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Resumo
Introdução
Graduando/a (Francisco Iltamar Alves da Silva) em Teologia pela Faculdade de Teologia da Universidade
Metodista de São Paulo, Polo Santo Amaro SP. Matrícula. 319067 Trabalho de Conclusão de Curso com vistas
à obtenção de grau de Bacharel em Teologia, sob a orientação do Prof. Dr. Antonio Carlos Soares dos Santos.
baliza o mundo do gnosticismo, cristianismo gnóstico e cristianismo ortodoxo, e suas
transformações filosóficas e teológicas como os grupos gnósticos, as doutrinas fundamentais
do cristianismo, as conquistas do gnosticismo no encontro com o cristianismo ortodoxo, e o
princípio do gnosticismo cristão. É dentro deste tecido que costuraremos os fatos para
compreendermos o Gnosticismo e Cristianismo Primitivo em Relação as Doutrinas
Fundamentais do Cristianismo dos Séculos I e II, portanto, precisamos responder a seguinte
questão: por que há pontos em comum entre o movimento gnóstico e o cristianismo?
O objetivo deste artigo cientifico é buscar compreender os conceitos de Gnosticismo e
Cristianismo gnóstico e Cristianismo ortodoxo como fundamento e integração em relação as
doutrinas fundamentais do cristianismo dos séculos I e II, e na compreensão de suas principais
crenças: o conhecimento, a soteriologia, cristologia, bibliologia, cosmogonia, e verificar de
qual forma o pensamento gnóstico gerou impacto no cristianismo ortodoxo, e identificar os
métodos filosóficos que os gnósticos e ortodoxos utilizaram no processo em relação as
doutrinas fundamentais do cristianismo primitivo dos séculos I e II. Parte-se da hipótese de
que o conhecimento para os gnósticos era a salvação baseados nos documentos herméticos do
gnosticismo.
Assim, para viabilizar o teste da hipótese realiza-se uma pesquisa bibliográfica
(revisão de literatura), por meio de livros impressos, documentos oficiais, revistas e artigos
científicos disponíveis em sites confiáveis. Nesse sentido, esta pesquisa bibliográfica,
encontra-se fundamentada teoricamente a partir das contribuições de autores ou pesquisadores
renomados na área da História, Teologia e Filosofia que abordam o tema Gnosticismo e
Cristianismo;
O método utilizado para a pesquisa será dissertativo, uma vez que, com este método,
podemos entender o relacionamento do gnosticismo e cristianismo e o grupo heterodoxo e
como estes se relacionaram com o cristianismo ortodoxo. A coleta de informações será
utilizada a leitura sobre o assunto, Gnosticismo e Cristianismo;
A primeira seção refere-se ao contexto histórico do princípio embrionário do
Gnosticismo no cenário histórico do orfismo na cosmovisão de Orfeu, Platão e Pitágoras, a
teodiceia do bem e do mal, alma, conhecimento e gnosticismo cristão, que assinalou a origem
dos grupos gnósticos como a escola de Valentino, escola de Tomé, escola de Basílides, escola
Setianos, escola barbeloítas, escola nicolaítas, escola ofitas.
Na segunda seção contém as informações referentes aos grupos gnósticos, e a
historiografia dos principais representantes destes grupos gnósticos e suas principais
doutrinas, e referimos as dimensões doutrinal que ajudaram o desenvolvimento da produção
histórica dos grupos gnósticos.
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A terceira seção apresenta um levantamento da Influência do Gnosticismo nas
Doutrinas do Cristianismo e as Rupturas com a Ortodoxia, na parte do cristianismo ortodoxo
levantamos o tripé e a pedra angular da teologia empregada pelo grupo ortodoxo, no item
soteriológico cristológico e ético, arrolamos a importância da produção da ética para a
ortodoxia, e demonstramos as estruturas do ensinamento na parte ética, soteriológica e
cristológica do gnosticismo, as quais, tiveram um papel fundamental para compreendermos a
discrepância ética entre os heterodoxos e ortodoxos, também, faz-se um levantamento da
influência e interação e diferenciação das doutrinas heterodoxas e ortodoxas do cristianismo,
ao mesmo modo faz-se um arrolamento das rupturas entre gnósticos cristãos e cristãos
ortodoxos, sendo assim, cada grupo gnóstico e ortodoxo tem uma experiência existencial de
pensar e sentir em relação as doutrinas fundamentais do cristianismo.
Ao final conclui-se que os objetivos são atingidos e a investigação resta respondida
com a afirmação da hipótese, indicando que se faz necessário novas pesquisas para
equacionar o problema Gnosticismo e Cristianismo.
Gnosticismo
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preciso analisarmos o estreio dos pensamentos do orfismo no contexto da cosmogonia, da
antropológia e soteriologia, o orfismo provém do rapsodo Orfeu, segundo alguns historiadores
da filosofia, Orfeu pode ter sido o fundador da religião órfica, porém estes fatos de fundador
da religião dos mistérios órficos são obscuros, sendo que alguns historiadores da filosofia
argumentam que Orfeu é somente uma narrativa mitológica, o que é mito? o mito é uma
narrativa que esclarece as questões de apelo divino, cosmo e valores, o qual faz parte de uma
tradição cultural que transmiti segurança para um povo, principalmente nas sociedades
ruralistas da antiguidade, para que o mito transmitisse segurança e verdade era contado por
um sacerdote ou poeta consagrado aos deuses, sendo assim, era um ungido que tinha
autoridade para narrar os mitos.
Alegra-te, tu que sofreste a paixão: antes, não a havias sofrido, De homem nasceste
Deus; Feliz e bem aventurado, serás Deus ao invés de mortal; De homem nascerás
Deus, pois derivas do divino. Isso significa que o destino último do homem é o de
voltar a estar junto aos deuses. (REALE, 2003, p. 9)
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No mundo grego existiam dois tipos de religiões, a pública e a de mistérios, a pública
é diferente da religião de mistérios no sentido antropológico e semelhante no sentido da
teogonia, na acepção antropológica a religião pública naturaliza os homens e os deuses, já a
religião de mistério tem uma hermenêutica diferente para os homens e os deuses, pois pregam
que os dois entes são imortais (REALE, 2003, p. 8).
Uma última observação sobre o orfismo é que suas doutrinas são ferramentas
indispensáveis para compreendermos o desenvolvimento do gnosticismo, tanto no sentido
filosófico, quanto no sentido teológico, depois de observarmos e analisarmos a importância
das doutrinas da religião órfica como ponto principal do desenvolvimentos das doutrinas
gnósticas, é preciso e necessário, examinarmos as questões filosóficas do pensamento
platônico para que fique mais esclarecido sobre a doutrina do dualismo do bem e do mal na
filosofia gnóstica, sendo assim, analisaremos os ensinamentos filosóficos de Platão para
compreendermos com mais profundidade os princípios das doutrinas gnósticas, Platão
pesquisou as principais doutrinas do orfismo com ênfase na concepção do homem, do mundo
sensível e inteligível, e a cosmogonia do demiurgo e a salvação da alma por meio do
conhecimento, todos estes conceitos como deus, alma, mundo, salvação, são analisados por
Platão no campo do conhecimento filosófico, somente no século I, da nossa era que os
Cristianismos tomam emprestados estes termos para aplicar como princípios de suas crenças,
lembremos que Platão foi muito popular entre os judeus eruditos de Alexandria nos anos 30
a.C e 45 d.C, sendo que neste momento histórico o mundo era influenciado pela cultura
helênica; Na cosmogonia de Platão o demiurgo é um deus, ou seja, é um princípio
organizador do cosmo, o qual, plasmou o mundo sensível do mundo das ideias e “dotou
também de alma e inteligência” (REALE, 2003, p. 144), outro princípio da abordagem de
Platão é o conhecimento, o mesmo explica esse conceito de forma mística, pois aborda a
questão dizendo que a alma é imortal e sofre o processo da metempsicose em várias
existências, seja em um corpo humano ou no corpo de um animal, sendo assim, resolve o
assunto a respeito do conhecimento dizendo que a gnose está na alma, ou seja, o
conhecimento é uma recordação de tudo que está na alma.
Gnoses significa conhecimento cósmico, ou seja, místico, a gnose tem como base os
conhecimentos da ciência, filosofia, religião e arte, porém é preciso fazer a diferença do
conhecimento da ciência, filosofia, arte, e mística, o conhecimento da arte é uma manifestação
da cultura, música, escultura, o conhecimento da ciência é a manifestação dos fenômenos, o
conhecimento da filosofia é a manifestação da problemática da existência e suas perguntas
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básicas, de onde viemos para onde vamos, o que é a vida, o conhecimento místico ou religioso
é a manifestação transcendente ou metafisico.
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A palavra gnosis é traduzida, em geral, por conhecimento, mas a Gnose não é, na
essência, um conhecimento racional; a língua grega distingue entre conhecimento
cientifico e reflexivo, ou seja, a verdadeira gnose é a percepção direta daquilo que é,
percepção interior, um processo intuitivo de conhecer-se a si mesmo (FUNARI,
2020, p. 22).
A definição de conhecimento abordado por Jonas tem essa característica mística que
adentra no cerne do gnosticismo, ou seja, na profundidade da questão do conhecimento
gnóstico, a ponto de Jonas definir o conhecimento gnóstico como sobrenatural:
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acreditavam que a gnosis é um tipo de conhecimento que se manifestava independente do
sexo (SILVA, 2019, p. 198).
Gnosticismo cristão é uma questão, ou assunto recente, pois só a partir das descobertas
dos manuscritos coptas da cidade de Nag Hammadi no Egito que os estudiosos começaram a
produzir trabalhos acadêmicos a respeito da problemática dos cristianismos, principalmente o
cristianismo gnóstico, até pouco tempo tínhamos conhecimento do gnosticismo devido os
tratados dos filósofos e dos heresiólogos, os heresiólogos combateram incansavelmente as
doutrinas do gnosticismo cristão como herética (FUNARI, 2019, p. 27).
Com as descobertas dos manuscritos surgiram novas luzes a respeito do gnosticismo
cristão, sobre seus pensamentos, crenças e doutrinas de cunho soteriológico, hamartiológico,
teísta e bibliológico, aqui percebemos que o desejo do gnosticismo cristão era remodelar as
doutrinas do evangelho, para isto utilizavam de um sábio que possuía a gnose ou o
conhecimento místico, ou seja, este guru descia as profundezas do conhecimento secreto
revelado por um deus e traziam novas revelações no sentido doutrinal, essas doutrinas
gnósticas se identificavam até certo sentido com as doutrinas ortodoxas, por isso os gnósticos
cristãos estavam sempre rodeando a igreja (SHELLEY, 2018, p. 67).
Os elementos comuns do gnosticismo cristão e o cristianismo ortodoxo são
semelhantes e são diferentes ao mesmo tempo, por exemplo, os gnósticos cristãos creem em
um dualismo do bem e do mal, no criador, alma e salvação, o cristianismo cristão ortodoxo
creem nestas mesmas doutrinas, porém com uma cosmovisão distinta em seus conceitos
teológicos, as semelhanças e as diferenças da ortodoxia e heterodoxia serão tratadas nos
próximos tecidos do artigo cientifico; Ortodoxia significa “obediência de um ensinamento, de
uma concepção de uma doutrina religiosa oficial, e heterodoxia significa toda doutrina
contrária a um saber oficial”
(JAPIASSÚ e MARCONDES, 208, 209, p. 131).
Alguns estudiosos do gnosticismo falam que não existe este conceito de gnosticismo
cristão, porque os pensamentos de ambos, ou seja, gnosticismo cristão e cristianismo ortodoxo
são supressores, exemplo desta exclusão está relacionada a matéria e o espirito, enquanto, o
gnosticismo cristão fala que a matéria é má, o cristianismo ortodoxo ver a matéria como um
bem criado por deus, nesta questão de bem e mal o cristianismo ortodoxo olha para o
gnosticismo cristão como um movimento perigoso que permeou a igreja nos seus primeiros
séculos de forma avassaladora, no primeiro e segundo séculos da igreja muitos teólogos
ortodoxos contestaram as doutrinas gnósticas que ameaçavam os ensinamentos do
cristianismo ortodoxo, principalmente os escritos de João que refutava o conceito cristológico
do gnosticismo cristão, o apóstolo argumenta especialmente contra a heresia dos nicolaítas.
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O gnosticismo cristão foi um tipo de cristianismo intelectualizado que desejava
racionalizar a salvação, por meio do conhecimento hermético que somente a elite aristocrática
do movimento filosófico gnóstico tinha acesso (CAIRNS, 2008, p. 59), porém, a salvação
segundo a ortodoxia cristã não pode fazer parte somente de um grupo privilegiado, a premissa
que a salvação é adquirida pelo conhecimento hermético é contraditória ao pensamento da
ortodoxia cristã, pois as crenças dogmáticas do cristianismo ortodoxo crê que a salvação é por
meio da graça de Cristo estendida a toda humanidade.
O escol da sociedade gnóstica cristã dos séculos I e II, defendiam a superioridade
sobre os cristão comuns, devido a riquíssima bagagem de conhecimento ocultista presenteado
pelo deus da totalidade, pois esta nata do gnosticismo cristão influenciou de tal forma os
primeiros séculos do cristianismo que se tivesse dominado as crenças ortodoxas o
cristianismo seria mais uma filosofia do que um sistema religioso.
Sendo que essa elite aristocrática do gnosticismo cristão influenciaram vários grupos
que se dividiram em múltiplas células dissidentes, estas células espalharam de forma
sorrateira nas igrejas cristãs com novas ideias, aqui podemos citar os grupos do gnosticismo
cristão como a escola de Valentino, escola de Tomé, escola de Basílides, escola Setianos,
escola barbeloítas, escola nicolaítas, escola ofitas (LAYTON, 2002, p. 317), portanto,
analisamos nesta primeira seção sobre o movimento do gnosticismo, conhecimento, e
gnosticismo cristão, dentro deste caldo cultural filosófico mesopotâmico e greco-romano,
sendo assim, compreendemos que o gnosticismo é um movimento filosófico e teológico que
tem como base fundamental o conhecimento hermético, o qual influenciou as crenças cristãs,
e devido o sincretismo religioso e filosófico do gnosticismo surgiram vários grupos cristãos
denominados gnósticos.
Grupo Gnósticos
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O Simonianismo é um sistema de doutrinas organizadas por Simão Mago, tendo como
fundamento a magia, a tradição da igreja cristã e as argumentações de Irineu no seu livro
Contra Heresias associa a origem do gnosticismo a Simão, porém, não são todos historiadores
que defendem esta ideia que Simão é o pai do gnosticismo do século primeiro da igreja
primitiva, pois muitos pesquisadores afirmam que essa denominação de mago e herege é
devido ao fato de haver possibilidade de Simão ser natural de Samaria, Samaria era rejeitada
pelos judeus desde a cisão dos reinos do norte e do sul, e as proliferações de estrangeiros
desenvolveram o misticismo religioso na cidade de Samaria, causando um conflito étnico
religioso entre judeus e samaritanos, então todo esse contexto histórico pode ter sido
fundamental para a rejeição de Simão (LIMA, 2018, p. 98, 99), mas, Irineu em sua refutação
as doutrinas gnósticas relacionou a transmigração, e a origem dos cosmos arroladas aos anjos,
e outras práticas relacionadas ao gnosticismo, como heréticas, logo estas doutrinas heréticas
eram praticadas e vivenciadas por Simão o Mago, que segundo a visão de Irineu era um
gnóstico herético (IRINEU, 1988, p. 58).
O Simão de Irineu foi o fundador de todas as heresias, por exemplo, Simão comprou
uma prostituta por nome Helena, a qual era a deusa do pensamento, criadora dos anjos, ou
seja, a mãe de todas as coisas, o próprio Simão considerava-se uma encarnação de deus
(LIMA, 2018, p. 105), Segundo, Marshall, conta em seu comentário que Simão Mago em uma
disputa contra Pedro foi derrotado, porém Simão, não satisfeito com a derrota, propõe o
último desafio da sua vida, finaliza sua vida com a seguinte proposta, “Simão disse que se
fosse enterrado vivo, ressuscitaria no terceiro dia. Mandando cavar uma sepultura, ordenou
que seus discípulos empilhassem terra sobre ele, mas ele permanece ali até hoje”
(MARSHALL, 2014, p. 150).
Os fatos históricos escritos por Justino, Irineu, Hipólito, entre outros pais da igreja, até
mesmo dos livros apócrifos como Atos de Pedro, dá-nos a veracidade da existência de Simão
não só como herege, mais, também como mago, pois os tais historiadores relatam que Simão
queria aperfeiçoar seus encantamentos e magias por meio do poder do espirito santo.
Apesar de alguns historiadores da igreja cristã não reconhecer Marcião como gnóstico,
todavia, outros pesquisadores da história da igreja identifica como um herege no campo da
bibliólogia, e também, como um gnóstico, podemos observar que Marcião estudou aos pés do
gnóstico Cerdo, pode até ser que Marcião não era gnóstico no sentido radical do termo, mas,
não podemos negar a influência dos pensamentos gnósticos em seus escritos, e no estilo de
vida estabelecido por Marcião, portanto, foi um período complicado para o cristianismo
ortodoxo em relação ao marcionismo, ao mesmo tempo a complexidade de várias doutrinas
levantadas por inúmeros grupos denominados de gnósticos, alguns grupos gnósticos estão
sendo mencionados aqui neste tecido, por serem de imersa importância para compreendermos
o embate entre cristianismo ortodoxo e cristianismo gnóstico, a partir deste momento nas
linhas abaixo mencionaremos o grupo sethianos, o qual nos fornecerá um vasto
desenvolvimento na arena do gnosticismo.
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alunos em particular” isto significa que este mestre do gnosticismo ensinava a seus alunos a
hermenêutica alegórica da Escritura e o mito gnóstico.
Até mesmo os seus opositores reconheciam a eficácia de sua oratória, o bem falar de
seu discurso, pois era um homem criativo, imagético, inovador, a importância de seus escritos
propagou entre seus seguidores de tal forma que Valentino tornou-se um mestre gnóstico de
grande prestigio.
Segundo Matias, realmente Valentino era um poeta gnóstico que ameaçava o chamado
grupo ortodoxo do século II d.C., pois é nesse tempo que aparece Irineu de Lion, com suas
ideias da obra contra as heresias para refutar os pensamentos gnósticos dos valentinianos,
essas ideias valentiniana era sobre batismo, criação do mundo, unção e eucaristia (MATIAS,
2011, p. 2481).
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administrativa e hierárquica dos bispos, percebe-se que quando o grupo estava sob a
autoridade do bispo a comunidade se organizava mais forte. (MATIAS, 2011).
Porém, existiam outros grupos gnósticos cristãos que pregavam a abstinência do sexo,
como uma forma de ascetismo, mas, conforme Layton (2002), grupos como os arcônticos,
“fingem uma falsa abstinência e enganam o povo mais simples”, logo é observável a
discrepância ética entre os vários grupos cristãos gnósticos, entretanto, o grupo cristão
ortodoxo, aborda a ética do sexo basicamente em três sentidos, bom, poderoso e controlado,
bom, porque deus é bom, e criou tudo bom, poderoso porque o sexo tem o poder de
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multiplicar o ser humano, controlado, porque o sexo é um ato de prazer, este prazer
desenfreado pode causar crimes sexuais, por isso o casamento é o freio do descontrole sexual
(GEISLER, 2006, p. 168), entretanto, é importante alertamos que nem sempre o casamento é
um controle para práticas sexuais criminosa, pois, existem pessoas casadas que são psicopatas
que comentem crimes bárbaros como a pedofilia etc.
Considerações finais
Referências bibliográficas
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