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AULA 1

PRECURSORES DO
DESIGN DE MÓVEIS
NO BRASIL
CURSO DE
DESENHO
DO OBJETO
1° sem 2023
PROFA. PAULA MAGALHÃES
DESIGN DE MÓVEIS NO BRASIL
OS MÓVEIS NO BRASIL CHEGARAM NO SÉCULO XVI COM A
VINDA DOS PORTUGUESES, ATÉ ENTÃO TÍNHAMOS SOMENTE
REDES E ESTEIRAS INDÍGENAS.

SOMENTE NO SÉCULO XIX QUE AS FAMÍLIAS BRASILEIRAS


COMEÇARAM A COMPOR O INTERIOR DAS RESIDÊNCIAS, MAS
SOMENTE AS FAMÍLIAS RICAS.

ATÉ O ÍNICIO DO SÉCULO XX, NÓS COPIÁVAMOS OS MÓVEIS


E ESTILOS EUROPEUS.

SEMANA DE 22 – MARCO NA HISTÓRIA DAS ARTES NO BRASIL


SURGIMENTO DE GRANDES NOMES DO DESIGN DE MÓVEIS:
JOHN GRAZ E JOAQUIM TENREIRO.
FABRICA DE MÓVEIS CIMO 1913
Fábricas de móveis Cimo, fundada em 1913,
pioneira na produção de mobiliário desmontável e
projetada para produção industrial seriada.
MÓVEIS CIMO
FÁBRICA DE “CAMA PATENTE” - 1915
MÓVEIS CARRERA
Criadora da famosa “Cama Patente”.

A cama patente de 1915 se


tornou um marco na história
do design do mobiliário
brasileiro.

Foi projetada por Celso


Martínez Carrera (1883-1955),
espanhol da Galiza radicado em
São Paulo, que emigrara para o
Brasil em 1906 e trabalhara na
marcenaria da Companhia
Estrada de Ferro Araraquara, Existem “estórias” de que a cama fora projetada
antes de abrir sua própria oficina. para substituir as camas de ferro dos hospitais,
que eram de difícil importação graças à 2ª Guerra
Mundial. Carrera, então, dedicava-se a esse tipo
de produção e a fazer móveis mais simples e
mais baratos para a população.
JOHN GRAZ (1891-1980)

O suíço John Graz (1891-


1980) é considerado o
grande pioneiro da
decoração no Brasil.
Graças à sua formação
multidisciplinar, como
artista plástico e designer,
tornou-se um dos mais
solicitados profissionais de
sua geração.

https://dpot.com.br/john-graz.html
https://www.institutojohngraz.org.br/john-graz/
https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/04.046/3708
“RETRATO DO DESEMBARGADOR
GABRIEL GONÇALVES GOMIDE”

A convite de Oswald de Andrade, participou da Semana de Arte


Moderna de 1922 e, junto de outros grandes nomes das artes no
Brasil, como Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Di Cavalcanti e os irmãos
Gomide, trouxe renovação à pintura, influenciado pelos movimentos
da vanguarda europeia.
A partir de 1923, Graz
deu início à produção e
criação de móveis,
projetos de decoração
e de arquitetura de
interiores, com nítida
influência da escola
Bauhaus.

Residência Cunha Bueno; Sala de estar


projetada por John Graz; Anos 30.
HALL RESIDENCIA MARIO DA CUNHA BUENO
FINAL DOS ANOS 20
SALA DE ESTAR
RESIDENCIA MARIO DA CUNHA BUENO
ANOS 30

Ao projetar móveis, preocupava-se


também com a distribuição das peças no
espaço e sua integração com painéis,
vitrais e afrescos, que ele projetava.
CASA MODERNISTA
1930

Como decorador e
desenhista, trabalhou com
grandes arquitetos, como
Gregori Warchavchik
(1896-1972) e Rino Levi
(1901-1965), trazendo
inovação à concepção do
espaço interno, além de
ideias inovadoras para
peças de mobiliário,
luminárias, objetos, pinturas
decorativas e paisagismo.

ARQUITETO GREGORI WARCHAVCHIK


1925
A curadora Maria Alice Milliet na sala de exposicao sobre John Graz do MAM
Maio de 2021
Em 1925, apresentou uma coleção
de móveis tubulares, fabricados
com canos metálicos e laminados
de madeira. As peças foram
fabricadas no Liceu de Artes e
Ofícios sob sua supervisão e do
artista plástico Federico Oppido
(1877-1950).
Chamado de “Graz, o futurista”
por Oswald de Andrade, é
considerado um dos responsáveis
pela introdução do estilo art
déco no Brasil, ao lado de Regina
e Antonio Gomide.
Pela primeira vez produzida em escala,
a cadeira 3 Apoios nasceu de um
desenho original de John Graz dos
anos 1960. Trata-se de uma edição
interpretativa, sob responsabilidade da
designer Baba Vacaro, diretora de
criação da Dpot, que adapta o
conceito de “exclusivo”, típico do
3 APOIOS trabalho de Graz, para o conceito de
assento de compensado “seriado” e que procura traduzir em
laminado e estrutura de materiais hoje disponíveis
madeira maciça. industrialmente o raciocínio original
do autor.
JOAQUIM TENREIRO
(1906-1992)

Artesão português, pintor e


escultor moderno, considerado
“PAI do móvel moderno
brasileiro”.

Desenvolveu um estilo de
mobiliário mais leve, com
https://www.escritoriodearte.com/artista/jo inserção de referencias
aquim-tenreiro estéticas e matérias primas
https://blog.archtrends.com/joaquim-tenreiro/ brasileiras, e adaptação ao
clima tropical.
https://www.mackenzie.br/fileadmin/OLD/62/
ARQUIVOS/PUBLIC/SITES/PORTAL/IV_COLOQU
IO_BRASIL-PORTUGAL/37-2.pdf

https://www.joaquimtenreiro.com/
JOAQUIM Joaquim Tenreiro, marceneiro e projetista
TENREIRO de móveis nascido em Portugal no ano de
1906, que fixou residência definitiva no Brasil
(1906-1992) no ano de 1928.

Seu trabalho como projetista de móveis e


decorador, cujas marcas permanecem
impressas em suas peças, é um manifesto à
leveza, à qualidade e à produção de
móveis modernos e brasileiros, porém não
significava uma ruptura com o modo de
produção artesanal das peças clássicas que
dominavam os interiores das residências.

móvel colonial:
peças clássicas do interior
das residências brasileiras
LAUBISCH-HIRTH 1933

Os primeiros passos de Joaquim


Tenreiro no design de móveis
tiveram início em 1933, quando
começou a trabalhar na empresa
LAUBISCH-HIRTH, a mais
importante fabrica de moveis
brasileira, dos anos 20 aos 50 -
especializada em mobiliário nos
estilos francês, italiano e português.

Posição que manteve até 1943,


quando ele decidiu, então, montar
sua primeira oficina, a Langenbach
& Tenreiro.
LAUBISCH-HIRTH 1933
Seu trabalho de designer de móveis como funcionário em oficinas, foi
desenvolvido entre 1933 e 1943 e neste período havia, no Brasil, muito
pouco espaço para a criação de móveis que não fossem cópias de peças
em estilo francês e inglês.

Inquieto, em suas próprias palavras, Tenreiro nunca se contentou em


desenvolver cópias de móveis de estilo e entendia ser necessário uma
correção significativa no design de mobiliário brasileiro. As peças então
produzidas eram pesadas, as madeiras nacionais eram pouco empregadas,
e os tecidos eram normalmente de veludo, quentes e de difícil
manutenção.

Em decorrência da crítica que fazia do mobiliário que ele mesmo desenhava


nas marcenarias onde trabalhou, iniciou a criação das primeiras peças
modernas, mas até o ano de 1941, elas eram apenas projetos.

Seus conhecimentos de desenho e sua enorme capacidade de trabalhar a


madeira, lhe deram capacidade para criar móveis e criticar a cópia de
estilos que não traziam nem a estética moderna dos modelos europeus tão
pouco criavam uma linguagem nacional para o mobiliário.
LAUBISCH-HIRTH
Torna-se conhecido como designer em
1942, quando recebe a primeira
encomenda de móveis, para a
residência de Francisco Inácio Peixoto,
em Cataguases, interior de Minas Gerais,
projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer
(1907 - 2012).

Ainda na LAUBISCH - HIRTH , esses são os


primeiros exemplares concebidos,
projetados e realizados por ele, que se
distinguem pela sobriedade e beleza
das formas e pela sábia utilização de
madeiras brasileiras.

Dialoga também com a pureza das formas


arquitetônicas de Niemeyer.
LAUBISCH-HIRTH

Residência de
Francisco Inácio
Peixoto, em
Cataguases, interior de
Minas Gerais, projetada
pelo arquiteto Oscar
Niemeyer (1907 -
2012).
1942

A arquitetura da residência conjugava em seu projeto elementos brasileiros


(grande telhado de duas águas com telhas em barro) em uma alma moderna
(jogo de volumes, a distribuição dos cômodos, o uso de pilotis), exatamente
como Joaquim Tenreiro entendia que deveria ser o móvel brasileiro: leve e
ergonômico, com a utilização de matéria prima e referências nacionais.
LAUBISCH-HIRTH
Residência em Cataguases - MG
1942
CONJUNTO DE ESPREGUIÇADEIRA
TRANÇADA EM COURO AZUL E
BRANCO E DE CADEIRA, TAMBÉM
EM COURO, NAS CORES
VERMELHO E BRANCO

Início de uma produção de


ambientes elegantes, confortáveis e
modernos, uma necessidade urgente
para os novos edifícios modernos.

Diferenciado projeto de interiores,


com a utilização de móveis coloridos
e leves.
LAUBISCH-HIRTH

PROCESSO
DESENHO PROJETO CADEIRAS

JOAQUIM TENREIRO
FÁBRICA LAUBISCH HIRTH

RIO DE JANEIRO
FORMATO 48X99CM
1942
LAUBISCH-HIRTH 1942

Escrivaninha, confeccionada em madeira


nobre, com pés ebanizados e tampo em
fórmica preta. Constando cinco gavetas
com puxadores em metal.

Buffet executado em madeira nobre


composto por 4 portas, sendo um lado
com 1 prateleira e o outro composto por 2
gavetas e prateleira com pés palito e fino
acabamento.
LAUBISCH-HIRTH 1942
Chaise com estrutura em madeira
maciça laminada em jacarandá e
estofado em couro caramelo capitonê.
Com etiqueta da Laubisch & Hirth. 80 x 164
x 66 cm. Atribuição de acordo com projeto
do autor de 1942 para casa de Francisco
Inácio Peixoto, em Cataguases.

Mesa apoio (centro). Base em madeira de


lei ebanizada e tampo em vidro de 20mm.
Rio de Janeiro, RJ, anos 40-50. Dimensões
(cm):A 38 L 110 P 55. Essa peça faz parte de
um conjunto de sala de estar feito sob
encomenda para apartamento de
Copacabana.
OFICINA DE MÓVEIS
LANGUENBACH E TENREIRO
1942
O projeto do mobiliário de
Cataguases abriu, para Tenreiro, a
oportunidade de investir em sua
própria empresa de móveis.

Inaugurou uma pequena oficina de


nome Languenbach e Tenreiro em
1942

Ao criar sua própria empresa, ele


começou a colocar em prática suas
ideias para o mobiliário moderno.
OFICINA DE MÓVEIS
LANGUENBACH E TENREIRO 1942

A POLTRONA LEVE (ca.1942) - realizada


nas versões clara, em madeira marfim, e
escura, em imbuia, é uma de suas
produções mais conhecidas, concebida de
acordo com a idéia de que a mobília
brasileira deve ser formalmente mais leve.

Nas palavras de Tenreiro, leveza que nada


tem a ver com o peso em si, mas com a
graça e funcionalidade. Atestando a
modernidade dos móveis feitos no
Brasil, o design de Tenreiro tem por
princípios a adequação à função e o
despojamento.
LANGUENBACH E TENREIRO

Na Cadeira de Três Pés (ca.1947), inova ao associar a


geometria a um uso muito particular das cores das
OFICINA DE MÓVEIS

madeiras nacionais.

Composta de combinações de madeiras de diferentes


tonalidades (imbuia, roxinho, jacarandá, marfim e cabreúva),
essa cadeira apresenta um refinado jogo cromático.
1947

O uso da cor, anteriormente restrito ao acabamento dos


móveis, torna-se um conceito central em sua criação.
OFICINA DE MÓVEIS
LANGUENBACH E TENREIRO 1942

SÉRIE MÓVEIS combinações de madeiras de diferentes tonalidades


(imbuia, roxinho, jacarandá, marfim e cabreúva).
cadeira colonial
de palhinha

Na CADEIRA DE BALANÇO
(ca.1948), utiliza a palhinha - uma
tradição do móvel colonial
brasileiro, retomada pelo artista - e
o jacarandá.

Como outros móveis de Tenreiro desse


OFICINA DE MÓVEIS período, ela tem uma aparência leve e
luminosa, contrastando com a mobília
LANGUENBACH E TENREIRO
sólida e sóbria, criada anteriormente
1942 para a firma Laubisch & Hirth.
Em algumas cadeiras e poltronas, o artista explora os efeitos plásticos da
trama em palhinha e outros materiais que evocam o trançado e a
cestaria indígenas. O uso de madeira e fibras naturais associa-se à
necessidade de adequar os móveis ao clima tropical.

OFICINA DE MÓVEIS
LANGUENBACH E TENREIRO
1942
CADEIRA ESTRUTURAL
MADEIRA 1957

A Cadeira Estrutural, apresenta


linhas retas e elementos geométricos,
regulares, empregando estruturas
tanto de madeira (1957) quanto de
metal (1961).

O conhecimento profundo da
madeira permite a Tenreiro obter a
qualidade poética de suas obras.

OFICINA DE MÓVEIS
LANGUENBACH E TENREIRO
CADEIRA ESTRUTURAL METAL 1961

OFICINA DE MÓVEIS
LANGUENBACH E TENREIRO
ESTANTE ano 1960
Dimensões 178 H× 320 × 40 cm
Estrutura em jacarandá maciço, gabinetes em
laminado de madeira revestido em jacarandá e
portas de correr em vidro fosco.
OFICINA DE MÓVEIS
LANGUENBACH E TENREIRO
OFICINA DE MÓVEIS
1942
LANGUENBACH E TENREIRO
ESCULTURAS
JOAQUIM TENREIRO
https://enciclopedia.itaucu
ltural.org.br/pessoa10084/
joaquim-tenreiro/obras
Durante as décadas de 1950 e 1960, Tenreiro
desenhou mobiliários e painéis em madeira,
acompanhando o progresso da arquitetura moderna
brasileira, com seus móveis presentes em inúmeras
instituições no país, com destaque para o Itamaraty e
o Senai.

Apesar da produção aclamada, ele decidiu


interromper sua carreira de sucesso no mundo do
mobiliário em 1968, decidindo dedicar a pintura e
escultura. Por isso, seus móveis ganharam status de
raridade e obra de arte.

Com qualidade técnica e inovação, precisão


inigualável e detalhes impecáveis, suas criações
transformaram drasticamente a indústria moveleira
nacional.
SÉRGIO RODRIGUES
(1927 – 2014)

É o maior nome do design de


mobiliário nacional, conhecido
no Brasil e no exterior como o
criador do móvel genuinamente
brasileiro.

https://sergiorodriguesatelier.com.br/biografia/ Nascido no Rio de Janeiro,


http://www.institutosergiorodrigues.com.br/In entendeu logo na infância o
stituto sentido da palavra design ao
conceber e confeccionar os seus
próprios carrinhos, soldados e
aviões.
Formado em 1952 na Faculdade Nacional de Arquitetura do Brasil, no Rio de
Janeiro, Sergio apostou desde o início na criação de um mobiliário que
acompanhasse a inovação da arquitetura brasileira, que na década de
1950 ganhava notoriedade mundial.

Sergio acreditava que os móveis deveriam refletir a cultura de sua origem


e proporcionar o conforto adequado ao clima e ao nosso jeito mais
descontraído de viver, numa época em que se valorizava o móvel
estritamente funcional e o design internacional.
Quando Sergio Rodrigues concluiu a
faculdade de Arquitetura, em 1952,
começavam a soprar no Brasil os ventos de
uma nova linguagem modernista que
vinham, sobretudo, de uma Europa
interessada em “racionalizar” a vida
doméstica.

Le Corbusier, Sergio Rodrigues, Jayme


Mauricio, Carmem Portinho e Harry
Laus, no Sítio Santo Antônio da Bica
(atual Sítio Roberto Burle Marx), Rio de
Janeiro, 1962.

Contemporâneo de Oscar Niemeyer,


Sérgio Rodrigues é uma personalidade
importante da história do design e
da arquitetura moderna brasileira.
A PRIMEIRA LOJA EM CURITIBA
O auge da carreira do designer Sérgio
Rodrigues foi entre os anos cinquenta
e sessenta. Em 1954 trabalhou com
os irmãos Hauner, na Móveis
Artesanal Paranaense, em Curitiba.

Interior da loja Móveis Artesanal


Paranaense, a qual Sergio Rodrigues era
sócio dos irmãos Carlo e Ernesto
Hauner, em Curitiba, Paraná, 1953.
A FORMA – O ATALHO PARA UM
NEGÓCIO PRÓPRIO
Depois, em 1954, Sérgio Rodrigues
chefiou o departamento de criação
de arquitetura de interiores da
empresa FORMA, fabricante
internacional de móveis.

Sofá Hauner, estruturado em peroba


maciça lustrada, criado por Sergio
Rodrigues em 1954, quando era chefe
do Departamento de criação de
arquitetura de interiores na loja Forma
em São Paulo, dos sócios Carlo e
Ernesto Hauner.
OCA, 1955 E, por fim, em 1955 criou a Oca, um
UMA LOJA REVOLUCIONÁRIA misto de atelier, espaço de produção,
galeria de arte e loja – algo nunca
antes visto no território brasileiro.
Sergio fez eventos e exposições de
artistas conhecidos dentro da Oca. A
loja atraiu jovens e talentosos
arquitetos. Com o tempo as criações
de Sergio passaram a ocupar o
espaço quase todo.

Sergio Rodrigues aos 39 anos, em seu


escritório da Oca, situado à rua
Jangadeiros n° 14 - loja c, Ipanema -
Rio de Janeiro, em 1966.
“A simples escolha do nome define o sentido da obra
realizada por sergio rodrigues e seu grupo.
OCA É CASA INDÍGENA. A casa indígena é
estruturada e pura. Nela os utensílios, o
equipamento, os apetrechos e paramentos
pessoais, em tudo se articula e integra, com apuro
formal em função da vida”

Lucio Costa, arquiteto e urbanista, o primeiro a


constatar a presença desse caráter de brasilidade na
obra do designer.
BANCO MOCHO- 1954
O banco Mocho foi a primeira peça
importante desenhada por Sergio.
Singelo, simples, com assento redondo,
com uma travessa embaixo ligando os
três pés, o Mocho foi o prenúncio de
uma carreira brilhante.

Sergio, que sempre se alimentou da


cultura popular brasileira, se inspirou
em uma mulher do interior tirando leite
da vaca naqueles banquinhos típicos de
fazendas, muitos deles com um só pé.

Uma peça esculpida em madeira


maciça, o Mocho é um banco divertido
e ao mesmo tempo admiravelmente
elegante.
BANCO MOCHO- 1954
POLTRONA MOLE - 1957
Pouco depois da abertura da loja,
Sergio começou a se aprofundar
na sua mais famosa criação, a
poltrona Mole.

O modelo em jacarandá com um


almofadão por cima dividido em
quatro partes interligadas logo
chamou a atenção por suas
características inovadoras.

O móvel vem de uma encomenda


do fotógrafo Otto Stupakoff. Queria
em seu estúdio um sofá para se
esparramar como um sultão e
Sergio Rodrigues respondeu com
um sofá robusto, confortável, que
expressa o Brasil em traço e
identidade – o sofá Mole.
POLTRONA MOLE
1957
POLTRONA MOLE
POLTRONA MOLE

Em 1961 foi editada pelo designer


para participar do Concurso
Internacional do Móvel em Cantú,
na Itália. Lá ganhou o primeiro lugar
e sua a glória, concorrendo entre 438
modelos de 27 países.

O reconhecimento do júri deveu-se ao


fato de a peça não era influenciada
por modismos e representava a região
de origem.
POLTRONA MOLE

“Na Poltrona Mole não se senta, refestela-se”,


escreveu o jornalista Sérgio Augusto.

Em livro de 1975, o crítico e designer Clement Meadmore


a considerou “um dos 30 assentos mais importantes
do século 20”. A poltrona Mole, também, faz parte do
acervo de design do Museu de Arte Moderna (MoMA) de
New York.
A TABA PARA ACOLHER A OCA
A experiência industrial com móveis semiartesanais

Assim surgiu, em 1956, a primeira fábrica de


Sergio no Rio de Janeiro. A pequena indústria foi
batizada de Taba e ficava em Bonsucesso.

Embora a ideia fosse fazer produção em escala


industrial, a Taba ainda produzia de forma
artesanal. “Dessa forma, a qualidade da matéria-
prima não importava tanto no custo final e o
jacarandá foi reabilitado, acabando com a
supremacia do pau-marfim.”

O Rio de Janeiro entrou para o mapa dos móveis Vista aérea da fábrica de móveis da
nacionais modernos. Três anos depois da criação Oca em Jacareí, São Paulo em 1965.
da Oca, Sergio já não importava mais móveis de
São Paulo: 100% dos modelos eram criações suas.

Em 1958 eram citados internacionalmente por Gio


Ponti na sua Domus.
A MEIA PATACA
Com o objetivo de comercializar móveis
produzidos em série a preços menores,
decidiu criar, em 1963, a loja Meia
Pataca, que existiu no mercado até
1968.

Era uma alternativa de compra para a


classe média, pois seus móveis na Oca
acabavam direcionados para um mercado
de poder aquisitivo alto.

Além de móveis produzidos em série, a


Meia Pataca passou a vender produtos
também de execução mais simples,
portanto, mais acessíveis. Estipulou um
número limitado de produtos e decidiu
usar na Meia Pataca outra madeira, que
não o jacarandá, tão utilizado na Oca.
Passou a usar a madeira gonçalo alves
(hoje é chamada maracatiara ou
muiracatiara, em São Paulo).
Com muita criatividade, ele idealizou peças que traduzem perfeitamente a
identidade nacional. Isso ficou evidente tanto nas formas quanto nos materiais
por ele empregados.

Cadeira Oscar - 1956 Sofá Mole - 1957 Poltrona Aspas “Chifruda”-1962

Cadeira Tonico - 1963 Poltrona Kilin - 1973 Poltrona Diz - 2001


LUMINÁRIA XIBÔ
2009

Xibô era o apelido de Sergio


Rodrigues dado pela sua esposa Vera
Beatriz e significava "china bobo",
porque Sergio espremia os olhos ao
contar piadas.

O "chapéu chinês" faz as vezes de


cúpula da luminária Xibô.

Para a base, Sergio criou uma sequência


de lâminas de madeira e aplicou seus D 46 X A 63 (CM)
conhecidos furos. Os espelhos •Estrutura: Base em freijó natural ou
descentralizados no fundo dos furos faz tonalizado ou em peroba do campo
o furo parecer mais profundo do que a •Estrutura: Hastes em latão cromado
própria luminária. •Revestimento: Cúpula revestida em
cânhamo
LUMINÁRIA SERGIO AUGUSTO 1965

Luminária de piso com dispositivo de


ajuste de altura, que foi batizada
com o nome de seu amigo, o
jornalista Sergio Augusto.

D 50 X A 140 - 180 (CM)


•Estrutura: Base em freijó natural ou tonalizado
ou em peroba do campo
•Estrutura: Hastes em latão cromado
•Revestimento: Cúpula revestida em cânhamo

https://sergiorodriguesatelier.com.br/produtos/#luminarias
LINA BO BARDI
(Roma, Itália 1914 - São Paulo SP 1992)
Arquiteta, designer, cenógrafa, editora, ilustradora.

Lina Bo Bardi foi uma renomada


arquiteta modernista, que além de contribuir
para a arquitetura, foi figura central no
desenvolvimento do mobiliário moderno
brasileiro.

Unindo os ideais modernistas com as


tradições e materiais locais, Lina desenhava
móveis que se adaptavam ao contexto local e
que contribuíram para o surgimento de um
mobiliário autenticamente nacional.

Dentre as centenas de móveis projetados por


Lina, o mais célebre deles é a Poltrona Bowl,
peça que foi responsável por alavancar sua fama
internacional e que atualmente faz parte do
acervo permanente do MoMA - NY.
BIOGRAFIA LINA BO BARDI

Lina Bo nasce em Roma em1.914.

Forma-se em 1.940, na Faculdade de Arquitetura


de Roma. Transfere-se em seguida para Milão e
trabalha com o arquiteto Gio Ponti (famoso
arquiteto e designer italiano), colabora com
revistas e jornais.

Em Milão dirige a revista Domus, (importante


revista de arquitetura, arte e design) em plena
resistência italiana contra o fascismo.

Em 1947 casa-se com Pietro Maria Bardi e viaja


para a América do Sul, tornando-se Lina Bo Bardi.
Pietro funda no Brasil o Museu de Arte de São
Paulo ( SP).
BIOGRAFIA LINA BO BARDI
Em 1948 cria e administra o Studio Palma, junto
com Pietro Maria Bardi e Giancarlo Palanti.
Era um estúdio onde foram desenvolvidos
objetos de design brasileiros, que
revolucionaram a área técnica e cultural a
forma de projetar os objetos incorporados ao
cotidiano brasileiro.

Em 1950 assume a direção da revista Habitat,


dedicada às artes plásticas, ao teatro, à dança, à
fotografia, ao cinema, à música, ao design e à
arquitetura e fundada por Bardi.

Foi designer de jóias.


Naturaliza-se brasileira.

Cria linha industrial de móveis, entre os quais a


“poltrona Bowl”.
LINA DESENHOU MAIS DE UMA
CENTENA DE MÓVEIS. OS O DESIGN DE LINA
DESENHOS ERAM PROPOSTOS
DE MÓVEIS POPULARES.
EXPERIMENTOU DIFERENTES
TIPOS DE MATERIAIS EM SEUS
MÓVEIS, COMO COMPENSADO
DE MADEIRAS GENUINAMENTE
BRASILEIRAS, TECIDOS DE https://casavogue.globo.com/Col
CHITA, COURO E FERRO. unas/Design-Do-
Bom/noticia/2017/06/design-
autoral-brasileiro-em-otima-
TRANSMITIU AO MÓVEL forma.html
MODERNO, MINÚCIAS
CARREGADAS DO BRASIL https://www1.folha.uol.com.b
r/ilustrada/2023/02/como-
SERTANEJO (CAIPIRA),
lina-bo-bardi-viu-no-circo-
EVIDENCIANDO A ESSÊNCIA DO ideia-para-criar-cadeiras-
BRASILEIRO E DA AUTÊNTICA iconicas-do-movel-
IDENTIDADE CULTURAL moderno.shtml
CADEIRA
AUDITORIO MASP 1948
Antes do Studio Palma,
criou a primeira cadeira
moderna no Brasil, inspirada
nas cadeiras de circo. Uma
cadeira dobrável e empilhável
de madeira e couro para o
auditório da primeira
instalação do Museu de Arte.

Rompeu com o
internacionalismo das
propostas anteriores a segunda
guerra – John Garz,
Warchavichik e Lasar Segall.
POLTRONA BOWL 1951
STUDIO PALMA 1948

Em 1948 cria e administra o Studio


Palma, junto com Pietro Maria Bardi
e Giancarlo Palanti.

Era um estúdio onde foram


desenvolvidos objetos de design
brasileiros, que revolucionaram a
área técnica e cultural a forma de
projetar os objetos incorporados
ao cotidiano brasileiro.
STUDIO PALMA 1948
No Palma, com o arquiteto Giancarlo
Palanti, fez a primeira tentativa de
produção manufatureira ( não bem
industrial ) de móveis de madeira
compensada cortada em pé ( não
dobradas como Alvar Aalto ), cortados em
folhas e outras tentativas com materiais
brasileiros. Usaram inclusive muitas chitas
das Casas Pernabucanas e couro, ao invés
das fazendas feitas à mão, muito luxuosas,
que se usava na época.
O ponto de partida foi a
simplicidade estrutural, aproveitando a
extraordinária beleza das veias e da tinta
das madeiras brasileiras, assim como seu
grau de resistência e de capacidade.
STUDIO
PALMA 1948
Durante sua atuação no
Studio Palma Bo Bardi
produziu alguns de seus
móveis mais famosos,
como a Poltrona Zig Zag,
a Poltrona de Balanço e a
Cadeira Tripé.

Para cada projeto Lina realizava uma análise profunda sobre os


costumes e formas de vida dos brasileiros, um exemplo disso são seus
estudos a respeito de como o corpo se adequa às redes de balanço e a
posição de cócoras.

Posteriormente esses estudos serviram como base para a produção de


alguns móveis, como a Cadeira Tripé.
STUDIO PALMA 1948
CADEIRA TRIPÉ 1948

Cadeira inspirada na rede de


dormir em 1948, executada na
década de 80 sob a supervisão da
arquiteta, esta peça participou de
exposições sobre a Lina Bo Bardi,
está reproduzida em livro,
procedente de um colecionador
particular que era relacionado com
a arquiteta.
POLTRONA ZIG ZAG 1948

Foi desenhada em 1948 em


parceria com o arquiteto
Geancarlo Palanti com
estrutura madeira de
Cabreúva e assento de couro
tipo soleta.
POLTRONA DE BALANÇO 1948

Foi projetada em 1948 quando Lina ainda fazia parte do Studio


Palma. Essa poltrona tem formas arredondas em voga
na época por conta das obras de Niemeyer.
MARCENARIA
BARAÚNA
1986

 Marcelo Ferraz, Marcelo Suzuki e Francisco Fanucci criaram a


Marcenaria em 1986.
 A Marcenaria produz móveis de Lina Bo Bardi, com quem Ferraz
e Suzuki trabalharam.
 Características: simplicidade construtiva, valorização
das madeiras nacionais e uma linguagem com
soluções populares.
CADEIRA GIRAFA
1986
Uma das primeiras peças da
Baraúna – e talvez a mais icônica da
história da Marcenaria – foi criada
por Lina Bo Bardi, Marcelo Ferraz e Três versões da cadeira Girafa, um ícone da
Marcelo Suzuki para mobiliar o Baraúna e do design brasileiro – design Lina
restaurante da Casa do Benin, em Bo Bardi, Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki
Salvador.
Apesar do contexto, a inspiração
inicial da peça não tinha nada de
tropical: móveis feitos por Alvar Aalto
nos anos 1930 para o Sanatório de
Paimio, na Finlândia. “Repensaram o
banquinho de três pés de outro modo
e com outro significado, substituindo
o compensado pela madeira maciça
brasileira”.
Desenhos de Lina Bo Bardi para a cadeira Girafa
CADEIRA FREI EGÍDIO 1986

Criada na mesma época da Girafa,


também por Lina, Marcelo Ferraz e
Marcelo Suzuki, surgiu para equipar o
Teatro Gregório de Mattos, também
desenvolvido pelo trio na capital baiana.

Como precisava ser leve e de fácil


transporte, os arquitetos-designers
buscaram referência nas cadeiras
dobráveis do renascimento italiano –
mas transformaram as várias ripas do
modelo clássico em apenas três fileiras
de tábuas.

A definição técnica foi um desafio – foram


necessários 13 protótipos para otimizar
seu fechamento e garantir que não
ficasse muito inclinada para trás.
CADEIRA FREI EGÍDIO
MARCENARIA BARAUNA
“Nunca procurei a beleza, mas sim a poesia”.... “
Lina atuou de forma No Brasil, Lina desenvolve uma imensa
extensa na área do admiração pela cultura popular, sendo
Design. Na realidade o esta uma das principais influências de
design era incorporado seu trabalho. Inicia, então, uma coleção
naturalmente aos seus de arte popular e sua produção adquire
projetos. Isso se deve a sempre uma dimensão de diálogo entre
sua experiência com o Moderno e o Popular. Lina fala em um
design em Milão e sua espaço a ser construído pelas próprias
forma particular de pessoas, um espaço inacabado que seria
projetar e valorizar os preenchido pelo uso popular cotidiano.
detalhes nos projetos.

https://vitruvius.com.br/revist
as/read/arquitextos/03.032/7
17
A mão do povo brasileiro, idealizada por Lina no Masp
Exposição “Caipiras, capiau: Pau-a-pique” realizada por Lina Bo
Bardi no SESC Pompéia em São Paulo
Lina e seus gatos
PAULO MENDES DA ROCHA (NASCEU 1928)
 Arquiteto renomado
 1957 – criou a poltrona “Paulistano” de conceito
construtivista, feita de uma única barra de ferro.

Chaise longue PMR


Poltrona Paulistano
BERNARDO FIGUEIREDO
 Arquiteto carioca, começou a desenhar móveis
quando ainda era estudante. Trabalhou com Sérgio
Rodrigues e sob influência de Tenreiro desenvolveu
cerca de 80 peças em 6 anos.
 Conhecido por ter desenhado os móveis do Palácio
do Itamaraty.
BERNARDO FIGUEIREDO

Poltrona Rio Sofá Deck

Sofá Conversadeira

Cadeira Vicky e Cadeira Bahia


DESIGN DE MÓVEIS NO BRASIL

 Com problemas políticos (Revolução de 1964 e com o


AI-5 em 1969) as produções culturais e artísticas
brasileiras foram mais manifestadas no exterior.
 A modernização do país retomou seu percurso nos
anos 70.
 Novas escolas de arquitetura nasceram, e uma nova
geração de designers floresceu nas décadas seguintes.
 Neste período também estaria instalado o começo do
processo de globalização.
OSCAR NIEMEYER (1907-2012)

 O arquiteto desenhou uma série de móveis de


formas bem futuristas, entre 1972 e 1985, com o
propósito de decorar seus projetos.

Cadeira de balanço-1977 Poltrona Alta-1971


OSCAR NIEMEYER (1907-2012)

Linha ondulante-1974

Espreguiçadeira-década de 70
 Os anos 80 teve uma “massiva” importação de móveis
e objetos da Europa e Estados Unidos, além de uma
produção nacional de ícones estrangeiros (como a
cadeira Wassily e a chaise longue Le Corbusier).
CARLOS MOTTA
 1978 – Início do Atelier Carlos Motta
DESIGN DE MÓVEIS NO BRASIL

 O design aproxima-se mais da “arte” – móveis com


forte característica visual;
 Já nos anos 90, nasceram várias oficinas e pequenas
lojas que fabricavam e vendiam móveis criados por
designers brasileiros, na busca de um estilo nacional.
MÓVEIS PARA TODOS

 Tivemos várias empresas que tentaram levar móveis de


qualidade e com preocupação estética para a classe
média.
 A idéia era de uma produção em série com fácil
montagem.
 A mais antiga foi a Móveis CIMO SA, fundada em
1913 em Rio Negrinho/ SC, fazendo caixas para
laranjas. Em 1921, começam a produzir cadeiras de
compensado. A empresa funcionou até 1982.
MÓVEIS ARTÍSTICOS Z

 Fundada em dezembro de 1948 por Sebastião


Pontes, José Zanine Caldas e Paulo Mello, na
cidade de São José dos Campos, a Móveis Artísticos Z
produziu inicialmente uma coleção de mobiliários
utilizando apenas a técnica de recorte de
compensado de madeira.
 Tendo se incendiado em 1961, a empresa produziu
dezenas de tipos de mobiliários, sempre pautando
em atender o público da classe média que se
consolidava no período.
MÓVEIS ARTÍSTICOS Z
UNILABOR

 Empresa fabricante de móveis modernos, constituiu-


se em 1954 e dissolveu-se em 1967. Teve como
principal designer Geraldo de Barros.
 Grande parte da mobília era produzida na forma de
“conjuntos” e “sub-conjuntos”. Havia também
preocupação em produzir uma mobília que fosse
visualmente leve, sem nenhum adereço, com
exceção da textura dos laminados de jacarandá que
revestiam as placas de compensado que compunham
sua estrutura.
UNILABOR
MOBÍLIA CONTEMPORÂNEA

 Em 1955, Michel Arnoult abre a empresa com mais 2


sócios em São Paulo.
 Em 1970, criou o conceito Peg-Lev, móvel
desmontável para ser vendido em supermercados,
não foi bem aceito pelo público e a empresa fechou
em 1973.
MOBÍLIA CONTEMPORÂNEA

Cadeira Peg-Lev, 1968


Cadeira Pelicano
BIBLIOGRAFIA
 http://cantinhoorganizado.blogspot.com.br/2013/01/quem-foi-
joaquim- tenreiro.html
 http://revista.casavogue.globo.com/design/bernardo-figueiredo/
 http://www.tecsi.fea.usp.br/eventos/Contecsi2004/BrasilEmFoco/port/artecult/des
ign/moveis/mferraz/
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Michel_Arnoult
 http://www.sergiorodrigues.com.br/
 http://www.mobiliacontemporanea.com.br/ouropreto.html
 http://www.mcb.org.br
 http://www.essenciamoveis.com.br/blog/2011/01/moveis-com-design-bem-
brasileiro/
 www.barauna.com.br
 www.carlosmotta.com.br
 https://dpot.com.br/

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