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Antecedentes da semana de 22

Introdução
A Semana de Arte Moderna de 1922 foi um marco cultural no Brasil, realizada em São Paulo,
que revolucionou a cena artística do país. Marcada por manifestações artísticas inovadoras e
contestadoras, como na literatura, na música, na pintura e na escultura, esse evento teve um
impacto duradouro na cultura brasileira, desafiando as tradições acadêmicas e abrindo espaço
para novas formas de expressão e pensamento.

Panfleto

Em 1912
•Oswald de Andrade é um autor que fez parte da primeira geração modernista, caracterizada
pela inovação.

•A viagem de Oswald de Andrade para a Europa em 1912 foi uma experiência transformadora
para ele. Durante sua estadia no continente, ele teve a oportunidade de entrar em contato com
diversos movimentos artísticos e culturais que estavam fervilhando na época, como o Cubismo,
o Futurismo e o Expressionismo.

•Essa imersão cultural teve um impacto significativo em sua visão de mundo e em sua produção
artística. Oswald absorveu ideias e técnicas inovadoras que posteriormente influenciariam suas
obras, como seus manifestos e peças teatrais. Além disso, a viagem proporcionou a ele um
maior entendimento das relações entre arte, política e sociedade, temas que se tornaram
centrais em sua produção intelectual.

•Em resumo, a viagem de Oswald de Andrade para a Europa em 1912 foi fundamental para sua
formação como escritor e pensador, contribuindo para moldar sua visão vanguardista e
revolucionária que viria a influenciar profundamente a cultura brasileira.

Em 1913
•A primeira amostra de arte não acadêmica no Brasil em 1913 foi a Exposição de Pintura
Moderna, organizada pelo pintor russo Lasar Segall. A exposição, realizada em São Paulo, foi um
marco importante na introdução do modernismo na arte brasileira, apresentando obras que
rompiam com as convenções acadêmicas e tradicionais da época. Lasar Segall, junto com outros
artistas modernistas, trouxe para o Brasil influências do expressionismo europeu, contribuindo
para a renovação do cenário artístico nacional.

•A exposição de Lasar Segall em 1913 não despertou grande atenção do público e da crítica
principalmente devido à resistência e conservadorismo predominantes na sociedade brasileira
da época. As obras apresentadas na exposição desafiavam as convenções estéticas e técnicas
vigentes, o que causou estranhamento e incompreensão por parte do público mais tradicional.

•Além disso, as ideias e estilos artísticos introduzidos por Segall e outros modernistas europeus
ainda eram novidade no Brasil e não haviam sido totalmente assimilados pela cena cultural
local. Muitas vezes, a falta de entendimento e apreciação por parte do público e da crítica se
deve à dificuldade de compreensão e aceitação de formas de expressão artística consideradas
radicais ou avant-garde para a época.

Em 1914
•A exposição de Anita Malfatti em 1914, conhecida como a "Exposição de Arte Moderna",
apresentava obras que refletiam uma abordagem inovadora e ousada para a época. Malfatti
estava influenciada pelas vanguardas europeias, como o Expressionismo e o Cubismo, e suas
pinturas refletiam essa influência.

•As obras de Malfatti na exposição eram marcadas por cores vibrantes, formas distorcidas e
uma representação subjetiva da realidade. Ela explorava temas diversos, como retratos,
paisagens e figuras humanas, mas sempre com uma abordagem pessoal e expressiva.

•O que Malfatti repassava através de suas obras era uma tentativa de romper com as
convenções artísticas tradicionais e explorar novas formas de expressão visual. Sua exposição
desafiou os padrões estéticos da época e contribuiu para a introdução do modernismo na arte
brasileira, provocando discussões e debates sobre a natureza e o propósito da arte.
Em 1917
*Mario de Andrade

•Mario de Andrade, assim como seu primo Oswald de Andrade, foi uma figura central no
movimento modernista brasileiro. Seu poema "Ha uma gota de sangue em cada poema"
expressa uma visão profundamente pessoal e intensa da criação artística.

•No poema, Mario de Andrade parece sugerir que cada obra de arte contém uma parte do
próprio artista, sua essência, sua paixão e sua energia vital. Essa "gota de sangue" simboliza a
intensidade emocional e a autenticidade que o artista investe em sua obra, revelando a conexão
íntima entre o criador e sua criação.

•Assim, o que Mario de Andrade queria repassar com esse poema era a ideia de que a arte é
uma expressão visceral e pessoal, enraizada na experiência e na emoção do artista. Ele buscava
destacar a importância da autenticidade e da individualidade na criação artística, enfatizando
que cada obra é única e carrega consigo a marca indelével de seu criador.

*Exposição de Anita Malfalti

•Na exposição de 1917, Anita Malfatti continuou a explorar sua abordagem ousada e inovadora,
exibindo pinturas que refletiam sua visão pessoal e sua experimentação com cores, formas e
técnicas. Ela desejava reparar a recepção controversa que teve em sua exposição anterior em
1914, onde enfrentou críticas ferrenhas de alguns setores da sociedade, mas também recebeu
apoio e reconhecimento de outros.

*CRÍTICA DE MONTEIRO LOBATO

•Monteiro Lobato, por sua vez, foi um importante escritor e crítico literário brasileiro. Embora
seja mais conhecido por suas obras de ficção, como "O Sítio do Picapau Amarelo", Lobato
também foi um crítico de arte influente. Monteiro Lobato, em seu artigo "Mistificação ou
Paranóia", critica a atriz Anita Malfatti e o movimento modernista brasileiro, argumentando que
eles estavam promovendo uma arte "doente" e "parasitária" que não contribuía para o
desenvolvimento cultural do Brasil. Lobato questionava a qualidade e o valor artístico das obras
de Malfatti, bem como a legitimidade do movimento modernista. Ele defendia uma arte mais
voltada para as raízes culturais brasileiras e criticava a influência estrangeira sobre a produção
artística nacional.

Em 1919
•A publicação do livro "Carnaval" por Manuel Bandeira em 1919 foi um evento importante nos
antecedentes da Semana de Arte Moderna no Brasil. Nessa obra, Bandeira apresentou uma
poesia que rompia com as convenções estilísticas e temáticas predominantes na poesia
brasileira da época.

•Carnaval" de Bandeira foi marcado por uma linguagem mais coloquial, temas urbanos e uma
abordagem mais direta e pessoal. Isso representava uma ruptura com a poesia parnasiana e
simbolista que dominava a cena literária brasileira até então. A obra de Bandeira foi uma das
primeiras a explorar o cotidiano da vida urbana brasileira de forma mais íntima e autêntica.

•Essa abordagem mais contemporânea e despojada de Bandeira influenciou outros poetas e


escritores da época e contribuiu para a criação de um ambiente cultural propício para a
emergência do movimento modernista no Brasil. A Semana de Arte Moderna, realizada em
1922, foi o ápice desse movimento, onde artistas de várias disciplinas se reuniram para
promover uma verdadeira revolução estética e cultural no país. Assim, a publicação de
"Carnaval" foi um dos eventos que pavimentaram o caminho para a explosão do modernismo
no Brasil.

Um trecho do poema

Em 1920
O poema "Os Mestres do Passado" de Oswald de Andrade, citando Alberto de Oliveira, critica a
reverência excessiva pelo passado e pelos mestres antigos. Ele sugere que é necessário olhar
para o presente e para o futuro, em vez de se fixar apenas nas tradições do passado. A citação
de Alberto de Oliveira pode ser interpretada como um apelo à renovação e à inovação na arte e
na vida.

Em 1921
Menotti Del Picchia, um dos principais escritores modernistas brasileiros, publicou a obra
"Máscaras" em 1921. Este livro é uma coleção de poemas que refletem as inquietações e os
questionamentos do período modernista no Brasil. Em "Máscaras", Del Picchia aborda temas
como a identidade nacional, a busca pela autenticidade e a crítica à sociedade da época. A obra
contribuiu para a consolidação do Modernismo brasileiro como um movimento literário de
grande relevância e impacto cultural.
Em 1921, a publicação do Modernismo em revistas foi um elemento crucial para a disseminação
das ideias e obras dos escritores e artistas modernistas no Brasil. A revista mais emblemática
desse período foi a "Klaxon", fundada por Menotti Del Picchia e outros modernistas. A "Klaxon"
teve um papel fundamental na divulgação das propostas estéticas e ideológicas do Modernismo,
publicando textos literários, críticas de arte, ensaios e manifestos que desafiavam as
convenções estéticas e culturais da época.

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