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A boca primitiva, ao ser formada, é revestida pelo epitélio oral primitivo. Quando se origina o
ectomesênquima, esse epitélio prolifera gerando o tecido que revestirá a cavidade bucal até o
nascimento do embrião. A esse epitélio dá-se o nome de banda epitelial primária.
FIGURA
O embrião nessa fase, ao se fazer um
corte histológico, apresenta a
cavidade nasal, a cavidade bucal e o
início da formação da língua (Embrião
de rato, HE, 25X).
FIGURA:
A banda epitelial primária é o epitélio (faixa
roséa no corte histológico) que recobre a
cavidade bucal como um todo (Embrião de
rato, HE, 25X).
Embrião em vista lateral. A boca primitiva é recoberta pela banda epitelial primária.
Esta se divide em uma primeira lâmina, a lâmina vestibular, delimitando o fundo de
sulco e separando os processos maxilar e mandibular do lábio. Em seguida, da
lâmina vestibular parte uma outra lâmina, a dentária, a qual se estende por todo o
processo maxilar e mandibular.
FIGURA:
Destaque da lâmina dentária
(Embrião de rato, HE, 400X)
2ª fase da odontogênese: fase de botão
Em alguns pontos específicos, os quais serão os locais dos futuros germes dentários, a lâmina
dentária começa a se proliferar e o ectomesênquima subjacente se condensa. Surge um
formato tecidual que lembra um botão, formado por tecido epitelial e ectomesênquima
condensado.
A fase de botão é caracterizada por grande atividade mitótica, pois as células epiteliais da
lâmina dentária estão se dividindo continuadamente.
FIGURA:
Na fase de botão, distingue-se a lâmina dentária
(1), o epitélio do botão (2) e o ectomesênquima
condensado (3) (Embrião de rato, HE, 400X).
Por volta da 9ª semana de vida intra-uterina, surge uma concavidade no centro do botão, o
que gera um novo formato para o germe dentário, que passa a ter aspecto de capuz.
No capuz, distinguem-se o epitélio interno (que delimita a concavidade do germe), o epitélio
externo, o retículo estrelado e o ectomesênquima condensado ou papila dentária.
Por volta da 10ª semana de vida intra-uterina, o germe adquire uma forma de sino pelo
aumento da concavidade em sua porção central. Essa maior concavidade acentua as margens
epiteliais, promovendo um ponto de convergência entre o epitélio interno e o externo.
Uma outra estrutura que se observa na fase de campânula é o estrato intermediário. Este
constitui em uma proliferação localizada do epitélio interno (vide figura acima). Ao mesmo
tempo, esse epitélio sofre algumas dobras. Sua proliferação (ou estrato intermediário) acrescida
das dobras formará a cúspide do dente.
Por fim, na fase de campânula, a lâmina dentária começa a se fragmentar. No final dessa fase e
no início da fase de coroa, o germe já estará confinado dentro do osso alveolar, separando-se
definitivamente da banda epitelial primária.
Uma vez depositadas essas primeiras camadas de dentina e esmalte, até a erupção a coroa do
dente estará formada. Essa formação será guiada, sobretudo, pelo retículo estrelado e pelo
epitélio externo, o qual nessa fase passa a ser denominado de epitélio reduzido do órgão
do esmalte.
Na fase de raiz, a alça cervical formada na campânula sofre uma dobra de cerca de 90 graus,
originando o chamado diafragma epitelial. A partir daí inicia seu crescimento, passando a ser
denominada de bainha epitelial de Hertwig
FIGURA:
1 - Bainha epitelial de Hertwig já com
dentina radicular formada. 2 -
Ligamento periodontal. 3 - Osso
alveolar. Seta - diafragma epitelial (HE,
100X).
O diafragma epitelial será mantido até o final do crescimento da raiz, quando então formará o
ápice radicular. Durante esse crescimento, as células da bainha vão se diferenciando em
odontoblastos e vão formando a dentina radicular. Ao mesmo tempo, vão induzindo as
células do folículo dentário próximas a elas a se transformarem em fibroblastos e
cementoblastos, os quais, por sua vez, formarão o ligamento periodontal e o cemento. Veja a
figura anterior.
FIGURA:
Proliferação da lâmina dentária,
provavelmente para início da formação do
germe do permanente. O decíduo está em
fase de campânula (HE, 100X).
No momento da troca dos dentes, isto é, quando o decíduo cai e cede lugar ao permanente, o
germe deste já está totalmente formado, provocando inclusive a exfoliação (saída) do decíduo.