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FORMAÇÃO

EM MASSOTERAPIA
PROFISSIONAL
ORIENTAL

io PT Fo]

São Luís - MA
Caro Leitor,

Falar da medicina oriental é um prazer imensurável.


É
como falar da sensação de um gole de água fresca num dia
de calor intenso, é falar dos grandes pensadores e poetas
que nos enchem de esperança de que dias melhores virão. A
medicina oriental está ancorada nos pilares da natureza
como está descrito no clássico de ouro da medicina oriental.

Eu sou José Diniz, maranhense, Por isso, apresento este material didático como

tenho como profissão a Medicina alicerce de aprendizado na formação profissional em


massoterapia oriental. Hoje considerada uma das profissões
Tradicional Chinesa.
mais requisitadas no mercado de trabalho. Essa profissão foi

Sou Acupunturista, Massoterapeuta e regulamentada pela Lei nº 3.968/ 61, assegurando o direito
de
Fisioterapeuta, tenho Mestrado em
exercer com segurança e reconhecimento profissional essa
Educação na Medicina Tradicional terapia tem de cinco mil anos de existência. Destaco que na
China a massoterapia sempre foi um dos pilares da medicina
Chinesa pela Universidade de Santa oriental. No Brasil conquistou seu espaço em universidades,
Cruz do Sul- UNISC-RS, Doutor em cursos de graduação, pós-graduação e cursos
profissionalizantes.
Acupuntura e Moxabustão por exame
clínico pela Shandong University of A massoterapia faz parte das terapias integrativas,
Traditional Chinese Medice – China, método complementar que tem como objetivo tratar centenas
de doenças. Na antiguidade essas terapias já eram
Experto em Acupuntura Bioenergética e
consideradas uma forma eficaz de cura, método este já
Moxabustíon pela Universidade de citado
por grades médicos como Hipócrates, considerado o pai da
Santiago de Compostela- Espanha – medicina ocidental e Bian Que, o pai da medicina Oriental.
USC ; Treinamento em Acupuntura
Portanto, convido você a torna-se um profissional
,Moxabustão e Massagem Chinesa pela massoterapeuta de sucesso, conhecendo as bases da
WFAS- WFAMS- CHINA; Professor medicina oriental e a eficácia terapêutica das sete técnicas
de
do Curso de Fisioterapia da Faculdade massagem milenares.

FAP-MA e do curso de Pós-graduação No centro de terapias orientais o aluno se tornar um


em Medicina Chinesa da Faculdade massoterapeuta de verdade.

CIEPH-SC e Diretor do Centro de


Terapias Orientais-CTO- MA. José Diniz
SUMÁRIO

CAPÍTULO I – ANATOMIA E FISIOLOGIA NA MASSOTERAPIA

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................................7
2 A ORIGEM DA ANATOMIA .....................................................................................................................................................8
3 CÉLULA ......................................................................................................................................................................................9
4 ANATOMIA (PLANOS E EIXOS)............................................................................................................................................11
5 SISTEMA ESQUELÉTICO .......................................................................................................................................................12
6. OSSOS DO CRÂNIO (FRENTE) ..............................................................................................................................................14
7 OSSOS DO CRÂNIO (LATERAL) ...........................................................................................................................................15
8 COLUNA VERTEBRAL ...........................................................................................................................................................16
9 CAIXA TORÁCICA ..................................................................................................................................................................18
10 EXTREMIDADES DOS MEMBROS SUPERIORES...............................................................................................................21
11 OSSOS DA MÃO...................................................................................................................................................................24
12 EXTREMIDADES DOS MEMBROS INFERIORES............................................................................................................25
13 SISTEMA MUSCULAR........................................................................................................................................................30
14 MÚSCULOS DA FACE (FRONTAL)...................................................................................................................................31
15 MÚSCULOS DA FACE (LATERAL)...................................................................................................................................32
16 MÚSCULOS DO TRONCO (VISTA FRONTAL)................................................................................................................33
17. MUSCULO DO TRONCO (VISTA DORSAL).....................................................................................................................34
18 MUSCULO DO TRONCO VISTA LATERAL .....................................................................................................................35
19 MÚSCULO DO BRAÇO .......................................................................................................................................................36
20 MUSCULO DO BRAÇO (PARTE FLEXOR DO BRAÇO)..................................................................................................37
21 MUSCULO DO BRAÇO (LADO EXTENSOR DO BRAÇO)..............................................................................................38
22 MÚSCULO DA MÃO (FRONTAL E DORSAL)..................................................................................................................39
23 MÚSCULO DA PERNA (FRONTAL) .................................................................................................................................40
24 MÚSCULO DA PERNA (DORSAL).....................................................................................................................................41
25 MÚSCULO DA PERNA (LATERAL)...................................................................................................................................42
26 MÚSCULO DO PÉ ................................................................................................................................................................46
27 SISTEMA NERVOSO............................................................................................................................................................47
28 PANORAMA DO SISTEMA NERVOSO.............................................................................................................................49
29 PANORAMA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO...................................................................................................................50
30. PANORAMA DO SISTEMA LINFÁTICO...........................................................................................................................51
31 PANORAMA DE VEIAS.......................................................................................................................................................52
32 PANORAMA DE ARTÉRIAS...............................................................................................................................................53
33 CÉREBRO..............................................................................................................................................................................54
34 DIVISÃO DO CÉREBRO......................................................................................................................................................55
35 PANORAMA LATERAL DOS ÓRGÃOS ............................................................................................................................56
36 SISTEMA DIGESTIVO.........................................................................................................................................................57
37 SISTEMA RESPIRATÓRIO..................................................................................................................................................58
38 SISTEMA CARDIOVASCULAR..........................................................................................................................................60
39 SISTEMA URINÁRIO (MASCULINO E FEMININO).....................................................................................61
CAPÍTULO II - FUNDAMENTOS DA MASSOTERAPIA ORIENTAL
1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................................................64 2
FILOSOFIA ORIENTAL .........................................................................................................................................65 3
CONFUCIONISMO........................................................................................................................................................................67 4
TAOÍSMO........................................................................................................................................................................................68 5
BUDISMO ......................................................................................................................................................................................69 6
A HISTÓRIA DA CULTURA ORIENTAL ...................................................................................................................................70 7
HISTÓRIA DA CHINA..................................................................................................................................................................71 8
A CHINA IMPERIAL....................................................................................................................................................................72 9
HISTÓRIA DA MASSOTERAPIA...............................................................................................................................................73 10
AS TEORIAS NA MASSOTERAPIA ORIENTAL.....................................................................................................................75 11
YIN-YANG NA NATUREZA......................................................................................................................................................76 12
YIN -YANG.................................................................................................................................................................................79 13
YIN -YANG E SUAS RELAÇÕES.............................................................................................................................................79 14

ÓRGÃOS YIN E YANG..............................................................................................................................................................81 15


OS CINCO ELEMENTOS NA MEDICINA ORIENTAL..........................................................................................................82
16 OS CINCO ELEMENTOS NA MEDICINA ORIENTAL...........................................................................................................85
17 SUBSTÂNCIAS FUNDAMENTAIS...........................................................................................................................................86

a. CHI (QI)........................................................................................................................................................................................86
b. ESSÊNCIA....................................................................................................................................................................................87
c. SANGUE......................................................................................................................................................................................88
d. LIQUIDOS CORPOREOS............................................................................................................................................................89
e. MENTE.........................................................................................................................................................................................90
18 FUNÇÃO DOS ÓRGÃOS ............................................................................................................................................................91
A FUNÇÃO DO CORAÇÃO...........................................................................................................................................................92
B FUNÇÃO DO FÍGADO..............................................................................................................................................................93
C FUNÇÃO DO PULMÃO ............................................................................................................................................................93
D FUNÇÃO DO BAÇO..................................................................................................................................................................94
E FUNÇÃO DOS RINS..................................................................................................................................................................95
G FUNÇÃO DO PERICARDIO......................................................................................................................................................96
H FUNÇÃO DO ESTÔMAGO........................................................................................................................................................96 I
FUNÇÃO DO INTESTINO DELGADO.....................................................................................................................................97 J
FUNÇÃO DO INTESTINO GROSSO........................................................................................................................................97 L
FUNÇÃO DA VESÍCULA BILIAR............................................................................................................................................97 M
FUNÇÃO DA BEXIGA .............................................................................................................................................................98

CONCLUSÃO.................................................................................................................................................................98
CAPÍTULO III - DIAGNÓSTICO NA MASSOTERAPIA ORIENTAL

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................100
2 DIAGNÓSTICO ENERGÉTICO NA MASSOTERAPIA ...................................................................................100
a. Diagnóstico pela inspeção.....................................................................................................................................100
b. Diagnóstico pela Ausculta e Olfação ....................................................................................................................103
c. Diagnóstico pela Interrogação...............................................................................................................................104
d. Diagnóstico pela Palpação.....................................................................................................................................105
e. Manifestações do Pulso.........................................................................................................................................106
f. Tipos de Pulso.......................................................................................................................................................107
3 OITO PRINCIPIOS E OS SEIS FATORES PATOGÊNOS.................................................................................108
4 OS OITO PRINCIPIOS.........................................................................................................................................108
5 OS SEIS FATORES PATOGÊNOS.....................................................................................................................110
CONCLUSÃO...............................................................................................................................................................112

CAPÍTULO IV – MERIDIANOS NA MASSOTERAPIA


1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................114
2. OS MERIDIANOS................................................................................................................................................114
2.1 MERIDIANOS VISTA FRONTAL ......................................................................................................................115
2.2 MERIDIANOS VISTA DORSAL.........................................................................................................................116
3 ORDEM DA CIRCULAÇÃO DOS MERIDIANOS............................................................................................117
3.1. Grande Circulação.............................................................................................................................................117
3.2. Pequena Circulação ...........................................................................................................................................118
4 MERIDIANOS YIN -YANG..................................................................................................................................117

A. MERIDIANO DO PULMÃO ................................................................................................118


B. MERIDIANO DO INTESTINO GROSSO...........................................................................................................119
C. MERIDIANO DO ESTÔMAGO..........................................................................................................................120
D. MERIDIANO DO BAÇO-PANCRÊAS...............................................................................................................121
E. MERIDIANO DO CORAÇÃO.............................................................................................................................122
F. MERIDIANO DO INTESTINO DELGADO .......................................................................................................123
G MERIDIANO DA BEXIGA .................................................................................................................................124
H MERIDIANO DO RIM.........................................................................................................................................125
I MERIDIANO DO PERICÁRDIO ........................................................................................................................126
J MERIDIANO DA VESÍCULA BILIAR ..............................................................................................................127
L MERIDIANO DO FÍGADO ..................................................................................................................................128
5 MERIDIANOS DA PEQUENA CIRCULAÇÃO.................................................................................................129
a MERIDIANO VASO GOVERNADOR ...............................................................................................................129
b. MERIDIANO VASO CONCEPÇÃO...................................................................................................................130
6 MERIDIANOS DA CABEÇA..............................................................................................................................131
7 O ESTUDO DOS PONTOS DE ACUPUNTURA NA MASSOTERAPIA .........................................................132
8. FUNÇÃO E LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS.....................................................................................................132
CAPÍTULO V – MASSAGEM SHISTSUTERAPIA
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................142
2 ORIGEM DO SHIASTSU ....................................................................................................................................143
3 INDICAÇÕES.......................................................................................................................................................143
4 CONTRA-INDICAÇÕES.....................................................................................................................................144
5 MANOBRAS DE MANIPULAÇÃO NO SHISTSU............................................................................................144
6 MÉTODOS TERAPÊUTICOS DE ESTIMULAÇÃO .........................................................................................145
7 A SEQUENCIA DE MANIPULAÇÃO DO SHIASTU .......................................................................................145
7.1 PACIENTE EM DÉCUBITO VENTRAL ........................................................................................................145
7.2 PACIENTE EM DECÚBITO DORSAL...........................................................................................................146
8 RESUMO DA SEQUENCIA BÁSICA DE MANIPULAÇÃO............................................................................147
8.1 (MANIPULAÇÕES EM DECÚBITO VENTRAL).............................................................................................147
a. Região Posterior e Região Lateral ou Externa do Tronco..................................................................................147
b. Região Cervical......................................................................................................................................................147
c. Região Pélvica Posterior....................................................................................................................................147
d. Região Posterior e Região Lateral ou Externa da Coxa e da Perna(Canais Yang dos Membros Inferiores)...147
e. Região dos Pés...................................................................................................................................................147
9 SEQUÊNCIA DAS MANIPULAÇÕES EM DECÚBITO DORSAL ..................................................................147
a. Região dos pés e Tornozelos..............................................................................................................................147
b. Região Anterior das Coxas e das Pernas (Canal Yang dos MembrosInferiores)...................................147
c. Região Medial ou Interna das Pernas e das Coxas (Canais Yin dosMembros Inferiores) ................................147
d. Região Abdominal.............................................................................................................................................147
e. Região Torácica Anterior...................................................................................................................................148
f. Região Medial ou Interna do Braço e Antebraço (Canais Yin dosMembros Superiores)...........................148
g. Região Lateral ou Externa do Antebraço e Braço (Canais Yang dos membros superiores)...........................148
h. Região das mãos................................................................................................................................................148
i. Região do pescoço.............................................................................................................................................148
j. Região da face....................................................................................................................................................148

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................................................................155


CAPÍTULO I
ANATOMIA E
FISIOLOGIA HUMANA
NA MASSOTERAPIA
7

1 INTRODUÇÃO

Apresentaremos no Capítulo I um breve estudo sobre a anatomia e a fisiologia


humanavoltado ao contexto damassoterapia oriental, destacando inicialmente o processo
histórico da anatomia a partir de sua origem e da evolução durante o desenvolvimento humano
científico e tecnológico.
Ao longo dos séculos o homem vem construindo alicerces para garantir melhores
condições de vida e saúde, utilizando a ciência e os meios tecnológicos na busca de prevenir e
curar doenças físicas e emocionais que assolam a humanidade. Contudo a ciência impressiona
com sua rapidez na criação de novas vacinas, nas quais antes eram descobertas por décadas e que
hoje levam apenas meses para serem lançadas no mercado no objetivo de imunizar, proteger e
prevenir a população das doenças do século XXI.
.
Portanto, este estudo vai garantir que você obtenha seu título de massoterapeuta
oriental com uma visão ampla da anatomia e da fisiologia de maneira didática, clara e objetiva,
quebrando paradigmas e construindo solidez na sua profissão, conhecendo com precisão todo o
sistema celular, sistema ósseo, sistema muscular, sistema circulatório, respiratório, digestivo,
urinário, linfático e nervoso, assim como localizar e compreender a função dos órgãos como:
coração, pulmão, rim, fígado, estômago, bexiga, vesícula, baço-pâncreas, identificando quais
desequilíbrios e qual tratamento será aplicado.

Aproveite e bons estudos!


8

1 A ORIGEM DA ANATOMIA

Desde a antiguidade, os povos primitivos já tinham noções básicas sobre anatomia. A


dissecação de animais proporcionou-lhes informações precisas sobre o corpo humano. Os
egípcios desenvolveram técnicas de embalsamento, os chineses estruturaram as técnicas de
acupuntura e os hindus as técnicas cirúrgicas, no entanto foram os gregos que afirmaram a
anatomia humana como ciência.

Hipócrates, considerado o pai da medicina fundou a escola de medicina em que se


tornou famosa durante milênios. Herófilo foi o primeiro a dissecar cadáveres em público e
descreveu com precisão o sistema nervoso e as ligações entre o intestino delgado e o fígado,
também estabeleceu que o cérebro é o centro das funções mentais, distinguiu os nervos motores
dos nervos sensoriais. O cirurgião Galeno nasceu em 130 d. C) viveu num período de involução
progressiva dos estudos médico-anatômicos e dedicou-se a curar os gladiadores feridos nos
combates em Roma. Foi um cientista de grande destreza, aplicando um estudo sobre a anatomia
dos aninais, adaptando com imaginação ao estudo da anatomia humana, escreveu que o coração
tinha duas cavidades, que o cérebro bombeava ritmicamente para o corpo a essência psíquica
através dos nervos e que o intestino era comprimido para não termos de comer continuamente.

Durante o Renascimento, os preconceitos dogmáticos paralisaram os estudos da


anatomia, no entanto defensores como Galileu, Leonardo da Vinci, Pollaiolo dentre outros
decidiram empreender estudos proibidos, desenterravam cadáveres e dissecavam, no propósito de
desenvolver várias pesquisas sobre o funcionamento anatômico e funcional do corpo humano.

O professor Andreas Vesalius revolucionou a anatomia e a cirurgia com sua obra “De
humani corporis fabrica” (1543), ficou conhecido por fundar o Instituto de anatomia em
Louvain-França, onde dissecava cadáveres de criminosos, por seu audacioso, foi nomeado
professor de Anatomia na Universidade de Pádua (1537) ensinando com precisão aos estudantes
a investigação pessoal com o uso do bisturi, dissecando os cadáveres, interrogando e estimulando
a curiosidade dos alunos. Vesalius revolucionou a estudo da anatomia, desempenhando um papel
fundamental.

Os primeiros a estudar o corpo humano por meio do microscópio óptico foram Antonie
Van Leeuwenhoek (criador) e Marcello Maplpighi, ambos descobriram as células do sangue, os
corpúsculos presentes na pele, as estruturas microscópicas do baço, os glomérulos do rim, os
alvéolos pulmonares, as células germinais dentre outras descobertas.
9

No século XVIII, as pesquisas evoluíram com muita intensidade e somaram com a


contribuição do Giambattista Morgagni(1682 – 1771) demonstrando as relações entre anatomia,
anatomia patológica e problemas clínicos. Além das técnicas de pesquisa, surgiram instrumentos
que avançaram ainda mais o estudo do corpo humano tais como: a radiografia, a ultrassonografia
e a ressonância magnética, dando ênfase para que o estudo da anatomia se torna uma ciência
eficaz e dinâmica para a humanidade.

2 CÉLULA

Imagem: célula

O corpo humano é composto por mais de 100 milhões de células, unidade básica
estrutural e funcional. As células variam de tamanho, forma e constituição e criam energia para
toda a vida definindo a vida, incluindo reprodução, movimento, respiração e excreção. Na
maioria, as células são microscópicas delimitadas por uma pele externa flexível, chamada de
membrana celular ou plasmática que tem a responsabilidade de proteger e de permitir a entrada e
saída de componentes.
Ressaltamos que na célula encontramos o núcleo, uma massa minúscula, inserida no
protoplasma, que tem por objetivo controlar a função celular. O núcleo guarda informações
genéticas na forma de DNA (ácido desoxirribonucleico). O DNA é considerado o código da vida,
na forma de cromossomos, presentes no núcleo de cada célula, que contêm informações
genéticas única de cada pessoa. A atividade celular é controlada pelo núcleo e mantida pelas
reservas de energia.
As mitocôndrias geram energia para a célula. Segundo Dale (2021) “cerca de 50% de
energia celular é fornecida para uso do corpo; o restante é necessário para a conservação da
própria célula. Cada célula é compatível a uma bateria, com carga positiva na parte de fora da
membrana
10

e negativa na parte de dentro. Cada célula gera sua atividade elétrica e seu campo magnético. A
célula saudável tem carga elétrica de cerca de 70 milivolts - os volts servem para medir as
atividades elétricas.” (pg. 62).

Membrana nuclear
(Cari
oteca

“Vacúolo
digestivo Complexo de
Golgi
Fonte: https://www.passeiweb.com/celula/

A Membrana plasmática envolve a célula. É por meio dela que a célula recebe água,
alimentos e oxigênio, ao mesmo tempo que elimina resíduos
de reações químicas que ocorrem na célula. O núcleo está situado geralmente no centro da célula,
o núcleo apresenta uma membrana, a carioteca, que envolve o carioplasma, líquido onde estão
imersos o nucléolo e a cromatina. O nucléolo é um corpúsculo relacionado com a formação dos
ribossomos. A cromatina é um conjunto de grânulos de forma e tamanhos irregulares, visíveis
quando a célula é tratada com corantes básicos. Estruturalmente a cromatina representa partes
visíveis dos cromossomos, elementos onde aparecem os genes, formados por DNA e
responsáveis pelas atividades celulares. Por meio dos genes, o núcleo coordena as funções da
célula.
11

3 ANATOMIA (PLANOS E EIXOS)

a. Plano sagital, eixos sagital e longitudinal


b. Plano vertical (plano horizontal, eixos transversal e sagital
c. Plano frontal (plano coronal, eixos longitudinal e transversal)
12

4 SISTEMA ESQUELÉTICO
O corpo humano é formado por 206 ossos na fase adulta, no período da gestação, o
feto é constituído em média por 350 a ossos que se transformam e se difundem entre si durante o
crescimento.

Fonte: Sobotta (2008)


13

Esse número é reduzido devido ao processo de ossificação. Os ossos ao crescerem vão


se tornando sólidos desenvolvendo um centro oco. Este centro oco contém a médula que fabrica
as células sanguíneas.
Os ossos são feitos de água, de minerais e da matriz celular e são responsáveis pela
sustentação do corpo. Eles são envolvidos em um periósteo duro e fibroso, no qual se inserem os
músculos e ligamentos. No interior do periósteo existe uma membrana chamada de endósteo, que
envolve a camada exterior de tecido ósseo compacto, onde se encontra o tecido ósseo esponjoso
e invadido pela médula óssea, na qual é dividida em amarela (tecido adiposo) e vermelha
(constituída por células em continua divisão).
A dureza dos ossos vem dos sais minerais e sua força vem de uma matriz de fibra
chamada de colágeno.
A divisão do esqueleto é composta por duas partes, a primeira parte pelo esqueleto
axial que corresponde ao crânio que possui 29 ossos, pela coluna vertebral que possui 26 ossos e
pela caixa toráxica, que possui 25 ossos. A segunda parte é composta pelo esqueleto
perpendicular que corresponde as extremidades superiores com 64 ossos e as extremidades
inferiores com 62 ossos.
A articulação é toda estrutura anatômica em que dois ou mais ossos estão em contato.
As articulações podem ser classificadas de acordo com o grau de mobilidade reciproca dos ossos
envolvidos. (Atlas, 2007).
As mobilidades ósseas se classificam em articulações móveis ou diartrose (joelhos,
ombro e dedos); articulações semimóveis ou anfiartrose (espinha dorsal, ossos do pé) e
articulações imóveis ou sinartrose (crânio).
14

5 OSSOS DO CRÂNIO (FRENTE)


Frontal,
Sutura Escama frontal
internasal Osso nasal
Maxila, Proc. frontal Sutura frontonasal
Sutura frontolacrimal
Sutura frontomaxilar
Sutura esfenofrontal

Margem supra-orbital Ê ui É À Forame supra-orbital

pg Parietal,
Ângulo esfenoidal

Esfenóide, Sutura
Asa maior esfenoparietal

Esfenóide,
F or
ntal,
Parte orbital maior,
Fac eorbita
Asa l
Frontal,
Proc. Temporal
ra
zigomático i E
superi Sutura frontozigomática
orbital
Fissu Lacrimal
or

Esfenóide,
Asa menor Sutura
esfenozigomática
Esfenóide,
Asa maior

Zigomático Sutura nasomaxilar

Forame infra-orbital
Fissura orbital
inferior
Concha nasal média
Margem infra-
orbital

Sutura
zigomaticomaxilar
Etmóide
Septo nasal,
parte óssea

Maxila, Proc.
alveolar Ramo da mandíbula

Espinha nasal
anterior Sutura intermaxilar

Forame mentual

Corpo da mandíbula

Frontal Temporal Vômer

Osso Concha nasal Etmóide


nasal inferior
Parietal
Maxila Mandíbula
Esfenóide
Zigomá Ema Lacrimal
tico

Imagem: Crânio (Sobotta, 2008)


15

6 OSSOS DO CRÂNIO (LATERAL)

Sutura Parietal

escamosa Sutura
corona!
Linha temporal superior
Sutura esfenofrontal

Sutura esfenoescamosa

Linha temporal É y Túber parietal

Sutura
esfenozigomátic
a / Sutura
3 escamosa
Sutura
frontozigomáti
ca
Sutura
Etmóide É à parieto-
a
E DE E E E mastóidea
a SE t
E
Sutura ' a Sutu
frontolacrimal
a A ra

Lacrimal r y
à al pg
Sutura q Ê DE À lambdóidea
lacrimo- S F
maxilar
nas 6 À

o- é k
Osso nasal

/
Sutura

maxilar

Sutura occipitomastóidea
maxil
Espinha
ar
nasal
anteri
or
Sutur
a

- Sutura À ARE E Poro acústico


zigomatico- l 4
[88 | i externo Côndilo
« ' ,
SE occipital
Proc. estilóide
temporo-
zigomática

Mandíbula
Protuberância
mentual
Forame mentual

Frontal Lacrimal ; ' Temporal

Parietal Rd Zigomático as Maxila

Occipital Esfenóide Mandíbula

Osso Etmóide
nasal

Imagem: Crânio (Sobotta,2008)


16

7 COLUNA VERTEBRAL
A coluna vertebral é constituída por 34 vértebras, nas quais distinguir-se em cinco
regiões: região cervical, torácica, lombar, sacro e cóccix. O conjunto ventebral é dividido por
sete vértebras da região cervical que permite a rotação da cabeça, doze vértebras que formam a
caixa tóracica, cinco vértebras que suportam a maior parte do peso do corpo, cinco vértebras que
correspondem os ossos da pelve e cinco vértebras na região do cóccix.
Fonte Sobotta (2012)

atla > Conjunto


s de
áxi vértebras
s atlas-
áxis
:+— lordose Vista
cervical dorsolateral.
vértebra
O dente
proeminen O arco anterior
te do atlas O
apófise articular
inf. do
áxis
OQ apófise
espinal do
áxis
€ arco posterior
do atlas O
apófise
transversa
Q faceta articular sup.

espaços
interverteb
rais

c
ó
c
c
i
x
> Exemplos de vértebras
1. 6º vértebra cervical,
vista lateral É
2. 6º vértebra
cervical,
vista axial
3. 8º vértebra
torácica, vista
lateral
4. 8º vértebra
torácica, vista
axial
5. 3º vértebra
lombar, vista
lateral
6. 3º vértebra
lombar, vista
axial
17

=—— —————
SE J—

<= —

<s--s—

Fonte Sobotta (2012)


18

8 CAIXA TORÁCICA
A caixa torácica é uma armação óssea formada por 12 pares de ossos que chamamos
de costelas, nas quais se articulam posteriormente com as vértrebras torácicas. A função da caixa
torácica é proteger os órgãos (coração, pulmão e os vasos sanguíneos), proporcionar apoio aos
músculos que sustentam os órgãos abdominais. É formado por três segmentos (manúbrio, corpo e
apêndice xifoide). Cada costela dos pares oitava, nono e décimo estão unidas por meio de uma
cartilagem, as costelas 11ª e 12ª são flutuantes que se articulam com a coluna vertebral.

Costelas
verdadeiras
eia
(Cos I-
es Cartilagem
costal
tela V)
ais

Costelas
falsas
(Costelas VII-
XII)

intercostal

Abertura inferior
do tórax

Articulação
lombossacral

Sacro

Fonte Sobotta (2012)


19

manúbrio do esterno A sa,

ângulo do
esterno lo
espaços intercostz::

cartilag
costela ens
s costais
verdadeir
as

falsas

vértebra
s do
esterno

arco costal

ostelas flutuantes:

abertura torácica inf.

Fonte Sobotta (2012)


20

Y Arco torácico Y
Vista ossos sup. do esterno
Vista axial a partir Esterno
frontal
de cima de um ad fen
tubérculo da costela — faceta da
conjunto formado PR
por uma vértebra daa pófios ânguloda
jugular
torácica, duas costela
costelas com clavicular
cartilagem costal
e 0 esterno
(em secção). chanfradura costal 1º

face
articular
do
tubércul
o da
costela
colo

corpo da
— costela vértebra torácica cabeça da costela costela

corpo do esterno

chanfradur
as costais
3º, 4ºe 5º

Y Caixa
torácica chanfradur
Vista dorsal as costais
6º e 7º
apêndic
e
xifoi
de

chanfradu
ra
clavicul
ar

manúbrio

“o do
estemo chanfradura costal 1º *

chanfradura costal 2º “a

chanfraduras
costais
Res

vertebrais

costelas flutuantes
apêndi
eo ce
xifoid
corpo e
.

Fonte Sobotta (2012)


21

9 EXTREMIDADES DOS MEMBROS SUPERIORES


As extermidades superiores têm uma estrutura semelhante à das inferiores. Na região
da cintura encontram-se uma série de ossos enlaçados entre si rodeando toda região do corpo,
que se une a coluna vertebral com vários ossos longos e com ossículos especializados na sua
extremidade.

Clavícula
Cíngulo do
membro
superior

Articulação do ombro

Articulação
umerorradial
Cotovelo Es Articulação
umeroulnar Articulação do cotovelo

Articulação
radiuln
Parte livre
ar
proxima
do membro l
superior

Rádio

Antebraço
Ulna

Articulação radiulnar distal

Articulação radiocarpal

Ossos 7
carpais Articulação mediocarpal

Metacarpo
, Articulações carpometacarpais
Ossos
metacarpais

Articulações metacarpofalângicas

Mão
Dedos
Ossosdados
mão,
dedos: Articulações interfalângicas proximais da mão
— Falange
proximal —
Falange média
— Falange Articulações interfalângicas distais da mão
distal

Fonte Sobotta (2012)


22

A escápula se encontra posteriormente com a caixa torácica. Em conjunto com a


clávicula, forma a articulação do ombro que liga o úmero ao corpo. Ao ossos da cintura escapular
estão ligados intimamente ligados ao tronco por músculos e ligamentos.

Incisura da escápula
Marge
m
superior
Ângulo
superior
F
supra-espinal
o
s
s
a
dE
ulo

Ca
glen supraglenoidal
vi
oida
dal
Ângu
Proc. coracóide
de
lo
late
ral

Colo da
escápula

Margem
lateral
Escapula vista posterior Fossa
infra-espinal

Ângulo E

Cavidade glenoidal

Tubérculo infraglenoidal

F
posterior
Face costal

Escapula vista lateral


23

O ombro,o cotovelo e o punho são articulações móveis. No ombro, o úmero está


alojado numa cavidade muito menos profunda do que a do quadril

" limero Y Rádio Y Ulna


Es tonta! cabeça cabeça Vista lateral Vista lateral
ea edi esquerda direita
sorsal id
tubérc articular oléc pequen
tubérculo colo ulo
anatômi circunferência a
4 maior À
co
maior rano cavidad
rcular e
colo de
intertub do rádi pequena sigmóidea
e cirúrgi cabeça crista o
sulco do cavidade do at oldê
ubérc co
sigmóidea
crist ófi
l músculo
crist a a na
ulo tuberosid o d
a do supina r
tubércu
maior tuberosidad
lo corpo do e
úmero
meno do
r nervo radia

face
tuberosida face posterior
anterior
de sulco
deltóide e idas crista
l
a interóssea
face
face. post.
anterio
r lat.

bordo lat.
A
énis er
ervo ln re articula
il
crista crista
supracondi supracondilar f fossa
lar lat.
e “ do
epicônd epicôndito (a olig Y Dedo méd
io
; lat. loiderano aleçãi ar
seçã NZ Ligação entr Ea

ssscôndilo lat. 8Viatr


capítulo med.
incisura ' circunf ência
t
n
sulco 5 ulnar de r
est estil
côndilo u
doar côndilo oide
oide
do do
úmero úmero

Articula Articula face


çã anterio 6. Vista
ção io
r fdau
do » do pulso palm 7.
cotovelo Estii ina
erádio de
Vista
pisa o
'
dorsal
e ulna rei
entre

rádio

i l
da mão

Godos apar

o. 9. escafoide
semilunar
o. o. capitato
pisiforme O. trapezoide
«2?
A o. trapézio
D Pulso e 4 — cabeça —+ é
N ,
Vista Tango —S
frontal. metacar distal q. 8
Na figura po |
tuberosidad
faltam os ossos e distal
dos

metacarpos.
is
dos
Fonte: Atlas de anatomia (2007)
24

10OSSOS DA MÃO

Trapézio

i
Trapezóide apito
d
Hamato
Proc. estilóide
do metacarpal Ill

Base da falange

Corpo da falange

Cabeça da falange

Fonte Sobotta (2012)

I. Polegar
II. Dedo indicador (segundo dedo)
III. Dedo médio (terceiro)
IV. Dedo anular (quarto)
V. Dedo mínimo (quinto)
25

11 EXTREMIDADES DOS MEMBROS INFERIORES

As extremidades inferiores, também estão ligadas com a coluna vertebral por uma cintura
que recebe o nome de cintura pélvica ou pelve. A pelve é formada pelos três ossos do quadril, que
se articulam posteriormente com o osso sacro e com o cóccix.

Articulação sacroilíaca
Cingu
membro
lo doinferior

Quadril

Articulação do quadril

Corpo do fêmur

Coxa

Articulação
femorotibial Joelho joelho

Parte livre do
inferior
membro Articulação tibiofibular

Corpo da tíbia

Perna

Articulação
Sindesmosse
tibiofibular
talocrural
Articulação
calcaneocubóidea
Tarso, Ossos tarsais
( “Articulação subtalar
Articulação talocalcaneonavicular
Articulação
Pé Metatarso, cuneonavicular
Ossos metatarsais
Articulação
Ossos dos
Dedos do pés, cuneocubóidea
dedos:
— Falange Articulações
—média
Falange intercuneiformes
proximal Articulação tarsometatarsal
Fonte Sobotta (2012) — Falange
distal Articulações
metatarsofalângicas
Articulações
interfalângicas do pé
26

Devido a essa estrutura, a pelve se transforma num conjunto ósseo relativamente rígido,
maciço e bem inserido na coluna vertebral, com uma forma côncava que permite segurar os
órgãos abdominais inferiores e que proporcionam uma articulação sólida nessas extermidades. O
quadril é constituído por três osso achatados ( ílio, ísquio e púbis). Cada osso do quadri articula-
se com o fêmur, o osso da coxa.

chanfradura falciforme

Fonte: Atlas de anatomia (2007)


27

. O fêmur articula-se distalmente com os ossos que constituem o esqueleto da perna: dois
longos, a tíbia e afíbula, a patela na articulação do joelho. A patela proporciona um ponto de
inserção para o músculo quadríceps do fêmur.

SE: colo do fêmur


cabeça
A Ossos da pelve
direita fosseta do troc e
lig. redondo ma vértic
ânte i
trocânter e e
o d o rio
1.tVista
lateral ra eim
i
esquerda
pú 2.
inetrocanér ,
Vista
bi lateral
terce
direita ica iro
post.
= ísquio trocânter

trocânter — menor
menor

Oasailiaca cavidade cotiloide


O espinha O faceta semilunar (D
ilíaca chanfraduras sup. do
anterosup. O acetábulo EB corpo do ílio OD
espinha ilíaca
crista iliaca
anteroinf. O
eminência
iliopectinea
O corpo do
púbis
O superfície
pectinea O
ramo sup. do
púbis O li
espinha do nh
púbis O ramo
inf. do
púbis
(D forame
obturado
O ramo do q
isquio
2.
(D
Vista
tuberosidad
e
isquiática
D corpo do
ísquio
O face
semilun
ar do
acetábulo
O acetábulo
ou
lin
ha
supracond
iliana
med.

intercotiloide |

D Fêmur direito
1. Vista
Vista frontal frontal
1. chanfradura intercondiliana 2 2.
fossa intercondiliana Vista
Fonte: Atlas de anatomia (2007) dorsal
28

Os ossos longos articulam-se com os ossos curtos do pé. Os do tarso estão organizados
em duas fileiras: uma posterior (tálus e calcâneo) e uma anterior (escafóide, cuboide e três ossos
cuneiformes, seguidos dos metartaso). Os ossos do pé estão unidos entre si aos ossos da perna
por cápsulas articulares fibrosas reforçadas por ligamentos que garantem a força e resistência,
assim como a mobilidaes para caminhar.

côndilo lat. côndilo med..

- calcâneo

tálus

navicular

1º cuneiforme

base

1.º metatarso

cabeça

cabeça da

3. falange

Fonte: Atlas de anatomia (2007)


29

Cabeça do tálus

Falanges distais

4.35

Tuberosidade Sul d tendão


d músculo
do” co o glon
flexor d ho álux
metatars o o
al V

Cuboide, Tuberosidade do cuboide

F Ossos tarsais

Articulação transversa do tarso (linha articular

de Chopart) Navicular
Cuneiforme intermédio
ao =
Colo do Cuneiforme lateral
tálus

Seio do
tarso
Calcâneo
Tróclea
fibular

4.36
Tuberosidade
do metatarsal
V

Fonte Sobotta (2012)


30

12 SISTEMA MUSCULAR

O corpo humano tem cerca de 700 músculos, que tem a


finalidade de mover os ossos. Esse sistema compreende a três
tipos demúsculo:músculo esquelético; músculo liso emúsculo
cardíaco. O músculo esquelético corresponde a uma grande
proporção da massa corpórea e outra parte está ligada ao esqueleto
por tecidos chamados de tendões, que ajudam a mover os ossos e
a cartilagem do esqueleto, eles também determinam os contornos
físicos do corpo e são responsáveis pelos atos reflexos; O musculo
liso compreende aos órgãos como o estômago, os pulmões, os rins
e a pele.

Esses músculos são movimentados e controlados pelo sistema


nervoso autônomo e colaboram nos processos cotidianos do corpo
como a digestão, respiração e excreção; O músculo cardíaco está
no coração, trabalha constantemente bombeando sangue para
dentro e fora do coração.

Os músculos são constituídos por feixes de fibras chamados


fascículos. Quando recebemos impulsos do sistema nervoso, os
miofilamentos deslizam uns sobre os outros produzindo uma
contração muscular. Os tendões e os ligamentos são tecidos
conjuntivos que se distribuem da cabeça aos pés rodeando os
músculos, os ossos, órgãos, nervos, vasos sanguíneos e outras
estruturas, proporcionando proteção e absorção de impactos.
31

13 MÚSCULOS DA FACE (FRONTAL)

Aponeurose epicrânica

M. M. corrugador do supercílio
epicrânico,
M.
occipitofronta Lig. palpebral medial
l,
Ventre
frontal M.
levantador
do
asa o nariz
lábio superio
d
M. abaixador do r e
supercílio
M. nasal

M. temporoparietal

men
M. or
orbicular
do olho, M. zigomático
or Parte
a
ari
orbital
. .
do
M. zigomático
M. levantador sepmaior
to
do lábio
superi e
M. abaixador
do do nariz
as M. levantador
n z M. do ângulo da
boca
gomes
Glândula
M. levantador parótida
do lábio superior

Ducto parotídeo

M. M. bucinador
levantador M. masseter
do ângulo da
boca
M. orbicular da
boca, Parte
marginal

M. risório


Platism
a Platisma :
|” Forame mentual
:h
M. abaixador M. abaixador do ângulo da boca
do ângulo da
boca
M. abaixador do lábio inferior

M. esternocleidomastóideo

mentu: jal
M. Fáscia cervical, Lâmina superficial
M. orbicular da
boca,
Parte
labial

Imagem: Crânio frotal (Sobotta, 2008)


32

14 MÚSCULOS DA FACE (LATERAL)

M. auricular anterior M. epicrânico, M. temporoparietal

Aponeurose epicrânica

M. epicrânico, M.
occipitofro
ntal,
Ventre
frontal
M.
auricula
r
superior

M. orbicular do olho, Parte palpebral

M. abaixador do supercílio

M. prócero

M. orbicular do
olho, Parte
orbital

M. levantador do
lábio superior e
asa do nariz

M. nasal

men
or

M. semi-
u
espina! da
M. zigomático cabeça
i

M. orbicular
M.
da boca esternociei-
M. zigomático domastóideo
.
' M. esplênio da
maior y cabeça
Panícu
lo
adipos
o

M. orbicular da boca M. trapézio

M.
abaixado
r do
lábio
inferior
M. mentual

M. abaixador do ângulo da boca


M. risório Fáscia cervical, Lâmina
superic:a!

Platisma
Fáscia parotídea

Imagem: Crânio lateral (Sobotta, 2008)


33

15 MÚSCULOS DO TRONCO (VISTA FRONTAL)

m. milo-hioide
—2* E
m. omo-hioide
N É m.
estemo- fáscia peitoral

hioide E A m. peitoral maior

m. m. deltoide
esternocleidomastóideo
m. m. trapézio
deltoide
m. peitoral
maior parte
clavicular
parte
esternocostal
4
parte abdominal (1 %

fáscia |
m. dentado ant.
m. braquiorradial

aponeurdoo
sm.e bíceps
braquial

rádio

aponeurose
do m. lat.
do abdome

fáscia lata

Fonte: Atlas de anatomia (2007)


34

16 MUSCULO DO TRONCO (VISTA DORSAL)

protuberân
cia
occipital
ext. m. esternocleidomastóideo

m.
esplênio m. trapézio
da
cabeça.

m. redondo menor

do braço
tríceps || m. grande dorsal
apófise t
da ex
espinalblíq q
12º. uo t. À hl trígono
vértebra q EI
torácica
j lombar WO
m. / crista aca
o
abdomi
nal

glúteo médio

glúteo maior

Fonte: Atlas de anatomia (2007)


35

17 MÚSCULO DO TRONCO VISTA LATERAL

m. deltoide
m. esternocleidomastóideo

m. trapézio

braquial

m. oblíquo lat. abdominal

aponeurose do m.
oblíquo lat.
abdominal

:
m. mai
glúteo
or m. tensor da fáscia lata

Fonte: Atlas de anatomia (2007)


36

18 MÚSCULO DO BRAÇO

M. trapézio

Clavícula
Espinha da
escápula

M. peitoral maior

M. trapézio
M. deltóide

Fáscia infra-
espinal

M. redondo menor

M. tríceps braquial, Cabeça longa M. serrátil anterior

M. bíceps braquial

M. braquial
Septo intermuscular lateral do
braço

Epicôndilo lateral
Olécran E
o M. braquiorradial

M.
ancôneo

Fonte: Sobotta (2012)


37

19 MÚSCULO DO BRAÇO (PARTE FLEXOR DO BRAÇO)

M. peitoral maior

M. palmar longo

M. flexor superficial
dos dedos

Retináculo dos músculos


flexo
res
Eminência hipotenar

Fonte: Sobotta (2012)


38

20 MÚSCULO DO BRAÇO (LADO EXTENSOR DO BRAÇO)

M. trapézio
M. deltóide

M. infra-espinal

M. redondo menor

M. redondo maior

M. latíssimo do
dors M. tríceps braquial
o

M. braquiorradial

M. extensor radial
longo do carpo

M. extensor radial
curto do carpo

M. extensor dos dedos

M. extensor ulnar
do carpo

Fonte: Sobotta (2012)


39

21 MÚSCULO DA MÃO (FRONTAL E DORSAL)

m. extensor m. abdutor longo


curto do polegar 2. do polegar

Profundos tendão do
tendão do m.
m. extensor curto m. tendão extensor
extensodor mínimo do m. iongo do
tendão extenso carpo
do
do m. r radial
carpo radial do tendão do
min
m. extensor do indicador i m.
o extenscoo
m. extedons sdeodors: rro do
tendão do m. extensor do mi
carpo
ni
longo do radial
carpo mo
carpo radial tendão tendão
ulnar do m.
extedo do m.
“tendão do m. ninsdio extensor
extensor cadror longo do
carpo
radia!

m. flexor do carpo radial m. palmar longo m.


tendão prona
do | dor
Ng <,
quadr
ado
Fonte: Atlas de anatomia (2007) m. flexor do,

c g . do
u a polega
r r
r
7
t
; o m
.
,
m.
abdutor a
d
-curto do o b
polegar d
p u
m. o t
flex l o
or e r
m rpo
, 0. pisiforme

f retí
m. palmar curto culo
tendã l
4 m. abdutor “* do o do e dos EA
mínimo m. flexor
x
m. flexor curto flexo es
o
do minimo r r ó m.
longo
do
oponente
u do ,
poleg l
ar n
parte anular da mínimo
bainha fibrosa a
r músculo
m. s
abdutor
: á d interóss
curto o eos
do palmares
polega c músculos
r | a

m abrlutor din nolanar


Fonte: Atlas de anatomia (2007)
40

22 MÚSCULO DA PERNA (FRONTAL)

M. ilíaco

M. iliopsoas

M. psoas maior

M. tensor da fáscia lata

M. pectíneo

M. sartório

M. adutor longo

M. vasto lateral
M. grácil

M. vasto medial

M. tibial anterior

M. sóleo

M. extensor longo dos dedos

M. extensor longo do hálux

Fonte: Sobotta (2012)


41

23 MÚSCULO DA PERNA (DORSAL)

Fonte: Sobotta (2012)


42

24 MÚSCULO DA PERNA (LATERAL)

M. oblíquo externo do abdome

Crista ilíaca, Lábio externo

Espinha ilíaca anterossup:

M. glúteo máximo M. sartório

M. tensor da fáscia lata

M. reto femoral

Trato iliotibial

M. vasto
lateral M. bíceps femoral, Cabeça longa

Trato iliotibial

M. semimembranáceo

M. bíceps femoral, Cabeça curta

Patela

M. gastrocnêmio, Cabeça lateral

Lig. da
patela Cabeça da fíbula

Fonte: Sobotta (2012)


43

M. bíceps M. quadríceps
femoral femoral, M. vasto
lateral

Trato
iliotibial Patela

Lig. da patela
Cabeça da fíbula

Tuberosidade da tíbia

M. gastrocnêmio M. fibular longo

M. tibial anterior

Septo intermuscular anterior da perna

M. extensor longo dos dedos

M. fibular curto

M. tibial anterior, Tendão

M. extensor longo do hálux


Tendão do calcâneo
Retináculo inferior dos músculos extensores

Maléolo lateral

Retináculo superior
dos músculos
fibulares
M. extensor

M. fibular longo, Tendão M. extensor longo


dos dedos, Tendões

M. fibular curto, M. extensor curto dos dedos M. fibular terceiro,


Tendão Tendão

Fonte: Sobotta (2012)


44

M. psoas maior

M. iliopsoas
M. + — “A - (M. psoas menor)
ilíaco

Lig. inguinal

Arco iliopectíneo

M. iliopsoas

M. pectíneo

reto femoral
M. M. adutor longo

M. sartório

M. grácil

M. vasto lateral

M. vasto medial
Fáscia lata, Trato iliotibial

Lig. da patela
Cabeça da fíbula

Fonte: Sobotta (2012)


45

Trato iliotibial

Lig. da patela

Tuberosidade da tíbia

M. gastrocnêmio

M. fibular longo

M. tibial anterior

Septo intermuscular anterior da perna

M. tibial anterior, Tendão

M. extensor longo do hálux, Tendão

Maléolo medial
Maléolo
lateral
Retináculo inferior dos
músculos extensores
M. extensor longo dos dedos,
Tendões

M. extensor longo do hálux, Tendão


M. fibular terceiro, Tendão

M. extensor curto dos dedos M. extensor curto do hálux

Fonte: Sobotta (2012)


46

25 MÚSCULO DO PÉ

m. fibular
mfibular longo
curto

bainh
tendão do catcâneo | AA?
a
retículo dosdos
músculos
b dt ome
extensores sup.
a oe dm.ex
t
retículo dos
bainha dos e o.extensores
músculos
músculos inf.
fibulares
extensares longos
comuns. dos dedos
Ea)
retículo dos “ia
a londo
músculos
fibulares d
sup. gproimeiro dedo
bolsa r
subcutâne xtensor
a do longo dos
calcêneo. dedos
S
Fonte: Atlas de anatomia (2007)
Fonte: Atlas de anatomia (2007)
47

26 SISTEMA NERVOSO

Segundo Dale (2021), “o nervo é um feixe de fibras


Cérebro motoras e sensoriais, que se ligam com o tecido
Crânio conjuntivo e os vasos sanguíneos”. O sistema
nervoso é responsável pelo recebimento de
ULA ESPINAL
ala espinal informaçõesdomundoexternoe dosórgãosinterno, é
não anto os considerado um sistema vital para o
ossos da -
estende desde desenvolvimento da linguagem, do pensamento e
bra lombar da memória.
(LD. jo em
cone que to
semelhante O sistema nervoso de divide em sistema nervoso
) filamento central que compreende a cérebro e a médula
so das
vértebras É espinhal e o sistema nervoso periférico que
corresponde todo restante de nervos pelo corpo. O
Medula
sistema nervoso central controla ostecidosnervosos
espinal
em todo o corpo. A função da médula é comunicar
os órgãos e tecidos com o cérebro, centro das
Filamento atividades do sistema nervoso e responsável pelo
terminal processamento de informações, o cérebro recebe e
Extensão da pia-
máter reenvia as informações para a médula. Enquanto o

Região
lombar —
sistema nervoso periférico detecta e provoca
mudanças dentro e fora do corpo.
Sacro —
Apresentaremos a seguir, o panorama do
sistema nervoso, sistema circulatório, sistema
Cóccix
linfático e o sistema de veias e artérias.
48

O sistema nervoso esta designado a um conjunto de órgãos que intervém num


complexo grupo de atividades coordenadas tais como: o sistema de sensores, que registra as
variações ambientais (externas e internas do corpo) convertendo em estímulos nervosos; rede de
nervos que tem a função de ligar os sensores e outros elementos corporais com os órgãos que
elaboram os estímulos e que produzem comandos nervosos; o sistema neural centralizado que
inclui órgãos que conforme a necessidade, processam, memorizam e produzem uma resposta aos
estímulos que chegam a eles através da rede nervosa; o sistema nervoso periférico constitui um
conjunto de centros nervosos que produzem os estímulos nervosos involuntários ou seja, os
nervos que transmitem os impulsos regulam as funções fisiológicas; o sistema nervoso simpático
é formado por duas longas cadeias de gânglios, pares e simétrias em relação à coluna vertebral,
também é constituído por fibras organizadas em plexos que se distribuem por todos os órgãos
seguindo o percurso das artérias eexercendo a função decontrolarecoordenar; o sistema nervoso
parassimpático é formado por um nervo vago que controla as funções dos órgãos internos.
O sistema circulatório e o sistema linfático tem a função de recolher e distribuir para
todo o corpo as substâncias vitais e de transportar os resíduos inutilizáveis para os órgãos
excretores. Portanto, esses dois sistemas são duas redes complexas de dutos de diferentes vasos,
onde circulam dois fluidos ricos em células (sangue e Qi).
O sistema circulatório é constituído pelo coração e por vasos de diferentes funções
como artérias, veias e capilares, enquanto o sistema linfático é constituído por pequenos órgãos
como os linfonodos, outros órgãos relacionados com o sistema circulatório e o sistema linfático
são os ossos, o timo e o baço. Na médula óssea originam-se vários tipos de células que produzem
a linfa e o sangue e no timo ocorre uma diferenciação do linfócitos. O baço contribui para regular
o volume de sangue durante a circulação.
O sistema circulatório e linfático também tem a função de defesa como por exemplo:
as plaquetas e os anticorpos (indispensaveis para o processo de cicatrização e proteção contra as
infecções causadas por vírus e bactérias).
As artérias são vasos que tranportam o sangue em movimento enquanto as veias
levam sangue para o coração. Nas artérias o sangue esta submetido a uma forte pressão, sendo
mantido e transferido para a periferia graças às paredes desses vasos ligeiramente elástico. As
veias são compartimentados por válvulas semilunares que permitem que o sangue corra numa
única direção e apresentam uma parede muscular mais fina e dilatável do que as artérias . As
veias também dilatam e se contraem durante a passagem do sangue. Vejamos agora o panorama
de cada sistema.
49

27 PANORAMA DO SISTEMA NERVOSO

Panor; rama das


partes central Fonte:
Sobotta (2012)
50

28 PANORAMA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO

Vista frontal dos vasos


principais: em azul, as
veias; a. temporal
em vermelho, as artérias. sup. a.
v. submandibular bm facial

a. carótida comum esq.


a. carótida ext. ss

v. jugular ext. ANN crossa da aorta

v. É a. gástrica esq.
cefálica ZA»To a. profunda braquial
+ v. cava
inf.

pa
v. mesentérica inf.
v. mesentérica sup.
a.

mesentérica pe
artérias e PN Ê
j ) comum
veias 47
=. 78 esq. a.
russUia N ulnar
ARA a. interóssea
)

arcada /) / 4 ; , ES
palmar, artérias digitais
, |
profunda
arcada a. a.
palmar,
sup. ilíaca circunfle
ext./ xa lat. do
v.ilíaca fêmur
comum a.
a. ilíaca int.
profunda do - :
,
fêmur
v. Safena magna

:
v. femoral (+ à , 'f |> a. femoral
a. poplítea

veias tibiais ant. =; a. tibial post.

veias tibiais post.

arcada
venosa
dorsal do

a. plantar
med.
arcada
arterial
arcada plantar

Fonte: Sobotta(2012)
51

29 PANORAMA DO SISTEMA LINFÁTICO


linfonodos
parotídeos v.
jugular int.

linfonodos cervicais parte


duto
ANN cervical
É j do duto
linfátic prin
torácico
tronco
Eq —
tronco jugular esa.
CP
subciávio v. subclávia
/
dir. N N
pat torác d FZ EB
e ica
dir.
o
ms
rsesV ES
E —- f 0,2< = . a
.
ma ZM linfonodosrerzsees
Ae
v. cava sup. o MN ê
r
Ê
duto torácico É CA

nu 7Á
P

k S

tronco
11
)
parte abdominal do 4h 3) À
RS

mera Da: NE
v.cava inf. 04
d
Na y
S39f
ds

linfonodos inguinais
superficiais e profundos
É É

=
Fonte: Sobotta (2012)
52

30 PANORAMA DE VEIAS

têmica.
a veia
perna direita estão representadas
s s

Fonte: Sobotta (2012)


53

31 PANORAMA DE ARTÉRIAS

A. carótida A. carótida comum


interna
A. carótida
externa A. subclávia
Arco da aorta
Tronco Parte ascendente da aorta
braquiocefálico
Coração
Parte descendente da aorta,
A.
Parte torácica da aorta
axilar
Tronco celíaco
A. mesentérica superior
A.
braquial

A. testicular”

A. Bifurcação da aorta
ulnar

A. ilíaca interna

A. tibial posterior

A. tibial anterior

A. fibular

Fonte: Sobotta (2012)


54

32 CÉREBRO

O cérebro constitui amassaprincipal do encéfalo. O cérebro tem a função de


processar, analisar e comparar informações provenientes dos exteriores e do interior do corpo.

Telencéfalo
Prosenc
ófalo Diencéfalo

Mesencétal
o* Encéfalo

Cerebelo (=
Metencéfalo) Rombencéfalo
=
Medula oblonga* [Bulbo]
Mi Melon
(e Medula espinal

Fig. 498 Divisão da parte central d o


sistema nervoso; Corte mediano;
esquemático.
As partes do encéfalo marcadas com * formam,
em conjunto, o tronco encefálico.

Sulco central

interventricular Lobo parietal

Opérculo pareta

Telencéta
lo

o ( Dlencétalo
t
Mesencéfalo
e
Metencéfalo
Rombencófalo isu
Pon Ínsula [Lobo
lar
Cerebelo n
Medula
oblonga
Medula
espinal

Fonte: Sobotta(2012)
55

33 DIVISÃO DO CÉREBRO
Pólo
frontal
Sulco central
Lobo parietal
Fissura
longitudinal
do cérebro Sulco parieto-
occipital
Lobo frontal

Sulco central

Lobo parietal Pólo


looccipital
Lobo temporal bo
Fossa lateral occipital
Sulco do cérebro
parieto-
occipital
Sulco
Lobo occipital lateral
Pólo
occipital

Fig. 504 Lobos do Fig. 505 Lobos do


cérebro; vista superior. cérebro; vista esquerda.

Pólo
frontal
Giro do cíngulo
Lobo frontal Corpo
Fissura longitudinal do caloso Sulco do cíngulo
cérebro
Sulco central
Pólo temporal
Lobo límbico
Fossa lateral do cérebro

Lobo temporal Sulco parieto


occipital
Diencéfalo
Lobo límbico, Sulco
iiro para-hipocampal calcarino

Pólo
Sulco colateral occipita
l
Sulco hipocampal Fossa lateral do
cérebro dee
Incisura pré-occipital Pólo temporal p a
Mesencéfalo
Giro para-hipocampal, Unco
Incisura pré-
Lobo occipital Diencófa Lobo
Pólo lo tempor
occipital
Sulco al
hipocampal
Sulco colateral

Fig. 506 Lobos do cérebro; Fig. 507 Lobos do


vista inferior. cérebro; vista medial.

Fonte: Sobotta(2012)
56

34 PANORAMA LATERAL DOS ÓRGÃOS

Fonte: Sobotta (2008)


57

35 SISTEMA DIGESTIVO

O sistema digestivo é formado por um conjunto de órgãos que atuam no corpo humano.
Sua ação está relacionada ao processo de transformação dos alimentos, no qual tem a função de
ajudar na absorção dos nutrientes. Durante este processo vários órgãos compõem o canal
alimentar como a boca, a faringe, o esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e o
ânus, além das glândulas salivares, o pâncreas e o fígado.

Cavidade
a própria
d
Boca Vestíbuloboca
da boca
Rima da boca E
Glândula parótida Parte oral da faringe
Glând E j
saliva UE |
ulas
res .
Glândula sublingual Fáringe Parte
maiores
laríngea da faringe
7
Glândula submandibular

Figado Estômago
Pâncreas

Vesícula biliar

Intest
Colo ino Jejuno
transverso
Colo delgado
Intest ascendente
ino Colo ico
gross descendente
o Colo
sigmóide
Ceco
— Apêndice
vermiforme —

Reto 1
Canal
anal
Ânus

Fonte: Sobotta (2008)


58

36 SISTEMA RESPIRATÓRIO

O sistema respiratório é responsável pela captação de oxigênio do meio ambiente e


a liberação do gás carbônico. Além de estar relacionado com o olfato, ou seja, nossa capacidade
de permitir odores e relacionado também com a fala, devido à presença das chamadas pregas
vocais em um dos órgãos do sistema respiratório.

Cavidade nasal

Parte laríngea da faringe,

Brônquios principais
Lobo superior
Lobo superior
u
P lmã E E esqueio
odireito; — Lobo médio
Lobo inferior Lobo inferior

Fonte: Sobotta (2008)


59

A função do sistema respiratório estar dividido numa parte condutora e uma parte
respiratória; a parte condutora corresponde as fossas nasais, faringe, laringe, traqueia, brônquios,
bronquíolos e bronquíolos terminais. Na parte respiratória estão os bronquíolos respiratórios,
ductos alveolares e alvéolos; neles ocorrem as trocas gasosas, ou seja, o oxigênio retirado do
meio externo é disponibilizado para o sangue, e o gás carbônico entra no sistema respiratório
para realizar o caminho inverso ao do oxigênio e ser eliminado para o meio. Esse movimento
acontece por meio da inspiração e expiração.

Glândula
tireói
de
Traqué
ia

Diafra
Ba
gma
ço
Duod
Fígad
eno
o
Estômago

Pâncreas
Jeju
no
Rim

Colo

fico

Fonte: Sobotta (2008)


60

37 SISTEMA CARDIOVASCULAR
O sistema cardiovascular também chamado de sistema circulatório, é o sistema
responsável por garantir o transporte de sangue pelo corpo, permitindo que nossas células
recebam por meio da circulação os nutrientes e oxigênio. Esse sistema é formado pelo coração e
pelos vasos sanguíneos.

Hipotálamo

Hipófise

Glând
paratie r
ulas
inferior e superior
óides
Glândula tireóide

Timo

Cora-
ç
ã
Estô-
mag
o

Rim

Ovário

Intestino

Testículo

Fonte: Sobotta (2008)


61

38 SISTEMA URINÁRIO (MASCULINO E FEMININO)

Rim

uriÓrgãos
n
Ureter —
Fonte: Sobotta (2008)

Tuba uterina
O sistema urinário é responsável por produzir, armazenar temporariamente e
eliminar a urina, um composto que garante a eliminação de substâncias que estão em excesso no
Bexiga
organismo e seus resíduos. Os órgãosurinária
responsáveis são os rins, ureteres, a bexiga urinária e
Órgã
a uretra. Esses órgãosUrera
tatuamfeminina
de maneira conjunta, garantindo a filtração rdo sangue, a
produção da urina e a eliminação de toxinas.
os

Clitóris

rondã
á
d
jão
geni
osdo
o
s

Senta
pud

is |
Lábio menor
u
Lábio maior

urinários
Fonte: Sobotta (2008)
62

CONCLUSÃO

Chegamos ao entendimento parcial deste estudo e mostramos a importância de estudar


a anatomia fisiológica e energética do corpo humano. No estudo da massoterapia é preciso
entender que existe uma ligação entre o estado físico e emocional, e que ambos devem estar em
constante equilíbrio, tratando e evitando assim as doenças.

Vimos a importância do sistema esquelético, do sistema muscular e do sistema dos


órgãos internos, além dos panoramas de veias e artérias que circula por todo o corpo. Durante a
prática clínica você não terá dificuldade de identificar cada parte do corpo e saberá utilizar a
manipulação correta na hora das técnicas aplicadas. Estudar o corpo humano exige estudo e
dedicação, por isso o massoterapeuta deve aprofundar ainda mais seus estudos, tendo numa visão
terapêutica, dando ênfase ao tratamento adequado durante as técnicas aplicadas na massoterapia.

Esperamos que você tenha aproveitado!

Centro de Terapias Orientais- CTO


63

CAPÍTULO II

OS FUNDAMENTOS NA
MASSOTERAPIA ORIENTAL
64

1 INTRODUÇÃO

A proposta inicial do Capítulo II é conduzir o aluno a uma viagem pela massoterapia


oriental, da antiguidade até os dias atuais da cultura Oriental, berço da Medicina Tradicional
Chinesa, principal símbolo da cultura milenar que preserva suas tradições a 5 mil a. C.

Durante o processo de evolução do homem, a civilização oriental não deixou


descaracterizar-se com o surgimento da modernidade e muito menos com o desenvolvimento das
culturas ocidentais. Os orientais carregaram em suas bagagensmigratórias ensinamentos
milenares decomo trataras pessoas eaté mesmo cura-las dedoenças crônicas. Portanto, este
estudoapresenta os fundamentos teóricos da medicina oriental, incluindo a filosofia e a história
da cultura oriental baseadas nos ensinamentos dos sábios chineses como Confúcio e Lao Tsé, no
qual buscaram compreender através da observação do homem com a natureza, o conhecimento
científico, seus princípios e suas relações.

A História da cultura oriental traz ainda, ensinamentos milenares que contribuíram


para o desenvolvimento de muitas nações, inclusive a ocidental; destacamos a massoterapia,
principal tema desse estudo. Sua origem despertou curiosidade por diversas civilizações, nas qual
desenvolveu técnicas de tratamentos terapêutico utilizando as mãos. A manipulação dessas
técnicas foi aliada com o uso de medicamentos extraído da natureza como por exemplo: os
florais. Essas técnicas alcançaram resultado satisfatório, com objetivo de previr, tratar e curar.
Contudo, a prática ganhou notoriedade pelo mundo, mantendo suas tradições e ensinamentos
milenares, fundamentado na teoria do Yin -Yang, dos Cinco elementos, das substâncias principais
como: Qi (Chi), sangue, essência e mente e na função dos órgãos zang fu (yin e yang).

A prática da massoterapia evolui se tornando tema principal em dissertações de


mestrado e tesede doutorado em universidades nacionais e internacionais. Hoje é considerada
uma profissão de saúde, estando presente em instituições profissionalizantes, em cursos de
extensão, graduação e pós-graduação. A profissão está centralizada na prevenção e promoção da
saúde física e mental do paciente.
65

2 FILOSOFIA ORIENTAL .

Imagem: filosofia oriental

Quando apresentamos ideias, questionamos ou argumentamos sobre algo, como por


exemplo: política, economia e educação, estamos englobando ao nosso corpo um conjunto de
conhecimentos, nos quais somos capazes de usar nossa razão e sabedoria, daquilo que
acreditamos que seja real ou irreal. Temos a capacidade de mudar ao qualquer tempo e somos
infinitamente pensantes, por isso evoluímos.

Por esta razão surgiu a filosofia, palavra que vem do grego, filosophia, que representa
a composição de duas palavras: philos (amizade, amor) e sophia (sabedoria), na qual é chamada
literalmente "amor pela sabedoria”. Segundo Pitágoras (c. 570 – 495 BCE), a filosofia é o estudo
das questões gerais e fundamentais sobre a existência, conhecimento, valores, razão, mente e
linguagem. Esses termos são utilizados frequentemente para resolver problemas.

Portanto, quando aprofundamos ao estudo da história da filosofia, somos conduzidos


a uma compreensão mais abrangente sobre as várias teorias que buscaram o conhecimento e a
sabedoria sobre várias questões fundamentais, como por exemplo a realidade, o conhecimento, o
significado, o valor, o ser e a verdade. O fazer filosófico, como toda construção do conhecimento,
requer acúmulo das contribuições dos pensadores do passado, muitos debruçaram seriamente
sobre questão filosófica, que está, mais ou menos conscientemente, rendendo tributo a seus
antecessores, seja para contrapor-se a eles, seja para ratificar suas ideias, esclarecê-las e/ou
melhorá-las.
66

Podemos afirmar que a existência da filosofia oriental é oposto a filosofia ocidental,


pois, não ocorreu uma separação de ciência e religião. A maioria dos historiadores tende hoje a
admitir que somente com os gregos, começam a audácia e a aventura expressas numa teoria. Por
outro lado, há quem discuta se a herança que os gregos receberam dos orientais com os quais
tinham contato deu origem à filosofia. Além disso, é possível citar pensadores do oriente que são
amplamente conhecidos, como Sidarta Gautama (563-483 a.C.), Confúcio (551-479 a.C.) e a
escrita de Analectos, o filósofo Lao Tsé (século VI a. C), e complementando suas obras clássicas
como; o Tao Te King (350-250 a.C.); e I Ching (Livro das Mutações).

Uma da obra referenciada e clássica da China é o livro “A Arte da Guerra” que conta
a conturbada luta de um general, súdito do rei da província Wu. Que lutou com o seu exército um
período de grandes guerras e disputas territoriais, e ficou conhecido pelos seus ensinamentos e
estratégias de guerra. Este livro é um manual para ensinamentos de defesa e ataque com
sabedoria e paciência.

A obra do Tao Te King é um livro da antiga filosofia oriental, é visto como um guia
para os se tornarem bons governantes de um país. Para àqueles que buscam o caminho da
sabedoria, o texto guia de Lao-Tzu traz ensinamentos preciosos sobre o processo de
transformação em um sábio. Para os aspirantes espirituais, “é um manual sobre como alcançar,
dentro de si mesmo, um elevado nível de aperfeiçoamento espiritual”. “A palavra Tao significa
caminho e, ao mesmo tempo, andar nesse caminho, o caminho que é um caminho sem caminhos”
(Towler,2019, pg. 13).

O I Ching (Livro das Mutações), considerado uma das mais importantes obras da
literatura Chinesa, é o oráculo da Antiguidade. Essa obra reflete a um encontro de nós mesmos, a
autonomia, a superação e o autoconhecimento. No entanto, pode-se afirmar que a filosofia
oriental corresponde ao pensamento filosófico que foi desenvolvido na China antiga, na qual se
caracteriza pelo aspecto prático, procurando orientar o ser humano sobre como perceber a
harmonia em sua vida cotidiana, em oposição à especulação teórica pura típica da filosofia grega.
O conceito de união com a natureza e o conceito de forças opostas Yin Yang do taoismo também
são elementos principais na filosofia chinesa, bem como a ênfase na benevolência, justiça,
retidão e respeito à autoridade.

A filosofia oriental deu início no final da dinastia Zhou (século X a.C. - século III
a.C.), que foi um período de grande instabilidade social no país. Nesse período, surgiram muitas
escolas filosóficas, tais como a escola naturalista, que procuravam explicar e encontrar uma
67

saída para o caos social do período. Essas escolas abrangiam os principais ramos da filosofia
chinesa tais como o confucionismo, taoismo e budismo, considerado o tripé da filosofia.

3 CONFUCIONISMO

Imagem do Templo de Confúcio em Qufu

“A essência do conhecimento consiste em aplicá-lo, uma vez possuído.”


Confúcio

O Confucionismo se tornou a ideologia de estado, pois representa um sistema


filosófico chinês criado por Confúcio (século VI. a.C.). Confúcio (c.551-479 a. C) nasceu em
uma época de grandes turbulências do império chinês nas suas divisões territoriais. Seus
conhecimentos pregaram ahumanidade, abeleza, aordem e autenticidade. “Deu grandeimportância
àrecuperação dos saberes antigos, pois considera petulante e fútil tentar criar o absolutamente
novo, ignorando o processo histórico que nos molda. Confúcio não foi um mero repetidor do
passado, sabia que nada pode ser restaurado em sua forma anterior. Ao ser entendido e
atualizado, o antigo se transforma dinamicamente, fazendo surgir uma filosofia que renova a
tradição e, por isso, tem maior possibilidade de ser difundida.” (Wilhelm, 2011, pg.8)

Confúcio dedicou-se aos ensinamentos das artes, música e escrita, ele valorizou os
ritos e as convenções sociais, que não distinguia da moral, da política e do direito. A partir desse
pensamento, Confúcio compila e organiza antigas tradições da sabedoria chinesa e elabora uma
doutrina o “Confucionismo”, que assume por mais de 25 séculos. Entre as preocupações estão a
moral, a política, a pedagogia e a religião.
68

O Confucionismo é conhecido pelos chineses como "ensinamentos dos sábios".


fundamentada nos ensinamentos de seu mestre. É considerado uma filosofia, ética social,
ideologia política, tradição literária e um modo de vida. Portanto, A filosofia chinesa se expandiu
a partir dos estudos dos doutores confucianos, e seu conhecimento, a par da benevolência e
justiça, se tornou capital para a escolha dos mandarins e administradores imperiais chineses. Os
livros mais estudados no período foram os chamados Cinco Clássicos.

No Confucionismo, os rituais foram codificados e tratados como um sistema completo


de normas. Após a morte de Confúcio, as pessoas o viam como uma grande autoridade sobre os
comportamentos dos rituais.

4 TAOÍSMO

Imagem: Lao Tsé. Fundador do Taoísmo

Segundo Lao Tsé “O homem realmente culto não se envergonha de fazer perguntas
também aos menos instruídos.”

O Taoismo é uma tradição filosófica e religiosa originária do Leste Asiático que


enfatiza a vida em harmonia com o Tao. No termo chinês "Tao" significa "caminho", "via" ou
"princípio", e também pode ser encontrado em outras filosofias e religiões chinesas. No taoismo,
especificamente, o termo designa a fonte, a dinâmica e a força motriz por trás de tudo que existe.
Suaprincipal obraéo Tao TeChing, ou “Livro do caminho das virtudes”, quepossuiensinamentos
atribuídos do mestreLao Tséeos escritos deZhuangzi, estes textos formam os alicerces filosóficos
dessa religião.
69

Ao longo do tempo, foram sendo criadas formas institucionalizadas do taoismo na


forma de diferentes escolas que, frequentemente, misturaram crenças e práticas que antecediam
até mesmo os textos-chave do taoismo - como, por exemplo, as teorias da Escola dos
Naturalistas, que sintetizaram conceitos como o do yin-yang e o dos cinco elementos.

Na filosofia taoísta o "caminho", surge "um" (aquele que está consciente), de cuja
consciência, por sua vez, surge o conceito de "dois" (yin e yang), dos quais o número "três" está
implícito (céu, terra e humanidade); produzindo, finalmente, por extensão, a totalidade do mundo
como o conhecemos, "as 10 000 coisas", através da harmonia do wu xíng (“agir pelo não agir”).
O caminho, enquanto passa pelos cinco elementos do wu xíng, é também visto como circular,
agindo sobre si mesmo através da mudança para simular um ciclo de vida e morte nas 10 000
coisas do universo fenomênico.

Ainda na filosofia taoísta, existe o dualismo: a oposição e combinação dos dois


princípios básicos - yin e yang - do universo é uma grande parte da filosofia básica. Algumas das
associações comuns com yang e yin, respectivamente, são: masculino e feminino, luz e sombra,
ativo e passivo, movimento e quietude. Os taoístas acreditam que nenhum dos dois é mais
importante ou melhor que o outro. Na verdade, nenhum pode existir sem o outro, porque eles são
aspectos equiparados do todo.

5 BUDISMO

Imagem do Buda

“Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com
nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo.” Sidarta Gautama
70

Não poderia deixar de apresentar nesse contexto o Budismo, religião originária da


China, que se estendeu por todo território. O budismo, assim como o taoísmo e o confucionismo
são considerados o tripé da cultura chinesa.

A história do Budismo inicia pelo príncipe do clã Shakya, seu pai o protegeu do
mundo exterior, para que ele não vivesse em conflito dos humanos como a fome, as doenças, as
injustiças sociais e a morte. Sidarta ficou em total isolamento, renunciou a luxuria e os prazeres.
Aos 35 anos entrou em profundo estado de meditação até alcançar o estágio máximo, o nirvana,
considerado o ápice da meditação, é quando o indivíduo encontra paz e tranquilidade interior,
cessando as oscilações dos pensamentos e das emoções, libertando-se dessas emoções que
causam sofrimento do mundo físico.

Segundo a filosofia budista existem quatro verdades. O primeiro: a vida é sofrimento;


o Segundo: o sofrimento é fruto do desejo; O Terceiro: ele acaba quando termina o desejo; O
Quarto: ele é alcançado quando se segue os ensinamentos pelo Buda. Sidarta Guatama definiu
que o sofrimento é decorrente do desejo em todas as suas formas. Quem pratica o budismo leva
uma vida simples, de disciplina e entrega espiritual. Uma outra característica do budismo é
acreditar na reencarnação, por eles chamando de Samsara. Também, dizem as tradições que o
Imperador Ming de Han (25- 220) teria visto um ser voador dourado na figura de unicórnio, e que
seus conselheiros interpretaram como uma visão do Buda. O Imperador enviou cerca 400 homens
(emissários) para obter informações sobre a doutrina do Buda nos países a oeste da China. Essas
escrituras foram trazidas nas costas de cavalos brancos por dois monges indianos. O Imperador
ordenou a construção do primeiro templo budista chamado Monastério Baima ou Templo do
cavalo branco, que está localizado na cidade de Luovang, na província de Henan na China. Hoje
um dos templos mais procurados por aqueles que buscam encontrar sua paz interior.

6 A HISTÓRIA DA CULTURA ORIENTAL


A China foi habitada, entre 550 mil a 300 mil anos antes de Cristo, pelo “Homo
erectus”, uma espécie extinta de hominídeo que evoluiu na África e viveu entre há 1,8 milhões de
anos e 100-200 mil anos, antepassado do Homo sapiens cujo um dos espécimes mais famoso é o
Homem de Pequim, descoberto em 1927 em “Zhoukoudian” (uma pequena aldeia situada a cerca
de 50 quilómetros ao sudeste de Pequim), que usava instrumentos de pedra e o fogo. Os primeiros
indícios de fogo são de há 460 mil anos pelo Homo Erectus, sessenta mil anos depois este ser
alimentava-se de carne, nozes e bagas. Também foram descobertos restos de alimentos de frutos
selvagens, especialmente ginginha do rei, juntamente com rebentos de plantas e tubérculos,
71

insetos, répteis, aves, ovos, ratos e grandes mamíferos e viviam em grutas, abrigos nos rochedos e
acampamentos ao ar livre.

Uma descoberta recente apontou que no período Neolítico desta cultura apontou várias
culturas regionais e efetuavam separadamente a transição da recolecção (seleção de sementes)
para a produção de alimentos. Os agricultores do norte chinês tinham de enfrentar secas e cheias
frequentes, apesar dessas dificuldades a sofisticada cultura da aldeia de Yangshao usava uma
forma primitiva de irrigação. Isso nos leva a perceber que os chineses já utilizavam técnicas
inovadoras em 5000 a.C.

7 HISTÓRIA DA CHINA

Imagem: Palácio de Verão

Os primeiros registros datam de 1250 a. C. da dinastia Shang. Porém os registros do


Grande Historiador (c. 100 a.C) e os Anais do Bambu (296 a. C) descrevem uma dinastia Xia (c.
2070-1600 a. C.) antes dos Shang. Mas, não foi encontrada nenhuma escrita conhecida do
período, e os escritos de Shang não indicam a existência dessa dinastia Xia. Portanto, os registros
datam do século XVI a. C. em diante e demonstram que esta civilização é a mais antiga do
mundo com existência contínua. A China surgiu em cidades-estados que “significa cidade
independente, com governo próprio e autônomo”, no vale do rio Amarelo no ano de 221 a. C. na
qual foi unificada na forma de reino ou império. Esses estados foram controlados por dinastias
sucessivas que desenvolveram sistemas de controle burocrático pelo Imperador Chinês que tomou
todo o território.

A civilização Chinesa é marcada pela imposição de um sistema de escrita, ou simplesmente


escrita (símbolos chamados de caracteres ou grafemas) usado para registrar
72

visualmente uma língua falada, uma maneira simples de comunicação. A China é marcada
também, pelo desenvolvimento de uma ideologia estatal, baseada no confucionismo, no qual já
foi apresentado.

A China passou por períodos de fragmentação, chegou a ser conquistada algumas


vezes por potências externas por alguns territórios da Ásia. Se tornou o maior país da Ásia
Oriental e o mais populoso do mundo com mais de 1,38 bilhão de habitantes, quase um quinto da
população da Terra. Sua cultura chegou pela Europa levado pelas ondas da imigração,
conquistando diversas nacionalidades.

8 CHINA IMPERIAL

Imagem https://nationalgeographic.pt/historia/grandes-reportagens/3035-a-primeira-dinastia-imperial-da-china

A China Imperial é marcada entre o início da Dinastia Qin (221-206 a. C.) e o fim da
Dinastia Qing (230 a. C.). O estado Quin foi responsável pela unificação da China. Outros
estados formaram grandes alianças na intenção de impedir e tentaram assassinar o rei Ying
Zheng, sem êxito, o rei Zheng do estado Qin assumiu o título de Qin Shi Huangdi e se tornou
primeiro imperador da Dinastia Qin. A doutrina do legalismo “visão pragmática de filosofia
política”, pela qual se orientava o imperador, enfatizava a observância estrita de um código legal
e o poder absoluto do monarca. A Dinastia Qin é marcada pelo início a construção da famosa
Grande Muralha da China, que foi posteriormente ampliada e aperfeiçoada durante a Dinastia
Ming. Incluem-se entre as demais contribuições dos qin a unificação do direito chinês, da
linguagem escrita e da moeda da China.
73

Apresentamos até aqui, uma breve introdução sobre a essa cultura milenar, que deixa
um legado. A cultura Oriental é infinitamente abrangente e merece tempo para estudar ainda
mais. Nesse curso seus ensinamentos mudaram significantemente sua vida, daqui pra frente. Será
um espelho para você refletir, não sua imagem, mais sua capacidade racional de pensar, criar e
transformar, seja, profissional e/ou espiritual.

9 HISTÓRIA DA MASSOTERAPIA

Imagem. A bíblia da massagem

A palavra Massoterapia é uma expressão que agrega dois significados, primeiro à


palavra “massagem” que deriva do grego “masso” que significa “amassar” e segundo da palavra
“terapia” que significa “tratamento”, ou seja, a junção dessas palavras forma o conjunto ou
tratamento realizado com a massagem.

A Massagem tem origem primitiva, pois as civilizações antigas do Oriente (300 a. C)


já faziam o uso como meio de aliviar as tensões e tratar doenças. O médico Chinês e ministro do
Imperador Amarelo Qibo (300 a.C) publicou o “Clássico da Massagem” apresentando técnicas
de tratamento e cura e foi batizado como pai da massoterapia oriental.

Infelizmente, sua obra foi destruída nas guerras que ocorreram após o terceiro século.
Tempos depois, por sorte, foram encontrados nos anos 70 manuscritos médicos em seda de
bambu nas escavações de uma tumba. Nessa descoberta haviam cinco obras da categoria
sobrenatural: prescrições para a preservação da Saúde; Prescrições para doenças diversas; Dez
questões;
74

Harmonização do Yin-yang e Palestras sobre o Tao. Nessas obras a massagem aparece como
método mais importante. (YICHENG E JIAN, 2010)

Segundo Bastos (2000), a cronologia da medicina oriental se mantém viva e, suas


tradições médicas foram aprendidas e codificadas ao longo dos séculos. Segundo o autor, muitas
escolas faziam interpretação a respeito dos textos originais, princípios básicos, teorias e práticas,
na intenção de desenvolver a história dos sistemas médicos orientais. Foi a partir desses sistemas
que houve a expansão do conhecimento milenar, atraindo especialistas para interpretar e
relacionar saúde e doença.

Nesse sistema aparece a massagem como ferramenta médica, se tornando prática


terapêutica. Durante séculos, a massagem evoluiu e conquistou espaço, inclusive em outras
civilizações como a civilização Egípcia, na qual utilizavam a técnica da reflexologia como
tratamento terapêutico; na civilização Greco-romana se utilizava a técnica de massagem com
óleos aromatizantes com objetivo de aliviar as dores dos soldados após longas guerras; na
civilização Indiana, considerada também, uma das mais antigas e tradicionais, o uso da
massagem é comum, a massagem ayurveda utiliza óleos especiais terapêuticos com propósito de
harmonizar corpo, mente e espirito. Podemos considerar que os povos indígenas também
utilizavam a massagem, com o uso de chifres de animais aquecidos para fazer a sucção da pele
eliminando toxinas e veneno de animais como (cobras, escorpiões...) como técnica de cura, assim
já utilizavam o homem primitivo. Em algumas civilizações a massagem foi ganhando espaço, se
renovando como o Shiastu, técnica de origem japonesa, mas desenvolvida pelos Chineses
fundamentada nos conceitos da medicina oriental, utilizando os pontos de acupuntura nos canais
dos meridianos, dando origem a massagem chinesa Tuiná.

Consideramos a nomenclatura utilizada “massagem oriental”, às vezes chamada de


“massagem asiática”, popularmente considerada um tipo de massagem terapêutica que visa
aliviar a dor e a tensão por meio de pressões com o uso dos dedos, mãos, braços, pernas e
cotovelos.

Com a Fundação da República Popular da China em 1949, a massoterapia cresceu


passou a ser aplica em estabelecimentos como clínicas, escolas, centros de ensino e de pesquisa
científica. Também foram criados departamentos de massoterapia em alguns hospitais
provinciais e municipais e treinamento de profissionais de massagem, se tornou área de estudo
em faculdades de Medicina Tradicional Chinesa nos cursos de graduação e pós-graduação.

Na massoterapia destacamos as técnicas de massagem como: Shiastu, Anma, Tuiná,


Ventosaterapia, Reflexologia, Do In e Quick Massagem. Além das técnicas é essencial conhecer
75

a anatomia e a fisiologia do corpo e o trajeto dos meridianos. O terapeuta deve ter o domínio de
cada manipulação durante o tratamento e diagnosticar com precisão o que está gerando
desequilíbrio no paciente. Aindanamassoterapia o uso deóleos aromatizantes, plantas e elementos
da terra são importantes no tratamento de enfermidades.

Observamos que está cada vez mais frequente a procura por tratamentos terapêuticos
e a massagem é um recurso inovador, resistente no tempo e concentrada nas tradições milenares
de algumas civilizações, em especial a Oriental. Na modernidade, o homem vem sofrendo
desequilíbrio físico e emocional e busca harmonizar tais desequilíbrios. Por essa razão é
importante aprofundar o estudo, conhecendo com detalhe cada técnicas e suas bases na filosofia
oriental. Conheceremos a seguir as teorias que sustentam essa profissão, lembrando que estudar
massoterapia exige disciplina e prática diária.

10 AS TEORIAS NA MASSOTERAPIA ORIENTAL

Iniciaremos agora, um breve estudo sobre os fundamentos principais da Medicina


Chinesa, apresentados pelo autor Maciocia (2020), no qual baseou-se nos clássicos da China
moderna e de alguns textos antigos que são destaque como o Clássico da Medicina do Imperador
Amarelo - Questões simples (Su Wen) e Eixo principal (Ling Shu) e o Clássico das Dificuldades
(Nan Jing).

No primeiro módulo do Curso de Formação em Massoterapia Oriental, não


poderíamos deixar de apresentar a teoria do yin-yang e sua principal característica na medicina
chinesa. A teoria do Yin-Yang é muito antiga, segundo descrito no Livro das Mutações (Yin
Jing, c.700.a. C). Yin- Yang são representados por duas linhas, uma interrompida e outra
contínua,
76

respectivamente. A combinação das oito trigramas (formados por três linhas) formam os 64
hexagramas, que representam os incontáveis fenômenos do Universo.

Historicamente, a teoria do Yin-Yang surgiu durante o Período dos estados-


combatentes (476-221 a. C), com a escola Yin-Yang ou escola naturalista como era chamada e,
tinha como seu representante Zou Yang (c. 350-270 a. C), que se dedicou a estudar yin-yang e os
cinco elementos. A escola começou a interpretar a natureza de forma positiva e a usar as leis
naturais a favor dos homens, sem subjugar ou tentar controlar a natureza, diferente dos
ocidentais, que sempre estão contra os princípios naturais da natureza.

Segundo (SHENG,1999) a teoria do yin-yang na relação fisiológica do corpo


humano, sustenta que as atividades vitais do corpo humano estão baseadas na coordenação do
Yin e Yang em uma unidade de oposições, as atividades funcionais pertencem ao Yang e as
substâncias nutrientes pertencem ao Yi, ou seja, sem as atividades funcionais dos órgãos Yin-
Yang (água e alimento) não se transformam em substâncias nutrientes para a sustentação. A
teoria do Yin-Yang e dos Cinco Elementos servem também, para interpretar inclusive o corpo
humano em seu estado de saúde e doença.

11 YIN-YANG NA NATUREZA

No conceito da cultura chinesa o yin yang possui formas diferentes, eles representam
qualidades opostas, como o preto e o branco, o dia e a noite, o calor e o frio, ambos dependem um
do outro. O conceito é simples e racional, fácil de entender, pois a natureza de cada um é alinhada
a uma sintonia, individualmente, mas complementares. Segundo (CHENG, 1999, pg. 9)) “Yin e
Yang refletem todas as formas e características existentes no universo”

Na origem primordial desses fenômenos, o Yin-Yang é a relação dos opostos, a


alternância cíclica do dia e da noite, do sol e da lua, do frio e do calor, do céu e da terra, do
hemisfério sul e do hemisfério norte, do leste e oeste, da esquerda e da direita, do tempo e do
espaço, um transmutando-se constantemente no outro. Ou seja, o Yin-Yang são basicamente
expressões de uma dualidade de tempo, uma alternância entre dois estágios opostos do tempo.
Portanto, o desenvolvimento de todos os fenômenos do universo se resulta nessa inter-relação
desses dois estágios opostos simbolizados por Yin e Yang.
77

Vale ressaltar que a natureza Yin-Yang de um fenômeno não é absoluta, mas relativa.
Essa relatividade é refletida de dois modos, ou seja, yin pode ser tornar yang e yang pode se
tornar yin. Exemplo: o dia é yang, enquanto a noite é yin.

Para esclarecer ainda mais esse fenômeno, ilustramos o grau de manifestação do dia e
da noite (Figura 1).

Figura 1. Dia e Noite

O dia pertence ao Yang, mas, depois chega ao seu pico, ao meio dia, o Yin em seu
interior começa gradativamente a crescer e manifestar-se. Desse modo, podemos dizer que cada
fenômeno pode pertencer a um estágio Yang ou Yin. Isso acontece também com o ciclo anual
(primavera = alvorecer); (verão = meio-dia); (outono = crepúsculo) ;( inverno = meia noite) que
pode ser reduzido a uma polaridade de dois estágios.

Maciocia (2020), destacou ao explorar o segundo capítulo do Livro Questões Simples,


os estados de densidade da matéria na qual a teoria do yin-yang estão presentes na mudança e na
transformação em tudo que existe no Universo.

A ilustração (Figura 2) monstraa água dos lagos e dos oceanos que ao aquecer durante
o dia se transforma em vapor e depois esse vapor se condensa quando este calor esfria ao
entardecer.

Na China essa dualidade “Céu” e “Terra”, tem uma simbologia. Logo, “Céu”
simboliza todos os estados imateriais, rarefeitos, límpidos e gasosos e, “Terra” simboliza os
estados materiais, sólidos e turvos das coisas, ou seja, “Céu é uma acumulação de Yang, Terra é
acumulação de Yin”.
78

Yin e Yang opõem-se um ao outro, pois existe uma relação de interdependência, uma
relação mútua. Nenhum pode existir sem o outro. Podemos exemplificar na natureza, sem frio,
não haveria o calor, sem o calor não haveria frio, um depende do outro. Os dois aspectos de yin e
yang dentro de qualquer fenômeno não são fixos, mas em um estado de consumo mútuo,
contínuo e de apoio.

Figura 2. Estágios da natureza

Observamos na natureza, a importância do equilíbrio de todos os fenômenos naturais,


quando existe o desequilíbrio desses fenômenos a resposta é imediata. Podemos exemplificar
pelo excesso de calor, excesso de frio, seca em excesso, chuvas em excesso. Nos últimos
cinquenta anos observamos a mudança brusca de temperatura em nosso planeta, o desmatamento
é uma das causas mais visíveis do desequilíbrio ecológico, uma ameaçada constante de destruição
ambiental.
79

12 YIN -YANG

Imagem: https://pt.wikipedia.org/wiki/Yin-yang

Segundo a Medicina Oriental todos os processos fisiológicos, patológicos,


diagnóstico e tratamentos podem ser analisados e relacionados com a teoria do Yin – Yang.
Começando pela estrutura do corpo humano, cada parte do nosso corpo tem caráter predominante
do yin-yang. Portanto deve-se entender em termos gerais (qualidade, estrutura do corpo) e
específicos (estruturas, órgãos e energias do corpo).

13YIN -YANG E SUAS RELAÇÕES

Imagem: equilíbrio yin yang


80

Como já foi apresentado, o Yin-Yang são duas forças opostas, contrárias em sua
estrutura, mas complementares, uma não vive sem a outra. Porém, se essas forças sofrerem
alterações, sofreram desequilíbrio. Por essa razão existem quatro aspectos dessa relação Yin e
Yang: Oposição; Interdependência; Consumo mútuo e Transformação (Inter-transformação)
mútua.

Oposição do Yin e Yang – Não podemos afirmar que Yang é absoluto, assim como Yin. A
oposição entre ambos não é absoluta, nada é totalmente yang e nada é totalmente yin. Na
medicina Chinesa, a oposição de Yin-Yang evidencia-se nas estruturas yin-yang oponentes do
corpo humano, na sua sintomatologia, independentemente do seu grau de complexidade. Todos
os sinais e sintomas podem ser reduzidos ao entendimento dessas duas forças opostas e
complementares.

Interdependência do Yin e Yang – Significa que um não existe sem o outro; um depende do
outro, ambos não podem existir isoladamente. Todos os processos fisiológicos resultam da
oposição e da interdependência de yin e yang. Na função dos órgãos internos, cada um
demonstra sua interdependência de yin e yang.

Consumo mútuo do Yin e Yang – Ambos estão em constante equilíbrio, mas mantidos por
adaptações em seus níveis relativos (Figura1.1). Quando um encontra-se em desequilíbrio, o
outro tente a ficar afetado. No corpo humano pode ser observado sob as perspectivas fisiológicas
e patológicas. Um exemplo fisiológico é a alternância do ciclo menstrual.

Yin e Yang estão em um estado constante de mudanças. O excesso de Yin consome Yang. Ex: O
Frio (interno ou externo) do corpo consome o Yang do Baço (Frio- cheio); O excesso de Yang
consome Yin, Ex: quando o calor (interno ou externo) consome os fluidos do corpo que pertence
à yin, causando ressecamento (Calor-cheio); O consumo de Yin ocorre quando se esgotam as
energias de Yin; O consumo de Yang ocorre quando a energia de Yang do corpo diminui
espontaneamente. (Frio-vazio). A diferenciação entre Frio-vazio e Frio-cheio e entre Calor-vazio
e Calor- cheio serão observados a partir da prática clínica.

Intertransformação mútua do Yin e Yang – Ambos não são estáticos, transformam-se um no


outro, ou seja, Yin pode ser Yang e Yang pode ser Yin. No entanto essa mudança não acontece
por acaso, mas em um determinado estágio de desenvolvimento de algo. Na Medicina Chinesa
este processo de transformação ocorre quando as condições são adequadas em um determinado
ponto do tempo. O entendimento dessa transformação é importante pra prevenir doenças.
81

14 ÓRGÃOS YIN E YANG

Segundo Maciocia (2020, p. 8) “alguns órgãos pertencem a Yang e outros a Yin. Os


órgãos Yang transformam, digerem e excretam produtos “impuros” do sangue e dos fluídos. Os
órgãos Yin armazenam as essências “puras” resultantes do processo de transformação realizado
pelos órgãos Yang”. Portanto, os órgãos yang estão constantemente enchendo e esvaziando,
transformando, selecionando e excretando, no objetivo que produzir o Qi (energia). Estes órgãos
estão em contato com o exterior, ou seja, por meio da boca e nariz. Os órgãos Yang são
estômago, intestinos e bexiga. Já os órgãos Yin armazenam o que foi extraído pelos órgãos Yang.
Esses órgãos armazenam substâncias fundamentais como o sangue, Qi, fluídos corpóreos e
Essência.

Para compreender ainda mais este processo, o Yang corresponde a função do órgão,
enquanto o Yin corresponde à sua estrutura. De acordo com o princípio apresentado, nada é
totalmente yin ou yang. Porém, nesse caso a estrutura do próprio órgão, sangue, a essência e os
fluidos nele pertencem exclusivamente a yin. Podemos citar um exemplo de função e estrutura
dentro de um órgão, no caso, o fígado. Vejamos, o fígado armazena o sangue que representa o
aspecto yin que é sua estrutura; do outro lado, o fígado controla o fluxo de Qi que vai para todas
as partes do corpo que vai representar o seu espaço yang que é sua função.

O Qi é Yang em relação ao sangue. No entanto, o sangue é a forma mais material e


densa de Qi e mais Yin. Qi tem a função de aquecer, proteger, transformar, funções tipicamente
yang. O sangue tem a função de nutrir e umidificar, funções tipicamente yin. (MACIOCIA, pg.
9).
82

15 OS CINCO ELEMENTOS NA MEDICINA ORIENTAL

Imagem dos cinco elementos

Nos Fundamentos da Medicina Tradicional Chinesa (MACIOCIA, 2020) a teoria dos


Cinco Elementos foi elaborada na mesma época junto à teoria o Yin-Yang, ambos datam a
dinastia Zhou (771 a. C.). Alguns autores consideram que o termo “Cinco Elementos” está
relacionado com o termo chinês “Wu Xing” (Wu significa “cinco” e Xing indica “processo”,
“movimento”, como indica a filosofia grega antiga. Porém, existem alguns questionamentos a
esse termo. Os filósofos gregos usavam diferentes palavras para indicar os elementos e entendiam
como qualidades dinâmicas da Natureza, algo semelhante à filosofia oriental.

Parao filósofo Aristóteles, os quatro elementos (Terra, Fogo, Água, Ar) são
qualidades básicas dos fenômenos naturais e que passam por combinações de quatro qualidades
(o seco, o
83

frio, o úmido e o quente). Eles se transformam uns nos outros e geram uns aos outros. Percebemos
que existe uma semelhança com os estágios do yin e do yang (seco, úmido, quente, frio).

Durante o Período dos Estados combatentes, a teoria dos Cinco Elementos ganhou
popularidade sendo aplicada no calendário, na medicina, astrologia, ciências naturais, música e
até mesmo na política. A teoria recebeu algumas críticas durante a dinastia Han, mas na dinastia
Song conquistou sua ascensão e foi inserida sistematicamente ao diagnóstico, à sintomatologia e
ao tratamento. Tanto a teoria dos Cinco elementos, quanto a teoria Yin – Yang, ambos marcaram
o início da ‘medicina científica” na medicina oriental, expulsando o xamanismo (crenças
sobrenaturais). Passou a existir explicações dos fenômenos por meio da observação da natureza,
combinação dos métodos indutivos e dedutivos para a explicação e interpretação das doenças.

Imagem do Outono

Segundo os fundamentos da Medicina Oriental, o Livro Shang Shu (1000 – 771 a.C)
afirma que “os Cinco Elementos são Água, Fogo, Madeira, Metal e Terra. O Fogo queima para
cima, a Madeira pode ser dobrada e retificada, o Metal pode ser moldado e endurecida, a Terra
permite semear, cultivar e colher” (MACIOCIA, 2020).

A teoria dos Cinco elementos foi elaborada pela mesma escola filosófica que
desenvolveu a teoria do Yin-Yang, conhecida como Escola Naturista, como já apresentado. A
teoria dos Cinco elementos tinha implicações políticas e naturalistas, ou seja, os filósofos dessa
escola eram respeitados e temidos pelos governantes chineses pela sua capacidade de interpretar
a natureza à luz das teorias do yin-yang e dos cinco elementos.

Por exemplo: Um representante chinês era associado a um dos elementos e todas as


cerimônias eram precisas conforme a cor e a estação do elemento.
84

Os Cinco elementos também simbolizam cinco direções diferentes de movimento dos


fenômenos naturais. “A Madeira representa movimento expansivo para fora em todas as
direções. O Metal simboliza o movimento contrativo paradentro. Águasugeremovimento
parabaixo, Fogo, movimento para cima e Terra, neutralidade ou estabilidade.” (MACIOCIA,
pg.17)

Os Cinco elementos também, representam uma estação do ciclo anual. A Madeira


corresponde a primavera que esta associado ao nascimento; Fogo corresponde ao Verão que esta
associado ao crescimento; Metal corresponde a outono que esta associado a colheita; Água
corresponde ao Inverno que esta associado ao armazenamento e a Terra corresponde ao final da
estação e esta associada à transformação. No ciclo de Geração, cada elemento é gerado por um
que gera o outro. Ou seja, a Madeira gera Fogo, Fogo gera Terra, Terra gera metal, metal gera
Água, Água gera Madeira.

Imagem das queimadas

No Ciclo de Controle, cada elemento controla o outro. Como Madeira controla Terra,
Terra controla água; Água controla fogo; Fogo controla metal e metal controla madeira. Portanto,
o ciclo assegura o equilíbrio entre os cinco elementos. Também existe uma inter-relação entre o
ciclo da geração e o ciclo de controle. A madeira controla terra, mas terra gera metal, que
controla a madeira; por outro lado madeira controla terra, mas também gera fogo que, por sua
vez, gera terra. Mantendo um equilíbrio autorregulador.

Na Lei do Movimento dos Cinco elementos, a Intergeração e a interdominância são


dois aspectos inseparáveis e indispensáveis, ambos se opõem e cooperam entre si. Sem geração
não pode haver nenhum crescimento e desenvolvimento; sem interdominância não pode haver
nenhum equilíbrio e cooperação durante o desenvolvimento e mudança (CHENG, 1999 pg. 15).
85

A dominância significa que causa controle ou restrição, ao contrário da contra


dominância que significa ataque a outros elementos. No ciclo da contra-dominância, um
elemento domina o outro, nesse caso haverá um desequilíbrio, um elemento pode estar em
excesso com relação ao outro. Um exemplo: desmatamento e queimada das florestas.

16 OS CINCO ELEMENTOS NA MEDICINA ORIENTAL

Imagem: 5 alimentos

Na Medicina Oriental os cinco elementos são semelhantes a um modelo de relações


entre os órgãos internos e entre eles e, os diversos tecidos, órgãos, cores, sabores, odores e sons.

Os ciclos de geração e controle formam o modelo básico das relações fisiológicas


entre os órgãos internos. Por exemplo: Madeira gera fogo e é gerada por água, podemos dizer que
o fígado é a mãe do coração e a filha dos rins. Na medicina oriental cada órgão é controlado por
outro, e mantem o equilíbrio entre eles. O fígado controla o baço; o coração controla os rins; o
baço controla os rins; os pulmões controlam o fígado; os rins controlam o coração. Vale ressaltar
quer nas relações entre os cinco elementos, eles podem ter inconsistências, deficiências ou
arbitrariedades.

Segundo (CHENG, 1999), as propriedades dos cinco elementos servem como uma
analogia para explicar algumas das funções fisiológicas dos órgãos Yin. Como por exemplo, o
fígado é gerado pelo Rim, gera o coração, é dominado pelo pulmão e domina o baço e assim pode
ser explicado o papel de cada órgão. Os canais de energia têm uma relação íntima com os órgãos
yin e yang, em geral os órgãos yin e yang se conectam uns aos outros diretamente pelos canais.
86

CHENG (1999) ressalva “o corpo humano é um todo orgânico” quando um órgão


interno é afligido, outros órgãos e tecidos podem ser afetados. De acordo com a teoria dos cinco
elementos, aintertransmissãopodeseguir qualquerum dos ciclos intergeração ou interdominância.
A transmissão segue o ciclo “mãe que afeta o filho” e” filho que afeta a mãe”, deixando mais
claro quando a doença do fígado é transmitida ao coração, é chamada de distúrbio da “mãe que
afeta o filho”, e quando a doença do fígado é transmitida ao rim, é chamada de distúrbio do
“filho que afeta a mãe” (pg. 17).

17 SUBSTÂNCIAS FUNDAMENTAIS

Segundo a Medicina Oriental, o funcionamento do corpo e da mente depende do bom


funcionamento dos nossos órgãos e de substâncias materiais e imateriais. Nosso corpo é
composto por matéria e energia, corpo e mente representam um conjunto de manifestações que se
interagem entre si (Qi, sangue, essência, fluidos corpóreos e mente).

a. CHI (QI)

Imagem do telescópio da Nasa (2022)

O Qi representa a energia move o sangue, alimenta os órgãos, nutrea mente.


Deacordo com o conceito de Qi na filosofia chinesa, Qi indica algo simultaneamente material e
imaterial, Qi não pode ser tão rarefeito e imaterial como o vapor e tão denso e material quanto o
arroz. Qi é uma substância sutil (fumaça, vapor) originada de uma substância material e densa
(arroz).

O filosofo chinês Zhang Zai(1020-1077 d. C) afirmou que o grande vazio não pode
ser nada mais que Qi. Qi se condensa para se transformar em inúmeras coisas. As coisas
essenciais
87

desintegram-se eretornam ao grandevazio. “Quando Qi condensa, suavisibilidadetorna-se efetiva


e a forma física aparece” (Maciocia, pg. 35). Na medicina Chinesa Qi é uma energia que se
manifesta simultaneamente nos níveis físico e emocional-mental-espiritual.

Exemplificando no corpo humano, o sangue do Fígado é uma forma densa de Qi,


enquanto a energia emocional da raiva também é um tipo de Qi, embora imaterial e mais sutil. O
Qi na medicina Chinesa assume diversas formas, depende de sua localização e sua função, na
qual sua função é transformar, transportar, segurar, ascender, proteger e aquecer.

b. ESSÊNCIA

Imagem: https://www.infoescola.com/embriologia/feto/

O conceito de essência na Medicina Chinesa expressa a ideia de algo derivado de um


processo de refinamento, ou seja, a essência é extraída de sua base mais preciosa. Este processo
possui três contextos diferentes. A essência Pré-celestial, Pós-celestial e essência do Rim.
A. A essência Pré-celestial é a concepção de uma combinação de energias sexuais do homem e
da mulher. Essa essência nutre o embrião e o feto durante a gestação que depende da
nutrição derivada dos Rins da mãe, é o único tipo de essência existente no feto. Esta
determina a estrutura constitucional, herdada pelos pais.
B. A essência Pós-Celestial é aquela extraída dos alimentos e dos líquidos pelo estômago e baço
depois do nascimento. Quando o recém-nascido começa a respirar, seus pulmões, estômago
e baço passam a produzir Qi a partir do refinamento dos alimentos, dos líquidos e do ar.
88

C. A essência do Rim é armazenada nos rins, na qual determina o crescimento, a reprodução, o


desenvolvimento, a maturação sexual, a concepção, a gravidez, a menopausa e o
envelhecimento. O Rins são responsáveis pela medula e pelos ossos.
Portanto, a essência determina a força e resistência do indivíduo constituídas a partir de
suas bases e dos seus fatores patogênicos externos. Segundo Macciocia, [...] “embora o Qi
defensivo seja o principal responsável pela proteção contra fatores patogênicos externos, ele
também tem sua raiz na essência do rim e dela deriva sua força. Desse modo, a essência do
rim também desempenha um papel fundamental na proteção contra fatores patogênicos
externos” (pg.39).
Podemos citar um exemplo: “Quando a essência é armazenada adequadamente, não é
dissipada, nenhuma doença febril externa é contraía na primavera... quando a essência não
é armazenada no inverno, doenças febris externas são contraídas na primavera” Macciocia
(2020)

c. SANGUE

https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/sangue.htm

Na medicina chinesa o sangue é a própria forma de Qi, é inseparável. Ambos


mantêm uma relação estreita. O sangue é originado pelo Qi dos alimentos produzido pelo Baço.
O baço envia o Qi dos alimentos para cima dos pulmões e, por meio da ação propulsora do Qi do
pulmão, ele é envaido ao coração, onde se transforma em sangue. O Coração governa o sangue.
A função principal do sangue é nutrir o corpo, pois o sangue possui uma forma densa de Qi que
circula por todo o corpo. O Sangue também umedece e abriga a mente, para Miraculos Pivot “a
circulação harmoniosa do sangue assegura um espirito vigoroso”. A deficiência de sangue pode
89

produzir distúrbios mentais, a deficiência de sangue no coração ou no fígado podem resultar em


inquietude mental, sintomas de palpitação, insônia e transtornos dos sonhos durante o sono.
Segundo a medicina chinesa o órgão responsável pelo sangue e pelos vasos
sanguíneos é o coração. “Fogo é yang e forma sangue, que é yin. Por outro lado, o sangue nutre o
fogo e assegura que o fogo não incendeie, enquanto o sangue umidifica o triplo aquecedor. O
sangue é armazenado no fígado, que aquece e nutri todo o corpo.”
Vale ressaltar que o Qi assegura o sangue nos vasos sanguíneos, impedindo que
haja hemorragias. A relação entre sangue e essência influenciam-se mutualmente, ambos têm um
papel importante, a essência ajuda na formação do sangue e o sangue nutre e reestabelece
continuamente a essência.

d. LIQUIDOS CORPOREOS

Fonte: https://www.preparaenem.com/biologia/suor.htm

Os líquidos (fluidos) produzidos pelo corpo (saliva, lagrima, suor.), são originados pelos
alimentos que ingerimos, que são transformados pelo baço e enviado aos pulmões, que difundem
para a pele, rins, intestino delgado, intestino grosso e bexiga.
Os fluidos são limpos, claros, aquosos e finos e circulam com o Qi (defensivo) e são
controlados pelos pulmões, que os dispersam pela pele e tecidos. Os líquidos apresentam
estrutura mais pesada, densa e circulam com o Qi (nutritivo), o baço e o rim são responsáveis em
controlar seu processo de excreção. A relação do Qi com os líquidos acontece de várias maneiras.
O Qi transforma e transporta os fluidos da mesma forma que o sangue. No entanto, quando existe
uma
90

deficiência de Qi, os fluidos podem causar algumas patologias como por exemplo incontinência
urinária, transpiração espontânea ou secreções vaginas crônicas.
O Qi e o sangue são estruturas materiais para desempenhar atividades funcionais do
corpo. Originam-se da essência do alimento e do Qi essencial do Rim, e suas produções
dependem das atividades funcionais do Pulmão, Baço e Rim. O Qi difere dos líquidos em
natureza, porém ambos se originam da essência do alimento e circulam pelo corpo. (CHENG,
1999, pg. 39).

e. MENTE

https://hypescience.com/nossa-mente-e-um-universo-quantico/

A mente é a sustância fundamental para o corpo. A mente é um tipo mais sutil e


imaterial do Qi. A mente está relacionada com o órgão coração, no qual a mente tem sua função
de raciocínio, consciência, memória, discernimento, sabedoria, inteligência, sentidos, sensações,
ideias, sono e afeição. Todos estão envolvidos com os cinco órgãos e relacionados com a teoria
do yin-yang. Se existir algum órgão estiver em desequilíbrio afetará a mente. Nossas relações
afetivasdevem estarem perfeito equilíbrio, pois a menteesta direcionadaaos nossossentimentos,
cada órgão tem a sua emoção.

Fei Bo Xiong (1800-1879) afirmou.


“As sete emoções danificam seletivamente os cinco órgãos yin, mas todas afetam o coração.
Alegria afeta o coração...raiva prejudica o Fígado. O fígado não pode recolher raiva, mas o coração
pode, por isso afeta o fígado e o coração. Preocupação prejudica o Pulmão; os Pulmões não podem
reconhece-la, mas o coração pode, e por isso ela afeta os Pulmões e o Coração; A introspecção causa
danos ao Baço, o Baço não pode reconhece-la, mas o coração pode e, por isso ela afeta o Baço e o
coração; portanto todas as cinco emoções afetam o coração e a mente. “
91

18 FUNÇÃO DOS ÓRGÃOS

Pulmões
Coração

Estômago

Figado

Intestinos

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/orgaos-do-corpo-humano.htm

Conheceremos agora a função de cada órgão e a relação que eles possuem entre si. Na
Medicina Oriental os órgãos na sua estrutura fisiológica e patológica se fundamentam na teoria
do Yin-Yang, ou seja, temos no nosso corpo órgãos Yin e órgãos Yang. Os órgãos Yin,
chamados de “Zang” pelos orientas, significa armazenar. Os órgãos yin armazenam substâncias
importantes como o sangue, os fluidos e a essência, enquanto os órgãos yang chamados de “Fu”,
são aqueles responsáveis pelo transporte, a transformação e excreção.

Na teoria dos cinco elementos, o Coração, o Baço, o Fígado, o Pulmão e o Rim são
pertencentes aos órgãos Yin; e os órgão pertencentes ao Yang são vesícula Biliar, o Intestino
grosso, o intestino delgado, o Estômago e a Bexiga. No entanto cada órgão possui sua energia,
seja ela mental, emocional e/ou espiritual.

A função dos órgãos éassegurar aprodução, amanutenção, areposição, atransformação


e a circulação das substâncias fundamentais, nas quais já apresentadas. Os órgãos também
influenciam nos tecidos como por exemplo: o Fígado controla os tendões, os Pulmões controlam
a pele, o Baço controla os músculos, o Coração controla os vasos sanguíneos, o Fígado controla
os tendões e o Rim controla os ossos. Quando o paciente apresenta fraqueza nos ossos, isso
significa que existe uma deficiência do Baço. Podemos diagnosticar o paciente relacionando
através dos órgãos dos sentidos, que se manifestam da seguinte forma: o Fígado se manifesta nos
olhos, o Coração manifesta-se na língua, o Baço manifesta-se na boca; o Pulmão manifesta-se no
nariz e o Rim manifesta-se no ouvido. Na medicina Chinesa os órgãos estão relacionados com as
92

emoções, existe uma relação mútua do órgão com uma determinada emoção, ou seja, o estado do
órgão afeta a emoção e a emoção afeta o estado do órgão. Por exemplo: o coração está
relacionado com a alegria, o fígado está relacionado com raiva, os pulmões estão relacionados
com a tristeza e a preocupação, o baço está relacionado com o pensamento, raciocínio e a
introspeção e o Rim está relacionado com o medo. Quando uma dessas emoções estão em
excesso ou desequilíbrio o órgão dessa emoção é afetado e/ou vice-versa. Portanto é fundamental
conhecer a função de cada órgão para diagnosticar com precisão qual tratamento deverá ser
aplicado.

a. FUNÇÃO DO CORAÇÃO

Na medicina Chinesa o órgão coração é chamado de Imperador, pois é ele quem


governa o sangue para todos os órgãos do corpo, controla os vasos sanguíneos e abriga a mente.
“O coração é como o monarca e governa a mente (Shen)”.
O coração controla todas as atividades mentais da mente. A mente é responsável pelo
discernimento e pela cognição. O sangue é a raiz da mente, quando o sangue do coração é
deficiente e não enraíza a mente, os resultados são inquietude mental, depressão, ansiedade e
insônia. A inquietude mental, os transtornos emocionais e a tristeza podem causar deficiência de
sangue do coração e desencadear palpitações, palidez e pulso fraco e irregular. Quando o sangue
do coração tem calor, o paciente, é inquieto, agitado e não dorme bem.
A mente, também afeta o estado emocional. Quando o coração é forte, a mente
também é forte e o indivíduo feliz. Quando o coração é fraco a mente carece de vitalidade e o
indivíduo é triste, tem espirito deprimido. O coração e a mente saudáveis influenciam
positivamente nossa capacidade de manter relações com outras pessoas, ao contrário terá
dificuldades de relacionamento e enfraquecerá o coração e a mente (Maciocia, 2020, pg. 88)
O coração relaciona-se com a alegria, abre-se na língua, controla a sudorese, sua cor
que é vermelho, seu sabor é amargo e sua emoção é a alegria. Lembrando, que o coração abriga a
mente, na qual está relacionado diretamente com o sono. Quando o coração está fraco a mente
não descansa, durante a noite a mente flutua, causando insônia e sonhos perturbadores.
Existe uma inter-relação do coração com os pulmões, o fígado e os rins. O coração
governa o sangue e os pulmões governam o Qi. O Qi e o sangue são mutuamente dependentes,
porque o Qi é o comandante do sangue e o sangue é a mãe do Qi. O coração governa o sangue e o
fígado armazena o sangue, o coração por meio da mente, reconhece, controla e integra as
emoções, o fígado assegura o fluxo suave das emoções. O coração abriga a mente, os rins
abrigam a essência e a força de vontade. O coração controla a eliminação do sangue durante o
período da menstruação e da ovulação. É importante controlar as emoções para não prejudicar o
imperador.
93

b. FUNÇÃO DO FÍGADO

O fígado tem a função de armazenar o sangue, assegurar o livre fluxo do Qi


homogeneamente; O sangue do fígado nutre e controla os tendões; O sangue armazenado pelo
fígado assegura a regularidade da menstruação; O livrefluxo de Qi do fígado é essencial
paratodos os processos fisiológicos de todos os órgãos e parte do corpo; O fígado é responsável
por nossa capacidade de recuperar energias e contribuiu para a resistência do organismo nos
fatores patogênicos externos. Podemos comparar o fígado como um general que regula o volume
de Qi e Sangue a ser liberado para todo o corpo, quando o sangue flui para os locais certos do
corpo, ele nutre os tecidos necessitados e, deste modo, fornece energia ao indivíduo, quando essa
função reguladora desequilibra, significa que o sangue está deficiente causando fraqueza.
“Quando o fígado tem sangue suficiente...os pés podem caminhar, as mãos podem segurar e os
dedos das mãos podem pegar”.
O sangue do fígado umidifica os olhos e os tendões, quando o sangue do fígado não
consegue umedecer e nutrir os tendões, o paciente apresenta caibras musculares e contração dos
tendões. O livre fluxo do Qi e sangue no fígado influencia no estado emocional, ambos
circulando suavemente causam felicidade, quando esse fluxo é prejudicado, a circulação do Qi é
obstruída, o Qi fica retido, causando frustação, depressão e/ou raiva. É comum as mulheres no
período pré-menstrual ficarem com distensão mamária, depressivas ou irritadas, pois o
armazenamento de sangue em excesso causa esses sintomas.
Na medicina chinesa identificamos quando o fígado está em desequilíbrio, através das
unhas e olhos, o fígado é afetado pela raiva e seu sabor é ácido. O fígado é um órgão regulador,
equilibrado e harmonioso.

c. FUNÇÃO DO PULMÃO

Na medicina oriental os pulmões controlam os vasos sanguíneos, o Qi desse órgão


ajuda o coração a controlar a circulação, os pulmões também controlam a passagem de água, por
isso desempenha um papel fundamental no corpo humano. Os pulmões governam o Qi e a
respiração, eles extraem o Qi limpo para o corpo, que depois é combinado com o Qi dos
alimentos provenientes do baço.
Os pulmões executam um papel importante na manutenção da saúde dos vasos; os
pulmões controlam a difusão do Qi e dos fluídos corpóreos, eles espalham o Qi defensivo e os
fluidos corpóreos de todo o corpo para o espaço entre a pele e os músculos. Quando o Qi dos
94

pulmões está fraco, o Qi defensivo não consegue chegar à pele e o corpo fica vulnerável aos fatores
patogênicos externos. Exemplo: quando gripamos.
O vento-frio externo obstrui a pele, impede a disseminação do Qi defensivo. O Qi não
pode ser difundido, por isso, sentimos frio, cefaleia, espirro e calafrio.
Na medicina oriental os pulmões precisam descer para comunicar-se com os Rins,
quando essa comunicação é impedida, o Qi do pulmão não consegue fluir e há uma acumulação
de Qi no tórax, por isso quando estamos com uma gripe intensa, temos tosse, dificuldade de
respirar e a sensação de aperto no peito.
A função de descida do Qi dos pulmões, dirigem os fluidos aos rins e a bexiga, nos
quais serão excretados em forma de urina. A deficiência nos pulmões reflete na pele e nos pelos;
abrem-se no nariz, orifício dos pulmões. Quando o Qi do pulmão está fraco, o sentido do olfato é
reduzido. Os pulmões são afetados pela tristeza, preocupação e mágoa; os pulmões são órgãos
delicados e apesar do seu sabor ser picante, os fatores patológicos externos devem ser vistos com
muito cuidado, principalmente durante a mudança das estações.

d. FUNÇÃO DO BAÇO

O baço tem a função de facilitar a digestão pelo estômago, e ele quem transforma e
transportao Qi dos alimentos, ou seja, ele é responsável pela absorção dos nutrientes dos
alimentos e das partes que serão utilizadas e inutilizadas dos alimentos. O baço é a base na
formação do Qi e do sangue, é o órgão central no processo digestivo. Na medicina oriental é
conhecido como “oficial do armazém, a partir do qual se originam os cinco sabores”
O baço e o estômago são parceiros e ambos desempenham um papel fundamental na
fisiologia e na patologia humana. Segundo o Dr.Li, o desequilíbrio do baço e do estômago,
causado por uma alimentação irregular ou por um excesso de trabalho, dá origem a várias
doenças, como por exemplo: diabetes.
O baço também possui a função de controlar a transformação e a separação e a
movimentação dos líquidos puros e impuros. Os líquidos puros sobem para os pulmões, que
distribui para a pele e os músculos, os líquidos impuros descem para os intestinos (grosso e
delgado), onde continua o processo de separação. Por isso, é importante ingerimos alimentos
saudáveis, menos sódio e menos gordura.
O baço ainda tem a função de controlar o sangue, os músculos e quatro membros,
abre-se na boca, manifesta-se nos lábios e controla a saliva.
O baço é um órgão que abriga o intelecto, é responsável pelo raciocínio, memória, concentração e
geração de ideias. Quando o baço é fraco, o intelecto fica lento, a memória fica
95

fraca, a capacidade de concentração é afetada e reduzida, assim como o estudo em excesso


enfraquece o baço. O coração abriga a mente e a conexão entre o baço e amente do coração se
aproxima da esfera da memória. Os rins nutrem o cérebro e afetam a memória de curto prazo
necessária à vida diária, como por exemplo o envelhecimento. O baço pode ser afetado pela
introspecção (preocupação), os pensamentos obsessivos prejudicam o órgão.
O baço tem sabor doce, sua cor é o amarelo; seu fator climático prejudicial é a
umidade, que pode causar distensão abdominal, problemas urinários ou secreções vaginais. Na
cabeça, a umidade pode causar cefaleia e tontura.

e. FUNÇÃO DOS RINS

Os rins são considerados na medicina oriental “a raiz da vida”, pois são eles que
armazenam a essência, em suaforma pré-celestial. Suaorigem aconteceno momento daconcepção
do espermatozoide com o óvulo. A essência do rim é uma energia hereditária que determina a
constituição do indivíduo. A essência dos rins determina o nascimento, o crescimento, a
reprodução e o desenvolvimento, a maturação sexual, a concepção, a gestação, a menopausa e o
envelhecimento. É ele que controla os diversos estágios de mudança da vida, isto é, nascimento,
puberdade, menopausa e morte (Maciocia, pg. 125).
Na medicina oriental a médula é a sustância que constitui a matriz comum dos ossos,
da medula óssea, do cérebro e da médula espinhal. Portanto, a essência do rim produz a médula.
Quando a essência do rim é exuberante, os ossos e dentes são firmes, mas quando a essência é
fraca, ossos e dentes são frágeis, frouxos. Exemplo: crianças com deformidade óssea.
Na teoria dos cinco elementos, os rins pertencem ao elemento água, são eles que
governam a transformam e o transporte dos fluidos corporais. Os rins são o portão que controla a
micção, e influenciam na excreção de líquidos; os rins nutrem as orelhas, sua deficiência pode
causar surdez; os rins nutrem os cabelos, quando os cabelos são fracos, quebradiços, secos,
opacos ou embranquecem prematuramente indica deficiência do rim.
Os rins controlam a força de vontade, a determinação, a obstinação, quando estão
fracos, o indivíduo fica sem força de vontade, a mente desanima com facilidade, fica desmotivado
e deprimido.
Outra característica dos rins é sua cor que é preta, que pode ser observada nas regiões
dos olhos, no qual indica deficiência de yang do rim; o sabor do rim é salgado, seu gosto salgado
indica deficiência, podendo ser yin ou yang e seu fator climático é o frio. Os rins sofrem com o
excesso de frio, podendo causar lombalgias, dor abdominal, diarreia e menstruação dolorosa. Os
rins funcionam como um portão, controlam a abertura e o fechamento da micção
96

f. FUNÇÃO DO PERICARDIO

Na medicina oriental o pericárdio é o “mestre do coração”, é uma membrana que


envolve o coração protegendo-o contra os ataques patogênicos externos. A função do pericárdio
se iguala ao do coração, que governa o sangue e abriga a mente. Com relação a governar o
sangue, seu canal pode ser usado para revigorar o sangue (tonificação) ou resfriar (sedação); os
pontos do pericárdio podem estimular e acalmar a mente.
O pericárdio está localizado no centro do tórax, ele atua como agente propulsor do Qi e
do sangue do coração e dos pulmões, quando há desequilíbrio a manifestação clínica é sensação
de aperto no peito, cansaço e congestão.
O calor no sangue do pericárdio causa ansiedade, insônia e agitação, a deficiência de
sangue no pericárdio causa depressão e ansiedade branda. O pericárdio pertence ao fogo
ministerial com o triplo aquecedor, os rins, o fígado e a vesícula biliar.
O pericárdio tem uma relação com o útero, a deficiência de sangue do pericárdio pode
causar menstruações escassas ou amenorreia, o fogo no pericárdio pode aquecer o coração e
causar menstruação volumosa e estase de sangue no pericárdio pode causar dores fortes. Como o
pericárdio é a residência da mente, a conexão com o útero explica os problemas emocionais na
função menstrual das mulheres (MACIOCIA, pg.135)

g. FUNÇÃO DO ESTÔMAGO

O estômago é considerado o órgão yang mais importante na medicina chinesa, ele é


conhecido como a Raiz do Qi celestial, porque é ele quem dá a origem a todo o Qi e sangue
produzidos depois do nascimento. Sua função é controlar o recebimento, ou seja, transformar o
alimento e os líquidos ingeridos por um processo de fermentação descrito como maturação e
decomposição. Segundo Maciocia (2020), o estômago prepara o terreno para o baço extrair a
essência refinada do alimento. Quando o Qi do estômago é forte significa que seu prognóstico
está saudável, quando o Qi do estômago é fraco indica que ele está doente, podemos identificar se
estado o estômago estar forte ou fraco, através da saburra da língua.

O estômago controla ainda, o transporte das essências dos alimentos para todos os
órgãos. O Qi dos alimentos assegura que o Qi dos órgãos alcance o pulso, quando o pulso é
suave, contínuo e macio significa que o Qi do estômago estar normal. O estômago possui a
função também de transportar as essências dos alimentos para todo o corpo, inclusive aos
membros,
97

quando há obstáculos durante esse transporte, consequentemente haverá fraqueza, o pulso ficará
lento e a língua terá alterações na saburra.

O estômago controla a descenção do Qi, ou seja, o Qi do estômago desce para


transportar os resíduos alimentares até o intestino grosso, também é responsável pela origem dos
líquidos através do processo de macenação dos alimentos e dos líquidos.

h. FUNÇÃO DO INTESTINO DELGADO

O intestino delgado é responsável pelo controle do recebimento e pela transformação


dos alimentos e líquidos no estômago. Ele separa o que recebe em uma parte pura que vai para o
baço e uma parte impura que é levada ao intestino grosso à bexiga. O intestino delgado
desempenha uma função importante na mobilização e na transformação dos fluidos. Segundo
Maciocia (2020) a separação dos fluidos pelo intestino delgado é facilitada pelo yang do rim, que
fornece Qi e calor. Quando a função do intestino delgado estar prejudicada, pode existir uma
micção excessiva ou escassa, isto significa que órgão pode estar frio ou quente. O intestino
delgado exerce ainda influência no aspecto mental, ele controla nossa capacidade de
discernimento. Na medicina chinesa, o coração abriga a mente e governa nossa vida mental e
emocional. 1

i. FUNÇÃO DO INTESTINO GROSSO

O intestino grosso tem a função de receber o alimento e os líquidos provenientes do


intestino delgado, reabsorver parte dos líquidos e excretar parte dos alimentos por meio das fezes.
O baço controla essa transformação e transporta os alimentos e os fluidos por meio do trato
digestivo, inclusive os intestinos delgado e grosso. Quando há manifestação de doenças pode
ocorre fezes amolecidas, diarreia, sangue nas fezes ou muco, em decorrência da deficiência do
baço.

O intestino grosso tem uma relação com os pulmões, a medida em que há a descenção
do Qi do pulmão, acontece a facilidade do movimento do intestino delgado no momento da
evacuação. Os pulmões controlam a pele e o intestino grosso pode afetar a pele.

g. FUNÇÃO DA VESÍCULA BILIAR

A vesícula biliar é um órgão que possui a função de armazenar e excretar a bile. Na


medicina chinesa é a única capaz de armazenar um fluido puro em vez de substâncias impuras.
Segundo Maciocia (2020) o fogo ministerial chega à vesícula biliar e aquece os órgãos, esse
calor facilita a digestão. Na teoria dos cinco elementos, o fígado e a vesícula biliar pertencem ao
98

elemento madeira, o Qi da vesícula é parte do livre fluxo do Qi do fígado. O Qi do fígado promove


a secreção de bile dentro da vesícula e dentro dos intestinos. O fluxo suave da bile ajuda o
estômago a digerir e o baço a transformar.

A vesícula biliar controla a capacidade de planejar e controlar a capacidade de tomar


decisões, possui o poder de motivar todos os outros órgãos. A vesícula fornece coragem a mente,
discrimina e analisar problemas com clareza, ela também influencia na qualidade e duração do
sono. Quando o indivíduo tem sonhos perturbadores, suicidas, significa que a vesícula está em
deficiência.

l. FUNÇÃO DA BEXIGA

Na medicina chinesa a bexiga tem a função de excretar a urina, mas também participa
na transformação dos fluidos necessários à formação da urina. A bexiga remove água por
transformação do Qi, ela auxilia em sua função de transformar fluídos pelo triplo aquecedor, cuja
função é assegurar quais as passagens de água da parte inferior do corpo estejam livres. O fígado
exerce forte influência na micção. A circulação homogênea do Qi do fígado assegura liberar a
micção, caso ocorra estagnação do Qi do fígado, ocorrerá uma disfunção urinária. Existe uma
relação direta entre a bexiga e os rins. A bexiga obtém o Qi e o calor necessários para sua função
de transformar fluidos dos rins. Por outro lado, os rins dependem da bexiga para movimentar e
excretar seus fluidos impuros.

CONCLUSÃO

Nesse estudo você conheceu uma parteda cultura oriental, na qual descreve sua
filosofia e seu processo histórico a partir dos grandes pensadores da china antiga como Lao Tsé,
Confúcio e Sidarta Gautama. Ensinamentos que nos traz a luz dos dias atuais uma forma de ver a
vida e saúde de forma integrada e está relacionada a uma teoria chamada de yin e yang e a relação
da natureza com o corpo humano. A função dos órgãos no pensamento oriental chamado de yin e
yang e a relação com os cinco elementos também significam uma relação nesse contexto
exemplificando a responsabilidade que cada um tem com o outro. Compreendemos ainda, que os
órgãos ao sofrerem desequilíbrios desencadeiam transtornos físicos e mental e que deve ser
observado atentamente pelo terapeuta. Por essa razão é importante orienta-los durante o
tratamento como manter o equilíbrio, que pode ser através das diversas técnicas de massagens
milenares, uma boa alimentação e a pratica de exercícios que fortaleça o corpo.
99

CAPÍTULO III

DIAGNÓSTICO NA MASSOTERAPIA
100

1 INTRODUÇÃO

Elaboramos no Capítulo III um estudo aprofundado no diagnóstico na massoterapia


oriental, fundamentado a partir dateoria daMedicinaChinesa. O terapeuta aprende adesenvolver
suas habilidades, fazendo uma junção do uso terapêutico com a medicina ocidental.
Sabemos que o diagnostico energético oriental é diferente do diagnostico ocidental, o
terapeuta aprende através dos clássicos que o homem pode desenvolver tais métodos de
diagnóstico tais como inspeção, palpação e língua. Esses métodos tem como objetivo identificar
o desequilíbrio dos órgãos yin e yang do corpo e direcionar para o terapeuta ao tratamento mais
adequado.
A medicina oriental nos ensina que para chegarmos aos órgãos temos que fazer
estímulos nos pontos de acupuntura que estão organizados em linhas chamados de meridianos
que você vai conhecer no capítulo V do módulo I.
O estudo do Diagnóstico na Massoterapia mostra ainda os oito fatores patógenos e os
seis princípios que identificam a causa das doenças através da relação da natureza (meio
externo) com os órgãos (meio interno).

2 DIAGNÓSTICO ENERGÉTICO NA MASSOTERAPIA

Na massoterapia o aluno deve compreender os métodos de diagnóstico utilizados na


Medicina Chinesa. Esses métodos vão identificar quais órgãos apresentam desequilíbrio por
deficiência ou excesso, no objetivo de aplicar o tratamento adequado.
Segundo o Tratado da Medicina Chinesa (1993) “o corpo humano está todo
integrado, ou seja, as afecções de uma parte do corpo podem afetar o corpo inteiro, as mudanças
patológicas dos órgãos internos podem manifestar-se nos cinco sentidos, nas quatro extremidades
e na superfície. (pg. 205).
Esses métodos manifestam-se por meio de quatro diagnósticos: inspeção, ausculta e
olfação, interrogatório e palpação.

a. Diagnóstico pela inspeção

O diagnóstico pela inspeção tem como primeira técnica a observação, é por meio desta
técnica que o terapeuta identifica as alterações no estado constitucional do yin e do yang, do
estado mental, físico e espiritual. Segundo Maciocia (2005) o diagnóstico pela observação é
baseado no princípio de que os órgãos internos e suas desarmonias se manifestam externamente
na forma do
101

que os antigos chineses chamavam de “imagens”. Na medicina chinesa a doença é um complexo


de manifestações clínicas, que são chamadas de “imagens”, podemos citar por exemplo a imagem
do pulso, a imagem da aparência do paciente, a imagem de um padrão ou a imagem da língua.

No diagnóstico pela inspeção o terapeuta deve observar as mudanças anormais da


face do paciente como: a cor da pele, a forma e as condições da língua, as secreções e as
excreções analisando as patologias dos órgãos internos. Na inspeção geral vamos destacar a
observação pela expressão, a inspeção pela cor, inspeção na observação da expressão, inspeção
pelos olhos, inspeção pelo ouvido, inspeção pela pele, inspeção pela língua.
A observação pela expressão tem como base material a “essência” e as manifestações
externas das condições de energia e de sangue e dos órgãos yin e yang. São essas bases que o
terapeuta terá condições de identificar os fatores de resistência e gravidade da doença, além da
cura.
A inspeção da cor refere-se à cor e ao brilho do rosto do paciente, eles constituem as
manifestações externas do estado energético do sangue e da energia dos órgãos e das vísceras
podendo ser identificada. Citamos a cor branca que indica síndromes de frio ou perda de sangue;
a cor amarela indica deficiência ou umidade; a cor vermelha indica calor ou excesso de yang; a
cor azul indica frio, dor estase de sangue; a cor escura indica deficiência da energia dos rins.
Na inspeção dos olhos, os chineses afirmam que os olhos são a janela da energia do
fígado e ao mesmo tempo a essência das vísceras. Na inspeção pelo ouvido são os rins, na
inspeção pelo nariz são os pulmões e ao mesmo tempo são condutores da respiração e nas
observações feitas pela secreção. Na inspeção pela língua a observação constitui uma das bases
essenciais para diferenciar as doenças.
Naobservação da língua o diagnóstico deve ser claro e objetivo, especialmente
quando comparado com o diagnóstico pelo pulso. A língua apresenta vários aspectos como: cor,
forma, saburra e espirito. Os orientais costumam dizer que quando a língua apresenta vivacidade,
flexibilidade, vitalidade e brilho significa que ela tem espirito, quando a língua não tem brilho e
apresenta cor escura ou acinzentada significa que ela não tem espirito.
Na medicina chinesa o espírito deve ser observado em particular na raiz da língua,
porque a raiz da língua reflete o estado dos rins. A essência do rim é a base da vida, onde indica
uma deficiência grave dos rins. (Maciocia, 2005, pg.169)
Uma observação que o terapeuta deve estar atento é na cor da língua. A cor reflete o
estado dos órgãos yin e do sangue e as condições de calor ou frio, deficiência de yin ou yang.
102

A cor normal do corpo da língua é vermelha-pálida. Na medicina chinesa


tradicionalmente são descritas cinco cores patológicas: pálida, vermelha, vermelho-escura, roxa e
azul.
A língua pálida indica deficiência do yang ou de sangue. Na deficiência de yang a
língua tende a ficar úmida, na deficiência de sangue a língua fica seca, geralmente a língua pálida
apresenta saburra, quando não existe saburra indica deficiência grave de sangue.
A língua vermelha indica calor, o vermelho acima do normal pode indicar deficiência
por plenitude ou por vazio, ou seja, se a língua estiver vermelha com saburra indica calor por
plenitude, se a língua estiver vermelha sem saburra indica calor por vazio. A ponta da língua
vermelha indica calor no coração, se a língua estiver toda vermelha significa que há excesso de
calor no coração, quando as laterais da língua estiverem vermelhas indica calor no fígado, quando
a língua estiver vermelha no centro indica calor no estômago ou baço.
A língua roxa indica estase de sangue que pode ser originada pelo calor ou pelo frio.
O frio interno contrai e obstrui a circulação do sangue, o calor causa estase de sangue pela
condensação dos fluidos corporais e do sangue. Quando a estase de sangue se origina pelo frio, a
cor da língua tem cor roxo-azulada. A língua toda roxa indica condição crônica, comum em
idosos. A cor roxa no centro da língua indica estase de sangue no estômago. A cor roxa nas
laterais da língua indica estase do sangue no fígado. A cor roxa nas laterais da língua ou na área
do tórax pode incluir estase de sangue no coração ou nos pulmões, é comum em pacientes que
apresentam doenças pulmonares e cardíacas. Nas mulheres, a cor roxa aparece na região das
mamas indicando uma patologia como nódulos na mama.
É importante destacar as veias sublinguais, aquelas localizadas abaixo da língua,
quando essas veias apresentam cores escura e secas indicam deficiência grave do yin, deficiência
de pulmão, baço e rim com acúmulo de fluidos.
A forma da língua revela as condições de deficiência ou de excesso. No caso da
língua de formato fino indica deficiência de sangue ou de fluidos yin. A língua aumentadaindica
acúmulo de fluidos, umidade, fleuma ou edema; a língua parcialmente aumentada indica
deficiência de Qi, estagnação de Qi ou calor; A língua rígida indica vento interno, estase de
sangue ou deficiência grave do yin; língua flácida indica falta de fluidos corporais e/ou sangue;
língua longa indica calor; língua curta indica frio interno, deficiência de yang, quando curta e
muito avermelhada e sem saburra indica grave deficiência de yin; língua com fissura rasa ou
profunda, podem indicar deficiência de Qi do coração, baço e pulmão.
O terapeuta deve ficar atento a outra observação na língua que é a saburra, ela reflete basicamente
o estado dos órgãos yang, especialmente o estômago e também indica deficiência,
103

excesso, calor e frio. A saburra com ou sem raiz pode indicar o estado do órgão. A saburra fina
com raiz indica que o Qi do estômago está saudável; a saburra espessa com raiz indica um fator
patogênico forte, Qi do estômago intacto; a saburra fina sem raiz indica início de
enfraquecimento do Qi do estômago; saburra espessa sem raiz indica um fator patogênico forte,
Qi do estômago fraco.
A imagem abaixo é uma representação da localização dos órgãos na língua, Diante do
exposto o terapeuta poderá diagnosticar pela cor, o tamanho, a saburra e o seu movimento.

, Rim
| Bexiga
f - Intestinos |

Vesícula
E ||
Biliar E Estômago E Fígado
|
Baço |
|
| ulmõe 7/
s
À A Pulmões >Y
>. Coração e
Imagem: topografia da língua

b. Diagnóstico pela Ausculta e Olfação

Esse método de diagnóstico consiste em ouvir a voz e a respiração do paciente. Na


fala podemos identificar as condições de resistência relacionado com os fatores patogênicos.
Podemos destacar pacientes que falam em voz muito baixa, eles apresentam síndromes de
deficiência de energia e de frio. Os excessos de vento-frio, vento-calor e energias perversas
causadas pelo excesso na alimentação e bebida podem causar afonia, característica de deficiência
de energia no pulmão.
104

Uma respiração fraca indica insuficiência da energia do pulmão e dos rins em


consequência de uma lesão interna; uma respiração superficial indica deficiência da energia.
Muitos outros fatores devem ser observados no diagnóstico, principalmente no que se refere a
ausculta e olfação. Na olfação a presença de calor no estômago causa mal hálito, assim como a
eliminação de gases que indica má indigestão e existência de estagnação de alimentos.

c. Diagnóstico pela Interrogação

O terapeuta não deve hesitar na hora do diagnóstico, é preciso interrogar com precisão
nos detalhes relatados pelo paciente. O processo de interrogação é um conjunto de regras sobre
quais perguntas devem ser realizadas. Na ficha de anamnese tem que existir dois aspectos de
interrogação: o geral e o específico
Geral: perguntar a respeito do estilode vida, trabalho, emoções, dieta...para
identificar a causa da doença.
Específico: perguntar sobre as manifestações clínicas para determinar os padrões de
desarmonia
Segundo Maciocia (2005) o diagnóstico pela interrogação baseia-se no princípio
fundamental de que sintomas e sinais refletem a condição dos órgãos internos e dos canais. (pg.
190). O conceito de sintomas na medicina chinesa vai além de um simples diagnóstico como
sintomas e sinais, o médico oriental investiga por meio dos hábitos alimentares e do estilo de
vida que podem estar ocasionando a doença.
São perguntas simples por exemplo: você tem sede? Tem gosto doce ou margo na
boca? Sente mais frio ou calor? Dorme cedo ou tarde? Come mais carne branca ou vermelha?
Essas perguntas são importantes para diagnosticar se o paciente apresenta deficiência de Qi no
sangue, deficiência de yin e yang, excesso de yin e yang dos órgãos internos.
Enfatizamos que o diagnóstico pela língua e o pulso dão sinais de presença ou
ausência de Qi. Por exemplo: pulso fraco do rim é um sintoma de deficiência e se manifesta pela
dor lombar. Assim, como a língua quando apresenta saburra pegajosa e língua aumentada
significando sintoma de fleuma.
Maciocia (2005) destaca que o diagnóstico pela interrogação é uma arte, pois consiste
em fazer perguntas relevantes em relação a um paciente em particular e para uma condição
especifica. Quando fazemos uma pergunta, devemos sempre nos perguntar o porquê da pergunta.
Durante o interrogatório, devemos estar atentos as possíveis hipóteses sobre os possíveis padrões
de desarmonia no objetivo de confirmar ou excluir certos padrões por meio das perguntas certas.
Contudo, o terapeuta deve ficar atento as ciladas na interrogação, ou seja, não confie
105

exclusivamente no tipo de elemento de um paciente para diagnosticar um padrão de desarmonia,


lembre-se de manter a mente aberta ao diagnosticar.
O procedimento para a interrogação segue uma observação simples, começando pela
cor facial do paciente (pálido, vermelho, roxo); o movimento (lento, rápido); o tom na voz (alto,
baixo); pulso (fino, fraco), cor da língua (vermelha, roxa).

d. Diagnóstico pela Palpação

O diagnóstico pela palpação inclui a palpação pelo pulso, tórax e abdome. Segundo a
medicina chinesa o diagnóstico pelo pulso serve para identificar a desarmonia dos órgãos internos
a partir das doze posições do pulso. Existem vinte sete tipos de pulso que pode ser diagnosticado
pela pressão dos dedos. Apresentaremos nesse estudo, os dez tipos de pulso mais importante.

O diagnóstico pela palpação do pulso transmite a sensação e a ideia do estado do Qi e


do sangue. Segundo Maciocia (2005) [...] “Qi é uma energia sutil que não pode ser “sentido” ou
“medido” (pg.354)

Para identificar o pulso é preciso compreender como funciona a artéria radial. Esta
artériaestá localizadano punho nasuafaceventral, é aondesente apulsação do sangueparatermos
uma ideia do estado do Qi. O autor destaca que o pulso varia de acordo com as estações
tornando-se relativamente em corda na primavera, transbordante no verão, macio no outono e
profundo no inverno, assim como o pulso tem uma relação com o sexo. O pulso nos homens é
mais forte que o pulso das mulheres. Uma característica é o pulso do lado esquerdo, que é mais
forte que o pulso do lado direito nos homens e vice-versa nas mulheres. Na idade o pulso
também varia quanto a velocidade, nas crianças o pulso é mais rápido e nos idosos mais lento.

O pulso pode ser sentido em três diferentes níveis: o superficial, o médio e o profundo.

üO nível superficial corresponde a energia do yang e aos órgãos (pulmão e coração)


üO nível médio corresponde o sangue e aos órgãos (estômago e baço)
üO nível profundo corresponde ao Yin e aos órgãos (fígado e rim)

No tratado da Medicina (1993), na prática clínica a mão direita reflete a condição


energética do pulmão, baço e rim (tsun, guan e chi); a mão esquerda reflete o coração, fígado e os
rins (tsun, guan e chi). Vejamos a seguir a representação dos órgãos na língua.
106

e. Manifestações do Pulso

Para aprofundar esse estudo é importante o terapeuta conhecer as normas para interpretar
o pulsonuma seguinteordem econhecer aseguir algunspulsos. Veja agoraos pontosdapulsologia da
imagem a seguir.

“e z
“a

ØSentir o pulso como um todo com os três dedos, dando ideia inicial da sua força durante a
pulsação;
ØSentir se o pulso tem espirito, Qi do estômago e raiz;
ØSentir as três posições individualmente, erguendo com suavidade dois dos dedos e sentindo
com o terceiro;
ØSentir os três níveis e sentir a qualidade geral do pulso, se houver.
ØSentir a qualidade do pulso, sua força e o nível de cada posição individual, deslizando e
empurrando os dedos;
ØContar a frequência do pulso.
107

f. Tipos de Pulso

ØPulso superficial: percebe-se com uma ligeira pressão dos dedos, mas desaparece ao
aumentar a pressão; pulso superficial e fraco significa deficiência; quando a superfície
corporal é atacada por fatores patogênicos o pulso fica fraco.
ØPulso profundo: percebe-se pressionando fortemente; se o pulso é forte indica plenitude se
é fraco indica deficiência interna. O pulso tem dificuldade de se expandir e aparece
profundo e fraco.
ØPulso retardado: percebe-se o pulso batendo lentamente, pulso retardado e forte, indica
plenitude de frio no interior.
ØPulso rápido: percebe-se uma frequência ultrapassando mais cinco vezes. Se o pulso é
forte índica plenitude de calor, se o pulso é fraco indica plenitude de calor. A
hiperatividade de calor permite que pulso seja rápido.
ØPulso fraco: percebe-se o pulso sem força nas três partes (tsun, guan e chi), tanto ao
pressionar ligeiramente como fortemente, como se arrebatasse sob os dedos dando-lhe
uma sensação de vazio. As doenças observam-se na deficiência de energia e de sangue
sobretudo em deficiência de energia.
ØPulso forte: percebe-se que é sentido grande, cheio e um pouco tenso. É um pulso que vai
e vem com força e é sentido nas três partes (tsun, guan e chi), os fatores patogênicos são
fortes e a resistência não são deficientes, a energia e o sangue são abundantes e por isso o
pulso bate com força.
ØPulso flutuante: percebe-se o vai e vem cambaleante e desigual; a estagnação de energia e
de sangue obstrui os vasos sanguíneos.
ØPulso fino: percebe-se o pulso fino como um fio, sem força, indica deficiência de energia
vital e sangue; o pulso fino é a obstrução de vasos pela umidade.
ØPulso vasto: percebe-se o pulso vasto e muito grande, assemelha-se a uma grande onda; o
pulso vasto indica hiperatividade de calor.
ØPulso em corda: percebe-se o pulso tenso e comprido, sente-se como uma corda de
instrumento musical; observa-se em casos de transtornos hepáticos e biliares, dores e
excesso de mucosidade.

A palpação pelo abdômen, segundo Bastos (2000) é uma técnica oriental que pode ser
executada de forma superficial nas zonas reflexas, identificando as regiões anatômicas do dorso-
lombar. No entanto, o terapeuta vai utilizar com mais rapidez o pulso, pois ele vai direcionar o
estado do paciente.
108

Apresentamos o estudo do diagnóstico para facilitar na hora da prática clínica do


terapeuta, pois é importante ter uma compreensão clara acerca dos sistemas que correspondem ao
corpo humano. Conheceremos a seguir, o estudo dos oito princípios e dos seis fatores
patogênicos, concluindo todo o estudo de diagnóstico e do tratamento a ser aplicado.

3 OITO PRINCIPIOS E OS SEIS FATORES PATOGÊNOS

Antes de iniciar esse estudo, o terapeuta deve conhecer os componentes básicos do


processo de adoecimento, nos quais estão relacionados com o corpo, os fatores de doença e os
padrões de desarmonia. Os fatores de doença são os fatores originadores associados com a
origem da doença, enquanto, o padrão de desarmonia é o complexo de mudanças patológicas
internas e externas associadas com os fatores de doenças que provocam o desequilíbrio na
interação do corpo e o meio ambiente, o corpo no seu estado físico, emocional e espiritual.

Na medicina ocidental a doença é uma combinação de sinais e sintomas que ocorrem


com frequência, enquanto na Medicina Chinesa a doença tem um conceito de desarmonia, ou
seja, uma combinação de fatores de doença e não de uma única causa. Segundo (Ross, 1994) “a
frase “fator de doença” é usada para indicar um aspecto do padrão global do corpo e do
ambiente”.

Vamos conhecer agora os oito princípios, como eles são aplicados no tratamento
através da medicina oriental. Esses princípios é uma forma de identificar as doenças, sua natureza
e qual profundidade ela se encontra no corpo humano.

4 OS OITO PRINCIPIOS

O terapeuta classifica alguns sintomas a partir do relato do paciente utilizando a


classificação dos oito padrões de desarmonia. (ver tabela 1)

yin yang
interior Exterior
frio Calor
Deficiência excesso
Tabela1. Padrões de Desarmonia dos oito princípios

O yin e o yang representam a base da medicina chinesa. Toda a fisiologia e a


patologia são fundamentadas no princípio do yin-yang. Estando o yin e yang em equilíbrio o
corpo funciona em perfeita harmonia. Se o Qi e o Xue estiverem deficientes, tanto yin quanto o
yang vão estar deficientes.
109

O interior e o exterior são dois princípios que se referem a profundidade e a evolução


da doença. As doenças externas estão situadas nas camadas superficiais do corpo e tendem a
aprofundar-se para dentro. Esses fatores manifestam-se repentinamente e duram pouco,
geralmente são agudos e apresentam sintomas tais como: calafrios, dor de cabeça, congestão
nasal, garganta irritada ou dolorida e pulso superficial.

Entretanto, a doença interna ocorre dentro do corpo podendo alcançar níveis mais
profundo, podem surgir em consequência dapenetração dos fatores dedoençaexternadas camadas
superficiais para o interior do corpo, podendo ser crônico apresentando sintomas tais como:
vômito, diarreia, alteração na urina e pulso mais profundo.

Os padrões de frio podem estar associados com a agressão do corpo pelos fatores de
doença externa, tais como o frio, o vento, a umidade ou podem estar relacionados aos padrões
internos, como a deficiência de yang ou de Qi do corpo e as vezes as alterações dos órgãos. Os
sintomas se apresentam na face branca e pálida, nas fezes aquosas, secreções, urina claras e
abundante, falta de sede, língua pálida e com revestimento branco.

Os padrões de calor podem aparecer pela invasão do corpo pelos fatores externos, tais
como o calor de verão, o vento, a secura e a umidade, e também, podem surgir pela
transformação de fatores externos como o vento e o frio ou relacionar-se com os padrões internos
por exemplo, pela deficiência de yin ou umidade-calor, seu desconforto e a dor piora com o frio e
melhora com o calor. Os sintomas de calor é o oposto e podem se apresentar na face vermelha,
pele quente, secreções e urina reduzida, língua vermelha com revestimento amarelo, seu
desconforto e a dor pioram com o calor e melhoram com o frio.

A deficiência refere-se geralmente quando existem padrões internos crônicos


associados com a debilidade de uma ou mais substâncias, esses padrões caracterizam-se por uma
fraqueza geral de um estado de vazio, deficiência de yin ou de yang.

O excesso pode surgir pela agressão do corpo pelos fatores de doenças externo, eles
podem surgir pela atividade excessiva de um ou mais órgãos yin ou yang ou pelo acumulo de Qi,
Xue e essência (Jin Ye). A deficiência de Qi tem característica de ser crônica, com fraqueza e
cansaço força inconsciente, voz, respiração e movimentos fracos, pulso fraco, vazio e língua com
pouco ou sem revestimento. O excesso com característica aguda, apresenta voz, respiração e
movimentos fortes, pulso forte, cheio e língua com revestimento grosso. (ROSS, 1994, pg.46)

A identificação dos padrões com os oito princípios é a base de todos os outros métodos
usados, por essa razão o diagnóstico passa a ser mais rápido e o tratamento eficiente.
110

5 OS SEIS FATORES PATOGÊNOS

O terapeuta agora vai conhecer e identificar os principais fatores patógenos na


medicina chinesa que são: o vento, o frio, a umidade, o calor, a secura e o fogo, esses fatores
podem influenciar na saúde das pessoas, podendo causar danos no interior e no exterior do corpo
humano. As mudanças climáticas influenciam no estado físico e emocional, portanto, durante a
investigação no diagnóstico o terapeuta deve identificar quais fatores externos estão causando
lesões. Durante a mudança das estações como o verão, inverno, primavera e outono ocorrem uma
transformação interna. O vento, o verão, a secura e o fogo são fatores patogênicos yang. O frio e
a umidade são fatores patogênicos yin. O excesso de yang pode causar danos ao yin ou vice-
versa.

O vento é fator patogênico de natureza yang e tende a causar malefícios ao sangue, o


vento é o veículo pelo qual todos os outros fatores climáticos invadem o corpo, por exemplo: o
vento-frio e o vento-calor entram no corpo. A invasão do vento externo pode causar resfriado; o
vento-frio externo pode causar doenças cutâneas; o vento pode causar outras manifestações como
tremores, paralisia facial, rigidez e dormência.

O frio pertence ao inverno, mas pode invadir o corpo em qualquer época do ano e afeta
especialmente os Rins (Maciocia, 2020, pg. 560). O frio pode ser interno e externo e cheio ou
vazio. O frio-cheio interno origina-se da invasão de frio externo. O frio-vazio interno pode ser
formado de duas formas: ou ele se origina do frio-cheio que provoca danos no yang e se
transforma em frio-vazio, ou ele é causado por alguma deficiência de yang (baço e rim).

O frio causa danos ao yang e pode congelar o sangue, quando o sangue fica estagnado
o paciente tem dor intensa como por exemplo: a mulherno seu período menstrual, quando o
sangue fica estagnado causa fortes dores, isso ocorre por obter coágulos escuros e pequenos. O
frio ainda contrai os tecidos (músculos, tendões, vasos sanguíneos, pele) manifestação causada
pela invasão do frio externo. A contração provoca dor e, quando está associada à estase de sangue
causa rigidez e dor. O frio causa secreções claras, aquosas, secreção nasal, urina clara, fezes
amolecidas e secreções vaginais líquidas e claras, lembrando que o frio é pertencente ao órgão
Rim.

Como jáfoi citado, o frio interno podeser cheio ou vazio, as manifestações decorrentes
do frio interno podem causar sensação de frio por todo corpo, membros frios, secreções claras e
finas, dor difusa e incômoda, pele branca e opaca, língua com saburra branca e pulso lento e
fraco.

A umidade é um fator patogênico que tende a causar danos ao Yang. A umidade


climática refere-se não apenas ao clima úmido, mas também às condições ambientais e pessoais
111

como em viver em uma casa úmida, usar roupas úmidas, ficar muito tempo caminhando em locais
úmidos, trabalhar em locais úmidos entre outros. Quando a umidade invade o corpo, ela tende a
invadir primeiramente os membros inferiores (pernas). É a partir das pernas que a umidade pode
descer pelos canais da perna e estabelecer-se em qualquer um dos órgãos da cavidade pélvica. A
umidade pode causar secreções vaginais, quando se aloja nos intestinos causa fezes amolecidas;
quando se deposita na bexiga, causa dificuldade de urinar, aumento da frequência urinária e
ardência ao urinar (pg. 564)

A secura é um fator patogênico que tende a causar danos ao sangue ou ao Yin. Esse
fator está relacionado a estação do outono e ao órgão pulmão. A secura ocorre por meio do clima
muito seco, mas pode ocorrer também pelo meio artificial. Suas manifestações são percebidas
quando ocorre a garganta seca, lábios ressecados, língua seca, boca seca, pele ressecada, fezes
ressecadas e urina escassa, característica de secura externa originada pela invasão de vento-secura
externa. Ressalvo que a secura é um fator patogênico que pode afetar três órgãos importantes: o
Estômago, os Pulmões e os Rins.

A securano estômago ocorre pelos hábitos alimentares irregulares por exemplo:


comer com pressa, ingerir alimentos pesados durante a noite. Isso ocorre porque os fluidos do
estômago se esgotam e causam secura. Enquanto os pulmões gostam de ser mantidos úmidos, a
secura nos pulmões causa boca e garganta seca, tosse seca, língua e pele ressecadas e voz rouca e
para concluir, a secura dos Rins pode ser causada por excesso na atividade sexual dos homens,
menorragia crônica das mulheres e tabagismo, suas manifestações causa língua seca com
rachaduras, sangue menstrual seco e pele ressecada.

O Fogo e o Calor são dois fatores patogênicos muito comuns. O Fogo é um fator
patogênico predominantemente interno e pode se originar pela transformação de outros fatores
patogênicos (vento, frio, umidade), outras causas são a ingestão exagerada de alimentos, estresse
e tabagismo. O Calor é um termo geral que inclui quaisquer manifestações clínica evidenciados
por calor.

Existe uma diferença entre Calor e Fogo. O calor é utilizado em sentido estrito, ele
significa em forma branda de fogo. O fogo é mais sólido que o calor, tende a movimentar-se e
resseca mais o calor. Uma das características do fogo é a urina escassa e escura e fezes
ressecadas. O fogo tende a afetar a mente, causando ansiedade, agitação mental, insônia ou
doença mental.

Não podemos descartar ainda, os fatores de desarmonia que estão relacionados com as
emoções e o comportamento. As emoções são manifestações suave de sentimentos e
112

comportamento como: raiva, ciúme, mágoa, tristeza. No entanto, nem sempre são considerado
fatores patológicos, pois o fluxo inconstante das emoções é parte do comportamento saudável,
variando pela pressão ambiental, tendência hereditária, idade, estágio de desenvolvimento e
outros fatores. (Ross, 1994, pg.183)

A medicina chinesa classifica as cinco emoções (alegria, raiva, meditação, tristeza,


medo) com os cinco órgãos yin (zang) coração, fígado, baço, pulmão e rim. Essa relação está
intimamente ligada com o desequilíbrio do corpo e esse estudo está presente na teoria do yin e
yang já apresentado.

CONCLUSÃO

Durante a construção desse estudo, tivemos o cuidado de selecionar com precisão os


temas mais importantes para o aluno se tornar um massoterapeuta de sucesso. Apresentamos
inicialmente os conceitos básicos da medicina oriental a partir das teorias do yin yang, dos cinco
elementos, das substâncias vitais, da função dos órgãos e do trajeto dos meridianos e sua
localização, além da sua ação energética e terapêutica. Conhecemos a importância da civilização
oriental, na qual ela está ancorada nas raízes de uma tradição milenar.

Destacamos ainda, os trajetos e os pontos dos meridianos aplicados à massoterapia, os


tipos de diagnóstico, os fatores patogênicos dos seis e oito princípios que influenciam no estado
físico e mental, no qual o terapeuta deve ter propriedade em aplicar durante sua prática clínica.
Você como terapeuta oriental não basta apenas conhecer as técnicas de massagem, é preciso
aprofundar o conhecimento teórico fundamentado na medicina tradicional chinesa. Na sociedade
moderna as técnicas de massagem orientais ganharam espaço nas universidades, em programas
de graduação e pós graduação, em cursos técnicos com disciplinas curriculares na área da saúde e
estética. As técnicas de massagem como: Shiatsu, Anma, Tuiná, Reflexologia, Do-In e
Ventosaterapia, são técnicas que evoluíram e conquistaram muitas civilizações, inclusive a
ocidental. Essas técnicas tem como objetivo equilibrar o yin-yang, o corpo e a mente, promover a
circulação do Qi e do sangue nos tecidos e órgãos internos. Consideramos que o efeito dessas
técnicas possui eficácia no tratamento de diversas patologias, cujo objetivo é promover saúde,
prevenir contra as doenças e conscientizar por meio da alimentação e atividades física o bem
estar das pessoas.

Todo esse processo tornará você um profissional habilitado com capacidade


terapêutica de tratar e cuidar do paciente com segurança e êxito.
113

CAPÍTULO IV
MERIDIANOS NA MASSOTERAPIA

Imagem https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina_tradicional_chines
114

1 INTRODUÇÃO

No Capítulo IV o estudo da massoterapia oriental é fundamental que aluno tenha


conhecimento sobre os meridianos, seus trajetos e a função que cada exerce no corpo humano. A
cinco mil anos a medicina Oriental apresentou os meridianos e comprovou que cada órgão possui
um canal de energia e que esses canais representam a circulação dos órgãos seguindo o trajeto do
yin e yang e que se conectam entre si.
A ciência evolui consideravelmente e os estudos científicos voltaram-se ao estudo
desses meridianos por todo o mundo, comprovando a relação desses órgãos na rede de “linhas
finas”, nome citado por Sir Thomas Lewis.
O pesquisador Yoshio Natakani, afirmou que os meridianos são “poros elétricos” que
trocam energia entre o corpo e o meio elétrico, ou seja, “é uma interface entre as energias sutis e
as físicas” (Dale, 2021, pg. 202).
Na contribuição de Bercker, o corpo humano é considerado um grande campo
eletromagnético e que seus circuitos geram um campo de energia. Esse eletromagnetismo
depende de duas polaridades (positivo e o negativo), na medicina oriental do (yin e yang). A pele
atua como uma mistura líquida viscosa, fora dela as cargas são negativas e dentro delas as cargas
são positivas, afirma Dr. Becker. Esse sistema de corrente direta se torna negativo nas
extremidades dos membros (pontas dos pés e das mãos) e se tornam positivo quando entra no
tronco e na cabeça. Na Medicina Oriental essas conecções acontecem da seguinte forma: os três
meridianos yin (baço, rim e fígado) se conectam no tórax com três meridianos yin (coração,
pericárdio e pulmão) e os três meridianos yang (intestino grosso, intestino delgado etriplo
aquecedor) seconectam nacabeça com três meridianos yang (estomago, bexiga e vesícula biliar).
No entanto, quando ocorre um bloqueio nessas conecções ou quando a energia não circula
harmoniosamente, surgem as doenças.

2 MERIDIANOS

Na medicina oriental existem 14 meridianos, que estão classificados em 12 meridianos


da grande circulação (seis meridianos yin) e (seis meridianos yang) e dois meridianos da pequena
circulação, o vaso governador e vaso concepção. Os doze meridianos (yin-yang), percorrem
pelos braços e pelas pernas (parte medial e frontal ). Alguns meridianos conectam-se no tórax e
outros se conectam na cabeça. Vamos conhecer agora, cada um desses meridianos e seus trajetos
e aprofundar o conhecimento de cada um.
115

2.1 MERIDIANOS VISTA FRONTAL

PRINCIPAIS
MERIDIANOS
Vista Anterior
Meridiano da
Bexiga

Meridiano do Estômago
Vaso da
Concepção

Meridiano do Rim
Meridiano do Pulmão

Meridiano do Intestino Grosso

Meridiano do Coração

Meridiano da Vesícula Biliar

Meridiano do
Pericárdio Meridiano do Figado

Meridiano do Intestino
Delgado Meridiano do Baço/Pâncreas

Meridiano do Triplo Aquecedor

Fonte: Dales (2021)


116

2.2 MERIDIANOS VISTA DORSAL


PRINCIPAIS MERIDIANOS
Vista Posterior

Vaso Governador

Meridiano do Triplo Aquecedor


Meridiano da Bexiga

Meridiano do Intestino Delgado

Meridiano do
Intestino
Grosso

Meridiano da Vesícula Biliar

Meridiano do Rim

Fonte: Dales (2021)


117

3 ORDEM DA CIRCULAÇÃO DOS MERIDIANOS

3.1 Grande Circulação

O trajeto dos meridianos na grande circulação segue uma ordem de canais de energia
(QI) e (Sangue). Os pulmões são responsáveis em receber oxigênio que se transforma em Qi.
Essa energia passa pelos órgãos, que possuem suas funções necessárias para o funcionamento do
corpo. O meridiano do pulmão (yin) seconecta com o meridiano do intestino grosso(yang),
queseconecta com o meridiano do estômago (yang), que se conecta com o meridiano do baço
pâncreas (yin), que se conecta com o meridiano do coração (yin), que se conecta com o
meridiano do intestino delgado (yang), que se conecta com o meridiano da bexiga (yang), que se
conecta com o meridiano do rim (yin), que se conecta com o meridiano do pericárdio (yin). Que
se conecta com o meridiano do tripo aquecedor (yang), que se conecta com o meridiano da
vesícula biliar (yang), que se conecta com o meridiano do fígado (yin), que se conecta com o
meridiano do pulmão (yang) que volta a iniciar o ciclo. As conexões do yin-yang acontecem nas
extremidades dos dedos das mãos e as conexões de yang-yin nos dedos dos pés; na conexão de
yin-yin acontece no tórax e yang -yang acontecem na cabeça.

Cada meridiano possui seu ponto de sedação e tonificação, o terapeuta usa como
referência durante o tratamento na massoterapia.
118

3.2 Pequena Circulação


O vaso governador e o vaso concepção são os canais de pequena circulação, ambos
iniciam na região genital entre o ânus e a região sexual de ambos os sexos.

4. MERIDIANOS (YIN E YANG)

A. MERIDIANO DO PULMÃO
O meridiano do pulmão começa abaixo da clavícula (P1) sobe pela parte medial do braço
passando ao lado da dobra do cotovelo até chegar no dedo polegar na parte externa (P11). Seu ponto
de sedação (P5) e eu ponto de tonificação (P9).

P1 Ponto de Alarme

P5 He/mar: Água

P6 Xi/fenda

P7 Luo/conexão

P8 Jingfrio: Metal

P10 Ying/
córrego:
Fogo
YR º

Madeira

Figura. Meridiano do pulmão, Dales (2021)


119

B. MERIDIANO DO INTESTINO GROSSO


O meridiano do intestino grosso começa na ponta do dedo indicador (IG1) e percorrepela parte
lateral do antebraço e pelo lado anterior do braço até os pontos mais alto do ombro. Se divide
em dois ramos, um percorre os pulmões, o diafragma e o próprio intestino grosso; o outro
percorre externamente passando pelo pescoço e pela face, quando entra pelos dentes e pela
gengiva até chegar à asa do nariz (IG20). O ponto de sedação (IG2) e o ponto de tonificação
(IG11)

Figura. Meridiano do intestino grosso, Dales (2021)


120

C. MERIDIANO DO ESTÔMAGO
O meridiano começa logo abaixo do olho (E1) contona o nariz, desce ao redor da boca,
vai subindo pela face até chegar à testa. Passa pela mandíbula inferior, pelo pescoço e pelo
osso esterno, onde se divide em dois ramos. Um desce pelo peito, pela barriga e pela virilha,
continua pela perna terminando no segundo dedo do pé (E45). Seu ponto de sedação (E45) e
seu ponto de tonificação (E41)

* E34 Xi/fenda

E36 He/mar: Terra

E40 Luo/conexão

E41 Jing/rio: Fogo

Shu/riacho: Madeira
E43 E42 Yuan/fonte

E44 Ying/córrego: Água

E45 Jing/poço: Metal

Figura. Meridiano do estômago, Dales (2021)


121

D. MERIDIANO DO BAÇO-PANCRÊAS
O meridiano do baço-pâncreas começa no dedão do pé (BP1), percorre pelo lado
interno do pé e cruza o tornozelo interno. Sobe até a axila, vai até o abdome e percorre por dentro
do corpo até o próprio baço (BP21). Seu ponto de sedação (BP5) e seu ponto de tonificação (BP2).

BP9 He/mar: Água

BP8 Xi/fenda
BP4 Luo/conexão

BP5 Jing/rio: Metal

BP3 Shu/riacho:
Terra
Yuan/fonte

BP2 Ying/córrego: Fogo

BP1 Jing/poço: Madeira

Figura. Meridiano do baço-pâncreas, Dales (2021)


122

E. MERIDIANO DO CORAÇÃO
O meridiano do coração começa no oco axilar (C1), sobe pela parte medial do braço e
termina na parte superior do dedo mínimo (C9). Seu ponto de sedação (C7) e seu ponto de
tonificação (C9)

PC3 He/mar: Água

PC5 Jing/rio:
Metal “PCA Xilfeúda

uan/fonte “cê Luo/conExão


PC7 Shu/riacho:
Terra

PC8
Ying/córregb:
Fogo

Figura. Meridiano do coração, Dales (2021)


123

F. MERIDIANO DO INTESTINO DELGADO


O meridiano do intestino delgado inicia na ponta exterior do dedo mínimo (ID1) e
desce pela parte lateral do braço subindo até o ombro. Na intersecção do meridiano da bexiga,
divide-se em dois ramos. Um penetra pelo corpo até o coração e o estômago e termina no
intestino delgado. O outro sai da bochecha, passa pelo olho e termina ao lado do ouvido (ID21).
Seu ponto de sedação (ID8) e seu ponto de tonificação (ID3)

ID8: He/mar: Terra

ID7 Luo/conexão

IDó Xi/fenda
ID5 Jingfrio: Fogo

ID4 Yuan/fonte

ID3 Shu/riacho: Madeira

ID2 Ying/córrego: Água

ID1 Jing/poço: Metal

Figura. Meridiano do intestino delgado, Dales (2021)


124

G. MERIDIANO DA BEXIGA
É o maior dos meridianos, ele começa na borda interna do olho (B1), passa por cima
da cabeça e chega à nuca, onde ele se divide em duas partes. Uma penetra na base do
pescoço e desce em paralelo com a coluna vertebral. A outra penetra na parte de trás do
ombro e depois desce ao lado do ramo interno. Os dois ramos passam pelas nádegas e se
reúnem nos joelhos. O meridiano desce pela parte de trás da perna, contorna o tornozelo
externo e termina no dedo mindinho do pé(B67). Seu ponto de sedação (B65) e seu ponto
de tonificação (B67)

B13 Ponto Associado: Pulmão

B14 Ponto
Associado:
Pericárdio

B15 Ponto
Associado: Coração B19 Ponto
Associado:
/
B20 Ponto
Associado:
Baço/Pâncreas

B21 Ponto
Associado:
Estômago B23 Ponto
Associado:
Rim
B22 Ponto
Associado: Triplo B27 Ponto
Aquecedor
Associada:

B25 Ponto
Associado:
Intestino Grosso

B28 Ponto
Associado: Bexiga

B40 He/mar: Terra

B58 Luo/conexão

B60 Jing/rio: Fogo

B65 Shu/riacho: Madeira

Bó6 Ying/córrego: Água


B67 Jing/poço: Metal
B63
Xi/fenda B64 Yuan/fonte

Figura. Meridiano da bexiga, Dales (2021)


125

H. MERIDIANO DO RIM
O meridiano do Rim inicia na planta do pé (R1), percorre o lado interno da perna e
entra no corpo perto da base da coluna, passa pela parte medial do corpo e termina abaixo
da clavícula (R21). Seu ponto de sedação é (R1) e seu ponto de tonificação (R7).

R10 He/mar: Água

R1 Jing/poço: Madeira

R7: Jingfrio: Mê:

R4 R3 Shu/riacho:
Luo/conexão Tetra. Yuan/fonte
E

Figura. Meridiano do Rim, Dales (2021)


126

I. MERIDIANO DO PERICÁRDIO
O meridiano do pericárdio começa ao lado do mamilo (PC1), segue o movimento
ascendente do braço na parte medial e chega até o terceiro dedo da mão (PC9). Seu ponto de
sedação (PC7) e o ponto tonificação (PC9).

C3 He/mar: Água

C4 Jing/rio: Metal

C5 Luo/conexão

C7 Shu/riacho: Terra

C8 Ying/
córrego: Fogo |

C9 Jing/poço: Madeira

Figura. Meridiano do pericárdio, Dales (2021)


127

J. MERIDIANO DA VESÍCULA BILIAR


O meridiano da vesícula começa no canto exterior do olho (VB1), percorre pela lateral
da cabeça, em sentido descendente do corpo e lateral da perna até chegar no canto ungueal lateral
do quarto dedo do pé (VB44). Seu ponto de sedação (VB38) e seu ponto de tonificação (VB43)

VB24 Ponto de Alarme

VB34 He/mar: Terra

VB36 Xi/fenda

VB40 VB43 Ying/córrego: Água


Yuan/fonte

VB41 Shu/riacho: VB44 Jing/poço: Metal


Madeira

Figura. Meridiano da vesícula biliar, Dales (2021)


128

H. MERIDIANO DO FÍGADO
O meridiano do fígado começa no canto ungueal externo do dedão do pé (F1) subido
pela partemedial dapernaentreo meridiano do baço emeridiano do rim, subindo pela partemedial
do corpo até chegar abaixo do mamilo (F14). Seu ponto de sedação (F2) e seu ponto de
tonificação (F8).

14 Ponto de Alarme

F8 Ying/córrego: Água

Fó Xi/fenda

F5 Luo/conexão

F4 Jing/poço: Metal

F3 He/mar: Terra
Yuan/fonte
É

F1 Shu/riacho: Madeira
F2 Jing/rio: Fogo

Figura. Meridiano do Fígado, Dales (2021)


129

5 MERIDIANOS DA PEQUENA CIRCULAÇÃO


a. MERIDIANO VASO GOVERNADOR
O meridiano do vaso governador começa no períneo (VG1) e vai até o cóccix antes de
subir até a parte de trás da cabeça e termina baixo da ponta do nariz (VG28).

o! !
VG26 Ponto Cardeal: 1
Inconsciência, a!
obesidade ! 1
1
1
|
!
'
a
i=
=
1

EN !

|
E VG4
E Ponto
EN Cardeal:
Sistema
imunológico

Figura. Meridiano do Vaso Governador, Dales (2021)


130

b. MERIDIANO VASO CONCEPÇÃO


O meridiano do vaso concepção começa na região sexual (VC1) entre a região do
cóccix, subindo pela parte medial do corpo e termina abaixo do lábio inferior (VC24)

|
|
VC17 Ponto de Aloe: — VC17 Ponto Cardeal:
meridiano do Pericárdio
Nes
Peito, | | centro da
Respiração

VC15 Luo/conexão

VC14 Ponto de Alarme:


meridiano do Coração
| VC12 Ponto
VC12 Ponto de Alarme? Cardeal: Abdome
superior, órgãos
) meridiano do yang

Estômago VC6 Ponto Cardeal:


Abdome inferior, órgãos
sexuais

VC5 Ponto de
Alarme: meridiano
do f
Triplo
Aquecedor

VC4 Ponto de
Alarme: meridiano
do Intestino
Delgado

VC3 Ponto de “ cities E


Alarme: meridiano
da Bexiga

VC5 Ponto Cardeal:


Sistema endócrino

Figura. Meridiano do Vaso Concepção, Dales (2021)


131

6 MERIDIANOS DA CABEÇA
Na região da cabeça encontramos os meridianos (VG; B; VB; ID; E; TA e ID)

Vaso Governador

Meridiano da Bexiga

Meridiano da Vesícula Biliar

Meridiano do Triplo Aquecedor

do Intestino Delgado ct E
Meridiano Merid iano do Intes
ti no Grosso

Meridiano do Estômago

Fonte: Dales (2021)


132

7 O ESTUDO DOS PONTOS DE ACUPUNTURA NA MASSOTERAPIA


Na massoterapia oriental, aluno vai conhecer os pontos de acupuntura de forma
aprofundada para que exerça sua prática de maneira eficaz e terapêutica. O corpo humano possui
centenas de pontos de acupuntura, alguns com nomes e funções diferentes. Os principais pontos
que serão apresentados nesse estudo, são aqueles mais eficientes para o tratamento de algumas
patologias, no qual o terapeuta saberá tratar e equilibrar o estado físico ou mental do paciente.
Entre eles serão apresentados os pontos de tonificação, sedação, pontos de alarme e
assentimento, além da sua localização, ação energética e terapêutica.

8 FUNÇÃO E LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

MERIDIANO
MERIDIANO DO DO
PULMÃO
PULMÃO

üPONTO DE TONIFICAÇÃO (P.9)


Localização: O ponto é dado em relação à prega do punho; Ação Energética: tonificar o
pulmão e transformar a fleuma, regula e harmoniza os vasos, ativa o canal e alivia a dor.
Ação Terapêutica: é indicado para tosse, asma, garganta seca, fraqueza ou dor no punho,
dor na mama, dificuldade de respirar e agitação.

üPONTO DE SEDAÇÃO (P.5)


Localização: está na prega cubital do cotovelo, na depressão situada no aspecto radial do
tendão do bíceps braquial. Ação Energética: Remove o calor do pulmão, regula a
passagem de água e relaxa os tendões e alivia a dor. Ação Terapêutica: é indicado para
tosse, asma, respiração curta, oscilação defebre, calafrios, sangramento nasal, vômito de
sangue, diarreia.

üPONTO DE ASSENTIMENTO (B. 13)


Localização:1,5 cun ao lado da borda inferior do processo espinhoso da terceira vértebra
(T3); Ação Energética: tonifica o Qi do pulmão e nutre o yin do pulmão, dispersa o calor
do pulmão e libertao exterior. Ação Terapêutica: indicado paratosse, dispneia, asma,
febre, agitação por deficiência, dor na parte superior das costas e do ombro, dor e rigidez
da região lombar.

üPONTO DE ALARME (P.1)


Localização: encontra-se no aspecto lateral do tórax, no primeiro espaço intercostal, a 6
cun de distância da linha média, 1 cun abaixo de P2. Ação Energética: dissemina e
descende o Qi do pulmão e alivia tosse e sibilos, remove calor e regula as passagens de
água. Ação Terapêutica: indicado para tosse com sangue e pus, dispneia, sibilos, asma,
dor no tórax, respiração com elevação dos ombros, calor no tórax, aversão ao frio,
calafrios, febre, vômito, distensão abdominal, dor na pele, dor na parte superior do dorso e
no ombro.
133

MERIDIANO DO INTESTINO GROSSO


üPONTO DE TONIFICAÇÃO (IG -11)
Localização: encontra-se no cotovelo, a meia distância entre P5 e o epicôndilo lateral do
úmero, na extremidade lateral da prega cubital transversa. Ação Energética: Dispersa o
calor, esfria o vento, regula o Qi e o sangue, ativa o canal e alivia a dor. Ação Terapêutica:
indicado na febre alta que não cede, lesão por frio com febre residual que não cede sede com
transpiração ao beber água e pele seca e quente quando não se bebe água, malária.

üPONTO DE SEDAÇÃO (IG - 2)


Localização: Na borda radial do dedo indicador do metarcarpofangiano. Ação Energética:
Expele vento, dispersa calor e reduz inchaço. Ação Terapêutica: Dor de dente, inchaço na
parte inferior da bochecha, sangramento nasal e renite.

ü PONTO DE ASSENTIMENTO (B. 25)


Localização: 1,5 cun do lado da borda inferior do processo espinhoso da quarta vertebra
lombar da L.4. Ação Energética: regula os intestinos, elimina dor, tira estagnação. Ação
Terapêutica: diarreia, borborigmos, constipação, dor no abdômen, prolapso do reto.

üPONTO DE ALARME (E-25)


Localização: No abdômen 2 cun do lado do umbigo. Ação Energética: regula os intestinos,
o baço e o estomago, elimina calor e umidade, regula o Qi e o sangue e elimina a estagnação
do abdome. Ação Terapêutica: Diarreia, inchaço, dor abdominal.

MERIDIANO DO ESTÔMAGO

üPONTO DE TONIFICAÇÃO (E -41)


Localização: No dorso do pé, no ponto médio da prega transversal da articulação do
tornozelo. Ação Energética: Dispersa calor do canal do meridiano do estomago, calma o
espirito. Ação Terapêutica: Inchaço da face, dor de cabeça, distensão abdominal e inchaço
da articulação do pé.

üPONTO DE SEDAÇÃO (E - 45)


Localização: No aspecto do dorso do segundo dedo do pé. Ação Energética: dispersa calor
do canal do estomago e do canal. Ação Terapêutica: Inchaço na face, calor na cabeça,
secreção nasal, distensão do tórax, dor nos dedos.

üPONTO DE ASSENTIMENTO (B. 21)


Localização: 1,5 cun do lado da borda inferior do processo espinhoso da decima segunda
vertebra torácica T.12. Ação Energética: Regula o estomago e descende a rebelião do
estomago. Ação Terapêutica: Dor epigástrica, diarreia e dor abdominal, falta de apetite e
vomito.
134

üPONTO DE ALARME (VC-12)


Localização: 4 cun acima do umbigo. Ação Energética: Harmoniza o estomago e distende
o estomago, fortalece o estomago e baço. Ação Terapêutica: Todas as doenças do estomago
e baço, vomito, náuseas e refluxo do estômago.

MERIDIANO
MERIDIANO DO DO BAÇO-PÂNCREASS
BAÇO-PÂNCREA

üPONTO DE TONIFICAÇÃO (BP-2)


Localização: está localizada na depressão dista e inferior à primeira articulação
metatarsofalangiana. Ação Energética: regula o baço, resolve umidade e umidade-calor,
harmoniza e dispersa o calor. Ação Terapêutica: é indicado no inchaço súbito nos quatro
membros, distensão abdominal, dor epigástrica, vômito, constipação, agitação, insônia,
doença febril que não cessa, tontura visual, dor lombar com incapacidade de girar o corpo,
sensação de calor nas plantas do pé.

üPONTO DE SEDAÇÃO (BP- 5)


Localização: está localizada no aspecto medial do tornozelo, na depressão localizada na
junção das linhas retas traçadas ao longo das bordas anterior e inferior do maléolo medial.
Ação Energética: fortifica o baço, beneficia os tendões e os ossos, acalma o espírito. Ação
Terapêutica: é indicado na deficiência do baço, indolência, sonolência, constipação,
ingestão excessiva de alimentos, calafrios, febre e vômitos, tosse e diarreia, hemorroidas,
infertilidade, depressão, dor nos tendões.
üPONTO DE ASSENTIMENTO (B. 20)
Localização: 1,5 cun ao lado da borda inferior do processo espinhoso da décima primeira
vértebra torácica T11. Ação Energética: tonifica o Qi e o yang do baço, ascende o Qi do
baço, regula e harmoniza Qi. Ação Terapêutica :indicado na distensão e dor do abdome,
falta de apetite, diarreia, sangue nas fezes, hemorragia crônica, prolapso uterino, edema,
sonolência, doenças maláricas com calafrios, urina branca e turva, dor nos ombros e nas
costas.

üPONTO DE ALARME (F- 13)


Localização: 1 cun abaixo e 2,5 cun, próximo a prega da virilha, medial à veia femoral.
Ação Energética: elimina o frio do canal do fígado. Ação Terapêutica: Dor nos órgãos
genitais, dor nos pênis, inchaço nos testículos, prolapso uterino. Dorna parte internada
coxa.
135

MERIDIANO DO CORAÇÃO

üPONTO DE TONIFICAÇÃO (C - 9)
Localização: no aspecto dorsal do dedo mínimo da mão, na junção das linhas traçadas ao
longo da borda radial da unha e a base da unha. Ação Energética: restaura a consciência,
dispersa calor e beneficia a língua, os olhos e garganta. Ação Terapêutica: indicado para a
dor no coração, dor no tórax e na região costal lateral, palpitações, epilepsia, pânico e
tristeza, doença febril com agitação e inquietação, contração da mão, dor no braço, calor na
boca, dor nos olhos, axila e tórax.

üPONTO DE SEDAÇÃO (C - 7)
Localização: na articulação do punho, no aspecto radial do flexor ulnar do carpo, na
depressão situada na borda proximal do osso pisiforme. Ação Energética: acalma o
espírito e regula, tonifica o coração. Ação Terapêutica: indicado para insônia, memória
fraca, depressão maníaca, dor no coração, palpitações, calafrios por frio, tristeza, medo e
pânico.

üPONTO DE ASSENTIMENTO (B. 15)


Localização: 1,5 cun, ao lado da borda inferior do processo espinhoso da quinta vértebra
torácica T5. Ação Energética: tonifica e nutre o coração, regula, acalma o espirito,
dispersa o fogo do coração. Ação Terapêutica: indicado para dor no coração, palpitação,
sensação de preocupação, memória fraca, ansiedade, vômito, tosse, distensão abdominal,
ingestão difícil, sangramento nasal.

üPONTO DE ALARME (VC - 14)


Localização: na linha média do abdome, 6 cum acima do umbigo e 2 cun abaixo do ângulo
esternocostal; Ação Energética: regula o coração e alivia a dor, transforma e acalma o
espirito e harmoniza o estômago; Ação Terapêutica: indicado em casos de dores de
cabeça, lesões causadas por frio, dor no tórax, tosse, escarro com sangue, distúrbio
maníaco, depressão, raiva, perda da consciência, agitação e calor.

MERIDIANO DO INTESTINO DELGADO

üPONTO DE TONIFICAÇÃO (ID - 3)


Localização: na borda ulnar da mão, na depressão substancial acima da cabeça do quinto
osso metacarpiano; Ação Energética: beneficia o pescoço, costas, ativa o canal aliviando a
dor, remove o calor e trata malária, remove o calor e orifícios sensoriais, regula o vaso
governador. Ação Terapêutica: indicado nos casos de rigidez no pescoço, dificuldades de
virar o pescoço, dor de cabeça unilateral, dor nos ombros, cotovelo, braço, dedos das mãos,
transpiração noturna, calafrios, febre, epilepsia, hemorragia nasal, inchaço, dor nas
bochechas, perda de voz, após acidente vascular cerebral.
136

üPONTO DE SEDAÇÃO (ID -8)


Localização: na depressão entre a ponta do processo olecrano da ulna e a aponta do
epicôndilo medial do úmero; Ação Energética: remove calor e dissipa inchaço, ativa o
canal e alivia a dor, acalma o espírito; Ação Terapêutica: indicado em inchaço e dor na
garganta, inchaço e dor no cotovelo e na axila, dor de dente, cárie, tontura por vento, dor
de cabeça, surdez, dor no pescoço, incapacidade de erguer os quatro membros, dor
lombar que irradia para o hipogástrio, dor na parte inferior do abdome.

üPONTO DE ASSENTIMENTO (B. 27)


Localização: 1,5 cun do lado da linha média, no nível do primeiro forame sacral posterior;
Ação Energética: regula os intestinos e a bexiga, drena a umidade turva e dispersa
umidade e calor, regula o Qi do intestino delgado; Ação Terapêutica: indicado para
diarreia, sangue e muco nas fezes, hemorroidas, constipação.

üPONTO DE ALARME (VC- 4)


Localização: na linha média da parte inferior do abdome, 3 cun abaixo do umbigo e 2 cun
acima da sínfise pública; Ação Energética: fortalece o Qi original e beneficia a essência,
tonifica e nutre os rins, regula o Qi do intestino delgado e restaura o colapso; Ação
Terapêutica: indicado no caso da deficiência do rim, fraqueza, dor na região lombar e dos
ossos e articulações, medo, micção frequente e impotência.

MERIDIANO
MERIDIANO DA DA
BEXIGA
BEXIGA

üPONTO DE TONIFICAÇÃO (B - 67)


Localização: no aspecto dorsal do dedo mínimo do pé, na junção das linhas traçadas ao
longo da borda lateral da unha e da base da unha, aproximadamente 0,1 cun do canto da
unha; Ação Energética: vira o feto e facilita o trabalho de parto, expele vento e desanuvia
a cabeça clareia os olhos; Ação Terapêutica: indicado para dor de cabeça occipital, peso
na cabeça, dor no pescoço, sangramento nasal, dor ocular, dor no canto interno do olho,
surdez, dor na região do tórax e agitação no coração, micção difícil, calor nas plantas dos
pés, inchaço nos joelhos.

üPONTO DE SEDAÇÃO (B - 65)


Localização: no aspecto lateral do pé, na depressão atrás e abaixo da cabeça do quinto osso
metatársico; Ação Energética: remove calor e dissipa o inchaço, ativa o canal e alivia a dor;
Ação Terapêutica: indicado na dor de cabeça occipital, torcicolo, surdez, tontura visual,
vermelhidão e dor nos olhos, calafrios, depressão, hemorroidas, diarreia, dor na região
lombar e das costas, dor na coxa.

üPONTO DE ASSENTIMENTO (B. 28)


Localização: 1,5 cun do lado da linha média, no nível do segundo forame posterior; Ação
Energética: regula a bexiga, dispersa a estagnação, beneficia a região lombar e as pernas;
Ação Terapêutica: indicado em casos de micção difícil, urina escura com fluxo preso,
137

retenção de urina, inchaço e dor dos órgãos genitais, constipação, dor lombar, e dificuldade
de ser curvar para frente.

üPONTO DE ALARME (VC - 3)


Localização: na linha média da parte inferior do abdome, 4 cun abaixo do umbigo e 1 cun
acima da sínfise pública; Ação Energética: beneficia a bexiga, beneficia o útero e regula a
menstruação, fortifica os rins; Ação Terapêutica: indicado nas dores intensas na parte

MERIDIANO
MERIDIANO DO DO
RIM RIM
inferior do abdome, urina escura e micção frequente, disfunção urinária e edema.

üPONTO DE TONIFICAÇÃO (R - 7)
Localização: no aspecto medial da parte inferior da perna, na depressão situada a 2 cun
acima R3, na bordaanterior do tendão deaquiles; Ação Energética: beneficia os rins,
regula a passagem da água e trata edema, regula a transpiração, drena a umidade e dispersa
umidade e calor, fort5aleçe a região lombar; Ação Terapêutica: indica em casos de edema,
inchaço nos quatro membros, micção difícil, disfunção urinária dolorosa, diarreia, dor nas
narinas, cárie dentária, menorreia, sangramento uterino dor lombar decorrente de
estagnação do Qi.

üPONTO DE SEDAÇÃO (R - 1)
Localização: na planta do pé, entre o segundo e terceiro ossos metartársicos, na base do
segundo dedo do pé e o calcanhar; Ação Energética: descende o excesso da cabeça, acalma
o espírito e revive a consciência e resgata o Yang; Ação Terapêutica: indicado na perda da
consciência decorrente de acidente vascular cerebral, perda de memória, epilepsia, agitação,
tontura visual, dor de garganta, memória fraca, dor no coração, constipação, dor lombar,
vômito e tosse com sangue, impotência, paralisia nos membros inferiores, dor e inchaço da
nas pernas.

üPONTO DE ASSENTIMENTO (B. 23)


Localização: 1,5 cun do lado da borda inferior do processo espinhoso da segunda vértebra
lombar l2; Ação Energética: tonifica os rins, beneficia a essência, nutre o yin do rim,
regula as passagens da água e beneficia a micção, beneficia os ouvidos e olhos, fortalece a
região lombar; Ação Terapêutica: indicado em casos de edema, micção frequente, micção
em gotejamento, distúrbio do emagrecimento, surdez, dispneia crônica e tosse.

ü PONTO DE ALARME (VB - 25)


Localização: abaixo do aspecto lateral da caixa torácica, à frente e abaixo da extremidade
livre da décima segunda costela; Ação Energética: tonifica os rins e regula as passagens da
água, fortifica o baço e regula os intestinos, fortalece a região lombar; Ação Terapêutica:
indicado nas distensões abdominais, vômito, micção difícil, calafrios e febre, fraqueza na
coluna, dor lombar.
138

MERIDIANO DO PERICÁRDIO

üPONTO DE TONIFICAÇÃO (PC - 9)


Localização: no centro da ponta do dedo médio, aproximadamente a 0,1 cun de distância do
canto da unha; Ação Energética: dispersa calor do pericárdio, coração e beneficia a língua;
Ação Terapêutica: indicado em caso de acidente vascular cerebral, lesão por calor do verão,
febre por agitação e opressão, calor no corpo como fogo, dor de cabeça, hipertensão.

üPONTO DE SEDAÇÃO (PC - 7)


Localização: na articulação do punho, entre os tendões palmar longo e flexor radial do
carpo; Ação Energética: dispersa o calor do coração, harmoniza o estômago e os intestinos,
dispersa o tórax e o nível nutritivo; Ação Terapêutica: indicado em caso de palpitação,
insônia, epilepsia, agitação, tristeza, medo, dor no estômago, vômito, sangue de urina,
micção difícil, dor no punho.

üPONTO DE ASSENTIMENTO (B. 14)


Localização: 1,5 cun ao lado da borda inferior do processo espinhosos da quarta vértebra
torácica T4; Ação Energética: dispersa o Qi do fígado e desobstrui o tórax, regula o
coração, regula e descende o Qi; Ação Terapêutica: indicado na dor no coração, dor no
tórax e no diafragma decorrente do acúmulo de Qi, palpitação, tosse3, respiração curta dor
de dente.

üPONTO DE ALARME (VC - 17)


Localização: na linha média do esterno, em uma depressão situada no mesmo nível da
junção do quarto espaço intercostal e o esterno; Ação Energética: regula o Qi, descende a
rebelião do pulmão e do estômago, beneficia as mamas e promove a lactação; Ação
Terapêutica: indicado narespiração curta, incapacidadedefalar, dispneia, tossecom sangue,
ingestão nasal, asma, tosse, obstrução dolorosa por vento e perda de consciência.

MERIDIANO DO TRIPLO AQUECEDOR

üPONTO DE TONIFICAÇÃO (TA -3)


Localização: no dorso da mão, na depressão acima da quarta e quinta articulação do
metacarpofalangianas; Ação Energética: dispersa o calor, beneficia os olhos,
descongestiona a cabeça e os olhos, ativa o canal e alivia a dor; Ação Terapêutica: indicado
em casos de surdez, dor no ouvido, dor de cabeça, tontura, calafrios, dor na coluna no nível
do coração.

üPONTO DE SEDAÇÃO (TA - 10)


Localização: com o cotovelo fletido, este ponto fica localizado na depressão situada na
depressão situada 1 cun acima do olecrânio. Ação Energética: regula o Qi, acalma o
espirito, dispersa calor e ativa o canal e alivia a dor; Ação Terapêutica: indicado em caso de
tosse,
139

vômito, epilepsia, dor na região inferior do abdome, dor de cabeça unilateral, dor de
garganta, dor na escápula.
üPONTO DE ASSENTIMENTO (B. 22)
Localização: 1,5 cun do lado da borda inferior do processo espinhoso da primeira vértebra
L1; Ação Energética: regula o baço e o estômago, regula as passagens da água e promove a
micção; Ação Terapêutica: indicado em caso de diarreia, sangue na urina, edema, dor de
cabeça, tontura, calafrios, rigidez e dor na coluna lombar

üPONTO DE ALARME (VC -5)


Localização: na linha média da parte inferior do abdome, 2 cun abaixo do umbigo e 3 cun
acima da sínfise pubiana. Ação Energética: movimenta e benéfica as passagens da água,
regula o Qi e alivia a dor, regula o útero; Ação Terapêutica: indicado nos casos de micção
difícil decorrente de lesão causada pelo frio, disfunção urinária dolorosa, edema, fluxo
persistente, doenças das mamas, leucorreia.

MERIDIANO
MERIDIANO DA DA
VÉSICULA BILIAR
VÉSICULA BILIAR
üPONTO DE TONIFICAÇÃO (VB - 43)
Localização: entre o quarto dedo do pé e o dedo mínimo do pé 0,5 cun acima da margem da
membrana entre os dedos. Ação Energética: dispersa calor e beneficia a cabeça, ouvidos e
olhos, dispersa umidade e calor; Ação Terapêutica: indicado para dor de cabeça, tontura,
hipertensão, surdez, dor de ouvido.

üPONTO DE SEDAÇÃO (VB - 38)


Localização: no aspecto lateral da parte inferior da perna, a 4 cun acima do maléolo
lateral, na borda anterior da fíbula; Ação Energética: dispersa o calor do canal da vesícula
biliar, beneficia os tendões e os ossos, ativa o canal e alivia a dor; Ação Terapêutica:
indicado nos casos de dor de cabeça unilateral, garganta, calafrios, febre, inchaço, edema
na região do joelho.

üPONTO DE ASSENTIMENTO (B. 19)


Localização: 1,5 cun do lado da borda inferior do processo espinhoso da décima vértebra
torácica T10; Ação Energética: dispersa umidade calor do fígado e da vesícula, remove
fatores patogênicos, tonifica e regula o Qi da vesícula biliar, tonifica a deficiência; Ação
Terapêutica: indicado nos casos de palpitação, vômito, ingestão nasal, distensão do tórax,
secura e dor na garganta, inchaço e dor de cabeça.

üPONTO DE ALARME (VB – 24)


Localização: na parte torácica anterior, no sétimo espaço intercostal, abaixo do mamilo, 4
cun ao lado da linha do mamilo; Ação Energética: beneficia a vesícula biliar e dispersa o
Qi do fígado; Ação Terapêutica: indicado na distensão, dor nas costelas, distensão
abdominal, vômito, escarro, regurgitação, soluço.
140

MERIDIANO
MERIDIANO DO DO
FÍGADO
FÍGADO

üPONTO DE TONIFICAÇÃO (F - 8)
Localização: logo acima da extremidade medial da prega poplítea, na depressão à frente
dos tendões do musculo semitendinoso e do músculo semimembranoso; Ação Energética:
dispersa umidade e calor, beneficia os órgãos genitais, revigora e nutre o sangue; Ação
Terapêutica: indicado em casos de inchaço e prurido dos órgãos genitais, dor no pênis,
micção difícil, diarreia, prolapso uterino, dor de cabeça, tontura, dor no joelho, inchaço na
patela, dor nos olhos, dispneia.

üPONTO DE SEDAÇÃO (F - 2)
Localização: no dorso do pé, entre o primeiro e o segundo dedo do pé, 0,5 cum acima da
margem da membrana entre os dedos; Ação Energética: dispersa o fogo do fígado, dispersa
o Qi do fígado, pacifica o vento do fígado; Ação Terapêutica: indicado nos casos de dor de
cabeça, doenças oculares, tristeza, palpitações, epilepsia, perda de consciência, hemorragia
uterina, tosse com sangue, dor lombar, inchaço no joelho, peito e pé.
üPONTO DE ASSENTIMENTO (B. 18)
Localização:1,5 do lado da borda inferior do processo espinhoso da vértebra torácica T9;
Ação Energética: dispersa o Qi di fígado, regula e nutre o sangue do fígado, esfria o fogo e
dispersa umidade calor e beneficia os olhos e os tendões; Ação Terapêutica: é indicado na
distensão e dor epigástrica, cólicas abdominais, tosse com dor no tórax, depressão, epilepsia,
tosse com sangue, vômito e sangramento nasal.

üPONTO DE ALARME (F -14)


Localização: na linha do mamilo, no sexto espaço intercostal, 4 cun laterais à linha média;
Ação Energética: revigora o sangue, harmoniza o fígado e o estômago; Ação Terapêutica:
é indicado, epilepsia, ado em casos de dor na região costal lateral.
141

CAPÍTULO V

MASSAGEM SHIATSUTERAPIA
142

1 INTRODUÇÃO

No Capítulo V daremos inicio a primeira técnica do Curso de Massoterapia Oriental


chamada Shiatsu, é uma técnica milenar, na qual foi ganhando espaço em muitas civilizações,
inclusive na Ocidental como tratameno terapeutico utilizado em centros de reabilitação, clinicas
de fisioterapia e clinicas de tratamento estético e de medicina alternativa.
A humanidade vem sofrendo nas últimas décadas um elevado índice no crescimento
de doenças causadas pelo stress da massificação do trabalho. Vivemos na era do fest food, da
informática, do instagram e do feecebook e poucos dispõem de tempo para cuidar da alimentação
e de fazer exercícios físicos. Citamos tais exemplos para explicar a razão pelo qual as pessoas
buscam tratamentos para amenizar o sofrimento. A massoterapia é hoje, um dos meios
terapeuticos mais indicado no tratamento de dores fisicas e disrtúbios emoicionais. Portanto, a
técnica que vocês iram aprender agora, não é apenas uma simples maneira de toque com as mãos,
mas uma técnica que segue conceitos filosóficos milenares. Estudar o Shiastu é tornar-se um
terapapeuta oriental fundamentado nas raízes da medicina oriental com propriedade.
No estudo, você conhecerá as manobras de manipulação seguindo o trajeto dos
meridianos pela anatomia e fsiologia humana, que foram apresentados no inicio do curso.
Compreendendo a sua origem, sua importância, indicações e contra indicações e as sequencias
das manipulações aplicadas às patologia.
Desejamos desde já, sucesso na sua jornada ao mundo da massoterapia oriental e
suas técnicas terapeuticas que previne, tratar e cura até doenças.

Aproveite bem seus estudos!


143

2 ORIGEM DO SHIASTSU

O Shiastsu é uma técnica de massagem do Japão, que utiliza a pressão sobre a pele para
corrigir o mal funcionamento interno, no qual promove e mantêm a saúde e tratar doenças
específicas. No Shaistsu Clássico, a manipulação é administrada pelos polegares, os dedos, as
palmas das mãos e a eminência tênar, sem o uso de qualquer aparelho mecânico, com o propósito
de restabelecer o fluxo enérgético (Qi) e Sangue.

Durante a manipulação do Shiastsu utiliza-se manobras seguindo o trajeto dos 14


meridianos. Segundo a Medicina Oriental, essas manobras quando aplicadas nos pontos
específicos dos meridianos de cada órgão, seguindo o fluxo de cada meridiano em toda a sua
extensão. O Shistsu pode prevenir e até mesmo tratar o paciente de diversas disfuções e
desequilibrio do corpo. A evolução dessa técnica ganhou popularidade em algumas civilizações e
na comunidade científica, provando que seus efeitos são eficazes no tratamento.

A técnica floresceu, abrindo um vasto campo para o conhecimento das ciências. No


Japão em 1964 a 1965 a técnica do Shiastsu passou a ser foi reconhecida pelo Ministério da
Saúde do Japão e dos órgãos educacionais que fundamenta seu ensino nas escolas especializadas,
além de considerada uma terapia manual,preventiva, curativa e desportiva.

No Brasil, o Shiatsu veio com as imigrações japonesas no século XX, se espandindo


por todo o país, tornando-se popular e promovida por órgãos de imprensa, notadamente como um
meio de se obter bons resultados na prevenção do estresse, distúbios musculo-esqueletico, sendo
hoje uma prática comum na grade curricular de cursos profissionalizantes, cursos de extensão,
graduação e pós-graduação, preparando profissionais para o mercado de trabalho atuantes em
clinicas, spas, hospitais, Institutos de beleza e centros de reabilitação.

3 INDICAÇÕES

O Shiatsu é indicado nas doenças Músculo-esquelético: Sub-luxações articulares,


cervicalgia, dorsalogia, lombalgia, sacralgia, ciatalgia, espodilite anquilosante, fibromialgia,
periatrite, escapulo- umeral, bursite sub acromial, epicondilite umeral externa, tenossinovite,
artealgia do joelho, arttralgia do tornozelo, algia esterno-costal.
Nas doenças Neurológicas: cefaléias, enxaquecas, hemiplegia, paraplegia, paralisia
facial, nevralgias na face crônica; radiculites sem complicações. Shiastu é indicado para outras
144

doenças como: hipertensão arterial, distúrbios respiratórios, rinite, bronquite, efisema pulmonar,
insônia, ansiedade e outros.

4 CONTRA-INDICAÇÕES

O Shiatsu é contra indicado nas doenças infecto-contagiosas, doenças hemorrágicas


em geral, neoplasias, queimaduras e dermatites ulcerativas, processos inflamatórios agudos
internos, vasculites flebites, sangramento ocasionado por trauma, doenças cardiovasculares
agudas, processos degenerativos: osséo, neuromuscular; psicoses e doenças mentais graves.
O Shiastu quando praticado promove um relaxamento geral com sensação de bem-
estar, equilibrando o fluxo energético. Promove o efeito antiespasmódico e antiespástico, tem
ação de agir no sistema nervosos e no controle da dor .

5 MANOBRAS DE MANIPULAÇÃO NO SHISTSU

As manipulações no Shiastsu são exercidas principalmente sobre os canais energéticos,


pontos enérgéticos e áreas reflexas. O teraputa deverá conhecer bem a relação existente entre os
órgãos e vísceras, assim como todo o corpo
O objetivo principal da manipulação é harmonizar o organismo, promovendo o
equilibrio energético do Yin-Yang, liberando a estagnação nos canais energéticos. O terapeuta
deve conhecer a estrutura anatômica, identificando os canais dos meridianos de cada órgão,
seguindo sempre o fluxo energético e nunca ao contrário.
. As formas de manipulação são:
1. Pressão 2.
Percussão
3. Movimentação
4. Fricção
5. Vibração
6. Pinçamento
7. Rolamento
8. Alongamento
9. Tração
10. Imposição
145

6 MÉTODOS TERAPÊUTICOS DE ESTIMULAÇÃO

No Shiatsu as manobras de manipulação devem ser feitas corretamente, o terapeuta


deve ter noção dos pontos de tonificação, sedação e harmonização durante o processo terapêutico.
Compreendendo a manipulação terapêutica.

TONIFICAÇÃO SEDAÇÃO

Pressão mais superficial Pressão mais profunda

Pressão mais rápida Pressão mais lenta

Percussão em diversos pontos Pressão no mesmo ponto

Vibração superficial Vibração profunda

Rolamento mais rápido e superficial Rolamento mais lento e profundo

Alongamento menos prolongado Alongamento prolongado

Tração rápida e súbita Tração lenta e gradativa

7 SEQUENCIA DE MANIPULAÇÃO DO SHIASTU

Antes de iniciar uma sessão de Shiatsu, o terapêuta deve manter uma rotina diária de
estudos e treinamento das maipulações.

a. PACIENTE EM DÉCUBITO VENTRAL

Nessa posição o paciente deve estar completamente relaxado, sem tensões musculares
e tranqüilo. As manipulações devem seguir a seguinte ordem:
1. Região Posterior do tronco (costas) no (Meridiano da Bexiga) e RegiãoLateralou Externa
do Tronco, o Meridiano da Vesícula.
2. Região Cervical (Coluna Vertebral) Meridiano da Bexiga e Vesícula
3. Região Pélvica Posterior (Região Glútea) uso de linguagem: jogo da velha
4. Região Posterior e Região Lateral ou Externa da Coxa e da Perna, Meridianoda Bexiga e
Vesícula.
5. Região dos Pés (Região Plantar)
Pode-se observar que de um modo geral, a seqüência de manipulações em posição
decúbito ventral se inicia na região superior em direção à região inferior do corpo, obedecendo
146

assim, o fluxo energético dos canais Yang da Bexiga e da Vesícula Biliar.

b. O PACIENTE EM DECÚBITO DORSAL


Nessa posição o paciente deve se manter com os braços estendidos e relaxados aolado
do corpo, de preferência sem apoio na cabeça (travesseiro); entretanto, se o paciente apresentar
dor cervical ou outros problemas deve ser indicado o uso de travesseiro, recomenda-se o apoio na
região cervical conhecida no Japão como Makura. As manipulações devem seguir a seguinte
ordem:
1. Região Anterior da Coxa e da Perna (Meridiano do Estômago)
2. Região dos Pés e Tornozelos (Região Dorsal do Pé, Circular dos Maléolos e
Artelhos)
3. Região Medial ou Interna da Perna e da Coxa
4. Região Abdominal
5. Região Torácica
6. Região Medial ou Interna do Braço e Antebraço
7. Região Lateral ou Externa do Antebraço e Braço
8. Região das Mãos (Região Palmar, Dorsal e Dedos).
9. Região do Pescoço (Antero-Lateral)
10. Região da Face

Pode-se observar que, a seqüência de manipulações nessa postura obedece ao sentido


ascendente, ou seja, dos pés em direção à face de acordo com o fluxo energético dos canais Yin
do Rim, Fígado, Baço-Pâncreas (membro inferior do pé); Coração, Circulação Sexo e Pulmão
(membro superior do braço) e dos canais Yang. Estômago (direção descendente), Intestino
Grosso, Triplo Aquecedor e intestino Delgado. Cabe ressaltar que a posturaanatômica na
medicina oriental se diferencia da medicina ocidental

.Na medicina oriental que demonstra a localização e o fluxo dos canais energéticos, o
corpo fica em posição ortostática, semelhante à medicina ocidental, entretanto, os braços ficam
elevados e esticados acima da cabeça, paralelamente, com as regiões palmares voltadas
parafrente.
Ainda em decúbito dorsal, tanto na região plantar quanto na auricular, podem-se
também manipular essas estruturas especificamente com objetivos reflexo terapêutico e naface
com objetivo estético.
147

8 RESUMO DA SEQUENCIA BÁSICA DE MANIPULAÇÃO


a. (MANIPULAÇÕES EM DECÚBITO VENTRAL)

a. Região Posterior e Região Lateral ou Externa do Tronco


2. Manobras de Preparação e Acomodação da Coluna vertebral e da Bacia
3. Manobras de Percussão ao longo da Coluna Vertebral (Meridiano do Vaso
Governador).
4. Manobra de Percussão Bilateral do Canal Energético ou Meridiano da Bexiga.
5. Manobra de Pressão Bilateral do Canal Energético ou Meridiano da V. Biliar.
6. Manobra de Pressão ao redor e sobre a área da Escápula.
7. Manobra de Pressão sobre a área Cérvico-Braquial (Músculo Trapézio).
b. Região Cervical
1. Manobra de Pressão sobre a área Para-vertebral cervical.
2. Manobra de Pressão sobre a Região Sub-occipital.
3. Manobra de Alongamento acompanhada de Tração da Coluna Cervical.
c. Região Pélvica Posterior
1. a.Manobra de Pressão sobre a área Pélvica Posterior (Região Glútea).
d. Região Posterior e Região Lateral ou Externa da Coxa e da Perna(Canais Yang dos
Membros Inferiores)
1. Manobra de Pressão sobre o Canal Energético ou Meridiano da Bexiga.
2. Manobra de Pressão sobre o Canal Energético ou Meridiano da Vesícula 3.
Biliar.
e. Região dos Pés.
1. Manobra de pressão sobre a área plantar.
9 SEQUÊNCIA DAS MANIPULAÇÕES EM DECÚBITO DORSAL
a. Região dos pés e Tornozelos
1. Manobra de pressão rotativa ao redor dos maléolos medias ou internos e
dosmaléolos laterais ou esternos.
2. Manobra de pressão na região dorsal dos pés e alongamento e tração
dosartelhos.
b. Região Anterior das Coxas e das Pernas (Canal Yang dos
MembrosInferiores)
1. Manobra de pressão sobre o canal energético ou Meridiano do estomago.
c. Região Medial ou Interna das Pernas e das Coxas (Canais Yin dos
Membros Inferiores)
1. Manobra de Pressão sobre os Canais Energéticos ou Meridianos do Rim, do
Baço - Pâncreas e do Fígado.
d. Região Abdominal
1. Manobra de Pressão sobre os canais Energéticos ou meridianos do 1-Lira.
2. Manobra de Pressão ou Rolamento sobre as áreas especificas do Fiara.
3. Manobra das zonas reflexas dos órgãos e Vísceras (Zang-Fu).
148

e. Região Torácica Anterior.


1. Manobra de Pressão sobre os Canais Energético ou meridiano do vaso da
Concepção.
2. Manobra de Pressão sobre a Área subclavicular e peitoral.
3. Manobra de Pressão sobre a área Delto-Peitoral Direita.
f. Região Medial ou Interna do Braço e Antebraço (Canais Yin dos
Membros Superiores)
1. Manobra de pressão sobre o canal energético ou meridiano do coração
2. Manobra de pressão sobre o canal energético ou meridiano da circulação-
sexualidade
3. Manobra de pressão sobre o canal energético ou meridiano do pulm
g. Região Lateral ou Externa do Antebraço e Braço (Canais Yang dos
membros superiores)
1. Manobras de pressão sobre o canal energético ou meridiano do intestino grosso 2.
Manobras de pressão sobre o canal energético ou meridiano do Triplo-Aquecedor
Manobra de pressão sobre o canal energético ou meridiano do intestino delgado.
h. Região das mãos
1. Manobra de pressão sobre a área palmar
2. Manobra de alongamento e tração de dedos
3. Manobra de Movimentação do punho
i. Região do pescoço
1. Manobra de pressão sobre a área Ântero-lateral do pescoço.
j. Região da face
1. Manobra de pressão com polegar sobre a área Frontal
2. Manobra de Pressão sobre área supra e infraorbitária
3. Manobra de Pressão sobre a área Supra e Paranasal 4.
Manobra de Pressão sobre a área Inframalar.
5. Manobra de pressão sobre a área Supra e Infra orbicular. 6.
Manobra de Pressão sobre a área Perimetral da mandíbula.
149

TRAJETOS DOS MERIDIANOS E SEQUENCIA DO


SHIATSU
Figura 1. Decúbito Ventral

Vaso Governador
Bexiga

Área Cérvico-Braquial

Área sobre a
Escápula (makubo)

Área da Borda
Interna da Escápula

Bexiga

Vesícula
Biliar
Região Glútea
(segmentos
verticais)

Região Glútea
(segmentos horizontais)

Bexiga

Vesícula Biliar

Bexiga

Fonte: Bastos (2000)


150

Figura 1. Decúbito Dorsal

Vaso da Concepção
O

Área Sub-
clavicular e Area
Peitoral

Área Delto-
peitoral

Cavidade
Abdominal

Vaso da
Estômago
Concepção
| / Estômago

Fonte: Bastos (2000)


151

MERIDIANOS YIN DA PERNA MERIDIANOS YANG DO PESCOÇO

Fonte: Bastos (2000)


152

MERIDIANO YANG DO BRAÇO MERIDIANO YIN DO BRAÇO

Intestino
Triplo Aquecedor hM
Delgado.
=

Fonte: Bastos (2000)


153

SEGMENTOS DA FACE

Vaso Governador

Área Frontal

Área Supra e
dá nfra Orbitária

SEGMENTOS DA CABEÇA

Região lateral
do Crânio
É
.
jerim

etrai
res
s
da
ula
Fonte: Bastos (2000)
154

Figura 3. Segmentos Posteriores da cabeça e do Toráx

Vaso Governador

Bexiga e
Vesícula Biliar

Área Cervico-Braquial

Área da
Borda Interna
da Escápula

Área Borda
da da Escápula
Externa

Fonte: Bastos (2000)


155

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• ANDREI, 2010. ed. Rio de Janeiro: MAUAD, 2014. Disponível em: https://bit.ly/30X5bGX.
Acessoem: 15 dez. 2020.

• BASTOS, Sohaku. Shiatsu tradicional: fundamentos, prática e clínica – 2ª Ed.


Gashõ,Rio de Janeiro, 2000.

• FUNDAMENTOS ESSENCIAIS DA MEDICINA CHINESA. São Paulo: Ícone, 1995

• I CHIN: o livro das mutações. Tradução Alayde Mutzenbecher; Gustavo AlbertoCorrêa Pinto.
São Paulo: Melhoramentos, 2006.

• MACIOCIA, Giovanni. Fundamentos da Medicina Chinesa. São Paulo: Roca, 2006.

• Roca, 1996 MASUNAGA, Shizuto. OHASHI, WATARU. Zen-shiatusu: como


harmonizar o yin/yangpara uma saúde melhor. São Paulo: Círculo do livro, 1977.

• TSE, Lao. Tao Te Ching: o livro do caminho e da virtude. Tradução Wu Jyh Cherng.

• TZU, Lao. Tao Te Ching: O livro do sentido e da vida. São Paulo: Pensamento,2006

• WILHELM, Richard. Introdução. In: I CHING: o livro das mutações. São Paulo:Pensamento,
2006.

• YAMAMURA, Ysao. Tratado de Medicina Chinesa. São Paulo: Roca, 1993.

• YICHENG, Jin; JIAN, Peng. Fundamentos da massoterapia chinesa. São Paulo:

• ATLAS DE ANATOMIA. Atlas 2. Corpo Humano, Barueri- Girassol,2007

• O LIVRO DO CORPO HUMANO. Robert Wiston

• SOBOTTA. Atlas de anatomia humana. Volume 1. Anatomia geral, cabeça e pescoço,


extermidade superior, encéfalo e órgãos e sentidos. Rio de Janeiro, 2008.

• SOBOTTA. Atlas de anatomia humana. Volume 1 . Anatomia geral e sistema muscular. Rio de
Janeiro, 2012.

• DALE, Cyndi. Enciclopédia de anatomia do corpo sutil: guia definitivo, detalhado e ilustrado
sobre a bionergia humana. São Paulo: editora pensamento Cultrix, 2021.

• TRATADO DA MEDICINA CHINESA. São Paulo: Roca, 1993

• MACIOCIA, Giovanni. Diagnóstico na Medicina Chinesa. Tradução Maria Inês Garbino


Rodrigues. São Paulo, Roca, 2005.

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