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ECONÔMICA
Mait Bertollo
Geografias econômica
e industrial
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
As teorias da geografia econômica e da geografia industrial ajudam a
compreender como o espaço geográfico se transforma de acordo com
o tipo de produção realizado por determinados tipos de indústrias. A
maneira como ocorrem os fluxos de mercadorias ou como se comportam
o mercado de trabalho e os consumidores são exemplos de como o
espaço geográfico pode ser alterado. A geografia econômica, portanto,
estuda o espaço geográfico, como ele é transformado e como transforma
a economia. Além disso, dedica-se a entender como o pensamento e
as ideias da geografia se transformaram ao longo do tempo, condicio-
nados pelas conjunturas políticas e socioeconômicas de cada período.
Desse modo, a geografia econômica e a geografia industrial derivam
da geografia, que é a ciência que analisa e compreende o espaço como
instância social, isto é, a relação entre o ser humano e o espaço.
Neste capítulo, você vai estudar as teorias fundamentais da geografia
econômica e da geografia industrial e relacioná-las, conhecendo os ele-
mentos de produção e comercialização associados a indústria, consumo,
fluxo de capitais, bens e localização, que resultam em vários tipos de
arranjos espaciais das atividades econômicas em escala local, regional
e global.
2 Geografias econômica e industrial
BARROS, N. C. de. Geografia humana: uma introdução às suas ideias. Recife: UFPE, 1993.
CARVALHO, D. R. P.; VELOSO FILHO, F. A. Geografia econômica: origem, perspectivas e
temas relevantes. Caderno de Geografia, v. 27, n. 50, 2017. Disponível em: http://perio-
dicos.pucminas.br/index.php/geografia/article/view/p.2318-2962.2017v27n50p573.
Acesso em: 3 nov. 2019.
CASTILLO, R. A. Espaço geográfico, produção e movimento: uma reflexão sobre o
conceito de circuito espacial produtivo. Sociedade & Natureza, v. 22, n. 3, dez. 2010. Dis-
ponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/sociedadenatureza/article/view/11336.
Acesso em: 3 nov. 2019.
CLAVAL, P. A diversidade das geografias econômicas. Geographia, v. 14, n. 27, 2012.
Disponível em: http://periodicos.uff.br/geographia/article/view/13632. Acesso em:
3 nov. 2019.
CLAVAL, P. Geografia econômica e economia. Geotextos, v. 1, n. 1, 2005. Disponível
em: https://portalseer.ufba.br/index.php/geotextos/article/view/3028. Acesso em:
3 nov. 2019.
CHRISTALLER, W. Central places in Southern Germany. New Jersey: Prentice Hall, 1966.
GEISER, P. P. Evolução da rede urbana. Rio de Janeiro: CBPE, 1963.
HARVEY, D. The limits to capital. Londres: Verso, 1982.
IBGE. Distribuição espacial da indústria. Brasília: IBGE, 2016. Disponível em: https://atla-
sescolar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_brasil/brasil_distribuicao_industrias.pdf.
Acesso em: 3 nov. 2019.
MARX, K. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Boitempo, 2011.
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. São Paulo:
USP, 1996.
Geografias econômica e industrial 15
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cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
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GEOGRAFIA
ECONÔMICA
Mait Bertollo
Processos históricos da
geografia econômica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
O espaço geográfico sofre transformações decorrentes das relações
econômicas. Da mesma forma, as atividades econômicas também são
modificadas por fatores relacionados ao espaço geográfico. A geografia
econômica é o campo da geografia humana que tem como objetivo
o estudo dessa influência mútua, além da produção e da distribuição
de atividades ligadas à economia. Para estudar o desenvolvimento de
conceitos desse campo de estudo, portanto, é fundamental entender
a história das transformações econômicas e o seu impacto no espaço
geográfico.
Neste capítulo, você vai ler sobre a história da geografia econômica
nos âmbitos internacional e nacional, passando também pela evolução da
economia mundial no século XX. Além disso, vai estudar alguns conceitos
elaborados por geógrafos para explicar a conjuntura política e econômica
por meio do espaço geográfico.
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GEOGRAFIA
ECONÔMICA
Mait Bertollo
Sistemas de produção
industrial
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Quando pensamos nas atividades industriais, pressupomos que nesse
processo há transformação de determinados produtos. A matéria-prima,
como o aço, transforma-se em algum bem de produção ou de consumo,
como o automóvel. Com o desenvolvimento da indústria, o ser humano
passou a desenvolver e a dominar diversas técnicas de criação e transfor-
mação de materiais com a finalidade de aperfeiçoar seu modo de vida e
a qualidade dos produtos.
Sistemas de produção industrial, como taylorismo, fordismo, toyo-
tismo ou produção flexível e volvismo, têm impacto social, econômico
e espacial, já que afetam o modo de produção dentro da indústria, a
maneira como o trabalhador cumpre as tarefas, o tipo de bem e o fluxo
de mercadorias, desde o tipo de fabricação até o consumo. O toyotismo,
por exemplo, passou a diversificar mais as mercadorias em virtude da
automatização de etapas da produção na indústria e é um procedimento
usado até hoje.
Neste capítulo, você vai estudar os sistemas de produção industrial,
principalmente o toyotismo e sua influência. Também vai ler sobre as
consequências da estruturação produtiva com as inovações tecnológicas
e a emergência da financeirização, proporcionada por essas transforma-
ções no espaço.
2 Sistemas de produção industrial
Sistemas de produção
Após a Segunda Revolução Industrial, as indústrias procuraram aumentar
a produtividade e a lucratividade de suas atividades, aumentando também
o acesso ao mercado consumidor. Para sanar essas importantes demandas,
foram desenvolvidos diversos sistemas de produção. Cada um apresentava o
aperfeiçoamento dos processos e o consequente desenvolvimento técnico da
indústria, estabelecendo-se dentro de um contexto histórico e de possibilidades
específicas. Dentre esses sistemas, pode-se destacar o taylorismo, o fordismo,
o toyotismo e, o mais recente, volvismo.
Taylorismo
Fordismo
para poder consumir e inclusive ganhar mais para isso. Era a gênese de novos
direitos trabalhistas, com oito horas diárias e fim de semana livre (Figura 2).
Para saber mais sobre o fordismo, assista ao filme Tempos modernos, de Charles
Chaplin. Veja o trailer no link a seguir.
https://qrgo.page.link/GKVrG
Volvismo
Fordismo Toyotismo
2011, que trata da conexão de máquinas, sistemas e ativos para que empresas
criem redes inteligentes em sua cadeia de produção. Essas empresas podem,
então, tornarem-se autônomas, realizando manutenções, previsões de falhas
e adaptação aos requisitos do mercado consumidor, que poderão ser feitos de
forma automática. Dessa maneira, poderão ser realizadas operações em tempo
real e orientação a serviços, que são alguns dos princípios da indústria 4.0,
cujo pilar é a internet das coisas (IoT, do inglês internet of things), a análise
de big data e a segurança. A realidade mista é um dos tipos de aplicação
que a indústria 4.0 possibilita, como o uso de óculos de realidade virtual e
aumentada para obter informações sobre uma série de processos em tempo
real. Outro exemplo é o chamado gêmeo digital, que é um modelo virtual do
chão de fábrica, onde há uma cópia digital de tudo o que está acontecendo,
como produtos e peças produzidos. No setor de petróleo, pode ser realizada a
inspeção de plataformas petrolíferas sem pessoas, apenas por robôs e drones,
que conseguem estar em lugares de risco para os seres humanos e com mais
rapidez.
Leituras recomendadas
BARRETO, N. M. M. O impacto do Big Data e Internet of Things. 2019. Dissertação (Mestrado
em Economia e Administração) - Universidade de Lisboa, Lisboa, 2019. Disponível em:
https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/18116/1/DM-NMMB-2019.pdf. Acesso
em: 28 nov. 2019.
TEMPOS modernos: trailer. 1936. 1 vídeo (2 min). Publicado pelo canal Natelablog.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=4OmEi_AIjZc&t=16s. Acesso
em: 28 nov. 2019.
Sistemas de produção industrial 15
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GEOGRAFIA
ECONÔMICA
Introdução
A evolução do capitalismo impôs novas formas de produzir e impulsionou
a globalização econômica, especialmente a partir do século XX. Isso
resultou em muitas mudanças no mundo do trabalho. O surgimento de
novas cadeias produtivas fez com que o trabalhador se tivesse que se
adaptar às demandas e exigências de um mercado dinâmico e articulado
globalmente.
Neste capítulo, você vai estudar os processos de flexibilização do
trabalho em cadeias produtivas e as atuais metamorfoses no cenário do
trabalho e da produção. Para isso, vai ler sobre a estruturação produtiva
na Primeira Revolução Industrial, que deu base para o avanço do sistema
capitalista. Por fim, você vai conhecer o papel do neoliberalismo na
estruturação dos processos produtivos e das novas dinâmicas financeiras
e informacionais, que acabaram integrando mercados e acentuando
desigualdades espaciais globais.
2 Estruturação produtiva na primeira Revolução Industrial
fizeram com que o trabalho humano sofresse uma série de adaptações (RI-
BEIRO, 2015).
A divisão setorial do trabalho dentro das fábricas, a produtividade em larga
escala e a diminuição do tempo produtivo levaram às empresas a produzirem
quantidades enormes de produtos, gerando estoques e abastecendo expres-
sivamente o mercado consumidor. O resultado disso foi também a queda no
preço das mercadorias e a elevação dos níveis de consumo.
Essas estratégias de aumento de produtividade visavam ampliar o capital
com a produção (e a venda) em larga escala. Contudo, o mercado consumidor
restrito foi um impedimento à vazão de produtos no mercado. Além disso,
a grande massa de trabalhadores não tinha renda suficiente para ingressar
no modo consumista devido aos baixos salários e à carga horária exaustiva
de trabalho. A construção do capitalismo moderno-industrial estruturou um
padrão de acumulação e riquezas, principalmente à classe burguesa e aos
Estados industrializados, devido aos elevados índices de produtividade de
mercadorias. Ao mesmo tempo, acabou por criar um nítido divisor de função
social no sistema capitalista, em que os operários passaram a exercer centrali-
dade produtiva e ser componente fundamental para expansão do capital, mas
ficaram excluídos do sistema acumulativo.
Essa organização do sistema produtivo mecânico industrial, começou a
sofrer alterações com a crise de 1929, gerada, dentre outros motivos, pelo
estoque produtivo e a falta de vazão dos produtos nos mercados consumidores,
essencialmente a Europa depois da Primeira Guerra. A crise de 1929, foi uma
das maiores recessões econômicas da história capitalista. Países como Estados
Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Canadá entre outros, sofreram
redução do produto interno bruto (PIB), elevação do desemprego e aumento
da pobreza. Esse processo também demonstrou a crise do sistema taylorista
e obrigou as empresas a pensarem em novas formas de produção de riquezas
que reduzissem o desperdício e considerassem a demanda de consumo. Dessa
forma, a metade do século XX foi marcada por uma nova organização do
sistema capitalista-produtivo, que gerou efeitos diretos nos modos de trabalho.
4 Estruturação produtiva na primeira Revolução Industrial
Com a DIT, atividades e serviços são divididos entre os países. Países em desenvolvi-
mento, por exemplo, exportam matéria-prima e mão de obra a um custo baixo aos
países industrializados e com uma economia mais forte, além de oferecerem benefícios
e incentivos para facilitar a instalação de indústrias, como isenção de impostos e leis
ambientais flexíveis.
Para ler mais sobre a globalização, leia o artigo disponível neste link:
https://qrgo.page.link/SyTqV
Leitura recomendada
ORTIZ, R. Globalização: notas sobre um debate. Sociedade e Estado, v. 24, n. 1, p. 231-
254, jan./abr. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/se/v24n1/a10v24n1.pdf.
Acesso em: 08 dez. 2019.
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GEOGRAFIA
ECONÔMICA
Introdução
Os processos de produção, distribuição e consumo de mercadorias são
inerentes à vida humana e às sociedades. Entender como esses processos
ocorrem no espaço geográfico é fundamental para compreender as
inúmeras formas de apropriação desse espaço e as formações territoriais.
O território é a base do objeto de análise da geografia para compreender
os processos econômicos espaciais.
Neste capítulo, você vai conhecer os diversos modos de desenvol-
vimento econômico no espaço geográfico e os elementos da micro e
da macroeconomia, entendendo as distinções teórico-conceituais entre
essas duas categorias, a fim de compreender como esses elementos
interferem no espaço geográfico. Por fim, você vai estudar os modos de
organização do trabalho em escala internacional, descobrindo como a
Divisão Internacional do Trabalho, o processo de fragmentação produtiva
e a globalização modificaram as relações de trabalho e impuseram novas
formas de consumo e produção em escala internacional.
2 Organização do trabalho e das instituições I
Macroeconomia Microeconomia
Perspectiva geral Perspectiva individual
Países Consumidores
Análise do PIB nacional Análise da produção individual
Estuda economia como um todo Atividade do consumidor em
mercados específicos
Enquanto na Europa e nos Estados Unidos havia luta por melhores condições
de trabalho, movimento dirigido principalmente por sindicatos trabalhistas e
organizações de trabalhadores fabris, nos países latino-americanos, e mesmo
em outros continentes, havia ainda uma grande subordinação do trabalho
às demandas da indústria. A Europa e os Estados Unidos passavam por um
avanço técnico dos meios de produção industrial, e os países de economia não
industrializada forneciam matérias-primas para transformação. Essa relação
ficou caracterizada como segunda Divisão Internacional do Trabalho (DIT),
ou Divisão Internacional da Produção (POCHMANN, [201-?]).
A DIT iniciou com o período conhecido como capitalismo comercial, em
que as colônias de exploração enviavam matérias-primas, especiarias e metais
preciosos aos países colonizadores. Essa divisão marcou também o início do
imperialismo e, consequentemente, do colonialismo. A relação de domínio dos
países europeus sobre os países explorados marcou o modo de desenvolvimento
econômico, já que os colonizados permitiram o enriquecimento dos europeus
durante séculos, por meio dos recursos que forneciam. Além disso, aos países
colonizados era dada uma condição subalterna, que marcou profundamente
a história dos seus povos tradicionais.
A primeira DIT foi fundamental para que a industrialização ocorresse, já
que, a partir desse acúmulo de riquezas e da política imperialista europeia,
a industrialização teve êxito. A segunda DIT não alterou a dependência dos
Organização do trabalho e das instituições I 11
Leituras recomendadas
BENKO, G. A recomposição dos espaços. Interações: Revista Internacional de Desen-
volvimento Local, Campo Grande, v. 1, n. 2, p. 7-12, mar. 2001.
BENKO, G. Os recursos de territórios e os territórios de recursos. Geosul, Florianópolis,
v. 16, n. 32, p. 31-50, jul./dez. 2001.
BENKO, G. Economia, espaço e globalização na aurora do século XXI. São Paulo: Hucitec,
1996.
Organização do trabalho e das instituições I 15
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GEOGRAFIA
ECONÔMICA
Introdução
O trabalho garante a sobrevivência e a prosperidade da sociedade, e as
funções atreladas a ele moldam a hierarquia social. Por isso, conhecer as
consequências da organização do trabalho é fundamental para entender
a própria dinâmica da sociedade.
Após a Revolução Industrial, no século XVIII, novas formas de orga-
nização no contexto trabalhista emergiram para responder aos anseios
econômicos da época. Incluem-se mudanças tanto organizacionais
quanto produtivas. Os trabalhadores tiveram que aprender um novo jeito
de lidar com o tempo. Além disso, novas profissões e novos mercados
surgiram. O artesanato, o comércio e a agricultura, por exemplo, foram
substituídos por trabalhos mais mecânicos em virtude da consequente
necessidade de produção em larga escala. Esses processos chegaram ao
Brasil e modificaram as relações sociais e territoriais, impondo às regiões
uma nova organização socioprodutiva.
Neste capítulo, você vai estudar as relações trabalhistas no contexto
econômico. Para isso, também vai ler sobre a organização do trabalho,
conhecendo suas consequências e seu funcionamento em âmbito na-
cional e internacional.
2 Organização do trabalho e das instituições II
Os sistemas de qualidade total são marcas do toyotismo. O sistema 5S foi criado para
implementar qualidade total nos processos gerenciais e organizacionais. Utilização,
padronização, limpeza, disciplina e organização são seus pressupostos norteadores,
que visam ao máximo de eficiência e qualidade. Foram também criados os selos
de qualidade: o ISO 9001, na metade do século XX, para certificar a qualidade dos
processos organizacionais e gerir a qualidade e o ISO 14001, uma certificação para
qualidade ambiental implementada por indústrias e empresas que incorporaram o
padrão de qualidade e o respeito ambiental na sua gestão. O sistema toyotista de
produção buscou implementar uma série de normas e regras gerenciais no intuito
de possibilitar qualidade e eficiência organizacional.
https://qrgo.page.link/8tRKi
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Fonte: IBGE - PME - PEA - % de desocupados
0
1984 1985 1986 19871988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
R$ 1.000,00
R$ 900,00
R$ 800,00
R$ 700,00
R$ 600,00
R$ 500,00
R$ 400,00
R$ 300,00
R$ 200,00
R$ 100,00
R$ 0,00
1994
1995
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2001
2002
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2004
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2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
3,1%
5,4%
Serviços
16,4% Comércio
55,4% Indústria
Agropecuária
Leitura recomendada
SOTERO, A. P.; ALBERGUINI, A.; EVANGELISTA, R. Brasil: migrações internacionais e iden-
tidade: africanos no Brasil – dubiedade e estereótipos. 2000. Disponível em: http://
www.comciencia.br/dossies-1-72/reportagens/migracoes/migr11.htm. Acesso em:
18 nov. 2019.
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GEOGRAFIA
ECONÔMICA
Introdução
Diversas fontes de matrizes energéticas estão disponíveis no mundo. Essas
fontes fazem parte do cotidiano da sociedade e impactam a vivência so-
cial, econômica e ambiental. Desde o século XVII a exploração de energia
de elementos fósseis vem sendo aperfeiçoada, principalmente depois da
Revolução Industrial, no século XX, que aumentou o consumo de energia.
Essas transformações acabaram causando muitos impactos ambientais.
Com isso, começaram a ser debatidas as causas e as consequências da
produção e do consumo das fontes energéticas.
Nesse capítulo, você vai conhecer as principais matrizes energéticas
— fósseis e renováveis — de geração de energia para combustíveis
e eletricidade. Vai estudar as fontes energéticas no setor de energia e
transportes no Brasil e no mundo, que acabam impactando a economia,
o meio ambiente e toda a sociedade. Por fim, você vai ler sobre o debate
relacionado à rentabilidade das matrizes energéticas para a sociedade
e para a natureza.
Matrizes energéticas
A exploração de energia dos elementos fósseis ocorre desde o século XVII e
desenvolveu-se no século XVIII com a Revolução Industrial. A cada século,
2 Fontes de energia no mundo e no Brasil
Fontes de energia primária são as que vem da natureza, como o movimento das
águas, a lenha, o petróleo e o gás natural. Fontes de energia secundária são modifi-
cadas pelo ser humano, como a energia elétrica, gerada, por exemplo, pelo movimento
das águas (fonte primária), e transportada para o local onde será consumida (transmissão
de energia) (CZAPSKI, 2008a).
Petróleo
Carvão mineral
Gás natural
Hídrica
Solar
Eólica
A energia eólica é criada pela força dos ventos (energia cinética), que movi-
menta aerogeradores desenvolvidos para produzir energia elétrica pela força
constante da circulação dos ventos. Esse meio de geração de energia é um
dos mais rudimentares, utilizado antes do carvão mineral e das fontes fósseis.
Atualmente, os parques eólicos são empregados para captação dos ventos
pelas usinas de produção de energia elétrica sobrepostas em localidades com
características físicas propícias a condições atmosféricas com circulação
intensa de ar.
De todas as energias renováveis é a que mais aumentou nas últimas décadas
no mundo. Em 2004, eram gerados 48GW ao ano e, em 2014, 370GW ao ano
(REN21, 2015). O país com maior capacidade instalada é a China e, em seguida,
Estados Unidos e Alemanha. O Brasil ocupa o 10º lugar no ranking mundial de
geração de energia eólica: em 2014, gerou 2% da produção energética do País,
e a tendência para as próximas décadas é de investimentos na construção de
parques eólicos para aumento da produção energética renovável em território
nacional (EPE, [2017]).
Biomassa
Outras fontes
A seguir são apresentadas outras fontes de energia.
Oceânica
A fonte oceânica ainda não é muito explorada, mas acredita-se que tenha
muito potencial para a geração de energia. Os principais meios são a energia
das marés e a energia das ondas. Embora não haja emissão de CO2, nem de
resíduos sólidos na atmosfera, pode haver alteração no clima marítimo da
região. Além disso, atualmente, o custo é muito alto.
Geotérmica
Hidrogênio
Energia nuclear
Carvão mineral
Hídrica
Solar
Eólica
Biomassa
Tratados internacionais são acordos assinados entre países que visam resolver
problemas. Nesses acordos, estão especificadas as obrigações e as condutas que
devem ser seguidas pelas partes. As responsabilidades são as mesmas, mas as ações
são específicas para cada país, a fim de respeitar as diferentes culturas e capacidades.
Os protocolos de Kyoto e Montreal e a Agenda 21 são exemplos desses tratados
(CZAPSKI, 2008c).
GREENPEACE BRASIL (coord.). Revolução energética: cenário brasileiro 2016. São Paulo:
Greenpeace, 2016. Disponível em: https://storage.googleapis.com/planet4-brasil-
-stateless/2018/07/Relatorio_RevolucaoEnergetica2016_completo.pdf. Acesso em:
02 dez. 2019.
INTERNATIONAL ENERGY AGENCY – IEA. Key world energy statistics: 2015. Paris: OECD/
IEA, 2015. Disponível em: https://www.connaissancedesenergies.org/sites/default/files/
pdf-actualites/keyworld_statistics_2015.pdf. Acesso em: 02 dez. 2019.
MARTIN, J.-M. A economia mundial da energia. São Paulo: Editora da Unesp, 1992.
NICHOLSON, L. Pump Jacks are seen at Sunrise near Bakersfield, California. 2014. 1 fotogra-
fia. Disponível em: https://in.reuters.com/article/markets-oil-idINKCN0JG2A620141202.
Acesso em: 02 dez. 2019.
PRODUTOR: essas são as vantagens econômicas em usar novas fontes de energia. 2019.
Disponível em: https://digital.agrishow.com.br/sustentabilidade/produtor-essas-s-o-
-vantagens-econ-micas-em-usar-novas-fontes-de-energia. Acesso em: 02 dez. 2019.
REN21. Renewables Global Status Report 2015. 2015. Disponível em: https://www.ren21.
net/wp-content/uploads/2019/05/GSR2015_Full-Report_English.pdf. Acesso em: 02
dez. 2019.
ROSA, L. P. (coord.). Emissões de dióxido de carbono e de metano pelos reservatórios hidrelé-
tricos brasileiros: primeiro inventário brasileiro de emissões antrópicas de gases de efeito
estufa - relatórios de referência. Rio de Janeiro: COPPE/IVIG/PPE, 2006. Disponível em:
ftp://ftp.mct.gov.br/Biblioteca/10968-Emissoes_de_dioxido_de_carbono_e_de_me-
tano_pelos_reservatorios_hidreletricos_brasileiros.pdf. Acesso em: 02 dez. 2019.
SILVA, S. Expansão cafeeira e origens da indústria no Brasil. São Paulo: Alfa Omega, 1981.
SISTEMA DE ESTIMATIVAS DE EMISSÕES E REMOÇÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA - SEEG.
Emissões totais. c2019. Disponível em: http://plataforma.seeg.eco.br/total_emission.
Acesso em: 02 dez. 2019.
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GEOGRAFIA
ECONÔMICA
Mait Bertollo
Geografia econômica
e espaço urbano
Objetivos de aprendizagem
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Introdução
Na história da humanidade, o ser humano desenvolveu diversos tipos de
técnicas buscando aplicar seus saberes ao utilizar os objetos produzidos
e expandir o avanço da sociedade com as comodidades proporcionadas.
Alguns exemplos de técnicas são as aplicadas à agricultura, para o cultivo
de vários tipos de alimentos e a domesticação de animais.
Por meio de conhecimentos aparentemente simples é que o ser
humano pôde desenvolver modos de vida nas cidades. Somente foi
possível viver nas cidades de forma coletiva, em um grande número de
habitantes, quando a produção do campo conseguiu gerar excedentes
suficientes para que se pudesse também trabalhar em outras atividades,
como artesanato e comércio.
A Primeira Revolução Industrial, no século XVIII, foi um período de
ascensão do desenvolvimento urbano. No entanto, as estruturas das
cidades atingiram o auge a partir de meados do século XX, quando
muitos países do mundo iniciaram seu processo de industrialização
(SANTOS; SILVEIRA, 2001).
Neste capítulo, você vai conhecer alguns conceitos e dados impor-
tantes para compreender como o espaço urbano tem relação com o
desenvolvimento das técnicas, da industrialização e com o sistema
econômico. As dinâmicas que essas atividades promovem juntamente
com o desenvolvimento da economia, isto é, da produção e da comer-
2 Geografia econômica e espaço urbano
Metrópole é uma cidade que possui grande dinamismo social e econômico, com
uma vultuosa infraestrutura urbana.
Metrópoles como Nova York e São Paulo são consideradas hoje cidades
com predominância de prestação de serviço. São chamadas de cidades do
terciário, já que a maioria das fábricas se deslocou para outras regiões, regiões
metropolitanas ou cidades médias, mas os setores administrativo, financeiro,
de informações e de desenvolvimento científico permaneceram no local de
origem. Essas cidades se tornaram, dessa forma, cada vez mais especializadas
no setor terciário.
Até meados do século XX, o Brasil era considerado um país rural, pois
a maioria da população vivia no campo. A partir da década de 1930, com as
políticas de industrialização promovidas pelo presidente Getúlio Vargas, as
Geografia econômica e espaço urbano 5
https://qrgo.page.link/3SKcY
SANTOS, M. O espaço dividido: os dois circuitos da economia urbana nos países sub-
desenvolvidos. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2004.
SANTOS, M; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. São
Paulo: Record, 2001.
TELECO. Estatísticas de celulares no Brasil. Teleco, [s. l.], [2019]. Disponível em: https://
www.teleco.com.br/ncel.asp. Acesso em: 8 dez. 2019.
Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
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sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
GEOGRAFIA
ECONÔMICA
Introdução
O avanço da globalização permitiu uma ampla integração de mercados e
circulação de capitais, reorganizando a dinâmica econômica internacional
e produzindo novas territorialidades e institucionalidades econômicas no
planeta. Os territórios se tornaram dotados de ampla infraestrutura e grau
de tecnificação para dar suporte à difusão dos meios informacionais. Essa
difusão da informação mais dinâmica resultou em uma nova economia
que emergiu no período da globalização financeira-informacional em
que vivemos.
Esse avanço econômico, porém, se deu de modo extremamente
desigual no território internacional. Apesar da ampla evolução científica-
-tecnológica, pobreza, saneamento básico, entre outros problemas ainda
permanecem em vários países e regiões do mundo.
Compreender esses processos é fundamental para explicar o mundo
atual e a dinâmica econômica no espaço geográfico do mundo globali-
zado. Apesar das várias integrações propiciadas pela formação de blocos
econômicos e acordos de livre comércio, há ainda uma ampla divisão
internacional da produção e do trabalho, que acarreta em enormes
desigualdades sociais, territoriais e econômicas em pleno século XXI.
Neste capítulo, você vai estudar a importância dos blocos econômi-
cos no mundo globalizado. Vai ler sobre as desigualdades territoriais na
esfera internacional, além de conhecer a função da divisão internacional
do trabalho.
2 Análise geográfica na economia mundial
das grandes potências, atuam com elevado produto interno bruto (PIB) e são
grandes exportadores de commodities e bens de consumo, como é o caso do
Brasil, da Índia, da África do Sul, da Rússia e do México. O Quadro 1 mostra
o ranking das maiores economias do mundo medido pelo PIB de cada país.
https://qrgo.page.link/5bw5P
Análise geográfica na economia mundial 15
A. A. D. Dos circuitos da economia urbana aos circuitos espaciais de produção. Natal: Sebo
Vermelho, 2017.
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dade_social. Acesso em: 10 dez. 2019.
GONÇALVES, R. Globalização econômica. In: GONÇALVES, R. O nó econômico. Rio de
Janeiro: Record, 2002. (Coleção Os porquês da desordem mundial).
FIRKOWSKI, O. L. C. F. A nova divisão internacional do trabalho e o surgimento dos
NIC's. Geografia (Londrina), v. 6, p. 101-107, 1990. Disponível em: http://www.uel.br/
revistas/uel/index.php/geografia/article/viewFile/9901/8711. Acesso em: 10 dez. 2019.
LISTA de países por consumo de eletricidade. 2019. Disponível em: https://pt.wikipedia.
org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_por_consumo_de_eletricidade. Acesso em: 10
dez. 2019.
LISTA de países por índice de desenvolvimento humano. 2019. Disponível em: https://
pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_por_%C3%8Dndice_de_Desenvolvi-
mento_Humano. Acesso em: 10 dez. 2019.
MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL). Disponível em: http://www.mercosul.gov.
br/. Acesso em: 10 dez. 2019.
MERCOSUR map. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mercosur-
-map.svg. Acesso em: 10 dez. 2019.
MLUCK28. First, second, and third. 2015. Disponível em: https://maddieluck1107.wordpress.
com/2015/01/20/first-second-third/. Acesso em: 10 dez. 2019.
MOREIRA, R. A geografia do espaço-mundo: conflitos e superações no espaço do capital.
Rio de Janeiro: Consequência, 2016.
NUNES, V.; HESSEL, R. Com alta de 1% na comparação anual, PIB brasileiro sai da lan-
terna global. Correio Brasiliense, 29 ago. 2019. Economia. Disponível em: http://blogs.
correiobraziliense.com.br/vicente/com-alta-de-1-na-comparacao-anual-pib-brasileiro-
-sai-da-lanterna-global/. Acesso em: 10 dez. 2019.
PENA, R. A. O que é bloco econômico? Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-
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PORTO-GONÇALVES, C. W. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio
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SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp,
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SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal.
4. ed. São Paulo: Record, 2001.
TOMAZETTE, M. Os desafios impostos pela globalização econômica. Revista de Infor-
mação Legislativa, v. 48, n. 189, jan./mar. 2011. Disponível em: https://www12.senado.
Análise geográfica na economia mundial 17
Leitura recomendada
ALBUQUERQUE, M. C. C. Divisão internacional do trabalho. Lua Nova – Revista de Cultura
e Política, v. 11, n. 13, p. 95-103, set. 1987. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ln/
n13/a11n13.pdf. Acesso em: 10 dez. 2019.
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GEOGRAFIA
ECONÔMICA
Introdução
Cada país possui características específicas. Em relação à economia,
as propriedades essenciais dizem respeito aos tipos de produção, ao
comportamento no mercado internacional, à intervenção do governo,
entre outras. No caso do Brasil, desde o período colonial, o produto
interno bruto (PIB) é baseado, sobretudo, na agroexportação. Ao longo
da história do País, o PIB foi definido em diversos ciclos econômicos,
com destaques para diferentes produtos, de acordo com a demanda
de exportação do período.
Neste capítulo, você vai estudar a geografia econômica brasileira,
conhecendo as características da economia regional, as exportações e
importações do País. Além disso, você vai ler sobre os motivos que levam
o mercado externo a optar pela agropecuária do Brasil.
Países agroexportadores
(América Latina) Países Centrais
economia do País. Depois da crise na economia, o café não era mais o produto
principal. No entanto, até 1956, a produção agrícola continuou superior à
produção industrial e, apenas em 1970, a exportação cresceu.
Essa crise dos anos 1930 foi extremamente importante, pois caracteri-
zou uma ruptura no desenvolvimento na economia do Brasil. A fragilização
do modelo agroexportador alavancou a consciência sobre a necessidade da
industrialização como forma de superar o subdesenvolvimento. Esse fato
marcou o momento em que a industrialização passou a ser meta prioritária
da política econômica. Além disso, destaca-se a Comissão Econômica para
a América Latina e o Caribe (CEPAL) ([200–?]), que, desde 1948, contribui
para o debate da economia e da sociedade latino-americana e caribenha,
apresentando alertas, ideias e propostas de políticas públicas. Essa comissão
tem o objetivo de contribuir com o desenvolvimento econômico da América
Latina, coordenar as ações encaminhadas à sua promoção e reforçar as relações
econômicas dos países entre si e com as outras nações do mundo, entendendo
que a industrialização poderia levar à diminuição da pobreza.
De acordo com Gremaud (2017), a urbanização e a industrialização do
País tiveram parte de sua origem na irradiação do setor cafeeiro, no início do
século XX. Isso ocorreu especialmente depois da transição para o trabalho
assalariado, que é um processo produtivo com efeito multiplicador maior que
a economia escrava, pois atinge um maior número de pessoas e possibilita
a liberdade em forma de lei. Esses outros setores, porém, possuíam menor
nível de produtividade e eram incapazes de conferir dinamismo à economia
brasileira, pelo menos até as primeiras décadas do século XX.
Os responsáveis pelas políticas econômicas no Brasil, após o movimento
militar de 1964, criaram um novo sistema para a política agrícola brasileira,
que objetivava desenvolver um amplo processo de modernização promovendo o
crescimento da produtividade do setor. Porém, entre 1968 e 1973, os governos
de Costa e Silva e Médici, além do Ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto,
caracterizou-se pelas maiores taxas de crescimento do produto brasileiro na
história recente, com relativa estabilidade de preços.
O período que abrange o pós-guerra e meados dos anos 1970 é conhecido
como os trinta anos gloriosos da economia capitalista. Isso porque, nos anos
1950, iniciaram os milagres econômicos na Alemanha e no Japão. Já nos anos
1960, foi a vez de Espanha e Formosa, entre outros, onde houve a manutenção
de altas taxas de crescimento por vários anos, o que refletia o grande cresci-
mento apresentado por toda a economia mundial nesse período. Esse processo
acarretou elevado crescimento dos fluxos mundiais de comércio e de capitais
financeiros, que possibilitou um salto industrial, inclusive em alguns países
Análise geográfica na economia brasileira 5
Figura 3. Participação (%) regional no valor adicionado bruto nacional a preço básico
(1985 e 2000).
Fonte: Monteiro e Lima (2017, documento on-line).
https://qrgo.page.link/QDxwJ
Figura 5. Participação (%) dos principais setores agrícolas nacionais no valor das exportações
agrícolas brasileiras (2002–2008).
Fonte: Feijó (2011, p. 206).
Figura 6. Participação em valor (%) dos principais países (blocos) no destino das exportações
agrícolas brasileiras (2002–2008).
Fonte: Feijó (2011, p. 207).
Categorias de uso 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996
Bens de consumo 2,80 3,40 4,50 2,80 3,90 4,90 7,30 7,10
não duráveis
Bens de consumo 7,20 8,90 12,30 8,40 11,20 11,10 14,80 16,50
duráveis
Bens de capital 11,10 19,80 33,30 21,60 25,90 32,60 47,70 61,50
Média da indústria 4,30 6,00 8,10 6,10 8,30 10,20 14,60 15,60
Gremaud (2017) destaca que o Plano Real se valeu dessa abertura, assim
como da valorização cambial. Durante seus primeiros anos, pode-se notar,
conforme Figura 7, a deterioração da balança comercial, com o crescimento
das importações superando o das exportações. Entre 1997 e o final do século
XX, assistimos a um período de instabilidade, com problemas tanto internos,
com a consequente diminuição do impulso importador, quanto externos, com
dificuldades na demanda externa e no financiamento das exportações.
Análise geográfica na economia brasileira 17
1990 1993 1997 2001 2003 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
MERCOSUL (*) 4,1 13,9 17,4 10,9 7,8 10,2 10,8 11,0 10,3 11,2 10,8 9,4 10,2 9,1
União Europeia 30,9 25,9 28,9 25,5 24,8 22,1 25,3 23,5 22,3 21,5 20,8 20,2 19,7 18,7
Nafta 27,9 24,5 22,4 28,9 28,2 22,8 19,9 17,1 13,2 12,6 12,9 14,0 13,1 14,7
Outros países 37,1 35,7 31,3 34,7 39,3 44,9 44,0 59,4 54,4 54,7 55,5 56,4 57,0 57,5
COMIN, A. Glossário de termos de economia industrial. São Paulo: PUCSP, [200–?]. Dis-
ponível em: https://www.pucsp.br/~acomin/economes/glosglob.html. Acesso em:
15 dez. 2019.
COMISSÃO ECONÔMICA PARA A AMÉRICA LATINA E O CARIBE. Sobre a CEPAL. Santiago
do Chile: [S. n.], [200–?]. Disponível em: https://www.cepal.org/pt-br/cepal-0. Acesso
em: 15 dez. 2019.
FEIJÓ, R. L. Chaves economia agrícola e desenvolvimento rural. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
GIRARDI, E. P. Agropecuária. In: ATLAS da questão agrária brasileira. São Paulo: FAPESP,
2006. Disponível em: http://www2.fct.unesp.br/nera/atlas/agropecuaria.htm. Acesso
em: 15 dez. 2019.
GREMAUD, A. P. Economia brasileira contemporânea. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
LACERDA, A. C. et al. Economia brasileira. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
MONTEIRO, F. D. S. C.; LIMA, J. P. R. Desindustrialização regional do Brasil. Nova econo-
mia, v. 27, n. 2, 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/neco/v27n2/1980-5381-
neco-27-02-00247.pdf. Acesso em: 15 dez. 2019.
Leitura recomendada
IBGE. Atlas nacional digital do Brasil. Brasília: IBGE, 2019. Disponível em: https://www.
ibge.gov.br/apps/atlas_nacional/. Acesso em: 15 dez. 2019.
20 Análise geográfica na economia brasileira
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GEOGRAFIA
URBANA
Introdução
A população urbana apresentou grande crescimento no último século,
algo jamais visto em outro momento histórico. Compreender o cresci-
mento demográfico e as implicações da urbanização em escala planetária
é fundamental para entender o mundo contemporâneo. Além disso, é
fundamental estudar a mobilidade populacional, as aglomerações e
espaços densamente povoados, bem como entender as diversas for-
mas de sobrevivência da população para gerar um retrato adequado
da questão urbana atual.
Neste capítulo, você estudará diversos aspectos do crescimento de-
mográfico mundial, comparando a expansão da população urbana e
rural. Além disso, conhecerá as relações existentes entre a demografia e
a economia urbana, visto que todo processo de produção/consumo está
intimamente ligado à quantidade de pessoas que consomem, compram
e produzem mercadorias.
1 O crescimento demográfico
A demografia é o campo do conhecimento científico preocupado em estudar
as populações e sua distribuição, crescimento, faixa etária, taxa de natalidade,
taxa de mortalidade e outros temas ligados à quantificação populacional
(FONTANA et al., 2015).
2 A população urbana
Você sabia que vários filmes foram inspirados na teoria malthusiana. Um deles foi
Os Vingadores — Ultimato, cujo vilão Thanos, preocupado com a sustentabilidade
universal, deseja eliminar metade da população de seres vivos do universo. A
matriz teórica do pensamento do vilão é inspirada na teoria neomalthusiana
e insere elementos da sustentabilidade dos recursos naturais na ficção que foi
sucesso da Marvel.
Figura 1. Crescimento da população mundial desde o início do século XIX. O eixo vertical
representa a quantidade de pessoas, em bilhões.
Fonte: Fontanailles (2013, documento on-line).
Você sabia que no Plano Diretor Municipal é definida a Lei de Zoneamento. Essa lei é
fundamental para ordenamento do território e direciona, por meio de um instrumento
legal, aquilo que pode ou não ser construído em determinado bairro ou espaço dentro
do perímetro urbano. Os parques industriais são definidos na lei de zoneamento e geral-
mente são escolhidos em áreas de fácil escoamento de mercadorias e veículos pesados.
No link a seguir, você encontrará um ótimo artigo para se aprofundar sobre esse tema,
intitulado “Crescimento econômico e desenvolvimento urbano: por que nossas cidades
continuam tão precárias?”
https://qrgo.page.link/S8k2x
3 Migrações internas
As migrações permearam a história da humanidade, desde os povos nômades
na pré-história até os dias atuais. Vários são os fatores que impulsionam o
deslocamento de pessoas. A esse respeito, é preciso conceituar dois tipos de
migração: a espontânea e a forçada.
A migração espontânea ocorre quando um migrante resolve se deslocar de
um lugar para o outro em busca de aperfeiçoamento, estudo ou oportunidade
de emprego. Já a migração forçada ocorre por fatores extremos como: guerra
civil, perseguições religiosas, desastres naturais, etc., que forçam o sujeito a
migrar (GONÇALVES, 2001; CORIOLANO; FERNANDES, 2012).
Essas migrações podem ocorrer de um país para o outro ou mesmo inter-
namente a determinado território. Regiões que recebem populações oriundas
de vários outros lugares são regiões atrativas. Isso ocorre devido à oferta de
empregos, à qualidade de vida oferecida em determinado local, entre outros
motivos. Já as regiões ou lugares que sofrem com perda de população são
áreas repulsivas. Isso pode ocorrer devido a crises econômicas, guerras,
perseguições, ausência de serviços, empregos e oportunidades, violência,
entre outros (LISBOA, 2008).
Mesmo as migrações internas podem ter diversas características, como a
migração fixa indeterminada, migração temporária, migração sazonal, além
A população urbana 13
Leituras recomendadas
HARVEY, D. A condição pós-moderna. 17 ed. São Paulo: Edições Loyola, 1992.
MARICATO, E. Metrópole, legislação e desigualdade. Estudos Avançados, v, 17, n. 48,
p. 151–167, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v17n48/v17n48a13.pdf.
Acesso em: 17 jan. 2020.
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GEOGRAFIA
URBANA
Introdução
Ao mesmo tempo em que trouxe progresso e maior dinamismo para as
redes urbanas, além da ampliação do acesso das pessoas a uma série
de serviços e produtos, a globalização também promoveu a estagnação
dos centros que não se adaptaram à nova realidade. Além disso, a glo-
balização provocou ainda uma série de mudanças no modo de vida da
população urbana. Com o mundo globalizado, as pessoas passaram a ter
acesso a uma série de benefícios culturais, como músicas, livros, hábitos,
alimentação, entre outros. Ao mesmo tempo, lugares mais globalizados,
como as grandes metrópoles, perderam algumas características locais,
tornando-se tão globalizadas a ponto de serem “mais do mesmo”.
Neste capítulo, você verá como o processo de globalização foi um dos
responsáveis pela promoção de uma série de mudanças na organização
das cidades, nas suas relações hierárquicas e nos fluxos de bens, serviços,
capitais, produtos e pessoas, provocando impactos positivos e negativos
nos centros urbanos.
As cidades e a globalização
A globalização pode ser definida como um processo que visa a integração
dos mercados financeiro, bens e serviços, indústrias, comércios, tecnologias
2 Globalização, cultura e cidades mundiais
Até a década de 1980, a hierarquia urbana era baseada em uma relação de subordinação
entre as cidades que estavam mais abaixo e aquelas que estavam no topo. Era uma
relação vertical, em que uma cidade só se relacionava com o imediatamente acima
ou abaixo na hierarquia urbana (CORRÊA, 1989).
No Brasil, nessa nova relação entre os centros urbanos, a cidade de Vitória, no Espírito
Santo, pode se relacionar diretamente com a cidade de São Paulo. Isso significa que
podem ser estabelecidas relações entre cidades pequenas de uma rede urbana com
cidades de outros portes (pequeno, médio ou grande) e de outras redes urbanas, sem
que haja a intermediação das cidades que estão em situação hierárquica superior
(IBGE, 2008).
A localização das matrizes das grandes corporações, dos centros de decisão dos
grandes bancos e das empresas industriais ou de serviços que funcionam em escala
mundial confere a um pequeno número de grandes cidades um papel fundamental
na nova organização dos territórios, já que tais locais são escolhidos de acordo com
uma série de atributos, que mudam de acordo com o contexto histórico.
Muitas vezes, parte-se do pressuposto de que o maior contato entre as nações levará
a uma cultura global. Entretanto, à medida que os países se uniram cada vez mais
em configurações rígidas, de nações competitivas, eles acabaram preservando e
desenvolvendo identidades culturais distintas. A cultura é um modelo integrado de
valores comuns a um determinado grupo, os quais, ao serem misturados com outros
elementos culturais, também serão únicos naquele contexto. Dessa forma, a ordem
global acaba também por gerar uma diversidade cultural, pois as determinações do
todo e as interações locais ocorrem de maneiras diferentes para cada lugar.
Por sua vez, os centros sub-regionais são os centros urbanos que apresen-
tam atividades de gestão menos complexas e com área de influência mais
reduzida. Esse nível é composto por aproximadamente 169 centros urbanos,
subdivididos em dois níveis:
Figura 2. A cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, apresenta uma população, de acordo com
o censo do IBGE de 2010, de aproximadamente 71 mil habitantes, sendo então classificada
como um centro sub-regional B.
Fonte: Fred S. Pinheiro/Shutterstock.com.
https://cidades.ibge.gov.br/
Figura 3. Por meio das luzes das cidades, é possível observar as aglomerações urbanas nos
Estados Unidos e perceber as áreas mais concentradas.
Fonte: Jayjune69/Shutterstock.com.
CARLOS, A. F. A.; SANTOS, C. S.; ALVAREZ, I. P. (Org.). Geografia urbana crítica: teoria e
método. São Paulo: Contexto, 2018.
CORRÊA, R. L. O espaço urbano. São Paulo: Ática, 1989.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Regiões de influência das cidades
2007. Rio de Janeiro: IBGE, 2008.
ROCHEFORT, M. Cidades e globalização. Mercartor — Revista de Geografia da UFC, v.1,
n.2, p. 7–11, 2002.
SANTOS, M. Manual de geografia urbana. 3. ed. São Paulo: EDUSP, 2008.
SPOSITO, M. E. B. Novas redes urbanas: cidades médias e pequenas no processo de
globalização. Geografia, v. 35, n. 1, p. 51–62, jan./abr. 2010.
Leituras recomendadas
LEFEBVRE, H. A revolução urbana. Belo Horizonte: UFMG, 1999.
SANTOS, M. A urbanização brasileira. 5. ed. São Paulo: EDUSP, 2009.
Globalização, cultura e cidades mundiais 17
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GEOGRAFIA DO
BRASIL
Geografia econômica
do Brasil
Letícia Roberta Amaro Trombeta
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
A geografia econômica é uma vertente da geografia humana que estuda as trans-
formações geográficas provocadas pela localização, organização e distribuição das
atividades econômicas, além de como a economia afeta e modifica a natureza e a
sociedade. No Brasil, a dinâmica econômica é bastante diversa em seu território,
sobretudo por sua dimensão continental, o que torna as atividades econômicas
diferenciadas em cada estado ou região.
O sistema econômico brasileiro apresenta características importantes, que
refletem condições históricas da sua organização, sendo pautado na lógica dos
juros do sistema financeiro vigente no país. No âmbito da economia, além disso,
não podemos deixar de pensar na produção de energia do país, como é consumida
e quais são suas potencialidades e fragilidades de desenvolvimento, já que é base
para a produção de materiais e serviços.
Neste capítulo, você vai estudar como está estruturado o sistema econômico
brasileiro e a influência dos aspectos informacionais na atualidade, além de
conhecer as principais atividades econômicas regionais e a produção de energia
no Brasil.
2 Geografia econômica do Brasil
A exploração do Brasil […] foi uma empresa concebida nos mesmos termos do
Império das Índias: como um simples empreendimento comercial. As necessida-
des da colonização mudarão, entretanto, a fisionomia externa da nova empresa.
Essa mudança, porém, afetará apenas a roupagem exterior. O sentido de empresa
comercial se conservará bem marcado. Esse sentido, que será o da evolução
econômica da colônia, presidirá a formação da sociedade. A análise da economia
colonial é tão importante para a compreensão da economia brasileira quanto a da
formação histórica de Portugal para compreender-se a razão de ser das grandes
expedições e o sentido que tomou a empresa de colonização.
[…] o fator dinâmico principal, nos anos que se seguem à crise, passa a ser, sem
nenhuma dúvida, o mercado interno. A produção industrial, que se destinava em
sua totalidade ao mercado interno, sofre durante a depressão uma queda de
menos de dez por cento, e já em 1933 recupera o nível de 1929. […] Algumas das
indústrias de maior vulto instaladas no país, na depressão, o foram com equipa-
mentos provenientes de fábricas que haviam fechado suas portas em países mais
fundamente atingidos pela crise industrial.
[…] é preciso que o devedor não fique endividado a ponto de tender a se tornar
insolvente, e assim arriscar os créditos dos rentistas. O superávit primário de 4,5%
foi calculado para que essa finalidade seja atingida. Se o objetivo fosse utilizar
a política fiscal para combater a inflação, a meta fiscal deveria variar de acordo
com o ciclo econômico, reduzindo o superávit quando a economia desaquece, e
aumentando-o quando a demanda agregada pressionasse os preços, mas esta
prática também está fora da agenda (BRESSER-PEREIRA, 2005, documento on-line).
Economia informacional
A evolução da tecnologia e da informática permitiu também mudanças na
economia global, as quais refletiram na organização econômica do Brasil,
já que nosso país está inserido na ordem mundial capitalista. Para Castells
(1999, p. 210):
[…] nossas linguagens são nossos meios de comunicação. Nossos meios de co-
municação são nossas metáforas. Nossas metáforas criam o conteúdo de nossa
cultura. Como a cultura é mediada e determinada pela comunicação, as próprias
culturas, isto é, nossos sistemas de crença e códigos historicamente produzidos
são transformados de maneira fundamental pelo novo sistema tecnológico e o
serão ainda mais com o passar do tempo.
mais focado nas capitais, como Manaus, Belém e Rio Branco. A atividade
industrial está concentrada na Zona Franca de Manaus (Amazonas), com a
produção de eletrodomésticos, e no Distrito Industrial de Belém (Tocantins),
com características de indústria tradicional, como moveleira, alimentícia, têxtil
e química. As indústrias em ambas as regiões foram atraídas por incentivos
fiscais na década de 1990.
Na região Sudeste, onde a maior parte do PIB brasileiro está concentrado,
destacam-se os setores industriais, de comércio e serviços e a agropecuá-
ria. Dessa região, não se pode deixar de salientar a importância das redes
de transporte no desenvolvimento das atividades econômicas (rodoviária,
ferroviária, aérea, portuária e hidroviária), que cumprem papel fundamental
no escoamento da produção, formando o dinamismo do desenvolvimento
econômico do Sudeste. A agropecuária tem uma produção moderna, com
tecnologias nos seus processos, principalmente nas culturas de cana-de-
-açúcar, café, laranja e batata. O comércio é outro setor de destaque, facilitado
pela infraestrutura da região e pela grande concentração de pessoas. Além
disso, a cidade de São Paulo, por exemplo, concentra as sedes de centenas de
multinacionais e a Bolsa de Valores brasileira, a mais importante da América
Latina, responsável pelas negociações do mercado financeiro.
Por conta da concentração dos principais portos brasileiros e de uma
rede de transportes com boa infraestrutura na região Sudeste, foi possível
impulsionar o desenvolvimento de várias indústrias e agroindustriais mo-
dernas e diversificadas. A concentração industrial ocorreu no Brasil a partir
de 1930 na região do ABC paulista (nas cidades de Santo André, São Bernardo
do Campo e São Caetano), com indústrias metalúrgicas e, posteriormente,
automobilísticas, surgindo a principal área de industrialização brasileira. Na
região do interior de São Paulo, também existe uma certa concentração indus-
trial, em razão dos fluxos de transporte, sobretudo rodoviário e ferroviário.
Também se destacam a região do Vale do Aço, na Região Metropolitana do
Rio de Janeiro, e o Quadrilátero Ferrífero, na região de Belo Horizonte/MG,
com siderúrgicas, metalúrgicas e mineradoras. A região de Vitória/ES também
concentra indústrias, principalmente de processamento de minérios. Além
disso, a região Sudeste tem grandes empresas e indústrias de tecnologia e
produção aeronáutica, como a Embraer.
Na região Sul existe uma predominância da agropecuária e uma parte
importante dos setores industrial, de comércio e serviços, sendo a região
que concentra o segundo maior PIB do Brasil. Além disso, abriga as principais
agroindústrias do país, como Sadia e Perdigão. A agropecuária é moderna, com
tecnologias, produção diversificada e destaque para soja, milho, trigo, arroz,
12 Geografia econômica do Brasil
Referências
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ANPEC-Sul-A1-07-crescimento_desenvolvime.pdf. Acesso em: 29 jan. 2021.
Geografia econômica do Brasil 17
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar a dinâmica econômica e financeira atual, com base
na atuação das grandes corporações, e a dinâmica social e produtiva, a partir das
ações dos organismos internacionais. Além disso, vai conhecer as características
da fase do capitalismo financeiro, o papel das corporações e exemplos das es-
tratégias de internacionalização, inovação, fusão e aquisição dessas empresas.
Também serão tratadas questões sobre investimentos e aplicações produtivas
e financeiras (desembolsos e empréstimos) feitos por organismos internacio-
nais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), nos países
subdesenvolvidos/em desenvolvimento e nos países emergentes. Por fim, você
vai ver as implicações e os desdobramentos sociais e econômicos dessas ações
nesses países.
2 Corporações e organismos internacionais
quando têm sócios e donos de vários países, com destaque para os países
desenvolvidos e altamente industrializados (FRANCISCO, [202-?]).
As corporações, por meio de estratégias de marketing poderosas, atuam
na divulgação incessante de suas marcas, impulsionando a criação e a manu-
tenção de uma sociedade de consumo, ou seja, de um ambiente que demanda,
a todo momento, a aquisição de bens de consumo. É possível apontar nomes
e marcas de grandes empresas de vários tipos e segmentos setoriais; veja a
seguir alguns exemplos.
Referências
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todamateria.com.br/capitalismo-financeiro/. Acesso em: 14 fev. 2021.
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1997. (Coleção Os Economistas).
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Leitura recomendada
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-em-2020/. Acesso em: 14 fev. 2021.
10 Corporações e organismos internacionais
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Os acordos comerciais celebrados ao longo de décadas, principalmente após a
Segunda Guerra Mundial, foram os precursores da formação dos blocos econômi-
cos. Os blocos econômicos ou blocos regionais visam à facilitação das transações
comerciais e da livre circulação de bens, produtos, serviços, pessoas e capitais
entre os países do bloco.
Com o avanço do capitalismo e do processo de globalização, a formação de
blocos econômicos tornou-se ainda mais intensa, especialmente para facilitar o
acesso das grandes corporações aos mercados emergentes, com destaque para os
países periféricos. Os blocos econômicos, portanto, apresentam aspectos positivos,
como a livre circulação de produtos, serviços e pessoas, mas também há aspectos
negativos, como a interdependência dos mercados. Ao mesmo tempo que essa
interdependência cria um ambiente favorável ao desenvolvimento econômico,
também aumenta a vulnerabilidade dos membros às crises.
Neste capítulo, você vai estudar de que modo ocorreu a estruturação dos
blocos econômicos a partir de 1991, articulando as informações sobre os primeiros
movimentos para a implementação de acordos regionais, bem como suas conse-
2 A geografia dos blocos econômicos
quências nos dias atuais. Além disso, você vai ler sobre as relações de produção,
capital e trabalho inerentes aos blocos e sobre a forma como a condução dos blocos
regionais interfere nesses elementos, positiva e negativamente. Por fim, você vai
examinar a relação de interdependência dos mercados físicos e financeiros e os
impactos desse processo para os países-membros e o mercado de forma geral.
Figura 1. A queda do Muro de Berlim, em 1989, representou o fim da era comunista e socialista
na Europa.
Fonte: Bensch (2019, documento on-line).
Referências
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16 A geografia dos blocos econômicos
Leituras recomendadas
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HAESBAERT, R. (org.). Globalização e fragmentação do mundo contemporâneo. Rio de
Janeiro: Eduff, 1998.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
O capitalismo permanece como sistema econômico hegemônico e único em quase
todas as nações, desde sua estruturação no século XVIII, na fase do capitalismo
industrial. Esse sistema visa à acumulação de capital e ao lucro. O consumo é
incentivado para aumentar a produção e a fabricação de itens diversos.
No sistema capitalista de produção, há uma clara divisão de classe social
entre os proprietários dos meios de produção e os trabalhadores, cada vez mais
segmentada pela desigualdade de distribuição de renda. Isso porque a remu-
neração do trabalhador é muito menor do que vale sua força de trabalho, e os
grandes proprietários dos meios de produção, por sua vez, lucram com essa força
de trabalho.
2 Os grupos industriais como agentes ativos da mundialização financeira
A atual fase desse sistema pode ser definida, de acordo com Chesnais (1996),
como mundialização do capital. Novas estratégias são utilizadas para sua ma-
nutenção, tendo como determinantes o mercado financeiro e os grandes grupos
industriais, constituídos por aglomerados de empresas. Neste capítulo, você vai
estudar esses grupos industriais, como atuam no mercado financeiro e como
utilizam a especulação financeira e a dinâmica cambial para promover ações
que os beneficiem.
Apesar de ser notória a expansão das finanças e cada vez mais central a
posição ocupada pela fração financeira do capital na acumulação e na valo-
rização capitalistas na fase de mundialização, não há uma clivagem absoluta
entre as esferas produtiva/industrial e financeira; ao contrário, tais esferas
encontram-se imbricadas. De acordo com Chesnais (1998, p. 68),
[…] o modo de produção capitalista irá tomar como fios condutores para sua re-
estruturação e manutenção de poder a “integração das economias mundiais”, que
se convencionou chamar de globalização, e a “reestruturação das componentes
de produção”, que vão incluir a força de trabalho e o processo produtivo. Ambos
passam a estar inseridos em uma informatização e automação crescentes.
Os grupos industriais como agentes ativos da mundialização financeira 11
Referências
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