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Concurso Nacional Unificado

CNU
Bloco 8 - Nível Intermediário

NV-012JN-24-CNU-BLOCO-8-NIV-INTERM

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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................11
COMPREENSÃO DE TEXTOS.............................................................................................................. 11

A ORGANIZAÇÃO TEXTUAL DOS VÁRIOS MODOS DE ORGANIZAÇÃO DISCURSIVA................. 13

COERÊNCIA E COESÃO....................................................................................................................... 17

ORTOGRAFIA....................................................................................................................................... 21

CLASSE, ESTRUTURA, FORMAÇÃO E SIGNIFICAÇÃO DE VOCÁBULOS....................................... 24

DERIVAÇÃO........................................................................................................................................................26

COMPOSIÇÃO....................................................................................................................................................27

Linguagem Figurada......................................................................................................................................28

A ORAÇÃO E SEUS TERMOS.............................................................................................................. 28

A ESTRUTURAÇÃO DO PERÍODO...................................................................................................... 34

AS CLASSES DE PALAVRAS: ASPECTOS MORFOLÓGICOS, SINTÁTICOS E


ESTILÍSTICOS...................................................................................................................................... 36

PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 56

REDAÇÃO DISCURSIVA...................................................................................................69
INTRODUÇÃO À REDAÇÃO DISCURSIVA.......................................................................................... 69

NOÇÕES DE DIREITO........................................................................................................97
DIREITO E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS
E COLETIVOS....................................................................................................................................... 97

DIREITO À VIDA, À LIBERDADE, À IGUALDADE, À SEGURANÇA E À PROPRIEDADE....................................97

GARANTIAS CONSTITUCIONAIS INDIVIDUAIS E GARANTIAS DOS DIREITOS COLETIVOS,


SOCIAIS E POLÍTICOS.....................................................................................................................................108

DIREITOS SOCIAIS ..........................................................................................................................................111

NACIONALIDADE.............................................................................................................................................120

Cidadania......................................................................................................................................................123

A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ARTIGOS DE 37 A 41,


DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988) .........................................................................................125

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DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS ...............................................139

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO...............................................................................140

ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA..........................................................................................................144

AGENTES PÚBLICOS ........................................................................................................................152

REGIME JURÍDICO ÚNICO (LEI Nº 8.112/1990 E SUAS ALTERAÇÕES).......................................................153

PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO.............................................154

PODERES, DEVERES E PRERROGATIVAS......................................................................................................156

REGIME DISCIPLINAR ....................................................................................................................................161

Direitos e Vantagens....................................................................................................................................161

CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICOS.....................................................................................................162

RESPONSABILIDADE CIVIL, CRIMINAL E ADMINISTRATIVA .....................................................................163

PODERES ADMINISTRATIVOS ........................................................................................................166

USO E ABUSO DO PODER................................................................................................................................166

PODER REGULAMENTAR................................................................................................................................167

PODER HIERÁRQUICO ....................................................................................................................................167

PODER DISCIPLINAR ......................................................................................................................................168

PODER DE POLÍCIA .........................................................................................................................................169

ATO ADMINISTRATIVO ....................................................................................................................170

VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE.........................................................................................................172

ATRIBUTOS .....................................................................................................................................................174

EXTINÇÃO, DESFAZIMENTO E SANATÓRIA ..................................................................................................176

CLASSIFICAÇÃO .............................................................................................................................................176

Eficácia e Validade.......................................................................................................................................177

ESPÉCIES E EXTERIORIZAÇÃO ......................................................................................................................178

SERVIÇOS PÚBLICOS: CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE .......179

DELEGAÇÃO: CONCESSÃO, PERMISSÃO, AUTORIZAÇÃO ..........................................................................185

CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO .......................................................188

CONTROLE ADMINISTRATIVO ......................................................................................................................191

CONTROLE LEGISLATIVO ..............................................................................................................................193

CONTROLE JUDICIAL......................................................................................................................................195
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RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO .......................................................................................................195

SANÇÕES APLICÁVEIS AOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


(LEI Nº 8.429/1992 E SUAS ALTERAÇÕES) ...................................................................................201

LEI DO PROCESSO ADMINISTRATIVO (LEI Nº 9.784/1999 E SUAS ALTERAÇÕES) ..................217

MATEMÁTICA.................................................................................................................... 231
CONJUNTOS NUMÉRICOS: NATURAIS, INTEIROS, RACIONAIS E REAIS...................................231

NÚMEROS NATURAIS.....................................................................................................................................231

MÚLTIPLOS E DIVISORES...............................................................................................................................234

POTÊNCIAS E RAÍZES.......................................................................................................................234

SISTEMAS DE UNIDADES DE MEDIDAS..........................................................................................238

COMPRIMENTO...............................................................................................................................................238

MASSA.............................................................................................................................................................239

ÁREA.................................................................................................................................................................239

VOLUME...........................................................................................................................................................239

TEMPO..............................................................................................................................................................239

RAZÃO E PROPORÇÃO.....................................................................................................................239

REGRA DE TRÊS SIMPLES E REGRA DE TRÊS COMPOSTA..........................................................................243

PORCENTAGEM...............................................................................................................................................247

JUROS SIMPLES E JUROS COMPOSTOS......................................................................................................249

EQUAÇÃO DO 1º GRAU.....................................................................................................................252

EQUAÇÃO DO 2º GRAU.....................................................................................................................252

SISTEMAS DE EQUAÇÕES................................................................................................................253

EQUAÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS.............................................................................255

FUNÇÕES...........................................................................................................................................255

AFINS................................................................................................................................................................258

QUADRÁTICAS.................................................................................................................................................259

EXPONENCIAIS................................................................................................................................................261

LOGARÍTMICAS...............................................................................................................................................262

PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E GEOMÉTRICAS.........................................................................262


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ANÁLISE COMBINATÓRIA...............................................................................................................266

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM.................................................................................................266

PERMUTAÇÃO.................................................................................................................................................267

ARRANJO.........................................................................................................................................................267

COMBINAÇÃO..................................................................................................................................................268

PROBABILIDADE...............................................................................................................................269

ESTATÍSTICA BÁSICA......................................................................................................................272

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DADOS REPRESENTADOS EM TABELAS E GRÁFICOS..........................272

MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL..............................................................................................................274

Média............................................................................................................................................................274
Mediana........................................................................................................................................................274
Moda.............................................................................................................................................................275

GEOMETRIA PLANA.........................................................................................................................275

POLÍGONOS E ÁREAS......................................................................................................................................275

PERÍMETROS...................................................................................................................................................278

CIRCUNFERÊNCIA E CÍRCULO........................................................................................................................278

TEOREMA DE PITÁGORAS..............................................................................................................................278

TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO..........................................................................................279

GEOMETRIA ESPACIAL: ÁREAS E VOLUMES.................................................................................280

PRISMA............................................................................................................................................................280

PIRÂMIDE.........................................................................................................................................................280

CILINDRO..........................................................................................................................................................280

CONE.................................................................................................................................................................281

ESFERA.............................................................................................................................................................281

REALIDADE BRASILEIRA.............................................................................................. 289


FORMAÇÃO DO BRASIL CONTEMPORÂNEO.................................................................................289

DA INDEPENDÊNCIA À REPÚBLICA...............................................................................................................289

PRIMEIRA REPÚBLICA: ELITE AGRÁRIA E A POLÍTICA DA ECONOMIA CAFEEIRA...................................292

O ESTADO GETULISTA....................................................................................................................................292

DEMOCRACIA E RUPTURAS DEMOCRÁTICAS NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX............................294


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A Redemocratização e a Busca Pela Estabilidade Econômica..................................................................296

HISTÓRIA DOS NEGROS NO BRASIL: LUTA ANTIRRACISTA, CONQUISTAS LEGAIS


E DESAFIOS ATUAIS.........................................................................................................................300

HISTÓRIA DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL: LUTA POR DIREITOS E


DESAFIOS ATUAIS............................................................................................................................301

DINÂMICA SOCIAL NO BRASIL: ESTRATIFICAÇÃO, DESIGUALDADE E


EXCLUSÃO SOCIAL...........................................................................................................................303

MANIFESTAÇÕES CULTURAIS, MOVIMENTOS SOCIAIS E GARANTIA DE DIRETOS DAS


MINORIAS..........................................................................................................................................304

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CONCENTRAÇÃO DA RENDA E RIQUEZA..........................310

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MEIO AMBIENTE.............................................................311

BIOMAS BRASILEIROS: USO RACIONAL, CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO............................312

MATRIZ ENERGÉTICA......................................................................................................................312

FONTES RENOVÁVEIS E NÃO RENOVÁVEIS..................................................................................................312

MUDANÇA CLIMÁTICA...................................................................................................................................313

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA..............................................................................................................................318

POPULAÇÃO: ESTRUTURA, COMPOSIÇÃO E DINÂMICA.............................................................319

DESENVOLVIMENTO URBANO BRASILEIRO: REDES URBANAS..................................................322

METROPOLIZAÇÃO, INFRAESTRUTURA URBANA E SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL..............................323

CRESCIMENTO DAS CIDADES E PROBLEMAS URBANOS............................................................................324

DESENVOLVIMENTO RURAL BRASILEIRO: ESTRUTURA E CONCENTRAÇÃO FUNDIÁRIA -


RELAÇÃO DE TRABALHO NO CAMPO............................................................................................325

SISTEMAS PRODUTIVOS.................................................................................................................326

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DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Os direitos e deveres individuais e coletivos encon-


tram-se elencados no art. 5º, da Constituição:

NOÇÕES DE DIREITO Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei-
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviola-
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
DIREITO E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS: DIREITOS E DEVERES Conforme prevê o art. 5º, da CF, de 1988, todos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer nature-
INDIVIDUAIS E COLETIVOS za, garantindo aos brasileiros direito à vida, à liberda-
de, à igualdade, à segurança e à propriedade.
DIREITO À VIDA, À LIBERDADE, À IGUALDADE, À
SEGURANÇA E À PROPRIEDADE
Princípio da Igualdade entre Homens e Mulheres
Com forte expressão no pós-guerra, os direitos e
Art. 5º […]
garantias fundamentais, apesar de seu teor sensivelmen-
I - homens e mulheres são iguais em direitos e
te constitucional, são interdisciplinares e se relacionam obrigações, nos termos desta Constituição;
a todos os ramos do direito. Diz-se isso, pois, pautados
na busca de justiça e paz social, aqueles refletem um
Como o próprio nome diz, o princípio prega a igual-
compromisso geral do direito e da justiça de proteção e
dade de direitos e deveres entre homens e mulheres.
garantia de uma vida digna a todos os cidadãos.
O princípio da igualdade, previsto também no
Além disso, toda a legislação infraconstitucional
caput, do art. 5º, da CF, é muito importante, e, deste
também reflete, de forma geral, a preocupação com
princípio, inúmeros outros decorrem diretamente,
políticas adequadas que possam conciliar o desen-
conforme veremos a seguir.
volvimento econômico, social e cultural. De todas as
circunstâncias acima citadas, parte a interdiscipli-
z Igualdade na Lei x Igualdade Perante a Lei
naridade entre os direitos e garantias fundamentais
e outros ramos do direito, tais como o direito penal,
A igualdade na lei vincula o legislador a tratar todos
civil, trabalhista e processual.
da mesma forma ao criar as normas, já a igualdade
A amplitude temática dos direitos e garantias fun-
perante a lei significa que quem administra o Estado
damentais é uma questão de toda a seara jurídica,
também deve observar o princípio da igualdade — por
visto que a consolidação e efetivação dos direitos fun-
exemplo, o Poder Executivo ao administrar e o Poder
damentais encontram-se diretamente relacionadas à
Judiciário ao julgar. Importante frisar que o princípio
própria condição da vida humana.
da igualdade também tem efeitos aos particulares.
Os direitos fundamentais, portanto, estão localiza-
dos no Título II, da CF, de 1988, do art. 5º ao art. 17, e
estão classificados em cinco grupos: direitos individuais z Igualdade Formal x Igualdade Material
e coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade,
direitos políticos e direitos relacionados à existência, A igualdade formal, ou também chamada de
organização e participação em partidos políticos. Tam- igualdade jurídica, significa que todos devem ser
bém são classificados em três dimensões de direito, tratados da mesma forma. Já a igualdade material
pois surgiram em épocas diferentes. Vejamos: significa tratar igual os iguais e os desiguais com desi-
gualdade, na medida de suas desigualdades, ou seja, é
uma forma de proteção a certos grupos sociais, certos
DIREITOS DIREITOS DIREITOS grupos de pessoas que foram discriminadas ao longo
FUNDAMEN- FUNDAMEN- FUNDAMEN- da história do Brasil. Isso ocorre por meio das chama-
TAIS DE 1ª TAIS DE 2ª TAIS DE 3ª das ações afirmativas, que visam, por meio da políti-
DIMENSÃO DIMENSÃO DIMENSÃO ca pública, reduzir os prejuízos. Por exemplo, temos o
sistema de cotas para os afrodescendentes nas univer-
Direitos sociais, sidades públicas. Sobre o tema, o STF (Supremo Tribu-
Direitos civis e
econômicos e Fraternidade nal Federal) já se posicionou pela constitucionalidade,
políticos
culturais e a decisão foi tomada no julgamento do Recurso
Extraordinário (RE 597285), com repercussão geral,
Dito isso, é importante reafirmarmos que estes em que um estudante questionava os critérios adota-
NOÇÕES DE DIREITO

direitos e garantias não estão taxativamente expres- dos pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande
sos na Constituição Federal. Trata-se de uma matéria do Sul) para reserva de vagas1.
esparsa, consubstanciada em toda legislação nacio-
nal, inclusive infraconstitucional. Entretanto, apesar z Igualdade nos Concursos Públicos
de não se tratar de uma matéria exaustiva e taxati-
va, numerus clausus, o rol dos direitos fundamentais Tem como base o também chamado princípio da
previstos na Constituição Federal, de 1988, é exempli- isonomia, o qual deve ser rigorosamente observado
ficativo. Por isso, é importante estudarmos alguns dis- sob pena de nulidade da prova a ser realizada pelo
positivos da Carta Magna. respectivo concurso público.

1 RE 597285, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 09.05.2012, DJe 21.05.2012. 7


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Entretanto, alguns concursos exigem, por exem- dispuser obrigação alguma, é dado ao particular fazer
plo, idade, altura etc. Note que todas as exigências o que bem entender, ou seja, não havendo qualquer
contidas no edital que façam distinção entre as pes- proibição disposta em lei, o particular está livre para
soas somente serão lícitas e constitucionais desde agir, vigorando nesse ponto o princípio da autonomia
que preencham dois requisitos: da vontade.
Referente ao poder público, o conteúdo do prin-
„ deve estar previsto em lei — igualdade formal; cípio da legalidade é outro: esse tem a ideia de que
„ deve ser necessário ao cargo. o Estado se sujeita às leis e, ao mesmo tempo, de que
governar é atividade a qual a realização exige a edição
Por exemplo: concurso para contratação de agen- de leis, sendo que o poder público não pode atuar,
te penitenciário para presídio feminino com o edital nem contrário às leis, nem na ausência da lei.
constando que é permitido somente mulheres para
investidura do cargo. Vedação de Práticas de Tortura Física e Moral,
Exemplo muito comentado também é sobre a proi- Tratamento Desumano e Degradante
bição de tatuagem contida nos editais de concurso
público; sobre o tema, o STF assim entendeu (abaixo, Art. 5º […]
a tese de repercussão geral fixada): III - ninguém será submetido a tortura nem a trata-
mento desumano ou degradante;
Editais de concurso público não podem estabelecer
restrição a pessoas com tatuagem, salvo situa- São vedados a prática de tortura física e moral e
ções excepcionais, em razão de conteúdo que vio- qualquer tipo de tratamento desumano, degradante
le valores constitucionais2. ou contrário à dignidade humana realizados por qual-
quer autoridade ou até mesmo entre os próprios cida-
Entenda: tatuagem que viole os princípios cons- dãos. A proibição à tortura, cláusula pétrea de nossa
titucionais e os princípios do Estado brasileiros. Ex.: Constituição, visa resguardar o direito de uma vida
tatuagem de suástica nazista. digna. A prática da tortura é, ainda, crime inafiançá-
vel na legislação penal brasileira.
z União Estável Homoafetiva
Liberdade de Manifestação do Pensamento e
Tema muito comentado, e, em 2011, o STF se posi- Vedação do Anonimato, Visando Coibir Abusos e
cionou sobre o reconhecimento da união estável para Não Responsabilização pela Veiculação de Ideias e
casais do mesmo sexo, decisão tomada sob o argu- Práticas Prejudiciais
mento que o inciso IV, art. 3º, da CF, veda qualquer
discriminação em virtude de sexo, raça, cor e que, Art. 5º […]
nesse sentido, ninguém pode ser diminuído ou dis- IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
criminado em função de sua orientação sexual. vedado o anonimato;
“O sexo das pessoas, salvo disposição contrária, não
se presta para desigualação jurídica”, conclui-se, por- Aqui, temos consubstanciada a liberdade de
tanto, que qualquer depreciação da união estável expressão. A Constituição Federal pôs fim à censura,
homoafetiva colide, portanto, com o inciso IV, do art. tornando livre a manifestação do pensamento. Entre-
3º, da CF3. tanto, esta liberdade não é absoluta, uma vez que
deve se pautar nos princípios da justiça e do direito.
Princípio da Legalidade e Liberdade de Ação Nesse sentido, é vedada a liberdade abusiva, prejudi-
cial aos direitos de outrem, e, também, o anonimato,
Art. 5º […] de forma a coibir práticas prejudiciais sem identifica-
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de ção de autoria.
fazer alguma coisa senão em virtude de lei; A vedação constitucional ao anonimato, contudo,
não impede que uma autoridade pública, ao receber
Todo ser humano é livre e só está obrigado a fazer uma denúncia anônima, proceda com as investiga-
ou não algo que esteja previsto em lei. Deste princípio, ções preliminares, de forma a apurar os indícios de
decorre a ideia de que “não há crime sem lei anterior materialidade narrados na denúncia.
que o defina”, ou seja, a concepção de que “crime” é Cumpre ainda ressaltar que, no Brasil, a denúncia
aquilo que está expressamente previsto na lei penal. anônima é permitida. Contudo, o poder público não
O princípio da legalidade está previsto no inciso II, pode iniciar o procedimento formal tendo como base
art. 5º, da CF, e preceitua que “ninguém será obrigado única uma denúncia anônima.
a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em vir-
tude de lei”. Note que, quando se fala em princípio da
legalidade, se está falando no âmbito particular, e não IMPORTANTE!
da administração pública.
O STF considerou desnecessária a utilização de
No que tange aos particulares, o princípio da lega-
lidade quer dizer que apenas a lei possui a legitimida- diploma de jornalismo e registro profissional no
de de criar obrigações de fazer, comumente chamadas Ministério do Trabalho como condição para o
de obrigações positivas e, também, as chamadas obri- exercício da profissão de jornalista, pois tem na
gações de não fazer, conhecidas como obrigações sua essência a manifestação do pensamento.
negativas. Sendo assim, nos casos em que a lei não

2 Recurso Extraordinário 898450. Tema de Repercussão Geral. STF. Min. Luiz Fux, julgado em 17.08.2016.
8 3 STF. ADI 4277 e ADPF 132, rel. Min. Ayres Britto, julgado em 05.05.2011, DJe 06.05.2011.
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Direito de Resposta e Indenização aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem
imperativo de consciência decorrente de crença
Art. 5º […] religiosa ou de convicção filosófica ou política, para
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional se eximirem de atividades de caráter essencialmen-
ao agravo, além da indenização por dano material, te militar.
moral ou à imagem; § 2º Entende-se por Serviço Alternativo o exercício de
atividades de caráter administrativo, assistencial,
De acordo com o inciso acima, o direito de respos- filantrópico ou mesmo produtivo, em substituição
ta, associado à indenização por dano material, moral às atividades de caráter essencialmente militar.
§ 3º O Serviço Alternativo será prestado em
ou à imagem, é assegurado às pessoas físicas e jurídi-
organizações militares da ativa e em órgãos de
cas quando estas, por meio dos canais midiáticos de
formação de reservas das Forças Armadas ou
comunicação, recebem ofensas a:
em órgãos subordinados aos Ministérios Civis,
mediante convênios entre estes e os Ministérios
z sua honra; Militares, desde que haja interesse recíproco e,
z sua reputação; também, sejam atendidas as aptidões do convocado.
z seu conceito; § 4º O Serviço Alternativo incluirá o treinamento
z seu nome; para atuação em áreas atingidas por desastre, em
z sua marca; situação de emergência e estado de calamidade,
z sua imagem etc. executado de forma integrada com o órgão federal
responsável pela implantação das ações de prote-
Liberdade Religiosa e de Consciência ção e defesa civil. (Incluído pela Lei nº 12.608, de
2012)
Art. 5º […] § 5º A União articular-se-á com os Estados e o
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de Distrito Federal para a execução do treinamento a
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cul- que se refere o § 4º deste artigo. (Incluído pela Lei
tos religiosos e garantida, na forma da lei, a prote- nº 12.608, de 2012)
ção aos locais de culto e a suas liturgias; Art. 4º Ao final do período de atividade previsto no
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de § 2º do art. 3º desta lei, será conferido Certificado
assistência religiosa nas entidades civis e militares de Prestação Alternativa ao Serviço Militar Obriga-
de internação coletiva; tório, com os mesmos efeitos jurídicos do Certifica-
VIII - ninguém será privado de direitos por moti- do de Reservista.
vo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou § 1º A recusa ou cumprimento incompleto do Ser-
política, salvo se as invocar para eximir-se de obri- viço Alternativo, sob qualquer pretexto, por motivo
gação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir de responsabilidade pessoal do convocado, implica-
prestação alternativa, fixada em lei; rá o não-fornecimento do certificado corresponden-
te, pelo prazo de dois anos após o vencimento do
período estabelecido.
O Estado brasileiro é laico, ou seja, não se apoia
§ 2º Findo o prazo previsto no parágrafo anterior,
nem se opõe a nenhuma religião. Por isso, a liber-
o certificado só será emitido após a decretação,
dade de crença e de consciência são direitos fun- pela autoridade competente, da suspensão dos
damentais previstos na Magna Carta. A Constituição direitos políticos do inadimplente, que poderá, a
assegura, ainda, a liberdade de cultos, a proteção dos qualquer tempo, regularizar sua situação mediante
locais religiosos e a não privação de direitos em razão cumprimento das obrigações devidas.
da crença pessoal.
A escusa de consciência consiste no direito indi- Liberdade de Expressão e Proibição de Censura
vidual de se recusar a cumprir determinada obriga-
ção ou a praticar determinado ato comum por este ser Art. 5º […]
contrário às suas crenças religiosas ou à sua convic- IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
ção filosófica ou política. Nesses casos, de acordo com artística, científica e de comunicação, independen-
a lei, a pessoa deve cumprir uma prestação alternati- temente de censura ou licença;
va, fixada em lei. Serve como exemplo desse direito o
cidadão que deixa de prestar serviço militar obrigató- Aqui, mais uma vez, é consubstanciada a liberdade
rio por motivo de crença. de expressão. Além disso, de acordo com o inciso, é
Se o cidadão que invocar a escusa de consciência vedada a censura às atividades intelectuais, artísticas,
em seu benefício deixar de cumprir a prestação alter- científicas e de comunicação.
nativa imposta, poderá incorrer na perda dos direitos
políticos, segundo a doutrina majoritária, ou na sus- Proteção à Imagem, Honra e Intimidade da Pessoa
pensão destes, a teor do que se estabelece no § 2º, art. Humana
NOÇÕES DE DIREITO

4º, da Lei nº 8.239, de 1991:


Art. 5º […]
§ 2º [...] suspensão dos direitos políticos do X - são invioláveis a intimidade, a vida privada,
inadimplente, que poderá, a qualquer tempo, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
regularizar sua situação mediante cumprimento direito a indenização pelo dano material ou moral
das obrigações devidas. decorrente de sua violação;

Art. 3º O Serviço Militar inicial é obrigatório a Com intuito da proteção, a Constituição Federal
todos os brasileiros, nos termos da lei. tornou inviolável a imagem, a honra e a intimidade
§ 1º Ao Estado-Maior das Forças Armadas
da pessoa humana, assegurando o direito à reparação
compete, na forma da lei e em coordenação com os
material ou moral em caso de violação.
Ministérios Militares, atribuir Serviço Alternativo
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Proteção do Domicílio do Indivíduo de interceptar carta de presidiário, pois a inviolabi-
lidade de correspondência não pode ser usada como
Art. 5º […] defesa para atividades ilícitas4.
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, nin- Possibilidade de interceptação telefônica: inter-
guém nela podendo penetrar sem consentimento ceptação telefônica é a captação e gravação de conver-
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou sa telefônica, no momento em que ela se realiza, por
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o terceira pessoa, sem o conhecimento de qualquer um
dia, por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, dos interlocutores, conforme prevê exceção do inciso
de 2015) (Vigência). XII, do art. 5º, da CF, acima mencionado, que, para ser
lícita, deve obedecer a três requisitos:
A proteção do domicílio é direito fundamental.
A casa do indivíduo, portanto, é inviolável. De outro INTERCEP- Ordem judicial
modo, não se tratando de casos excepcionais de fla- TAÇÃO Para fins de investigação criminal
grante delito, prestação de socorro ou ordem judicial, TELEFÔNICA Hipóteses e formas que a lei estabelecer
só podem adentrar, nesta, aqueles que possuem con-
sentimento do morador.
Essa proteção se refere às pessoas físicas ou jurí- Ainda, a interceptação telefônica dependerá de
dicas, abrangendo, inclusive, a proteção necessária à ordem judicial, conforme art. 1º, da Lei nº 9.926, de
própria imagem frente aos meios de comunicação em 1996.
massa (televisão, jornais etc.).
Note que existem exceções à inviolabilidade: fla- Art. 1º A interceptação de comunicações telefôni-
grante delito, desastre, prestação de socorro e deter- cas, de qualquer natureza, para prova em investi-
gação criminal e em instrução processual penal,
minação judicial. Convém lembrar também que, de
observará o disposto nesta Lei e dependerá de
acordo com o magistério jurisprudencial do STF, o
ordem do juiz competente da ação principal, sob
conceito de “casa” é amplo, abarcando qualquer com- segredo de justiça.
partimento habitado (casa, apartamento, trailer ou Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à
barraca); qualquer aposento ocupado de habitação interceptação do fluxo de comunicações em siste-
coletiva (hotel, apart-hotel ou pensão), bem como mas de informática e telemática.
qualquer compartimento privado onde alguém exerce
profissão ou atividade, incluindo as pessoas jurídicas. O segundo requisito necessário exige que a pro-
O STF, em relevante julgamento com repercussão dução desse meio de prova seja dirigida para fins de
geral (§ 3º, art. 102, da CF), firmou compreensão no investigação criminal ou instrução processual penal,
sentido de que pode ocorrer a inviolabilidade mes- assim, não é possível a autorização da interceptação
mo no período noturno — fundamentada e devi- telefônica em processos civis, administrativos, disci-
damente justificada, se indicado que no interior da plinares etc.
casa se está praticando algum crime, ou seja, em esta- Já o último requisito refere-se a uma lei que deve
do de flagrante delito. prever as hipóteses e a forma em que pode ocorrer a
É importante frisar que, se o agente policial entrar interceptação telefônica, obrigatoriamente no âmbi-
na residência e não constatar a ocorrência de crime to de investigação criminal ou instrução processual
em flagrante, não haverá ilicitude na conduta dos penal.
agentes policiais se forem apresentadas fundadas A regulamentação deste dispositivo veio com a Lei
razões que os levaram a invadir aquela casa, o que, nº 9.296, de 1996, que legitimou a interceptação das
sem dúvida, deve ser objeto de controle — mesmo que comunicações como meio de prova, estendendo tam-
posterior — por parte da própria polícia e, claro, pelo bém a sua regulamentação à interceptação de fluxo
Ministério Público (a quem compete exercer o contro- de comunicações em sistemas de informática e tele-
le externo da atividade policial, nos termos do inci- mática (combinação de meios eletrônicos de comuni-
so VII, art. 129, da CF) ou mesmo pelo Judiciário, ao cação com informática, e-mail e outros).
analisar-se a legitimidade de eventual prova colhida
durante essa entrada à residência. Liberdade de Profissão

Proteção do Sigilo das Comunicações Art. 5º […]


XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício
Art. 5º […] ou profissão, atendidas as qualificações profissio-
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das nais que a lei estabelecer;
comunicações telegráficas, de dados e das comuni-
cações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem A liberdade descrita acima não é absoluta, pois se
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabele- limita às qualificações profissionais que a lei estabe-
cer para fins de investigação criminal ou instrução
lece. Assim, a pessoa é livre para escolher o seu ofí-
processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996).
cio profissional, desde que atendidas as qualificações
legais que cada profissão demanda.
De acordo com a lei básica, o sigilo das comuni-
cações é direito fundamental e, portanto, inviolável,
Acesso à Informação
salvo em casos de ordem judicial.
As correspondências são invioláveis, com exce-
Art. 5º […]
ção nos casos de decretação de estado de defesa
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação
e de sítio (art. 136 e seguintes, da CF). É importante e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário
mencionar que o STF já reconheceu a possibilidade ao exercício profissional;

10 4 STF. HC 70.814-5/SP, rel. Min. Celso de Mello, julgado em 24.06.1994.


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O direito à informação é assegurado constitu- z o Governo Federal já pode determinar quais medi-
cionalmente, garantido o sigilo da fonte, quando das de apoio serão tomadas. Com base na Lei Com-
necessário. plementar nº 101, de 2020.
z o Governo Federal poderá:
Liberdade de Locomoção, Direito de Ir e Vir
„ liberar recursos; enviar defesa civil militar;
Art. 5º […] enviar kits emergenciais;
XV - é livre a locomoção no território nacional em „ Estados podem: parcelar dívidas; atrasar exe-
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos ter- cução de gastos; não precisam fazer licitações.
mos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair
com seus bens; Agora que entendemos como funciona o estado
de calamidade pública, vamos à análise do direito de
Esse inciso consagra o direito de ir e vir e a liber- locomoção que foi restringido.
dade de locomoção. Nesse sentido, todos são livres Primeiramente, é importante mencionar que
para entrar, circular, permanecer ou sair do território nenhum direito fundamental pode ser considerado
nacional em tempos de paz. absoluto (quando dizemos isso, significa que esse
direito pode ser violado, desde que cumpra alguns
z Direito de Ir e Vir x Coronavírus (Covid-19) requisitos), e a proporcionalidade de cada situação
deve ser observada.
Aqui temos um tema muito comentado — o isola- O interesse da coletividade deve ser sempre
mento, ou seja, a proibição das pessoas de abrirem observado e ter preferência em relação ao direito do
suas próprias empresas, de permanecerem em praças particular, com o objetivo de aplicar o denominado
e em outros lugares públicos, isto é, seu direito de ir e princípio da supremacia do interesse público sobre
vir é limitado. Entenda: o particular, que, inclusive, é um dos principais prin-
cípios do direito administrativo.
Somente grupo de risco Aqui, cabe mencionar também o art. 196, da CF,
Vertical deve ficar isolado em casa que prevê o direito à saúde como sendo um dever do
(idosos e pessoas com pro- Estado (no sentido de nação politicamente organiza-
ISOLAMENTO blemas de saúde) da, ou seja, é um dever do país/Governo Federal).
Toda população deve ficar
isolada em casa e empresas Art. 196 A saúde é direito de todos e dever do
Horizontal
Estado, garantido mediante políticas sociais
fechadas
e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e
Se o direito à liberdade de locomoção é um direito igualitário às ações e serviços para sua promoção,
fundamental de ir e vir, pode-se proibir que as pes- proteção e recuperação.
soas se locomovam? Mas e a constituição?
No caso da covid-19, em 18 de março de 2020, foi Ainda, cabe mencionar o princípio da proporcio-
aprovado pelo Congresso Nacional o decreto que colo- nalidade, o qual tem como finalidade equilibrar os
ca o país em estado de calamidade pública, tendo em direitos individuais com os da sociedade, exatamente
vista a situação excepcional de emergência de saúde. como no caso que aqui estamos analisando.
Para entendermos melhor, vamos estudar por etapas. Ou seja, no caso em tela, pode-se proibir, confor-
O que é calamidade pública? O dicionário Auré- me os requisitos demonstrados na situação atual, para
lio assim define calamidade: “desgraça pública; grande provas, que o direito de ir e vir é um direito fun-
infortúnio; catástrofe”, ou seja, é um estado anormal damental, mas fique atento: o direito fundamental
resultante de um desastre de natureza, pandemia de ir e vir não é um direito absoluto! No caso da
ou até financeiro, situações em que o Governo violação desse direito em face da covid-19, foram
Federal deve intervir nos outros entes federati- observados o princípio da proporcionalidade e
vos (entenda entes: estados, DF e municípios) para o princípio da supremacia do interesse público
auxiliar no combate à situação. sobre o particular.
Ainda, conforme o Governo Federal, o reconheci- Lembrando que o desrespeito a qualquer medida
mento do estado de calamidade pública fora previsto imposta configura como crime contra a saúde pública,
para durar até 31 de dezembro de 2020, sendo que foi previsto no art. 268, do Código Penal, que pune cri-
necessário: minalmente a conduta de “infringir determinação do
poder público, destinada a impedir introdução ou pro-
[...] em virtude do monitoramento permanente da pagação de doença contagiosa”.
pandemia covid-19, da necessidade de elevação dos
NOÇÕES DE DIREITO

gastos públicos para proteger a saúde e os empre- Direito de Reunião


gos dos brasileiros e da perspectiva de queda de
arrecadação.
Art. 5º […]
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem
Entenda a explicação sobre calamidade pública: armas, em locais abertos ao público, independen-
temente de autorização, desde que não frustrem
z decretado estado de calamidade pública, através outra reunião anteriormente convocada para o
de aprovação das duas casas: Senado Federal e mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
Câmara dos Deputados. Permite que o Executivo autoridade competente;
gaste mais do que o previsto e desobedeça às metas
fiscais para custear ações de combate à pandemia.
11
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O direito de reunião pacífica em locais públicos é O direito de propriedade assegurado na constitui-
assegurado constitucionalmente, independentemente ção como direito constitucional abrange tanto os bens
de autorização. Assim, os cidadãos podem se reunir corpóreos quanto os incorpóreos. Vejamos o art. 170,
livremente em praças e locais de uso comum do povo, da Constituição Federal:
desde que não venham a interferir ou atrapalhar outra
reunião designada anteriormente para o mesmo local. Art. 170 A ordem econômica, fundada na valoriza-
A liberdade de reunião, prevista no inciso XVI, ção do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
do art. 5º, da CF, deve ser pacífica e sem armas, bem por fim assegurar a todos existência digna, con-
como não deve frustrar outra reunião anteriormente forme os ditames da justiça social, observados os
convocada para aquele local, tendo preferência quem seguintes princípios:
avisar primeiro, chamado o aviso prévio a autorida- II - propriedade privada;
de competente, sendo diferente de autorização, pois a
reunião não depende de autorização. Dica
Bens corpóreos são os bens possuidores de
Liberdade de Associação
existência física, são concretos e visíveis, como,
Art. 5º […] por exemplo, uma casa, um automóvel etc. Já
XVII - é plena a liberdade de associação para fins os bens incorpóreos são bens abstratos que
lícitos, vedada a de caráter paramilitar; não possuem existência física, ou seja, não são
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a concretos, mas possuem um valor econômico,
de cooperativas independem de autorização, sendo como, por exemplo, propriedade intelectual,
vedada a interferência estatal em seu funcionamento; direitos do autor etc.
XIX - as associações só poderão ser compulsoria-
mente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas Em relação à propriedade de bens incorpóreos,
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso,
refere-se à específica proteção constitucional a deno-
o trânsito em julgado;
minada propriedade intelectual, a qual abrange os
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se
direitos de autor e os direitos relativos à propriedade
ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressa- industrial, como a proteção de marcas e patentes.
mente autorizadas, têm legitimidade para repre-
sentar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; z Desapropriação

No Brasil, são plenas a liberdade de associação e a Como característica dos direitos fundamentais, o
criação de associações e cooperativas para fins lícitos. direito de propriedade também não é um direito abso-
Por isso, estas não podem sofrer intervenção do Estado. luto. Apesar da exigência de que a propriedade aten-
A expressão utilizada como “plena” no dispositivo da uma função social, há outras hipóteses em que
é no mesmo sentido de ser considerada livre a liber- o interesse público pode justificar a imposição de
dade de associação, desde que para fins lícitos. limitações.
Por conseguinte, o Texto Constitucional prevê a Ao elaborar a Constituição, o legislador se preo-
possibilidade de criação de associações e cooperati- cupou em atribuir tratamento especial à política de
vas, independentemente de autorização. Ainda, só desenvolvimento urbano. Referente à desapropria-
poderão ser dissolvidas ou suspensas as atividades ção de imóvel rural, somente é lícita a desapropria-
por decisão judicial. Além disso, ninguém pode ser ção para fins de interesse social, ou seja, imóvel
obrigado a associar-se ou permanecer associado. rural que não estiver cumprindo sua função social
Por fim, o Texto Constitucional autoriza, desde que é desapropriado.
expressamente autorizada, a representação dos asso- Nesse sentido, é importante verificar a importân-
ciados pelas entidades associativas. cia do inciso XXIV, do art. 5°, que determina o poder
Forças paramilitares, também conhecidas como geral de desapropriação por interesse social. Ora,
milícias, são grupos ou associações civis armadas, desde que seja paga a indenização mencionada neste
normalmente com fins político-partidários, religiosos artigo, qualquer imóvel poderá ser desapropriado por
ou ideológicos, e com estrutura semelhante à militar, interesse social para fins de reforma agrária.
mas que não fazem parte das Forças Armadas oficiais.
No Brasil, a Segurança Nacional e Defesa Social é atri- Intervenção do Estado na Propriedade
buição exclusiva do Estado, por isso as associações
paramilitares são vedadas. Art. 5º […]
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desa-
Direito de Propriedade e sua Função Social propriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e prévia
indenização em dinheiro, ressalvados os casos pre-
Art. 5º […]
vistos nesta Constituição;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXV - no caso de iminente perigo público, a auto-
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
ridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização
Uma importante garantia constitucional é o direito ulterior, se houver dano;
de propriedade. Entretanto, este direito não é absolu-
to, pois está limitado ao atendimento de sua função O direito de propriedade não é absoluto. Dada a
social, ou seja, além da ideia de pertença, toda pro- supremacia do interesse público sobre o particular,
priedade deve atender a interesses de ordem pública nas hipóteses legais, é permitida a intervenção do
e privada, não sendo nociva à coletividade em seu uso Estado na propriedade.
12 e fruição.
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Pequena Propriedade Rural Direito de Sucessão e Herança

Art. 5º […] Art. 5º […]


XXVI - a pequena propriedade rural, assim defi- XXX - é garantido o direito de herança;
nida em lei, desde que trabalhada pela família, XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados
não será objeto de penhora para pagamento de no País será regulada pela lei brasileira em bene-
débitos decorrentes de sua atividade produtiva, fício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do
desenvolvimento; “de cujus”;

A pequena propriedade rural é impenhorável e O direito de herança ou direito sucessório é o


não responde por dívidas decorrentes de sua ativida- ramo específico do direito civil que visa regular as
de produtiva. relações jurídicas decorrentes do falecimento do indi-
víduo, o de cujus e a transferência de bens e direitos
Direito Autoral e Propriedade Industrial aos seus sucessores.

Com a edição da Constituição, de 1988, os direitos Direito do Consumidor


autorais encontraram ampla guarida. Além da Lei de
Direitos Autorais, a Constituição prevê, assim, uma Art. 5º […]
ampla proteção às obras intelectuais. XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defe-
sa do consumidor;
Art. 5º […]
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo O direito do consumidor é o ramo do direito que
de utilização, publicação ou reprodução de suas disciplina as relações entre fornecedores/prestadores
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que de bens e serviços e o consumidor final, parte hipos-
a lei fixar; suficiente econômica da relação jurídica. As relações
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: de consumo, além do amparo constitucional, encon-
a) a proteção às participações individuais em obras tram proteção no Código de Defesa do Consumidor e
coletivas e à reprodução da imagem e voz huma- na Legislação Civil.
nas, inclusive nas atividades desportivas; Além de toda legislação consumerista, o Progra-
b) o direito de fiscalização do aproveitamento eco- ma Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor —
nômico das obras que criarem ou de que participa-
Procon, órgão do Ministério Público de cada estado,
rem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas
é responsável por coordenar a política dos órgãos e
representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos entidades que atuam na proteção do consumidor, de
industriais privilégio temporário para sua utiliza- forma a equilibrar as relações de consumo.
ção, bem como proteção às criações industriais, à
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e Direito de Informação, Petição e Obtenção de
a outros signos distintivos, tendo em vista o inte- Certidão Junto aos Órgãos Públicos
resse social e o desenvolvimento tecnológico e eco-
nômico do País; Art. 5º […]
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
A Constituição Federal protege, ainda, a proprie- públicos informações de seu interesse particular,
dade industrial. Nesse sentido, é importante mencio- ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta-
narmos que esta se difere da propriedade intelectual das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
e, por isso, não é objeto de proteção da Lei de Direitos ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível
à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamen-
Autorais, mas, sim, da Lei da Propriedade Industrial.
to) (Vide Lei nº 12.527, de 2011).
O direito autoral volta-se às criações artísticas,
XXXIV - são a todos assegurados, independente-
científicas, musicais, literárias, entre outras. Desse
mente do pagamento de taxas:
modo, bem como o direito das empresas de radiofu- a) o direito de petição aos Poderes Públicos em
são e cinematográficas, este protege obras literárias defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
(escritas ou orais), musicais, artísticas, científicas, de poder;
obras de escultura, pintura e fotografia. b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
Pelo direito de exclusividade, o autor é o úni- para defesa de direitos e esclarecimento de situa-
co que pode explorar sua obra, gozar dos benefícios ções de interesse pessoal;
morais e econômicos resultantes dela ou ceder os
direitos de exploração a terceiros. Todo cidadão, independentemente de pagamen-
Por sua vez, a propriedade industrial é o ramo da to de taxa, tem direito à obtenção de informações, a
NOÇÕES DE DIREITO

propriedade intelectual que resguarda os trabalhos protocolo de petição e à obtenção de certidões junto
intelectuais, também chamados de obras utilitárias, aos órgãos públicos de acordo com suas necessidades,
voltados às atividades industriais, abrangendo, por salvo a imprescindibilidade do sigilo de determinadas
exemplo, o autor de determinado processo, invenção, informações para segurança jurídica das partes.
modelo, desenho ou produto. Estas criações são pro- Assim, quanto ao direito de certidão, o Estado é
tegidas por meio de patentes e registros (CNJ, 2016). obrigado a fornecer as informações solicitadas, com
Atenção! Enquanto a proteção ao direito autoral exceção nas hipóteses de proteção por sigilo. Caso
busca reprimir o plágio, a proteção à propriedade haja uma violação desse direito, que é líquido e cer-
industrial busca conter a concorrência desleal. to, o remédio constitucional cabível é o mandado de
segurança, tema também abordado no título “Garan-
tias Constitucionais”.
13
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Direito adquirido é aquele que cumpriu todos O juízo ou tribunal de exceção determina-se como
os requisitos previstos em lei, como, por exemplo, aquele criado exclusivamente para o julgamento de
o homem que cumpriu todos os requisitos exigidos um fato específico já acontecido, no qual os julgadores
para concessão da aposentadoria por idade, confor- são escolhidos arbitrariamente. A Constituição veda
me determina o inciso I, § 7º, do art. 201, da CF, tem o tal prática, pois todos os casos devem se submeter a
direito adquirido para requerer seu benefício. julgamento dos juízos e tribunais já existentes confor-
me suas competências prefixadas.
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral
de previdência social, nos termos da lei, obedecidas Tribunal do Júri
as seguintes condições:
I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e Art. 5º […]
62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, obser- XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
vado tempo mínimo de contribuição; organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
z Ato jurídico perfeito é o ato já realizado, conforme b) o sigilo das votações;
a lei vigente ao tempo que se realizou, pois, neste c) a soberania dos veredictos;
caso, já cumpriu todos os requisitos conforme a lei d) a competência para o julgamento dos crimes
vigente na época, tornando-se, portanto, completo; dolosos contra a vida;
z Coisa julgada ocorre no âmbito do processo judi-
cial, decisão judicial à qual não cabe mais recurso, O Tribunal do Júri é o instituto jurisdicional desti-
tornando-a imutável e indiscutível. nado exclusivamente para o julgamento da prática de
crimes dolosos contra a vida. Mais do que ampla, a
Princípio da Proteção Judiciária ou da defesa no âmbito do Tribunal do Júri é plena e a deci-
Inafastabilidade do Controle Jurisdicional são dos jurados, cidadãos comuns do povo previamen-
te alistados e selecionados por sorteio, é soberana.
Art. 5º […]
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Princípio da Legalidade, da Anterioridade e da
Judiciário lesão ou ameaça a direito; Retroatividade da Lei Penal

O princípio da inafastabilidade do controle juris- Art. 5º […]


dicional possibilita que o cidadão ingresse em juízo XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
para assegurar seus direitos ameaçados. Este consubs- nem pena sem prévia cominação legal;
tancia-se no direito de ação e no dever do magistrado XL - a lei penal não retroagirá, salvo para benefi-
do Judiciário de apreciar a demanda, solucionando o ciar o réu;
caso concreto com a aplicação da lei na busca da paci-
ficação social. De acordo com o inciso acima, para que determi-
nada ação se configure como crime, esta deve encon-
Segurança Jurídica trar-se expressamente prevista na lei penal. Portanto,
se a conduta não está prescrita no Código Penal, não é
Art. 5º […] crime e, consequentemente, não há pena.
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o Nesse sentido, crime será a conduta delituosa pre-
ato jurídico perfeito e a coisa julgada; vista exclusivamente em lei, da mesma forma que a
cominação da pena, a qual não é admissível à configu-
Para que entendamos o inciso acima, é importante ração de crime baseado nos costumes.
conhecermos alguns conceitos. Vejamos abaixo. Ademais, uma nova lei penal não retroage, isto é,
não pode ser aplicada a condutas praticadas antes de
z Direito adquirido: incorporado ao patrimônio sua entrada em vigor, mas, se a nova lei for mais bené-
jurídico de seu titular, cujo começo do exercício fica, esta poderá retroagir para beneficiar o réu.
tenha termo prefixado ou condição preestabele- Trata-se do princípio da retroatividade da lei; tem
cida inalterável, a arbítrio de outrem, nos termos previsão no inciso XL, do art. 5º, da CF, o qual consiste
do § 2º, art. 6º, da lei de introdução às normas do em analisar um fato passado à luz de um direito pre-
direito brasileiro; sente, estabelece que os fatos sejam apreciados com
z Ato jurídico perfeito: situação ou direito consu- base na lei em vigor no tempo do crime. Assim, a lei
mado e definitivamente exercido, sem quaisquer aplicável é a lei do tempo do crime, ou seja, na regra
vícios ou nulidades, segundo a lei vigente ao tem- geral, as normas penais não retroagem, salvo se trou-
po em que se efetuou; xerem algum tipo de benefício para o réu.
z Coisa julgada: matéria submetida a julgamento Cuidado, aqui há um exemplo de exceção da exce-
cuja sentença proferida transitou em julgado e ção: crimes praticados durante a vigência de lei tem-
não cabe mais recurso, não podendo, portanto, ser porária ou excepcional não podem ser beneficiados
modificada. pela retroatividade da lei mais benéfica. Entenda:

Tribunal de Exceção z lei excepcional é a lei criada para regular fatos


ocorridos dentro de uma situação irregular, a qual
Art. 5º […] perde seus efeitos após findar situação irregular
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; que a motivou;
z a lei temporária vigorou até se extinguir o prazo
de duração fixado pelo legislador, por exemplo,
uma lei que fixa a tabela de preços de artigos de
14 consumo.
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Princípio da Não Discriminação
ANISTIA GRAÇA
Art. 5º […]
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentató- Crimes Crimes políticos Crimes comuns
ria dos direitos e liberdades fundamentais;
Exclui o crime,
O princípio da não discriminação garante trata- rescinde a
mento igualitário a todas as pessoas em situações Extingue
condenação
iguais e envolve a existência de normas que estabele- Efeitos somente a
e extingue
çam tal igualdade, com punição aos atos que resultem punibilidade
totalmente a
em discriminação atentatória dos direitos e garantias punibilidade
fundamentais.
Exclusiva do
Crimes Inafiançáveis, Imprescritíveis e Insuscetíveis Competência Poder Legislativo presidente da
de Graça e Anistia República

Antes da Apenas após


Art. 5º […]
sentença final o trânsito
XLII - a prática do racismo constitui crime inafian-
çável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
Concessão ou depois da em julgado
nos termos da lei; condenação da sentença
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e irrecorrível condenatória
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortu-
ra, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, Princípio da Intranscendência da Pena
o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
dos, por eles respondendo os mandantes, os exe- Art. 5º […]
cutores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do conde-
(Regulamento). nado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível decretação do perdimento de bens ser, nos termos da
a ação de grupos armados, civis ou militares, con- lei, estendidas aos sucessores e contra eles executa-
tra a ordem constitucional e o Estado Democrático. das, até o limite do valor do patrimônio transferido;

A tabela abaixo sintetiza o conteúdo dos inci- Pelo princípio da intranscendência da pena, a
sos. Por isso, a título de compreensão destes, vamos aplicação desta será sempre pessoal e não poderá ser
estudá-la. cumprida ou imputada a outro indivíduo. Em caso de
reparação de dano, pode a obrigação ser estendida
aos sucessores do responsável até o limite do valor do
CRIMES
CRIMES patrimônio sucedido.
INAFIANÇÁVEIS E
INAFIANÇÁVEIS E
INSUSCETÍVEIS DE
IMPRESCRITÍVEIS Individualização da Pena
GRAÇA E ANISTIA

Racismo Prática de Tortura Art. 5º […]


XLVI - a lei regulará a individualização da pena e
Tráfico de drogas e adotará, entre outras, as seguintes:
Ação de grupos entorpecentes a) privação ou restrição da liberdade;
armados contra a ordem b) perda de bens;
constitucional e o Estado Terrorismo c) multa;
Democrático d) prestação social alternativa;
Crimes hediondos
e) suspensão ou interdição de direitos;

Atenção: Pelo princípio da individualização da pena, fica


garantido que, na fixação das penas dos condenados,
z crimes inafiançáveis são aqueles que não admi- sejam levados em consideração o histórico pessoal de
tem fiança, ou seja, que não dão, ao acusado, o cada indivíduo e a sua atuação individual, de forma
direito de responder seu processo em liberdade que aquelas não sejam igualadas, mesmo que estes
até a sentença condenatória mediante pagamento tenham praticado crimes idênticos. Assim, indepen-
de determinada quantia pecuniária ou cumpri- dentemente da prática de mesma conduta, cada indi-
mento de determinadas obrigações; víduo pode receber apenas a punição que lhe é devida.
z crimes imprescritíveis são aqueles que não pres-
NOÇÕES DE DIREITO

crevem e que podem ser julgados e punidos em Proibição de Penas


qualquer tempo, independentemente da data em
que foram cometidos; Art. 5º […]
z crimes insuscetíveis de graça e anistia são aque- XLVII - não haverá penas:
les que não permitem a exclusão do crime com a a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
rescisão da condenação e extinção total da puni- termos do art. 84,
bilidade (anistia), nem a extinção da punibilida- XIX;
de, ainda que parcial (graça). A graça e a anistia, b) de caráter perpétuo;
são, portanto, em linhas gerais, formas de extin- c) de trabalhos forçados;
ção da punibilidade. Estas possuem as seguintes d) de banimento;
características: e) cruéis.
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Como afirmativa dos direitos e da dignidade da z Passiva: quando qualquer Estado estrangeiro
pessoa humana, a Constituição Federal, de 1988, veda: solicita, ao Brasil, a entrega de um indivíduo que
tenha cometido crime no exterior e se encontra em
z pena de morte; território brasileiro.
z pena perpétua;
z banimento; Vale mencionar que a Constituição Federal trata
z trabalhos forçados e cruéis. apenas dos casos de extradição passiva.
Nesse sentido, o dispositivo determina que não
Estabelecimentos para Cumprimento de Pena haverá extradição de brasileiro nato em nenhuma
hipótese. Quanto aos brasileiros naturalizados, a
Art. 5º […] regra é que também não sejam extraditados, salvo em
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos caso de crime comum, praticado antes do processo de
distintos, de acordo com a natureza do delito, a ida- naturalização e comprovado envolvimento em tráfico
de e o sexo do apenado; ilícito de entorpecentes e drogas afins em qualquer
tempo. Também não será concedida extradição de
Também em atenção à dignidade da pessoa huma- estrangeiro por crime político ou de opinião.
na, a Constituição Federal, de 1988, determina que as Para o direito internacional, nenhum Estado é
penas sejam cumpridas em diferentes tipos de estabe- obrigado a extraditar uma pessoa presente em seu
lecimento, de acordo com a gravidade e natureza do território, dada a sua soberania.
delito, a idade e o sexo do apenado.
Direito ao Julgamento pela Autoridade Competente
Respeito à Integridade Física e Moral dos Presos
Art. 5º […]
Art. 5º […] LIII - ninguém será processado nem sentenciado
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integri senão pela autoridade competente;
dade física e moral;
Devido Processo Legal
É direito do apenado o respeito à sua integridade
física e moral. É dever do Estado, por sua vez, garantir Art. 5º […]
a sua segurança e proteção. LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal;
Direito de Permanência e Amamentação dos Filhos
pela Presidiária Mulher Contraditório e a Ampla Defesa

Art. 5º […] Art. 5º […]


L - às presidiárias serão asseguradas condições LV - aos litigantes, em processo judicial ou adminis-
para que possam permanecer com seus filhos trativo, e aos acusados em geral são assegurados o
durante o período de amamentação; contraditório e ampla defesa, com os meios e recur-
sos a ela inerentes;
É direito da apenada permanecer com os filhos e
ter condições de amamentá-los no estabelecimento Ninguém poderá ser punido ou condenado sem o
onde cumprir a sua pena. devido processo legal, onde deverá ser assegurado,
sob pena de nulidade absoluta, o direito de resposta
Extradição e ampla defesa, com sentença transitada em julgado
(que não cabe mais recurso) prolatada pelo juízo ou
Art. 5º […] autoridade judiciária competente.
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime comum, praticado Provas Ilícitas
antes da naturalização, ou de comprovado envolvi-
mento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas Art. 5º […]
afins, na forma da lei; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obti-
LII - não será concedida extradição de estrangeiro das por meios ilícitos;
por crime político ou de opinião;
Provas ilícitas são aquelas obtidas por meio ilegal,
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Públi- fraudulento, ou que infrinja as normas e princípios
ca (2020), a extradição é um ato oficial de cooperação básicos de direito, motivo pelo qual não são aceitas no
internacional que consiste na entrega de uma pessoa, processo judicial. São, em regra, vedadas pela Consti-
o extraditando, acusado ou condenado, pela prática tuição e inadmissíveis dentro de um processo, ainda
de um ou mais crimes em território estrangeiro, ao que comprovem fato de direito ou cooperem para o
país que o reclama. julgamento do feito processual.
A extradição pode ser:

z Ativa: quando o Brasil solicita, a outro país, a


entrega de um indivíduo para julgá-lo e condená-
-lo pela prática de um crime praticado em territó-
rio brasileiro;

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