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Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique


(Parte I)

Technical Report · November 2015


DOI: 10.13140/RG.2.1.4499.4007

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5 3,328

10 authors, including:

Leonardo Chavane Martinho Dgedge


Eduardo Mondlane University 38 PUBLICATIONS 918 CITATIONS
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Maria Da Luz Vaz


Jhpiego
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República de Moçambique
Ministério da Saúde
Direcção Nacional de Saúde Pública

AVALIAÇÃO DE NECESSIDADES
EM SAÚDE MATERNA E NEONATAL
EM MOÇAMBIQUE
(Parte I)

CONSULTAS
SMI

Maputo, Outubro de 2009


Lista de autores
Leonardo António Chavane, MD, MPH¹
Martinho do Carmo Dgedge, MD, MSc, PhD¹
Aida Theodomira Nobreza Libombo, MD, Gyn. Obst., MPH¹
Mouzinho Saide, MD, MPH¹
Maria da Luz Vaz, MD, MPH²
Pilar de la Corte, MD, Medicina Familiar e Comunitária, MPH²
Lidia Chongo, MD, MPH¹
Alicia Carbonell, MD, Gyn. Obst.³
Daisy Trovoada, MD, Pediatra³
4
Averting Maternal Death and Disability Program (AMDD)

Coordenadora do Inquérito
Dra. Lília Jamisse, MD, Gyn. Obst., MPH¹

Estatística

Matias dos Anjos, Gestor de dados /Estatístisco/Vigilância Epidemiológica de doenças e resposta³


Eugénio Matavel, Estaticista5

1: Ministério da Saúde
2: UNFPA, Escritórios de Maputo
3: Organização Mundial da Saúde, Escritórios de Maputo
4: Mailman School of Public Health, Columbia University
5: Instituto Nacional de Estatística (INE)
Ficha Técnica
Título: Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique
Propriedade: MISAU
Com apoio de: UNFPA, OMS, AMDD
Financiado por: UNFPA
Desenho & Maquetização: Kriando - Agênciamento & Marketing
Maputo, Outubro de 2009
Avaliação de Necessidades
para Saúde Materna e Neonatal
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Prefácio
A saúde da mulher e da criança constitui uma prioridade para o Governo da República de
Moçambique. A vida de cada mulher e de cada criança é um bem precioso que deve ser
preservado a todo custo e todos os esforços devem ser feitos pelas famílias, pelas comunidades
e pelo Governo para garantir o bem estar destes grupos.

As taxas de mortalidade materna e infantil no nosso país são inaceitavelmente altas. Muitas são
as mulheres que morrem devido a complicações da gravidez ou durante ou logo após o parto.
Muitas destas mulheres nem sequer estão doentes e morrem por factores relacionados com a
demora da procura de serviços de saúde, as dificuldades de acesso e outros de natureza sócio-
cultural. As nossas crianças ainda continuam a nascer em condições que favorecem o
surgimento de afecções que determinam uma elevada taxa de mortalidade.

Qualquer mulher grávida pode enfrentar o surgimento de complicações durante o decurso da


sua gravidez. É importante que os Serviços de Saúde estejam preparados para garantir uma
assistência adequada e atempada, de forma a minorar o risco de morte da mulher e do recém-
nascido

Foi com o intuito de compreender melhor a situação da saúde da mulher e da criança no nosso
País e fundamentalmente avaliar como os Serviços de Saúde estão preparados para lidar com as
complicações da gravidez e parto que foi realizada esta Avaliação Sobre as Necessidades para a
Saúde Materna e Neonatal. Esperamos que a Avaliação constitua um importante ponto de
entrada para melhoria de todo o sistema de saúde e seja um valioso contributo para acelerar a
redução da mortalidade materna e infantil no nosso País.

O Ministro da Saúde

Prof. Dr. Paulo Ivo Garrido


Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Agradecimentos
O Ministério da Saúde (MISAU) agradece a todos os que tornaram possível a realização do
presente estudo. Em primeiro lugar, a todos os trabalhadores de saúde que todos os dias
garantem o funcionamento das unidades sanitárias em todo o país e que oferecem cuidados
sanitários que ajuda a salvar vidas de milhares de mulheres todos os dias. Ao Fundo de Nações
Unidas para a População (UNFPA) pelo financiamento e em conjunto com a Organização
Mundial da Saúde (OMS) e a Averting Maternal Death and Disability Program (AMDD) pelo apoio
técnico prestado para o desenho do presente estudo. A todos os supervisores regionais e
provinciais, aos inquiridores que de forma paciente colheram as informações que dão corpo aos
achados presentes neste relatório e à todos aqueles que de forma directa ou indirecta deram o
seu contributo para este trabalho fosse possível o MISAU endereça uma palavra de apreço pela
valiosa contribuição pela melhoria da vida de milhões de mulheres moçambicanas.
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Sumário Executivo
1. Com o objectivo de avaliar o progresso na implementação da estratégia de redução da
mortalidade materna e meonatal ao nível das unidades sanitárias, o grau de organização do
sector saúde no que concerne à oferta de serviços para o manejo das complicações obstétricas e
dos recém nascidos, o Ministério da Saúde com apoio dos seus parceiros realizou a avaliação da
mortalidade materna e neonatal institucional bem como a disponibilidade de infrastruturas,
equipamento, recursos humanos e medicamentos para a gestão das complicações obstétricas e
neonantais cobrindo o período de 1 de Novembro de 2006 a 31 de Outubro de 2007.

2. O presente relatório reflecte a primeira parte do estudo cobrindo os resultados referentes a


mortalidade materna, mortalidade neonatal, disponibilidade dos Cuidados Obstétricos de
Emergência, recursos humanos, infrastruturas, Casas de Espera e tratamento das fístulas
obstétricas.

3. O estudo foi realizado em todas as províncias do país e cobriu uma amostra de 450 unidades
sanitárias tendo sido incluídos todos os Hospitais Centrais, Provinciais, Gerais e Rurais; todos os
Centros de Saúde tipo I e uma amostra dos Centros de Saúde de tipo II e Postos de Saúde.

4. No universo das unidades sanitárias estudadas foram registadas 1.398 mortes maternas
correspondentes a um rácio de mortalidade materna intra-hospitalar de 473 mortes maternas
por 100.000 nascimentos (dados ponderados.) Do total dos óbitos registados, 1.067 (76,4%)
foram devidos a causas directas e 331 (23,6%) a causas indirectas.

5. Do estudo das mortes maternas verificou-se que, a rotura uterina com 28.7% seguida das
hemorragias com cerca de 24% são as principais causas directas de morte materna. A sépsis
puerperal representou a terceira causa de morte com 17,2%. O SIDA com 53.7% aparece como a
primeira causa indirecta de morte materna e a quarta de todas as causas.

6. Na faixa etária dos 15 aos 30 anos ocorrem cerca de 66,5% das mortes maternas e o pico da
mortalidade ocorre entre os 20 e os 24 anos.

7. Cerca de 54% das mortes maternas, ocorrem no período que vai desde as 28 semanas de
gravidez até às primeiras 24 horas depois do parto. Por outro lado, cerca de 62% do total das
mortes maternas, ocorrem nas primeiras 24 horas após a admissão na unidade sanitária.
Muitos dos factores que levam a morte materna podem ser evitadas com a implementação de
intervenções que melhorem o manejo e a qualidade do tratamento das complicações
obstétricas.

8. A avaliação identificou um total de 2.484 óbitos neonatais que ocorreram entre 1 de


Novembro e 31 de Outubro de 2007 nas unidades sanitárias do país, correspondendo a uma
taxa de cerca de 7.9 óbitos neonatais por cada 1000 nascimentos institucionais.

9. Foram principais causas de mortes neonatais institucionais a prematuridade 50%, asfixia


grave 32%, sépsis neonatal 29%, broncopneumonia aspirativa em 13% e hipoglicemia em 10%.
Referir que em alguns casos os registos indicavam a concomitância de varias causas de morte,
não devendo por isso serem agregadas.

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Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

10. Cerca de 81% das mortes neonatais ocorrem durante a primeira semana, onde no primeiro
dia ocorrem cerca de 32% do total das mortes, sendo este um sinal indicativo do investimento
que deve ser direccionado para o manejo correcto dos factores que condicionam a morte neste
período.

11. Esta avaliação indica que Moçambique no período em estudo tinha apenas 38% da
cobertura mínima dos Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos e 80% da cobertura mínima
dos Cuidados Obstétricos de Emergência Completos de acordo com os critérios de cobertura da
OMS/UNFPA.

12. Um quarto dos hospitais avaliados não ofereciam Cuidados Obstétricos de Emergência
Completos como seria de esperar e maioritariamente foram Hospitais Rurais onde em regra
faltava apenas uma função vital que não tinha sido desenvolvida nos últimos três meses
anteriores a avaliação.

13. Apenas 17% dos partos esperados em Moçambique ocorreram em unidades sanitárias que
foram classificadas como provedores de Cuidados Obstétricos de Emergência.

14. Apenas 11% das mulheres com complicações obstétricas foram atendidas em unidades
sanitárias que ofereceram Cuidados Obstétricos de Emergência nos três meses anteriores a
avaliação implicando que cerca de 89% de necessidades em Cuidados Obstétricos de
Emergência não tenham sido satisfeitas.

15. Para a análise das necessidades em recursos humanos foram avaliadas 415 unidades
sanitárias representando os quatro níveis de atenção do Serviço Nacional de Saúde em
Moçambique, (nível primário, secundário, terciário e quaternário). Foram incluídos todos os
hospitais (centrais, provinciais, gerais e rurais) e uma amostra representativa dos Centros de
Saúde e Postos de Saúde e foram incluídos na amostra 12,689 trabalhadores.

16. Das 1,178 enfermeiras de saúde materno infantil do nível básico e médio 19.4% foram
treinadas em cuidados obstétricos básicos, enquanto que 5% dos 265 médicos e 30.4% dos 56
técnicos de cirurgia foram treinados para prestar cuidados obstétricos completos. 25.6% das
enfermeiras de saúde materna e infantil do nível básico e médio, 16.2% dos técnicos de
medicina e 23% dos médicos de clínica geral foram treinados para prestar a reanimação
neonatal. No geral as províncias de Tete, Maputo Província e Cidade de Maputo foram as que
tiveram as taxas mais baixas do treinamento do pessoal.

17. A enfermeira de saúde materna e infantil realiza em media 188 partos por ano, e a média
anual de cesarianas realizada por um profissional de saúde com competências para tal foi de
122, tendo a Província de Manica aquela que teve maior média (295).

18. Foi feita uma análise da disponibilidade do pessoal para oferecer alguns serviços na área de
saúde materna e neonatal durante 24 horas durante todos os dias da semana. A disponibilidade
foi classificada em presencial se o profissional se encontrava permanentemente no local, de
chamada e ausente, se não estivesse nenhum profissional. Nas 415 unidades sanitárias
estudadas, 93.5% oferece durante o horário normal laboral a assistência ao parto presencial.
Esta percentagem baixa para menos de 60% durante a noite, e aos fins de semana e feriados. Em
relação a disponibilidade do pessoal para realizar os cuidados obstétricos básicos, a

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Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

disponibilidade presencial foi de 54.7%, baixando para menos de 41% durante a noite, e aos fins
de semana e feriados. As províncias do Niassa, Inhambane e Zambézia foram as que
apresentaram os resultados mais desfavorecidos. Relativamente a disponibilidade de pessoal
para oferecer uma intervenção cirúrgica como a cesariana só 9.6% das unidades sanitárias
tinham pessoal em regime presencial.

19. O estudo constatou que no geral as províncias de Niassa, Zambézia, Nampula e Tete são as
que apresentam maior défice de recursos humanos para a provisão dos cuidados obstétricos e
neonatais.

20. Recomenda-se uma avaliação e actualização da estratégia em curso para a redução da


mortalidade materna, por forma a acelerar a adopção e implementação de intervenções
orientadas para responder às lacunas na disponibilidade dos serviços identificados nesta
avaliação, bem como na qualidade dos mesmos, com destaque para a melhoria da qualidade do
manejo das complicações obstétricas e neonatais a todos os níveis do Sistema Nacional de
Saúde e incremento do acesso das mulheres grávidas a estes serviços.

21. Existe uma necessidade premente de institucionalização do processo de análise e estudo


das causas de mortes maternas e neonatais ao nível das unidades sanitárias de todos os níveis
de atenção.

22. Recomenda-se uma distribuição mais equitativa do pessoal, e que se garanta que o pessoal
treinado desenvolva as actividades para as quais foram treinados, ou seja urge a necessidade de
se apetrechar as unidades sanitárias com os insumos necessários.

23. Os desequilíbrios dentro das províncias e entre as províncias no concernente a gestão dos
recursos humanos e materiais e equipamentos devem ser considerados uma prioridade e a sua
correcção é fundamental no processo de melhoria dos serviços de saúde da mulher e da
criança.

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Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Índice

Sumário executivo......................................................................................................................6
Lista de abreviaturas................................................................................................................10
Lista de tabelas.........................................................................................................................11
Lista de gráficos.......................................................................................................................14
Introdução...............................................................................................................................15
Objectivos da Avaliação............................................................................................................16
Metodologia............................................................................................................................18
Mortes maternas.....................................................................................................................21
Mortes neonatais....................................................................................................................32
Indicadores dos Cuidados Obstétricos de Emergência..............................................................38
Recursos humanos...................................................................................................................55
Condições das infrastruturas físicas, bens e produtos...............................................................70
Infrastruturas gerais e outras características ..........................................................................103
Casas de Espera......................................................................................................................107
Fístulas obstétricas................................................................................................................114
Discussão:..............................................................................................................................116
Conclusões.............................................................................................................................125
Recomendações.....................................................................................................................126
Referências bibliográficas.......................................................................................................130
Lista de supervisores Regionais..............................................................................................132
Lista de inquiridores...............................................................................................................133
Lista de unidades sanitárias visitadas......................................................................................135

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Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Lista de Abreviaturas

AMDD Averting Maternal Deaths and Disabilities


ANN Avaliação Nacional de Necessidades
COEm Cuidados Obstétricos de Emergência
COEB Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos
COEC Cuidados Obstétricos de Emergência Completos
CPN Consulta Pré Natal
CPP Consulta Pós Parto
CS I Centro de Saúde de tipo I
CS II Centro de Saúde de tipo II
CS III Centro de Saúde de tipo III
DNSP Direcção Nacional de Saúde Publica
DNP Dados não Ponderados
DP Dados Ponderados
DPS Direcção Provincial de Saúde
DRH Direcção de Recursos Humanos
ESMI Enfermeira de Saúde Materna e Infantil
HC Hospital Central
HG Hospital Geral
HIV Vírus da Imunodeficiência Humana
HP Hospital Provincial
HR Hospital Rural
IDS Inquérito Demográfico de Saúde
ITS Infecção de Transmissão Sexual
Maputo C Maputo Cidade
Maputo P Maputo Província
MIF Mulher em Idade Fértil
MISAU Ministério da Saúde
MM Morte Materna
MMD Morte Materna de Causa Directa
MMI Morte Materna de Causa Indirecta
NA Não Aplicável
NB Note Bem
NU Nações Unidas
NV Nados Vivos
ODM Objectivos de Desenvolvimento do Milénio
OMS Organização Mundial da Saúde
ONGs Organizações não Governamentais
PF Planeamento Familiar
PS Posto de Saúde
RH Recursos Humanos
RN Recém-nascido
SI Sem Informação
SIDA Sindroma de Imunodeficiência Adquirida
SIS Sistema de Informacão de Saúde
SNS Sistema Nacional de Saúde
TLCOD Taxa de Letalidade das Complicações Obstétricas Directas
UNFPA Fundo das Nações Unidas para População
UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância
US Unidade Sanitária

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Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Lista de Tabelas

Tabela 1: Distribuição das Mortes Maternas por Província e por tipo de Unidade Sanitária..19
Tabela 2: Comparação entre Mortes Maternas registadas e o Nº de Processos Clínicos
encontrados..............................................................................................................20
Tabela 3: Comparação entre as mortes maternas encontradas na ANN e as mortes maternas
notificadas através do SIS, entre 1 de Novembro de 2007 a 31 de Outubro de
2007..........................................................................................................................21
Tabela 4: Partos por Província e Tipo de Unidade Sanitária.....................................................21
Tabela 5: Rácio de Mortalidade Materna Intra-hospitalar por 100.000 nascimentos..............22
Tabela 6: Período de ocorrência das mortes maternas por tipo de Unidade Sanitária............25
Tabela 7: Tempo de permanência na Unidade sanitária por tipo de parto..............................27
Tabela 8: Distribuição dos Factores que contribuíram para a Morte Materna por Província e
por Tipo de US..........................................................................................................29
Tabela 9: Atraso na identificação dos factores de risco de morte por nível de unidade
sanitária..................................................................................................................29
Tabela 10: Distribuição de mortes neonatais por Província e por tipo de unidade sanitária...31
Tabela 11: Peso ao nascer dos casos de mortes neonatais......................................................34
Tabela 12: Cuidados imediatos ao recém-nascidopor tipo de unidade sanitária.....................34
Tabela 13: Cuidados de reanimação do recém-nascido...........................................................35
Tabela 14: Disponibilidade de US que prestam serviços de COEm (Indicador de COEm No. 1 &
2) .............................................................................................................................37
Tabela 15: Disponibilidade de COEm por tipo de unidade sanitária........................................37
Tabela 16: Distribuição das unidades sanitárias que administraram oxitócicos parenterais,
por tipo de Oxitócico, por Província e por tipo de unidade sanitária.....................40
Tabela 17: Distribuição das unidades sanitárias que administraram anticonvulsivantes
parenterais, por tipo de anti-convulsivante, por Província e por tipo de US..........41
Tabela 18: Distribuição de unidades sanitárias que faziam remoção de produtos retidos da
concepção, por método, por Província e por tipo de unidade sanitária.................42
Tabela 19: Distribuição de unidades sanitárias que ofereciam transfusão de sangue, por
proveniencia do sangue, por Província e tipo de unidade sanitária........................43
Tabela 20: Distribuição de unidades sanitárias que ofereciam anestesia( por tipo), por
Província e por tipo de unidade sanitária...............................................................44
Tabela 21: Proporção de partos atendidos em unidade sanitária com COEm e em todas as
unidades sanitárias, por Província..........................................................................45
Tabela 22: Proporção de mulheres que se espera que tenham complicações obstétricas que
foram tratadas em unidades sanitárias com COEm e em todas as unidades
sanitárias, por Província (Necessidade Satisfeita para os COEm)..........................46
Tabela 23: Proporção de partos por cesariana em relação ao total de partos esperados, em
US com COEm e em todas as unidades sanitárias, por província (Indicador Nº5 dos
COEm) ....................................................................................................................48
Tabela 24: Taxa de letalidade por complicações obstétricas directas em unidades sanitárias
com COEm e em todas as unidades sanitárias, por Província (Indicador Nº 6 dos
COEm)......................................................................................................................49
Tabela 25: Taxa de letalidade por causas específicas em unidades sanitárias com COEm -
Nacional..........................................................................................................50
Tabela 26: Taxa de mortalidade fetal intra-parto e neonatal precoce por Província...............51

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Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 27:Taxa de mortalidade fetal intra-parto e neonatal precoce por tipo de unidade
sanitária...................................................................................................................52
Tabela 28: Número de unidades sanitárias estudadas por nível e por província.....................53
Tabela 29: Número total de trabalhadores de saúde por categoria e por província...............54
Tabela 30: Número de trabalhadores de saúde em algumas categorias nas unidades
sanitárias estudadas................................................................................................54
Tabela 31: Número de trabalhadores de saúde por categorias e por Províncias.....................55
Tabela 32: Número de trabalhadores de saúde por categoria e por tipo de unidade
sanitária..................................................................................................................55
Tabela 33: Categoria de trabalhadores de saúde treinados para prestar COEmB por
província.................................................................................................................56
Tabela 34: Distribuição dos trabalhadores de saúde treinados para prestar COEmB por tipo
de unidades sanitárias............................................................................................57
Tabela 35: Categoria de trabalhadores de saúde treinados e para prestar COEmC por
Província.................................................................................................................58
Tabela 36: Distribuição dos trabalhadores de saúde treinados e autorizados para fazer
reanimação neonatal por Província........................................................................59
Tabela 37: Categoria de trabalhadores de saúde treinados para fazer reanimação neonatal
por tipo de unidade sanitária.................................................................................60
Tabela 38: Categoria de trabalhadores de saúde treinados para realizar reparações simples
de fístulas obstétricas por província........................................................................60
Tabela 39: Média de partos e cesarianas por categoria profissional por tipo da unidade
sanitária...................................................................................................................61
Tabela 40: Disponibilidade de pessoal para trabalhar nas unidades sanitárias ao longo da
semana por tipo de serviço....................................................................................62
Tabela 41: Disponibilidade presencial de pessoal nas unidades sanitárias durante o "DIA" de
segunda a sexta-feira por Província por tipo de serviço........................................62
Tabela 42: Disponibilidade presencial de pessoal nas unidades sanitárias durante a "NOITE"
de segunda a sexta-feira por Província por tipo de serviço....................................63
Tabela 43: Nº de Unidades Sanitárias com pessoal disponível para prestar Cuidados
Obstétricos de Emergência Básicos ou Completos.................................................95
Tabela 44: Nº de unidades sanitárias com pessoal disponível para prestar Cuidados
Obstétricos de Emergência Básicos ou Completos.................................................64
Tabela 45: Nº de unidades sanitárias que prestam Cuidados Obstétricos Básicos e
Completos..............................................................................................................64
Tabela 46: Percentagem de unidades sanitárias que prestam Cuidados Obstétricos de
Emergência Básicos ou Completos em relação as US com pessoal disponível para
prestar esses cuidados...........................................................................................65
Tabela 47: Média de partos por mês por Centros de Saúde que prestam e não prestam
Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos........................................................66
Tabela 48: Número de mortes maternas durante um ano por Centro de Saúde que preste e
não preste Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos......................................66
Tabela 49: Rácio de mortalidade intra-hospitalar e cobertura das unidades sanitárias com
pessoal disponível para oferecer Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos por
Província..................................................................................................................67
Tabela 50: Salas de parto por Província e tipo de unidade sanitária......................................69
Tabela 51: Disponibilidade de electricidade nas salas de sarto, por Província e tipo de
unidade sanitária....................................................................................................69
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Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 52: Disponibilidade de iluminação suficiente nas salas de parto para trabalhar durante
o dia e a noite, por Província e tipo de unidade sanitária.......................................70
Tabela 53: Disponibilidade de agua corrente nas salas de parto, por Província e tipo de
unidade sanitária.....................................................................................................71
Tabela 54: Condições das infra-estruturas das salas de parto, por Província e tipo de unidade
sanitária...................................................................................................................72
Tabela 55: Disponibilidade de kits de partos por Província e por tipo de unidade
sanitária..................................................................................................................76
Tabela 56: Material e equipamento seleccionado para a atenção ao recém-nascido, por
Província e tipo de unidade sanitária.....................................................................79
Tabela 57: Material e equipamento seleccionado para atenção ao recém-nascido, por
Província e tipo de unidade sanitária.....................................................................80
Tabela 58: Salas de parto, por Província e tipo de unidade sanitária, que não têm e que têm
1, 2, 3, 4 ou mais camas de parto funcionais.........................................................81
Tabela 59: Disponibilidade de esfingmomanómetro por província e por tipo de unidade
sanitária..................................................................................................................84
Tabela 60: Disponibilidade de estetoscópios funcionais por Província e tipo de unidade
sanitária...................................................................................................................85
Tabela 61: Disponibilidade de ventosas funcionais na sala de partos por Província e tipo de
unidade sanitária ...................................................................................................86
Tabela 62: Disponibilidade de ambú funcional para reanimação do adulto por Província e por
tipo de unidade sanitária .......................................................................................87
Tabela 63: Disponibilidade de pelo menos 14 itens para a prevenção de infecções na sala de
partos por Provínica e por tipo de unidade sanitária.............................................63
Tabela 64: Disponibilidade e problemas de reabastecimento de antibióticos nas salas de
parto por Província e tipo de unidade sanitária.....................................................90
Tabela 65: Disponibilidade e problemas de reabastecimento de anticonvulsivantes, anti-
Hipertensivos, medicamentos para reanimação e analgésicos, nas salas de parto
por província e tipo de unidade sanitária...............................................................93
Tabela 66: Disponibilidade e problemas de reabastecimento de anti-maláricos e anti-
retrovirais nas salas de parto por Província e tipo de unidade sanitária................96
Tabela 67: Disponibilidade e problemas de reabastecimento de oxitócicos, anestésicos e
outros medicamentos nas salas de parto por Província e tipo de unidade
sanitária...................................................................................................................99
Tabela 68: Disponibilidade de camas para maternidade.......................................................101
Tabela 69: Instituições que dão apoiam as Casas de Espera por tipo de unidade
sanitária.................................................................................................................111
Tabela 70: Tipo de apoio que recebe a Casa de Espera.........................................................111
Tabela 71: Distribuição por províncias das frequências de procura de serviços por queixas de
fistulas e frequência de serviços de atenção as fistulas........................................112
Tabela 72: Frequência das fistulas por tipo de unidade sanitária..........................................113

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Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Lista de Gráficos
Gráfico 1: Distribuição das Mortes Maternas por Grupos de Idade (em %)............................23
Gráfico 2: Comparação entre a Distribuição Etária das MM na Avaliação de
Necessidades e IDS 2003.........................................................................................33
Gráfico 3: Ocorrência das mortes maternas em relação ao tempo de gestação e período do
parto........................................................................................................................24
Gráfico 4: Causas de Mortes Maternas antes das 28 Semanas...............................................24
Gráfico 5: Causas Directas de Morte Materna.........................................................................25
Gráfico 6: Causas indirectas de Mortes Maternas...................................................................26
Gráfico 7: Causas de Mortes Maternas directas e indirectas...................................................26
Gráfico 8: Tempo de Permanência das Mortes Maternas na Unidade Sanitária.....................27
Gráfico 9: Causas de Mortes Neonatais...................................................................................31
Gráfico 10: Período de ocorrência das Mortes Neonatais.......................................................32
Gráfico 11: Período de ocorrência da morte neonatal por causa de morte............................32
Gráfico 12: Local de partos dos casos de Mortes Neonatais...................................................33
Gráfico 13: Idade gestacional nos casos de óbitos neonatais..................................................33
Gráfico 14: Percentagem de Hospitais que oferecem cada uma das funções Vitais de
COEm....................................................................................................................38
Gráfico 15: Percentagem de Centros de Saúde (CSI, CSII e CSIII) e Postos de Saúde que
ofereciam as diferentes funções vitais dos COEm.................................................39
Gráfico 16: Proporção do Tratamento de Complicações Obstétricas por Tipo de US..............46
Gráfico 17: Tipo de Complicações Obstétricas tratadas..........................................................47
Gráfico 18: Taxa de Letalidade por Complicações Obstétricas Directas..................................49
Gráfico 19: Necessidade de Reabilitação nas Salas de Parto por Província.............................73
Gráfico 20: Necessidade de Reabilitação nas Salas de Parto por Tipo de US..........................74
Gráfico 21: Disponibilidade de energia eléctrica por tipo de US...........................................102
Gráfico 22: Disponibilidade de energia eléctrica por Província.............................................103
Gráfico 23: Disponibilidade de água por tipo de Unidade Sanitária......................................103
Gráfico 24: Disponibilidade de água por Província................................................................104
Gráfico 25: Distribuição de casas de espera segundo tipo de US..........................................105
Gráfico 26: Distribuição percentual do tipo de construção...................................................106
Gráfico 27: Disponibilidade de energia nas Casas de Espera.................................................107
Gráfico 28: Disponibilidade de agua nas Casas de Espera.....................................................108
Gráfico 29: Disponibilidade de casa de banho ou latrina própria na casa de espera por tipo de
Unidade Sanitária................................................................................................108
Gráfico 30: Frequência da tomada de decisão para procura de casa de espera....................110
Gráfico 31: Tempo desde a última consulta na Casa de Espera.............................................110

14
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Introdução
A mortalidade materna figura como o melhor indicador do índice de desenvolvimento social e
de saúde da população de um País e em particular da saúde das mulheres. No Mundo, os níveis
de mortalidade materna mostram grande disparidade entre países ou regiões. De uma
estimativa anual de 536 000 mortes maternas, o 99% (533 000) ocorre nos países em
desenvolvimento; sendo 86% dessas mortes na África Sub-Sahariana e no sul de Ásia. O mesmo
acontece com o risco de morte por complicações associadas à gravidez e ao parto: é na África
onde o risco é mais alto (em 26 mulheres, uma morre) seguido por Oceânia (1 em 62 mulheres)
e Ásia (1 em 120), em contraste, nos países industrializados o risco é de 1 em 7.300 mulheres.

Mesmo com a Iniciativa para uma Maternidade Segura, lançada ao nível global para acelerar a
redução da mortalidade materna e neonatal, os níveis de mortalidade em África continuam a
aumentar. Em Moçambique a mortalidade materna vem diminuindo ao longo dos últimos anos
de uma estimativa de mais de 1.600 mortes maternas/100.000 Nados Vivos (NV) em 1990 para
cerca de 690/100.000 NV em 1997 e 408/100.000 NV em 2003. Embora se verifique esta
redução, importa referir que este rácio continua ainda bastante alto.

No que concerne a mortalidade neonatal, infantil e infanto-juvenil, nas últimas décadas, o país
tem registado uma redução contínua, contudo, essas taxas também continuam ainda bastante
altas. Os dados do IDS de 2003 mostram que a taxa de mortalidade neonatal decresceu entre
1997 e 2003 de 59/1000 nados vivos para i48/1000 nados vivos enquanto que a taxa de
mortalidade infantil decresceu 147 para 124 e a taxa de mortalidade infanto-juvenil decresceu
de 219 a 178 por 1.000 NV no mesmo período.

Embora vários factores sejam determinantes na ocorrência das mortes maternas, neonatais e
infantis, a intervenção dos serviços de Saúde, o acesso e utilização dos serviços é fundamental
para a sua redução. Assim, o Ministério da Saúde tem vindo a implementar varias estratégias e
acções com objectivo de reduzir a mortalidade materna, neonatal e infantil.

15
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Objectivos da Avaliação

Objectivos Gerais

1. Providenciar informação actualizada sobre o estado das unidades sanitárias (US)


que oferecem cuidados obstétricos e neo-natais, como plataforma para um
processo de planificação e tomada de decisões estratégicas, quer para o
Ministério de Saúde (MISAU) quer para os seus parceiros, em relação a
intervenções actuais e futuras;
2. Avaliar o progresso na redução da mortalidade materna (MM) com base nas
alterações verificadas, desde 2000/2001, nos indicadores de processo das NU
(adoptados pelo MISAU);
3. Providenciar informação necessária e actualizada para a definição de estratégias
e implementação de intervenções para reduzir a mortalidade neonatal precoce,
assim como prevenir a gravidez indesejada e prevenir e tratar as fístulas
obstétricas, que têm um impacto directo na morbilidade e mortalidade materna
e neonatal;
4. Explorar a relação entre a disponibilidade de recursos, a qualidade dos serviços
que são prestados e o impacto na morbi-mortalidade materna e neo-natal.

Objectivos Específicos

1) Estimar a disponibilidade, utilização e qualidade dos Cuidados Obstétricos


Essenciais e de Emergência, usando os indicadores de processo das NU, através
da análise das estatísticas dos serviços;
2) Avaliar a existência e funcionalidade do equipamento, materiais, reagentes e
consumíveis para as emergências obstétricas e cuidados essenciais neo-natais,
cuidados pré-natais, cuidados pós- parto, planeamento familiar, reparação de
fístulas obstétricas e prevenção e tratamento do cancro do colo do útero;
3) Determinar a existência/disponibilidade de medicamentos essenciais para o
tratamento das complicações obstétricas e neonatais, cuidados pré-natais, post-
parto e planeamento familiar (disponibilidade de métodos de planeamento
familiar).
4) Desenvolver uma base de dados sobre recursos humanos, considerando o seu
nível de formação e treino em relação às funções básicas e procedimentos no
manejo e tratamento das complicações obstétricas e do recém-nascido;
5) Descrever a capacidade da rede de comunicação e transportes para garantir a
referência atempada de emergência entre as US;
6) Explorar o grau de satisfação das utentes em relação ao recente atendimento ou
serviço recebido na US (cuidados pré-natais, assistência ao parto, cuidados ao
recém-nascido, cuidados post-aborto, cuidados post-parto e planeamento
familiar).
7) Descrever a qualidade de cuidados prestados com base na análise de processos
clínicos de casos de eclâmpsia, hemorragia ante parto, hemorragia post-parto,
ruptura uterina, trabalho de parto arrastado ou obstruído, sépsis post-parto e
post-aborto e partos vaginais normais ou assistidos com ventosa;

16
8) Determinar padrões do estado final do recém-nascido, e do tratamento das
mulheres que experimentaram as complicações acima listadas (paragrafo
anterior);
9) Conhecer o impacto dos Cuidados Obstétricos de Emergência no estado final do
recém-nascido, através da análise da ligação da grávida/parturiente com
complicações e o desfecho do parto em relação ao estado do recém-nascido;
10) Determinar "como morrem" as mulheres e os recém-nascidos nas US, e
identificar os factores intervenientes que possam explicar as diferenças
existentes entre as US com altas e baixas taxas de letalidade por complicações
obstétricas;
11) Descrever as fontes de informação usadas em cada US e avaliar a qualidade dos
dados em termos de sub registo das complicações obstétricas e neonatais, e
mortes maternas e neonatais ocorridas;
12) Providenciar informação sobre o nível de utilização das casas de espera e
possíveis barreiras e/ou oportunidades na/para a sua utilização;
13) Avaliar a disponibilidade de métodos de planeamento familiar, de pessoal
treinado para oferecer serviços de PF de qualidade, e o tipo e número de
métodos oferecidos no último mês;
14) Desenvolver uma base/banco de dados com indicadores seleccionados para
uma melhor monitoria do desempenho das US e da funcionalidade do sistema
de saúde, com base nos formulários/inventários da avaliação das necessidades,
taxa de letalidade das complicações e achados da revisão das mortes maternas e
neonatais;

17
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Metodologia
Desenho da Avaliação

Com base na adaptação do "Pacote Padrão de Instrumentos para Avaliação de Necessidades


sobre Cuidados Obstétricos de Emergência" da AMDD (Averting Maternal Deaths and
Disabilities) e de vários outros instrumentos de Avaliação de Necessidades do UNFPA e OMS, o
MISAU para esta avaliação definiu um conjunto de 17 módulos:

Módulos Tópico
Módulo 1-4 Infra-estrutura básica da US e outras características;
Módulo 5 Recursos humanos autorizados a prestarem e fornecer serviços específicos;
Módulo 6 Desempenho de procedimentos para salvar vidas (funções ou procedimentos vitais) e outros
“serviços chave”;
Módulo 7 Estatísticas de serviço pa ra o cálculo dos indicadores de processo das NU e necessidades não
satisfeitas para cuidados obstétricos;
Módulo 8 Disponibilidade e gestão de equipamento, materiais, medicamentos essenciais, reagentes,
contraceptivos e consumíveis;
Módulo 9 Casas de espera das mulheres que aguardam o parto;
Módulo 10 Cuidados maternos ambulatórios (Consultas Pré-Natal; CPP; PF;ITS; prevenção e tratamento
do carcinoma do colo do útero);
Módulo 11 Satisfação dos clientes aos Cuidados Pré-natais, parto, cuidados aos recém-nascidos, CPP,
cuidados pós aborto e PF;
Módulo 12 Qualidade de manejo de casos clínicos específicos;
Módulo 13 Revisão/estudo dos casos de Morte Materna intra hospitalar;
Módulo 14 Revisão/estudo das Mortes Neonatais;
Módulo 15 Fistulas de causa obstétrica;
Módulo 16 Gestão de Bens e Produtos a nível dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social, DPS
e Armazéns/Economatos Intermediários e Provinciais;
Módulo 17 Intervenções obstétricas maiores por indicação materna absoluta;

Os módulos 1 a 8, 10, 11, e primeira parte do módulo 15 foram aplicados em todas as US. O
módulo 9 foi aplicado nas US que tem casa de espera para as mulheres grávidas. Os módulos 13
e 14 nas US de "classe 1" módulo 12 nos hospitais e a segunda parte do módulo 15 foi também
preenchido nos hospitais com capacidade cirúrgica, o mesmo sucedendo para o módulo 17.

Para a avaliação das necessidades com base nas US foi realizado um estudo transversal para o
qual, foi seleccionada uma amostra representativa, estratificada por província e por tipo de US.

Amostragem

Moçambique está dividido administrativamente em 10 províncias e 1 cidade com estatuto de


Província, totalizando 11. Com base na informação sobre a rede sanitária do Sistema de
Informação de Saúde (SIS) do MISAU e das Direcções provínciais de Saúde (DPS), foram
seleccionadas em primeiro lugar todas US que tinham pelo menos realizado 1 parto ao longo do
ano de acordo com os dados mais recente (2004, 2005 e 2006), assumindo que estas US
prestaram a maioria dos serviços maternos e neonatais.

18
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

A seguir, estas Unidades Sanitárias foram divididas em 2 grupos:

"Classe" 1 - Hospitais, Centros de Saúde das Sedes Distritais e Centros de Saúde Tipo I;
"Classe" 2 - As restantes unidades sanitárias, nomeadamente Centros de Saúde Tipo II e III
e Postos de Saúde.

A amostra assim seleccionada foi estratificada por província e "Classe". As US da "Classe" 1


foram seleccionadas com, o valor de p(sel) = 1.00; isto é todas as US foram seleccionadas com
100% de probabilidade de selecção. As US da "Classe" 2 foram seleccionadas com, o valor de
p(sel) = .40; isto resultou na selecção aproximada de 450 US para o estudo. As US da "Classe" 2
foram aleatória e sistematicamente seleccionadas dentro de cada província.

Amostra de casos nas Unidades Sanitárias

Alguns dos módulos requerem uma selecção individual segundo um critério específico. A
amostragem para esses módulos obedeceu os seguintes critérios:

Módulo 9: Relativo às casas de espera para as mulheres grávidas, nos casos onde havia 10 ou menos
mulheres grávidas no dia da entrevista, todas as que consentiram foram seleccionadas. Se havia
mais de 10, procedeu-se a selecção aleatória de 10. Note-se que as mulheres que recusarem a ser
entrevistadas não foram substituídas.

Módulo 11: Relativo à satisfação dos clientes em relação aos cuidados pré-natais, parto, cuidados
ao recém-nascido, cuidados pós parto, cuidados pós aborto e planeamento familiar foram
realizados inquéritos à saída da US. A selecção das mulheres foi baseada na média diária em cada
um destes serviços na US.

Módulo 12: Relativo à qualidade no manejo de casos clínicos específicos foi preparada uma tabela,
que forneceu, para cada US seleccionada para este módulo, o intervalo da amostra para a selecção
aleatória de casos entre Julho de 2006 a Junho de 2007 considerando 10 casos a serem avaliados em
cada US por cada complicação. A base foi o Livro de Registos da Maternidade. Para os casos
seleccionados foi levantado o processo clínico.

No caso da avaliação dos partos vaginais ou assistidos por ventosa, nas US com grande volume de
partos, a selecção aleatória foi feita considerando os últimos 3 meses na US com uma média mensal
de partos> 150 e últimos 6 meses nas US com uma média mensal de partos entre 100 a 150. Por
último nas US com média mensal abaixo de 100 foi considerado todo o período de estudo.

Módulo 13: Relativo às mortes maternas - a revisão abrangeu todas as mortes maternas intra
hospitalares ocorridas no período em estudo, quer nos Hospitais, Centros de Saúde e Postos de
Saúde. A informação foi recolhida através da consulta aos livros de registo da maternidade,
puerpério e ginecologia (colhendo o número do processo clínico) e posteriormente foram
levantados os processos clínicos. Esta informação foi complementada pelos relatórios de óbito, e
onde possível pela análise dos processos feita pelo Comité de Auditoria das Mortes Maternas e
Neonatais. Para a análise da estatística geral da mortalidade materna e a distribuição por nível de
atenção da US bem como por província foram usados os dados provenientes dos livros de registos
(1398 óbitos) mas para o estudo dos factores ligados a mortalidade materna foram investigados 712
óbitos para os quais foi possível localizar os processos clínicos.

Módulo 14: Relativo à mortalidade meonatal, a revisão abrangeu todas as mortes neonatais
ocorridas no período, nos Hospitais, Centros de Saúde e Postos de Saúde. A informação foi recolhida
através da consulta aos livros de registo da maternidade, puerpério, berçário e enfermaria de
pediatria (colhendo o Nº do processo clínico) e posteriormente foram levantados os processos

19
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

clínicos. Esta informação foi complementada onde possível pela análise feita pelo Comité de
Auditoria das mortes maternas e neonatais.

Módulo 17: Para o inquérito sobre intervenções obstétricas maiores por indicação materna
absoluta, os dados foram obtidos nos hospitais através da consulta dos processos clínicos,
complementada com o livro de registos da sala de operações, da maternidade e da sala de
admissão. Dado o volume de intervenções que ocorrem nos hospitais centrais, provinciais e gerais
da cidade Maputo esta informação foi inicialmente colhida a partir dos livros de registo da sala de
operações, maternidade, admissão, internamento e neonatologia.

Colheita de dados e trabalho de campo


A actividade de recolha de dados teve início em Novembro de 2007, tendo terminado em
Janeiro de 2008.

A recolha dos dados foi garantida por uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde
tendo incluído: enfermeiras de saúde materna e infantil (ESMI), técnicos de instrumentação
para os módulos que exigiam a identificação dos matérias e equipamentos na Sala de
Operações. Antes da realização da avaliação de necessidades, foram testados os modelos na
Província de Gaza. Foi elaborado um manual de instruções do inquiridor e do supervisor para
orientar as equipas no preenchimento dos inquéritos e garantir a consistência na recolha dos
dados tendo especialmente em conta o alto número de participantes na avaliação. A fase
preparatória do trabalho de campo incluiu também a realização de dois treinos para a formação
dos inquiridores¹.

As actividades de processamento de dados envolveram processos manuais e automáticos:


recepção e verificação dos questionários, crítica, digitação, e análise de inconsistências.

Processamento de dados e análise


Para a entrada de dados usou-se o software interactivo Census and Survey Processing System v
3.2 (CSPRO), para microcomputadores, programa desenhado especialmente para agilizar a
digitação dos dados. CSPRO é a combinação de interfaces de IMPS e ISSA no ambiente
Windows. Este programa permite verificar interactivamente os intervalos das variáveis,
detectar inconsistências e controlar o fluxo dos dados durante a digitação dos questionários.

Supervisão econtrolo de qualidade


A nível central (MISAU) foi criada uma equipe formada por uma coordenadora nacional, uma
co-coordenadora nacional adjunta, um estatístico e seis supervisores regionais (dois
supervisores por região).

A nível de todas as províncias foram criados " equipas provinciais" constituídas por: um
supervisor provincial, um co-supervisor provincial, um instrumentista, seis ESMI da província. O
supervisor/chefe da equipa provincial foi um médico gineco-obstetra (externo á província de
estudo) que foi apoiado pelo co-supervisor provincial, que na maioria dos casos foi um médico
pediatra ou médico generalista com experiência em pediatria.

1
Um treino em Nampula para as províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Sofala e Zambézia e um treino em Xai Xai para as províncias
de Inhambane, Tete, Manica, Gaza, Maputo Província e Maputo Cidade.

20
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Mortes Maternas
Durante o período em análise, foram identificadas 1.398 mortes maternas (MM) nos livros das
US. Deste total de mortes foi possível encontrar 712 processos para os quais foi feito o estudo
dos factores ligados a ocorrência da morte materna.

Distribuição das Mortes Maternas

A tabela 1 ilustra a distribuição das MM por província e por tipo de US, mostrando que a Cidade
de Maputo seguida das províncias de Tete, Nampula e Cabo-Delgado registaram o maior
número de mortes, enquanto que a sua distribuição por US mostra que este número é maior
nos Hospitais e Centros de Saúde tipo I (CS tipo I), variando entre 241 Hospitais Provinciais (HP)
e 277 Hospitais Gerais (HG).
Tabela 1: Distribuição das Mortes Maternas por Província e por tipo de Unidade Sanitária

Província HC HP HG HR CS I CS II CS III PS Total

Niassa - 21 - 8 44 8 1 1 83
Cabo Delgado - 32 - 42 28 3 3 17 125
Nampula 95 - 14 21 29 1 0 0 160
Zambézia - 19 - 20 38 22 0 0 99
Tete - 98 - 60 76 1 0 0 235
Sofala 23 - - 31 2 16 10 0 82
Manica - 32 - 3 8 0 3 0 46
Inhambane - 17 - 35 21 0 0 12 85
Gaza - 22 5 19 5 1 1 2 55
Maputo Província - - - 7 10 0 0 1 18
Maputo Cidade 152 - 258 - - 0 - 0 410
País 270 241 277 246 261 52 18 33 1,398
(Dados não ponderados)

21
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Existiu uma discrepância de cerca de 49% entre o total de óbitos registados nos livros de registos
diários e o total de processos clínicos encontrados, como ilustra a tabela 2.

Tabela 2: Comparação entre mortes maternas registadas e o número de processos clínicos encontrados
MM registadas nos % de MM com
livros de registos MM com processos clínicos processos
clínicos
Nº de MM % em Nº de MM % em % em não
registadas relação com relação relação encontrados
ao total processo ao total ao total em relação
de MM clínico de MM de MM no ao Nº total de
Província registadas registadas que têm MM nos
nos nos processos livros de
livros de livros de clínicos registo da
registos registos
Província
no pais na
província
Niassa 83 5.90% 49 59.00% 6.90% -41.00%
Cabo Delgado 125 8.90% 59 47.20% 8.30% -52.80%
Nampula 160 11.40% 148 92.50% 20.80% -7.50%
Zambézia 99 7.10% 70 70.70% 9.80% -29.30%
Tete 235 16.80% 35 14.90% 4.90% -85.10%
Sofala 82 5.90% 80 97.60% 11.20% -2.40%
Manica 46 3.30% 42 91.30% 5.90% -8.70%
Inhambane 85 6.10% 37 43.50% 5.20% -56.50%
Gaza 55 3.90% 60 109.10% 8.40% 9.10%
Maputo Província 18 1.30% 8 44.40% 1.10% -55.60%
Maputo Cidade 410 29.30% 124 30.20% 17.40% -69.80%
Tipo de US
Hospitais Centrais 270 19.30% 203 75.20% 28.50% -24.80%
HP e Gerais 518 37.10% 175 33.80% 24.60% -66.20%
Hospitais Rurais 246 17.60% 211 85.80% 29.60% -14.20%
C. Saúde + PS 364 26.00% 123 33.80% 17.30% -66.20%
País 1,398 100% 712 50.90% 100% -49.10%

A Província de Tete e Maputo Cidade apresentam as menores percentagens de discrepâncias


(14.9% e 30.2% respectivamente) e a Província de Gaza a maior percentagem (109.1%), onde
foram encontrados mais processos do que os óbitos registados.

Quando se compara o Nº de MM notificado através do Sistema de Informacão (SIS) no mesmo


período de análise da Avaliação Nacional de Necessidades (ANN) com o Nº de MM encontrado
neste estudo, seria de esperar que o Nº de MM notificado através do SIS fosse maior do que o Nº
encontrado na ANN, já que a ANN não foi feita em todas as US do país mas numa amostra
representativa. No entanto verifica-se a nível do país uma grande sub-notificação na ordem dos
44.9% (Dados Não Ponderados - DNP) e de 47.8% (Dados Ponderados - DP) no SIS, sendo a
Cidade de Maputo (-90.9% DNP) e a Província de Tete (-79.15% DNP) as províncias que
apresentam a maior sub-notificação (tabela 3).

22
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 3: Comparação entre as mortes maternas encontradas na ANN e as mortes maternas notificadas
através do SIS, entre 1 de Novembro de 2007 a 31 de Outubro de 2007

Nº de mortes maternas Total de MM Diferença percentual de


encontrado na ANN (total MM) reportadas notificação de MM entre o SIS
Província pelo SIS e a ANN
durante o
Dados não Dados período da Dados não Dados
ponderados ponderados avaliação ponderados ponderados
Niassa 83 92 58 -30.12% -36.96%
Cabo Delgado 125 154 91 -27.20% -40.91%
Nampula 160 160 132 -17.50% -17.50%
Zambézia 99 102 105 6.06% 2.94%
Tete 235 237 49 -79.15% -79.32%
Sofala 82 97 50 -39.02% -48.45%
Manica 46 46 93 102.17% 102.17%
Inhambane 85 103 82 -3.53% -20.39%
Gaza 55 55 61 10.91% 10.91%
Maputo Província 18 19 12 -33.33% -36.84%
Maputo Cidade 410 410 37 -90.98% -90.98%
País 1,398 1,475 770 -44.92% -47.80%

A tabela 4 mostra o número de partos ocorridos nas US durante o período em estudo. No total
foram registados 312.151 partos com a maior parte destes a ocorrer ao nível dos Centros de
Saúde.

Tabela 4: Partos por Província e tipo de unidade sanitária

Província HC HP HG HR CS I CS II CS III PS Total


Niassa - 4,293 - 3,580 6,542 861 823 4,614 20,713
Cabo Delgado - 1,943 - 5,802 8,661 5,748 390 0 22,544
Nampula 11,029 - 4,875 5,942 25,845 7,782 2,29
1 117 57,881
Zambézia - 3,503 - 7,940 15,587 13,006 1,155 - 41,191
Tete - 3,038 - 4,773 7,303 3,461 5,375 139 24,089
Sofala 4,590 - - 5,356 8,003 3,809 2,160 - 23,918
Manica - 5,281 - 1,886 7,555 8,099 1,139 2,241 26,201
Inhambane - 2,249 - 4,034 8,23
9 3,314 522 911 19,269
Gaza - 3,310 1,372 7,163 4,173 269 5,602 823 22,712
Maputo Província - - - 1,192 5,550 1,537 3,955 1,150 13,384
Maputo Cidade 6,364 - 16,972 - 13,608 3,305 - - 40,249

País 21,983 23,617 23,219 47,668 111,066 51,191 23,412 9,995 12,151
3

¹Dados Não Ponderados - DNP

23
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Rácio de Morte Materna institucional

Do total de 1.398 óbitos registados nas US durante o período em estudo, 1.067 (76.4%) foram
devidos a causas directas e 331 (23.6%) devidos a causas indirectas. Usando a mortalidade por
100 mil nascimentos como valor proxy para determinar a mortalidade materna institucional, o
rácio de mortalidade intra-hospitalar estima-se em 473 mortes maternas por 100.000
nascimentos (rácio ponderado).

A Cidade de Maputo (1.019/100.00 nascimentos) apresenta o maior rácio de MM seguida da


Província de Tete (984/100.000 nascimentos), Cabo-Delgado (683/100.000 nascimentos) e
Inhambane (535/100.000 nascimentos). O menor rácio de MM verificou-se na Província de
Maputo com 142 óbitos seguida de Manica com 176 óbitos por 100 mil nascimentos.

Tabela 5 : Rácio de mortalidade materna Intra-hospitalar por 100.000 Nascimentos


Total de MM Total de MM Rácio de MM por
Total geral Total de
Província por causas por causas 100.000
de MM partos
indirectas directas nascimentos

Niassa 38 54 92 20,713 444


Cabo Delgado 31 123 154 22,544 683
Nampula 38 122 160 57,881 276
Zambézia 16 86 102 41,191 248
Tete 1 236 237 24,089 984
Sofala 10 87 97 23,918 406
Manica 16 30 46 26,201 176
Inhambane 31 72 103 19,269 535
Gaza 23 32 55 22,712 242
Maputo Província 6 13 19 13,384 142
Maputo Cidade 126 284 410 40,249 1019
País 336 1,139 1,475 312,151 473
(Dados ponderados)

Um caso que merece menção e futura investigação do seu significado é a notificação de apenas
1 caso de morte materna de causa indirecta na Província de Tete durante o período em estudo.

Estudo das Mortes Maternas

Para a análise das causas e factores relacionados com as mortes maternas foram utilizados
dados não ponderados.

Distribuição etária das Mortes Maternas

Em 66.5% os óbitos ocorreram entre adolescentes e jovens com idades compreendidas entre os
15 e 30 anos de idade com o pico no intervalo entre os 20 e 24 anos onde ocorrem cerca de
28.3% das mortes. Importa também destacar a ocorrência de 13 mortes maternas em menores
de 15 anos de idade representando cerca de 2% do universo. A idade mediana das mulheres na
altura da morte foi de 25 anos.

24
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Gráfico 1: Distribuição das mortes maternas por grupos etários

<15 2.0%

15-19 18.2%
20-24 28.3%
Grupos etários

25-29 20.0%

30-34 18.2%

35-39 10.2%
40-44 2.4%

>=45 0.6%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%

Embora tenham seguido metodologias diferentes, observando a distribuição etária das mortes
maternas encontradas nesta avaliação e os dados do Inquérito Demográfico de Saúde (IDS) de
2003, verifica-se que, ao contrário da distribuição etária das Mortes Maternas encontrada na
ANN, no IDS, a maior percentagem de mortes maternas (66.9%) ocorre depois dos 30 anos, com
o pico entre os 30 a 34 anos.

Gráfico 2: Comparação entre a distribuição etária das mortes maternas na avaliação de


necessidades e a distribuição etária das mortes maternas no IDS de 2003

<15 2.0%
0.0%
15-19 18.2%
11.5%

20-24 28.3%
6.8%
Grupos Etários

25-29 20.0%
14.8%

30-34 18.2%
20.7%

35-39 10.2%
16.7%

40-44 2.4%
14.3%

>=45 0.6%
15.2%

0.0% 5.0% 10.0% 15.0% 20.0% 25.0% 30.0% 35.0% 40.0%


Distribuição das MM (%)

IDS 2003 Avaliação Nacional de Necessidades

25
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Paridade, Período de Ocorrência das Mortes Maternas e Causas de Morte


Materna

Cerca de 20.7%, das mulheres que morreram nunca tinham tido pelo menos um parto,
enquanto que em 19.75% das mortes, as mulheres tinham já mais do que cinco partos
anteriores à gravidez actual. Em média as mulheres que morreram tiveram 2.41 partos (media
ponderada a 5%).

Em relação ao tempo de gestação e período do parto, em 43.27% dos casos a morte ocorreu
durante o parto, período imediato ao parto e até às primeiras 24 horas após o parto, sendo que
durante o período intra-parto morreram 14% das mulheres.

Gráfico 3: Ocorrência das mortes maternas em relação ao tempo de gestação e período do parto

Antes das 28 semanas de gestação as mulheres morrem fundamentalmente por complicações


do aborto (49%), onde a hemorragia pós aborto contribui para 19% dos óbitos e a sépsis é
responsável de cerca de 30% dos casos de óbitos pós aborto. Estes dados indicam por um lado o
grande peso que representa o aborto como causa de mortalidade e por outro lado traduz uma
sensibilidade do sistema de informação que capta este tipo de situações nas US.

Gráfico 4 : Causas de mortes maternas antes das 28 semanas (%)

5% 4%
6% Sépsis pós aborto
30%
6% Gravidez Ectópica
Hemorragia devido a aborto
Pré-Eclampsia Severa/Eclampsia
Outros
8% Hemorragia Ante-Parto
Rotura uterina
Sépsis Puerperal
19% 22%

26
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 6: Período de ocorrência das mortes maternas por tipo de unidade sanitária
Antes de Depois Durante Até 2 Entre as De 1 a
28 de 28 o parto horas 2 a 24 42 dias
Unidades Sanitárias semanas semanas após o horas após o Total
de de parto após o parto
gravidez gravidez parto
Freq 57 16 10 27 30 62 202
HC
% linha 28.2% 7.9% 5.0% 13.4% 14.9% 30.7% 100.0%
Freq. 35 23 15 24 30 43 170
HP+HG
% linha 20.6% 13.5% 8.8% 14.1% 17.6% 25.3% 100.0%
Freq. 33 21 37 14 39 59 203
HR
% linha 16.3% 10.3% 18.2% 6.9% 19.2% 29.1% 100.0%
Freq. 18 12 34 17 18 9 108
CS tipo I
% linha 16.7% 11.1% 31.5% 15.7% 16.7% 8.3% 100.0%
Freq. 1 3 1 2 1 0 8
CS tipo II,CSIII,PS
% linha 12.5% 37.5% 12.5% 25.0% 12.5% .0% 100.0%
Freq. 144 75 97 84 118 173 691
Total
% linha 20.8% 10.9% 14.0% 12.2% 17.1% 25.0% 100.0%

A maior parte das mortes maternas, 83.2%, ocorreram a nível dos hospitais com capacidade
cirúrgica, 15.6% a nível dos CS tipo I e apenas 1.2% a nível dos CS tipo II, III e Posto de Saúde (PS).
De certa forma esta distribuição mostra uma relativa funcionalidade do sistema de referência,
onde as unidades periféricas transferem para as unidades de referência todos os casos que
necessitam de assistência embora seja questionável em que estado estas mulheres são
transferidas.

Em relação as causas directas de morte, a nível de todas as US estudadas, a rotura uterina foi a
primeira causa sendo responsável pelo óbito de cerca de 28.7% das mulheres seguida das
causas hemorrágicas que de forma agregada correspondem a cerca de 24%, com destaque para
a hemorragia pós parto que corresponde a 12.6% de todas as mortes. A sépsis puerperal
aparece em segundo lugar sendo responsável de cerca de 17.2% das mortes maternas por
causas directas.
Gráfico 5 : Causas directas de morte materna (%)

Rotura uterina 28.7%


Sépsis Puerperal 17.2%
Hemorragia Pós-Parto 12.6%
Pré-Eclampsia Severa/Eclampsia 9.2%
Hemorragia Ante-Parto 7.5%
Retenção placentar 6.3%
Trabalho de Parto Obstruído 4.6%
Sépsis pós aborto 4.0%
Trabalho de Parto Prolongado – Arrastado 3.4%
Atonia Uterina 2.3%
Hemorragia devido a aborto 1.7%
Gravidez Ectópica 1.1%
Hemorragia durante o parto 0.6%
Hiperemesis gravídica 0.6%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

27
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Em relação às causas indirectas de morte materna, o SIDA aparece como a primeira causa de
morte com 53,7% seguido da malária em 39,6% dos casos.
Gráfico 6: Causas indirectas de mortes maternas (%)

Complicações cirúrgicas 0.6%

Complicações anestésicas 3.0%

Doença cardiaca 3.0%

Malaria 39.6%

HIV/SIDA 53.7%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

A análise geral das causas dos obitos maternos indica que as mais frequentes foram a rotura
uterina (16.7%), a hemorragia pós-parto (13.8%), a pre-eclapmsia/eclampsia (12.9%), o SIDA
(12,4%), a sépsis puerperal (10.5%) e a malaria com (9.3%).

Gráfico 7: Causas de mortes maternas directas e indirectas (%)


3.0% 3.0% 2.3%
16.7%
5.5%
6.7%

13.8%

9.1%

10.5%
12.9%
12.4%

Rotura uterina
Hemorragia Pós-Parto
Pré-Eclâmpsia Severa/Eclâmpsia
HIV/SIDA
Sépsis Puerperal
Malaria
Complicações de aborto
Hemorragia Ante-Parto (placenta prévia ou descolamento da placenta
Gravidez Ectópica
Outros Directa
Trabalho de Parto Arrastado/Obstruído

(SI: 2.7%)

Em média as mulheres percorreram 35,39Km depois da transferência para alcançar uma US


com capacidade para o tratamento das complicações obstétricas. É importante destacar que e a
maior distância registada entre a US onde a morte aconteceu e a US que transferiu a mulher foi
de 600 km sendo o intervalo de 2-600 km.

28
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Como mostra o gráfico a seguir, em 62% dos casos, a morte ocorreu nas primeiras 24 horas após
a sua admissão.

Gráfico 8 Tempo de permanência das mortes maternas na unidade sanitária

60%
Percentagem de Mortes Maternas

50%

39.4%
40%

29.8%
30%
22.6%
20%

8.2%
10%

0%
<2h 3-24h 25-48h >48h
Tempo de Permanência na US onde Ocorreu a Morte Materna

De acordo com os dados da tabela a seguir, para todos os tipos de parto, a maior proporção de
mortes teve lugar nas 2 primeiras horas (38.6%) e após 48 horas (30.1%) depois da admissão da
mulher na US.

Tabela 7: Tempo de permanência na unidade sanitária por tipo de parto


Tipo de Parto <2h 3-24h 25-48h >48h Total

Frequência 62 30 9 43 144
Vaginal cefálico
% 43.1% 20.8% 6.3% 29.9% 100%
Frequência 8 2 1 2 13
Vaginal pélvico
% 61.5% 15.4% 7.7% 15.4% 100%
Assistido com Frequência 6 2 3 3 14
ventosa % 42.9% 14.3% 21.4% 21.4% 100%
Frequência 54 44 14 51 163
Cesariana
% Linha 33.1% 27.0% 8.6% 31.3% 100%
Frequência 2 0 0 0 2
Outro
% 100% 0.0% 0.0% 0.0% 100%
Frequência 1 2 1 5 9
Sem Informação
% 11.1% 22.2% 11.1% 55.6% 100%
Frequência 133 80 28 104 345
Total
% 38.6% 23.2% 8.1% 30.1% 100%

Em relação ao tipo de US verifica-se que a nível das unidades de referência, as mortes ocorrem
com maior incidência antes das 24 horas e depois das 48 horas. Nas US de nível primário a morte
ocorre com maior frequência antes da mulher atingir as primeiras duas horas de internamento,
demonstrando as condições precárias e a chegada tardia das mulheres ao SNS, e a necessidade
de se investir mais a nível da comunidade, principalmente na elaboração do plano de
preparação para o parto incluindo o transporte comunitário.

Condição do recém-nascido

Tanto a taxa de nati-mortalidade institucional como a proporção de nados mortos com foco
positivo à entrada da maternidade, são indicadores que medem a qualidade da atenção que é

29
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

prestada à mulher durante a gravidez e principalmente durante o parto. Dados de rotina das
maternidades do SNS, indicam que nos últimos 6 anos, por cada 1.000 nascimentos, entre 24 a
27 foram nados mortos, como uma proporção de nados mortos que entraram na maternidade
com foco positivo de 14%. Nesta avaliação, a proporção de nados mortos com foco positivo à
entrada da maternidade em relação ao total de nados mortos foi de 7.3% (14/193), o que
espelha a necessidade de aumentar a qualidade da atenção ao parto, visto que se a mulher
chegou a uma US com foco positivo e se é feito o diagnóstico precoce das complicações e o
tratamento e/ou referência são atempados e adequados, este recém-nascido deveria nascer
vivo.

Neste estudo, das 386 mortes maternas (81.8%) onde foi possível obter informação sobre a
condição do feto ou recém-nascido verificou-se que: em 46.63% dos óbitos, o recém-nascido
estava vivo na altura da morte da mãe; em 50% foi nado morto e em 3.37% o bebe nasceu vivo
mas morreu com menos de 24 horas.

A alta taxa de natimortalidade de 50% (193/386) ou de 500 por mil recém-nascidos encontrados
no estudo demonstra mais uma vez a ligação directa entre a condição e atenção prestada à mãe
e a condição final do recém-nascido.

Concordância em relação à causa de morte registada e a causa de morte avaliada


pelo inquiridor

Em 85.25% dos casos existe concordância entre a causa da morte registada no processo clínico
ou determinada pelo Comité de Auditoria de Mortes Maternas e a causa determinada pela
equipe de revisores/inquiridores gineco-obstetras, pediatras após a análise do processo clínico
e de outros registos disponíveis.

Qualidade dos cuidados prestados à mulher

A equipa de inquiridores determinou que em cerca de 50% dos casos, os cuidados prestados às
mulheres não foram adequados às necessidades destas e que 65.9% das mortes maternas
poderiam ser consideradas mortes evitáveis.

A análise por níveis de atenção revela que os centros de saúde apresentam a maior proporção e
os Hospitais Centrais a menor proporção de mortes maternas evitáveis, sendo que as mortes
consideradas evitáveis foram assim distribuídas: Hospitais Centrais [45.8% (93/203)], Hospitais
Provinciais e Gerais [72.7% (125/172)], Hospitais Rurais [68% (136/200)], Centros e Postos de
Saúde [81.4% (96/118)].

Factores que contribuíram para a Morte Materna

O factor mais frequentemente implicado na morte materna foi o atraso na chegada às US tendo
sido referenciado em cerca de 54.4% dos casos, seguida do atraso em receber os cuidados em
cerca de 28.2% dos casos. Referir que em algumas situações havia sobreposição entre os
diferentes factores de mais de um factor na mesma mulher.

30
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 8: Distribuição dos Factores que contribuíram para a morte materna por Província e por tipo
de unidade sanitária
Falta de
Atraso na profissionais
Atraso em
chegada a Falta de que possam
Provincia receber
unidade recursos prestar os
cuidados
sanitaria cuidados
necessarios

Niassa 34.7 38.8 8.2 2.0


Cabo Delgado 69.5 44.1 13.6 15.3
Nampula 58.1 46.6 13.5 10.8
Zambezia 57.1 25.7 25.7 25.7
Tete 54.3 22.9 14.3 8.6
Manica 52.4 28.6 2.4 0.0
Sofala 40.0 6.3 3.8 28.8
Inhambane 35.1 27.0 32.4 37.8
Gaza 61.7 23.3 6.7 5.0
Maputo Provincia 62.5 50.0 0.0 25.0
Maputo Cidade 60.5 12.9 2.4 4.8
Nivel de Atendimento
HC 66.5 25.6 8.9 5.9
HP+HG 52.6 34.9 9.7 9.7
HR 51.7 24.2 6.2 13.7
CS tipo I 42.5 31.9 22.1 31.0
CS tipo II, III, PS 30.0 10.0 50.0 20.0
Total 54.4 28.2 10.9 13.3

O atraso na identificação de factores de risco para a morte contribuiu com 21.9% das mortes
maternas. Por tipo de US, em 27.8% das mortes materna o atraso na identificação dos factores
de risco ocorreu a nível dos HC, seguidos dos HP (26.4%), dos CS tipo I (22.9%) e dos Hospitais
Rurais (HR) (20.8%). Na análise da identificação dos factores de risco para a morte em relação ao
total de mortes ocorridas em cada tipo de US, os CS tipo I (33%) apresentaram a percentagem
maior, seguidos dos HP/HG (28.4%), dos HC (20.8%) e dos HR (20.8%) (tabela 9).

Tabela 9: Atraso na identificação dos factores de risco de morte por nível de unidade sanitária

Atraso na Centro Centro Centro


Hospital Hospital Hospital Hospital
identificação de de de de Total
Central Geral Provincial Rural
factores de risco Saúde I Saúde II Saúde III

N 152 29 96 160 67 8 1 513


Não % Linha 29.6 5.7 18.7 31.2 13.1 1.6 0.2 100
% Coluna 79.2 90.6 71.6 84.2 67.0 100 100 78.1
N 40 3 38 30 33 0 0 144
Sim % Linha 27.8 2.1 26.4 20.8 22.9 0.0 0.0 100
% Coluna 20.8% 9.4 28.4 15.8 33.0 0.0 0.0 21.9
N 192 32 134 190 100 8 1 657
Total % Linha 29.2 4.9 20.4 28.9 15.2 1.2 0.2 100
% Coluna 100 100 100 100 100 100 100 100

31
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Mortes Neonatais
Define-se morte neonatal como a morte de um recém-nascido (RN) até 28 dias de vida e se esta
ocorrer até sete dias de vida designa-se morte neonatal precoce. Ao nível global cerca de 4
milhões de crianças morrem dentro das primeiras 4 semanas de vida (OMS 2006).

Doenças que afectam a mulher durante a gravidez, tais como a malária, sífilis, tuberculose, SIDA
e outras doenças infecciosas e não infecciosas tem o potencial de determinar o resultado final
da gravidez bem como a sobrevida do recém-nascido. Adicionalmente a estes factores que
afectam a mãe, doenças intrínsecas do próprio recém-nascido e sobretudo a qualidade da
atenção ao parto que a mulher tem acesso é responsável por uma grande proporção da
sobrevivência dos recém nascidos.

O acesso aos cuidados especializados durante o parto, o acesso a cuidados imediatos no


período pós parto bem como a atenção durante os primeiros dias de vida do recém-nascido são
determinantes para a sobrevivência do recém-nascido no período neonatal (OMS 2006).

O presente estudo faz um levantamento do nível da mortalidade neonatal institucional bem


como as condições existentes nestas US destinadas a atenção ao recém-nascido.

Distribuição das mortes neonatais por províncias e por níveis de atenção das
Unidades Sanitárias

Durante o período em análise ocorreram 2.484 óbitos neonatais com a distribuição ilustrada na
tabela 10. A Cidade de Maputo com 31.6% seguida de Sofala com 15.6% e Manica com 14.5%
são as províncias com mais casos referidos de Mortes Neonatais. Em média a taxa de
mortalidade neonatal institucional em Moçambique estima-se em cerca de 7.96 óbitos por
cada 1,000 nascimentos. A Cidade de Maputo apresenta a taxa mais elevada com 32.63 óbitos
em cada 1,000 nascimentos. Esta taxa devera ser discutida no contexto do Grande Maputo que
inclui a Cidade de Maputo e a Província de Maputo, dado que muitos dos casos de risco de
morte ao nível da Província são imediatamente transferidos para a Cidade de Maputo onde vem
a obitar. Fazendo a análise agregada da Cidade e Província de Maputo, esta taxa de mortalidade
neonatal situa-se em 16.9 por mil nascimentos.

Quando analisando a mortalidade neonatal institucional por tipo de US, são os HC (57.36/1,000
nascimentos) e os HP (27.06%), os que apresentam as taxas mais elevadas. Isto pode dever-se
ao facto de estas US receber os casos mais graves e por tanto, de maior risco de morte alem do
facto de haver provavelmente nestes níveis uma melhor notificação dos óbitos.

32
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 10: Distribuição de mortes neonatais por Província e por tipo de unidade sanitária

Província Frequência % Partos Tx MN Intra hospitalar


/1000 Nascimentos
Niassa 212 8.5 19,269 11.00
Cabo Delgado 52 2.1 20,713 2.51
Nampula 260 10.5 26,201 9.92
Zambézia 119 4.8 40,249 2.96
Tete 63 2.5 13,384 4.71
Manica 361 14.5 41,191 8.76
Sofala 387 15.6 22,712 17.04
Inhambane 45 1.8 57,881 0.78
Gaza 174 7 22,544 7.72
Maputo Província 25 1 23,918 1.05
Maputo Cidade 786 31.6 24,089 32.63
Tipo de US
Hospital Central 1,261 50.8 21,983 57.36
Hospital Geral 20 0.8 23,219 0.86
Hospital Provincial 639 25.7 23,617 27.06
Hospital Rural 350 14.1 47,668 7.34
Centro de Saúde 214 8.6 195,664 1.09
Total 2,484 100.0 312,151 7.96

Causas de Mortes Neonatais

Constituem principais causas de morte neonatal institucional: a prematuridade em 50%


(1,228/2,475), asfixia grave 32% (792/2,475), sépsis neonatal 29% (727/2,475),
broncopneumonia 13% (317/2,475) e a hipoglicemia 10% (245/2,475).

Gráfico 9 Causas de mortes neonatais (%)

Tétano neonatal 0%
Kernicterus 0%
Causa Desconhecida 1%
Diarreia com desidratação grave 1%
Sindrome de aspiração meconial 1%
Meningite 2%
Traumatismo obstétrico devido ao parto 2%
Anemia 3%
Malformações congénita 4%
Malária 4%
Hipotermia 5%
PIG (pequeno para idade gestacional) 6%
Hipoglicemia 10%
BPN / Pneumonia Aspirativa 13%
Sépsis neonatal 29%
Asfixia Grave 32%
Prematuridade 50%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

(n= 2475)

33
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Período da ocorrência da Morte Neonatal

Nas primeiras 24 horas após o parto ocorrem cerca de 32% das mortes neonatais e 49% entre o
primeiro e o sétimo dia de vida isto significa que ceca de 81% das mortes neonatais ocorrem na
1ª semana de vida.
Gráfico 10: Período de ocorrência das Mortes Neonatais (%)

1%
18%

49%

32%

Morte Neo-Natal (entre 1 a 7dias) Morte Neo-Natal (< de 1 dia/24)


Morte Neo-Natal (entre 8 a 28 dias) Morte (>28 dias)

Período de ocorrência da morte neonatal por causa


A asfixia e a hipotermia são as principais causas de morte durante as primeiras 24 horas de vida
e vai reduzindo o seu peso ao longo dos dias subsequentes enquanto que a sépsis neonatal tem
o seu pico depois da primeira semana de vida ate aos 28 dias onde esta é responsável pela
morte de 34.2% das crianças.

Gráfico 11: Período de ocorrência da morte neonatal por causa de morte

100%
42.4 17.5 0.6
35.4

80% 10.9
38.3
1.2
45.7
17.5
Percentagem

60% 51.2

25.7

15.1 45.7 1.5


40% 34.2

30.3
47.9
20% 0.6
17.3
41.8
46.2
0.5
7.1
0%
<de 1 dia (24 horas) (entre 1 a 7 dias) (entre 8 a 28 dias) (>28 dias)

Asfixia Prematuridade Sépsis Neonatal BPN/Pneumonia Aspirativa Hipotermia Hipoglicemia

34
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Distribuição de mortes por tipo de Unidade Sanitária e causas de mortes

Local do Parto

Analisando o local de parto dos óbitos neonatais constata-se que a maior parte dos recém
nascidos, 84%, o parto ocorreu ao nível das US, em cerca de 14% o parto ocorreu em casa e 1.5%
a caminho da US.

Gráfico 12: Local de partos dos casos de mortes neonatais (%)

14%
2%

84%

Em casa No caminho a US Unidade Sanitaria

Idade gestacional dos óbitos neonatais

Em 56.7% dos casos, a morte ocorreu em recém nascidos prematuros com idade gestacional
entre as 28 e 37 semanas de gestação e 8% dos óbitos ocorreram em recém-nascidos com idade
gestacional inferior a 28 semanas de gestação.

Gráfico 13: Idade gestacional nos casos de óbitos neonatais

100%
90%
80%
70%
60%
50% 56.7%
40%
30% 34.6%
20%
10% 8.2% 0.5%
0%
Idade gestacional <28 Idade gestacional Idade gestacional Idade gestacional >42
semanal entre 28-37 semanas entre 37-42 semanas semanas

35
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Peso ao nascer dos casos de mortes neonatais

Cerca de 66% dos casos de óbitos neonatais nasceram com peso inferior a 2,500 gramas.
Embora este dado possa ser explicado pela ocorrência de muitos partos prematuros, é
importante notar que existem diferenças substanciais entre as províncias quanto a prevalência
do baixo peso ao nascer.

Tabela 11: Peso ao nascer dos casos de mortes neonatais


<1,500gr 1,500-2499 gr >=2,500
Província Total
N % N % N %
Niassa 53 32.5 35 21.5 75 46.0 163
Cabo Delgado 0 0.0 8 36.4 14 63.6 22
Nampula 73 36.5 48 24.0 79 39.5 200
Zambézia 16 17.2 16 17.2 61 65.6 93
Tete 5 11.4 12 27.3 27 61.4 44
Manica 151 46.0 76 23.2 101 30.8 328
Sofala 114 35.6 123 38.4 83 25.9 320
Inhambane 12 36.4 4 12.1 17 51.5 33
Gaza 32 20.9 31 20.3 90 58.8 153
Maputo Província 2 8.7 3 13.0 18 78.3 23
Maputo Cidade 396 55.2 169 23.6 152 21.2 717
País 854 40.7 525 25.0 717 34.2 2096

Cuidados imediatos na sala de partos prestados ao recém-nascido

No presente estudo verificou-se que cerca de 76.5% dos recém nascidos beneficiam-se de
aquecimento para a prevenção da hipotermia e a aspiração de secreções foi feita a cerca de
76.9%.

No que se refere ao cuidado com o cordão umbilical, apenas cerca de 17,04% de RN vivos
receberam cuidados adequados ao cordão umbilical. Esta percentagem é pior nas US mais
periféricas.

As normas nacionais recomendam que após o nascimento, o recém-nascido seja limpo e seco.
Neste estudo constatou-se que apenas 20.7% (365/1,762) dos recém nascidos receberam este
cuidado, 26.6% receberam pomada oftálmica e apenas 23.3% foi-lhes administrada a vitamina K.

Tabela 12: Cuidados imediatos ao recém-nascidopor tipo de unidade sanitária


Tipo de US Pomada Vitamina K Limpar e secar Cuidados com
oftálmica o RN cordão

N % N % N % N %
Hospital Central
370 29.7 363 29.1 287 23 287 13.4
Hospital Geral 2 10 1 5 3 15 3 0.1
Hospital Provincial 41 22.5 19 10.4 38 20.9 36 1.7
Hospital Rural 26 13.9 22 11.9 19 10.1 21 1.0
CS tipo I, II, III, HD 29 23.2 4 3.2 18 14.4 19 0.9
Total
468 26.6 409 23.3 365 20.7 366 17.04

36
Em relação as medidas de reanimação do recém-nascidos, que tiveram acesso a medidas de
reanimação, a ventilação com recurso ao ambú foi a acção mais frequente em 77% seguida da
administração da glicose hipertónica em 74.8% e administração do oxigénio em 72.2%. (tabela
12).

O uso do ambú no processo de reanimação do recém nascido é uniforme nos diferentes tipos de
US do sistema, enquanto que quanto mais baixo o nível de atenção da US menor o uso da
massagem cardíaca bem como de medicamentos.

Tabela 13: Cuidados de reanimação do recém-nascido

Recebeu Foi feita Foi feita Bicarbonato


Tipo de Foi feita Glicose
Oxigénio ventilação massagem de sódio a
US adrenalina hipertónica
(sonda O2) (AMBÙ) cardíaca 4.2%

N % N % N % N % N % N %
HC 2 6.7 67 95.7 36 83.7 15 88.5 46 88.5 27 64.3
HP 3 10.7 48 92.3 28 77.8 20 58.8 27 77.1 16 53.3
HR 8 26.7 14 41.2 22 66.7 20 64.5 22 64.7 8 25.8
CS 6 25.0 4 14.8 21 77.8 23 82.1 15 57.7 3 10.7
Total 19 17.0 133 72.7 107 77.0 78 63.9 110 74.8 54 41.2

37
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Indicadores dos Cuidados Obstétricos de Emergência


A OMS estima que cerca de 15% do total de grávidas esperadas de uma população desenvolvem
em algum momento da gravidez complicações que podem colocar a mulher em perigo de vida
(OMS 2009).

Quando estas complicações surgem, é importante que a mulher tenha acesso a um serviço de
saúde com cuidados obstétricos de emergência que oferecem acções que salvam vida.

Para avaliar a disponibilidade dos cuidados obstétricos de emergência, a OMS, UNFPA, UNICEF e
AMDD desenvolveram uma lista de indicadores de funções vitais convencionados de
indicadores de Cuidados Obstétricos de Emergência (COEm) que podem ser básicos (COEmB)
ou completos( COEmC).

De acordo com a definição ICD-10 (WHO 1992), morte materna directa é a morte resultante de
complicações obstétricas durante o estado de gravidez (gravidez, parto e puerpério), devidas a
intervenções, omissões, tratamentos incorrectos, ou devidas a uma série de eventos
resultantes de qualquer uma das situações acima descritas.

De acordo com a definição ICD-10, morte materna indirecta é morte resultante de doenças
anteriores ou doenças que se tenham desenvolvido durante a gravidez e não devidas a causas
obstétricas directas, mas que foram agravadas pelos efeitos fisiológicos da gravidez.

Indicadores 1 e 2 dos Cuidados Obstétricos de Emergência:

Disponibilidade de COEm

De acordo com o manual das Nações Unidas (N1), para cada 500.000 habitantes, deve existir um
mínimo de cinco US que ofereçam COEm, incluindo uma US que ofereça COEmC.

Considerando o manual das NU, Moçambique, com uma população de 20.530.715 habitantes,
deve ter no mínimo 205 US que prestem COEm, incluindo pelo menos 41 US que ofereçam
COEmC. Como demonstra esta avaliação, Moçambique tem 78 US que prestamI COEm, das
quais 33 oferecem COEmC e 45 US oferecem COEmB. Isto significa que na altura da avaliação de
necessidades, o país tinha 38% do número mínimo recomendado de US a prestarem COEmB, e
80% do número mínimo recomendado para US a prestarem COEmC. Setenta e sete por cento
das US em Moçambique foram classificadas como "não prestando COEm" porque na altura da
avaliação, não tinham prestado uma ou mais das funções vitais definidas para os COEm.

Nenhuma província tinha o número mínimo recomendado de US com COEm para o tamanho da
sua população, contudo Inhambane, Niassa e Sofala tinham cerca de três quartos do número
mínimo recomendado. Quatro províncias (Gaza, Inhambane, Maputo Cidade e Sofala) tinham
pelo menos o número mínimo recomendado de US a prestarem COEmC.

38
1
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 14: Disponibilidade de US que prestam serviços de COEm (Indicador de COEm No. 1 & 2)
Recomendado1 Encontrado Indicador
N° N°
mínimo mínimo N° de US N° de US N° de US % da % da
de US de US com com com Meta de Meta de
Província População
com com COEm COEm COEm COEm em COEm
COEm COEm (completo completo básico geral completo
(completo completo + básico) cumprida cumprida
+ básico)
Niassa 1,178,117 11 a 12 2a3 9 2 7 76% 85%
Cabo Delgado 1,632,809 16 a 17 3a4 4 3 1 24% 92%
Nampula 4,076,642 40 a 41 8a9 14 4 10 34% 49%
Zambézia 3,892,854 38 a 39 7a8 9 2 7 23% 26%
Tete 1,832,339 18 a 19 3a4 4 3 1 22% 82%
Manica 1,418,927 14 a 15 2a3 6 1 5 42% 35%
Sofala 1,654,163 16 a 17 3a4 12 7 5 73% 212%
Inhambane 1,267,035 12 a 13 2a3 10 3 7 79% 118%
Gaza 1,219,013 12 a 13 2a3 7 5 2 57% 205%
Maputo P 1,259,713 12 a 13 2a3 0 0 0 0% 0%
Maputo C 1,099,103 11 2a3 3 3 0 27% 136%
Nacional 20,530,715 205 a 206 41 a 42 78 33 45 38% 80%
(**Os dados foram ponderados e arredondados, pelo que o total nacional apresentado em algumas colunas
provavelmente não seja o somatório da coluna)

Três quartos dos hospitais estudados ofereciam tanto COEm básicos como completos; 72%
ofereciam COEmC e 1 Hospital Geral oferecia COEmB. Dois Hospitais Gerais e nove Hospitais
Rurais não prestavam nem COEm básicos nem completos. Apenas 7% dos Centros de Saúde (I, II
ou III) ofereciam COEmB e nenhum Posto de Saúde prestava COEm.

Tabela 15: Disponibilidade de COEm por tipo de unidade sanitária


Situação COEm COEm
Tipo de Unidade Sanitária Sem COEm Total
desconhecida Básicos Completos
Hospital Central 0 0 0 3 3
Hospital Geral 0 2 1 3 6
Hospital Provincial 0 0 0 8 8
Hospital Rural 1 9 0 20 30
Centro de Saúde tipo I 4 86 34 0 124
Centro de Saúde tipo II 58 269 8 0 335
Centro de Saúde tipo III 23 172 3 0 198
Posto de Saúde 37 136 0 0 173
Total 123 674 46 34 877
(**Os dados foram ponderados e arredondados)

Disponibilidade das funções vitais dos COEm por tipo de US

As decisões estratégicas sobre como actualizar as US para que elas possam prestar todo o leque
de serviços que salvam a vida das mulheres, podem ser tomadas considerando a informação
recolhida da análise das "funções vitais" para verificar quais não estão a ser prestadas. Uma
análise desta natureza é extremamente útil visto que revela os problemas do sistema e pode
constituir o primeiro passo para determinar possíveis soluções.
1
No. Mínimo é uma recomendação de OMS, UNFPA, UNICEF, AMDD. 2009. Monitoring EmOC - A Handbook.

39
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Disponibilidade das funções vitais dos COEm nos Hospitais

A avaliação de necessidades mostra que todos os HC e HP oferecem o pacote completo de


funções vitais dos COEmC. Um HG e quatro HR não realizaram uma das funções e poderiam ser
facilmente actualizados para prestar COEmC:

No HG de Marrere em Nampula não teve capacidade para fazer cirurgia nos três meses
?
anteriores à avaliação;
O HR de Mocimboa da Praia em Cabo-Delgado não realizou partos vaginais assistidos
?
nos três meses anteriores à avaliação;
No HR de Alto Molocué e HR de Mocuba na Zambézia não administraram
?
anticonvulsivantes parenterais nos três meses anteriores à avaliação;
No HR de Xinavane na Província de Maputo não foi feita remoção manual da placenta
?
nos três meses anteriores à avaliação;

Os outros HR que não foram classificados nem como US com COEmB nem como US com COEmC
ofereceram entre 5 a 7 das funções vitais. As funções vitais que mais faltaram nos HR foram a
administração de anticonvulsivantes parenterais, parto vaginal assistido e capacidade para
realizar cirurgia.

Gráfico 14: Percentagem de hospitais que oferecem cada uma das funções vitais de COEm

. Intervenções cirurgicas
Transfussão de sangue
Ressucitação Neo -natal com Ambu e Máscara
Partos vaginais assistidos
Remoção de produtos retidos
Funções Vitais

Remoção manual da placenta


Anti-convulsivantes parenterais
Oxitócicos parenterais
Antibioticos parenterais

0 20 40 60 80 100
%

Hospitais Centrais (n=3) Hospitais Gerais (n=6) Hospitais Provinciais (n=8) Hospitais Rurais (n=29)

Nos hospitais que prestaram COEmB, as categorias de trabalhadores encontrados incluem:


obstetra, médico de clínica geral, enfermeira de saúde materna infantil (ESMI) nível médio,
ESMI nível básico, parteira elementar, técnico de cirurgia, técnico de medicina, e nos hospitais
gerais também o técnico de anestesia.

Nos HC, o obstetra e médico de clínica geral são as únicas categorias de trabalhadores que
oferecem COEmC. A nível de alguns HP e HR, para além do obstetra e do médico de clínica geral,
o técnico de cirurgia também presta COEmC nestas US.

40
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Disponibilidade das funções vitais dos COEm nos Centros de Saúde e Postos de Saúde

Na altura da avaliação de necessidades, os CS tipo I mostraram estar a diferentes níveis em relação a


provisão das funções vitais. Trinta e um por cento (n=37) dos CS tipo I ofereciam 8 das 9 funções
vitais dos COEm(com excepção da cesariana). As províncias da Zambézia (n=8) e Inhambane (n=6)
tiveram a maior parte dos CS tipo I a oferecerem 8 das 9 funções vitais, enquanto que as províncias
do Niassa e Sofala tiveram cada uma cinco CS tipo I a oferecerem 8 das nove funções vitais. Maputo
Cidade e a Província de Maputo foram as províncias que não tiveram CS tipo I a oferecerem 8 das 9
funções vitais. Um adicional de 23% (n=27) de CS tipo I ofereciam 7 das 9 funções vitais e 13% (n=15)
ofereciam 6 das 9 funções vitais, parto vaginal assistido (43%), transfusão de sangue (40%) e
remoção manual da placenta (37%).

Os CS tipo II mostraram tambem defirentes niveis de provisão das funções vitais. Só 4% (n=11) dos
CS tipo II ofereciam 8 das 9 funções vitais e 3% (n=8) ofereciam 7 das 9 funções vitais. As provincias
de Manica (n=3), Nampula (n=5), Niassa (n=2), Tete (n=6) e Zambezia (n=3) possuem CS tipo II que
ofereciam 7 das 8 funções vitais. Veinte sete por cento dos CS tipo II ofereciam 5 ou 6 funções vitais
e 15% (n=40) dos CS tipo II não ofereciam nenhuma função vital. Nos CS tipo II as funções vitais que
mais faltaram, alem das cesarianas e da transfussão de sangue que nao sao funções normalmente
oferecidos neste nivel, foram o parto vaginal assistido (79%), a administração parenteral de
anticonvulsantes (79%) e a remoção manual da placenta (69%).

A maior parte dos CS tipo III oferecia seis ou menos funções vitais. Três CS tipo III ofereciam 8 das 9
funções vitais, e todos estes na Província de Nampula. Onze por cento (n=18) dos CS tipo III
ofereciam seis funções vitais, e 10% (n=17) ofereciam 5 funções vitais. A província de Gaza tinha 26
CS tipo III que ofereciam entre quatro a seis funções vitais. Dezasseis por cento dos CS tipo III não
ofereciam nenhuma função vital. As funções vitais que mais faltaram foram o parto vaginal assistido
(89%), administração parenteral de anticonvulsivantes (81%) e a remoção manual da placenta
(74%).

Os PS ofereciam cinco ou menos funções vitais. Cinquenta e seis por cento (n=75) dos PS ofereciam
uma ou duas funções vitais, e 19% (n=25) não ofereciam nenhuma função vital dos COEm. Oito por
cento dos PS ofereciam cinco funções vitais, estando estes PS localizados na Província e Cidade de
Maputo. Nos PS as funções vitais que mais faltaram foram a administração parenteral de
anticonvulsivantes (93%), parto vaginal assistido (87%) e a remoção manual de produtos retidos
(85%).
Gráfico 15: Percentagem de Centros de Saúde (CS tipo I, CS tipo II e CS tipo III) e Postos de Saúde que
ofereciam as diferentes funções vitais dos COEm.

0
Transfussão de sangue 6
12
59
0
Ressucitação Neo -natal com Ambu e Máscara 6
12
59
13
Partos vaginais assistidos 11
21
57
Funções Vitais

15
Remoção de produtos retidos 34
40
89
17
Remoção manual da placenta 26
31
63
7
Anti-convulsivantes parenterais 19
21
68
63
Oxitócicos parenterais 74
76
97
34
Antibioticos parenterais 46
58
91

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
%

CS tipo I CS tipo II CS tipo III Posto Saúde

41
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Análise da distribuição na provisão das funções vitais para Cuidados Obstétricos


de Emergência

Administração parenteral de oxitócicos

Das US que faziam a administração parenteral de oxitócicos, a maior parte utilizou o fármaco
recomendado (Oxitocina). Contudo, algumas US na província do Niassa, Sofala, Maputo Cidade
e Cabo-Delgado utilizaram ambos fármacos.

Tabela 16: Distribuição das unidades sanitárias que administraram oxitócicos parenterais, por tipo de
Oxitócico, por Província e por tipo de unidade sanitária
Nº de US que
Província administravam Oxitocina Metilergometrina Ambos
Oxitócicos
Niassa 24 38% 0% 63%
Cabo-Delgado 63 84% 5% 11%
Nampula 95 98% 0% 2%
Zambézia 59 93% 0% 7%
Tete 74 100% 0% 0%
Manica 58 100% 0% 0%
Sofala 31 58% 10% 32%
Inhambane 62 100% 0% 0%
Gaza 61 97% 0% 3%
Maputo Província 57 100% 0% 0%
Maputo Cidade 10 70% 0% 30%
Tipo de US
Hospital Central 3 67% 0% 33%
Hospital Geral 6 50% 0% 50%
Hospital Provincial 5 80% 0% 20%
Hospital Rural 28 75% 0% 25%
Centro de Saúde tipo I 119 83% 0% 17%
Centro de Saúde tipo II 223 94% 1% 4%
Centro de Saúde tipo III 127 98% 2% 0%
Posto de Saúde 79 100% 0% 0%
Nacional 594 92% 1% 7%
(Dados Ponderados)

Administração parenteral de anticonvulsivantes

Das US que faziam administração de anticonvulsivantes, somente 18% utilizou o fármaco


recomendado, 71% utilizavam Diazepan, as restantes utilizavam tanto Diazepan como Sulfato
de Magnésio.

42
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 17: Distribuição das unidades sanitárias que administraram anticonvulsivantes parenterais, por tipo de
anti-convulsivante, por Província e por tipo de US

US que
administravam Sulfato de
Província Diazepan Ambos
anticonvulsivantes Magnésio
parenterais
Niassa 21 33% 43% 24%
Cabo Delgado 39 0% 87% 13%
Nampula 58 17% 57% 26%
Zambézia 29 0% 100% 0%
Tete 37 11% 89% 0%
Manica 24 38% 63% 0%
Sofala 31 3% 74% 23%
Inhambane 24 21% 58% 21%
Gaza 44 20% 80% 0%
Maputo Província 31 48% 52% 0%
Maputo Cidade 9 22% 78% 0%
Tipo de US
Hospital Central 3 33% 0% 67%
Hospital Geral 6 33% 50% 17%
Hospital Provincial 6 67% 17% 17%
Hospital Rural 28 21% 39% 39%
Centro de Saúde tipo I 98 28% 58% 14%
Centro de Saúde tipo II 117 10% 83% 7%
Centro de Saúde tipo III 65 12% 88% 0%
Posto de Saúde 28 18% 82% 0%
Nacional 347 18% 71% 11%

Remoção de produtos retidos

A nível nacional, a aspiração manual foi a técnica mais utilizada para a remoção de produtos
retidos da concepção, no entanto cerca de um terço das US reportaram que utilizavam uma
combinação de aspiração manual e curetagem. Em relacão ao tipo de US é nas de menor nível
onde é usada mais a curetagem CS tipo I(17%), CS tipo II(18%) e PS(20%).

43
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 18: Distribuição de unidades sanitárias que faziam remoção de produtos retidos da concepção, por
método, por Província e por tipo de unidade sanitária
Nº total
de US que
Ambos
faziam
Aspiração Aspiração (aspiração
Província remoção Curetagem
manual eléctrica e
de
curetagem)
produtos
retidos
Niassa 19 21% 5% 11% 63%
Cabo Delgado 32 16% 0% 41% 44%
Nampula 64 59% 19% 9% 13%
Zambézia 21 86% 10% 5% 0%
Tete 39 21% 0% 21% 59%
Manica 21 5% 5% 38% 52%
Sofala 31 48% 13% 10% 29%
Inhambane 26 50% 4% 8% 38%
Gaza 43 35% 60% 0% 5%
Maputo Província 25 92% 0% 8% 0%
Maputo Cidade 8 38% 38% 0% 25%
Tipo de US
Hospital Central 3 0% 67% 0% 33%
Hospital Geral 5 0% 40% 0% 60%
Hospital Provincial 4 25% 25% 0% 50%
Hospital Rural 23 22% 13% 4% 61%
Centro de Saúde tipo I 100 36% 14% 17% 33%
Centro de Saúde tipo II 117 50% 4% 18% 28%
Centro de Saúde tipo III 63 49% 37% 5% 10%
Posto de Saúde 15 80% 0% 20% 0%
Nacional 329 43% 15% 14% 28%
(Dados Ponderados)

Transfusão de sangue

Um total de 149 US reportou que fazia transfusão de sangue, sendo Nampula a província com o
maior número de US (35) a fazerem transfusão de sangue, e a Província e Cidade de Maputo
com o menor número (respectivamente 2 US e 3US).

A nível nacional apenas 7% de todas as US que oferecem transfusão de sangue utiliza um Banco
de sangue central; 46% utiliza sangue que é colhido dos laboratórios de própria US e 36% das US
reportaram que quando era necessário utilizavam sangue colhido de familiares e amigos das
pacientes, principalmente na Província do Niassa onde 83% das US reportaram que utilizavam
sangue colhido desta forma. O uso de sangue colhido de repositores representa um risco
acrescido para a transmissão do HIV.

44
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 19: Distribuição de unidades sanitárias que ofereciam transfusão de sangue, por proveniencia do
sangue, por Província e tipo de unidade sanitária

Nº total de US O sangue O sangue vem O sangue


que realizam vem de um do laboratório é colhido
Província transfusão Banco de da própria US de familiares
de sangue sangue e amigos
central (se necessário)

Niassa 18 6% 6% 83%
Cabo Delgado 16 0% 6% 69%
Nampula 35 3% 26% 57%
Zambézia 16 6% 44% 44%
Tete 12 8% 67% 8%
Manica 12 25% 75% 0%
Sofala 17 0% 94% 0%
Inhambane 9 0% 89% 0%
Gaza 9 22% 78% 0%
Maputo Província 2 0% 100% 0%
Maputo Cidade 3 33% 33% 0%
Tipo de US
Hospital Central 3 67% 0% 0%
Hospital Geral 4 0% 50% 0%
Hospital Provincial 4 50% 25% 0%
Hospital Rural 27 11% 59% 7%
Centro de Saúde tipo I 71 3% 51% 42%
Centro de Saúde tipo II 27 0% 30% 59%
Centro de Saúde tipo III 11 0% 55% 45%
Posto de Saúde 0 0% 0% 0%
Nacional 149 7% 46% 36%
(Dados Ponderados)

Anestesia

Das US avaliadas, 43 reportaram que faziam anestesia. A Província de Sofala apresenta o maior
número de US que tinham capacidade para fazer anestesia (10 US), com todas as outras
províncias tendo entre 2 a 5 US a oferecerem anestesia. A maioria das US (78%) fazia tanto
raqui-anestesia, Ketamina ou uma combinação das duas.

45
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 20: Distribuição de unidades sanitárias que ofereciam anestesia( por tipo), por Província e por tipo de
unidade sanitária
Ttipo de anestesia oferecida na unidade sanitária
Opção 1 & 2 &
Raquianestesia Ketamina Opção 1 & 2 Opção 1 & 2 & 3
3&4
Provincia N° % N° % N° % N° % N° %
Niassa 0 0,0 1 50,0 0 0,0 0 0,0 1 50,0
Cabo delgado 1 25,0 0 0,0 2 50,0 1 25,0 0 0,0
Nampula 0 0,0 0 0,0 4 80,0 1 20,0 0 0,0
Zambézia 1 17,1 0 0,0 2 34,2 0 0,0 0 0,0
Tete 0 0,0 0 0,0 1 33,3 2 66,7 0 0,0
Manica 1 50,0 0 1 50,0 0 0,0 0 0,0
Sofala 1 5,9 0 0,0 5 29,5 1 5,9 0 0,0
Gaza 0 0,0 0 0,0 1 50,0 0 0,0 1 50,0
Inhambane 1 25,0 0 0,0 4 75,0 0 0,0 0 0,0
Maputo Província 0 0,0 0 0,0 2 100,0 0 0,0 0 0,0
Maputo Cidade 0 0,0 0 0,0 3 100,0 0 0,0 0 0,0
Tipo de US
Hospital Central 0 0,0 0 0,0 3 100,0 0 0,0 0 0,0
Hospital Geral 0 0,0 0 0,0 3 100,0 0 0,0 0 0,0
Hospital Provincial 1 26,9 0 0,0 1 25,2 1 21,5 1 26,5
Hospital Rural 4 15,7 1 4,6 16 60,2 4 15,6 1 4,0
Centro de Saúde tipo I 0 0,0 0 0,0 1 100,0 0 0,0 0 0,0
Centro de Saúde tipo II 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0
Centro de Saúde tipo III 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0
Total 5 10,6 1 2,4 24 47,6 5 10,0 2 4,5
(dados Ponderados)
Nota: Opção 1: anestesia geral; opção 2: raquianestesia; opção 3: ketamina; opção 4: epidural

Utilização dos serviços

De forma a reduzir a mortalidade maternal e neonatal, não é só importante que estejam


disponíveis serviços que salvam vidas e que estes sejam acessíveis, mas é também importante
que estes sejam utilizados pelas mulheres e recém-nascidos que sofrem complicações.

Indicador No. 3 dos Cuidados Obstétricos de Emergência: proporção de partos


atendidos em US com COEm e em todas as US

O MISAU tem como meta assegurar, que até 2015, sessenta e seis por cento (66%) de todos os
partos ocorram numa instituição de saúde e sejam atendidos por pessoal qualificado. Em
condições óptimas, estes partos devem ocorrer numa US que pode tratar complicações
obstétricas se estas ocorrerem. Por esta razão é importante não só monitorar o progresso em
relação à meta de 66% estabelecida, mas também monitorar que proporção destes partos
ocorrem em US que oferecem ou prestam Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos.

Mais de metade dos partos esperados em Moçambique ocorrem nas US, contudo apenas 17%
destes acontecem em US que oferecem o pacote completo das funções vitais dos COEm. Quatro
províncias (Gaza, Manica, Maputo Cidade e Niassa) já ultrapassaram a meta de 66% de partos
institucionais estabelecida pelo MISAU para 2015. Contudo, a maioria destes partos em
Moçambique foram atendidos em US onde pelo menos uma das funções vitais dos COEm não
era oferecida.

46
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 21: Proporção de partos atendidos em unidade sanitária com COEm e em todas as unidades
sanitárias, por Província
No de partos US com COEm Todas as US
Província População o o
esperados* N de partos % de partos N de partos % de partos
Niassa 1,178,117 47,125 13,883 29% 33,287 71%
Cabo Delgado 1,632,809 65,312 6,582 10% 32,303 49%
Nampula 4,076,642 163,066 24,451 15% 75,306 46%
Zambézia 3,892,854 155,714 9,376 6% 67,247 43%
Tete 1,832,339 73,294 6,903 9% 43,063 59%
Manica 1,418,927 56,757 14,643 26% 50,085 88%
Sofala 1,654,163 66,167 16,138 24% 34,130 52%
Inhambane 1,267,035 50,681 11,880 23% 27,118 54%
Gaza 1,219,013 48,761 13,779 28% 35,476 73%
Maputo Província 1,259,713 50,389 0 0% 24,945 50%
Maputo Cidade 1,099,103 43,964 23,336 53% 42,931 98%
Nacional 20,530,715 821,229 140,971 17% 465,890 57%
(*Número de partos esperados = população X 4.5%; Nota: As percentagens e os números absolutos estão
ponderados).

Indicador No. 4 dos Cuidados Obstétricos de Emergência: Necessidades


Satisfeitas para COEm em US com COEm e em todas as US

As necessidades satisfeitas para COEm constituem um indicador da utilização dos serviços de


saúde pelas mulheres que desenvolvem complicações obstétricas durante a gravidez, parto e
período do pós-parto. Estima-se que cerca de 15% das mulheres grávidas desenvolverão
complicações obstétricas directas. No entanto, para reduzir a mortalidade materna, deve-se
assegurar que 100% destas mulheres recebam cuidados e tratamento de boa qualidade em US
que ofereçam o pacote completo das funções vitais dos COEm.

As complicações obstétricas maiores que estão incluídas no cálculo das necessidades satisfeitas
para os COEm são: hemorragia (ante e pós parto), sépsis, parto prolongado/obstruído, pré-
eclampsia severa/eclampsia,complicações de aborto, ruptura do útero e gravidez ectópica.

A avaliação de Necessidades revelou que em Moçambique, 20% das mulheres com


complicações obstétricas foram tratadas numa US, das quais 11% em US que ofereciam o
pacote completo de serviços dos COEm. Isto significa que 80% das mulheres com potenciais
complicações que ameaçam a sua vida não receberam serviços em nenhuma US na altura da
avaliação, e apenas uma pequena proporção foi tratada em US que ofereciam o pacote
completo de serviços de emergência. As necessidades satisfeitas para os COEm em US com o
pacote completo de COEm variam entre um mínimo de 2% em Tete a 41% na Cidade de Maputo.
Sofala apresentou a segunda maior proporção de necessidades satisfeitas para COEm (26%).

47
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 22: Proporção de mulheres que se espera que tenham complicações obstétricas que foram tratadas em unidades
sanitárias com COEm e em todas as unidades sanitárias, por Província (Necessidade Satisfeita para os COEm)
US com COEm Todas as US
No de o
N de mulheres o
N de mulheres
No de partos
Província complicações com Necessidade com Necessidade
esperados
esperadas* complicações Satisfeita complicações Satisfeita
directas directas
Niassa 47,125 7,069 561 8% 1,073 15%
C. Delgado 65,312 9,797 843 9% 1,754 18%
Nampula 163,066 24,460 2,110 9% 3,391 14%
Zambézia 155,714 23,357 919 4% 2,04 9%
Tete 73,294 10,994 180 2% 677 6%
Manica 56,757 8,514 708 8% 1,930 23%
Sofala 66,167 9,925 2,626 26% 3,247 33%
Inhambane 50,681 7,602 1,578 21% 2,335 31%
Gaza 48,761 7,314 1,535 21% 2,910 40%
Maputo P 50,389 7,558 0 0% 2,029 27%
Maputo C 43,964 6,595 2,686 41% 3,467
9 53%
Nacional 821,229 123,184 13,746 11% 24,862 20%

(Nota: As percentagens e os números absolutos estão ponderados) (*15% dos partos esperados)

Das mulheres que receberam tratamento para complicações obstétricas directas em US, 24%
foram tratadas nos CS tipo I, 17% foram tratadas nos HR e 15% foram tratadas nos três HC.

Gráfico 16: Proporção do tratamento de complicações obstétricas por tipo de unidades sanitárias

8% 4%
24%
10%

10%
17%
12%
15%

Centro de Saúde tipo I [n=125] Hospitais Rurais [n=30]


Hospitais Centrais [n=3] Centro de Saúde tipo II [n=335]
Hospitais Gerais [n=6] Centro de Saúde tipo III [n=198]
Hospitais Provinciais [n=8] Postos de Saúde [n=173]

Trinta e quatro por cento das complicações obstétricas directas tratadas foram diagnosticadas
como trabalho de parto prolongado e obstruído; 13% como complicações de aborto e 12%
como hemorragia ante-parto.

48
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Gráfico 17: Tipo de complicações obstétricas tratadas (%)

6% 4%
21%
7%
7%

8% 13%

9%
13%
12%

Trabalho de Parto Prolongado Complicações do Aborto


Trabalho de Parto Obstruido Hemorragia Ante-Parto
Gravidez Ectópica Hemorragia Pós-Parto
Pré-Eclampsia Severa Eclampsia
Sepsis Ruptura do Ùtero

Indicador No. 5 dos Cuidados Obstétricos de Emergência: proporção de partos


por cesarianas em relação ao total de partos esperados em US com COEm e em
todas as US, por Província

A percentagem de cesarianas em relação ao total de partos esperados é um indicador que


mostra tanto o funcionamento das US assim como em que medida os serviços críticos para
salvar vidas estão a ser utilizados. O Manual dos COEm (WHO 2009) refere que esta proporção
não deve ser menor do que 5% nem maior do que 15%.

Em Moçambique, a avaliação de necessidades mostra que 2,2% dos partos esperados foram
cesarianas. Esta percentagem está abaixo do mínimo recomendado de 5% e sugere que muitas
mulheres não receberam os cuidados que necessitavam. A única província em Moçambique
que estava dentro do leque de percentagens recomendado foi Maputo Cidade, todas as outras
estavam abaixo de 5%.

Trinta e quatro por cento dos partos por cesariana em Moçambique foram realizados nos três
HC e 27% foram realizados nos HR.

49
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 23: Proporção de partos por cesariana em relação ao total de partos esperados, em US com COEm e em
todas as unidades sanitárias, por província (Indicador Nº5 dos COEm)
US com COEm Todas as US
Província N° de partos N° de cesarianas % de partos por N° de % de partos por
esperados cesariana cesarianas cesariana
Niassa 47,125 696 1.5% 696 1.5%
Cabo Delgado 65,312 992 1.5% 1,064 1.6%
Nampula 163,066 2,557 1.6% 2,853 1.7%
Zambézia 155,714 668 0.4% 1,184 0.8%
Tete 73,294 563 0.8% 639 0.9%
Manica 56,757 999 1.8% 1,108 2.0%
Sofala 66,167 1,839 2.8% 1,839 2.8%
Inhambane 50,681 1,321 2.6% 1,323 2.6%
Gaza 48,761 1,272 2.6% 1,272 2.6%
Maputo Província 50,389 0 0.0% 363 0.7%
Maputo Cidade 43,964 5,566 12.7% 5,566 12.7%
Nacional 821,229 16,472 2.0% 17,907 2.2%
(Nota: As percentagens e os números absolutos estão ponderados)

Qualidade dos cuidados prestados

Os serviços dos COEm não só precisam de estar disponíveis e de serem utilizados pelas
mulheres que experimentam complicações obstétricas, mas também precisam de ser
prestados com boa qualidade. A capacidade das US e habilidade dos profissionais de saúde de
responderem rápida e efectivamente as emergências obstétricas que aconteçam, pode ser a
linha que separa a vida da morte de muitas mulheres e dos seus bebes.

Indicador No. 6 dos Cuidados Obstétricos de Emergência: Taxa de Letalidade


das Complicações Obstétricas Directas (TLCOD)

A taxa de letalidade por complicações obstétricas directas (TLCOD) é utilizada para estimar a
qualidade dos serviços de COEm através do cálculo da percentagem de mulheres com
complicações obstétricas que foram tratadas nas US e que morreram. O manual dos COEm
recomenda um máximo de 1% para a TLCOD.

De Novembro de 2006 a Outubro de 2007, 1.281 mortes maternas foram registadas em todas as
US e 813 nas US que prestaram Cuidados Obstétricos de Emergência (dados ponderados). A
TLCOD geral em todas as US foi de 5.2%, o que excede o máximo recomendado no manual dos
COEm (1%). A TLCOD nas US que ofereciam COEm foi um pouco mais alta (5.9%). A maior TLCOD
em US com COEm foi registada na província de Tete (87.5%). Esta alta taxa de letalidade das
complicações em Tete, reflecte o baixo registo das complicações obstétricas nas US desta
província, seguida de Maputo Cidade (10.6%), enquanto que as taxas mais baixas foram
registadas nas províncias de Gaza (2.1%) e Sofala (2.3%).

50
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 24: Taxa de letalidade por complicações obstétricas directas em unidades sanitárias com
COEm e em todas as unidades sanitárias, por Província (Indicador Nº 6 dos COEm)
US com COEm Todas as US
No de No de
Mortes Mortes
mulheres mulheres
maternas maternas
com com
Província por causas TLCOD por causas TLCOD
complicações complicações
obstétricas obstétricas
obstétricas obstétricas
directas directas
directas directas
Niassa 561 41 7.2% 1,073 67 6.2%
Cabo Delgado 843 49 5.8% 1,754 131 7.4%
Nampula 2,110 87 4.1% 3,391 124 3.6%
Zambézia 919 33 3.6% 2,049 112 5.5%
Tete 180 157 87.5% 677 252 37.2%
Manica 708 28 3.9% 1,930 42 2.2%
Sofala 2,626 60 2.3% 3,247 135 4.1%
Inhambane 1,578 43 2.8% 2,335 75 3.2%
Gaza 1,535 32 2.1% 2,910 41 1.4%
Maputo Província 0 0 0% 2,029 19 0.9%
Maputo Cidade 2,686 284 10.6% 3,467 284 8.2%
Nacional 13,746 813 5.9% 24,862 1,282 5.2%
(Nota: As percentagens e os números absolutos estão ponderados)

Como mostra o gráfico a seguir as complicações com as taxas mais altas de letalidade são:
eclampsia, hemorragia pós-parto, trabalho do parto prolongado, ruptura uterina e
hemorragia ante-parto.

Gráfico 18: Taxa de letalidade por complicações obstétricas directas

4% 3%
16%
9%

9%
14%

9%

14%
11%
11%

Eclampsia Sepsis Pós-Parto


Trabalho de Parto Prolongado ou arrastado Complicações do Aborto
Hemorragia Pós-Parto Gravidez Ectópica
Ruptura do Ùtero Trabalho de Parto Obstruido
Hemorragia Ante-Parto Pré-Eclampsia Severa

51
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

A taxa de letalidade por causa específica, nas US com COEm, foi alta para a ruptura do útero
cerca de 17.1% e para a sépsis pós-parto em mais de 15.2%. A eclampsia (13.5%) e a hemorragia
pós-parto (12.3%) também apresentaram taxas de letalidade específicas muito altas nas
unidades que ofereciam COEm.

Uma grande parte das mulheres que foram classificadas com roturas uterinas muito
provavelmente morreram como consequência da hemorragia que se sobrepõe a rotura. Isto
leva a crer claramente que a hemorragia é de longe a maior causa de mortes maternas no país.

Tabela 25: Taxa de letalidade por causas específicas em unidades sanitárias com COEm - Nacional

US com COEm Todas as US


o o o o
N de N de Taxa de N de N de Taxa de
Causa mulheres mortes Letalidade mulheres com mortes letalidade
com maternas complicações maternas
complicações

Hemorragia ante-parto 1,878 72 3.8% 3,052 137 4.5%


Hemorragia pós-parto 585 72 12.3% 1,883 179 9.5%
Trabalho de parto prolongado
2,141 63 3.0% 5,245 174 3.3%
ou arrastado
Trabalho de parto obstruído 1,985 32 1.6% 3,334 52 1.6%
Rupturas uterinas 650 111 17.1% 943 140 14.8%
Sépsis pós-parto 613 93 15.2% 1,441 121 8.4%
Pré-eclampsia severa 1,037 22 2.1% 1,687 43 2.6%
Eclâmpsia 1,328 180 13.5% 1,822 206 11.3%
Abortos complicados 2,362 82 3.5% 3,192 112 3.5%
Gravidez ectópica 1,167 86 7.4% 2,263 120 5.3%
Total 13,746 813 5.9% 24,862 1,284 5.2%
(Nota: As percentagens e os números absolutos estão ponderados)

52
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

A fiabilidade da TLCOD depende da qualidade e do preenchimento correcto das fichas de


recolha e reporte dos dados de mortes maternas e das complicações obstétricas. Se são
registadas poucas mortes maternas, a qualidade dos cuidados pode parecer falsamente muito
boa e a TLCOD pode ser artificialmente baixa. Da mesma forma, se foram registadas poucas
complicações obstétricas, a TLCOD pode ser artificialmente alta. Nesta avaliação de
necessidades, foi observado que o registo nas fichas de recolha de dados era pobre e que tanto
as mortes maternas como as complicações obstétricas não foram correctamente registadas.
Desta forma a TLCOD deve ser interpretada com algum cuidado.

Indicador dos COEm No. 7: Taxa de mortalidade fetal intra-parto e de mortalidade


neonatal precoce

A proporção de bebés que morrem nas US durante o período intra-parto é um indicador da


qualidade dos cuidados/serviços que estão a ser prestados. Quando os cuidados durante o
trabalho de parto e o parto são apropriados e atempados, muitas mortes fetais intra-parto e
mortes neonatais precoces podem ser prevenidas.

A taxa geral de mortes fetais intra-parto e de mortes neonatais precoces em todas as US foi de
1%. Nas US com COEm, esta taxa foi mais alta, cerca de 2.4%. A Província de Inhambane
apresentou a taxa mais alta com 10.4% nas US com COEm e 4.6% em todas as US, seguida da
Província de Nampula com 3.0% nas US com COEm. Estas mortes, tal como as mortes maternas,
não são muitas vezes correctamente registadas, pelo que estes dados devem ser interpretados
com algum cuidado. Analisando estas taxas por tipo de US, os HC tiveram as taxas mais altas de
mortes fetais intra-parto e mortes neonatais precoces (3.3%) seguidos dos HR (3.0%).

Tabela 26: Taxa de mortalidade fetal intra-parto e neonatal precoce por Província
US com COEm Todas as US
No de nados
No de nados
mortos c/ foco Taxa de Taxa de
mortos recentes
positivo à Mortalidad Mortalidade
Província (foco positivo a
entrada) + No. e Fetal No de Fetal Intra-
No de partos entrada) + No. de
de mortes Intra-Parto partos Parto e
morte neonatais
neonatais e Neonatal Neonatal
precoces (<24
precoces (<24 Precoce Precoce
horas)
horas)
Niassa 13,883 256 1.8% 33,287 375 1.1%
C. Delgado 6,582 149 2.3% 32,303 306 0.9%
Nampula 24,451 741 3.0% 75,306 844 1.1%
Zambézia 9,376 54 0.6% 67,247 237 0.4%
Tete 6,903 16 0.2% 43,063 253 0.6%
Manica 14,643 253 1.7% 50,085 356 0.7%
Sofala 16,138 180 1.1% 34,130 246 0.7%
Inhambane 11,880 1,234 10.4% 27,118 1,251 4.6%
Gaza 13,779 374 2.7% 35,476 627 1.8%
Maputo P 0 0 0% 24,945 94 0.4%
Maputo C 23,336 138 0.6% 42,931 190 0.4%
Nacional 140,971 3,395 2.4% 465,890 4,780 1.0%

53
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 27: Taxa de mortalidade fetal intra-parto e neonatal precoce por tipo de unidade sanitária

No de mortes fetais intra- Taxa de mortalidade


parto e mortes neonatais No. de partos fetal Intra -parto e
precoces neonatal precoce
Hospital Central 733 21,983 3.3%
Hospital Geral 332 29,499 1.1%
Hospital Provincial 671 26,835 2.5%
Hospital Rural 1,555 52,299 3.0%
Centro de Saúde tipo I 803 114,088 0.7%
Centro de Saúde tipo II 301 129,823 0.2%
Centro de Saúde tipo III 323 51,654 0.6%
Posto de Saúde 61 39,709 0.2%
Total 4,780 465,890 1.0%
(Nota: As percentagens e os números absolutos estão ponderados).

54
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Recursos Humanos 1

Introdução

A disponibilidade de recursos humanos suficientes e capacitados para provisão dos serviços de


Saúde Materno Infantil representa um dos maiores constrangimentos para o alcance dos
Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM 4 & 5).

Como parte do pacote da avaliação das necessidades para os serviços materno - infantis foram
estudados numa amostra de unidades sanitárias (415) os recursos humanos que providenciam
estes serviços, vide tabela abaixo.

Tabela 28: Número de unidades sanitárias estudadas por nível e por província

Hospital Hospital Hospital Hospital CS CS CS PS Total


Província
Central Geral Provincial Rural tipo I tipo II tipo III
Niassa 0 0 1 0 10 4 2 22 39
Cabo Delgado 0 0 1 3 14 17 4 1 40
Nampula 1 2 0 4 24 22 6 2 61
Zambézia 0 0 1 3 15 27 4 1 51
Tete 0 0 1 3 10 13 7 4 38
Manica 0 0 1 1 6 10 3 11 32
Sofala 1 0 0 4 9 6 16 0 36
Inhambane 0 0 1 2 12 18 4 7 44
Gaza 0 0 1 4 7 1 20 5 38
Maputo P 0 0 0 1 5 4 6 12 28
Maputo C 1 3 0 0 3 0 0 1 8
TOTAL 3 5 7 25 115 122 72 66 415

Durante o período em análise existiam 12,689 trabalhadores de saúde nas 415 unidades
sanitárias para a análise dos recursos humanos. A maior concentração do pessoal de saúde
encontrou-se nas capitais provinciais onde existem hospitais centrais: Cidade de Maputo
(2,762), Nampula (2,017) e Sofala (1,871). A categoria de pessoal que se espera realizar
cesarianas (gineco-obstetras; cirurgiões; técnicos de cirurgia e de obstetrícia) está melhor
representada na Cidade de Maputo (41), e nas províncias de Nampula (17), Sofala (16),
enquanto que as províncias mais desfavorecidas são: Província de Maputo (2), Manica (3) e
Niassa (6) (tabela 28). A Cidade de Maputo é a que tem mais pediatras enquanto que as
províncias de Maputo e Manica não têm nenhum. Este facto demonstra uma grande
desigualdade na distribuição dos recursos existentes no país.

4Os dados deste capítulo não foram ponderados já que se trata de uma análise da disponibilidade de recursos humanos, e a ponderação poderá

em certa medida distorcer a real situação, uma vez que já foi observado que a distribuição do pessoal não é equitativa em Moçambique, sendo
por exemplo as provincias da Zambézia e Nampula aquelas que possuem uma menor razão população/trabalhador de saúde.

55
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 29: Número total de trabalhadores de saúde por categoria e por província

ESMI-Básica Part-
ESMI-Super ESMI-

De trabalhadores
Enferm; Ag-Med
Ginec; Cirug;

Médico C.Geral

Tecn Labo; Ag.


Tecn-Cirurg

Outros: Serv;
Tecn instrum
Ped; Neonat

Med.Anest;
Nr.

Tecn Med;
TecnAnest

Auxiliares
Província US

média,

TOTAL
Elem

Labo
Niassa 39 6 2 103 15 34 4 31 161 349 705
Cabo Delgado 40 10 3 130 7 52 14 40 197 372 825
Nampula 61 17 6 304 19 91 20 60 508 795 1,820
Zambézia 51 12 3 158 19 79 18 66 331 694 1,380
Tete 38 10 2 112 10 36 15 41 230 297 753
Manica 32 3 0 109 4 26 5 18 135 159 459
Sofala 36 16 7 144 15 48 21 36 368 928 1,583
Inhambane 44 11 2 183 7 38 8 34 214 497 994
Gaza 38 10 2 102 11 41 11 37 199 439 852
Maputo P 28 2 0 93 2 29 3 22 118 333 602
Maputo C 8 41 20 224 11 119 26 79 547 1,649 2,716
TOTAL 415 138 47 1,662 120 593 145 464 3,008 6,512 12,689

Para assegurar os Cuidados Obstétricos de Emergência Completos além do pessoal habilitado a


realizar cesarianas, a presença de médicos ou técnicos de anestesia, técnicos ou enfermeiros
instrumentistas, bem como o pessoal do laboratório é indispensável. Depois da Cidade de
Maputo, as províncias de Nampula e Zambézia são as que tem mais pessoal nestas categorias .

O Serviço Nacional de Saúde continua ainda a depender de muitas parteiras e enfermeiros/as


elementares. As províncias de Nampula seguida de Inhambane são aquelas que possuem o
maior número destes profissionais. O número de cirurgiões no país ainda é baixo, duas
províncias não tem cirurgião, a Província de Maputo e a de Manica. Na Cidade de Maputo não
foram incluídos os cirurgiões que trabalham no Hospital Central de Maputo, porque a colheita
de dados focalizou-se na maternidade.

Tabela 30: Número de trabalhadores de saúde em algumas categorias nas unidades


sanitárias estudadas
Médico de Clínica

trabalhadores
Tecn Med Cur
Ginecologista

Técnico cirur

elementares
ESMI medio

ESMI basico

Província Nr.
TOTAL de
Cirurgião

Parteiras
Obstetra

Pediatra

US
Geral

Niassa 39 1 2 2 8 3 26 12 41 49 183
Cabo Delgado 40 3 2 3 16 5 36 32 67 30 234
Nampula 61 5 5 6 36 7 55 60 110 134 479
Zambézia 51 3 4 3 26 5 53 36 86 33 300
Tete 38 3 2 2 13 5 23 18 68 26 198
Manica 32 2 0 0 10 1 16 20 56 33 170
Sofala 36 6 5 7 20 5 28 45 80 19 251
Inhambane 44 2 2 1 13 7 25 23 67 92 276
Gaza 38 3 2 2 14 5 27 24 59 19 193
Maputo P 28 0 0 0 10 2 19 23 44 26 152
Maputo C 8 26 4 20 99 11 20 62 145 17 412
TOTAL 415 54 28 46 265 56 328 355 823 478 2,848

(NB: não estão incluídos os médicos cirurgiões do Hospital Central de Maputo)

56
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

No país existem muito poucos médicos anestesistas, esta falta é minimizada pela existência dos
técnicos e enfermeiros anestesistas.

Tabela 31: Número de trabalhadores de saúde por categorias e por Províncias

instrumentista

trabalhadores
Enferm basic

elementares
Enfermeiros
Anestesista

Técnico de
Nr.

anestesia

TOTAL de
Província
Medico

Técnico

Enferm
US

gerais
Niassa 39 1 14 4 28 61 40 187
Cabo Delgado 40 0 7 14 44 85 29 219
Nampula 61 2 17 20 120 219 113 552
Zambézia 51 1 18 18 40 202 44 374
Tete 38 1 9 15 31 146 22 262
Manica 32 0 4 5 11 56 36 144
Sofala 36 1 14 21 87 206 32 397
Inhambane 44 0 7 8 37 96 49 241
Gaza 38 0 11 11 33 94 28 215
Maputo P 28 0 2 3 16 61 19 129
Maputo C 8 3 8 26 140 373 15 573
TOTAL 415 9 111 145 587 1599 427 3,293

Os médicos especialistas estão geralmente concentrados nos HC. A maior parte do pessoal do
nível médio, básico e elementar está concentrado nos centros e postos de saúde.

Tabela 32: Número de trabalhadores de saúde por categoria e por tipo de unidade sanitária
ESMI Superi. Media

Técnicos e agentes

Outros: Med-Prev;
Geral Técnico de

Serv; Auxiliares
Medi de Clinica
Neonatologista

de Laboratório
instrumentista
Parte.Element
Med. Anestes
Gine.obstetra
Medi.Cirug;iõ
Tecn. Cirurgia

Tecn.Anestes

Tipo de
Enfermeiros;

Nr.
Agentes de

US
Medicina

Medicina
Pediatra;

US
Técnico
Basica,

TOTAL

HC 3 35 22 223 24 129 46 62 720 1977 3238


HG 6 28 10 121 14 37 10 48 175 514 957
HP 7 31 12 131 40 67 41 93 343 937 1695
HR 25 30 3 217 32 94 46 85 444 793 1744
CS tipo I 114 10 0 608 10 229 2 149 973 1747 3728
CS tipo II 122 3 0 217 0 16 0 13 197 294 740
CS tipo III 72 0 0 82 0 11 0 7 81 123 304
PS 66 0 0 63 0 10 0 7 75 127 282
TOTAL 415 137 47 1,662 120 593 145 464 3008 6,512 12,688

(NB: não estão incluídos os médicos cirurgiões do Hospital Central de Maputo)

57
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Recursos humanos treinados para prestar Cuidados Obstétricos de Emergência


Básicos

Os médicos de clínica geral treinados para prestar COEmB representam 20% do total existente,
os técnicos de medicina 12.2% e as ESMI 19.4%. A Província de Tete (9.3%) é aquela que tem a
menor percentagem de ESMI treinadas a prestar os COEmB, enquanto que Gaza tem a maior
percentagem (36.1%). De referir que algumas parteiras elementares também foram treinadas
(8.2%), em particular nas províncias de Cabo Delgado e Inhambane.

Tabela 33: Categoria de trabalhadores de saúde treinados para prestar COEmB por província

Médico de Clínica Geral ESMI Médio e Básico Técnico de Medicina Parteiras Elementares
Nr. US
Província
existente

existente

existente

existente
t reinado

t reinado

t reinado

t reinado
total

total

total

total


% % % %

Niassa 39 2 8 25.0 10 53 18.9 3 26 11.5 2 49 4.1


Cabo Delgado 40 5 16 31.3 29 99 29.3 4 36 11.1 6 30 20.0
Nampula 61 9 36 25.0 42 170 24.7 6 55 10.9 14 134 10.4
Zambézia 51 8 26 30.8 22 122 18.0 2 53 3.8 1 33 3.0
Tete 38 1 13 7.7 8 86 9.3 3 23 13.0 0 26 0.0
Manica 32 7 10 70.0 21 76 27.6 7 16 43.8 4 33 12.1
Sofala 36 4 20 20.0 27 125 21.6 4 28 14.3 36 1 19
Inhambane 44 7 13 53.8 24 90 26.7 5 25 20.0 3 92 3.3
Gaza 38 6 14 42.9 30 83 36.1 4 27 14.8 4 19 21.1
Maputo P 28 4 10 40.0 7 67 10.4 2 19 10.5 1 26 3.8
Maputo C 8 0 99 0.0 9 207 4.3 0 20 0.0 3 17 17.6
Total 415 53 265 20.0 229 1178 19.4 40 328 12.2 39 478 8.2

58
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Mapa 1: Distribuição das enfermeiras de saúde materno infantil do nível básico e médio treinadas a prestar
cuidados obstétricos básicos de emergência por província

CABO DELGADO
NIASSA

NAMPULA
TETE

ZAMBEZIA

MANICA

SOFALA

<10%
10-20%
INHAMBANE 21-30%
GAZA 31-40%

MAPUTO
CIDADE DE MAPUTO

A tabela a seguir apresenta a distribuição do pessoal treinado em COEmB por categoria


profissional. A maior parte do pessoal treinado está concentrado nos centros de saúde. O
número dos médicos de clínica geral colocados nos HC inclui os médicos que estão em pós-
graduação no Hospital Central do Maputo.

Tabela 34: Distribuição dos trabalhadores de saúde treinados para prestar COEmB por tipo de
unidades sanitárias

Nº Médicos de clínica Nº ESMI nível médio Nº Técnicos de


geral e básico Medicina
Nr.
Tipo de US
existente

existente

existente

US
treinado
treinado

treinado
N° total

N° total

N° total

% % %

HC 3 2 110 1.8 3 223 1.3 0 19 0.0


HG 6 0 15 0.0 6 96 6.3 1 22 4.5
HP 7 1 34 2.9 12 123 9.8 1 33 3.0
HR 25 17 38 44.7 39 160 24.4 2 56 3.6
CS tipo I 114 30 57 52.6 124 384 32.3 32 172 18.6
CS tipoII 122 2 5 40.0 21 115 18.3 3 11 27.3
CS tipo III 72 1 4 25.0 18 51 35.3 1 7 14.3
PS 66 0 2 0.0 6 26 23.1 0 8 0.0
Total 415 53 265 20.0 229 1178 19.4 40 328 12.2

59
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Recursos humanos treinados para prestar Cuidados Obstétricos de Emergência


Completos

A tabela a seguir mostra a categoria de trabalhadores treinados em COEmC. Em relação aos


médicos de clínica geral no país só foram treinados 5% (13/265), tendo sido a Província de
Manica aquela que treinou mais (20%), seguida de Inhambane (16.3%); as províncias que
menos treinaram foram a Zambézia com apenas 3.8%, e Niassa que não treinou nenhum. As
províncias de Nampula (57.1%) e Sofala (80.0%) são as que apresentam maior número de
técnicos de cirurgia treinados para prestar COEmC.

Tabela 35: Categoria de trabalhadores de saúde treinados e para prestar COEmC por Província

Médico Clínica Geral Técnico Cirurgia

existente

existente
treinado

treinado
Província Nr. US

total

total
% %

Niassa 39 0 8 0.0 0 3 0.0


Cabo Delgado 40 1 16 6.3 0 5 0.0
Nampula 61 2 36 5.6 4 7 57.1
Zambézia 51 1 26 3.8 1 5 20.0
Tete 38 1 13 8.2 1 5 20.0
Manica 32 2 10 20.0 1 1 100.0
Sofala 36 2 20 10.0 4 5 80.0
Inhambane 44 2 13 16.3 1 7 14.3
Gaza 38 1 14 8.4 3 5 60.0
Maputo P 28 1 10 10.0 1 2 50.0
Maputo C 8 0 99 0.0 0 11 0.0
Total 415 13 265 5.0 16 56 30.4

Mapa 2 e 3: Médicos de clínica geral treinados para prestar COEmC e técnicos de cirurgia treinados para prestar
COEmC por Provincia
MÉDICOS DE CLÍNICA GERAL TREINADOS PARA PRESTAR COEmC TÉCNICOS DE CIRURGIA TREINADOS PARA PRESTAR COEmC

CABO DELGADO CABO DELGADO


NIASSA NIASSA

NAMPULA NAMPULA
TETE TETE

ZAMBEZIA ZAMBEZIA

< 5% 0-10%
SOFALA 5--10% SOFALA 11-20%
MANICA 16-20% MANICA 50-60%
> 61%

INHAMBANE INHAMBANE
GAZA GAZA

MAPUTO MAPUTO
CIDADE DE MAPUTO CIDADE DE MAPUTO

60
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Recursos humanos treinados para prestar cuidados de reanimação ao recém-


nascido

Nas 415 US estudadas foram identificadas 46 médicos pediatras, dos quais só 19.6% (9/46)
participaram numa formação em trabalho sobre a reanimação do recém-nascido. A maior parte
dos pediatras esta concentrada na Cidade de Maputo (20), havendo províncias sem nenhum
pediatra (Manica e Província de Maputo). No que diz respeito ao treinamento dos pediatras, a
Cidade de Maputo apesar de existirem 20 pediatras, não treinou nenhum. As províncias de
Inhambane (100%); 1/1) e Zambézia (66.7%; 2/3), são as que treinaram mais pediatras (tabela
36). Os médicos de clínica geral participaram no treinamento em 23%, os níveis mais baixos de
participação aconteceram na Cidade de Maputo com apenas 1% e na província de Tete com
7.7%. O nível mais alto foi na Província de Manica com 70%. As enfermeiras de saúde materno
infantil de nível básico e médio tiveram uma participação em 25.6%, esta percentagem foi maior
nas províncias de Gaza (39.8%), Manica (38.2%) e Cabo Delgado (37.4%) e inferior na Cidade de
Maputo com apenas 7.2%.

Tabela 36: Distribuição dos trabalhadores de saúde treinados e autorizados para fazer reanimação
neonatal por Província
Medico de Clínica Técnico de Parteiras Téc de Cirurgia e
Província Gine-obstétra Pediatra ESMI Médio e Básico
Geral Medicina elementares Anestesia
existente

existente

existente

existente

existente

existente

existente
treinado

treinado

treinado

treinado

treinado

treinado

treinado
% % % % % % %

Niassa 1 1 100 1 2 50.0 3 8 37.5 12 53 22.6 3 26 11.5 6 49 12.2 0 17 0.0


Cabo Delgado 1 3 33.3 1 3 33.3 6 16 37.5 37 99 37.4 6 36 16.7 16 30 53.3 2 12 16.7
Nampula 2 5 40.0 2 6 33.3 12 36 33.3 51 170 30.0 8 55 14.5 37 134 27.6 7 24 29.2
Zambézia 1 3 33.3 2 3 66.7 8 26 30.8 32 122 26.2 6 53 11.3 8 33 24.2 5 23 21.7
Tete 1 3 33.3 1 2 50.0 1 13 7.7 15 86 17.4 4 23 17.4 1 26 3.8 3 14 21.4
Manica 1 2 50.0 0 0 0.0 7 10 70.0 29 76 38.2 9 16 56.3 10 33 30.3 3 5 60.0
Sofala 1 6 16.7 0 7 0.0 5 20 25.0 30 125 24.0 4 28 14.3 3 19 15.8 6 19 31.6
Inhambane 1 2 50.0 1 1 100.0 7 13 53.8 27 90 30.0 5 25 20.0 17 92 18.5 4 14 28.6
Gaza 2 3 66.7 1 2 50.0 6 14 42.9 33 83 39.8 5 27 18.5 8 19 42.1 6 16 37.5
Maputo P 0 0 0.0 0 0 0.0 5 10 50.0 21 67 31.3 3 19 15.8 11 26 42.3 3 4 75.0
Maputo C 2 26 7.7 0 20 0.0 1 99 1.0 15 207 7.2 0 20 0.0 5 17 29.4 5 19 26.3
TOTAL 13 54 24.1 9 46 19.6 61 265 23.0 302 1,178 25.6 53 328 16.2 122 478 25.5 44 167 26.3

61
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

A distribuição do pessoal treinado para realizar a reanimação neonatal por US mostrou que nos
centros e postos de saúde as enfermeiras de SMI e as parteiras elementares constituem a maior
percentagem do pessoal treinado para realizar esta intervenção.
Tabela 37: Categoria de trabalhadores de saúde treinados para fazer reanimação neonatal por tipo de
unidade sanitária
Gineco-Obstetra ;
Médico de C. ESMI Média e Parteira
Pediatra Téc. Med. Tec Cir. Téc
Geral Básica Elementar
Anestesia
Tipo de US
Existente

Existente

Existente

Existente

Existente
Existente
Treinado

Treinado

Treinado

Treinado

Treinado

Treinado
% % % % % %

Hospital Central 3 110 2.7 1 22 4.5 0 19 0.0 4 223 1.8 0 0 0.0 7 47 14.9
Hospital Geral 1 15 6.7 0 10 0.0 1 22 4.5 10 96 10.4 5 25 20.0 6 35 17.1
Hospital Provincial 1 34 2.9 5 11 45.5 1 33 3.0 12 123 9.8 2 6 33.3 13 54 24.1
Hospital Rural 20 38 52.6 3 3 100.0 9 56 16.1 44 160 27.5 14 56 25.0 28 62 45.2
CS tipo I 33 57 57.9 0 0 0.0 36 172 20.9 147 384 38.3 51 221 23.1 3 19 15.8
CS tipo II 2 5 40.0 0 0 0.0 4 11 36.4 45 115 39.1 29 102 28.4 0 0 0.0
CS tipo III 1 4 25.0 0 0 0.0 1 7 14.3 26 51 51.0 13 31 41.9 0 0 0.0
Posto de Saúde 0 2 0.0 0 0 0.0 1 8 12.5 14 26 53.8 8 37 21.6 0 0 0.0
TOTAL 61 265 23.0 9 46 19.6 53 328 16.2 302 1178 25.6 122 478 25.5 57 217 26

Recursos humanos treinados para prestar tratamento de fístulas obstétricas

Dos 18 trabalhadores de saúde treinados e autorizados a realizar reparações de fístulas


obstétricas simples, 6 trabalham nos HR, 4 nos HC e 3 nos HG e HP e finalmente 2 nos CS tipo I. O
único médico de clínica geral treinado para reparar fístulas obstétricas encontra-se no Hospital
Central da Beira. As províncias de Niassa, Cabo-Delgado, Inhambane e Maputo Província não
possuem nenhum profissional treinado nesta área havendo por outro lado uma maior
concentração deste pessoal na Cidade de Maputo, embora seja importante realçar que nesta
análise foi excluído o pessoal que trabalha no Serviço de Urologia do Hospital Central de
Maputo.

Tabela 38: Categoria de trabalhadores de saúde treinados para realizar reparações simples de fístulas
obstétricas por província
Província Médico de Técnico de
Nr. US Obstetra TOTAL
Clínica Geral Cirurgia
Niassa 39 0 0 0 0
Cabo Delgado 40 0 0 0 0
Nampula 61 1 0 1 2
Zambézia 51 1 0 1 2
Tete 38 1 0 0 1
Manica 32 1 0 1 2
Sofala 36 1 1 1 3
Inhambane 44 0 0 0 0
Gaza 38 1 0 0 1
Maputo Província 28 0 0 2 2
Maputo Cidade 8 3 0 2 5
TOTAL 415 9 1 8 18

62
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Recursos humanos que assistem partos e realizam cesarianas

A Tabela 39 apresenta o número de cesarianas e de partos efectuados nas unidades sanitárias


estudadas neste módulo durante o período de um ano por nível de atenção. A média nacional de
partos por enfermeira de SMI foi de 180, tendo sido maior na Província da Zambézia com 261,
seguida de Manica (240) e Gaza (223). Foi menor na Província de Inhambane (105), seguida de
Maputo (144). A maior média de partos por ano, por enfermeira SMI ocorre nos HR (228) e a menor
média nos HC (99).

A média anual de cesarianas por profissional foi 122. A maior média anual de cesarianas foi na
Província de Manica, onde teoricamente 3 profissionais realizaram 886 cesarianas com uma média
de 295. A menor média foi observada na Província de Tete (60). No global o maior número de
cesarianas foi observado na Cidade de Maputo (5,566) com uma média de 136. Quanto aos
hospitais a média de cesarianas é maior nos HC (176) e inferior nos CS (14).

Tabela 39: Média de partos e cesarianas por categoria profissional por tipo da unidade sanitária
TOTAL de Cesariana

Cirug; Tecn Cirurg/


Ginec; Cirug; Tecn-

CESARIANAS /ANO

elementar)/PARTO
(média, básica) e
Obst; ESM-Med;

TOTAL de Partos
ESM-Sup; Tecn-
MEDIA Ginec;

% Cesarianas
MEDIA ESMI
Part-Elem
ESM-Bas;

parteira

/Partos
Cirurg

/ANO
-

Província Nr. US

Niassa 39 6 566 94 103 20,713 201 2.7


Cabo Delgado 40 10 1,064 106 130 22,544 173 4.7
Nampula 61 17 2,853 168 304 58,052 191 4.9
Zambézia 51 12 1,184 99 158 41,191 261 2.9
Tete 38 10 597 60 112 24,089 215 2.5
Manica 32 3 886 295 109 26,201 240 3.4
Sofala 36 16 1,596 100 144 24,093 167 6.6
Inhambane 44 11 1,247 113 183 19,269 105 6.5
Gaza 38 10 1,087 109 102 22,712 223 4.8
Maputo Província 28 2 242 121 93 13,424 144 1.8
Maputo Cidade 8 41 5,566 136 224 40,249 180 13.8
TOTAL 415 138 16,888 122 1,662 312,537 188 5.4

Disponibilidade de recursos humanos para provisão dos serviços nas unidades


sanitárias durante os dias da semana

Foi feita uma análise para verificar a disponibilidade dos serviços durante os dias laboraveis,
sábados, domingos e feriados, durante o dia e durante a noite. A disponibilidade dos serviços foi
considerada presencial, se o provedor esteve presente durante o período em causa no seu local
de trabalho, foi considerada de chamada, se o provedor teve que se deslocar da sua residência
ou de um outro local para atender a chamada do serviço, e foi considerado ausente, se não
esteve ninguém colocado nessa US para prover o serviço. Verificou-se que não existem grandes
diferenças na provisão presencial dos serviços quer seja de 2ª a 6ª feira a noite, ou durante os
sábados, domingos ou feriados. A presença física do pessoal nos períodos atrás mencionados é
cerca de metade em relação ao período diurno de 2ª a 6ª feira.

Ao nível do País a assistência ao parto foi o serviço com a maior percentagem de pessoal
disponível para trabalhar em regime presencial durante o período diurno de 2ª a 6ª feira
(93.5%). Comparativamente, só 9.6% do pessoal com competência para realizar uma cesariana
trabalha em regime presencial no mesmo período referido acima em todas as US estudadas.
Refira-se que esta análise engloba todas as US, incluindo aquelas que não tem a capacidade
cirúrgica.

63
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 40: Disponibilidade de pessoal para trabalhar nas unidades sanitárias ao longo da semana
por tipo de serviço

Segunda a sexta Sábado Domingos e feriados


% US com RH disponível de dia

% US sem RH disponível de dia

% US com RH disponível de

% US sem RH disponível de

domingo / feriado de noite

domingo / feriado de noite


domingo / feriado de dia

domingo / feriado de dia


% US com RH disponível

% US com RH disponível

% US com RH disponível

% US com RH disponível
% US sem RH disponível

% US sem RH disponível

% US sem RH disponível

% US sem RH disponível
sábado a noite

sábado a noite
noite de 2ª-6ª

noite de 2ª-6ª

sábado de dia

sábado de dia
Nacional
de 2ª-6ª

de 2ª-6ª
N= 415 US

Partos
93.5 3.4 52.3 2.9 59.8 1.7 50.8 1.0 51.6 1.0 51.1 1.7
normais
COEmB 54.7 41.0 34.0 41.0 34.0 40.2 29.9 40.2 30.6 40.2 30.4 39.8
Cesarianas 9.6 87.2 4.8 86.3 5.1 87.2 2.9 87.5 3.1 87.7 3.1 88.2
Cuidados de
urgência ao 62.9 34.7 36.6 34.2 39.3 33.7 34.5 33.5 33.5 33.3 33.7 33.5
RN
Transfusão
32.5 64.8 17.8 65.1 19.0 64.8 17.3 65.8 17.1 65.1 17.1 65.8
de sangue
Medicação
relacion. 65.8 32.0 40.5 30.8 43.1 30.8 39.0 30.6 38.6 31.1 38.6 30.6
c/COEm
Anestesia 13.0 85.8 7.0 86.7 7.0 87.0 5.3 87.5 5.5 87.5 5.1 88.0
Reparar
equipamento
e resolver 13.7 80.7 7.0 82.2 7.2 81.9 5.8 81.9 5.8 82.4 5.3 82.9
problemas de
electricidade

A análise da disponibilidade de pessoal para prover os serviços por província mostrou que em
relação a assistência ao parto quase todas as províncias possuem pessoal presente durante o
dia de 2ª a 6ª. Excepção deverá ser feita à Província do Niassa que tem o valor mais baixo
(79.5%). Quanto ao pessoal presente para realizar cesarianas, a Cidade de Maputo é aquela que
possui uma maior percentagem (37.5%) e a Província de Inhambane que possui menor (4.5%).

Tabela 41: Disponibilidade presencial de pessoal nas unidades sanitárias durante o "DIA"
de segunda a sexta-feira por Província por tipo de serviço
Reparar equipamentos e
Cuidados de urgência ao

Medicação relacionada

resolver problemas de
transfusão de sangue
laboratoriais como
Partos normais

recém-nascido

electricidade
Actividades

com COEm
Cesarianas

Anestesia
COEmB

Província Nr. US

Niassa 39 79.5 38.5 17.9 33.3 41 43.6 17.9 20.5


C. Delgado 40 87.5 82.5 7.5 75 40 85 17.5 17.5
Nampula 61 93.4 57.4 13.1 80.3 34.4 68.9 16.4 19.7
Zambézia 51 92.2 49 9.8 4.2 37.3 56.9 13.7 5.9
Tete 38 100 55.3 10.5 39.5 39.5 60.5 10.5 26
Manica 32 81.3 56.3 6.3 100 28.1 65.6 3.1 3.1
Sofala 36 100 55.6 13.9 61.1 30.6 58.3 13.9 22.2
Inhambane 44 100 36.4 4.5 61.4 27.3 54.5 6.8 6.8
Gaza 38 100 71.1 10.5 76.3 28.9 78.9 13.2 13.2
Maputo P 28 100 32.1 7.1 75 10.7 85.7 7.1 14.3
Maputo C 8 100 100 37.5 100 25 100 37.5 62.5
Total 415 93.5 54.7 10.8 65.3 32.5 65.8 13 13.7

64
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Analisando a disponibilidade de recursos humanos para provisão dos serviços de 2ª a 6ª a noite


por província, observou-se que de uma maneira geral em todas as províncias a disponibilidade
de recursos humanos diminui para metade ou menos, havendo províncias em que a redução é
bastante acentuada como por exemplo Gaza onde a assistência aos partos reduziu de 100%
para 39.5%.

Tabela 42: Disponibilidade presencial de pessoal nas unidades sanitárias durante a "NOITE" de
segunda a sexta-feira por Província por tipo de serviço

transfusão de sangue

resolver problemas
urgência ao recém-

laboratoriais como

relacionada com

equipamentos e

de electricidade
Partos normais

Cuidados de
Província Nr. US

Actividades

Medicação
Cesarianas

Anestesia

Reparar
nascido
COEmB

COEm
Niassa 39 79.5 33.3 12.8 33.3 33.3 38.5 17.9 23.1
Cabo Delgado 40 60 55 0 50 12.5 57.5 5 0
Nampula 61 68.9 39.3 4.9 55.7 21.3 52.5 9.8 6.6
Zambézia 51 41.2 25.5 2 21.6 15.7 33.3 2 3.9
Tete 38 44.7 34.2 10.5 18.4 13.2 36.8 10.5 2.6
Manica 32 34.4 28.1 3.1 37.5 21.9 34.4 0 0
Sofala 36 44.4 38.9 2.8 38.9 25 41.7 13.9 13.9
Inhambane 44 45.5 13.6 0 20.5 6.8 27.3 0 0
Gaza 38 39.5 39.5 5.3 36.8 23.7 36.8 2.6 10.5
Maputo P 28 42.9 14.3 0 35.7 0 25 0 3.6
Maputo C 8 100 100 37.5 100 25 100 37.5 37.5
Total 415 52.3 34 4.8 36.6 17.8 40.5 7 7

Foi efectuada a análise da total ausência dos recursos humanos durante o dia, de 2ª a 6ª feira
nos vários serviços por província. Ao nível do país 3.4% das US não possuem pessoal para assistir
os partos durante o dia de 2º a 6ª feira, sendo a Província de Manica a que reportou o maior
número (18.8%).

Tabela 43: Ausência de pessoal nas unidades sanitárias durante o “DIA” de segunda a sexta-feira
por Província por tipo de serviço
Actividades laboratoriais

Reparar equipamentos e
Cuidados de urgência ao

Medicação relacionada

resolver problemas de
como transfusão de
Partos normais

recém-nascido

electricidade
com COEm
Cesarianas

Anestesia
COEmB

sangue

Província Nr. US

Niassa 39 5.1 48.7 82.1 61.5 53.8 51.3 82.1 79.5


Cabo Delgado 40 5 17.5 90 22.5 60 15 82.5 77.5
Nampula 61 1.6 36.1 80.3 14.8 59 26.2 78.7 59
Zambézia 51 5.9 45.1 88.2 52.9 58.8 37.3 84.3 84.3
Tete 38 0 44.7 89.5 60.5 60.5 39.5 89.5 97.4
Manica 32 18.8 37.5 90.6 18.8 71.9 34.4 93.8 90.6
Sofala 36 0 44.4 86.1 38.9 66.7 41.7 86.1 77.8
Inhambane 44 0 54.5 93.2 36.4 68.2 43.2 93.2 90.9
Gaza 38 0 28.9 89.5 23.7 71.1 21.1 86.8 86.8
Maputo P 28 0 67.9 92.9 25 89.3 14.3 92.9 85.7
Maputo C 8 0 0 62.5 0 75 0 62.5 37.5
Total 415 3.4 41 87.2 34.7 64.8 32 85.8 80.7

65
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Disponibilidade de recursos humanos treinados em cuidados obstétricos nas


unidades sanitárias que se encontram a prestar Cuidados Obstétricos de
Emergência Básicos e Completos

Com base nos dados aprensentados nas tabelas referentes a disponibilidade do pessoal para
desenvolver COEmB ou COEmC, foi construida a tabela 44. Nesta tabela estão incluidos o número de
trabalhadores com disponibilidade presencial e os que estavam de chamada. Como pode ser
observada em 240 (57.8%) das 415 US, existia pessoal para realizar COEmB, tendo sido esta
percentagem maior na Cidade de Maputo (100%) seguida da Província de Cabo-Delgado (82.5%) e
menor nas províncias de Maputo (32.1%) e Inhambane (45.5%). Por outro lado só 46 US (11.1%) é
que possuíam pessoal para os COEmC, tendo sido esta percentagem maior na Cidade de Maputo
37.5% (3/8) e menor nas províncias do Niassa (5.1%; 2/39) e de Maputo (7.1%; 2/28).

Tabela 44: Nº de unidades sanitárias com pessoal disponível para prestar Cuidados
Obstétricos de Emergência Básicos ou Completos
Província Número US com pessoal US com pessoal
Total de disponível para realizar disponível para realizar
US COEmB COEmC
Nº % Nº %
Niassa 39 20 51.3 2 5,1
Cabo Delgado 40 33 82.5 4 10,0
Nampula 61 36 59.0 8 13,1
Zambézia 51 26 51.0 5 9,8
Tete 38 21 55.3 4 10,5
Manica 32 20 62.5 3 9,4
Sofala 36 20 55.6 7 19,4
Inhambane 44 20 45.5 3 6,8
Gaza 38 27 71.1 5 13,2
Maputo P 28 9 32.1 2 7,1
Maputo C 8 8 100.0 3 37,5
Total 415 240 57.8 46 11,1

Do total das 415 US estudadas, foi possível analisar a prestação dos Cuidados Obstétricos de
Emergência em 378 US. Destas, 37 prestavam COEmB (9.8%). A Cidade de Maputo e Província de
Maputo não possuíam US a prestar COEmB. As províncias de Inhambane (17.1%, 7/41) e Niassa
(16.1, 5/31) foram as que apresentaram um maior número proporcional de Us a prestar COEmB. A
análise referente aos cuidados obstétricos completos mostrou que das 378 US avaliadas só 30
ofereciam estes cuidados (7.9%), onde a maior percentagem recai na Cidade de Maputo (37.5%;
3/8), enquanto que as províncias de Maputo não oferecia nenhum e de Manica (3.3%) a que
oferecia a menor percentagem.

Tabela 45: Nº de unidades sanitárias que prestam Cuidados Obstétricos Básicos e Completos
Província Número US com COEmB US com COEmC
Total de
US Nº % Nº %
Niassa 31 5 16.1 2 6.5
Cabo Delgado 40 1 2.5 3 7.5
Nampula 61 8 13.1 4 6.6
Zambézia 33 5 15.2 2 6.1
Tete 38 1 2.6 3 7.9
Manica 30 3 10.0 1 3.3
Sofala 32 5 15.6 5 15.6
Inhambane 41 7 17.1 3 7.3
Gaza 36 2 5.6 4 11.1
Maputo P 28 0 0.0 0 0.0
Maputo C 8 0 0.0 3 37.5
Total 378 37 9.8 30 7.9
(NB: os dados referentes ao nº de US com cuidados obstétricos foram colhidos na análise do
módulo sobre os indicadores dos cuidados obstétricos básicos e completos)

66
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Das 378 US avaliadas na prestação dos Cuidados Obstétricos de Emergência, 231 (61%) tinham
pessoal disponível para prestar COEmB e 44 (11.6%) tinham pessoal para prestar COEmC.
Tomando em consideração só as unidades que tinham pessoal para prestar cuidados
obstétricos de emergência foi feita uma análise para verificar quantas destas estavam a prestar
os referidos cuidados. Das 231 US com pessoal disponível para prestar cuidados obstétricos
básicos, só 37 destas é que ofereciam cuidados obstétricos básicos (16%). Esta percentagem foi
maior nas províncias de Inhambane (36.8%) e Niassa (29.4%) e menor nas províncias de Maputo
(0%) e Cabo-Delgado (3%). Em relação aos cuidados obstétricos completos, das 44 US com
pessoal disponível para prestar cuidados obstétricos completos, 30 delas ofereciam estes
cuidados (68%), sendo a Cidade de Maputo e as províncias de Gaza, Inhambane e Sofala onde
todas as unidades com pessoal disponível ofereciam os cuidados. Por outro lado a Província de
Manica (33.3%) foi a que ofereceu menos estes cuidados.

Tabela 46: Percentagem de unidades sanitárias que prestam Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos ou
Completos em relação as US com pessoal disponível para prestar esses cuidados
COEmB COEmC
Nº de Nº de US % de US com Nº de US que Nº de US % de US com
US que com pessoal pessoal presta COEmC com pessoal
Província presta disponível disponível pessoal disponível
COEmB para realizar para realizar disponível para realizar
COEmB COEmB para COEmC
realizar
COEmC
Niassa 5 17 29.4 2 4 50.0
Cabo Delgado 1 33 3.0 3 4 75.0
Nampula 8 36 22.2 4 8 50.0
Zambézia 5 23 21.7 2 4 50.0
Tete 1 21 4.8 3 4 75.0
Manica 3 19 15.8 1 3 33.3
Sofala 5 20 25.0 5 5 100.0
Inhambane 7 19 36.8 3 3 100.0
Gaza 2 26 7.7 4 4 100.0
Maputo P 0 9 0.0 0 2 0.0
Maputo C 0 8 0.0 3 3 100.0
Total 37 231 16.0 30 44 68.2

67
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Média de partos e taxa de mortalidade materna intra-hospitalar por centro de


saúde de acordo com a prestação dos cuidados obstétricos básicos

A Tabela 47 apresenta a média dos partos por mês por centro de saúde que prestou ou não
cuidados obstétricos. Foram analisados 313 centros de saúde, dos quais 37 (12%) prestaram
COEmB e 247 não ofereciam estes cuidados (79%). O total de partos realizados nos 313 centros
de saúde foi de 162,164, dos quais 32,339 (20%) ocorreram nos centros de saúde com COEmB. A
média de partos mensal por US foi maior naquelas com COEmB (75) quando comparados com
os centros de saúde sem estes cuidados (44).

Tabela 47: Média de partos por mês por Centros de Saúde que prestam e não prestam Cuidados
Obstétricos de Emergência Básicos
Com Cuidados Obstétricos de Sem Cuidados Obstétricos
Emergência Básicos de EmergênciaBásicos
Tipo de Unidade Sanitária Total de US Total de Média de Total de US Total de Média de
partos / ano partos/mês partos/ano partos/mês

Centro de Saúde tipo I 32 30,768 80 80 71,389 74


Centro de Saúde tipo II 3 1,508 42 101 39,808 33
Centro de Saúde tipo III 1 123 10 66 18,568 23
Total 36 32,399 75 247 129,765 44

Foi feita uma análise das mortes maternas nos CS tipo I e II que prestam ou não COEmB. Com
base na informação apresentada na tabela 48 pode-se observar que a taxa de mortalidade
materna intra-hospitalar nos centros de saúde com cuidados obstétricos básicos foi de
350.1/100,000 partos enquanto que nos centros de saúde sem COEm foi 236/100,000 partos
hospitalares. A análise estatística mostrou haver diferenças estatisticamente significativas
(X²=12.2; p<0.001).

Tabela 48: Número de mortes maternas durante um ano por Centro de Saúde que preste e não preste
Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos
Com Cuidados Obstétricos de Sem Cuidados Obstétricos de
Emergência Básicos (N=36) Emergência Básicos (N=247)
Tipo de unidade sanitária Total de Total de MM por Total de Total de MM por
mortes partos 100,000 mortes partos 100,000
maternas prtos maternas partos

Centro de Saúde tipo I 110 30,768 357.5 225 71,389 315.2


Centro de Saúde tipo II 3 1,508 198.9 38 39,808 95.5
Total 113 332,276 350 263 111,197 236,5
2
(X =12.2; p<0.001)

68
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Disponibilidade de Recursos Humanos Treinados e Mortalidade Materna

Com o objectivo de analisar a associação entre a mortalidade materna intra-hospitalar e a


disponibilidade do pessoal para oferecer Cuidados Obstétricos Básicos ou Completos, foram
tabulados os dados da mortalidade materna e a % de US com pessoal disponível para oferecer
estes cuidados.

Segundo esta avaliação, o rácio de mortalidade intra-hospitalar geral no país foi de 473/100,000
nascimentos, tendo sido maior na Cidade de Maputo (1,019/100,000), seguida das provincias
de Tete (984/100,000) e Cabo-Delgado (683/100,000). As províncias de Maputo (142/100,000)
e Manica (176/100,000) foram as que apresentaram os rácios mais baixos. Os resultados
mostraram que a Cidade de Maputo apesar de possuir a maior percentagem de US com pessoal
disponível para prestar cuidados obstétricos, foi aquela que apresentou também o maior rácio
de mortalidade materna. Por outro lado a Província de Maputo foi aquela que apresentou o
menor rácio de mortalidade materna, bem como também a menor percentagem de US com
COEmB.

Tabela 49: Rácio de mortalidade intra-hospitalar e cobertura das unidades sanitárias com pessoal
disponível para oferecer Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos por Província

Rácio MM intra % de US com pessoal % de US com pessoal


Província hospitalar disponível para realizar disponível para realizar
COEmB COEmC
Niassa 444 51.3 5,1
Cabo Delgado 683 82.5 10,0
Nampula 276 59 13,1
Zambézia 248 51 9,8
Tete 984 55.3 10,5
Manica 176 62.5 9,4
Sofala 406 55.6 19,4
Inhambane 535 45.5 6,8
Gaza 242 71.1 13,2
Maputo Província 142 32.1 7,1
Maputo Cidade 1,019 100 37,5
Total 473 57.8 11,1

(NB: os dados referentes ao rácio de mortalidade materna foram colhidos do módulo sobre a mortalidade materna, e os
dados sobre a % de US com pessoal disponível da tabela 21

69
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Condições das Infrastruturas Físicas, Bens e Produtos


Introdução

O funcionamento eficiente de qualquer sistema público de saúde requer um "pacote" de


serviços e cuidados de saúde estruturados. A localização geográfica das US, a sua dimensão,
condições das suas infra-estruturas físicas e a segurança da existência de bens e produtos como
medicamentos, contraceptivos, preservativos, reagentes de laboratório, material médico,
equipamento cirúrgico e outros, são factores que jogam um papel crucial na disponibilidade,
qualidade e eficiência do sistema, que como consequência leva a uma maior procura e
utilização dos serviços e cuidados de saúde pela população que deles mais precisam.
Neste capítulo pretende-se fazer uma descrição e análise da condição das infrastruturas bem
como a disponibilidade dos bens e produtos essenciais para salvar vidas de mulheres e de
recém nascidos.

Sala de Partos

Condições das Infra-estruturas

Das 364 Unidades Sanitárias, 6,7% (percentagem ponderada) apesar de fazerem partos não
possui uma sala de partos. Esta percentagem é maior em Nampula (20.7%) seguida de Cabo-
Delgado (10.4%) e Niassa (9%). Na análise por tipo de US, como era de esperar, são os Postos e
CS tipo III e II que apesar de fazerem partos não possuem propriamente uma sala de partos ou
maternidade.

1
Todas as Tabelas e análises apresentam números não ponderados e percentagens ponderadas.

70
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 50: Salas de parto por Província e tipo de unidade sanitária


Salas de Partos
Total de
US sem sala de US com sala de unidades
Província partos mas que partos que sanitárias
fazem partos fazem partos
N % N % Nº
Niassa 3 9.0% 37 91.0% 40
Cabo Delgado 3 10.4% 37 89.6% 40
Nampula 9 20.7% 51 79.3% 60
Zambézia 0 0.0% 29 100.0% 29
Tete 1 4.2% 30 95.8% 31
Manica 0 0.0% 33 100.0% 33
Sofala 0 0.0% 13 100.0% 13
Inhambane 1 2.7% 45 97.3% 46
Gaza 2 6.5% 35 93.5% 37
Maputo P 0 0.0% 27 100.0% 27
Maputo C 0 0.0% 8 100.0% 8
Tipo de US
HC 0 0.0% 3 100.0% 3
HG 0 0.0% 6 100.0% 6
HP 0 0.0% 7 100.0% 7
HR 0 0.0% 25 100.0% 25
CS tipo I 1 0.9% 105 99.1% 106
CS tipo II 7 7.1% 93 92.9% 100
CS tipo III 4 7.5% 50 92.5% 54
PS 7 11.4% 56 88.6% 63
Total 19 6.7% 345 93.3% 364

Das 345 US com sala de partos, mais de metade (58.5%) não possui electricidade, incluindo,
para além dos postos e centros de saúde, o Hospital Geral de Marere e o Hospital Provincial de
Manica. É de salientar que as províncias do norte e parte das províncias do centro do país são as
que apresentam as maiores percentagens de salas de parto sem electricidade.

Tabela 51: Disponibilidade de electricidade nas salas de sarto, por Província e tipo
de unidade sanitária
Salas de partos Salas de partos Total de US
SEM COM com
Província electricidade electricidade maternidade
Nº % Nº % Nº
Niassa 25 72.2% 12 27.8% 37
Cabo Delgado 22 63.5% 15 36.5% 37
Nampula 25 60.2% 26 39.8% 51
Zambézia 15 64.6% 14 35.4% 29
Tete 17 67.0% 13 33.0% 30
Manica 22 71.1% 11 28.9% 33
Sofala 0 0.0% 13 100.0% 13
Inhambane 23 60.9% 22 39.1% 45
Gaza 15 50.6% 20 49.4% 35
Maputo P 8 31.8% 19 68.2% 27
Maputo C 0 0.0% 8 100.0% 8
Tipo de US
HC 0 0.0% 3 100.0% 3
HG 1 16.2% 5 83.8% 6
HP 1 16.1% 6 83.9% 7
HR 0 0.0% 25 100.0% 25
CS tipo I 33 31.0% 72 69.0% 105
CS tipo II 60 64.6% 33 35.4% 93
CS tipo III 35 71.5% 15 28.5% 50
PS 42 76.0% 14 24.0% 56
Total 172 58.5% 173 41.5% 345

71
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Cerca de 40% das salas de parto não tem luz suficiente para trabalhar durante o dia,
apresentando as províncias da Zambézia, Inhambane, Tete, Nampula e Gaza mais de 50%.
Durante a noite, a luz não é suficiente para trabalhar em 58.8% das salas de parto, sendo
Zambézia (86.7%), Tete (73.8%), Inhambane (70.1%) e Manica (61%) as províncias que têm as
maiores percentagens. Apesar de todos os Hospitais Rurais terem electricidade, em 2 HR (8.3%:
1 no Niassa e 1 em Gaza) a iluminação não é suficiente para trabalhar durante o dia na sala de
partos, e em 4 HR (15.2%: 1 no Niassa, 2 em Cabo-Delgado e 1 em Gaza) a iluminação não é
suficiente para trabalhar durante a noite. O Hospital Geral de Marere não tem iluminação
suficiente para trabalhar tanto à noite como de dia. A Província de Sofala é a única província que
para além de ter todas as salas de parto avaliadas com electricidade, mostra também uma boa
iluminação tanto durante o dia como durante a noite.

Tabela 52: Disponibilidade de iluminação suficiente nas salas de parto para trabalhar durante o dia e a
noite, por Província e tipo de unidade sanitária
Salas de partos COM LUZ suficiente Salas de partos COM LUZ suficiente para
para trabalhar durante o DIA trabalhar durante a NOITE
Total de US com
SEM luz COM luz Sem SEM luz COM luz Sem maternidade
Província suficiente suficiente informação suficiente suficiente informação

N % N % N % N % N % N % N

Niassa 10 29.5% 27 70.5% 0 0.0% 20 52.5% 17 47.5% 0 0.0% 37


Cabo Delgado 11 25.8% 26 74.2% 0 0.0% 21 52.5% 16 47.5% 0 0.0% 37
Nampula 22 50.9% 29 49.1% 0 0.0% 23 56.0% 28 44.0% 0 0.0% 51
Zambézia 14 56.8% 15 43.2% 0 0.0% 21 86.7% 8 13.3% 0 0.0% 29
Tete 15 52.7% 15 47.3% 0 0.0% 21 73.8% 9 26.2% 0 0.0% 30
Manica 9 29.5% 23 67.0% 1 3.0% 18 61.0% 14 35.5% 1 3.0% 33
Sofala 0 0.0% 13 100.0% 0 0.0% 1 5.9% 12 94.1% 0 0.0% 13
Inhambane 21 53.8% 23 43.4% 1 2.2% 28 70.1% 16 27.1% 1 2.2% 45
Gaza 17 50.1% 18 49.9% 0 0.0% 19 57.1% 16 42.9% 0 0.0% 35
Maputo P 3 11.9% 24 88.1% 0 0.0% 8 31.8% 19 68.2% 0 0. 0% 27
Maputo C 2 40.0% 6 60.0% 0 0.0% 2 40.0% 6 60.0% 0 0.0% 8
Tipo de US
HC 0 0.0% 3 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 3 100.0% 0 0.0% 3
HG 1 16.2% 5 83.8% 0 0.0% 1 16.2% 5 83.8% 0 0.0% 6
HP 0 0.0% 7 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 7 100.0% 0 0.0% 7
HR 2 8.3% 23 91.7% 0 0.0% 4 15.2% 21 84.8% 0 0.0% 25
CS tipo I 33 30.4% 72 69.6% 0 0.0% 47 44.2% 58 55.8% 0 0.0% 105
CS tipo II 40 43.2% 52 55.8% 1 1.1% 59 63.9% 33 35.1% 1 1.1% 93
CS tipo III 26 53.3% 24 46.7% 0 0.0% 33 67.4% 17 32.6% 0 0.0% 50
PS 22 40.3% 33 57.8% 1 1.8% 38 69.1% 17 28.9% 1 1.8% 56
Total 124 39.9% 219 59.3% 2 0.6% 182 58.8% 161 40.5% 2 0.6% 345

Em relação à disponibilidade de água corrente, 78.6% das salas de parto avaliadas não têm água
corrente, sendo a Província do Niassa (91.8%) a que apresenta no topo da percentagem de salas
de partos sem água corrente. Apesar da água corrente ser um requisito importante nos
hospitais, as salas de parto de 8 HR (30.2%: 1 no Niassa, 2 em Cabo-Delgado, 1 em Nampula, 2
em Tete e 2 em Gaza), do Hospital Geral de Nampula e do Hospital Provincial da Zambézia não
tinham água corrente na altura da avaliação. A Província de Sofala (70.7%) e a Cidade de
Maputo (70%) apresentam a melhores percentagens na disponibilidade de água corrente.

72
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 53: Disponibilidade de agua corrente nas salas de parto, por Província e tipo de unidade sanitária

Salas de partos
Total de US
com
Província SEM ÁGUA COM ÁGUA Sem maternidade
corrente corrente informação

N % N % N % N
Niassa 33 91.8% 4 8.2% 0 0.0% 37
Cabo Delgado 25 70.3% 12 29.7% 0 0.0% 37
Nampula 38 79.1% 12 17.7% 1 2.0% 51
Zambézia 23 83.9% 4 9.7% 2 6.9% 29
Tete 26 87.8% 4 12.2% 0 0.0% 30
Manica 28 88.3% 5 11.7% 0 0.0% 33
Sofala 3 29.3% 10 70.7% 0 0.0% 13
Inhambane 33 84.1% 12 15.9% 0 0.0% 45
Gaza 25 78.1% 10 21.9% 0 0.0% 35
Maputo P 15 56.0% 12 44.0% 0 0.0% 27
Maputo C 1 30.0% 7 70.0% 0 0.0% 8
Tipo de US
Hospital Central 0 0.0% 3 100.0% 0 0.0% 3
Hospital Geral 1 16.2% 5 83.8% 0 0.0% 6
Hospital Provincial 1 12.9% 6 87.1% 0 0.0% 7
Hospital Rural 8 30.2% 17 69.8% 0 0.0% 25
Centro de Saúde tipo I 69 66.0% 35 33.1% 1 1.0% 105
Centro de Saúde tipo II 76 82.1% 15 15.7% 2 2.2% 93
Centro de Saúde tipo III 45 90.7% 5 9.3% 0 0.0% 50
Posto de Saúde 50 90.0% 6 10.0% 0 0.0% 56
Total 250 78.6% 92 20.4% 3 0.9% 345

Em relação a aspectos como ventilação e privacidade das salas de partos, a avaliação mostra
que 65.9% das salas de parto possuía uma ventilação suficiente, enquanto que apenas 52.6%
destas salas possuía alguma forma de privacidade. De uma forma geral todas as províncias
apresentam percentagem altas de ventilação insuficiente e fraca privacidade, com a excepção
de Inhambane, Maputo Província, Manica e Sofala que tinham cerca de 12% ou menos de salas
de parto com ventilação insuficiente, e de Sofala, Manica e Inhambane que tinham cerca de
30% ou menos de salas de parto com fraca privacidade, quando comparadas com o resto das
províncias.

A pouca privacidade que as nossas salas de parto oferecem à mulher que está em trabalho de
parto é um desafio para a implementação da nova estratégia de "Humanização do Parto", visto
que este é um dos requisitos básicos desta estratégia.

No que respeita às condições físicas das infra-estruturas das salas de parto, a avaliação
considerou como:

Condições Boas: Infra-estruturas em bom estado de conservação e limpeza. Sem


problemas que interfiram com a segurança dos pacientes e do
pessoal;
73
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Condições Regulares: Infra-estruturas com pequenos problemas de conservação, e


limpeza. P.ex: portas e janelas, pintura já gasta, chão já gasto e
outros pequenos problemas, mas sem ameaça para a segurança
dos pacientes e pessoal;
Condições Más: Infra-estruturas em mau estado de conservação e limpeza, como
p.ex: paredes com rachas, sem portas ou janelas, ou com
problemas, infiltrações e rachas nas paredes, teto com
problemas - ou seja, problemas que comprometem a segurança
dos pacientes e do pessoal.

Cerca de metade (56.2%) das salas de parto tinham condições físicas regulares, apenas 21.5%
das possuíam condições físicas boas, enquanto que 22.3% tinham condições más ou precárias.
Niassa (47.5%), Sofala (41.1%) Maputo Província (30.6%) e Cabo-Delgado (29.7%) foram as
províncias com as maiores percentagens de salas de parto consideradas em boas condições
físicas, enquanto que Gaza (34.9%), Nampula (30.7%), Manica (21%) e Inhambane foram as
províncias com as maiores percentagens de salas de parto que ameaçam tanto a segurança
física dos pacientes como dos trabalhadores.

Tabela 54: Condições das infra-estruturas das salas de parto, por Província e tipo de
unidade sanitária
Condições das infra - estruturas das salas de parto

Total de US
BOAS REGULARES MÁS com
Província maternidade
Nº de salas de Nº de salas de Nº de salas de
parto parto parto

N % N % N % N
Niassa 18 47.5% 11 27.9% 8 24.6% 37
Cabo Delgado 12 29.7% 19 51.9% 6 18.4% 37
Nampula 8 13.1% 30 56.2% 13 30.7% 51
Zambézia 5 20.5% 19 62.0% 5 17.5% 29
Tete 2 6.1% 24 78.9% 4 15.0% 30
Manica 4 10.2% 23 8.9%
6 6 21.0% 33
Sofala 5 41.1% 7 53.0% 1 5.9% 13
Inhambane 9 21.9% 27 57.8% 9 20.3% 45
Gaza 6 11.7% 19 53.4% 10 34.9% 35
Maputo Província 8 30.6% 14 49.5% 5 19.9% 27
Maputo Cidade 2 20.0% 5 70.0% 1 10.0% 8
Por Tipo de US
Hospital Central 2 66.7% 1 33.3% 0 0.0% 3
Hospital Geral 2 32.4% 2 35.2% 2 32.4% 6
Hospital Provincial 3 41.8% 4 58.2% 0 0.0% 7
Hospital Rural 8 36.7% 15 56.2% 2 7.1% 25
Centro de Saúde tipo I 24 23.5% 69 65.6% 12 10.9% 105
Centro de Saúde tipo II 21 22.2% 54 58.4% 18 19.4% 93
Centro de Saúde tipo III 8 15.2% 28 57.0% 14 27.8% 50
Posto de Saúde 11 18.8% 25 45.4% 20 35.9% 56
Total 79 21.5% 198 56.2% 68 22.3% 345

74
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Na análise por tipo de US, como era de esperar, a maior parte dos postos e centros de saúde,
mesmo os CS tipo I apresentavam condições regulares. Um Hospital Geral em Nampula e 1
Hospital Geral em Maputo Cidade, assim como 1 Hospital Rural na Zambézia e 1 Hospital Rural
em Inhambane, apresentavam condições más ou precárias.

Na avaliação sobre a necessidade ou não de reabilitação, considerou-se como:

Precisando de Pequenas Reabilitações: as US que por exemplo precisavam de pintura,


aplicação de portas e janelas, arranjo de chão,
etc… - ou seja reparações que não necessitavam
de mexer nas estruturas ou fundações do edifício
como derrubar paredes, ou outras…;
Precisando de Grandes Reabilitações: as US com condições tão precárias que
necessitavam de por exemplo: derrubar paredes,
canalização ou sistema eléctrico completamente
novo, renovação completa de teto, ampliação, e
outras…

Neste sentido a análise mostra que 52.3% das salas de parto precisam de pequenas
reabilitações, sendo Tete (78.9%) a província que mais necessita deste tipo de intervenção. Por
outro lado, cerca de um quarto das salas de parto (25.8%) necessitavam de grandes
reabilitações, com a Cidade de Maputo e as províncias de Gaza e Nampula que apresentam as
maiores percentagens de salas de parto a necessitarem de intervenções de grande envergadura
na sua estrutura física.

Gráfico 19: Necessidade de reabilitação nas salas de parto por Província

75
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Na análise por tipo de US, como era de esperar, a maior parte das salas de parto dos Hospitais
Centrais não precisavam de reabilitação (66.7%), apenas no Hospital Central de Nampula,
apesar de este ter beneficiado de grandes reabilitações nos anos recentes, a sala de parto
precisa ainda de pequenas reabilitações. A nível dos Hospitais Gerais, as salas de parto de 1 HG
em Gaza e de 1 em Maputo Cidade precisavam de pequenas reabilitações, enquanto que as
salas de parto de 1 HG em Nampula e de 1 HG na Cidade de Maputo precisavam de grandes
reabilitações. As salas de parto dos Hospitais Provinciais de Niassa, Tete, Inhambane e Gaza
precisavam apenas de pequenas reabilitações, enquanto que as salas de parto em 14 Hospitais
Rurais necessitavam de grandes intervenções na sua estrutura física.

Grafico 20: Necessidade de reabilitação nas salas de parto por tipo de unidade sanitária

A nível da rede primária de saúde, 50% ou mais das salas de parto dos centros de saúde
necessitam de pequenas reabilitações, ao passo que a percentagem de salas de parto que
necessitam de grandes reabilitações cresce de 17% nos CS tipo I para 38% nos Postos de Saúde.

Bens & Produtos

Na avaliação da disponibilidade de bens e produtos foram definidos os seguintes pacotes:

Material e Equipamento - existência (funcional ou não) e quantidade de: kits de parto


completos; kits completos para sutura de lacerações do canal de parto (incluindo o colo do
útero); material e equipamento para atenção ao feto e recém-nascido; outro material e
equipamento para a sala de parto; material e equipamento para fetotomia e craneotomia; itens
específicos para diagnóstico; itens para prevenção de infecções e local de esterilização do
material utilizado na sala de partos.
76
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Medicamentos Essenciais - disponibilidade, e se existiu problemas de abastecimento ou


ruptura de stock dos seguintes grupos de medicamentos: antibióticos; anticonvulsivantes; anti-
hipertensivos; medicamentos para reanimação; analgésicos; soros; tocoliticos; esteróides;
anti-histamínicos e antídotos; antimaláricos; antiretrovirais; oxitócicos; outros.

Material e Equipamento

Em relação ao material médico-cirúrgico para atendimento ao parto, foram recolhidos dados


tendo em conta a análise do Nº e % de salas de partos com kits de parto completos, com kits
completos para sutura de lacerações do canal de parto e com kits completos para craneotomia e
fetotomia, considerando a seguinte composição para cada tipo destes kits:

Kit de Parto Completo Quantidade


Caixa para instrumentos do kit em Inox 165x90x27 1
Pinças hemostáticas rectas de Koker 1 40 mm SS 2
Tesoura, tipo Mayo recta, 140 mm 1
Tesoura angular para episiotomia, tipo Brown, 145 mm 1
Pinça de Dissecção com dentes 145 mm 1
Pinça de Dissecção sem dentes 145 mm 1
Porta agulhas recto, estreito, Mayo -Hegar 160 mm 1
Kit para Sutura de Lacerações do Canal de Parto Quantidade
Caixa com tampa em Inox 310x195x63 1
Tesoura tipo Mayo, curva 23 cm 1
Pinça de Dissecção sem dentes 210 mm SS 1
Pinça de Dissecção com dentes 200 mm 1
Pinça Porta-Esponjas 200 mm 4
Porta agulhas tipo Hegar 200 mm 1
Espéculo vaginal médio 1
Espéculo vaginal duplo, Tipo Sims 1
Equipamento para Fetotomia/Craneotomia Quantidade
Ganchos para decapitação 1
Ganchos para pélvicos 1
Pinça para Craniotomia (Morris) 1
Trepano Craneano (Simpson) 1
Tesoura pa ra Embriotomia 1
Pinça para o couro cabeludo (Willet) 4

77
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Na tabela 55, pode verificar-se que apenas: 27% das salas de parto do país têm 1 Kit completo;
7% têm 2 Kits completos; 1.2% têm 3 Kits completos; 0.9% têm 4 Kits completos; 0.3% têm 5 Kits
Completos e 1.4% têm 6 ou mais Kits completos. Analisando a implementação da norma
nacional: verifica-se que apenas 2.2% dos CS tipo II tinha 4 Kits completos e 1 CS tipo II tinha 6
Kits completos, e nenhum CS tipo III e PS tinha 4 Kits completos; apenas 1 CS tipo I (CS de
Murrupula, Nampula), tinha 8 Kits completos; apenas 1 Hospital (HP de Cabo-Delgado) tinha 15
Kits de parto completos, embora o HP da Zambézia tivesse 10 Kits completos; nenhum HR, HG e
HP está dentro da norma nacional.

Tabela 55: Disponibilidade de kits de partos por Província e por tipo de unidade sanitária
Salas de Parto com Kits de Parto Completos Salas de Parto
US com
com 1 ou mais
Província

Sala de Com 6 ou
Tipo de US Com 1 KIT C om 2 KITs Com 3 KITs Com 4 KITs Com 5 KITs Kits de Parto
Partos Mais KITs
Completo Completos Completos Completos Completos Completos
Completos
Nº Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %

HC 3 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

HG 6 1 16.7% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 16.7%

HP 7 1 14.3% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 14.3% 2 28.6% 4 57.1%

HR 25 5 20.0% 2 8.0% 1 4.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 4.0% 9 36.0%


País

CS tipo I 105 38 36.2% 11 10.5% 1 1.0% 1 1.0% 0 0.0% 1 1.0% 52 49.5%

CS tipo II 93 17 18.3% 7 7.5% 1 1.1% 2 2.2% 0 0.0% 1 1.1% 28 30.1%

CS tipo III 50 14 28.0% 3 6.0% 1 2.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 18 36.0%

PS 56 17 30.4% 1 1.8% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 18 32.1%

Total 345 93 27.0% 24 7.0% 4 1.2% 3 0.9% 1 0.3% 5 1.4% 130 37.7%

HP 1 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

HR 1 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%


Niassa

CS tipo I 11 7 63.6% 1 9.1% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 8 72.7%

CS tipo II 5 2 40.0% 1 20.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 3 60.0%

CS tipo III 2 0 0.0% 1 50.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 50.0%

PS 17 0 0.0% 1 5.9% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 5.9%

Total 37 9 24.3% 4 10.8% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 13 35.1%

HP 1 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0% 1 100.0%

HR 3 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%


Cabo Delgado

CS tipo I 14 7 50.0% 3 21.4% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 10 71.4%

CS tipo II 17 3 17.6% 2 11.8% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 5 29.4%

CS tipo III 2 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

PS 0 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

Total 37 10 27.0% 5 13.5% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 2.7% 16 43.2%

HC 1 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

HG 2 1 50.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 50.0%


Nampula

HR 4 0 0.0% 1 25.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 25.0


%

CS tipo I 23 6 26.1% 2 8.7% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 4.3% 9 39.1%

CS tipo II 15 1 6.7% 0 0.0% 1 6.7% 1 6.7% 0 0.0% 0 0.0% 3 20.0%

CS tipo III 5 2 40.0% 0 0.0% 1 20.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 3 60.0%

PS 1 1 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 00.0%


1

Total 51 11 21.6% 3 5.9% 2 3.9% 1 2.0% 0 0.0% 1 2.0% 18 35.3%

78
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Salas de parto com Kits de parto Completos Salas de parto


US com
com 1 ou mais
sala de Com 6 ou
Tipo de US Com 1 KIT Com 2 KITs Com 3 KITs Com 4 KITs Com 5 KITs Kits de parto
partos mais KITs
completo completos completos completos completos completos
completos
Nº Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %

HP 1 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0% 1 100.0%

HR 3 2 66.7% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 2 66.7%


Zambézia

CS tipo I 8 2 25.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 2 25.0%

CS tipo II 13 2 15.4% 1 7.7% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 3 23.1%

CS tipo III 3 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

PS 1 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%


Total 29 6 20.7% 1 3.4% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 3.4% 8 27.6%
HP 1 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0% 0 0.0% 1 100.0%

HR 2 1 50.0% 0 0.0% 1 50.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 2 100.0%

CS tipo I 9 1 11.1% 3 33.3% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 4 44.4%


Tete

CS tipo II 10 1 10.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 10.0% 2 20.0%

CS tipo III 5 0 0.0% 2 40.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 2 40.0%

PS 3 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

Total 30 3 10.0% 5 16.7% 1 3.3% 0 0.0% 1 3.3% 1 3.3% 11 36.7%

HP 1 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

HR 1 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%


Manica

CS tipo I 6 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

CS tipo II 10 3 30.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 3 30.0%

CS tipo III 4 2 50.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 2 50.0%

PS 11 8 72.7% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 8 72.7%

Total 33 13 39.4% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 13 39.4%

HC 1 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

HR 4 0 0.0% 1 25.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 25.0% 2 50.0%

CS tipo I
Sofala

7 1 14.3% 0 0.0% 1 14.3% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 2 28.6%

CS tipo II 1 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0%

CS tipo III 0 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

PS 0 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

Total 13 1 7.7% 1 7.7% 1 7.7% 1 7.7% 0 0.0% 1 7.7% 5 38.5%

HP 1 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

HR 2 1 50.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 50.0%


Inhambane

CS tipo I 13 6 46.2% 2 15.4% 0 0.0% 1 7.7% 0 0.0% 0 0.0% 9 69.2%

CS tipo II 18 4 22.2% 2 11.1% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 6 33.3%

CS tipo III 4 3 75.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 3 75.0%

PS 7 2 28.6% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 2 28.6%

Total 45 16 35.6% 4 8.9% 0 0.0% 1 2.2% 0 0.0% 0 0.0% 21 46.7%

HG 1 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

HP 1 1 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0%

HR 4 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%


Gaza

CS tipo I 6 2 33.3% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 2 33.3%

CS tipo II 1 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

CS tipo III 19 6 31.6% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 6 31.6%

PS 3 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0%

Total 35 9 25.7% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 9 25.7%

79
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

No geral, apenas 37.7% das salas de parto têm 1 ou mais Kits completos, significando que as
salas de parto não estão a funcionar com Kits de parto individuais completos, principalmente
devido à falta de tesouras angulares para episiotomia, pinças de dissecção sem dentes, pinças
de dissecção com dentes e porta-agulhas, que são os instrumentos cirúrgicos utilizados para
episiotomia e respectiva sutura. As salas de parto de Maputo Província, Cabo-Delgado, Manica,
Sofala e Maputo Cidade apresentam as maiores percentagens, enquanto que na análise por
tipo de US, os HP e os CS tipo I foram os que apresentaram a maior percentagem, por outro lado
é importante referir que os HC não tinham nenhum Kit de parto completo principalmente
devido á falta dos instrumentos referidos acima. É preciso investigar até que ponto a norma
nacional de evitar ao máximo o número de episiotomia não levou a que estes instrumentos
tenham sido retirados dos Kits. De qualquer forma é necessário discutir a composição dos Kits
de parto considerando a norma nacional e as implicações desta no caso de ser necessário
efectuar mais do que uma episiotomia por dia tendo apenas um conjunto destes instrumentos
numa sala de partos.

No que respeita a Kits completos para sutura de lacerações do canal de parto, apenas 7 salas de
partos do País possuem Kits completos: o CS tipo II de Lúrio em Nampula que possui 2 Kits
completos; o CS tipo I de Nametil em Nampula que possui 1 kit completo; o CS tipo III de
Chinamane em Nampula que possui 1 Kit completo; o Hospital Provincial de Quelimane que
possui 1 Kit completo; o CS tipo I de Fingoé em Tete que possui 1 Kit completo; o CS tipo II de
Nhamaonha em Manica que possui 3 kits completos e o HR do Buzi em Sofala que possui 2 Kits
completos.

Em relação a Kits completos para Fetotomia e Craneotomia, nenhuma sala de partos no País
tem 1 Kit completo, apenas: o CS tipo I de Mecanhelas no Niassa possui 1 pinça para
craneotomia, 1 trepano craniano, 1 tesoura de embriotomia e 1 pinça para o couro cabeludo, e
o Hospital Rural de Ribaué que possui 2 pinças para craneotomia e 2 trepano cranianos.

No que respeita a material e equipamento para atenção ao feto e recém-nascido, do pacote


avaliado, foram seleccionados para esta análise 5 dos itens mais importantes: estetoscópio de
Pinard, lâmpada de aquecimento, balança, aspirador e ambú.

80
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 56: Material e equipamento seleccionado para a atenção ao recém-nascido, por Província e tipo de unidade
sanitária

Salas de parto sem e com pelo Salas de parto sem e com Salas de parto sem e com
menos um estetoscópio de Pinard pelo menos uma lâmpada de pelo menos uma balança
aquecimento funcional para funcional para recém -
recém -nascidos nascidos

Província Sem nenhum Pelo menos 1 Sem Pelo menos 1 Sem Pelo menos 1 TOTAL de US
estetoscópio de estetoscópio de nenhuma lâmpada nenhuma balança com sala de
Pinard funcional Pinard funcional lâmpada funcional balança funcional partos
funcional funcional
Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº

Niassa 2 5.6% 34 91.9% 31 87.4% 5 9.9% 2 6.6% 34 90.2% 37

Cabo Delgado 8 21.6% 29 78.4% 36 98.5% 1 1.5% 3 6.8% 34 93.2% 37

Nampula 9 17.6% 42 82.4% 40 85.4% 11 14.6% 4 10.5% 47 89.5% 51

Zambézia 2 6.9% 27 93.1% 23 83.9% 6 16.1% 0 0.0% 29 100.0% 29

Tete 2 6.7% 28 93.3% 22 80.4% 6 19.6% 3 10.5% 27 89.5% 30

Manica 2 6.1% 31 93.9% 28 88.3% 5 11.7% 2 7.0% 31 93.0% 33

Sofala 1 7.7% 11 84.6% 7 53.0% 5 41.1% 0 0.0% 12 94.1% 13

Inhambane 10 22.2% 34 75.6% 41 93.6% 3 3.6% 3 6.8% 42 93.2% 45

Gaza 3 8.6% 32 91.4% 27 85.1% 8 14.9% 1 3.5% 34 96.5% 35

Maputo Província 4 14.8% 23 85.2% 22 83.8% 5 16.2% 0 0.0% 27 100.0% 27

Maputo Cidade 0 0.0% 8 100% 3 50.0% 5 50.0% 0 0.0% 8 100.0% 8

Tipo de US

Hospital Central 1 33.3% 2 66.7% 0 0.0% 3 100.0% 0 0.0% 3 100.0% 3

Hospital Geral 2 33.3% 4 66.7% 3 48.6% 3 51.4% 1 16.7% 5 83.3% 6

Hospital Provincial 2 28.6% 5 71.4% 1 13.6% 6 86.4% 0 0.0% 7 100.0% 7

Hospital Rural 4 16.0% 21 84.0% 13 47.7% 12 52.3% 2 7.1% 23 92.9% 25

Centro de Saúde tipo I 11 10.5% 93 88.6% 79 75.4% 25 23.7% 2 1.8% 102 97.3% 105

Centro de Saúde tipo II 13 14.0% 79 84.9% 84 89.9% 8 9.1% 6 6.6% 87 93.4% 93

Centro de Saúde tipo III 6 12.0% 44 88.0% 47 96.3% 2 3.7% 3 6.3% 47 93.7% 50

Posto de Saúde 4 7.1% 51 91.1% 53 95.2% 2 3.3% 4 7.1% 51 91.5% 56

Total 43 12.5% 299 86.7% 280 86.3% 61 12.9% 18 5.8% 325 93.7% 345

Verifica-se que 86.7% das salas de parto têm 1 ou mais estetoscópios de Pinard funcionais,
sendo as províncias de Inhambane (75.6%) e Cabo-Delgado (78.4%) as que apresentam as
percentagens menores, enquanto que Maputo Cidade (100%), Manica (93.9%) e Zambézia
(93.1%) as províncias com maior número de salas de partos com 1 ou mais estetoscópios de
Pinard funcionais. Os HR e toda a rede primária de saúde são as que possuem o maior número
de salas de parto com 1 ou mais estetoscópios de Pinard funcionais, chamando à atenção o
facto de que cerca de 90% dos PS possui este material.

Em relação às lâmpadas de aquecimento para recém-nascidos, apenas 12.9% das salas de parto
possuem pelo menos 1 lâmpada de aquecimento funcional, sendo a percentagem mais alta em
Maputo Cidade (50%) e mais baixa em Cabo-Delgado (1.5%).

Durante a avaliação foi verificado se existia ou não pelo menos uma lâmpada de aquecimento
funcional na sala de parto, sem considerar se a sala de parto tinha electricidade ou não, pelo
que na tabela a seguir se pode verificar que apesar das salas de parto de 83.8% dos HG terem

81
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

electricidade, apenas 51.4% possui uma lâmpada de aquecimento funcional, acontecendo o


mesmo nas salas de parto dos HR (100% com electricidade e 52.3% com lâmpada de
aquecimento funcional) e nas salas de parto de uma proporção considerável de US de nível
primário que têm electricidade mas não têm nenhuma lâmpada de aquecimento.

Cerca de 94% das salas de parto possuíam pelo menos 1 balança funcional para pesagem dos
recém-nascidos, ao passo que apenas 53.1% das salas de parto possuíam pelo menos 1
aspirador de pedal para aspiração das secreções dos recém-nascidos, e 15.1% possuíam um
aspirador eléctrico. É de salientar que 65.4% das salas de parto dos postos de saúde possuíam
um aspirador de pedal funcional (igual à mesma proporção de hospitais rurais). No geral, cerca
de 67.5% das salas de parto no país possuíam pelo menos um aspirador, eléctrico ou de pedal.

Tabela 57: Material e equipamento seleccionado para atenção ao recém-nascido, por Província e tipo de
unidade sanitária
Salas de parto sem e com Salas de parto sem e com Salas de parto sem e com pelo
pelo menos um aspirador pelo menos um aspi rador menos um AMBU ou mais
portátil de pedal para eléctrico para aspiração do funcionais para reanimação do
aspiração do recém -nascido recém -nascido (SI= 4 = 0.6%) recém -nascido (SI = 3 = 0.5%)
(SI= 2 = 0.4%)
Província
Sem nenhum Pelo menos 1 Sem nenhum Pelo menos 1 Sem nenhum Pelo menos 1 TOTAL de US
aspirador aspirador aspirador aspirador AMBU AMBU ou mais com sala de
funcional funcional funcional funcional funcional funcionais partos

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº

Niassa 23 66.4% 13 30.9% 34 94.6% 2 2.7% 14 41.0% 22 55.7% 37


Cabo Delgado 18 50.7% 19 49.3% 32 92.6% 5 7.4% 8 23.7% 29 76.3% 37
Nampula 20 42.6% 31 57.4% 31 73.4% 20 26.6% 14 41.7% 37 58.3% 51
Zambézia 13 48.8% 16 51.2% 19 83.4% 10 16.6% 10 47.1% 19 52.9% 29
Tete 11 37.9% 19 62.1% 24 93.2% 4 6.8% 15 58.0% 14 42.0% 30
Manica 18 55.5% 15 44.5% 30 92.5% 3 7.5% 8 27.9% 25 72.1% 33
Sofala 4 35.1% 8 59.0% 7 52.8% 5 41.3% 0 0.0% 12 94.1% 13
Inhambane 12 25.5% 33 74.5% 38 90.6% 7 8.3% 20 49.4% 25 50.6% 45
Gaza 21 64.1% 14 35.9% 26 83.4% 9 16.6% 5 15.6% 30 84.4% 35
Maputo Província 10 36.1% 17 63.9% 16 63.7% 11 36.3% 5 19.9% 22 80.1% 27
Maputo Cidade 1 10.0% 7 90.0% 3 50.0% 5 50.0% 1 10.0% 7 90.0% 8
Tipo de US

Hospital Central 2 66.7% 1 33.3% 0 0.0% 3 100.0% 0 0.0% 3 100.0% 3

Hospital Geral 2 32.4% 4 67.6% 0 0.0% 6 100.0% 1 16.2% 5 83.8% 6

Hospital Provincial 5 74.1% 2 25.9% 0 0.0% 7 100.0% 0 0.0% 7 100.0% 7

Hospital Rural 15 65.0% 10 35.0% 8 30.2% 17 69.8% 4 14.3% 21 85.7% 25

Centro de Saúde tipo I 30 28.9% 74 70.2% 64 61.1% 39 38.0% 12 11.6% 92 87.5% 105

Centro de Saúde tipo II 39 42.2% 54 57.8% 89 95.8% 4 4.2% 42 45.6% 51 54.4% 93

Centro de Saúde tipo III 22 43.9% 28 56.1% 45 92.8% 4 7.2% 16 33.7% 33 66.3% 50

Posto de Saúde 36 65.4% 19 33.2% 54 96.7% 1 1.6% 25 44.7% 30 53.6% 56

Total 151 46.4% 192 53.1% 260 84.3% 81 15.2% 100 35.1% 242 64.4% 345

82
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

No que diz respeito à existência de ambú pediátrico, 64.4% das salas de parto avaliadas
possuíam pelo menos 1 ambú funcional para reanimação do recém-nascido, com as maiores
percentagens em Sofala (94%), Maputo Cidade (90%), Gaza (84.4%), Maputo Província (80%) e
Cabo-Delgado (76.3%). Por tipo de US as salas de parto dos Postos de Saúde e dos CS tipo II são
as que apresentaram uma percentagem de cerca de 50%.

Para este relatório, em relação ao pacote de "outro material e equipamento para a sala de
parto" foram seleccionados 5 itens: camas de parto, estetoscópios, esfingmomanómetros,
ambú para reanimação de adultos e ventosas.

Cerca de 15.9% das salas de parto das US avaliadas não tinham nenhuma cama de parto
funcional, 35.4% e 33.9% tinham respectivamente 1 e 2 camas de parto funcionais. A
percentagem de salas de parto com 3 e com 4 ou mais camas partos funcionais baixa
significativamente, respectivamente para 9% e 4.9%, com Maputo Cidade no topo da lista,
apresentando 37.5% das salas de parto tanto com 3 como com 4 ou mais camas de parto,
seguida da província de Sofala (23.1%) para 3 camas de parto, e da Zambézia (10.3%) para 4 ou
mais camas de parto. A província de Sofala (69.2%) é a que tem a maior percentagem de salas de
parto com 2 camas de parto e as províncias de Maputo (51.9%) e Zambézia (51.7%) com as
maiores percentagens de salas de parto com 1 cama de parto.

Para este relatório preliminar, em relação ao pacote de "outro material e equipamento para a
sala de parto" foram seleccionados 5 itens: camas de parto, estetoscópios,
esfingmomanómetros, ambú para reanimação de adultos e ventosas.

Tabela 58: Salas de parto, por Província e tipo de unidade sanitária, que não têm e que têm 1, 2, 3, 4 ou
mais camas de parto funcionais

Sem cama de 1 Cama de 2 Camas de 3 Camas de 4 ou +camas Total de US


Não
parto parto parto parto de parto com salas
aplicável
funcional funcional funcionais funcionais funcionais de parto
Província

Tipo de US

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº

HP 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1


HR 1 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1
CS tipo I 0 0.0% 4 36.4% 3 27.3% 2 18.2% 2 18.2% 0 0.0% 11
Niassa

CS tipo II 1 20.0% 1 20.0% 3 60.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 5


CS tipo III 0 0.0% 2 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 2
PS 6 35.3% 6 35.3% 4 23.5% 0 0.0% 0 0.0% 1 5.9% 17
Total 8 21.6% 13 35.1% 11 29.7% 2 5.4% 2 5.4% 1 2.7% 37
HP 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1
HR 1 33.3% 0 0.0% 1 33.3% 1 33.3% 0 0.0% 0 0.0% 3
Cabo Delgado

CS tipo I 4 28.6% 4 28.6% 3 21.4% 3 21.4% 0 0.0% 0 0.0% 14


CS tipo II 7 41.2% 7 41.2% 2 11.8% 0 0.0% 1 5.9% 0 0.0% 17
CS tipo III 1 50.0% 1 50.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 2
Total 13 35.1% 12 32.4% 7 18.9% 4 10.8% 1 2.7% 0 0.0% 37
HC 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0% 0 0.0% 1
HG 0 0.0% 0 0.0% 2 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 2
HR 0 0.0% 1 25.0% 3 75.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 4
CS tipo I 3 13.0% 4 17.4% 12 52.2% 1 4.3% 3 13.0% 0 0.0% 23
Nampula

CS tipo II 4 26.7% 8 53.3% 3 20.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 15


CS tipo III 2 40.0% 3 60.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 5
PS 0 0.0% 1 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1
Total 9 17.6% 17 33.3% 20 39.2% 1 2.0% 4 7.8% 0 0.0% 51

83
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Sem cama de 1 Cama de 2 Camas de 3 Camas de 4 ou + camas Não Total de US


parto parto parto parto de parto aplicável com salas
Província

funcio nal funcional funcionais funcionais funcionais de parto


Tipo de US
Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº

HP 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 1

HR 0 0.0% 1 33.3% 0 0.0% 0 0.0% 2 66.7% 0 0.0% 3


CS tipo I 0 0.0% 3 37.5% 4 50.0% 1 12.5% 0 0.0% 0 0.0% 8
Zambézia

CS tipo II 2 15.4% 8 61.5% 2 15.4% 0 0.0% 1 7.7% 0 0.0% 13


CS tipo III 0 0.0% 3 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 3
PS 1 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1

Total 3 10.3% 15 51.7% 6 20.7% 2 6.9% 3 10.3% 0 0.0% 29

HP 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 1

HR 0 0.0% 1 50.0% 0 0.0% 1 50.0% 0 0.0% 0 0.0% 2


CS tipo I 0 0.0% 1 11.1% 6 66.7% 1 11.1% 0 0.0% 1 11.1% 9
CS tipo II 0 0.0% 3 30.0% 7 70.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 10
1 20.0% 2 40.0% 1 20.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 20.0% 5
Tete

CS tipo III
PS 0 0.0% 3 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 3

Total 1 3.3% 10 33.3% 14 46.7% 3 10.0% 0 0.0% 2 6.7% 30

HP 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0% 0 0.0% 1

HR 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1


CS tipo I 0 0.0% 1 16.7% 4 66.7% 1 16.7% 0 0.0% 0 0.0% 6
CS tipo II 2 20.0% 1 10.0% 4 40.0% 3 30.0% 0 0.0% 0 0.0% 10
Manica

CS tipo III 2 50.0% 1 25.0% 1 25.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 4


PS 1 9.1% 5 45.5% 5 45.5% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 11

Total 5 15.2% 8 24.2% 15 45.5% 4 12.1% 1 3.0% 0 0.0% 33

HC 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 1

HR 0 0.0% 0 0.0% 2 50.0% 2 50.0% 0 0.0% 0 0.0% 4


Sofala

CS tipo I 0 0.0% 0 0.0% 7 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 7


CS tipo II 1 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1

Total 1 7.7% 0 0.0% 9 69.2% 3 23.1% 0 0.0% 0 0.0% 13

HP 1 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1

HR 1 50.0% 1 50.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 2


CS tipo I 4 30.8% 4 30.8% 5 38.5% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 13
Inhambane

CS tipo II 4 22.2% 10 55.6% 3 16.7% 1 5.6% 0 0.0% 0 0.0% 18


CS tipo III 1 25.0% 2 50.0% 0 0.0% 1 25.0% 0 0.0% 0 0.0% 4
PS 2 28.6% 4 57.1% 1 14.3% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 7

Total 13 28.9% 21 46.7% 9 20.0% 2 4.4% 0 0.0% 0 0.0% 45

HG 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1


Gaza

HP 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0% 0 0.0% 1


HR 0 0.0% 0 0.0% 2 50.0% 1 25.0% 1 25.0% 0 0.0% 4
CS tipo I 0 0.0% 1 16.7% 3 50.0% 2 33.3% 0 0.0% 0 0.0% 6
(% não ponderadas)

84
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Sem cama de 1 Cama de 2 Camas de parto 3 Camas de 4 ou +Camas Não Total de US


parto funcional parto funcionais parto de parto aplicável com salas de
funcional funcionais funcionais parto
Província

Tipo de US
Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº

HR 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 1


Maputo Província

CS tipo I 0 0.0% 0 0.0% 4 80.0% 1 20.0% 0 0.0% 0 0.0% 5


CS tipo II 0 0.0% 2 66.7% 1 33.3% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 3
CS tipo III 0 0.0% 4 66.7% 1 16.7% 0 0.0% 1 16.7% 0 0.0% 6
PS 1 8.3% 8 66.7% 3 25.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 12

Total 1 3.7% 14 51.9% 9 33.3% 2 7.4% 1 3.7% 0 0.0% 27

HC 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1


Maputo Cidade

HG 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 33.3% 2 66.7% 0 0.0% 3


CS tipo I 0 0.0% 0 0.0% 1 33.3% 2 66.7% 0 0.0% 0 0.0% 3
PS 0 0.0% 0 0.0% 1 100.0% 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1
0 0.0% 0 0.0% 2 25.0% 3 37.5% 3 37.5% 0 0.0% 8
Total
Tipo de US
HC 0 0.0% 0 0.0% 0 0.0% 1 33.3% 2 66.7% 0 0.0% 3
HG 0 0.0% 0 0.0% 3 50.0% 1 16.7% 2 33.3% 0 0.0% 6
HP 1 14.3% 0 0.0% 2 28.6% 2 28.6% 2 28.6% 0 0.0% 7
HR 3 12.0% 4 16.0% 9 36.0% 6 24.0% 3 12.0% 0 0.0% 25
CS tipo I 11 10.6% 22 21.2% 52 50.0% 14 13.5% 5 4.8% 1 0.0% 105
CS tipo II 21 22.6% 41 44.1% 25 26.9% 4 4.3% 2 2.2% 0 0.0% 93
CS tipo III 8 16.3% 27 55.1% 10 20.4% 3 6.1% 1 2.0% 1 0.0% 50

PS 11 9.6%
1 28 50.0% 16 28.6% 0 0.0% 0 0.0% 1 1.8% 56
Total 55 15.9% 122 35.4% 117 33.9% 31 9.0% 17 4.9% 3 0.9% 345

(% não ponderadas)

85
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Na análise geral dos dados sobre a existência de estetoscópios funcionais observam-se


percentagens semelhantes à análise da existência de esfingmomanómetros funcionais, com
pequenas diferenças nas percentagens de salas de parto por província e por tipo de US.

Tabela 59: Disponibilidade de esfingmomanómetro por província e por tipo de unidade sanitária

Sem Com 1 Com 2 ou Mais Total de US


esfingmomanómetro esfingmomanómetro esfingmomanómetros com sala de
Província Sem informação
funcional funcional funcionais partos

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº

Niassa 15 41.0% 18 47.5% 2 4.9% 2 4.9% 37

Cabo Delgado 23 72.1% 10 22.0% 4 6.0% 0 0.0% 37


Nampula 20 38.8% 26 51.6% 5 9.7% 0 0.0% 51

Zambézia 15 61.5% 12 32.1% 2 6.4% 0 0.0% 29

Tete 9 36.0% 20 64.0% 0 0.0% 1 1.9% 30


Manica 18 55.2% 15 44.8% 0 0.0% 0 0.0% 33

Sofala 1 5.9% 9 76.4% 3 17.7% 0 0.0% 13

Inhambane 22 47.0% 21 47.4% 2 5.6% 0 0.0% 45


Gaza 25 76.2% 9 22.2% 1 1.6% 0 0.0% 35

Maputo Província 18 69.1% 9 30.9% 0 0.0% 0 0.0% 27

Maputo Cidade 3 50.0% 3 30.0% 2 20.0% 0 0.0% 8


Tipo de US
Hospital Central 1 33.3% 1 33.3% 1 33.3% 0 0.0% 3

Hospital Geral 3 51.4% 2 32.4% 1 16.2% 0 0.0% 6


Hospital Provincial 4 55.1% 2 29.8% 1 15.0% 0 0.0% 7

Hospital Rural 14 52.6% 11 47.4% 0 0.0% 0 0.0% 25

Centro de Saúde tipo I 31 30.0% 62 59.3% 12 10.7% 0 0.0% 105


Centro de Saúde tipo II 55 58.8% 33 35.8% 5 5.4% 0 0.0% 93

Centro de Saúde tipo III 33 66.9% 16 33.1% 0 0.0% 1 0.9% 50

Posto de Saúde 28 49.4% 25 45.3% 1 1.8% 2 2.6% 56


Total 169 53.0% 152 41.6% 21 4.6% 3 0.7% 345

86
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 60: Disponibilidade de estetoscópios funcionais por Província e tipo de unidade sanitária
Sem Com 1 Com 2 ou Sem Total de US
estetoscópio estetoscópio mais informação com sala de
funcional funcional estetoscópios partos
Província funcionais

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº

Niassa 14 41.8% 19 50.1% 2 3.3% 2 4.8% 37


Cabo Delgado 23 67.3% 10 24.3% 4 8.3% 0 0.0% 37
Nampula 16 38.1% 27 50.7% 8 11.2% 0 0.0% 51
Zambézia 9 42.4% 19 52.9% 1 4.7% 0 0.0% 29
Tete 9 32.5% 19 64.0% 1 1.7% 1 1.7% 30
Manica 20 60.3% 11 32.7% 2 7.0% 0 0.0% 33
Sofala 5 41.1% 6 47.0% 2 11.8% 0 0.0% 13
Inhambane 25 53.8% 18 40.6% 2 5.6% 0 0.0% 45
Gaza 26 77.8% 9 22.2% 0 0.0% 0 0.0% 35
Maputo Província 16 61.2% 10 34.8% 1 4.0% 0 0.0% 27
Maputo Cidade 3 50.0% 3 30.0% 2 20.0% 0 0.0% 8
Tipo de US
Hospital Central 0 0.0% 2 66.7% 1 33.3% 0 0.0% 3
Hospital Geral 3 51.4% 2 32.4% 1 16.2% 0 0.0% 6
Hospital Provincial 2 26.5% 5 73.5% 0 0.0% 0 0.0% 7
Hospital Rural 12 53.2% 10 35.7% 3 11.2% 0 0.0% 25
Centro de Saúde tipo I 35 33.6% 58 55.6% 12 10.8% 0 0.0% 105
Centro de S aúde tipo II 52 55.6% 33 36.0% 8 8.5% 0 0.0% 93
Centro de Saúde tipo III 31 62.5% 18 36.7% 0 0.0% 1 0.8% 50
Posto de Saúde 31 55.1% 23 41.7% 0 0.0% 2 3.2% 56
Total 166 52.3% 151 41.2% 25 5.7% 3 0.8% 345

A tabela 61 apresenta a disponibilidade de ventosas funcionais por província e por tipo de US,
constatando-se que 64.4% das salas de parto avaliadas não possuíam nenhuma ventosa
funcional, apresentando as províncias de Inhambane, Zambézia, Tete, Manica Niassa e Tete,
percentagens maiores do que 65%. Cerca de 27% das salas de parto tinham 1 ventosa funcional,
mostrando Maputo Cidade, Gaza, Cabo-Delgado, Sofala, Maputo e Nampula mais de 27%.
Apenas cerca de 8% das salas de parto possuía 2 ou mais ventosas funcionais, sendo Sofala
(58.9%) a província que apresentou a percentagem mais alta.

Na análise por tipo de US, verificou-se que 85% dos PS não tem nenhuma ventosa funcional
apesar de existirem parteiras elementares que em princípio foram capacitadas na utilização da
ventosa. A percentagem de salas de parto sem ventosa funcional é também muito alta nos CS
tipo III (77%) e CS tipo II (76.5%) considerando que pelo menos nos CS tipo II existe uma ESMI
treinada para a utilização da ventosa. É importante salientar que apesar de todos os CS tipo I
deverem oferecer COEmB, em 19% estes não existe nenhuma.

87
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 61: Disponibilidade de ventosas funcionais na sala de partos por Província e tipo de unidade sanitária
Sem ventosa Com 1 Com 2 ou mais Sem Total de US
funcional ventosa ventosas informação com sala de
funcional funcionais partos
Província

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº

Niassa 20 66.9% 10 20.0% 6 11.7% 1 1.4% 37


Cabo Delgado 20 62.9% 16 35.6% 1 1.5% 0 0.0% 37
Nampula 21 55.6% 16 28.2% 14 16.1% 0 0.0% 51
Zambézia 17 74.0% 10 22.7% 2 3.3% 0 0.0% 29
Tete 17 71.3% 10 22.9% 1 1.7% 2 4.0% 30
Manica 21 67.6% 7 20.6% 5 11.7% 0 0.0% 33
Sofala 1 5.9% 4 35.2% 8 58.9% 0 0.0% 13
Inhambane 31 80.1% 10 15.1% 4 4.8% 0 0.0% 45
Gaza 18 59.2% 15 37.5% 2 3.3% 0 0.0% 35
Maputo Província 17 66.4% 9 29.6% 1 4.0% 0 0.0% 27
Maputo Cidade 0 0.0% 7 90.0% 1 10.0% 0 0.0% 8
Tipo de US
Hospital Central 0 0.0% 0 0.0% 3 100.0% 0 0.0% 3
Hospital Geral 0 0.0% 5 83.8% 1 16.2% 0 0.0% 6
Hospital Provincial 1 16.1% 2 27.9% 4 56.0% 0 0.0% 7
Hospital Rural 5 17.8% 11 43.1% 9 39.1% 0 0.0% 25
Centro de Saúde tipo I 20 19.0% 60 57.5% 24 22.7% 1 0.9% 105
Centro de Saúde tipo II 71 76.5% 18 19.4% 4 4.1% 0 0.0% 93
Centro de Saúde tipo III 38 77.1% 11 22.1% 0 0.0% 1 0.8% 50
Posto de Saúde 48 85.3% 7 12.9% 0 0.0% 1 1.8% 56
Total 183 64.4% 114 26.6% 45 8.3% 3 0.7% 345

88
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Cerca de 60% das salas de parto avaliadas não tinham nenhum ambú funcional para a
ressuscitação de adultos.

Tabela 62: Disponibilidade de ambú funcional para reanimação do adulto por Província e por tipo de
unidade sanitária
Sem nenhum Com pelo menos 1 Sem informação Total de US
AMBU funcional AMBU ou mais com sala de
funcionais partos
Província
Nº % Nº % Nº % Nº

Niassa 23 67.7% 13 29.7% 1 2.7% 37

Cabo Delgado 23 69.7% 14 30.3% 0 0.0% 37

Nampula 30 68.0% 21 32.0% 0 0.0% 51

Zambézia 16 69.3% 13 30.7% 0 0.0% 29

Tete 18 65.1% 11 33.2% 1 1.6% 30

Manica 23 72.7% 10 27.3% 0 0.0% 33

Sofala 3 29.3% 10 70.7% 0 0.0% 13

Inhambane 19 48.2% 26 51.8% 0 0.0% 45

Gaza 13 41.7% 22 58.3% 0 0.0% 35

Maputo Província 11 42.5% 16 57.5% 0 0.0% 27

Maputo Cidade 2 40.0% 6 60.0% 0 0.0% 8


Tipo de US
Hospital Central 1 33.3% 2 66.7% 0 0.0% 3

Hospital Geral 1 16.2% 5 83.8% 0 0.0% 6

Hospital Provincial 2 28.9% 5 71.1% 0 0.0% 7

Hospital Rural 6 21.8% 19 78.2% 0 0.0% 25

Centro de Saúde tipo I 37 35.1% 68 64.9% 0 0.0% 105

Centro de Saúde tipo II 67 72.3% 26 27.7% 0 0.0% 93

Centro de Saúde tipo III 30 61.7% 19 37.4% 1 0.9% 50

Posto de Saúd e 37 67.8% 18 31.4% 1 0.8% 56

Total 181 59.7% 162 39.9% 2 0.4% 345

Em relação à existência de itens específicos para apoio ao diagnóstico, foi avaliada a existência
de Dopplers, CTGs e ecógrafos funcionais. Apenas 2 salas de parto (CS tipo III de Timbi-Timbi de
Machaze em Manica e o HR de Marromeu) possuíam 1 Doppler funcional; 6 salas de parto
possuíam CTGs funcional (HC de Nampula tinha 2, e o CS tipo III de Timbi-Timbi, HC da Beira, HG
José Macamo, HG de Mavalane e o HC de Maputo possuíam 1 CTG funcional), enquanto que 14
salas de parto tinham ecógrafo (o HR de Cuamba com 2 ecógrafos funcionais, e com 1 ecógrafo
funcional: os HC de Nampula, Beira e Maputo; o HP de Pemba; o HG José Macamo; os HR de
Montepuêz, Angoche, Monapo, Nacala-Porto, Namapa, Marromeu e Chokwé, e o CS tipo I da
Manhiça).

89
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Para a avaliação de itens para prevenção de infecções, foi definido o seguinte pacote:

Itens para Prevenção de Infecções

1. Escova para lavagem das mãos 11. Balde para lixo contaminado com tampa

2. Luvas até ao cotovelo esterilizadas 12. Contentor para instrumentos cortantes


3. Luvas normais cirúrgicas esterilizadas 13. Botas de borracha

4. Luvas normais de procedimentos (não esterilizadas) 14. Óculos de protecção

5. Roupas de protecção (não esterilizadas) 15. Anti sépticos

6. Batas 16. Hipoclorito de sódio em solução ou pó

7. Mascaras 17. Solução de desinfecção já preparada

8. Barretes 18. Glutaraldeido (CIDEX)

9. Aventais 19. Sabão

10. Balde de lixo com tampa 12L SS 20. Bacia ou recipiente para descontaminação

Oitenta e cinco por cento das salas de partos avaliadas não possuíam 14 itens, apresentando as
salas de partos da rede primária de saúde as maiores percentagens de salas de parto que não
possuíam a maioria dos itens recomendados pela Direcção Nacional de Assistência Médica para
o controle de infecções. Numa análise mais detalhada das salas de parto dos CS tipo III,
verificou-se que 6 destes CS são da província do Niassa, 13 de Cabo-Delgado, 14 de Nampula, 7
da Zambézia, 6 de Tete, 4 de Manica, 3 de Sofala, 8 de Inhambane, 6 de Gaza, 5 da província de
Maputo e 3 da Cidade de Maputo.

Em 33% dos HC (1 em Nampula), 64.8% dos HG (2 em Nampula e 2 em Maputo Cidade), 57% dos
HP (1 no Niassa, 1 em Cabo-Delgado, 1 em Inhambane e 1 em Gaza) e 56% dos HR (2 em Cabo-
Delgado, 2 em Nampula, 1 na Zambézia, 2 em Sofala, 2 em Inhambane, 3 em Gaza e 1 na
Província de Maputo) não tinham a maior parte dos itens recomendados.

90
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 63: Disponibilidade de pelo menos 14 itens para a prevenção de infecções na sala de partos por
Provínica e por tipo de unidade sanitária
NÃO tem os 14 SIM tem os 14 TOTAL de US
itens itens com sala de
Província partos
Nº % Nº % Nº
Niassa 29 83.6% 8 16.4% 37

Cabo Delgado 35 97.0% 2 3.0% 37

Nampula 36 74.9% 15 25.1% 51

Zambézia 25 93.4% 4 6.6% 29

Tete 26 93.2% 4 6.8% 30

Manica 24 76.2% 9 23.8% 33

Sofala 5 29.6% 8 70.4% 13

Inhambane 38 88.4% 7 11.6% 45

Gaza 31 89.7% 4 10.3% 35

Maputo Província 25 92.0% 2 8.0% 27

Maputo Cidade 6 80.0% 2 20.0% 8

Tipo de US
Hospital Central 1 33.3% 2 66.7% 3

Hospital Geral 4 64.8% 2 35.2% 6

Hospital Provincial 4 57.3% 3 42.7% 7

Hospital Rural 15 56.3% 10 43.7% 25

Centro de Saúde tipo I 75 71.8% 30 28.2% 105

Centro de Saúde tipo II 82 88.2% 11 11.8% 93

Centro de Saúde tipo III 47 93.8% 3 6.2% 50

Posto de Saúde 52 93.0% 4 7.0% 56

Total 280 85.3% 65 14.7% 345

Cerca de quarenta e oito por cento das salas de parto, faz a esterilização do seu material em
"outro local" que inclui uma variedade de locais tais como: sala de injecções, banco de socorros,
sala de pensos, sala de triagem, sala de tratamentos, enfermaria de medicina, cozinha, sala de
espera, pátio e alpendre da US.

Dois Hospitais Rurais, O HR de Namapa faz a esterilização no recinto da cozinha, e o HR de


Ribaue numa sala improvisada, enquanto que dois CS tipo I referem que fazem a esterilização,
do material utilizado na sala de partos, na sala de operações (CS da Manhiça na província de
Maputo e o CS 1º de Maio em Maputo Cidade). Em algumas US o material utilizado na sala de
partos é esterilizado em dois locais.

91
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Medicamentos Essenciais

De acordo com a metodologia utilizada internacionalmente nas avaliações de necessidades, a


colheita de dados é feita por compartimentos assim, nesta secção é feita apenas a análise da
existência e disponibilidade de medicamentos nas salas de partos. Na secção da farmácia é feita
uma análise comparativa entre a existência e disponibilidade de medicamentos na US versus
salas de partos, considerando que de acordo com as normas nacionais, particularmente nas US
que prestam COEmB e COEmC, as drogas que vão ser analisadas e discutidas nesta secção
deveriam estar presentes no compartimento da sala de partos.

Tabela 64: Disponibilidade e problemas de reabastecimento de antibióticos nas salas de parto por
Província e tipo de unidade sanitária
Ampicilina Penicilina G Gentamicina Gentamicina 20 Metronidazol Metronidazol Cloranfenicol Amoxacilina
Injectável Sódica 80 mg mg Inj Oral Inj Oral
(NA=9.9% & (NA=9.9% & (NA=9.9% & (NA=9.9% & (NA=9.9% & (NA=9.9% & (NA=9.9% & (NA=9.9% &
SI=5,8% SI=6.1% SI=6.1% SI=6.4% SI=6.1% SI=6.7% SI=6.4% SI=6.4%

Teve problemas de reabastecim ento ou ruptura de stock


Teve proble mas de reabastecimento ou ruptura de stock
Teve problemas de reabastecimento ou ruptura de stock

Teve problemas de reabastecimento ou ruptura de stock

Teve problemas de reabastecimento ou ruptura de stock

Teve problemas de reabastecimento ou ruptura de stock

Teve problemas de reabastecimento ou ruptura de stock


Teve Problemas de reabastecimento ou ruptura de stock
Sem disponibilidade no dia da visita

Sem disponibilidade no dia da visita

Sem disponibilidade no dia da visita

Sem disponibilidade no dia da visita

Sem disponibilidade no dia da visita

Sem disponibilidade no dia da visita

Sem disponibilidade no dia da visita

Sem disponibilidade no dia da visita


na semana anterior à visita

na semana anterior à visita

na semana anterior à visita

na semana anterior à visita

na semana anterior à visita

na semana anterior à visita

na semana anterior à visita

na semana anterior à visita


Província

34.4% 34.4% 34.4% 34.4% 36.1% 36.1% 44.2% 44.2% 32.8% 31.2% 36.1% 27.9% 37.7% 37.7% 36.1% 36.1%
Niassa
92.6% 87.2% 82.8% 79.8% 83.6% 77.4% 97.0% 89.3% 88.7% 86.3% 75.9% 77.4% 85.7% 80.4% 87.2% 78.0%
Cabo Delgado
62.5% 42.2% 50.9% 34.5% 63.4% 29.1% 87.2% 41.4% 60.2% 27.9% 43.5% 21.7% 79.1% 36.0% 67.1% 30.5%
Nampula
34.3% 22.3% 31.0% 17.2% 37.7% 20.5% 41.3% 22.3% 39.5% 22.3% 24.1% 15.4% 36.1% 22.3% 36.1% 20.5%
Zambézia
94.9% 72.1% 87.1% 59.9% 94.9% 67.7% 98.3% 73.8% 88.8% 63.3% 88.8% 60.9% 93.2% 70.4% 88.8% 64.3%
Tete
90.2% 43.2% 86.7% 51.7% 90.2% 48.3% 100.0% 55.2% 83.2% 48.3% 85.1% 51.4% 95.3% 55.2% 88.6% 51.7%
Manica
29.3% 29.3% 5.9% 5.9% 29.3% 29.3% 76.4% 70.4% 23.4% 23.4% 0.0% 0.0% 29.6% 29.6% 0.0% 17.5%
Sofala
79.3% 2.4% 62.9% 3.6% 74.1% 1.2% 86.5% 8.8% 79.3% 6.4% 57.4% 4.0% 75.3% 2.4% 73.7% 2.4%
Inhambane
81.3% 30.8% 72.7% 17.0% 74.6% 25.6% 93.2% 27.1% 79.7% 27.3% 83.0% 25.4% 76.0% 23.8% 86.5% 30.6%
Gaza
65.2% 13.4% 57.2% 18.7% 65.2% 18.7% 77.4% 25.4% 74.6% 22.6% 59.9% 11.9% 78.6% 18.7% 66.7% 14.7%
Maputo Província
60.0% 0.0% 40.0% 40.0% 70.0% 0.0% 60.0% 0.0% 60.0% 10.0% 50.0% 10.0% 60.0% 0.0% 60.0% 10.0%
Maputo Cidade
Tipo de US
0.0% 0.0% 33.3% 33.3% 66.7% 33.3% 66.7% 33.3% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 33.3% 33.3% 0.0% 33.3%
HC
0.0% 51.4% 0.0% 0.0% 16.2% 0.0% 51.4% 35.2% 16.2% 0.0% 35.2% 35.2% 32.4% 32.4% 51.4% 51.4%
HG
49.0% 49.0% 49.0% 49.0% 49.0% 49.0% 67.1% 49.0% 49.0% 49.0% 66.2% 33.2% 49.0% 49.0% 66.2% 49.0%
HP
42.0% 30.2% 27.1% 18.8% 23.5% 23.0% 75.3% 60.4% 27.1% 23.0% 27.3% 23.6% 42.6% 27.2% 34.3% 30.8%
HR
47.3% 36.1% 41.0% 29.6% 39.4% 29.0% 83.5% 53.4% 47.1% 34.8% 37.0% 25.1% 59.3% 38.8% 49.9% 31.7%
CS tipo I
79.5% 46.4% 66.3% 40.8% 79.6% 42.0% 82.7% 44.2% 74.9% 39.6% 61.9% 37.3% 77.2% 40.9% 72.8% 38.7%
CS tipo II
81.4% 26.7% 79.3% 24.6% 81.6% 26.8% 87.6% 29.2% 83.5% 29.0% 77.5% 24.9% 83.7% 29.0% 85.5% 27.1%
CS tipo III
72.5% 33.3% 63.9% 38.7% 72.5% 36.4% 74.2% 39.9% 74.2% 39.9% 67.6% 33.3% 74.0% 38.4% 71.1% 38.6%
PS
Total 69.9% 37.3% 61.4% 34.1% 68.3% 34.6% 81.2% 42.6% 68.5% 35.7% 59.9% 31.2% 72.4% 37.2% 68.8% 35.1%

92
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Havia uma elevada taxa de indisponibilidade de antibióticos injectáveis como Ampicilina,


Penicilina, Gentamicina, Metronidazol e Cloranfenicol, no dia da visita. (respectivamente
69.9%, 61.4%, 68.3%, 81.2%, 68.5%, 72.4%), verificando-se o mesmo para os antibióticos orais
Amoxacilina e Metronidazol (68.8% e 72.4%). Entre 35% a 43% das salas de parto tiveram
problemas de abastecimento destes antibióticos na semana anterior à avaliação. As salas de
parto de Cabo-Delgado, Tete, Manica, Nampula, Inhambane e Gaza foram as que apresentavam
percentagens mais altas de falta de todos os antibióticos.

Das salas de parto dos 3 Hospitais Gerais (6) com dados disponíveis: 3 tinham Ampicilina Inj no
dia da visita, mas tiveram ruptura de stock na semana anterior à avaliação (2 em Nampula e 1
em Gaza); 1 não tinha Gentamicina de 80mg (em Nampula) mas não teve problemas de
abastecimento na semana anterior; 2 não tinham Gentamicina de 20mg (1 em Nampula e 1 em
Gaza, apresentando os dois problemas de abastecimento na semana anterior), 1 não tinha
Metronidazol Inj (em Nampula), 2 não tinham Metronidazol oral (1 em Nampula e 1 em Gaza
com problemas de abastecimento na semana anterior), 2 não tinham Cloranfenicol Inj (2 em
Nampula com problemas de abastecimento na semana anterior), e os 3 HG com dados
disponíveis (2 em Nampula e 1 em Gaza) não tinham Amoxacilina oral com problemas de
abastecimento na semana anterior.

Em relação às salas de parto dos Hospitais Provinciais (7): 3 (Cabo-Delgado, Tete e Manica) não
tinham Ampicilina Inj, Penicilina G, Gentamicina de 80mg e Metronidazol Inj no dia da visita, e
tiveram problemas de abastecimento na semana anterior; 4 não tinham Gentamicina de 20mg
(Niassa sem problemas de abastecimento na semana anterior, e Cabo-Delgado, Tete e Manica
com problemas de abastecimento na semana anterior); 3 tiveram falta de Metronidazol oral
(Tete, e Cabo-Delgado e Manica que tiveram também problemas de abastecimento na semana
anterior); 4 tinham falta de Amoxacilina oral (Cabo-Delgado, Tete e Manica também com
problemas de abastecimento na semana anterior e Gaza).

Cerca de 47% de salas de parto dos CS tipo I não tinha Ampicilina Inj no dia da visita, e 36%
reportaram problemas de abastecimento na semana anterior; 41% não tinha Penicilina G e
29.6% teve problemas de abastecimento na semana anterior; 39.4% não tinha Gentamicina de
80mg, e 29% teve problemas de abastecimento na semana anterior, aumentando a
percentagem de salas de parto sem Gentamicina de 20mg para 83.5% com cerca de 53% que
reportaram problemas de abastecimento na semana anterior; 47% não tinha Metronidazol Inj e
37% não tinha Metronidazol oral, respectivamente com 34.8% e 25% das salas de parto a
reportarem problemas de abastecimento na semana anterior; 59.3% não tinha Cloranfenicol Inj
e 39% tiveram problemas de abastecimento na semana anterior; cerca de 50% não tinham
Amoxacilina oral e cerca de 32% tiveram problemas de abastecimento na semana anterior.

Em relação aos CS tipo II & III e Postos de Saúde as percentagens de salas de parto com falta de
antibióticos tanto injectáveis como orais são muito altas. Era de esperar que em relação a
antibióticos injectáveis a falta de disponibilidade fosse alta já que em grande parte destas US,
principalmente nos CS tipo III e nos PS, não existe uma categoria de pessoal qualificado para
prescrever este tipo de drogas. No entanto, mesmo a Penicilina G, o Metronidazol oral e a
Amoxacilina oral que são drogas que podem ser prescritas por pessoal de nível elementar: cerca

6
Nos 3 Hospitais Gerais da Cidade de Maputo, as fichas de recolha de dados não tinham informação. Por favor veja Anexo … com informação
mais detalhada.

93
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

de 66%, 79% e 64% das salas de parto respectivamente dos CS tipo II, III e PS não possuíam
Penicilina G no dia da visita.

Contudo, esta situação encontrada nas salas de parto das US de nível primário, mesmo em
muitos CS tipo I, pode ser devida ao facto de que em US pequenas, muitas vezes só com 3 ou 2
compartimentos (sendo um destes compartimentos a sala de partos/maternidade), os
medicamentos estão num compartimento da US contíguo à sala de partos/maternidade,
estando facilmente acessíveis quando necessários.

Na tabela a seguir, é analisada a disponibilidade e reabastecimento de anticonvulsivantes, anti-


hipertensivos, medicamentos para reanimação e analgésicos. Cerca de 47% das salas de parto
das US avaliadas não possuíam Diazepan Inj, e 31.4% reportaram problemas de abastecimento
na semana anterior à visita de avaliação, sendo estas percentagens mais altas em relação ao
Sulfato de Magnésio, respectivamente 69% e 38%. Das drogas anti-hipertensivos: a
Dehidralazina não estava disponível em 73% das salas de parto, com problemas de
abastecimento na semana anterior em cerca de 39%, aumentando para 77% e 40%
respectivamente nas salas de parto que não possuíam e que tiveram problemas de
abastecimento de Nifedipina. Uma das duas drogas seleccionadas "como marcadores" dos
medicamentos de reanimação, a Adrenalina não estava disponível em cerca de 69% das salas de
parto, com 39% destas a reportarem problemas de abastecimento na semana anterior,
enquanto que para o Bicarbonato de Sódio cerca de 74% das salas de parto não tinham esta
droga disponível, e 40% referiu que teve problemas de abastecimento. Dos analgésicos
seleccionados para a avaliação, 81% das salas de parto não possuía Petidina e 55% não tinha
Paracetamol oral, tendo 38% e 26% das salas de parto reportado problemas de
reabastecimento respectivamente para a Petidina e o Paracetamol oral.

Cabo-Delgado, Tete e Manica são as províncias com maiores percentagens de salas de parto
sem disponibilidade de quase todos os grupos de medicamentos de reanimação e analgésicos.

7 A parte correspondente aos medicamentos da Sala de Partos do Hospital Provincial da Zambézia não tem informação recolhida, no entanto
as Percentagens Ponderadas apresentadas na Tabela B&P 21, são calculadas tomando em consideração casos como estes.

94
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 65: Disponibilidade e problemas de reabastecimento de anticonvulsivantes, anti-Hipertensivos,


medicamentos para reanimação e analgésicos, nas salas de parto por província e tipo de unidade sanitária
Anticonvulsivantes Anti-Hipertensivos Medicamentos para Analgésicos
ressuscitação
Diazepan Inj Sulfato de Dehidralazina Nifedipina Adrenalina Bicarbonato Petidina Paracetamol
(NA=9% & Magnésio (NA=10.7% & (NA=10.7% & (NA=10.7% & de Sódio (NA=10.7% & oral
SI=6.1% (NA=9% & SI=5,2% SI=5,5% SI=5,5% (NA=10.7% & SI=5,5% (NA=10.7% &
SI=6.1% SI=5,5% SI=5,3%

reabastecimento na semana
Não tinha disponível no dia da

Não tinha disponível no dia da

Não tinha disponível no dia da

Não tinha disponível no dia da

Não tinha disponível no dia da

Não tinha disponível no dia da

Não tinha disponível no dia da


Não tinha disponível no dia da
reabastecimento na semana

reabastecimento na semana

reabastecimento na semana

reabastecimento na semana

reabastecimento na semana

reabastecimento na semana

reabastecimento na semana
Província
Com problemas de

Com problemas de

Com problemas de

Com problemas de

Com problemas de

Com problemas de

Com problemas de
Comproblemas de
anterior à visit a

anterior à visita

anterior à visita

anterior à visita

anterior à visita

anterior à visita

anterior à visita

anterior à visita
visita

visita

visita

visita

visita

visita

visita
visita
26.2% 31.2% 37.7% 37.7% 49.2% 39.3% 45.9% 39.3% 39.3% 36.0% 41.0% 37.7% 49.2% 42.6% 24.6% 21.3%
Niassa
64.4% 65.9% 95.5% 87.8% 92.6% 84.9% 95.5% 84.9% 88.7% 83.4% 95.5% 87.2% 97.0% 93.2% 64.4% 60.5%
Cabo Delgado
46.6% 22.0% 74.5% 34.5% 80.0% 34.5% 77.7% 29.9% 62.9% 35.6% 72.6% 32.5% 86.9% 34.5% 37.3% 18.6%
Nampula
22.3% 15.4% 41.3% 22.3% 39.5% 20.5% 41.3% 22.3% 31.0% 27.4% 41.3% 27.4% 41.3% 25.9% 25.9% 12.0%
Zambézia
69.8% 47.6% 91.5% 72.8% 85.4% 66.0% 92.2% 69.4% 94.9% 63.3% 94.9% 67.7% 98.3% 67.7% 93.2% 58.2%
Tete
71.5% 48.3% 79.4% 53.7% 91.8% 55.2% 95.3% 60.3% 86.7% 53.3% 83.2% 53.7% 100.0% 51.7% 71.1% 39.7%
Manica
46.8% 46.8% 53.0% 47.0% 41.1% 41.1% 70.4% 70.4% 47.0% 58.6% 76.4% 70.4% 70.4% 47.0% 0.0% 0.0%
Sofala
40.2% 12.3% 72.5% 4.8% 84.1% 7.6% 82.9% 3.6% 76.1% 1.2% 83.7% 4.8% 85.3% 2.4% 58.6% 6.8%
Inhambane
36.1% 22.4% 76.4% 20.5% 79.5% 23.8% 88.1% 28.9% 69.2% 32.6% 72.7% 27.3% 93.2% 28.9% 83.2% 18.7%
Gaza
53.2% 15.9% 49.3% 15.9% 52.0% 24.1% 65.4% 24.1% 70.6% 24.1% 81.3% 28.1% 73.4% 5.5% 59.9% 8.0%
Maputo Província
10.0% 30.0% 70.0% 20.0% 60.0% 10.0% 50.0% 10.0% 70.0% 10.0% 60.0% 0.0% 60.0% 0.0% 20.0% 40.0%
Maputo Cidade
Tipo de US
0.0% 0.0% 33.3% 66.7% 0.0% 0.0% 33.3% 33.3% 33.3% 33.3% 33.3% 33.3% 33.3% 33.3% 0.0% 0.0%
HC
16.2% 16.2% 16.2% 0.0% 19.0% 19.0% 35.2% 19.0% 16.2% 16.2% 19.0% 19.0% 51.4% 35.2% 35.2% 19.0%
HG
51.2% 34.2% 18.4% 34.2% 32.9% 34.2% 47.8% 34.2% 33.0% 34.2% 15.8% 15.8% 69.6% 49.0% 66.2% 49.0%
HP
25.8% 29.4% 33.0% 29.8% 26.8% 19.4% 56.5% 41.4% 49.5% 46.1% 45.1% 41.4% 57.1% 23.9% 19.3% 23.0%
HR
25.0% 24.4% 61.7% 43.7% 70.8% 51.4% 69.6% 47.7% 63.2% 43.6% 74.4% 47.1% 85.3% 49.5% 37.6% 20.8%
CS tipo I
53.4% 31.6% 75.5% 42.0% 80.5% 41.9% 81.7% 40.9% 73.7% 41.8% 78.2% 42.9% 83.7% 39.7% 53.1% 26.3%
CS tipo II
56.1% 30.9% 81.8% 29.2% 82.4% 31.3% 87.8% 31.3% 71.7% 31.2% 81.7% 31.2% 89.7% 29.6% 79.2% 23.1%
CS tipo III
53.1% 38.9% 65.6% 38.4% 69.3% 34.9% 71.1% 40.4% 70.7% 36.8% 72.2% 38.6% 72.7% 37.5% 60.4% 33.7%
PS
Total 47.2% 31.4% 69.2% 38.2% 73.2% 38.6% 76.5% 39.8% 68.8% 38.9% 74.2% 39.9% 81.0% 38.3% 55.3% 26.2%

Na análise por tipo de US, verifica-se que todas as salas de partos dos Hospitais Centrais tinham
Diazepan Inj disponível, mas em relação ao Sulfato de Magnésio este não estava disponível na
sala de partos do HC de Maputo, tendo esta sala de partos e a sala de partos do HC de Nampula
reportado problemas de abastecimento na semana anterior. Das drogas anti-hipertensivos
todos os 3 HC tinham Dehidralazina disponível e o HC da Beira não tinha Nifedipina disponível,
apresentando também problemas de abastecimento na semana anterior à visita. A sala de
partos do HC Maputo não tinha Adrenalina e reportou problemas de abastecimentos na
semana anterior, enquanto que a sala de partos do HC da Beira não tinha Bicarbonato de Sódio
referindo também problemas de abastecimento. Na sala de partos do HC da Beira não existia
Petidina, referindo problemas de abastecimento pelo menos desde a semana anterior à visita
de avaliação.

Das salas de parto dos 3 Hospitais Gerais com dados disponíveis, uma sala de partos (Nampula)
não tinha Diazepan Inj nem Sulfato de Magnésio, e teve problemas de abastecimento destas
drogas na semana anterior. A sala de partos de 1 HG (Gaza) não tinha Dehidralazina com
problemas de abastecimento na semana anterior, enquanto que as salas de parto de 2 HG

95
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

(Nampula e Gaza) não tinham Nifedipina e uma sala de partos reportou problemas de
abastecimento na semana anterior (Gaza). A sala de partos de 1 HG (Nampula) não tinha
Adrenalina e 1 sala de partos (Gaza) não tinha Bicarbonato de Sódio, tendo as duas referido
problemas de abastecimento. As salas de partos de 3 HG (2 em Nampula e 1 em Gaza) não
tinham Petidina e referiram problemas de abastecimento, enquanto que as mesmas 3 salas de
parto possuíam Paracetamol oral.

Em relação às salas de parto dos Hospitais Rurais, 9 não tinham Sulfato de Magnésio (Mocimboa
da Praia, Montepuez, Mueda, Ribaue, Mutarara, Buzi, Marromeu, Chicuque e Vilankulos)
enquanto que 8 referiram problemas de abastecimento desta droga na última semana antes da
visita de avaliação (Mocimboa da Praia, Montepuez, Mueda, Ulongué, Buzi, Marromeu,
Chicuque e Chibuto). Em 5 salas de parto destes Hospitais não havia Diazepan (Mueda,
Mutarara, Muxungue, Marromeu e Chibuto) e em 6 foram reportados problemas de
abastecimento na semana anterior (Mueda, Ribaue, Muxungue, Marromeu, Vilankulos e
Chibuto).

No que respeita à disponibilidade de Adrenalina e Bicarbonato de Sódio nas salas parto dos
Hospitais Rurais, 11 não tinham Adrenalina (Cuamba, Mocimboa da Praia, Mueda, Namapa,
Ulongué, Mutarara, Catandica, Buzi, Muxungue, Vilankulos e Chokwe) e 10 não tinham
Bicarbonato de Sódio (Mocimboa da Praia, Mueda, Ulóngue, Mutarara, Catandica, Buzi,
Muxungue, Marromeu, Chicuque, Chokwe), tendo 10 reportado problemas de abastecimento
de Adrenalina (Cuamba, Mocimboa da Praia, Mueda, Namapa, Ulóngue, Catandica, Buzi,
Muxungue, Chibuto e ChoKwe) e 9 reportado problemas de abastecimento de Bicarbonato de
Sódio (Mocimboa da Praia, Mueda, Angoche, Catandica, Buzi, Muxungue, Marromeu, Chibuto e
Chokwe).

Cerca de 55% das salas de parto não tinham Dextrose a 5% no dia da avaliação, com 33% que
referiram problemas de abastecimento na semana anterior. Um HC (Nampula), 1 HG
(Nampula), 4 HP (Niassa, Cabo-Delgado, Manica e Gaza) e 8 HR (Cuamba, Mocimboa da Praia,
Ribaue, Mutarara, Catandica, Muxungue, Marromeu e Vilankulos) não tinham Dextrose a 5% na
sala de partos no dia da visita, referindo também problemas de abastecimento na semana
anterior as salas de parto do HC de Nampula, do HG de Nacala-Porto e de 3 HP (Cabo-Delgado,
Nampula e Manica) e 9 HR (Cuamba, Mocimboa da Praia, Mueda, Namapa, Ribaue, Catandica,
Muxungue, Marromeu e Chokwe). Por outro lado, mais de 45% da rede primária de saúde não
possuía Dextrose a 5% (CS tipo I= 45.4%; CS tipo II=55.7%; CS tipo III=66.1% e PS=54.1%)

A situação de disponibilidade da Dextrose a 30% é semelhante à da Dextrose a 5%. Contudo,


todas as salas de parto dos HC e HG tinham este soro, enquanto que este não estava disponível
nas salas de parto de 2 HP (Cabo-Delgado e Gaza) e de 4 HR (Mocimboa da Praia, Mueda,
Mutarara e Buzi), tendo as salas de parto de 2 HP (Cabo-Delgado e Manica) e de 5 HR
(Mocimboa da Praia, Mueda, Buzi, Chibuto e Chokwe) referido problemas de abastecimento na
última semana antes da avaliação

As províncias de Tete (77.6%), Cabo-Delgado (77.4%) e Manica (67.6%) foram as que


apresentaram as maiores percentagens de salas de parto sem Dextrose a 30%.

96
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

O Soro Fisiológico não estava disponível em cerca de 64% das salas de parto do país, com 37.4%
a reportarem problemas de abastecimento na semana anterior à visita. No dia da avaliação as
salas de parto de 1 HC (Nampula), de 2 HG (Nacala-Porto e Marrere em Nampula), de 2 HP
(Niassa e Cabo-Delgado) e de 8 HR (Cuamba, Mocimboa da Praia, Mueda, Mutarara, Catandica,
Buzi, Vilankulos e Chokwe) não tinham Soro Fisiológico. Na rede primária, em cerca de 82%,
65%, 64% e 51% respectivamente das salas de parto CS tipo III, CS tipo II, PS e CS tipo I não havia
Soro Fisiológico disponível.

Cerca de 52% das salas de parto não tinham Lactato de Ringer, e cerca de 33% reportaram
problemas de abastecimento na semana anterior. Não existia Lactato de Ringer nas salas de
parto de 1 HC (Nampula), de 1 HP (Cabo-Delgado) e de 11 HR (Cuamba, Mocimboa da Praia,
Montepuez, Mueda, Ribaue, Mutarara, Catandica, Muxungue, Chicuque, Vilankulos e Chokwe).
As salas de parto do HC de Nampula, do HP de Cabo-Delgado e dos HR de Cuamba, Mocimboa
da Praia, Montepuez, Mueda, Angoche, Ribaue, Ulóngue, Catandica, Muxungue e Chokwe
também referiram problemas de abastecimento na semana anterior. A nível da rede primária
de saúde, a maior percentagem de salas de parto sem este tipo de soro é nos CS tipo III (67.4%)
seguidas das salas de parto dos PS (54.9%), CS tipo II (51%) e das salas de parto dos CS tipo I
(38.6%), com cerca de 25%, 32%, 41% e 26% salas de parto de respectivamente CS tipo III, PS, CS
tipo II e CS tipo I que reportaram problemas de abastecimento. As províncias de Tete (78.2%),
Cabo-Delgado (71.2%) e Manica (70.8%) foram as que tiveram as maiores percentagens de salas
de parto sem Lactato de Ringer.

A percentagem de salas de parto sem disponibilidade de tocolíticos é muito alta, cerca de 73%
não possuía Salbutamol injectável e cerca de 83% não possuía Terbutalina oral, tendo cerca de
37% e 41% respectivamente referido problemas de abastecimento na semana anterior à
avaliação.

Mesmo a nível das salas de parto da rede quaternária, terciária e secundária de saúde onde o
Salbutamol deveria estar disponível nas salas de parto, no dia da visita o HC da Beira e o HC de
Maputo não tinham esta droga disponível nas suas salas de parto, assim como nas salas de parto
de 2 HG (Marrere e Manjacaze), de 4 HP (Niassa, Cabo-Delgado, Tete e Gaza) e de 8 HR (Cuamba,
Mocimboa da Praia, Ribaue, Mutarara, Buzi, Muxungue, Vilankulos e Chibuto). Tanto a sala de
partos do HC da Beira como a do HC de Maputo referiram problemas de abastecimento de
Salbutamol na semana anterior, assim como também as salas de parto do HG de Manjacaze, dos
HP de Cabo-Delgado e Tete, dos HR de Cuamba, Mocimboa da Praia, Mueda, Ulóngue, Buzi,
Muxungue e Chibuto. Mais de 60% da rede primária de saúde não tinha disponibilidade de
Salbutamol (CS tipo I=62.2%; CS tipo II=75%; CS tipo III=87% e PS=75.6%), com 27% a 47% das
salas de parto deste tipo de US a reportarem problemas de abastecimento. As províncias de
Gaza (95%), Manica (90%), Cabo-Delgado (87%), Tete e Maputo Província (85%) são as que
apresentavam as maiores percentagens de salas de parto sem este medicamento.

A Sulfadoxina+Pirimetamina é uma droga que faz parte do Programa de Tratamento


Intermitente Preventivo da Malária (TIP Malária), em ambulatório, que deve ser prescrita a
todas as grávidas que se apresentam nas consultas pré-natais. No entanto, esta foi também uma
droga incluída na avaliação da disponibilidade de medicamentos a nível das salas de parto.
Cerca de 62% das salas de parto do país não possuíam Sulfadoxina+Pirimetamina e cerca de
34% referiram que tiveram problemas de reabastecimento na semana anterior à avaliação.

97
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Quando se analisa a disponibilidade do Quinino injectável nas salas de parto, onde esta droga
deveria estar disponível, verifica-se que no geral cerca de 64% das salas de parto não a tinham
disponível e que cerca de 32% teve problemas de reabastecimento na semana anterior à
avaliação.

Todas as salas de parto dos HC tinham Quinino disponível, enquanto que as salas de parto do HG
de Manjacaze, de 4 HP (Niassa, Cabo-Delgado, Tete e Manica) e de 4 HR (Mocimboa da Praia,
Mutarara, Catandica e Vilankulos) não tinham esta droga disponível no dia da avaliação. Por
outro lado, a sala de partos do HG de Manjacaze, e as salas de parto de 3 HP (Cabo-Delgado, Tete
e Manica) e de 6 HR (Mocimboa da Praia, Mueda, Ribaue, Ulóngue, Catandica, Buzi e Chokwe)
referiram problemas de reabastecimento na semana anterior. Para além dos CS tipo I onde
cerca de 62% das salas de parto tinha Quinino injectável, a disponibilidade desta droga nas salas
de parto dos outros tipos de US do nível primário é muito baixa, tendo disponibilidade desta
droga as salas de parto de apenas 27% dos CS tipo II, 16% dos CS tipo III e 37% dos PS, com cerca
de 50% das salas de parto do nível primário de saúde que tiveram problemas de
reabastecimento desta droga na semana anterior à avaliação.

Tabela 66: Disponibilidade e problemas de reabastecimento de anti-maláricos e anti-retrovirais nas salas


de parto por Província e tipo de unidade sanitária

Anti-Maláricos Anti-Retrovirais

Sulfadoxina + Quinina Niverapina Comp Niverapina AZT Comp AZT Sup AZT + 3TC D4T+3TC
Pirimetamina (NA=11.7% & (NA=11.7% & Xarope (NA=11.7% & (NA=11.5 % & (NA=11.7% & (NA=11.7% &
(NA=11.7% & SI=5,2% SI=5,2% (NA=11.7% & SI=5,2% SI=7,5% SI=5,2% SI=5,4%
SI=5,2% SI=6,4%
Com problemas de reabasteci mento
Não tinha disponível no dia da visita

Não tinha disponível no dia da visita

Não tinha disponível no dia da visita

Não tinha disponível no dia da visita

Não tinha disponível no dia da visita

Não tinha disponível no dia da visita

Não tinha disponível no dia da visita


Com problemas de reabastecimento

Com problemas de reabastecimento

Com problemas de reabastecimento

Com problemas de reabastecimento

Com problemas de reabastecimento

Com problemas de reabastecimento

Não tinha disponível no dia da visita

Com problemas de reabastecimento


na semana anterior à visita

na semana anterior à visita

na semana anterior à visita

na semana anterior à visita

na semana anterior à visita

na semana anterior à visita

na semana anterior à visita

na semana anterior à visita


Província

24.6% 27.9% 32.8% 31.2% 27.9% 27.9% 24.6% 26.2% 27.9% 31.2% 26.2% 27.9% 31.2% 29.5% 37.7% 34.4%
Niassa
83.4% 82.5% 83.6% 78.9% 67.3% 67.3% 65.9% 70.8% 83.4% 79.5% 79.5% 76.8% 66.5% 68.8% 87.0% 89.3%
Cabo Delgado
46.6% 20.0% 58.8% 25.3% 57.6% 27.2% 62.9% 29.5% 73.4% 25.6% 75.4% 34.2% 81.1% 32.2% 85.7% 32.5%
Nampula
34.3% 22.3% 32.5% 20.5% 37.7% 15.4% 37.7% 15.4% 32.5% 20.5% 40.2% 12.0% 39.5% 12.0% 39.5% 12.0%
Zambézia
81.0% 62.6% 82.7% 63.3% 70.4% 40.5% 71.5% 43.2% 87.1% 51.0% 74.2% 49.3% 85.4% 58.2% 87.1% 51.0%
Tete
76.2% 53.3% 81.6% 46.7% 55.2% 32.7% 57.5% 36.2% 75.9% 49.8% 81.6% 41.6% 84.8% 43.2% 100.0% 44.8%
Manica
58.6% 58.6% 29.3% 35.2% 5.9% 11.8% 17.7% 35.2% 47.0% 53.0% 29.3% 29.3% 3.4% 40.9% 70.4% 70.4%
Sofala
60.6% 5.6% 66.9% 1.2% 56.2% 4.0% 55.0% 4.8% 67.7% 2.4% 66.5% 5.2% 82.5% 2.4% 86.5% 3.6%
Inhambane
86.5% 22.2% 74.4% 23.8% 71.3% 15.4% 72.9% 11.9% 86.5% 25.4% 76.4% 10.3% 83.2% 22.2% 98.4% 30.6%
Gaza
62.7% 11.9% 71.9% 8.0% 44.0% 8.0% 44.0% 11.9% 63.9% 8.0% 52.0% 14.7% 71.9% 10.7% 81.3% 6.7%
Maputo Província
60.0% 10.0% 30.0% 10.0% 50.0% 0.0% 20.0% 20.0% 20.0% 0.0% 20.0% 20.0% 60.0% 0.0% 60.0% 0.0%
Maputo Cidade
Tipo de US
33.3% 33.3% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 33.3% 33.3% 33.3% 33.3% 66.7% 33.3% 33.3% 0.0% 33.3% 0.0%
HC
19.0% 19.0% 19.0% 19.0% 0.0% 0.0% 19.0% 0.0% 32.4% 35.2% 51.4% 0.0% 16.2% 19.0% 51.4% 19.0%
HG
66.2% 49.0% 67.1% 49.0% 14.7% 14.7% 14.7% 14.7% 50.4% 33.2% 14.7% 14.7% 33.2% 33.2% 68.6% 33.2%
HP
46.3% 41.9% 19.9% 26.9% 23.1% 27.1% 22.0% 26.2% 38.2% 38.5% 14.8% 22.0% 60.3% 45.5% 68.7% 53.5%
HR
47.8% 27.0% 37.7% 22.8% 30.2% 15.1% 28.2% 21.1% 44.9% 28.4% 43.2% 28.5% 52.3% 23.5% 76.6% 43.1%
CS tipo I
61.1% 41.2% 72.8% 39.7% 57.7% 28.4% 61.1% 30.8% 71.7% 35.0% 70.2% 34.9% 71.9% 33.1% 78.4% 31.8%
CS tipo II
83.5% 24.9% 83.7% 25.3% 80.5% 29.2% 80.0% 25.5% 87.8% 27.5% 85.8% 21.3% 85.6% 27.4% 91.7% 29.3%
CS tipo III
58.4% 33.3% 63.1% 35.1% 50.9% 27.6% 47.4% 30.9% 61.3% 33.5% 58.2% 33.3% 70.3% 33.1% 74.0% 33.5%
PS
61.5% 33.9% 63.8% 32.3% 53.3% 25.5% 53.6% 27.5% 65.9% 32.3% 63.0% 29.8% 69.3% 30.6% 78.7% 34.3%
Total

98
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

No que se refere à disponibilidade de anti-retrovirais, no geral cerca de 53%, 54%, 66%, 63%,
69% e 79% das salas de parto não tinham disponibilidade respectivamente de Niverapina
comprimidos, Niverapina xarope, AZT comprimidos, AZT supositórios, AZT+3TC e D4T+3TC,
tendo reportado problemas de abastecimento na semana anterior para a Niverapina
comprimidos 25.5% das salas de parto, para a Niverapina xarope 27.5%, para o AZT
comprimidos 32.3%, para o AZT supositórios 29.8%, para o AZT+3TC 30.6% e para o D4T+3TC
34.3%.

A Niverapina em comprimidos existia em todas as salas de parto dos HC e HG, não estando no
entanto disponível nas salas de parto de 1 HP (Cabo-Delgado) e de 6 HR (Mocimboa da Praia,
Mueda, Mutarara, Catandica, Chicuque e Vilankulos), enquanto que a Niverapina xarope não
estava disponível na sala de partos do HC de Maputo, do HG de Manjacaze, do HP de Cabo-
Delgado, e de 6 HR (Mocimboa da Praia, Mueda, Ribaue, Mutarara, Marromeu e Vilankulos). A
sala de partos do HC de Maputo reportou problemas de abastecimento para a Niverapina
xarope; a sala de partos do HP de Cabo-Delgado referiu problemas de reabastecimento para a
Niverapina comprimidos e para a Niverapina xarope; as salas de partos de 5 HR (Mocimboa da
Praia, Mueda, Ulóngue, Marromeu e Chokwe) reportaram problemas de abastecimento tanto
para a Niverapina em comprimidos como em xarope; as salas de parto de 2 HR (Catandica e
Chicuque) tiveram problemas de abastecimento de Niverapina comprimidos e 2 HR (Ribaue e
Vilankulos) tiveram problemas de abastecimento de Niverapina xarope.

Nas salas de parto da rede primária de saúde, cerca de 50% não tinha Niverapina comprimidos
(CS tipo I=30.2%; CS tipo II=57.7%; CS tipo III=80.5%; PS=51%) e 50% não tinha Niverapina
xarope (CS tipo I=28.2%; CS tipo II=61.1%; CS tipo III=80%; PS=47.4%), com cerca de 57% e 53%
das salas de parto que reportaram problemas de abastecimento respectivamente de
Niverapina comprimidos e Niverapina xarope.

Em relação à disponibilidade de AZT compridos e AZT supositórios, a sala de partos do HC da


Beira não tinha AZT comprimidos e as salas de partos dos HC de Nampula e Maputo não tinham
AZT supositórios; as salas de partos dos HG de Marrere e Nacala-Porto não tinham comprimidos
nem supositórios de AZT, e do HG de Manjacaze não tinha AZT supositórios; a sala de partos do
HP de Cabo-Delgado não tinha nem comprimidos nem supositórios de AZT, e as do HP de
Manica e Gaza não tinham AZT comprimidos; as salas de parto dos HR de Mocimboa da Praia,
Mueda e Mutarara não tinham comprimidos nem supositórios de AZT, enquanto que as dos HR
de Angoche, Monapo, Ribaue, Catandica, Buzi e Chokwe não tinham AZT comprimidos, e a do
HR de Vilankulos não tinha AZT supositórios.

Na rede primária de saúde, cerca de 63% das salas de parto não tinha AZT comprimidos e 61%
não tinha AZT supositórios, com 28% e 30% a reportar problemas de abastecimento
respectivamente de AZT comprimidos e AZT supositórios, sendo os CS tipo III que tiveram as
maiores percentagens de salas de parto tanto sem AZT comprimidos (87.8%) como sem AZT
supositórios (85.8%). As províncias de Gaza (86.5%), Cabo-Delgado (83.4%), Manica (75.9%) e
Nampula (73.4%) foram as que tiveram as percentagens maiores de salas se parto sem AZT
comprimidos, e as províncias de Manica (81.6%), Cabo-Delgado (79.5%) e Gaza (76.4%) as que
apresentaram percentagens mais altas de salas de parto sem AZT supositórios.

99
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Para o AZT+3TC cerca de 69% das salas de parto não tinha disponibilidade deste medicamento,
enquanto que cerca de 31% reportou problemas de abastecimento. Cerca de 67% e 32% das
salas de parto da rede primária de saúde teve respectivamente falta e problemas de
abastecimento de AZT+3TC, apresentando os CS tipo III (85.6%) a maior percentagem de salas
de parto sem esta droga. As províncias de Tete (85.4%), Manica (84.8%), Gaza (83.2%),
Inhambane (82.5%) e Nampula (81%) foram as que tinham mais salas de parto sem AZT+3TC, e
as províncias de Cabo-Delgado (68.8%), Tete (58.2%) e Manica (43.2%) as que tiveram maiores
percentagens de salas de parto com problemas de abastecimento na semana anterior à
avaliação.

No que diz respeito ao D4T+3TC, cerca de 79% das salas de parto não tinha esta droga disponível
e 34% reportou problemas de abastecimento na semana anterior. Na rede primária, 79% das
salas de parto não tinha disponibilidade desta droga e 35% teve problemas de abastecimento,
uma vez mais os CS tipo III (91.7%) são os que apresentam a maior percentagem de salas de
parto sem esta droga. A Província de Manica (100%), seguida das províncias de Gaza (98.4%),
Tete e Cabo-Delgado (87%), Inhambane (86.5%) e Nampula (85.7%) foram as que tiveram as
maiores percentagens de salas de partos sem D4T+3TC.

A Tabela 66 mostra que cerca de 77% e 82% das salas de parto não tinha respectivamente
Metilergometrina e Misoprostol, enquanto que 31% não tinha Oxitocina.

Da rede primária de saúde: 78% não tinha Metilergometrina e 37% referiu problemas de
abastecimento; 32.5% não tinha Oxitocina e 26.7% reportou problemas de abastecimento;
82.6% não tinha Misoprostol e 40% teve problemas de abastecimento. Tanto para a
Metilergometrina como para o Misoprostol, os CS tipo III são os que apresentam a maior
percentagem de salas de parto sem estas drogas, respectivamente 89.7% e 91.7%, enquanto
que em relação à Oxitocina os PS (42.8%) são os que têm a maior percentagem de salas de parto
sem esta droga.

100
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Tabela 67: Disponibilidade e problemas de reabastecimento de oxitócicos, anestésicos e outros


medicamentos nas salas de parto por Província e tipo de unidade sanitária

Oxitócicos Anestésicos Outros

Metilergometrina Oxitocina Misoprostol Lidocaína 1% Vitamina K


Inj (NA=11.7% & (NA=11.7% & (NA=11.7% & (NA=11.4% &
(NA=11.7% & SI=5,6% SI=5,6% SI=5,6% SI=5,8% SI=5,6%
Não tinha disponível no dia da

Não tinha disponível no dia da

Não tinha disponível no dia da

Não tinha disponível no dia da

Não tinha disponível no dia da


reabastecimento na semana

reabastecimento na semana

reabastecimento na semana

reabastecimento na semana

reabastecimento na semana
Província

Com problemas de
Com problemas de

Com problemas de

Com problemas de

Com problemas de
anterior à visita

anterior à visita

anterior à visita

anterior à visita

anterior à visita
visita

visita

visita

visita

visita
34.4% 32.8% 29.5% 27.9% 44.2% 41.0% 23.0% 24.6% 39.3% 37.7%
Niassa
91.7% 87.8% 40.6% 51.9% 98.5% 93.2% 40.6% 54.3% 88.1% 85.7%
Cabo Delgado
87.2% 38.3% 27.2% 16.3% 87.2% 39.1% 47.0% 19.4% 69.1% 25.9%
Nampula
37.7% 17.2% 17.2% 15.4% 37.7% 17.2% 29.2% 15.4% 40.9% 17.2%
Zambézia
92.2% 60.5% 50.4% 46.6% 93.9% 67.7% 66.0% 56.1% 93.9% 68.4%
Tete
94.9% 49.8% 41.6% 32.7% 100.0% 46.3% 50.2% 34.6% 91.8% 44.8%
Manica
35.5% 58.9% 29.3% 46.8% 76.4% 76.4% 76.4% 76.4% 76.4% 76.4%
Sofala
81.3% 5.2% 19.9% 10.8% 85.3% 2.4% 44.6% 12.0% 72.1% 7.6%
Inhambane
93.5% 23.8% 31.0% 29.4% 96.7% 27.3% 46.6% 25.6% 96.7% 23.8%
Gaza
81.3% 24.1% 28.1% 4.0% 85.3% 25.4% 10.7% 13.4% 53.2% 21.4%
Maputo Província
70.0% 20.0% 20.0% 40.0% 60.0% 0.0% 20.0% 0.0% 70.0% 20.0%
Maputo Cidade
Tipo de US
100.0% 100.0% 0.0% 33.3% 33.3% 0.0% 33.3% 0.0% 33.3% 33.3%
HC
32.4% 16.2% 19.0% 35.2% 32.4% 16.2% 51.4% 35.2% 35.2% 19.0%
HG
68.6% 33.2% 0.0% 14.7% 84.4% 49.0% 30.5% 30.5% 84.4% 49.0%
HP
60.4% 45.4% 22.2% 29.0% 72.2% 52.0% 40.4% 36.6% 54.6% 36.8%
HR
71.7% 48.6% 21.2% 20.7% 85.5% 51.8% 31.0% 28.8% 60.6% 48.0%
CS tipo I
78.2% 36.1% 28.6% 22.1% 80.4% 39.7% 40.8% 23.3% 78.3% 38.2%
CS tipo II
89.7% 31.0% 38.0% 32.9% 91.7% 28.6% 50.4% 35.0% 86.1% 25.3%
CS tipo III
72.1% 35.1% 42.8% 33.5% 75.6% 38.4% 43.0% 31.3% 65.8% 36.6%
PS
Total 76.8% 37.5% 31.3% 26.7% 81.5% 39.6% 41.4% 28.8% 72.7% 36.9%

As províncias que tiveram as maiores percentagens de salas de parto: sem Metilergometrina


foram Manica (94.9%), Gaza (93.5%) e Cabo-Delgado (91.7%); sem Oxitocina foram Tete
(50.4%), Manica (41.6%) e Cabo-Delgado (40.6%); e sem Misoprostol, todas as províncias com
Manica (100%) no topo e excluindo a Zambézia e Niassa que tiveram menos que 44%.

A situação da Lidocaína a 1% utilizada para a episiotomia e respectiva sutura, cerca de 44% das
salas de parto não possuía esta droga, e cerca de 29% referiu problemas de abastecimento. Os
HG (51.4%), CS Tipo III (50.4%), PS (43%) e os HR (40.4%) foram os tipos de US que tiveram a
maior percentagem de salas de parto sem Lidocaína. Ao passo que as províncias de Sofala
(76.4%), Tete (66%) e Manica (50.2%) foram as que mostraram ter as maiores percentagens de
salas de parto sem esta droga.

101
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Em cerca de 73% das salas de parto não existia Vitamina K, e em cerca de 37% das salas de parto
foram reportados problemas de abastecimento. Os CS tipo III (86.1%), HP (84.4%) e os CS tipo II
(78.3%) foram os que apresentaram as maiores percentagens de salas de parto sem Vitamina K,
enquanto que as províncias de Gaza (96.7%), Tete (93.9%) e Manica (91.8%) foram as que
tiveram as maiores percentagens de salas de parto sem Vitamina K.

102
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Infrastruturas gerais e outras características


Para o alcance da meta definida pelo MISAU em termos de cobertura de partos institucionais de
66% em 20158 é importante a melhoria no acesso aos cuidados obstétricos essenciais e de
emergência. Que uma complicação obstétrica não se converta numa ameaça para a vida da
mulher, requer também um sistema de referência funcional, disponibilidade adequada de
camas para a maternidade e uma melhoria das condições em que as mulheres dão parto nas US.

A qualidade das infrastruturas e outras facilidades dentro da US é fundamental para a qualidade


dos serviços que a mulher tem acesso ao nível da US.

Este capítulo pretende fazer uma análise das condições gerais das Infrastruturas e
equipamentos relacionadas com a prestação de serviços de saúde materna e infantil das US
seleccionadas no estudo.

Disponibilidade de camas

Segundo a OMS (OMS 2005) para uma população entre 100,000 e 120,000 habitantes, 60-90
camas deveriam estar disponíveis para satisfazer as necessidades das mulheres que dão parto e
para os cuidados ao RN. Os dados mostram que a nível nacional, 32.4% das camas são
exclusivamente para maternidade mas este dado isoladamente não nos oferece uma ideia da
satisfação de necessidades. Para este efeito, no quadro a seguir é analisada a disponibilidade de
camas em relação as Mulheres em Idade Fértil (MIF) de acordo com as projecções para 2007 do
censo geral da população de 1997 (INE 1997). Embora existam variações provinciais, com
Zambézia, Tete e Nampula apresentando uma menor disponibilidade quando comparado com
as províncias do sul, a rede nacional tem camas de maternidade suficientes para satisfazer as
necessidades.

Tabela 68: Disponibilidade de camas para maternidade

Nr de camas % de camas
Nr total de
exclusivamente exclusivamente Camas/100.000
Província camas por MIF (2007)
para para MIF
Província
maternidade maternidade
Niassa 921 328 35.59 293,351 112
C Delgado 1,163 438 37.64 406,569 108
Nampula 2,570 791 30.78 1,015,084 78
Zambézia 1,724 598 34.72 969,321 62
Tete 1,327 359 27.03 456,252 79
Manica 1,390 455 32.72 353,313 129
Sofala 2,053 590 28.72 411,887 143
Inhambane 1,561 525 33.62 315,492 166
Gaza 1,659 637 38.40 303,534 210
Maputo P 1,182 539 45.62 313,669 172
Maputo C 2,335 543 23.25 273,677 198
Nacional 17,884 5,802 32.44 5,112,148 113

8
Plano Nacional Integrado para o Alcance dos ODM 4&5 e Quadro de Avaliação do Sector Saúde

103
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Disponibilidade de energia e agua

Do total das US do país, 41.9% reportaram ter energia eléctrica (e de estas que tem energia,
76.9% reportaram ter disponibilidade durante 24 horas), e 58.1% reportaram não ter energia
eléctrica. Como mostra o gráfico 22, a disponibilidade de energia piora a medida que se vai aos
níveis periféricos, sendo grave a situação dos Postos de Saúde, onde somente 24% tem energia
eléctrica. No período de estudo, aconteceram 15,243 partos em postos de saúde dos quais,
10,087 partos aconteceram em postos de saúde sem energia, isto é, 66.2% dos partos
acontecidos nestas US aconteceram sem energia eléctrica. Chama a atenção que das US que
não tem energia eléctrica, em 27.5% o uso de velas é reportado como uma das fontes
alternativas de iluminação e em 6% o uso de velas foi reportado como a única fonte de energia.
No período em estudo, 15.1% (4,285/2,8374) dos partos em US sem energia eléctrica
aconteceram em US onde a única fonte alternativa de iluminação reportada foi a vela.

Quando se faz a análise por província, em 8 das 11 províncias mais de 50% das US não tem
energia eléctrica. Cabo Delgado apresenta uma situação ligeiramente melhor (53.5% tem
energia eléctrica) sendo as províncias mais beneficiadas Maputo Província e Maputo Cidade.
Niassa é a pior província quanto a disponibilidade de energia eléctrica nas US com apenas uma
cobertura de 22.8%.

Gráfico 21: Disponibilidade de energia eléctrica por tipo de unidade sanitária

100
90 23.7
34.5 31.6
80 41.9
70
Percentagem

60 79.1

50 100 100 100 100

40 76.3
65.5 68.4
30 58.1
20

10 20.9

0
Total HC HG HP HR CS I CS II CS III PS

Não Sim

(% ponderados)

104
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Gráfico 22: Disponibilidade de energia eléctrica por Província

100
90 22.8
30.9 29.3
80 42.0 37.9 41.9
44.7 44.1 47.9
53.5
70
Percentagem

60 77.0

50 100
40 77.2
69.1 70.7
30 58.0 62.1 58.1
55.3 55.9 52.1
46.5
20
10 23.0

Maputo C
Maputo P
Gaza
Tete

Manica

Total
Sofala
Nampula
C Delgado
Niassa

Zambezia

Inhambane
Não Sim

(% ponderados)

Destacar que duma maneira geral, em Moçambique, a disponibilidade de água limpa nas US
está ligeiramente melhor (51.6%) em relação a disponibilidade de energia (41.9%). Os dados
mostram que, a semelhança dos dados sobre disponibilidade de energia eléctrica, são as US
mais periféricas as mais desfavorecidas. Ao fazer a análise por província, a excepção de Manica e
Cabo Delgado, as províncias do norte e centro do pais são as mais desfavorecidas.

Gráfico 23: Disponibilidade de água por tipo de unidade sanitária

100

90

80 36.9
47.3 44.6
51.58
70
75.8
Percentagem

60
93.3
50 100.0 100.0 100.0

40

30 62.7
52.7 55.5
48.20
20
24.2
10
6.7
0
Total HC HG HP HR CS I CS II CS III PS

Não sim
(% ponderados)

105
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Gráfico 24: Disponibilidade de água por Província

100

90
31.7
80 38.1 43.5 41.2
43.9
54.3 51.6
70 59.6
64.9
72.2 73.4
Percentagem

60

50 100

40
68.3
30 61.9 56.5 58.8
56.1
45.7 48.4
20 40.5
35.1
27.9 26.6
10

Maputo C
Maputo P
Gaza
Tete

Manica

Total
Sofala
Nampula
C Delgado
Niassa

Zambezia

Inhambane
Não sim

No global durante a avaliação constatou-se que 48.4% das US não tem agua limpa nem potável,
isto é, não tem agua canalizada, não tem bomba de água, não tem furo nem poço protegido no
recinto da US e nem tem um sistema de recolha da água da chuva e obtém a agua através de
fontes alternativas tais como poço não protegido no recinto da US, agua do rio, poço fora da US,
residências ao redor da US e cisterna municipal.

Quando analisamos os partos que aconteceram nas US sem água no período do estudo, 24.3%
dos partos aconteceram em US sem água (dados ponderados).

Pagamento de serviços

A política do MISAU é que todos os serviços de saúde materna e infantil (consultas pré-natal;
partos; consulta pos-parto, planeamento familiar, Cuidados Obstétricos de Emergência e
consultas de ginecologia) são gratuitos. Do universo das US visitadas, só uma US refere que no
caso de uma emergência obstétrica ou ginecológica é requerido pagamento da Taxa de
Admissão antes da mulher ser atendida e deve pagar pelo tratamento/medicação antes da
mulher receber os medicamentos.

106
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Casas de Espera
Introdução

A utilização das Casas de Espera nas últimas duas a três semanas da gravidez, principalmente
pelas mulheres com problemas de acesso, constitui também uma oportunidade para durante
este período oferecer a estas mulheres um pacote de cuidados e preparação para o parto. A
presença da mulher próxima de uma US com maternidade, na altura do parto, onde a qualquer
momento podem surgir complicações obstétricas, aumenta a possibilidade de esta ser
imediatamente assistida e/ou referida atempadamente, reduzindo assim o risco de morte. Esta
estratégia já se mostrou eficaz em alguns países como é o caso de Cuba (Talamanca 1996).

A Casa de Espera, apesar de ser uma das alternativas para melhorar o aceso das mulheres
grávidas aos cuidados atempados e de qualidade, é uma abordagem que não tem sido
amplamente avaliada e criticada (Talamanca 1996) e são poucas as experiências documentadas
sobre o tipo de infra-estruturas, responsabilidade de gestão, tipo de serviços que oferecem e
impacto. (WHO 1996).

Em Moçambique, a Estratégia de Casas de Esperas para as mulheres grávidas é considerada uma


estrutura que faz parte da cadeia de Cuidados de Saúde Primários, na componente de atenção à
Saúde Materno e Infantil, como elemento crucial dos cuidados contínuos a serem prestados a
este grupo alvo, considerando que estes cuidados começam a nível da comunidade, servindo a
Casa de Espera como elo de ligação entre a comunidade e o Serviço Nacional de Saúde.

Nesta avaliação de necessidades pretendeu-se providenciar informação sobre o nível de


utilização das Casas de Espera, infra-estruturas existentes, serviços oferecidos e possíveis
barreiras e/ou oportunidades para a sua utilização. Foram visitadas 114 Casas de Espera e
entrevistadas 322 mulheres grávidas que se encontravam na Casa de Espera no dia da visita da
equipa de avaliadores.

Localização das Casas de Espera da Mulher Grávida

Segundo os dados, 55.3% das Casas de Espera estão localizadas na sede Distrital e 44.7% fora da
sede Distrital. O gráfico a seguir mostra que à medida que se vai a níveis do sistema sanitário mais
periféricos, aumenta a proporção de Casas de Espera localizadas fora da sede distrital.

Gráfico 25: Distribuição de Casas de Espera segundo tipo de unidade sanitária

100
90 13.6
21.1
80
70
Percentagem

72.2
60 82.6
50 100.0 93.3
40 86.4
78.9
30
20
27.8
10 17.4
0 6.7

Hospital Hospital Rural Centro de Centro de Centro de Posto de Saude


Provincial Saude I Saude II saude III

Sede Distrital Fora da Sede distrial

107
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Características das Casas de Espera

Capacidade das Casas de Espera

Em media, as Casas de Espera tem capacidade para albergar 11 mulheres, muito próximo da
média mensal de 12 mulheres que ficam nela. No entanto, no momento do inquérito, em media
se encontravam 3 mulheres na Casa de Espera a espera do parto.

Quando analisado a media mensal de mulheres que ficam na Casa de Espera por províncias,
não existe um padrão regional, destacando-se Niassa (media:20), Nampula(media:20) e
Inhambane (media:17) como as províncias onde parece que a utilização das Casas de Espera é
maior, sendo Cabo Delgado (media:18), Zambézia (media:05) e Maputo Província (media:05) as
que menor media mensal apresentam.

Modelo e tipo de construção

Quanto ao modelo de construção da Casa de Espera, o pavilhão único representa 77.5% seguido
dos rondáveis e dois quartos/compartimentos com 11.7% e 6.7% respectivamente. O tipo de
construção mais frequente encontrado para as Casas de Espera é a alvenaria (50.9%), material
local (28.4%) e madeira e zinco (11.2%).

Gráfico 26: Distribuição percentual do tipo de construção

5.2% 2.6%
1.7%

28.4%

50.9%

11.2%

Construção de alvenaria Madeira e Zinco Material local Material misto Caniço e zinco Outros

(SI: 3.33%: Outros: bloco e zinco; tijolo e tela; convencional)

108
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Quanto ao tipo de construção segundo o tipo de US, verifica-se que o material local predomina
nas US mais periféricas. Nos CS tipo III o tipo de construção mais frequente é o material local
seguido da madeira e zinco (43.5% e 21.7% respectivamente), e o tipo mais frequente
encontrado nos postos de saúde é o material local seguido da alvenaria (53.3% e 26.7%
respectivamente).

Disponibilidade de energia, água e casa de banho (ou latrina própria), cama e colchões na Casa
de Espera.

Os dados sobre disponibilidade de energia nas Casas de Espera são um reflexo da


disponibilidade de energia em geral da rede sanitária. Deste modo, como mostra o gráfico 29,
apenas 32.8% das Casas de Espera tem energia eléctrica, destacando-se que o candeeiro a
petróleo é a fonte principal de iluminação (46.6%) seguido das velas (12.9%) e 6.0% das Casas de
Espera não tem iluminação de nenhuma fonte.

Gráfico 27: Disponibilidade de energia nas Casas de Espera (%)

1% 6%
13%
33%

1%

46%

Luz elétrica Painel Solar Candeeiro a petróleo Velas Fogueira Não tem iluminação

Quanto a disponibilidade da água, só 38.1% das Casas de Espera possuem água canalizada,
28.3% obtêm a água dum furo com bomba manual, 15.9% dum poço e 15.1% obtêm-na de
outras fontes tais como cisterna, ou vão ao rio, e 2.7% das Casas de Espera não tem água.

109
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Gráfico 28: Disponibilidade de água nas Casas de Espera (%)

3%
15%

38%

16%

28%

Agua canalizada Furo de água com bomba Manual Poço Outras Não tem água

Quando analisamos a disponibilidade de casa de banho ou latrina própria, 55.8% das Casas de
Espera possuem casa de banho separada da US e 40.8% não. Como mostra o gráfico a seguir, a
disponibilidade de casa de banho diminui a medida que se vai as US mais periféricas.

Gráfico 29: Disponibilidade de casa de banho ou latrina própria na casa de espera por tipo de
unidade sanitária

100
90
80 30.4
33.3
70
Percentagem

65.9 66.7
60 73.7
50 100.0
40
30 65.2 60.0
20 31.8 33.3
10 21.1
0
Hospital Hospital Rural CSI CS II CS III PS
Provincial

Não Sim SI

Em relação a disponibilidade de camas ou colchões verifica-se que das Casas de Espera


visitadas, 62.5% não tem camas mas 50% tem colchões e 50% tem pelo menos cama ou colchão.

Serviços a serem prestados: apoio na alimentação, palestras


Em 80% das US é fornecida comida para as mulheres que ficam na Casa de Espera. As US que em
maior a proporção oferecem alimentação às grávidas que ficam nas Casas de Espera são os CS
tipo I que (95. 5%), seguido dos HR (84.2%), CS tipo II (72.2%), CS tipo III (73.9%) e piorando a
situação nos PS onde somente 46.7% oferecem comida as grávidas que ficam nas Casas de
Espera.

A presença de mulheres grávidas deve constituir uma oportunidade para transmitir uma série
de informações sobre os cuidados com a sua saúde como grávida, sobre o parto, planeamento
familiar, cuidados ao recém nascido durante o período pós-natal e outros cuidados, assim como
de transferir habilidades que lhes permitirão prevenir situações de risco ou doenças e melhorar
a sua saúde e dos seus filhos.

110
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Desta avaliação constata-se que apenas em 38.3% das Casas de Espera, a US costuma fazer
palestras educativas para as mulheres grávidas que estão na Casa de Espera, sendo que 39.1%
referiram que a ultima palestra foi no mesmo dia da visita da equipa avaliadora ou no dia
anterior, 52.2% referiram que foi durante a semana anterior à visita da equipa, 6.5% duas
semanas antes e 2.2% três meses antes.

Em relação ao assunto tratado na ultima palestra, os assuntos mais frequentemente abordados


foram os riscos de ter um parto na comunidade, a importância da consulta pós-parto e do
recém-nascido e os cuidados a serem oferecidos ao bebe.

Entrevistas ao pessoal responsável e as mulheres grávidas a espera do parto na


Casa de Espera.

Durante a avaliação, foi explorada a existência ou não de factores culturais ou familiares que
impedem as mulheres grávidas de irem esperar o seu parto na Casa de Espera através de
entrevistas ao pessoal responsável da US (ou seu substituto/a): 70.8% referiram que na sua
opinião, existem factores que constituem barreira para as mulheres grávidas esperarem o seu
parto na Casa de Espera. Quando analisando estes factores (possibilidade de respostas
múltiplas), destaca-se como principal factor limitante o facto de que se a mulher sair de casa,
não tem quem pode tomar conta das crianças ou preparar comida (71.8%), seguido do facto da
família (marido e/ou sogra) não permitirem a mulher de ir esperar o parto na Casa de Espera
(47.1%). Outros factores referidos foram o facto de que a mulher não percebe que esta em risco
e a necessidade de esperar o parto perto da maternidade (25.9%) e o facto de não ser costume
ou não ser culturalmente aceitável que a mulher vá esperar o parto na Casa de Espera (16.5%).

Do universo das 322 mulheres entrevistadas, 36.7% (118 mulheres) referiram que existem
factores culturais ou familiares que impedem as mulheres grávidas de aguardarem o seu parto
na Casa de Espera. Das que referiram a existência de factores limitantes ao acesso, (respostas
múltiplas): 72.9% responderam que se a mulher sair de casa, não tem quem pode tomar conta
das crianças ou preparar comida; 39.8% referem que a família (marido e/ou sogra) não
permitem; 29.7% referem que existe falta de percepção do risco e da necessidade de esperar o
parto perto da maternidade; 18.6% referem que não é costume; 18.6% referiram que a família
não tem possibilidade de enviar comida para a mulher e que a US não dá comida ás mulheres na
Casa de Espera; e 7.6% referiram outras razões tais como ter medo da marquesa ou de cair desta
ou que as enfermeiras zanguem.

Em relação ao tipo de transporte utilizado pelas mulheres para chegar a Casa de Espera, 32.9%
foram de Chapa; 32.3% das mulheres foram a pé; a bicicleta e a bicicleta ambulância ocupam o
terceiro e quarto lugar com 10.6% e 6.2% respectivamente, e só 4.4% das mulheres grávidas
referiram ter chegado a Casa de Espera em ambulância.

Em media, as mulheres levaram 3 horas e 30 minutos para chegar à Casa de Espera, levando em
média menos tempo aquelas mulheres grávidas que se encontravam em Casas de Espera do HP
e em PS. O tempo gasto pelas mulheres grávidas entrevistadas na Casa de Espera das províncias
de Niassa, Nampula, Inhambane e Maputo Província por chegar a Casa de Espera situou-se
abaixo da media nacional enquanto que as das províncias de Tete, Zambézia e Gaza levaram
mais tempo para chegar a Casa de Espera.

111
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Do universo de mulheres entrevistadas, 53.1% referiram ter sido enviadas a Casa de Espera, de
estas, 71.9% foram enviadas pela US, 12.3% foi a Casa de Espera por vontade própria, 7.0% foi
enviada pela parteira tradicional, 4.7% pelo marido, sendo que a sogra, a família, e a mãe
representam menos de 2% respectivamente.

Gráfico 30: Frequência da tomada de decisão para procura de casa de espera (%)

1.2%
4.7% 1.8% 1.2%
7.0%

12.3%

71.9%

U. Sanitária Vontade Própia Parteira Tradicional Marido


Sogra Família Outra (mae..)

Em media, as mulheres referiram ficar 12 dias na Casa de Espera, sendo que a media para o
Hospital Provincial é de 20 dias (media máxima) e para os Postos de Saúde de 7 dias (mínimo).

Só 37.0% das mulheres entrevistadas referiram ter tido consulta ou controle da sua gravidez
com a parteira ou enfermeira de SMI no dia anterior a entrevista. As mulheres que não tiveram
consulta no dia anterior à visita da equipa avaliadora, em media referiram ter tido a sua ultima
consulta/controle 11.3 dias antes da visita. Analisando segundo o tipo de US, em media, as
mulheres do Hospital Provincial que não tiveram consulta no dia anterior a visita da equipa
referiram ter tido a ultima consulta aproximadamente 6 dias antes e as mulheres que se
encontravam na Casa de Espera dos CS tipo II em média referiram esta última consulta 15 dias
antes da visita da equipa de avaliação.

Gráfico 31: Tempo desde a última consulta na Casa de Espera (media em dias)

20
18
15.24
16
13.6
14 12.15
11.33
12 10.39
10
8 6.43
5.67
6
4
2
0
Hospital Hospital Centro de Centro de Centro de Posto de Total
Provincial Rural Saúde I Saúde II Saúde III Saúde

112
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Apoios que recebe a Casa de Espera

Quando analisamos o eventual apoio que recebem as Casas de Espera, 60.8% das Casas de
Espera referem receber algum tipo de apoio e 36.7% referem não ter nenhum tipo de apoio
externo.

Das Casas de Espera que referem receber apoio, apesar de existirem várias instituições que
podem apoiar na mesma Casa de Espera, destaca o Governo como principal instituição de apoio
a todos os níveis, seguido da comunidade e finalmente e das Organizações não Governamentais
(ONGs). Quando analisamos os dados por tipo de US, destaca-se que as ONGs dão mais apoio as
US menos periféricas em quanto que com era de esperar, as comunidades dão maior apoio aos
níveis mais periféricos.

Tabela 69: Instituições que dão apoiam as Casas de Espera por tipo de unidade sanitária.
Instituição de apoio
Tipo de Unidade ONGs Comunidade/ Governo (hospital/ centro
Sanitária familiares de saúde)
Não Sim Não Sim Não Sim
Hospital Rural 54.55 45.45 63.64 36.36 36.36 63.64
Centro de Saúde tipo I 79.31 20.69 51.72 48.28 24.14 75.86
Centro de Saúde tipo II 82.35 11.76 64.71 29.41 29.41 64.71
Centro de Saúde tipo III 90.00 10.00 60.00 40.00 30.00 70.00
Posto de Saúde 100.00 0.00 33.33 66.67 16.67 83.33
Total 79.45 19.18 56.16 42.47 27.40 71.23
(SI: 1.36%)

Quanto ao tipo de apoio que estas instituições oferecem, como mostra a tabela a seguir, o maior
apoio que recebem as Casas de Espera é no fornecimento de comida as grávidas, com 84.9%,
seguido de apoio na construção da Casa de Espera com 34.3%, manutenção e pequenas
reparações com 23.3%, 16.4% referem ter tido apoio para a aquisição de mobiliário (camas,
mesas etc.), sendo mínimo o apoio para sementes e instrumentos para fazer machamba (1.4%).

Tabela 70: Tipo de apoio que recebe a Casa de Espera

Construção Manutenção Sementes e


da Casa de e pequenas Mobiliário Comida instrumentos
Espera reparações (enxadas)
Não 66,7 76,7 83,5 15 98,6
Sim 34,3 23,3 26,5 85 1,4
Total 100 100 100 100 100

113
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Fístulas Obstétricas
De acordo com estimativas da OMS/UNFPA em cada minuto no mundo morre uma mulher por
complicações ligadas a gravidez. Por cada mulher que morre, 20 ou mais sofrem de sequelas e
incapacidades. Dentre as sequelas, as lesões mais graves e incapacitantes são as fistulas
obstétricas. A fístula obstétrica ocorre quando um trabalho de parto prolongado ou obstruído
por qualquer causa não é devidamente tratado. Estima-se que nos países em desenvolvimento
existem cerca de 2 milhões de mulheres que vivem com uma fístula obstétrica e que cerca de 50
a 100 mil novos casos ocorrem por ano (OMS 2007(3)).

Tal como outros factores ligados a mortalidade materna a ocorrência de fístulas obstétricas
pode ser prevenida.

Nesta avaliação, pretendeu-se verificar o nível de preparação das US para lidar com fistulas
vesico vaginais e vesico rectais bem como avaliar a frequência destes problemas nestes
serviços. É importante salientar a escassa informação obtida nas US sobre o tratamento das
fistulas obstétricas, facto que pode traduzir a necessidade de maior advocacia e definição clara
de instrumentos de registo para minimizar este problema.

Disponibilidade de serviços nas Unidades Sanitárias

Do total de US inquiridas para avaliar estes serviços, 42.9% referiram que tem recebido doentes
com queixas de incontinência urinaria e ou fecal e apenas 3.7% referiram oferecer algum
tratamento de reparação da fistulas enquanto que 38.3% declararam que referem as doentes
para US de nível superior.

Tabela 71: Distribuição por províncias das frequências de procura de serviços por queixas de fistulas e
frequência de serviços de atenção as fistulas
US que receberam US que não faz nada US que fazem Mulheres são
mulheres com com as mulheres pequenas referidas para outra
Província queixas de que referem as reparações US
incontinência de queixas simples
urina e/ou fecal
N % N % N % N %
Niassa 7 53.85 0 0 0 0 7 53.85
Cabo Delgado 17 43.59 3 7.69 0 0 13 33.33
Nampula 25 48.08 3 5.88 1 1.96 23 45.1
Zambézia 15 71.43 0 0 0 0 14 66.67
Tete 11 28.95 0 0 2 5.26 9 23.68
Manica 12 40 0 0 2 3.33 11 36.67
Sofala 4 80 0 0 3 40 3 60
Inhambane 8 32 0 0 0 0 8 33.33
Gaza 12 52.17 1 4.35 1 4.35 11 47.83
Maputo Província 3 15.79 0 0 0 0 2 10.53
Maputo Cidade 1 33.33 0 0 1 100 0 0
Total 115 42.91 7 2.65 10 3.66 101 38.26
(N=273)

114
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Do total das US que responderam a este inquérito, apenas os Hospitais Centrais, 1 Hospital
Provincial e 6 Hospitais Rurais fazem reparações de fístulas obstétricas simples.

Tabela 72: Frequência das fistulas por tipo de unidade sanitária


Receberam
mulheres com Não fazem nada A US que fazem Mulheres são
queixas de com as mulheres pequenas referidas para outra
Tipo de US incontinência de que referem as reparações das US
urina e/ou fecal queixas fístulas
N % N % N % N %
Hospital Central 3 100 0 0 3 100 0 0
Hospital Geral 3 60 0 0 0 0 3 100
Hospital Provincial 5 100 0 0 1 20 4 80
Hospital Rural 23 95.83 0 0 6 25 17 70.83
Centro de Saúde I 50 57.47 3 3.53 0 0 47 55.29
Centro de Saúde II 22 28.57 1 1.3 0 0 21 27.27
Centro de Saúde III 7 20.59 3 8.82 0 0 6 17.65
Posto de Saúde 3 8.82 0 0 0 0 3 8.82
Total 115 42.91 7 2.65 10 3.66 101 38.26
(N=273)

Recursos humanos para tratamento de fistulas

Apenas 4.2% das US entrevistadas referiram-se a existência de pessoal treinado para realizarem
a reparação de fístulas correspondendo a 11 US.

Dentre os trabalhadores de saúde entrevistados 24.4% mostraram interesse em aprender a


reparar fístulas obstétricas: maior incidência na Província de Cabo Delgado onde foram
encontrados 13 dos 61 profissionais com interesse, sendo que 8.0% referiram não ter condição
nenhuma para poderem se beneficiar de um treinamento para a reparação de fístulas.

Do universo das US que realizaram operações de fístulas, foram operadas um total de 58


mulheres com fístulas num período de 1 ano.

115
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Discussão:
As mortes maternas ocorrem em todos os níveis de atenção do Serviço Nacional de Saúde.
Considerando que todos os casos de complicações obstétricas deveriam ser transferidos para
locais com capacidade de cirúrgica, nenhuma mulher deveria morrer ao nível dos Centros e
Postos de Saúde periféricos, no entanto ainda morrem neste nível cerca de 16% de mulheres
por complicações obstétricas. A capacidade de resolução de casos e a qualidade da conduta e
tratamento das emergências obstétricas a nível primário, bem como o reforço da sua
capacidade para a referência atempada das complicações obstétricas deve continuar como
prioridade.

As complicações obstétricas directas são responsáveis por cerca de 80% das mortes maternas
em Moçambique. Olhando para o perfil das complicações obstétricas que causam mais mortes
maternas, como a hemorragia, a rotura uterina e as doenças hipertensivas da gravidez (pré
eclâmpsia e eclâmpsia), fica claro que estas deverão ser o maior foco no pacote de intervenções
a serem implementadas. Um aspecto que merece realce é que contrariamente ao achado do
estudo de mortes maternas realizado em 1998 (Libombo et al 1999) onde a sépsis era a primeira
causa de morte, esta aparece neste estudo como a segunda causa de morte materna directa, e
no total das causas figura em quinto lugar. É evidente que ainda continua alto o nível de
mortalidade devido a sépsis.

Em 11% dos casos a morte ocorreu depois das 28 semanas de gestação e antes do parto, 14%
durante o parto, e 12% até duas horas após o parto e 17 % entre 2 horas e 24 horas após o parto.
È importante referir que cerca de 26% das mortes maternas acontece no parto e nas primeiras
duas horas após a admissão da mulher na US, facto que pode reflectir a chegada tardia das
mulheres, em condições terminais, assim como a capacidade das US para responder a situações
graves.

As mulheres ainda levam bastante tempo para alcançar as US de referência quando ela tem de
ser transferida desde uma US periférica. Este atraso dentro dos Serviços de Saúde muitas vezes
se sobrepõe ao atraso que se verifica ao nível comunitário, antes de se tomar a decisão de
procura de cuidados sanitários (Maine & Thadeus 1994).

O Conceito de morte materna evitável, constitui um indicador de avaliação da qualidade de


manejo das complicações obstétricas. Nesta avaliação a existência de aproximadamente 65%
de mortes consideradas evitáveis e a sua distribuição pelos diferentes tipos de US deve ser vista
com especial atenção no contexto da revisão da estratégia da redução da Mortalidade Materna
em Moçambique. Uma atenção especial foi sempre orientada para o nível dos Centros de Saúde
periféricos na implementação de acções de melhoria de saúde materna e infantil e mesmo
dentro do contexto da Estratégia de redução da Mortalidade Materna aprovada em 2001, no
entanto, a ocorrência desta significativa porção de mortes evitáveis ao nível dos hospitais
levanta a necessidade de intervenções especificas orientadas para este nível de atenção de
saúde.

Uma analise sistemática das mortes maternas pelo pessoal clínico envolvido na assistência da
mulheres ao nível da US, tem se mostrado de grande valor na melhoria dos cuidados obstétricos
e na redução da mortalidade materna. Um processo de auditoria das mortes maternas de 12

116
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

hospitais de referência em Benin, Costa do Marfim, Gana e Marrocos indicou uma melhoria
substancial nos cuidados obstétricos. Nestes hospitais mostrou-se fundamental o
envolvimento de toda a equipe de saúde e um entendimento comum sobre a relevância e os
benefícios do processo de auditoria das mortes maternas (Veronique e al 2004). Embora a
analise de mortes maternas esteja a acontecer em algumas US do nosso país, mostra-se
importante e relevante a reflexão dos factores limitantes para a expansão desta abordagem
para todos os hospitais considerando os efeitos que podem advir de uma implementação
massiva desta estratégia.

Os registos presentes na US constituem uma condição importante para a análise e avaliação do


manejo das complicações obstétricas. Das 1.398 mortes maternas registadas nas US apenas
foram encontrados 712 processos correspondentes a cerca de 50%. A dificuldade de localizar os
processos deveu-se, por um lado, ao deficiente registo nos livros e por outro lado ao
inadequado arquivamento dos processos clínicos. O deficiente arquivamento dos processos
clínicos e diferentes livros de registos interrelaciona-se com a deficiente notificação dos casos
de mortes maternas no sistema de informação para a saúde. Neste estudo foi possível
identificar uma discrepância de cerca de 45% de mortes maternas não notificadas, variando
grandemente de entre as províncias. Uma implementação rigorosa dos critérios do Sistema de
Informação para a Saúde para a monitoria da ocorrência de mortes maternas é de recomendar.
Os Comités de Auditoria de Mortes Maternas ao nível das US e Serviços Distritais bem como
Direcções Províncias de Saúde teriam um papel fundamental neste processo.

A análise das mortes neonatais evidencia as deficiências que se registam ao nível do Sistema de
Informação de Saúde de tal forma que nas US com melhores registos e melhor tratamento da
informação surgem como locais onde ocorrem maior parte das mortes neonatais.

A ocorrência de maior parte de óbitos neonatais de partos institucionais (84%), sugere que uma
intervenção para a melhoria dos cuidados hospitalares pode contribuir sobremaneira para a
melhoria da sobrevivência de grande parte dos recém-nascidos. Embora ocorra esta grande
percentagem de partos institucionais, a qualidade de atenção imediata ao recém nascido nas
salas de parto mostra-se inadequada porquanto o pacote completo de serviços essenciais
composto por intervenções tendentes a reduzir o risco da infecção, hipotermia, hemorragia e
Hipoglicemia, apenas são oferecidos a cerca de 26% dos recém-nascidos.

Os primeiros sete dias de vida do recém-nascido mostram-se cruciais, tendo ocorrido cerca de
81% de óbitos neste período. Importa também destacar ainda que cerca de 32% dos óbitos
ocorreu durante as primeiras 24 horas. Para além da melhoria da atenção intra-parto, a
melhoria da atenção ao recém-nascido imediatamente após o nascimento representa uma
estratégia a ser considerada na perspectiva de redução da mortalidade neonatal. Esta
intervenção poderá consistir na massificação da observação pelo técnico de saúde nos
primeiros sete dias de vida através de institucionalização da consulta de atenção pós natal. O
recém-nascido no período pós natal requer observação regular/atenção cuidadosa e
seguimento rigoroso nas primeiras 6 horas de vida, e isto requer pessoal treinado e disponível
não só na sala de parto como na enfermaria ou no puerpério.

117
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

O facto de grande parte das mortes neonatais ocorrem em recém-nascidos com idade
gestacional entre 28 e 37 semanas representa um desafio a implementação de intervenções
preventivas durante a gravidez. Na realidade moçambicana a malária e as infecções de
transmissão sexual representam os maiores factores de risco par a gravidez nesta fase.

Estimativas mundiais apontam para cerca de 15% que nascem com peso inferior a 2500 gramas
a proporção variando de 6% nos países desenvolvidos ate mais de 30% nos países em
desenvolvimento (OMS 2006). No presente estudo, ocorreram em media 34.2% recém nascidos
com peso inferior a 2.500 gramas. Entre os vários factores desta condição importa destacar a
influência da desnutrição da mulher grávida. Um programa que contemple intervenções
orientadas para a melhoria do estado nutricional da mulher grávida é recomendável.

Neste estudo em apenas 17.1% das crianças referiu-se que foram feitos cuidados do cordão,
limpar e secar o recém-nascido verificou-se em 20.7%, a aplicação da pomada oftálmica em
apenas 26.5% e a administração da vitamina K em apenas 23.3%.

A existência de profissionais habilitados para o atendimento do parto e das complicações


obstétricas é um factor chave para a redução da mortalidade materna (Rosenfield 1989). No
presente estudo é evidente como a ausência de profissionais ligados a provisão de cuidados de
emergência como médicos com habilidades cirúrgicas, técnicos de cirurgia, anestesistas e
instrumentistas foi determinante para a ocorrência de mortes maternas.

Este estudo revela, que ainda existe iniquidade na distribuição dos recursos humanos dentro do
País. O pessoal com maior qualificação profissional esta concentrado na Cidade de Maputo. Por
exemplo, cerca de metade dos médicos pediatras e gineco-obstetras estão concentrados na
Cidade de Maputo, de um total de 47 pediatras, 20 se encontram em Maputo, e de um total de
54 gineco-obstetras, 26 estão na Cidade de Maputo. Por outro lado, a Província de Maputo não
tem nenhum médico pediatra, nem gineco-obstetra, e a província de Manica não tem nenhum
pediatra. Exceptuando as províncias de Sofala e Nampula, as restantes províncias só tem entre 1
a 2 médicos com especialidades nestas áreas. Esta situação chama atenção à necessidade
urgente de rever a distribuição do pessoal.

Em relação ao pessoal de nível médio, básico e elementar, também mais uma vez se encontra
uma maior concentração deste pessoal na Cidade de Maputo em detrimento das outras
províncias. Um facto que chama atenção é que os técnicos de cirurgia deveriam estar colocados
nos hospitais rurais, entretanto também estes estão mais concentrados na cidade de Maputo,
de um total de 56, 11 estão na Cidade de Maputo, havendo entretanto províncias só com 1
(Manica) ou 2 a 3 (ex Niassa; Província de Maputo).

Existem no sistema de saúde um défice de pessoal para trabalhar nas salas de operações,
nomeadamente técnicos de anestesia, e de instrumentação. Esta falta leva a que estejam
permanentemente de serviço durante os 7 dias de semana, porque casos há em que só existe
um técnico disponível em determinada unidade sanitária. Existe sem margem de dúvida
necessidade de aumentar a formação nesta área.

A provisão dos Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos é uma das estratégias adoptadas
pelo Ministério da Saúde com vista a reduzir as taxas de mortalidade materna e neonatal. Para

118
tal torna-se necessário treinar o pessoal de saúde, particularmente as enfermeiras de saúde
materno infantil do nível médio e básico para prestar estes cuidados. O presente estudo
mostrou que somente 19.4% do total das enfermeiras encontradas é que foram treinadas
(formação continua) para proverem cuidados obstétricos de emergência, havendo contudo
variações entre as províncias.

Os dados chamam atenção à necessidade de se reforçar ainda mais o treinamento, tendo em


atenção as províncias mais desfavorecidas, e muito em particular a província de Tete.
Entretanto, seria importante analisar com maior detalhe porquê as províncias de Tete e Maputo
não estão investindo como as outras na formação do seu pessoal.

Para alem das enfermeiras de SMI e Parteiras, o Ministério da Saúde investiu na formação de
médicos gineco-obstetras, médicos de clínica geral e técnicos de cirurgia para providenciarem
estes serviços. É óbvio que os médicos gineco-obstetras e os técnicos de cirurgia já realizam
intervenções cirúrgicas como é o caso de cesarianas, a novidade estaria na formação dos
médicos de clínica geral. Analisando estes dados, observou-se que só 5% (13/265) dos médicos
de clínica geral é que foram treinados para realizar cesarianas, havendo províncias que não
treinaram nenhum, como é o caso do Niassa, e a Cidade de Maputo.

A Província de Manica foi aquela que treinou mais médicos de clínica geral, 20% (2/10). Os
resultados referentes aos médicos de clínica geral poderão estar associados a grande
mobilidade que estes tem, em geral um médico após a sua formação não permanece mais do
que 2 a 3 anos na mesma US, porque normalmente após esse período é transferido para uma
outra US de maior nível de referência, ou então inicia a sua pós-graduação. Por conseguinte o
investimento nos médicos de clínica geral apesar de ser importante apresenta este
constrangimento.

Uma outra acção de relevo é a necessidade de implementação de uma decisão já tomada pelo
MISAU de garantir que todos os profissionais que lidam com a saúde da mulher e da criança,
possam beneficiar de uma formação em emergências obstétricas e reanimação do recém-
nascido antes da graduação. Para tal, é necessário garantir nos curricula de formação formal os
pacotes de formação em COEm e cuidados essenciais do recém-nascido.

Este estudo revela que ainda existe um défice importante na formação do pessoal que lida com
o recém-nascido. Somente 302 das 1178 enfermeiras ESMI encontradas foram treinadas para
reanimar os recém-nascidos a nível nacional ou seja 25.6%. Algumas províncias necessitam de
formação urgente em cuidados neonatais como é o caso de Niassa, Tete e Cidade de Maputo
que tem menos de 5% do pessoal treinado.

O estudo aponta ainda que outras categorias de profissionais como obstetras, técnicos de
cirurgia e de anestesia foram treinados para provisão de reanimação neonatal e seria
interessante saber até que ponto na prática estes estão envolvidos na provisão deste serviço
tendo em conta a escassez de pessoal especializado e sua repartição nos diferentes níveis do
sistema de saúde.

Existe uma distribuição desequilibrada de profissionais especializados para lidarem com


aspectos vitais da saúde da mulher e da criança por exemplo a disponibilidade dos recursos
humanos para realizarem cesarianas não é equitativa no país. A Cidade de Maputo é aquela que

119
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

tem o maior número de profissionais treinados (41) contra a Província de Manica que tem o
menor número (3).

As fístulas obstétricas representam sequelas graves de partos complicados/arrastados e que


tem como consequência nas mulheres perturbações físicas e psicossociais levando até elas a
serem excluídas do seu meio social. Em Moçambique estima-se que nos os últimos 5 anos, entre
8.000 a 20.000 mulheres sofreram de algum grau de fístula obstétrica, mas segundo dados dos
últimos 10 anos, apenas cerca de 400 foram tratadas. O tratamento cirúrgico das fístulas requer
pessoal com o devido cometimento e treinado especificamente para o efeito.

Os dados do presente estudo revelaram que três províncias não possuem pessoal capacitado
para tratar as fístulas, nomeadamente, Niassa, Cabo-Delgado e Inhambane. Por outro lado nem
todos os médicos gineco-obstetras e técnicos de cirurgia estão capacitados para o tratamento
das fístulas, de um total de 110 destes profissionais só 18 (16%) é que estão habilitados. Com as
complicações que são frequentes nos partos, estes dados indicam haver necessidade de se
disponibilizar um maior investimento nesta área, muito em particular tendo em consideração
que as histórias de reparações de fístula com sucesso não são frequentes, o que tem sido um
factor não atractivo para os profissionais de saúde. Em Maputo, o serviço de Urologia do
Hospital Central de Maputo tem prestado uma particular atenção a esta área. Seria oportuno
estudar junto a Direcção Nacional da Assistência Médica a locação de mais recursos quer em
termos humanos, como também financeiros para garantir o treinamento de mais profissionais
para esta intervenção.

Quanto ao volume de trabalho realizado por pelos profissionais importa destacar que embora a
assistência ao parto seja um dos mandatos do MISAU os dados colhidos apontam que em média
uma enfermeira de SMI realiza cerca de 188 partos por ano, ou seja menos de 5 partos por
semana. Estas médias tem como pressuposto que todas as enfermeiras estivessem a fazer
partos, o que não é o caso, mas contudo é um indicativo do que poderá estar a ocorrer. As
Províncias com a maior média de partos por enfermeira de SMI são a Zambézia e Manica com
261 e 240 partos ano respectivamente. As que tem menor média são as de Inhambane (105) e
Província de Maputo (144). Estes dados poderão contribuir na planificação da distribuição dos
recursos para esta actividade. Torna-se necessário reforçar com mais pessoal as províncias da
Zambézia e Manica, e todas aquelas que realizam partos acima da média nacional. Apesar de
tudo será também importante repensar no melhor aproveitamento do pessoal, e uma pergunta
se deve colocar, de todas as enfermeiras colocadas nas províncias, quantas de facto estão
directamente ligadas a sala de partos? Destas, qual o seu nível de formação? Será que as
enfermeiras mais habilitadas encontram-se na sala de partos? A disponibilidade desta
informação poderá ajudar a identificar as lacunas na gestão deste pessoal.

A análise da disponibilidade dos profissionais ao longo das 24 horas mostrou que ao nível global
no país a disponibilidade de recursos humanos presencial para prover diferentes serviços de
saúde da mulher e da criança é maior durante o período de dia de 2ª a 6ª feira, reduzindo
drasticamente para cerca de metade durante a noite e nos finais de semana e feriados.

O país possui recursos humanos para assistir ao parto durante o dia de segunda a sexta- feira em
93.5%, e só 2.9% de US não possui ninguém para assistir ao parto, os restantes estão de
chamada.

120
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

A existência de capacidade de transfusão de sangue é muito importante para as várias


intervenções obstétricas. Não possuem pessoal de laboratório capacitado para prepararem
sangue para a sua transfusão 64.8% das unidades sanitárias do país. A Província de Maputo é a
que possui maior número de unidade sanitárias sem pessoal de laboratório capacitado (89.3%),
naturalmente que isto coloca um desafio o MISAU na oferta de Cuidados Obstétricos de
Emergência.

A cobertura de US com pessoal disponível para oferecer Cuidados Obstétricos de Emergência


Básicos ou Completos é maior do que o número de US que oferecem estes serviços. Só 16% das
US com pessoal disponível para oferecer COEmB, é que de facto as estavam a oferecer.
Analisando a oferta dos COEmC, verificou-se que 68.2% das US com pessoal disponível para
oferecer estes cuidados o estavam a oferecer. Estes dados chamam a atenção para a
necessidade de haver uma melhor planificação na distribuição dos recursos existentes, quer
sejam humanos, como também materiais, e muito particularmente na urgência em mapear as
US que possuem já pessoal treinado e não prestam cuidados obstétricos, com vista a alocar os
recursos necessários. Maior atenção a deverá ser prestada as províncias de Maputo,
Inhambane, Zambézia, Niassa Sofala e Nampula,

Dados colhidos na Direcção Nacional de Saúde Pública indicam que tem sido feito um
investimento no apetrechamento das US com equipamento necessário, mas aparentemente a
combinação destes recursos e o treinamento do pessoal não tem sido satisfatoriamente
coincidente. A inexistência de COEmB na Cidade de Maputo e Província de Maputo necessita de
ser melhor investigada. As províncias de Cabo-Delgado e Niassa também necessitam
urgentemente de uma intervenção para corrigir esta situação.

No que diz respeito aos Cuidados Obstétricos de Emergência Completos, os resultados


mostraram que na maioria das US que possuem pessoal disponível para efectuar uma
cesariana, oferecem COEmC, sendo as províncias do Niassa, Inhambane e Cidade de Maputo as
que melhor oferecem (100%). Por outro lado também verificou-se a existência de pessoal
disponível para prestar estes cuidados em US que no entanto não prestam estes cuidados,
sendo a Província de Manica onde esta situação é mais crítica.

A análise do rácio da mortalidade materna nos centros de saúde com e sem Cuidados
Obstétricos de Emergência Básicos mostrou que ela foi maior nos centros de saúde com
cuidados obstétricos. Com base nestes dados será necessário efectuar uma análise mais
profunda sobre o impacto da disponibilidade de cuidados obstétricos e a redução da
mortalidade materna, tendo em consideração que a amostragem deste estudo foi
relativamente baixa para uma análise de boa qualidade.

Um dos objectivos do treinamento do pessoal é a redução da mortalidade. Embora existam


vários factores que estão associados a mortalidade materna, tem sido assumido que o aumento
do pessoal treinado em cuidados obstétricos reduzirá a mortalidade materna. Os resultados
deste estudo levantam uma questão: porquê será que a Cidade de Maputo tendo disponível
uma melhor cobertura de US que prestam cuidados obstétricos apresenta também o dobro do
rácio de mortalidade materna intra-hospitalar em relação as estimativas nacionais? Será que as
outras províncias não estarão a reportar todas as mortes que ocorrem nas suas US? Será que os
factores de risco na Cidade de Maputo são diferentes do das outras províncias? Será que a
Cidade de Maputo só recebe grávidas com complicações vindas da Província de Maputo, e o

121
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

rácio de mortalidade observado possa estar compartilhado com o da Província? Dado a


proximidade da província a cidade, grande parte das emergências obstétrica da Província são
referidas para a Cidade, mas os partos normais ocorrem na província, o que faz com que
aumente o numerador, que são as mortes maternas, mas o denominador se mantenha com
base nos partos da cidade, não incluindo os partos da Província. No futuro seria de repensar
numa análise conjunta da mortalidade materna na Cidade e Província de Maputo.

Outra questão importante: Serão os dados da mortalidade intra-hospitalar uma aceitável


estimativa do que estará a ocorrer na comunidade? Em Maputo parece indicar que sim, uma vez
que a cobertura de partos na cidade é quase universal, mas nas outras províncias talvez não,
porque a cobertura de partos é mais baixa (Relatório da DNSP-2008). Se a situação de Maputo
reflectir o que estará acontecer na comunidade, será que o rácio de mortalidade materna é
superior a aquele reportado no IDS-2003 que foi de 408/100,000 nados vivos? O achado do
presente estudo merece uma investigação mais aprofundada sobre esta matéria. Porque será
que há uma lentidão no processo da disponibilidade dos cuidados obstétricos de emergência,
embora haja disponibilidade de pessoal treinado?

Uma rede de infra-estruturas de qualidade é fundamental para uma oferta de serviços de


qualidade à mulher e à criança. Este estudo mostra a existência de grandes desigualdades entre
as províncias, e com algumas excepções, as províncias do norte e centro são as mais
desfavorecidas em termos de infra-estruturas.

A disponibilidade de camas nas maternidades comparada com o que este preconizado pela
OMS indica uma potencialidade do SNS poder absorver um maior número de partos nas suas
US. No que respeita às condições de das infra-estruturas sanitárias e disponibilidade de energia
e água, a avaliação mostra que muitas mulheres em Moçambique ainda dão parto sem as
condições mínimas para um parto higiénico e digno, dada o elevado numero de US que
funcionam sem acesso a agua e em contrapartida uma grande proporção de partos ocorre
nestas maternidades sem acesso a agua colocando em causa a qualidade no atendimento à
mulher especialmente durante o parto. A inexistência de condições mínimas em muitas US
pode influenciar negativamente a aceitabilidade por parte das mulheres dos serviços que são
oferecidos e por tanto ser um factor limitador para a procura e uso destes.

Entre as barreiras para o acesso da mulher ao parto institucional estão a baixa qualidade dos
serviços que se oferecem, as atitudes negativas dos trabalhadores sanitários, grandes
distâncias que as mulheres percorrem até as US e factores culturais. As barreiras financeiras
existentes em muitos países em desenvolvimento têm demonstrado ser um factor que limita o
aceso ao parto institucional (Witter 2007). Em Moçambique, a política de gratuidade no acesso
das mulheres aos serviços de saúde faz com que as taxas de utilização felizmente não sejam uma
barreira ao parto institucional. Não obstante, existem outros factores culturais e socio-
económicos (OMS 2007) que podem limitar o acesso das mulheres aos serviços de saúde e que
contribuem para as desigualdades no atendimento ao parto por pessoal qualificado. Entre estes
factores constam o nível de educação da mulher, poder de compra, área de residência, a
ocupação da mulher e o aceso a informação.

O acesso e utilização dos serviços de saúde por mulheres que sofrem de fistulas ainda é
bastante limitado no país, a avaliar pelos indicadores que foram encontrados nesta avaliação.

122
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Embora exista um número razoável de US que referem receber pacientes com queixas
correspondentes a fístulas, apenas uma pequena porção, 3,4% das US é que oferece a
reparação da fístula como serviço.

Como estratégia para a redução das distâncias que a mulher deve percorrer quando chega o
momento do parto é a construção de Casas de Espera de mulheres grávidas junto das
maternidades. A meta definida pelo Governo é o estabelecimento de Casas de Espera próximas
a todas as US com maternidade. Actualmente 37.8% das maternidades possuem Casa de Espera
para as mulheres grávidas, representando uma lacuna de 586 Casas de Espera. A lacuna
existente representa um importante desafio para o sector sendo recomendável direccionar os
esforços para aquelas comunidades com importantes barreiras geográficas no acesso aos
cuidados obstétricos qualificados.

O transporte e alojamento das mulheres grávidas ainda constituem sérios desafios dado que
elevado número de mulheres grávidas vão a pé a Casa de Espera e gastam em media 3.30 horas
em chegar; as Casas de Espera não possuem casa de banho separada da US; 32.5% das Casas de
Espera não tem camas; uma alta percentagem de Casas de Espera oferecem comida ás
mulheres grávidas mas atenção especial deve ser dada aos Postos de Saúde já que menos de
50% oferecem comida às mulheres hospedadas na Casa de Espera e que pode limitar a
capacidade de subsistência da mulher grávida durante a permanência desta na Casa de Espera.

Se as mulheres não encontram um ambiente apropriado e condições mínimas na Casa de


Espera, pode ser difícil convencer a uma mulher para sair da sua casa antes do parto para
esperar o parto num lugar que não reúne as condições mínimas. Investir nas condições das
Casas de Espera pode ser um passo importante para melhorar a credibilidade da mulher e a sua
família nesta estratégia.

Uma preocupação deve ser o nível de oportunidades perdidas em relação á transmissão de


informação e educação das mulheres grávidas que aguardam o parto na Casa de Espera, pois só
em 38.3% das Casas de Espera, a US costuma fazer palestras educativas.

Da análise dos factores culturais ou familiares que impedem as mulheres grávidas esperar o
parto na Casa de Espera, chama a atenção que 70.8% do pessoal responsável entrevistado
reconhece a existência de factores que impedem as mulheres irem aguardar o seu parto na Casa
de Espera contra 36.7% das mulheres entrevistadas. Para as mulheres entrevistadas, o principal
factor limitante para ela usar a Casa de Espera de grávidas é não ter quem cuide dos filhos que
ficam em casa na ausência dela. Chama também a atenção o poder na tomada de decisão que
jogam o marido e/ou sogra.

Em media as mulheres ficam 12 dias na Casa de Espera, facto que se tomamos em conta que
apenas 37% das mulheres entrevistadas referiram ter tido consulta ou controle da gravidez no
dia anterior a entrevista e que as mulheres que não tiveram consulta no dia anterior à visita da
equipa avaliadora, em media referiram ter tido a sua ultima consulta/controle 11.3 dias antes
da visita, pode indicar que uma grande parte das mulheres apenas recebem uma visita de
controle da gravidez quando aguardam o parto na Casa de Espera. Estes dados estão longe da
Estratégia para as Casas de Espera que estabelece visitas diárias da enfermeira ou clínico às
grávidas à espera com o objectivo de diagnosticar atempadamente situações ou complicações
que possam vir a ocorrer durante este período.

123
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

O sucesso do estabelecimento e funcionamento das Casas de Espera depende do apoio


combinado do Governo, comunidade e Organizações não Governamentais. Apesar de que os
dados mostram que 60.8% das Casas de Espera recebem apoios, ainda há muitas Casas de
Espera que não recebem apoios e que podem comprometer a subsistência das mulheres
grávidas na Casa de Espera.

124
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Conclusões
A mortalidade materna institucional continua a ser um problema sério de saúde pública em
Moçambique.

Muitas mulheres morrem dentro das US do Serviço Nacional de Saúde como consequência de
factores susceptíveis de serem evitáveis que estão muitas vezes intimamente ligadas a
deficiências dos próprios serviços de saúde.

Uma implementação de intervenções custo eficazes que se mostraram funcionais em outros


circunstâncias e lugares pode contribuir para a redução de uma grande proporção das mortes
maternas dentro das US.

O estudo mostra um défice de recursos humanos capacitados para desenvolver actividades


conducentes a redução da mortalidade materna e neonatal e uma deficiente distribuição nas
diferentes províncias. As províncias mais deficitárias nos vários aspectos analisados foram as de
Tete, Niassa e Maputo.

Os recursos humanos existentes e capacitados para provisão de reanimação neonatal estão


muito aquém do desejado com grande défice em algumas províncias. Assim torna-se urgente
acelerar a formação em cuidados neonatais, priorizando o pessoal que efectivamente lida com
os recém nascidos. Também há que rever o currículo de formação dos médicos de clínica geral
de modo a reforçar as habilidades destes em reanimação neonatal.

A média de partos e cesarianas realizadas pelo pessoal de saúde aparentemente está abaixo das
potenciais capacidades do nosso pessoal de saúde. Mas por outro lado o seu número
insuficiente não permite que façam turnos presenciais de 24 horas. A média de partos por
enfermeira de SMI indica que o sistema está preparado para receber ainda uma maior demanda
de partos, por conseguinte pode-se aumentar a taxa de cobertura de partos institucionais, sem
correr grandes riscos de colapsar o sistema devido a carência de pessoal.

125
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Recomendações
1. Necessidade de implementação de um pacote de melhoria da qualidade assistencial.
Deve ser revista e actualizada a estratégia de redução da mortalidade materna em curso
com definição clara de intervenções específicas a serem realizadas ao nível dos
Hospitais (Rurais, Gerais, Provinciais e Centrais) bem como a nível das US de nível
primário (Centros e Postos de Saúde).

2. Necessidade de revisão das equipas mínimas para as diferentes US (nível de atenção)


com referência para os profissionais específicos para o manejo de complicações
obstétricas de emergência. Esta revisão deverá ser acompanhada da implementação do
plano de aceleração de formação destes profissionais específicos nomeadamente:
técnicos de cirurgia, anestesistas, instrumentistas e enfermeiras de saúde materno e
infantil.

3. Necessidade de institucionalização, a todos os níveis, do estudo, revisão e auditoria das


mortes maternas, através de criação dos Comités de Auditoria das Mortes Maternas
com maior destaque ao nível das US como mecanismo de melhoria de qualidade. As
actividades de revisão das mortes maternas devem ser seguidas de um programa de
supervisão para medição dos resultados alcançados em termos de melhoria do manejo
dos casos.

4. É importante e urgente a actualização, disponibilização e garantia da observância e


seguimento a escala nacional das normas de atenção do Pré-natal, parto, complicações
obstétricas e atenção no pós-parto. A disponibilização destas deve ser acompanhado de
um processo de actualização do treino dos provedores bem como de implementação de
um programa de supervisão formativa regular e consistente, com os principais factores
identificados como contribuintes de mortes, em cascata desde o nível distrital,
provincial até nacional.

5. Necessidade de actualização dos instrumentos de registos das complicações obstétricas


ao nível das US. Para simplificar os registos bem como o seguimento posterior para
alguns casos será importante a adopção de modelos uniformizados de informação
básica a ser recolhida (ex.: guia de transferência, processo clínico).

6. Deve ser reforçado e acelerado o processo de criação de Casas de Esperas para mulheres
grávidas e desenvolvido um plano de mobilização social para garantir o uso destas. Deve
ser garantinda uma assistência regular enquanto ela espera na casa.

7. No âmbito da implementação da Estratégia de casa de Espera para mulheres grávidas,


deve ser privilegiada a utilização da oportunidade que representa a presença da
mulheres por duas ou três semanas na casa para a preparação do trabalho de parto bem
como educação sanitária para outros determinantes de saúde.

8. Para o sucesso da estratégia de Casa de Espera é importante o contacto e a interacção


com a comunidade e a família. O Plano de levar a mulher grávida a esperar o seu parto na
Casa de Espera de envolver não só a mulher como também deve implicar um trabalho

126
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

junto da família para que esta ausência temporária da mulher não represente um risco
para as crianças que ficam na casa.

9. Necessidade de incremento de treino para a melhoria de habilidades dos profissionais


de saúde que lidam com os primeiros momentos de vida do recém-nascido.
Implementação a escala nacional das formações em técnicas de reanimação do recém-
nascido.

10. Implementação a escala nacional das normas de atenção ao recém-nascido com


destaque para os cuidados essenciais que incluem, os cuidados a ter com o cordão
umbilical, a prevenção da hipotermia e da hipoglicemia.

11. Observância rigorosa da higiene e assepsia ao nível da sala de partos e do berçário,


incluindo as medidas simples de lavagem das mãos, uso de mascaras, batas limpas,etc.

12. Garantir que o recém-nascido seja observado pelo técnico de saúde durante os
primeiros sete dias de vida através da institucionalização da consulta pós-natal durante
os primeiros sete dias de vida.

13. Necessidade da institucionalização do sistema de analise e estudo das mortes maternas


e neonatais nas US a todos os níveis e criar um mecanismo nacional de seguimento
deste processo.

14. Necessidade de incrementar a cobertura dos serviços da consulta pré-natal incluindo a


Prevenção da malária, tratamento da sífilis e bem como a prevenção da SIDA.

15. Necessidade de se disseminar a maior escala o método mãe canguru como medida de
prevenção da hipotermia do recém-nascido.

16. Necessidade de se completar a avaliação das situação da oferta dos serviços de


tratamento de fistulas obstétricas, actualizando a informação proveniente do Hospital
Central de Maputo, bem como de Quelimane, centros onde existe um volume
considerável de trabalho na área de reparação das fistulas.

17. Necessidade de implementação de um programa nacional de reparação de fístulas,


priorizando o treino e de mais profissionais com capacidade para a realização da cirurgia
das fístulas obstétricas.

18. Que a prevenção, diagnostico e manejo das fístulas dentro do Serviço Nacional de
Saúde, faça parte das normas de atenção da mulher e que seja disponibilizado a nível
nacional.

19. Necessidade de revisão do processo de implementação e expansão da cobertura dos


COEmB no país. Embora seja clara a necessidade de uma expansão rápida e a larga
escala da cobertura de COEmB, ao nível provincial e distrital seria necessário
implementar um processo faseado, definindo primariamente US prioritárias em todo
Pais e estabelecer uma meta para a sua cobertura. E, subsequentemente ir expandindo
a cobertura ate alcançar todas as US do pais.

127
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

20. Efectuar um mapeamento nacional do pessoal treinado em cuidados obstétricos e da


disponibilidade de equipamento para oferecer estes cuidados. Com base nestes dados,
garantir que haja uma racionalização da colocação do pessoal, de forma a garantir que
todas as unidades sanitárias com pessoal treinado ofereçam o serviço, e por sua vez que
todas as unidades com equipamento para prestar cuidados obstétricos tenham pessoal
treinado.

21. Estudar a limitada oferta de Cuidados Obstétricos de Emergência na Cidade e Província


de Maputo e criar condições para que haja uma melhoria de oferta destes serviços.

22. Garantir que as províncias com menores recursos humanos sejam prioritárias nas
futuras distribuições do pessoal recém-formado nas instituições de formação do
MISAU.

23. Garantir que os actuais recursos humanos existentes possam ser redistribuídos de
acordo com as maiores necessidades, privilegiando as províncias mais carenciadas
como por exemplo Niassa, Maputo e Tete.

24. Será necessário rever as limitações da formação inicial nos cursos de SMI das
instituições de formação e com base nos achados rever o programa de formação em
cuidados obstétricos básicos, para permitir que o curso incida mais tempo de formação
nas áreas de maior lacuna.

25. Recomenda-se a análise sobre o pessoal que desempenha as suas actividades na sala
de partos, e garantir que a maioria das enfermeiras de SMI mais habilitadas trabalhem
na sala de partos local de maior risco de ocorrência de mortes maternas.

26. Reforçar a formação do pessoal de nível básico e médio na reanimação do recém-


nascido e garantir o aprovisionamento adequado do material para que esta actividade
seja feita com qualidade.

27. Reforçar em pessoal presencial para efectuar partos as províncias que manifestam
maior carência, e paulatinamente aumentar a percentagem de pessoal presencial
durante 24 horas em todos os dias de semana, priorizando em primeiro lugar as maiores
US, ou seja todos os hospitais.

28. Recomenda-se a realização de um estudo para avaliar o impacto das formações em


cuidados obstétricos, quer na qualidade dos serviços oferecidos, bem como na redução
das mortes maternas intra-hospitalar "evitáveis". Os resultados deste estudo serviriam
para redefinir uma estratégia de formação em cuidados obstétricos tanto básicos, como
completos.

29. A Direcção Nacional da Assistência Médica deverá criar condições e motivação para que
mais médicos e técnicos de cirurgia sejam treinados na repação de fístulas, permitindo
desta forma uma distribuição mais equitativa de recursos nesta área.

128
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

30. Necessidade de mapear a distribuição de recursos financeiros, quer sejam do governo,


ou dos parceiros de cooperação, incluindo as organizações não governamentais de
forma a identificar as províncias que maior apoio precisam, e direccionar recursos para
essas províncias.

31. Necessidade de reforço das visitas de supervisão formativas a todos os níveis, garantida
uma adequada descentralização e instrumentos de supervisão tais como manuais. Estas
visitas de supervisão deverão também ser avaliadas para medir o seu impacto na
melhoria da qualidade dos serviços oferecidos.

32. Recomenda-se a priorização nas novas construções bem como nas reabilitações e
ampliações que se contemple alguma fonte de água e energia eléctrica.

33. O sistema de referência das US periféricas para as unidades com capacidade de


intervenções de emergência deve continuar nas prioridades do Sistema Nacional de
Saúde e deve ter em conta a necessidade de estabelecer uma conexão entre a rede de
ambulâncias e as maternidades através de sistemas de comunicação disponíveis em
cada região (telefones moveis, rádios de comunicação).

129
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

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OMS 2007: Relatório da OMS sobre as inequidades na Saúde Materno-Infantil em


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131
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Lista de Supervisores Regionais

Dr. Cassimo Bique, Médico Ginecologista Obstetra


Dr. Naguib Gulamo, Médico Pediatra
Dra. Elsa Jacinto, Médica Ginecologista Obstetra
Dra. Ana Dai, Médica Generalista Interna

Lista de Supervisores Provinciais


Nome Categoria Província
Dr. Mário Samussidine Ginecologista Obstetra Cabo Delgado
Dra. Juliana Malichocho Pediatra Cabo Delgado
Dr. Adriano Guirrugo Ginecologista Obstetra Niassa
Dr. Zepherine Bigirimana Pediatra Niassa
Dr. Felisberto Bizeque Ginecologista Obstetra Nampula
Dr. Agostinho Joaquim Rwamama Pediatra Nampula
Dr. Arnaldo Enacio Vilanculos Ginecologista Obstetra Zambézia
Dra. Adérito Saidane Jose Fereira Pediatra Zambézia
Dr. Armando Jorge de Melo Ginecologista Obstetra Sofala
Dra. Alinea Jose Pedro Pediatra Sofala
Dra Sandra Alice Martins Leão Ginecologista Obstetra Tete
Dra. Otilia Carmen Goncalves Pediatra Tete
Dra. Veronica Nhamafule Pediatra Manica
Dr. Siro Daúde Ginecologista Obstetra Inhambane
Dra. Maria Safrina Nhamuche Pediatra Inhambane
Dra. Olga Sigaúque Enfermeira Superior Gaza
Dra. Paula Alexandre Anjos Santos Pediatra Gaza
Dra. Nélia Mutisse Pediatra Maputo Província
Dr. Eduardo Matediane Ginecologista Obstetra Maputo Cidade
Dra. Piedade João Pediatra Maputo Cidade

132
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Lista de Inquiridores

Cabo Delgado Sofala

Nazária Cardoso Alda José Jalane Cumbane


Maria Natália Manuel Isabel Raul Massango
Celina Assamo Olga Maurício Nhamuxi
Maria do Céu Eugêna Olivia Estevao Uelene
Filomena Benjamim Amélia Nhanvura Manuel
Bendita Cassiano Magrete Eduardo Cassimo
Jacinta Jacobe Mónica Sequene

Niassa Tete

Maria Rosa Uredi Natália de Jesus Malheiro


Ana Maria Melo Maria Luisa Cardoso Costa Xavier
Tito Salvador Amade Clara Pedro Saguate
Estela Jorge Maria da Conceição Jaqueta
Paulina Manuel Jazibela Jordão Jose
Alice das Dores Maraia Emaculada Saine Estima
Claudina Buanamussa Ana Cristina Sampos

Nampula Manica

Matilde Jesus Rosema Matiquite Irondina Germano


Maria Amisse Muatamurro Rico Sandra Pedro
Domingas Joia Magrete Luis Gazela
Aida Napoleão Marina Fernandes Machava
Estefánia de Almeida Ester Dias
Fátima Jacinta de Carvalho Veronica Carlos Chinhacata
Lúcia Joaquim Inês Eulalia Sebastiao Domingos

Zambézia Inhambane

Paulino Carlitos Samuel Guila


Fernanda Alfinete Ruta Massunguine
Criptalda Custema Catarina Ângelo Langa
Cristina das Felicidades.J.Cugara Albertina Macuacua
Eugênea lurdes Jaime walaque Cecília Alfredo
Luísa Maria Ferreira Telma Fernandes Matsinhe
Maria Inês Cardoso Lampião Jovênia Abel

133
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Gaza

José Mondlane
Joana Tavita Tembe
Maria Ester Garrine Cumbane
Celina Manuel Domingos
Carla Joaquina felipe Nhassengo
Luísa Eulalia Manuel
Esmeralda Sara Mujui

Maputo Província

Joaquim Amaral Ceulele


Carolina Muhale
Maria Yolanda Naene Litsure
Elisa Adelaide Tembe
Eugênea Duzenta Neuza
Júlia Maurício
Abia Lázaro Ubisse

Cidade de Maputo

Páscoa Nicorocha Bernardo


Maria Diolinda F. Sarmento
Etelvina Violeta Manhique
Helena Adriano Eduarda
Suzana Augusto Macassa
Emília da Graça Niquisse

134
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

Lista de Unidades Sanitárias visitadas

N° Nome da US Tipo de US Distrito Provincia

1 Hospital Rural de Cuamba Hospital Rural CUAMBA NIASSA


2 Centro de Saúde de Etatara Centro de Saúde III CUAMBA NIASSA
3 Posto de Saúde de Lúrio Posto de Saúde CUAMBA NIASSA
4 Posto de Saúde de Mepica Posto de Saúde CUAMBA NIASSA
5 Centro de Saúde de Mitucué Centro de Saúde III CUAMBA NIASSA
6 Posto de Saúde Titimane Posto de Saúde CUAMBA NIASSA
7 Centro de Saúde de Metangula Centro de Saúde I LAGO NIASSA
8 Posto de Saúde de Assumane Posto de Saúde LICHINGA CIDADE NIASSA
9 Centro de Saúde de Chiuaula Centro de Saúde II LICHINGA CIDADE NIASSA
10 Posto de Saúde de Chiulugo Posto de Saúde LICHINGA CIDADE NIASSA
11 Hospital Provincial de Niassa Hospital Provincial LICHINGA CIDADE NIASSA
12 Posto de Saúde de Lulimire Posto de Saúde LICHINGA CIDADE NIASSA
13 Posto de Saúde Massenger Posto de Saúde LICHINGA CIDADE NIASSA
14 Posto de Saúde de Chala Posto de Saúde LICHINGA DISTRITO NIASSA
15 Centro de Saúde de Chimbonila Centro de Saúde I LICHINGA DISTRITO NIASSA
16 Posto de Saúde de Cholue Posto de Saúde LICHINGA DISTRITO NIASSA
17 Posto de Saúde de Colongo Posto de Saúde LICHINGA DISTRITO NIASSA
18 Posto de Saúde de Machumane Posto de Saúde LICHINGA DISTRITO NIASSA
19 Posto de Saúde de Malica Posto de Saúde LICHINGA DISTRITO NIASSA
20 Centro de Saúde de Luambala Centro de Saúde II MAJUNE NIASSA
21 Posto de Saúde Lugenda Posto de Saúde MAJUNE NIASSA
22 Centro de Saúde de Malanga Centro de Saúde I MAJUNE NIASSA
24 Posto de Saúde de Lissiete Posto de Saúde MANDIMBA NIASSA
25 Centro de Saúde de Mandimba Centro de Saúde I MANDIMBA NIASSA
27 Centro de Saúde de Marrupa Centro de Saúde I MARRUPA NIASSA
28 Centro de Saúde de Maúa Centro de Saúde I MAUA NIASSA
29 Centro de Saúde de Mavago Centro de Saúde II MAVAGO NIASSA
30 Posto de Saúde de Nkalapa Posto de Saúde MAVAGO NIASSA
31 Posto de Saúde de Chamba Posto de Saúde MECANHELAS NIASSA
32 Centro de Saúde de Mecanhelas Centro de Saúde I MECANHELAS NIASSA
33 Centro de Saúde de Mecula Centro de Saúde I MECULA NIASSA
34 Posto de Saúde Mecunica Posto de Saúde METARICA NIASSA
35 Centro de Saúde de Metarica Centro de Saúde I METARICA NIASSA
36 Posto de Saúde de Muhemela Posto de Saúde METARICA NIASSA
37 Posto de Saúde de Nacumua (Cuvir) Posto de Saúde METARICA NIASSA
38 Posto de Saúde de Namicunde Posto de Saúde METARICA NIASSA
39 Posto de Saúde de Chiconono Posto de Saúde MUEMBE NIASSA
40 Posto de Saúde de Chuanjota Posto de Saúde MUEMBE NIASSA
41 Centro de Saúde de Muembe Centro de Saúde II MUEMBE NIASSA
42 Posto de Saúde de Nzizi Posto de Saúde MUEMBE NIASSA
44 Centro de Saúde de Massangulo Centro de Saúde I NGAUMA NIASSA
45 Posto de Saúde de Napalave Posto de Saúde NIPEPE NIASSA
46 Centro de Saúde de Nipepe Centro de Saúde I NIPEPE NIASSA
47 Centro de Saúde 7 de Setembro Centro de Saúde II SANGA NIASSA
48 Posto de Saúde de Mbemba Posto de Saúde SANGA NIASSA
49 Centro de Saúde de Ancuabe Centro de Saúde I ANCUABE CABO DELGADO
50 Centro de Saúde de Meza Centro de Saúde II ANCUABE CABO DELGADO
51 Centro de Saúde de Minhewene Centro de Saúde II ANCUABE CABO DELGADO
52 Centro de Saúde de Balama Centro de Saúde I BALAMA CABO DELGADO
53 Centro de Saúde de Impiri Centro de Saúde III BALAMA CABO DELGADO
54 Centro de Saúde de Kuekué Centro de Saúde II BALAMA CABO DELGADO
55 Posto de Saúde de Bilibiza Posto de Saúde CHIURE CABO DELGADO
56 Centro de Saúde de Catapua Centro de Saúde II CHIURE CABO DELGADO
57 Centro de Saúde de Chiúre Centro de Saúde I CHIURE CABO DELGADO
58 Centro de Saúde de Mazeze Centro de Saúde II CHIURE CABO DELGADO
59 Centro de Saúde de M'mala Centro de Saúde III CHIURE CABO DELGADO
60 Centro de Saúde de Ocúa Centro de Saúde I CHIURE CABO DELGADO
61 Centro de Saúde de Ibo Centro de Saúde I IBO CABO DELGADO

135
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

62 Centro de Saúde de Quirimba Centro de Saúde III IBO CABO DELGADO


63 Centro de Saúde de Macomia Centro de Saúde I MACOMIA CABO DELGADO
64 Centro de Saúde de Mecufi Centro de Saúde I MECUFI CABO DELGADO
65 Centro de Saúde de Meluco Centro de Saúde I MELUCO CABO DELGADO
66 Centro de Saúde de Metuge Centro de Saúde I METUGE CABO DELGADO
67 H. Rural de Mocímboa Praia H.Rural MOCIMBOA DA PRAIA CABO DELGADO
68 Centro de Saúde de Mapupulo Centro de Saúde II MONTEPUEZ CABO DELGADO
69 Hospital Rural de Montepuez Hospital Rural MONTEPUEZ CABO DELGADO
70 Centro de Saúde de Namueto Centro de Saúde II MONTEPUEZ CABO DELGADO
71 Centro de Saúde de Chapa Centro de Saúde II MUEDA CABO DELGADO
72 Hospital Rural de Mueda Hospital Rural MUEDA CABO DELGADO
73 Centro de Saúde de N'gapa Centro de Saúde II MUEDA CABO DELGADO
74 Centro de Saúde de Chitunda Centro de Saúde III MUIDUMBE CABO DELGADO
75 Centro de Saúde de Muambula Centro de Saúde II MUIDUMBE CABO DELGADO
76 Centro de Saúde de Muatide Centro de Saúde I MUIDUMBE CABO DELGADO
77 Centro de Saúde de Namacande Centro de Saúde II MUIDUMBE CABO DELGADO
78 Centro de Saúde de Ep2 - Nanrapa Centro de Saúde II NAMUNO CABO DELGADO
79 Centro de Saúde de Meloco Centro de Saúde II NAMUNO CABO DELGADO
80 Centro de Saúde de Namuno Centro de Saúde I NAMUNO CABO DELGADO
81 Centro de Saúde de Nangade Centro de Saúde I NANGADE CABO DELGADO
82 Centro de Saúde de N'tamba Centro de Saúde II NANGADE CABO DELGADO
83 Centro de Saúde de Palma Centro de Saúde I PALMA CABO DELGADO
84 Centro de Saúde de B. Ingonane Centro de Saúde II PEMBA CIDADE CABO DELGADO
85 Hospital Provincial de Pemba Hospital Provincial PEMBA CIDADE CABO DELGADO
86 Centro de Saúde de Mahate Centro de Saúde II PEMBA CIDADE CABO DELGADO
87 Centro de Saúde de Paquite Centro de Saúde II PEMBA CIDADE CABO DELGADO
88 Centro de Saúde de Quissanga Centro de Saúde I QUISSANGA CABO DELGADO
89 Hospital Rural de Angoche Hospital Rural ANGOCHE NAMPULA
90 Centro de Saúde de Aube Centro de Saúde III ANGOCHE NAMPULA
91 Centro de Saúde da Ilha de Moçambique Centro de Saúde I I. DE MOCAMBIQUE NAMPULA
92 Centro de Saúde de Lalaua Centro de Saúde I LALAUA NAMPULA
93 Centro de Saúde de Lúrio Centro de Saúde II LALAUA NAMPULA
94 Centro de Saúde de Meti Centro de Saúde II LALAUA NAMPULA
95 Centro de Saúde de Muesseleque Centro de Saúde II LALAUA NAMPULA
96 Centro de Saúde de Naquessa Centro de Saúde II LALAUA NAMPULA
99 Centro de Saúde de Meconta Centro de Saúde I MECONTA NAMPULA
100 Centro de Saúde de Issipe Centro de Saúde II MECUBURI NAMPULA
101 Centro de Saúde de Mecuburi Centro de Saúde I MECUBURI NAMPULA
102 Centro de Saúde de Milhana Centro de Saúde II MECUBURI NAMPULA
103 Centro de Saúde de Mualua Centro de Saúde II MECUBURI NAMPULA
104 Centro de Saúde de Baixo Pinda Centro de Saúde III MEMBA NAMPULA
105 Centro de Saúde de Mazua Centro de Saúde I MEMBA NAMPULA
106 Centro de Saúde de Memba Centro de Saúde I MEMBA NAMPULA
107 Centro de Saúde de Namahaca Centro de Saúde I MEMBA NAMPULA
108 Centro de Saúde de Iuluti Centro de Saúde II MOGOVOLAS NAMPULA
109 Centro de Saúde de Nametil Centro de Saúde I MOGOVOLAS NAMPULA
110 Centro de Saúde de Briganha Centro de Saúde II MOMA NAMPULA
111 Centro de Saúde de Larde Centro de Saúde II MOMA NAMPULA
112 Centro de Saúde de Moma Centro de Saúde I MOMA NAMPULA
113 Centro de Saúde de Carapira Centro de Saúde I MONAPO NAMPULA
114 Centro de Saúde de Chihire Centro de Saúde II MONAPO NAMPULA
115 Centro de Saúde de Monapo Centro de Saúde I MONAPO NAMPULA
116 Hospital Rural de Monapo Hospital Rural MONAPO NAMPULA
117 Centro de Saúde de Natete Centro de Saúde I MONAPO NAMPULA
118 Centro de Saúde de Ramiane Centro de Saúde III MONAPO NAMPULA
119 Centro de Saúde de Liupo Centro de Saúde I MONGICUAL NAMPULA
120 Centro de Saúde de Chocas-Mar Centro de Saúde II MOSSURIL NAMPULA
121 Centro de Saúde de Lunga Centro de Saúde III MOSSURIL NAMPULA
122 Centro de Saúde de Mossuril Centro de Saúde I MOSSURIL NAMPULA
123 Centro de Saúde de Nacuxa Centro de Saúde II MOSSURIL NAMPULA
124 Centro de Saúde de Chinamane Centro de Saúde III MUECATE NAMPULA
125 Centro de Saúde de Muecate Centro de Saúde I MUECATE NAMPULA
126 Centro de Saúde de Cazuzu Centro de Saúde II MURRUPULA NAMPULA

136
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

127 Centro de Saúde de Murrupula Centro de Saúde I MURRUPULA NAMPULA


128 Centro de Saúde de Nacala-A-Velha Centro de Saúde I NACALA-VELHA NAMPULA
129 Centro de Saúde de Namalala Centro de Saúde II NACALA-VELHA NAMPULA
130 Centro de Saúde de Murrupelane Centro de Saúde II NACALA-PORTO NAMPULA
131 Hospital Geral de Nacala-Porto Hospital Geral NACALA-PORTO NAMPULA
132 Centro de Saúde de Quissimajulo Centro de Saúde II NACALA-PORTO NAMPULA
133 Centro de Saúde de Muchico Centro de Saúde II NACAROA NAMPULA
134 Centro de Saúde de Nacaroa Centro de Saúde I NACAROA NAMPULA
135 Centro de Saúde Saua-Saua Centro de Saúde II NACAROA NAMPULA
136 Centro de Saúde de Alua Centro de Saúde I NAMAPA-ERATI NAMPULA
137 Centro de Saúde de Mirrote Centro de Saúde I NAMAPA-ERATI NAMPULA
138 Hospital Rural de Namapa Hospital Rural NAMAPA-ERATI NAMPULA
139 Centro de Saúde de Namiroa Centro de Saúde III NAMAPA-ERATI NAMPULA
140 Posto de Saúde de Nantoge Posto de Saúde NAMAPA-ERATI NAMPULA
141 Centro de Saúde de Odinepa Centro de Saúde II NAMAPA-ERATI NAMPULA
142 Centro de Saúde de Anchilo Centro de Saúde I NAMPULA-RAPALE NAMPULA
143 Centro de Saúde de Caramaja Centro de Saúde II NAMPULA-RAPALE NAMPULA
144 Centro de Saúde de Rapale Centro de Saúde I NAMPULA-RAPALE NAMPULA
145 Centro de Saúde 25 de Setembro Centro de Saúde I NAMPULA CIDADE NAMPULA
146 Hospital Central de Nampula Hospital Central NAMPULA CIDADE NAMPULA
147 Hospital Geral de Marrere Hospital Geral NAMPULA CIDADE NAMPULA
148 Posto de Saúde de Esc. Bas. Agrari Posto de Saúde RIBAUE NAMPULA
149 Centro de Saúde de Iapala Centro de Saúde I RIBAUE NAMPULA
150 Centro de Saúde de Iapala Estação Centro de Saúde II RIBAUE NAMPULA
151 Centro de Saúde de Namiconha Centro de Saúde II RIBAUE NAMPULA
152 Hospital Rural de Ribaue Hospital Rural RIBAUE NAMPULA
153 Hospital Rural de Alto Molócuè Hospital Rural ALTO MOLOCUE ZAMBEZIA
154 Posto de Saúde Ecole Posto de Saúde ALTO MOLOCUE ZAMBEZIA
157 Centro de Saúde de Gilé Centro de Saúde I GILE ZAMBEZIA
158 Centro de Saúde de Moneia Centro de Saúde II GILE ZAMBEZIA
159 Centro de Saúde de Muiane Centro de Saúde II GILE ZAMBEZIA
160 Hospital Rural de Gurué Hospital Rural GURUE ZAMBEZIA
161 Centro de Saúde de Invinha Centro de Saúde II GURUE ZAMBEZIA
162 Centro de Saúde de Mepuagiua Centro de Saúde II GURUE ZAMBEZIA
163 Centro de Saúde de Serra Centro de Saúde II GURUE ZAMBEZIA
164 Centro de Saúde de U.P.10 Centro de Saúde I GURUE ZAMBEZIA
165 Centro de Saúde de Chiraco Centro de Saúde II ILE ZAMBEZIA
166 Centro de Saúde de Ile Centro de Saúde I ILE ZAMBEZIA
167 Centro de Saúde de Cherimane Centro de Saúde III INHASSUNGE ZAMBEZIA
168 Centro de Saúde de Gonhane Centro de Saúde II INHASSUNGE ZAMBEZIA
169 Centro de Saúde de Inhassunge Centro de Saúde I INHASSUNGE ZAMBEZIA
171 Centro de Saúde de Munhamade Centro de Saúde II LUGELA ZAMBEZIA
172 Centro de Saúde de Namagoa Centro de Saúde II LUGELA ZAMBEZIA
173 Centro de Saúde de Lugela Centro de Saúde I LUGELA ZAMBEZIA
174 Centro de Saúde de Maganja da Costa Centro de Saúde I MAGANJA DA COSTA ZAMBEZIA
175 Centro de Saúde de Maneia Centro de Saúde II MAGANJA DA COSTA ZAMBEZIA
176 Centro de Saúde de Mocubela Centro de Saúde II MAGANJA DA COSTA ZAMBEZIA
177 Centro de Saúde de Nante Centro de Saúde II MAGANJA DA COSTA ZAMBEZIA
178 Centro de Saúde de Tapata Centro de Saúde II MAGANJA DA COSTA ZAMBEZIA
179 Centro de Saúde de Carico Centro de Saúde II MILANGE ZAMBEZIA
180 Centro de Saúde de Majaua Centro de Saúde III MILANGE ZAMBEZIA
181 Centro de Saúde de Milange Centro de Saúde I MILANGE ZAMBEZIA
182 Centro de Saúde de Alto Benfica Centro de Saúde II MOCUBA ZAMBEZIA
183 Hospital Rural de Mocuba Hospital Rural MOCUBA ZAMBEZIA
184 Centro de Saúde de Mugeba Centro de Saúde I MOCUBA ZAMBEZIA
185 Centro de Saúde de Mopeia Centro de Saúde I MOPEIA ZAMBEZIA
186 Centro de Saúde de Boroma Centro de Saúde II MORRUMBALA ZAMBEZIA
187 Centro de Saúde de Derre Centro de Saúde II MORRUMBALA ZAMBEZIA
188 Centro de Saúde de Morrumbala Centro de Saúde I MORRUMBALA ZAMBEZIA
189 Centro de Saúde de Muandiua Centro de Saúde II MORRUMBALA ZAMBEZIA
190 Centro de Saúde de Pinda Centro de Saúde II MORRUMBALA ZAMBEZIA
191 Centro de Saúde de Macuse Centro de Saúde I NAMACURRA ZAMBEZIA
192 Centro de Saúde de Mbaua Centro de Saúde II NAMACURRA ZAMBEZIA

137
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

193 Centro de Saúde de Namacurra Centro de Saúde I NAMACURRA ZAMBEZIA


194 Centro de Saúde de Lipali Centro de Saúde II NAMARROI ZAMBEZIA
195 Centro de Saúde de Mutepua Centro de Saúde II NAMARROI ZAMBEZIA
196 Centro de Saúde de Namarroi Centro de Saúde I NAMARROI ZAMBEZIA
197 Centro de Saúde de Regone Centro de Saúde II NAMARROI ZAMBEZIA
198 Centro de Saúde de Ilalane Centro de Saúde II NICOADALA ZAMBEZIA
199 Centro de Saúde de Ionge Centro de Saúde III NICOADALA ZAMBEZIA
200 Centro de Saúde de Licuare Centro de Saúde II NICOADALA ZAMBEZIA
201 Centro de Saúde de Nicoadala Centro de Saúde I NICOADALA ZAMBEZIA
202 Centro de Saúde de Varela Centro de Saúde II NICOADALA ZAMBEZIA
203 Centro de Saúde de Impaca Centro de Saúde III PEBANE ZAMBEZIA
204 Centro de Saúde de Muligode Centro de Saúde II PEBANE ZAMBEZIA
205 Centro de Saúde de Pebane Centro de Saúde I PEBANE ZAMBEZIA
206 Hospital Provincial de Quelimane Hospital Provincial QUELIMANE ZAMBEZIA
207 Centro de Saúde de Dómue Centro de Saúde I ANGONIA TETE
208 Hospital Rural de Ulónguè Hospital Rural ANGONIA TETE
209 Centro de Saúde de Chintholo Centro de Saúde III CAHORA-BASSA TETE
210 Centro de Saúde de Chitima Centro de Saúde I CAHORA-BASSA TETE
211 Hospital Rural de Songo Hospital Rural CAHORA-BASSA TETE
212 Centro de Saúde de Changara Centro de Saúde I CHANGARA TETE
214 Posto de Saúde Goba Posto de Saúde CHANGARA TETE
215 Centro de Saúde de Mazoé - Ponte Centro de Saúde III CHANGARA TETE
216 Centro de Saúde de Chifunde Centro de Saúde I CHIFUNDE TETE
217 Centro de Saúde de N'kantha Centro de Saúde II CHIFUNDE TETE
218 Centro de Saúde de Vila Mualadzi Centro de Saúde II CHIFUNDE TETE
219 Centro de Saúde de Caunda Centro de Saúde III CHIUTA TETE
220 Centro de Saúde de Manje Centro de Saúde I CHIUTA TETE
221 Posto de Saúde Chidzolomondo Posto de Saúde MACANGA TETE
222 Centro de saúde de Macanga Centro de Saúde II MACANGA TETE
224 Centro de Saúde de Mágoè Centro de Saúde I MAGOE TETE
225 Centro de Saúde de Chipera Centro de Saúde II MARAVIA TETE
226 Posto de Saúde de Chiputo Posto de Saúde MARAVIA TETE
227 Centro de Saúde de Fingoé Centro de Saúde I MARAVIA TETE
228 Posto de Saúde Cambulatsitsi Posto de Saúde MOATIZE TETE
229 Centro de Saúde de Moatize Centro de Saúde I MOATIZE TETE
230 Centro de Saúde de Ncondedzi Centro de Saúde III MOATIZE TETE
231 Centro de Saúde de Zóbue Centro de Saúde II MOATIZE TETE
233 Centro de Saúde de Charre Centro de Saúde II MUTARARA TETE
235 Centro de Saúde de Jardim Centro de Saúde II MUTARARA TETE
236 Hospital Rural de Mutarara Hospital Rural MUTARARA TETE
237 Centro de Saúde Nº 4 Centro de Saúde II TETE CIDADE TETE
238 Hospital Provincial de Tete Hospital Provincial TETE CIDADE TETE
239 Centro de Saúde de Marara Centro de Saúde II TETE CIDADE TETE
240 Centro de Saúde de M'palamabue Centro de Saúde II TETE CIDADE TETE
241 Centro de Saúde de M'saua Centro de Saúde III TETE CIDADE TETE
242 Centro de Saúde de Calipale Centro de Saúde III TSANGANO TETE
243 Centro de Saúde de Maconge Centro de Saúde III TSANGANO TETE
244 Centro de Saúde de N'tengo Wambalan Centro de Saúde II TSANGANO TETE
245 Centro de Saúde de Tsangano Centro de Saúde I TSANGANO TETE
246 Centro de Saúde de Muze Centro de Saúde II ZUMBU TETE
247 Centro de Saúde de Tongue Centro de Saúde II ZUMBU TETE
248 Centro de Saúde de Zumbo Centro de Saúde I ZUMBU TETE
250 Hospital Rural de Catandica Hospital Rural BARUE MANICA
251 P. de Saúde de Cruzamento de Macossa Posto de Saúde BARUE MANICA
252 Centro de Saúde de Nhassacara Centro de Saúde III BARUE MANICA
253 Centro de Saúde de 1º Maio Centro de Saúde II CHIMOIO MANICA
254 Hospital Provincial de Chimoio Hospital Provincial CHIMOIO MANICA
255 Centro de Saúde de Nhamaonha Centro de Saúde II CHIMOIO MANICA
256 Centro de Saúde de Chipindaumwe Centro de Saúde III GONDOLA MANICA
257 Centro de Saúde de Gondola Sede Centro de Saúde I GONDOLA MANICA
258 Centro de Saúde de Iac Centro de Saúde II GONDOLA MANICA
259 Posto de Saúde de Matsinho Posto de Saúde GONDOLA MANICA
260 Centro de Saúde de Muda Serração Centro de Saúde II GONDOLA MANICA

138
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

261 Centro de Saúde de Chivuli Centro de Saúde II GURO MANICA


262 Centro de Saúde de Guru Sede Centro de Saúde II GURO MANICA
263 Posto de Saúde de Bassane Posto de Saúde MACHAZE MANICA
264 Posto de Saúde de Chipopopo Posto de Saúde MACHAZE MANICA
265 Centro de Saúde de Chitobe Centro de Saúde II MACHAZE MANICA
266 Posto de Saúde de Sambassoca Posto de Saúde MACHAZE MANICA
267 Centro de Saúde de Timbi-Timbi Centro de Saúde III MACHAZE MANICA
268 Centro de Saúde de Macossa Sede Centro de Saúde I MACOSSA MANICA
269 Posto de Saúde de Cahzuca Posto de Saúde MANICA MANICA
270 Posto de Saúde de Chigodole Posto de Saúde MANICA MANICA
271 Posto de Saúde de Guindingui Posto de Saúde MANICA MANICA
272 Centro de Saúde de Jecua Missão Centro de Saúde II MANICA MANICA
273 Centro de Saúde de Manica Centro de Saúde I MANICA MANICA
275 Posto de Saúde de Munene Posto de Saúde MANICA MANICA
276 Posto de Saúde de Pungué Sul Posto de Saúde MANICA MANICA
277 Centro de Saúde de Vanduzi Centro de Saúde I MANICA MANICA
278 Centro de Saúde de Chiurairue Centro de Saúde II MOSSURIZE MANICA
279 Centro de Saúde de Espungabera Centro de Saúde I MOSSURIZE MANICA
281 Centro de Saúde de Mupengo Centro de Saúde II MOSSURIZE MANICA
282 Centro de Saúde de Dombe Centro de Saúde III SUSSUNDENGA MANICA
283 Posto de Saúde de Nhambamba Posto de Saúde SUSSUNDENGA MANICA
284 Centro de Saúde de Sussundenga Sede Centro de Saúde I SUSSUNDENGA MANICA
286 Centro de Saúde de Cerâmica Centro de Saúde III CIDADE DA BEIRA SOFALA
287 Hospital Central da Beira Hospital Central CIDADE DA BEIRA SOFALA
289 Hospital Rural de Buzi Hospital Rural BUZI SOFALA
290 Centro de Saúde de Guara-Guara Centro de Saúde III BUZI SOFALA
292 Centro de Saúde de Caia Centro de Saúde I CAIA SOFALA
293 Centro de Saúde de Deve Centro de Saúde III CAIA SOFALA
294 Centro de Saúde de Murraça Centro de Saúde II CAIA SOFALA
295 Centro de Saúde de Ndoro Centro de Saúde III CAIA SOFALA
296 Centro de Saúde de Chemba-Sede Centro de Saúde I CHEMBA SOFALA
297 Centro de Saúde de Chiramba Centro de Saúde III CHEMBA SOFALA
298 Centro de Saúde de Chite Centro de Saúde III CHERINGOMA SOFALA
299 Centro de Saúde de Inhaminga Centro de Saúde I CHERINGOMA SOFALA
300 Centro de Saúde de Chibabava -Sede Centro de Saúde I CHIBABAVA SOFALA
301 Centro de Saúde Goonda Centro de Saúde III CHIBABAVA SOFALA
302 Centro de Saúdse Hoode Centro de Saúde III CHIBABAVA SOFALA
303 Centro de Saúde de Mangunde Centro de Saúde III CHIBABAVA SOFALA
304 Centro de Saúde de Muligue Centro de Saúde II CHIBABAVA SOFALA
305 Hospital Rural de Muxungue Centro de Saúde III CHIBABAVA SOFALA
306 Centro de Saúde de Nhango Hospital Rural CHIBABAVA SOFALA
307 Centro de Saúde de Tronga Centro de Saúde III CHIBABAVA SOFALA
308 Centro de Saúde de Chibuabuabua Centro de Saúde III CHIBABAVA SOFALA
309 Centro de Saúde de Dondo Sede Centro de Saúde I DONDO SOFALA
310 Centro de Saúde de Mafambisse Centro de Saúde I DONDO SOFALA
311 Centro de Saúde de Maxarote Centro de Saúde II DONDO SOFALA
312 Centro de Saúde de Savana Centro de Saúde III DONDO SOFALA
313 Centro de Saúde de Canda Centro de Saúde III GORONGOSA SOFALA
314 Centro de Saúde de Gorongosa Sede Centro de Saúde I GORONGOSA SOFALA
315 Centro de Saúde de Púnguè Centro de Saúde III GORONGOSA SOFALA
316 Centro de Saúde de Chinhuque Centro de Saúde III MACHANGA SOFALA
318 Centro de Saúde de Machanga (Sede) Centro de Saúde I MACHANGA SOFALA
319 Centro de Saúde de Canxixe Centro de Saúde III MARINGUE SOFALA
320 Centro de Saúde de Maringué-Sede Centro de Saúde I MARINGUE SOFALA
321 Hospital Rural de Marromeu Hospital Rural MARROMEU SOFALA
322 Centro de Saúde de Galinha Centro de Saúde III MUANZA SOFALA
323 Centro de Saúde de Muanza - Sede Centro de Saúde II MUANZA SOFALA
324 Centro de Saúde de Lamego Centro de Saúde II NHAMATANDA SOFALA
326 Hospital Rural de Nhamatanda Sede Hospital Rural NHAMATANDA SOFALA
327 Centro de Saúde de Siluvo Centro de Saúde II NHAMATANDA SOFALA
328 Centro de Saúde de Funhalouro Centro de Saúde I FUNHALOURO INHAMBANE
329 Centro de Saúde de Doane Centro de Saúde I GOVURO INHAMBANE
330 Posto de Saúde de Luido Posto de Saúde GOVURO INHAMBANE

139
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

331 Centro de Saúde de Pande Centro de Saúde II GOVURO INHAMBANE


332 Posto de Saúde de Chinjinguir Posto de Saúde HOMOINE INHAMBANE
333 Centro de Saúde de Homoine Centro de Saúde I HOMOINE INHAMBANE
334 Centro de Saúde de Mafuiane Centro de Saúde II HOMOINE INHAMBANE
335 Posto de Saúde de Maiaice Posto de Saúde HOMOINE INHAMBANE
336 Centro de Saúde de Marrengo Centro de Saúde III HOMOINE INHAMBANE
337 Centro de Saúde de Conguina Centro de Saúde II INHAMBANE CIDADE INHAMBANE
338 Hospital Provincial de Inhambane Hospital Provincial INHAMBANE CIDADE INHAMBANE
339 Posto de Saúde Ilha de Inhambane Posto de Saúde INHAMBANE CIDADE INHAMBANE
340 Centro de Saúde de Salela Centro de Saúde III INHAMBANE CIDADE INHAMBANE
341 Centro de Saúde de Chacane Centro de Saúde II INHARRIME INHAMBANE
342 Posto de Saúde de Coguno Posto de Saúde INHARRIME INHAMBANE
343 Centro de Saúde de Inharrime Centro de Saúde I INHARRIME INHAMBANE
344 Centro de Saúde de Mejoôte Centro de Saúde II INHARRIME INHAMBANE
346 Centro de Saúde de Inhassoro Centro de Saúde I INHASSORO INHAMBANE
347 Centro de Saúde de Macovane Centro de Saúde II INHASSORO INHAMBANE
348 Centro de Saúde de Mangungumeta Centro de Saúde I INHASSORO INHAMBANE
349 Centro de Saúde de Jangamo Centro de Saúde I JANGAMO INHAMBANE
350 Centro de Saúde de Mabote Centro de Saúde I MABOTE INHAMBANE
351 Centro de Saúde de Tanguane Centro de Saúde II MASSINGA INHAMBANE
352 Centro de Saúde de Balata Centro de Saúde II MASSINGA INHAMBANE
353 Posto de Saúde de Cangela Posto de Saúde MASSINGA INHAMBANE
354 Centro de Saúde de Inhaloi Centro de Saúde I MASSINGA INHAMBANE
355 Centro de Saúde de Mangonha Centro de Saúde II MASSINGA INHAMBANE
356 Centro de Saúde de Massinga Centro de Saúde I MASSINGA INHAMBANE
357 Centro de Saúde de Murie Centro de Saúde III MASSINGA INHAMBANE
358 Centro de Saúde de Nhachengue Centro de Saúde II MASSINGA INHAMBANE
359 Centro de Saúde de Bembe Centro de Saúde II MAXIXE INHAMBANE
360 Hospital Rural de Chicuque Hospital Rural MAXIXE INHAMBANE
361 Centro de Saúde de Gotite Centro de Saúde II MORRUMBENE INHAMBANE
362 Centro de Saúde de Morrumbene Centro de Saúde I MORRUMBENE INHAMBANE
363 Centro de Saúde de Inhassune Centro de Saúde II PANDA INHAMBANE
364 Centro de Saúde de Jojo Centro de Saúde III PANDA INHAMBANE
365 Centro de Saúde de Mawayela Centro de Saúde II PANDA INHAMBANE
366 Centro de Saúde de Panda Centro de Saúde I PANDA INHAMBANE
367 Centro de Saúde de Muapse Centro de Saúde II VILANKULO INHAMBANE
368 Centro de Saúde de Quewene Centro de Saúde II VILANKULO INHAMBANE
369 Hospital Rural de Vilanculos Hospital Rural VILANKULO INHAMBANE
370 Centro de Saúde de Cala (Chambula) Centro de Saúde II ZAVALA INHAMBANE
371 Centro de Saúde de Guilundo Centro de Saúde II ZAVALA INHAMBANE
372 Posto de Saúde de Maundene Posto de Saúde ZAVALA INHAMBANE
373 Centro de Saúde de Quissico Centro de Saúde I ZAVALA INHAMBANE
374 Centro de Saúde de Zandamela Centro de Saúde II ZAVALA INHAMBANE
375 Centro de Saúde de Chissano Centro de Saúde III BILENE GAZA
376 Centro de Saúde de Macia Centro de Saúde I BILENE GAZA
377 Centro de Saúde de Mazivila Centro de Saúde III BILENE GAZA
378 Posto de Saúde de Olombe Posto de Saúde BILENE GAZA
379 Centro de Saúde de Alto Changane Centro de Saúde III CHIBUTO GAZA
380 Hospital Rural de Chibuto Hospital Rural CHIBUTO GAZA
381 Centro de Saúde de Chimundo Centro de Saúde III CHIBUTO GAZA
382 Centro de Saúde de Chipadja Centro de Saúde III CHIBUTO GAZA
383 Centro de Saúde de Malehice Centro de Saúde III CHIBUTO GAZA
384 Hospital Rural de Chicualacuala Hospital Rural CHICUALACUALA GAZA
385 Posto de Saúde de Chidulo Posto de Saúde CHICUALACUALA GAZA
386 Centro de Saúde de Mapai Centro de Saúde III CHICUALACUALA GAZA
388 Centro de Saúde de Chalocuane Centro de Saúde I CHOKWE GAZA
389 Hospital Rural de Chókwè Hospital Rural CHOKWE GAZA
390 Centro de Saúde de Chibabel Centro de Saúde III GUIJA GAZA
392 Centro de Saúde de Guijá Centro de Saúde I GUIJA GAZA
393 Centro de Saúde de Mpelane Centro de Saúde III GUIJA GAZA
394 Centro de Saúde de Mabalane Centro de Saúde I MABALANE GAZA
395 Centro de Saúde de Chicavane Centro de Saúde III MANJACAZE GAZA
396 Centro de Saúde de Cucuine Centro de Saúde III MANJACAZE GAZA

140
Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

397 Centro de Saúde de Dengoine Centro de Saúde III MANJACAZE GAZA


398 Centro de Saúde de Incadine Centro de Saúde III MANJACAZE GAZA
399 Centro de Saúde de Macuácua Centro de Saúde III MANJACAZE GAZA
400 Centro de Saúde de Mangunze Centro de Saúde III MANJACAZE GAZA
401 Hospital Geral de Manjacaze Hospital Geral MANJACAZE GAZA
402 Posto de Saúde de Matsinhane Posto de Saúde MANJACAZE GAZA
403 Centro de Saúde de Muzamane Centro de Saúde III MANJACAZE GAZA
404 Centro de Saúde de Tavane Centro de Saúde III MANJACAZE GAZA
405 Centro de Saúde de Massagena Centro de Saúde I MASSANGENA GAZA
406 Centro de Saúde de Massingir Centro de Saúde I MASSINGIR GAZA
407 Hospital Provincial de Xai-Xai Hospital Provincial XAI-XAI CIDADE GAZA
408 Posto de Saúde de Bungane Posto de Saúde XAI-XAI DISTRITO GAZA
409 Hospital Rural de Chicumbane Hospital Rural XAI-XAI DISTRITO GAZA
410 Centro de Saúde de Chongoene Centro de Saúde III XAI-XAI DISTRITO GAZA
411 Centro de Saúde de Julius Nyerere Centro de Saúde III XAI-XAI DISTRITO GAZA
412 Centro de Saúde de Maciene Centro de Saúde II XAI-XAI DISTRITO GAZA
413 Posto de Saúde de Siaia Posto de Saúde XAI-XAI DISTRITO GAZA
414 Centro de Saúde de Vladimir Lénine Centro de Saúde III XAI-XAI DISTRITO GAZA
415 Centro de Saúde de Boane Centro de Saúde I BOANE MAPUTO PROVINCIA
416 Centro de Saúde de Campuane Centro de Saúde III BOANE MAPUTO PROVINCIA
417 Posto de Saúde de Mahubo Posto de Saúde BOANE MAPUTO PROVINCIA
418 Centro de Saúde de Magude Centro de Saúde I MAGUDE MAPUTO PROVINCIA
419 Centro de Saúde de Moine Centro de Saúde II MAGUDE MAPUTO PROVINCIA
420 Centro de Saúde de Panjane Centro de Saúde II MAGUDE MAPUTO PROVINCIA
421 Posto de Saúde 3 de Fevereiro Posto de Saúde MANHICA MAPUTO PROVINCIA
422 Centro de Saúde de Maluana Centro de Saúde III MANHICA MAPUTO PROVINCIA
423 Centro de Saúde de Manhiça Centro de Saúde I MANHICA MAPUTO PROVINCIA
424 Centro de Saúde de Munguine Centro de Saúde III MANHICA MAPUTO PROVINCIA
425 Hospital Rural de Xinavane Hospital Rural MANHICA MAPUTO PROVINCIA
426 Centro de Saúde de Marracuene Centro de Saúde I MARRACUENE MAPUTO PROVINCIA
427 Posto de Saúde de Matalane Posto de Saúde MARRACUENE MAPUTO PROVINCIA
428 Centro de Saúde de Bedene Centro de Saúde II MATOLA MAPUTO PROVINCIA
429 Posto de Saúde de Boquisso Posto de Saúde MATOLA MAPUTO PROVINCIA
430 Centro de Saúde de Matola Centro de Saúde III MATOLA MAPUTO PROVINCIA
431 Centro de Saúde de Catuane Centro de Saúde III MATUTUINE MAPUTO PROVINCIA
432 Posto de Saúde de Hindane Posto de Saúde MATUTUINE MAPUTO PROVINCIA
433 Posto de Saúde de Machangulo Posto de Saúde MATUTUINE MAPUTO PROVINCIA
434 Centro de Saúde de Matutúine Centro de Saúde II MATUTUINE MAPUTO PROVINCIA
435 Centro de Saúde Ponta D'ouro Centro de Saúde III MOAMBA MAPUTO PROVINCIA
436 Posto de Saúde Chinhanguanine Posto de Saúde MOAMBA MAPUTO PROVINCIA
437 Posto de Saúde Coboco Posto de Saúde MOAMBA MAPUTO PROVINCIA
438 Centro de Saúde Moamba Posto de Saúde MOAMBA MAPUTO PROVINCIA
439 Posto de Saúde Sábie Posto de Saúde MOAMBA MAPUTO PROVINCIA
440 Posto de Saúde Tenga Posto de Saúde NAMAACHA MAPUTO PROVINCIA
441 Posto de Saúde Mafuiane Posto de Saúde NAMAACHA MAPUTO PROVINCIA
442 Centro de Saúde Namaacha Centro de Saúde I NAMAACHA MAPUTO PROVINCIA
443 Hospital Geral José Macamo Hospital Geral MAPUTO CIDADE MAPUTO CIDADE
444 Centro de Saúde Bagamoio Centro de Saúde I MAPUTO CIDADE MAPUTO CIDADE
445 Hospital Geral Mavalane Hospital Geral MAPUTO CIDADE MAPUTO CIDADE
446 Centro de Saúde 1º de Junho Centro de Saúde I MAPUTO CIDADE MAPUTO CIDADE
447 Centro de Saúde1º de Maio Centro de Saúde I MAPUTO CIDADE MAPUTO CIDADE
448 Posto de Saúde Albazine Posto de Saúde MAPUTO CIDADE MAPUTO CIDADE
449 Hospital Central de Maputo Hospital Central MAPUTO CIDADE MAPUTO CIDADE
450 Hospital Geral Chamanculo Hospital Geral MAPUTO CIDADE MAPUTO CIDADE

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Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique

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