Qualityof Life Instument (WHOQOL)

foi o instrumento utilizado para a validação de dados, este instrumento apresenta desempenho

psicométrico satisfatório e foi construído para ser auto aplicado e autoexplicativo. O resultado

deste estudo foi possível considerar que maioria das professoras classificam a influência do

WhatsApp sobre sua qualidade de vida como pequena, entretanto, quando relacionados os

dados como WHOQOL‐Bref, os escores mais elevados de qualidade de vida são das pessoas

que indicam não existir influência do WhatsApp sobre a mesma.

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O estudo de Sousa et al. (2020), no entanto, pode-se perceber que há lacunas sobre: a

relação ao bem estar psicológico do profissional da educação, especificamente da educação

infantil, onde a maioria dos professores lidam com grande fluxo nos grupos de pais e/ou

responsáveis; a comparação dos educadores de rede pública e de rede privada; dados sobre o

uso do WhatsApp para fins pedagógicos. Outra lacuna que este estudo pretende colmatar é

trazer dados atualizados sobre o bem-estar psicológico dos professores no retorno às aulas

presenciais.

O objetivo geral deste projeto de pesquisa será investigar a relação entre o uso do

WhatsApp para fins profissionais e o estresse do Professor da Educação Básica no retorno ao

ensino presencial após dois anos de pandemia de docentes da Educação Básica. Objetivos

específicos deste trabalho são a) investigar a relação entre tipos de uso do WhatsApp e

aspectos pessoais da vida do professor; b) identificar o tempo gasto usando WhatsApp para

fins profissionais; c) analisar a relação entre bem-estar psicológico e o uso do WhatsApp; d)

investigar a influência do WhatsApp sobre o trabalho pedagógico.

O bem-estar psicológico está relacionado ao desenvolvimento de potencialidades

individuais definidas ou tarefas evolutivas que ocorrem ao longo do desenvolvimento, como

conter uma atitude positiva em relação ao self e aceitar múltiplos aspectos da própria

personalidade (auto- aceitação); ter relações calorosas, seguras, íntimas e satisfatórias com os

outros (relações positivas com os outros); ser autodeterminante e independente; examinar

experiências pessoais por padrões pessoais (autonomia); ter critérios de domínio e

competência na gestão do ambiente para corresponder necessidades e valores pessoais

(domínio ambiental); ter um senso de direcionamento e metas e objetivos para a vida

(propósito na vida); e ter um sentimento de desenvolvimento contínuo e abertura para novas

experiências (crescimento pessoal) (Ryff, 1989).

14
Segundo Pafaro e Martino (2004), o estresse pode ser definido como um desgaste

geral do organismo, determinado pelas alterações psicofisiológicas que ocorrem quando o

indivíduo é forçado a enfrentar situações que o irritem, excitem, amedrontem, ou mesmo que

o façam imensamente feliz. Stacciarini & Troccoli (2001) analisam o estresse como estímulo,

com o enfoque no impacto dos estressores; como resposta, quando examinada a tensão

produzida pelos estressores; e como processo, quando entendido a partir da interação entre

pessoa e ambiente.

A palavra estresse foi utilizada pela primeira vez na área da física, indicando o

desgaste sofrido por materiais expostos a pressões ou forças. Na área da saúde, foi

primeiramente usada por Hans Selye, ao perceber que diversas pessoas que sofriam de várias

doenças físicas apresentavam algumas queixas em comum como: fadiga, hipertensão,

desânimo e falta de apetite (Pafaro e Martino 2004).

Em relação às influências positivas para o trabalho pedagógico, uma delas é dar apoio

aos alunos e pais pelo aplicativo, de forma mais rápida e prática. O estudo de Buriticá (2018)

examinou como a utilização do WhatsApp pode contribuir no processo de aprendizagem e

ensino de programação. O autor investigou como o professor no atendimento e esclarecimento

de dúvidas pode auxiliar para a aprendizagem com o apoio do WhatsApp dos estudantes do

curso de Programação II de Engenharia de Sistemas e Computação da Universidade

Tecnológica de Pereira, Colômbia. Os estudantes foram divididos em grupos que possuíam o

apoio pedagógico pelo aplicativo e grupos que não tiveram o apoio. O resultado mostrou que

os grupos que tiveram apoio do WhatsApp dispuseram resultados promissores durante o

processo de aprendizagem.

Considerando a pesquisa realizada por Santos e Santos (2021), que buscou analisar o

WhatsApp como ferramenta de intercomunicação entre professores e alunos em tempos de

15
aulas remotas, demonstraram que em relação a qualidade de vida do professor foram

encontradas algumas vantagens e desvantagens sobre o aplicativo.

Há uma lacuna de estudos sobre as influências negativas causadas pelo uso do

WhatsApp no trabalho pedagógico. Nesse sentido, faz-se necessário investigar os impactos do

uso do WhatsApp sobre o bem-estar psicológico e a influência do WhatsApp sobre o trabalho

pedagógico dos professores.

Espera-se que por meio desta pesquisa, possam contribuir, a partir da verificação das

análises da associação uso do WhatsApp e o impacto sobre saúde geral, bem-estar psicológico

e influência negativas no trabalho pedagógico. Este estudo espera elencar as problemáticas

envolvidas no dia a dia dos professores causadas pela influência do uso do WhatsApp.

Espera-se, ainda, que a partir disso, contribuir para a elaboração de diretrizes que possam

ajudar os professores a conciliar as influências positivas e negativas sobre o WhatsApp no

trabalho docente.

Método

Participantes

Participaram deste estudo 17 professores, sendo a maioria do sexo feminino (88,2%),

com faixa etária entre 23 anos a 66 anos (média de 36 anos, desvio padrão de 12,14 anos).

Entre os participantes, 41,2% são casadas(os), 29,4% são solteiras(os), 17,6% divorciadas(os),

5,9% viúvas(os), 5,9% em união estável. Em relação a ter filhos, 29,4% tem dois filhos,

35,3% tem um filho e 35,3% não tem filhos. A maioria dos professores trabalha na rede

pública municipal (70,6%), enquanto o restante trabalha na rede pública estadual (29,4%) e na

rede privada (35,3%).

No que diz respeito à quantidade de turmas que os participantes lecionam, a maioria

leciona em somente uma turma (35,3%), e os demais em duas (29,4%) ou cinco turmas

16
(11,8%). Sobre a quantidade de alunos nas turmas, o maior grupo dos participantes leciona

para, em média, 25 a 30 alunos (47,1%). A quantidade total de alunos pelos quais os

participantes se responsabilizam, incluindo todas as turmas, variou de 13 alunos a 800.

Instrumentos

Para coletar dados acerca do uso do WhatsApp foi aplicado um questionário

desenvolvido especificamente para este estudo pela autora e por seu orientador. O

questionário visa coletar informações sobre o nível de ensino que o docente atua, o tempo de

uso diário do WhatsApp, habilidades com as ferramentas do aplicativo, e finalidade de uso do

aplicativo no trabalho pedagógico. Além disso, por meio do questionário investiga-se a

avaliação do participante quanto ao uso do WhatsApp antes, durante e depois do ensino

remoto que ocorreu em decorrência da pandemia de covid-19 entre 2020 e 2022, ano em que a

coleta de dados foi realizada. Por fim, o participante classifica o quanto determinadas

atividades realizadas com o WhatsApp no âmbito de seu trabalho de professor são

estressantes.

Procedimentos

Seguindo uma estratégia de amostragem do tipo bola-de-neve (Pasquali, 2015), os

participantes foram recrutados por meio do aplicativo WhatsApp. Os instrumentos foram

disponibilizados em formato on-line. O convite foi divulgado consistia no link para o TCLE e

explicitava os objetivos da pesquisa, bem como seus potenciais riscos e benefícios, além dos

contatos dos pesquisadores. Os sujeitos foram convidados a participar do estudo assinando o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O participante teve acesso direto a

uma cópia em pdf com o TCLE que conta com a assinatura do pesquisador responsável por

meio de um link no formulário eletrônico. Ressalta-se que a identidade deles foi preservada e

mantida em sigilo. Por se tratar de um estudo piloto, a divulgação foi realizada por grupos de

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WhatsApp de três escolas públicas e de uma escola privada. A coleta de dados ocorreu no

segundo semestre de 2022.

Resultados

Sobre o uso do WhatsApp como ferramenta de ensino antes da pandemia, dentre as 15

respostas somente seis não utilizavam para fins profissionais. O restante dos participantes

utilizava para envio de recados, encaminhar dados, compartilhar material pedagógico,

resolver pequenos problemas de maneira rápida e para fins profissionais fora da educação.

Durante a pandemia, o WhatsApp foi utilizado por 100% dos participantes. Os usos

incluíram: falar com pais e alunos, enviar recados e atividades, realizar postagens de vídeos,

áudios de leitura, incentivos, correção das atividades e esclarecimentos de dúvidas. Sobre o

nível da satisfação com o uso desse aplicativo durante o ensino remoto, destaca-se que 29,4%

dos participantes ficaram satisfeitos e 5,9% pouco satisfeitos, enquanto 41,2% revelou não ter

se sentido satisfeito.

Quanto às dificuldades na adaptação do uso do WhatsApp para fins pedagógicos

durante o ensino remoto, a maioria (70,5%) informou nunca ter tido dificuldades (35,3%), ou

ter tido ocasionalmente (17,6%) e raramente (17,6%). Sobre a importância do uso do

WhatsApp como instrumento pedagógico durante a pandemia, grande parte dos participantes

responderam que foi muito importante (52,9%).

Segundo os participantes, a maioria das escolas forneceu outros recursos além do

WhatsApp para o ensino remoto, sendo eles Plataforma Google for Education, computador,

vídeos, notebook, creme book, plataforma própria da instituição, Zoom, Google Meet,

Classroom, atividades impressas, e-mails, entre outros. Somente duas escolas não forneceram

nenhum tipo de recurso. A metade dos participantes qualificou como importante (50%) ou

muito importante (37,5%) as escolas oferecerem esses outros recursos (50%).

18
Em relação ao quanto foi estressante lecionar durante o período da pandemia, grande

parte dos participantes qualificou que foi extremamente (37,5%) ou muito (31,3%)

estressante. O restante dos participantes qualificou a experiência como moderadamente

estressante (25%) ou não estressante (6,3%).

Na Figura 1 são apresentadas a distribuição do primeiro e último horário de uso do

WhatsApp, bem como o tempo de uso diário do aplicativo pelos participantes após o retorno

ao ensino presencial em 2022. O horário mais comum de se fazer o primeiro uso do

WhatsApp é às 06h (41,2%), enquanto para o último uso o horário é 23h (29,4%). Em média,

os participantes usam o WhatsApp por 13,64 horas por dia, tanto para fins pessoais quanto

para fins profissionais (94,1%).

Figura 1

Uso Diário do WhatsApp

19
A Figura 2 apresenta o nível que os participantes informam dominar cada

funcionalidade do WhatsApp. Cerca de 50% dos participantes revelaram ter domínio

adequado ou avançado em relação a todas as funcionalidades, com exceção de realizar

pagamentos. No entanto, pouco mais de 1/3 dos participantes apontaram ter apenas um

domínio mínimo ou básico de funcionalidades essenciais, tais como escrever mensagens de

texto, enviar e receber áudios, vídeos e imagens, além de realizar chamadas de voz ou de

vídeo.

Figura 2

Domínio das Funcionalidades do WhatsApp

20
Na Figura 3 são apresentados os níveis de concordância dos participantes quanto às
possíveis consequências do uso do WhatsApp no trabalho docente. Consequências
relacionadas à invasão do espaço privado, ou seja, da vida pessoal do professor, foram
apontadas pela maioria dos participantes. Por exemplo, a maioria concorda ou concorda
fortemente que o WhatsApp “acaba fazendo misturar a vida pessoal com a vida profissional”
(72,2%) e “invade os meus horários pessoais fora da escola (por exemplo, com a família ou
em atividades de lazer)” (66,7%). De modo contraditório, no entanto, metade dos
participantes concorda ou concorda totalmente que o aplicativo “permite conciliar a vida
pessoal e profissional”.
Já quanto a consequências relacionadas a vida profissional, foram apontadas que
concorda ou concorda fortemente que o WhatsApp “ajuda e facilita a vida do professor”
(61,1), “retira parte importante do meu tempo para realizar o planejamento pedagógico”
(33,4%), e “toma parte importante do meu tempo de registrar a aprendizagem e o
desenvolvimento dos alunos e turmas” (55,6%).

Figura 3

Consequências do Uso do WhatsApp para o Trabalho Docente

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Legenda:
Invade os meus horários pessoais fora da escola (por exemplo, com a família ou em atividades de lazer).
Retira parte importante do meu tempo para realizar o planejamento pedagógico.
Toma parte importante do meu tempo de registrar a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos e turmas.
Permite conciliar a vida pessoal e profissional.
Acaba fazendo misturar a vida pessoal com a vida profissional.
Ajuda e facilita a vida do professor.

Na Figura 4 são apresentadas as frequências de envio e recebimento de atividades

pedagógicas pelo WhatsApp. É possível notar que, durante o horário de aula, 44,4% dos

professores fazem o envio e/ou recebem de atividades frequentemente ou com muita

frequência. Na sequência, estão os horários de descanso do professor, sendo que 44,4% o

fazem frequentemente ou com muita frequência durante o fim de semana e 38,9% durante a

semana fora do horário de expediente. No contraturno das aulas, apenas 27,8% apontaram

fazer essa atividade frequentemente ou com muita frequência.

Figura 4

Frequência de Envio e/ou Recebimento de Atividades Pedagógicas pelo WhatsApp

22
A Figura 5 exibe a quantidade de grupos que os professores precisam participar e qual

público é destinado a esses grupos. A maioria dos professores participa de pelo menos três

grupos no WhatsApp, sendo que 29% estão em 10 grupos ou mais. Em relação ao público

participante desses grupos, a maior parte dos participantes estão em grupos com professores

(88,9%), gestores escolares (77,8%), pais e responsáveis (33,3%) e alunos (22,2%). Destaca-

se, portanto, que a menor quantidade de grupos é com os alunos e pais e responsáveis. Logo,

levanta-se a hipótese que as atividades realizadas pelo WhatsApp fora do expediente (Figura

4) são com outros professores ou gestores escolares.

Figura 5

Participação em Grupos do WhatsApp

23
Os professores acham importante usar o WhatsApp para se aproximar dos alunos

(Figura 6). A maior parte dos participantes acham muito importante (35,3%) e importante

(35,3%). Mas uma parte acha pouco importante (23,5%) ou sem importância essa

aproximação (5,9%).

Figura 6

Importância do WhatsApp para a Aproximação com os Alunos

A Figura 7 revela a avaliação pelos professores de potenciais estressores relacionados

ao uso do WhatsApp. Os eventos destacados pelos professores como extremamente

24
estressantes são: conversar com alunos de forma individual (35,3%), conversar com os alunos

pelo grupo da sala (29,4%) e conversar com os alunos por videochamada (29,4%). Por outro

lado, os eventos classificados como não estressores ou pouco estressores são: atender os

pais/responsáveis durante o horário de aula (61,2%), resolver coisas no horário de ficar com a

família (55,5%) e conversar com os pais durante o horário de descanso (50,0%).

25
Figura 7

O WhatsApp como Potencial Estressor

Legenda:
O quanto cada uma das seguintes atividades realizadas por meio do WhatsApp é estressante?
Quando preciso atender pais/responsáveis pelo WhatsApp durante o horário de aula.
Quando preciso resolver coisas de atividades no horário programado para ficar com a família.
Quando os pais me chamam para conversar durante os meus dias de descanso.
Quando atendo pais ou alunos fora do horário de trabalho pelo WhatsApp.
Conversar com os pais/responsáveis por vídeo chamada.
Conversar com os pais/responsáveis pelo grupo de pais.
Conversar com os alunos por vídeo chamada.
Conversar com os alunos de forma individual.
Conversar com os alunos pelo grupo da sala.
Quando o uso do WhatsApp atrapalha meu planejamento pedagógico.
Quando o trabalho docente por meio do WhatsApp toma parte do meu tempo livre.

26
Discussão

Este estudo piloto teve por objetivo investigar a viabilidade de se avaliar a influência

do uso do aplicativo WhatsApp sobre o planejamento pedagógico e o nível de estresse de

professores da Educação Básica. A seguir, destacamos alguns dos resultados obtidos com a

pequena amostra deste estudo piloto, antes de tecer considerações finais sobre a viabilidade de

novos estudos a partir do método aqui descrito.

Sobre as disciplinas lecionadas pelos participantes, matérias como Língua Portuguesa,

Matemática, Geografia, Artes, Ciências, História, Língua Inglesa, Educação Física, Filosofia e

Sociologia foram mencionadas. Segundo Bottentuit et al. (2016), no Brasil a maior

concentração de pesquisas utilizando o aplicativo WhatsApp são para matérias ligadas a área

do ensino de línguas (português e/ou inglês). Deste modo, podemos perceber que os

resultados apresentam que dos participantes que utilizam o WhatsApp como ferramenta,

73,3% dos professores leciona Língua Portuguesa, porém somente 13,3% leciona Língua

Inglesa. Contrapondo Bottentuir et al (2016), através da pesquisa realizada por Venega et al

(2018), os estudos mostraram que as matérias que mais utilizam o WhatsApp são Artes e

Matemática.

Os resultados apresentados indicam que o aplicativo WhatsApp é utilizado entre os

professores para compartilhar material pedagógico, encaminhar dados, enviar recados e

esclarecimento de dúvidas. Segundo Santos & Santos (2021), o WhatsApp se tornou uma

maneira de aproximar e trocar materiais pedagógicos, assuntos, atividades, entre outros.

Alencar et al. (2015, p. 789) afirma que “o WhatsApp é uma ferramenta rápida e eficaz para

comunicação entre todas as partes do cenário educacional”.

Sobre o domínio das funcionalidades do WhatsApp, os participantes demonstraram

domínio avançado em enviar e receber mensagens e áudios, administrar contatos e, domínio

mínimo em realizar pagamentos, realizar chamadas de vídeo em grupo e chamadas de voz. Ou

27
seja, não são todas as funcionalidades que os participantes apresentam domínio avançado, ou

pelo menos adequado para auxiliar no dia a dia do professor. Junior e Albuquerque (2017)

afirmam que o aplicativo fornece um conjunto de possibilidades de comunicação e ambiente

educativo.

Quando questionados sobre a importância do WhatsApp para a aproximação com os

alunos, a maioria dos professores consideraram como muito importante. Rodrigues (2015),

argumenta que o WhatsApp facilita a interação entre professores e alunos. Alencar et al.

(2015), o uso do WhatsApp se tornou uma forma de aproximação entre os professores e

alunos, discutir assuntos, atividades e também trocar materiais pedagógicos.

Para Sousa et al. (2020) o WhatsApp pode exercer influência positiva ou negativa

sobre a qualidade de vida dos profissionais da educação. As respostas sobre as consequências

do uso do WhatsApp para o do trabalho docente mostram que a invasão dos horários pessoais,

uso do tempo para registro de aprendizagem e desenvolvimento e conexão da vida pessoal e

profissional são consequências negativas para o trabalho docente.

No que diz respeito à importância do WhatsApp para a aproximação dos professores

com os alunos (Figura 6), 70,3% dos participantes acham muito importante ou importante.

Em contraposição, os participantes utilizam o WhatsApp para conversar mais com os

professores e gestores escolares do que com pais e alunos, sendo somente 22,2% de grupos

com alunos (Figura 5). Ou seja, o aplicativo parece ser mais relevante no cotidiano para a

comunicação entre professores e entre eles e gestores.

Em relação ao WhatsApp como agente estressor, eventos como conversas de forma

individual, conversas realizadas pelo grupo da sala e videochamada em grupos, conversas

com pais e responsáveis pelo grupo estão listados como eventos extremamente estressantes.

Porém, a maior frequência para o envio e/ou recebimento de atividades são durante o horário

de aula e horário de descanso do professor (Figura 4). A maior parte dos grupos que os

28
professores participam são com outros professores ou gestores escolares (Figura 5). Ou seja,

os próprios professores acabam utilizando horários de trabalho ou de descanso para enviar

atividades e mensagens para outros professores, causando eventos estressores, tomando o

tempo livre ou de planejamento pedagógico.

Considerações Finais

Por tratar-se de um estudo piloto, este estudo apresenta limitações que podem enviesar

os resultados obtidos, especialmente quando consideramos o pequeno tamanho da amostra,

oriunda de escolas municipais e particular de Paranaíba, Mato Grosso do Sul. Assim, os

resultados podem estar circunscritos a esse contexto específico e serem dependentes da

amostra. Portanto, são necessários novos estudos com uma amostragem mais representativa.

Outro ponto importante é que não se investigou como o uso do WhatsApp e o Bem-

Estar Psicológico no âmbito do trabalho do professor se relacionam. Além disso, não foi

adotada uma medida específica de estresse, com evidências de validade obtidas em outros

estudos. Neste piloto, utilizou-se apenas uma escala própria de estresse, sem estudos prévios

de validade. A personalidade é outro construto que pode amenizar o impacto do estresse do

uso do WhatsApp e que não foi explorada neste piloto. Por fim, os possíveis problemas

psicológicos que podem ser desencadeados com o estresse devem ser adicionados ao próximo

questionário de investigação.

Mesmo que com poucos participantes e tendo deixado de explorar construtos

relevantes (e.g., Bem-Estar Psicológico e personalidade) para a compreensão do impacto do

uso do WhatsApp sobre os docentes, este estudo produziu dois resultados que merecem

destaque. Primeiramente, há apontamentos sobre influências negativas do uso do WhatsApp:

diferentes formas de uso do aplicativo foram consideradas como eventos estressantes; os

participantes gastam grandes quantidades de tempo para estar disponíveis no aplicativo; o uso

do WhatsApp para o trabalho invade a vida pessoal, inclusive fora dos horários e dias de

29
expediente. Por outro lado, é notável também que o WhatsApp é uma ferramenta com

diversas vantagens para a aproximação com os alunos, mas especialmente para contato entre

professores e destes com os gestores escolares.

Este estudo piloto poderá subsidiar novos estudos mais robustos, com amostras

maiores e mais representativas que, por sua vez, têm o potencial de contribuir para o trabalho

de pedagogos, psicólogos escolares e professores que participam do planejamento pedagógico

para acompanhar as influências do WhatsApp na educação, tornando o uso do aplicativo de

forma que seja positiva para os alunos, pais e professores. Quanto aos problemas relacionados

ao estresse, este estudo também já apresenta indicativos da relação entre o uso do aplicativo e

o estresse e, por essa razão, podemos sugerir que a adoção do WhatsApp como meio de

comunicação nas escolas precisa ser acompanhado de ações profiláticas e de promoção da

saúde dos professores, a fim de evitar impactos negativos.

30
Referências

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Wikipedia. (2022). WhatsApp. Wikipedia. https://pt.wikipedia.org/wiki/WhatsApp

WhatsApp. (2022).WhatApp. https://www.whatsapp.com/features.

33
Anexo

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Caro voluntário(a),

Você está sendo convidado a participar da pesquisa sobre o Uso do WhatsApp


para Professores. Esperamos realizar contribuições ao estudo do bem estar psicológico dos
professores e a influência do WhatsApp para uso pedagógico. Por esta razão, pedimos sua
preciosa colaboração respondendo cada uma das perguntas do questionário, passo a passo,
conforme as instruções de preenchimento. Para tanto, serão necessários aproximadamente de
15 a 20 minutos.

Os riscos decorrentes de sua participação na pesquisa são mínimos, pois podem


decorrer de possível constrangimento ao responder a alguma questão específica; riscos estes
seguramente minimizados em virtude de ser uma coleta de dados via formulário eletrônico auto
preenchido. Pode também ocorrer cansaço ao responder as questões. Para diminuir esse risco,
não há tempo limite para o preenchimento do questionário.

Para participar da pesquisa, você deverá responder a um questionário. A partir


da análise das suas respostas e dos demais participantes da pesquisa, os pesquisadores irão
buscar identificar quais são as principais influências do WhatsApp para uso pedagógico e como
isso pode afetar o bem-estar psicológico do professor. Assim, ao participar, você contribuirá
para aumentar o conhecimento sobre o uso do WhatsApp para professores, levando ao
desenvolvimento de testes de bem-estar psicológico mais confiáveis e válidos, que terão grande
aplicabilidade em psicologia clínica, na saúde mental, na educação e em outras áreas.

Ao participar da pesquisa, você não terá nenhum custo, nem receberá qualquer
vantagem financeira. Mesmo que queira participar agora, você poderá voltar atrás ou parar de
participar a qualquer momento. A sua participação é voluntária e, caso não queira participar,
não haverá qualquer penalidade. Asseguramos que você não será identificado, sendo mantido
o mais rigoroso sigilo pela omissão total de quaisquer informações que permitam identificá-
lo(a), garantindo assim privacidade das informações fornecidas aqui.

Os participantes têm garantido o acesso aos resultados da pesquisa, garantindo-


se o sigilo individual. Será realizada a divulgação dos resultados, garantindo-se que os
resultados da pesquisa serão encaminhados para publicação. Tem-se garantia que os dados
obtidos nesta pesquisa serão exclusivamente utilizados para a finalidade prevista, conforme
consentimento do participante. Os dados da pesquisa serão mantidos em arquivo digital, sob
guarda e responsabilidade dos pesquisadores por um período de pelo menos 5 anos após o
término da pesquisa. Também é garantido o direito a indenização diante de eventuais danos
decorrentes da pesquisa.

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da


Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O CEP é composto por profissionais de
diferentes áreas cuja função é defender os interesses dos participantes da pesquisa em sua
integridade e dignidade e contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos.

34
Rubrica dos pesquisadores e do participante:
O endereço do CEP é Campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, prédio das Pró-
Reitorias ‘Hércules Maymone’ – 1º andar, CEP: 79070900. Campo Grande – MS. E-mail:
cepconep.propp@ufms.br. Telefone: (067) 3345-7187. Atendimento ao público: 07:30-11:30
no período matutino; e das 13:30 às 17:30 no período vespertino.

As dúvidas com relação à assinatura do TCLE ou aos direitos do participante da


pesquisa podem ser obtidas através do telefone (067) 3669-0100 ou do e-mail
alexandre.peres@ufms.com, em horário comercial.

Agradecemos, desde já, sua disponibilidade e importante colaboração.

Pesquisadores:
Alexandre José de Souza Peres (alexandre.peres@ufms.br)
Monize Tibúrcio de Oliveira (m.tiburcio@ufms.br)

Assinatura dos pesquisadores:

_____________________________
Alexandre José de Souza Peres

______________________________
Monize Tibúrcio de Oliveira

______________________________
Assinatura do participante

Declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios em participar desta pesquisa e:


( ) Concordo em participar
( ) Não concordo em participar

35
Rubrica dos pesquisadores e do participante:

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