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Disponibilização:

Eva
Tradução:

Monica B.
Formatação:

Any e Eva
Não há ensaio para o verdadeiro amor.
Quando Ryan Christensen, um ator do filme A-list, mergulhou em seu pub
para escapar de seus fãs gritando, nunca em um milhão de anos Taryn Mitchell achou
que sua vida estava prestes a mudar para sempre. Mas agora, oito meses depois,
depois de um romance turbulento, Taryn acorda no quarto de hotel de Ryan em
Hollywood para encontrar um diamante assassino no dedo anelar esquerdo - e seu
rosto estampando a capa de todas as revistas de fofocas.

A proposta pública de Ryan é pulverizada


em todos os tabloides, sua equipe de gestão está preocupada, e Taryn
deve descobrir como uma menina de uma cidade pequena como ela se encaixa em seu
mundo brilhante. O que é preciso fazer para um relacionamento funcionar entre lentes
fotográficas, tentativas diárias no set e fãs ciumentas que não vão parar de tentar
impedi-la de andar pelo corredor com o homem dos seus sonhos?

Sem script a seguir e sem chance para um


ensaio, Taryn e Ryan serão forçados a dar o salto
e arriscar tudo para fazer seu amor durar.
— Ele é meu! — Lauren Delaney gritou quando ela se forçou através da
multidão, empurrando violentamente as pessoas inocentes que nos separavam de seu
caminho.
Seu rosto famoso, pintado com perfeição por uma equipe de artistas
maquiadores caros de Hollywood, estava psicoticamente torcido como uma mulher
possuída pelo demônio.
Terror instantâneo penetrou em minhas veias e se espalhou por todo o meu
corpo apenas com a visão dela.
Meus músculos bloquearam, instintivamente se preparando para uma briga
que estava muito atrasada.
Apesar de seu comportamento infernal, a cadela conivente ainda conseguiu
parecer fascinante em seu vestido prata brilhante e saltos stilletos enquanto ela
investiu diretamente em mim. A estrela de grande sucesso de público, obviamente,
não tinha intenções de lutar justo hoje à noite. A multidão se abriu e levou uma fração
de segundo depois para mim a notar as luzes brilhantes cintilando de uma faca de
lâmina longa amarrada em seu punho.
Minha mente ordenou para o meu corpo correr.
Uma menina cheia de gás gritando, eu poderia lidar, embora o ataque verbal
de cadela que eu secretamente desejei liberar nela, seria melhor entregue em um
ambiente mais privado. Eu poderia até lidar com alguns puxões de cabelo e socos
fracos, se ela me deixasse outra escolha senão defender-me. Deus sabe que eu queria
rasga-la em pedaços e dançar em seu túmulo por todos os problemas que ela tinha
causado. Mas, neste momento, eu estava de modo algum preparada para me defender
de um ataque de faca.
Milhares de flashes me cegaram quando os fotógrafos invadiram, como
abelhas furiosas, ardendo meus olhos com cada clique. Quando levantei minhas mãos
para proteger o rosto dos paparazzi implacáveis, Lauren se chocou contra o meu peito,
batendo o ar dos meus pulmões e os meus pés debaixo de mim. A parte de trás da
minha cabeça bateu no tapete vermelho, enviando uma mensagem instantânea de dor
esmagadora através do meu crânio. Salpicos de branco misturaram-se com um mar
de vermelho enquanto eu tentava me focar através do borrão.
— Fique longe de mim! — Gritei quando ela me montou. Peguei-a pelo pulso
quando ela levantou a lâmina, lutando com ela para evitar ser esfaqueada.
— Você realmente acha que pertence a ele? — Lauren zombou quando ela
pressionou a lâmina perto do meu rosto.
Plantada em cima de mim, ela definitivamente tinha a vantagem e a
vantagem de alavancagem. A picada do aço frio me fez estremecer quando a ponta
afiada raspou sobre minha bochecha.
— Você está preparada para morrer por ele, cadela?
Mal sabia ela que, quando pensei que tinha perdido Ryan, uma parte vital
de mim morreu por ele naquele dia. Mas foi o risco que corri ao envolver-me com uma
celebridade famosa, sabendo que havia a possibilidade do meu coração ser devolvido
para mim em pedaços. Felizmente, o milagre da minha reunião com Ryan soprou vida
nova em mim, e meu coração e alma fraturada ficaram bem no caminho para a
recuperação total. Eu sabia que podia sobreviver a qualquer coisa agora.
Enquanto eu lutava com ela, a escuridão pairava na borda de meus
pensamentos, enviando um arrepio nas minhas veias. De repente, uma parede de
blocos de concreto formou-se e nos cercou, me enchendo de pavor, enquanto nos
envolvia. O medo da morte iminente inchou dentro de mim como se estivéssemos
sendo sepultadas.
Tentei gritar, mas os dedos de Lauren se apertaram ao redor minha traqueia,
cortando o fluxo do precioso ar.
A visão de meu pai, assemelhando-se a uma memória fraca, fantasmagórica
e, em seguida, solidificando em uma visão. Sua raiva era palpável; ele parecia pronto
para ir em uma fúria assassina. Seus punhos furiosos esmurrando na figura obscura
de um homem menor.
Suas mãos ensanguentadas enroladas em torno da garganta de um homem
jovem, imitando o estrangulamento que Lauren tinha em mim. Os dois homens
continuaram a lutar, derrubando coisas em seu rastro. Um grande objeto de metal
voou da parede e caiu pesado no chão, causando um grito de rasgar da minha
garganta quando ele errou a cabeça por polegadas. Minhas lágrimas queimavam
enquanto pingavam incontrolavelmente dos cantos dos meus olhos.
Esforcei-me através da névoa para ver o rosto do rapaz, mas não importa o
quão duro tentei me concentrar, suas feições permaneceram obscurecidas por cabelos
longos, desgrenhado e negros.
De repente, sem razão explicável, não me importei mais comigo mesma. Ou
meu pai. Ou Lauren. Eu queria ajudar o jovem. Precisava ajudá-lo, defendê-lo. Tive
que impedir o meu pai de matá-lo.
O cara olhou para mim e falou rapidamente, enquanto meu pai continuava
a estrangulá-lo:
— Eu amo você, menina. Eu nunca iria machucá-la.
Uma pequena voz dentro de mim sabia que ele falava a verdade. Ainda
assim, meu corpo tremia, olhando seus dentes brancos virar um vermelho sinistro
quando ele sorriu para mim.
— Você nunca vai tocá-la de novo! — Meu pai gritou.
Uma lágrima caiu sangrando pelo rosto do jovem. E depois outra. Eu queria
ir até ele e envolver meus braços ao seu redor, porque isso é o que você faz quando as
pessoas estão tristes. Grandes abraços de urso sempre fazem as lágrimas pararem.
A mão fechada de Lauren balançou meu pescoço, recuperando de imediato
a minha atenção. Com um grunhido, ela levantou a alta lâmina no ar.
Enquanto eu olhava a lâmina descer, relutantemente me conformei a deixar
a morte me levar e as trevas me reclamarem, uma última palavra ecoou pelo ar.
— Corta.
CAPÍTULO 1

Esclarecedor

— Que diabos? — A cabeça de Ryan voou fora de seu travesseiro,


despertando de seu sono profundo quando eu gritei.
Sentei-me, chutando as cobertas para longe com meus pés, entrando em
pânico para desembaraçar-me enquanto esfregava a dor fantasma queimando no meu
peito. Puta merda! Puta merda! Porra, isto pareceu tão real! Ok, acalme-se.
Foi apenas um sonho. Apenas um sonho.
Ryan inclinou-se no monte de almofadas do hotel. Eu podia vê-lo
observando o quarto, procurando algum tipo de perigo.
— Tar, você está bem? — Sua mão agarrou minha coxa quando ele chegou
mais perto. — Taryn, o que aconteceu?
Eu queria responder a ele, mas eu estava momentaneamente atordoada e
completamente incapaz de um discurso coerente, ainda presa em uma névoa
assustada entre pesadelo e realidade. Tentei dizer alguma coisa, eu realmente tentei,
mas tudo que veio da minha boca eram respirações roucas e gaguejantes.
Felizmente, não me tomou muito tempo para perceber onde estava, pois
tinha sido menos de vinte e quatro horas atrás, quando embarquei em um avião e
parti para Providence, Rhode Island. Agora, eu estava abalada e ofegando por ar em
uma suíte de hotel de luxo em Los Angeles, arrancada do sono por meus próprios
pensamentos ridículos.
Ryan puxou meu queixo; sua voz era freneticamente brusca.
— Olhe para mim. — Sua mão tirou meu longo cabelo dos meus olhos. —
Taryn, você está bem? Tar? Me responda.
Segurei-lhe o braço e consegui um aceno fraco.
— Sim, eu estou bem. Eu sou.... eu sinto muito, acordei você.
— Não se preocupe comigo — insistiu ele, curvando-se mais perto.
Se o pulso latejante na minha mão era qualquer indicação, diria que
assustei ele para caramba também.
Ele alisou meu cabelo para trás, envolvendo alguns fios atrás da minha
orelha.
— O que aconteceu? Você teve um pesadelo?
Balancei a cabeça, tentando me salvar de ter que explicar.
— Jesus, baby — Ryan suspirou. — Venha aqui. Tente relaxar. — Ele me
trouxe para seu peito e puxou o lençol e cobertores sobre nós novamente.
Sua pele estava quente e a mão esfregando minhas costas era tão
reconfortante que senti minha respiração irregular começando a se acalmar.
— Está tudo bem. Eu tenho você. — Ele beijou o topo da minha cabeça,
descansando seus lábios, enquanto me abraçou.
Lá, em seus braços, me senti completamente segura. Mas lá fora, no olhar
do público, as coisas saíam do seu controle.
Eu tinha aprendido no início dessa relação que o fator de terror cresce
exponencialmente quando você é uma celebridade.
E namorar uma celebridade famosa não era diferente, na verdade, era pior
quando os fãs delirantes se tornavam obsessivamente ciumentos, possessivos insanos
e queriam-no para fora do caminho. Mesmo normais, pessoas sãs perdiam suas
mentes quando se tratava de celebridades. Combine isso com um mundo cheio de
pessoas loucas e as ameaças se tornava muito real.
Eu estava contente que Ryan foi insistente ao enviar Mike em LAX1 ontem
para nos escoltar com segurança para fora do aeroporto, ou então os paparazzi teriam
me comido viva. A proposta pública de Ryan pintou um novo alvo grande em minhas
costas. Era uma coisa para ser “arremessada” localmente, enquanto ele estivesse no
local; mas, mais uma vez, começou a circular rumores de que ele realmente colocou
um anel no meu dedo.
Como diabos eles me reconheceram entre todas as outras pessoas que se
apressam através do aeroporto, foi incompreensível. Tentando fugir dos paparazzi em
Los Angeles foi igual a passar por minas terrestres.
Enquanto fiquei muito grata pela proteção de Mike, ainda acho que os
fotógrafos só me notaram porque reconheceram o guarda-costas de Ryan primeiro.

1 LAX — Aeroporto Internacional de Los Angeles.


Droga, cada imagem pública tirada de Ryan ultimamente, tinha Mike em
algum lugar — segurando os fãs longe, acompanhando o perímetro invisível em torno
de Ryan com a perícia de um caçador treinado. Entre seu corpo lindo e sorriso
matador, Mike Murphy estava se tornando tão famoso quanto Ryan Christensen.
— Você quer me dizer por que diabos você acorda assustada assim?
Aw, merda! Dei de ombros, não querendo arruinar minha primeira manhã,
finalmente de volta em seus braços, fazendo alguma bobagem estúpida.
— Foi apenas.... Eu nem me lembro mais. Vou ficar bem.
Ryan xingou baixinho enquanto esperava ele perceber minha pequena
mentira.
— Será que você sonhou com ela de novo?
Fiquei tensa, não sei exatamente qual "ela", ele estava se referindo.
Quando não respondi, ele apertou seus braços.
— Ela está na prisão, Taryn. Ela não pode nos machucar de novo.
Bem, pelo menos ele acertou a parte puta-louca. Pena que ele pegou a
pessoa errada. Angélica, a nossa perseguidora encarcerada, não era a única que tinha
assombrado meus pensamentos, mas não estava prestes a colocá-lo a par disto.
— Eu sei. Foi apenas um sonho estúpido.
— Por que você não me conta sobre isso? Você vai se sentir melhor se você
desabafar.
Parte de mim queria compartilhar, mas o que diabos eu iria dizer a ele?
Sonhei com sua superfamosa, puta-louca, ex-namorada tentando me matar? Oh, e se
isso não é ruim o suficiente, às vezes, quando sonho com meu pai morto, ele está
sangrando e sufocando a vida fora de um adolescente com cabelo escuro como breu?
Algumas coisas são melhores quando não ditas.
Ryan soltou um bocejo longo e esticou as pernas, me cutucando na
extremidade traseira com um lado de sua anatomia que já estava acordada. Sua barba
de dois dias de idade estava maravilhosa, arranhando minhas costas quando ele se
esfregou em mim. Com um beijo no meu ombro, ele disse:
— Tudo bem. Eu não vou pedir mais. Você fala sobre isso só se você quiser.
Que horas são?
Olhei para o relógio na mesa de cabeceira.
— São quase sete horas.
O ar frio escovou meu corpo nu enquanto rolava para debaixo das cobertas
quentes.
Tentei banir os restos do meu pesadelo da minha memória, mas algumas
partes estavam passando uma e outra vez como um mau vídeo preso em repeat. Não
foi a primeira vez que sonhei com o garoto de cabelo preto e dentes vermelhos
sangrentos. Ele tinha feito aparições repetidas em meus sonhos por tanto tempo
quanto eu conseguia me lembrar, sempre remoendo a mesma cena em que meu pai
está tentando matá-lo.
A parte onde Lauren Delaney estreou, era uma nova e muito indesejável
adição ao pesadelo.
Cadela.
O prazer que ela deve ter sentido com ela mesma quando ela quase
conseguiu quebrar o meu relacionamento com Ryan. Felizmente, ela falhou. Meu
desgosto por ela se intensificou. Eu não podia deixá-la chegar a mim assim, nem
mesmo em meus sonhos.
Balancei a cabeça, como fosse ajudar a limpar as visões horríveis. Eu tinha
de reconhecer o fato de que era apenas meus pensamentos atormentados me
assombrando; não é como se Lauren nunca me agrediu fisicamente na vida real. Não,
seu ataque era muito furtivo, deixando um rastro de provas falsas para me levar a
acreditar que ela e Ryan tinham reacendido seu relacionamento anterior. Meu coração
ainda doía em pensar que apenas cinco dias curtos atrás, eu realmente acreditava
que os pais de Ryan tinham aparecido para movê-lo para fora do meu apartamento.
Olhei para o meu novo anel de noivado de diamante — a promessa de Ryan
de um futuro e total comprometimento a mim. Sua intenção de "sempre" gravada
dentro da banda.
Jurei a mim mesma que faria tudo ao meu alcance para provar que ela e
todo mundo estava errado. Ryan Christensen foi a melhor coisa que já tinha
acontecido comigo. Seu amor era como um cobertor invisível que tive o privilégio de
usar todos os dias. Mas se a nossa relação sobreviveria ao teste do tempo, tenho que
começar a lidar com as coisas de forma diferente.
Meus olhos seguiram Ryan sob a luz fraca enquanto ele se arrastou em todo
o carpete. Seu braço musculoso flexionando, acentuando seu bíceps, quando ele usou
a mão para pentear os cabelos castanhos desgrenhados para trás. Meus olhos
flutuaram pela sua boca bocejando, pelos contornos de seu corpo duro, nu, para a
outra parte que ainda estava semiereta.
Todas as fotos tiradas deste homem e todos os cartazes com sua imagem,
nunca poderiam fazer justiça a coisa real. Todos os 1,82m, duas polegadas malhado,
dourado, apertado corpo de estrela de cinema, era um inferno de uma distração
mental e visual.
Nunca soube que eu poderia amar tanto um homem e o teria de volta
definitivamente. Mesmo quando as coisas estavam no seu pior, ele não desistiu de
mim. Só isso já disse tudo. Um pequeno sorriso se formou em meus lábios enquanto
eu pensava sobre comê-lo no café da manhã.
— O quê? — Ele perguntou com um sorriso sonolento. Ryan arrastou de
volta para a cama, aconchegando-se em torno de mim.
Esperava secretamente, que depois do meu despertar rude, ele fosse capaz
de voltar a dormir, considerando que era bem depois da meia-noite quando sua família
e nossos amigos, finalmente, saíram da nossa suíte na noite passada. Ryan tinha
organizado para Marie e Gary, Pete e Tammy vir para LA comigo, outra surpresa em
segredo que eu não sabia. Eu dei à Marie uma longa palestra no avião sobre o quanto
odeio segredos, não importa o quanto ele quisesse me surpreender. Ao longo destas
últimas semanas, ela e Ryan tinham se tornado mais unidos do que ladrões.
Avistei a garrafa aberta de champanhe na mesa de cabeceira. Minha mente
lembrou instantaneamente como ele tinha torturado meus seios com a ponta da
garrafa gelada, tornando-os dolorosamente alertas. Como eu fiz o mesmo com ele,
escondendo um pedaço de gelo do balde na minha boca e, em seguida, torturando
seus mamilos com a mesma atenção.
— Estou todo pegajoso — Ryan murmurou baixinho.
— Eu estava pensando sobre isso. Pegajoso, mas oh, tão valioso.
Ele rosnou no meu ouvido.
— Acredito que nós vamos ter que fazer isso de novo. Talvez tente mel extra
pegajoso na próxima vez?
— Ou chocolate derretido.
Ele varreu meu cabelo para o lado e começou a beijar e morder meu pescoço.
— Definitivamente. Oh, há tantas coisas que eu posso derramar e lamber
em seu corpo. As possibilidades são infinitas.
Suas cócegas provocativas, causaram um arrepio nos ossos, sacudindo uma
explosão através do meu corpo.
Seus olhos rapidamente nivelaram com os meus, então ele fez uma careta
para mim.
— Você sabe que eu nunca deixaria nada acontecer com você. Você sabe
disso, certo?
Ele deve ter interpretado mal a minha reação. Eu sabia que ele tinha boas
intenções, mas algumas coisas estavam fora de seu alcance, isto é, a menos que algum
cara estava tentando falar comigo. Em seguida, o protetor, namorado ciumento
elevava sua cabeça e pulava direto para a ação.
— Eu sei.
Ryan apertou meu braço.
— OK. Talvez devêssemos entrar no chuveiro. Eu quero tomar café da
manhã com todos, antes de ter que sair. — Ele enterrou seu rosto no meu pescoço.
— Porra, esse vai ser um longo dia.
O pensamento de ter que sair dessa posição emaranhado me fez gemer.
Aninhei mais fundo, segurando sua cabeça no meu ombro.
— Estou muito confortável. Não podemos apenas ficar preso um ao outro
em vez disso?
Ryan grunhiu, apalpando minha bunda.
— Oh, isso é tão tentador.
Deixei escapar um pequeno suspiro, sabendo que o incrivelmente famoso
Ryan Christensen tinha uma agenda louca na frente dele, lotado com aparições e
entrevistas, uma após a outra, para promover a estreia de seu filme mais recente,
Reparação. Ele só tinha estado em LA um dia a mais do que eu e já tinha estado em
várias revistas e uma sessão de fotos.
Meu pulso disparou, pensando que, em poucos dias nós estaríamos em
numerosos aviões destinados a lugares como Londres e Paris — cidades que eu nunca
tinha estado antes. Mas tão atraente como uma turnê pela Europa soava, eu estava
perfeitamente contente envolta em seus braços e indo a lugar nenhum.
— Diga que está doente — sussurrei. — Você mente e eu confirmo.
Seu peito sacudiu com o riso.
— David, cancele tudo. Minha linda noiva está colada ao meu corpo e eu
tenho absolutamente nenhum desejo de me colocar em calças — para sempre.
Eu não pude deixar de rir com ele.
Ryan enrolou um longo fio do meu cabelo em torno de seu dedo.
— Acredite em mim, se meu horário não fosse tão apertado, estaríamos nus
durante dias, semanas, mesmo.
Cavei meus dedos em sua extremidade traseira apertada, perdida nas
sensações de seu calor, sua força.
— Então, talvez nós teremos que tirar um ou dois meses de férias? Acho que
depois de todo o estresse nós merecemos.
Ryan apertou-me de volta no travesseiro.
— Vamos fazer disso uma prioridade. — Seu glorioso sorriso de repente
desapareceu, transformando-se de leve e brincalhão a sério. — Você é a coisa mais
importante para mim, Taryn. Eu espero que você saiba disso. — Seu polegar acariciou
minha bochecha repetidamente. Seus olhos ficaram carinhosos, em seguida,
arrependidos. — Eu sei que as últimas semanas têm sido difíceis.
Difíceis? Isso foi colocar o mínimo. Testando minha vontade de sobreviver,
uma mágoa enorme seria mais precisa. Tirei meu braço esquerdo do nosso meio,
girando meu pulso. Estava começando a doer de ser dobrado desajeitadamente
debaixo dele. Às vezes ainda sentia como se estivesse vestindo uma tipoia, apesar de
ter sido tirada por quase duas semanas.
Ryan fez uma careta.
— Ainda dói?
Dei de ombros.
— Fica dolorido, às vezes, rígido.
Seus olhos se estreitaram quando ele trabalhou em algum outro
pensamento. Sua mão suavemente acariciou minha barriga.
— Você já.... Você já viu o médico obstetra desde então?
Balancei a cabeça.
— Semana passada. Marie foi comigo.
O queixo de Ryan apertou e flexionou. Ele pareceu chateado com isso.
— O quê?
— Por que você não me contou?
Eu não podia acreditar que ele estava me perguntando isso, com um tom
cortante para começar! Na semana passada ele estava encerrando as filmagens de
Thousand Miles e, aparentemente, ainda contemplando seus sentimentos por mim,
porque nós com certeza não estávamos tendo conversas sinceras.
Ele me cutucou por uma resposta.
Olhei em seus olhos.
— Que tipo de resposta você está procurando? — Perguntei em voz baixa. —
Nós mal nos falávamos na semana passada, Ryan. Não achei que você se importasse
mais. Estava esperando você me dizer que tínhamos terminado.
Ele agarrou minha mão esquerda, beijando meus dedos em volta do meu
anel de noivado novo brilhante.
— Oh, querida.... Sinto muito. Eu sei que realmente fodi tudo. As coisas
estavam apenas... e eu estava louco. Merda.
Escovei minha mão em seu rosto.
— Nós dois fodemos tudo.
Ryan franziu a testa, inclinando seu rosto na minha mão.
— Por favor, me diga agora. O que o médico disse?
— Ela disse que tudo voltou ao normal. Ela renovou meu controle de
natalidade. Voltarei em um ano, a menos que eu tiver problemas.
Aparentemente, ele estava segurando a respiração porque tudo saiu dele ao
mesmo tempo.
— OK. Bom. — Ele esfregou a testa com a mão, empurrando sua franja para
cima. — Cara, eu nem sei como proceder para fazer isso por você. Sei que te
machuquei. Acredite em mim, eu sei. Mas vou passar o resto da minha vida fazendo
isso para você. Eu prometo.
Engoli em seco, sabendo que minhas ações e reações automáticas foram o
que nos levou a quase quebrar.
— É minha culpa. Sinto muito por perder a fé em você.
Seus ombros subiam e desciam enquanto ele olhava para mim.
— Acho que nós dois aprendemos uma dura lição, que esperemos passar
por ela e ser mais forte.
Balancei a cabeça, terminando com a conversa pesada.
— Gosto da ideia de ir em algum lugar. Apenas nós dois.
Isso animou-o e, com isso, seu rosto tenso suavizou.
— Vamos dar uma olhada no meu calendário e programar algumas férias.
Nós podemos ir a qualquer lugar que você quer, baby. Em qualquer lugar.
Com uma inclinação de sua cabeça, seus lábios encontraram os meus. Tão
suave, tão amoroso. Ficamos ali por um longo tempo, corpos nus entrelaçados, olhos
que olham um ao outro, compartilhando sussurros de "Eu amo você."
Deus, ele era lindo, todo nu, com seus ombros largos e braços musculosos
envolvidos em torno de mim. Seu cabelo desordenado de sono tranquilo.
Por mais que eu tente não pensar sobre isso, não podia evitar, mas me sentia
um pouco presunçosa, sabendo que a maioria de seus fãs iriam voluntariamente
desistir de um membro, um membro da família e um rim para vê-lo exposta desta
maneira. Desculpe, senhoras! Odeio quebrá-lo para você, mas ele é todo meu.
Faminta por ele, tracei beijos de boca aberta ao longo do seu corpo duro,
bombardeando-o com uma mistura de sensações; as unhas marcando seus peitorais,
suaves mordidas ao longo dos gomos musculosos do seu estômago, a umidade
calmante da minha língua perambulante.
Os olhos de Ryan franziram juntos e ele derreteu de volta nos travesseiros
quando escorreguei meus lábios molhados e língua em torno do comprimento dele.
Nosso tempo juntos era limitado, por isso eu ia fazer com que cada segundo contasse.
— Oh, Tar — ele sussurrou, tenso pelo meu ataque. Seus dedos enrolaram
no meu cabelo, puxando, pressionando, guiando-me para cima e para baixo enquanto
eu dava prazer a ele. Porra, que foi um estímulo para mim. Passei a mão pelo peito
dele e o engoli mais profundo, tirando gemidos de sua garganta, olhando ele me
observando.
Eu tinha apenas começado a ser criativa com a minha mão e boca quando
seu telefone celular estridente rudemente interrompeu o nosso momento.
— Grrr. . . o quê? — Ele rosnou, reorientando a sua atenção para o criado-
mudo. — Quem diabos está me incomodando agora?
Eu ri para mim mesma, pensando imediatamente a uma pessoa que tem
um talento especial para ligar nos piores momentos possíveis. Ela deve ter um sexto
sentido para saber o momento exato em que seu filho está prestes a transar.
— Ignore-o — murmurei, levando-o tão profundo quanto eu poderia ir sem
engasgar. Eu queria que ele relaxasse e esquecesse o celular tocando constantemente,
sua agenda lotada, e calculando por seus ronronares e o fato de que ele só gemia "oh
Deus" novamente, espero que em mais alguns minutos, ele fosse esquecer como
soletrar seu próprio nome. Eu esperava que que estivesse ligando, desistisse em breve;
o toque contínuo era irritante.
Dois minutos depois, o telefone soou de novo.
— Você tem que estar brincando comigo — Ryan gemeu. Ele torceu para
pegar seu telefone, mas foi várias polegadas fora de seu alcance.
— Mmm-mmm. — Eu o segurei firme, prendendo seus quadris de volta para
baixo.
— Deixe-me apenas desligá-lo.
— Não. Você vai verificar as mensagens. Deixe.
— Não, eu Woh, oh, fuh.... — Ele sussurrou, sugando uma respiração entre
os dentes. — Maldição, isso é bom. Mmm...
Sim, eu sabia que você ia gostar disso.
Suas mãos imediatamente voltaram a me tocar, os dedos penteando meu
cabelo comprido para fora do caminho, enquanto tentei não contar mentalmente o
número de vezes que o telefone tocou.
Ryan puxou meu queixo e com a voz rouca rosnou:
— Pare, baby. Pare. Eu não quero gozar ainda. — No momento em que olhei
para ele, sua mão varreu meu pescoço e ele me puxou para sua boca. — Venha aqui.
Eu queria bebê-lo em cada célula do meu corpo. Levá-lo para novos lugares
onde o prazer e o amor eram tão necessários quanto oxigênio. Chupei seu lábio
superior em minha boca, querendo, precisando.
Ele gemeu na minha boca e envolveu um braço em volta de mim. Com um
só golpe rápido, sem esforço, ele me virou, pairando em cima de mim.
Dedos longos escovaram fogo pela minha coxa e deslizaram profundamente
em mim, enquanto ele festejava como um bebê faminto no meu peito. Desejo de sentir
mais do que os dedos lisos dentro de mim, tinham-me formigando, mas todos aqueles
maravilhosos pensamentos eróticos voaram da minha mente no momento em que seu
telefone celular tocou novamente.
— Filho de uma... — Ele rolou para longe de mim e bateu com a mão no
intruso. Com toda a honestidade, a essa altura, eu estava curiosa para saber quem
diabos estava sendo tão malditamente persistente.
Ele olhou para a tela e zombou, respondendo meu olhar interrogativo.
— É Marla. Todas as quatro vezes. Vou desligá-lo agora.
Tão logo ele disse essas palavras, o telefone fixo em cima da mesa em nossa
suíte guinchou alto.
Isso fez um homem muito zangado, hard-rock, e inquieto sair de sua cama.
Alguém estava prestes a ter o inferno santo desencadeado sobre ele.
— O quê? — Disse ele com uma mordida venenosa, deixando quem estava
chamando saber seus sentimentos exatos sobre ser perturbado. — Eu estava tentando
dormir. Agora? Por quê? — Sua mandíbula apertou. — Isso não pode esperar uma
hora? Não. Eu só acordei. Bem. Dê-me dez minutos — ele murmurou. — Eu disse dez
minutos.
Ryan pegou suas roupas do chão e amaldiçoou. Eu não o tinha visto assim
chateado em um longo tempo.
— Tar, você precisa se levantar e se vestir.
— Por quê? O que está acontecendo?
Ryan olhou para mim com cautela quando ele puxou sua calça jeans sobre
seu corpo nu. Comecei a me preocupar.
— Ei. O que está acontecendo?
Seus lábios franziram com nojo.
— Marla e David estão subindo.
Gemi para mim mesmo. Não seria a primeira vez que seu agente e gerente
interromperam sua vida em um momento inoportuno. Dizer que eles eram excessivos
era um eufemismo. Ele empurrou a roupa em torno de sua mala aberta com
frustração, o que provocou a minha próxima pergunta.
— Por quê?
Ele esfregou a testa.
— Fotos vazaram — ele murmurou.
Uma onda de medo picou em meus nervos.
— Quais fotos?
Assisti a parte de trás da sua cabeça balançar.
— As pessoas no bar tiraram fotos de mim propondo a você, no sábado —
ele murmurou por cima do ombro. — Fotos e vídeos estão por toda a Internet agora.
Respirei profundamente quando sua ira repentina sobre isso me pegou de
surpresa. Ryan estava tão irritado, que teve problemas para escolher entre duas
camisetas. Você propôs publicamente. Imaginei que alguns clientes do bar iriam
capturar imagens em seus celulares. O que você esperava?
— Então? Quão ruim é isso?
Ryan engoliu pesadamente antes de olhar para mim com olhos apologéticos.
— Tar, você sabe como é. Fotos estavam em alguns sites de fãs e Twitter
agora a noite.
Olhei para os meus pés, tentando entender. Esta não era uma má notícia,
ou era?
— Taryn. — Ryan interrompeu meus pensamentos, jogando meu jeans para
mim.
Soltei outro suspiro, empurrei meu pé direito na perna da calça.
— Por que você não me falou sobre isto ser um problema mais cedo?
— Tar, você sabe por quê — Ryan murmurou enquanto ele escorregou uma
camiseta sobre a cabeça. — Não vamos lá, tudo bem, baby? Por favor?
— Mas...
Ele pareceu resignado, mas tenso.
— Mas o que? Isso não é uma coisa que quero que você se preocupe, é por
isso.
Balancei minha cabeça.
— Isso não é.... eu só estou um pouco confusa. Ontem, quando Mike pegou-
nos no aeroporto, ele me avisou que os paparazzi estavam vindo em enxames e eu lhe
perguntei se deveria esconder o meu anel. Quando ele te chamou para perguntar, você
mandou me dizer: "nunca porra, nunca tire seu anel". Então, se isso não era
importante, eu ser vista com este anel e para que as pessoas soubessem que nós
estamos noivos, por que isso importa hoje?
Ryan estreitou os olhos.
— E você fez?
Eu fiquei momentaneamente atordoada, sabendo que esse tom brusco não
era realmente para mim.
— Eu fiz o quê? Mantive o seu anel, ou em ser fotografada usando-o?
Ele deu de ombros.
— Ou. Ambos.
Suponho que esta informação era precisa, antes de ser bombardeado.
— Sim, eu mantive o seu anel, como ele nunca vai deixar meu dedo, mas
não, eu não permitiria que os ladrões repugnantes fizessem a sua vida sobre nossa
felicidade. Mantive minha mão enfiada no bolso.
Ele acenou com a cabeça uma vez.
— Sim, bem, mantenha isso em mente — disse ele em seu caminho para
atender a porta.
Marla Sullivan, assessora gelada de Ryan, cumprimentou-me com um meio
sorriso, meio grunhido quando ela entrou na sala da nossa suíte. Mesmo que fosse
início da manhã, ela já estava vestida em um fresco terno de negócio de designer. Seu
cabelo preto curto era igualmente bem cortado. Um saco preto de grandes dimensões
pendia de suas unhas pontudas e vermelhas.
— Sente-se — ela ordenou.
Ryan olhou para ela por um momento e, em seguida, puxou uma cadeira na
mesa de jantar.
— Weekly Reporter, CV Magazine... — Ela anunciou em um tom mordaz,
deixando cair folhas de papel impressas sobre a mesa na frente dele. — Você está em
todos eles. Acho que é por isso que você esteve evitando meus telefonemas nos últimos
quatro dias.
Ryan mal olhou para elas. Ele caiu para trás na cadeira e começou a esfregar
a testa, empurrando o papel para fora com a outra mão.
— Eu já os vi. E daí?
Movi meu corpo para mais perto. Foi quando vi pela primeira vez as imagens
granuladas e escuras de Ryan em pé em cima de uma mesa redonda de carvalho
muito familiar e outra imagem escura dele ajoelhado na minha frente.
Flagrantes de sábado à noite, quando ele me propôs publicamente no meu
pub, estavam agora cobrindo todos os tabloides. Meu coração se afundou no meu
peito pela exploração descarada deles.
— “E daí”? Ryan, você estava de pé sobre uma mesa no meio de um bar! O
que você estava pensando? — Ela repreendeu-o como se ele fosse uma criança.
Ryan apoiou os cotovelos sobre os joelhos, enquanto ele abaixou a cabeça,
abstendo-se de dar-lhe uma resposta.
— Bem, isso certamente contradiz as fotos que tiraram dela parada no meio
da rua em Miami, há duas semanas — disse ela friamente, apontando o queixo
pontudo em minha direção.
Deixe Marla me lembrar da enorme idiota que fiz de mim mesma quando
estava na chuva, olhando para o que pensei que era Ryan me traindo com sua co-
estrela, Lauren Delaney, quando, na verdade, eles ainda estavam no local de
filmagem.
Ryan ajeitou e zombou duramente em seu comentário.
— Não vá até lá — alertou por entre os dentes, dando-lhe um olhar zangado.
Não importava que Kyle Trent, o meu ex-guarda-costas, e Lauren Delaney,
a co-estrela e ex-namorada de Ryan, conspiraram juntos, formando uma aliança
estranha para destruir insidiosamente nosso relacionamento. A única coisa que a
imprensa estava preocupada, era a evidência fotográfica do meu colapso mental sobre
a suposta infidelidade de Ryan. PEGO TRAINDO! Todas as manchetes anunciaram.
E agora, todas as manchetes piscaram: NOIVOS!
Duas semanas de altos e baixos e pesquisa minuciosa pelos meios de
comunicação — Ryan e Lauren estão juntos, Taryn pega Ryan traindo, Ryan e Taryn
estão quites, voo secreto de Ryan para Seaport, Rhode Island — agora coroando com
a nova evidência fotográfica que ele, na verdade, subiu em cima de uma mesa.
— Ryan, nós tivemos essas discussões. Você quer destruir sua carreira? —
Ela acenou com a mão em minha direção. Era evidente que ela queria dizer que eu
era a única destruindo sua carreira.
— Não! Claro que não! — Ele gritou.
Marla bufou e colocou seu dedo em um dos papéis.
— Bem, eu disse-lhe para manter esta decisão estúpida de vocês privada.
Tanto para isso.
Engasguei em estado de choque. Estúpida? Ela está realmente ali, de pé,
palestrando meu noivo e implicando — com o tato de uma bola de demolição, — que
sua decisão de propor para mim era idiota e estúpida?
— Você acha que poderia ter, pelo menos, me avisado antes que você fosse
em frente com isso? — Ela bateu em uma das folhas em cima da mesa na frente dele.
— Voltar de Monterey para ser pega totalmente de surpresa por isso, também?
Revirei os olhos para seu comentário e seu pequeno colapso super
dramático. Seus brilhantes, salto alto de couro preto chamou minha atenção. Supus
que os sapatos devem combinar com a cor de seu coração hoje.
— Fui pego no momento. É problema meu — Ryan resmungou, tomando
uma posição submissa a esta cadela dominadora. Foi a primeira vez que o vi curvar-
se a alguém. Este não era o "foda-se, sem besteira" postura que ele tinha com o resto
do mundo. Esta mulher estava fazendo-o dobrar-se como um castelo de cartas no
vento. Pressionei meus lábios em uma linha dura, segurando minha língua.
— Apanhado no momento? — Marla questionou, incrédula. — É essa a sua
desculpa?
Ryan lançou lhe um olhar sujo e saltou de sua cadeira quando houve outra
batida na porta.
— David — disse ele sem rodeios, seus olhos se recusando a olhar para cima
quando o gerente veio para a nossa suíte. David balançou a cabeça lentamente em
Ryan, mostrando seu descontentamento por ter sido convocado.
Minha frequência cardíaca disparou, enquanto processava o
comportamento geral de Davi. Agora, os dois "treinadores" de Ryan estavam aqui para
conspirar contra ele. A Feiticeira e o pequeno repulsivo, aqui para rodeá-lo e submetê-
lo ainda mais.
Serei condenada, antes de deixá-los fazê-lo sentir-se como lixo por propor
para mim. Senti minhas mãos fechando em punhos, preparando-se para o que parecia
ser uma batalha pendente.
— David — Marla cumprimentou o gerente de Ryan. — Bem, — ela bufou,
irritada — vamos falar sobre o controle de danos. — Ela descruzou os braços ossudos
e pegou algumas das fotos, jogando-as na direção de David. — Há dois vídeos dele
cantando no YouTube também.
— Eu sei — admitiu David. — Você realmente sabe como agitar uma
tempestade de merda na mídia, meu amigo — ele riu levemente enquanto fingia olhar
as fotos. Tenho certeza de que por esta altura ele estava intimamente familiarizado
com eles.
Ryan estava muito ocupado cozinhando e olhando para o chão para
responder. Levou uma fração de segundo depois disso, para David redirecionar seu
olhar para mim. Esta não era a primeira vez que o empresário de Ryan tinha
problemas comigo e estava começando a tornar-se evidente, que todos nós talvez
nunca nos daremos bem. Isso não era tão bom.
— Eu não sei por que você está fazendo um negócio tão grande sobre isso
— Ryan cuspiu, antes de lançar seu olhar em minha direção.
— Nem eu — acrescentei, dando-lhe o meu apoio. Se era assim que lidariam
com a notícia feliz, eu odiaria ver como eles lidariam com uma tempestade de merda
extremamente ruim. David meio que deu de ombros.
— Não realmente, Taryn. O que você tem que entender, é que a carreira de
Ryan está potencialmente montada em quão bem será a estreia de Reparação. Este é
seu primeiro grande papel em um filme fora da franquia Seaside, e os críticos, os
grandes estúdios, todo mundo está esperando ver se ele pode liderar um filme sozinho.
Esta estreia é grande, e é tudo sobre controle de imagem, isso é tudo. Isso não é nada
novo, Ryan.
Controle de imagem?
Voltei a olhar para uma das impressões.
— Eu sinto muito, mas ainda não entendo. O que o nosso noivado tem a ver
com tudo isso?
A cabeça de Marla virou na minha direção.
— Bem, tenho certeza que você vai começar a se importar, quando ele for
oferecido papéis menores e o dinheiro não estiver mais lá.
Poderia ter terminado sem seu "não é óbvio ou você é estúpida demais para
perceber isso" olhar.
O punho de Ryan bateu na mesa.
— Não fale assim com ela — avisou, apontando o dedo para ela.
— Marla — David disse, tentando acalmar seu temperamento.
— Não poderia me importar menos com quanto dinheiro ele tem. Apesar do
que você pensa, meus sentimentos por ele não estão vinculados a sua fama ou
fortuna. Você está tentando dizer que ele não irá receber ofertas e as pessoas vão
parar de vir ver seus filmes porque estamos noivos?
Notei os lábios de Ryan se contorcerem com isso.
— Não, não. — David tentou dispensar minha suposição, me parando com
a mão. — Aaron e eu temos sido... — Marla interrompeu.
— A carreira de Ryan está apenas começando a florescer. Suas perspectivas
de futuro, todas derivam das decisões que toma agora. Você quer vê-lo falhar?
Minha coluna endureceu ainda mais.
— Claro que não!
— Jesus Cristo — Ryan gemeu, mas ela o ignorou. Marla continuou a me
abordar.
— Então vocês dois precisam aceitar que a percepção do público de seu
status e comportamento, afeta grandemente a sua viabilidade de marketing. Ele
precisa permanecer discreto e profissional em todos os momentos, sem escândalos ou
indivíduos oportunistas que se aproveitam de sua boa sorte.
Suas últimas palavras pareceram como uma bofetada.
— Você está insinuando que eu sou uma delas?
Ryan sentou-se, arqueando em modo de defesa, mas parou quando pareceu
que Marla fosse pedir desculpas. Por um momento, eu pensei que ela iria tentar ser
civilizada.
— Neste negócio, as impressões negativas podem durar anos, em alguns
casos com consequências irreparáveis sobre a carreira de um ator. Ryan está aqui
para fazer imprensa de seu filme, para não ser inundado com perguntas sobre sua
exposição ridícula. Seu momento de indiscrição está agora extremamente ofuscando
a estreia de Reparação. Você esquece que ele está sendo pago por pessoas muito
influentes para promover o filme, não para explicar por que ele subiu em uma mesa
— Marla nos informou asperamente, virando seu olhar para Ryan. — Quantas vezes
eu tenho de lembrá-lo que você não quer esse tipo de imprensa?
— Eu sei quais são as minhas responsabilidades! — Ryan rebateu com raiva.
— Então você deveria ter se controlado e percebido que ficar em pé, sobre
uma mesa no meio de um bar lotado foi uma má ideia! — Ela bateu de volta.
Ryan esticou os dedos como se quisesse sufocá-la.
— Você realmente quer continuar me empurrando sobre isso? Entendi o seu
ponto.
— Bem, alguém tem que te manter no topo do seu comport...
— Gaaaaahhhh!
— Chega! Apenas pare! — Me intrometi. — Não me importa quem você seja.
Você não vai pegar uma das nossas memórias mais preciosas e transformá-las em
algo que ele deveria se sentir culpado por fazer. Eu não vou permitir isso.
Eu estava atrás de Ryan e apoiei as mãos em seus ombros, na verdade,
temendo que, se eu o saltasse, mesa, cadeiras e corpos iriam voar.
— Então, ele estava em uma mesa e me pediu para casar com ele. E daí?
Você está fazendo parecer que ele estava alto com drogas e batendo em bebês focas
quando fez isso. Certamente essa, esta divulgação, pode ser transformada em algo de
positivo.
Marla olhou fixamente para mim, aparentemente surpresa que eu tivesse a
coragem de falar novamente. Ela voltou sua atenção sobre ele.
— Ryan, talvez seria melhor se David e eu continuássemos esse encontro
com você em particular para discutir o nosso plano de ação. Tenho certeza que sua
Taryn tem outras coisas que ela precisa atender.
— Desculpe-me? — Olhei para ela, completamente surpresa que ela iria
sequer pensar em me retirar da discussão. Esta cadela tinha algum nervo. Ryan
puxou a cadeira ao lado dele, me assustando.
— Eu não penso assim. Qualquer coisa que você tem a dizer-me, você pode
dizer na frente de minha noiva também. Isso afeta sua vida, tanto como faz na minha.
Eu vou decidir o que não requer o seu envolvimento, não você. Entendeu?
Marla olhou para ele sem expressão.
— Entendeu? — Disse ele pontuando com força.
Marla soprou sua infelicidade e se endireitou na cadeira.
— Claro.
Aliviada, me sentei e dei um tapinha privadamente em sua coxa para lhe
agradecer. Ele cobriu minha mão, revestida de diamante, com a sua.
— Agora, então... vamos informar todos os entrevistadores na coletiva de
imprensa hoje que as perguntas sobre sua vida pessoal estão fora dos limites. Alguém
vai estar presente em todos os momentos para garantir que essas questões são
evitadas de forma a não prejudicar Reparação e as futuras estreias de Seaside. Vamos
colocar as mesmas estipulações em todas as suas aparições e em todo as conferências
também.
Ryan parecia como se alguém tivesse o amarrado na cadeira elétrica e
parasse na sua frente com a mão coçando para virar a chave. Eu poderia dizer, que
seus pensamentos estavam refletindo sobre as melhores maneiras de escapar.
Esfreguei meus dedos sobre suas costas, tentando aliviar sua tensão.
— Você terá que lidar sozinho, adequadamente, durante a sua aparição no
Jimmy Collins hoje à noite e com Nigel Allen no Night Life amanhã. Você já deveria
saber como evitar esses tipos de perguntas, — disse Marla. — Mas apenas no caso de
eu estar errada...
Enquanto ela estava em seu palanque, peguei uma das fotos das capas da
revista, olhando para a capa supostamente escandalosa.
— Vamos lidar com os temas de discussão na fase pré-entrevistas... — Ela
continuou a zumbir.
Tentei ouvir atentamente as suas palavras agravantes, mas minha mente
estava, de repente, muito preocupada, pensando em maneiras de sufocar “sempre-
amando” merda dela, então ela poderia calar o inferno da boca.
Para mim, a capa do tabloide não parece má de todo, em comparação com
alguns dos outros relatórios previamente impressos sobre Ryan e eu. Mesmo o
jornalista não foi muito odioso. Testemunhas oculares relataram que "Ryan cantou
uma linda canção ao tocar sua guitarra, antes de professar seu amor pela empresária
local Taryn Mitchell." O que é tão escandaloso quanto a isso?
Era em momentos como estes, que eu desejava que alguns desses poderes
especiais desumanos, retratados no filme, poderiam realmente acontecer, como ser
capaz de cortar o fluxo de oxigênio para os pulmões com minha mente, ou arremessá-
la através do quarto apenas imaginando. Maus pensamentos, eu sei, mas esta mulher
trouxe-os para fora em mim.
Especialmente quando ela estava pressionando seus lábios, palestrando
meu futuro marido sobre os comportamentos próprios de uma lista de celebridades e
ditando as respostas enigmáticas que ele deve dar hoje, para evitar falar sobre a nossa
relação em público.
Ryan e eu saltamos ligeiramente quando houve outra batida na nossa porta
de hotel. Eu estava grata por qualquer desvio que tirou minha mente de estrangular
a merda fora dela.
Através do olho mágico, reconheci de imediato a jovem de cabelos compridos
e louros, em pé fora do nosso quarto, tendo visto seu rosto brilhando e sorriso cordial
nos últimos dois dias quando tivemos inúmeras conversas sobre nossos
computadores. Ela tinha uma grande bolsa de carteiro pendurada no ombro e um
envelope de papel pardo grosso pressionado contra o peito.
— Ei. Venha — disse calorosamente pela porta aberta. Com toda a
reprimenda que estava acontecendo em nosso quarto, eu tinha esquecido que Trish,
assistente de Marla, estava vindo para me ajudar a me vestir adequadamente para a
estreia.
No segundo que Trish entrou no quarto, parecia que o ar mudou e foi mais
fácil para respirar aqui.
— É bom finalmente conhecê-la pessoalmente.
— Você também. — Trish saltou animadamente e me abraçou como se
estivéssemos reunindo amigos da faculdade. — Mesmo que meio que sinto como se já
te conhecesse. — Notei os olhos de Trish passar de mim pela sala onde sua chefe
permanecia, ainda palestrando Ryan. — Como está indo até agora?
Dei de ombros. O que poderia dizer a ela? Que pensei que sua chefe era uma
cadela real que eu queria atirar para fora do telhado deste hotel?
— Ela disse alguma coisa sobre fazer um comunicado de imprensa sobre o
seu noivado? — Ela sussurrou.
— Qual é o seu problema? Por que você está assim? — Ryan perguntou a
Marla duramente, tentando manter a voz baixa.
Balancei a cabeça para Trish.
— Não. Nenhuma palavra.
Marla fez sua gutural assinatura zombadora, o que soo como um gato
começando a engasgar-se com uma bola de pelo.
— Você está começando a voar por um capricho, enquanto o resto de nós,
somos deixados para limpar a bagunça.
— Que bagunça? — Perguntou Ryan. — Fiquei noivo. Grande coisa. Eu não
sou o primeiro ator a fazer isso. Eu só não entendo por que você a odeia tanto.
Trish franziu a testa enquanto Marla não fez nenhuma tentativa de abafar
sua resposta.
— Ryan, eu não a odeio. E eu certamente não vou odiar a próxima garota,
também. Você é jovem. Você tem o mundo à sua disposição. É o meu trabalho orientar
a percepção que o mundo tem de você, assim as portas continuam a se abrir para
você.
Ryan ergueu a voz.
— Eu estou dizendo a você agora, não haverá outra. Entenda isso direito.
Trish e eu voltamos para a sala de jantar. Ela cuidadosamente colocou o
pacote estufado sobre a mesa ao lado do braço de Marla, quase curvando-se enquanto
ela abaixou-se.
— Estes são os novos pacotes de imprensa?
— Sim. Vim agora da impressora — disse Trish levemente.
Marla abriu o envelope, tomando seu bom e velho tempo para examinar o
conteúdo. Ela estava apenas começando a reclamar sobre um erro que ela encontrou
quando Ryan interrompeu.
— Já terminamos?
Pisquei na direção de Ryan. Foi-se o homem normal, bem-humorado que eu
amava. Em seu lugar, era uma bomba-relógio fervente prestes a explodir. Meu coração
apertou medo, ouvindo a ameaça em seu tom.
Marla fingiu não o ouvir. Como não poderia?
— David, precisamos marcar uma reunião com Len Bainbridge. Nós já
recebemos ofertas para exclusividade sobre este assunto. Celeste Crawfield me deixou
dez mensagens de voz; Glam quer primazia para uma reportagem de capa. Ofertas
enormes estão começando a aparecer e nós dois sabemos como bagunçado o lucro
gerado pelo noivado e casamento pode ser. Len deve começar a elaborar um acordo
pré-nupcial imediatamente para Ryan antes de sua fortuna estar comprometida e....
Ryan se levantou; sua cadeira caiu no chão, sacudindo a atenção de todos.
— É isso aí. Terminamos aqui. Saiam. Todos. — Ele agarrou os papéis sobre
a mesa e atirou-os para ela. — E leve essa merda com você.
Ela suspirou como uma infeliz mãe controladora.
— Você sabe que as coisas precisam ser feitas legalmente, Ryan.
— Eu não me importo! — Ryan gritou. — Não é a porra do seu maldito
negócio!
David estava indiferente à ordem de Ryan, tomando seu tempo para ajustar
as mangas e espiar o relógio.
Aparentemente, birras de estrelas de cinema eram chapéu velho.
— Vou ligar para os advogados e fazer as coisas rolarem. Seu carro vai estar
aqui às nove e....
— Eu disse para sair! Fora! — Ryan gritou com ele, as veias do pescoço
esticando. Ele acenou com o queixo para a porta. Eu nunca o tinha visto tão zangado.
Se ele gritasse assim para mim, eu estaria correndo para o elevador.
Cinco segundos depois, a porta do quarto se fechou.
Encontrei Ryan inclinando-se com ambas as mãos espalmadas sobre o vidro
da janela, com a cabeça pendurada entre seus braços, ofegante, como se ele tivesse
acabado de ser lançado de uma jaula do jogo da morte. Eu temia que mesmo
sussurrando seu nome poderia levá-lo a detonar.
Eu estava sentada na beira da nossa cama amarrotada em silêncio, dando-
lhe tempo suficiente e espaço para se acalmar, enquanto refletia sobre como a notícia
da nossa felicidade tinha acabado de se transformar em uma palestra paternalista de
vinte minutos.
Que deveria ter sido abraços, champanhe e parabéns com sorrisos e
tapinhas nas costas era exatamente o oposto: raiva e animosidade sem coração
misturado com acusações feias e premissas da equipe que tinha de gerenciar sua vida.
Pressionado contra o vidro assim, eu me perguntava se Ryan estava
lamentando suas ações agora.
Eu temia, mais cedo ou mais tarde, que um de nós o faria.
Não estou disposta a tomar essas chances, dei um passo para o lado dele.
Ryan olhou para mim com cautela antes de me segurando contra o peito.
Agora não era o momento de arrependimento.
CAPÍTULO 2

Desvio

Ryan tinha apenas começado a comer a sua omelete quando seu pequeno
gerente doninha, David Ardazzio, entrou no restaurante do hotel para buscá-lo. A mão
que estava carinhosamente acariciando minha coxa em privado, sob a mesa, de
repente ficou imóvel e tensa.
David, é claro, teve que ajustar seu relógio de pulso; sua maneira de dizer
"é hora de ir" sem parecer como um idiota, eu suponho. Meus olhos se estreitaram,
dando-lhe a minha própria mensagem silenciosa em troca, que corajosamente disse,
"Mais confusão com meu homem hoje e vou cavar meu garfo em seu peito para
descobrir se realmente existe um coração lá dentro." Hah! Minhas primeiras vinte e
quatro horas em LA e eu já estava me tornando cínica e hostil.
Considerando que eu tinha passado a maior parte dos últimos quarenta
minutos tentando fazer Ryan perder a carranca assassina no rosto e cinco, dos
referidos minutos, foram gastos apenas segurando-o no chuveiro para que
pudéssemos pedir desculpas por amar um ao outro, minha hostilidade era justificada.
Gostaria de pensar que o precioso abastecimento de água poderia ter sido usado para
fins muito melhores, como para lavar o suor do nosso sexo de despertar interrompido
ou ainda melhor, iniciar uma segunda sessão de sexo quente no chuveiro, após o sexo
de despertar.
Mas não, infelizmente, nós usamos a água para se banhar, mascarar nossas
decepções e tentar exorcizar demônios indesejados de nossos pensamentos.
A única razão que Ryan estava parecendo um pouco alegre e animado agora
era que sua mãe estava sentada à mesa conosco, toda brilhante e alegremente alheia.
Nós dois sabíamos que tudo o que levaria era um deslize e ela pressionaria para obter
detalhes. O senhor sabe que nenhum de nós estava no clima para ser interrogado pela
mãe.
Ryan tinha o suficiente em seu prato. Seu dia foi repleto de entrevistas cara-
a-cara, uma sessão fotográfica, uma conferência Q & A com a imprensa e no final uma
aparição na TV em The Jimmy Collins Show. Tocar foi agendado para às 17:00.
— Pronto para ir, Ry? — Mike Murphy, guarda-costas pessoal de Ryan,
perguntou quando ele, lentamente, se levantou da mesa de jantar. Mike tomou
cuidado extra limpando seus lábios em seu guardanapo de linho e, em seguida,
passou a mão pelo cabelo castanho curto, escuro, parando enquanto Ryan
rapidamente colocou mais café da manhã em sua boca.
Fiquei tão aliviada que Mike ficou preso com Ryan todos estes meses. Ele
era a única pessoa dentro da comitiva de Ryan que eu realmente confiava. Ele estava
lá com a gente no hospital quando perdi o bebê. Ele nos protegeu diligentemente
quando lidamos com a nossa perseguidora psico-fã e estava ao nosso lado tantas
outras vezes que perdi a conta.
Ryan considerava Mike um de seus melhores amigos e eu considerava-o
como nosso próprio salvador pessoal.
Olhei por cima da mesa e notei Marie tentando não ser notada com o olhar,
mas eu sabia melhor. Ela e eu tínhamos sido melhores amigas por tanto tempo; eu
sabia que olhar ela usava quando estava descascando um homem nu em seu cérebro.
E agora ela tinha o ex-marinheiro deitado de costas no topo desta tabela implorando
por sua misericórdia. Não posso dizer que a culpo. Mike tinha trinta e dois, muito
solteiro, 1.92m, com um corpo incrivelmente dourado, e dizer que ele tinha apenas
boa aparência seria um insulto.
— Tenho que ir, querida — disse Ryan no meu ouvido antes de me beijar
rapidamente, tirando-me de minhas especulações internas. Ele bateu no bolso do seu
jeans. — Você precisando de alguma coisa, é só me chamar. Eu tenho o meu aparelho
de telefone no modo de vibração. Mike deu-lhe todos os detalhes de segurança para o
show de hoje à noite e você tem o nosso cartão de crédito e outras coisas se você
precisar. Divirta-se fazendo compras. O que quer que vocês senhoras querem,
peguem. Tudo certo?
— Entendi.
Ele me deu um olhar, duro e severo.
— Falo sério. — Essa era o seu jeito de me lembrar de superar meus
problemas com a gastar o seu dinheiro.
— Eu sei que você fala sério. Entendi.
— Bom.
Ele se inclinou para me dar um beijo.
— Compre algo sexy para vestir para mim — ele rosnou em meus lábios. —
Algumas coisas, ok?
Fiquei feliz em saber que pensamentos de mim em roupas rendadas estavam
ajudando-o a sair de sua depressão.
— Pode apostar. Toalhas sacanas em cada cor só para você. — Assim que
as palavras saíram da minha boca, notei um dos garçons tirando a nossa foto em um
telefone celular.
Ryan inclinou meu queixo e me deu um sorriso renovado, sorrindo para a
nossa piada particular, alheio à menina roubando um pedaço de nosso momento.
— Essa é minha garota. Vejo você mais tarde.
Enquanto todos terminaram seus pequenos-almoços e conversas,
encontrei-me perdida em meus pensamentos novamente a partir do vazio deixado pela
cadeira vazia de Ryan.
Empurrei um pedaço de abacaxi em torno no meu prato, ainda sentindo o
formigamento que ele deixou em meus lábios, desejando que ele não tivesse que se
apressar tanto e odiando que nenhum momento íntimo em público era sagrado.
Marie e seu marido, Gary, começaram a atacar um ao outro novamente,
puxando minha atenção com seu argumento abafado. Eles estavam brigando muito
ultimamente, até mesmo entrando em uma discussão acalorada no domingo em nossa
festa de noivado de improviso realizada em sua casa. Gary tinha ficado tão bravo, que
acabou pegando seu carro e saindo, fazendo todos os presentes sentirem-se como se
estivéssemos incomodando. Toda vez que perguntei à Marie o que estava acontecendo,
ela casualmente rejeitou, simplesmente afirmando que ele estava sendo um idiota
novamente.
Então não perguntei. Em vez disso, flutuei para os meus próprios dilemas,
pensando em como meu colapso mental, ao longo das últimas semanas, foi um
desperdício tão ridículo de energia. Se eu soubesse então o que eu sabia agora, toda
a angústia e sofrimento adicional que rodam em torno de meus pensamentos
poderiam ter sido evitados.
Olhei para minha outra amiga, Tammy, que estava passando manteiga em
um pedaço de torrada, enquanto seu “logo-serei” marido, meu amigo de longa data,
Pete, conversava e ria muito com o irmão de Ryan e sua cunhada, Nick e Janelle.
Ryan tinha organizado para que todos que rem importantes em nossas vidas
estivessem aqui. Outra razão que eu o amava muito.
Conforme notei o rosto de minha equipe de apoio mais querida, um
pensamento triste me ocorreu.
Enquanto há duas semanas em Miami, eu tinha ficado incontrolavelmente
como uma menina imatura, chorando e insistindo que Ryan tinha me traído com
Lauren Delaney, todas as pessoas sentadas nesta mesa sabiam que ele ia propor.
Quanto tempo todos eles sabiam suas intenções? Semanas? Meses?
De repente, me senti como uma grande idiota tudo de novo, muito
envergonhada pelo meu comportamento completamente irracional, quando meus
amigos tiveram que quebrar a porta do quarto para chegar até mim. Eu tinha sido
fisicamente e emocionalmente quebrada, me tranquei longe do mundo, enquanto
pensamentos de Ryan sendo infiel, me rasgavam em pedaços.
Não é de admirar que Marie me deu um tapa no rosto quando me tornei um
pouco histérica. Devo ter parecido como uma idiota faladeira a todos eles.
Mas eu não conseguia parar o dilúvio, uma vez que começou. Ele me afogou.
Olhei para a brancura brilhante da toalha de mesa. Como cheguei perto de
arruinar este relacionamento — terminar, na verdade. Bem, não mais disso. Ryan tem
sido nada, mas fiel e confiável. Ele me adora e eu o quero mais do que quero a minha
próxima respiração.
— Taryn?
Dedos tocaram meu ombro, me assustando. Trish estava atrás de mim; seu
cabelo dourado puxado para trás pelos óculos de sol que descansavam em cima de
sua cabeça.
— Vocês estão prontas, senhoras? — Perguntou Trish.
Com um sorriso, concordei e peguei minha bolsa. Um grande, Suburban,
com motorista, estacionou nas portas da frente e todas as senhoras entraram. Vinte
minutos depois, chegamos ao "salão de muitos vestidos."
Bem de qualquer maneira, é disso que Marie chamou. Ela estava certa.
— Oh, que dia — Trish suspirou, olhando para um brilhante, vestido cor de
vinho, Prada. Eu tinha me separado de todos os outros e a segui através das fileiras
— Aposto que você está feliz por estar aqui em vez de no escritório —
comentei, imaginando que ela estava gostando de compras mais do que trabalhar.
— Você não tem ideia. — Trish exalou com alívio. — Especialmente porque
ela está em pé de guerra hoje.
Fiz uma careta ligeiramente, com pena de todas essas pessoas pobres que
têm que lidar com Marla em uma base regular.
— Eu ainda não entendo por que ela está tão irritada com as coisas —
murmurei.
— Eu entendo — disse Trish, hesitando para seu BlackBerry, que tinha
acabado de apitar. — Ela descobriu nos tabloides desprezíveis que seu cliente número
um ficou noivo. Seja feliz que você perdeu essa. Ela ficou absolutamente balística.
— Eu já sei que ela me despreza — resmunguei baixinho. — E esse fato
pouco conhecido acrescenta uma tonelada de estresse sobre Ryan.
— Não se sinta especial. Ela odeia todo mundo — Trish disse o assunto com
naturalidade, enquanto seus polegares pressionaram alguns botões em seu celular.
— Estou com ela há sete anos e ela ainda não gosta de mim.
Virei a etiqueta de um vestido de cor creme.
— Bem, não gostei do jeito que ela falou com ele esta manhã. Ela gritou com
ele como se ele fosse uma criança e eu meio que queria dar um soco nela.
— Eu gostaria que você tivesse dado — disse Trish baixinho.
— Odeia-a tanto assim, também? — Perguntei brincando, seguindo-a ao
redor para a próxima prateleira de vestidos. Trish riu desconfortavelmente.
— Alguns dias são piores que outros. Infelizmente nesta cidade, é difícil
pegar uma pausa, não importa como você está qualificado. É por isso que tantos
atores são garçons. E Relações Públicas? Se você não estiver com uma empresa
estabelecida, você morre de fome. Desde que eu gosto de comer, aprendi a me calar e
fazer o que me mandam.
O conflito desta manhã continuou a me atormentar.
— Trish, realmente, é tão ruim que as pessoas sabem sobre o nosso
noivado?
Ela fez uma pausa.
— Bem... é o seu negócio pessoal que está lá fora agora. — Ela se aproximou
um pouco. — Será que ele realmente subiu em uma mesa, quando propôs?
Timidamente, sorri e acenei com a cabeça para confirmar. O sorriso de Trish
se alargou.
— Posso ver o anel? — Ela perguntou animadamente, solicitando minha
mão. — Uau, é lindo! Então assim que meio milhão se parece. Estou tão feliz que ele
comprou com William Goldberg. Seus anéis são absolutamente de tirar o fôlego. Eu
adoro as enormes trilhas nos lados. — Ela riu levemente enquanto inspecionava o
meu anel. — Este definitivamente, definitivamente vale o trabalho! Impecável...
Eu não entendia; meu cérebro parou quando ela deixou escapar o quanto
Ryan gastou com o meu anel. Balancei a cabeça, tentando impedir que o estridente
zumbido e a vontade de desmaiar assumissem.
— Hum... ahh... O que você quer dizer? Que problema?
— Esgueirando Ryan por aí para se encontrar com designers de joias? —
Ela disse timidamente. — Passei horas coordenando isso. Sem ofensa, Taryn, mas
fiquei aliviada quando você não conseguiu ir para o Academy Awards. Eu estava
pirando tentando marcar uma reunião sem você saber.
Minha mente viajou de volta para o final de fevereiro, quando eu estava me
recuperando depois de ser atropelada por um carro e perdido a minha primeira
oportunidade de estar com ele no Oscar. Olhei para a minha mãe, grata a ela de
muitas maneiras.
— Bem, do fundo do meu coração, obrigado por todo seu trabalho duro. Eu
realmente aprecio isso.
Só então algo ficou claro para mim.
— Espera... se você o ajudou a comprar o meu anel, então por que Marla
ficou tão brava? Quero dizer, ela obviamente sabia...
Trish pareceu culpada.
— Ela sabia que ele comprou um anel, mas Marla, sendo a cadela má que
é, tentou co.... você sabe o quê? Não importa.
Eu deveria ter imaginado.
— Ela tentou falar com ele sobre isso — murmurei, terminando a frase. —
Eu sou ruim para sua carreira.
Trish parecia perplexo.
— Por que você acha isso?
Estou surpresa que ela tenha que perguntar. Afinal, era a chefe dela que fez
tudo, exceto dizer aquelas palavras exatas em voz alta. As ações e comentários de
Marla certamente tem essa mensagem.
— E sobre os fãs? Eles estão indo para atacá-lo assim se ele não estiver mais
solteiro?
Trish riu baixinho com a minha pergunta aparentemente tola.
— Seus fãs não vão atacá-lo a menos que ele comece a fazer filmes de merda.
Eu não posso acreditar que ela está dizendo a ele para evitar o assunto com Jimmy
Collins hoje à noite, no entanto. Mal, mal, mal... — Ela murmurou, sacudindo a
cabeça.
Olhei para ela, questionando por que se sentia dessa forma, especialmente
porque ela estava trabalhando tão duro para impressionar a cadela má.
Trish franziu os lábios, depois sorriu para um pequeno vestido preto.
— O que você acha de um presente para sua amiga Marie? Eu penso que
este pareceria fabuloso nela. Todos os vestidos que nós pré-selecionamos para você
estão na área de vestir. Você vai ter que experimentá-los. E agora que vocês dois estão
oficialmente noivos, precisamos arrumar seus vestidos, para você poder aparecer.
Primeira regra da moda, sempre saiba quem desenhou seu vestido. É a primeira
pergunta que alguém vai fazer.
Eu mal olhei para o vestido que ela segurava.
— Trish, fale comigo. O que ele deveria fazer?
— Nenhuma coisa. Tudo vai para a conta e....
— Não, não é sobre os vestidos. A entrevista hoje à noite. Você parece pensar
que ele deveria lidar com isso de forma diferente. Ryan achou que ela lhe diria para
admitir o nosso noivado. Se dependesse de você, o que você diria a ele?
Trish recuou.
— Taryn, eu não posso dizer-lhe isto! Além disso, se ela descobre que te
aconselhei, ela vai me demitir na hora. Eu não posso.
Segui-a em torno de uma prateleira circular de vestidos, em busca de um
novo ângulo. Eu queria ouvir a opinião dela agora mais do que qualquer coisa.
— OK. Bem, e se eu contratasse você para me representar, então você me
aconselharia?
Ela se virou e olhou para mim, completamente chocada.
— Você não entende. Eu não tenho nenhum cliente, Marla tem. Eu tenho
um pequeno apartamento de merda que eu mal posso pagar, um carro ruim, e os
empréstimos da faculdade ainda estarei pagando quando eu morrer uma velha
senhora.
— Trish? — Incentivei. — Eu juro, ninguém nunca vai saber. Nosso segredo.
Trish respirou fundo.
— Ahh, — ela gemeu, olhando ao redor da loja. — Se ela descobre que falei
com você, juro que eu vou viver com você e Ryan quando estiver sem-teto. A história
já está lá fora, — ela continuou — apoiada com evidências em imagens. Todas essas
mulheres, as fãs, estão agarradas à ideia de romance com ele e vê-lo em pé sobre uma
mesa e, em seguida, ajoelhado para lhe propor, bem, isso é romântico como todo o
inferno. Ele precisa permanecer honesto.
Balancei a cabeça concordando.
— Mas é problema dele. É a escolha dele e, bem... sua, se vocês querem
manter suas vidas privadas, privada ou não.
— Taaaar? — Ouvi Marie chamar meu nome do camarim.
O pânico de Trish era evidente.
— Merda, se Marla descobrir que eu disse qualquer coisa...
— Eu não vou dizer qualquer coisa eu juro, mas desejo que Ryan tenha uma
segunda opinião antes de ir no palco hoje à noite. Ele acredita em tudo o que Marla
diz.
Os olhos de Trish piscaram para a porta quando alguns novos clientes
entraram.
— Ela já ligou para o produtor de Jimmy Collins.
Pensei sobre Ryan estar em frente às câmeras hoje à noite entregando
respostas imperfeitas.
— Se eu o pegar sozinho, você vai falar com ele? Você poderia realmente
fazer uma grande diferença na sua carreira.
Trish pareceu chocada. Ela continuou balançando a cabeça.
— Taryn, não! Eu não posso!
— Ele vai parecer um idiota — murmurei.
— Taryn, você já experimentou qualquer um dos seus vestidos? — A mãe de
Ryan, Ellen, perguntou.
Gesticulei minha resposta; Eu ainda não tinha sequer olhado para eles.
Ellen ergueu um vestido azul meia-noite, mas eu estava tão preocupada mentalmente
que só fingi admirar.
— Vamos. — Ellen me puxou pelo braço, saudando a estilista com a outra
mão. — Nós temos de fazer você ter foco, porque estamos correndo com pouco tempo.
Tentei colocar o discurso condescendente de Marla fora da minha mente e
aproveitar o resto do dia, mas no momento em que a vi seguindo Ryan, quando ele
entrou no camarim nos bastidores de The Jimmy Collins Show, meu ódio esmagador
pela mulher voltou correndo. E, apesar da aparência exterior de Ryan, eu sabia que
logo abaixo da superfície, ele ainda estava um pouco desamparado.
Tentei ser alegre o suficiente por nós dois; afinal de contas, eu estava
animada apenas estar nos bastidores assim, e isso ajudou muito que seu pai e Pete
estivesse aqui para levantar seu ânimo. Os homens estavam falando sobre os playoffs
da Stanley Cup, brincando que eles realocariam seus pratos de jantar pela primeira
televisão que encontrarem no restaurante esta noite. Eu estava grata que o irmão de
Ryan manteve seus comentários sarcásticos e prejudiciais para si mesmo desta vez.
Ryan tinha o suficiente em sua mente; ele não precisava ser empurrado sobre a borda
esta noite.
Marla estava oscilando em torno de Ryan. Ela agiu como se ele fosse
propriedade dela, e ela estava na defensiva, bloqueando qualquer um que tentasse
chegar perto dele. Ela rudemente interrompeu a conversa que ele estava tentando ter
com sua família e eu senti minha raiva aflorar. Foi ainda mais irritante, quando ela
não fez contato visual comigo. Tão mesquinha e infantil.
Tristeza rodopiou por mim quando ela o ensinou as respostas apropriadas
que ele deveria dar durante a entrevista, para desviar qualquer pergunta surpresa
que Jimmy Collins poderia fazer. O coração negro de Marla não mudou as cores.
Bufei privadamente, torcendo os diamantes no meu dedo para manter
minhas mãos ocupadas, enquanto eu andava para trás do grande sofá de couro preto.
A mãe de Ryan olhou para mim com preocupação em seus olhos.
— Taryn, você gostaria de se sentar? — Perguntou Ellen, batendo no espaço
ao lado dela no sofá. — Por favor. Venha.
Balancei a cabeça ligeiramente, observando atentamente o meu noivo.
— Tudo bem, mãe — eu disse suavemente. — Obrigada, mas eu estou bem.
Trish entrou no quarto através da porta fechada. Seus olhos corriam em
volta, avaliando rapidamente a tensão na sala. Eu esperava que ela pudesse ler minha
linguagem corporal para ver como eu estava chateada. Todos nós ouvimos Marla
claramente quando ela disse a Ryan: "tente não estragar tudo."
Meus dedos agarraram a parte de trás do sofá para eu não me lançar nela.
Ellen soltou um maternal tsk e um huff audível, seus olhos soltando punhais em
Marla.
Trish rapidamente interveio.
— Marla, desculpe-me. Um assistente me disse que o diretor de palco está
procurando por você.
— Agora? — Marla questionou. Ela olhou para o relógio e recolheu sua bolsa.
— Fique com ele — ela ordenou.
Ryan estava sentado na cadeira giratória, esfregando a testa.
Trish pareceu em conflito quando ela aproximou-se de sua cadeira.
— Ryan? Podemos falar por um minuto?
Ryan seguiu-a para o canto de trás da sala.
— Então, você está pronto? Está tudo bem com o formato?
Ele deu de ombros.
— Acho que sim.
— Trish, apenas diga a ele — implorei, olhando nervosamente para a porta.
Eu sabia que só tinha dez minutos, se isso, para ter Ryan preparado.
— Dizer-me o quê? — Perguntou Ryan, confuso.
Trish limpou a garganta.
— Você sabe que Collins vai perguntar sobre a proposta de qualquer
maneira.
Ryan suspirou.
— Eu sei. Ele quer a exclusiva.
— Eu só estava me perguntando... se Marla não estava aconselhando você,
como você vai lidar com isso?
Ryan deu de ombros.
— Eu não sei. Por quê?
Trish respirou fundo.
— Eu acho que o conselho que Marla deu a você pode ser um erro.
Ryan olhou para mim, questionando por que estávamos fazendo isso com
ele bem antes que ele teria que ir para o palco.
— É o seu negócio pessoal, Ryan, mas olhe para isto dessa forma, se você
negar que está noivo, agora que há imagens e vídeos, sua credibilidade não vai valer
nada. — Trish reflexivamente olhou por cima do ombro novamente para ter certeza
que Marla ainda estava longe de ser vista.
— Quando Collins trouxer isso, eu acho que você deveria admiti-lo. Não
embeleze a história com informações pessoais; basta ser honesto e um pouco aberto.
Seus fãs vão se apegar a você, se você expor o seu lado romântico e sensível — ela
continuou.
— Estou preocupado com a atenção extra da mídia em Taryn — disse Ryan,
parecendo preocupado e culpado ao mesmo tempo.
— Não se preocupe comigo — eu disse com firmeza. Ryan me lançou um
olhar, sem dizer uma palavra, mas me dizendo que era impossível para ele fazer isso.
— Se você não confessar a ele agora, a mídia vai continuar perseguindo a
história e vai piorar. Escondendo isto só irá atrair os sensacionalistas e Collins já sabe
que Taryn está no prédio.
Ryan assentiu.
— Conferência de imprensa de amanhã?
— Coberto, assim como hoje. Ainda Q-e-A apenas sobre o filme — ela
respondeu rapidamente.
— Mas passei o dia inteiro evitando o assunto — Ryan salientou.
— Eu sei, mas Jimmy vai colocar você nos holofotes lá fora, na frente de
uma plateia ao vivo, independentemente, então você precisa estar pronto para isso.
Esta é uma grande história, Ryan, e você sabe que ele quer! Collins está renegociando
seu contrato com a rede e ele está procurando impulsos de classificações. Se ele fizer
com que você admita, ele...
Os olhos de Ryan se arregalaram.
— O quê? Marla nunca me disse isso.
Trish procurou em sua bolsa e pegou uma folha de papel, que ela
imediatamente entregou a Ryan.
— Basta ter você no show hoje à noite, à luz de tudo, está aumentando seus
pontos. Vê? Você vai ter que responder a ele de uma forma ou de outra.
Ele conteve uma maldição.
— Como posso lidar com Night Life amanhã, então?
— Do mesmo jeito — aconselhou Trish, colocando a folha de papel de volta
na bolsa. — Se você se abre para Jimmy agora, Nigel Allen vai pressioná-lo ainda mais
duro por novos detalhes amanhã. Seus índices estarão saltando apenas porque você
reconheceu o noivado esta noite, se você optar por fazer isso. Mas se você fizer isso,
então você vai ter tanto Collins e Allen em seu bolso para mais RP. Mas não vamos
nos preocupar com isso agora. Você tem que se concentrar em lidar com essa
aparição.
Ryan olhou para a porta que dava para o corredor principal.
— Marla não sabe sobre isso, não é? — Ele fez um gesto com o dedo,
balançando-o entre nós duas.
— Não — respondi. — Trish está esticando seu pescoço para fora para
proteger a sua reputação.
— Eu provavelmente vou ser demitida esta noite — ela bufou. — Mas de
qualquer maneira, você precisa transformar escândalo em oportunidade, Ryan. Tratá-
la com honestidade. Jimmy disse que se ele leva você a falar sobre seu noivado, ele
vai tentar contrastar com o romance no filme, contra a sua admissão para mantê-lo
em movimento. Eu estava lá quando Marla conversou com ele e seu produtor apenas
antes de você chegar para a sua pré-entrevista.
Ryan estourou uma grande golfada de ar através de seus lábios franzidos.
— É uma boa mudança de sua vida pessoal de volta para o filme — Trish
aconselhou. — Se você optar por falar sobre isso, mantenha os detalhes na superfície
e tome o seu tempo para que você não deixe escapar nada muito pessoal.
— Trish! — Marla latiu duramente a partir da porta aberta. Seus saltos altos
foram clicando com força em nossa direção.
Ryan se afastou, perdido em pensamentos quando Marla chegou até nós.
Pensei em ir com ele apenas para que eu não tivesse que estar perto de Marla, mas
eu não podia deixar Trish tomar o calor sozinha. Depois do que ela apenas fez por
nós, eu não iria abandoná-la.
Trish estava preparada, com calma desviou a ira de Marla por ter sido
chamada para longe por nada, com respostas rápidas. Desviei o olhar, para que ela
não percebesse meu sorriso.
Ryan caminhou propositadamente para mim e para pegar minha mão na
sua, me puxando para longe de Marla.
— Como você está indo? — Ele sussurrou em particular.
Dei-lhe meu melhor "estou bem" aceno de cabeça e pisquei os olhos, mesmo
que meus olhos deslizaram para trás para ver onde Marla estava. Acho que ele
percebeu meu olhar, porque ele suspirou profundamente.
— Como você está? — Perguntei.
— Desculpe-me, senhor, nós estamos prontos para assentar seus
convidados — disse um membro da tripulação para Ryan.
— Eu te vejo mais tarde — Ryan sussurrou, agarrando meus dedos para me
puxar para um beijo suave.
— Tudo bem, querido. Boa sorte! — Assisti suas costas recuando quando o
assistente de produção o levou.
O nosso grupo foi levado para o corredor para que pudéssemos tomar nossos
lugares na plateia do estúdio. Tivemos a nossa própria seção no lado esquerdo do
palco; sentei-me no banco ao lado da mãe de Ryan. Janelle, cunhada de Ryan, sentou-
se ao meu lado. O pai de Ryan, Bill, se manteve remexendo-se na cadeira, esperando
ansiosamente como todos nós, Ryan fazer a sua aparição no palco. Ryan estava no
ponto do convidado principal para o show, então ele estaria em primeiro lugar. Janelle
se inclinou.
— Você está bem?
Eu estava olhando para um dos monitores de TV, torcendo meu anel. Meus
pés estavam saltando para cima e para baixo no chão. Dei de ombros.
— Só nervosa, eu acho.
— Por quê? — Ela me questionou de forma estranha.
Inclinei-me mais perto.
— Fotos de sua proposta foram divulgadas.
Janelle zombou.
— Ah, então o que? — E então eu acho que ficou claro para ela. — Oh, ele
vai ser questionado sobre isso agora, não é? — Ela disse, parecendo feliz com isso.
Balancei a cabeça algumas vezes, sem vontade de tirar os olhos do palco.
Prendi a respiração enquanto a câmera voltou para o anfitrião, Jimmy
Collins, agora sentado em sua mesa depois de seu monólogo. Seus dedos pegaram
uma revista que estava de bruços na frente dele.
— A menos que você esteja vivendo no lado escuro da lua, você sabe que
nosso primeiro convidado desta noite teve seu papel de estreia, interpretando o
pistoleiro viajante do tempo Charles Conroy no filme Seaside. Ele está aqui esta noite
para nos dizer sobre seu filme mais recente, Reparação, que estreia nos cinemas em
todo o país nesta sexta-feira. Aqui ele está na capa da Entertainment Week. Por favor,
ajudem-me a dar as boas-vindas à Ryan Christensen!
Música soou do sistema de som do estúdio enquanto eu observava Ryan
virar a esquina e sair. Toda a plateia saltou de suas cadeiras. Mulheres ao nosso redor
ficaram absolutamente loucas, pulando para cima e para baixo e gritando para ele.
Seus gritos eram de perfurar as orelhas.
Ryan acenou e sorriu, coçando a testa antes de ser recebido por Jimmy
Collins. Ele parecia nervoso e totalmente oprimido por sua recepção.
Ryan se inclinou para frente quando se sentou, quase descansando a cabeça
entre os joelhos pelo choque de excitação contínua do público. Eu poderia dizer pela
expressão em seu rosto, que ele estava mais uma vez deslumbrado com sua devoção.
Fiquei contente de ver que ele ainda ficava tão envergonhado com isso. Janelle se
inclinou mais perto, animadamente me cutucando com o cotovelo enquanto aplaudiu
seu cunhado.
— Seus fãs vieram em massas! Agradeço por virem esta noite. Como tem
passado? — Jimmy perguntou à Ryan, tentando prosseguir com a entrevista. A plateia
do estúdio finalmente se acalmou apenas o suficiente para que pudéssemos ouvi-los
falar uns com os outros.
— Bom! Realmente bom, obrigado! — Ryan respondeu. — Obrigado por me
receber.
— Sabe? Você não é o único que pode fazer as mulheres gritarem assim —
Jimmy brincou. — Agora, se eu pudesse fazer as mulheres pararem de gritar
obscenidades para mim, eu arrumo essa coisa!
A multidão riu de sua piada.
Ryan riu desconfortavelmente e tomou um gole do copo que tinha assentado
ali para ele.
— Às vezes elas gritam obscenidades para mim também — admitiu.
— Ouvi dizer que você teve um bom acolhimento por uma das fãs quando
chegou aqui — Jimmy induziu.
— Sim, eu tinha acabado de sair do carro e estava assinando algumas fotos
e outros enfeites, olhei para cima e essa menina levantou a camisa e mostrou-se....
para mim. — Ryan acenou, parecendo tanto animado e chocado ao mesmo tempo.
Engasguei um pouco ao ouvir a notícia de que uma garota mostrou seus
seios para o meu noivo.
— Será que ela queria que você os assinasse? — Jimmy repetiu o movimento
de Ryan.
— Eu, honestamente, não sei se ela disse alguma coisa. Ela estava pulando
para cima e para baixo, gritando. — Ele riu. — Foi difícil manter uma conversa com
as coisas, hum, saltando desse jeito.
Jimmy riu e continuou.
— É engraçado! Então, como vão as coisas? Acho que a última vez que esteve
aqui foi há cerca de seis meses e nós estávamos falando sobre Seaside.
As mulheres na plateia enlouqueceram de ouvir essa palavra. Ryan olhou
para a plateia, sacudindo a cabeça com espanto para sua devoção.
— E eu posso ver que a reação das fãs triplicou desde então. Uau! — Jimmy
esfregou seu ouvido. — É como apertar um botão quente. Toda vez que eu quiser pôr
minha mulher no clima, é só irromper no quarto e gritar 'Seaside' e ela imediatamente
começará a rasgar as roupas dela.
Ryan riu desconfortavelmente.
— Fico feliz em ouvir que isso funciona para você.
— Claro que ajuda quando eu estou usando minha máscara 'Charles'. Quer
dizer, você e eu somos construídos tão parecidos, que ela mal pode dizer a diferença
— Jimmy brincou, visivelmente revirando os olhos para obter um riso da multidão.
— Então, como a vida vem tratando você? — Perguntou Jimmy.
— As coisas estão ótimas. Muito bom! Acabei de vir de Miami, onde eu fui
gravar um filme chamado Mil Milhas. É tipo um thriller.
É isso aí, querido, lance seus filmes. Mantenha o ritmo indo.
— E em mais ou menos duas semanas estarei de volta ao set, em Vancouver,
para o meu próximo projeto — disse Ryan, nervosamente coçando o pescoço.
— E o que é isso? — Perguntou Jimmy.
— É um filme chamado Slipknot. Jonathan Follweiler está dirigindo-o. Esta
será a minha primeira vez trabalhando em um projeto com ele, que é muito
emocionante. E eu tenho que fazer escalada em pequenas rochas, o que estou
realmente ansioso para tentar. É algo que nunca fiz antes. Um pouco perigoso.
— Ouvi dizer que você está praticando, no entanto. Subindo em mesas e
coisas assim? — Jimmy provocou Ryan com seu comentário, erguendo as
sobrancelhas e batendo os cartões de nota que segurava na mão sobre a mesa, para
ganhar alguma reação da plateia.
Risos explodiram ao nosso redor. Observei para ver se a expressão de Ryan
mudaria, e com certeza, ele corou de vergonha.
Jimmy rapidamente disparou sua próxima pergunta:
— O segundo Seaside já está finalizado ou você ainda está trabalhando
nisso, também?
Ryan se mexeu e ajustou sua postura na cadeira.
— Não, nós terminamos. Terminamos em dezembro.
Como se a sugestão, o público gritou de novo.
— E onde você filmou isso?
— Filmamos em uma pequena cidade chamada Seaport, em Rhode Island.
É um lugar bonito na costa.
Minha respiração engatou.
— E.... o que você fez enquanto estava lá? Encontrou alguém especial? —
Jimmy perguntou com a inflexão de uma mãe intrometida.
A boca de Ryan abriu e fechou algumas vezes; ele pareceu sem palavras
enquanto nervosamente, coçou a testa e se contorceu na cadeira.
Como um flash, bem rápido, imaginei Ryan dizendo nove respostas
diferentes, uma após a outra.
Minhas esperanças repousavam sobre aquela em que ele aponta para mim
e diz ao mundo que ele é loucamente apaixonado.
— Nós encontramos muitas pessoas agradáveis lá — admitiu ele
maliciosamente, sorrindo para a plateia quando elas gritaram com emoção
novamente. Ryan olhou em minha direção e, por um breve momento, acho que nossos
olhos se encontraram. — Todo mundo foi ótimo para nós.
Sorri com orgulho para o meu futuro marido.
— Então, Ryan, você sabe que todo mundo quer saber, então vou apenas
perguntar. Há todos esses rumores voando ao redor e fotos suas subindo nas mesas.
Então, por favor, coloque essas pobres mulheres fora de suas misérias já e diga-nos:
Você é um homem comprometido agora?
Meus dedos, reflexivamente, apertaram o descanso de braço enquanto eu
segurava a cada pedaço de oxigênio em meus pulmões, esperando... antecipando.
Jimmy tinha desafiado o acordo de entrevista e colocou Ryan nos holofotes.
Ryan sorriu, parecendo tímido e culpado, e por um momento eu pensei que
ele deixaria escapar, como se a notícia que ele mantinha tão privada, teria apenas
brotado de seus lábios.
Tão rápido quanto veio, eu vi o exato momento em que foi embora.
— Quando não estou comprometido? — Ryan gracejou, tentando ser
engraçado. — Vamos apenas dizer que estou muito, muito feliz e em um lugar muito
bom na minha vida.
O público respondeu com algumas explosões e aplausos, mas isso — o
momento passageiro — se foi.
Nem uma menção sobre sua vida pessoal ou a mulher que ele prometeu
amor eterno, de cima de uma mesa de bar na frente de seus pais, meus amigos e uma
multidão de estranhos.
Decepção física picou como mil agulhas em meus braços, meu peito,
finalmente forçando meus relutantes pulmões a exalar.
Por que ele apenas não apenas...?
Janelle olhou para mim com olhos apologéticos, aparentemente sentindo
pena de mim. Desviei meus olhos, abstendo-me de me envolver em sua piedade.
Depois de todo esse tempo, depois de todos os jornalistas e imprensa, após
a especulação da impressa sobre nosso noivado, eu ainda era uma parte de sua vida
para ser publicamente rejeitada.
CAPÍTULO 3

Indenização

— Uau — Ryan suspirou, colocando a jaqueta do terno cinza escuro sobre


uma cadeira quando saí do quarto.
— O quê? — Perguntei reflexivamente. Eu não tinha certeza se ele gostou
do que viu ou não, considerando que eu tinha acabado de passar as últimas duas
horas sendo pintada, escovada, enrolada e pulverizada. Senti-me como uma
exagerada caminhada em um anúncio de maquiagem.
Alisei minhas mãos em todo o corpete do meu vestido sem alças para
garantir que tudo estava no lugar.
O estilista de guarda-roupas tinha escolhido um vestido de cetim preto e
chiffon na bainha, coberto com laço de prata fina de Versace. Ele tinha uma fenda
alta para mostrar um pouco da coxa e fluía como água sobre as minhas curvas. O
pingente de diamantes e os brincos combinando, terminaram o visual.
— Você está absolutamente deslumbrante — continuou ele, sem fôlego,
ritmando cada palavra como se a dar-lhe a devida ênfase. Seus olhos, arrogantes e
ardentes, me disseram que eu não era a única a ter pensamentos impertinentes sobre
deixar o outro nu. Ele estava absolutamente lindo vestido. Meu desejo de rasgar a
camisa diretamente de suas costas e rolar minha língua em torno de seu peito
musculoso tinha-me com fome e corando.
— O que você acha? — Ele parecia inseguro de seu traje, puxando seu colete
para endireitá-lo. — Isso parece bem?
Não era a primeira vez que eu o vi em um terno, mas hoje à noite em um
trio, sob medida, cinza-carvão Armani, ele parecia devastadoramente bonito. Balancei
a cabeça enfaticamente, distraída por pensamentos dele vestindo nada, além da
camisa branca em algum momento em um futuro muito próximo. Abrir ao invés de
abotoar, para exibir cada linha dura de seu peito e barriga. Arrumei o nó da gravata
preta com estampas e sorri.
— Eu acho que você parece como um lindo astro de cinema.
Ryan segurou meu rosto em suas mãos e sorriu suavemente, beijando-me
suavemente como ele sempre faz. Seus olhos azuis, emoldurados pelos longos cílios
lindos, bloqueados no meu.
— Eu te amo — ele sussurrou.
Beijei-o e devolvi seu sentimento, mas no fundo, eu privadamente sofri. Todo
o dia, eu tinha tentado superar meu mau humor e mesmo que eu o amasse com cada
fibra de minha alma, eu não podia evitar, mas sinto-me decepcionada com ele. Ok —
honestamente, eu estava me sentindo muito decepcionada com ele.
— Hey. — Ele gentilmente agarrou meu braço quando me virei para ir
embora. — O que está errado?
Não quero entrar em uma discussão sobre meus sentimentos abatidos antes
da sua estreia. Ele não precisa lidar com isso agora. Minha mãe sempre dizia para
"dormir as coisas por uma noite" antes de agir precipitado.
Talvez com o tempo verei as coisas sob uma luz diferente. Eu tinha passado
a maior parte de ontem à noite rezando por uma epifania.
— Nada está errado — tentei descartar sua observação aguçada, dando um
sorriso forçado para sacudir sua especulação.
— Besteira — ele voltou com uma risada aguda enquanto me seguiu até o
banheiro. — Você não acha que posso dizer quando você está chateada, Tar? Dá-me
algum crédito!
Ryan me prendeu na pia do banheiro, seu peito pressionado em minhas
costas. Eu podia sentir o calor de sua respiração aquecendo meu ouvido. — Eu te
conheço melhor do que você pensa que eu conheço.
Engoli em seco, amando que ele se importava em saber os meus
sentimentos, mas hesitante para compartilhá-los antes de ter colocado em ordem.
— Você tem estado assim desde o jantar na última noite, e cada vez que
perguntei, você evitou de me dizer. Então, por favor, não me diga mais que você está
bem. O que está acontecendo?
Ele beijou meu ombro nu com ternura. Optei por salvá-lo de minhas
emoções machucadas.
— Não é importante. Podemos falar mais tarde. Você tem o suficiente para
lidar com agora.
Seus braços cruzaram sobre o meu abdômen, me puxando para mais perto.
— Não. Não vou esperar todo este tempo. Nós fizemos uma promessa um ao
outro, lembra-se? Mais aberto e honesto? Eu quero saber o que está incomodando
você, e eu quero saber o que é, agora.
Olhei para ele através do nosso reflexo no espelho grande, protelando.
— Agora — ele ordenou, sua voz assumindo um tom novo, direto.
Minha vontade rachou.
— Achei que você diria alguma coisa no show ontem à noite, isso é tudo. —
Casualmente adicionei um encolher de ombros, tentando diminuir o impacto.
— Sobre o que?
Minha apreensão de ir por este caminho me deixou inquieta.
— Sobre estarmos noivos. Apenas pensei... desde que você não disse nada
no Jimmy Collins que você pudesse dizer algo sobre no Night Life, mas não o fez.
Estou tentando não ser uma daquelas meninas carentes, Ryan, mas eu simplesmente
não entendo por que você evitou confirmar quando perguntaram.
Eu esperava que seus motivos não fossem qualquer um daqueles em minha
lista de especulação.
Levou inteiros dez segundos para ele quebrar o contato visual e fazer alguns
de seus ruídos guturais padrão, antes de suas mãos me libertarem. Em seguida, veio
a sua "olhar para o chão e esfregar a testa" manobra.
Virei meus olhos de volta para o balcão da pia. Este padrão de repetição de
ter que pisar em malditos ovos ao redor dos homens estava ficando malditamente
velho.
— Veja, é por isso que não queria dizer nada. Eu sei que você tem suas
razões, Ryan. É apenas... eu pensei que era sua noiva, mas não posso evitar de me
sentir como se eu fosse algum pequeno segredo sujo.
Ryan fechou a tampa no vaso sanitário e se sentou.
— Você não é um segredo sujo, Taryn. Nem já foi um.
— Você está com vergonha de mim?
Ele empalideceu como se eu tivesse acabado de lhe bater.
— Claro que não! Por que você diria isso?
— Você negou ficar noivo de mim na televisão e durante todas as entrevistas.
Eu não entendo o porquê, além de Marla dizendo que não, o que mais devo pensar?
Sinto muito, mas não posso deixar de sentir da maneira que estou me sentindo.
— O que diabos você quer que eu faça? — Ele resmungou, deixando suas
mãos caírem sobre suas coxas.
Segurei seu olhar, preocupada que ele poderia pensar que eu estava mesmo
remotamente interessada em transformar isto em uma discussão.
— Eu amo você com todo o meu coração. Quero ser sua esposa, sua
parceira. Quero estar ao seu lado através de todas as suas aventuras. Mas eu não sei
o que deveria fazer ou o papel que tenho que jogar. Ajuda-me a entender, Ryan. Ajuda-
me a ser uma parte de tudo isso.
Ryan exalou com nova frustração.
— Tar, você viu como as coisas estão, os paparazzi, os malditos tabloides.
Eles levam tudo de mim. Tudo o que eu considero sagrado. Por que nossa vida privada
não pode ficar privada, sabe? Se eu lhes dar isso, em seguida, o que me resta? Nada.
Confusão enorme rasgou minha mente, seguido de perto por minha raiva.
— Talvez eu deva ficar aqui então. Dessa forma, posso ser um assunto
privado — murmurei para o chão de azulejos.
— Não. Foda-se.
Eu estudei o projeto no laço do meu vestido por um momento antes
implorando os olhos por alguma clareza.
"Basta responder a uma pergunta. Por que você fez isso? Se você não quer
reconhecer que nós estamos noivos, se isto é suposto ser um segredo bem guardado,
por que você fez proposta em público?
— Você não entende. — Com um curto suspiro irritado, Ryan se levantou e
deu um passo a minha volta para ir em direção a porta.
Maravilhoso. Assim como qualquer outro cara que eu já estive. Esvaindo-se
quando o assunto fica um pouco desconfortável. É isso aí. Vá embora.
— Você está certo. Eu não.
Ryan parou no limiar e agarrou a moldura da porta com ambas as mãos,
completamente me surpreendendo. Sua cabeça baixou por um momento.
— Eu não disse nada no Jimmy Collins porque tudo o que aquele idiota
queria era uma confissão para subir seus números.
Ele se virou e, em seguida, passeou pelo comprimento da banheira, do
chuveiro de azulejos de arenito cavernoso até a porta e voltou.
— Os detalhes íntimos da nossa vida pessoal não são para discussão
pública, Tar. Também não permitirei que seja usado para fazer outras pessoas ricas.
Essa é a nossa vida, o nosso negócio.
Soltei uma respiração rápida quando ele se moveu para ficar diretamente
na minha frente.
— Eu faço filmes. Isso é o que eu faço para viver. Se eu for em um talk show,
é para falar sobre o meu trabalho, angariar mais publicidade para o filme. Não para
derramar segredos sobre a nossa vida pessoal.
— Mas há tanta coisa sobre sua vida que é público. Eu sempre pensei que
era notícia feliz quando as pessoas ficassem noivas.
Seu olhar duro suavizou-se quando ele pegou minha mão esquerda na dele.
— É uma notícia feliz. Você é meu tudo, Taryn, não o meu segredo. — A mão
direita de Ryan flutuou pela minha bochecha, tocando muito mais do que apenas pele.
— Eu só não quero compartilhar o que é mais sagrado para mim com o mundo inteiro
em um talk show. Você é o meu mundo, babe. Meu. Não deles. Eles podem ter-me,
mas não podem ter você, também. — Sua testa amassou, franzindo como se ele
estivesse despedaçado. — Eu ia cantar uma música diferente para você, quando
propus. Eu tinha tudo planejado. Era para ser tudo privado. Mas depois, tudo ficou
tão ferrado que eu fiquei sem tempo. — Ele esfregou a mão sobre a sua cabeça. —
Inferno, todos achavam que eu tinha sido infiel a você, Taryn. Até você. Naquela época,
considerando... bem, senti que um grande gesto era necessário.
Respirei profundamente, repleta de pesar pessoal, sabendo que eu era uma
daquelas pessoas que duvidaram dele. Ryan baixou a cabeça para recapturar meus
olhos.
— Eu estava com raiva e mágoa e então eu pensei... — Sua mão embalou
meu rosto. — Deus, eu estava com tanto medo de te perder.
Lágrimas arrependidas reuniram-se em meus olhos como lembranças
daquela carta de amor plantada e a viagem desastrosa para a Flórida inundado de
volta em meus pensamentos.
— Eu pensei que tinha perdido você.
Sua cabeça balançava, formando um não silencioso. Limpei a umidade
debaixo do meu olho.
— Essa música, a que você cantou para mim, eu adorei. Foi bonita. Perfeita.
Eu realmente adoraria ouvi-lo novamente algum dia.
Ele sorriu.
— Escrevi essa música no avião. Eu queria que você soubesse o quão sério
estou sobre nós. O quanto quero você na minha vida, Taryn. Falei sério quando eu
disse para sempre. Por isso. Você é para mim. Mas o “eu” que se ajoelhou na frente
de vocês àquela noite e o “eu” que está na sua frente agora não é o mesmo “eu” que
está lá fora no centro das atenções. — Ele bateu a mão sobre o coração. — Eles só
pegam o lado de fora, não de dentro. Isso é para você.
Deus, do jeito que ele olhou diretamente para a minha alma, eu sabia que
ele estava sendo sincero. Descansei minha mão em seu coração.
— Você sabe que eu te amo, Ryan. Todos os lados de você. Às vezes eu...
— Querida, nós já passamos por tantas coisas juntos. — Sua voz falhou.
Seu polegar roçou meu abdômen inferior. — Há coisas que eu simplesmente não quero
falar abertamente, especialmente na televisão nacional. Você me traz paz. Isso é meu
para acalentar, não deles.
— E eu espero que você saiba que estou tentando entender como tudo isso
funciona. É por isso que nem sequer quero começar essa conversa. Eu estava
tentando resolver o problema por conta própria. Acho que eu só não entendo o
raciocínio de Marla, às vezes.
— Não entendo, por vezes, também, mas estou tentando confiar no que ela
diz que eu deveria fazer. Ela tem suas razões para me proteger, nos proteger. Ela não
queria que eu fizesse sensacionalismo na televisão nacional, embora a história já está
lá fora — ele deu de ombros e colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.
— Além disso, em menos de uma hora, milhões saberão. Por mais que quero
protegê-la da loucura total que é a minha vida, sei que não posso fazer isso para
sempre. Então, tudo muda esta noite, mas muda em meus termos. — Ele gentilmente
sorriu para mim, esfregando o polegar sobre meus lábios.
Respirei um suspiro de alívio, mas não pareceu durar muito tempo. Vinte
minutos mais tarde, assisti enquanto ele vagou em torno do nosso quarto,
obviamente, em uma caçada frenética.
— Você colocou seu relógio no saco dentro de sua mala. — Apontei, sabendo
o que ele estava procurando.
— Como você...? Obrigado. Eu não sei o que eu faria sem você — ele
murmurou.
Pensei em dizer algo espirituoso de volta para ele, mas abstive-me. Ele tinha
estado em seu próprio mau humor privado desde o almoço, quando Marla chamou
sua atenção para todos os comentários negativos que recebeu da imprensa esta
manhã. Ryan enfaticamente afirmou que não se importava com os comentários
negativos, mas era óbvio que ele se importava.
Em vez de sentar e relaxar, Ryan andou para lá e para cá. Quanto mais ele
andava e quanto mais próxima chegou a hora de sairmos, mais agitado ele parecia
tornar-se. Ele pegou o paletó e, em seguida, imediatamente colocou-o de volta para
baixo, só para pegá-lo de volta novamente. Em seguida, ele apalpou os bolsos,
verificando se ele tinha o seu telefone celular pela enésima vez.
Estava colocando meu batom na minha pequena bolsa para noite, quando
Ryan soprou com força.
— Está muito quente aqui? — Ele começou a puxar o colarinho de sua
camisa longe de seu pescoço e notei que ele parecia um pouco pálido.
Balancei minha cabeça. Na verdade, pensei que o quarto estava frio. Ele
limpou um pouco de umidade da testa.
— Estou suando para caramba.
Comecei a pensar que era mais do que temperatura que estava fazendo-o
suar.
— Você está se sentindo doente?
— Um pouco. Eu meio que me sinto tonto, na verdade. Caramba, está
quente aqui. — Sua respiração tornou-se difícil e ele estava ficando branco.
Ah não. Agora não.
Fiz a primeira coisa que poderia pensar — dei-lhe ar.
Ryan estava encostado na parede absorvendo a explosão da ventilação do ar
condicionado, quando a nossa família e amigos se reuniram em nossa suíte. Ellen
espiou uma das portas duplas do nosso quarto.
— O que há de errado com Ryan?
Tentei impedi-la de pairar, bloqueando sua entrada.
— Ele está se sentindo um pouco enjoado — menti. — Ele vai ficar bem. Ele
só precisa de um minuto.
Eu já tinha visto Ryan assim antes e eu sabia exatamente o que estava
acontecendo. Embora ele não iria admitir isso para ninguém, ele estava discretamente
pirando. Eu também era sábia o suficiente para saber o que deixou ele assim.
— Ele vai descer quando estiver pronto — eu disse a David quando ele enfiou
o nariz em torno da porta. Eu não tive intenção de ser rude com ele, mas Ryan não
precisava de ninguém estalando os dedos agora. Não é como se ataques de ansiedade
tivessem um calendário preciso. Fiquei feliz quando Mike assumiu e botou todos para
fora de nossa suíte.
Esfreguei as costas e os ombros de Ryan. A primeira vez que eu o vi assim,
foi quando a rua e as calçadas do lado de fora do meu pub estavam lotadas com os
fãs.
— Você está bem?
A cabeça de Ryan mergulhou, balançando lentamente o seu assentimento;
ele estava respirando pesadamente.
Meu coração doeu por ele, sabendo do seu sofrimento privado.
— Mike vai estar ao seu lado o tempo todo. Você sabe que ele não vai deixar
nada acontecer com você.
— Eu sei — ele sussurrou, tentando medir a respiração dele. — Mas as
coisas são diferentes agora.
— Você já fez isso inúmeras vezes antes. Você vai ficar bem. Seus fãs te
adoram.
— Não é comigo que estou preocupado. — Ele balançou as mãos. — Você
não tem ideia. Nenhuma ideia. Você não sabe como é fácil para alguém no meio da
multidão pegar apenas uma faca ou uma agulha ou uma... ou uma arma... Deus, se
algo acontece com você —
Eu sabia que ele estava no fundo do palco do pânico agora.
— Ei, vamos lá. Apenas respire comigo. — Passei meus braços em torno de
sua cintura e respirei lentamente, dentro e fora, na esperança de que isso iria acalmá-
lo como fez da última vez. — Ninguém vai nos machucar.
Ele apertava as mãos em torno de meus braços, quase demasiado duro, e
olhou para mim.
— Nós compartilhamos o mundo com lunáticos, Taryn. Você viu o quão
longe alguns dos meus fãs estão dispostos a ir, então não me diga que não há
nenhuma ameaça! Angélica era apenas uma das centenas. — Engasguei um pouco.
Acho que ele percebeu o quão duro estava me segurando. Suas mãos abrandaram
ligeiramente. — Quero que você se agarre apertado nos seguranças do evento esta
noite. Se eles disserem para você se mover ou ir, ouça-os, ok? Sem perguntas. Siga as
suas ordens. Você entendeu?
— Sim.
— Não estou brincando, Tar. Você nunca experimentou isto. Vai ser um
choque. Você nunca viu multidões como esta. Se a merda vai para baixo, a segurança
vai me impedir de ir até você. — Algo novo, algo assustadoramente alarmante, revestiu
sua expressão. Isto era além de pânico. Seu agarre possessivo apertou novamente. —
Eles estarão no meu caminho e eu não vou ser capaz de protegê-la e Mike estará...
Pressionei-me nele mais apertado quando meu corpo tremeu.
— Ryan, por favor. Você está meio que me assustando. Entendi.
Ele suspirou profundamente no meu cabelo.
— Estou exigindo segurança extra a partir de agora. Certifique-se de que
você está bem protegida.
— Querido, você precisa se acalmar. Você está tremendo. Será que você não
tomou seu medicamento hoje?
Ele se sentou em uma das cadeiras.
— Não. Você pode me dar um? Esperançosamente isso fará... fará o truque.
Cavei através da sua mala para seu remédio de ansiedade. Ninguém sabia
que o famoso Ryan Christensen sofria de agorafobia. Grandes multidões totalmente
assustavam-no.
— Você sabe que tem que os tomar todos os dias. Você não deveria ignorar.
Ele terminou o copo d’água enquanto eu esperava que tivéssemos tido tempo
suficiente para deixar o remédio surtir efeito. Normalmente, ele estaria bem, dentro
de uma meia hora. Uma batida suave na nossa porta assustou a nós dois.
Mike estava esperando. Ele tinha trocado seu traje casual de hoje de manhã
e estava parecendo francamente sexy, vestido com um terno preto, camisa branca e
gravata azul-cobalto escuro. Eu tinha apreciado sua boa aparência antes, mas vestido
com esmero, ele estava lindo demais.
Ele olhou para Ryan com reverência e compreensão fraterna, realmente
preocupado e cheio de carinho.
— Você está bem, cara? Sua equipe está pressionando para sairmos, mas
diga-me se você precisa de mais tempo. Vou ligar e dizer-lhes para esperar.
Ryan estava principalmente recomposto, mas ainda agitado. Sua ansiedade
mascarada estava logo abaixo da superfície, pronto para incendiar a qualquer
momento.
— Estou pronto. Vamos fazer isso. — Ele olhou para Mike. — Eu quero
segurança extra com Taryn esta noite. Nada menos que dois perto dela a qualquer
momento que ela não estiver comigo. Não há enganos. Você me entendeu?
Mike balançou a cabeça e disse:
— Já está feito, Ry. Temos quatro em modo de espera no local para a sua
família.
O momento em que pisamos fora dos elevadores, David se abateu sobre nós.
— Ryan, eu preciso falar com você um segundo — ele disse com urgência,
afastando Ryan abruptamente pelo ombro. Segurei-o, o máximo que eu poderia até
nossos dedos involuntariamente se soltarem. Ele nem sequer se incomodou em
perguntar a Ryan como ele estava indo.
Vários sedans pretos estavam alinhados para nos levar para a estreia de
Reparação. Marla correu para falar com um dos motoristas — um homem corpulento
com uma barba. A mão de David estava nas costas de Ryan, orientando-o para o
primeiro sedan na fila. David olhou uma vez em minha direção, em seguida, deu o
que parecia ser um gesto furtivo para Marla.
Presumi que Ryan voltaria para me recolher, uma vez que, seu encontro com
David tinha acabado. O motorista corpulento me bloqueou enquanto eu tentava ver o
que estava demorando tanto.
— Com licença. Eu deveria estar com — apontei na direção de Ryan.
— Senhora, você está neste carro — o motorista informou.
— Mas sou sua...
— Por aqui, por favor. — Ele me levou até a porta do carro aberta.
Ellen pareceu tão confusa quanto eu.
— Taryn, não é suposto estar com Ryan?
Janelle moveu seus pés para abrir espaço para mim.
Não sabia se eu queria discutir ou gritar por Ryan; em vez disso, tomei a
instrução com um rosto neutro, recolhi meu vestido, e deslizei ao seu lado no banco
do carro. Também parecia que eu não tinha escolha no assunto; não só estava
fisicamente impedida de chegar a ele, mas o carro de Ryan já estava rolando longe do
meio-fio sem mim.
Isto não era o que eu esperava, chegar à estreia do meu noivo em um carro
diferente, especialmente desde que ele tinha acabado de ter um ataque de pânico.
Olhei para fora da janela, secretamente esperando que Ryan estivesse incomodado
com esse arranjo, rezando para que ele, pelo menos, pensasse nisso. Mas e se ele não
estivesse pensando? Eu tinha acabado de assumir que iria no mesmo carro. Quebrei
a cabeça tentando lembrar se nós falamos sobre os arranjos ou não, me sentindo
como se eu devesse saber essas coisas.
Talvez fosse necessário que ele estivesse por si mesmo quando
chegássemos? Afinal, ele é a celebridade, não eu. Mas sua mãe disse...
Pensei em ligar, mas percebi que eu estaria com ele se eu devesse estar com
ele. Ryan teria visto isso.
Mas... ele não viu.
Senti-me mudando de perplexa para chateada, rapidamente.
Isto é um vislumbre do nosso futuro? Do meu futuro? Mantenha a vida da
esposa bartender separada da vida glamorosa da estrela de cinema? Esse pensamento
trouxe minha raiva novamente. Taryn, o pequeno segredo sujo.
Comecei a ouvir a voz de Marla na minha cabeça, aconselhando Ryan que
talvez seria melhor se Taryn ficasse em casa a partir de agora. Sua língua bifurcada
viscosa sussurrando em seu ouvido que eu, provavelmente, estaria entediada ou ele
não teria tempo para cuidar de suas funções e de mim ao mesmo tempo. Ryan iria
concordar com ela?
Bufei para mim mesma, desgostosa que agora uma equipe de estilistas foi
contratada para me enfeitar como uma aspirante a charlatã. Imaginei em quanto
tempo eu seria considerada ruim para sua imagem pública.
Queria que o motorista tivesse me colocado em outro carro com Marie e
Tammy. Marie teria certamente, em termos inequívocos, me explicado sua
interpretação de como as coisas funcionam em Hollywood enquanto Pete, sem dúvida,
tentaria me convencer de que Ryan não queria magoar meus sentimentos.
Independentemente disso, este cenário pode ser desculpável uma vez, mas
essa merda não estaria acontecendo uma segunda vez.
Não agora, enquanto eu tenho esse enorme anel de diamante na minha mão.
Não me importo com o que meu futuro marido faz para viver. A esposa que eu pretendo
ser estaria ao seu lado, não escondida como uma reflexão tardia. Comecei a ensaiar
meu "por isso que estou tão chateada" discurso na minha cabeça quando meu celular
tocou.
— Tar, por que você está com os meus pais?
Engoli minha raiva e suspirei.
— Porque me disseram para ficar neste carro, Ryan. Eu só achei que você
não me queria com você.
Ryan xingou e me disse para aguentar firme, o que quer que isso significava.
Eu podia ver a multidão compactada, alinhada atrás das barricadas de
metal enquanto nosso carro começou a diminuir, mas em vez de parar no teatro,
nosso carro continuou dirigindo pela Hollywood Boulevard. Nós continuamos por
vários quarteirões, por fim virando em uma estrada estreita entre dois edifícios.
Bill e Ellen olharam nervosamente para fora de todas as janelas quando o
carro parou. Nosso motorista desceu e rapidamente abriu minha porta.
Assisti David sair do carro de Ryan, fazendo uma pausa para ajustar seu
relógio de pulso. Ryan não esperou por Mike para abrir sua porta. Ele correu para
mim.
— Tar, me desculpe. Venha comigo, baby. — Ryan levou-me pela mão.
Marla correu, em seus saltos de grife, a partir do seu carro.
— Será que alguém por favor me dizer o que estamos fazendo aqui? — Ela
perguntou freneticamente. — Nós temos um calendário apertado. Você tem que estar
no tapete em cinco minutos. Não temos tempo para desvios.
Ryan deu um passo na minha frente e se virou para ela.
— Nunca puxe um golpe como esse em mim novamente... — ele rosnou alto.
Marla, é claro, se fez de confusa, pressionando a mão contra o peito dele.
— O que quer dizer 'golpe'? O que você está falando, Ryan? Não, não! Preciso
que todos voltem para seus carros, agora! — Ela ordenou, batendo palmas várias
vezes para obter atenção. Pete estreitou os olhos em mim, perguntando-se, como o
resto deles, o que estava acontecendo.
— Você sabe exatamente do que estou falando— acusou Ryan.
— Não, eu tenho medo que eu não saiba.
— Não me venha com essa merda! — Ele gritou. — Você e David... vou cortar
vocês dois, porra, se você fizer algo assim novamente.
— Ei, espere — David rapidamente interveio. — Eu disse que não tinha nada
a ver com o arranjo dos carros.
Ryan olhou para ele. Zombei internamente com o comentário de David. Ele
era como um mentiroso nojento.
— Ryan, por favor. Eu não entendo — interrompeu Marla. — Por que você
está tão chateado?
Entre a vibração dos cílios e seu falso tom surpreso, era óbvio que ela estava
tentando encobrir as mentiras dela, também. Ryan cerrou seus dentes. Ele estava
fervendo.
— Eu disse que só ia esperar até noite de estreia, mas é isso. Nós discutimos
isso hoje, Marla! Assim, me explica por que diabos a minha noiva foi colocada em um
carro diferente?
Os olhos de Marla atiraram para mim. Eu, também, estava à espera de sua
explicação, aliviada pelo fato de que ele não estava apenas louco sobre isso, ele estava
furioso.
— É por isso que você está tão zangado? Que ridículo — ela murmurou. —
Ryan, esta não é a sua primeira estreia. Você sabe o que está envolvido quando
chegarmos. Venha agora. Vamos todos voltar para nossos carros. Você não quer se
atrasar. — Ela tentou chegar no braço de Ryan, mas ele empurrou-a fora.
— Eu não vou a lugar nenhum até que eu obter uma resposta — disse Ryan
desafiadoramente.
Ela suspirou, aparentemente incomodada por sua insolência.
— Eu não sei que tipo de resposta que você está procurando. Isto é sobre a
promoção de sua persona pública e seu filme, e não sobre desfilar sua vida pessoal.
Você sabe o caos que fica com a sua chegada. Você simplesmente não pode atendê-la
e seus fãs ao mesmo tempo — ela continuou. — É impossível.
— Ah, então agora não tenho nada a dizer sobre o assunto? É assim que
isto funciona agora?
— Bem, o que você quer e o que é melhor para sua carreira podem ser duas
coisas diferentes, Ryan. É para isso que você nos tem. Para guiá-lo.
Senti Ryan apertar minha mão ainda mais, quando ele a encarou.
— Eu sei o que você está tentando fazer e eu estou lhe dizendo, essa merda
para agora.
— Ryan, você está exagerando — Marla repreendeu. Ryan olhou para ela.
— Exagerando?
— Filho, o que está acontecendo? — Perguntou Bill, entrando no meio da
conversa.
— Nada, pai. Não se preocupe com isso — disse Ryan secamente, acenando
para seu pai.
— Sim. Exagerando. Você tem um dever para o estúdio e os produtores e
arrastando-a para baixo no tapete não é o melhor momento para uma estreia. A
imprensa vai querer entrevistá-la, Ryan. E o que é que ela vai dizer?
Deus, essa mulher realmente me incomodou.
— Eu acho que eu posso me cuidar.
Marla piscou para a minha interrupção momentânea e, em seguida, passou
a divagar novamente:
— Ela não passou por nenhum treinamento de mídia. Ela não vai saber
como responder às perguntas corretamente. Não podemos nos arriscar a cometer
erros agora. Você faz suas entrevistas e arranjos apropriados, em seguida, as
oportunidades de fotos serão —-
— Não! — Disse Ryan com finalidade absoluta. — Eu não estou escondendo
isso mais. Ela chega comigo esta noite. Fim da discussão.
Senti-me como a criança que deveria ter ficado em casa com a babá.
Marla bufou, apertando a ponte do nariz.
— Se você apenas me escutar por um minuto. Esta é a primeira estreia dela.
Deixe-a ter a sensação disso e, em seguida, talvez da próxima vez...
Tive tudo o que podia ter, vendo Ryan sob tal stress. Eu tive que empurrar
os meus próprios desejos e necessidades para o lado.
— Ryan, está tudo certo. Vou andar com seus pais e eu vou ficar fora do
caminho e não vou falar com ninguém. Sem fotos, sem entrevistas, nada. Eu prometo.
Somente... vamos lá. Você não vai se atrasar por minha causa.
— Não! — Ryan rosnou novamente. Ele não se mexeu quando eu puxei a
mão. — Espera aí, querida. Isso é besteira. Cal e Kelly chegaram juntos quando
fizemos a estreia de Seaside em LA, e aqui estou, em um maldito beco tendo uma
discussão sobre o desejo de chegar a minha estreia com a minha noiva.
— Ryan, acalme-se, amigo. — David tentou amansá-lo de novo. — Se você
quer ela no car... —
— Sua imagem pública é responsabilidade minha, Ryan. Minha! — Disse
Marla. — Você mal namorou esta garota, tolamente a engravidou uma vez, e agora
você está noivo? Você tem alguma ideia de que tipo de imagem imprudente isto passa?
E quanto tempo você acha que esta vai durar até acabar sendo uma batalha judicial?
Um passo em falso, uma citação errônea, e é tudo o que é preciso para estragar as
coisas para você. Temos tido inúmeras discussões sobre o namoro, o protocolo de
proteção de ativos, e manter discreta sua vida privada e fora do radar da imprensa
para que o foco permaneça em sua nova carreira, mas isso não parece registrar-se
com você. Eu tenho tentado proteger a sua imagem profissional. — Marla bufou. —
Se você, por uma vez, apenas fizesse o que te mandam fazer, em vez de correr como
um adolescente apaixonado, a vida seria muito mais fácil.
Meu estômago revirou, se irritou e eu queria vomitar. O impulso de correr
para o beco e seguir para o aeroporto veio logo em seguida. Meus piores temores de
ser considerada ruim para ele, estavam apenas confirmados. Eu senti como se
estivesse quebrando por dentro. Como pode nosso amor um pelo outro,
possivelmente, sobreviver através de todos estes constantes bombardeios, acusações
e sofrimentos? Ryan olhou-a com desprezo.
— O quê? É isso o que você pensa de mim? Oh, ho — ele resmungou. —
Estamos tão terminados.
— Acalme-se, Ryan — disse David novamente, dando um tapinha no ombro
dele para convencê-lo.
Ryan revirou os ombros com força. Eu podia ver a raiva cobrir seu rosto,
puxando seus lábios e o nariz em um grunhido. Por um momento eu me preocupei
que ele oscilaria em direção à David.
— Não! Foda-se isso. Eu já tive o suficiente! — Ele gritou. — Eu estou feito
ouvindo você, Marla. Taryn está chateada. Eu estou estressado. A imprensa está me
mostrando como um idiota por não dizer nada sobre o noivado, tudo porque eu tenho
escutado você e sua besteira. A partir de agora, nós fazemos isso do meu jeito. E eu
só estou lidando com Trish. Pelo menos eu sei que ela se preocupa com o que eu
quero. Eu deveria ter escutado os conselhos dela ao invés de seguir os seus.
Merda. Eu não poderia evitar, apertar meus olhos diante da gafe de Ryan.
Marla não conseguiu esconder a sua surpresa, mascarando-a rapidamente quando
ela olhou firme em suas próprias unhas.
— Eu tenho medo de isso não seja possível.
Ryan esfregou a testa antes de voltar a se dirigir a ela.
— Ok, então eu vou dizer uma coisa... deixe-me fazer a vida mais fácil para
você, Marla. Vou pegar outra publicitária. É simples assim.
— Não ameace, Ryan. É tão inconveniente. Você está perdendo o foco sobre
o que o seu trabalho é.
Ryan zombou.
— É isso aí. Estamos terminados. — Ele começou a se afastar, me rebocando
pela mão, mas depois parou abruptamente e virou-se uma última vez, enquadrando
seus ombros. — Marla... está despedida.
Engasguei de surpresa. Assim como Marla.
— Ryan, não seja assim — continuou ela, trotando atrás de nós quando
Ryan pegou nosso ritmo. — David? — Ela chamou, procurando ajuda.
— Ryan, você não quer fazer isso. Não no meio de uma turnê de imprensa
— repreendeu David. — Vamos lá, cara. Você precisa relaxar. Venha comigo. Vamos
dar uma caminhada e se acalmar. Ninguém está demitido.
Ryan empurrou a mão de David. Mike, imediatamente, deu um passo à
frente, fazendo um buraco entre Ryan e seu gerente.
— Eu não acredito nisso! Quem dá as cartas por aqui, eu ou você? Ou eu
sou apenas seu peão? Falei sério. Ela está demitida. E você... — Ryan apontou para
o rosto de David. — As merdas mudarão agora, ou você é o próximo. Você está na
minha folha de pagamento, lembra-se? Você trabalha para mim. Nunca se esqueça
disso.
David estava pisando levemente.
— Você está sob contrato com a empresa dela, Ryan.
— Então faça seu maldito trabalho e me tire disso.
Alguns poucos carros vieram a uma parada brusca no final da estrada.
Paparazzi correram de suas portas abertas. Ryan xingou baixinho.
— Taryn, vamos embora. Papai, leve a mamãe de volta para o carro, agora
— ele gritou. Corri para a porta do carro aberta com a mão de Ryan na parte inferior
das minhas costas.
— Ryan — Marla soprou condescendente.
— Vá para casa, Marla — ele instruiu enquanto segurava minha porta. —
Você não trabalha mais para mim.
Os Paparazzi invadiram o nosso carro em ambos os lados, tirando foto após
foto. Nós dois blindamos nossos rostos, bloqueando seus flashes intrusos da melhor
forma que podíamos.
— Vamos lá! Dirija! — Ryan ordenou. Os Paparazzi continuaram a correr ao
lado de nosso carro enquanto nós, lentamente, rodamos para longe; eles gritavam
nossos nomes, esperando que nós realmente olhássemos para eles. Meu coração
estava batendo freneticamente.
Isso foi como uma cena saída de um filme de suspense ruim com zumbis e
perseguições de carro em alta velocidade. Foi um alívio quando estávamos de volta na
rua.
Com o tráfego, levou quase 20 minutos para dirigir de volta para o teatro
chinês de Grauman. Ryan apertou e beijou a minha mão enquanto eu tentava levá-lo
a se acalmar e concentrar-se, agradecendo-lhe por me amar e pedindo desculpas no
meio. Meu pobre homem foi girado para cima e em pior forma do que eu era e era hora
de ele colocar seu rosto no jogo. Nosso carro estava puxando até o meio-fio.
É isso. É agora. Eu nunca estive tão nervosa em toda a minha vida.
Ryan deixou escapar um suspiro longo, trabalhoso, fechando seus olhos nos
meus.
— Lembre-se do que eu disse. Olhos e ouvidos abertos. Pronta?
Assim que o pé de Ryan bateu na calçada, os fãs começaram a gritar.
Congelei em choque ao ouvir o volume ensurdecedor vindo da multidão. Ryan acenou
rapidamente, fechou o botão de seu casaco, e, em seguida, virou-se para a minha
porta aberta para me dar a mão.
Puta merda.
Não há palavras, não há preparações que poderiam ser instruídas, para o
que eu estava sentindo naquele momento.
Milhares de pessoas, como um mar de corpos ondulantes, estavam gritando,
comprimidos por trás das barricadas que mal mantinham-lhes de volta. Muitos deles
estavam acenando cartazes, livros e imagens para Ryan assinar, gritando no topo de
seus pulmões para chamar sua atenção.
As palavras "multidão frenética" e "oh meu Deus, eu vou morrer"
rapidamente vieram à mente.
Não admira que Ryan entrou em pânico antes. Ter tantas pessoas em tal
proximidade, gritando por sua atenção, era dez passos além aterrorizante. Eu temia
que a qualquer momento a barragem poderia ceder, permitindo que a horda violasse
nosso pequeno pedaço de terra e pisoteasse-nos à morte. Comecei a tremer. Meu
primeiro instinto de sobrevivência ligou-se e me encontrei desesperadamente à
procura do tapete vermelho para todas as saídas possíveis.
Havia tantos outros dentro dos limites das barreiras, vagando, procurando,
era desconcertante e opressivo. Cartazes de filmes enormes de Reparação estavam
como estátuas, elevando-se em cima.
Algumas pessoas estavam falando no ouvido de Ryan já, instruindo-o para
onde ir e levando-o para a frente. De mãos dadas, demos os primeiros passos, sempre
protegidos pelo nosso fiel guarda-costas, Mike Murphy.
Fotógrafos alinharam as outras barreiras, empurrando, tirando fotos e
gritando para nós. Não só eles tinham câmeras caras, mas percebi que alguns poucos
estavam com laptops, carregando as primeiras fotos nossas instantaneamente ao seu
tabloide e feed de notícias. Trish correu para o lado de Ryan.
— Acabei de receber um telefonema de Marla... ela disse que eu tenho que
sair? Eu... eu não entendo. — Seus olhos alternaram, para frente e para trás, entre o
rosto de Ryan e questionando o celular que ela segurava na mão.
— Marla e eu estamos acabados — Ryan informou-a rapidamente.
— O quê? Hum... eu... — Ela gaguejou.
Ryan assinou mais alguns autógrafos sorridente, posando e
cumprimentando seus fãs.
— Você quer um emprego? — Perguntou a ela em particular, agarrando
minha mão na sua.
— Senhor Christensen, por aqui, por favor — um homem em um terno
instruiu, conduzindo-nos a segui-lo.
— Trish, eu preciso de um publicitário, agora — disse Ryan, mantendo seu
foco em meio a todo o caos que nos cercava.
A boca de Trish abriu, mas nenhuma palavra veio. Para meu alívio, só levou
alguns segundos para ela finalmente acenar e mudar para o modo completo de
negócios, cuidando da aparência de Ryan habilmente.
Ryan me segurou ao seu lado, sempre dentro de polegadas de distância,
mesmo quando ele parou para cumprimentar os fãs lhe adorando.
— Ryan, temos Access Hollywood e o ReelzChannel primeiro — Trish
informou. — Taryn, você fica aqui atrás. Concentre-se em Ryan enquanto ele fala,
porque você vai estar na câmera. Eu preciso de um segurança extra bem aqui. — Ela
puxou Ryan pelo cotovelo para mantê-lo em movimento.
Fiquei parada ali ao lado, orgulhosamente sorrindo para o meu noivo
quando ele deu as entrevistas breves. Seu sorriso, charme e entusiasmo humilde
nunca falhou, mesmo quando Trish o guiou de microfone em microfone.
E outra vez, cada repórter perguntou quando iríamos nos casar, pelo que
ele, alegremente e repetidamente, respondeu:
— Eu não sei. Nós apenas ficamos noivos. Não discutimos isso ainda.
Só assim, com três frases simples, nosso noivado tornou-se oficialmente
notícia confirmada.
Depois de felicitar-nos em nossas núpcias pendentes, o entrevistador de
Entertainment Tonight perguntou meus pensamentos sobre o filme. O microfone
intimidante inclinou em minha direção e de alguma forma minha boca transformou-
se no Sahara2 e toda a saliva, inconvenientemente, desapareceu da minha boca. Senti
Ryan, tranquilizador, apertar a minha mão.
— Eu não tive a oportunidade de vê-lo ainda. Hoje à noite será a minha
primeira vez — respondi com um sorriso, aliviada que não soei como uma idiota.
— E eu só estou ansioso para ver a reação dela — Ryan sorriu
orgulhosamente para mim.
Felizmente, esta foi a única pergunta que ela fez antes que tivemos de passar
para o próximo microfone.
Conforme andamos pela multidão de repórteres, ficou muito evidente por
que Ryan se assustou mais cedo. Para, posa, sorri, vira, olha, entrevista, assine isso
— tudo acompanhado pelos gritos animados de milhares de fãs apaixonadas.
Ver Ryan interagir com seus fãs foi fascinante e assustador. Eu temia por
sua segurança enquanto um após o outro chegou para ele. Um momento de trégua

2 Deserto na África.
não poderia ter vindo mais cedo. Fui escoltada por dois guarda-costas brutamontes
até a família de Ryan, onde esperei enquanto ele realizava mais entrevistas e posava
para os fotógrafos. A área VIP, onde tentei parecer como se pertencesse enquanto
algumas celebridades muito conhecidas passaram, parecia ser um lugar seguro.
Também era o lugar onde eu fui capaz de ver alguns outros rostos familiares, ou seja,
Cal Reynolds e sua esposa, Kelly Gael. Eu estava muito feliz de ver que eles vieram
apoiar a estreia de Ryan.
Enquanto falávamos, uma mulher bem vestida, com cabelos castanhos na
altura dos ombros, se aproximou de mim. Ela parecia estar em seus quarenta anos,
muito em forma, mas verdadeira idade iludia em LA. Conforme a vi, percebi que ela
tinha o sorriso mais atraente e as bochechas mais otimistas que eu já tinha visto.
— Com licença. Oi! Você deve ser Taryn? — Ela perguntou.
— Sim! Olá! — Voltei sua saudação alegre.
Ela estendeu a mão.
— Eu sou Anna, Anna Garrett. Eu sou uma das produtoras executivas do
filme. Um pouco esmagador, não é?
— Sim. Sim, é! — Eu disse, olhando ao redor. — E espetacular e incrível.
— Eu já ouvi muito sobre você; é bom finalmente conhecê-la. Oh, eu acredito
que você já conheceu meu marido? — Ela disse em um sotaque britânico muito
distinto. Um pequeno toque de pânico rastejou até minha garganta enquanto eu
esperava não ser falsamente acusada de nada. Ela puxou o paletó de um homem e no
momento em que se virou, o reconheci imediatamente. Ele era o único diretor de
cinema que eu conhecia pessoalmente.
— Ah sim! Sim, claro. Mr. Follweiler. É tão bom ver você de novo!
— Taryn minha cara! — Jonathan Follweiler sorriu, abraçando-me sem jeito.
Sua barba cinzenta áspera picou minha bochecha. — Ah, é bom vê-la, também! Como
você tem estado? Bem, eu espero?
Balancei a cabeça rapidamente.
— Você está absolutamente radiante — ele cumprimentou, me admirando
sinceramente.
— Você parece bastante atraente, senhor — respondi. Seu lenço safira e
gravata combinava bem.
— Senhor? Não, não, Taryn, por favor, me chame de Jonathan. Então, como
que nosso menino está fazendo estes dias? — Perguntou ele, esticando o pescoço na
direção de Ryan.
— Ele está ótimo. — Foi a resposta mais benigna que eu poderia dar,
considerando as circunstâncias anteriores. — E ele está ansioso para voltar ao
trabalho. — E longe desta insanidade.
— Bom! Então, eu também — ele admitiu às escondidas. — Você vem para
Vancouver com Ryan?
— Sim. Assim que voltarmos da coletiva de imprensa Europeia — eu disse.
Jonathan sorriu calorosamente.
— Isso é uma notícia maravilhosa. Então você e Anna podem fazer
companhia uma à outra.
Senti uma mão tocar meu ombro. Era Trish.
— Com licença. Desculpa por interromper. Taryn, estamos prontos para sua
foto com Ryan — disse ela.
— Certo. Não se preocupe — Anna disse com uma piscadela. — Podemos
nos encontrar mais tarde.
— Estou ansiosa para vê-la na festa depois — eu disse, alcançando-os para
dar-lhes um abraço de adeus. Foi euforia quase pura finalmente me sentir aceita por
algumas das pessoas mais influentes em minha nova vida, em nossa nova vida.
Ryan sorriu e pareceu aliviado por me ver de novo, mas assim que eu estava
ao lado dele, sua testa franziu e ele pareceu cauteloso.
— Você está pronta para isso?
Eu dei-lhe um sorriso tranquilizador e um aceno rápido.
— Estou pronta.
Ryan me levou pela mão para ficar na frente de uma enorme parede
estampada com o logotipo do filme Reparação. Ele rapidamente deu um passo atrás
de mim, de pé do meu lado direito, em vez de minha esquerda.
— Ok — ri nervosamente, confusa sobre o porquê ele reposicionou-se.
Ryan colocou seus lábios perto do meu ouvido.
— Põe a tua mão no meu peito. — Ele riu levemente para fazer parecer como
se estivéssemos compartilhando uma piada privada. — Eu quero que todos vejam o
seu anel — disse ele enfaticamente, olhando nos meus olhos com uma certa ternura
que era hipnotizante. — É hora de crescer ou ir para casa. Eu quero que todos saibam
que você é minha, Taryn.
Sorrimos e posamos enquanto a imprensa tirou nossa foto um milhão de
vezes. Os fotógrafos estavam gritando nossos nomes tantas vezes, que eu não sabia
qual câmera era para olhar. O sorriso de Ryan era contagiante.
— Eu disse-lhe como excepcionalmente bela você está hoje à noite?
Conforme olhei nos olhos dele, vaidade pessoal baixou no meu mapa
emocional. Em vez disso, eu disse o que realmente estava sentindo.
— Estou tão orgulhosa de você.
Meu sorriso se alargou quando ele descansou sua testa na minha.
— Eu te amo — ele sussurrou, as pontas de seus dedos segurando
suavemente meu queixo levantado. — Nunca duvide disso. — E então, na frente de
centenas de câmaras, suavemente, com adoração, ele me beijou.
CAPÍTULO 4

Festa

Uma vez que a aparição pública de Ryan lá fora acabou, fizemos o nosso
caminho para o luxuoso teatro, para a estreia de Reparação. Longe iam os sentimentos
de dúvida, substituídos por uma nova confiança sobre meu papel como sua noiva.
Tentei me concentrar no filme, mas foi difícil, sabendo que Ryan estava,
principalmente, observando minhas reações, em vez da tela. Ele já tinha visto o filme
durante projeções privadas quando ele teve que fazer as cenas com os comentários e
eu sabia que ele não gostava de ver seus próprios filmes. Ele disse que era o aspecto
narcisista que o incomodava. Ryan sussurrou com descrença em meu ouvido.
— Você está chorando?
— Shh — eu lhe dei uma cotovelada suavemente e limpei a umidade do meu
rosto. Eu não poderia evitar; o personagem de Ryan tinha acabado de salvar uma
adolescente, vítima de bulling, de cometer suicídio quando ela tentou se enforcar no
refeitório da escola. Dizer que foi de cortar o coração foi um eufemismo.
Ryan estava muito preocupado com a minha reação emocional, rindo
desconfortavelmente e me cutucando como se para quebrar a influência que o filme
teve sobre a minha atenção. Quando não cedi a sua provocação, ele olhou através de
mim e suspirou quando viu que sua mãe estava chorando também.
Peguei a mão dele na minha e trouxe-a para os meus lábios. Eu não sei
como dizer a ele que eu estava apavorada.
— Oh meu Deus! — Marie suspirou, virando-se para nós quando o filme
acabou. Tanto ela quanto Tammy estavam limpando sob os olhos com os dedos, para
o final emocionante. Os créditos estavam rolando quando agarrei lapela de Ryan para
puxá-lo para um beijo rápido. Aninhou-me contra ele, enxugando minhas lágrimas,
tentando recuperar o meu contato com a realidade depois dessa montanha-russa
emocional. Meu futuro marido foi absolutamente notável. Eu nunca tinha sentido
tanto orgulho por um homem antes deste momento.
Menos de uma hora depois, chegamos no hotel onde estava sendo realizada
a minha primeira pródiga festa-pós estreia.
Antes que nosso carro parar completamente, Ryan focou em mim,
sussurrando instruções de última hora:
— Fique comigo, ok? Não solte da minha mão. E não olhe para os paparazzi
ou diga qualquer coisa para eles. Basta seguir minha liderança.
Meu pulso estava vibrando a um ritmo vertiginoso. Paparazzi pousaram em
nosso carro por todos os lados, gritando, berrando, iluminando o céu noturno com
milhares de flashes brilhantes. Antecipei que Mike iria abrir imediatamente a minha
porta, mas ao invés disso ele parou, gritando com os paparazzi para recuar. Mover
Ryan de lugar para lugar foi uma tarefa difícil, para dizer o mínimo. Os três ou quatro
paparazzi irritantes que o cercaram enquanto ele estava em Rhode Island comigo,
eram nada comparados com os cinquentas ou mais que nos invadiram agora. Alguns
cinegrafistas empurram mais perto, constringindo em torno de nós como víboras
famintas na hora da alimentação, enquanto os seguranças musculosos do evento
ajudaram Mike a mover-nos ao redor. Senti a mão de Ryan tensa enquanto ele nos
encaminhou rapidamente em direção à entrada.
O agente de Ryan, Aaron Lyons, nos recebeu imediatamente quando
entramos no salão de baile luxuoso, dando-me um abraço caloroso e um adorável
beijo na bochecha. Outra aceitação aliviada. Pelo menos seu agente queria ser
simpático e jogar bonito.
Aaron sabia exatamente como trabalhar em uma sala cheia de dinheiro e
poder de Hollywood, apresentando-nos qualquer um importante e dirigindo-nos longe
daqueles considerados indignos de nosso precioso tempo. Aaron me tratou com
bondade, continuamente se referindo a mim como “a noiva de Ryan, a bela Srta. Taryn
Mitchell”.
Nós conversamos com os produtores, os executivos do estúdio, roteiristas,
cineastas, editores de som e cada namorada, esposa, marido e parceiro que vieram
com eles. Os cartões de visita eram mostrados e de bom grado levados quando
oferecidos. Este era os altos-perfis da rede — estilo Hollywood. Um grito distante a
partir das demandas de possuir um negócio autônomo simples, mas nada que eu não
pudesse lidar.
Eu, pelo menos, tinha sentido para o negócio o suficiente para saber que,
independentemente da indústria em particular, negócio é negócio e ele vem com um
conjunto predefinido de regras. Na maioria das vezes, o poder de fazer ou quebrar
você, depende de sua capacidade de fazer uma boa primeira impressão.
Este era o mundo de Ryan e se eu tinha alguma esperança de sobreviver
nele, eu tinha que começar a prestar atenção à forma como o jogo era jogado. Então,
comecei com o básico. Fácil de fazer, uma vez que a maior parte do quarto era do sexo
masculino.
E no núcleo, os homens são facilmente seduzidos pelo bom e velho charme.
Era tão óbvio que eu estava ali apenas enfeitando, que foi tão confortável
para mim quanto respirar — primeira regra de negócio: você quer saber como algo
funciona, siga o dinheiro. Descobre como é feito e quem o controla, então você fala a
língua.
Ryan e eu estávamos no meio de uma conversa com sua co-estrela em
Reparação e interesse amoroso na tela, Jenna Rayford, e Jonathan Follweiler e sua
esposa, Anna, quando do nada Marla aproximou-se e invadiu nosso círculo, usando
aquele sorriso falso que tão insidiosamente apresenta para o resto do mundo
desconhecido.
— Jonathan! — Ela disse calorosamente, dando-lhe um beijo do ar. — É tão
bom ver você de novo.
Ryan tomou um gole de cerveja da garrafa em sua mão e olhou para o lado,
fazendo aquele pequeno som de sucção através de seus dentes, que ele sempre faz
quando está irritado. Apertei a mão dele suavemente e considerei nossa estratégia de
saída. Não demorou muito tempo para chegar a uma.
— Gostaria de falar com Kelly e Cal antes deles saírem — disse eu em
particular em seu ouvido, apontando-os sentados a uma mesa. — Venha comigo?
Ryan não hesitou. Desculpamo-nos educadamente.
— Oh Ryan? — Marla gritou, correndo atrás da gente. — Eu queria saber se
poderíamos falar.
Porra, não fomos rápidos o suficiente. Ryan parou e gemeu.
— O quê? — Disse ele bruscamente. — O que você quer?
— Ah, qual é! Certamente você ainda não está azedo comigo?! O que
aconteceu antes é passado. Eu sei que você não quis dizer aquelas coisas horríveis e
eu quero que você saiba que eu te perdoo.
Ryan zombou.
— Você realmente é um pé no saco, Marla. Eu não posso acreditar que estive
tão cego por todos esses anos. Só assim não há confusão, eu quis dizer o que disse
anteriormente. Você não é mais minha publicitária.
Eu estava orgulhosa dele por desarmá-la.
A cabeça de Marla mexeu em seu pescoço enquanto ela se recompôs. Eu
poderia claramente, como se estivesse olhando através de um pedaço de vidro, vê-la
cobrir sua próxima frase com veneno.
— Deixe-me lembrá-lo, se você optar por cortar nosso relacionamento, você
corta suas interações com toda a minha organização também.
— Tudo bem, — disse Ryan, imperturbável. — Tenho certeza que você vai
me enviar uma conta.
Os lábios de Marla contraíram-se.
— Trish — ela gritou em direção ao bar, onde Trish estava escondida,
observando secretamente. Marla impaciente estalou os dedos. Deus, eu odiava isso.
Eu queria estalar seus dedos ossudos como galhos.
— Trish — disse ela com um sorriso forçado. — Sr. Christensen,
estupidamente, decidiu encerrar seu contrato com Brown e Sullivan. Eu não posso
evitar, mas sinto como se você tivesse algo a ver com isso.
Trish, instantaneamente, pareceu mortificada e balançou a cabeça em
negação.
— Bem, de qualquer forma, não importa muito mais. Eu te dei instruções
específicas no início e você escolheu desafiá-las. Eu não posso ter os meus
funcionários pensando que podem minar as minhas decisões.
— Marla, pensei que você queria que — Trish tentou explicar.
Marla cortou com uma vibração de sua mão.
— Como eu disse querida, isso não importa. Seu emprego com a Brown e
Sullivan está encerrado, com efeito imediato. Você pode entrar em contato com o RH
para organizar como pegar suas coisas pessoais na segunda-feira. Dê-me seu crachá
de segurança. — Marla estendeu a mão.
Senti o choque bater no meu peito e rastejar até a minha garganta. A última
coisa que eu queria que acontecesse, estava acontecendo na minha frente. Eu não
tinha certeza se Ryan estava completamente sério quando lhe ofereceu um emprego.
— Você está me demitindo? — Perguntou Trish. Choque e angústia fazendo
seu lábio tremer. Marla sorriu.
— Você é rápida — disse ela em tom condescendente. — Talvez você não vai
ser tão dissimulada em seu próximo trabalho.
A mão de Trish tremeu conforme ela cavou em sua bolsa. Eu queria abraçá-
la e gritar algumas obscenidades para Marla, por ser uma vadia real. Cara, ela era
fria. Ryan esfregou a testa.
— Olha, se você está chateada comigo, tudo bem, mas não desconte nela.
Marla cruzou os braços e plantou um pé vestido de saltos altos.
— Eu não vejo como isso lhe diz respeito. — Ela estalou os dedos para Trish
acelerar. — Ela desobedeceu minhas ordens.
"E eu passei por cima delas! — Ryan salientou. — Eu pedi-lhe para ficar.
— E aqui eu pensei que você poderia sobreviver sem os meus serviços —
Marla retrucou falsamente, esvoaçando seus olhos.
Trish entregou um cartão ligado a uma corrente à Marla e fungou as
lágrimas.
Minhas emoções giravam furiosamente. Raiva, negação, ódio e culpa
correram por meus pensamentos, cada um tentando dominar. Ryan estava sem
palavras, em busca de um bom retorno que não voltou à superfície.
Eu tinha que fazer alguma coisa.
— Hum, Ryan? Eu acredito que Trish é agora uma publicitária livre —eu
disse. — E ela é mais do que qualificada para lidar com o seu PR. — Eu dei a ele um
dos nossos sinais particulares, lançando os olhos para Marla brevemente e coçando
o queixo, transmitindo a mensagem de que ele deveria dizer a ela para ir para o
inferno. Seus olhos brilharam e ele concordou.
— Sim... sim, ela é — confirmou Ryan.
— E apenas aconteceu de você estar à procura de nova representação.
É isso mesmo, querido. Repreenda-a. Marla poderia socar profundamente,
onde o sol não brilha. Podemos não ser capazes de salvar Trish completamente, mas
eu teria pura certeza de que ela, pelo menos, sairia com sua dignidade.
— Nós estamos feitos aqui, certo? — Ele perguntou à Marla, dispensando-a
como se ela já não era importante.
Foi extremamente agradável assistir o rosto de Marla desintegrar-se em
derrota. Como desejei que eu pudesse ter gravado em vídeo para que pudéssemos vê-
lo uma e outra vez para rir. Ryan apertou minha mão na sua e olhou para a garrafa
de cerveja vazia.
— O que vocês me dizem, senhoras, tempo para discutir o novo salário de
Trish ao longo de algumas doses de tequila? Isto é, se você quer trabalhar para mim.
Trish sorriu de orelha a orelha.
— Claro que sim! — Ela disse com entusiasmo.
— Você não pode fazer isso — disse Marla com autoridade falha. Ryan sorriu
para ela.
— Observe-me.
Após duas horas socializando com pessoas que eu não conhecia, me senti
horrível por não pagar qualquer atenção para os meus amigos. Procurei pela sala por
eles, apenas para perceber que um dos meus amigos estava sentado em uma mesa
vazia.
— Ei, por que está sentado aqui sozinho? — Perguntei ao Pete. Sentei-me
na cadeira ao lado dele. Pete parecia confuso.
— Eu não estou sozinho. Gary apenas está no banheiro dos homens.
— Oh! Onde estão as garotas? — Olhei em volta procurando Marie e Tammy.
Pete apontou para um canto distante.
— Elas estão lá socializando. Gary está realmente chateado que Marie está
tocando aquele cara com a camisa preta. Você pode querer dizer alguma coisa para
ela antes que fique feio. Ele está, tipo, bêbada.
Olhei e vi minhas duas melhores amigas gargalhando com um grupo de
pessoas. Eu não sabia quem era o cara, mas ele tinha o cabelo castanho curto e
parecia um modelo masculino a esta distância. Eu não tinha sido capaz de gastar
muito tempo com meus amigos desde que chegamos, mas notei Gary sentado nessa
mesa, franzindo a testa toda a noite.
— Eu vou cuidar disso em um minuto. — Estiquei o pescoço para ter uma
visão melhor. — Aquela é Marcia Gay Harden à esquerda de Tammy. Ela
desempenhou o papel principal, lembra?
Pete balançou a cabeça, mas eu poderia dizer que ele realmente não se
importava. Ele não ficava impressionado com celebridades, a menos que eles
estivessem vestindo uniformes de beisebol ou futebol. Na verdade, ele parecia cansado
e pronto para a cama. Eu poderia contar.
— Onde está Ryan?
Acenei na direção dele.
— Bem ali. Ele está falando com Edward Zwick. — Pete parecia perdido. —
O diretor?
— Ooh, ele está falando com o diretor — disse Pete em um tom de
provocação, como se o simples fato de que meu noivo estava socializando com o quem-
é-quem de Hollywood fosse nada demais. O rosto de Pete ficou sério. — Tem certeza
de que está pronta para tudo isso? — Seus olhos perfuraram os meus, tentando me
ler.
Mordi meu lábio enquanto ponderava a pergunta. A sala estava tão cheia de
riqueza e pretensão, nós dois estávamos nos sentindo fora de lugar.
— Eu sei o que você está tentando dizer, mas tudo isso realmente não é
Ryan, também. Ele está desconfortável com isso, também, você sabe.
Pete balançou a cabeça, em sua maioria concordando comigo.
— Além disso, talvez tudo isso é o que eu deveria ser. Eu apenas fui através
dos movimentos por tanto tempo agora, executando o bar fora do limite da culpa. —
Bufei. — Se meu pai ainda estivesse vivo, eu provavelmente estaria sentada atrás de
alguma mesa em Manhattan, estando completamente miserável ao invés de estar
aqui.
— Sim — Pete concordou. — Provavelmente. Embora você poderia ter tido
sua própria fama, você sabe.
Guinchei um pequeno som de "gah".
— Okay, certo.
— Não me venha com essa merda, Taryn. Você sabe muito bem que eu falo
a verdade. Mas em vez de tentar ser modelo, deixou aquelas idiotas na escola fazerem
você se sentir indigna.
Memórias de ser apontada e intimidada, suportando insultos implacável
porque eu tinha seios maiores do que a maioria e tendo um menino gordinho como
melhor amigo, não eram coisas que eu queria pensar agora. Mesmo Marie e Melanie
questionaram por que eu estava ao redor com Pete naquela época. Mas nenhuma de
suas opiniões importaram tanto, do que Pete importava para mim. Ele era a única
pessoa que veio em meu socorro quando Emily Howard me empurrou para baixo no
campo de jogos no primeiro dia de escola, e por anos ele era o irmão que eu nunca
tive.
No momento em que chegou ao ensino médio, Pete emagreceu, ficou mais
alto, e se juntou à equipe de luta, mas uma coisa continuava a mesma, ele sempre
cuidava das minhas costas. Ele foi e ainda é meu melhor amigo.
Pete acenou um dedo ao redor.
— Mais de duas dezenas de cabeças se viraram quando você andou por aqui.
Estou surpreso que você não tropeçou em algumas línguas babando ao longo do
caminho. Eu estava com medo que teria que chutar alguns traseiros para expulsa-
los.
— Cala a boca.
— Não, você cale a boca! — Pete parecia divertido. — Eu acho que isso é o
que eu mais amo em você, garota. Você é a pessoa mais autodepreciativa que eu
conheço, mesmo que você não tem absolutamente nenhuma razão de ser.
Estremeci. Que absurdo.
— Todo mundo está apenas curioso para ver quem era capaz de captar a
atenção do Ryan, isso é tudo.
— Vê? Você não pode sequer tomar um elogio sobre não ser capaz de tirar
elogios. Você sempre foi um enigma, Ms. Mitchell. A completa contradição.
Irritei-me com falso horror.
— Você acabou de me chamar um enema3?

3 Lavagem intestinal. Aqui a autora faz uma brincadeira por que Pete a chama de Enigma
que é bem parecido com Enema.
— Sim. Você é uma dor total na minha bunda.
Eu ri da nossa brincadeira. Nós sempre tivemos essa amizade fácil, durando
mesmo enquanto ele estava loucamente apaixonado por Melanie, a irmã de meu ex,
Thomas. Ao longo dos anos, muitas vezes fingi que Pete e eu éramos realmente irmão
e irmã, separados por uma trágica confusão no hospital. Ele estava sempre lá para
mim não importa o que, olhando por mim como um irmão deveria.
Algo chamou sua atenção.
— Ryan é um bom homem... um homem bom real, Taryn. Estou contente
que tudo se acertou. Você finalmente escolheu um que não aciona minha vontade de
bater em sua cabeça.
Sorri com seu entusiasmo.
— Obrigado. — Aqueceu meu coração saber que Pete e Ryan tinham muito
respeito um pelo outro.
A memória mesquinha de apenas sete dias atrás, quando pensei que os pais
de Ryan tinham vindo para movê-lo para fora do apartamento, rastejou de volta em
meus pensamentos.
— Eu só queria que um de vocês tivesse me dito o que estava acontecendo.
A atenção de Pete desviou para sua bebida, mas era tempo de termos essa
conversa.
— Eu quase disse. Cheguei perto de derramar o feijão algumas vezes. Eu
não podia suportar vê-la com tanta dor. Apenas saiba... isso me matou.
— Então, por que não contou?
Ele rodou o gelo no copo, hesitando.
— A verdade? Porque eu não tinha certeza. Eu não sabia se Ryan iria
realmente fazê-lo ou não. Quero dizer, ele nos disse que faria. Inferno, ele até mesmo
pediu a todos nós por nossa bênção. Mas então vocês dois estavam casa/separa por
alguns dias e.... — Ele endireitou-se e olhou-me nos olhos. — Se nós disséssemos que
ele proporia e, em seguida, ele não fizesse... Deus... eu simplesmente não podia fazer
isso com você, Taryn.
Esfreguei minha mão suavemente, brevemente sobre seu ombro, tentando
aliviar seu remorso óbvio.
— Compreendo. Eu... me sinto como uma idiota, continuando da maneira
que eu fiz. Ao vê-lo beijar Lauren naquele restaurante e aquele maldito bilhete... foi
tão convincente. Eu sei que eu nunca deveria ter duvidado dele, mas de pé ali
assistindo, foi como reviver o pesadelo com Thomas tudo de novo. Só que desta vez,
doeu um milhão de vezes pior.
Os lábios de Pete enrolaram em um familiar, sorriso simpático.
— Eu sei o que você vai dizer a seguir — interrompi, lendo o resto da
expressão de Pete. — Eu tenho que superar isso agora e nunca me permitir obter ficar
para baixo de novo.
— Sim — ele confirmou com um sorriso. — Mas o que você também tem que
ter em mente é que, desta vez, você está com um cara que está totalmente apaixonado
por você.
Eu não tinha necessidade de ser uma intérprete para pegar a alusão de Pete.
Apesar de suas ações contrárias e opinião de Pete, Thomas me amava. Ele mesmo
disse isso para mim em voz alta uma vez. Ele simplesmente não sabia como
demonstrar isso o tempo todo.
Pete olhou por cima na direção de Ryan.
— Quero dizer, basta olhar para ele. Ele tem todos os tipos de mulheres que
pairam em torno dele, mas ele não as reconhece, nunca. Ele tem sido assim desde
aquele primeiro dia que ele entrou em seu pub. Como se você fosse a única mulher
no planeta. E o engraçado é que, não importa onde você está no quarto, Ryan sabe
exatamente onde você está. Ele pode estar falando com alguém rico e famoso, mas ele
sempre tem um olho treinado em você. Aquele pobre bastardo. Ele é um caso perdido.
Revirei os olhos para sua provocação.
— Falando em caso perdido... antes que eu esqueça, Tammy tem me
incomodado. Você sabe que nós ainda temos um pequeno problema com o casamento
e com quem você vai fazer par. Eu não queria perguntar ao meu primo no caso de
você querer Ryan, mas... você quer que eu pergunte à Ryan?
— Perguntar-me o que?
Minha cabeça virou, surpresa com sua voz. Ryan estendeu a mão e acariciou
delicadamente minha bochecha, em silêncio, murmurando "oi" para mim. Naquele
momento, todo o resto deixou de existir. Seu amor por mim era esmagador e nesse
instante algo novo, algo profundamente profundo nos amarrou ainda mais forte. Senti
tão certo quanto senti meu próprio coração. Peguei sua mão quente rapidamente e
lhe dei um beijo.
— Oh hey — disse Pete, dando-me o "vê o que quero dizer" olhar torto que
conheço tão bem.
Ryan sentou-se na cadeira ao meu lado, pressionando seu corpo perto do
meu. Minha mente rapidamente desviou para pensar sobre o quanto eu gostaria de
apenas aconchegar-me em seus braços e acabar com esse dia cansativo. Eu estava
começando a me sentir como Pete parecia — esgotada. Ryan beijou suavemente a pele
exposta no meu ombro e, oh, tão sedutoramente flutuou a ponta do seu nariz no meu
pescoço. Maldita provocação. Pete pigarreou.
— Ryan, eu queria saber como você se sente sendo o parceiro de Taryn no
nosso casamento. Eu ficaria honrado se você fosse um dos meus padrinhos.
Ryan se animou um pouco.
— Realmente? Uau. Claro, acho eu. Hum... espere. Eu não sei — disse ele.
Foi quando ele estacionou sua testa em meu ombro.
— Pensei que você estava livro no primeiro fim de semana de setembro? —
Estendi a mão para o meu telefone para verificar sua agenda, jurando que eu tinha o
bloqueado, mas outros pensamentos rapidamente vieram a mim.
— Estou, eu acho — ele murmurou. — Não é isso. Pete, estou honrado que
você pediu, mas eu não sei se isso é uma boa ideia. Você sabe que eu tendo a causar
um rebuliço onde quer que eu vá. Eu não quero estragar o dia do seu casamento.
Esse é o seu dia.
Coloquei minha bolsa novamente na mesa e suspirei, imaginando o
pandemônio que resultaria de Ryan e eu sermos vistos em uma igreja juntos. O
mexerico dos tabloides desta manhã, informou que Ryan propôs porque,
supostamente, estou grávida. — Sim, ele está certo. Você não quer que os paparazzi
em seu casamento.
— Ah, que se danem. Eu quero você lá — respondeu enfaticamente Pete,
cutucando a toalha branca com o dedo para enfatizar seu ponto.
Quanto mais eu considerava isso, mais imaginava o casamento de Tammy
sendo arruinado por penetras e centenas de fotógrafos, todos competindo por uma
chance clara de Ryan em um smoking.
— Não. Não é uma boa ideia — eu disse com remorso. — Basta perguntar
ao seu primo.
Ryan pigarreou.
— Hum, eu não me lembro de dizer não — ele me corrigiu. — Posso voltar
para você sobre isso depois, Pete?
Eu não entendia por que Ryan precisaria de tempo para pensar nisso. Após
o grande rebuliço que foi feito sobre as fotos da proposta, eu só podia imaginar a
porcaria que seria impressa conosco sendo vistos entrando e saindo de uma igreja.
O que vai acontecer quando Ryan e eu nos casarmos? Minha mente se
encheu com visões de helicópteros sobrevoando, a segurança em todos os lugares
vestindo fones de comunicação ocultos, como o maldito serviço secreto — certificando-
se que os pobres fornecedores não fossem paparazzi espiões.
Assim, enquanto a minha mente começou a derivar por aquelas imagens
horríveis, meu noivo ligeiramente embriagado afundou os dentes, suavemente, mas
com firmeza, na minha nuca.
A cócega aquecida me fez estremecer enquanto ele sussurrava "dança
comigo" em meu ouvido.
Ryan levou-me pela mão, tecendo-nos através dos corpos que balançavam
lentamente na pista de dança. A bola de espelho brega que girava sobre o centro do
piso lançava faíscas de luz brilhando através da escuridão, me girando mais fundo
nesta noite surpreendentemente encantada.
Acariciei sua nuca enquanto ele me envolveu de forma segura em seus
braços, descansando seu rosto na minha testa. Foi bom compartilhar um momento
de paz neste dia tão estressante. Ryan sorriu gentilmente.
— Você está se divertindo?
Sorri de volta para ele balançando a cabeça.
— Sim. Muito. Obrigado por mais uma noite incrível.
Sua voz profunda abaixou.
— Obrigado por compartilhar isto comigo. Você realmente me impressionou
esta noite, socializando com o homem do dinheiro da Universal assim. Você realmente
conhece a merda sobre finanças.
Dei de ombros.
— Sei o suficiente para ser perigosa. Eu só quero aprender o máximo que
puder sobre este negócio, isso é tudo.
— Aprender? Pelo olhar no rosto de Jeff Westfield quando você começou a
contar-lhe toda essa merda sobre índices P / L e maneiras que ele pode diversificar
sua qualquer coisa, eu diria que você era a professora, querida.
Duvidoso. Embora eu estava tentando impressionar, não queria ser vista
como nada mais do que um troféu com peitos.
— Você não acha? Ele apenas lhe ofereceu um emprego. Na Universal.
— Um comentário como “se você estiver em LA e precisar de alguma coisa,
venha me ver” dificilmente constitui uma oferta de emprego, Ryan. Ele estava apenas
sendo gentil.
Ryan não concordou.
— Para alguém que pode ler bem as pessoas, você está fora com este.
— Eu posso ler você — eu disse presunçosamente.
— Oh sim? Você pode dizer o que eu estou pensando agora? — Seu sorriso
estava repleto de insinuações.
Nossos sorrisos mútuos levaram a um beijo e um que era quase descortês,
considerando que estávamos entre várias centenas de pessoas. Seus lábios se
separaram e sua língua estendeu para a minha e eu não pude deixar de beber dele.
O gosto de uísque e cerveja misturados com champanhe e chocolate, criando um
sabor que era todo nosso.
— Deus, as coisas que eu quero fazer com você agora — ele respirou em
meus lábios. — O que você diz de sairmos daqui? Eu preciso te deitar em uma cama.
— Oh realmente? — Provoquei, um pouco sem fôlego.
— Uh huh. — Ryan assentiu diabolicamente. Seus olhos se estreitaram em
mim. — O que, você não está no humor?
— Não, não, estou. Absolutamente — respondi rapidamente. — Mas...
— Mas o que?
— Só estou curiosa. Então, o que é exatamente que você quer fazer comigo?
É apenas... quero saber o que está na loja para mim antes de concordar em deixar
esta festa maravilhosa.
Ryan sorriu, sua mão que descansava na parte inferior das minhas costas,
guiando nossos quadris.
— Eu pensei em deixar rolar. Ver o que aparece quando chegarmos lá. Mas
eu posso definitivamente dizer que tem algo enorme que eu quero te dar.
Fiz uma careta para ele, mordendo meu lábio pensando nisso.
— Er... Eu não sei. Queria mais detalhes do que isso. Acho que você vai ter
que vir com um script melhor.
Ele cruzou as mãos ao peito e nos balançou com a batida.
— Que tal jogar “policial mal e prostituta”? Eu gostaria de vê-la algemada.
Com plena intenção de provocar, zombei de sua sugestão.
— Eu já vi esse filme. Talvez você deva contratar um roteirista. Acho que
conheci alguns deles hoje à noite. Deixe-me ir encontrar um...
Ryan me puxou de volta em seu peito rudemente, não liberando seu aperto
na minha mão.
— Eu pensei que isso poderia ser um esforço co, co, lab... colab... bora...
tivo. Merda.
— Ótimo... cinco minutos de sexo bêbado e desleixado — gemi, brincando
com ele.
Ryan me deu um olhar de soslaio brincalhão e intensificou seu aperto no
meu corpo.
— Acredite em mim, mulher, eu estou longe de estar bêbado. Eu vou ter
meu bom tempo com você — ele sussurrou, seus lábios escovando meu ouvido. —
Usas os lençóis para amarrar sua bundinha inteligente na cama. Puni-la por duvidar
de mim. Ver quanto tempo você pode montar minha língua antes de gritar.
Suas palavras eróticas atingiram aquele ponto doce dentro de mim. Eu
poderia definitivamente ir para suas brincadeiras com a língua.
Corri a mão sobre o peito duro, para baixo em sua barriga lisa, imaginando
minhas unhas se transformando em garras, rasgando facilmente a camisa branca que
me separava de sua pele. Sussurrei em seu ouvido:
— Estou apostando que você desmaia assim que sua cabeça bater no
travesseiro.
Ele pegou a parte de trás do meu pescoço em um aperto possessivo quando
ele passou os dentes superiores sobre seu lábio.
— Essa é uma aposta que você está certa de perder, meu amor, porque eu
estou definitivamente, definitivamente pronto para o desafio.
Apertei meus dedos em suas nádegas, persuadindo seus quadris para
moerem um pouco mais difícil, como se ele já estivesse nu e entre as minhas pernas.
Não me importava que estivéssemos em uma sala cheia de pessoas.
A música rodou e as luzes dançavam em torno de nós, enviando o meu
sangue em uma corrida. O dedo de Ryan derivou, sedutoramente serpenteando pelo
meu pescoço, sobre o oco de minha garganta, até a crista do meu decote. Eu
imaginava a língua serpenteando o mesmo caminho.
Ele suspirou, quase triste, resignado.
— A parte mais difícil é saber que debaixo desse vestido incrivelmente sexy
tem um sutiã de renda totalmente quente e calcinha combinando que você colocou
quando pensou que eu não estava olhando. Mas eu tenho que confessar... eu estava
olhando muito.
Cutuquei-o de leve.
— Isso era para ser uma surpresa!
Toda brincadeira tinha ido embora, substituída por determinação e fome.
Seus lábios desceram sobre os meus, tomando posse da minha boca, dos meus
sentidos. Um toque de sua língua era tudo que eu precisava para abrir e deixá-lo
entrar.
— Não fique brava — ele murmurou, lembrando-me de que ele ainda possuía
total controle do meu corpo. — Eu sou um ator, lembra? Eu posso fingir surpresa.
Minha mente derivou, imaginando seu corpo longo, duro, segurando-me
rapidamente na cama. Ele quer fingir ser surpreendido? Vou dar-lhe surpreendido.
— Você, obviamente, não é um muito bom Peeping Tom, desde que você
deixou de mencionar que estou vestindo o seu item favorito.
Ele olhou para o chão.
— Os sapatos?
Balancei minha cabeça.
Como se eu tivesse acabado de lhe dizer “Papai Noel é verdadeiramente real”,
seus olhos se arregalaram, brilhando e esperançoso. Sua mão voou para a minha
coxa, buscando confirmação. Um profundo gemido feroz saiu da sua garganta quando
ele descobriu a renda das minhas meias de nylon.
Mordi o lóbulo da sua orelha com ternura.
— Prefiro que você brinque de médico mal comigo.
Isso foi aparentemente tudo o que podia tomar.
— Eu vou te foder nesses sapatos. Isso e as meias. Quando voltarmos para
o quarto, eles ficam. — Ryan pegou minha mão e levou-nos rapidamente em meio à
multidão. Não havia como pará-lo. Ele era um homem em uma missão.
CAPÍTULO 5

Oui4

Através de meus, felizmente, olhos pesados, quase não apreciei outra


opulenta suíte de hotel, mal iluminada com o brilho suave de um abajur. Os últimos
onze dias tinham passados em um borrão de contínuas viagens apressadas, refeições
decadentes, perseguições de paparazzi, passeios de limusine, cegantes flashes de
câmeras e fãs gritando ao ponto que eu estava atordoada com tudo.
A boca de Ryan acariciou a base do meu pescoço enquanto ele ofegava
pesadamente do esforço físico. Meus pulmões doíam como se estivessem em risco de
colapso de arrastar tantas respirações superficiais repetidas.
Suas costas musculosas arquearam, permitindo que o ar refrescante
circulasse entre nossos corpos encharcados de suor. Seus quadris rolaram e
empurraram para dentro mais uma vez, enviando outra onda através de mim
enquanto suas mãos prenderam meus pulsos na cama. Senti sua barba eriçada no
queixo raspar sobre minha bochecha quando ele levantou seus olhos para encontrar
os meus.
— Bem-vinda à Paris — ele disse suavemente, rolando a ponta da língua até
o comprimento do meu pescoço, me degustando antes de cobrir meus lábios com sua
própria boca novamente.
Considerando nosso avião vindo de Heathrow aterrou há apenas duas horas
e meia e fomos levados diretamente do aeroporto para este magnífico hotel, eu mal
tinha visto Paris. A primeira ordem do dia, depois de passar algumas horas provocante
flertando no avião, era despir um ao outro e fazer amor apaixonado e louco nessa
cama intocada.
Respondendo a sua pequena provocação, sabendo que ele estava totalmente
orgulhoso de suas habilidades de me arruinar, teria que esperar. A maioria dos
travesseiros tinham sido empurrados para o chão, os lençóis estavam em completa

4 Sim em francês.
desordem, e réplicas poderosas do meu orgasmo alucinante ainda estavam sacudindo
meu corpo.
Peguei o alívio momentâneo dos meus lábios para exalar uma palavra
francesa que eu conhecia.
— Oui.
Mesmo fazendo um som tão pequeno, pareceu como um feito monumental.
O olhar de Ryan estava bem planejado e intenso, em silêncio, me dizendo
tudo o que meras palavras, por si só, não podiam definir, nem expressar. Desejo de
devorá-lo tomou conta de mim e rocei meus dentes sobre seu bíceps antes de puxar
seu cabelo para que eu pudesse chupar o gostoso e pequeno lóbulo da sua orelha em
minha boca. Ryan soltou um grunhido de prazer antes de reunir nossos lábios para
mais paixão.
Antecipação para o que estava por vir, sabendo que ele estava longe de
terminar comigo, aumentando as sensações ainda mais. Ele estava sendo um amante
atencioso, parando para me dar algum tempo para me recuperar antes de libertar o
resto da sua maldade em mim.
Eu tentei acalmar a minha respiração e meu pulso batendo, sentindo o suor
do nosso amor escorrendo pela minha testa. Quente, molhado e emaranhado; não
havia uma parte aberta sem estar conectada. Eu acariciava minhas mãos por cima
das suas costas e ombros; meus braços abraçando apertado, como se meu aperto de
alguma forma pudesse puxá-lo mais profundo em minha alma.
Quando mergulhei minhas mãos para baixo em seu torso para apreciar sua
extremidade traseira mais incrível, ele apertou e entrou em mim de novo — lentamente
— ainda parecendo muito formidável e inflexível dentro. Sua pelve inclinou e roçou
em mim novamente, rangendo os quadris profundamente com um impulso carnal em
meu núcleo.
Inclinei a cabeça, dando-lhe acesso total a minha garganta. Se o mundo
fosse acabar, infelizmente, neste exato momento, eu seria uma mulher muito
satisfeita. Senti seus dentes arranhando minha pele, seus instintos mais primitivos,
cobiçando e devorando, surgindo à frente.
O corpo de Ryan de repente acalmou e ele varreu alguns cabelos errantes
dos meus olhos, bloqueando o seu olhar no meu. Seu rosto era tão sereno e ainda
assim tão grave. Ele engoliu em seco, recolhendo o fôlego antes de dizer:
— Je t'aime. Je t'adore. Veux-tu m'épouser?
Ao ouvir a inflexão em sua voz quando ele me seduziu com palavras
estrangeiras, e mãos que conheciam cada polegada do meu corpo, fizeram as minhas
coxas tremerem.
Enfiado os dedos em seus cabelos enquanto ele colocava beijos suaves,
sensuais no meu rosto, nos cantos de minha boca, meu pescoço. Dispor minha boca
para fazer outra coisa senão beijá-lo enquanto ele me fodia assim. Era difícil.
— Eu não sabia... que você sabia... como... falar francês.
Ryan capturou meu lábio inferior entre os dele, me fazendo girar em paixão
vertiginosa com cada beijo, cada lambida, cada suculento sugar de sua boca
hipnótica. Ele revirou os quadris deliberadamente, lembrando-me de que ele ainda
estava muito no jogo.
— Eu não, mas havia algumas coisas que eu queria aprender a dizer para
você, enquanto estamos em Paris. Assim. Fazendo amor com você.
Minha respiração engatou a partir dos sentimentos que ele invocou.
— Você tinha planejado isso?
Seu nariz roçou ao lado do meu. Em vez de responder, ele beijou-me
profundamente. Sua língua disse que sim.
— Diga-me — engasguei — diga-me o que você disse. — Apertei meus
músculos interiores em um de seus impulsos, puxando um gemido erótico de seu
peito. Ele apertou meu cabelo para trás com as mãos, segurando meu rosto. Suas
palavras saindo em um sussurro sensual.
— Je t'aime significa eu te amo.
Suas coxas musculosas mudaram quando seus pés encontraram novas
bases na cama. Minhas coxas abriram mais para aceitá-lo. Senti seu comprimento
entrando e saindo de mim, subindo o mais intenso dos prazeres. Enchendo-me como
ninguém mais poderia. Marcando-me como sua por dentro com tudo o que ele tem.
Suas mãos deslizaram pelos meus braços acima da minha cabeça e ele entrelaçou
nossos dedos juntos.
Um pouco ofegante, mas com muita convicção, ele disse:
— Je t'adore significa eu te adoro.
Ondas de emoção percorreram meu peito enquanto olhava diretamente nos
meus olhos, me sentindo tão completamente amada por este homem, em reverência
completa da sua presença, seus caminhos suaves, sua afirmação inegável que ele
apostou no meu coração. Lágrimas de alegria turvaram meus olhos e escorriam no
travesseiro.
— Eu adoro você, também. Você é meu para sempre, mon amour.
A boca de Ryan selou a minha; seus quadris torceram e subiram como uma
maré implacável. A pressão foi se acumulando dentro de mim, ansiando por mais um
lançamento. Como se um momento de profunda contemplação o atacou, seus quadris
acalmaram completamente e ele limpou a garganta — várias vezes.
— Veux-tu m'épouser significa que você — seus polegares carinhosamente
escovaram as listras molhadas deixadas para trás pelos meus olhos lacrimejantes,
tomando cuidado para acalmar tudo. — Isso significa que você vai se casar comigo.
O ar gaguejou na minha garganta quando a magnitude de suas palavras,
fizeram sentido. Novas lágrimas brotaram e derramaram dos meus olhos, enquanto
as emoções intensas queimaram no meu peito e em minha garganta. Eu me senti
como se pudesse arrebentar pelas costuras.
Estendi a mão e acariciei delicadamente seu rosto. Seus olhos brilhavam
como duas piscinas azuis lacrimejantes, brilhando tão magnífico como o anel de
noivado de diamantes na minha mão esquerda. Ele bateu em mim, profundo.
— Case-se comigo, Taryn. Eu quero ouvir você dizer sim novamente. Diga-
me você me quer.
Meus lábios tremeram, tentando formar a capacidade de expressão.
— Eu quero você. — Corri meus dedos para baixo pelos lados do seu
pescoço. — Preciso de você para respirar. Sim. Para sempre. Até que a morte leve o
meu último suspiro.
Seus lábios prenderam nos meus, amarrando sua pergunta e minha
resposta em um nó inquebrável. A mão forte de Ryan agarrou meu quadril.
— Mon amour — disse ele na minha boca. — Você é como um lar para mim.
Você sempre será minha casa, Taryn.
Passei meus braços ao redor de seus ombros e enterrei meu rosto em seu
pescoço, beijando cada polegada dele incontrolavelmente. O que começou como um
desafio particular para fazer amor em cada país que visitamos, se transformou em
algo profundamente mais profundo. Este foi solidificando uma união, consumando
uma promessa um ao outro, muito além dos limites íntimos de amor físico. Eu disse
as únicas palavras que pareciam encaixar, mas de alguma forma pareciam
inadequadas.
— Eu te amo tanto.
Seus quadris agitaram com mais vigor; a cama firmemente bateu na parede.
O olhar de prazer doloroso vincado seus olhos.
— Eu te amo mais.
Sorri e cavei meus dedos em seu traseiro, segurando-o, querendo que
subisse mais profundo dentro da minha alma.
Seus braços debaixo de mim, me levantaram do calor da cama em um
abraço mais quente. Montei sobre ele; minhas coxas alavancando enquanto sua mão
guiava meu traseiro balançando para trás e para frente.
Ele se deitou todo o caminho de volta, ajudando-me a ajustar minhas
pernas.
— Leve-me — ele ofegou. — Tudo de mim.
Seu comprimento impulsionou dentro de mim. Minhas mãos envolveram na
base de seu crânio, segurando seu rosto firme para ele me olhar nos olhos. Fechei
minhas palavras em seus lábios.
— Até o dia que eu morrer. Sua. Para sempre.
A mão de Ryan emaranhou em meu cabelo, segurando minha boca para a
dele.
— Venha comigo, baby — ele sussurrou seu apelo, me moendo para baixo
em seu osso púbico e na ponta de seu polegar. Ele manteve assim, em um implacável,
ritmo punitivo. Eu me senti como se estivesse sendo rasgada e colada de volta, tudo
de uma vez. Minha cabeça caiu em seu ombro enquanto as sensações queimavam, as
ondas de choque me sobrecarregando, percorrendo meu corpo. Com um gemido
profundo, seu corpo tremeu e convulsionou. Senti sua liberação pulsando quente
dentro de mim, nos unindo para sempre.
Enquanto Ryan estava ocupado fazendo a barba no banheiro, liguei para
Marie.
— Ele me pediu em casamento de novo, em francês.
— Fazendo amor com você?
— Uh huh.
— Oh meu Deus, Taryn. Essa é a coisa mais romântica que eu já ouvi. Puta
merda. Espere até que eu diga à Tammy.
Mudei meu celular para o meu outro ouvido para que ela pudesse gritar
entusiasmada.
— Não! Por favor, não conte a ninguém, Marie. Nem mesmo à Tammy. Isto
é tão particular. Eu nem deveria estar dizendo... eu estou apenas... atordoada. Foi tão
incrível. Eu nunca... — A umidade se reuniu no canto do meu olho novamente apenas
pensando nisso. — Ah. Temos de mudar de assunto. Diga-me outra coisa. Então,
como vão as coisas lá? Como está o nosso pub?
— Dane-se isso. Quero ouvir mais sobre sexo em países estrangeiros.
— Marie... — gemi.
— O bar ainda está inteiro, Tar. Ocupado, mas você vai ficar feliz em saber
que o fluxo de fangirls obsessivas morreu. Oh, e o cooler de 1,5m quebrou. Eu não
posso acreditar que ele propôs para você novamente em francês! Deus, eu realmente
odeio você agora. Ryan fodido Christensen, nu em Paris, sussurrando eu te amo em
francês, em seu ouvido enquanto estava fazendo amor com você. Grr. Tão injusto.
Droga, por que eu não poderia ter sido a única a abrir o pub naquele dia?
Eu ri levemente.
— Não teria feito diferença. Você é casada, lembra?
Marie bufou, mas não com humor.
— Sim, bem. Não por muito tempo.
Peguei minha mochila para pegar meu laptop, desejando que eu tivesse
mantido minha boca fechada.
— Oh, Marie, vamos lá. Ouça, você sabe que eu não liguei para me gabar.
Será que nós, hum... nós já pegamos a fatura no correio? E o que você disse sobre o
cooler não estar funcionando?
— Você está tão determinada a ser uma estraga-prazeres, não é? — Ela
suspirou alto. — Tar, eu realmente estou feliz por você. Eu espero que você acredite
em mim quando eu digo isso.
— Eu sei.
— Bom. Então me diga mais sobre a sua viagem. Eu prefiro falar sobre isso
do que o que está acontecendo aqui. Por favor me diga que Ryan está andando nu.
Cavei através da minha bolsa para o cabo de energia, rindo de seu
entusiasmo.
— Toalha.
— Droga. Você é uma merda.
— Muito bem, então ele diz. Eu só gostaria que tivéssemos mais tempo em
cada cidade. Dois ou três dias não são nada. Eu não posso acreditar. Em menos de
trinta e seis horas, estaremos em Barcelona. O tempo está voando tão rápido.
— Ooh. Talvez ele te foda em espanhol. Você pode me chamar enquanto isso
está acontecendo? Deus, eu quero ouvir isso. Ele deve colocar isso em seu próximo
filme...
— Marie!
— O quê? Vamos, Tar! Se eu não posso viver através de você, vou ter que
me matar. Eu preciso acompanhá-la em sua turnê mundial. Será que não posso
carregar a sua bagagem ou algo assim? Jogar pétalas de rosas quando Ryan andar?
— O que há de errado com o cooler?
Marie soltou um bufo.
— Alguém tem que se dar bem em cima dele. Talvez irá consertá-lo.
— Chame Gary. Tenho certeza que ele vai ficar feliz em ajudar.
Ouvi o barulho familiar da caixa registadora, rangendo como a decrépita
velharia que era. Mais uma coisa no bar que necessita ser substituída.
— Okay, certo. Ele não falou comigo desde que voltamos de LA e para ser
honesta, não poderia me importar menos se ele nunca falar. Estou farta dele.
— Por quê? O que aconteceu? — Ouvi Ryan derrubar algo no banheiro e isso
me fez estremecer. Soou como a lata de creme de barbear batendo no chão de azulejos.
— Ah, lembra-se do cara da pós-festa de Reparação que pensou que eu era
uma agente de elenco? Nate, quente e com uma bunda incrível?
Desenhei um retrato vívido em minha mente. Cabelo castanho alto, moreno.
Ombros largos, com uma cintura estreita. GQ total.
— Sim. E daí? Gary está bravo, porque você estava conversando com um
cara?
— Sim. Quando voltamos para o nosso quarto, tivemos uma briga enorme.
Ele veio para cima de mim, me disse que eu estava flertando como uma prostituta e
outras coisas. Isso ficou... ficou feio.
Engoli em seco, imaginando a raiva potencial de Gary no seu pior. Eu vou
matá-lo se ele pôs a mão sobre ela.
— Quão feio?
Algumas batidas de silêncio.
— Marie, ele bateu em você?
Ela suspirou.
— Não, embora por um momento não tive certeza, ele estava assim com
raiva. Ele disse que não estava mais feliz e ele... ele disse que quer o divórcio.
Senti meu coração apertar e engasguei.
— Oh meu Deus! Não! O que você disse?
Ouvi-a respirar fundo.
— Eu disse a ele se é isso que ele quer, eu vou embora. Não é como se isso
não estivesse fermentando há algum tempo.
Ah Merda.
— Por que você não me falou sobre isso antes?
— O que há para dizer? Você sabe como ele é. Quando tento falar com ele
sobre o que está me incomodando, ele desliga ou me ignora. Entramos em uma briga
enorme, mesmo antes de sairmos para LA, depois que descobri que ele tirou mais três
mil dólares de nossa conta, para comprar outro carro lixo para consertar. Quando eu
disse a ele que eu estava brava, que ele comprou, sem discutir comigo em primeiro
lugar, ele me lembrou de quanto mais dinheiro ele ganha, e então teve a audácia de
me dizer para calar a boca.
— Está brincando?
— Não, não estou. Ele esteve... eu não sei. Acho que ele está saindo com
outra pessoa.
Eu me senti pirando.
— Você está brincando comigo?
— Eu não tenho certeza, mas tenho esse sentimento em meu intestino, você
sabe? Ele está apenas sendo realmente estranho, gritando comigo o tempo todo. Cerca
de três semanas atrás, ele disse que estava indo beber com seu amigo, Tony, mas ele
não voltou para casa. Ele disse que dormiu no Tony, mas eu tenho certeza de que era
mentira. Ele nunca fez isso antes e ele ficou todo chateado quando perguntei a ele
sobre isso. Tudo o que sei é que eu não aguento mais. Eu espero que você não se
importe, mas tenho ficado em seu apartamento no último par de noites.
Agora, realmente me senti um lixo por contar a ela sobre a segunda proposta
de Ryan. Eu estava tão envolvida em meu próprio mundo pequeno que não tinha ideia
do que ela estava sofrendo.
— Marie, você é minha melhor amiga. Tudo o que você precisar.
— Obrigado. De qualquer maneira, Pete olhou o cooler. Disse que o
compressor está quebrado. Quando voltamos, o chão estava todo molhado. Pedi o
orçamento de um novo.
Eu não me importava com o maldito cooler.
— Espera. E daí... você está deixando-o?
Ela bufou.
— Eu não sei, mas eu não posso mais viver dessa maneira, Taryn. Ele está
miserável. Ele está me fazendo miserável. Ele está me evitando mais e mais, mal
falando comigo.
— Querida, eu sinto muito.
Ouvi as lágrimas caindo.
— Você se importa se eu ficar com você por um tempo?
Seu desgosto estava quebrando meu coração.
— Não, é claro que não me importo. Você pode ficar comigo, sempre que
quiser.
Amaldiçoei interiormente, furiosa por Gary fazer isso com ela e ainda mais
irritada comigo mesmo por amarrá-la com todas as minhas responsabilidades
enquanto estava sozinha.
— Oh, uma mulher do United Fidelity Bank ligou para o seu pai. Disse algo
sobre uma carta e ele devendo taxas atrasadas por um aluguel de cofre? Eu tenho o
número dela. Mas só para você saber, nós paramos de atender o telefone. Estou
tentando rastrear através das mensagens, mas há muitas.
Gemi. Lidar com a propriedade de meus pais, e a imprensa implacável
também, era uma batalha interminável.
— Eu tenho que voltar lá.
— Não, você precisa aproveitar o passeio por uma vez e cuidar de você e
Ryan e deixar que outras pessoas lidem com isso.
— Odeio que eu não estou aí para você.
— Tar, você está. Você está. Por favor, não ache isso.
Debrucei-me contra a parede ao lado das portas francesas que conduzem
para a varanda, hipnotizada pela vista deslumbrante da Torre Eiffel brilhando no céu
escuro. Minha mãe tinha sonhado em ver a torre toda a sua vida, mas nunca o fez.
Depois que eu disse adeus e terminei nosso telefonema, me senti horrível
por abandonar tudo sobre ela para que eu pudesse estar ausente e despreocupada,
correndo ao redor do globo quando ela mais precisava de mim.
Mas em grande forma, ter alguém para cuidar do bar foi um grande alívio,
dando-me uma pausa muito necessária de uma vida que não escolhi.
Ajoelhei-me para endireitar a bagunça que Ryan fez quando ele terminou
com sua mochila no chão. A seção do jornal que estava lendo no avião foi amassada
na pilha.
Curiosa, folheie-a, parando em um artigo sobre outro ator famoso. Lembrei-
me claramente que esta foi a última página que Ryan leu, pois logo em seguida ele
parecia estar irritado com alguma coisa e amontoou o jornal em sua mochila. Logo
depois, ele entrelaçou os dedos firmemente com os meus. Eu pensei que talvez
Reparação tinha começado com uma crítica ruim, mas não havia mais nada nesta
seção do papel que teve alguma coisa a ver com qualquer coisa em nossas vidas.
Quando li a história, minha respiração ficou presa. O artigo afirmava que o
casal tinha terminado seu relacionamento de quatro anos, citando que suas carreiras
ocupadas levaram em direções diferentes, em última análise, causando a morte do
relacionamento.
Olhei para Ryan enquanto ele agarrou o elástico da cueca boxer preta em
torno de sua cintura, me permitindo uma outra visão deliciosa de seu abdômen
trincado. Poderia ser este o motivo pelo qual ele estava chateado mais cedo?
Quatro anos. Isso é tão longe quanto eles chegaram, em seu relacionamento
de alto perfil. Quatro míseros anos. Talvez, em seus olhos, era tempo suficiente. Na
minha mente, terminar um relacionamento depois de quatro anos significaria uma
cicatriz muito profunda deixada para trás, trazendo o tipo de mágoa e devastação que
certamente mataria um enorme pedaço de sua alma.
Olhei para o telefone celular que ainda segurava na minha mão. Eu não
podia sequer imaginar ter apenas quatro anos com Ryan. E ainda lá estava eu, muito
feliz, enquanto observa o casamento de Marie desmoronar.
CAPÍTULO 6

Turnê

— Deus, Paris é linda — me escondi atrás da pequena divisão na cortina


tentando obter fotos claras do nascer do sol sobre a paisagem com minha câmera. —
Eu tenho uma vista da Torre Eiffel do meu quarto! — Disse animadamente, fazendo
um pouco de dança feliz com a minha bunda novamente.
Ryan riu.
— Você sabe, todas as suas fotos terão o reflexo do vidro nelas. Desligue o
flash e saia no terraço — ele murmurou em torno de sua escova de dentes.
Alternei as configurações, tentando descobrir como usar a minha nova
câmera de bolso digital.
— Não é possível. Não ache que seus fãs querem me ver.
Ryan gemeu e apertou o peito à minha volta, olhando por cima do meu
ombro.
— Quantos estão aí fora?
— Muitos para contar — fechei a cortina.
— Nós podemos sempre voltar. É diferente quando eles não sabem onde
estou. Você tem acesso total ao meu calendário. Em qualquer lugar você queira ir,
basta colocar no calendário. É o seu trabalho gerir a minha vida pessoal, futura
esposa.
Sério? Isso me fez sorri. Então um pensamento triste me surpreendeu.
— Vai demorar um pouco até que você tenha tempo livre para viajar por
diversão.
Ryan deu um beijo suave e demorando no meu pescoço.
— Eu sei. Nós vamos descobrir alguma coisa. E nós também precisamos
começar a pensar sobre a construção de uma casa. É tempo para termos um lugar
próprio para chamar de lar, não você acha?
Casa. Essa palavra enviou uma onda imediata de euforia através do meu
coração e um sorriso de uma milha de largura em toda o meu rosto.
— Casa de madeira grande com um quarto grande — ele murmurou com os
lábios no meu pescoço. — Como isso soa?
— Eu acho que soa perfeito. Nós, definitivamente, precisaremos de um
quarto grande para isso. — Peguei a ereção recém-formada pressionando-se contra
minha bunda. — Nós acabamos de fazer sexo no chuveiro. Você é insaciável.
Suas mãos espalmaram meus seios e um grunhido brincalhão enrolou em
sua garganta.
— Eu não posso evitar, você me deixou duro novamente. É tudo culpa sua.
Como um gato alongando, cheguei ao redor de seu pescoço.
— Aposto que se você for lá fora agora com essa ereção maciça, você fará o
coração de algumas centenas de moças, parar de bater.
Como uma criança impertinente fazendo nada de bom, Ryan pareciam
divertido com o meu desafio.
— Desde que eu não tenho tempo suficiente para levá-la a cama
corretamente novamente, vamos testar essa teoria, não é?
Entrei em pânico.
— Você não vai!?
— Não se preocupe. — Ele vestiu seus jeans e pegou uma camiseta, batendo
no meu traseiro com a mão quando passou por mim. — Só você tem acesso a ver
minhas partes pudendas, meu amor. Dá-me a câmera.
Descalço, ele saiu pela porta e no sol da manhã. Mantive a porta meio
fechada e vi quando ele foi até a grade. Eu podia ouvir os gritos crescentes e os gritos
da multidão abaixo. Pareciam os gritos de dez mil aves animadas tentando levantar
voo. Ryan inclinou-se e acenou, depois começou a tirar fotos da multidão, da paisagem
e de mim que estava perto da porta.
— Tar, venha aqui.
Saí e me juntei a ele. Foi estranho acenar para as meninas gritando como
se eu fosse alguém importante.
Sim, oi, nós somos pessoas aqui em cima olhando para você, pessoas que
estão lá em baixo. Eu certamente não sou a razão por que eles estavam reunidos em
frente do nosso hotel e gritando no topo de seus pulmões.
Felizmente, haviam oito andares que nos separavam.
Ryan olhou para mim e ergueu as sobrancelhas:
— Quer dar-lhes um show?
— Não! Oh meu Deus, elas vão me odiar, com certeza.
— Hey, eu só estou oferecendo um beijo de boa-fé pública aqui. Flagrantes
com muita ação da língua. No valor de milhões a propósito.
Engasguei com o absurdo da ideia.
— Como alguém iria pagar um milhão de dólares por uma imagem nossa
nos beijando.
— Não ria. Aguarde até que as ofertas pelas fotos do casamento surjam.
— Que fotos do casamento?
Ryan tirou mais algumas fotos, parando para olhá-las no monitor.
— Nossas. Quando nós casarmos. Você ficará chocada quando ver os valores
em dólares atirados em nós. Fique parada ali para que eu possa pegar a Torre Eiffel
atrás de você.
Inclinei-me no corrimão, sentindo-me em estado de choque com a simples
ideia.
— Você está falando sério?
Ele olhou por cima da câmera.
— Pareço estar brincando?
O pensamento de tantos zeros por fotos de casamento parecia absurda.
— Milhões?
— Provavelmente, vários milhões. Vamos ver, isto é, se decidirmos vender.
Vamos lá, sorria!
Em seguida, ele estava ao meu lado, tentando tirar a nossa foto, juntos.
— Você quer fazer isso? Vender nossas fotos?
Ele ajustou as configurações da câmera e deu de ombros.
— Honestamente? Não. Isso é privado. Mas, novamente, também é dinheiro
fácil por uma capa e um artigo de divulgação. Podemos sempre doá-lo para a caridade.
Ideia muito nobre. Isso fez a ideia mais palatável.
— Você iria considerá-lo? Dar o dinheiro para a caridade?
— Absolutamente. Há uma abundância delas lá fora. Instituições de
caridade para crianças carentes. Crianças doentes. — Ele virou a câmera ao nosso
redor novamente e clicou. — Você sabe, não temos que esperar pelo nosso casamento,
se você quiser fazer algo humanitário. Fale com Trish.
Pensei sobre a caixa de sapatos com fotos que eu tinha em meu
apartamento.
— É difícil imaginar fotos pessoais com algo mais do que o valor sentimental.
Mas se pudermos, eu gostaria de fazer alguma coisa para ajudar as crianças.
— Nós fizemos algumas coisas do tipo caridade quando filmamos os dois
Seasides. De qualquer forma, podemos pensar em vender nossas fotos de casamento
mais tarde. — Ele me puxou para o seu peito. — Estou gostando da fase de noivado
agora. Muito.
Seu sorriso era impagável.
— Você vai me beijar em público?
Ryan sorriu diabolicamente.
— Pode apostar doce traseiro que vou. E estou capturando o momento,
também.
Seus lábios estavam nos meus tão rápido, que mal tive tempo de respirar.
Incrível como cada pensamento derreteu em um borrão do nada quando ele me beijou.
Ele me recuou até que meu corpo fez contato com a porta de vidro. Tirar fotos nossas
com minha câmera, me fez tonta com a sua brincadeira.
— Quanto tempo até as fotos que os paparazzi tiraram nossas atingirem a
Internet? — Brinquei, tropeçando de volta para a nossa suíte.
— Ahh, quem se importa?! Você precisa parar de se preocupar com coisas
desse tipo.
Fácil para ele dizer. Aquele beijo, provavelmente pendia um novo alvo dos
tabloides ao redor do meu pescoço.
As coletivas de imprensa de Ryan começam pontualmente às 09:00 da
manhã, realizadas em um hotel diferente em Paris.
Nós fomos levados em mais um passei de carro com motorista, permitindo-
me olhar com espanto para os pontos turísticos. Foi quando isso me bateu — outro
momento de temor com a quão sortuda eu era.
Enfiei a mão na de Ryan, imaginando como poderia agradecê-lo por tal
presente.
David, Trish, e o agente de Ryan, Aaron, estavam no carro na nossa frente.
Mike esticou os braços para nos proteger quando saímos. A imprensa, paparazzi
estrangeiros e um pequeno grupo de fãs, gritaram por sua atenção, tirando fotos de
nossa chegada.
— Quanto tempo ficaremos? — Perguntei à Trish, secretamente esperando
visitar a opulenta loja de presentes e talvez a boutique, várias portas para baixo, que
tinha uma jaqueta de couro muito legal exibida em um manequim.
Ela olhou para o relógio.
— Cerca de três Horas.
Agarrei o braço de Ryan, justo antes dele ficar muito envolvido na comoção.
Eu sabia que eu não seria permitida, em qualquer lugar perto destes quartos, uma
vez que as entrevistas começarem. A suíte foi preparada para entrevistas, um a um,
do elenco. O pôster do filme de Reparação estava de pé atrás de uma cadeira de
espaldar alto.
— Eu vou fazer um pouco de compras, ok?
Ryan instantaneamente ficou tenso.
— Não.
De repente, senti-me presa, recordando as horas tediosas que atravessei
quando fizemos isso em Londres. Fez-me arrepender de não ficar para trás em nossa
suíte de hotel. Em minha mente, eu estava indo, com ou sem a sua bênção.
— Eu só quero pegar algumas lembranças e talvez encontrar algo mais
imponente para vestir no jantar hoje à noite. Eu realmente quero fazer uma boa
primeira impressão.
O olhar duro de Ryan suavizou.
— Eles vão te amar, não importa o que você vista. Temos a coisa do presente
na Burberry depois disso, então não se preocupe. Você vai ter um rack de roupas
livres para escolher.
Eu não queria deixar ao acaso, que elegantes vestidos de cocktail estariam
entre os brindes. É incrível como as empresas apenas dão-lhe coisas quando você é
famoso. Além disso, prometi que compraria um presente extravagante para Marie em
cada cidade. Fiz um gesto para a porta com os olhos, pronta para ver quem ia ganhar.
Ryan gemeu.
— Eu realmente gostaria que você não fosse.
Era óbvio que a última coisa que ele queria fazer agora, fosse entrar em uma
batalha de vontades comigo. Ele abrandou.
— Acho que não posso esperar que você se sente sem fazer nada. Veja se
pode encontrar alguém para ir com você, ok? Acho que alguns dos amigos de Jenna,
estão por aqui. Só não vá sozinha.
Escovei meus dedos em seu estômago, não querendo me impor a sua co-
estrela ou sua família.
— Você tem que parar de se preocupar tanto.
Meu comentário rendeu um olhar penetrante e um tácito: "nenhuma
maneira do caralho." Seus lábios pressionaram em uma linha dura quando verificou
a hora em seu relógio.
— Não se perca. Duas horas e então você traz sua bunda de volta aqui.
Não esperei ele mudar sua mente. Com um rápido beijo, fiz meu caminho
até o elevador, animada com as possibilidades.
Quarenta pés para a liberdade e, talvez, uma corrida de táxi até o Louvre?
Uma oportunidade para realmente tocar a Torre Eiffel? Amanhã de manhã, às 10:00
da manhã, estaremos em um avião para Barcelona e não haverá tempo esta noite para
passear.
Eu estava apenas colocando meus óculos de sol, quando vi os paparazzi e
uma multidão considerável de mulheres do lado de fora, perto da porta de entrada.
Parei, à vinte pés de liberdade.
Droga! Será que vão me reconhecer? Será que sequer sabem quem eu sou,
se não estou arrastando atrás de Ryan? Dane-se. Só há uma maneira de descobrir.
Segui alguns clientes que estavam saindo e tentei escapar despercebida.
A regra de "tente não fazer contato visual com eles" foi passada inúmeras
vezes. Embora nenhuma câmera foi levantada, vi um homem acotovelando seu
companheiro enquanto se afastou da parede do hotel.
Fui na direção em que pensei que tinha vindo, na esperança de encontrar a
vitrine com o manequim branco e jaqueta de couro até a cintura. Um rápido olhar
para trás me confirmou que, Assustador Um e Assustador Dois, estavam me seguindo.
Olhei novamente enquanto meu pulso disparou para o dobro do tempo.
Merda. Pensei que fossem paparazzi, mas estranhamente nenhum deles
tinha uma câmera visível. Isto não é bom.
Felizmente, as calçadas estavam ocupadas o suficiente e era em plena luz
do dia. Loja, loja, loja. . . onde diabos está você, loja? Eu tinha andado três blocos já.
Distância é ilusão enganando quando você está sendo seguido.
Finalmente, no final do bloco, encontrei a vitrine que estava procurando e
fui de encontro ao consolo à espera do outro lado.
Os dois homens pararam, olhando através do vidro para confirmar que eu
estava lá dentro. Talvez tenha sido a exibição de calcinhas de mulheres que os impediu
de entrar? Meu coração estava batendo rápido demais para o meu gosto. Uma loira
extremamente fina, com maçãs do rosto afiadas se aproximou de mim e começou a
falar em francês.
Pela inflexão de sua voz, eu poderia dizer que ela estava perguntando se eu
precisava de ajuda, mas naquele momento eu não sabia se precisava de ajuda com a
roupa ou com perseguidores assustadores. Eu sempre poderia chamar um táxi e
voltar para a segurança.
— Mademoiselle?
Meus olhos estavam fixos na vitrine, enquanto eu observava os dois homens
trotando em toda a rua movimentada. Pelo menos eles não estavam mais de pé em
frente à loja. Espero que tenham desistido. A funcionária tocou no meu braço
levemente, quebrando-me da minha vigilância.
— Oui. Oui. Hum, Parlez-vous anglais5?
— Oui. Sim. Posso ajudar?
Agora que a barreira da língua foi quebrada, era hora de começar a
trabalhar. Tentei verificar a rua sem ser óbvia, fingindo olhar para roupas, mas mais
preocupada com os homens desconhecidos que me seguiram. Deus, quando me
transformei nesta confusão paranoica? Passei minha vida inteira sem estar com medo
ou ter que olhar por cima do ombro, preocupada que um idiota com uma câmera
digital ia me pegar fazendo algo embaraçoso. E agora eu estava em alerta máximo em
todos os meus movimentos.

5 Você fala inglês?


Mesmo algo tão naturalmente inocente como coçar um peito ou a bochecha
da bunda, poderia ser capturado, como a próxima foto para enfeitar uma capa de
revista de fofocas.
De repente, a emoção de encontrar alguma roupa nova de designer
parisiense tinha ido embora e substituída pelo medo e desconfiança. A minha primeira
vez em Paris estava, rapidamente, azedando.
Gostaria de saber como as coisas seriam diferentes se eu estivesse aqui com
Thomas. Ninguém daria a mínima para mim, então. Apertei meus olhos fechados,
imaginando sua robustez vividamente.
Minha reprimenda mental, mergulhou direto por trás disso. Não posso
acreditar que permiti que esse pensamento atravessasse minha mente! Isso era tão
injusto com Ryan. Como se ele tivesse algum controle sobre isso, a voz na minha
cabeça repreendeu. Minha situação ainda estava dentro do meu controle, sabendo
que há concessões a serem feitas quando se envolve com alguém tão famoso como
Ryan. A escolha se resume a querer lidar com a atenção do público ou trocar o
verdadeiro amor por anonimato.
Decidi comprar a jaqueta de couro em vez disso; uma escolha fácil de 1.800
€. Eu realmente não preciso gastar esse tipo de dinheiro; não quando tenho que
substituir um bar frigorífico caro. Depois de todo esse tempo, eu ainda não conseguia
me sentir confortável usando o cartão de crédito de Ryan. Enquanto a maioria das
mulheres, não ia pensar em nada sobre gastar o seu dinheiro, o dinheiro que não
ganhei ou não juntei, eu não podia.
Isto era totalmente estranho para mim. Talvez se ele estivesse aqui comigo,
eu me sentiria de maneira diferente. Teria sido algo que fizemos juntos. Uma jaqueta
de vinte e dois mil dólares, pareceria um presente. Mas sozinha, me sinto como se eu
estivesse abusando de sua generosidade.
Após cerca de uma hora vagando através das lojas ao redor, e sem sinais de
meus dois amigos indesejados, fui direto para o hotel com as minhas escassas
compras. Tão logo cheguei ao primeiro cruzamento, avistei os dois homens que eu
estava tentando evitar espreitando pelos assentos no café ao ar livre do outro lado da
rua. Merda. Senti o suor frio sair. Eles estavam capazes de cruzar na minha direção;
o tráfego estava me impedindo de atravessar na esquina.
Aproximei-me de um homem alto que estava vestido muito Euro-chique;
quando ele olhou para mim, sorriu, esperando atrair uma nova espécie, mais segura
de amiga. Eu, praticamente, corri para acompanhar seus passos largos, mas eu estava
determinada a ficar ao lado dele. Os dois babacas estavam a alguns passos atrás de
mim.
Assim quando comecei a sentir-me aliviada que o hotel estava à vista, um
novo pânico inchou. A frente do hotel estava cercada por uma multidão de tamanho
largo. A polícia isolou as calçadas, à medida que mais pessoas continuaram a se
reunir.
Apertei meu caminho através da multidão compactada, tentando evitar os
dois perseguidores me seguindo. Quando finalmente cheguei ao fim da linha, um
policial me parou, bloqueando meu caminho para as portas da frente.
— Não, eu sou uma hóspede do hotel. O meu noivo está lá dentro. — Tentei
manter minha voz baixa e cavei na minha bolsa. — Meu nome é Taryn Mitchell. Estou
noiva de Ryan Christensen.
Minha admissão foi imediatamente refutada como se eu tivesse acabado de
contar a maior piada.
— Oui, mademoiselle, assim como todas essas mulheres também!
Eu estava furiosa por ter sido o foco de sua ridicularizarão. Freneticamente,
procurei em minha pequena bolsa, apenas para perceber que não tinha um crachá de
identificação para o evento, nem tinha meu passaporte.
— A menos que você tenha a prova da sua estadia, não posso deixá-lo entrar.
Afaste-se das portas, s'il vous plait6.
Tentei implorar mais uma vez, conforme a situação foi ficando terrível.
Vários oficiais reuniram-se, obviamente intrigados com o meu problema; no entanto,
fui rapidamente descartada como alguma fã delirante. O tom do oficial tornou-se duro.
— Mademoiselle, se afaste. Agora! Eu não vou avisá-la novamente.
Tentei ligar para Trish, mas a chamada imediatamente foi para o correio de
voz. Eu não tinha o número de David e chamar Ryan estava fora de questão. Pânico

6 s'il vous plait – Por favor em francês.


e uma luz de bateria fraca estavam fazendo meus nervos se contorcerem. Mike, por
favor atenda. Por que ninguém está atendendo seus malditos telefones?
Mais mulheres estavam se reunindo. A multidão estava ficando
incontrolável e as minhas duas horas estavam prestes a acabar.
Mulheres de todas as idades, formas e tamanhos estavam reunidas, todas
disputando a melhor vista e local para conseguir autógrafos. Quanto mais perto
cheguei da porta, menos amigável elas se tornaram, comportando-se como animais
famintos protegendo seus campos de caça. Olhei por cima do ombro para ver que os
dois homens assustadores estavam a apenas alguns pés de distância e espreitando.
Onde diabos eu poderia ir? Eles não parecem ser paparazzi, então o que
diabos eles querem?
Será que se atreveriam a tentar me abordar aqui nesta multidão? Talvez me
segurar como refém, sabendo que alguém tão rico quanto Ryan poderia muito bem
ter recursos para pagar? Uma picada de agulha cheia com uma droga paralisante e
eu poderia me encontrar sendo carregada daqui para acordar somente amordaçada
com fita crepe no porta-malas de um carro. Gritar não resolveria nada nesta multidão
barulhenta e a polícia provavelmente me prenderia se eu tentasse passar em qualquer
uma dessas barricadas de madeira.
Eu me espremi entre várias meninas, recebendo olhares hostis no processo.
O homem assustador com o mau penteado olhou para mim como se fosse um tigre
faminto pronto para atacar. Seu rosto era esburacado, com barba por fazer e
provavelmente estava na primeira página da lista de mais procurados da França. Seu
amigo alto, com o boné de jornaleiro, estava olhando para a polícia, nervosamente
olhando para trás e para a frente como se estivesse assistindo a uma partida de tênis.
Eu precisava colocar tanta distância entre nós quanto possível.
Terror apertou meu estômago enquanto eu o vi levantar o item preto na mão.
Em pânico, eu congelei. Eu não conseguia desviar o olhar. E então ele apontou e
começou a tirar uma foto minha. Enfiei meus óculos de sol sobre os olhos e abaixei,
tentando me aproximar da entrada do hotel, escondendo o rosto enquanto contorcia
meu corpo através da estreita passagem entre as pessoas. Vindo o inferno ou um
tsunami, eu estaria indo para trás daquela porta.
Liguei para o celular de Ryan, só para cair no seu correio de voz. Finalmente
alguém respondeu à minha chamada internacional frustrantemente lenta.
— Mike! Oh graças a Deus! Estou na frente do hotel, mas eles não me
deixam entrar. — Mal soltei as palavras, quando alguém tocou meu ombro.
— Você não é Taryn Mitchell? — Uma jovem mulher perguntou com um forte
sotaque francês. Eu podia vê-la ficar muito animada com a perspectiva. Eu não sabia
o que fazer.
— É, não é? Você acha que eu poderia tirar uma foto com você? — Ela
perguntou com muito entusiasmo.
Várias outras mulheres perto dela voltaram sua atenção em mim e me senti
como o rato que tinha acabado de ser notado pelos gatos famintos.
— Mike! Por favor, venha me pegar. Estou....
— Posso ter o seu autógrafo, por favor? — Canetas, papel, e câmeras
pareciam surgir do nada.
Tentei voltar para obter algum espaço entre mim e a agitação crescente, mas
acidentalmente pisei no pé de alguém. Virei-me para pedir desculpas, mas a menina
era menos favorável, deixando clara a sua raiva por xingar e me dar um forte
empurrão.
Murmurei uma maldição e sem pensar, eu a empurrei para trás, me
defendendo. Eu estava cansada de tomar merda aleatória de seus fãs. Após quase um
ano de suportar sarcásticos comentários, insultos e ameaças, combinadas com todas
as outras besteiras aleatórias de todos os outros que não acham que devo ficar com
Ryan, algo em mim estalou.
Isso foi quando suas amigas se envolveram e o jogo de empurra-empurra
começou. Três contra um. A menina em uma jaqueta preta, espalmou meu rosto,
raspando meus óculos escuros. Eu não sabia o que era mais importante: me defender
ou recuperar os óculos, que são um presente de Ryan.
Alguém agarrou meu cabelo e me tirou o equilíbrio. Mais um empurrão duro
e, a gravidade e inércia, assumiram. Perdi meu agarre em meu pequeno saco de
compras.
Dor forte e bruta quebrou em meu lado, quando raspei na borda de uma
barricada de madeira, batendo um bom bocado de ar dos meus pulmões. Tentei
retardar a minha queda, agarrando desesperadamente na cintura da grande forma
masculina na minha frente. Senti minha pele rasgar quando meu braço raspou sobre
o coldre segurando a arma.
A próxima coisa que eu sabia era que estava de bruços com madeira
enrolando em torno de minhas pernas, cercada por homens gritando em palavras que
eu não entendia.
Alguém agarrou a parte de trás do meu casaco e me puxou para a frente.
Tentei me apoiar em meus braços, apenas para tê-los dobrando debaixo de mim,
enquanto eu estava pressionada nivelada com a rua. Uma dor aguda, esmagando o
que pareciam duzentas libras de caos fez minha espinha estalar. O joelho de alguém
estava me segurando para baixo. O concreto raspou minha bochecha como irregulares
cacos de vidro quando tentei parar este mal-entendido horrível.
O pânico cresceu dentro de mim e eu gritava para eles pararem e me
escutarem. Em vez disso, uma mão atou no meu cabelo e bateu meu rosto de volta
na calçada, atordoando-me em silêncio.
O gosto de cobre do sangue inundou minha boca quando fui arrastada do
chão e colocada no banco traseiro de um carro.
Nunca em um milhão de anos, eu teria imaginado que por volta das 11:00
da manhã, eu estaria algemada.
CAPÍTULO 7

Magoado

Eu poderia dizer que meu lábio inferior tinha sido dividido em aberto. Doeu
como o inferno quando passei minha língua, apesar de uma crosta áspera já haver se
formado para fechar a ferida. O gosto de cobre ranço que ficou na parte de trás da
minha boca foi suficiente para embrulhar o meu estômago. A frente da minha camisa
estava manchada com manchas marrons de sangue seco. Toda a minha bochecha
esquerda doía e eu desejei que eu pudesse limpar meu rosto.
A última vez que me senti tão maltratado assim, foi quando fui atropelada
por um SUV, mas meu nível de mortificação desta vez estava fora do mapa. Que sorte
me sentir tão mal duas vezes em uma vida. Acho que eu deveria ser grata que não
fraturei o mesmo pulso pela terceira vez.
Olhei em transe nas pilhas de papel e arquivos empilhados sobre a mesa do
inspetor e tentei abafar as tonturas e os tremores de corpo inteiro, desejando
desesperadamente que eu pudesse rebobinar as últimas horas da minha vida.
Isto não era apenas um "oopsy," isto era uma ferrada monumental.
Eu sabia que precisava ter calma. A tentativa de explicação que fui
empurrada contra a minha vontade, em vez da suposição deles de que eu realmente
queria incitar um motim, atacar e assaltar o oficial, também seria melhor entregue se
eu não estivesse balbuciando através de lágrimas. Desnecessário será dizer que,
sendo detida pela polícia em um país estrangeiro era além terrível.
O conteúdo escasso da minha pequena bolsa estava espalhado sobre a mesa
do inspetor. Ele examinou meu gloss como se fosse uma arma química. É sabor de
cereja, imbecil.
— Eu não me lembro o nome do meu hotel — repeti com renovada
frustração. — Nossos planos de viagem foram feitos pelo agente de Ryan Christensen.
Estávamos sendo levados do aeroporto até o hotel por um motorista. Estou dizendo a
você que eu não sei. — Minhas últimas palavras racharam na minha garganta
enquanto as algemas beliscaram meus pulsos. — Por favor, deixe-me fazer uma
chamada de telefone para que possamos esclarecer a minha identidade.
Meu pedido foi ignorado.
Cansada de olhar para o rosto presunçoso, olhei para cima para o relógio
grande, redondo, fungando de volta uma lágrima — induzindo um ronco pelo nariz.
As entrevistas de Ryan devem ter acabado até esse ponto. Certamente, sua equipe o
levou para o próximo item em sua agenda — a sessão de fotos. Eu só podia imaginar
o quão bravo ele estaria comigo, uma vez que descobrisse onde eu estava.
Meus pensamentos estavam girando. Será que este incidente seria motivo
de separação para Ryan? Muito envergonhado por mim sendo presa para querer
continuar em um relacionamento comigo? Droga, se de pé sobre uma mesa para
propor para mim, foi o suficiente para incitar pânico em Marla, que diabos eu sendo
presa em Paris faria para ele?
Uma vez que eles me jogaram em uma cela, Ryan seria forçado a sair para
Barcelona amanhã sem mim? Que escolha ele teria? Eu não sei nada sobre as leis da
França ou em quanto tempo eu seria mandada para a prisão. Se os longos formulários
que o inspetor está preenchendo são qualquer indicação, certamente é onde eu irei
em seguida.
O inspetor continuou a atirar suas falsas acusações ao ponto da loucura.
— Eu não estava tentando pegar a arma do policial, nem estava atacando-o
— esforcei-me com urgência. — Por que você não acredita em mim?
Meu cérebro repetia, 5-10 por agredir um oficial. Deus, eu deveria ter
escutado Ryan! Eu deveria ter ficado na porra do hotel quando ele disse “não” ao meu
pedido. Ondas de remorso correram como uma maré, pressionando meu peito com
força a cada onda.
— Você não tem passaporte, nem identificação. Você afirma a informação
de que está em um hotel que não pode nomear — o inspetor continuou zumbindo.
Droga, ele era irritante. Esta era a primeira vez que estava fora do país. Eu
nem sequer pensei em pegar meu passaporte esta manhã, quando troquei de bolsa.
Saí com quase nada comigo, decidindo que um cartão de crédito e gloss eram minhas
únicas necessidades. Eu queria dar um tapa naquele sotaque, direto para fora de sua
boca.
Olhei para o computador antiquado em sua mesa.
— Meu nome e assinatura estão no meu cartão de crédito. E se você não
acredita em mim, basta procurar o meu nome na Internet. Isso deve dar-lhe uma
prova fotográfica suficiente. — Minha encarada era, definitivamente, um desafio,
esperando que algumas centenas de fotos de mim e Ryan seriam suficientes.
O ligeiro sorriso no seu rosto indicava que ele realmente não se importava.
Sua atitude insensível transformou minha tristeza em raiva.
— Lembre-me de nunca mais voltar à Paris, se esta é a maneira como você
trata os visitantes estrangeiros. Eu tenho o direito de chamar um advogado, ou isso é
contra as leis, também?
O bastardo me ignorou e continuou escrevendo.
— Os paparazzi tiraram muitas fotos do joelho de seu oficial nas minhas
costas. Isso deve fazer maravilhas para o seu negócio de turismo, uma vez que atingir
a mídia.
Inspetor Sem Noção tirou os olhos de sua papelada tempo suficiente para
olhar para mim e resmungar algo baixinho em francês. Poderia dizer pelo insulto em
seu tom, que tudo o que ele disse, não era agradável.
Meus ombros tensos estavam começando a doer pior do que onde arranhei
meu joelho no asfalto.
— O que aconteceu com as mulheres que me agrediram e roubaram meus
sacos de compras? Por que não estão algemadas?
Ele ainda estava encarando, quando seu telefone tocou. Ouvi a palavra
interrogé em sua resposta.
— Bem, parece que alguém chegou para buscá-la — disse o inspetor Idiota.
Meu coração subiu na garganta, ao ter o primeiro vislumbre de Ryan, sendo
conduzido através das portas do escritório, por vários homens de terno escuro,
seguido de Mike, Trish, David e Aaron. Eu tinha ouvido sua voz alterada discutindo e
insistindo em me ver e eu sabia que ele ia dar uma olhada em mim e ficar lívido.
Minha cabeça mergulhou em vergonha.
— Taryn? Você está bem? — Ryan caiu de joelhos ao lado da minha cadeira.
Seus olhos estavam arregalados quando ele pegou meu queixo com os dedos, tentando
ser gentil em seu estado irritado. — Querida, o que diabos aconteceu com você?
Apenas cuspe saiu primeiro:
— Eu tentei dizer a eles quem eu era, mas eles disseram que eu estava
resistindo à prisão. Meu passaporte... o esqueci em nossa suíte.
Eu consegui dizer à Ryan como fui seguida, cercada por fãs, empurrada
sobre uma barricada por mulheres com raiva, e depois derrubada e lançada pela
polícia. Choque, preocupação e um lote inteiro de fúria atravessaram o rosto de Ryan
enquanto avaliava minhas lesões.
O inspetor tentou dar sua versão das circunstâncias, mas Ryan
abruptamente o cortou. Ele andou até a borda da mesa do inspetor.
— Quatro homens adultos contra uma mulher? Ela pesa, tipo, cinquenta e
quatro quilos, pelo amor de Deus! Você precisava de quatro homens para submetê-la,
porra?
— Eu entendo que você está chatad....
— Não! Você não tem nenhuma porra de ideia de como estou chateado! Ela
está sentada aqui sangrando! E se ela estivesse grávida? Será que seus homens
considerariam isso, enquanto estavam a agredindo?
Um homem muito distinto, esbelto, em um terno azul escuro e gravata,
colocou uma mão cuidadosa no ombro de Ryan.
— Monsieur Christensen, por favor, permita-me. — O homem puxou uma
carteira do bolso interno do paletó e mostrou seu ID. — Gérard Bertrand, pessoal
adido ao primeiro-ministro. Eu estou aqui em suas ordens diretas em relação a este
assunto e ouvi o suficiente. Deixe-me pegar o arquivo e remover aquelas algemas dela
de uma vez por todas.
Minha respiração gaguejou com um alívio esmagador. Ryan trouxe a maldita
cavalaria com ele. Acho que o primeiro-ministro espera que participemos de um jantar
com sua família esta noite, depois de tudo.
Então, muitas pessoas lotaram o pequeno escritório, todos falando ao
mesmo tempo em um borrão de Francês e Inglês. As algemas foram removidas, para
meu alívio. Ryan continuou a mexer com o sangue no meu queixo.
O telefone de Trish estava fundido com sua orelha. Eu sabia que ele estava
com raiva.
— Sinto muito — implorei desesperadamente, esperando que ambos
encontrariam a graça de me perdoar. Como erros sociais acontecem, este era além de
usar o garfo errado no jantar ou a má pronúncia de uma palavra traduzida.
— Shh. Tudo vai ficar bem — Ryan sussurrou, apartando o cabelo para trás
do meu rosto para limpar uma nova lágrima.
Um homem alto com um bigode grosso e sobrancelhas duras e grisalhas se
aproximou.
— Monsieur Christensen, Mademoiselle Mitchell. Por favor, aceitem nossas
mais sinceras desculpas por este mal-entendido.
Ryan bloqueou a mão estendida para mim. Suas próprias mãos fechadas
em punhos apertados novamente.
— Mal-entendido? — Ele rosnou para a audácia do homem. — Olha para
ela! Você chama essa brutalidade de um mal-entendido? Que tal se eu bater a merda
de um de seus meninos assim....
Mike apertou uma mão no centro do peito de Ryan.
O homem enfiou meu arquivo debaixo do braço, impassível.
— Eu lhe asseguro, vou pessoalmente investigar este assunto. Você tem
minha palavra.
— Sua palavra não significa nada para mim — Ryan cuspiu furiosamente.
— Sua investigação não pode começar a corrigir esta injustiça.
Levantei-me e interrompi, querendo nada mais do que tirar Ryan e eu desta
situação potencialmente explosiva.
— Com licença. Estou livre para ir?
Os olhos do homem vieram aos meus e um leve sorriso enrugou seus lábios.
— Oui, mademoiselle. Você pode ir. Nenhuma acusação será arquivada.
Balancei a cabeça, escovando meus dedos ao longo dos inúmeros arranhões
no meu rosto como se isso fosse escondê-los melhor.
— Alguém, por favor, pode me levar de volta para o hotel? — Eu estava feita
de ser humilhada e assustada. A necessidade de pegar meu passaporte, óculos
escuros e um avião para sair do inferno, estava me dirigindo para a porta.
Ryan me cobriu com o casaco e com a mão pressionada abaixo na minha
coluna, me guiou para fora e para o banco traseiro de um sedan esperando. Trish
estava ocupada, pedindo favores e enviando textos para Deus-sabe-quem para
acobertar o caso. Eu queria me enrolar em uma bola e morrer. David estava
obviamente angustiado. Ele olhou para seu relógio.
— Precisamos levá-lo de volta para o Hotel Britannique para a sua sessão
de fotos, Ryan. Ainda há tempo. Podemos colocar este revés atrás de nós e ainda ficar
dentro do cronograma.
— Não — Ryan disse, sem rodeios, me puxando mais apertado contra o peito
quando eu tentava me esquivar. Presumi que iríamos acabar em uma briga quando
estivéssemos sozinhos.
— Escuta, sei que isto foi traumático — continuou David. — A coisa
Burberry era apenas um enchimento. Todos os demais estão na sessão de fotos
esperando por v...
— Eu disse que não — Ryan cuspiu. Senti a tensão em seu aperto no meu
ombro. Seus lábios estavam pressionados na minha testa quando ele respirou. — Nós
vamos voltar para o nosso hotel.
A despeito da declaração de Ryan, David ainda estava tentando convencê-lo
a continuar com suas obrigações agendadas quando entramos em nossa suíte de luxo:
— Ok, então o que você quer que eu diga aos produtores quando for explicar
porque você não estava na sessão de fotos? E a estreia é às seis horas. Nosso carro
tem que sair daqui às cinco e meia.
— Eu vou lidar com os executivos do estúdio — o agente de Ryan, Aaron,
disse. — Dadas às circunstâncias, é lamentável, mas eles vão entender.
David estava implacável.
— Mas se temos a intenção de cobrir isto corretamente, ele deve aparecer
em todos os seus compromissos agendados. Não aparecer só confirma as suspeitas.
Ele precisa estar lá, Aaron. Você sabe tão bem quanto eu.
Ryan não estava ouvindo ninguém. Ele marchou para o banheiro.
Trish tinha todo o dispositivo eletrônico conhecido pelo homem desligado e
colocou sua bunda multitarefa para trabalhar tentando contra-atacar toda a imprensa
negativa antes que viesse à tona.
Sentei-me no sofá, chafurdando no fundo da culpa por causar tudo isso,
desejando que eu pudesse desaparecer de volta no silêncio do meu apartamento. Eu
simplesmente não conseguia sacudi-lo, não importa o que tentasse fazer. O medo e a
mortificação estavam rodando no meu peito como um furacão com raiva, sugando
todas as outras emoções em seu rastro.
Eu nunca tinha estado em qualquer problema com a lei, nem mesmo
quando criança, e tendo o meu primeiro gosto do que era aterrorizante. Saindo com
Marie e minha outra melhor amiga, Melanie, a irmã de Thomas, cheguei bem perto
um par de vezes, mas de alguma forma, nós sempre saímos limpas.
Várias vezes, Thomas e eu, chegamos perto de sermos pegos, como o
momento em que os policiais nos parou quando estávamos voltando de uma festa da
cerveja na praia de North Bay. Deus, eu agitei por todo o caminho para casa até chegar
perto. Ou o tempo que fomos interrompidos por uma patrulha da costa por fazer sexo
insano às duas da manhã perto da ribanceira.
Apesar disso, nada tão mal assim tinha acontecido antes. E as ramificações
viriam daí, eram numerosas demais para sequer começar a compreender.
Ryan sentou ao meu lado, examinando meus machucados. Minha
respiração vaiou descontroladamente pela dor, quando ele esfregou um pano quente
sobre a minha bochecha.
Seus olhos estavam tão arrependidos.
— Desculpe, querida. Estou tentando ser gentil, mas nós temos que limpar
estes cortes.
Tanto quanto eu o amava cuidando de mim, queria puxar o pano de sua
mão. Senti como se não merecesse essa mão suave.
David acabou um telefonema.
— A assistente de Marcia Gay Harden vai vir aqui e ficar com Taryn
enquanto você estiver na estreia, Ryan. O pessoal de Jenna estão todos ocupados.
— Eu não vou — Ryan disse suavemente, limpando meu lábio com o máximo
de cuidado.
Todos os olhos pousaram sobre ele, mesmo os meus.
David tornou-se excessivamente animado no meio de sua fusão “gerente de
talentos”, discursando sem parar sobre não acreditar no que acabara de ouvir.
— Eu disse que não vou — repetiu Ryan. David começou a discutir, mas
Ryan não prestou atenção a ele. Uma estranha calma estava nele. A calma antes da
tempestade, possivelmente?
Senti a mão de Ryan tremer um pouco quando ele inclinou meu queixo para
cima.
— Preciso ligar para a portaria e buscar um remédio para você — ele disse
suavemente. — Tirei a maior parte da sujeira dos cortes, mas vou ser capaz de fazer
um trabalho melhor, uma vez que eu a coloque no chuveiro.
Segurei sua mão.
— Ryan, por favor. Estraguei isto o suficiente. Você tem que ir.
Suas narinas se alargaram.
— Não estou deixando você. Assim não.
Peguei a toalha dele, ignorando o fato de que a toalha, uma vez branco-puro,
estava agora tingida de rosa.
— É só por algumas horas — tentei sorrir encorajadora, sentindo-me tão
suja e manchada como o pano na minha mão.
Seu lábio tremeu ligeiramente quando ele balançou a cabeça.
— Eu não posso.
Encarei David, desejando que ele não levitasse. Eu estava prestes a fazer-
lhe um favor enorme.
— Você pode, por favor, nos dar licença por um momento?
Eu esperava que David poderia ler-me o suficiente para saber que eu estava
tentando fazer a coisa certa. Mike, abençoe sua alma, tirou todos de nossa suíte. Ryan
tirou a camisa e jogou-a no chão.
— Não tente me convencer a ir.
Seu tom não deixou espaço para discussão. Eu estava conformada com o
fato de que eu não ia a lugar nenhum, esta noite de qualquer maneira, incluindo um
jantar imponente, com o primeiro-ministro da França e sua família.
— O mundo não vai acabar se eu perder a estreia.
Assim ele pensa. Talvez não, mas seus fãs, certamente estariam ultrajados.
Ele abriu uma garrafa de água, boquiaberto para mim.
— O que?
— Você tem obrigações — hesitante, murmurei.
— Não dou a mínima.
Balancei a cabeça para discordar. Ele estava apenas reagindo à sua própria
sobrecarga emocional, que eu causei.
— Esta é a sua carreira, o seu filme. Eu não vou deixar você arruinar isso.
Não por mim. — Procurei na minha bolsa por qualquer coisa parecida com uma
aspirina. Ryan franziu a testa.
— Eu não vou sem você.
Parei na frente dele no meu caminho para o banheiro.
— Sim, você vai. — Quando me virei para a porta do banheiro, uma picada
desagradável de dor percorreu as minhas costelas novamente.
Uma levantada na minha camisa e um olhar de lado no espelho do banheiro
confirmaram minhas suspeitas. Eu tinha uma marca preta e azul, gigantesca, em
toda a minha cintura de pelo menos seis polegadas de comprimento. Fez-me lembrar
as cores do céu ao anoitecer, embrulhados em uma dor suave. Bem, pelo menos não
era o lado direito como da última vez, quando o carro me surpreendeu, mas com
certeza parece o mesmo.
Ryan engasgou:
— Que diabos é isso?
Ele me assustou. Rapidamente, deixei cair minha camisa, puxando com
força na bainha. Foi quando ele viu o corte na parte de trás do meu antebraço, pela
primeira vez também. Seus dedos longos circularam meu pulso. Um vergão vermelho,
inchado e criando casca decorava meu braço.
— Não é nada — puxei meu braço.
— O inferno que é.
Ele se moveu para mim e tentou levantar minha camisa, mas eu segurei a
bainha, puxando-a com força.
— Deixa. Eu. Olhar! — Ryan ordenou, rosnando entre dentes. Ficou claro
que ele não estava pedindo. Era óbvio que a tolerância estava esgotada.
Cansada de lutar contra ele, aquiesci. Os olhos de Ryan amassaram juntos
como se ele estivesse com dor, também. Eu não sabia o que dizer diferente de "eu
sinto muito." Puxei minha camisa para baixo como se fosse esconder a minha
vergonha.
— Por favor, vá para a sua estreia. Já fiz bastante dano à sua carreira por
um dia.
Liguei a água, pensando em usar o chuveiro para limpar minhas feridas e
mascarar mais lágrimas que eu precisava lançar, antes de me afogar internamente.
Depois do banho, eu comprimo de novo. Sentimentos de fracasso me fizeram querer
correr e me esconder.
— Não. Cuidar de você vem em primeiro lugar para mim, querida.
Se ele soubesse o quanto eu sinto o mesmo.
Ryan apertou cuidadosamente o seu corpo no meu, envolvendo os braços
em volta dos meus ombros em um terno abraço como se eu fosse frágil.
— E eu quero que você pare de dizer que sente muito. Você não tem nada
que se desculpar.
Balancei a cabeça e tentei me afastar dele. Deus, ele não poderia estar mais
errado.
— Eu deveria ter escutado você e nunca me aventurado por conta própria.
E agora... agora humilhei nós dois. Eu nem sequer sei como você consegue ser tão
bom para mim agora.
Confusão cobriu seu rosto. Ele libertou um braço, por tempo suficiente para
ligar o chuveiro. O banheiro foi se transformando em uma sauna, vapor apertado com
névoa.
— Você acha que se eu tivesse qualquer outro emprego, sua primeira viagem
a Paris teria sido diferente?
Tentei afastá-lo.
— Ryan, não...
Ele levantou meu queixo, recusando-se a deixar-me ir.
— Ou será que os paparazzi foram perseguindo você quando passeava pelas
ruas de uma cidade estrangeira segura? Em vez de estar lá fora desfrutando de todos
os locais com você como um casal, protegendo-a como um homem deve, você foi
deixada para cuidar de si mesma, mais uma vez. Você acha que me deixa feliz ou faz-
me sentir digno de você? Deixe-me dizer-lhe, isso não acontece. E agora, vê-la ferido
assim...
— Pare com isso, Ryan. Por favor. Nada disto é culpa sua. Você não tinha
nada a ver com isso. Sair foi minha decisão estúpida. Não achei que seria um grande
negócio ir às compras sozinha. Eu sei melhor agora. Não vou cometer o mesmo erro
duas vezes.
Seu rosnado frustrado levantou um entalhe.
— Não coloque isso em si mesmo, Taryn.
Minha mente correu.
— Como não fazer? Você está aqui tentando fazer o seu trabalho. Eu era a
única notícia de primeira página lutando com os policiais. Parece que cada vez que
tento tornar mais fácil ou encontrar meu lugar, acabo tornando-o dez vezes pior de
alguma forma. — Tive que me acalmar antes que me perdesse completamente. — Eu
só quero que você seja feliz, Ryan, sem pôr em risco a sua carreira. A mídia vai rasgá-
lo... eu não posso suportar, sabendo que eu lhe causei dor e humilhação hoje. Você
não tem ideia do quanto estou triste. Eu deveria ter ficado fora do caminho.
Voltei para o quarto e peguei algumas das minhas roupas, empurrando-os
em minha mala.
— O que você está fazendo?
— Fazendo as malas.
— Nós não vamos embora até a manhã.
Eu vagava ao redor da sala recolhendo minhas coisas, sentindo dor no meu
joelho machucado. Eu sabia que se parasse de me mover as lágrimas fluiriam e eu
realmente não queria chorar na frente dele agora.
— Você passou tempo suficiente hoje se preocupando comigo — murmurei
tristemente. — Por favor, apenas... você precisa se preparar para sua estreia.
Seu rosto caiu.
— Babe, você está machucada em algum outro lugar? Parece que você está
mancando.
Se eu disser a ele, ele vai explodir a estreia com certeza. Bem, não por minha
causa, ele não vai. Tentei empurrar a dor de lado.
— Não.
Ryan marchou até mim, arrancou os sapatos da minha mão, e atirou-os em
toda a sala.
— Pare de embalar, porra! Que parte de: não vou sem você, não entendeu?
Você espera que eu o quê, apenas saia daqui sem você para que eu possa voltar mais
tarde e descobrir que você fugiu?
Balancei a cabeça, veementemente negando sua suposição. Eu duvidava
que a França tinha uma pedra grande o suficiente para eu passar por baixo.
— Você acha que eu não sei o seu MO 7 até agora? Como você
voluntariamente se martiriza para o meu bem maior? Droga, Taryn! Você acha que
toda essa merda significa tanto para mim? Não posso acreditar que você pensa que
eu apenas a deixaria aqui sozinha depois de tudo que você passou hoje.
Ele jogou algumas de suas próprias roupas em sua mala aberta.
— Você quer ir? Bem. Vamos. Nós vamos estar na porra do próximo avião
para casa.
Coloquei minha jaqueta para baixo. Sua raiva recém achada me assustou.
— Eu não ia embora. — Bem, não que eu jamais fosse admitir. — É só... eu
me sinto como uma merda por trazer isto em você. Estou brava, envergonhada e
frustrada.
A cicatriz no meu lábio inferior repuxou, lembrando-me que eu tinha
contusões correspondente do lado de fora também.
— Eu nunca, nunca o colocarei em uma posição onde você tem que escolher
entre mim e sua carreira, Ryan. Nunca. Eu nunca vou fazer isso.
Peguei meus sapatos do chão. Por que ele é paciente comigo, eu nunca vou
saber.
— O que você acabou de dizer?
Congelei. Eu não achei que meus resmungos internos fossem audíveis.
— Você acabou de dizer, ser paciente com você?
Relutantemente, concordei.

7Modus Operandi = modo de agir, normalmente usando na polícia para definir o “jeitinho”
de um criminoso, cometer o crime.
Ryan pegou uma das cadeiras laterais ornamentadas, puxando com força
mais perto da cama. Ele apoiou as pernas para cima, cruzando-as na altura dos
tornozelos.
— Oh, eu tenho que ouvir essa merda. Por favor continue. Esclareça-me
como eu sou paciente com você.
O senso comum me disse que isso não ia acabar bem, então por que se
preocupar em começar. Eu deveria ter mantido minha boca fechada.
— Bem? — Ele estava ficando impaciente. Eu também.
Meu escarpam preto, Christian Louboutin, ricocheteou na tampa quando
eu o arremessei na minha mala. Eu estava tão irritada que recorri a maltratar os
sapatos de mil dólares que Ryan tinha comprado para mim.
— Tudo o que eu queria fazer era olhar para uma jaqueta e até mesmo isso
se transformou em um desastre.
Ele olhou ao redor da sala.
— Você comprou? Não vejo qualquer sacola.
— Não, não comprei.
— Você foi fazer compras e não comprou nada?
— Perdi minhas sacolas de compras quando caí. Comprei alguns presentes,
mas tudo o que comprei desapareceu na confusão.
Ryan sentou-se.
— Quanto você perdeu?
Balancei minha cabeça.
— Não importa.
— O que quer dizer com não importa?
— Eu usei meu cartão de crédito por isso é a minha perda — murmurei
arrependida.
— Jesus Cristo, Tar! — Ele se levantou e caminhou ao redor da sala. —
Onde está sua bolsa? — Ele rosnou, empurrando as coisas ao redor para procurá-la.
— O que você quer? — Tirei meu casaco da frente para pegá-la.
— Porque agora você me deixou puto. — Ele pegou a pequena bolsa da
minha mão e puxou o zíper. Então ele deslizou meu cartão de crédito para fora e o
examinou.
— Isto — disse ele, segurando-o — é meu agora. Não existe. — Ele olhou
para o outro cartão, que era o nosso cartão conjunto e empurrou-o de volta em seu
slot.
— Espere, pare...
Ele pegou a carteira do bolso da calça jeans e confiscou meu cartão.
— Eu não dou a mínima se você precisar dele para colocar gasolina no seu
carro, porra; você usa o nosso cartão de agora em diante.
Ele estava sendo ridículo. Estendi minha mão.
— Vamos. Apenas me devolva.
Ele enfiou a carteira de volta no bolso e olhou para mim.
— Você quer usar aquele anel?
— O quê? — Olhei para minha mão.
— Você quer ser minha esposa, sim ou não?
Agora ele estava me assustando.
— Claro que eu quero ser sua esposa, mas o...
— Sem, “mas”. É uma pergunta de sim ou não, Taryn.
Inclinei meus ombros.
— Sim.
— Sim, o que?
Gah!
— Sim, eu quero ser sua esposa.
— Bom. Então, supere sua merda. Entendeu?
— Ryan, você sabe, eu...
— Entendeu? — Ele gritou mais alto. — Eu não vou jogar este jogo mais,
Tar. Toda essa besteira provê um inferno de um estilo de vida, então lide com isso. Eu
forneço. Eu cuido do que é meu. E se você sequer respirar na minha carteira para
pegar seu cartão, que Deus me ajude, eu vou amarrar sua bunda, trancá-la em uma
sala de merda e tocar Guns N 'Roses em loop infinito.
Engoli em seco. Agora ele estava lutando sujo.
— Você não faria isso...
— Ah não? Me tente.
— Você não pode pegar meu cart...
— Ah não? “Welcome to the Jungle8” uma e outra vez. Isto é o que você quer?
Esfreguei a ponta do dedo sobre meu lábio rachado, encolhendo-me.
— Não.
— Bom, agora que temos isto resolvido, por que você não me diz como essa
outra besteira começou.
— Eu acordei?
Ele franziu a testa para mim. Sentei-me na beira da cama.
— Não havia uma enorme multidão lá fora quando saí do hotel.
— E?
— E.... quando voltei havia centenas. A polícia não me deixou entrar no hotel
sem a prova de estadia. Tentei chegar mais perto da entrada e então, acidentalmente,
pisei no dedo do pé de uma garota.
Ryan olhou para mim com incredulidade.
— Um dedo do pé. Isto — ele acenou com a mão para cima e para baixo —
tudo começou porque você acidentalmente pisou no pé de uma garota?
Balancei a cabeça de novo, odiando o quão ridículo tudo isso soou.
— Tentei ligar para você, mas esqueci de colocar o código do país em
primeiro lugar. — Eu esperava que meu olhar tímido fosse suficiente para indicar
como arrependida eu estava. — Eu estava tentando me espremer por elas e apenas
aconteceu. Algumas meninas me reconheceram e pediram um autógrafo e então
alguém queria tirar fotos e depois eu pisei no pé de alguém. Tentei me desculpar, mas
uma outra menina me empurrou e eu acertei a menina atrás de mim e.... bem, elas
me empurraram e eu empurrei de volta.
Isto, aparentemente, o divertia.
— Não é engraçado.
Ele passou a mão sobre os lábios.
— Eu não estou rindo. Mas eu estou feliz que você se defendeu.
Escolhi não responder. Defender-me foi a minha queda.
— Então, você explicará como eu sou paciente com você ou devemos apenas
jogar mais sapatos ao redor em vez disso?

8 https://youtu.be/o1tj2zJ2Wvg
Virei-me para ele e resmunguei:
— Você jogou o primeiro sapato.
Ele estava sereno.
— Joguei. E você está evitando me responder.
— Certo, tudo bem. Você quer saber? Seu assessor e o gerente, difícil
esconder o fato de que ambos me desprezam. O único que é legal é o Aaron e eu acho
que é apenas para mantê-lo feliz. Eu sei que todos eles pensam que fiquei grávida de
propósito.
Joguei o outro stiletto preto na minha mala aberta, mais suave desta vez.
— Taryn, a pequena sedutora má, que vai prendê-lo e roubar seus milhões
— respirei fundo.
— Nós dois sabemos como você ficou grávida, querida — ele disse
suavemente. — Pode ter sido um acidente, em vez de algo que nós planejamos, mas
certamente não foi intencional. E era um risco que tomamos juntos. Além disso, se
eu não quisesse ter filhos com você algum dia, eu teria usado preservativos desde o
primeiro dia.
Isso me parou.
— Eu sempre me perguntei sobre isso, na verdade.
Sua sobrancelha subiu.
— Sobre?
— O primeiro dia-desprotegido.
Ele riu timidamente como se tivesse sua própria piada privada. Seus olhos
presos nos meus.
— Tar, eu soube no primeiro dia que tropecei em seu pub, que você era a
única. Eu acho que me apaixonei por você quando você estava esfregando aquela
merda em meus cortes.
Engoli em seco, chocada com sua admissão.
Outro pensamento privado passou através dele, provocando um sorriso
malicioso.
— Comecei a ter fantasias impertinente sobre você ser a mãe dos meus filhos
quando você estava chutando minha bunda jogando sinuca. No momento em que nós,
finalmente, nos enganchamos, eu sinceramente não me importava de uma forma ou
de outra, se eu te acertei. Sentindo sua pele na minha valia a pena correr o risco. E
se você ficar grávida significava que você estava amarrada a mim de alguma forma
permanente, melhor ainda.
Eu, imediatamente, suavizei com isso. Derreti, morri e flutuei para o céu,
na verdade. Ele estendeu os braços abertos, me acolhendo. Eu me enrolei em seu colo
e me aconcheguei em seu pescoço, nunca querendo deixá-lo ir. Seu nariz flutuou
sobre o meu.
— Você sabe que quero ter filhos, então não poderia dar a mínima para o
que Marla ou qualquer outra pessoa pensa. Tudo o que importa são as decisões que
tomamos como um casal.
Escovei meus lábios nos dele para um beijo, amando-o ainda mais do que
eu pensava ser possível. Ryan recostou e eu descansei minha cabeça em seu ombro.
— Mas — disse ele conspiratório — de volta para a coisa com Marla.
Descobri, mais cedo hoje, que no dia em que propus a você, Marla pegou seu marido
transando com uma bartender do Chateau em seu chuveiro.
Minha cabeça pulou fora do seu peito nu.
— Tá brincando?!
— Acho que isso explica algumas coisas, né?
Balancei a cabeça.
— Sim, explica.
Ele penteou meu cabelo comprido para trás.
— Trish queria te contar sobre o e-mail que recebeu esta manhã, mas acho
que estraguei toda a sua diversão agora.
Eu imaginava Marla andando em sua propriedade palaciana, pegando o
traseiro molhado do seu marido, nu no meio dos impulsos.
Oh queria ter sido uma mosca na parede para isso. Ainda assim, parte de
mim poderia relacionar muito bem a esse cenário e realmente sentir pena dela.
— Bartender, hein? Ela provavelmente pensa que somos todas putas.
—Bem, isso é problema dela, não nosso, ok?
Balancei a cabeça.
— Ok.
Ryan gentilmente esfregou a mão para cima e para baixo nas minhas costas,
embalando-me em um estupor.
— Eu só queria que David não me odiasse, também — eu disse.
Ryan bufou.
— David a vê como uma distração.
A maneira como ele disse, eu poderia dizer que não era tudo.
— E?
— Eeeeeee... eu realmente não me importo com o que ele pensa.
— Ele me odeia desde que tivemos aquela reunião de jantar com Follweiler.
— Sim, ele não gosta de você influenciando as minhas decisões de carreira.
— Talvez eu deva manter minhas opiniões para mim mesmo, então.
Ryan se agitou.
— De jeito nenhum. Dane-se isso. Eu quero saber o que você pensa. Seus
pontos de vista não são saturados como o dele são. Além disso, eu sei o que é
temporário e o que é permanente em minha vida. — Ele me mudou em seu colo. —
Qualquer coisa que você quer tirar do seu peito enquanto estamos fazendo uma lista?
Cocei meu lábio inchado e murmurei:
— Fui presa hoje.
— Não, você não foi, lembra? Nenhuma acusação?
— Haverá fotos de mim sendo levada em custódia em cada jornal, Ryan.
— E você está esperando que eu fique bravo com você sobre isso?
— Bem, sim. Não apenas bravo, furioso, na verdade.
— Eu estou bravo. Eu estou furioso para caralho, mas não com você. Estou
chateado que hordas de mulheres a impediram de voltar para o hotel e você foi
maltratada, ferida e tratada como uma criminosa. Isso é sobre o que estou chateado.
Eu me irritei.
— Você não precisa de imprensa negativa.
Ryan se esquivou.
— É o que é. Se sangra, leva. Isto não é um escândalo, Tar. Vai sumir,
eventualmente, de modo que gastar muita energia nisto é um desperdício. Ok?
— Ok.
Ryan se levantou comigo em seus braços.
— Oh, você é um grande peso — disse ele sorrindo e me beijou antes de me
colocar suavemente na cama. — Com fome? Presumo que eles não te alimentaram na
prisão.
Fiz uma careta de sua piada sem graça, mas ele estava muito ocupado lendo
o serviço de quarto para notar.
— Faminta, na verdade.
Ele olhou para mim.
— Pensando sobre isso, estou meio que bravo com você, apesar de tudo. Se
você estava tão desesperada para tentar amarração, algemas e as merdas, tudo o que
tinha que fazer era pedir. Eu ficaria mais do que feliz em ir até lá com você. Ainda
temos que explorar plenamente o lado depravado do sexo. Inferno, não temos sequer
arranhado a superfície.
Deixe para ele encontrar humor em tudo. Ryan pediu um almoço tardio e,
em seguida, ligou para a recepção para pedir o creme antibiótico e ibuprofeno. Fiquei
aliviada que a comida estava a caminho.
Eu me aconcheguei com um travesseiro na cama.
— Você ainda precisa ir para a sua estreia. Você sabe disso, certo?
Ryan pegou seu celular.
— David, qual é o nome da estilista que está viajando com Jenna? Não, a
menina que faz a maquiagem. Preciso que você a encontre e a envie aqui.
Depois que ele terminou a chamada, ele subiu na cama comigo. Eu me
enrolei em seu peito.
— Eu sei porque você está tensa... e eu não me importo com o que os jornais
vão dizer. Uma semana a partir de agora isso será esquecido e alguém vai usar o alvo
por um dia.
Que alivio.
— Obrigado. Fico feliz por podermos falar coisas como estas.
Ele olhou para mim por um longo tempo. Eu podia sentir a tristeza
construindo.
— Quando penso nas coisas que poderiam ter acontecido com você, pior do
que estes arranhões em sua bochecha...
Selei seus lábios com meus dedos.
— Shh. Pare.
Sua mão escovou para baixo em meu lado, fazendo uma pausa ao longo do
meu estômago. Seus olhos amassaram fechado e ele engoliu em seco.
— Você sempre será minha primeira prioridade, Taryn. Sempre. Apenas
saber que você foi ferida hoje está me matando.
Olhei em seus olhos.
— Eu não sei o que fiz para merecer você. Eu te amo tanto. Mas... não vou
acrescentar mais combustível nesta situação, aparecendo em público com cicatrizes
de batalha. Eu não vou....
Visões de milhares de câmeras perseguindo as evidências em foto das
minhas feridas, queimaram minha mente.
— Eu não vou envergonhá-lo dessa forma. Eu prometo. Eu estarei aqui
quando você voltar. Não importa o tempo que for.
Ele franziu a testa.
— Eu não penso assim. Já que você insiste que eu vá para a estreia e eu
absolutamente me recuso a deixá-la para trás, acho que temos que nos comprometer.
Teremos um carro separado levando-a, para que você não seja visível para o público
em geral. Eu acho que você sabe como isso funciona agora.
Concordei com a cabeça.
— Você pode evitar as aparições mais públicas, mas você estará comigo em
todos os outros momentos esta noite. E isso, meu amor, não é negociável.
CAPÍTULO 8

Recuperação

Nós mal havíamos estacionado a nossa bagagem no foyer do nosso


condomínio recém-alugado, quando Ryan começou a descascar sua roupa. Ele puxou
a camiseta, revelando seu corpo musculoso e aquele glorioso tanquinho.
Minha boca encheu de água, admirando a poesia em movimento
perseguindo-me como um predador faminto, tudo esculpido e cortado com perfeição.
Não me admira que mulheres em todo o mundo praticamente desmaiam em sua
presença. Ele é de tirar o fôlego. E todo meu.
Com um sorriso brincalhão, ele jogou a camisa no chão, me levando de volta
para as profundezas de um quarto mal iluminado. Seis dias haviam se passado desde
a derrocada em Paris, mas a imprensa foi implacável. Eu sabia que o seu ego também
estava sofrendo desde que Reparação não estava tão bem de bilheteria quanto sua
equipe tinha esperado.
Ryan, no entanto, continuou com a pretensão de ser descontraído com tudo.
— Parece um bom lugar — eu disse brincando, incapaz de tirar os olhos de
seu olhar aquecido. Tudo além de seus ardentes olhos azuis pareciam misturar-se um
borrão de cor neutra.
Eu dei alguns passos para trás, com medo de largar a minha guarda,
esbarrando em uma cadeira decorativa ao longo do caminho. Minha mochila
escorregou do meu ombro e bateu no chão.
Ele acenou uma vez, não se importando menos como o lugar se parecia.
— Encontrar o quarto.
— Não quer desfazer as malas primeiro?
Seu olhar era escuro e cheio de luxúria.
— Não. Sexo em primeiro lugar. Você tem cinco segundos para ficar nua ou
vou rasgar fora suas roupas de você.
Meu pulso disparou.
— Alguém está um pouco ansioso?
Ele voltou com um sorriso lascivo.
— Você começou isso.
— Uh-uh. Você foi o único se gabar. Pensa que você pode melhorar seus
cinco orgasmos? Não que eu duvide de suas habilidades loucas ou qualquer coisa.
— Oh, eu tenho planos para essa tua boca. — Ele continuou espreitando,
tirando suas meias a cada passo. — Três segundos. Tire as roupas, Tar. Agora. Ou
você quer que eu deixe impressões digitais vermelhas em seu traseiro?
— Você não faria isso....
O diabo no seu olhar disse “oh inferno sim, eu o faria”.
— Quer saber?" Ele perambulou, fechando a lacuna entre nós. Seu tom de
censura aquecendo minha pele. — Você pode gostar disso.
Só consegui tirar um sapato, enquanto tirava minha camisa, retrocedendo
cada passo. Minha retirada foi interrompida pelo sofá.
— Este é um bom lugar para começar. — Ryan agarrou a frente da minha
calça e me puxou para a frente.
— Você é tão adorável quando está nervosa — ele murmurou, arrastando as
pontas dos dedos pela minha bochecha, suavemente, com reverência. — Deixe-me ser
o primeiro a recebê-la em Vancouver. — Ele abriu o meu cinto, puxando lentamente
cada polegada do couro dos puxadores. — Embora, teremos que realizar uma
pesquisa de cavidade. Certifique-se de que você não contrabandeou qualquer coisa
para o Canadá. Vou manter este item no caso de você precisar ser contida.
Ele colocou o cinto no bolso de trás da sua calça jeans.
Meu pulso aqueceu subindo mais um outro grau.
Zíper para baixo, suas mãos deslizaram sobre minha parte traseira, os
dedos curvando-se exatamente onde eu estava mais quente.
Ele tinha estado brincando comigo todo o voo, inocentemente escovando os
dedos sobre o meu peito, sussurrando no meu ouvido todas as coisas que ele estava
pensando em fazer para mim. Torturando-me a este estado frenético.
Sua boca trancou na minha, beijando-me até o esquecimento. Dedos ágeis
abriram meu sutiã enquanto empurrei seu jeans para baixo pelos seus quadris,
agarrando sua excitação com firmeza.
— Chega de preliminares. Eu preciso estar dentro de você, agora — ele
gemeu na minha boca.
Usei meu pé para empurrar seu jeans o resto do caminho até seus
tornozelos.
— O que você está esperando? Tome o que é seu.
— É o plano. Apenas me certificando que você está pronta para mim. — Ele
caiu para trás sobre as almofadas, habilmente puxando minhas pernas sobre as
coxas, então eu estava montada nele.
Ele engasgou, então gemeu quando ele estava totalmente encaixado dentro.
Afundar sobre ele, era pura felicidade, como voltar para casa. De rosto colado, suas
mãos segurando meus quadris, me balançando para frente e para trás enquanto meu
joelho nos deu sustentação.
Chupei a curva de seu lábio superior, perdida em seu beijo e língua hábil.
Seu beijo derivou para o meu queixo, meu pescoço. Embalei sua cabeça em minhas
mãos quando ele pegou meu seio em sua boca. Eu apreciava o seu puxão forte,
derretendo toda a minha existência em sobrecarga sensorial.
Em um instante, eu estava mergulhada para trás, silvando quando minha
pele entrou em contato com a madeira fria da mesa de café.
Ele retirou-se e substituiu o súbito vazio com a boca e os dedos. Minhas
costas arquearam, gemendo de seu toque. Ele mordeu minha coxa, dirigindo seus
dedos dentro de mim sem piedade.
No momento em que sua língua voltou, eu voei em pedaços.
— Esse foi um. — Senti seu sorriso de satisfação se transformar em beijos
carinhosos na minha pele. Ele me puxou para nivelar meu peito com o seu, chupando
meu pescoço abaixo da minha orelha. — Ainda faltam cinco.
Ah Merda. Eu nunca deveria o ter desafiado.
— Levante-se — ele ordenou. Ryan apertou seu peito às minhas costas,
passou um braço sobre meu peito e, com levantando a perna rapidamente, empurrou
de volta dentro de mim. Sua outra mão serpenteava para baixo, onde estávamos
unidos.
Santo inferno. Sexo em pé ao estilo Zé Martelo. Ele estava pegando fogo,
levando-me com ele para as chamas. Ele me inclinou sobre o sofá. Dedos molhados
começaram a esfregar e beliscar sobre a minha pele sensível. Mais alguns momentos
disso e eu estarei sobre a borda novamente.
— Não pare — pedi sem fôlego.
— Eu estou perto — ele rosnou. — Venha comigo.
Saber que eu tinha este homem batendo tão apertado, que ele estava
explodindo, foi minha ruína. Este orgasmo me acertou mais forte que o primeiro. Em
uma maldição e um suspiro, gritei na onda de prazer. Ele estava batendo-me tão
profundamente, prolongando meu orgasmo alucinante, me balançando no precipício
de dor prazerosa.
Suas mãos cavaram em minha carne quando ele encontrou a sua libertação,
gemendo a cada pulso.
Nós acabamos e desabamos no sofá. Nós dois ofegantes e exaustos. A mão
dele era tão suave, correndo da parte de trás da minha cabeça e na minha espinha
enquanto eu estava deitada em cima dele.
— Este é um sofá confortável — ele riu enquanto controlava sua respiração.
Resmunguei. Assim como seu peito. — Eu estou pronta para uma soneca.
— Ah não! Nada de dormir. Estamos apenas descansando um pouco. Ainda
temos de testar o chuveiro, a cama e aquela mesa de jantar ali. E você ainda tem mais
quatro orgasmos para conseguir.
Eu sorri tão grande que doía.
O celular de Ryan tocou novamente. Ainda estava claro, mas não me
importei. Eu estava, principalmente, sob as cobertas, nua e entrelaçada em torno do
amor da minha vida, equilibrando à beira do êxtase e da inconsciência. Meu corpo
inteiro se sentia como se meus ossos tinham desaparecido em algum lugar entre o
quarto e o quinto orgasmo. Ele conseguiu me levar até o sexto.
Ele beijou minha testa.
— Estamos atendendo a qualquer chamada ainda?
Eu consegui gerenciar um aceno de cabeça.
— Terminei.
— Por enquanto — acrescentou, beijando minha mão que ainda estava
atada à sua.
Eu me perguntava se ele podia sentir meus olhos rolando em seu peito. Ele
pescou o celular do bolso da calça.
— Era a minha mãe novamente. Vou chamá-la mais tarde. Eu não posso
conversar com minha mãe após quatro horas de sexo.
Eu, rapidamente, me tornei extremamente consciente de quantos músculos
foram necessários para reunir uma pequena risada.
Enquanto ele estava navegando através de seus textos, o telefone tocou
novamente.
— Cara, estamos populares.
Eu tinha desligado meu telefone mais cedo; fiquei surpresa de ele responder
ao seu.
— Oi, Marie. Não, está tudo bem. Espere. Desacelere. Eu não consigo
entender você. — Ele sentou-se de repente. — Sim, ela está bem aqui. Espere.
No segundo que ouvi a voz dela, o jeito que ela disse meu nome, eu sabia
que algo terrível tinha acontecido.
— O que está errado?
Marie fungou.
— Ei escute. Eu não quero incomodá-la, mas você se importaria se eu
emprestasse seu carro?
Estranho.
— Sim claro. Pegue-o se você precisar dele. Você sabe onde estão as chaves.
Será que o seu carro quebrou?
Ouvi-a soltar uma fraca, risada sem humor.
— Não. Eu, uh, já não tenho um.
Ryan estava olhando para mim.
— Gary veio aqui hoje. Ele pegou meu carro de volta, Tar.
Olhei para Ryan.
— O que quer dizer com “Gary levou seu carro de volta”? Ele pegou de você,
é isso?
Marie assoou o nariz e tentou falar através de lágrimas de raiva:
— Sim. Ele disse que uma vez que está em seu nome, é seu. Tanto faz. Era
um pedaço de lixo de qualquer maneira.
— Por que ele está sendo um idiota? — Perguntou Ryan.
Eu levantei um dedo para ele esperar.
— Ele não pode simplesmente levar o seu carro, Marie. Eu não me importo
qual é o nome que consta lá.
— Isso é propriedade conjugal — acrescentou Ryan.
O desejo de chutar Gary nas bolas foi esmagador.
— Você precisa ver um advogado... agora.
— Eu sei. Tenho alguns telefonemas para fazer — disse ela tristemente. —
Esta foi a última gota.
Eu queria uma resposta à pergunta de Ryan.
— Marie, por que ele está agindo assim? Quero dizer, ele está se tornando
cruel de propósito.
Ela zombou.
— Diga-me sobre isso. Taryn, eu o vi com ela. Fui até seu trabalho para
confrontá-lo e ele estava encostado no maldito carro dela. E então, fui até a minha
casa para pegar algumas das minhas coisas e minha chave não funcionou. Ele trocou
todas as fechaduras da casa, Taryn! Ele disse que, desde que eu nunca apreciei
qualquer coisa que ele já fez por mim, que eu tente ficar sem.
Ryan acenou com o queixo para mim, querendo saber o que estava
acontecendo. Balancei a cabeça com firmeza.
— Marie, ele não pode simplesmente trancá-la para fora de sua própria casa.
Os olhos de Ryan se arregalaram com o choque de ouvir o meu lado da
conversa.
— Você sabe, eu venho tentando descobrir isso. Desde quando ele saiu
àquela noite com seus amigos solteiros, em janeiro, temos brigado. Logo depois, ele
começou a receber telefonemas misteriosos, textos e merdas. Dizendo-me para cuidar
do meu próprio negócio quando eu perguntava sobre isso. Ele nunca foi assim, Tar.
Nunca.
— Você, claramente, perguntou por que ele está sendo assim?
— Sim, perguntei, — ela suspirou — Mas ele nunca responde à pergunta
direta. Ele só joga na minha cara como ele está doente comigo fazendo esta merda
com ele, o que quer que isso signifique. No começo, eu pensei que era porque nós não
estávamos passando tempo suficiente juntos, mas quando estou em casa, ele está na
garagem trabalhando em algo, me ignorando — ela zombou. — Ele está trazendo
merdas que aconteceram anos atrás.
— Oh, droga — gemi.
— Tanto faz. De qualquer forma, — ela respirou, fungando. — Chega disso.
Como você está? Eu tenho estado muito preocupada com você desde que você deixou
Paris.
Não havia nenhuma maneira que eu poderia pensar em meus problemas
insignificantes.
— Você precisa que eu volte para casa? Estou voltando para casa. Você não
deve estar sozinha. Vou ver se consigo um voo...
— Não, você não vai — ela disse, me cortando. — Você e Ryan precisam
deste tempo juntos.
— Mas...
— Não, eu estou bem. Mantenha o plano original e eu te verei quando chegar
em casa em algumas semanas — Marie insistiu.
Depois que nós tínhamos nos despedimos, Ryan me cutucou, franzindo a
testa.
— Como ela está segurando? — Um olhar era tudo que eu precisava dar a
ele. Eu mal podia conter as lágrimas e a raiva dentro de mim. — Ele tomou seu carro?
Balancei a cabeça.
— Entrou no bar e exigiu as chaves.
— Eu não posso acreditar que Gary sendo tão imbecil. — Ryan me deu uma
massagem consoladora. — Parece fora do personagem.
— Eu posso. Eles têm brigado e eu tenho certeza que ela disse algumas
coisas que pode se arrepender. Mas agora ele está tentando provar um ponto, tirando
dela tudo que ele já deu. Deus, eu preciso fazer alguma coisa! Ela tem as chaves do
meu carro, então ela tem uma maneira de não estar a pé, mas ainda assim.
— Ela precisa contratar um bom advogado é o que ela precisa fazer. Ele não
pode fazer merda assim! E eu te digo, se ele está de sacanagem com ela, então eu não
quero ter nada a ver com ele. Você sabe como me sinto sobre isso.
Ryan se aconchegou ao meu lado e descansei minha cabeça em seu ombro.
— Eu preciso ir para casa em breve. Eu não posso prendê-la com a
administração do pub enquanto sua vida está desmoronando. Eu quero estar com ela
quando ela for para o advogado. É importante para mim estar lá para ela. Ela é minha
melhor amiga.
Ele suspirou.
— Eu sei. — Ele entrelaçou nossos dedos juntos. — Ela tem o meu apoio
também. Tudo o que ela precisar. Você sabe que podemos pagar. Afinal, eu devo a ela
uma enorme dívida de gratidão. Ela me ajudou a ver as coisas claramente quando eu
não estava vendo.
Eu sabia apenas pela sua expressão que ele estava se referindo a tudo o que
ela fez para manter eu e ele juntos, mesmo quando parecia que nunca íamos superar
nossos problemas de confiança. Eu deveria estar fazendo o mesmo por ela? Tentando
consertar as coisas entre ela e Gary antes de se tornarem irreparáveis? Uma coisa era
certa: eu contrataria um advogado antes que de deixar Gary fazer mais danos.
— Tar, diga-me a verdade. A maneira em que ele está agindo... ela o traiu?
Minha cabeça levantou de seu ombro.
— Não. Não, nunca. Eu suspeito que é o contrário.
Ele esfregou meu ombro.
— Querida, eu sei que você está despedaçada. E eu sei que estou sendo um
bastardo totalmente egoísta quando digo isso, mas eu não vou mentir e dizer que está
tudo bem por você correr de volta para casa agora. Eu sei que você quer estar lá para
ela, mas precisamos deste tempo juntos.
— Eu sei. E eu não estou correndo para nenhum lugar.
Ele gentilmente puxou meu queixo para cima.
— Eu jamais quero que merda como esta, aconteça para nós. Eu não vou
deixar nosso amor ir para lá, Tar. Eu não vou! Eu juro por Deus! Eu lhe disse que
você vai sempre vir em primeiro lugar e eu falei sério. Eu quero dar-lhe o mundo e
nunca pegar de volta e eu não vou deixar nada ficar no caminho disso. Mas eu também
estou sob contrato aqui. Não importa o que, eu ainda desejo fornecer para minha
esposa e família.
Eu aconcheguei em seu peito.
— Eu sei, querida. Este é o seu trabalho e eu o apoio totalmente. Sei onde
está seu coração.
Os dedos de Ryan vagaram sobre minhas cicatrizes leves.
— Eu realmente quero que você saiba como é estar no set comigo. Você me
pediu para ajudá-la a entender tudo isso e eu não sei outra maneira de fazer isso,
exceto para ter você experimentando tudo.
Acenei concordando.
— Eu quero isso também. Mas também sei que ela está lá lidando com o
meu bar e ir saindo de sua mente ao mesmo tempo. É claro que minha única reação
é querer corrigi-lo. — E matar Gary.
— Então, deixe Cory lidar com o bar por um par de dias e diga-lhe para vir
até Vancouver. Ela provavelmente precisa dar o fora de lá de qualquer maneira.
Mudança de cenário lhe fará bem.
Ponderei por um momento, querendo ter certeza que sua oferta era genuína.
— Você está falando sério? — Eu não tinha nenhum problema em fechar o
bar por alguns dias, sabendo que Cory não podia lidar o bar sozinho. Ele só estava
trabalhando como garçom para mim, por seis meses.
Ele concordou e me deu aquele pequeno sorriso torto de segurança.
— Ela é sua melhor amiga. Ela precisa de você. E eu começo o treinamento
condicionado na parte da manhã. Você meninas podem sair e fazer coisas de garotas.
Agarrando sua bochecha, eu o beijei.
— Obrigado. Sua compreensão significa o mundo para mim.
Sua mão travou ao redor do meu pulso.
— Ei! Onde você vai?
— Quero verificar os voos e comprar os bilhetes.
Ryan rolou debaixo de mim e divertidamente apertou minha cabeça de volta
no meu travesseiro.
— Fique parada, amor. Temos um agente de viagens à nossa disposição,
lembra? Eu cuidarei disso.
Depois que tudo estava organizado, ele estava de volta em meus braços,
respondendo a minha pergunta de como eu poderia retribuir sua bondade, em
respostas sussurradas, tudo o que girava em torno dos orgasmos numerados: sete e
oito. Eu estava muito disposta a pagar.
No minuto em que vi Marie no terminal, seu sorriso torto instantaneamente
transformou-se em lágrimas. Levou algum tempo, mas eu finalmente consegui
convencê-la a concordar em vir. Meu coração afundou e apertou duro em sua miséria.
Nós tínhamos passado por tanta coisa juntas, tantas perdas e sofrimento,
devastação, mas o nosso apoio emocional um com a outra, era inabalável.
Vez após vez a nossa amizade tinha sido testada, como um navio desgastado
batalhando que se recusava a afundar. Ela foi a minha rocha quando minha mãe
morreu e minha salvação quando a culpa e a dor foi demais. Ela me segurou enquanto
eu tremia quando os paramédicos pegaram o corpo de meu pai do chão do pub e o
levaram em uma ambulância.
Eu quase saí da minha mente quando ela bateu seu carro em uma árvore,
apenas nove dias depois que tinha completado o ensino médio; passei todo momento
depois disso cuidando da sua saúde. Fui sua dama de honra.
E agora, hoje, estamos acrescentando outra página devastadora em nosso
livro da amizade eterna.
Acariciei seu cabelo marrom longo e abracei-a ferozmente.
— Nós vamos passar por isso. Eu prometo.
Quando Ryan retornou mais tarde naquele dia, depois de passar a sua
manhã sendo treinados em escalada, deu à Marie um longo abraço.
— Você precisa que eu chute a bunda dele para você? Qualquer coisa que
você precisar, basta dizer a palavra — ele disse suavemente.
Mike estava parado ao lado, uma caixa de cerveja nas mãos. Parecia
arrependido por interromper. Ryan deu de ombros.
— Eu pensei que talvez vocês senhoras gostariam de algum tempo para si
mesmas, então Mike e eu estamos indo assistir ao jogo de hóquei mais tarde, ok? —
Como dois garotos, eles pareciam esperançosos de que teriam permissão.
Sentamos na sala de estar com os homens quando as pizzas chegaram.
Marie foi lentamente ficando em melhor espírito; ela parecia estar um pouco mais
relaxada.
— Aqui, deixe-me fazer isso para você — disse Mike, quase pulando de seu
assento para abrir uma garrafa de cerveja para Marie. Se ele soubesse quantas
garrafas de cerveja ela abriu sozinha nos últimos vários anos de trabalho atrás do
bar. Seu gesto foi agradável, mas quase irônico.
Foi por volta de oito e meia quando Ryan decidiu que não podia viver sem o
sal de um junk food, então nós quatro nos empilhamos no carro alugado de Mike.
Marie parou abruptamente, ofegando em choque, quando Mike correu para abrir a
porta do carro para ela. Ryan, sempre o cavalheiro, sempre manteve a porta para mim.
Ele sempre me tratou como uma dama.
— Eu não preciso de um mapa. Eu tenho o GPS — Ryan brincou no banco
do passageiro enquanto se atrapalhou com a navegação do aparelho.
— Ainda bem que Mike está sóbrio ou nós estaríamos dirigindo em círculos
— Marie brincou.
Ryan virou-se e olhou de soslaio para ela.
— Ei, não fale sobre o meu homem, Mike. Ele é uma parte importante desta
missão.
— Graças a Deus. Só Deus sabe que alguém tem que defendê-lo quando
todas aquelas donas de casa com tesão tentam assaltá-lo nos corredores — Marie
brincou. — Quanto você quer apostar que alguém lhe pede para autografar seu
traseiro9 assado?
Mike riu.
— Espere. Será que a sua assinatura, na verdade, tem que ir em carne ou
todos os mantimentos estão incluídos nesta aposta?
Marie levantou uma sobrancelha para mim.
— Todos os mantimentos — ela esclareceu. — Por quê? Você seriamente
quer apostar contra mim?
— Porque sim, querida, acredito eu. As mulheres sempre cavam em suas
bolsas por papel em primeiro lugar — Mike respondeu. — Eu vou dar-lhe alguns
minutos para pensar sobre o que você está disposta a perder nessa aposta. Escolha
sabiamente.

9 Aqui, a autora usa rump roast que pode ser traduzido também por alcatra assada.
Seu comentário/paquera certamente não passou despercebido no banco de
trás.
Peguei um carrinho antes de entrar na loja, sentindo a apreensão de Ryan.
Ele puxou seu chapéu de beisebol mais para baixo, olhando em volta, nervosamente.
Como de costume, Mike entrou na loja em primeiro lugar. Ele fez isso onde
quer que fôssemos, reconhecendo o terreno antes de permitir que Ryan entrasse.
Depois que ele fez a varredura visual rápida da seção dos produtos para garantir que
os vegetais não estavam combinando um ataque, ele aproximou-se do meu lado e
bateu no meu braço:
— Jesus, mulher. Pensei que estávamos aqui para comprar Doritos. Quanto
você pretende comprar?
— Pela quantidade de comida que vocês dois comem, eu deveria ter dois
carrinhos. E a menos que você goste de usar a mesma cueca dura todos os dias, eu
sugiro que você se cale e escolha o seu amaciante favorito. — Dei-lhe uma cotovelada
brincalhona de volta.
Mike pareceu horrorizado.
— Você acabou de me ameaçar com a roupa?
— Considerando que nós não nos qualificamos para os serviços automáticos
de lavandaria, como algumas pessoas.... uh, yeah.
Ryan já estava enchendo o carrinho com frutas e alguns biscoitos que
estavam na prateleira quando entramos. Ele franziu a testa para Mike:
— Não há comida em nossa casa e se ela parar de cozinhar para mim, porque
você está sendo um idiota, eu vou te matar.
Mike levantou as mãos em sinal de rendição:
— Você não tem que me dizer duas vezes. Se não fosse por Taryn, eu nunca
teria uma refeição caseira e se ela está disposta a lavar meias para mim... considere-
a fechada.
Peguei um pouco de alface.
— Marie é uma cozinheira melhor do que eu. Ela pode fazer sopa com um
talo de aipo e uma pedra.
Marie abriu um largo sorriso para mim. Esta era uma das nossas piadas
privadas dos dias famintos de faculdade.
Ryan acenou o pacote de biscoitos na direção de Marie.
— Aí está. Tenha sua própria cozinheira.
Peguei o pacote de biscoitos do carrinho.
— Não na dieta aprovada do seu treinador, querido.
O beicinho de Ryan foi devastador:
— Nada de biscoitos?
Eu me sentia como a mãe de um bebê grande.
— Nada de biscoitos. Nem rosquinhas também.
Enquanto Ryan olhava para mim, Mike furtivamente olhava para Marie. O
rosto do nosso querido guarda-costas poderia estar impassível, mas seus olhos,
definitivamente, entregaram que estavam considerando-a, pesando suas opções.
Marie tinha um inferno de um corpo, incluindo o tipo de peitos que colocam
as mulheres em apuros.
Houve várias vezes em que eu queria bisbilhotar no negócio de Mike, além
de saber, que ele passou dez anos na Marinha e era capaz de matar alguém em uma
centena de maneiras diferentes com as mãos nuas, mas eu nunca quis constrangê-
lo.
Sua vida amorosa era algo que nunca veio na conversa. Suponho que viver
na estrada como ele vive, não era a situação mais favorável para tentar manter um
relacionamento.
A possibilidade de que ele poderia ser gay passou pela minha cabeça uma
vez, mas rapidamente se dissipou quando Mike teve um pouco de interesse em Trish.
Esse interesse, no entanto, não era nada comparado ao modo como ele estava agora
pairando sobre Marie, cada palavra como se ela fosse a mulher mais intrigante do
planeta.
Uma mulher no corredor três fez menos do que um olhar discreto quando
viu Ryan. Sua pele corou como se ela estivesse ao mesmo tempo animada e insegura,
mas ainda assim ela nunca se aproximou. Muito nervosa, aparentemente.
Empurrei meu carrinho, apreciando a vista de Mike tentando falar com
Marie, tentando ser casualmente legal como ele falou.
— Você nunca especificou os termos da aposta. Dez, vinte? Decidia
rapidamente. A Senhora, calcinhas apertadas, está mexendo com sua bolsa.
Marie parecia confiante, mas um pouco tímida. Notei que ela esfregava o
dedo que costumava ter um anel de casamento. Não havia nada lá agora, além de pele
nua e as esperanças de um novo começo.
— Que tal um jantar? — Ela jogou de volta. — Se você ganhar, escolha
qualquer coisa na loja e eu vou cozinhar para você. Mas se eu ganhar, você estará
vestindo o avental.
Mike riu, disfarçadamente, colocando seu corpo entre Ryan e alguns
homens mais velhos vindo pelo corredor.
— Você pode querer repensar isso, a menos que você realmente ame
macarrão com queijo e miojo e queira me ver em um avental. Então, quem sou eu
para decepcionar?
Nada além de um avental, emendei silenciosamente e olhei de novo para ela.
Sim, ela está sorrindo. Mentes sujas pensam da mesma forma.
Ela se recuperou rapidamente.
— Não muito de um cozinheiro?
— Bem, eu tentei fazer sopa de aipo-pedra uma vez antes. Provavelmente
não era tão boa quanto a sua, apesar de tudo.
Ryan pegou um frasco de molho de espaguete. Seus braços estavam
empilhados com coisas. Ele andou até Mike.
— Espere, eu pensei que estivesse planejado levá-las para jantar amanhã?
Isso é o que você disse que queria fazer.
Mike parecia querer estrangular Ryan no local, isto é, até vários clientes
começarem a olhar de soslaio para o corredor. Uma garota tirou seu celular,
apontando-o para tirar uma foto rápida.
Filho de uma... por que, pessoal? Você acha que as pessoas famosas não
comem ou fazem compras? Qual é! Fui para o lado de Ryan, batendo ombros com
Mike e bloqueando Ryan, tanto quanto possível. Ele não podia ser deixado sozinho
por dois minutos sem que alguém tirasse um pedaço dele.
Marie pegou o telefone dela e apontou de volta para a garota, que
rapidamente começou a retroceder.
— Espere! Onde você vai? Preciso atualizar minha página do Facebook.
Ryan franziu a testa, mostrando sua desaprovação.
— Não faça isso. Basta deixá-los tirar suas fotos. Você começa a falar merda
e alguém começa a gravar... Só me faça um favor e não faça.
— Desculpe — Marie disse rapidamente, sem parecer arrependida em tudo.
Mike deu-lhe um empurrão com o cotovelo.
— Encrenqueira! Parece que você precisa de um guardião, também.
Eu estava começando a me perguntar se ele estava oferecendo.
Sorri para Marie. Não importa o que Gary pensou que poderia fazer para
machucá-la, eu não tinha dúvidas de que ela estava de volta em seus pés.
Na noite seguinte, Marie e eu dividimos o espelho do banheiro para ficarmos
prontas. Ela estava com um humor muito melhor depois que passamos um dia inteiro
fazendo compras com um agradável, almoço de lazer no meio.
Eu ainda estava um pouco irritada que Ryan não tinha devolvido meu cartão
de crédito pessoal, me deixando sem escolha a não ser usar o nosso cartão conjunto.
Eu sabia que era sua maneira se certificar que estava cuidando de mim, mas não
gostei de estar à mercê de alguém. Percebi alguns novos sutiãs e calcinhas picantes
que eram um bom modo de dizer obrigado.
Marie puxou seu novo top e, em seguida, abruptamente se interrompeu para
me abraçar.
— Obrigado por comprar esta roupa para mim. Assim que eu conseguir estar
financeiramente estável novamente, eu te pago de volta. Eu juro.
Esfreguei minha mão sobre suas costas.
— Não é necessário. Você é a única que me disse que eu teria que me
acostumar a gastar os milhões do meu futuro marido, lembra? Considere isso um
presente do fundo: "Ryan diz que ele lhe deve um monte pelo que você fez por nós".
Ela descartou minhas palavras com um aceno de sua mão.
— Eu ainda me sinto mal, entretanto. Eu odeio não ser capaz de pagar as
coisas que quero, sem depender de dinheiro de Gary. Isso é um saco!
Olhei para ela com conhecimento de causa.
— Ok, ok, entendi agora — disse ela. — Eu não vou mais provocá-la sobre
como gastar o dinheiro de Ryan. Você e eu não fomos criadas dessa maneira. Estamos
acostumadas a ganhar o nosso sustento.
Eu coloquei minha maquiagem no balcão, me endireitando:
— Exatamente. Oh, eu tenho certeza que existem milhões de mulheres por
aí que nem sequer pisca, para se tornar um mimado, pequeno animal de estimação,
fazendo nada além de fofocar e fazer compras durante todo o maldito dia. Mas não é
assim que quero viver. Você se lembra da frase favorita de Melanie?
Marie sorriu.
— “Eu não te devo merda” — dissemos em uníssono.
Um segundo depois, Marie bufou, puxando seu decote extragrande:
— Cristo! Mike vai dar uma olhada para mim nesta roupa e pensar que eu
sou algum tipo de psico-desesperada, pronta para fixá-lo na parede. Eu só queria uma
pausa do stress para pôr minha cabeça no lugar, não forçar o primeiro corpo quente,
completamente lindo que entro em contato em uma situação desconfortável.
— Tenho certeza que ele não vê isso dessa maneira. — Pelo menos espero
que não. — Ninguém está forçando qualquer um de vocês em uma situação aqui. E
pelo que parece, Mike parece mais do que disposto a gastar um tempo com você.
Marie revirou os olhos, mas era a verdade e ela sabia disso. Seus olhos
tinham viajado para cima e para baixo em seu corpo algumas vezes, muitas vezes
lutando para decidir entre seu rosto e seu peito bem-dotado.
— É cedo demais? Eu não deveria estar de luto ou algo assim por um ano?
— Eu não sei. Acho que se você não se sente triste, então o que isso lhe diz?
Ela não hesitou.
— Eu tenho sido infeliz por um longo tempo. Ele me tratou como lixo por
muito tempo; acho que eu estou insensível a isso. Mas quando eu apenas olho para
Mike, sinto todo o caminho para baixo até meus dedos do pé.
— Posso dizer que ele é um grande cara. Eu realmente comecei a conhecê-
lo melhor nestas últimas semanas. Mas me sinto mal por ele. Sua vida consiste em
esperar o que seja que Ryan tem que fazer. Na maioria das vezes, ele acha que está se
intrometendo em nós e quando ele nos acompanha com segurança em algum lugar e
depois calmamente sai de cena, meu coração se parte por ele. Ele provavelmente está
ansioso em sair e não se sentir como a terceira roda pela primeira vez.
— Bem, eu não estou vendo isso como se fosse um encontro. Tenho certeza
que ele está apenas sendo gentil então não vou decifrar qualquer coisa.
A campainha tocou e Marie suspirou. É hora de ir.
— Desculpe o atraso. — Mike vestia um par de calças pretas e uma camisa
fina de botão cinza que não deixou nenhuma curva de seu torso, um mistério. Assim
que fechei a porta, notei algo brilhando em suas costas.
— Vire-se — eu disse discretamente, puxando a etiqueta do tamanho XL do
tecido. Fechei-a rapidamente na minha mão. Eu nunca tinha visto Mike corar antes.
— Ah Merda. Quão embaraçoso é isso? — Ele murmurou.
Fiquei encantada por ele sentir a necessidade de comprar uma roupa nova
para esta noite.
— Não se preocupe com isso. Será nosso pequeno segredo. Você parece
muito bom, por sinal.
Mike parecia realmente nervoso, escovando as mãos sobre sua calça.
— Obrigado, Taryn.
No minuto que Marie entrou no quarto, vi atravessar, em ambos os rostos,
aquela onda de excitação causada pela extrema atração por outro ser humano.
Mike tinha olhado para Marie algumas vezes no passado, mas ele deixou
por isso mesmo. Notei também ele fazendo cara feia para Gary uma ou duas vezes,
bem como, quando Gary estava sendo menos do que educado com ela. Mas Mary
estava inalcançável no momento. Agora o campo de jogo estava aberto. Seus anéis de
casamento estavam fora, deixando apenas um ligeiro recuo em seu dedo, de um
período em sua vida que acabaria por desaparecer e preencher com o tempo.
— Oh! Uau. Você parece, hum, incrível — Mike gaguejou, uma pitada de
coloração vermelha em suas bochechas.
Oh, tão adorável! Olhe-o corando novamente.
Ryan também notou a eletricidade zumbindo através da sala.
— Tar, você pode me ajudar um segundo? — Segui-o ao andar de cima para
o nosso quarto. — Nós precisamos conversar. Você vê o que está acontecendo com
eles, não é?
Eu sorri.
— Sim. E eu estou bem com isso. Você está?
Ryan parecia tenso.
— Você tem certeza? Ele disse que iria esquecer, se você não estivesse bem
com isso.
Mike realmente disse algo para Ryan sobre Marie? A julgar pelo olhar que
Mike deu à Marie, quando ela apareceu, eu diria que ele teria um tempo difícil em
esquecer sobre ela naquela roupa.
— Tenho certeza, — eu disse — mas o que me preocupa é que pensei que
Mike estava interessado em Trish. Sei que ele é solitário e não é justo para ele
sacrificar sua vida pessoal por nós, mas não vou deixá-lo jogar em ambas.
Ryan assentiu bastante seguramente.
— Não, nem eu. Ele gosta de Trish. Ele acha que ela é bonita, mas não tem
essa química instantânea com ela, que ele está sentindo com Marie. Inferno, nem
preciso dizer, você pode vê-lo tão bem quanto eu. Mas eu tenho certeza que o pau dele
está fazendo a maior parte dos sentimentos e da química neste momento. Ele sabe
que ela está sofrendo e não está de nenhuma forma pronta para qualquer coisa séria.
— Ryan esfregou meu braço. — Ei, ela é minha amiga também, você sabe — ele
continuou: — E ela é a melhor amiga da minha futura esposa. Não vou permitir que
nada comprometa isso. Mike sabe sua situação atual e eu informei-lhe sobre algumas
das porcarias que ela está passando. Ele está disposto a senti-la, mas vendo que na
cozinha foi como entrar em uma parede de tensão sexual. Droga, eu não ficaria
surpreso se eles transassem durante o jantar.
Ele me fez rir.
— Isso é o que ganhamos por deixá-los sozinhos, conversando ontem à noite.
Ambos são adultos. Tenho certeza que eles vão descobrir isso por conta própria.
Ryan não parecia tão certo.
— Bem, vamos descobrir.
Duas horas em um jantar maravilhosamente romântico, Marie e eu,
educadamente, pedimos licença para uma viagem com acompanhante até o banheiro
das mulheres. Chame do que quiser, mas todos nós sabemos que esta é uma
oportunidade para nós, meninas, fazermos o nosso check-up do intervalo, enquanto
os meninos se perguntam o que têm que fazer para marcar. Mike e Marie estavam tão
confortáveis juntos; era estranhamente estranho e hilariante de assistir, tudo ao
mesmo tempo.
— Oh Deus, acho que já estou apaixonada. — Marie jorrou, andando no
banheiro minúsculo privado das senhoras, nervosamente, abanando-se para esfriar.
Ela escovou o cabelo marrom longo para trás, puxando-o fora de seu pescoço. — Ou,
pelo menos, em uma séria luxúria. Você o viu engasgar-se quando ele falou sobre sua
última turnê militar? Quão perto ele chegou daquele carro-bomba em Israel? — Marie
passou um dedo debaixo de seus olhos, fixando a maquiagem. — Ele tentou esconder,
mas ele está segurando alguma dor emocional seriamente profunda, Tar. Você pode
ver isso em seus olhos. Isso é difícil para ele falar, mas ele tem que falar. Ele tem que
tirar isso ou então irá apodrecer.
Dizer que fomos todos levados à beira das lágrimas quando Mike nos disse
sobre uma das suas missões e como ele perdeu seus dois bons amigos para a
insensata violência no Oriente Médio era um eufemismo. Mike estava abrigando
algumas coisas traumáticas por trás de sua imagem de durão.
Marie foi no banheiro único primeiro.
— Droga. Sinto-me culpada por fazer xixi. Essa primeira garrafa de vinho
sozinha foi quase duas centenas de dólares. Vocês dois são espalhafatosos assim o
tempo todo? Uma família de quatro pessoas poderia comer por um mês com o que
eles vão gastar com esta refeição.
Embora nenhuma de nós cresceu desfavorecida, era ligeiramente irritante
fingir que não ligo para o quanto as coisas custam.
— Eu sei. E a resposta é: às vezes. Ryan queria privacidade hoje à noite e
eu tenho certeza que Mike só queria impressioná-la.
— Bem, missão cumprida. — Ela me prendeu com os olhos. — Ele sabe o
que Gary fez, não é?
Concordei.
— Ryan disse a ele. Ele também sabe que você está separada e ficando no
meu apartamento.
— Imaginei. Vi-o tenso um par de vezes. — Ela respirou fundo. — Sim, bem,
o que você ainda não sabe é que Jeff, o cara da UPS, entrou no pub no outro dia. Ele
me disse que entregou um pacote em minha casa e estava imaginando quem é a
menina bonita que respondeu a porta, vestindo nada além de uma camiseta. Ele
perguntou se Gary tinha uma irmã. Era, tipo, nove horas da manhã, Tar.
Engasguei.
— Oh Deus.
Eu podia ver a raiva segurando as lágrimas conforme a lembrança dolorosa
derramava de seus lábios.
— Você sabe, eu me perguntava como diabos ele poderia fazer isso. Seguir
em frente tão malditamente rápido com alguma garota? E aqui estou eu, pronta para
fazer a mesma coisa. Eu acho que entendo agora.
Debrucei-me contra o balcão da pia.
— Você ainda o ama?
Marie bufou.
— Depois de tudo essa besteira, inferno não. Nosso casamento acabou. —
Somente dizer aquelas palavras eram difíceis para ela, porque ela estava segurando
de volta algumas lágrimas naquele sorriso fraco. — Agora só quero pegar minhas
coisas e seguir em frente. A parte assustadora é não saber para onde ir.
Dei-lhe um sorriso tranquilizador:
— Você sabe tão bem quanto eu que a vida tem uma maneira de limpar esse
caminho para você. E talvez o bom Senhor acima deixou cair noventa quilos de lindo
limpa-caminho como resposta, lá fora, na nossa mesa de jantar para você.
Isso a fez rir.
— Esse é o problema. Estou com muito medo das minhas esperanças. Não
agora, de qualquer maneira. Ele provavelmente só quer um pouco de sexo casual, mas
duvido que uma noite com Mike seria o suficiente. Bem, a menos que ele tenha um
pênis pequeno e sem habilidades. Droga, ele já está me enroscando por dentro.
— Você sabe... Lembro-me de uma vez, alguém me dizendo para ter um caso
de uma noite com Ryan. Quão rápido você troca de música, quando você é a única
usando os sapatos de vagabunda.
Marie fez uma careta para mim.
— Isso é diferente. Seu noivo exala sexo por todos os poros e passa a ser um
dos homens mais desejados do planeta. Você teria sido uma completa idiota por não
aproveitar isso.
— Bem, eu poderia dizer o mesmo. Os poros de Mike estão escorrendo de
tanta gostosura. E ele está se tornando muito famoso, também, você sabe. Ele está
apenas em cada imagem e vídeo feitos de Ryan nos dias de hoje. Eles são como os
meninos dinamite em um cartaz de sensualidade.
— Eu sei. — Ela sorriu amplamente, mas não durou muito. O rosto dela
caiu rapidamente quando ela se inclinou sobre o balcão. — Este momento é tão
surreal, como se eu fosse acordar e descobrir que tudo foi uma grande piada. Eu não
posso ir lá fora. — Ela começou a híperventilar e parecia pronta para vomitar na pia.
— Eu... se ele... eu não acho que poderia sobreviver à rejeição duas vezes em uma
semana. Se eu não sou boa o suficiente para um idiota como Gary, por que diabos
que eu iria ser boa o suficiente para alguém como Mike? Quero dizer, olhe para ele.
Ele é alto, lindo e perfeito.
Eu esfreguei suas costas tranquilizadora. Oh, como eu sabia exatamente
como ela se sentia.
— Você é linda, também, você sabe. E você é boa o suficiente. Eu acho que
é hora de alguém começar a te tratar como a deusa que você é.
Ela fez uma careta para mim.
— Você sabe tão bem quanto eu que as coisas acontecem por uma razão. E
por algum milagre maldito, dois dos homens mais incríveis do mundo estão sentados
lá fora, em uma mesa, esperando pacientemente, voltarmos para eles. Nós somos duas
das mulheres mais sortudas do mundo. Mas, em vez de passar estes momentos com
eles, estamos escondidas em um pequeno banheiro, nos preocupando como duas
idiotas. O que você diz? Pronta para ver onde as fichas caem?
Marie tomou um fôlego e endireitou-se.
— Sim, eu estou pronta. Hora de confiar na sorte. — Ela levantou os seios
e respirou fundo. — Vamos fazer nossas mães orgulhosas.
***
— Bom dia — eu disse sobre a minha xícara de café, apesar de ser perto das
dez horas. Os longos cabelos castanhos de Marie estavam espessos e emaranhados e
ela estava usando a camiseta da universidade Brown que lhe dei há anos.
A moça deixou de me olhar nos olhos. Em vez disso, ela procurou outra
xícara de café, me ignorando.
— Posso sentir seus olhos cavando buracos nas minhas costas — ela
murmurou o assunto com naturalidade, vertendo o líquido bem quente em seu copo.
— Não, eu não dormi com ele. Sim, ele está plenamente consciente da localização de
ambos os meus seios, e sim, ele é um beijador es-pe-ta-cu-lar. — Ela se virou e sorriu
como uma menina que definitivamente se deu bem ontem à noite. Seus lábios ainda
estavam inchados.
"E se a supergrande, extremamente dura, protuberância que eu o mandei
para casa, for qualquer indicação do potencial que ele tem de balançar meu mundo,
vou me inscrever para uma adesão plena.
Eu não pude deixar de rir. Empurrei a cadeira da cozinha para ela com o
pé.
— O meu noivo intrometido estava bastante preocupado sobre como vocês
dois estavam se saindo. Até mesmo saiu da cama uma vez para ver se o carro de Mike
ainda estava aqui.
Marie balançou a cabeça com a notícia.
— Nós conversamos muito. Ele sabe que estou no meio de lidar com algo
feio. E ele não quer empurrar nada, até que eu esteja pronta, o que eu achei que era
muito... profundo.
Sim, ela deixou ruim para ele.

***

Marie ficou hospedada aqui por apenas quatro dias e nesse tempo,
passamos todas as noites com Ryan e Mike. Fiquei contente de ver que Marie tinha
um renovado sentido de esperança. Gary não poderia rasgar seu coração para fora,
porque ela estava bem em seu caminho se apaixonando por outro homem.
Mike parecia estar realmente triste ao vê-la ir. Ele tinha arranjado outra
segurança para cobrir Ryan, para que ele pudesse ver pessoalmente Marie no
aeroporto. Isso marcou pontos importantes para ele no meu livro.
Conforme todos nós abraçamos em despedida no terminal, sorri quando
Mike prometeu que iria manter contato com ela.
Mike pagou o pedágio para sairmos do estacionamento de curta duração.
Assisti seus lábios se pressionar para baixo em uma carranca mal-humorada. Ao que
parece, ele estava muito chateado.
— Ela vai ficar bem — eu disse suavemente.
Ele olhou para mim e balançou a cabeça uma vez.
— Sim.
Olhei para o para-choque do carro na nossa frente, sentindo-me aliviada
que Mike foi um cavalheiro por toda parte, não jogando o jogo para levar Marie para
a cama para um rápido bater e correr.
Ainda assim, eu podia ver que ele estava todo amarrado em nós.
— Como você está?
Sua mandíbula flexionou e sua expressão escureceu ainda mais. Ele não
respondeu de imediato, mas quando o fez, ele disse:
— Apenas me diga se a merda vai para baixo com ela. Estou imaginando
que ela irá me dizer, então estou dizendo a você que quero saber sobre isso, ok?
Olhei para ele por um minuto, mais ou menos, em estado de choque.
— Você tem certeza que quer torná-lo seu negócio?
Mike ligou a seta e estava assistindo o tráfego em sentido contrário até que
seus olhos fecharam com os meus. Sua raiva se dissipou rapidamente, substituída
com sinceridade amolecida, mas inflexível.
— Sim.
Lembrei-me como se sente ao descobrir que seu homem está traindo você.
Marie estava pronto para o "próximo" ou ela precisa de tempo para resolver o
problema?
Alguma dureza retornou nele.
— Você tem um problema com isso?
Sim, eu tenho.
Em vez disso, eu disse:
— Ela não é só minha melhor amiga, Mike. Ela é praticamente a única
família que eu tenho e não quero que ela se machuque. Ela já tem um cara quebrando
seu coração. Ela não precisa de dois.
Ele me deu outro aceno duro.
— Entendido.
Marie tinha me dito que Mike segurou-a enquanto ela chorava na frente dele
na noite passada. Ela odiava que havia quebrado assim, mas eles estavam
conversando e ele estava perguntando o porquê de ela se contentar com tão pouco e
apenas aconteceu.
Mike desligou o rádio.
— Não pense que sou frio, mas estou feliz que isso aconteceu com ela. Quer
dizer, eu não estou feliz que ela se machucou, mas vi como aquele idiota tratava e...
— Ele deu um tapa na alavanca de câmbio. — Você não trata uma mulher como ela
desse jeito! Você simplesmente não faz. Você tem uma mulher assim, você cuida dela.
Eu não poderia deixar de sorrir para ele.
Ele olhou de volta para mim.
— O que?
Sim, ele gostava muito dela. Quanto mais cedo ela se livrasse de Gary,
melhor.
CAPÍTULO 9

Ação

Segunda-feira, oito horas, Ryan e eu fomos prontamente levados em um


sedan com janela escura para uma reunião-almoço com Jonathan Follweiler e o elenco
principal do Slipknot. Mike estava sentado na frente, no banco do passageiro,
parecendo todo apreensivo de novo, enquanto outro homem nos levou. Ele tinha
estado depressivo, uma vez que Marie foi embora, mas o macho idiota não iria admitir
isso. Eu sabia melhor.
Lancei meus olhos para o motorista; ele tinha um pescoço muito grosso e
nenhuma paciência quando veio cortar os espectadores na calçada depois que ele
estacionou em frente à entrada do hotel. Era em momentos como estes que me faziam
lembrar o quão longe do normal nossas vidas estavam. As pessoas normais levavam
a si mesmas aos lugares e não tinham motoristas abrindo suas portas de carro.
A esposa de Jonathan, Anna, que também era produtora executiva do filme,
tinha chegado na cidade e pediu para eu vir.
Ela me cumprimentou com um abraço grande, amigável e um sorriso e eu
não poderia evitar, mas me senti como se estivéssemos nos “conectando” em um
encontro. Presumi que aprofundar a nossa amizade era a única razão que eu estava
incluída neste almoço quebra-gelo. Eu estava definitivamente sendo dimensionada
como uma potencial parceira comercial. Anna estava pensando em ficar em Vancouver
durante a maior parte das filmagens agendadas e ela já tinha mencionado, nos
primeiros vinte segundos, que teríamos muita diversão juntas.
Honestamente, eu estava feliz. Seu entusiasmo era contagiante e sua
aceitação completa a mim foi um grande alívio. Fazer amigos na esfera social de Ryan
era importante.
Apertei a mão do produtor Parker Shay, em seguida, fui apresentada à
próxima co-estrela de Ryan, a atriz Nicole Devin. Na verdade, eu não sabia quem ela
era quando Ryan me disse seu nome, então procurei-a no Google antes desta reunião.
É assim que descobri que seu pai é um agente de talentos em L.A. e sua mãe uma
roteirista talentosa. Nicole teve um papel recorrente em uma série na TV a cabo antes
pegar esse papel protagonista com Ryan.
Apesar de termos, praticamente, a mesma altura, ela cabelos caramelo-
marrom na altura dos ombros, lábios carnudos e um nariz profissionalmente
esculpido. Ela parecia cansada; ligeiros círculos roxos cercando seus olhos.
Em vez de apertar minha mão, ela estendeu os braços, me dando boas-
vindas em um abraço que demorou um pouco mais do que era socialmente aceitável
no meu livro. Isto estava certo, quando percebi que seus seios cirurgicamente
melhorados estavam fazendo pressão, amassando os meus seios, eu saí do abraço.
Engasguei ligeiramente quando o ator Bill Pullman entrou na sala. Eu sabia
que ele foi escalado para interpretar o agente do FBI, mas ainda era um choque vê-lo
em carne e osso, vestido de jeans e um casaco esporte cor de camelo, caminhando em
direção a nossa mesa. Era difícil não se sentir tonta quando ele mostrava suas
covinhas, marcas registradas.
Porra, eu amava seus filmes.
Enquanto fomos servidos de café, peguei Nicole, periodicamente, olhando
para mim. Ela sorria estranhamente, fungando algumas vezes, então piscando seus
olhos em outra direção, muitas vezes, pousando seus olhos de volta em Ryan. Ótimo...
outra atriz atraente babando sobre meu noivo e me avaliando para ver como seria fácil
me tirar da competição. Senti meu agarre na minha faca de manteiga, apertar.
Eu estava tentando manter uma conversa com Anna, mas o corrimento
nasal de Nicole e sua “fungação” constante eram muita distração. Cavei na minha
bolsa para dar à pobre moça alguns lencinhos. Eu estava esperando que ela se
sentisse melhor em breve e terminasse com sua gripe antes de Ryan ter de fazer
quaisquer cenas de beijo com ela, porque conhecendo minha sorte, ela ia acabar
passando para Ryan e eu iria acabar com gripe ou algo.
Fiquei me perguntando como alguém de aparência tão inconstante pôde se
tornar tão famoso, quando Jeremy Irons fez o seu caminho para a mesa. Santo
inferno! Este homem é como um pôster ambulante de um "ator de sucesso." Vê-lo em
pessoa era muito intimidante.
Eu sabia que Ryan estava nervoso sobre trabalhar com esses atores
experientes, especialmente desde que ele tinha o papel principal neste filme. Ele
estava sempre temendo que suas próprias habilidades de atuação poderiam ser
inadequadas. Tive uma pequena amostra de como as pessoas poderiam ser cínicas e
críticas neste negócio na pós-festa de Reparação, quando, acidentalmente, ouvi
alguns comentários depreciativos sobre a falta de habilidades de atuação de Ryan.
Felizmente Ryan não os ouviu; ele teria entrado em uma espiral descendente
se ele tivesse ouvido.
Ainda assim, ele sabia que era o novo garoto na área e não conquistou
plenamente o seu lugar. A boa aparência de Ryan combinada com um papel no filme
de sucesso, tinha atraído muita atenção, mas ele teria que provar o seu valor, se
quisesse respeito.
E eu tinha certeza de que o medo do fracasso era a sua maior preocupação,
embora ele nunca fosse admitir isso em voz alta.
Com certeza, suas inseguranças se manifestaram logo após a meia-noite, na
noite passada. Ele tinha estado sacudindo e virando e lutando com seus travesseiros,
socando e amassando-os, como eles o tivessem irritado.
Nós tínhamos acabado de ter um incrível sexo energizante, então eu sabia
que era a sua mente que o impedia de desmaiar.
— Não consegue dormir? — Perguntei, na esperança de fazê-lo falar para ele
se enrolar de novo ao meu redor.
Ele puxou as cobertas novamente.
— Só inquieto. Feche os olhos, querida.
Sim, sua mente estava trabalhando horas extras.
— Quer falar sobre isso?
— Não. Vá dormir.
Eu rolei para encará-lo.
— Preocupado com amanhã?
Ele suspirou, franziu a testa, e então disse:
— Não.
Sim, isso era uma pequena mentira óbvia.
— Você já está lá, você sabe. Só leva tempo para o resto deles descobrirem.
Ryan mergulhou o queixo para olhar para mim, escovando meu cabelo para
trás.
— Lá onde?
— Para onde você acha que o resto deles estão em suas carreiras e onde
você acha que não está.
Ele fez um pequeno ruído, evasivo.
— Você está trabalhando com dois homens que estão neste negócio pela
mesma quantidade de anos que esteve vivo. Eu sei que está preocupado com isso.
Ryan passou o outro braço sobre mim, apoiando o queixo no topo da minha
cabeça. Seu minúsculo, suspiro aflito era confirmação suficiente.
— Você é tão brilhante e talentoso como eles são, Ryan. Você simplesmente
não vê ainda, mas você vai e eles vão, também.
Esperei por uma resposta, mas ele permaneceu em silêncio.
— Além disso — acrescentei, aninhando mais profundo em seu peito — você
tem algo que eles nunca, nunca tiveram.
— O que?
Fechei os olhos e senti-me deslizando por um momento. O sono abençoado
estava ávido por mim.
— Oitenta milhões de fãs gritando — murmurei.
Ryan riu e beijou minha cabeça.
— Eu te amo. Vá dormir.
A última coisa que me lembro de dizer foi:
— Eu te amo mais.
Ryan ficou em pé, imediatamente, para apertar a mão de Jeremy,
desajeitadamente deixando cair o guardanapo de pano no chão.
Mesmo alguém tão famoso como Ryan tinha seus próprios “momentos de
celebridade” jorrando. Felizmente, Parker Shay se juntou a eles e aliviou um pouco
da estranheza.
Depois do almoço, Anna e eu fomos colocadas dentro de um Lexus com
motorista para o nosso dia de compras. Eu podia sentir o cheiro dos cartões de crédito
queimando um buraco em sua bolsa. Este ia ser um longo dia.
Usei esta oportunidade para roubar seu cérebro, aprendendo tanto quanto
poderia sobre o que significava ser um produtor de cinema, como Ryan também havia
assinado para ser um produtor executivo do Slipknot. Ela era como minha própria
tutora privada, enchendo-me de todos os detalhes sórdidos e nuances da indústria
cinematográfica e me apresentando para as maravilhas de compras como se as coisas
não tivessem etiquetas de preços.
Ao longo dos dias seguintes, ela me deu visitas guiadas aos sets,
apresentando-me às diferentes equipes de filmagem, cenógrafos, assistentes de
guarda-roupa e operadores de som, explicando o melhor que pôde o que era o trabalho
de todos.
Durante uma pausa, chamei minha secretária eletrônica, capinando através
de inúmeros pedidos de entrevistas e perguntas sobre quem estava me representando.
Como, o que diabos isso significa? Preciso de um maldito agente agora que estou noiva
de Ryan? Apaga, apaga, apaga.
— Olá, senhorita Mitchell, aqui é Sharon Palmer do United Fidelity Bank.
Estou ligando a respeito da taxa de aluguel do cofre para Daniel Mitchell, que agora
está sessenta dias em atraso. Entre em contato comigo o mais breve possível. — Eu
me atrapalhei com o meu telefone, certificando-me que não excluí, uma vez que não
tenho uma caneta para escrever o seu número.
Será que esse absurdo com as propriedades dos meus pais nunca vai
acabar? Eu tinha ido através de todos os arquivos do meu pai e da minha mãe; como
diabos perdi este? Eu me perguntava se ainda tinha cópias de seu atestado de óbito...
meu polegar clicou na próxima mensagem.
— Taryn.
Congelei. Só de ouvir meu nome naquela voz, enviou um choque através do
meu corpo. De repente, tornou-se difícil engolir.
— Ouça, é Thomas. Parei no bar no outro dia, mas ouvi que você está fora
da cidade. Merda. Hum... escute, eu realmente preciso falar com você. É importante.
Ligue para o meu celular. Meu número é...
Minha mente correu. O que diabos ele poderia precisar falar comigo? Uma
centena de cenários diferentes rasgaram pela minha mente, incluindo ele
possivelmente ter fotos nuas de mim e de ter sido hackeado ou algo estúpido assim.
Será que ele vai tentar me levar de volta para sua vida? É muito tarde para
que isso aconteça. Depois de testemunhar sua bunda descontrolada bombeando
naquela vagabunda e mesmo se não houvesse Ryan na minha vida, eu não iria aceitá-
lo de volta.
Jonathan Follweiler gritou para mim, saudando-me com a mão. Enfiei meu
celular no bolso, me perguntando se deveria dizer a Ryan que Thomas me ligou.
— Ah, Taryn querida, nós estamos com um pouco de pressão — disse ele,
um pouco afobado e sem fôlego. — Você se importaria de ficar de pé ali naquela
marca? Precisamos verificar a iluminação.
— Marca? — Questionei, apontando para o X que foi gravado no chão alguns
metros de distância e batendo o eco da voz de Thomas da minha cabeça.
Jonathan e os outros três homens que o rodeiam pareceram estarem
estressados, enquanto outro homem, que disse era o controle, levantou algum tipo de
dispositivo de mão perto do meu rosto. A incerteza de saber se eu estava fazendo isso
corretamente tinha me congelado no lugar, enquanto enormes câmeras e grandes
luzes foram ajustados ao meu redor.
O assistente do diretor, um homem que vim a conhecer pelo nome de Denny,
trotou para o meu lado.
— Onde? Aqui? — Ele perguntou, embrulhando a mão áspera, como uma
pata, em torno do meu braço para me realocar.
Jonathan correu e colocou seus fones de ouvido em torno de seu pescoço.
— Taryn, ver aquela primeira marca? Eu quero que você fique em pé ali e
então quando der a sugestão, quero que você ande de lá para cá.
— Certo. Não tem problema. — Fui até a primeira marca e esperei.
Fiz o mesmo caminho, do ponto A ao ponto B, várias vezes enquanto a
comoção dos ajustes de filmagem e iluminação aconteceram ao meu redor. Não tinha
ideia do porquê fui escolhida para andar para trás e para frente, mas isso não
importava; eu estava apenas aliviada, por finalmente sentir como se estivesse servindo
algum propósito, em vez de ser um corpo inútil no caminho de todos. Ryan estava fora
dando algum tipo de rápida entrevista, então eu realmente não sabia o que fazer
comigo mesmo.
Enquanto eu estava na segunda marca, notei Mike acompanhando Ryan
para o set. Vi um flash de pânico no rosto de Ryan, um momento depois. Ele correu
para mim como um pai tirando seu filho do meio de uma estrada movimentada.
Felizmente, a sua preocupação comigo fez os pensamentos de Thomas desaparecerem.
— Desculpe — Ryan disse em desculpas para Denny. — Taryn o que você
está fazendo? — Ele sussurrou furiosamente.
Ele começou a puxar meu braço, puxando-me da minha marca.
— Não! Espere. — Tentei segurar meu chão.
— Não, não. Ryan, deixe-a ali — Denny instruiu. — Precisávamos de uma
suplente para Nicole.
— Oh! — Ryan proferiu. Alívio tomou conta de seu rosto.
— Jonathan encontrou um uso para mim — expliquei, saltando ligeiramente
sobre as ponta dos pés sobre o grande X de fita adesiva, tentando manter o calor.
Mesmo estando sol lá fora, a temperatura em Vancouver estava do lado frio. Balancei
a cabeça quando Jonathan me disse para ficar por aqui, mas que ele precisava de dez
minutos.
— Jesus, eu meio que entrei em pânico lá por um minuto.
Fiz uma careta para ele.
— Eu acho que sei melhor do vagar na frente das câmeras.
— Eu não sabia. Desculpe. — Seus lábios se curvaram com diversão. —
Basta pensar, o seu primeiro trabalho oficial na indústria do cinema é como um
suplente de ator — disse ele com uma risada. Eu podia ver uma ponta de orgulho
tocar seu rosto. — Você sabe que eles a têm em filme agora? Nós vamos ter que ver se
podemos obter uma cópia.
Cutuquei-o suavemente com meu cotovelo.
— Isto não é um trabalho. É um favor rápido para Jonathan. Então, você
está pronto? Sabe as suas falas?
Ryan assentiu.
— Sim, eu sei minhas falas. Presumo que você as sabe, também.
Como se tivesse que perguntar.
— Deram-me a minha própria cópia oficial.
— Claro — ele brincou. — Jonathan já fez você uma diretora-assistente?
Cutuquei seu estômago levemente por pegar no meu pé.
— Não. Denny fez, embora. Eles me colocaram no comando de chutar o seu
traseiro quando você sair da linha.
Ryan sorriu, provocado pelo meu desafio. Ele colidiu comigo, me tirando o
equilíbrio, mas me recuperei rapidamente e colidi com ele de volta. Seus dedos longos
apertaram em torno dos meus braços quando ele olhou para mim, com os olhos
semicerrados e desafiadores:
— Você acha que é resistente o suficiente?
Engoli em seco, ativada pelo seu show de dominância.
— Absolutamente. Eu sei todos os seus pontos fracos.
Seus olhos escureceram e ele tomou o meu pescoço em um aperto suave,
mas possessivo, acendendo instantaneamente um calor dentro de mim.
— Sim? — Ele rosnou, mordendo o lábio inferior, me desafiando a desafiá-
lo. — Você acha? Pouco você sabe, você é minha maior fraqueza. Mas não tenha ideias.
Lembre-se, eu tive minhas mãos e boca em cada polegada de seu corpo. Eu sei como
derrubá-la, rapidamente.
Oh, como eu desejava que estivéssemos em algum lugar privado onde ele
poderia fazer bom uso de sua ameaça.
— Promete? — Sussurrei, atraída para assistir seus lábios se contorcerem,
emocionada que temos esse efeito um no outro.
— Assim que terminar aqui, vou provar isso a você — ele respirou.
Era uma simples declaração ou uma promessa?
— Vou esperar — respondi, sentindo-me atordoada e sem fôlego.
— Estou tão duro agora — ele disse, alternando o olhar entre meus lábios e
meus olhos.
Uma rápida olhada em sua virilha e eu podia ver que ele estava sendo
sincero.
— Eu gostaria de poder corrigir isso para você. — Pensamentos de usar a
minha mão, minha boca, deixá-lo indefeso e gemendo, dançaram em minha mente.
— Mas eu acho que você vai ter que segurar esse pensamento. — Joguei meu queixo
em direção a Denny.
Ryan soprou uma maldição e virou-se um pouco, reajustando a ereção em
suas calças o mais indiferente possível. Foi difícil não rir de sua situação.
— Pare com isso — ele gemeu.
— Aparentemente sexo de manhã não foi o suficiente para você? —
Provoquei.
Ele olhou para mim, totalmente exasperado.
— Quatro ou cinco vezes por dia pode ser suficiente para mim. Tenha isso
em mente, minha futura esposa.
Um riso irrompeu da minha boca.
— Por mais que eu gostaria de ganhar seu desafio, agora acho que nós
precisamos que você se foque. Assim... “Chase, o que a polícia disse”?
Ryan gemeu.
— Taryn, eu sei minhas falas.
— Ok. — Não há necessidade de me avisar duas vezes. Voltei minha atenção
para assistir os membros da equipe arrumando uma tela muito grande, vários metros
de distância. Onde eles vão colocar essa enorme tela verde? Isso parece bem difícil de
movimentar.
Ryan suspirou.
— Nada. Eles não têm quaisquer pistas novas.
Voltei a olhar para ele.
— Hmm?
— Minhas falas? Minha próxima fala é: "nada. Eles não têm quaisquer pistas
novas.
— Oh! Desculpa. Eu não te ouvi.
Assistindo a nova assistente, do set, de Ryan tentar descobrir qual bolso
empurrar seu walkie-talkie enquanto tropeça em cabos de energia era bastante
divertido. Ela parece jovem e chateada com alguma coisa.
A mecha azul brilhante em seu cabelo preto é meio que legal.
Ryan limpou a garganta.
— Eu odeio quando você finge me ignorar. Bem? Nós vamos fazer isso ou
não?
O súbito mau pressentimento sobre isso não ser uma boa ideia me bateu.
— Eu não estou te ignorando. Talvez você deva ensaiar com Nicole. Eu não
quero perturbar nada.
Ryan não concordou.
— Temos dez minutos e ela ainda está na maquiagem. Você tem uma cópia
do roteiro?
Puxei minha cópia do diálogo da cena do meu bolso de trás.
— Você está de pé sobre a marca dela. Pronta?
— Claro. — Dei dois passos e pousei no X — Chase, o que a polícia disse?
— Nada. Eles não têm quaisquer pistas novas. Reed não vai revirar a lista
de clientes do meu pai sem uma ordem judicial. Ordenei...
— Espere... assim é como você vai fazer de verdade? — Mesmo que ele
recitou de memória, ele se apressou e tropeçou.
Os olhos de Ryan se estreitaram em mim.
— Sim, eu acho. Por quê? O que há de errado com isso?
— Você está apenas me dizendo suas falas ou estamos fazendo isso inteiro
como normalmente fazemos, quando corremos as falas em casa?
Ele cruzou os braços, assumindo uma postura defensiva.
— Não fique bravo — eu disse. — Você apenas... não sei. Você só, tipo, latiu
suas falas para mim. Pensei que Chase fosse suposto ser frustrado e mais deprimido.
Bem, é assim que eu interpretaria de qualquer maneira.
— Desculpe, você me pegou um pouco distraído. Estou com tesão e estou
chateado que não posso fazer nada sobre isso agora.
— Margaret Thatcher em um fio dental. — Minha tentativa de redirecioná-
lo com humor do filme Austin Powers não foi bem recebido.
Ele me deu "a encarada." Eu conhecia essa encarada muito bem.
— Sabe, se você prometer pregar esta cena, eu prometo que vou deixar você
me pregar em seu trailer logo em seguida. O que acha disso?
Isso o fez sorrir.
— Suborno, Mitchell? E o que é esse lixo que você vai me deixar...
— Uh-uh. Este é o acordo. Você tem que fazer sacrifícios pelo seu ofício.
Ele gemeu.
— Um ator multimilionário, um grande filme mega milionário? Tocando
qualquer sino?
Sua mandíbula apertou.
— Eu vou pregar-lhe duro mais tarde, só para você saber. Pode doer
também. Fazer os seus dentes chacoalharem.
Plantei um pé, amando sua agressividade.
— Você prega esta cena nos dois primeiros takes e vou adicionar um prémio
de bônus.
Ele levantou as sobrancelhas, intrigado.
— Mas primeiro você tem que atuar para caramba.
— Você dirige um negócio duro. Tudo bem, merda. Vamos tentar novamente.
— Ryan balançou os braços. — Pronta?
Respirei profundamente, puxando-me minha mente como eu faço quando
praticamos em privado e recitei minhas falas novamente.
Ryan fingia olhar para trás no edifício, esfregando o estômago, onde as balas
de mais cedo na história, supostamente, haviam entrado em seu corpo e encolhendo
de dor imaginária.
— Eles trouxeram um dos sócios do meu pai para interrogatório, mas não
apareceram nenhuma pista nova.
— Você disse-lhes sobre a van que o seguiu no outro dia?
Os lábios de Ryan pressionaram-se juntos firmemente e ele sacudiu a
cabeça.
— E sobre o endereço que você encontrou na cela de seu pai?
— Não — ele respondeu abruptamente, desviando o olhar. — Não me
incomodei.
— Por que não? — Eu disse, exigindo uma resposta. Se alguém matou meus
pais de mentira, eu estaria perseguindo a polícia por cada minúsculo detalhe.
Ryan voltou a olhar para mim, dando-me o "eu realmente não tenho
desculpa válida, então só vou ficar aqui e bufar com você por alguns segundos" olhar.
— Porque... fui lá e não era nada, outro beco sem saída. Aparentemente, só
estou perdendo meu tempo. Caçando fantasmas — ele murmurou.
Ryan parecia estar realmente triste. Lembrei-me desta parte do roteiro muito
bem, esta é a primeira briga de Chase e Emily, na calçada em frente à delegacia.
Discordei, implorando-lhe para dar mais informações.
— E sobre o invólucro da bala? Certamente eles têm alguns resultados...
— Eles não têm nada, Em. Nada! — Ryan disse duramente. — Apenas
esqueça sobre isso, tudo bem? Nenhuma digital. Sem pistas. Nada. Então, basta
deixar para lá! Terminei.
Pressionei, levemente agarrando seu braço quando ele se virou.
— Então é isso? Simples assim, você vai desistir?
Ryan olhou para mim.
— O que você quer que eu faça? Volte lá e force-os a fazer o seu trabalho?
Não é tão simples assim.
— Mas...
— Mas nada! — A mão de Ryan cortou o ar, interrompendo a minha
resposta. — O Detetive Bennett me disse para ficar de fora. Eu não deveria estar vivo,
Emily! Lembra-se? Quem invadiu a minha casa e colocou oito balas na minha família,
tinha a intensão de que eu morresse naquele dia, também. Não deviam haver
testemunhas.
— Sim, mas você não morreu.
— Sim, bem, talvez eu deveria ter morrido — Ryan bateu de volta, deixando
o papel do Chase assumir completamente suas emoções. Era uma coisa bonita de
testemunhar, e eu estava tão lá com ele. Deus! Perder ambos os pais! Eu sabia
exatamente como se sente.
— É isso que você quer? Desperdiçar o precioso dom que lhe foi dado
desejando estar morto? É por isso que você puxou essa façanha ridícula tentando a
subida livre naquela fenda em Viper’s Pass, imaginando que se as balas não fizeram
o trabalho, uma queda livre de cem metros faria?
Ryan gemeu, incrédulo, conforme minhas palavras lhe picaram.
— Olhe para mim. Não se atreva a fazer isso para si mesmo! Você acha que
Megan iria desistir se ela estivesse aqui?
A cabeça de Ryan retrocedeu.
— Deixe minha irmã fora disso — ele rosnou.
— Eu não posso. Não quando você acorda todas as noites em pânico por que
não pôde salvá-la. Não quando você vê o fantasma dela derivando através das paredes
e tetos onde quer que vá. Chase... — agarrei sua jaqueta com ambas as mãos. — Ela
quer que você encontre a paz tanto quanto eu.
Ryan bateu minhas mãos livres.
— Apenas vá. Vá para casa. — Ele acenou com o queixo, me dizendo para
tomar uma caminhada.
— Chase... não — eu disse teimosamente, agarrando sua jaqueta
novamente. — Eu só estou tentando ajudar. Eu... eu não queria deixar você chateado.
Por favor...
— Vá — ele ordenou, olhando para o agarre que eu tinha sobre ele.
Senti meus dentes bloqueando no lugar.
— Não. Nunca vou deixar ir. Eu não vou ficar de lado e vê-lo destruir a si
mesmo.
— Você não pode continuar me salvando, Em. Você não pode.
— Isso não é você quem decide.
O rosto de Ryan torceu com a angústia, sentindo dor que era só fingimento.
— Não me empurre para longe, também — eu disse suavemente. — Eu
preciso de você tanto quanto você precisa de mim.
Ryan zombou, sacudindo a cabeça para trás e para frente.
— Minha mente está se tornando desequilibrada e ainda assim você ainda
quer que eu seja isso, esse cara... esse cara que eu simplesmente não posso ser para
você.
Olhei para o tecido agrupado na minha mão e, em seguida, em seus olhos,
sabendo que Ryan Christensen e o pobre rapaz do roteiro chamado Chase Sheffield
seria sempre mais do que suficiente para mim.
— Eu nunca lhe pedi para ser nada mais do que quem você é. Se a polícia
não vai nos ajudar, vamos encontrar alguém que vá.
Ryan assentiu e depois, lentamente, passou os braços sobre meus ombros,
puxando-me. Minhas mãos deslizaram, automaticamente, debaixo de sua jaqueta e
por suas costas musculosas. Esfreguei minha bochecha em seu peito quente. Por um
momento, esqueci que estávamos aqui ensaiando, tal como fizemos todas àquelas
vezes no apartamento quando passei as falas com ele.
Ryan soltou uma rajada de alívio e sussurrou no meu ouvido:
— Satisfeita?
Eu não conseguia sufocar o meu sorriso. Eu ri levemente e dei aos músculos
em suas costas uma esfregada suave.
— Isso foi realmente bom! — Continuou ele em particular. — Eu não posso
acreditar que você se lembrou de todas essas falas. Você realmente acertou em cheio.
Certeza que não quer ser atriz?
Quando abri os olhos, notei Jonathan em pé perto da câmera, que estava
apontada diretamente para nós, pressionando os fones no ouvido. Próximo a ele
estava Nicole Devin, vestida para a cena, olhando de olhos vidrados e com raiva. Eu
não preciso ser uma leitora de mentes para interpretar sua opinião sobre o que ela,
aparentemente, tinha acabado de presenciar. Seus braços ligeiramente levantados
deram um tapa sobre suas coxas.
— Oh merda — sussurrei.
Nicole veio tempesteando até nós. Apertei a parte de trás da camisa de Ryan
em uma bola no meu punho.
— O que está acontecendo? — Ela perguntou, alternando seu olhar,
ligeiramente irritado, do meu rosto para o dele, fungando por causa da gripe.
Ryan reposicionou-se entre nós, empurrando-me atrás dele.
— O que você quer dizer? Eu só estou passando minhas falas mais uma vez.
Taryn é a minha treinadora. Por quê? O que você acha que está acontecendo?
— Oh — disse Nicole, seu rosto soltando. — Eu pensei. Deixa para lá. Eu
estou aqui agora.
Soltei à força a camisa de Ryan; agora era um momento tão bom quanto
qualquer outro para dar o fora daqui antes que de causar danos permanentes.
— Ryan, eu vou ver se Jonathan ainda precisa de mim.
Nicole cruzou os braços.
— Sim. Parece uma boa ideia.
Meus pés que estavam prontos para fugir grudaram no chão a um impasse.
— Eu estava ajudando-o. Não há necessidade de assumir qualquer outra
coisa. Eu nunca...
Nicole esboçou um pequeno sorriso, em seguida, quebrou em um ataque,
fungando. Alguns dos velhos amigos de Thomas costumava ter o mesmo hábito de
fungar. Isso me fez pensar.
— Não, não. Acredite em mim, não estou. Está tudo bem — ela finalmente
disse suavemente. — Eu acho que eles estão quase prontos.
Ao invés de encontrar seu olhar, meus olhos se fixaram à sombra escura,
estranha em seu lábio superior. Eu estava prestes a ir embora quando notei a gota de
fluído vermelho saindo de sua narina. Ela reuniu na borda de seu lábio antes de
escorrer para o chão, desviando do seu pé por uma polegada.
— Nicole, o seu nariz está sangrando. — Fiquei surpresa que ela não sentiu
pingando em sua pele.
Sua mão voou até seu rosto, dedos trêmulos confirmaram o sangue. Vimos
enquanto ela saiu correndo na direção dos trailers.
Enquanto Ryan passava por alguns ensaios, encontrei um lugar calmo para
trabalhar na tenda guarda-roupa, onde o Wi-Fi era mais forte. Afinal de contas, eu
ainda tinha um negócio a funcionar. Mesmo que eu gostei de vê-lo em seu elemento,
brincando com a equipe, sendo alegre e tendo o momento de sua vida, também sabia
que eu era uma distração.
Marie estava sendo realmente compreensiva sobre a minha longa ausência,
mas minha consciência culpada me assolava todos os dias, sabendo que eu estava
amarrando-a com minhas obrigações. Felizmente, pagar contas e fazer pedidos eram
coisas que eu poderia fazer em qualquer lugar.
Pensei em retornar alguns telefonemas, mas eu realmente não queria ouvir
a voz de Thomas novamente.
Não agora.
Dina, a mulher responsável pela guarda, levou-me sob sua asa como uma
mãe galinha quente. Ela limpou uma pequena mesa de madeira no canto para mim
ter algum espaço de trabalho enquanto eu secretamente ouvi-a e seu assistente,
Darius, fofocando sobre o resto da equipe de filmagem.
Dina olhou para mim por cima de seus óculos estreitos, dando-me um
apertado olhar de desaprovação.
— Estou surpresa que você não quer estar lá fora assistindo o filme do Sr.
Christensen. Certamente é muito mais interessante do que ficar com a gente.
Balancei minha cabeça.
— Na verdade, há mais ação aqui do que lá fora. Acho que vocês duas são
muito divertidas — sorri.
— Mmhmm. — Darius fez uma careta. — Se eu fosse você, eu não deixaria
aquela deliciosa fatia de homem fora da minha vista.
— Darius! — Dina gritou.
Darius era jovem e me fazia lembrar de Jet Li, mas em uma versão rainha
do drama com cabelo preto e branco em dois tons. Ele me fez rir.
— O que? Você sabe que eu falo a verdade. Esse menino é bom. Droga, eu
deveria ter sido uma atriz. — Darius suspirou. — Se eu fosse você, pêssegos, eu
manteria um olho naquela menina, Nicole. Eu cortaria suas quarenta maneiras de
domingo, se fosse o meu homem — brincou ele, acenando com um par de tesouras de
tecido longos. — Deixe que ela saiba. Sai fora, baywatch — ele murmura para si
mesmo.
Dina riu dele:
— Alguém com certeza soa ciumento.
Darius apenas revirou os olhos.
— Garota, por favoooooor. Se eu tivesse um namorado assim, não há
nenhuma maneira que eu deixaria alguma vadia toda em cima dele. Então,
novamente, um sabor desses lábios e ele nunca mais voltaria.
Visualizar a reação de Ryan com a reivindicação de Darius foi igualmente
divertido.
— Ah, eu não acho que Taryn deva se preocupar com Nicole. Ryan
Christensen não é o tipo dela — disse Dina com uma piscadela, prendendo a bainha
de um par de calças. Depois do comentário, ela agora tinha a minha atenção total.
O rosto de Darius enrugou.
— O queeeeeeeeee? Querida, gay ou hétero, esse homem é o tipo de todos.
Sorri para Darius.
— Não, se você preferir mulheres ao invés de homens, ele não é — Dina
murmurou.
Minha cabeça disparou.
Darius pareceu surpreso:
— Dee, eu não sabia que você era lésbica!"
— O que? Não, eu não... Nicole — Dina corrigiu. — Há rumores de que ela
prefere a companhia de mulheres.
— Oh não, você apenas não a botou para fora10, — Darius gritou.
Algo dentro de mim de repente queria torcer, achar esta nova informação
mais reconfortante.
Eu precisava de mais.
Dina retirou o alfinete enfiado entre os lábios e deu de ombros:
— É o que dizem por aí.
O walkie-talkie de Dina guinchou. Ela puxou o rádio do bolso em seu cinto.
— A Senhorita Mitchell está com você? — Perguntou a voz.
Dina segurou o rádio em sua boca:
— Sim ela está.
Alguns momentos depois, um jovem vestindo calças cáqui e um capuz verde
me levou em um carrinho de golfe. Eu estava emparelhada com Ryan para outro teste
de iluminação. Foi-me dito que a posição de Nicole sucumbiu completamente à gripe
de estômago, mas eu ainda questionei os verdadeiros motivos de Jonathan em
selecionar-me como sua substituta. Independentemente disso, não importava; eu
estava tendo uma tonelada de diversão, estando com Ryan.

***

Na manhã seguinte, dirigimos em uma parte industrial da cidade que não


estava localizada onde pensei que ele filmaria hoje. O edifício que paramos era longo
e atarracado, com cercas de segurança em torno do estacionamento.
Os dedos de Ryan foram enganchados com os meus, mas eu poderia dizer
que sua mente estava em outro lugar. Eu sabia o que estava no cronograma de
filmagem hoje e ele estava tão distante e quieto, ele estava praticamente mudo.
Mike nos levou rapidamente do carro, levando-nos a um dos trailers
estacionados nas proximidades.

10 Como se tirasse a garota do armário.


Coloquei minha bolsa do laptop e a bolsa para baixo e me sentei na pequena
cozinha, temendo o dia de hoje mais do que uma cirurgia de coração aberto, sem
sedativos. Era hora de quebrar o silêncio confortável:
— Não sei como isso funciona normalmente. Você quer que eu espere aqui
hoje? Eu espero se isso está fazendo para você ficar desconfortável.
Ryan ficou ali, olhando para mim.
Olhei de volta, à espera de sua decisão.
— Seja honesto.
— Eu não sei — ele murmurou, olhando para tudo, menos para mim no
momento. — Eu quero você lá e, em seguida, uma parte de mim não quer. É um set
fechado, mas... penso que você pode lidar com isso?
Meu primeiro instinto foi a gritar "não" muito alto. Imagens dele executando
a temida cena estavam piscando através dos meus pensamentos. O que eu deveria
dizer? Ah, sim, não há problema. Eu não posso esperar para vê-lo fingir fazer amor
com Nicole. Tem estado na minha lista de coisas a fazer, na verdade. Felizmente, freei
meus pensamentos sarcásticos auto preservacionistas.
Ele puxou uma lata de refrigerante do pequeno frigorífico e abriu a tampa
para mim.
— Medindo por sua falta de resposta imediata, eu acho que você precisa
estar lá. Esta, coisa, é tudo parte de atuar, Taryn e, talvez, se você vir que não é nada
mais do que fingir uma coreografia, então talvez...
Seus olhos prenderam nos meus:
— Eu só... eu só não quero que o que aconteceu na Flórida, se repita, nunca.
— Ryan... — meu intestino torceu. Memórias de estar em pé em um
aguaceiro, observando o que eu pensei que era ele me traindo com Lauren Delaney,
quando, na verdade, ele estava filmando foram tão vivas, que eu juro que podia sentir
uma gota de chuva descer pela minha espinha.
Ryan sentou-se e pegou a minha mão na sua:
— Você teve outro de seus pesadelos esta manhã e acho que sei o porquê.
Nós já conversamos sobre isso. Você é minha alma gêmea, Tar. Talvez se você vir todas
as preparações para filmar uma cena como esta, e todas as pessoas que estão em
torno olhando para nós, você saberá que não tem nada a ver com sexo. É apenas uma
ilusão desconfortável.
Engoli um pouco da minha dúvida, tentando não ter nada disso voando para
fora da minha boca, sabendo que o rapaz de cabelo preto com dentes sangrentos era
a causa de eu acordar em um suspiro.
— Eu sei que é falso. Não é como se você estivesse indo lá e realmente
fazendo com ela.
— Isso mesmo. Não estou. É tudo fingimento. Você sabe que este é o meu
trabalho e cenas como esta vão estar em meus filmes. Eu só não quero que você acabe
me odiando porque tenho que fingir com outras mulheres.
Se apenas fingindo não incluísse contato pele-a-pele. Nós trancamos os
olhos.
— Sinceramente, eu não sei o que esperar e estou com um pouco de medo.
Eu não posso evitar.
Seus olhos se suavizou. Seus dedos acariciaram meu pulso. "Ok, vamos
falar sobre isso. Do que você está com medo?"
— Isto é tudo novo para mim. Não estou acostumada com a ideia de ter a
pessoa que eu estou envolvida fazendo esse tipo de coisa, com outra pessoa, na minha
frente. E as coisas estão boas com a gente agora, mas o que acontece se nós estivermos
tendo uma fase difícil e, em seguida, você e outra pessoa e a tentação e beijando...
Sua mão cobriu a minha, suavemente acariciando seu polegar sobre os nós
dos meus dedos.
— Eu não serei tentado. Confie em mim.
Em algum nível, acreditei nele. Eu tinha o observado tempo suficiente para
saber que Ryan nunca, nunca olhou para outras mulheres, mesmo quando elas
estavam de pé em cima dele.
— É um dos meus maiores medos.
Ele ajeitou meu anel de noivado.
— Eu sei. Mas tenha em mente que eu já beijei meu quinhão e agora eu
encontrei a única mulher que quero passar o resto da minha vida.
Seu sorriso brincalhão me ajudou a relaxar.
— Ok — sorri.
— Então você não vai ficar com ciúmes quando eu tiver que beijar alguém?
Eu ri com incerteza.
— Eu não posso prometer isso. Meu ciúme vem de estar loucamente
apaixonada por você. Enquanto isso só acontecer quando as câmeras estiverem
rolando, eu vou ficar bem. É apenas... eu preciso que você entenda se eu não puder
lidar com isso imediatamente. Quer dizer, eu vi você beijar Suzanne e....
— Levante-se.
— O que?
— Levante-se. Eu quero te mostrar algo.
Deslizei para fora da cabine.
Ryan agarrou meus quadris, me puxando para mais perto.
— Eu quero mostrar-lhe a diferença entre um beijo de cinema e um beijo de
verdade.
— Há uma diferença?
Ele assentiu.
— Oh sim. — Suas mãos quentes levantaram meu rosto, seus olhos focados
em minha boca. — Este é um beijo de cinema. Pronta?
Senti seus lábios fechados tocarem os meus, como se ele só estivesse me
beijando para ser gentil. Quando ele abriu a boca, eu o segui. Beijá-lo assim era
estranho e, na verdade, um pouco frustrante, como se estivéssemos fazendo uma
dança estranha ou um beijo de primeiro encontro estranho quando você estava
realmente tentando evitar de beijar o cara.
— Uh-uh. Sem língua — ele corrigiu.
— Sem língua? — Repeti em sua boca aberta.
— Nunca. — Ryan se afastou e me olhou nos olhos. — Agora é assim que eu
beijo minha noiva.
Sua mão deslizou no meu cabelo, embalando a parte de trás da minha
cabeça. Seu beijo me consumido. O desejo de chupar e mastigar sua boca hipnótica
me fazendo soltar pequenos ruídos, choramingando. No momento em que sua língua
escovou e rodou contra a minha, senti arrepios por todo o caminho até a minha
calcinha.
— Eu sei que você me ama, — murmurei, derivando minhas mãos na parte
de trás da calça, por baixo do elástico e sobre o seu incrível traseiro esculpido — mas
vai me matar vê-lo fazer amor com outra pessoa.
Eu o senti tenso muito brevemente.
— Eu nunca vou fazer amor com outra pessoa, Tar. Só você — ele ronronou,
sua língua bastante preocupada rodando com a minha.
Empurrei suas calças para baixo em sua cintura e raspei os dentes no seu
lábio inferior.
— Promete?
Ele riu na minha boca.
— Foi naquela foto legal quando você concordou em casar comigo, querida.
Ryan levantou meu crachá de identificação no set, separando nosso beijo
tempo suficiente para removê-lo sobre a minha cabeça. Com um sorriso diabólico,
seus dedos enrolaram na parte dianteira da minha camiseta, puxando-a para cima de
modo que ainda estivesse sobre a minha cabeça, mas ainda envolta em torno de meus
braços, apertando-os juntos.
— E o nosso contrato será vinculativo.
Ele rodou a ponta do dedo sob a borda do meu sutiã de renda e puxou um
lado para baixo, buscando o, já desperto, mamilo com a língua molhada. Fogo
disparou pelo meu corpo.
— Ryan... — engoli duro da sensação de sua cuidadosa atenção em ambos
os meus seios. Era difícil falar.
— Cama — ele respirou seu desejo, me rebocando em uma arrancada pelo
corredor curto e estreito.
Levou um pouco mais para ele se despir, desastrado ao tirar os pés fora de
seus sapatos enquanto tirando as calças, então me arrastei para a cama e esperei.
Considerando que tínhamos apenas vinte minutos, eu esperava que ele quisesse pular
todas as preliminares e ir direto ao assunto, assim que me surpreendeu um pouco
quando ele tomou o seu bom e velho tempo.
Era tão sensual, ele me beijar assim, permitindo-me a ofegar em sua boca
como se ele precisasse de meus suspiros para respirar. Ele puxou meu lábio inferior
em sua boca, roçando-o através de seus dentes, embalando-me em seus braços,
enquanto sua coxa prendia minha perna. Eu estava tão excitada por seu toque, seus
dedos deslizando com esforço deliberado enquanto o calcanhar de sua mão aplicava
apenas a quantidade certa de pressão. Seu polegar dançou em um círculo firme, então
calcanhar, então polegar novamente. Eu queria explodir ali mesmo.
Deus, se ele realmente tivesse que filmar uma cena real assim com Nicole,
eu teria que matá-la com minhas próprias mãos em primeiro lugar. Por um segundo,
eu realmente o imaginei fazendo isso. Não haveria nenhuma maneira no inferno que
permitiria que outra mulher sentisse o seu toque experiente.
Eu podia ouvir meus próprios gemidos ficando mais altos, mais ofegantes,
enquanto me contorcia com cada deslizamento. Eu estava quase lá, a segundos de
distância de derramar sobre a borda, quando ele retirou os dedos e parou.
O que?
Nããão! Mentalmente, o amaldiçoei por não terminar comigo em primeiro
lugar. E eu estava tão perto, também.
Mas ao invés disso, Ryan agarrou minha coxa e levantou meu quadril, então
eu estava do meu lado, seu peito aquecendo a minha volta, substituindo o vazio com
algo muito maior, mais grosso. O alcancei, correndo a mão em seu cabelo, sentindo
seus gemidos, sua respiração no meu pescoço enquanto ele apertou com ternura,
permitindo que o meu corpo se ajustasse ao seu redor.
— Oh Deus, você se sente bem. — Seu antebraço apertou a minha caixa
torácica e sua mão apalpou meu peito, acariciando em mim com força renovada,
retornando-me perigosamente perto daquela borda novamente.
Sua mão esquerda entrelaçou com a minha, unificando-nos como um,
enquanto ele fazia amor comigo. Apenas quando pensei que ele iria escorregar para
fora e me rolar em algum outro lugar na cama, ele pressionou de volta. Lentamente,
metodicamente, da ponta à base; uma e outra vez, me deixando louca.
Seus dedos umedecidos voltaram e me espalmaram aberta, rodopiando
sobre a minha pele sensível com cada impulso.
Conforme ele pegou o ritmo, prendi a respiração em meus pulmões, incapaz
de respirar de modo normal, sentindo as sensações intensas de meu orgasmo rolando
para um pico.
— É isso aí. Deixe ir. Vamos, amor...
Eu estava me dando uma dor de cabeça por apertar os olhos com tanta
força, sentindo o crescendo do orgasmo.
Seus impulsos profundos eram implacáveis, batendo em mim uma e outra
vez. Gritei das sensações que quebraram em cima de mim em ondas, praticamente
me sufocando enquanto batiam. Tossi no edredom enquanto enterrei meu rosto na
cama.
A pressão de Ryan diminuiu; os dedos continuaram a esfregar, ordenhando
tremores adicionais fora de mim.
— Ah... bom — ele gemeu baixinho, orgulhosamente, ainda rodando
suavemente dentro de mim. Ele beijou meu ombro suavemente.
Virei-me para ele, recebendo um longo beijo antes que ele saísse e mudasse
o meu corpo para a beira da cama.
— Você não tem ideia de como incrivelmente bela você parece agora — Ryan
rosnou. Suas mãos agarraram as minhas pernas abaixo dos joelhos, pressionando
minhas coxas para trás, olhando para mim com admiração e desejo. Ele balançou
minhas pernas, levantando o meu traseiro e pressionando meu estômago em
diferentes e gloriosos ângulos.
Mas o relógio na parede contava outra história, um dele estando fora do
tempo. Com certeza, alguns minutos mais tarde, alguém bateu com força na porta de
entrada. Eu assisti o prazer em seu rosto endurecer quando ele bateu em mim com
mais vigor.
— Espera aí! — Ryan gritou por cima do ombro. — Filho de uma... eu só
preciso de mais cinco minutos — ele respirou, bombeando mais duro. Suas mãos
bateram no colchão, pressionando minhas coxas para trás tanto quanto poderiam ir,
praticamente me dobrando ao meio para subir dentro de mim. Um leve suor frisando
sua testa.
— Você pode gozar de novo? — Ele perguntou, respirando com dificuldade,
apertando uma mão em volta do meu tornozelo.
Eu não podia acreditar na sua pergunta! Nós estávamos no meio das
filmagens de um filme multimilionário, alguém estava batendo o punho na porta de
seu trailer para escoltá-lo ao set, e sua maior preocupação era se eu poderia conseguir
um orgasmo? Deus ama o homem por tentar.
Empurrei a mão dele e capotei sobre meus joelhos.
— Não se preocupe comigo. É sua vez.
A voz de Ryan rachou e arfou quando ele gritou novamente: — Dê-me cinco
minutos! — Por cima do ombro em direção à porta. Suas mãos espalmaram meu
traseiro, cavando os dedos em minha carne. Apertei-me sobre ele com tudo o que eu
tinha, apertando como um torno. Assim que comecei a me tocar, Ryan moveu minha
mão para fora do caminho, substituindo-a com a sua própria.
— Isso é meu — ele rosnou, me esfregando com exigente propriedade,
trazendo um segundo orgasmo em um incêndio semelhante. Meu corpo resistiu e
balançou enquanto ele continuava a me punir com cada impulso. Seus gemidos
suaves e grunhidos transformaram-se em um profundo gemido gutural enquanto seu
corpo liberou e gaguejou tudo o que tinha dentro de mim.
Mesmo por trás dos óculos escuros e do rosto estoico de Mike, eu ainda
podia ver a dica da cara de presunção em seus lábios, quando ele nos acompanhou
para a maquiagem. Ele não precisava dizer uma palavra a Ryan para parabenizá-lo
por transar no meio da tarde; a pancadinha dura no ombro de Ryan falou volumes.
Ryan escolheu este momento para me provocar, casualmente levando os
dedos debaixo de seu nariz como se ainda usavam o meu cheiro. Eu ri com a nossa
piada particular quando ele lambeu o dedo e ergueu as sobrancelhas, saboreando o
espectro do meu gosto.
Um dos maquiadores do sexo masculino, um homem ligeiramente
rechonchudo e excessivamente peludo, que tinha sido apresentado a nós antes pelo
nome de Buckley, estava ocupado formando uma "xícara", por falta de uma palavra
melhor, nas partes íntimas expostas de Ryan.
— É chamado de merkin 11 . — Ryan respondeu meu olhar interrogativo,
pressionando os lados da “xícara” em sua pele para assegurar a sua adesão.
Imaginei-o estalando aquela coisa fora como uma tenda, pequena demais
para suportar seu mastro. O adesivo, certamente, dolorosamente rasgando alguns
cabelos de sua pele. Ouch.

11 O ato de cobrir os pelos das partes íntimas, artificialmente.


Nicole pôde ter que tocar seu corpo intimamente, mas não havia um único
pacote de carne tonificada que ela iria chegar a ver — lésbica ou não. Infelizmente, a
sua nudez significava que esses recortes musculares totalmente sexys em seu incrível
traseiro, poderia obter algum tempo na tela. Isso iria, certamente, fazer alguns
milhões de fãs de "Charles Conroy" explodir uma junta com certeza. Ainda mais
excitante para Seaside III, que não iria começar a filmar até o outono.
Ryan se virou para mim com os punhos nos quadris, parecendo, um boneco
Ken nu, em tamanho natural com a genitália obscurecida.
— Então, o que você acha?
Ele estava tão adorável, sorrindo tolamente em sua merkin.
— E não é nem mesmo meu aniversário! — Eu ri. — Estou querendo saber
quão doloroso será quando você tiver que tirar essa coisa.
— Assim como um Band-Aid — Buckley murmurou. — Ranger e puxar.
Ryan soltou uma respiração tensa e colocou um roupão de flanela cinza,
amarrando o cinto seguramente como um boxeador dirigindo-se para uma luta.
Era hora dele ir fingir com outra mulher embaixo dele e eu estava indo
assistir.
CAPÍTULO 10

Reação

— Corta. Ryan, você precisa soltar o seu braço um pouco. Você está
lançando uma sombra sobre Nicole. — Jonathan instruiu, parecendo irritado. — Não,
isso ainda não está funcionando. Precisamos ajustar a iluminação. Ela tem uma
sombra escura atravessando diretamente seu rosto.
Assisti ao técnico fazendo um pequeno ajuste em uma das luzes altas perto
da cama grande, e estava grata pela trégua momentânea.
Uma hora atrás, aquele corpo nu estava entre as minhas coxas, me amando.
Agora, Ryan estava cuidadosamente sentado entre as pernas nuas de Nicole, nada,
além do Merkins mantendo seus corpos de realmente se tocarem.
Ryan e Nicole estavam segurando uma conversa leve enquanto as luzes
foram ajustadas em torno deles, mas vê-lo deitado em cima dela era quase demais
para mim lidar. Como um voyeur doente, masoquista, eu fiquei ali, observando.
Assistindo meu noivo deslizando os lábios sobre o corpo de outra mulher cada vez que
o diretor gritava: "Ação!"
Eu sabia que era falso, completamente encenado, mas ainda assim.
Ryan tirando o cabelo de Nicole do rosto, olhando para ela antes de esmagar
seus lábios nos dela. Ela engasgou e o lençol que mal lhes cobria subia e descia com
o rolar de seus quadris.
Ligeiros tremores vibraram através dos meus ombros. Imediatamente, eu
estava dividida no local e voltando no tempo, recordando cada gota de dor que senti
quando cheguei no meu ex-noivo, Thomas, moendo seu traseiro nu naquela puta
magra, Cheryl Regan, com clareza dolorosa. A esmagadora angústia explodiu
incontrolavelmente como um relâmpago no meu peito.
Eu tinha jurado para mim naquele dia que eu tinha pego Thomas, fazendo
o mais sagrado dos votos para a santidade da minha própria alma, que eu nunca,
nunca me permitiria ser ferida assim novamente. Pisar em qualquer lugar perto de
um homem que era capaz de eviscerar meu coração.
Amar alguém nunca deveria terminar em uma devastação que tudo
consome.
Mas, uma e outra vez, me arrumo para ser rasgada em pedaços. E aqui
estava eu, me torturando tudo de novo, assistindo essa charada.
Alguns momentos foram toleráveis: aqueles em que a filmagem havia parado
e Ryan e Nicole não estava um sobre o outro. Mas no momento em que as câmeras
estavam rolando, minhas mãos apertaram em punhos e eu queria vomitar
loucamente.
Eu sabia que Ryan estava desconfortável com a minha presença, olhando
para mim com os olhos preocupados em cada momento livre quando sua sessão de
amassos fingidos não estava sendo cuidadosamente orquestrada. Ainda assim, não
foi suficiente para acabar com esta loucura.
Eu não me importo em como as outras mulheres lidariam em assistir o sexo
falso do seu homem com outra mulher; contraí-me quando Jonathan gritou "Ação!"
Mais uma vez.
A boca de Ryan em sua mandíbula, lábios, moendo-a na cama como se ele
estivesse realmente transando com ela, parecia tão real que a dor no meu coração
queimou seu caminho até minha garganta.
É fingimento. É falso.
O lençol cobrindo-os escorregou e um bom pedaço da bunda de Ryan estava
agora em plena vista. Não importa quantas vezes repeti meu mantra ainda não impedi
a bile de subir.
Eu podia ver Ryan, desesperadamente, tentando chegar a esse espaço
mental individual que precisava ir para atuar. Ele precisava estar "na zona", por assim
dizer, onde ele não era Ryan Christensen mais. O lugar onde a personalidade do seu
personagem, Chase Sheffield, assumiria e ações desviantes tornar-se-iam
irrelevantes.
Deus, eu poderia fazer isso de novo? Eu poderia realmente ser segura o
suficiente no meu coração e na minha mente para lidar com o conhecimento de que
haveria mais momentos como este no meu futuro? Mais cenas falsas amor e toques
mais íntimos compartilhados entre o meu amante, meu futuro marido, e atrizes
esculpidas aleatórias? Será que o meu eventual casamento se tornaria ainda um outro
divórcio de Hollywood?
É uma coisa se casar e confiar que o seu cônjuge não trairá você. É outra
coisa quando as sessões de amassos falsos fazem parte de sua carreira, e você sabe
com certeza absoluta que momentos como este irão reaparecer.
Por um breve momento, carreguei o bebê deste homem no meu ventre. Se
alguma vez tiver filhos, não vou ser capaz de ficar aqui e supervisionar seu sexo fingido
a cada vez. Sabendo quão facilmente um momento como este poderia ficar fora de
controle, levando a uma conexão com outra mulher.
Um dia, eu estarei grávida — grande e redonda, desconfortável. Um dia, sexo
não será uma prioridade; alimentar e cuidar de uma criança inocente será. Ficar em
casa para criar uma família com algum sentido de normalidade será. Será que Ryan
será capaz de controlar a si mesmo e saber, em termos inequívocos, onde as linhas
de atuação e engano são desenhadas com firmeza? Tantas perguntas sem resposta.
As mãos de Ryan entrelaçaram com as de Nicole, levantando os dedos
entrelaçados sobre sua cabeça, um movimento que eu achava que era reservado
apenas para as nossas sessões de fazer amor. O sentimento de traição que veio disso
perfurou meu coração como uma faca quente e eu tive que parar conscientemente o
gemido de quebrar livre.
Jonathan havia gritado "Corta!" E Ryan e Nicole estavam ouvindo-o
atentamente. Eu não conseguia olhar para Ryan mais — não nos olhos, de qualquer
maneira. Meu foco desembarcou em todo o resto — as luzes altas, as cordas pretas
serpenteando pelo chão, a tela preta bloqueando as sombras de se formarem, os
shorts cargo caqui que o operador de som estava vestindo.
Milhares de filmes, milhares de beijos nas telas. Jake Gyllenhaal beijou um
monte de meninas. Eu amo seus filmes. Quando ele filmou com Anne Hathaway — o
sexo parecia real. Ambos estavam nus daquele jeito também. E essa menina em Prince
of Persia — Princess seja lá que inferno era o nome dela? Jake beijou Heath Ledger,
também. Várias vezes. Porra, isso foi quente. Mas eles estavam atuando. Fazendo um
filme para o nosso prazer, como este. Eu me pergunto se foram essas coisas que o
fizeram se separar de Reese Witherspoon todos aqueles anos atrás? E depois de todo
esse tempo, ele ainda está solteiro. Talvez ele queria — uma mão firme apertou meu
ombro, me assustando:
— Você está bem? — Mike perguntou em voz baixa. Sua expressão
preocupada não estava ajudando.
Porra, como eu queria impedir meu lábio inferior desafiante de tremer. Dei-
lhe um encolher de ombros evasiva.
— Ele ama você, você sabe.
Mordi meu lábio inferior traidor com força, tentando encontrar esse lugar
no meu cérebro onde eu poderia ser indiferente, fria e desinteressada —é apenas mais
um dia no escritório para ele — nada demais com tudo isso.
Eu me virei para olhar os olhos de Mike.
— Eu sei.
— O que não torna mais fácil de assistir, no entanto, não é?
Cruzei os braços sobre o peito.
— Não, não torna.
Mike suspirou.
— É fingimento, Taryn. Neste negócio, atores tratam beijar como se fosse
nada mais do que alguém que dá um aperto de mão — disse ele em voz baixa.
Voltei a olhar para ele para ver se ele estava realmente sério com essa linha
de besteira inventada.
De alguma forma eu não poderia comparar tão bem. Mantive minha voz
baixa:
— É a tentação me preocupa, Mike. É uma coisa admirar a maçã na árvore.
É outra ter um pequeno gosto e tentar-se com pensamentos do que você pode estar
perdendo.
— É verdade, mas você não pode condená-lo por isto ser uma parte de seu
trabalho. A tentação está toda em torno de cada um de nós, Taryn. Mesmo você não
está imune e ainda assim ele confia em você.
Eu sabia que tinha que aprender a lidar. Era apenas um conceito mais difícil
do que eu pensava, na fronteira com insuperável.
— Eu não estou condenando-o, Mike. E eu confio nele, mas posso dizer-lhe
que, se a situação fosse invertida, ele estaria furioso agora.
Mike raspou a mão sobre a cabeça.
— Desculpa. Estou tentando, Mike. Realmente estou. Mas eu não posso
dizer que estou bem com assistir o homem que eu amo estar tão íntimo com outra
pessoa, fingimento ou não. — Inclinei a cabeça na direção de Ryan. — Como você se
sentiria se fosse sua namorada debaixo dele?
Os olhos de Mike escureceram
— Eu não vou mentir. Eu provavelmente odiaria tanto quanto você odeia
agora. Mas eu também tento me lembrar que é preciso mais do que algumas horas de
filmagens de uma cena de amor falso para construir o tipo de relacionamento que
você e ele tem.
O olhar penetrante de Mike silenciosamente gritou: Pense sobre isso,
querida.
As filmagens interromperam por um intervalo de dez minutos. Ryan ainda
estava amarrando o cinto de seu robe quando correu para mim.
Palavras silenciosas passaram entre ele e Mike quando ele agarrou minha
mão e empurrou-me para longe. Encontramos um canto privado e Ryan
imediatamente me puxou para um abraço apertado.
Sua mão segurou minha cabeça contra seu peito e eu não podia deixar de
tremer. Ele beijou meu cabelo e minha testa uma e outra vez.
— Pelo menos você conseguiu manter suas roupas nesta cena. — Eu não
conseguia me conter. Eu estava tentando tão duro ser legal sobre as coisas,
indiferente e provocar brincalhona mesmo, mas o tom amargo que pensei que tinha
sob controle continuou rolando para fora com as minhas palavras.
Testemunhar uma Nicole quase completamente nua contorcendo-se, como
uma prostituta devassa, sob meu noivo muito nu, continuou a torcer pensamentos
venenosos em minha cabeça. Ryan não sabia disso, mas pelo às 03h00m, saí da nossa
cama para ter uma sessão de choro privado na cozinha do apartamento.
Uma dor agonizante da paranoia de Hollywood e da fama que nos separaria
um dia apertaram meu coração novamente. Além de John Travolta e Will Smith, eu
não conseguia pensar em quaisquer outros casais famosos que ficaram juntos por um
longo, longo tempo. Mesmo os melhores jogadores de pôquer não apostariam nessas
chances.
Ryan se inclinou e me deu um beijo rápido depois que saiu do guarda-roupa.
Ele passou o braço sobre meus ombros.
— Eu gosto deste lado ciumento seu. Faz-me sentir desejado.
Ele não tinha ideia de como eu estava perto do pânico.
— Você está se divertindo me torturando? Não me importa o que você diz.
Fingimento ou não, um beijo ainda é um beijo, especialmente aqueles designados para
vender a ilusão que tudo vale a pena.
Ryan franziu a testa para mim e tomou minha mão.
— Eu disse que ela tinha gosto horrível. Não havia absolutamente nada
sobre toda essa experiência que mesmo chegou perto de prazer.
Sim? E o que acontece quando o próximo não tiver um gosto tão ruim?
Vários membros da tripulação passaram por nós, então mantive minha voz
baixa.
— Bem graças a Deus por isso. — Ri do absurdo, tentando encobrir como
territorial eu estava me sentindo com humor.
Ele tomou um longo gole de sua garrafa de água, conforme caminhamos
para a grande tenda de provisões.
— Eu sei que a incomodou me ver fazendo esse tipo de coisa com outra
pessoa. Eu não sei mais o que dizer além de "eu sinto muito." Com o tempo, você vai
se acostumar com isso. Ou não.
Fechei meu capuz para bloquear o frio.
— “Esse tipo de coisa” significa moer a Nicole na cama como se estivesse
tentando transar com ela claramente até o outro lado do colchão “tipo de coisa”? Sim,
isso foi além de doloroso, falso ou não. — Uma lágrima frustrada se formou no canto
do meu olho e a afastei rapidamente, odiando que minha falta de controle emocional
voou para fora da minha boca.
Ryan parou abruptamente e falou com Mike:
— Você pode nos dar um minuto?
— Claro. — Mike cruzou os braços sobre o peito e se afastou para nos dar
privacidade.
Ryan me puxou para o lado por trás de alguns equipamentos.
— Querida, vamos lá. Sei que foi difícil para você assistir. Deus, eu nunca
faria nada intencional para feri-la assim. Eu gostaria que você percebesse que não há
absolutamente nenhuma razão para você se sentir triste ou ameaçada.
— Eu sei. Sinto muito, Ryan. Eu não quero ser.... estou tentando. Eu
realmente estou. — Eu não conseguia parar o fluxo de emoção uma vez que a droga
tinha sido violada. Eu sabia que estava sendo irracional, mas eu também estava
disposta a apostar que a maioria das mulheres gostaria de ficar um pouco louca
depois de ver seu amante fingir foder alguém por várias horas.
— Você não tem ideia do quão difícil foi para mim. Eu me pergunto como
você se sentiria se tivesse que me ver assim com outro homem. — Dei de ombros. —
Talvez você entendesse então.
O olhar que recebi foi mortal.
— Desde que você não é uma atriz, é melhor esse cenário nunca acontecer,
ou você e eu... teremos sérios problemas.
Eu sabia que estava potencialmente instigando uma discussão, mas eu não
me importei.
— Por quê? Será que o pensamento de me ver ser íntima com outra pessoa
te deixa com ciúmes?
As narinas de Ryan queimaram, um sinal claro de que ele estava ficando
chateado também.
— Eu estou tentando ser confiante e segura, Ryan, mas era uma experiência
nova e não posso evitar, mas me senti traída. Eu não estou habituada a ter de
partilhar meu noivo, falso ou não. Foi difícil e eu pensei... ah, esquece.
— Espere o que? Como diabos eu te traí?
Plantei o pé.
— Você fez a coisa da mão com ela — Rosnei.
— O que?
— Quando você estava... você entrelaçou seus dedos com os dela e fez a
coisa acima-da-cabeça. Eu pensei... eu sei que soa ridículo, mas eu pensei que era
meu. Nosso. Eu acho que estava errada.
— Do que você está falando?
— Com Nicole... você fez a coisa mão com ela. — Levantei o braço por cima
da minha cabeça rapidamente para demonstrar. — Pensei que era algo que você só
fazia comigo. Quando você faz amor comigo, você sempre amarra as minhas mãos
juntas. Pensei que era especial. Meu. Desculpe, mas dói descobrir que não era.
Ele olhou para mim como se eu tivesse perdido a cabeça. Talvez eu tivesse.
— Tá brincando né?
— Esqueça. Eu não espero que você entenda.
Ele gemeu. Eu sabia que estava frustrando-o, mas, sim, bem, muito ruim.
Eu tinha feridas antigas que deixaram cicatrizes profundas, também —me lembrando
de nunca ser tola com o meu coração novamente.
Ryan segurou meu braço quando eu tentei acenar fora os últimos cinco
minutos.
— Você está chateada por causa da maneira que segurei a mão dela?
Tentei dar de ombros.
— Tanto faz. Aparentemente, isso não significa nada para você, mas significa
muito para mim. É como se você fizesse um só de nós, quando fazemos sexo. Pensei
que era especial. — Cruzei uma pequena pedra com o pé. — Não é especial mais.
Ryan amaldiçoou baixo.
— Oh, querida. Eu sinto muito. Não tinha pensado nisso; não tinha
percebido.
— Bem, agora que você faz — murmurei.
Ele franziu a testa para mim.
— Tar, apesar do que você pensa, estava fisicamente e mentalmente
doloroso para mim fazer isso na sua frente.
Eu podia ouvir a sinceridade em sua voz. Eu sabia que ele realmente não
queria me machucar.
— Eu vi o olhar no seu rosto — ele continuou — e eu pensei comigo mesmo,
e se este é o momento que vai quebrá-la? E se esta é a coisa que fará com que ela
queira fugir? Eu sei que você continua pensando que vou cair no clichê de Hollywood.
Que beijar alguma porra de atriz vai ser a gota d'água que trará a casa abaixo. Mas
querida, você alguma vez considerou o que estou sentindo? Como porra paranoico eu
estou, pois, a única mulher que amei, vai correr gritando para as montanhas por
causa do que faço para viver?
Balancei minha cabeça.
— Nunca. Você não é o único que se comprometeu para sempre aqui, Ryan.
Eu vou continuar lutando por nós, não importa o quê.
Olhei-o nos olhos, sentindo-me como uma merda por não ver o seu lado.
— Vê-lo assim com outra pessoa me deixou um pouco louca. Eu acho que
posso lidar com o beijo. Sim, tenho certeza que posso, só por favor me dê uma chance
para me acostumar com isso e eu.... Não, tenho certeza que posso lidar com isso, mas
a nudez total, tocar nos peitos e sexo falso? Sinto muito, mas isso – isso foi demais
para mim.
— Odiei isso também. — Ele respirou fundo e depois balançou a cabeça,
parecendo fazer alguma decisão em silêncio. — É por isso que eu queria você lá, Taryn.
Você sabe que é falso porque você assistiu à configuração. — Ryan me puxou para o
seu peito e esfregou os lábios sobre o meu cabelo. — Uma coisa boa, no entanto, é
que eu sei que você está realmente aqui para mim. Apenas confirma o quão certo é
isso.
A ponta do seu nariz roçou o meu conforme sua mão enfiou no meu cabelo.
Ryan me beijou suavemente — apenas alguns toques leves, antes de cutucar meus
lábios com sua língua. Eu podia sentir tanto o nosso desespero como nosso desejo,
alimentado pela umidade de nossas bocas e a necessidade de transmitir mensagens
não ditas.
Ele mordeu meu lábio inferior gentilmente, obrigando-nos a parar, então
descansou a testa na minha, calculando sua próxima frase enquanto avaliava meus
olhos por uma reação.
— Lá, em frente às câmeras, isso não significa nada. Isto, nós, isso é o que
é real.
— Eu sei — sussurrei, derivando minha mão em seu ombro.
— Você se lembra quando te contei sobre a garota que eu costumava sair,
Brooke, aquela que foi ao Maine quando eu estava filmando o primeiro Seaside?
Lembrei-me. A menina que ele me contou que queria seu agente mais do
que o queria.
— Eu estava filmando uma cena onde tive que beijar Suzanne e em vez de
Brooke ficar com ciúmes ou louca, ela realmente criticou meu desempenho.
— E daí?
— E daí... estou embrulhado tão profundo em você que algo como segurar a
mão de Nicole te machucou. Eu nunca vou fazer isso de novo agora que sei. Mas eu
disse que estaria imaginando fazer amor com você para entrar no personagem.
Fechei os olhos e senti a suavidade de seu rosto no meu.
— Foi muito convincente.
Ele esfregou seu rosto no meu pescoço e eu podia sentir seu pesar. Era
quase tangível.
— Foi difícil. Ela realmente tinha um gosto horrível. Tipo, eu não sei. Foi
apenas ruim.
Notei sua hesitação, como se estivesse escondendo algo de mim.
— Ela tem sorte que não a matei como eu queria — eu disse. — Você
provavelmente vai ter sua cabeça fria agora.
Ryan revirou os olhos para mim, mas não ofereceu mais sobre o desgosto
que ela deixou para trás.
— Eu realmente gosto deste lado ciumento em você. Não tenho dúvidas de
que o seu amor por mim é real.
Agarrei o braço dele com mais força. Meu amor por ele era profundo até os
ossos.

***

No final da semana, estávamos de volta ao estúdio cavernoso, minha


iniciação em um nível mais alto de confiança com meu noivo atrás de nós.
Ryan girou sobre uma perna e chutou com precisão mortal, plantando uma
bota preta pesada diretamente no peito do vilão, Victor Mordorf, enviando-lhe voando
pelo ar. Fazendo acrobacias, o ator, Timothy Hughes, caiu de costas; A mesa de jantar
especialmente projetada curvou debaixo de seu peso e quebrou ao meio. E, em
seguida, Jonathan gritou: "Corta!"
Na próxima cena, Ryan agarrou a frente da camisa de Victor, balançando
vários socos com a mão direita. Senti minha respiração engatar, meu pulso se
acelerar, com uma atração torcida em ver meu noivo chutar traseiros, como um He-
Man bárbaro, enviando excitação intensa nas minhas veias. O treino de madrugada
combinado com suas aulas de escalada estava virando o corpo de Ryan ainda mais
em um bloco cinzelado de músculo. E neste momento, o músculo parecia muito letal
e sexy como o inferno.
Estremeci quando Ryan realizou sua própria acrobacia, levando uma queda
calculada de um golpe em seu rosto.
Eu estava tão preocupada com ele correndo estes riscos, mas ao mesmo
tempo eu sabia que ele estava amando cada minuto disso.
Ryan arrancou as luzes da árvore de Natal da lareira falsa no set, atacando
Victor Mordorf na cadeira de encosto alto na suposta sala de jantar dos seus pais.
Raiva e ódio enrolando e serpenteando fora dele quando ele amarrou o recém-
ensanguentado ator atordoado, envolvendo os dois últimos metros de corda em torno
da garganta do ator. Ryan recitou suas falas, cuspindo névoas finas de sangue falso,
enquanto entregou suas ameaças.
Vendo Ryan assim, cheio de ódio gelado e emoção crua, rosnando enquanto
amarrou seu prisioneiro de forma segura, tanto me fascinou como me aterrorizou.
Ryan usava uma máscara de sede de sangue, deixando de lado suas limitações e
completamente embrenhando no papel de Chase Sheffield, de vida trágica, de morte
e redenção. Isto é o que atuar significa.
Foi através da nossa encenação, desta mesma cena, em nosso apartamento
ontem à noite que nós determinamos que a abordagem de Ryan em amarrar alguém
em uma cadeira com luzes de Natal teria de ser executada em etapas muito
específicas. Ninguém considerou realmente o quão difícil seria, amarrar uma corda de
luzes decorativas em um nó.
Ryan trouxe isso para o Jonathan e o coordenador de dublês, Paul Rothham,
resolvendo a coreografia antes das câmeras começarem a rodar.
Felizmente, Ryan deixou de fora a parte onde ele torturou até a morte com
a língua e me deu dois orgasmos incríveis, enquanto eu estava presa de forma segura
a uma cadeira com dez metros de luzes emprestadas do mestre de adereços. Aqueles
eram detalhes particulares de nosso ensaio que ninguém mais precisava saber. Um
sorriso formou em meus lábios quando recordei as picadas de prazer doloroso, as
luzes fazendo marcas em minha pele e como ser amarrada e contida aumentou cada
toque. Sim, eu gostaria de fazer isso de novo, por favor. Muito em breve.
Escutei o diálogo com cuidado. Ryan não queria improvisar no meio da cena,
então ele se aproximou da supervisora de roteiro antes, com as mudanças que
havíamos trabalhado ontem à noite. Fiquei surpresa que ela e Jonathan aprovaram.
A cadência da ameaça original estava fora, mas com as novas mudanças, elas fluíram
e foram ainda mais ameaçadoras. Isto apenas se encaixou melhor com reação natural
de Chase na cena do que o que foi originalmente escrito. Ryan entregou-as com muita
facilidade.
— E corta! — Jonathan tirou os fones de ouvido, circulando-os ao redor do
seu pescoço. Ele bateu em Denny uma vez na parte de trás, enquanto se afastou da
enorme câmera e, em seguida, virou-se para mim, vestindo um largo sorriso e me
dando um polegar para cima. Todo mundo parecia extremamente feliz com a cena.
Abruptamente me sentei na minha cadeira. Sim! Ele conseguiu!
Jonathan chamou Ryan nos monitores. Nós assistimos a cena no carretel
de reprodução.
— Como você se sentiu, Ryan? Você está feliz com a cena?
Ryan descansou as mãos nos quadris e soltou um suspiro de alívio, olhando
fixamente para a tela pequena.
É incrível ver o que quarenta e nove segundos poderiam capturar. Ele se
virou para mim e nós demos um ao outro um high-five.
Jonathan sorriu, balançando o dedo na minha direção.
— Ela é boa! Muito boa! Você se case com ela e nunca a deixe fora de suas
vistas!
Seu comentário me surpreendeu.
— O que eu fiz?
Jonathan admoestou a minha pergunta com um olhar conspirador:
— O que você fez? Ryan deu o crédito onde o crédito deveria estar, minha
querida. Você tem um inferno de um sentido apurado para análise e direção de roteiro
e você só fez daquela cena um inferno muito melhor.
Ah Merda!
— Mas Ryan e eu ensaiamos... eu só sugeri...
Ryan me calou com um beijo rápido seguido de um tapa brincalhão na
minha bunda.
— É onde eu estou esculpindo minhas iniciais mais tarde — ele rosnou em
particular para mim.
Jonathan estava em êxtase.
— Talvez, um dia desses, iremos começar a ver que tipo de desempenho que
você o inspira a dar quando está no lado oposto da câmara, hey, Taryn?
Refutei o comentário dele veementemente. Ryan, no entanto, parecia
aproveitar essa ideia.
— Nunca diga nunca — Jonathan avisou. — E não acho que o seu pequeno
ensaio com ele outro dia passou despercebido. Eu acho que você seria natural.
Segurei minhas mãos para parar sua linha de pensamento, imediatamente.
— Ah não. Estou aqui apenas para assistir.
— Bem, eu teria que argumentam isso — Jonathan continuou; voltando-se
para Ryan. — Você poderia se opor se nós usássemos Taryn na cena da boate? Eu
acho que ela seria um ajuste melhor.
Balancei a cabeça tão rapidamente, que o sangue espirrando no meu
cérebro me deu tontura. Suplente era uma coisa; estar no filme real, era outra.
Ryan se aproximou mais.
— Que cena?
Uma onda de choque rolou através de mim em seguida, observando Ryan
realmente refletir sobre essa ideia com grande interesse. Eu tinha certeza de que ele
seria contra.
Quando a discussão terminou e a atenção voltou-se para mim, tive que
tomar uma posição:
— Não. Está bem. Estou muito lisonjeada por sua oferta, mas estou bem
aqui, ficando fora do caminho.
Os sorrisos e acenos encorajadores de Ryan não estavam ajudando, fazendo
um gesto com os dedos pinçados de que eu só estaria na cena por um pouquinho.
— Bobagem — Jonathan disse com firmeza. — Eu tenho a permissão de
Ryan, então você deve me dar a honra de uma pequena participação.
Este pequeno pedido gerou uma onda de atividade. Quando chegou a hora,
eu estava varrida ao guarda-roupa, onde eu estava equipada com um par de jeans
apertado e um top branco muito legal, com pequenas contas marrons que se
aninhavam perto do meu decote exposto. Em vez de vestir um sutiã, adesivos de
sustentação foram adicionados sob meus seios para dar-lhes mais apoio. A
probabilidade dos meus seios terem algum tempo de qualidade na tela parecia se
multiplicar exponencialmente.
Após a minha maquiagem ser aplicada e os cabelos arrumados, fomos
levados para o set. Hoje à noite, estávamos em uma locação, tendo alugado um
bar/discoteca fora de Vancouver para a filmagem.
Meu trabalho? Fazer parte do fundo. Esperava como inferno que eu fosse
capaz de me misturar com os outros extras na cena. O bar era para estar apinhado e
Ryan teve se espremer no meio da multidão para fazer sua próxima marca. Eu era um
dos corpos que ele teria que passar espremendo, isso era, até outro assistente de
diretor me dizer qual era o plano.
Fui apresentada a vários outros extras que eu estaria de pé ao lado para a
cena. Éramos apenas um bando de garotas supostamente em pé ao redor, balançando
e dançando ao som de música. O problema era: não havia música. Na verdade, o bar
lotado com uma tonelada de extras estava bastante tranquilo em consideração. A
trilha sonora será sobreposta na pós-produção.
Parecia estranho ficar lá fingindo dançar e parecer sexy em silêncio. Algum
tipo de brilho líquido foi pulverizado sobre a nossa pele exposta, para parecer que
estávamos todos quentes e suados. Fez meus braços nus brilharem.
Fizemos um ensaio; Ryan tinha uma cena entrando no clube, câmeras
seguindo-o no meio da multidão, ele tinha se espremer ao passar por mim, em
seguida, tomar o seu lugar final, no assento vazio no bar.
A atriz Morgan Harper, que estava interpretando a falecida irmã do
personagem de Ryan, Chase Sheffield, estava vestida exatamente como eu; os
figurinos eram idênticos. Ryan/Chase teria uma outra visão fantasmagórica de sua
irmã.
Uma enorme câmera estava apontada para mim, e como estudei a lente
preta ameaçadora que me capturaria fazendo uma completa idiota de mim mesma, a
realização de eu, realmente, estar em um filme, picou meus nervos. Meu pulso
ligeiramente elevado eclodiu em um galope. Eu poderia muito bem ter sido enterrada
na areia até os joelhos na praia por quão duro meu coração estava batendo no meu
peito. Puta merda.
Acalme-se. Lembre-se de suas instruções. Sorria timidamente. Faça contato
visual com Ryan por uma contagem de cinco, em seguida, olhe para trás, para a
morena cujo nome me escapa totalmente agora. Eu posso fazer isso. Eu posso fazer
isso.
Qual diabos é o nome dela?
— A deixa do fundo; fundo, ação.
Antes que eu pudesse acolher o pânico adicional, tudo estava acabado. Acho
que sorri timidamente, qualquer coisa que o inferno de "timidamente" é suposto
parecer. Eu esperava que não desviei o olhar muito cedo.
Ryan foi legal e profissionalmente distante. Ele não me mostrou nenhum
favor especial, nenhum reconhecimento inadequado separado, enquanto estávamos
filmando. Eu poderia ter sido apenas mais um dos adicionais, tanto quanto qualquer
um poderia dizer. Isso foi bom para mim; eu não queria um rebuliço.
Sem a extraordinária campanha publicitária dos meios e a adoração das fãs
dedicadas elevando seu status, Ryan era apenas um cara comum; doce, carinhoso,
humilde, engraçado — tentando fazer o seu melhor sendo um ator. Ele estava tão em
seu elemento aqui. Minha frequência cardíaca estabilizou sob a onda de amor e
orgulho que eu sentia por ele e eu respirava mais fácil em sua calma.
— Mas eu gostaria de agarrá-la com a mão direita — Ryan declarou
enquanto fizemos outro ensaio. Sua mão estava fechada em volta do meu braço.
— Você quer que eu recue ou...? — Perguntei, enquanto continuamos a
trabalhar todos os pequenos detalhes.
Dentro de alguns minutos, a minha estreia em um grande filme tinha
acabado e fui movida para fora da cena, de modo que Morgan poderia tomar o meu
lugar. Encontrei um espaço aberto ao lado para ver Ryan continuar sem mim.
— Você pode relaxar agora. Você fez muito bem, por sinal.
Olhei por cima do meu ombro, não reconhecendo a voz masculina.
— Não acho que já nos conhecemos. Oi. Sou Aiden.
Pisquei várias vezes, alternando os olhos entre a grande mão com veias
estendida e o resto do homem que está diante de mim. Seu cabelo era estilizado e
colorido exatamente como o de Ryan. Ele ainda usava as mesmas roupas que Ryan
vestia. A semelhança era assustadoramente estranha, embora Ryan tinha olhos muito
mais agradáveis e era um inferno de muito mais bonito do que essa tentativa de cópia.
Independentemente disso, pura fascinação me fazia encarar.
— Sou um dos dublês do Sr. Christensen. Eu não mordo.
— Oi. Desculpa. Sou Taryn. — Cheguei a apertar sua mão, grata que ele não
me maltratou. Notei Nicole Devin caminhando em minha direção, esfregando o nariz,
mas ela parou para falar com alguém.
Aiden apontou seu queixo em direção à câmera.
— Eu estava assistindo. Daqui, pareceu que você fez um ótimo trabalho.
Seu elogio parecia genuíno.
— Obrigado. Espero não estragar tudo.
Quando Aiden sorriu, duas pequenas ondulações se formaram em suas
bochechas.
— Eu acho que você fez muito bem. Você pareceu uma profissional. — Ele
me ofereceu um copo de água, que eu educadamente aceitei. — Foi sua primeira vez?
Tomei um gole e acenei.
— Acho que você tem muita sorte então, ser escolhida para esse ponto. Você
definitivamente vai estar no filme final. Não são muitos extras que reivindicam o tempo
de aparição.
Dei de ombros.
— Acho que esta é a minha grande reivindicação à fama então, huh? —
Brinquei.
— Tenho certeza que você vai ter um monte de milhagem fora disto com as
suas amigas também. Você deve ser capaz de ordenhar isto por meses.
Visões de Marie e Tammy me abraçando em um estrangulamento me fizeram
rir.
— Eu acho que você está certo. Minhas amigas vão certamente atormentar-
me por um longo tempo sobre isso.
Observei os olhos de Aiden mergulhando para baixo e ficando no meu peito,
enquanto um pedaço de sua língua bateu nos seus lábios, olhando com uma fome
aparente para amamentar. Sim, eu sei. Sem sutiã e está frio aqui. Eu rapidamente
cruzei os braços sobre meu peito.
Aiden sacudiu a cabeça um milímetro, como se meu gesto quebrasse o feitiço
para chamar a sua atenção de volta para meus olhos.
— Ei, ele está vindo para cá. Você quer que eu lhe peça um autógrafo para
você? Talvez possamos levá-lo a posar para uma foto rápida. Isso deve manter suas
namoradas fora por um tempo. Ouvi dizer que ele é um cara legal.
Uma pequena risada do absurdo escorregou para fora. Esse cara não tem
nenhuma maldita pista de quem eu sou, não é? Eu acho que não importa para ele,
porque na maior parte do tempo ele está apenas olhando para meus peitos.
Olhei em direção a Ryan, notando seu olhar de desagrado antes que ele
parasse para envolver Paul, o coordenador de dublês. Paul tirou o boné de beisebol e
estava coçando com uma mão e apontando manobras com a outra.
— Não, está tudo bem. Eu não quero o seu auto...
— Então... Karen. Você é de Vancouver? — Aiden me interrompeu,
apontando para o chão, como se a acentuar que estávamos na verdade, situados em
Vancouver.
— Não. Ryan é meu...
Paul acenou com o chapéu e Aiden soltou seu corpo para longe da parede.
Duvido que ele tenha ouvido uma palavra do que eu disse.
— Merda. Essa é a minha deixa. Hora de ir trabalhar. Eu espero que você
não corra para qualquer lugar.
Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Aiden afastou-se, olhando
para mim brevemente.
Encontrei um lugar discreto ao lado, onde eu poderia ver o resto das
filmagens. De acordo com o roteiro, uma briga de bar se seguiu. Mesmo que Ryan
tenha filmado a maior parte da ação ao vivo, Aiden lidou com as manobras mais
complexas, como ter cadeiras quebrando sobre sua espinha. Foi um prazer ver seu
corpo tomando o abuso e não Ryan. Eu tinha outros planos para o corpo de Ryan, e
eles não incluíam remendar cortes ou observá-lo se contorcer de dor durante toda a
noite.
Aiden piscou e sorriu quando encheu seu copo de papel no refrigerador perto
de mim.
— Por que você está se escondendo aqui neste cantinho?
Dei de ombros.
— Apenas ficando fora do caminho.
Ele empurrou a manga da sua camiseta para cima, flexionando os bíceps
musculosos enquanto cruzava os braços.
— Ah, onde está a diversão nisso? Eu poderia ter usado sua ajuda lá.
Pensei sobre a ironia.
— Não, obrigado. Já tive o suficiente de musculosos bêbados brigando em
casa. Isto é puramente um esporte espectador para mim. — Havia sido um tempo
desde que tive que acabar com uma briga no meu pub, embora meu taco de beisebol
de confiança nunca estava fora de alcance.
Aiden olhou por cima do ombro.
— Eu, definitivamente, poderia tomar uma gelada depois da última cena.
Temos que reunir algumas pessoas e sair para algumas bebidas.
Eu sabia melhor do que responder-lhe, então deixei o comentário dele para
lá e educadamente desculpei-me para me mover para um melhor ponto de observação.
Depois de vários takes, meu novo amigo encontrou-me novamente.
— Parece que estamos quase terminando. Então, ah, você tem quaisquer
planos após isto ou você vai me deixar levá-la para jantar?
— Levar-me para jantar? Não. — Fiquei chocada que ele mesmo pediu.
Afastei-me, olhando para o homem que eu estava pensando em ter para a sobremesa,
quando Aiden me seguiu. O olhar de Ryan encontrou o meu e quando ele me viu ter
outra conversa com o meu novo admirador, seus olhos se estreitaram em mim com
um olhar de desagrado óbvio.
— Entendo. Você está esperando por uma chance com ele, não é? — Aiden
soltou em uma mistura de escárnio que eu percebia ser inveja. — Bem, eu não quero
estourar sua bolha, mas ouvi dizer que ele ficou recentemente noivo, então eu diria
que suas chances são quase nulas.
Eu queria dizer: "Não brinca. Eu sou sua noiva, idiota ", e, em seguida,
agradecer-lhe por desencorajar uma mulher aleatória de atacar Ryan, mas Ryan veio
tempesteando seu caminho até nós, com preocupação flagrante estampada em seu
rosto. Eu me perguntava se todo esse flerte ocasional da parte de Aiden estava
chateando Ryan, mas em mais oito segundos eu iria descobrir com certeza.
— Ei, você quer que eu pergunte... ver se ele vai te dar um autógrafo ou algo
assim? Agora é sua chance antes que ele parta. — Aiden estava muito ocupado
assistindo a abordagem de Ryan para ver meus olhos rolarem.
Ryan ofereceu um aperto de mão para Aiden e lhe deu um firme tapa viril
no ombro.
— Ei, cara. Essa foi uma bastante impressionante merda que você acabou
de fazer. Você vai ficar bem? Aquele golpe pareceu muito doloroso.
Aiden balançou em seus pés do tapa "amigável" de Ryan e depois ficou todo
com o peito inchado, esquivando-se com um rolar de seu pescoço, o simples
pensamento de que qualquer coisa poderia causar-lhe dor.
— Nah, eu faço esse tipo de coisa o tempo todo. Eu estou bem. Hey, um,
Ryan? Acho que você ainda não conhece esta senhora encantadora. Seu nome é
Karen. Karen, Ryan Christensen — Aiden disse presunçosamente, como se ele e Ryan
fossem melhores amigos.
Os olhos de Ryan se estreitaram:
— Karen?
Encolhi os ombros. Qual era o ponto em corrigi-lo? Eu sabia que Ryan havia
terminado esta noite e que poderíamos sair.
Não demorou muito para Mike para entrar no rebanho. Meu Rottweiler
humano fiel. Atacar!
— Eu só estava perguntando à Karen se ela queria sair para algumas
bebidas. Há alguns clubes ótimos no centro, mas estou tendo problemas para tirá-la
daqui. — Aiden me deu uma cotovelada.
— Ah, é mesmo? — Ryan me questionou.
Eu esperava que ele pudesse ver que eu estava irritada.
— Tentei dizer-lhe não, mas ele... — Continua me interrompendo.
— Ahh! — Aiden gemeu. — Você só está com medo de ter um bom tempo.
Vê o que eu quero dizer?
Ele se virou para Ryan:
— Ei, antes de ir embora... eu não quero envergonhá-la e ela está,
provavelmente, muito tímida para perguntar, mas você acha que talvez ela pudesse
tirar uma foto com você? — Aiden se atrapalhou e deixou cair seu celular,
murmurando como ele iria mandar mensagem para mim mais tarde.
Eu passei meus braços ao redor da cintura de Ryan, pronta para voltar ao
nosso apartamento. A camisa de Ryan estava molhada de suor. Tinha sido um longo
dia e eu poderia dizer que ele estava exausto. Eu também tinha uma pilha de roupa
limpa para Mike levar com ele, uma vez que o serviço de lavandaria no set era oferecido
apenas para os talentos, e não os guarda-costas dos talentos.
— Não posso virar as costas por um minuto — Ryan gemeu no meu ouvido,
deixando sua irritação contida à mostra. Mesmo que ele estivesse agindo com ciúmes,
eu decidi que este surto emocional seu seria recompensado no chuveiro depois.
— Acredite, não fiz nada para encorajá-lo.
— Eu sei, amor. — Ryan me apertou, escovando um pouco do meu cabelo
para trás. Ele segurou meu rosto com a mão e beijou-me maliciosamente.
Ouvi Aiden zombando.
— Cara! Que porra é essa?
Ligeiramente envergonhada, dei um passo para trás quando Ryan terminou
sua exibição territorial. A boca de Aiden pendurou aberta, totalmente confuso. Ele
também parecia querer atacar Ryan.
Ryan olhou-o por alguns segundos, em seguida, tentou jogar fora seu nível
de raiva como se ele estivesse brincando:
— Essa aqui é minha. Aparentemente, você não foi devidamente
apresentado a minha noiva, Taryn. Eu agradeceria se você parasse de dar em cima
dela. Entendido?
No dia seguinte, Aiden me evitou como uma praga. Eu meio que esperava
por isso. Ele aparentemente tinha seguido em frente, inundando Nicole com suas
atenções. Seu flerte estava acima do topo.
Aiden tentou como o inferno ser extra íntimo com Ryan, se eu poderia
chamar assim. Ryan foi tão simpático como tinha que ser, não levando muito
gentilmente, outro lobo farejando sua companheira. Foi coisas assim que me fizeram
questionar se era uma boa ideia para mim estar ao redor dele quando ele trabalhava.
Nicole, no entanto, parecia estar bastante agitada.
Presumi que era porque ela e Ryan tinham que fazer uma cena de beijo de
novo, que parecia tê-lo um pouco agitado também, mas eu não tinha certeza. Ryan
era geralmente tão indiferente, mas desta vez ele estava olhando para Nicole com
cautela.
Assisti a cena se configurar, câmeras no lugar, atores em suas marcas, e
instruções dadas. Eu não conseguia desviar os olhos, não importa o que o meu
coração dissesse a minha mente. Ver o homem que amo beijar outra, mesmo que eu
soubesse que era falso, torcia meu coração de maneira que nenhuma palavra poderia
descrever.
Confusão rasgou através de mim quando Ryan abruptamente rompeu com
o beijo. Sua face enrugou como se ele tivesse acabado de engolir um erro desagradável
revestido na sujeira azeda ao invés de beijar uma atriz bonita. Seu aperto em torno
do braço dela tornou-se menos do que amigável.
Jonathan puxou o fone de ouvido quando Ryan começou a amaldiçoá-la.
Ryan cuspiu no chão duas vezes, ali mesmo onde eles estavam.
— Diga-me que não era o que eu acho que era.
— Você não entende. As coisas têm sido muito agitadas e eu...
— Eu te avisei! — Ryan lançou-a fora com grande ofensa.
— Ryan, espera — Nicole pediu. Ela parecia esmagada por sua rejeição.
— Onde está Parker? Eu quero uma maldita reunião, em meu trailer, agora
— Ryan gritou quando ele se afastou violentamente.
No segundo subimos no trailer de Ryan, ele agarrou sua escova de dentes e
começou a esfregar os dentes, cuspir e enxaguar a boca várias vezes na pequena pia
da cozinha. Eu não disse uma palavra.
Houve uma batida forte na porta do quarto de Ryan e eu pulei rapidamente
para responder. Parker Shay e Jonathan Follweiler estavam do outro lado.
— Ryan, o que está acontecendo? Você queria me ver? — Perguntou Parker.
Ryan estava lívido.
— Quero ela fora. Isso é besteira, Parker. — Ele limpou o rosto com uma
toalha pequena. — Eu ainda posso sentir a porra da droga na minha boca.
Parker pareceu tão perdido quanto eu:
— O quê?
— Nicole — Ryan rosnou. — Ela é uma viciada em Meth, porra.
Parker descansou as mãos nos quadris, tendo esta nova informação.
— Meth? Como em metanfetamina?
Ryan assentiu.
— Ela está cheirando esta merda.
Jonathan parecia que tinha acabado de ser atropelado.
— Você tem certeza? Você a viu usando ou algo assim?
— Não, mas eu só tinha ela cuspindo na minha boca há poucos minutos.
Acredite em mim, eu sei o gosto daquela merda e posso te dizer que não vou aturar
isso. Eu provei a droga nela antes, quando fizemos a cena do quarto e eu avisei a ela
sobre isso, mas esse pouco que peguei agora estava fresco.
Senti meus joelhos começarem amolecerem, então me sentei em uma das
cadeiras antes de desmaiar com esta revelação. Eu não sabia que notícia me chocou
mais: Nicole usando drogas ilegais ou meu noivo saber o gosto das drogas ilegais.
Ryan cuspiu na pia.
— Que diabos, Parker? Este é o nosso segundo filme junto. Achei que você
tinha as minhas costas.
— Eu tenho, Ryan. Acredite em mim. Eu não tinha ideia que ela tinha
problemas de drogas.
— Esta merda pode voar com os canais a cabo, mas isso não está
acontecendo com qualquer projeto que tenho o meu nome, eu posso te dizer isso.
— Ryan, cara, eu sinto muito. Eu não sabia. Eu cuidarei disso.
— É claro que você vai, porra — Ryan gritou. — Porque eu não estou pisando
um pé na frente de qualquer câmera até que isto esteja resolvido. Nós apenas filmamos
por um par de dias. Demita-a e arranje outra atriz. Alguém profissional que não tenha
problema com drogas,
Jonathan parecia tão irritado e frustrado quando Ryan, encarando Parker
em sua própria maneira. Parker suspirou profundamente.
— Você sabe que não é assim tão simples, Ryan. Nós já fizemos as imagens
promocionais, as fotos.
Ryan continuou a surtar e argumentar. Seu discurso emocional foi piorando
toda essa situação.
Eu tinha que fazer alguma coisa. No momento que bloqueei os olhos com
Parker, dei-lhe um aceno sutil na direção da porta, esperando que ele me desse tempo
para acalmar Ryan.
— Vamos cuidar disso, Ryan. Apenas relaxe. Deixe-me fazer algumas
chamadas. — Parker pressionou o telefone no ouvido em seu caminho para fora.
Ryan estava se comportando irracionalmente, até mesmo socando um dos
armários com seu punho.
— Ryan...
— O quê? — Ele retrucou. — E antes que comece, tentei algumas vezes lá
trás na faculdade, muito lá trás. Você sabe que eu não uso drogas.
Foi bom ouvi-lo, mas ele socando coisas era mais a minha preocupação.
— Eu sei que não. Querido, ouça: sei que você está furioso, mas atacar e
exigir que ela seja demitida não é a maneira de lidar com isso.
— Você não é aquela com veneno químico na porra da sua boca, Taryn!
— Eu sei. Mas também sei o que foi escrito no contrato executivo que você
assinou.
Isso fez o temperamento dele acalmar um pouco. Houve várias páginas de
besteira legal atiradas em sua direção naquele dia em que ele assinou a papelada; é
claro que ele não leu tudo, confiando que seu advogado lhe dando o OK, era a
confirmação geral o suficiente. Mas, com vários milhões de dólares na linha, eu li cada
maldita palavra da sua cópia, não deixando nada ao acaso a ser filtrado para ele
através de seu advogado.
— Você tem uma dupla obrigação com este filme agora. Você aceitou a
responsabilidade de tomar decisões sensatas quando assinou por esses direitos.
Todos os produtores são obrigados a consultar-se mutuamente para quaisquer
alterações do talento principal, de modo que você precisa apoiá-los e lidar com isso
profissionalmente e não surtar com todos.
Ryan flexionou os dedos no ar.
— Eu só quero torcer seu maldito pescoço.
— Eu sei, mas você não pode.
Ele passou as duas mãos pelo seu rosto.
— Grr. Porra! O que eu vou.... Como é que eu...?
— Sente-se por um minuto e tente se acalmar.
Os olhos de Ryan estavam cheios de medo, preocupação, raiva, todos
competindo para dominar quando ele agarrou o armário ao lado da geladeira
embutida.
— Eu nunca tive que lidar com isso antes, Taryn — ele rosnou. — Estou
completamente perdido aqui. Quer dizer, o que eu faço com isso?
Parte de mim estava preocupada que as drogas de sua boca o tinham
afetado, dada a forma como ele estava agindo. Eu não tinha conhecimento direito de
seus efeitos ou sintomas, então presumi que ele estava um pouco além irritado.
— Amor, sente-se. Nós precisamos avaliar cuidadosamente a situação,
racionalmente. — Fiquei surpresa que ele fez o que eu disse, embora ele ainda
estivesse respirando com dificuldade, como um touro galopante encurralado numa
loja de porcelana.
— Basta respirar fundo. Eu quero que você tente se esquecer que você é um
ator e ela sua co-estrela por um momento, para que você possa começar a pensar
como um produtor. Este é um negócio. Primeiro, fale calmamente com Parker. Você
sabe que nada pode ser resolvido se você gritar com ele.
— Eu sei — ele concordou — mas estou tão chateado e....
— Eu sei, querido. Você acabou com as filmagens e agora eles não têm
escolha senão lidar com isso.
— Eu não vou voltar lá fora. Não há nenhuma maneira do caralho.
— Fale com Jonathan. Planeje algo. O vicio dela nas drogas suspendeu a
produção e, portanto, colocou esse filme em perigo. Eles vão agir sobre isso agora.
Estou certa de que há uma tonelada de ramificações legais e contratuais aqui para
lidar, que temos de considerar. Em seguida, discuta a forma de confrontá-la e tentar
resolver isso.
Ryan assentiu.
— Não posso acreditar que ela seria tão estúpida! Eu suspeitava que algo
estava acontecendo no momento em que a vi, mas eu não disse nada. E, em seguida,
durante a cena ontem... foi quando eu soube com certeza.
Agora eu sabia que seu comportamento estranho não era só porque eu
estava olhando para ele fingindo fazer sexo.
— Se ela é estúpida o suficiente para arriscar o que poderia ser o momento
de virada em sua carreira por causa das drogas, — eu disse a ele — então ela merece
lidar com qualquer ramificação que vier disso. Ela não é uma criança. Essas são as
coisas que você tem que aprender a lidar se você for um produtor executivo de seus
próprios filmes. Você tem que considerar tudo objetivamente.
Ele pareceu concordar.
— Você está certa. Sobre tudo isso. Especialmente se começarmos a nossa
própria empresa de produção como conversamos.
Balancei a cabeça.
— Mas... — Esperei até ele fazer contato com os olhos. — Ela é jovem e está
fazendo coisas loucas mexendo com drogas assim. Você precisa ajudá-la.
O rosto de Ryan torceu.
— Ajudá-la?
— Sim, ajudá-la. Escuta, eu sei que você está furioso, mas há obviamente
alguns problemas sérios que a afligem se ela está usando drogas tão pesadas assim.
— E isto é problema meu?
Eu sabia que ele estava atacando a situação e não a mim.
— Sim, querido, é. Em vez de filmar, você está aqui fumegando. As pessoas
simplesmente não usam drogas pelo inferno disso. Bem, talvez alguns usem, mas
metanfetamina? Ela está procurando se amarrar nisso por uma semana, então eu
tenho certeza que isso não é uso recreativo acontecendo. Essa menina tem uma séria
necessidade de uma intervenção.
— Porque alguém lhe disse que ela parecia gorda ou algo estúpido, isto agora
é meu problema? Caralho.
— Todo mundo merece uma segunda chance. Você apenas chamou a
atenção dela na frente de todos. Quem sabe? Talvez ela esteja com medo.
Ryan riu da probabilidade disso.
— Seja um líder, um mentor para ela. Você sabe em primeira mão como se
sente ao estar sob pressão. Ela está usando drogas porque está tentando lidar com
alguma coisa, e se você romper com ela e demiti-la, você nunca saberá quão ruim ela
possa chegar. Não deixe que ela se tornar uma outra estatística de Hollywood, Ryan.
Muitos outros têm jogado suas vidas fora com drogas e álcool. Tudo que precisa é
uma pessoa para fazer a diferença. Encontre em seu coração para ser a diferença.
Sua sobrancelha subiu.
— Como se ela fosse me ouvir.
— Você nunca sabe qual intervenção funciona.
Pelo menos ele considerou minha sugestão. Ele olhou para mim pelo que
parecia uma eternidade até que finalmente disse:
— Você quer que o papel?
— O quê? — Recuei como se tivesse jogado uma granada no meu colo.
— Você quer que o papel?
— Você está falando sério?
— Absolutamente. Você sabe o diálogo melhor do que ela e sua entrega,
quando nós ensaiamos, foi completamente natural. Você sabe que pode fazê-lo. A
pergunta é: você quer isso?
De repente, eu estava muito consciente da parede atrás de mim.
— Ryan, você não pode me pedir isso, nem você tem a autoridade para
oferecer.
Alguém bateu na porta do trailer e então ouvi uma voz feminina familiar.
— Ryan? — Nicole chamou.
Eu poderia dizer só pelo quão grande seus olhos ficaram que Ryan estava
sem palavras para a próxima jogada. Tomei-o pela mão por um momento e, em
seguida, abri a porta do trailer.
CAPÍTULO 11

Partida

— Eu devo ter sido bom hoje para voltar para casa para essa visão — Ryan
disse quando ele me encontrou lendo na nossa cama, o som de sua aprovação
ressonando em torno de seu sorriso lascivo. Ele estava parado na porta, braços
cruzados sobre o peito, sorrindo como o gato Cheshire.
Era tarde, quase dez horas da noite, e eu tinha antecipado ele estar exausto,
mas eu estava tão maldito aliviada ao ver o retorno do seu sorriso.
Acho que ele gostou mais da minha nova camisola de renda, cor creme e
com calcinha combinando. Isso foi o quão longe eu fui, ao me vestir depois do meu
banho e um exaustivo dia junto com Anna Garrett e seus cartões de crédito. Sorri
para ele, sentindo a emoção que ele sempre consegue incitar em mim com nada mais
do que um olhar.
Eu não tinha o visto desde que ele saiu com Mike naquela manhã e eu estava
contente de ver que ele estava com bastante bom humor, considerando o peso do seu
dia. Espero que seu bom humor permaneça, ajudando a amortecer a conversa que
ainda está por vir. Eu estava me sentindo doente sobre isso durante todo o dia, mas
depois do meu telefonema com Marie, eu não poderia aguentar por mais tempo.
Minha tristeza de saber que eu teria que ir para casa logo, tinha me prendo
à cama enquanto minha vertigem de não ver Ryan durante todo o dia me fazia desejar
saltar para cima e trava minhas pernas em torno de seus quadris.
Ryan veio devagar até mim; seu dedo traçou sobre as alcinhas finas da
minha camisola e desceram pelo vale da minha espinha, enviando tremores direto em
minha virilha. Um suave grunhido gutural saiu de sua garganta. Lambi a ponta do
seu dedo quando ele, sedutoramente, passou-o sobre o meu lábio.
— Acho que se vou gastar seu dinheiro, poderia muito bem comprar coisas
que você vai apreciar.
Ele deu seu sorriso de milhões de dólares, aquele que faz meus joelhos
fracos.
Porra, eu vou perder isso todos os dias.
Como um gato grande montando seu companheiro, ele se arrastou para a
cama, por cima de mim, amando meu ombro nu com a boca.
— Oh, eu apreciei. Muito. Muito. Muito.
Suas coxas cercaram as minhas, mergulhando seus quadris para provar a
sua apreciação, deixando-me sentir sua ereção vestida de jeans na fenda do meu
traseiro.
Torci debaixo dele, virando para as minhas costas. Sua língua rodou com a
minha, me lembrando o quanto eu senti a falta dele hoje.
— Você é tão linda, porra — ele respirou em meus lábios, baixando seu corpo
para descansar ao meu lado. — Senti sua falta hoje.
Sorri, emocionada ao saber que ele se sentia da mesma maneira. Afastei seu
cabelo de seus olhos quando ele descansou a cabeça no meu peito.
Faziam três dias desde o incidente da metanfetamina e o advogado de todo
mundo e os gerentes estavam na cidade para apertar mais e resolver a situação.
— Ouvi dizer que você fez um excelente trabalho nesta manhã. — Eu disse,
beijando sua testa. Ele suspirou.
— Você está proibida de sair por aí com a Anna.
Empurrei um pouco para trás para ver seu rosto.
— Por quê? Ela foi a única que me deu o aval de aprovação sobre essa roupa.
Ryan levantou um dedo.
— Retiro a proibição. — Ele me deu um sorriso tranquilizador. — Imaginei
que ela te contaria.
Ele murmurou algo sobre galinhas e fofocas. Se ele soubesse a metade disso.
Depois de passar tanto tempo com ela, eu tinha sujeira sobre metade de Hollywood.
— Anna estava muito impressionada com a forma como se controlou. Você
ainda está bem com a decisão?
Seu ombro subiu e desceu.
— Não tive muita escolha, não é? Ela chorou novamente quando eu disse
que ela tem sorte de não ser demitida hoje. É melhor Nicole manter seu nariz limpo
neste momento. Ela é pega usando de novo e é isso. — Seus olhos prenderam nos
meus. — Eu estou quase esperando que ela estrague tudo. Eu disse a Jonathan que
você seria uma boa substituta.
Surpresa e algum incômodo sacudiram no meu peito.
— Eu não sou atriz, Ryan. Você não deveria ter feito isso.
Ele apoiou a cabeça.
— Por quê? Do que você tem medo?
Oh, não muito. A mídia fazendo uma enorme produção por causa da minha
transição? Falsas acusações de mim o usando para chegar à frente? Teorias erradas
que isto é uma espécie de golpe de publicidade? Tendo sua carreira negativamente
impactada por causa disso?
— É uma má ideia.
Ele franziu a testa para mim.
— Você é natural, você sabe.
O pensamento me fez tremer, sabendo que seu ponto de vista era
tendencioso.
— Se, alguma vez, eu for por esse caminho quero ganhar, não o ter entregue
a mim.
Os lábios de Ryan torceram.
— Você é a única pessoa que iria vê-lo dessa forma.
De alguma forma, eu duvido disso.
— As revistas de fofocas teriam um dia de campo, Ryan. Você sabe tão bem
quanto eu. Você não precisa disso pairando em torno de sua persona pública. Vai ser
ruim o suficiente quando as coisas forem ditas sobre a minha pequena participação.
— Poderia ser a sua estreia.
Revirei os olhos.
— O quê? — Ele riu, soltando o braço na minha pilha de papel. Ele pegou
algumas das páginas que eu estava lendo e olhou para elas. Eu vi seus olhos se voltam
com ceticismo zombeteiro. — O que é tudo isso? — Ele examinou os papéis.
— Anna me deu alguns documentos para olhar; finanças e outras coisas.
Ele folheou algumas das folhas, tornando-se mais e mais intrigado conforme
garimpou completamente.
— Isto é para Slipknot. Por que diabos você tem...? Você... você deveria ter
isso? Este é o acordo com a sua empresa de produção, Light Reel Pictures.
Ele alternou de boca aberta para as páginas na mão, de boca aberta para
mim, como se eu tivesse cometido um crime horrendo.
— Acordos de produção, os contratos da Light Reel’s.... Puta merda, Taryn.
Tomei algumas das páginas de sua mão, tentando diminuir a brecha,
sabendo que mesmo ele não estava a par de alguns dos acordos feitos para Slipknot
ser filmado.
— Ela me deu na confiança. Nós temos falado muito e eu tinha perguntas.
Eu acho que ela fez de mim um projeto estimação.
— Não deixe que ninguém saiba que você tem isto — ele aconselhou,
admoestando meu comportamento arriscado.
Peguei as últimas páginas de sua mão, indignada que ele pensaria que sou
tão descuidada. Fiz uma boa e arrumada pilha, deixando a última página que estudei
para a melhor recuperação das provas.
— Eu sei. Não diga a ninguém que eu as tenho, também.
Sua cabeça inclinou.
— Por que você tem tudo isso?
Olhei para ele.
— Alguém tem que executar nossa empresa de produção.
Na esperança de desviar sua reprovação, puxei a partir do fundo da minha
pilha revista de design arquitetônico que ele me pediu para pegar.
— Aqui. Eu tenho isso para você. Construa-me uma casa, oh capitão, meu
capitão.
O desvio do objeto brilhante12.
— Oh legal. — Ele tombou sobre seu ventre, folheando-a. — Você viu algum
projeto que gostou?
Balancei minha cabeça.
— Gostei de todos.
Um ruído fraco me chamou a atenção.

12 É uma gíria, como se dissesse: Sacudi uma coisa brilhante na sua frente e você se
distraiu da conversa importante.
— Mike está lá embaixo?
— Não.
Sua voz foi tingida com uma pitada de tristeza, como se ele tivesse perdido
seu amigo.
— Ryan, eu realmente não me importo se ele fica aqui conosco. Ele não é
mais apenas o seu chefe de segurança. Por que não o chama e diga-lhe para vir. Vou
fazer algumas dessas quesadillas que vocês tanto amam.
Ryan parou, parecendo apreensivo.
— Ele está, ah... tem outros planos para esta noite.
— O que ele está fazendo?
Ryan ignorou-me para ir tomar um banho. Eu tinha quase adormecido
quando senti Ryan se mover na cama e, em seguida, algo pontudo fazer cócegas na
minha nádega.
— O que você está fazendo?
— Não importa — ele instruiu, espalmando minha coxa em sua mão. —
Basta voltar a fazer o que estava fazendo e não se preocupar com isso.
Olhei por cima do meu ombro.
— Isso é um maldito marcador permanente, Ryan!
— Isso vai sair... eventualmente. Segure firme.
— Querido, por favor, não desenhe na minha bunda.
— Shiu — Ele empurrou a borda da minha calcinha fora do caminho. —
Esta é a minha bunda. Minha. Propriedade — disse o assunto com naturalidade.
Gemi quando ele espalmou minha traseira, o dedo trapaceiro escovando
habilmente entre a junção das minhas coxas, contraindo-se, fazendo cócegas. Ele
sabia exatamente o que estava fazendo para mim.
— Então — tomei fôlego, muito consciente da minha parte inferior — isso
significa que eu possuo sua bunda, também?
— Pode estar certa — ele murmurou. — Minha. Regra. Meu corpo é seu.
Sentindo-se no clima para brincar com ele? Eu vou deixar.
Senti a emoção que as suas palavras agitaram em mim.
— Deixar? Eu não sabia que precisava de permissão para brincar com meus
brinquedos. Pensei que esta era a vantagem de ser filha única. Nunca ter que
compartilhar.
Ryan franziu a testa, retornando ao seu desenho.
— Nick gostava de quebrar meus brinquedos. Sempre que ele estava
chateado comigo ele quebrava minhas coisas em pedaços.
O pensamento de Nick ser desagradável para Ryan me entristeceu. Eu fiz
uma careta, desejando que eu pudesse tirar essas lembranças ruins.
Ele estava tão absorto, eu olhava por cima do meu ombro.
— Você está se divertindo? Consegui um autógrafo oficial de Ryan
Christensen?
Ryan riu.
— Quais são os seus sentimentos sobre fazer tatuagens combinando?
Vários pensamentos passaram de uma vez, começando com "dor" e
"agulhas" e, em seguida, rapidamente seguidos pela questão de saber se ele estava
seriamente considerando cobrir a bochecha direita da minha bunda com uma
tatuagem com o seu nome.
Os próximos pensamentos inundaram-me como um filme em velocidade
rápida — tudo rodando em torno das várias tatuagens que adornavam o delicioso
corpo de Thomas; a arte tribal em volta do quadril esquerdo cinzelado de Thomas
como um farol no país das maravilhas.
Tive que limpar minha garganta:
— Considerei fazer uma tatuagem uma vez. Nunca fui através disso, apesar
de tudo. Por quê? Você está pensando em outras formas de marcar a sua propriedade?
Ele deu de ombros, não dando importância ao assunto, mas eu poderia dizer
que ele estava considerando seriamente.
— Só pensei que poderia ser legal. Eu estive pensando sobre fazer uma por
um longo tempo. Pensei que talvez nós faríamos o mesmo símbolo ou algo assim.
Tentei ver o que ele estava desenhando, mas só parecia ser uma caixa com
rabiscos ao lado.
— O que é isso?
— Estou fazendo um aeroporto. Este é o terminal e isso aqui é a pista de
pouso. Pare de se mexer! Meu jumbo precisa pousar.
Eu rapidamente rolei para o meu lado.
— Ei! Oh, que... você não se importa se centenas de passageiros
despencarem para a morte no oceano? Você é tão mau. — O rosto, uma vez
determinado, agora parecia completamente desanimado. Ele era tal bom ator.
Sorri para ele, peguei o marcador preto de sua mão e subi em cima dele.
— Por quê? O seu jato está embalado com os marinheiros? Deixe-me
desenhar em sua bunda. Quero esculpir minhas iniciais na minha propriedade.
Mesmo que ele tenha estado acordado desde cinco e meia desta manhã, ele
se moveu com a velocidade de um raio, rapidamente tirou sua toalha e rolou em sua
barriga, muito disposto a me deixar desenhar em seu corpo.
— Propriedade... de... Taryn... Mitchell. — Escrevi com letra manuscrita em
sua bunda apertada e nua. Desenhei um pequeno coração no final para finalizar.
Ryan olhou por cima do ombro.
— Terminou?
— Sim.
Ele agarrou o marcador da minha mão e jogou-a na direção da mesa de
cabeceira.
— Venha aqui — disse ele, deslizando uma mão atrás da minha cabeça para
me puxar para baixo em sua boca. Ele tinha um gosto mentolado delicioso. As
fragrâncias de seu banho e xampu teceram-me em um casulo familiar de perfumes
favoritos. Gentilmente, ele me rolou de costas. Seus dedos entrelaçaram e
tencionaram no meu cabelo, segurando minha cabeça em sua mão, silenciosamente,
me dizendo que ele nunca me deixaria ir.
Para mim, beijar Ryan Christensen era como beber paixão instantânea.
Excitação rasgou através do meu corpo, despertando a fome por seu toque, que
sempre fica logo abaixo da minha superfície.
Ele beijou minha bochecha, aquele ponto sensível sob a minha mandíbula
e desceu até minha nuca. Sua mão deslizou por cima do meu estômago, escovando
as pontas dos dedos sobre minhas costelas, arrastando minha camisola mais para
cima para expor minha pele.
Seus lábios patinaram sobre a renda, encontrando meu mamilo ereto com
uma mordida suave de seus dentes.
Meu top foi jogado, sem cerimônias, no chão. Enrosquei meus dedos em seu
cabelo úmido enquanto ele lambia e chupava meu peito. Sua mão deslizou sob minha
calcinha; ele gemeu uma vez, quando percebeu que eu tinha me depilado e, em
seguida, uma segunda vez, mais alto, quando sentiu quão lisa eu estava para ele.
— Porra, baby — ele suspirou suavemente, com reverência, deslizando sua
língua de volta em minha boca.
Lentamente, ele subiu em cima de mim, usando os joelhos para cutucar
minhas coxas mais abertas. Ajoelhando-se, pegou minha calcinha, levando-as para
baixo dolorosamente lento, como se estivesse saboreando a vista.
Levantei minhas pernas, sentindo a seda passar pelos meus tornozelos.
Ryan pegou minha panturrilha na mão, colocando minha perna de volta onde
descansava, no outro lado de sua perna.
— Deixe-me ver. — Ele sussurrou seu pedido e eu separei minhas pernas
para ele. Ele chupou uma afiada respiração. Eu podia ver o calor subindo em seu
rosto, tingindo-o com um glorioso rubor.
Seus dedos flutuaram sobre a minha pele nua.
— Deus, você é linda — ele respirou. Senti minha própria respiração
engatando quando ele olhou para mim com tal adoração crua e sem restrições.
Passei a mão no seu peito musculoso, sobre as ondulações de seus
abdomens definidos, hipnotizada por seu corpo incrível conforme ele adorava o meu.
— Eu te amo — eu disse, segurando seu olhar. Sua cabeça balançou e ele
abaixou-se sobre os antebraços para me beijar.
— Eu te amo mais — ele prometeu em minha boca.
Ryan beijou seu caminho pelo meu corpo, lambendo a pele lisa do meu
estômago, logo abaixo do meu umbigo, pressionando minhas coxas abertas. Olhei
para os seus olhos azuis, tão ansiosos para ver minha reação. Vi seus olhos se
fecharem quando ele flutuou ardentemente para me dar prazer. Sua mão livre
pressionou ao longo de minhas costelas, então beliscou e puxou meu mamilo.
— Oh, oh Deus... — Acho que acabei de dizer isso em voz alta. Não demorou
muito para me mandar voando sobre a borda.
Ele limpou o queixo largo na parte de trás da sua mão e arrastou-se como
um animal faminto até a cama.
Antes que eu soubesse, eu estava em cima dele, sentindo meu corpo se
ajustando em torno de cada polegada gloriosa conforme escorreguei para levá-lo
totalmente para dentro.
— Oh, Tar — ele gemeu, me puxando apertado contra o peito, seu antebraço
e sua mão segurando meu corpo ao seu, enquanto a outra mão guiou minha traseira.
Nossos beijos transformaram-se em abrir a boca desordenadamente, nariz escovando
nariz, lábios descansando sobre os lábios para alavancagem. Seus dedos longos
enfiaram no meu cabelo. — Você é tão gostosa — ele respirou, olhando diretamente
nos meus olhos, antes de bloquear sua boca de volta na minha.
O braço de Ryan embrulhou debaixo da minha coxa direita, espalhando-me
mais ampla sobre o seu corpo. Seus quadris empurraram para mim tão rápido que
me tirou o fôlego. Minha umidade estimulou-o ainda mais.
— Ah sim, é isso. Mmm — ele ronronou, e me balançou mais duro. Suas
mãos fortes em concha em torno da minha bunda e ele começou a empurrar com vigor
renovado. Eu estava começando a ver estrelas e não apenas do tipo das celebridades.
Rolando rapidamente, ele me pousou nas minhas costas, se esgueirando
pelo meu corpo assim sua língua poderia escorregar fervorosamente para frente e para
trás mais uma vez. Delicadamente, mas com um esforço deliberado, ele mordeu minha
carne, uma pequena mordidela aqui, uma pequena mordidela ali, até o interior da
minha coxa, acrescentando dor que só aumentou o meu prazer. Seus dedos
enroscaram-se dentro de mim, me sobrecarregando com sensações poderosas
enquanto ele me lambia com sua língua perversa.
Engoli em seco quando ele entrou em mim novamente. Ele teceu sua mão
esquerda na minha, parando para beijar meus dedos.
— Apenas seu — ele pronunciou em meus lábios, em seguida, levantou meu
braço acima da minha cabeça, afundando-se mais profundo com cada torção. Senti a
incrível felicidade por seu gesto terno encher meu coração e me rendi completamente
a sua vontade.
Ele me rolou na cama como um crocodilo faminto desgastando sua presa,
me virando e me dando prazer de forma que deveria ser ilegal.
Podia sentir vindo, aquela pressa morna de felicidade orgástica. Ele estava
tão profundo; os dedos dedilhando minha carne perfeitamente. Eu não conseguia
segurar por mais tempo; meu corpo dói por liberação. Parei várias vezes para respirar,
amassando meus olhos com as sensações correndo através de mim. Bati meu rosto
nos lençóis e deixei o orgasmo consumidor chegar.
Depois que nos limpamos, nos aninhamos juntos de volta na cama. O peito
de Ryan pressionado nas minhas costas, seu forte e caloroso abraço me segurando.
Corri meus dedos ao longo dos tendões da sua mão, o cabelo fino em seu antebraço,
temendo o momento em que eu seria forçada a dormir sem ele. Beijei seu braço,
apreciando este momento, grata que temos essa união, aqui, agora. Senti a firmeza
de seu hálito quente no meu ombro, enquanto eu estava lá, ouvindo os sons dele
adormecendo.
Discutindo quando eu voltar para casa teria que esperar mais um dia.
Era bom dormir desde que o dia de Ryan não começaria até quase às dez
horas. Enquanto nós apreciamos uma manhã preguiçosa, arrumei minhas cópias dos
acordos de produção e horários de gravação em minha bolsa carteiro recém-adquirida.
Todas as minhas necessidades para me manter muito ocupada foram cuidadosamente
arrumadas.
A assistente de set de Ryan, Paula, estava cheia de energia e muito ansiosa
para agradar quando chegamos, buscando café para nós dois. Aparentemente, Mike
tinha um tratamento especial; ela tinha um éclair13 coberto com chocolate escondido
apenas para ele. Mesmo Ryan não ganhou um éclair.
Revi o cronograma de filmagens, anotando as vezes de Ryan e as cenas
previstas para o dia, então decidi ouvir as mensagens na linha do pub.
Ouvir Thomas dizer meu nome, duas vezes, era irritante, como se alguma
piada cruel estivesse sendo jogado em minha memória, torcendo meu ódio em
saudade. Ambas as vezes ele pediu que eu ligasse de volta, não querendo me dizer a
verdadeira razão de seus apelos, dizendo apenas que era urgente. A segunda
mensagem tinha mais informações.

Éclair é uma sobremesa francesa, que nós brasileiros, carinhosamente, a conhecemos


13

como Bomba de Chocolate.


Embora ainda vaga, continha a única palavra que me levaria a chamá-lo de
volta: Melanie.
— A única coisa que ele disse foi que Mel está realmente doente real — Eu
disse à Marie. Ela estava se preparando para abrir o pub e entrevistar duas pessoas
para posições de bartender e garçonete quando liguei. — Ele não disse o que. Só que
pode não haver tempo suficiente.
— Merda. Vou tentar ligar para sua mãe. Estou surpresa que ela não me
chamou, se estava de volta na cidade — Marie disse, parecendo distraída.
— Quando você vai encontrar o advogado?
— Terça-feira, uma da tarde. Você vai estar de volta até lá?
— Sim, vou me certificar disso.
Ouvi-a suspirar no telefone.
— Bom. Tammy está ficando realmente irritada. Acho que ela está louca que
não estamos ajudando com seu casamento, mas eu não sei exatamente o que é
suposto fazer. Falei com sua mãe sobre o chá de panela e nós achamos que
poderíamos usar o bar ou ir para um lugar como Jake’s no píer.
— Estou voltando para casa em breve. Eu te ligo quando tiver as
informações de voo. — Tenho que dizer a Ryan esta noite.
Nós fomos levados de volta para o nosso condomínio por um dos motoristas
do set, com Mike, como sempre, no banco da frente. Presumi que ele estaria vindo
com a gente para fazer sua rápida varredura de segurança, por isso fiquei surpresa
quando ele nos apressou e foi embora no minuto em que as luzes no nosso
apartamento foram acesas.
— Aquilo foi estranho. Então, onde é que ele foi com tanta pressa?
Ryan deu de ombros.
— Eu não sei.
Eu poderia dizer que ele estava escondendo algo de mim. Eu sorri para sua
lorota enquanto o vi se trocar para um par de moletom.
— Claro que sabe. Ele está desaparecendo de mais. Por que você não me
contou?
Ryan suspirou e depois cedeu:
— Porque você provavelmente vai ficar chateada e eu nunca vou mentir para
você, então...
Merda. Após esse comentário, é tarde demais para ele segurar agora. Eu
troquei meus jeans pela minha calça de yoga favorita.
— Quem é ela?
— Quem é quem?
Sim, agora não é hora para se fingir de ignorante, senhor. Ele bufou:
— Paula, minha assistente de set.
Imaginei-a claramente. Minha altura, 1.70m. Magra. Bonita e corajosa, com
cabelo curto, cor de azeviche, batendo no seu queixo. Uma eléctrico mecha azul ampla
pintada em seu cabelo. Óculos pretos, emoldurados, que lhe davam aquele look
bibliotecário impertinente.
— Este não é o seu primeiro encontro, não é?
Ryan me deu um olhar que dizia que ele não estava negando isso.
— Maravilhoso. Marie vai ficar devastada.
Ryan gemeu quando saí do nosso quarto.
— Ele só está levando-a para jantar, Tar.
— Por tudo o que você sabe. E ele também está ligando para Marie todos os
dias, enchendo-a de esperança. — Senti a decepção vindo como uma queimadura. —
Eu sabia. E eu o avisei, também.
Ouvi Ryan amaldiçoando enquanto me seguiu pelas escadas.
— Olha, ele gosta de Marie, muito. Confie em mim. Mas isso não está
acontecendo para ele agora, então o que ele deveria fazer? Deixar de viver?
Eu não poderia parar minha onda de ira, sabendo como rasgada Marie ficou,
só por toda a porcaria que Gary a colocou completamente.
— Eu só queria que ele tivesse mantido sua língua fora da boca da minha
melhor amiga. Isso vai rasgar seu coração, com certeza.
Ryan me seguiu até a cozinha.
— Então ele a beijou. Não é como ele prometesse seu amor eterno para ela.
— Entendo isso, Ryan. Essa não é a questão. Ele disse que queria ser
atualizado sobre o que está acontecendo em sua vida. Ele não apenas disse isso para
ela, ele disse isso para mim em particular. Você não toma esse passo e, em seguida,
sai com a assistente de set do seu chefe. Você simplesmente não faz. Ele poderia ter
mantido sua distância, mas ele fez uma escolha sabendo que ela estava extremamente
vulnerável no momento. E os telefonemas diários? Você não pode fazer esse tipo de
coisa para as garotas. Ela deixou-o entrar, mesmo que ela tivesse as paredes de tijolos
e agora isso vai mexer com sua cabeça ainda mais.
Ryan colocou suas longas pernas em cima do sofá, enredando-as com as
minhas.
— Entendi. Por que você acha que me levou semanas antes de te beijar? Eu
poderia ter tido meus lábios por toda você no primeiro dia em que te conheci, mas não
fiz.
Okay, certo.
— Não, você não poderia.
Seu olhar confiante disse o contrário.
— Eu poderia ter e você sabe disso. Mas eu não queria apressar em nada.
Não com você. Beijar complica as coisas. Fui devagar, porque eu queria que você me
conhecesse, realmente me conhecesse, antes de chegarmos à parte física. Então eu
entendo que os dois se beijando fez Marie tem sentimentos além da amizade.
Subi sobre suas pernas e me enrolei em seu peito.
— Eu conheço você.
Ryan mudou de posição, nos deixando confortáveis. Ele beijou minha testa.
— Eu sei.
Meus pensamentos giravam.
— Aparentemente, esses sentimentos além da amizade não são fortes o
suficiente para Mike abster-se, já que ele está em um encontro com outra mulher.
Ryan gemeu.
— Você está soprando isto fora de proporção. Você não sabe disso.
Aninhei-me em seu peito e fechei os olhos.
— Bem, o que eu sei é que, enquanto ele está escolhendo encontros com a
equipe de produção, quero que ele fique longe da minha melhor amiga.
Ryan descansou a mão no meu traseiro.
— Você não acha que cabe a eles decidirem isso?
— Não — rosnei em sua pele. — Eu estou decidindo por ela, porque não vou
deixar seu coração quebrar por um outro idiota. Mike teve sua chance e estragou
tudo. Espero que ele e Paula sejam felizes juntos.
Isso me rendeu uma palmada no traseiro, seguido de um aperto.
— Agora você está sendo mal-humorada.
Corri meus dedos sobre os músculos definidos em seu peito.
— Desapontada é mais parecido com isso. Depois do que Marie está me
dizendo que ele tem sussurrando em seu ouvido quando eles conversam, pensei que
ele a considerava algo especial. Mas, aparentemente, ela deve ter entendido errado.
Ele levantou meu queixo para cima e olhou para mim.
— Não olhe para mim desse jeito — eu disse. — Ele é o único em um
encontro com outra pessoa. Estou falando sério. Eu não vou permitir que alguém a
machuque novamente. Gary não a tratou bem, o que me leva a outra coisa que
precisamos discutir.
Ele inclinou uma sobrancelha.
— Minha melhor amiga precisa de mim para voltar para casa.

***

Comecei a sentir terrivelmente a falta de Ryan no momento em que meu


avião taxiava pela pista. Tinha sido quase um mês desde que eu tinha estado em casa,
mas tudo parecia endireitar-se no momento em que vi minha família improvisada
esperando por mim no aeroporto. Deus, como eu senti falta dos meus amigos. Eu não
tinha percebido o quanto até que eu vi seus rostos se iluminarem.
Pete pegou-me em primeiro lugar, levantando-me do chão:
— Era tempo de você trazer seu rabo de volta para casa. Senti saudade,
garota.
Abracei e beijei Tammy e depois passei meus braços em volta do pescoço de
Marie. Não foi até que nos empilhamos no Camry de Tammy que eu senti alguma
tensão entre ela e Marie. Marie havia lhe feito uma pergunta, mas Tammy ignorou, o
que levou Marie a parecer desanimada.
Subir os degraus para o meu apartamento parecia familiar, mas um pouco
estranho, já que eu não tinha estado lá por algumas semanas. Tammy pegou algumas
formas de alumínio da cozinha do pub antes de seguir-nos e subir os degraus.
— Pensei que você estaria com fome, então fiz o meu frango frito que você
ama tanto — Tammy anunciou.
Virei-me e abracei-a. Deus, eu amo todos eles, muito.
Avistei algumas caixas na minha sala e presumi que eram de Marie.
— Você foi capaz de pegar algumas de suas coisas na sua casa?
Marie balançou a cabeça.
— Não. Gary não vai me deixar entrar em casa. — Ela apontou para dois
sacos de lixo pretos. — Fui lá no outro dia e descobri aqueles na varanda lateral. São,
principalmente, roupas de inverno e coisas que eu não uso.
Rosnei, provocada o suficiente por nós duas.
— O que quer dizer que ele não vai deixar você entrar em casa? Será que ele
trancou você para fora?
Marie deu de ombros. Era óbvio que todo esse estresse estava tomando seu
pedágio sobre ela.
— Ele vai pôr em ordem.
Fiquei surpresa que ela apenas não chutou a porta.
— Liguei para o banco e verifiquei que eles alteraram o caminho de depósito
automático para sua nova conta. Você conseguiu o seu salário?
Ela assentiu com a cabeça.
— E sobre a conta na décima quinta?
Marie massageou as têmporas.
— Fui em nossa conta conjunta. Tirei duzentos no caixa eletrônico, e ele me
chamou reclamando que lhe devo dinheiro para contas. Eu acho que o dinheiro é dele
até que os advogados resolvam o problema.
Corri alguns números na minha cabeça.
— Então, basicamente você tem a roupa do corpo, sua roupa de inverno em
alguns sacos de lixo, e quinhentos dólares?
O rosto de Marie enrugou e grandes e grossas lágrimas agruparam em seus
olhos.
Envolvi meus braços em volta dos seus ombros. Nunca a tinha visto tão
derrotada, nunca.
— Não se preocupe. Nós vamos descobrir isso. Vou ver se o banco pode
reverter o último depósito. E você vai ficar aqui. Nenhum se, e, ou mas sobre isso.
Vamos limpar o quarto extra e há armazenamento no porão.
Marie encostou a cabeça no meu ombro. Felizmente, ela tinha uma consulta
para ver seu advogado.
Não importa o que, eu tinha certeza que ela iria ter seu sorriso de volta.

***

Levou exatamente uma semana para a primeira indiscrição bater a capa das
revistas de fofocas. Dizer que Marie estava lívida era o mínimo. Sua reação inicial de
"Que porra é essa?", perto da caixa registradora no nosso mercado local, Whole Foods,
fez algumas cabeças girar. Quando ela continuou com "filho de uma..." e uma série
de outros palavrões sussurrados, amarrados juntos em uma longa e criativa forma,
as pessoas começaram a ficar de boca aberta.
Marie olhou para mim.
— Você sabe sobre isso?
Porra.
Ela bateu o papel para baixo sobre a correia transportadora de borracha.
— Tar?
Dei-lhe o meu olhar mais inocente, compassivo, sabendo que eu tinha
quebrado o código de melhor amiga.
— Você quer explicar isso para mim? Por que eu estou olhando para isso?
Não, não realmente. Continuei a esvaziar o carrinho, parando para uma
resposta.
— Eu não sei. Tudo o que sei é que eles saíram para comer juntos depois
Ryan terminou o dia.
Ela me encarou, incrédula.
— E você não achou que era importante me dizer?
Eu sabia que ela estava com raiva de mim ou, no mínimo, desapontada.
Inferno, se a situação fosse inversa, eu ficaria com raiva, também. E magoada.
— E dizer o que, querida? Que ele tinha ido jantar com outra pessoa?
Ela olhou para a capa. Letras grandes e em negritos anunciavam que o
recém-encontro de Ryan foi roubado de debaixo dele por ninguém menos que seu
guarda-costas. Supostamente é por isso que eu deixei Vancouver.
— Eu não posso acreditar que eu me apaixonei por isso. Mais uma vez!
Inacreditável. Filho de uma.... Quem é ela?
"Assistente conjunto de Ryan."
"Prostituta."
Estremeci com sua raiva, odiando que eu sabia que ele estava saindo com
outra pessoa. Mas odiei que menti para ela ainda mais.
— Foi um jantar. Um grupo de pessoas saíram. — Ácido queimou meu
estômago. Todo esse tempo eu confiava em Mike. Confiava nele para ser um dos
mocinhos. Eu não poderia quebrar seu coração tudo de novo, dizendo-lhe a verdade.
Eu queria dar um soco na capa e rasgá-la em pedaços. — Aparentemente Ryan traiu,
também. — Entreguei a revista de volta para ela.
Marie amassou a revista de volta na prateleira, para grande desagrado óbvio
da caixa.
— Falei com ele ontem à noite — disse ela com tristeza.
— E?
Ela encolheu os ombros.
— Ele não mencionou que era um canalha mentiroso que está namorando
a assistente de Ryan. — Marie abriu sua bolsa. — Eu não posso acreditar que me
apaixonei por sua besteira doce. Deus, eu sou tão ingênua.
Coloquei os sacos de maçãs e uvas na esteira seguinte.
— Para quem você está ligando?
— Para o traidor e bastardo guarda-costas. Vai dizer a ele que ele pode ir se
foder.
Peguei o telefone dela direto da sua mão.
— Você não quer fazer isso.
— Por quê? Dá-me isso de volta.
— Não. Foi um jantar. Mike está com Ryan todas as noites desde então. Eles
estão ligados no quadril. E você só arquivou um divórcio há uma hora, então você não
está em um bom lugar agora mesmo para fazer esse telefonema.
Marie pegou outra revista.
— Veja isso. De acordo com esta aqui, você está bombeando Ryan
completamente nas drogas.
— O quê? — Arranquei de sua mão, sentindo o sangue correr da minha
cabeça ao ver outra manchete estranha.
Outra tragédia de celebridade em construção? De Seaside, Ryan
Christensen, luta contra a dependência de drogas prescritas.
Parece que Ryan Christensen está pronto para seguir os passos de inúmeras
celebridades que foram vítimas de medicamentos prescritos. A CV tem conhecimento
de que Ryan tem tomado vários medicamentos diferentes para combater a depressão.
“A pressão está ficando com ele” — diz uma fonte. Fontes também dizem,
que a nova noiva de Ryan, bartender, Taryn Mitchell, não está ajudando. "Ela
abertamente o permite, muitas vezes, encorajando-o à droga antes de aparições
públicas. Todos podem vê-lo. Se ele não conseguir ajuda em breve, isso poderia se
transformar trágico”.
— Que diabos? — Senti a fúria rolando como um tsunami.
Marie pegou as páginas, lendo o pequeno artigo.
Peguei meu celular e comecei um texto para Ryan:
— Meu Deus. Isto é mau. Mau, Mau, Mau. — "Chame-me o mais cedo
possível".
Meu celular soou. Abri o texto de Ryan:
“Trabalhando o que foi”?
Mandei uma mensagem de volta:
" A revista CV diz que eu estou empurrando drogas em você e Marie não está
feliz com capa da Starr"
"drogas? Capa? Que porra"?
"Mike e Paula"
"me ligue agora"
Esta não era uma conversa para ter ao pagar os mantimentos.
"2 minutos?"
"OK, eu te amo"
"Amo você mais"
Enfiei meu celular de volta no bolso.
— Ryan fodido Christensen — Marie gemeu. — Ele é um mega star. Você
acha que ele teria amigos melhores.
O fato de que ela estava se lamentando sobre Mike e não sobre um divórcio
com Gary era, pensei, uma coisa boa.
— Tudo o que sei é que eles foram jantar. Eu vou falar com ele antes de você
se inclinar ainda mais fora de controle. Você, de todas as pessoas, deve saber que
essas revistas não são nada além de veneno.
Ela pegou a revista de novo e abriu-a até as imagens no interior.
— Sua mão está nas costas dela, Tar. Ele me disse que estava entediado.
Aquele mentiroso saco de merda. Tudo o mesmo; cada um deles. Traidores,
mentirosos, idiotas do caralho.
Quando chegamos ao carro, Marie largou seu pequeno corpo no banco do
passageiro.
— Você não vai me dar o meu telefone de volta?
Coloquei meu cinto de segurança.
— Você vai abster-se de tirar conclusões precipitadas e fazer uma chamada,
que possa se arrepender?
Ela estendeu a mão.
— Eu prometo que não vou chamá-lo.
Tirei seu telefone da minha bolsa, assim quando Ryan chamou no meu.
— O que é esta mensagem sobre as drogas? — Eu poderia dizer que ele
estava mantendo o seu tom baixo.
— A revista CV tem uma matéria que você está tomando antidepressivos,
querido. Como eles poderiam descobrir isso?
"Tanto faz. Apenas sobre cada pessoa que eu conheço leva-los. "
— Não, não tanto faz. Eles dizem que uma fonte disse a eles que o forço à
droga antes de aparições públicas. Que diabo, Ryan?
— Eles imprimiram isso?
— Sim. Há apenas um seleto grupo que sabe que você toma remédio para a
ansiedade. Nem seus pais sabem. Isso não é do conhecimento público. — Olhei para
Marie, sabendo que ela sabia sobre a condição médica de Ryan.
Ryan amaldiçoou, alto e claro:
— Eu não posso lidar com isso agora. Chame Trish. Coloque-a nisso.
— Vou ligar. Eu te ligo mais tarde.
Marie me deu um olhar estranho quando virei à esquerda em vez da direita.
— Onde estamos indo?
— Preciso cuidar dessa coisa no banco enquanto nós estamos aqui. Recebi
outra chamada sobre as taxas atrasadas para cofre do meu pai.
Vinte minutos mais tarde, paguei as taxas para uma caixa que eu não tinha
uma chave.
— Cento e oitenta dólares para perfurar uma fechadura? Pete faria isso de
graça — disse Marie enquanto caminhamos para fora do banco.
Abri as portas do carro.
— Acho que sei o que estarei fazendo hoje.
Coloquei minha bolsa e a cópia da conta bancária sobre a mesa da cozinha
quando voltamos para o apartamento.
— A mulher no banco nem sequer disse que tipo de chave procurar — Marie
disse, passando pela gaveta de bagunça na cozinha.
Coloquei o resto de nossas compras no balcão.
— Não seria aí dentro.
Retirei a gaveta de cima da escrivaninha no terceiro quarto.
— Aqui, passe por todos esses arquivos e eu vou olhar através destes. Os
envelopes abertos, tudo.
Ela começou a folhear as pilhas de documentos do meu pai que prendemos
com elástico.
— Tar, estes são contas de gás e contas e energia elétrica velhas, de seis
anos atrás. Tenho certeza de que você não precisa mantê-las.
Fiz uma varredura rápida e, em seguida, coloquei a lata de lixo entre nós.
— Atire tudo o que não for financeiro. Não preciso manter contas antigas. O
que são essas novas caixas ali? São suas coisas?
Marie bateu na caixa de baixo com o pé.
— Não. Isso é tudo cartas de fãs de Ryan Christensen.
— Você está falando sério? — A pilha era tão alta quanto eu e pegou toda a
parede. Abri a caixa superior, encontrando cartas e pacotes endereçados para nós
dois em Mitchell’s Pub. — Oh inferno santo.
— Sim. Eu não sabia mais onde colocá-las. Ei, aqui está uma chave. Parece
que pertence a um velho Chevy.
— Faça uma pilha. — Agarrei a primeira carta em cima, abrindo-a com o
meu dedo. Fiz a varredura através da bajulação comum das fãs: como ele é tão
magnifico, sexy, maravilhoso. Joguei-a no saco de lixo.
Notei uma outra carta aos meus cuidados, endereçada ao Mitchell’s Pub. O
endereço foi escrito à mão em um rabisco covarde. Cheguei até "você não o merece,
puta", quando a joguei no lixo. Minha mão tremia um pouco.
— Você se lembra da noite de estreia de Reparação, como Ryan estava em
uma espécie de surto? — Eu me virei para olhar para ela sentada no chão.
— Uh huh.
— Ele estava preocupado que alguém na multidão poderia tentar nos ferir,
atirar em nós, espetá-lo com uma agulha, enquanto ele estava dando autógrafos.
Marie ficou boquiaberta para mim.
— Sério?
Acenei.
Abri um envelope bolha pardo que tinha o que parecia ser uma calcinha.
— Eeeeccccaaaaaaaa.
Apenas olhando para isso me fez querer desinfetar minha casa.
O rosto de Marie amassou.
— Meu Deus. Isso é as roupas íntimas de uma garota?
Senti vontade de vomitar. Isto era como oito caixas de Angélica, a psico-
perseguidora mais uma vez.
— As pessoas neste planeta estão seriamente loucas.
Joguei o envelope com a calcinha da fã direto no saco de lixo. A calcinha de
vadia da fã, estaria agora poluindo um aterro em algum lugar.
— Você sabe o que é ainda mais assustador? — Chutei a pilha de caixas
recheadas com cartas de fãs. — Quando você começa a realmente juntá-los.
Vasculhei a pilha, agarrando algumas que foram dirigidas a mim. A primeira
carta era uma mistura estranha de parabéns e advertências para não estragar tudo.
Inacreditável. A próxima não era tão benigna.
Minhas mãos começaram a tremer. De novo não. De novo não, porra.
Marie me notou cambaleando de encontro às caixas.
— O que foi?
Era difícil falar.
— Hum, aqui diz que alguém vai me matar se eu não terminar com Ryan.
— Deixe-me ver isso. — Ela agarrou-o da minha mão. — Onde está o maldito
envelope?
Entreguei.
— Nenhum endereço de retorno, mas ele tem um carimbo de Ohio. Você
precisa dizer a Ryan sobre isso. Essa merda não é engraçada. Eu sei que você não
quer outro incidente “Kyle”, mas as garotas lá fora são loucas.
Ela estava certa.
Não havia nada que impedisse uma outra pessoa como Angélica de vir atrás
de mim; e se as pilhas de cartas atrás de mim fossem parecidas com a carta que eu
segurava nas mãos, haviam um monte de psicopatas lá fora que desejavam o meu
falecimento.
CAPÍTULO 12

Esqueletos

— Taryn, aquele cara sentado no bar lá diz que ele é de... Oh Jesus Cristo...
Imediatamente olhei para Marie, que estava mortalmente olhando para a
porta da frente do pub. Pela sua reação, eu, totalmente, esperava ver Gary entrando.
Eu não poderia estar mais errada.
Um aperto instantâneo agarrou meu peito e minha garganta, fazendo com
que o meu coração batesse e enviasse uma resposta de luta ou fuga natural em alta
velocidade. Eu não podia formar um pensamento racional, enquanto a adrenalina
estava correndo no meu sangue. Por que no inferno ele iria pensar em aparecer aqui?
Eu me senti um pouco tonta e com vertigem conforme o assisti aproximar-
se do bar, a cabeça mergulhada baixa, com hesitação, humilhado. Encontrar um ex é
uma das coisas mais difíceis na vida de suportar, mas este encontro não foi acidental.
Infelizmente, às vezes, os restos do esqueleto de um relacionamento passado
não ficam enterrados para sempre.
Às vezes, os mortos inexplicavelmente se levantam e conseguem arrastar
suas bundas sarnentas para fora do buraco escuro que você os colocou. Eu me senti
mal do estômago, vendo que meu passado tinha voltado para me assombrar. Eu
pensei que tinha enterrado Thomas mais profundo do que isso.
Parte de mim queria gritar para ele parar e dar o fora do meu bar, mas
quando notei sua aparência geral e seu olhar extremamente desesperado, um
momento de compaixão segurou minhas palavras de volta.
— Como se não tivéssemos porcaria suficiente para lidar por aqui — Marie
disse em voz alta. Tinha sido uma semana desde que ela parou de aceitar as chamadas
de Mike e ela estava uma cadela. — Ou você diga-lhe para sair ou eu vou.
Eu rapidamente percebi que Thomas estava vestindo a camisa de botão
preta, que eu havia lhe dado no Natal, há vários anos, debaixo de sua jaqueta de
motoqueiro bem-ajustada, e casualmente fora dos seus jeans azuis. Será que ele a
usou de propósito?
Meus dedos tinham aberto esses botões antes. As minhas mãos haviam
procurado o peito duro abaixo dela.
Maldito seja ele.
Como se eu precisasse ser torturada mais um pouco, meus olhos
rapidamente roçaram sobre a protuberância perto de seu zíper.
Como, uma vez, eu costumava desejar isso... ele, vorazmente. Como ele
chamuscou seu lugar em minha alma, assegurando que qualquer homem que eu
saísse seria comparado com ele.
Notei também que os cordões de suas botas de trabalho estavam
desamarrados e expostos; quão tola eu costumava acha-las tão malditamente
atraentes, todos esses anos que eu me consumia por ele. Odiei que algo tão simples
quanto sua aparência ainda era capaz de puxar uma emoção involuntária de mim.
O cabelo loiro desgrenhado de Thomas estava naquela desordem casual,
dando-lhe aquele delicioso "Eu só me arrastei para fora da cama, onde eu estava nu
e pecando" olhar. Mas em vez de parecer arrogante e pronto para a minha saudação
gelada, seus olhos estavam tristes, vermelho. Com dor?
Ele deixou cair as chaves, seu velho capacete preto com o adesivo "Anarquia"
preso na parte de trás do mesmo e um maço de Marlboro Lites no bar.
— Você não pode fumar aqui então você pode querer tentar outro bar —
resmunguei para ele quando ele subiu no assento a minha frente.
Sua língua estava ocupada cutucando seus molares posteriores enquanto
ele sondou minha reação.
— É bom ver você também, Taryn — Thomas disse em uma voz baixa e
rouca, enfiando a mão no bolso. Ele estava quase apologético e definitivamente não
no clima para uma luta. Seus olhos rapidamente alternaram entre mim e Marie: —
Posso ter uma cerveja ou devo esperar ser lançado na calçada?
Os círculos vermelhos, baixos em seus olhos verdes estavam definitivamente
fora de lugar em seu rosto. Ao longo dos anos, eu tinha visto Thomas no seu melhor
e no seu pior, e ele estava definitivamente em um novo estado de baixa.
Algo sério deve ter acontecido para ele reunir a coragem de entrar no meu
bar.
— Achei que você havia parado de fumar.
Thomas apoiou os cotovelos no bar e usou seu dedo indicador para apontar
para o primeiro conjunto de torneiras de cerveja.
— Sim, eu sei — eu disse. — Você quer uma Sam Adams. — Apontei para a
placa atrás de mim que descaradamente especificava: “A gestão reserva-se o direito
de recusar o serviço”.
— E eu que pensava que vir aqui poderia realmente me fazer sentir melhor.
Tanto para essa ideia — ele murmurou.
Se ele estava procurando alguma simpatia, veio no lugar errado. Cruzei os
braços sobre o peito, desafiadora.
— Uau. Você é capaz de identificar seus sentimentos agora? Isso é novo.
Meu retorno o fez estremecer. Eu definitivamente tinha atingido um nervo.
Ele passou a mão sobre seu cavanhaque loiro sujo, o mesmo que eu costumava
morder de leve.
— Bem jogado. Acho que eu merecia isso. — Ele assentiu.
Eu odiava ser uma cadela endurecida com ele. Isso guerreou contra todos
os outros sentimentos do primeiro amor que ainda permaneciam. Olhei para Marie,
imaginando se ela interviria e deixaria que ele tivesse também. Estranhamente ela
manteve a distância, mas eu ainda a ouvi rir fracamente depois da minha última frase
para ele.
Eu tentei diminuir minha severidade:
— Thomas, por que está aqui?
Notei que sua mão direita, aquela ainda usando o anel de prata estúpido
com o design tribal no dedo mindinho, tremeu quando ele penteou o cabelo para trás.
A memória do anel me fez lembrar de um momento íntimo quando pensei que todos
os meus sonhos finalmente se tornariam realidade. Thomas tinha acabado de fazer
amor comigo. Estávamos em seu primeiro apartamento de merda, que estava acima
de uma loja de souvenir perto do calçadão; seu companheiro de quarto estava fora em
algum clube, então tivemos o apartamento só para nós. Ele estava me segurando em
seus braços quando ele deslizou o anel de prata de sua mão e o colocou no meu dedo.
Um "símbolo", ele tinha dito.
Aqueles assombrosos olhos verdes, que costumavam me obrigar a fazer
coisas estúpidas apenas para levá-los a olhar em minha direção, olhou para mim.
— Então isso é um sim ou um não à cerveja?
Eu, rapidamente, me recompus:
— Você acha que isso é uma jogada inteligente, beber enquanto dirige? Eu
pensei que você havia se livrado da Harley.
Thomas balançou a cabeça. Aqueles lábios de bad-boy curvaram-se um
pouco, mas não muito.
— Por que não me dá uma dose grátis de Jack? Talvez eu lhe faça um favor
e me embrulhe em torno de uma árvore quando eu sair.
— Promete?
Como se estivesse à procura de backup para lutar contra a minha
insensibilidade, ele olhou ao redor do pub, só encontrando rostos desconhecidos em
torno dele. Ele soltou um huff.
— Eu vejo que o seu ódio por mim ainda é profundo. Chega de atirar facas,
porque estou apenas sangrando sobre tudo hoje, querida.
O que diabos ele esperava? Ele foi meu primeiro amor e o homem que,
sozinho, quebrou meu coração em um trilhão de pedaços. As cicatrizes que ele deixou,
irão ficar comigo até o dia que eu morrer. Eu tentei ser fria, indiferente.
— Você não pode mais me chamar de querida. O que você quer?
Thomas pareceu pronto para dizer alguma coisa, mas renunciou sob algum
peso invisível que pesava sobre aqueles ombros.
— Desde que a compaixão parece estar fora do menu... uma cerveja. Por
favor.
Algo estava terrivelmente errado.
Todos esses anos estando loucamente apaixonada por ele ruiu a minha
vontade, como se eu fosse feita de papel de seda. Peguei uma caneca e derramei a sua
favorita.
Ele deslizou os dedos em torno da aba e tomou um longo gole. Em dois goles,
ele esvaziou a maior parte da caneca
— Obrigado.
Cruzei os braços, esperando.
— Olha, sei que sou a última pessoa que você quer ver, mas honestamente...
eu não sabia mais para onde ir.
Suas mãos varreram seu rosto para revelar olhos muito aguados e uma
expressão sombria definida em sua boca.
Alguma frieza minha derreteu e nova preocupação agarrou meu coração.
— Eu vim aqui para dizer-lhe que, ah, Mel...
Ele não conseguiu finalizar. As lágrimas que eu nunca tinha visto ele
derramar, começaram a juntar e foi difícil para ele olhar para mim.
— Melanie, hum... — Seus lábios tremeram e ele cuspiu — morreu esta
manhã.
Choque total bateu duro no meu peito, pressionando uma explosão
dolorosa, conforme as memórias da minha velha amiga de escola, seu sorriso alegre e
saltitante cabelo vermelho fluíram sobre mim.
Melanie era o terceiro membro do nosso grupo e é a única de nós que
conseguiu escapar totalmente dos limites do Seaport. Ela se juntou a força aérea após
a graduação e tinha viajado para mais países do que qualquer uma de nós poderia ter
imaginado. Ela se instalou na Alemanha por alguns anos e, com o tempo e a distância,
foi difícil de nos manter em contato. Mas foi por causa da nossa amizade, que começou
na sétima série, que eu comecei a minha paixão secreta por seu lindo irmão mais
velho.
— O que aconteceu? — Foi difícil para formar palavras em torno da
queimadura em minha garganta.
Thomas estava tomado pela emoção. Vê-lo tão perturbado assim era difícil
de assimilar. Ele sempre foi tão superprotetor com sua irmã mais nova, ameaçando
todos os meninos que vieram farejando atrás dela com uma morte certa se a
machucassem. Mel tinha uma aura mágica em torno dela que era tão contagiante que
você não podia evitar, mas querer estar em sua companhia constante. Essa magia
certamente fez um número em alguns meninos e seus preciosos egos. Naquela época,
Thomas teve seu trabalho cortado.
— Ela, hum... — Ele se esforçou para falar. — Ela teve câncer. Espalhou-se
por todo seu pulmão e merda. Ela me pediu para, hum, dizer uma palavra a você
quando ela estava dizendo adeus para as pessoas.
Thomas rapidamente saltou de seu assento, quando a primeira lágrima
escapou de seu aperto, escorrendo sobre a curva de sua bochecha. Ele correu para o
banheiro dos homens.
Marie agarrou meu braço enquanto eu tentava passar por ela.
— O que diabos está acontecendo?
— Ele apenas me disse que Melanie morreu esta manhã.
O rosto irado de Marie caiu e ela engasgou, liberando o aperto que ela tinha
no meu antebraço.
— Oh Deus, não.
Sem perder tempo, corri atrás de Thomas, agarrando sua jaqueta de couro,
redirecionando-o para a cozinha vazia. Eu precisava que ele me dissesse o que
aconteceu.
Antes que eu percebesse, Thomas puxou-me em seus braços, envolvendo-
os em torno de mim firmemente em um agarre de necessidade desesperada. Seus
dedos atados na minha camisa. Eu sabia que estava matando-o mostrar tanta
fraqueza, quebrando aquela fachada impenetrável que ele usava para todo mundo ver.
Às vezes penso que esta foi a verdadeira razão pela qual ele terminou comigo tantas
vezes. Eu era a única garota que poderia quebrar, através desta fachada, e isso
assustou-o à morte.
Tanto quanto me dava repulsa permitir que o meu primeiro amor ficasse tão
perto de mim depois do quanto ele tinha me devastado, a necessidade de confortá-lo
limpou meu ódio.
Respirei seu cheiro familiar de couro, especiarias e pele, causando milhares
de memórias surgirem em minha consciência. Houve momentos em que eu teria
matado para ter seu amor, para que ele me mostrasse a ternura e emoção crua que
eu sabia que ele era capaz. Mas ele sempre se segurou, sempre me manteve a uma
distância segura. Mas agora, neste momento, todos as suas guardas estavam para
baixo e ele estava chorando incontrolavelmente em meus braços.
— Vai ficar tudo bem — eu disse, apesar de que minhas palavras tolas eram
nada mais do que uma tentativa reflexiva para consolá-lo. As coisas nunca ficariam
bem para ele, sua família ou para qualquer um de nós que amou Melanie.
A morte é o fim.
— Eu pensei que ela estava ficando melhor — ele sussurrou em um tom
mais agudo de dor. — Oh, Mel...
Seus dedos agarraram em minha camisa.
Deixei-o soltar sua dor por alguns minutos antes de sussurrar:
— Diga-me o que aconteceu.
Thomas apoiou a testa na minha clavícula e fungou. Um de seus braços me
liberou para que ele pudesse limpar os olhos, mas o outro permaneceu firmemente
travado em torno da minha cintura. Tentei colocar algum espaço entre nós, mas tão
rapidamente quanto tentei, ele me puxou de volta em seu peito.
— Ela engasgou pelo fodido ar durante doze horas. Eu nunca vou conseguir
tirar aquele som da minha cabeça. Oh Deus. Por quê? — Todo o seu corpo tremia. —
Eu sinto muito, eu te machuquei, Taryn. Deus, eu sinto muito.
— Está bem.
Seus lábios estavam muito perto do meu pescoço. Eu podia sentir sua
respiração na minha pele.
— Não. Não está bem. E agora é tarde demais. É tudo muito tarde. Eu nunca
deveria ter feito o que fiz para você.
Naquele momento, achei perdão. A vida é muito curta para guardar rancor
tão monumental.
— Que diabos? — Tammy exclamou quando ela entrou pela porta da
cozinha, dando-me um olhar malvado por cima de seus óculos de sol, segundo ela
avaliou nosso abraço. — Estou interrompendo alguma coisa?
Rapidamente coloquei algum espaço entre Thomas e eu, não querendo que
ela tenha a ideia errada.
— Tammy, você se lembra de Thomas — comecei.
— Uh huh — ela disse com um tom de censura.
— Mulher, onde você colocou o pedaço de...? — Pete parou, sem acreditar
no que estava vendo. — Você está brincando comigo? Você está brincando comigo,
porra? — Ele rosnou, pisando até nós.
Coloquei minha mão sobre o peito de Pete para deter ele e Thomas de se
enfrentarem. Pete tinha tamanho, mas Thomas tinha anos de prática; além disso,
Thomas estava emocional. Eu sabia que Thomas faria muito melhor batendo a merda
fora de alguma coisa do que chorando sobre ela.
— Calma, Pete. Pare.
— O que ele está fazendo aqui, Taryn? Você finalmente tem uma coisa boa
com Ryan e você precisa foder tudo? Por este pedaço de merda?
— Foda-se, Herman — Thomas se eriçou e rosnou, limpando os restos de
suas lágrimas. — Não comece a merda que você não pode aguentar.
— Não. Foda-se você, Sager. Você tem algumas bolas de bronze vindo aqui,
porra. Você não acha que causou danos suficiente?
— Parem com isso! Vocês dois. — Virei para Pete. — Ele veio aqui para nos
dizer que Mel... — O nome dela pegou com um engate na minha garganta. — Melanie
faleceu esta manhã, tudo bem?
O olhar de morte irritado de Pete em Thomas imediatamente caiu quando
ele entendeu minhas palavras.
— Mel?
Balancei a cabeça, tentando me segurar. Tinha sido um longo tempo desde
que eu a tinha visto, mas a trágica notícia de seu falecimento cortou fresco e profundo.
Marie entrou e colocou um braço em volta de mim, visivelmente me puxando para
longe de Thomas. Eu agradeceria a ela mais tarde por isso.
Thomas cobriu os olhos com as duas mãos e deixou escapar um suspiro.
— Oh Deus. — Pete se curvou como se tivesse levado um soco no estômago.
Seus sentimentos não correspondidos por Mel o tinham bagunçado por anos. Tammy
tentou tocá-lo, mas ele recuou. — O que aconteceu?
— O câncer a comeu, idiota.
Deixei essa passar. Estávamos todos ostentando dor fresca. Pete olhou
diretamente para ele:
— Cara, pelo que vale a pena. Sinto muito pela sua perda.
Thomas assentiu.
— Taryn, posso falar com você?
Marie me puxou pelos ombros, me levando em direção às portas da cozinha.
— Eu acho que todos nós poderíamos ter uma bebida.
Thomas me seguiu para o pub e pegou suas coisas do bar, encontrando uma
cabine vazia.
Servi dois pequenos copos de cerveja e me juntei a ele. A última coisa que
sua mãe precisava era perder sua única outra criança em um acidente de moto,
bêbado.
— Obrigado pela cerveja — Thomas disse enquanto espiou o pequeno copo
com desdém, tomando um gole de qualquer maneira.
Queria que ele acabasse logo com isso. Vê-lo novamente estava me rasgando
por dentro.
— Você está pensando em montar essa armadilha mortal que você chamar
de bicicleta. Apenas olhando para o seu bem-estar.
A borda do seu lábio virou-se ligeiramente.
— Lembro-me que você costumava me implorar para estar na parte de trás
da minha bicicleta.
— É, então. Eu não sabia de nada.
— Ouch.
— Olha, sua mãe não precisa de outra tragédia hoje.
Vi-o estremecer.
— Mamãe não está levando isso muito bem. Eles realmente tiveram que dar-
lhe algo para acalmá-la.
Eu me senti mal por sua mãe. Sra. Sager sempre me tratou bem, tomando
o meu partido a maior parte do tempo.
— Se ela não conseguir se manter, você consideraria ir comigo até a casa
funerária? Eu vou me perder se tiver que escolher a porra do seu caixão eu mesmo.
Por que eu? Meu gene cuidador imediatamente queria dizer que sim, mas
saí fora rapidamente.
— Isso é algo que sua família deve fazer, Thomas. Eu sei que sua tia Betty
o ajudaria.
Ele me deu aquele olhar inocente, cabeça inclinada, que costumava derreter
minha determinação.
— Assim isso é um não?
— Por mais que quero ajudar, eu não posso. Desculpa. Isso é um não.
Ele acenou para a mesa.
— Eu realmente fodi tudo com você, não foi?
Cruzei os braços.
— Sim, você fodeu.
Ele meio que deu de ombros e o gesto instantaneamente me irritou.
— Ouvi dizer que você esteve no noticiário. Namorando algum ator famoso
agora? — Ele apontou para o meu anel. — Rico, também, pode pagar esse tipo de
diamante. Bom para você. Você merece ser feliz.
Balancei a cabeça para ele.
— Não vou mentir — disse ele. — Neste momento, estou desejando que você
estivesse comigo.
Eu senti isto como um golpe físico. Foi nesse momento que eu percebi que
estava feliz que não estava com ele.
Tudo mudou um grau, de forma significativa o suficiente para me fazer
perceber que o homem quebrado sentado diante de mim não era digno do meu
coração. Ainda assim, isso me irritou.
— Você diz isso agora? Não diga essas coisas para mim. Agora não. Eu te
dei meu coração tempo após tempo. Eu disse sim para você quando me perguntou.
Você era tudo que eu sempre quis. Mas você foi o único que fodeu uma garota na
nossa cama. Não fica pior do que isso.
— Eu estava bravo com você naquela manhã — ele admitiu.
Inclinei o pequeno copo na mão, brincando com a ideia de lançar o conteúdo
em seu rosto.
— Você me traiu com Cheryl Regan porque você estava com raiva de mim?
Ele assentiu.
— Soa estúpido agora, mas no momento foi justificado.
Percebi Thomas encarando Pete.
— Justificado? — A ideia de que eu estava totalmente apaixonada por esse
idiota parecia tão absurda agora. — Porque tive que fazer um favor para o Pete você
se sentiu justificado em deitar aquela stripper prostituta no meu travesseiro?
— Toda vez que ele ligou, você correu. Como você acha que me sentia com
aquilo?
— Ele é meu amigo! Isso é o que você faz para as pessoas que você gosta.
Meu celular soou, tocando a música de Ryan. Thomas jogou as mãos para
cima em descrença, irritado quando puxei minha atenção para longe dele para
atender.
— Hey baby — eu disse sombriamente, enojada com a revelação de Thomas.
— Ei, querida, o que você está fazendo? — Ele perguntou. Seu tom bastante
indiferente parecia suspeito. Um formigamento percorreu minha espinha. Eu não sei
como ele sabia, mas sabia.
Engoli em seco, sabendo que eu tinha duas maneiras de responder. Olhei
para o homem que uma vez amei sentado à minha frente, enquanto o homem que
sustentava meu coração e alma como se fossem joias preciosas estava pressionado
em meu ouvido. Optei pela divulgação completa.
— Estou sentada em uma cabine no pub, tomando uma cerveja com meu
ex, Thomas. Antes de deixar isso chateá-lo, por favor, saiba que ele acabou de me
contar uma notícia terrível. Sua irmã faleceu esta manhã. Ele está quase terminando
sua cerveja e, embora estou muito triste por sua perda, e estou muito chateada que
uma das minhas melhores amigas perdeu sua vida para o câncer, imagino que ele vá
sair em breve.
Ryan suspirou como se estivesse segurando a respiração, parecendo
aliviado.
— Obrigado por me dizer. Eu te amo.
Sua declaração ofegante parecia um pouco fora.
— Eu te amo mais.
Thomas revirou os olhos para mim.
Ryan riu uma vez na minha orelha.
— Eu sei. Sinto muito sobre sua amiga, querida. Você está bem?
— Sim, eu estou bem.
— Tem certeza?
— Positivo.
— OK. Bom. Agora coloque o idiota no telefone.
Entreguei.
— O meu noivo gostaria de falar com você.
Thomas franziu os lábios, relutante em pegar o telefone. Ele finalmente
colocou meu celular ao ouvido e disse:
— Sim?
Thomas sorriu, aquele sorriso sinistro, aberto que eu também tinha visto
milhares de vezes.
— Essas são ameaças grandes e terríveis de um cara que não é capaz de
suportar sua entrada.
Seus olhos corriam na direção do bar, onde um homem mais velho, com um,
alto e apertado, corte de cabelo militar estava sentado desde que abrimos. O homem
enfiou o telefone no bolso, levantou-se de seu assento e veio direto para nós.
Thomas inclinou-se sobre a mesa, vestindo seu sorriso arrogante enquanto
olhava o cara de cima à baixo.
— Sim, estou encontrando o seu valentão agora por uma questão de fato. É
o bar da Taryn e ela não me expulsou ainda, então acho que eu vou sair quando
terminar. Uh huh. É mesmo? Sim, eu gostaria disso. Podemos trocar notas. Entendo.
Bem, eu adoraria conversar mais um pouco, mas o seu capanga está ficando
impaciente. Sim, foda-se você também.
Thomas jogou o telefone para mim, bebeu o resto de sua cerveja e se
levantou.
— Você pode querer dizer-lhe para esperar a ordem de restrição até depois
do funeral. Apenas uma sugestão já que estou presumindo que você gostaria de estar
lá quando a minha irmã for enterrada.
Ele se inclinou sobre a mesa, ficando muito perto do meu rosto.
— Eu posso ter feito algumas coisas que eu me arrependo, mas eu nunca
tentei controlá-la como aquele idiota faz. Você pode querer repensar toda a coisa sobre
casar-se com um maníaco por controle. Caras que não conseguem controlar acabam
por bater em suas esposas.
Quem quer que fosse o cara intimidante com o corte de cabelo militar, era
óbvio que estava ficando impaciente. Thomas não se moveu, apenas o olhou por cima
do ombro para ele.
— Toque-me e vou golpear a porra da sua mão.
Quando ele voltou sua atenção para mim, olhei em seus olhos, tentando
encontrar qualquer semelhança com o cara que uma vez que amei. Suas paredes
estavam levantadas de novo e eu estava trancada para fora. Esta foi a verdade básica
sobre ele.
Ninguém jamais realmente o teve, pois ele não estava disposto a deixar que
nada o fizesse tão vulnerável.
Ryan colocou seu coração em meus cuidados em cada chance que teve.
Agora que meus óculos cor-de-rosa estavam fora, tudo estava cristalino.
Olhei Thomas bem nos olhos e disse:
— Sinto muito por sua perda.
Seus olhos examinaram meu rosto mais uma vez, me dando aquele seu
sorriso torto e triste. Eu não tinha dúvida de que ele estaria tão bêbado depois, que
dormiria onde caísse.
— Apesar do que você pensa — ele disse — Eu amei você.
— Foder uma prostituta na nossa cama foi um jeito engraçado de mostrar
isso.
— Você está certa. E eu vivo com esse erro. Vejo você por aí, Taryn.
Respirei profundamente enquanto o assisti sair, saboreando o fato de que
ele não tinha mais o meu coração.
Quanto ao novo militar na minha vida de pé a poucos metros de distância,
Ryan tinha algumas explicações a dar.
Com as mãos ligeiramente trêmulas, rapidamente, mandei uma mensagem
a ele:
“Você tem algo que você esqueceu de me dizer”?
Meu telefone tocou vinte segundos depois.
— Ele já foi?
Terminei minha bebida.
— Sim, ele acabou de sair. Você o irritou.
— Bom. É melhor ele não fazer um hábito vindo ao redor.
— Eu adoro quando você fica com ciúmes. Faz-me sentir querida.
— Estou falando sério, Taryn. Se ele até mesmo parar para uma cerveja, eu
quero saber sobre isso.
— Eu não vou fugir com ele. Você não precisa se preocupar. Então, quando
você estava pensando em me dizer que estou sob vigilância?
— Você não está sob vigilância, amor. Nós contratamos segurança privada
para manter um olho nas coisas, uma vez que não estamos aí. Mas estamos voltando
para casa na próxima sexta-feira. Tenho quatro dias de folga.
Ouvir isso fez o meu dia.
— Você está vindo para casa?
— Sim. Estaremos aí por volta das duas. Eu realmente odeio que você não
está comigo. Não consigo dormir sem você.
— Não consigo dormir, tampouco. Estou tão acostumada a sentir você perto
de mim... obrigado por contratar alguém.
— Mike e eu estamos dividindo.
Minha cabeça girou.
— Por que Mike está pagando pela minha segurança?
Ele não está. A segurança é para vocês duas. Mike está preocupado com
Gary. Aparentemente, sua verificação de segurança revelou que Gary possui uma
grande quantidade de armas.
— Ele tem, mas... — O pensamento de Gary tentar prejudicar Marie era
irritante. — Espere. Eu quero ir lá em cima. — Escorreguei para fora da cabine e
peguei o copo vazio de Thomas. Marie estava atrás do bar a poucos passos de
distância. Desviei para a cozinha, passando pelos olhares zombadores de Pete e
Tammy e alcançando as escadas para o meu apartamento para continuar minha
conversa privada com Ryan. — Eu não entendo. Por que Mike se importa? Marie nem
sequer fala com ele!
— Sim, Mike disse que ela está evitando-o, mas ele está pensando em
consertar isso. Ouça, você tem que falar com ela. Sei que as coisas pareciam ruins,
mas nada é como apareceu e agora que essas imagens foram publicadas, ele está
chateado e miserável.
— O que quer dizer com as coisas não são o que parecem ser?
Minha boca estava aberta quando ele me disse o resto do que Mike estava
metido.
Assim que terminei nossa chamada, desci os degraus e agarrei Marie.
CAPÍTULO 13

Descoberto

— Odeio funerais — Marie disse suavemente conforme nos dirigimos para


longe do cemitério.
Meu coração estava doendo; a visão do caixão amarrado acima de um
buraco trouxe de volta muitas memórias ruins.
Ver Thomas parecendo tão dizimado foi doloroso. Apenas vê-lo há poucos
dias foi o suficiente para me fazer repetir cada palavra que tínhamos trocado, cada
memória amorosa que eu tinha dele — tudo. Eu o odiava por me fazer lembrar.
Marie colocou o lencinho em sua bolsa.
— Eu não posso acreditar que ela se foi. Eu nem sabia que ela voltou para
casa.
— Eu sei. Estou feliz por eles não a colocar em exposição. Melanie não iria
querer isso.
— Não — Marie concordou, enxugando o nariz novamente. — Ela teria ficado
puta com os céus se sua família fizesse isso com ela. — Eu a vi olhar para mim. —
Como vai você?
Encontrei seus olhos.
— Estou bem.
— Gastando algum tempo no caminho da memória?
Marie me conhecia tão bem.
— Meio difícil não fazer.
— Bem, sai fora disso. Ryan não precisa ver olhar “profunda em
pensamento”.
Olhei para ela especulativamente.
— Você pode querer seguir seu próprio conselho aí, mocinha. Você ainda
tem que lidar com Mike.
Ela sorriu para si mesma.
— Eu sei.
— Então, você o perdoou?
— Sim — Marie assentiu. — Ele me disse que ela tinha alguns assuntos
pessoais com um ex que a estava assediando. Ele não entrou em detalhes, mas eu
acredito nele.
— Bom.
Ela torceu as mãos nervosamente.
— Eu só não sei se me envolver com alguém é sábio agora, sabe? Pirei sobre
uma capa de revista estúpida.
Eu sabia exatamente como ela se sentia.
— Coisa assustadora quando você vê o seu homem nessas capas, não é?
Ela gemeu e eu poderia dizer só pela sua expressão que ela finalmente
poderia se relacionar.
— Eu entendo — eu disse. — Acredite em mim. A traição de Thomas me fez
questionar os motivos de cada homem. Esse tipo de traição fica com você para sempre.
Tudo o que posso dizer é: siga seu coração.
— Ou a minha vagina — ela disse com uma risada. Sorri para ela.
— Falando de confusão, onde você está indo? — Perguntou ela.
— Eu trouxe todas essas chaves. Pensei que, já que estamos neste caminho,
poderíamos parar no banco antes dos caras aterrissarem.
Depois de chegar ao banco, nós nos sentamos no lobby, esperando pelo
próximo atendente do serviço ao cliente nos ajudar.
Marie me bateu na coxa, notando que a mulher se aproximando de nós
estava sorrindo como uma fangirl para mim. Eu deixei-a jorrar por um minuto sobre
o quão maravilhoso Ryan Christensen era, antes de começar a trabalhar.
A funcionária do serviço ao cliente me ajudou a classificar através do
saquinho aleatório de chaves, estreitando-os para um punhado que poderia me levar
para o cofre 291. Marie e eu tínhamos encontrado quarenta chaves aleatórias quando
procuramos; infelizmente nenhuma delas gritou descaradamente "cofre do banco".
— Última chave — eu disse, tentando a última, pequena e feito de latão.
Quase me senti tonta quando ela entrou e se virou.
Puxamos a caixa preta de metal secreta para fora e ela a colocou sobre uma
mesa, saindo para me dar privacidade. Marie ergueu as sobrancelhas, esperando em
antecipação.
Empurrei a tampa para trás, espiando várias pilhas de cartas amarradas
com elástico. O elástico tão antigo que se desintegrou em torno dos envelopes.
Folheei-as, uma vez que todas elas foram dirigidas a mim, de Soldado
Joseph Malone. Quem diabos é Joseph Malone?
— O que é tudo isso? — Perguntou Marie. — De quem elas são?
— Eu não tenho certeza. — Abri uma das cartas, analisando a escrita que
eu nunca tinha visto antes. Havia também uma nota de vinte dólares dentro do
envelope.

Querida Taryn,
Espero que tenha tido um aniversário divertido. Cinco anos de idade agora!
Eu não posso acreditar o quanto você cresceu. Prometo que quando eu chegar em casa,
vou levá-la para a loja de brinquedos para que você possa escolher uma nova boneca,
Barbie. Lembro-me o quanto você gostava de brincar com elas. Eu estou num lugar
chamado Fort Gordon agora. É na Geórgia.
Você vai ficar feliz em saber que eles me pintaram de verde como você disse
que fariam. Eu sou um soldado do exército de verdade agora. É muito quente aqui. Estou
aprendendo a fazer todos os tipos de coisas loucas, como rastejar através da lama e
passar por cima de obstáculos altos. Eu sou um bom escalador. Odeio rastejar na lama.
Acho que você acharia a lama nojenta também.
Tenho ainda mais seis semanas e então eu poderia passar por cima do
grande oceano em um grande avião. Espero que seu pai use o dinheiro que coloquei no
envelope para comprar-lhe uma nova boneca por mim até que eu possa vê-la novamente.
Seja uma boa menina como eu sei que você é.
Te amo para sempre,
Joe
— Quem é Joseph Malone?
Minhas mãos tremiam. Senti uma gota de suor deslizando pela minha
espinha, ou talvez fossem apenas meus nervos.
— O único Malone que eu conheço é minha tia Joan. Esse é o seu nome de
casada. — Cavei através das pilhas, sentindo náuseas.
Tinha que haver trinta ou quarenta cartas dele endereçadas a mim de todo
o mundo. Meu pai estava me protegendo de um perseguidor?
No fundo da pilha tinha um envelope branco e grosso com a palavra
“original” escrita em tinta azul. Engoli em seco.
Assim que eu abri os papéis dobrados, senti uma onda quente de pânico
rolando em todo o meu corpo.
— Meu Deus. Não. Não.
Eu não poderia chegar à lata de lixo, no canto, rápido o suficiente antes de
vomitar todo o conteúdo do meu estômago.
— Ah, não! Oh, Taryn! — Ouvi Marie dizer enquanto eu vomitava dentro da
lata de aço.
Lembro-me vagamente de Marie nos levando para casa.
Sentei-me em uma das cabines no pub, lendo cartas sobre a vida de Joe no
exército, suas viagens ao Golfo Pérsico, tentando juntar todos os pedaços enquanto
Marie pairava sobre mim.
Temos uma hora antes de abrirmos o pub e uma banda estava programado
para tocar, mas eu não conseguia parar as lágrimas. Eu nem tinha certeza do porquê
estava chorando. Meu mundo inteiro, tudo o que eu já conheci, tinha virado do avesso,
onde a verdade e as mentiras; a realidade e a realidade alternativa insana tinham se
invertido.
Eu nem sabia mais quem eu era. De todas as coisas para encontrar em um
cofre, isto era algo que eu nunca teria imaginado. Foi tudo tão avassalador para
processar.
Eu estava em estado de choque quando Ryan e Mike chegaram. Eu vi Marie
correr para a porta da cozinha.
No momento em que vi Ryan de pé a poucos metros de distância, me
chamando, eu perdi, lançando meu corpo para ele e agarrando-me a ele como uma
alma perdida em necessidade.
— Oh, amor. Tudo ficará bem. Eu tenho você. Shhh... — Ele me deixou
chorar pelo que pareceu horas, esfregando minhas costas e me acalmando com
palavras de conforto. — Vem, vamos sair daqui. Vamos pegar um pouco de ar. — Ele
colocou o braço em volta dos meus ombros e me levou lentamente, pacientemente,
para a praia.
A brisa saindo do mar jogou nossos cabelos e atingiu meu nariz com o
familiar ar salgado.
Nós caminhamos por um tempo antes de nos sentar na areia endurecida.
Ele me colocou entre as pernas dele, gentilmente penteando meu cabelo para trás.
— Qualquer que seja o nome naquele papel não muda quem você é.
Novas lágrimas escorriam pelo meu rosto. Eu me senti vazia e torcida por
dentro.
— Mas ele muda. Isso muda tudo. Tudo o que eu pensava que era real não
é.
Ryan sacudiu a cabeça, me abraçando com seu corpo.
— Você não pode olhar para isto assim, querida. As pessoas que te criaram
são seus pais. Eles amaram você. Só porque alguém deu à luz a você não muda quem
você é.
Nada mais será o mesmo.
— Minha vida inteira foi uma mentira.
— Não, não foi.
Limpei meu rosto com a manga.
— Eu não sei por que estou tão surpresa. Sempre soube que não me parecia
com qualquer um deles. Olhos, nariz... eu costumava olhar para o meu rosto por
horas tentando encontrar um pedaço deles em mim.
Aconcheguei-me em seu ombro, sentindo o frio de oceano se misturando
com o frio que rasgava meu corpo.
Meu rosto estava pegajoso de tanto chorar. As ondas rolavam, enevoando
no ar, imitando o empurrar e puxar das minhas próprias emoções.
Enquanto eu observava as gaivotas voando e pousando, a culpa caiu sobre
mim.
— Eu não posso acreditar nisso. Eu tenho certeza que todo mundo sabia,
menos eu. Bem, acho que isso explica por que minha mãe e sua irmã pararam de
falar uma com a outra. Agora eu sei que eu era a causa dessa briga.
Ryan apoiou o queixo na minha cabeça.
— Não comece a se culpar. Eles eram adultos que fizeram os seus próprios
caminhos. Você não tinha influência sobre isso.
Peguei o papel do meu bolso, mostrando ao Ryan minha certidão de
nascimento original. Deixei os papéis da adoção Oficial no meu apartamento com
todas as cartas.
— De acordo com os documentos, os meus pais biológicos tinham dezesseis
anos quando eu nasci. — Limpei meu rosto e soltei um suspiro, tentando me
recompor. — Lembro-me de minha mãe me dizendo que a razão de eu ser filha única
era porque eu era tão especial, que ela só precisava de uma. Isso sempre me
incomodou, pois eu não me parecia com nenhum dos dois.
Ryan suspirou e apertou-me com seus braços.
— Sua mãe e seu pai fizeram um trabalho fantástico cuidando de você. Há
uma abundância de pessoas lá fora que são pais impróprios. Você mesmo disse; eles
eram apenas crianças, Tar. Provavelmente apavorados.
— Joe foi para o exército depois que ele conseguiu seu GED. Eu tinha três
ou quatro anos, eu acho. Ele enviou-me dinheiro em cada carta, tentando fazer o certo
por mim. Eu apenas sinto que tenho tantas perguntas agora.
Ele me puxou apertado.
— Faça o que tiver para resolver isso, mas lembre-se, as pessoas que
criaram você são sua mãe e seu pai.
— Eles deveriam ter me contado.
Seus olhos se estreitaram, quase me repreendendo.
— Por quê? O que você teria ganho com esse conhecimento?
— Eu nunca tive a chance de conhecer as pessoas que me trouxeram a este
mundo. Eu realmente acho que o meu primo Joe queria me conhecer. Meus pais
esconderam tudo de mim.
Ryan passou um polegar na minha bochecha, enxugando uma lágrima.
— Talvez eles tinham suas razões. Olha, eu sei que você se sente rasgada.
Qualquer um se sentiria. Mas sua família manteve você na família. Eles ainda estão
todos relacionados a você por sangue. Eu vi fotos de você crescendo e posso dizer-lhe
que essas duas pessoas que criaram você, te amaram.
Enquanto caminhávamos de volta para o pub, tomei a decisão de descobrir
quais foram essas razões.
Eu sabia que fazer esse telefonema seria difícil. Meu coração se apertou
quando ela atendeu o telefone.
— Oi, tia Joan. É Taryn. — Fui recebida com silêncio e por um momento
pensei que precisaria dizer a ela quem eu era de novo.
Ouvi ela engatar a respiração e, em seguida, gaguejar:
— Taryn?
— Sim, sou eu.
— Oh! Desculpe, estou um pouco chocada. Nunca pensei que você ligaria.
Não havia nenhum sentindo em protelar.
— Encontrei uma cópia da minha certidão de nascimento, a original.
Ela engasgou.
— A original? Você... você sabe?
— Não tudo. Eu sei que você é minha avó.
Ela não tentou esconder as lágrimas, rompendo de forma audível no meu
ouvido. Algumas de minhas próprias lágrimas escorriam.
Ryan passou, parando para beijar minha testa e me entregar uma caixa de
lenços antes de me dar privacidade novamente. Eu sabia que ele estava apenas
escutando no canto. Isso me deu conforto por saber que ele estava há apenas um
fôlego de distância.
Minha voz falhou.
— Posso vê-la algum dia?
— Oh, querida. Eu adoraria isso.
— Eu também. Pode dizer-me onde meus pais biológicos estão?
Deixei-a chorar por alguns minutos. Eu sabia que era difícil para todos.
— Eu queria mantê-la — ela disse com tristeza. — Joey, ele era apenas uma
criança e meu marido, Paul, havia perdido o emprego. As coisas eram... isso não teria
sido um bom lugar para você. Eu... eu preciso que você saiba disso.
Mastiguei minha unha do polegar, segurando minhas emoções.
— Por que você parou de falar com a minha mãe? Vocês eram irmãs. Você,
você nem sequer veio ao seu funeral. Isso foi por minha causa?
— Oh, não, querida. Sua mãe e eu... as coisas estavam tensas entre nós
antes de você nascer. Por favor, não... por favor, não pense isso.
Limpei meu rosto, sentindo que ela estava mentindo.
— Onde estão os meus pais biológicos?
Ela suspirou.
— Joe tem sua própria família agora. Ele está na Califórnia. Lago Tahoe.
Encontrei minha cabeça balançando com a compreensão de seu tom sutil,
para deixá-lo para lá.
— Tem sido... faz muito tempo. Suponho que ele não precisa de seus
esqueletos aparecendo. — Ela gagueja. — Ele tem uma bela esposa e duas filhas.
Estou preocupada que poderia ser um choque para ele. Não tenho certeza se sua
esposa sabe que ele teve um filho aos dezesseis anos. Pode não ser algo que ele queira
divulgar.
Engoli de volta o tom de rejeição.
— OK. E a minha mãe biológica? Kelcie Tremont?
Tia Joan fungou.
— Taryn, ela, hum... houve um acidente de carro. Ela e Joey e você... não
foi culpa dele. Seus pais haviam a chutado para fora de casa quando ela ficou grávida
e, em seguida, eles culparam-no após o acidente. Você estava com quase seis meses
de idade quando isso aconteceu.
Senti como se uma faca quente deslizasse direto em meu coração. Eu tinha
quatro pais que estavam todos mortos para mim. Como cruel é isso?
— Você parece com ela. Só para você saber. Mas você tem os olhos azuis de
Joey.
Meus lábios tremiam enquanto eu segurava um soluço.
— Hum, bem, se.... se você falar com Joe, você pode, por favor, dizer-lhe que
eu sei e eu realmente gostaria de conhecê-lo? Ele pode decidir se ele... se ele quer
contatar-me. Todo esse tempo eu nem sequer o conheci como primo.
Ryan estava atrás de mim, colocando as mãos reconfortantes sobre os meus
ombros.
— Vou dizer a ele, mas não posso prometer nada. Seu pai, Dan, foi muito
cruel com ele, Taryn, cortando Joe de todo contato com você, até mesmo alegando que
Joe era mentalmente instável quando ele voltou do Golfo.
— Ele estava?
— Ah, não. Ele tinha algum stress pós-traumático, mas felizmente ele não
estava ferido.
— Se você falar com ele, você pode, por favor, também dizer-lhe que tenho
todas as cartas que ele enviou? Comecei a lê-las, mas é.... muito agora. Mas eu quero
que ele saiba que eu vou ler cada uma.
— Oh, ok. Eu vou.
Dei-lhe o meu número de celular.
— Eu vou me casar em breve. O meu noivo e eu realmente não discutimos
os detalhes ainda, mas eu estou... muito feliz. Ele me trata como ouro.
Ryan beijou o topo da minha cabeça.
— Então é verdade? — Perguntou ela com entusiasmo renovado. — Você e
aquele jovem ator famoso estão noivos?
Balancei a cabeça, olhando nos olhos de Ryan.
— Sim. E eu sou loucamente apaixonada por ele.
Ele beijou minha mão e sorriu.
— Ele entrou no Mitchell’s Pub uma tarde evitando um ataque de fãs e
agora, agora ele é meu.
De alguma forma, apenas dizer essas palavras em voz alta para alguém da
minha família fez tudo solidificar no lugar.
Aqueles olhos, aquele sorriso devastadoramente bonito, mesmo com o
cabelo louco apontando para cima, ele era todo meu.

***

— Ei, cara! Bom te ver! — Cory disse exuberantemente, apertando a mão de


Ryan quando fomos para o pub. Eu tinha que me distrair do trauma do dia, e sentando
no apartamento e ficando louca lentamente não era saudável.
Assisti a nossa nova bartender/garçonete, Kara, confortavelmente lidando
com a multidão. Ela parecia realmente um bom ajuste. O colega de quarto de Cory,
Trevor, estava distribuindo as comadas para as pessoas na porta. Era estranho ter
pessoas que eu mal conhecia trabalhando para mim.
Ryan puxou o boné de beisebol do Mitchell’s pub sobre a testa e deslizou
sobre um banquinho ao lado de Mike, que assistia Marie como se alguém pudesse
tentar roubá-la.
— Você tem ouvido sobre Francesca? — Ryan perguntou ao Cory.
Ele abriu uma cerveja para Ryan.
— Nah. Ela está filmando na Austrália no momento. Tentamos ligar algumas
vezes, mas eu não posso me dar ao luxo de voar ao redor do mundo, enquanto ela
está fazendo a sua coisa. Ela sabe onde estou, se ela mudar de ideia.
Dei um passo atrás do bar, na esperança de me sentir como se eu
pertencesse. Eu precisava pertencer a algum lugar. Tentei esperar por um cliente,
mas Cory me cutucou para fora do caminho. Então comecei a misturar uma bebida,
mas Marie me disse que ela faria.
Sentei ao lado de Ryan, um pouco aturdida. Foi difícil não deixar que a
tristeza do dia fluísse de volta.
Não só eu estava questionando tudo o que fui levada a crer fosse mesmo
verdade sobre a minha vida, mas agora o único lugar que tinha marcado a minha
identidade não precisava mais de mim.
— Você está bem? — Ele perguntou, preocupado. Ele virou-se, então eu
estava entre suas coxas.
Dei de ombros, tentando poupá-lo da profundidade da minha tristeza.
Coloquei um sorriso no meu rosto em seu lugar.
— Eu acho que eles realmente não precisam de mim para ajudar. — Eu
assisti Marie e Cory cuidando dos clientes, mantendo o fluxo indo.
A nova garçonete, Kara, estava misturando bebidas e servindo cerveja, bem
como andando apressada por aí, esperando em clientes. Eu realmente não era
necessária atrás do bar do Mitchell’s Pub. É possível ser expulsa da sua própria vida?
— Taryn, quer sentar? — Mike perguntou, oferecendo sua cadeira.
— Não, obrigado. Você fique aí. — Eu me sentia segura com Ryan ao meu
redor. Mike estava olhando para Marie, completamente extasiado. — Então entendi
que você e Marie fizeram as pazes?
Um sorriso malicioso apareceu em seu rosto e ele concordou.
— Segui os conselhos de Ryan.
Levantei uma sobrancelha, contente pela distração.
— E isso foi?
Ryan riu.
— Calá-la rápido, beijando-a antes que ela tivesse a oportunidade de gritar
comigo.
Eu ri.
— E deu certo?
Marie olhou por cima e sorriu diabolicamente.
— Com certeza no inferno, espero que sim — disse Mike com uma risada.
É claro que eu tinha que encontrar uma desculpa para ficar atrás do bar e
apertá-la para obter respostas.
— Então, vocês fizeram? — Perguntei-lhe em particular, imaginando se ela
se aproveitou do tempo e do espaço quando Ryan me levou para a praia. Fingi estar
ocupada, enquanto observava as fangirls perderem as estribeiras quando perceberam
que Ryan Christensen estava sentado no bar.
Marie torceu a tampa de uma garrafa. Ela parecia tão malditamente culpada
que era patético.
— Não é bem assim. — Ela passou por mim, só para murmurar em seu
retorno: — mas eu sei onde ele estará dormindo esta noite.
A coisa com a fangirl estava divertida, observando-as praticamente caírem
na presença de Ryan. Ryan assinou alguns autógrafos e posou para algumas fotos
rápidas com o telefone celular, mas uma vez que ele permitiu, era como se as
comportas abriram-se. As meninas começaram a fazer fila. Pete tinha acabado de
chegar e era uma espécie de corpo de bloqueio de Ryan enquanto ele ficou no bar,
mas algumas das mais agressivas ainda tentaram chegar até ele.
Ryan empurrou sua cadeira para trás o suficiente para escorregar seu braço
em volta de mim quando saí de trás do bar para defendê-lo. Senti-me estranha,
pendurada como uma protetora enquanto ouvíamos a banda tocando no meu pequeno
palco. Ryan e Pete estavam falando sobre carros desportivos ridiculamente caros
quando notei um loiro-sujo deslizando seu caminho para o bar a poucos passos de
distância. Se Pete tivesse estado na porta, ele não teria conseguido entrar.
Meus ombros tencionaram com raiva que eu tinha que lidar com mais
porcaria.
Com um golpe de seu braço, Marie parou Cory de servi-lo. Mike já estava
em alerta, sentando-se, pronto para empurrar para fora do bar em uma fração de
segundo, se necessário.
Ryan notou.
— O que foi?
— Não sei — Mike murmurou, sem tirar os olhos da situação.
Saí do alcance protetor de Ryan quando Thomas começou a caminhar em
nossa direção, hesitante, como um garotinho prestes a ser repreendido.
— Hey — ele disse, parecendo tão malditamente taciturno. — Vim ver como
você está indo.
— Estou bem. Como você está?
Eu não tinha necessidade de ouvir a resposta de Thomas para saber
exatamente o quão ruim ele estava indo. Seus lábios e olhos amassados com dor.
Matou-me vê-lo desta forma.
— Eu não posso tirar os sons e as imagens da minha cabeça. Eu não sei o
que fazer. — Ele se endireitou quando Pete se aproximou. Thomas estendeu a mão
em sinal de advertência. — Não comece comigo, Herman. Eu não estou no clima.
O peito de Ryan pressionou em minhas costas. Seu antebraço esquerdo
deslizou em meu peito, sua mão alcançando o topo do meu ombro. Eu vi que seria
girada e saí do seu caminho rapidamente. Mike estava ao lado de Ryan em um
instante.
Thomas transformou seu olhar severo em um olhar de ódio. Ryan tinha ideia
de que seu aperto sobre mim era um desafio direto ao Thomas.
— Ah, a estrela de cinema maníaco por controle — Thomas disse com um
sorriso sinistro, focando seus olhos na proteção de Ryan sobre mim.
— Ah, o ex traidor — Ryan respondeu, agarrando-me mais apertado. — O
que precisa?
Thomas rolou a cabeça em seu pescoço.
— Perdi minha irmã, cara. Vim para ver como suas amigas estão se
segurando.
Dei a todos eles um olhar de advertência.
— Ok, chega! Antes que qualquer um de vocês tenha ideias brilhantes, essa
porcaria não vai acontecer no meu bar. Você precisa falar? Nós todos vamos conversar
na cozinha. Você quer ter uma cerveja? Encontre um lugar para sentar.
Ryan respirou audivelmente através de seu nariz significando “eu não penso
assim, porra”.
— Sinto muito pela sua perda, mas posso te dizer que estou cuidando do
que é meu, então você não precisa se preocupar com Taryn. E eu sei que o meu homem
aqui, Mike, está cuidando de Marie. Eu posso apreciar a sua preocupação, mas aqui
não é o mais o seu lugar. Então, o que mais você precisa aqui?
Thomas sorriu, acolhendo o desafio como se fosse seu aniversário e ele havia
ganho o que desejava.
— Ele o seu porta-voz agora? — Ele me perguntou, empurrando a situação.
— Lembro-me de quando estava comigo você tinha suas próprias opiniões sobre as
coisas.
Dei um passo em seu caminho, totalmente consciente de seu hábito de
transformar sua tristeza em uma briga. Ok. Se era uma luta que ele estava
procurando para aliviar seu sofrimento, eu, finalmente, lhe entregaria.
— Isso é porque você me deixou para cuidar de mim mesma o tempo todo,
não se importando com meu bem-estar. — Algo sobre seu ombro chamou minha
atenção. Foi quando vi o primeiro telefone celular apontando em nossa direção. Voltei-
me para Ryan, dizendo em particular: — As pessoas estão começando a tirar fotos
disto.
Ele abaixou-se e sussurrou no meu ouvido:
— Livre-se dele, agora, ou eu vou. — Ele olhou para Thomas. — Eu acho
que é hora de sair. Não há nada aqui para você, cara.
A raiva de Thomas tornou-se óbvia. Suas mãos fechando em punhos não
passaram despercebidas, também. Eu sabia que ele tinha vindo para falar comigo e
tudo o que estava recebendo era merda de caras que ele não conhecia.
Ryan me moveu para o lado dele, então eu estava fora do caminho. Mike
deu, instantaneamente, um passo em frente. Os olhos de Ryan nunca deixaram
Thomas.
— Você sente a necessidade de me sacudir, faça. Nós podemos brincar se
isso fizer você se sentir como um homem.
— Convencido filho de uma puta! — Thomas cuspiu com desdém, rindo
como se o que Ryan tivesse acabado de dizer fosse engraçado. Eu tinha visto ele atuar
assim antes e eu sabia exatamente como iria acabar.
Ryan se manteve firme.
— Tanto faz. Eu já dei e tomei vários socos. Mas eu não vou ser aquele que
vai para a cadeia por agressão grave esta noite, posso dizer-lhe isto.
— Chega. Vocês dois — avisei.
Thomas sorriu de novo, me ignorando.
— Ela vai ficar cansada de você controlá-la, eventualmente. E quando ela
fizer, eu estarei aqui para pegar tudo de volta. Você vê, você pode ter isso agora, mas
eu ainda tenho uma parte dela que você nunca vai ter. Mesmo agora, sei que ainda
consigo chegar até ela. — Thomas inclinou-se mais perto. — E quando você estiver
transando com ela, sei que ela vai estar sempre o comparando a mim.
O corpo de Ryan endureceu e estalei, entrando entre eles antes de Ryan
reagir a sua provocação.
— Pare com isso. Você sabe, por um segundo, eu tive pena de você. Agora
você está sendo um imbecil. Saia do meu pub. Agora!
Mike mudou-se para a frente de Ryan, enquadrando Thomas quando
parecia que ele não estava planejando sair.
— Chega, cara.
— Quem diabos é você? — Thomas zombou.
— Segurança — Mike respondeu calmamente.
— O que você vai fazer? Bater em mim?
Mike estava casual, mas muito ameaçador.
— Se eu tiver. É o meu trabalho te calar antes de você fazer algo
extremamente estúpido.
Thomas olhou para mim.
— Ele está brincando?
Eu sabia que Thomas conseguia lutar, mas Mike teve treinamento de
combate corpo-a-corpo. Não havia dúvida de quem seria o vencedor.
— Eu tive pessoas ameaçando me machucar, Thomas. Sugiro que você não
irrite meu guarda-costas.
Ele se abriu para mim.
— Você tem um guarda-costas? Uau. Está falando sério? Por quê?
— Porque eu tenho o que muitos outros gostariam de ter.
Ryan se moveu ligeiramente, reconhecendo silenciosamente as minhas
palavras.
Thomas zombou de mim.
— Você arriscaria sua vida por ele?
— Absolutamente. Há sempre riscos quando você ama alguém.
O queixo de Ryan inclinou-se um pouco mais, ele ficou mais alto e mais
ameaçador. Ele tinha meu coração e eu tinha o seu e não havia confusão ali. Eu
também estava de costas, sabendo que iria atrás de Thomas, eu mesma, antes de lhe
permitir obter um passo mais perto de Ryan.
— Hã. Bem, quando você se cansar de todas as pessoas tirando a sua foto
e essas merdas, me ligue. A menos que você se transformou em uma escavadora de
ouro mimada, também...
Eu estava tão furiosa, me empurrei na frente de Mike.
Senti o braço de Ryan apertar em volta da minha cintura, me movendo para
o lado e para fora do caminho em uma volta fácil.
— Saia! — Ordenei ao redor do corpo de Ryan enquanto Pete e Mike
bloquearam-no de fazer contato.
Ryan estava vomitando ameaças pontilhadas de palavrões, enquanto Pete
bloqueou Thomas com o corpo. Assim que Thomas voltou-se para a porta, Ryan me
arrastou para a cozinha e direto para as escadas.
Eu queria reclamar, gritar, atirar coisas, talvez até mesmo vomitar, mas em
vez disso, eu assisti Ryan para ver o que ele ia fazer.
— Onde estão as chaves do carro? — Ele perguntou em uma corrida furiosa.
Apontei a mão trêmula para o gancho das chaves. Ele empurrou-as no bolso
das calças jeans e em seguida, agarrou-me pelos meus braços.
— Babe, foco. Ajude-me a embalar umas roupas para você. Vamos sair
daqui.
— Onde? — Perguntei atordoada, me sentindo como se eu tivesse sido
descascada e colada de volta. Eu mal podia ficar em pé, minhas pernas estavam
entorpecidas. Minha certidão de nascimento real... mentiras... Thomas... Ryan
irritado.
Foi tudo muito. Demais.
Ele jogou sua bolsa perto da porta e me tomou pela mão.
— Eu não sei, mas nós saberemos quando chegarmos lá. Nós só precisamos
ir. Mudança de cenário.
Ele bateu em seu telefone ao buscar a minha pequena mala na prateleira no
armário.
— Andrea, hey, Ryan Christensen. Eu preciso de um hotel privado,
repousante, fora do radar, a duas horas de distância da minha casa em Rhode Island.
CAPITULO 14

Fim de semana

— Quem quer que você tenha chamado para reservar isto, precisa de um
aumento.
Ryan abriu as portas francesas para o terraço privado para deixar um pouco
de ar fresco entrar, esticando-se conforme andou em direção à grade. Poderíamos ver
alguns barcos na água. Suas luzes iluminando a escuridão.
Terminamos em Newport em uma pousada de tirar o fôlego na costa. Eu
podia sentir o estresse saindo enquanto guiávamos para uma casa de campo privada
e adorável decorada em tons suaves com um vasto chão de madeira. Uma parede de
janelas com cortinas brancas com vista para o mar.
— Definitivamente um aumento — murmurei, observando a enorme
banheira feita para dois.
Ryan voltou para dentro e apoiou a mão em meu ombro quando ele se
inclinou para ligar a torneira. Foi quando ele começou a me despir que eu me senti
desconfortável. O dia tinha sido muito mentalmente exaustivo para ataque
empolgante de sexo.
— Ryan, eu não estou...
Ele beijou meu ombro e me calei. "Eu sei, baby. Isso não é o ponto deste. "
Ele tirou suas roupas e entrou na banheira em primeiro lugar, estendendo
a mão quando eu entrei. A água quente parecia magnífica e instantaneamente tirou
um pouco da tensão do meu corpo. Descansei minha cabeça em seu peito, desejando
que momentos como estes poderiam ser comuns entre nós e na maior parte, eles
eram.
— Você está bem? — Ele murmurou enquanto fiquei mais confortável com
ele.
Balancei a cabeça. Suas mãos ensaboadas deslizaram para cima e para
baixo em minhas costas, sobre os meus braços, para cima através da tensão do meu
pescoço.
— Bom. Apenas relaxe.
— Você está tão quieto — murmurei depois de um tempo, necessitando
quebrar o silêncio.
— Eu estava pensando em algo que você me disse no primeiro dia que nos
conhecemos. — Ele jorrava água mais quente sobre meu braço, aquecendo a minha
pele exposta.
— Oh?
Ele nos mergulhou mais fundo na água, parecendo preocupado que meus
ombros estavam frios. Eles estavam.
— Eu estava sentado em seu bar e você estava fazendo o seu melhor para
me ignorar.
Lembrei-me de fazer isso, mas não queria admitir. Persegui algumas bolhas
de sabão em torno de seu peito com o dedo.
— Eu não estava.
Ryan me apertou.
— Sim, você estava. Não minta.
— Droga. OK. Talvez só um pouco. Eu estava assustada que você estava
mesmo ali.
Com seus lábios na minha testa, ele disse:
— Eu queria levá-la a falar comigo e perguntei-lhe se você era sempre assim
quieta e você disse algo como “eu tenho certeza que o silêncio e a paz é refrescante”.
— Nossos olhares se encontraram. — Eu só quero que você relaxe e não se preocupe
com as coisas.
E assim, ele estava deixando o meu mundo em paz.
— Quando fecho meus olhos, eu quase posso ignorar tudo isso — eu disse.
— Então, feche os olhos.
— Se fosse assim tão fácil.
Senti seu peito subir e descer, fazendo com que a água ondulasse.
— Sinto muito sobre a coisa com Thomas. Eu...
Ryan levantou meu queixo com a ponta do dedo, fazer contato visual.
— Preciso estar preocupado com isso?
Balancei a cabeça e rapidamente disse:
— Não.
Ele soltou meu queixo.
— Então eu não estou preocupado com isso. Eu meio que esperava, na
verdade.
Olhei de volta para ele.
— Esperou?
Seu cotovelo veio para fora da água e descansou na borda da banheira.
— Tar, você e eu estamos em todos os noticiários. Merda sempre fica
salpicada. Era apenas uma questão de tempo antes que um de seus ex-namorados
tentassem estacar uma reivindicação. Ele não tem qualquer sujeira sobre você, não
é?
Estremeci com o pensamento.
— Acho que não.
Ryan ficou em silêncio por tanto tempo, que pensei que talvez ele tenha
cochilado, mas sua respiração temperada me disse o contrário.
— Então o que mais está ativo em seus pensamentos? — Seus dedos
deslizaram ao longo da minha mandíbula. — Eu não posso ler sua mente, mas eu sei
está há um milhão de milhas por hora, então você tem que me dizer onde sua cabeça
está.
— Minha cabeça ainda está atordoada, lutando com a sensação de que tudo
mudou e ainda, nada mudou.
Sua mão deslizou para baixo no meu traseiro, enrolando a minha perna
sobre a coxa.
— Divagando sobre seu ex?
Eu ouvi o tom diminuto de preocupação na sua pergunta.
— Não. Não divagando. De modo nenhum. Mas estou processando. Ele me
disse que dormiu com aquela menina, porque ele estava bravo que eu deixei ele na
cama para ir ajudar Pete.
Ryan fez um grunhido de escárnio.
— Você está falando sério?
— Sério.
— Que idiota. Sua perda. — Então ele me cutucou com o queixo. — Você
está chateada com isso?
Descansei minha mão em seu ombro largo, sentindo seu coração na minha
bochecha.
— Não. Eu nunca soube por que ele me traiu. Passei tempo demais
pensando que eu não era boa o suficiente.
Sua mão fechou em concha na minha cabeça e ele beijou meu cabelo com
ternura.
— Nunca pense isso.
— É difícil não pensar. Tanto faz. Pelo menos agora eu sei porque ele fez
isso.
Sua bochecha escovou minha testa.
— Então estou feliz que você teve um encerramento. Há muitas mágoas do
passado em nosso caminho. Seu e meu.
Eu tinha que me lembrar que nós dois tínhamos sido traídos por amantes.
— A infidelidade dele me quebrou.
Ele inclinou meu queixo para cima novamente e me beijou.
— Nada que eu não possa resolver. — Ele sorriu suavemente, aquecendo
meu espírito maltratado. Amei este homem tão profundamente, que mal podia contê-
lo, sabendo que ele iria resistir a qualquer tempestade em nosso caminho. Eu
precisava beijá-lo mais do que precisava de qualquer outra coisa no mundo.
Os dentes de Ryan roçaram meu lábio inferior, mas, em seguida, ele puxou
de volta, não se deixando levar, embora, eu podia ver que ele lutou contra seu corpo
para se controlar. Sabendo que ele estava contendo seus impulsos, para cuidar de
mim dessa maneira, era mais do que qualquer presente que ele pudesse me dar.
Descansei no seu peito, satisfeita em saber que ele iria me ajudar a passar pelo que a
vida teria reservado para mim.
Independentemente dos meus sentimentos por Thomas, vê-lo chorar no
funeral de Melanie, emocionalmente me devastou e esses pensamentos sobre sua
morte ainda estavam girando em minha mente.
— Eu não posso acreditar que Melanie se foi. É difícil processar isso.
— Isto é uma merda. Eu tive um bom amigo na escola que morreu em um
acidente de carro. Durante semanas, depois que isso aconteceu, eu poderia jurar que
ouvi sua voz nos corredores. — Ele respirou fundo. — Era para eu sair com ele na
noite em que morreu. Quando eu penso sobre o quão perto eu cheguei de... bem, eu
penso sobre isso, às vezes.
Olhei para ele, grata por poder compartilhar essas coisas.
— Não era a sua hora.
— Sim, eu acho.
— Tem sido alguns anos desde que eu a vi pela última vez. Acho que isso
colocou alguma distância em nossa amizade. E eu sei que Thomas está devastado.
Ele veio à procura de conforto e nós meio que pulamos em cima dele. Sinto-me uma
merda sobre isso, na verdade. Ambos foram uma parte enorme da minha vida por um
monte de anos. Eu não deveria tê-lo tratado tão insensivelmente.
Ryan fungou e eu poderia dizer que ele não concordou.
— Eu sei que vocês dois têm história, mas ele tinha que saber que é aí que
ele fica... no passado. Eu tenho merda suficiente para me preocupar, sem ter que me
preocupar com ele tentando rastejar de volta em sua vida.
Gemi, envolvendo minha coxa sobre a dele.
— Ele não vai rastejar de volta. Você sabe que você não tem nada para se
preocupar.
— Basta ter certeza que continue assim. Ainda assim, ele precisava ouvir
isso de mim. Você deixar um cara entrar e ele vai aproveitar isso.
— Eu diria que você fez seu ponto de vista. Não importa. Ele é história.
Ryan segurou um pouco de água e despejou-a pelo rosto. Eu podia sentir
sua frustração.
— Você está realmente incomodado por ele?
— Não. — Ele suspirou e esfregou a testa.
— Então, o que é?
Ele parecia hesitante.
— Temos outra merda com que nos preocupar.
Segurei seus olhos até que ele quebrou.
— Eu sei que este não é o melhor momento para falar sobre isso, mas quero
mantê-la informada antes de você ouvir isso de alguém.
Fechei os olhos, temendo o que ele tinha a dizer.
— Marla está ameaçando me processar por quebra de contrato.
Na verdade, eu relaxei e dei um suspiro de alívio antes de processar
totalmente suas palavras.
— O que?
— Meu advogado, Len Bainbridge, me ligou ontem. Ele e David estão
trabalhando nisso, mas eu tenho que me arrumar com ela. Sua conta foi de setenta e
cinco mil.
— Você vai pagar isso?
— Eu vou ter que pagar. Mas não até que todos os advogados caros estejam
envolvidos em primeiro lugar.
— Deus, ela é irritante. Eu ainda acho que ela foi a pessoa que vazou o seu
medicamento para ansiedade para a imprensa.
— Eu também acho. Não posso prová-lo, embora, a menos que encontremos
a fonte. Vou mencionar isto com o meu advogado.
— Bem, eu duvido que foi a Trish. Ela tem muito a perder sendo descuidada.
E certamente não foi Mike. Nenhum dos meus amigos sabem, bem, além de Marie.
Sua família não quis falar com a imprensa, de modo que deixa David, Marla, ou a
mulher na farmácia.
— David não quis falar com a imprensa.
— Bem, então o que isso lhe diz?
— Diz que a lista de pessoas que posso confiar acabou de ficar menor.

***

Eu estava me sentindo principalmente descontraída e de bem com o mundo,


quando voltamos para o apartamento no domingo, isso foi até que tivemos de lidar
com as quatro fangirls acampadas na minha porta dos fundos. Fiquei chocada que
estas meninas, em idade de faculdade, não tinham nada mais importante para fazer
com suas vidas do que ficar em um corredor, o dia todo, esperando por um vislumbre
de Ryan.
Ryan, é claro, foi gentil como sempre, assinando porcaria e pousando várias
vezes, até que estavam todas satisfeitas com as imagens que capturaram.
Temos que ir, pensava enquanto subíamos os degraus, tentando falar alto o
suficiente para que não entrássemos em uma situação embaraçosa acontecendo
dentro do meu apartamento.
Mike estava esparramado no sofá, vestindo nada além de um moletom cinza
largo, uma camiseta preta sem mangas e um brilho de bem saciado. Ele parecia um
leão gigante deitado de barriga para cima no sol com as pernas escancaradas,
lambendo suas patas e ventilando suas bolas. Imaginei que Marie estaria enroscada
em torno dele, apreciando sua felicidade pós-coito, mas ela estava na cozinha fazendo
café.
— Vocês parecem descansados — disse ela, sorrindo para nós. Ryan piscou
para ela e levou nossas malas para o nosso quarto.
Peguei um copo do armário.
— Tivemos uma massagem para casais ontem. Eu gostaria de poder
contratar alguém para fazer nada além de esfregar meus ombros todos os dias. Você
parece bem montada e brilhante, também.
— Você sabe. — Marie me deu um high-five. Ela levou uma xícara de café
para o Mike. Ryan tinha os pés em cima da minha mesa de café, parecendo tão
relaxado e feliz como seu companheiro. Os sorrisos lascivos que voaram ao redor da
minha sala de estar estavam bem-humorados. Senti meu corpo aquecer apenas de
pensar sobre o que Ryan fez para mim naquela manhã... e na noite anterior... e após
a massagem para casais ontem.
Pela maneira que Mike olhava para Marie, me perguntei se ele já estava se
apaixonando por ela.
Marie sentou-se no braço do sofá ao lado de Mike. Gostei de vê-lo chegar até
ela com carinhosa familiaridade, como se ele não pudesse esperar para tocá-la
novamente.
— Vocês acham que poderiam me ajudar hoje? — Seus olhos percorreram
cada um de nós. — Eu gostaria de pegar algumas das minhas coisas da minha antiga
casa.
Dentro de uma hora, estávamos todos de pé no jardim da frente de Gary.
Vendo Marie ter que bater em sua própria porta da frente para ter acesso enfureceu-
me. O bastardo realmente teve a audácia de mudar todas as fechaduras da porta.
Gary saiu da casa, fechando a porta atrás de si.
— Deixe-me pegar minhas roupas! — Marie gritou para ele, tremendo de
frustração. As primeiras vezes que ela tentou pedir gentilmente e implorar-lhe para
deixá-la entrar não funcionaram.
Gary tilintou as chaves do carro em suas mãos, bloqueando nossa entrada
na casa.
— Você deveria ter ligado primeiro. Tenho um lugar para ir. Agora não é
uma boa hora.
Marie gemeu alto. Eu sabia como ela se sentia irritada; eu queria sufocar o
idiota eu mesmo.
— Gary, calma — Ryan tentou a abordagem amigável e não ameaçadora
primeiro, acalmando-o. — Vamos só pegar algumas de suas coisas. Apenas suas
roupas e outras coisas e, em seguida, nós vamos sair daqui. Nós não pegaremos
qualquer outra coisa. Você tem a minha palavra.
Gary bufou com escárnio, entrando no caminho de Ryan.
— Foda-se, Ryan. Fique fora da minha casa. Isso tudo é a porra da sua
culpa, sabe. A merda estava bem até que você veio ao redor.
Eu me arrepiei com horror quando Gary disse isso. Como no inferno Ryan
poderia ser responsável pelo fim do seu casamento? Em um instante, Mike alcançou
Ryan, sempre em modo de proteção. Eu podia ver a raiva agitando através dele quando
ele apertou as mãos em punhos. Eu não tinha dúvidas que Mike desejava nivelar Gary
apenas pelo puro prazer disso.
Ryan pareceu tão surpreso como todos nós.
— Minha culpa? Está brincando, né?
Marie aproximou-se da porta.
— O que há de errado com você? Como no inferno alguma coisa disso é
culpa dele? Você está delirante.
Gary zombou dela:
— Oh, foda-se, Marie. Eu estou tão doente e cansado de ouvir como a vida
dele é tão fodida perfeita e a nossa não é. Ryan faz isso e Ryan faz aquilo. É como se
nada que tivesse feito para você fosse bom o suficiente. Então você sabe o quê? Eu só
não dou mais a mínima. Algum outro idiota pode viver com suas expectativas agora.
Tenho pena do próximo cara que aguentar suas merdas.
Meus olhos rapidamente saltaram de Gary até Mike, pegando uma
contração na sua mandíbula pelo tapa verbal de Gary.
Marie pareceu como se ela estivesse prestes a cair de joelhos.
— Eu te odeio — Marie respirou, segurando as lágrimas.
— Que seja — Gary zombou como se ele realmente não importasse mais.
Observar seu casamento de três anos desmoronar foi doloroso. Quão rapidamente as
pessoas vão de felicidade conjugal para olhares assassinos. Meu coração se partiu por
ela.
Ela começou a ir atrás dele, mas Mike agarrou-a pelo pulso. Seus olhos
saltaram de sua mão para o seu rosto, vendo como Mike silenciosamente disse a ela
para parar com um aceno de cabeça.
Gary pareceu ofendido pela intervenção de Mike.
— O que, ela está transando com você agora? Eu sabia! Porra, eu sabia
disso! Quanto tempo, hein? Quanto tempo você está trepando pelas minhas costas,
Marie? Não foi possível pegar a fodida estrela de cinema que você está tão apaixonada,
então você se contentou com sua babá. Essa é boa!
Marie engasgou:
— Seu desgraçado! Você é o único que está fodendo algumas vadias
estúpidas, não eu! Você! Onde está a puta vestindo apenas uma camiseta, hein? Está
lá dentro?"
— A única puta aqui é você — Gary replicou.
— Meu Deus. Não posso acreditar que você acabou de dizer isso. — Eu
queria dar um tapa nele com tanta força, que ele veria estrelas durante dias.
Ryan agarrou meu pulso, me impedindo de ir mais longe através do
gramado.
Mike pisou no caminho de Gary com seu corpo enorme, protetoramente
guiando Marie para atrás das suas costas.
— Cuidado com o que você diz a ela, cara.
Gary olhou para ele.
— Isso não lhe diz respeito.
Fiquei surpresa que Gary estava descarado o suficiente para comprar uma
briga com Mike.
— Marie — Gary latiu, esperando que ela pulasse.
Mike não tirou os olhos de Gary. Ele puxou Marie para trás de novo,
mantendo seu corpo entre os dois.
— Você não fala mais com ela. Você fala comigo agora.
A mão de Gary enrolou em um punho, deixando cair algumas de suas
chaves entre os nós dos dedos.
— Oh, é mesmo?
— Ela não é mais sua preocupação — Mike disse baixo e deliberadamente,
claramente, enviando uma mensagem.
— Você perdeu esse direito quando você a trancou para fora de sua própria
casa. — Mike se manteve firme, olhando para o gesto e questionando o absurdo disso.
— É melhor fazer a primeira contagem da briga, porque isso é tudo o que você vai
conseguir — ele acrescentou.
Gary levou um momento para pensar sobre isso, pesando suas chances.
Como se ele tivesse uma chance no inferno de vencer essa luta.
Ele relutantemente recuou:
— Marie, diga aos seus amigos para sair da porra da minha propriedade ou
chamo a polícia. — Como se para aumentar sua ameaça, ele puxou o celular fora.
— É minha propriedade, também, você sabe — ela argumentou volta.
Mike olhou para ele como se quisesse matá-lo, então se virou e levou Marie
pela mão e puxou-a em direção ao carro, guiando seu corpo na frente de seu.
— Vamos. Vamos embora.
Gary ficou em pé, na frente da garagem, aproveitando seu momento de
vitória.
Subi no banco de trás com Marie e coloquei meu braço em torno do seu
ombro enquanto peguei mais lencinhos.
— Eu o odeio tanto — Marie sussurrou em meio às lágrimas para mim.
— Babe — disse Mike do assento do motorista enquanto ele dirigia pelo
quarteirão — sua casa tem um sistema de segurança?
Babe? Quando no inferno isso começou?
Marie enxugou o rosto.
— Não.
— Gary possui armas?
Meus olhos brilharam em Ryan, que estava olhando para o Mike.
— Sim — respondeu ela — mas todas estão trancadas no cofre de armas.
— Todas? — Mike questionou novamente.
Marie sentou-se.
— Ele costumava manter um revólver na gaveta do criado mudo no nosso
quarto. O resto são rifles de caça.
— E onde é isso?
— O cofre de armas também está no quarto.
Mike assentiu uma vez.
— Você sabe onde ele está indo hoje? Quanto tempo ele vai ficar fora?
Eu ouvi Ryan murmurar alguma coisa. Mike levantou um dedo para ele
esperar. Marie fungou.
— Nenhuma ideia.
Encontrei os olhos de Mike no espelho retrovisor.
— Taryn, direções. Eu preciso de uma loja de ferragens.
Quarenta minutos depois, com o auxílio de um kit de ferramentas pequena,
Mike estacionou na entrada da casa de Marie. E eu pensei que a minha queda pública
em Paris foi um grande negócio; eu só podia imaginar o que "invasão e entrada"
pareceria na primeira página. Senti como se estivesse me sacudindo para fora da
minha pele e, em seguida, talvez lançaria o almoço.
— Pare de se preocupar, Taryn — disse Mike, usando uma das camisas de
Gary para manter suas impressões digitais fora do revólver que ele havia encontrado
na gaveta do criado mudo. Eu o vi descarregá-lo com precisão familiar. — Esta é a
casa de Marie, também. Não há nenhuma ordem jurídica para que ela desocupar.
Apenas ver uma arma próxima ao meu corpo era desesperador o suficiente;
pensando em nós sermos pegos e imagens de Ryan estampadas em todas as revistas
de fofocas, tinham-me avaliando isso como uma ideia muito ruim.
Mike apontou um dedo para Ryan.
— Você, fora. Marie, pegue o que você precisa. Tente ser rápida.
Ele segurou Ryan pelo ombro, guiando-o para a porta.
— Estamos esperando lá fora, fora do limite da propriedade para evitar
acusações de invasão.
Peguei um saco de lixo e, freneticamente, comecei a embalar tudo o que
Marie me disse para pegar, começando com suas roupas.
Seja qual for a merda em que estávamos metidos, estávamos nisso juntos.
— Bem, isso foi divertido — Ryan brincou, sarcasticamente transportando
o último saco de lixo pela porta de trás. — Droga, algo cheira bem.
Mike deu uma grande fungada no ar.
— Droga, sim. Taryn, vá buscar um pouco disso.
Ele me fez rir.
— Eu vou implorar à Tammy para nos preparar o jantar.
Ryan jogou o saco preto de roupa por cima do ombro.
— Convide-os esta noite. Todos nós podemos sair.
Abri a porta do corredor para a cozinha do pub para ver o que Tammy estava
fazendo. Era uma distração bem-vinda para o arrombamento e invasão que tínhamos
acabado de cometer.
— Ei, Tammy. Cheira fantástico aqui.
Ela estava ocupada adicionado ingredientes em sua batedeira de tamanho
industrial.
— Oh, hey, Taryn.
— Eu tive que impedir os caras de quebrarem a porta. O que você está
fazendo que cheira tão gostoso?
Ela apontou para uma prateleira.
— Tortas de cereja, agora. Desculpe, mas eu não tenho quaisquer extras.
Olhei para a prateleira de esfriamento com saudade e convidei ela e Pete
para se juntar a nós no andar de cima para o jantar mais tarde.
Ela limpou as mãos no avental.
— Ei, antes de ir, posso falar com você um minuto? — Tammy pareceu
perturbada quando ela limpou as mãos repetidas vezes em um pano molhado. — Está
tudo bem entre você e Ryan?
Eu não tinha certeza do porquê ela estar perguntando.
— Sim. As coisas estão ótimas. Por quê?
Ela jogou o pano na pia.
— Eu não sei. Basta imaginando sobre a coisa toda com Thomas. Eu percebi
que você poderia estar brigando.
— Não. Nós não estamos brigando. Não há nada para brigar sobre isso.
— Oh. Eu apenas pensei que ele estaria bravo por você abraçar seu ex
daquele jeito. Imaginei que você disse a ele de qualquer maneira.
Senti-me ficar um pouco na defensiva.
— Não havia nada acontecendo entre Thomas e eu. Melanie tem sido uma
amiga minha há anos. Espero que você não pense que eu estava fazendo algo
impróprio.
— Ah, não. Não. Não é isso que eu quis dizer. É só que eu sei como o ciúme
de Ryan é. Eu pensei que talvez ele estivesse bravo e é por isso que veio para cá.
— Não. Ele teve uma pausa nas filmagens por isso ele veio para casa.
— Oh, ok. Então, o que há com Marie? Ela está namorando Mike agora? —
Perguntou ela.
Dei de ombros, me perguntando por que ela não estava perguntando à Marie
estas coisas.
— Não tenho certeza. Eles se gostam. Você sabe que Gary tem uma nova
namorada, certo? — Alguma coisa estava acontecendo. Ela não iria fazer contato
visual comigo.
— Essa coisa toda está nos colocando em uma situação muito embaraçosa
— disse ela. — Quero dizer, Pete e Gary têm sido amigos por um longo tempo e é como
se nós estivéssemos sendo forçados a escolher lados.
Ela, definitivamente, me pegou desprevenida.
— Ninguém está forçando-a a escolher lados, Tammy.
— Bem, sim, eles meio que estão. Vamos nos casar em quatro meses e
ambos estarão na festa de casamento. Pete e Gary são amigos há anos. Não é justo
que teríamos que pedir a ele para não vir. Ninguém parece se importar como isso nos
afeta.
— Tammy, eu não sei o que dizer. É seu casamento. Gary fez uma escolha,
Marie está apenas lidando com isso. Ele simplesmente a trancou para fora de sua
própria maldita casa. Que tipo de homem faz isso?
— Bem, ela está com Mike. Você pode culpá-lo? — Ela cortou.
Eu estava começando a pensar que ela tinha perdido sua maldita mente.
— Como você se sentiria se Pete a trancasse para fora e não deixasse você
pegar qualquer uma de suas coisas?
— Eu não sabia que ele fez isso. Ela tem estado tão ocupada por aqui e não
é como se a gente saísse muito juntas quando você não está por perto.
— Todo mundo está lidando com um monte de coisas. Confie em mim. Eu
não quero que você pense que nós não nos importamos.
— Oh. — Ela virou-se para tirar algo do forno. — Bem, já que Ryan está aqui
agora, você acha que pode perguntar-lhe se ele vai ser o padrinho de casamento ou
não? Quero dizer, ele não disse nada para Pete e ele evitou o assunto na sexta-feira
quando Pete mencionou. Seria bom saber se eu vou ter uma maldita festa de
casamento ou não.
Eu me irritei com sua raiva.
— Sim, claro. Ele tem estado ocupado filmando, então eu tenho certeza que
ele não tem estado evitando tudo de propósito. Vou me certificar de pedir-lhe para
confirmar.
Tammy bufou como se essa resposta não fosse boa o suficiente.
— Tenho certeza que ele está em um ótimo humor desde que seu ex-noivo
tem estado ao redor. Como se ele precisasse dessa porcaria.
Como se eu precisasse dessa porcaria, ou da porcaria dela, agora mesmo,
por tudo o que importa. Eu estava começando a me perguntar se toda esta coisa de
casamento estava transformando Tammy em uma bridezilla. Eu certamente não iria
confrontá-la mesmo que eu quisesse.
— Bem, vou deixar você voltar para o seu negócio. Vou ter certeza de ter
uma resposta para Pete.
Não esperei lhe dar a oportunidade de responder, correndo pela porta e
subindo os degraus como se o chão estivesse em chamas.
A, incrivelmente, bela bunda de Ryan estava cutucando para fora da porta
da geladeira aberta quando o encontrei na minha cozinha.
— Tudo bem?
Passei meus braços em torno de sua cintura, enterrando meu nariz no
decote de sua camiseta.
— Podemos fugir em vez disso?
Ryan riu e esfregou minhas costas.
— Certo. O que causou isso?
— Planejar casamentos, aparentemente, deixa as mulheres loucas. Tenho
certeza de que presas e garras estão crescendo em Tammy.
— Oh. Isso é uma merda. É contagioso?
— Deus, eu espero que não.
Ele sussurrou em meu ouvido:
— Você sempre pode contratar um planejador de casamento para fazer essa
merda para você.
Minha cabeça bateu em seu peito quando ouvi um estrondo e o grito
estridente de Marie por ajuda vir do quarto extra. Encontrei-a cercada por algumas
caixas e um monte de porcaria derramada em torno de seu pé: roupas, livros e uma
série de fitas cassetes de vídeo antigas.
— Desculpe — ela pediu, ainda segurando uma caixa inclinada na prateleira
superior no armário. Eu tive que rir de sua expressão de pânico. — Tentei mover uma
e todas elas desabaram.
Mike pegou a caixa de suas mãos.
— Estas caixas estão cheias ou o quê? — Perguntou Ryan, abrindo uma
delas.
Dobrei uma das blusas velhas da minha mãe e coloquei-a de lado, tentando
limpar o caminho.
— Isso é tudo cartas de fãs das últimas semanas, querido. Você precisa
passar por isso ou temos de jogá-las fora.
Ele parecia atônito e confuso.
— Tudo isso?
— Todas essas caixas. — Marie apontou. — Incluindo calcinha de vadia,
louvores sentimentais e mais ameaças de morte.
Ele se voltou para ela e depois voltou seu olhar de questão em mim.
— Ameaças de morte?
O que eu poderia dizer? Tão doente quanto era, não era nada de novo. Vários
milhares de suas fãs odiavam que ele estava comigo.
Alguma mensagem silenciosa passou entre Ryan e Mike antes de Ryan
amaldiçoar e, em seguida, puxar uma das caixas para a minha sala de estar.
Embalei todos os vídeos, observando que o meu nome estava escrito na
maioria deles. Recordações. Memórias de infância. Memórias que Dan e Jennifer
Mitchell fizeram para mim.
Sem sequer pensar, peguei a caixa de fitas e sentei-me no chão da minha
sala de estar em frente à televisão, pressionando a fita marcada "Quatro de julho 1986
— Taryn 4 anos de idade" no velho videocassete.
Ryan sentou-se na poltrona atrás de mim.
— Olhe para você! Toda, cachinhos dourados!
Sorri para minha tagarelice inocente sobre nadar com a minha boneca
Barbie, empurrando meus óculos de sol grandes no meu nariz beijado pelo sol. Eu
estava com um pequeno de maiô rosa de uma peça, com um peixe azul no quadril.
Ryan apontou por cima do meu ombro.
— Aquele é? Sim, isso é a cabana do seu pai.
Eu vi a familiar garagem de blocos de concreto cinza atrás de mim.
E então eu vi. Como um fantasma dos meus pensamentos mais íntimos, ele
apareceu, saindo da garagem atrás de mim. Alto, magro e desengonçado, andando
com a inclinação atrofiada de um adolescente.
Lá estava ele, capturado para sempre no filme.
O menino com o cabelo preto.
Eu senti como se alguém derramasse gelo em minhas veias.
CAPITULO 15

Descobertas

Olhei para a televisão por tanto tempo que meus olhos doeram. Era como
se ele caminhasse diretamente fora de um dos meus pesadelos e se apresentasse a
mim. Aqui estou eu, aquele que persegue você.
Ryan se moveu atrás de mim depois de dizer a Mike e Marie que
precisávamos de alguns minutos de privacidade. Ele estava sentado no chão,
segurando-me enquanto eu calmamente quebrei novamente.
Eu nem sequer percebi que estava tocando a minha própria boca até que
senti a mão de Ryan suave ao redor do meu pulso.
— Em meus sonhos, ele sempre tem os dentes sangrentos. Apenas sangue
em todos os lugares. Eu nunca… — Era difícil falar.
— É Joe? — Ryan perguntou suavemente.
Balancei a cabeça.
— Eu acho que sim. — Rebobinei a fita e parei para vê-lo na tela, mas a fita
fez linhas irregulares na tela, obscurecendo seu rosto.
Senti os lábios de Ryan e sua respiração no meu pescoço.
— Esta é uma das coisas que fazem você saltar da cama, às vezes?
— Sim. Todo esse tempo, eu não sabia quem ele era. Ele não está em
quaisquer fotos de família. Eu pensei… pensei que ele era alguém que eu inventei.
Ryan escorregou o controle remoto da minha mão e apertou o play
novamente. A fita rolou, principalmente capturando-me a brincar com os brinquedos
de praia em uma piscina de plástico rasa e redonda na grama. De vez em quando, Joe
iria fazer uma aparição, um fantasma no fundo, à espreita, mas sempre mantendo
um olho em direção da câmera. Suponho que, mantendo um olho em mim.
— Eu quero conhecê-lo.
A mão de Ryan patinou no meu rosto, me apoiando em meu apelo.
— Mike pode encontrá-lo se você quiser — disse ele.
Eu pensei sobre isso por um segundo.
— Eu quero que ele queira me conhecer, também. Isso não pode ser
unilateral. Ele tem que querer me conhecer, mas que passou tanto tempo, as pessoas
mudam.
Ryan segurou meu rosto, pressionando um beijo suave nos meus lábios,
mas ele estava distraído com o barulho de passos pesados subindo a escada.
Ouvi a saudação cordial de Pete, quando Marie deixou-os entrar.
Ryan arrastou em volta de mim, pressionando o botão de ejetar.
— Se você mudar de ideia, apenas diga a palavra. Nós podemos contratar
alguém para localizá-lo. Eu vou deixar você decidir se quer compartilhar tudo isso
com eles.
Meu olhar estava trancado na pele apertada de seu corpo, graciosamente
exposta quando a sua camiseta subiu em seu estômago. Foi apenas o choque que eu
precisava.
Pete, instantaneamente, me examinou e sacudiu a cabeça para eu segui-lo
para a sala de jantar, onde ele me encurralou:
— Olhos avermelhados. Inchados. Você está bem?
Nada passava por Pete.
E eu não podia mentir para ele. Dei-lhe um aceno evasivo de cabeça,
enquanto sua boca silenciosamente disse "besteira".
Decidi que terapia de conversa era o que eu precisava.
Puxei uma cadeira e pedi à Tammy para se juntar a nós. Não fazia sentido
ter que me repetir. Depois de uma série de palavras introdutórias, eu disse as duas
palavras que se agitaram como ácido em meu estômago.
— … eu sou adotada.

***

Ryan fechou a porta do quarto e tirou sua camiseta, expondo o corpo que
eu nunca me canso de olhar.
— Você sabe que eu não me importo, certo? — Suas palavras eram tão gentis
como os olhos que me observavam com apreensão.
Passei uma noite discutindo minhas origens com os meus amigos; foi
emocionalmente desgastante.
— Eu sei.
— Não muda nada sobre o que sinto por você. A única coisa que eu quero
saber é se você vai usar o meu último nome quando nos casarmos, o que eu espero
como o inferno que você vá.
Pisquei para ele, processando o que ele disse, e, em seguida, meio que derreti
por dentro.
— Eu tinha essa intenção.
Ele respirou um suspiro contente e me abraçou.
— Obrigado.
Ouvi o barulho da descarga e os baixos murmúrios de Marie e de Mike fora
de nossa porta fechada.
— É estranho ter outras pessoas aqui — murmurou conspiratória.
— Sim, eu sei. Eu amo totalmente o seu apartamento, mas espero que você
saiba que eu não quero viver acima do seu pub pelo resto de nossas vidas.
— Ou ouvir a risadinha de Marie antes do sexo.
— Isso também — ele riu, apalpando meu traseiro. — Você percebe que Mike
e eu não podemos sair daqui até que vocês duas estejam cambaleantes e em chamas,
certo?
Sorri.
— Você deveria fazer uma competição. Ver qual de vocês cai em primeiro
lugar.
Antes que eu pudesse reagir, Ryan me soltou e agarrou a maçaneta.
— A reunião no corredor — ele gritou.
Senti mortificação instantânea.
— Ryan!
— Shiu — Ryan cruzou os braços musculosos, esperando. Deus, eu amava
seus bíceps. Mike saiu da sala, sem a camisa também. Droga, ele era construído como
um linebacker, que passa sua vida em um ginásio, para não mencionar que seu peito
era tão liso como bunda de bebê.
— Duas coisas — Ryan começou levantando os dedos. — Você sai do seu
quarto, por qualquer motivo, você veste algo. Eu não quero ver a bunda de ninguém
que não seja a da minha mulher. Número dois, Taryn sugeriu que fizéssemos uma
aposta sobre as festividades desta noite.
— Ryan!
Ele me empurrou para trás com as pontas dos dedos.
— Shiu.
Mike segurou uma mão no batente da porta.
— Aposta?
— O primeiro homem a cair.
Os olhos de Mike vieram para mim uma vez, rapidamente.
— Interessante. Estou dentro. Tempo ou quantidade? — Ele perguntou,
casualmente, como se estivessem discutindo o tempo.
— Que horas é o nosso voo, de novo?
— 11:45min. Sairemos às nove — a voz profunda de Mike retumbou.
— Tempo. Nós podemos dormir no avião.
— Concordo. Aposta?
— Duas notas de cem?
— Parece justo. As mulheres marcam o tempo?
— Sim — Ryan brincou. — O tempo será escrito por isso não haverá trapaça.
— Mais alguma coisa? — Perguntou Mike.
— Não.
— Que horas são?
Ryan inclinou-se ao redor para ver o meu despertador.
— 23:10min
Eu vi quando eles apertaram as mãos.
— Boa noite — disse Mike com um aceno.
— Você também, cara. — Ryan bateu em seu ombro e, em seguida, trancou
nossa porta do quarto.
Eu e minha boca grande.
O olhar lascivo que Ryan me deu, instantaneamente, fez meu coração bater
mais rápido, me aquecendo em todos os lugares certos, efetivamente me distraindo
de todos os meus problemas. Eu era o coelho e ele era o lobo faminto e era óbvio que
eu estava prestes a ser comida viva. Talvez esta não foi uma sugestão estúpida depois
de tudo.
Ele andou com um propósito, espreitando para o meu lado da cama.
O jogo começou.

***

Meu despertador tocou às oito horas. Eu queria jogá-lo contra a parede e


esmagá-lo em pedaços. O braço de Ryan estava prendendo-me na cama e ele estava
apagado. Mesmo o alarme estridente não mexeu com ele.
Ouvi o chuveiro ligar assim que apertei o botão de soneca, mais uma vez,
antes de arrastar a minha bunda para a cozinha para fazer os caras algum café da
manhã.
Marie veio cambaleando, esfregando um olho e murmurando algo que soou
como "manhã".
— Você escreveu o seu tempo?
— Não. — Ela se esticou. — Porra, meu corpo dói.
Meu corpo dói, também. Eu podia sentir a dor em meus quadris.
— Sim.
Ela pegou um envelope de papel do balcão, rasgou-o ao meio e pegou uma
caneta.
— Esta merda era realmente sua ideia?
Tirei quatro canecas de café do armário.
— Eu disse isso como uma piada.
— Foi brilhante. — Ela empurrou o envelope rasgado e a caneta na minha
direção. — Mas acho que ele quebrou minha vagina.
Cuspi um pouco de café, depois disso, manchando o meu pedaço do
envelope. Anotei a última vez que olhei para o relógio: 04:50min.
Marie tinha escrito 05:10.
— Parece que Ryan deve duzentos dólares — murmurei.
Mike entrou todo fresco e parecendo poderoso em um par de jeans
desgastados e uma camiseta cinza que abraçou cada curva muscular.
— Bom dia, senhoras. Quem ganhou? — Ele passou a mão carinhosamente
sobre o ombro de Marie.
— Você. — Ela sorriu para ele.
Ele sorriu e beijou-a como se eles estivessem juntos há anos. Eu não perdi
a mão possessivamente apalpando a bochecha da bunda dela, tampouco. Isso me fez
sorrir.
— Pague, baixinho — ele brincou com Ryan, quando ele entrou na cozinha.
Ryan fez um gesto para os resultados.
— Eu perdi por vinte minutos? — Ele gemeu e jogou os papéis em cima do
balcão. — Isso é besteira.
Derramei uma xícara de café para ele.
— Desculpe, querido.
— Vinte malditos minutos. — Ele se elevou sobre mim, dando-me o olhar
malvado. — Você me fez parar, também.
— Desculpa. Eu estava feita. Você quer que eu pague a metade?
— Não — ele resmungou, franzindo o cenho para mim, fazendo-me
questionar se ele estava realmente chateado. — Deixa comigo. Mas você me deve e eu
vou cobrar.
Segui-o para o quarto, preocupada.
— Você está realmente com raiva de mim?
Ele sorriu.
— Não, querida. Estou apenas provocando. Eu estava cansado e exausto
também. Está bem... até que eu recolha o que você me deve. — Ele me bateu duro no
traseiro.
Respirei fundo, imaginando-o recolhendo o que devo. Eu odiava assistir
Ryan fazer as malas. Ele estava sempre em movimento.
Como dois sacos tristes, Marie e eu os abraçamos e beijamos em despedida
em minha sala de estar. Marie parecia tão desesperada e relutante em deixá-los ir
como eu. Ficamos ali por um momento, depois que a porta se fechou atrás deles,
olhando para o outro em silêncio, nos sentindo vazias.
— Essa foi a melhor noite da minha vida — ela soltou. — Obrigado por isso.
— Eu ouvi você gritar algumas vezes.
Marie revirou os olhos, envergonhada.
— Eu ouvi você, também.
Nós demos um ao outro um high-five, apenas porque sim.
Ela bocejou.
— Bem, eu não sei quanto a você, mas eu estou levando minha vagina
quebrada de volta para a cama. — Eu a vi andar engraçado, andando como a "Eu fui
fodida duramente" arrogante pelo corredor.
Cambaleei atrás dela, sentindo os ecos das dores em meus próprios quadris
doloridos e coxas.
— Sim. Eu também.
Arrastei meu corpo dolorido em minha cama fria e vazia, pensando no
quanto dormir sem Ryan era uma merda.

***

Poucos dias depois, eu estava no Skype com Ryan quando a separação me


bateu duro.
— Eu odeio ficar longe de você.
Ele inclinou a cabeça, me estudando.
— Você não tem que ficar, você sabe.
Puxei meus dedos para trás, como se suas palavras tivessem me mordido.
— Eu sei.
Ele me olhou por um momento antes de voltar sua atenção para os
documentos na mão.
— Venda. Liberte-se.
Por mais que eu tivesse pensado nisso, haviam várias razões pelas quais eu
não podia.
— Eu não posso. Marie e Tammy confiam em mim sobre este lugar. Eu não
posso ferrar meus amigos assim. Além disso, eu preciso trabalhar, Ryan. Eu não sou
boa em não fazer nada ou fazer compras todos os dias.
— Eu preciso de você para gerenciar a minha vida — ele disse simplesmente.
— Você simplesmente não quer lidar com a sua mãe — provoquei.
Ele coçou a cabeça, distraído e aparentemente frustrado.
— Isso também.
Eu fiz uma careta com sua falta de atenção, que me fez tocar o dedo sobre
a imagem de seu rosto, como se isso fosse fazer o truque.
Ele finalmente olhou para cima.
— Escute: festas, reuniões de família, feriados, férias, toda essa coisa
pessoal é seu domínio, Taryn. Ela quer jogar uma festa de noivado para nós, beleza.
Trabalhe isso, feche as datas e coloque-as no calendário e então, quando você tiver
terminado com tudo, explique para mim onde estes números estão em minhas
declarações de investimento, porque não consigo descobrir como eu poderia perder
tanto em um trimestre.
Essa era fácil.
— Seu contador é uma porcaria. O dinheiro tem de ser gerenciado, não ficar
descansando em uma lata de café até que você tenha contas para pagar. Ele deveria
estar fazendo investimentos mais estratégicos para você.
— Bem, então, você precisa corrigir isso. Eu estou adicionando essa merda
a seus deveres de esposa. Você se sentindo confortável e você querendo controlá-lo,
eu vou demiti-lo. É simples assim.
Tão bom quanto isso me fez sentir, parte de mim estava assustada que eu
poderia estragar tudo. O fato de que ele confiava em mim com seus milhões era
humilhante.
— Se você me quer.
Ele foi todo “negócios”, ainda revisando os documentos.
— Eu quero você, a partir de agora. Estou enviando os arquivos para você.
Vamos fazer essa merda esticar, porque não gostei de perder cinco malditos dígitos
nas flutuações do mercado.
Eu poderia fazer isso.
— Ok. Aliás, você nunca vai me dar meu cartão de débito de volta?
Ele não se preocupou em olhar para cima, simplesmente disse:
— Não. E não pergunte novamente.
Fui surpreendida por seu abrupto e autoritário.
— Eu parecia lembrar-lhe a punição ameaçadora se eu tentasse roubá-lo de
volta.
Isso chamou sua atenção.
— Você está me desafiando?
Vale a pena considerar.
— Talvez.
Seus olhos aqueceram com o desafio.
— Apenas certifique-se que sua bunda linda está em um avião na terça-
feira. Eu vou lidar com você, então.
— Trish está me levando para comprar um vestido e então organizei um
jantar para nós com Cal e Kelly na quarta-feira.
Assisti a dica de um sorriso se espalhar em seus lábios. Eu sabia que
agradava a ele que eu estava fazendo laços dentro de seu círculo de amigos famosos.
— Bom. Muito bom. Eles vão estar no MTV Movie Awards, também. Você
está nervosa?
Esta seria a minha primeira premiação de sempre. Eu realmente não tinha
verificado os meus nervos com tudo que estava acontecendo. Ryan olhou por cima do
ombro. Foi quando eu vi a cabeça de Mike aparecer no fundo.
— Os problemas foram contidos — Mike murmurou. — Dez minutos.
— Ok, obrigado. — Ryan se virou para mim. — Você ainda voará de volta
comigo para Vancouver na quinta-feira?
— O que está acontecendo lá? Que problema?
Eu podia vê-lo tentando decidir se queria ou não compartilhar.
— Algumas fãs, excessivamente, entusiasmadas ficaram no set. Elas se
misturaram com alguns dos extras. Tivemos de fazer uma pausa das filmagens para
resolver tudo isso.
Minha pele se arrepiou.
— Você está em perigo?
— Não.
Por alguma razão não acreditei nele.
— Você me diria se você estivesse?
Meus olhos encontraram com os dele na tela.
— Eu não estou em perigo, querida. Eu não preciso que você se preocupe
por nada.
Eu estava prestes a discutir quando Marie entrou, carregando um enorme
buquê de rosas vermelhas em um vaso de cristal claro.
— Alguém recebeu flores. — Ela sorriu para mim. Eu sorri largamente para
ele, profundamente tocada que ele faria algo tão doce.
— Ryan! Deus, elas são lindas. — Enfiei meu nariz em uma das flores
abertas, saboreando o cheiro fresco. — Obrigado.
Ele pareceu confuso, então chateado.
— Eu gostaria de levar o crédito, mas eu não lhe enviei flores. Quem diabos
está enviando-lhe flores?
Abri a carta e a li em voz alta:
Querida Taryn,
Eu sei que você não me conhece, mas eu sou um grande fã e espero que estas
flores iluminem seu dia. Pensei que isso poderia encorajá-la também... "Para eu saber
os planos que tenho para você", declara o Senhor, "planos de prosperidade e de não a
machucar, planos para vos dar esperança e um futuro." Tenha um maravilhoso dia,
linda senhora!
Jeremy
De repente, me senti doente. O olhar assassino de Ryan foi o suficiente para
me fazer empalidecer.
— Você não sai de casa sem um acompanhante. Sempre. Entendeu? — Ele
gritou por cima do ombro para Mike.
— Eu não posso viver com medo, Ryan — murmurei, irritada que meu
esquecimento outrora pacífico estava, agora, complicado por psicopatas e certidões
de nascimento desconhecidas. Empurrei o vaso para o lado como se fosse uma
bomba-relógio.
Eu sabia que ele estava com raiva; isso estava evidente.
— A merda está chegando a sua casa, Taryn. À sua maldita porta. — Ele
ligou para alguém em seu telefone e, segundos depois, Mike correu para o trailer de
Ryan.
Após informá-lo, Ryan perguntou por Marie. Ele a fez ler o cartão, em voz
alta.
— Ela não sai sem alguém a seu lado sempre.
Eu estava louca, enojada. As flores estúpidas, isolando-me em minha
própria casa, fazendo-me sentir como se eu fosse uma prisioneira.

***

Eu estava ao telefone com Andrea, que trabalha para a agente de Ryan,


passando os meus planos de viagem para L.A. para o MTV Movie Awards na próxima
semana, quando alguém bateu na porta do apartamento, me assustando até a morte.
Fiquei aliviada ao ouvir a voz de Tammy respondendo. Abri a porta para vê-
la ali, visivelmente abalada. Eu tinha a ouvido na cozinha, mas era quase meio-dia,
então eu não tinha ideia do que tinha a deixado tão frenética.
— Eles levaram Pete para o hospital — ela soluçou. — Ele me deixou esta
manhã, então não tenho um carro.
Gritei para Marie e peguei minha bolsa e as chaves.
— Ele caiu de um telhado. Isso é tudo que eu sei — disse Tammy conforme
corremos para o beco até o meu carro.
Marie me deu um olhar preocupado, sabendo que eu estava violando a
ordem direta de Ryan.
— Ele me disse para eu não sair sozinha. Ele não especificou com quem. —
Eu realmente não me preocupei com a minha segurança; eu estava mais preocupada
com Pete.
Tammy saltou no banco da frente.
— O que está acontecendo?
Marie subiu na traseira.
— Oh, nada. Apenas os habituais malucos perseguindo Taryn. Alguém
enviou rosas a ela ontem.
Eu não queria pensar sobre isso por muito tempo ou então eu estaria
inclinada a correr e me esconder no meu armário com o taco de beisebol.
— Não é nada. Apenas flores.
— É assustador como a merda — Marie murmurou.
Dirigi tão rápido quanto poderia para a sala de emergência, sabendo que
Tammy estava fora de si. Estávamos todas repletas de preocupação. Nós três
invadimos as portas automáticas no St. Luke e a grande sala de espera.
Eu vi a cor drenar do rosto de Tammy, quando a menina atrás do balcão
perguntou se Tammy era da família íntima. Seu medo pelo desconhecido, pensando o
pior, espelhado ao meu.
— Vá. — Dei ao cotovelo de Tammy um empurrão para ela seguir a
enfermeira. Marie e eu achamos um canto vazio na sala de espera.
— Deus, eu espero que ele esteja bem — Marie proferiu, percorrendo a tela
do seu celular.
Enfiei as chaves na minha bolsa, empurrando de volta minha preocupação
por Pete. Espero que ouviríamos algo em breve.
— Você falou com Tammy esta manhã?
Ela balançou a cabeça e se concentrou em seu telefone.
— O que eu devo dizer a ela? Suponho que vou despedir-me de estar no
casamento, uma vez que Gary parece estar teimando em ser o padrinho. Sabe o que
me irrita? Ele odeia casamentos. Nós, quase não nos casamos, porque ele não queria
um grande casamento. Você se lembra disso? Ele está fazendo essa porcaria por
despeito. Sei isso. Eu não sei o que já vi nele.
— Não importa muito agora, não é? — Acenei para os seus polegares,
ocupados, enviando textos para Mike novamente.
Marie deu um sorriso irônico e fechou seu telefone.
— Ele é incrível. Estou tentando não estragar isso.
Olhei para o Weather Channel na televisão na sala de espera.
— Eu gostaria que você pudesse ir comigo para L. A.
— Sim, eu também. Odeio que você está fazendo toda essa viagem ao mundo
sem mim. — Seus olhos vieram para mim. — Sinto falta dele.
Eu podia ouvir o anseio em sua voz.
— Posso te perguntar uma coisa?
Ela encontrou meu olhar.
— Quais são seus pensamentos sobre gerenciar o bar em tempo integral?
Ela olhou para longe, balançando a cabeça como se ela não gostasse da
ideia.
— Você sabe, se tivesse me perguntado isso há cinco meses, eu teria
aproveitado a chance. Agora? — Marie encolheu os ombros. — Eu nunca pensei que
estaria com vinte e oito anos e passando por um divórcio. Às vezes, eu quero correr
desta cidade e nunca olhar para trás.
— Conheço o sentimento.
— Além de você e meu pai não há muito mais me segurando aqui.
Balancei a cabeça.
— Você e aquele bar são as únicas coisas mantendo-me aqui — eu disse. —
Eu não posso... eu não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo e eu,
definitivamente, sei que não seria capaz de confiar o pub para qualquer um. E você e
Tammy... eu não posso vendê-lo. Eu não vou fazer isso com você.
— Você não pode se preocupar conosco. Você tem que fazer o que é certo
para você. — Ela ficou em silêncio por um momento. — Precisaríamos contratar mais
pessoal para substituí-la. Você sabe que eu posso gerenciar o pub, mas,
honestamente, Tar, não tenho certeza se quero mais. Eu tenho pensado muito, me
perguntando o que eu vou fazer a seguir.
Eu sabia exatamente como ela se sentia. Eu e ela tínhamos caído em uma
rotina, onde manter o bar funcionando depois do meu pai morrer, era quase como
uma obrigação moral.
— O que você quer fazer? — Perguntei.
Ela parecia relutante em compartilhar.
— Bem, Mike mencionou que há uma enorme demanda por guarda-costas
do sexo feminino. Um monte de celebridades está usando mulheres em sua equipe de
segurança agora. Eu não sei. Eu teria que aprender autodefesa e fazer algum
treinamento com armas primeiro, mas... ele está tentando me convencer a tentar.
— Isso é algo que você estaria interessada em fazer?
— Bem, parece realmente intrigante e ele está mesmo disposto a treinar-me,
então... Gary disse que eu era uma cadela; poderia muito bem ser paga para ser uma
profissional.
Surpreendentemente, eu não estava demasiado atordoada. Marie era ágil,
mas feroz no seu núcleo. O que me surpreendeu foi seu fogo recém-descoberto para
fazer algo completamente diferente.
— Você poderia ser minha guarda-costas — Provoquei de brincadeira, mas
como eu disse, pensei sobre o quão legal seria se ela fosse.
— Bem, sim. Eu estava realmente pensando nisso. Você parece atrair um
lote inteiro de malucos.
Nós duas rimos daquilo até a constatação de que eu não tinha habilidades
de defesa.
— Eu não sei se Mike e eu temos um futuro — continuou ela, se esquivando
— mas com ou sem ele, há muito mais mundo para ver do que apenas o interior do
pub. Você está viajando e vendo lugares, Mike tem estado em todo o maldito mundo...
eu só quero... mais. Esta coisa com Gary? Tem estado em preparação por um longo
tempo. E agora... bem, eu só quero superar minhas perdas e seguir em frente.
Eu vi o desejo em seus olhos e desejei que ela tivesse estado comigo em
Paris; nada dessa bobagem constrangedora teria dado errado se ela tivesse estado
comigo.
— Você está considerando seriamente?
Ela assentiu e, em seguida, seus ombros caíram.
— Acho que eu seria muito boa nisso. Mas não importa o que eu quero. Há
cursos que eu teria que fazer e Mike me disse sobre esse programa de certificação, de
quatro semanas, que um amigo dele ministra. O problema é que eu não tenho o
dinheiro ou o tempo. E a última coisa que eu quero é que Mike me veja como uma
profissional grudenta.
Eu vou vender o bar antes de deixá-la desistir da esperança. Fomos ao
inferno e voltamos e eu daria qualquer coisa para vê-la feliz novamente. Peguei meu
telefone e liguei para Mike. Ele respondeu no terceiro toque.
Marie ainda estava olhando para mim quando desliguei.
— Eu não posso acreditar que você fez isso.
Tentei acalmá-la com o mesmo olhar de censura.
— Você quer sair de Seaport ou não?
— Sim, mas você apenas jogou isso sobre ele. Claro que ele não iria dizer
não. Ele vai pensar que eu sou uma maluca.
Sua boca se fechou quando sorri para ela.
— Ele estava muito entusiasmado por isso, pare de se preocupar. — Mandei
uma mensagem para Ryan, dizendo-lhe que Pete estava no hospital. — Além disso, o
homem te pregou por seis horas seguidas. Tenho certeza de que lhe permite pedir um
favor ou dois.
— Isso era apenas sexo — ela murmurou. — Eu não estou lendo nada nisso.
— Eu não penso assim. Ele está afetado.
Ela torceu os lábios às minhas palavras.
— Eu tive caras afetados antes. Isso nunca dura. Assim que chega em suas
calças é apenas uma questão de tempo até que a novidade desgasta. Na verdade,
estou surpresa que já não tenha acontecido. Ele vai dormir com algumas outras
meninas em breve e então vou ser uma memória distante, então eu não estou criando
esperanças.
Eu fiz uma careta para suas dúvidas, mas eu totalmente sabia como ela se
sentia.
— E o que acontece quando Ryan não precisava mais dele? Ele terá que
encontrar outros clientes. Ele não pode arrastar sua namorada por aí em uma mala...
bem, a menos que ele compre uma daquelas infláveis, embora eu duvido que ele faria
com as plásticas.
Eu ri.
— Ele é um maldito homem bonito.
— Ele é. Parece ainda melhor nu. — Ela sorriu.
— Ele está estranho ou qualquer coisa desde então? Você parece feliz, então
eu acho que ele não se transformou em um idiota flamejante ainda.
— Não. — Ela riu modestamente. — Ele tem sido super doce. Quase bom
demais para ser verdade, às vezes.
— Ele te liga o tempo todo.
Ela estava radiante com aquele olhar de amor sonhador.
— Eu sei.
Li a resposta de Ryan, me pedindo para informá-lo, uma vez que eu soubesse
a condição de Pete. — Então, acabe com suas preocupações.
Ela bufou.
— Mas então você estará amarrada.
— Eu não estarei amarrada. Tudo vai dar certo.
Eu, praticamente, saltei da cadeira quando Tammy veio através das portas
duplas. Seu rosto estava pálido e preocupado.
— Ele está...? — Comecei não tendo certeza do que perguntar. Entreguei um
lenço para ela.
Sua mão tremia quando ela empurrou o cabelo atrás da orelha.
— Ele está acordado, mas ele se machucou bastante. Ele acabou de fazer
uma ressonância magnética e agora eles estão levando-o para os raios-X. Ele tem um
grande galo na testa. Seu braço esquerdo está definitivamente quebrado e seu joelho
e tornozelo estão todos inchados. O médico quer se certificar de que ele não tenha
qualquer hemorragia interna ou inchaço desde que ele bateu com a cabeça. Eles
disseram que ele ficou inconsciente por um tempo no local de trabalho.
Envolvi meu braço em torno de suas costas, guiando-a a sentar-se por um
momento.
— O que aconteceu?
Tammy limpou os cantos dos olhos.
— Aparentemente, ele estava carregando um pacote de telhas e escorregou.
Ele caiu de 2,5 metros.
Marie pegou a caixa de lenços que estava sobre a mesa na sala de espera e
tomou o assento ao lado dela.
— Ele vai ficar bem. Ele é forte.
Demorou cerca de uma hora, mas fiquei aliviada quando, finalmente, fomos
capazes de visitá-lo. Eu quase quis chorar ao vê-lo enfaixado com um grande e branco
gesso em seu braço. Pete me deu um sorriso fraco, como se estivesse envergonhado.
Enfiei minha mão na sua e ele apertou meus dedos enquanto eu tentava não pensar
sobre o quão ruim este dia poderia ter sido.
O grande caroço roxo em sua testa e alguns cortes perto de seu olho eram
lembranças assustadoras de como as coisas poderiam ter virado de ossos quebrados
à tragédia.
CAPÍTULO 16

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Subi no grande Suburban, negro que tinha sido escolhido para nos levar
para o MTV Movie Awards; eu estava segurando a borda do meu vestido, com uma
fenda na coxa, para que eu não piscasse minha calcinha acidentalmente.
Pensamentos de meus amigos, da lenta recuperação do Pete e que eu não
estava lá para ajudar, estavam comigo mesmo que meus amigos estavam a milhares
de milhas de distância, do outro lado dos Estado.
Sentei-me rapidamente no único assento, livrando-me dos meus stilletos
para fazer a subida ao banco de trás do assento mais fácil, socando o crescente o
nervosismo brotando de antecipação. Ryan subiu atrás de mim, parecendo
devastadoramente lindo. Ele estava usando calça jeans preta ajustada, uma camiseta
preta de gola V, um blazer cinza e sua cara de jogo. O perfume de sua colônia era o
suficiente para me fazer querer deixá-lo nu e acariciar seu pescoço por algumas horas.
Ele olhou de soslaio para mim, sorrindo com os lábios molhados que
conheciam os meus segredos, lembrando-me de que tudo isso de puxa-saco de
celebridade, ordenas a gestão da equipe, fãs agradáveis excitadas vinham com o jogo.
— O quê? — A pergunta saiu como um ronronar baixo, com fome.
Tudo o que eu podia fazer era sorrir e manter a esmagadora loucura em
perspectiva. Acariciar sua nudez viria mais tarde. Mordi o lábio inferior, pensando em
rolar minha língua sobre todos os seus locais secretos. Minha boca estava realmente
aguada só em pensar nisso. Seus olhos escureceram.
— Eu gosto da forma como a sua mente funciona. Você pode segurar esse
pensamento por algumas horas?
Mike limpou a garganta e por sua pequena risada privada eu poderia dizer
que não estávamos discretos o suficiente.
David sentou na minha frente, brincando com seu Rolex de novo, passando
por cima dos detalhes de nossa noite. Trish sentou-se no único assento na frente de
Ryan, revendo alguns papéis e, então, dando ao Ryan o resumo do que era esperado
na nossa chegada.
Eu poderia dizer pelo seu olhar preocupado, que ele estava mais preocupado
comigo do que com outra aparição pública.
Inclinando a cabeça para mim, ele suavemente perguntou:
— Você está bem?
Minha mente inicialmente gritou "inferno, não" depois de ver as multidões
reunidas. Ao invés disso, assenti rapidamente, dando-lhe meu sorriso mais seguro.
— Ah, com certeza! Isto é chapéu velho — brinquei. Senti o calor de sua mão
quando seus dedos entrelaçaram com os meus.
Ryan me deu um puxão e seu sorriso marca registrada de espertinho,
encontrando humor na minha resposta.
— Chapéu velho. Pretensioso. Amo isso.
Isso ainda não aliviou o estrangulamento de excitação nervosa, torcendo
meu estômago conforme desaceleramos na linha de carros que depositavam outras
celebridades participantes.
Mike, David e Trish saíram do carro em primeiro lugar e fecharam as portas.
Ryan e eu deslizamos para o assento do meio perto das portas, onde coloquei meus
sapatos de volta, esperando a nossa deixa para sair.
Mike não nos deixaria sair até que a nossa outra escolta de segurança
estivesse presente e ele teria a oportunidade de fazer uma varredura da cena. Eu sabia
o que fazer: ficar em formação, manter-me em movimento. Mike estaria sempre
posicionado atrás de Ryan em seu lado direito.
Ryan estava agitado pelo grande número de pessoas zanzando.
— Eu não estou falando a qualquer imprensa. — Ele resmungou um
lembrete baixo à Trish quando Mike abriu a porta.
Mal seu dedo do pé tocou o chão, as pessoas começaram a gritar e gritar
para chamar sua atenção. Foi muito reconfortante quando ele se virou para me levar
pela mão; eu sabia que iríamos como uma equipe.
— Iremos à esquerda para as fotografias da imprensa — Trish aconselhou,
dirigindo-nos em direção a uma enorme parede com o logotipo da MTV e o ano
impressos em um padrão de repetição.
Queria soltar sua mão para que eu não tivesse que posar para as fotos. Isto
não era sobre eu estar aqui; eu tinha chegado a um acordo com isso. Isso era tudo
sobre as celebridades fazendo uma aparição que levava a multidão frenética mais
próxima à loucura. Ryan vacilou um pouco, sem saber, primeiramente, o que se
esperava dele.
Havia sempre alguém instruindo, guiando, dizendo-lhe para ir lá, ficar aqui,
a cabeça nessa direção. Não importa quantas vezes ele tenha feito isso antes, eu podia
ver através da sua fachada que ele estava nervoso.
Eu o vi respirar profundamente e endurecer seus ombros. Em um instante,
meu humilde amante se transformou na estrela de cinema reverenciada da lista A.
Ele posou seu corpo com confiança poderosa, deu seu sorriso assinatura e escorria
sua sensualidade natural que era tão graciosamente capturada em milhares de fotos.
Era difícil não estar admirada por ele.
Garimpei toda a entrada lotada, o início do tapete vermelho, procurando por
rostos familiares, por perigo, para maior clareza em meio ao caos. Fiquei para trás,
enquanto Ryan posava na frente da parede para a multidão de fotógrafos. Ele foi
movido pela parede no que parecia 1,5 metro de incrementos, enquanto os fotógrafos
gritaram para ele virar em suas direções. Quando ele chegou ao final da parede, eu
podia ver o brilho formando em seus os olhos enquanto durou flash depois de flash.
Ele estendeu a mão para mim, reclamando seu agarre.
— Nós tem... — David começou, mas Ryan o interrompeu, puxando-me de
volta para o espaço que ele tinha acabado de desocupar na parede. Sua mão deslizou
em minhas costelas, me puxando ao seu lado, onde me encaixei perfeitamente,
posando-nos para as câmeras.
Meus nervos estavam vibrando com empolgação enquanto armei meu
melhor sorriso para eles, por ele.
— Estamos fantásticos, querida — ele sussurrou perto da minha orelha,
brincando com um sotaque engraçado para aliviar a situação. Senti-me relaxar um
pouco mais, sabendo que eu estava exatamente onde eu deveria estar, apoiando meu
futuro marido.
Após a sessão de fotos pré-requisitadas, nossa comitiva apressou-nos pelo
tapete vermelho padrão, evitando todos os microfones, de cada meio de comunicação
imaginável, que inclinavam por cima das barreiras, enquanto outros atores e atrizes,
menos conhecidos, estavam aproveitando a atenção. Ryan estava programado ser
entrevistado nos bastidores, onde ele iria falar e falar.
Fomos levados para uma seção aberta no concreto ao ar livre, onde avistei
Suzanne Strass, co-estrela de Ryan nos filmes Seaside. Ela estava conversando com
um homem e uma outra mulher quando ela me viu; seu sorriso desvaneceu-se
rapidamente quando ela me olhou de cima a baixo, como se eu tivesse a ofendido,
fazendo uma aparição aqui.
Chame de instinto, mas algo dentro de mim me fez torcer o diamante enorme
no meu dedo, minha maneira silenciosa de dizer a ela para ir se ferrar.
Eu sabia que eles iriam apresentar uma prévia do segundo filme Seaside
esta noite para saltar até a estreia pendente, para não mencionar que ele e Suzanne
estavam aqui para vários prêmios. Ela não era uma ameaça, tanto quanto ela era um
espinho no meu lado. Eu nunca a perdoei pelo problema que ela causou quando Ryan
e eu ficamos juntos, sua língua convincente inventando histórias, levando-me a
acreditar que eu era apenas uma conquista tola dele. Eu teria que lidar com ela
algumas centenas de vezes mais, uma vez que Ryan tinha mais um filme e duas festas
de imprensa para percorrer antes de ser livrar da franquia. Eu não queria nem pensar
em todas as entrevistas e fotos para revistas que ainda viriam.
Antes que eu percebesse, Suzanne estava ao lado de Ryan, fingindo provocá-
lo à sua maneira lúdica com socos simulados.
— Ei estranho — disse ela em uma risadinha. Ryan deu-lhe o abraço
distante obrigatório, mas isto foi o alcance. Ela se inclinou e me deu um abraço de
ombro rápido como se fôssemos amigas há muito perdidas que possivelmente jogamos
momentos fora por esfaquear a outra nas costas. — É tão bom ver você.
Fiquei chocada com o seu gesto ostensivo, mas fui casual.
— É bom ver você, também. Como tem passado? — Achei que era bom o
suficiente. Eu podia ver que ela estava se esforçando para ser educada tanto quanto
eu.
Suzanne ficou animada, exibindo a exaustão de uma óbvia carreira
movimentada.
— Eu não tinha literalmente nenhum tempo até mesmo para me preparar
para isso. Eu só voei de Nova York esta manhã.
Mesmo que Ryan estivesse envolvido em outra conversa com um homem e
uma mulher que, descaradamente, estavam puxando o saco dele, ele entrelaçou seus
dedos com os meus e os trouxe até seus lábios, beijando minha mão esquerda
enquanto deslizava os olhos para Suzanne. Eu estava confusa no início até que
Suzanne fez uma careta, que então me fez sorrir.
Deixei-a tagarelar e fingi estar encantada com suas histórias, embora sua
presença sozinha invocava memórias desagradáveis do meu primeiro encontro com
uma garota infeliz. Ela era a epítome da cada história diva que você já ouviu falar
sobre garotas ricas mimadas, mesmo indo tão longe a ponto de dizer-nos como
deplorável eram as condições de filmagem. Se seus fãs já soubessem como ela era na
vida real, eles provavelmente parariam de ver seus filmes.
Senti Ryan apertar minha mão duas vezes, uma lembrança silenciosa de
que ele estava prestando atenção a minha situação, embora ele estava ocupado tendo
sua carreira maltratada por David. Seu polegar patinou sobre a minha pele, me
confortando com seu conhecimento tácito. Eu me senti valorizada por seu gesto
privado.
— Ryan — Suzanne interrompeu — precisamos discutir o que vamos fazer
se nós ganharmos.
Uma pontada de ciúme me atingiu quando ela, entusiasticamente, discutiu
como aceitar seu prêmio, pensando em maneiras inteligentes para mostrar seu
"melhor beijo" no palco.
Pensar nele beijando qualquer pessoa me deixou um pouco louca. Eu queria
agarrá-la pelos cabelos e girar em torno dela, mas, em seguida, o que isso iria
concluir? Não. Eu tive que comprimir meu ciúme. Ele é um ator, me lembrei. Merda!
Pequenas mãos embrulharam em volta da minha cintura, me assustando.
Foi um alívio ver Kelly Gael e seu marido, Cal Reynolds, sorrindo para mim. Abracei-
a ferozmente.
— Não posso esperar até setembro — Kelly soltou, se referindo à coletiva de
imprensa de vários países para Seaside II. A primeira parada era Berlim. — Eu preciso
de uma parceira no crime. Por favor, me diga que você irá com Ryan.
Ryan se inclinou e respondeu por mim.
— Ela vai. — E assim, ele retomou sua outra conversa.
Sorri, um pouco surpresa que ele estava ouvindo, considerando toda a
comoção que estava acontecendo ao nosso redor. Kelly gritou animadamente e bateu
palmas, quase pulando para cima e para baixo em seus sapatos de grife. Ela tinha
acabado de me agarrar para me abraçar novamente, quando vi outro rosto conhecido,
embora a expressão naquele parecia triste.
Mudei minha cabeça para olhar por entre o cabelo de Kelly, para ver melhor
a co-estrela de Ryan em Slipknot. Nicole Devin. Eu me perguntava por que ela estava
tão perturbada. Muitas pessoas bloquearam meu ponto de vista, então recuei do
aperto de Kelly e dei alguns passos laterais para a esquerda, forçando Ryan a liberar
minha mão.
Nicole estava aparentemente suplicando a alguém, como se tivesse feito algo
que ela se arrependeu e estivesse implorando perdão, mas eu não podia ver quem era.
Havia tanto drama pintado em seu rosto que o desejo de descobrir por que se tornou
uma necessidade premente.
Se o cara de terno escuro apenas se movesse, pensei, tentando fazê-lo
obedecer ao meu apelo mental. Chocou-me quando ele virou a cabeça, como se ele
realmente tivesse me ouvido. Apertei meus olhos, não tendo certeza se meus olhos
eram precisos a esta distância. Ele mostrou mais do seu perfil, e é aí que eu o
reconheci plenamente.
Respirei fundo, esperando que a minha visão estivesse me traindo; afinal,
eu tinha bebido vários copos de champanhe.
Ele observou completamente ao redor, felizmente não se conectando com o
meu olhar, que me deu uma falsa sensação de alívio, considerando que eu não tinha
ideia do por que ele estava aqui, nem se eu queria que ele me visse.
Ryan recapturou minha mão, quebrando minha vigilância.
— O que você está olhando?
Eu queria que ele esperasse assim eu não perderia o controle do meu alvo,
mas ele se moveu para mais perto.
Olhei em seus olhos, que estavam mostrando sua preocupação.
— Kyle está ali.
Eu o senti ficar rígido.
— Onde?
— Ele está usando um terno escuro. Ali ao lado da mulher de vestido cinza
claro. O vê?
Ryan avistou-o e, em seguida, fez uma careta, não muito satisfeito que ele
estivesse aqui.
— Esse cara apenas não vai embora — ele rosnou, fervendo agora.
— Nicole está ali. — Alguns da multidão moveram-se e foi aí que eu notei
com quem ela estava falando, o que me confundiu ainda mais. — É aquele?
Ryan respirou rápido, exalando o nome dela como se para limpar seu corpo
de toxinas.
— Lauren.
Maravilhoso. A cadela da Flórida, em carne e osso.
— Elas estão discutindo?
— Parece que sim.
Agora fiquei ainda mais curiosa, como assistir a um daqueles reality shows
patéticos onde o drama é acima do topo, mas por algum motivo você não pode desligá-
lo.
— Eu não sabia que elas se conheciam.
A mão de Ryan apertou a minha, quase ao ponto de dor.
— Eu não sabia, tampouco.
Obviamente incomodou Ryan vê-los todos interagindo, embora a julgar pela
forma que Kyle olhou ao redor, ele parecia entediado com a coisa toda. Eu vi como o
olhar de Kyle permaneceu no vestido muito curto e pernas longas e nuas a apenas
alguns pés de distância.
Lauren parecia estar fazendo um ponto, tentando aplacar Nicole, agora.
Aparentemente, a conversa acalorada tinha tomado um novo rumo. Lauren puxou
Nicole para um abraço. Fiquei chocada com sua simpatia evidente; Nicole tinha o
rosto praticamente enterrado no pescoço de Lauren, e, em seguida, por um momento,
jurei que elas estavam prestes a se beijar.
Ryan puxou minha mão, irritado com tudo.
— Vem.
Eu queria resistir, relutante em tirar os olhos do drama de menina, mas seu
tom não deixou espaço para argumentos.
No momento em que chegamos ao pós-festa na Soho House, em West
Hollywood, eu tinha conhecido e me misturado com as pessoas mais famosas que eu
jamais imaginaria. Minha mente e meu corpo estavam zumbindo com o brilho e
glamour que vieram junto com a profissão escolhida por Ryan, para não mencionar
ser cegada por centenas de flashes dos paparazzi no nosso caminho na porta.
À medida que corremos para longe da multidão de fotógrafos fazendo
barulho, gritando e nos perseguindo, me perguntei como Ryan conseguiu manter-se
humilde e aterrado com toda essa atenção. Mesmo eu senti uma pontinha de
supremacia de estar com ele, sabendo que várias das pessoas que nos rodeiam, nesta
grande festa, matariam para estar em qualquer uma das nossas posições.
Ryan havia ganho três prêmios esta noite por seu papel como Charles
Conroy, e eu estava tão malditamente orgulhosa dele que era difícil não ser
presunçosa sobre isso. Mesmo quando ele e Suzanne ganharam o prêmio de Melhor
Beijo, me senti extremamente orgulhosa. Eu estava feliz que ele não a beijou no palco.
Ele me prometeu que não faria, afirmando que eu seria a única mulher que ele beijaria
em público.
Quando olhei em torno do evento lotado, meus olhos pousaram sobre a
própria bunda linda de Ian Somerhalder.
Zac Efron estava em pé a poucos metros de distância, em uma conversa
profunda. Para o inferno com os sacos de presente ganhos da MTV; isto era
definitivamente mais presente do que qualquer coisa. Fui me transformando em uma
fangirl maluca estando tão perto deles. Meus dedos coçaram para tirar o meu celular,
capturar algumas fotos e enviá-las para Marie para que pudéssemos gritar sobre elas.
Dane-se.
Tentei abafar meu entusiasmo chocado. Marie morreria se soubesse que eu
poderia acertar Ian com uma bolinha de cuspe, ele estava assim tão perto. Esgueirei
meu celular e tirei uma foto discreta, precisando atormentá-la.
— O que você está fazendo? — Perguntou Ryan. Ele parecia em parte
divertido e um pouco decepcionado.
Criei uma nova mensagem de texto.
— Atormentando Marie.
Ele me deu aquele olhar "você está brincando?", mas eu ignorei. Era Ian
Somerhalder por amor de cristo e honestamente, muito perto, ele era ainda mais
bonito pessoalmente. Marie saltaria sobre as cadeiras se ela estivesse tão perto dele,
pedindo ao pobre rapaz que assinar seu nome em seu corpo, em algum lugar perto de
seus seios com tinta permanente.
Ouvi Ryan zombando quando ele espiou por cima do meu ombro para ver
quem eu capturei no meu celular.
— A bunda dele? Você deu um close-up na bunda dele?
Eu sabia que deveria me sentir culpada, mas o altruísmo guerreou com
esses sentimentos.
— É um presente para Marie. Ela vai pirar.
— Pensei que ela só tinha olhos para a minha bunda. — O pequeno beicinho
em seu rosto era pateticamente cativante.
Eu estava feliz que ele estava brincando sobre o meu momento paparazzi.
— Ela usou o banheiro depois de você, Ryan. O mistério e o fascínio se foram
agora. Você efetivamente matou isso para ela.
Ele revirou os olhos e então franziu a testa para mim e Ian.
— Esse cara caga, também, você sabe.
Balancei a cabeça para discordar.
— Não, ele não caga. Ele ainda está no status de deus e todos nós sabemos
que os deuses não fazem cocô.
— Oh, vamos lá! Sério?
— Sim. Você não fazia cocô também, sempre, até que ela descobriu que você
era um mero mortal.
Suas sobrancelhas quase bateram na linha do cabelo.
— Então, eu era um suposto deus?
Era difícil enviar textos e debater, ao mesmo tempo.
— Ou um constipado, semideus que viaja no tempo.
Ryan quase cuspiu sua cerveja.
— Eu não posso acreditar que você acabou de dizer isso sobre mim. Nós não
estamos casados ainda e eu perdi o meu status de deus.
Dei de ombros, enquanto meus polegares continuavam digitando.
— Eu estava em cima de você no momento em que vi sangue em seu rosto.
Eu sabia que você poderia ser ferido. Deuses não podem sangrar. Todo mundo sabe
que eles são protegidos por forças místicas.
Sua mão pousou no meu quadril, puxando-me em sua virilha.
— Mas você me chamou de Deus centenas de vezes agora. Você estava
mentindo todo esse tempo?
Olhei em seus olhos escuros e fiquei animada com sua agressividade.
— Se eu te disser a verdade, não viverei com você e seu enorme ego. Você
sabe que eu adoro você, de modo que deve contar para alguma coisa.
Eu vi como sua língua diabólica deslizou para fora para molhar os lábios.
Eu queria aqueles lábios molhados em mim, queria provar o sabor de felicidade em
sua língua.
Ryan estendeu seu celular, dobrando-o.
— Você quer uma foto? Quero uma foto, também — ele proferiu perto de
meus lábios. — Olhe para a câmera e sorria, baby. — Depois ele capturou nossos
sorrisos, ele capturou minha boca.
E então alguém esbarrou em mim, de propósito.
— Ei! Sem amassos. — Olhei para a pateta cara de desaprovação da co-
estrela Seaside de Ryan, Kathleen Jarrett, e observei seu impressionante vestido de
paetês pretos e olhos lindos. Atrás dela, seu namorado e belo ator, Ben Harrison,
sorrindo, piscando essas covinhas adoráveis.
— Ela está tirando fotos da bunda de Somerhalder — Ryan disse secamente,
depositando de volta o seu copo de cerveja enquanto ele, discretamente, recuado sua
ereção parcial no meu quadril.
Kat engasgou para mim.
— Sério?
Chupei uma respiração rápida ao sentir a necessidade evidente nas calças
de Ryan e o ponto silencioso que ele estava tentando fazer. Kat estava esperando por
uma resposta, por isso não fazia sentido negar.
— É para Marie. Ela vai ficar louca com isso. Eu tenho que pegar uma do
Zac Efron também. Ela vai pirar.
— Ooh, eu o conheço. Você quer conhecê-lo? — Perguntou Kat, saltando
animadamente.
— Não, ela não quer — Ryan respondeu por mim.
Kat revirou os olhos e terminou sua bebida.
— Muito ciumento?
Ryan zombou, tomando mais um gole. Bati em seu abdômen gloriosamente
apertado.
— Ele sabe que eu o amo e somente a ele.
Logo fomos cercadas por a maioria do elenco de Seaside, todos nós rindo,
brincando, e bebendo muito álcool caro. Mesmo Suzanne estava tolerável.
Kat colocou seu copo em cima da mesa.
— Eu preciso usar um banheiro. Taryn, vem comigo?
Ryan se inclinou e me deu um beijo rápido.
— Não se perca.
Eu tirei minha mão da sua coxa e segui Kat através da multidão lotada. Por
que é que quando você está um pouco tonta e usando sapatos desconfortáveis, o
banheiro das mulheres torna-se uma caminhada de meia milha? Kat se apertou
passando algumas pessoas, voltando-se para agarrar minha mão para me puxar com
ela. Eu não poderia evitar, mas ri com ela quando chegamos a um espaço aberto.
Ela colocou o braço ao redor do meu.
— Foi divertido.
Eu ainda estava rindo, tendo uma explosão de risadas quando eu meio que
me atrapalhei no meu caminho, sem saber se meus olhos estavam me enganando.
Com certeza, duas meninas estavam dando um amasso quente e pesado em um canto
escuro.
Santo inferno. Bem-vindo a Hollywood.
Devo ficar chocada ou ligada pela sua exibição pública flagrante? A coisa
toda me divertiu bastante até que uma delas se afastou e fez contato visual.
Cambaleei. Santo inferno, essa é...
Lauren Delaney.
Sugando o rosto de Nicole Devin.
Nunca em um milhão de anos...
No segundo que Lauren me viu, ela se afastou de Nicole, empurrando-a para
longe, aparentemente perturbada de serem capturadas.
— O que você está olhando? — Perguntou Kat, puxando no meu braço.
Acenei com meu queixo e Kat gargalhou alto, aparentemente tão chocada
quanto eu.
— Meu Deus. Eu... espere até que eu diga ao Ryan. — Eu pensei que Kat se
dobraria de tanto rir.
— Ele está transformando as suas protagonistas em lésbicas.
Eu dei-lhe um olhar severo.
— Isso não é engraçado.
— Oh sim, é! Quais são as chances? — Ela olhou por cima do ombro. — Isso
significa que Suzanne é a próxima.
Estávamos fora do banheiro feminino quando meu celular tocou. Era Marie,
provavelmente, ligando para gritar no meu ouvido sobre o traseiro requintado de Ian
Somerhalder.
— Eu quase o toquei! — Soltei animadamente, sem sequer dizer olá.
Eu poderia dizer pelo primeiro som que ela fez que ela estava chateada.
— Taryn, ouça. Tammy acabou de ligar. Pete acabou de correr de volta para
o hospital. Eu não sei o que está acontecendo, mas ela disse que ele tentou andar e
não podia sentir sua perna, então ela chamou a ambulância. Eu acho que ele caiu em
seu quarto.
Minha condição ligeiramente embriagada misturou-se com um tiro de
energia de adrenalina preocupada me fazendo sentir vertigens. Cobri a outra orelha
com a mão, tentando ouvi-la sobre a vibração e o ruído. Até o momento que eu
desliguei com ela, me senti como se tivesse sido golpeada no estômago. Deixei Kat
para trás no banheiro e corri de volta para a mesa para dizer a Ryan.
Ryan parou no meio da frase quando ele me viu.
— Tar?
Uma palavra que dizia: Você só foi até o banheiro. O que diabos aconteceu?
Olhei para o celular ainda na minha mão enquanto as visões horríveis de
Pete não sendo capaz de caminhar até o altar no seu próprio casamento atormentaram
meus pensamentos.
— Eles acabaram de levar Pete de volta para o hospital. — Eu o enchi com
o pouco de informação que eu tinha.
Ele respirou fundo, em seguida, Kat, de repente, saltou para cima atrás dele,
muito animada por lhe dizer o que nós testemunhamos em nosso caminho para o
banheiro.
A boca de Ryan caiu.
— Você está brincando.
Kat estava se divertindo muito provocando-o assim.
— Ação de língua total.
Na verdade, eu o vi estremecer.
— Você está confiante de que era Lauren e Nicole Devin? Certeza?
Kat olhou para mim e nós duas concordamos.
Ryan passou a mão pelo cabelo, digerindo esta nova informação.
— Uau. Bom para elas, eu acho.
Tentei mudar de assunto, falando sobre qualquer coisa que não envolvesse
deixar Ryan mais estressado, mas eu podia ver que a notícia tinha o deixado afetado,
alterando ligeiramente seu humor. Ele esteve com Lauren por um tempo quando eles
saíram há alguns anos; eles tinham sido íntimos por meses. Ryan não era o tipo de
homem que poderia desligar suas emoções.
Em vez de deixar isto nos afetar, nos misturamos com tantas celebridades
que eu estava apavorada. Parece que todo mundo tinha o mesmo tipo de perguntas:
O que você está trabalhando agora? Você ouviu sobre esta ou aquela pessoa?
A maioria das conversas terminou com promessas entusiastas de manter
contato e "esperamos trabalhar com você em algum momento". Era difícil discernir
entre as verdadeiras intenções e as besteiras trabalhadas, mas eu gostaria de pensar
que imaginei com precisão.
Ryan tinha acabado de fazer um comentário pessoal para mim, quando eu
vi Kyle andando no meio da multidão em um curso direto até Lauren. Alguém havia
envolvido Ryan em uma conversa e depois de ser apresentada, mantive parte da
minha atenção em assistir Kyle e Lauren. Kyle estava chateado. Eu poderia dizer,
porque eu tinha visto aquele rosto antes. Lauren parecia teimosa, plantando um pé e
cruzando os braços sobre o peito, em desafio.
Kyle estendeu a mão para ela, mas ela rolou seu ombro longe do seu alcance.
Ele aparentemente não ia aceitar um não como resposta, arrebatando-lhe o pulso e
puxando-a para fora de equilíbrio, para que ela não tivesse escolha senão segui-lo.
Ele rebocou-a junto como um filhote de cachorro insolente lutando contra a coleira, e
nunca olhou para ela enquanto ela lutava.
Tanto quanto eu estava curiosa sobre suas interações, eu estava feliz que
ele parecia ter encontrado um novo mercado para as suas atenções equivocadas.

***

Os fotógrafos nos cercaram como chacais famintos enquanto nos


empurramos através do LAX. Meu coração batia forte no peito do caos que se seguiu
quando entramos no terminal. Homens estavam gritando, correndo lateralmente,
apontando essas câmeras pretas desagradáveis para nós. Então, o famoso Ryan
Christensen estava pegando outro avião. Por que isso é, mesmo que remotamente,
interessante? Tão absurdo. Ryan puxou a mochila em cima do ombro e agarrou a
minha mão quando Mike e três guarda-costas contratados extras nos moveram
através da entrada. Dois policiais do aeroporto nos rodeou, dizendo ao paparazzi a
não incomodar os outros passageiros e manter distância.
Fomos levados por uma linha separada para passar pela segurança e quase
tropecei em meus próprios pés tentando andar o mais rápido possível. Ryan olhou
para mim quando tropecei, então ele parou o tempo suficiente para colocar meu corpo
na frente de seu.
— Você está bem? — Ele disse suavemente, passando os dedos sobre a parte
baixa das minhas costas enquanto ele me cutucou.
Concordei, um pouco apavorada com a perspectiva de ter o meu pequeno
tropeço no próximo episódio do TMZ.
— Isto é fodidamente irritante — Ryan rosnou para mim em particular sob
sua respiração.
Tentei não espiar por cima do ombro, mas os paparazzi ainda estavam
tirando fotos e nos filmando quando chegamos a um impasse na linha de segurança.
Ryan bateu no braço de Mike.
— Por que nós paramos? — Estávamos de pé em uma linha especial, mas
ainda havia umas vinte pessoas a nossa frente como um pacote de idiotas raivosos,
dez metros atrás de nós filmando e fotografando.
Ouvi um leve sinal sonoro assim quando Ryan perguntou:
— É o toque do seu celular?
Pensei que o havia desligado, sabendo que teria de estar assim no avião.
Não reconheci o número e considerei ignorá-lo até os pensamentos de Pete estando
no hospital passaram pela minha cabeça.
— É Taryn? Taryn Mitchell? — A voz masculina desconhecida perguntou
hesitante.
Tão rapidamente quanto a noção veio, imaginei algumas mensagens
religiosas obscuras, o esquisito que enviou flores chamado Jerry ou Jeremy me
ligando. Tive a súbita vontade de simplesmente desligar.
— Quem é?
— É ahh... Joe.
Engoli em seco do choque ligeiro.

— Joe Malone — ele emendou, limpando sua garganta nervosamente. —


Seu pai.
CAPÍTULO 17

Reconectado

Ryan acenou com o queixo para mim.


— Quem é?
— Joe — sussurrei, tanto para responder a Ryan como para garantir ao meu
cérebro que eu estava falando com o homem que me gerou. Eu tinha quase me
convencido de que ele nunca ligaria.
Ryan tirou os óculos escuros, colocando-os na frente de sua camisa e
concentrou toda a sua atenção em mim. O homem do outro lado do meu telefone
soava perto das lágrimas enquanto sua respiração gaguejava no meu ouvido. Eu sabia
como ele se sentia; eu queria chorar com ele.
— Sim — ele engasgou. — Oh Deus! Eu... nunca pensei que... que nós... Oh
Deus, eu nem sei por onde começar. Faz tanto tempo. Por favor, deixe-me ouvir sua
voz. Diga algo. Qualquer coisa.
— Eu não sei o que dizer. Como você está?
Joe riu desconfortavelmente.
— Eu estou bem, querida. Eu estou bem. Um pouco sem palavras agora, no
entanto.
— Eu também.
Era difícil me concentrar. Os agentes de segurança do aeroporto estavam
em torno, movendo uma seção das barricadas de nylon fora do caminho para nos
passar para outro caminho em direção a um agente de segurança TSA.
Ryan acenou para mim.
— Tar, você vai ter que chamá-lo de volta.
Eu sabia que precisava me mexer, passar pela segurança e ir para longe da
espionagem dos paparazzi, mas meus pés não pretendia se mover. Minha mão agarrou
meu telefone mais apertado, dei-lhe um pedido de desculpas desastrado e estranho
pelo nosso mau momento. Joe riu nervosamente no meu ouvido, sendo bastante
compreensivo de que eu não era capaz de dar-lhe mais do meu tempo, no momento,
ao atravessar a verificação de bagagem.
Quando guardei meu celular na minha bolsa, tristeza misturou-se com
euforia. A parte mais importante foi que ele estendeu a mão para fazer a primeira
conexão. Isso foi um grande passo.
Ryan tirou os sapatos, deixando-os em uma caixa de plástico. Enfiei a bolsa
do meu ombro e segui seu exemplo, odiando com paixão esta parte do voo.
Não foi até que estávamos no ar e nossa primeira bebida foi servida que
Ryan me perguntou sobre a chamada.
— Fale comigo. O que ele tem a dizer?
Era difícil falar com vários passageiros descaradamente olhando para nós
de boca aberta.
— Ele mencionou ficarmos juntos.
A expressão de Ryan disse: isso é bom e é algo que você quer fazer?
Eu respondi a sua pergunta não verbal com:
— Sim. Eu preciso.
Ele apertou minha mão e me deu um aceno de cabeça firme, assegurando-
me de que iria fazer isso acontecer.

***

— Oh meu Deus, Taryn! Vou estrangulá-la — Marie anunciou em voz alta e


em termos inequívocos em meu ouvido. Depois de passar algumas horas em um avião,
a quarenta minutos de carro para o hotel e dormir, uma noite agitada, em um muito
rígido colchão do hotel, eu não estava acordada o suficiente para entender suas
razões. Coloquei meu copo de café para baixo e segurei meu celular longe e ainda
podia ouvi-la claramente.
Ryan estava esfregando o sono dos seus olhos quando tirou a tampa de
prata da omelete que o serviço de quarto tinha acabado de entregar. Nós tínhamos
dormido, já que Ryan não tinha que estar em qualquer lugar, até uma da tarde.
— Você sabe a garota que Gary tem saído? Bem, eu só descobri que ela é
uma amiga de Tammy.
Estremeci quando meu estômago chutou.
— Você está brincando?
— Não. Eu desejava estar. Eu estou tão louca que posso matar a ambos.
— Como você descobrir isso?
Marie zombou.
— Porque a prostituta está na sua cozinha do pub, agora mesmo, ajudando
Tammy, foi assim. Eu vim para baixo para preparação e estoque e lá estava ela,
assando e essas merdas como se não fosse grande coisa. Eu não posso acreditar que
Tammy faria isso comigo! Eu pensei que nós éramos amigas, mas amigas não juntam
suas outras amigas com o meu desprezível, logo será, ex-marido.
Puxei a cortina para trás, olhando para o céu cinzento acima de Vancouver,
pensando em como rapidamente as coisas maravilhosas podem se transformar em
merda.
— Você disse alguma coisa para ela?
Marie pigarreou.
— Não. Eu achei que ela parecia familiar, até que me dei conta de como eu
a conhecia. É melhor ela ficar fora do pub, isso é tudo que tenho a dizer. Ela bota um
pé aqui e eu juro por Deus que vou martelar meu punho nela. Por uma questão de
fato, dane-se. Vou voltar lá e dar a ambas as vadias um pedaço da minha mente.
Eu podia ouvi-la em movimento.
— Espere um minuto! Pare! Eu não acho que você queira fazer isso.
Ela gemeu de raiva.
— Oh sim, eu faço. Ela cruzou a linha trazendo-a aqui. Eu vou....
— Espere. — Mexi-me, observando Ryan passear de cueca até a mesa de
jantar. — Eu tenho uma pergunta em primeiro lugar.
Ela bufou.
— O que?
— Boxers ou cuecas?
— O que?
— Mike. Ele é um cara de boxers ou cuecas?
Os olhos de Ryan olharam por cima do topo da tela de seu laptop enquanto
ele mastigava seu café da manhã. Estendi um dedo para ele se agarrar ao pensamento
de desaprovação por um segundo, eu tinha um ponto a fazer.
Marie sugou um pouco de ar.
— Cuecas boxers. Melhor invenção de sempre. Com aquele elástico abaixo
da cintura. — Ela suspirou um pouco. — Ele tem aquela virilha de boneco Ken, toda
musculosa. Você sabe o que eu quero dizer? Os bolsos V?
Eu estava apenas olhando para o meu próprio conjunto de virilha
surpreendentes, que desapareceram como uma flecha em seus shorts, momentos
antes.
— Sim, eu entendo. — Ryan sorriu para mim, aparentemente levando meu
ronronar safado e olhos famintos para aquilo que eles valiam.
— Obrigado — Marie sussurrou, soando um pouco mais calma. — Eu sei
que você está tentando me acalmar, mas eu ainda quero voltar lá e confrontá-la.
Trazer essa menina aqui não foi legal, Tar. Não me importa como você pinte isso. Ela
está fazendo isso para esfregar no meu nariz? Quero dizer, por quê?
— Honestamente não sei, mas eu prometo que vou descobrir. Apenas jure-
me que vai ficar fora da cozinha até eu chegar ao fundo disto, ok?
Assim que desliguei com Marie, respirei fundo e rolei minha tela para baixo
até o número de Tammy, sabendo que lealdades estavam prestes a serem testadas.
Diretamente, ela me cumprimentou com um tom crítico em sua voz, o que não faria
nada de bom.
Depois de obter uma rápida atualização sobre como Peter estava indo, fui
para o segundo objetivo da minha chamada.
— Eu não sei como pedir isso, então só vou dizer diretamente. Eu sei que
você tem alguém com você hoje e eu quero saber se é a menina que Gary está saindo.
Tammy suspirou alto.
— Que diferença faz?
Arrogância não era a maneira de lidar comigo agora.
— Você está de brincadeira?
— Eu tenho um negócio funcionando e eu precisava de ajuda. O que você
quer que eu diga?
Se eu pudesse ter passado através do meu telefone e a sacodido, eu teria
feito.
— E você não achou que isso seria um problema? Meu Deus, Tammy. Você
é tão insensível, assim?
— Eu não estou tentando ser insensível, Taryn. Pete está acamado, eu tenho
pedidos para entregar e um casamento para atender amanhã e eu não vejo ninguém
oferecendo ajuda. Você sabe que com Pete fora do trabalho eu sou a única ganhando
algum dinheiro. E agora temos contas de hospital se acumulando e as contas de
ambulância para pagar. Desculpe-me se isso perturba as pessoas, mas eu não tinha
outra escolha.
Agora eu estava esfregando minha testa.
— E sua única opção foi recorrer a ajuda da menina que destruiu o
casamento de Marie?
Tammy rosnou.
— Amy não fez isso. Olha, eu não tenho tempo para falar sobre isso agora.
Eu queria gritar.
— Bem. Mas eu preferiria se você não a esfregasse no rosto de Marie.
— Eu não estou esfregando nada....
— Você a trouxe, Tammy! Você está esquecendo que Marie vive no andar de
cima agora, porque seu marido traidor a trancou para fora de sua própria maldita
casa?
Pude ouvir sua frustração.
— Eu não achei que ela se importaria. Ela seguiu em frente com o guarda-
costas de Ryan, não foi?
— Essa não é a questão. Nenhuma mulher quer ver sua substituta, Tammy.
Nunca.
— Bem, ela vai ter que se acostumar com isso, mais cedo ou mais tarde. Eu
poderia muito bem dizer-lhe agora que Pete e seu irmão, Jim, não estão se falando e
Pete está feito desta vez. Ele quer que Gary seja seu padrinho, o que significa que eu
não tenho uma dama de honra desde que a minha cunhada, Deb, não vem. Então eu
pedi à Amy para ser minha dama de honra, de modo que Marie não tenha que se
sentir obrigada.
— Inacreditável...
— O que? Ela disse que não queria vir, se Gary fosse estar lá de qualquer
maneira, então eu não sei o que é o grande problema.
Minha raiva subiu inteiramente até um novo nível.
— Eu pensei que Marie ficaria aliviada desde que ela está ocupada
gerenciando o bar, agora que você não está muito por perto muito — disse Tammy. —
Ela não tem tempo para me ajudar de qualquer maneira. Nem você. Você nunca mais
está em casa.
Eu não precisava ser uma cientista para descobrir por que ela estava tão
irritada, mas sua birra era desnecessária.
— Isso é um pouco injusto, Tammy.
Ouvi o que soou como uma bandeja de metal batendo no chão ao mesmo
tempo que Tammy disse:
— Oh, merda... Marie, basta esperar um minuto...
Eu podia ouvir a voz de Marie alta e clara.
— É uma pergunta simples. Eu só quero saber quanto tempo você tem
fodido meu marido, isso é tudo.
Oh, merda estava certo.
— Tammy, tire a sua amiga de lá.
Ouvi a menina, Amy, gaguejando no fundo, dizendo algo sobre não saber
que ele era casado quando eles se conheceram.
— Marie, ele nunca lhe disse que ele era casado....
— Nem sequer fale comigo agora, porra, Tammy. Você quer me dizer que a
sua amiga não sabia que ele era casado? Você acha que sou tão ingênua para acreditar
que você não tem uma mão nisto?
— Eu não — Tammy implorou. — Eu não sabia sobre isso até depois de eles
se conhecerem.
— Fomos para L.A. juntas e você não pensou em me dizer que ele estava
trepando por aí?
Senti como se estivesse no meio de uma guerra que estava sendo
transmitida aos telefones celulares. Senti-me completamente incapaz de lutar pela
causa.
— Não era meu lugar para dizer isso.
A voz de Marie ficou ainda mais alta. Bom.
— Não era o seu lugar? Eu pensei que nós éramos amigas, Tammy. Amigas
que tinham as costas umas das outras através do bom, mau e feio. Mas acho que eu
estava redondamente enganada.
O que? Oh, merda.
— Eu sou sua amiga! Você está....
— Não mais! — Marie gritou. — E você... você sequer pense em colocar o pé
dentro do meu pub e eu vou te bater até restar uma polegada de sua vida. Entendido?
Ouvi a menina murmurar alguma coisa.
— Bom. Espero que vocês dois estejam muito felizes juntos. Ele é um
bastardo barato e nojento e ele é todo seu.
E isso foi quando Tammy desligou na minha cara, me deixando confusa,
irritada e pendurada no vento a três mil milhas de distância.
— Eu tinha medo disso — disse Ryan, olhando para o laptop enquanto
esperava em uma chamada de sua autoria.
Eu estava segurando meu celular, mastigando a ponta dele, querendo saber
quando e como tudo começou a cair aos pedaços.
— Com medo de quê?
Ele olhou por cima do laptop aberto, em seguida, voltou a fazer o que ele
estava fazendo.
— Amigas. Lutas. Raiva. Ciúmes. Toda essa merda.
Cocei a cabeça, tentando descobrir o que ele queria dizer.
— Eu não achei que isso iria acontecer, no entanto. Quero dizer, uma das
razões que eu sequer considerei perseguir você e puxá-la em minha vida louca foi
porque eu vi o quão apertado você estava com suas amigas íntimas. Não achei que
elas quebrariam seus limites, uma vez que começamos a ficar sério. Acho que estava
errado.
Ou ele estava falando besteira de homens ou eu ainda estava atordoada pela
minha chamada e perdendo o ponto. Eu olhava para ele.
— Hum. Hã?
— As brigas. Já começou. Eu costumava ter um grande grupo de amigos,
mas uma vez que o primeiro filme saiu, um por um, eles começaram a cair como
moscas. As coisas ficaram fodidas. A mesma merda está acontecendo com você.
Ryan agachou na minha frente e nivelou seus olhos nos meus.
— Eu sinto muito.
— Por que você está se desculpando? Minhas amigas estão brigando, Ryan,
não nós. Eu não sei o que você pegou da conversa, mas acabei de descobrir que a
garota nova que Gary está saindo é uma das amigas de Tammy, que só acontece de
estar na minha cozinha do pub ajudando Tammy agora. Marie desceu para abrir e
correu direto para a menina.
Ryan franziu a testa.
— Eu pensei que talvez... Amigas ficam estranhas e merda quando, de
repente, você tem dinheiro e elas não, você está viajando e elas não estão. Eu só sei
que a merda mesquinha vem à superfície e a próxima coisa que você sabe é que está
brigando e na garganta uma da outra. Então, muitas pessoas querem fama e fortuna,
mas o que eles não percebem é que vem com uma tonelada de dor de cabeça.
Descansei meu cérebro sobrecarregado na minha mão.
— Eu ainda não entendi onde você quer chegar com isso. Minhas amigas
estão brigando....
— E você se sente compelida a escolher um lado.
— Bem, sim, até certo ponto. Especialmente, quando se está
propositadamente causando mal à outra. Tomei uma posição independente, e se ou
não, o meu futuro marido é superfamoso não deveria ser um fator.
— Sim, mas....
— Sim, mas o quê? Você é quem eu escolhi para estar. Se minhas amigas
têm um problema com isso, e eu não acho que elas tenham, mas independentemente
disso, se elas não podem estar a bordo com a minha felicidade e se sentem ameaçadas
por minha escolha, então elas realmente não são boas amigas para começar. E se elas
estão com inveja, então espero que mantenham para si, como eu, certamente, não
estou alardeando qualquer coisa sob seus narizes. Tammy está sob um monte de
estresse e ela está atacando. Entendi. Nós meninas enlouquecemos de vez em quando.
Eu até posso perdoá-la por manter o nariz fora dos problemas do casamento de outras
pessoas. Mas o que eu não desculpo é ela saber que sua amiga está transando com o
marido de outra boa amiga e trazer esse absurdo para a minha casa.
Ryan colocou as mãos nos seus quadris.
— Eu te amo.
Sorri.
— Eu sei que você ama. Eu te amo mais.
Isso me rendeu um sorriso marca registrada com direito a nariz enrugando.
— Você acha que Tammy juntou-os?
Eu odiava pensar o pior das pessoas, especialmente amigas do meu círculo
mais próximo, mas ao longo dos anos, eu tinha visto tantas me mostrando o seu lado
escuro que agora eu sabia que até mesmo a mais doce, a mais gentil poderia se
transformar em horrível.
Falando de pessoas transformando-se em horríveis, eu estava prestes a
fechar a tampa do laptop de Ryan se eu tivesse que ouvir mais um minuto de besteira
condescendente do seu empresário, durante a conferência de vídeo online.
Eu estava tendo minha própria conversa com a sua publicitária, Trish, sobre
mais algumas alterações na agenda de Ryan, quando Ryan martelou com o punho na
mesa.
— Perdi quarenta e cinco mil, nos últimos seis meses, então você pode
empurrar toda a "deixe Mercer lidar com isso” besteira. As fodidas pessoas precisam
de uma chamada para acordar de que estou prestando atenção aos meus
demonstrativos financeiros. Se eles são incapazes de impedir que eu perca dinheiro,
então vou encontrar outra empresa para gerenciá-lo.
Eu estava atualizando meu calendário principal quando os cotovelos de
Ryan bateram na mesa. Ouvi-o terminar a sua chamada e quando olhei, ele estava
segurando a cabeça entre as mãos. Ele tinha tantas pessoas enfiando os narizes em
seus negócios, dizendo-lhe como executar a sua vida, me perguntei quanto tempo
mais ele seria capaz de suportar a pressão constante de tudo.
Coloquei a minha caneta na mesa e atravessei a sala. Assim que ele olhou
para mim, montei em suas coxas, passando os braços ao redor de seus ombros
quentes e nus e puxei-o com força.
Fechei os olhos e descansei minha bochecha na sua cabeça, esfregando os
dedos sobre seu cabelo, seu pescoço, enquanto seus braços circularam em torno de
mim. Ficamos em silêncio por um longo tempo, apenas respirando e existindo,
mandando a loucura para longe o melhor que podíamos.
Os olhos de Ryan encontraram os meus e nos beijamos suavemente,
tranquilizando um ao outro com sorrisos cansados.
— Não mudou sua mente ainda? — Ele perguntou com cautela, passando o
polegar através do cinto do meu jeans.
Balancei a cabeça, sabendo o que ele estava perguntando.
— Nunca. Você é meu.
Isso definitivamente o agradou. Ele me deu um olhar torto, inseguro.
— Até que a morte nos separe?
Dei-lhe um beijo suave.
— Talvez um pouco além disso.
— Então me diga. Tammy está estressada. Faz-me pensar que seremos
assim quando estivermos planejando nosso casamento.
Tomei um pouco de fôlego.
— Honestamente? Eu realmente não quero um grande casamento, Ryan.
Estou pensando em doce e simples.
— Doce e simples, né?
Concordei com a cabeça.
— Sabe? Família e amigos. Romântico. Elegante. Talvez algumas luzes
brilhantes nas árvores.
Ele mexeu as coxas, saltando-me um pouco.
— Luzes brilhantes. Ok, o que mais?
Parei para pensar sobre isso.
— Ao ar livre, talvez.
— Com tendas e etc.?
Esse pensamento me fez enrugar meu nariz.
— Eu não acho que quero a grande tenda branca.
Ryan coçou a bochecha.
— Você quer fazer a coisa da igreja ou...?
Eu realmente não tinha preferência.
— Eu não estou definida em qualquer coisa e, honestamente, eu não estive
em uma igreja desde que meu pai morreu, então... O que você quer?
Seu encolher evasivo foi o caminho mais fácil.
— Nus em uma praia?
Eu fiz uma careta e dei-lhe uma cotovelada.
— Realmente! — Ele continuou. — Eu não sei. Ao ar livre soa bem. Ou dentro
de algum lugar. Estou completamente aberto a sugestões.
— Acho que temos tempo para descobrir isso. Talvez nós devêssemos
trabalhar em viver juntos em pecado em primeiro lugar.
Ryan deslizou as mãos sobre meu traseiro, tencionando os dedos.
— Eu gosto dessa ideia. Comecei a desenhar alguns projetos.
De repente, ele estava completamente rejuvenescido, como se ele tivesse um
novo fogo queimando em seu intestino. Ele abriu o bloco de notas que sempre
rabiscou.
— Tudo bem, é hora de começar a projetar nossa casa.

***

Ryan estava de volta ao set de filmagem quando eu falei com meu pai
biológico novamente. Falamos ao telefone por quase uma hora, nenhum de nós
realmente se importando com o tempo. Joe era fácil de falar e, embora tenhamos
mantido a conversa leve e informativa, eu poderia dizer que suas palavras estavam
cheias de pesar.
Enquanto Ryan filmava, fiquei em seu trailer, passando por cima de tudo,
desde os nossos últimos demonstrativos financeiros até a escolher portas da frente
para a nossa futura casa.
O trailer de Ryan balançou um pouco quando ele saltou para dentro.
— Hey baby — disse ele, me olhando. — O que está acontecendo?
Eu vi como ele colocou alguns papéis no balcão.
— Oh, por onde começar? Tem certeza de que quer ouvir isso?
Ryan tirou uma garrafa de água fria do pequeno frigorífico.
— Não quando você começa dessa forma, Taryn. Mas sim. Comece a
compartilhar.
— Você tem tempo?
Ele tomou um gole e inclinou a cabeça.
— Eu tenho quinze minutos. Posso ter a versão resumida?
— Ok... Marie e Tammy ainda estão brigando, Pete está miserável deitado
em seu sofá e fora do trabalho, sua mãe disse que ela estará dando nossa festa de
noivado em sua casa, do dia vinte e dois de julho, que está em ambos os nossos
calendários agora e em algum lugar pela última semana Cory começou a dormir com
a nova garçonete que Marie contratou. — Mexi meu celular. — Oh, e eu conversei com
Joe.
Ele parecia um pouco surpreso.
— Uau. Eu pensei que todo o drama havia acabado. — Ele apontou. — Cory
transou com essa loira de cabelo curto que conheci, ou Marie contratou alguém?
— Não. É aquela que você conheceu, Kara.
Ryan assentiu.
— Bem, bom para ele, eu acho.
— Não é tão bom para mim. Especialmente se houver um rompimento
dramático.
Ele deslizou na pequena sala de jantar e sentou perto de mim.
— Essa é a merda que você tem que lidar sendo uma empresária. Embora
seja realmente o problema de Marie, eu suponho.
— É o meu bar. É o meu problema. Um que tenho evitado por semanas
agora. Ela tem seu próprio drama para lidar.
Ryan coçou a sobrancelha com o polegar e franziu a testa para mim.
— Eu não posso te dizer o que fazer, mas você sabe que não pode estar em
dois lugares ao mesmo tempo. E Mike está tão miserável, que estou prestes a mandá-
lo para Seaport se ele não conseguir ver Marie em breve.
Ele estava bastante mal-humorado ultimamente.
— Ela quer se tornar uma guarda-costas.
Fiquei surpresa quando ele não parecia perturbado por isso. Ele tomou
outro gole de água e eu o assisti engolir. Algo sobre isso era bastante sexy, na verdade.
— Mike me disse.
A notícia de que Mike falou com ele sobre isso também foi surpreendente, já
que Mike não era bom em compartilhar muito.
— Mike disse?
Ele assentiu.
— Sim. Nós conversamos um pouco sobre isso.
— De acordo com Marie, ele está sendo extremamente favorável sobre isso.
Ryan torceu os lábios, como se estivesse escondendo um segredo.
— O amor faz isso com você.
Isso me surpreendeu.
— Ele está apaixonado?
— Não é óbvio? Ela é muito atraente, mas ela é também um pouco de uma
combatente. Uma pequena coisa determinada, sabe? Isso é exatamente o que ele
precisa.
Eu sorri.
— Sim, eu sei. Ela não leva um monte de porcaria. Ela fica pior se está
bebendo.
Ele se arrastou para fora do assento do banco e sentou-se no sofá, colocando
os pés para cima.
— E quais são seus pensamentos sobre tudo isso? Você perderia sua gerente
do bar.
— Acho que ela deveria fazer o que a faz feliz.
Ele descansou a cabeça em suas mãos.
— Concordo. Especialmente se ela e Mike ficarem juntos. Seria melhor se os
seus empregos se completassem. Isso é apenas um ganha-ganha para nós.
— Ganha-ganha?
Ele me deu seu “não é óbvio?” olhar. Eu não estava prestes a perguntar. Eu
estava meio que presa em sua outra sugestão.
— Você quer que eu venda o bar. — Não era uma pergunta, mas
definitivamente saiu da minha boca como a realização de um segredo.
Sua carranca disse isso por ele. Ele tomou outro gole de água, olhando-me
antes de falar:
— Quero que você faça o que é certo para nós. Ter o negócio é ótimo, mas
você estar constantemente preocupada com isso não é, portanto, então devemos
conceder algo.
— Podemos discutir isso outra hora?
Sem hesitar, ele disse:
— Sim.
— Como estão as coisas no set? Como Nicole está indo?
Ryan parecia indeciso.
— Ela está na ponta dos dedos.
— Você acha que ela vai ficar limpa?
Ele coçou a sobrancelha.
— Ela não tem muita escolha desde que eu insisti em tê-la fazendo exames
de drogas semanais. Ela pode estar irritada com relação a tudo que ela quer de mim;
enquanto ela está aqui trabalhando no meu filme, ela vai manter essa merda fora de
seu corpo e sua cabeça no jogo.
Balancei a cabeça concordando.
— Você falou com ela sobre ter algum aconselhamento de drogas?
Eu sabia que ele não estava interessado em intervir.
— Não, mas eu tive uma conversa particular com ela. Um deslize e eu ver,
ela será arrastada para fora do set em algemas.
— Você não fez isso?!
— Eu certamente fiz. Não tenho tempo para cuidar de crianças. Ela tem que
lidar com sua própria merda ou senão. De qualquer forma, isso não é nosso problema.
Eu tenho que voltar em breve. Eu vim para te pegar. Eu preciso de você lá.
— Você precisa de mim lá? — Dei-lhe o meu melhor “está falando sério”
olhar.
Ele pegou sua roupa, que era um par muito legal de calças azuis de
escalada, que eu não deixaria de comprar para ele na próxima vez que eu fizer
compras.
— Sim. Gosto de saber que você está lá.
— Eu não quero estar no caminho. Achei que era uma distração.
— Taryn, você apenas respirando já é uma distração. Saber que você está
no lote, enfurnada no meu trailer, fazendo Deus sabe o quê que não posso ver, é uma
distração.
Idem.
E aqui eu pensando que o deixava nervoso. Ouvir que ele me queria ali fez
meu interior aquecer. Eu estava aprendendo muito por ser uma observadora
silenciosa e prefiro estar lá fora do que aqui.
— Bem, já que você precisa de mim...
Ryan empurrou seu corpo para cima e, em seguida, ele estava a polegadas
do meu rosto, deixando-me saber seus pensamentos.
— Eu preciso de você. Você é minha musa.
Eu sabia que ele estava brincando comigo, mas seus lábios sensuais me
fizeram pensar em como sortuda eu era, especialmente imaginando-o todo atlético e
suado no set.
— Sua musa, huh?
Ele sorriu e acenou com a cabeça.
— Uh huh.
— Pensei que eu era sua escrava sexual.
Isso me deu um sorriso largo e um beijo sexy-como-inferno.
— Isso também — ele respirou, com gosto da goma de menta que eu tinha
deslizado em seu bolso.
Eu queria sua língua novamente.
— Você tem um gosto bom.
— Eu vou deixar você me provar todo, se quiser, mais tarde. Lembre-me, há
esta posição que ainda não tentamos e eu queria saber se você estaria disposta? —
A cara dele estava tão perto; eu tive que me inclinar para trás.
— Apenas uma?
Os olhos de Ryan se estreitaram.
— Você tem uma mente suja e uma boca que me faz ter todos os tipos de
ideias. É por isso que você é perfeita para mim.
Encontrei seus lábios e lhe dei um beijo malvado, rosnando da tensão de ter
que nos separar.
— Antes que você se empolgue...
— Então é melhor você inventar outra distração além de colocar sua língua
na minha boca.
Lutei contra a atração e murmurei:
— Conversei com Joe por quase uma hora.
Ele pareceu surpreso, dando um passo para trás.
— Sim? E?
Lutei contra a minha decepção e tristeza repentina, tentando permanecer
positiva sobre o assunto, mas era difícil. O homem que foi meu pai estava me
mantendo no comprimento do braço, e bem, doía. Senti mais rejeição do que aceitação
naquela hora.
— Foi bom, mas... bem... ele me contou sobre sua esposa e sua família. Ele
tem duas filhas jovens que, aparentemente, são suas grandes fãs.
Os olhos de Ryan se estreitaram, me lendo como um livro de novo.
— É só isso? Aparentemente, ele também disse algo que perturbou você.
Posso ver isso em seus olhos.
Sentei-me de volta.
— Ele disse que sempre lamentou me dar, mas ele era jovem e não sabia
nada sobre criar um bebê e... posso dizer que ele está cheio de remorso.
Ryan sentou-se ao meu lado.
— Eu posso imaginar. Então vamos lá para conhecê-lo?
— Não.
— E por que não?
— Ryan, não tenho sido uma parte da sua família por um longo tempo.
— E daí?
— Não é tão simples assim. Nós conversamos e, bem, ele está feliz, eu sei a
verdade sobre ele, mas ele disse que ainda não está pronto para dizer a sua esposa
sobre mim. Ele não tem certeza de como ela vai reagir, uma vez que ele nunca disse
a ela sobre ser pai de uma criança quando era um adolescente. Ele tem medo que a
notícia vai perturbá-la muito.
Ryan esfregou a testa, parecendo irritado.
— Bem, isso é muito ruim, porra.
— Ryan, é a escolha dele. Eu não posso esperar que ele coloque a felicidade
de sua família em perigo, não importa o quanto quero conhecê-lo.
Ryan encolheu um pouco.
— Um homem deve reconhecer sua situação.
— Ele era um garoto quando eu nasci. Não posso colocar isso em cima dele.
Ele tem que decidir o que é melhor para eles.
Ele parecia discordar.
— O que ele faz para viver?
Por um momento, parecia que ele estava sendo protetor, como se ele
precisasse saber se Joe era bom o suficiente para ser o meu verdadeiro pai ausente.
— Ele é um mestre eletricista. Ele é dono de sua própria empresa. Ele disse
que faz um monte de construção nova e eles estão tão ocupados que dificilmente
podem aguentar. — Não, isso deve ser bom o suficiente.
Os lábios de Ryan contraíram-se e ele acenou com aprovação silenciosa.
— Bom, trabalho honesto. Soa como um trabalhador.
Quem é você e o que aconteceu com o meu noivo de vinte e sete anos de
idade?
— Será que sua esposa trabalha?
Acenei.
— Ela é uma higienista dental.
Isso obteve um aumento de sobrancelha e mais alguns acenos de cabeça em
aprovação. Era quase como dizer que ela estava relacionada com seu pai dentista,
pela forma como ele pareceu bem com essa informação.
— E as meninas? Quantos anos elas têm?
— Abby tem quatorze e Eli tem onze. Elas soam como ótimas crianças.
Com isso Ryan pareceu relaxar um pouco, mas ainda assim ele disse:
— Ouça. Eu sei que você está lidando com isso... esse choque. E eu vou
continuar a ser paciente e te apoiar, mas não vou permitir que alguém que você mal
conhece te deixe chateada. Antes de abrir essa caixa, as coisas estavam bem. Bem,
tão bem quanto poderíamos considerar, mas agora isso jogou você em um loop e eu
não dou a mínima se ele é o rei de Siam. Se ele não trouxer bondade e felicidade para
você, então ele vai ser cortado muito rapidamente. Marque minhas palavras, Taryn.
Eu não vou deixar isso prejudicar você. Se ele não quiser controlar essa merda e ser
um homem sobre isso, então ele pode voltar a ser desconhecido para nós. Você foi
magoada o suficiente para uma vida inteira e não vou suportar alguém trazendo mais
tristeza em você. Eu não vou.
— Eu sei — resmunguei baixinho.
— Não, eu não acho que você saiba. Toda a sua vida você foi distraidamente
feliz. Agora você questiona tudo mais do que você fez antes. Mas o que você precisa
se concentrar são as coisas que estão certas e verdadeiras em sua vida. Eu. Minha
família. Nós somos constantes. Eu não vou a lugar nenhum e você sabe disso. Mas
um cara que você não conhece, que doou alguns espermatozoides, não vale o espaço
na sua cabeça que ele está tomando. Dan e Jennifer eram seus pais e sei que eles
foram levados muito cedo de você, mas você precisa de uma mãe ou um pai; meus
pais estão muito dispostos a dar um passo à frente e lhe dar o que você precisa. Esse
cara... esse Joe, ele não faz diferença nas nossas vidas. Você e eu, isso é tudo que
temos. E se suas amigas querem fazer escolhas que não incluem um futuro com a
gente, eu não tenho nenhum problema com isso, também. Nenhum. Corte essa merda
e vamos fazer novos amigos. Nós nos cercamos de pessoas que se preocupam e nos
amam. É assim que fazemos.
Ele estava certo. Estupidamente certo, como de costume. Eu tinha
reconhecido os meus medos de abandono quando pensei que os pais de Ryan estavam
mudando-o para fora do apartamento, logo antes que ficamos noivos. Todo mundo
que eu amava, eventualmente, me deixou. Todos. E agora, um cara que eu nem
conhecia estava puxando minhas emoções e torcendo meus pensamentos só porque
eu precisava ter algo em troca; necessitando validar o por que esta informação sobre
mim ser adotada foi mesmo jogada em mim.
Ainda por tudo isso, eu quase queria rir dele.
— É assim que fazemos?
— É assim que fazemos — disse ele, sério primeiramente até que a borda de
sua boca inclinou-se. — Você não tem nenhuma relação com ele. Ele não quer fazer
uma com você, não há problema. Uma pessoa a menos fodendo com a nossa
felicidade, tanto quanto estou preocupado.
Sorri com esse pensamento; como ele era capaz de fazer-me amá-lo mais e
mais a cada dia.
Seus olhos desceram para os meus lábios, a cabeça inclinou na direção
oposta, e ele murmurou:
— Venha aqui — enquanto ele se inclinou para me beijar. Passei meu braço
por cima do seu ombro para que eu pudesse puxar o meu corpo ainda mais perto,
enquanto a outra mão encontrou os cachos suaves de cabelo em seu pescoço. Ele
gemeu em minha boca enquanto eu puxava seu cabelo.
— Preciso passar um dia inteiro beijando você — eu respirava em seus
lábios.
Ele puxou as pontas do meu cabelo pendurados junto ao meu peito.
— Amanhã. Toda a manhã. Sem telefones, sem computadores. Sua boca e
seu corpo são meus.
Alguém bateu na porta do trailer.
— Dez minutos, Ryan.
Seus ombros caíram, assim como os meus. Seus olhos deslizaram sobre a
minha tela do laptop.
— O que você tem aí?
Eu tinha esquecido sobre a minha pesquisa na Internet.
— A porta da frente totalmente impressionante para a nossa nova casa. Você
gosta?
— Sim, deixe-me vê-la. — Seus lábios se curvaram um pouco e ele sentou-
se, movendo o computador mais perto para dar uma olhada melhor. — Legal.
Adicione-a à lista.
Bem, isso foi fácil.
— Quer ver mais?
— Por quê? Você projetou toda a casa?
— Não, mas Marie enviou algumas fotos. Ela disse que esta é onde devemos
nos casar. — Abri o e-mail e coloque os anexos em tela cheia.
Os olhos de Ryan amassaram antes se alargarem.
— Uau. Não, rola de volta. Volte. Pare. Puta merda, isso é legal. Onde fica
isso?
— Itália. Um lugar chamado Grotta Palazzese. O que você acha?
O sorriso de Ryan alargou, observando no restaurante. Ele era localizado no
interior da abertura de uma caverna e tinha uma vista deslumbrante sobre o vasto
mar Mediterrâneo.
— Isso é selvagem. Itália? É isso que você quer? Algo parecido?
Dei de ombros, não firmemente decidida sobre qualquer coisa.
— Eu não sei. Mas isso definitivamente parece um lugar fresco para jantar.
Ele me deu seu olhar, aquele que disse que voaria comigo em qualquer lugar
que eu quisesse e me daria o casamento dos meus sonhos desde que eu dissesse sim
ao longo do caminho.
— Eu acho que nós precisamos ir lá e verificar, mesmo que seja apenas para
o jantar. Nos traz de volta a você libertar-se de suas responsabilidades, porém, Tar.
— Eu sei. E eu acho que tenho uma solução.
Ryan levantou uma sobrancelha.
— Você tem?
Depois que eu lhe disse a minha ideia, ele estava mais do que feliz. Ele
estava totalmente aliviado.
Ir para a Itália era mais fácil dizer do que fazer. Depois de passar mais
alguns dias com Ryan em Vancouver, voei de volta para Rhode Island sozinha. O mês
de junho estava quase no fim, Marie estava um pouco infeliz, Tammy não estava
realmente falando com qualquer uma de nós, e Pete estava se afogando em dívidas,
os seus dias de subir escadas e fazer o trabalho manual para viver em espera
indefinidamente.
Dizer que eu estava ansiosa para voltar a tudo isso seria uma mentira. Pelo
menos os paparazzi e as fofocas eram um pouco agradáveis, fotos na imprensa de
nossa felicidade quando pegaram Ryan e eu fazendo compras há poucos dias.
Ryan e eu tivemos um bom tempo andando; indo em alguns pontos
turísticos e gastando algum dinheiro em coisas que não precisávamos, mas
poderíamos pagar. Eu estava ostentando um lindo bracelete antigo de diamantes que
Ryan gastou uma pequena fortuna e ele comprou para si mesmo uma corrente legal
de platina com uma Tag de aço inoxidável que tinha um design tribal de um lado e
meu nome gravado no outro.
Mas agora eu estava sentada no banco do passageiro do meu carro, Marie
ao volante, desde que ela me pegou no aeroporto, e a incrível vez que tive com Ryan
infelizmente tornou-se uma outra memória.
Assisti a paisagem se aproximar mais uma vez, sentindo uma espécie de
déjà vu e me perguntando se as coisas iriam se resolver.
Voltar ao Mitchell’s Pub estava começando a parecer um fardo, e isso não
era bom.
— Será que você reservou seu voo? Perguntei, querendo saber quando o
outro sapato ia cair.
Marie olhou por cima rapidamente.
— Sim. A aula começa em nove de julho.
Minha mente folheou o calendário, sabendo que eu já tinha um problema,
mas não estava disposta a deixá-la parar seus planos.
— Você vai perder festa de encerramento de Ryan por causa minha.
Senti meus ombros tensos quando olhei para ela.
— Mike precisa manter sua boca fechada.
Marie soltou uma gargalhada:
— Eu sei que você deveria estar em Pittsburg com os pais dele no dia vinte
e dois, bem, que você falhou em me contar.
— Eu não estava mantendo em segredo. Bem, eu estava, mas eu não ia dizer
a ela até que ela ir embora.
Ela passou um campista lento na pista central.
— Mentirosa. Você disse que não tinha nada firme até o Teen Choice Awards,
em sete de agosto.
E é aí que era o meu problema, em poucas palavras. Desde que a clonagem
não era possível, alguma coisa tinha que dar, assim como Ryan tinha dito.
— Você precisa se preocupar com sua agenda e me deixar preocupar com a
minha — rosnei, provocando é claro.
— Pensei que você estaria tentando ir para a Itália na semana antes disso?
— Não. Ryan não tem certeza se ele vai ter que ir para L.A. antes. Ele está à
espera de ouvir.
Fiz uma busca na minha bolsa pelo meu calendário.
— Quando você vai voltar, então?
— Vinte e Oito de julho. — Sua voz fez uma ascensão animada, fazendo-a
soar como uma pergunta. Eu poderia dizer que ela estava pisando levemente. Ela
também sabia que eu não tinha ninguém para substitui-la.
"Você vai voltar magra, quero dizer uma máquina de combate — brinquei,
tentando deixá-la saber que eu estava apoiando totalmente suas decisões.
Marie me deu um sorriso fraco.
— Eu não tenho que ir para esta sessão, Taryn. Eu poderia desistir. Esperar
um ano, talvez. Não sei. Sei que estou colocando você em um local apertado.
Ajustei meu anel.
— Não. Definitivamente não.
— Taryn, eu estou apressando isto. Não sei nem mesmo se Mike quer um
relacionamento comigo. Estou lutando com Gary sobre quem fica com a maldita
torradeira e outras merdas. Eu não deveria estar fazendo qualquer grande movimento.
— Se é isso que você quer, então você irá agora. É hora de fazer o que você
quer, pelo menos uma vez.
— Mas...
— Mas o que? Você vai duvidar de seus desejos, porque você não tem certeza
das intenções de Mike? Você quer ser uma guarda-costas, sabendo o que implica,
então faça. E não há, “mas”. Eu não vi você animada com alguma coisa assim nos
últimos anos. Você quer forjar uma nova carreira, então agora é a hora. Você está
desperdiçando sua educação e talentos ficando presa atrás do bar.
— Eu não estou presa...
— Sim, você está. Nós duas estamos. É hora do próximo capítulo.
— Eu preciso de uma renda, Taryn — ela respondeu. — Eu não posso ir sem
um emprego.
Suspirei.
— Nós já tivemos essa discussão.
— Taryn, você não pode me pagar um salário que não trabalhei por ele. Você
já me emprestou dinheiro para o advogado. E isso vai levar um tempo até eu ver uma
solução do meu divórcio para que eu possa pagar de volta.
— Marie, o que foi que eu disse?
Ela bufou.
— Não está certo. Você não pode continuar resgatando seus amigos.
Virei-me no meu lugar para olhar para ela, mantendo-me ao fato de que eu
estaria sacando algum dinheiro de minha herança para cobrir as coisas se eu
precisasse. O bar estava fazendo mais dinheiro, mas não o suficiente para cobrir
vários salários em tempo integral.
— Você faria o mesmo por mim e você sabe disso.
— Você vai ter que contratar outro barman ou dois e alguém vai ter que
estar lá para gerenciar o lugar. E eu não posso esperar que você contrate alguém por
apenas duas semanas e depois demita-os quando eu voltar. Cory é ótimo, mas você
sabe tão bem quanto eu que ele é jovem e não está pronto para assumir essa
quantidade de responsabilidade. E o que acontece se eu chegar lá e descobrir que não
posso lidar com isso? Mike disse que isto é bastante intenso: como treinamento de
combate, disparar uma arma enquanto rolamos no chão e outras coisas. Quer dizer,
o que diabos eu sei sobre desarmar alguém ou chutar o traseiro de alguém? Da última
vez que eu estive em uma luta foi quando estávamos na escola e soquei Sophie Lithgow
na cara por me chamar de vagabunda.
Eu ri.
— É um começo. E isso foi clássico, a propósito. Ela merecia isto, chamando
nós duas de vagabundas.
— Sim, mas eu, pelo menos, ganhei o título — Marie se gabou.
— Não, você não ganhou.
Então ela me deu um olhar torto, insinuando que ela ganhou.
Ficamos em silêncio por mais meia milha quando eu finalmente disse o que
estava rodando em meus pensamentos:
— Ryan, tipo, me sugeriu novamente que eu deveria vender o bar.
A boca de Marie se abriu.
— Por quê?
— Porque eu não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo.
Ela gemeu baixinho.
— Você tem certeza que quer fazer isso?
Minha resposta instintiva foi não, mas eu disse:
— Eu não sei. Estou pensando sobre isso.
Ela balançou a cabeça com firmeza.
— Eu não acho que você deveria vendê-lo.
Eu estava grata que ela disse isso.
— É errado da minha parte querer ter um plano de contingência?
— De jeito nenhum! Olhe para mim. O bastardo me trancou para fora da
minha maldita casa! Eu mal escapei com as roupas do corpo e agora ele está
ameaçando quebrar nosso vaso chinês que sua tia nos deu, apenas para que eu não
tente levá-lo no divórcio. Eu não sei onde eu teria acabado se você não tivesse me
acolhido. Isso não quer dizer que Ryan faria qualquer um desses absurdos para você.
Honestamente, acho que você estaria muito bem fazendo outra coisa se você vender o
bar, mas a parte de mim, passando por um divórcio de merda, diz que você deve
manter sua rede de segurança.
A mulher inteligente dentro de mim havia sido queimada muitas vezes por
homens, e assim manter a autopreservação era um imperativo moral.
— Eu odeio me sentir assim.
— Eu sei — ela murmurou. — O que sua mãe sempre nos diz?
— A única onde poderá encontrar lixo em qualquer esquina, mas você deve
sempre resistir a um homem com um coração de ouro?
— Não, não. Essa é boa, também, mas é aquela onde ela sempre disse que
você deve certificar-se de que o homem a ama mais, do que você ama o homem —
disse ela. — De acordo com Ryan, o sol nasce e se põe sobre seu traseiro, então eu
acho que você está bem.
Pensando de volta naqueles momentos em que minha mãe me deu suas
pequenas ironias de sabedoria propagou calor no meu coração.
— Minha mãe era uma mulher sábia.
Marie sorriu.
— Sim ela era. Pena que não a ouvi.
Cocei a cabeça.
— Sim, isso faz duas de nós. Desta vez eu ouvi, apesar de tudo.
— Sim, de fato. Trocou o bad boy pelo menino fodão.
Por alguma razão, uma imagem de um Mike Murphy sem camisa e
musculoso passou pelos meus pensamentos.
— Mike é muito fodão.
— Sim, ele é. — Ela sorriu. — Ele é a razão pela qual eu tenho certeza que
as coisas precisam acabar entre mim e Gary. Não percebi quão ruim era o que eu
tinha até que Mike chegou. Gary nunca me fez uma prioridade. Nem uma vez, ele
colocou minhas necessidades à frente das suas. Quando eu olho para trás em nossa
relação, mesmo antes de nos casarmos, ele nunca me fez sentir como se eu fosse
importante. Você já viu isso. Depois de um tempo, essa merda começa a se desgastar
em você. Mas Mike... sei que ele está puxando alguns favores para levar para esta
escola. Ele não hesita uma vez sobre como cuidar de mim. Nem uma única vez.
— Mike tem estado muito mal-humorado — eu disse a ela. — Ryan está
pronto para enviá-lo para cá, logo. Felizmente, eles estão praticamente terminando
Slipknot.
Seu rosto se iluminou. Era uma coisa tão bonita.
— Sério?
Sorri amplamente.
— Ele acha que Mike está apaixonado por você.
— Sério?
— Sério; sério.
Depois de alguns segundos de um sorriso de orelha a orelha, ela disse:
— Ryan é loucamente apaixonado por você, sabe? Ainda... por favor, não
venda o bar.
Eu me irritei um pouco.
— Estou triste que eu vou perder sua festa de noivado nos pais de Ryan.
Tenho certeza de que Ellen vai encher você de comida. — Ela não tinha que me dizer,
que dizer aquelas palavras a machucaram.
Isso me lembrou de mais uma coisa que eu tinha que fazer: tempo para ver
se a minha próxima ideia brilhante seria criticada.

***

— Fui visitar Pete hoje — eu disse ao Ryan quando conversei no Skype mais
tarde naquela noite. Pobre Pete. Eu poderia completamente simpatizar com a coceira
torturante que vinha em ostentar um gesso. Seu novo mancar também não passou
despercebido.
— Como ele está? — Ryan perguntou enquanto estava deitado na cama com
seu laptop em suas pernas. Ele não estava vestindo uma camisa e, obviamente, tinha
acabado de sair do banho, já que sua pele estava brilhante e deliciosamente
refrescante. Porra, era uma bela vista na tela do meu computador.
— Você tem alguma ideia de como é difícil falar com você enquanto você está
assim?
O rosto de Ryan amassou.
— Assim como?
— Nu e tudo... — Minha mão acenou desde que eu estava sem palavras.
Ryan sorriu, passando a mão sobre o peito nu.
— Você gosta do que vê?
— Você sabe que sim.
Ele virou seu laptop para o lado, certificando-se de que a câmera estava
mostrando o que ele agora estava acariciando em sua mão. Como uma adolescente
assistindo um filme pornô, eu tinha o meu próprio programa de nudez com Ryan
Christensen.
— Vê qualquer outra coisa que você gosta?
Corei, sentindo-me extremamente nervosa.
— Oh meu Deus, Ryan! E se algum hacker puder vê-lo assim? Assim é como
sexo privado.... Pare! Você quer que vídeos de você batendo punheta virem virais?
Ele cutucou sua tela, virando a câmera de volta em seu rosto, que agora
mostrou autoridade exigente.
— Ninguém vai ver. Leve o seu laptop de volta para nossa cama e tire a
roupa.
Pulei um pouco pelo seu tom severo, sentindo-me estranhamente compelida
a cumprir. Ainda assim, eu estava muito apreensiva de fazer algo tão ousado através
da Internet.
— Ryan...
Sua expressão era para mostrar que ele não ia aceitar um não.
— Agora, Taryn.
Funcionou.
A contragosto, levei meu laptop para o meu quarto e deixei-me cair, ainda
totalmente vestida.
Nós dois estávamos em nossos lados da cama, um braço apoiando a cabeça
para cima. Observei enquanto seus dedos se moviam em direção à tela.
— Sinto sua falta — ele disse suavemente, quebrando minha resistência,
como se fosse feita de papel de seda. — Eu sinto falta da sensação de perfeição que
tenho quando você está em meus braços. Você já se sentiu assim? Como se uma parte
de você estivesse em falta quando estamos separados?
Queria alcançar através da tela e tocá-lo de volta.
— O tempo todo. Eu meio que me sinto incompleta.
Ele passou o dedo sobre seus lábios. Foi a mais sexy maldita coisa, como se
a sua fome para mim fosse palpável.
— Você sabe qual é minha parte favorita do seu corpo?
Engoli em seco, imaginando que ele iria para o óbvio. Eu não ia lhe dar a
satisfação de adivinhar.
— Nenhum palpite? É seus lábios. E não para o ato que você pode estar
pensando que amo. A curva deles faz-me sempre me perguntar o que está acontecendo
em sua cabeça. Entre seus lábios e seus olhos eu posso, mais ou menos, adivinhar e
sou geralmente muito preciso. Você pode não perceber, mas eles são a janela para
sua alma.
Estudei seu rosto, a suavidade de suas bochechas onde elas se encontram
com a sombra da barba crescendo no queixo, os incrivelmente longos cílios que
emolduravam aqueles olhos de milhões de dólares, o corte quadrado de seu queixo.
— Seus olhos entregam você, também, você sabe.
— Se você estivesse aqui, eu te beijaria agora. Eu não iria parar até que você
estivesse nua debaixo de mim, suspirando na minha boca. Eu posso quase sentir a
suavidade de seda de sua pele enquanto corro meus dedos por baixo da sua calcinha.
Eu estava começando a acreditar que pode haver algumas vantagens
maravilhosas em bater papo em vídeo. Ele estava me seduzindo com a cadência suave
de suas palavras e os visuais que ele criou em meus pensamentos.
— Pegue seu dedo, corra-o lentamente no seu pescoço, até a base de sua
garganta. Quero que você me sinta te beijando, assim como quando eu faço amor com
você.
Obediente, fiz como ele instruiu. Cada vez que ele me disse para molhar
meus dedos ou beliscar minha própria carne me excitou mais e mais até que eu estava
encharcada de excitação, ofegante e gemendo. Toquei-me muitas vezes durante esses
períodos secos entre os encontros, mas isto era um milhão de vezes melhor.
Um milhão.
Ryan tinha, convenientemente, virado a tela para que eu pudesse vê-lo se
limpar. Meu coração batendo foi finalmente abrandando quando ele cutucou seu
laptop de volta para mostrar seu rosto na minha tela.
Seu sorriso saciado iluminou meu coração.
— Você deve me seduzir em vídeo mais vezes — eu disse.
Ele riu levemente, o dedo penteando o cabelo da testa.
— Prefiro fazer isso com você em pessoa, mas nós fazemos o que temos que
fazer nesse meio tempo.
— Não sabia que te observar seria tão excitante.
Seus lábios tremeram.
— Oh, eu sim. Só de ouvir a sua voz é um estímulo para mim; todo o resto
foi apenas um bônus.
Rolei sobre o meu estômago.
— Ok, certo. Minha voz te excita muito.
Sua expressão disse que ele estava falando sério.
— Futura esposa, fizemos sexo por telefone antes e agora não só eu posso
ver seu rosto, mas também posso ver seus seios nus. Confie em mim. Agora diga-me
sobre Pete, a menos que você queira ir para a segunda rodada, o que devo dizer, já
estou ficando pronto. — Eu o vi encher alguns travesseiros sob sua cabeça e, em
seguida, ele mostrou sua meia ereção na tela novamente apenas para mostrar-me o
seu ponto de exclamação para essa afirmação.
Depois que recuperei minha capacidade de falar, murmurei:
— Pete está miserável.
— Você resolveu essa porcaria com Tammy?
— Não. Mas eu vou. Estou presumindo que ainda estamos no casamento.
Você ainda quer ser o padrinho? Ele perguntou se você ainda estava dentro. Entendo
se você não quiser. Você não conhece Pete tanto tempo e....
Ryan me interrompeu:
— Eu já disse a ele que iria. Dei-lhe minha palavra. Eles devem saber que a
minha presença vai causar um rebuliço, por isso, se eles são bem com isso, estou
dentro. Eles estão avisados. Além disso, não há nenhuma maneira que vou deixar
outro cara levá-la até o altar, Taryn. De jeito nenhum.
Amei a sua possessividade. Fez-me sentir segura e valorizada.
— É essa a sua resposta final?
Ele olhou para mim da minha tela antes de dizer:
— Essa é a minha resposta final para sempre. Você está bem com isso,
baby?
Considerando que Tom me deixou em uma festa uma vez, não dando a
mínima para quem me levasse para casa ou até mesmo se eu chegaria em casa viva,
eu estava mais do que bem com ele.
— Sim.
— Essa é minha garota.
Diga o que quiser, mas eu estava feliz demais de ser sua em termos
inequívocos.
— E o que ele disse a sua outra proposta?
A memória da reação de Pete, quando lhe perguntei, me fez sorrir mais
amplo.
— Você pensaria que lhe ofereci um milagre.
— Então ele está a bordo com isso?
— Sim. Ele começa a treinar comigo amanhã.
CAPÍTULO 18

Quando chove

Estava chovendo em baldes lá fora. Era o tipo de chuva pesada que você
juraria que poderia passar através do telhado, porque está caindo tão duro. Andei até
a porta da frente da casa dos pais de Ryan, abrindo-a para assistir a chuva derramar.
Ryan havia terminado de filmar Slipknot, e a festa de encerramento de
elenco foi outra coisa. Pete estava fazendo um excelente trabalho gerenciando o pub,
então fui capaz de encontrar Ryan de volta em Vancouver. Nicole tinha ficado bastante
embriagada, enrolando as palavras e insinuando que era culpa de Ryan que sua
amante, Lauren Delaney, não estava lá.
Eu sabia com certeza que sua vida amorosa não estava sequer no radar de
Ryan quando chegamos na festa, mas ela estava sob a impressão de que ele tinha
banido Lauren da lista de convidados.
Talvez ele exagerou um pouco quando disse ela teria sorte em conseguir um
trabalho de garçonete, uma vez que a mídia tivesse um vento sobre seu vício em
drogas, mas isso, definitivamente, calou-a rapidamente.
Muitas pessoas só veem as fotos públicas de celebridades sorridentes em
estreias e festas. Se o público em geral soubesse algumas das merdas que acontecem
nos principais cenários de filmes, eles ficariam chocados.
Conflitos de personalidade, egos inflamados, diferenças nos métodos de
atuação e interpretações de cenas — tudo acontece.
Mas isso foi há dois dias, Ryan finalmente teve algum tempo de inatividade,
e tivemos uma festa de noivado na família para preparar.
Ryan deslizou a mão sobre meus shorts cáqui e agarrou meu quadril,
olhando por cima do meu ombro.
— Vá — ele cutucou, empurrando-me através da soleira. — Vamos ficar na
varanda.
O céu às 19:30min estava escuro e ameaçador; o calor do dia foi extinto,
fazendo com que o vapor se levantasse do piso da garagem quente. Estendi minha
mão para a corrente grossa de água da chuva que caía sobre a borda das calhas ao
longo do telhado da varanda.
— Nick e eu lavamos o carro do meu pai em um aguaceiro como este uma
vez. Tivemos uma explosão. Papai nos deu um balde e esponjas e nos pôs para
trabalhar, embora não soubéssemos que estávamos trabalhando no momento.
Estávamos todos com sabão e molhados, mas, porra, nos divertimos.
A água que caía na minha mão estava fria e refrescante quando imaginei
dois garotos travessos correndo ao redor com esponjas de sabão.
— Uau, a chuva é torrencial.
— Vou dizer. A última vez que vi chover tanto, nós fomos....
Imediatamente endureci. Ryan endureceu, também, parando a si mesmo.
Lanternas de carro piscaram através das gotas de chuva em meus
pensamentos; os sons de pneus cantando na estrada molhada e uma buzina
estridente me dizendo para sair do meio da rua, no centro de Miami, rodaram em um
flashback doloroso. Essa memória horrível, esse sentimento como se eu tivesse
acabado de ser eviscerada vendo-o beijar Lauren, esse desejo de fazer toda dor ir
embora, tomou conta de mim. Era distante, mas em um instante.
Felizmente, eu era capaz de manter essa memória separada deste momento
atual, não permitindo que esses momentos ruins me puxassem para baixo.
— Eu não deveria... eu não quis dizer... — Ryan se atrapalhou, seguido pelo
sussurro de uma maldição para si mesmo.
Dei-lhe a minha atenção, tentando não o deixar se descontrolar.
— Está tudo bem.
De repente, ele agarrou meu pulso, me puxando para a abertura na varanda.
— Eu. Foda-se. Vem — ele ordenou.
— Onde estamos indo?
Ryan deu um passo para fora da varanda, depois ficou diretamente sob a
água que transbordava da calha acima.
— O que você está fazendo? — Perguntei conforme a água derramava em
sua cabeça. Ele sorriu maliciosamente e balançou a água fora de sua cabeça, antes
de se dobrar e me pegar por trás dos meus joelhos. Senti o barulho enquanto eu estava
erguida por cima do seu ombro nu e, em seguida, a água da chuva fria atingiu meu
cabelo, meus ombros e minhas costas, me fazendo gritar.
— Ryan!
— Vamos lá, baby. — Ele nos levou até a calçada inundada em seus pés
descalços. Ele só tinha um par de shorts uma vez que estávamos descansando em
torno da casa.
A chuva estava fria, mas refrescante e bloqueou imediatamente meus
pensamentos, dando-me o espaço apenas para me preocupar com ficar encharcada.
— O que você está fazendo? — Eu ri quando ele se empurrou para baixo
pelo longo caminho.
— Fazendo novas memórias — disse ele em uma corrida, parando quando
chegou à torrente de água fluindo rua abaixo.
Apenas quando pensei que não poderia amá-lo mais do que eu já faço, caio
mais algumas milhas mais profundas no amor por ele. Ele nos girou ao redor,
segurando minhas pernas para que eu fosse equilibrada em cima do seu ombro pelo
meu estômago. A chuva pesada atingia minhas pernas enquanto eu ria de sua
brincadeira.
— Você está louco! — Eu me senti tão tonta e livre.
Ryan fez um gesto como se estivesse indo me colocar no chão.
— Você me ama?
Agarrei a parte de trás do seu calção molhado.
— Sim!
Ele levantou minhas pernas mais alto.
— O que?
— Sim! — Ri mais alto, expondo a fenda do seu traseiro quando ele me
pendurou em suas costas. Ele pulou em uma enorme poça.
— Diga!
— Eu te amo!
Ryan girou-nos em um círculo. Meu cabelo molhado virou, aderindo no meu
rosto.
— O que? Eu não posso ouvi-la. Está chovendo. Você terá que falar alto.
— Eu te amo! — Gritei, limpando o cabelo molhado dos meus olhos com
uma mão enquanto segurava o calção com a outra.
— Você o que?
Bati em sua perfeita bunda, encharcada.
— Eu te amo!
— Você me ama?
Ele estava me deixando tonta, pulando e nos girando daquele jeito.
— Eu te amo!
Suas mãos agarraram as minhas coxas.
— Você vai se casar comigo, Mitchell?
— Sim! Não me deixe cair!
Ele me mergulhou mais para trás; minha camisa molhada reunida
desconfortavelmente sob meus seios.
— Sim? Sim, o que?
Eu estava rindo tanto, que estava tendo um desses adesivos laterais em
minhas costelas.
— Sim, eu vou casar com você!
Ele me pôs para baixo, na fria corrente de água da chuva; uma mão agarrou
meu quadril, enquanto a outra ficou presa no meu cabelo na base da minha cabeça.
E então ele estava me beijando. No aguaceiro. No fluxo de água corrente no meio-fio
na frente da casa de seus pais em Pittsburgh. Beijando-me com tudo o que tinha e
algo mais. Alisando meu cabelo molhado. Mordendo meus lábios. Girando sua língua
com a minha.
Misturando nossa respiração com fome em uma só. Marcando minhas
memórias com novos pensamentos da chuva. Reluzindo seu brilho em mim no meio
de uma tempestade escura.
Minhas mãos estavam em costas, suaves e musculosas, suas costelas,
pescoço e rosto.
Meu.
Meu, meu, meu.
— Eu te amo — ele murmurou.
— Eu te amo mais.
Ele se separou me agraciando com o seu sorriso assassino. Sua felicidade,
sabendo que eu era uma grande parte dela, era como um presente. Um que eu amaria
para sempre.
Mas eu ainda tinha que fazê-lo pagar por me girar de cabeça para baixo.
Abaixei-me, recolhi um punhado de água, e atirei-a para ele.
— Ah, é? — Ele passou o seu grande pé através da corrente, enviando
salpicos de água em toda minha canela.
Eu não havia me sentido tão livre em um longo tempo. Chutei a água de
volta para ele. Quando ele se inclinou para encher sua mão, eu ficava chutando e
salpicando, até que ele estava suficientemente encharcado.
Ryan se endireitou, olhou para baixo, e disse:
— É melhor você correr.
Corri através da chuva, alcançando apenas o comprimento do quintal do
vizinho, descalça na rua, antes de ser pegada do chão.
Ryan estava sorrindo quando ele me levou até a esquina onde o bueiro na
rua estava transbordando com a tempestade.
A chuva caía com tanta força, que a água estava inundando a rua.
— Nós costumávamos brincar aqui — disse Ryan, andando comigo
pressionado contra o peito. — Eu e Nick. Ricky Beidler morava naquela casa ali.
Entramos em todos os tipos de problemas.
Ele me colocou para baixo na água até os tornozelos. Foi quando o espirro
sério começou. Água encharcou meu sutiã, escorrendo pelas minhas costas.
— Isso é tudo que você tem, Christensen? — Chutei, enviando uma explosão
de água para ele. Ele riu, jogou o cabelo molhado para trás, e me agarrou pela cintura,
me sentando na água. Gritei novamente quando água fria inundou pela fenda do meu
traseiro.
Ryan deixou-se cair, sentado ao meu lado no fluxo de água.
— Venha aqui — ordenou baixo, me agarrando pelas axilas para me
transportar em seu colo.
A chuva estava abrandando, mas poderia ser granizo por tudo que me
importava, estar em seus braços, próximos ao meio-fio na rua, sentada na água
corrente da tempestade. Ryan limpou o cabelo emaranhado da minha testa,
inclinando o pescoço para me beijar.
Não havia como negar aquele olhar de amor em seus olhos; aquele olhar que
disse um milhão de palavras. Passei meu braço por cima do ombro, deslizando minha
mão até seu pescoço molhado e emaranhando em seu cabelo, sentindo seu beijo e
todo o seu significado em meus ossos.
Nós éramos as únicas duas pessoas no mundo.
Sentados na rua.
Em um pequeno riacho.
Na chuva.
E assim, meu homem lindo substituiu algo ruim por algo ótimo.

***

Era quase uma hora na tarde seguinte, quando ouvi a mãe de Ryan, Ellen,
bufar pela terceira vez ou foi trigésimo terceiro? Eu estava no meu laptop na mesa da
cozinha e Ryan estava fora trabalhando em seu carro e ignorando o desejo de sua mãe
para ele manter um calendário de alimentação.
Fiz um acordo em silêncio comigo mesmo que no próximo bufo, eu iria fazer
algo e com certeza fiz.
— Pergunte a ele se está pronto para um sanduíche — disse Ellen em uma
corrida, certificando-se de que eu carregava a sua mensagem para a garagem.
Eu silenciosamente adicionei "Sim, mãe" ao meu "Claro. Sem problemas."
Eu achei Ryan, ou devo dizer as pernas de Ryan e shorts cáqui, que estavam
muito, muito baixo em seus quadris e expondo todos os tipos de carne apertada e
trilhas de cabelo felizes. Ele estava deitado de costas debaixo da extremidade dianteira
de seu Shelby, e pelas manchas de graxa em seus muito sexys shorts, achei que estava
trocando o óleo. O cara tinha US $ 29 milhões, mas era muito para um cara pagar
alguém para trocar o óleo. Deus ama-o e toda a sua humildade.
Bati em seu pé.
— Ei, mecânico sexy, quente. Como está indo aí embaixo?
Ryan se curvou o suficiente para sorrir para mim.
— Indo bem.
A visão dele com as mãos sujas, manchadas de graxa, uma mancha em sua
camiseta de algodão branco e uma no antebraço, e algumas ferramentas em suas
mãos aumentaram seu apelo sexual.
— Você está parecendo tão delicioso aí embaixo; eu poderia estar tentada a
ter você trocando meu óleo, também. O que você acha?
Isso me rendeu outro sorriso presunçoso.
— Acho que você precisa mais do que trocar o óleo, senhora. Estou
pensando que você vai precisar de uma incrementação e um bom trabalho de
lubrificação também.
— No mínimo! — Brinquei. — E uma chupeta e uma cera também.
— Mantenha-se com as insinuações sujas; você está me deixando duro.
— Mantenha-se com o mecânico sujo e quente e eu poderia transar com
você aqui na garagem.
Isso me rendeu algumas sobrancelhas balançando.
— Sua mãe está tendo um colapso lento, porque você ainda não comeu hoje.
Quanto tempo até que você termine? — Não havia nenhuma maneira que ele fosse
capaz de segurar um sanduíche com todas as manchas de óleo de motor em suas
mãos, então não fazia sentido fazer algo para ele comer até que ele estivesse limpo.
Ele gemeu.
— Será que ela não tem nada melhor para fazer? Eu vou comer quando
estiver com fome. Eu ainda estou cheio da noite passada.
Eu estava prestes a dar-lhe um retorno quando seu celular tocou. Ele estava
sentado em uma toalha ao lado na garrafa aberta de Gatorade.
— Poderia atender? Quem é?
Eu me agachei e o peguei, inclinando a tela para que eu pudesse vê-lo no
sol brilhante.
— Seu advogado, Len Bainbridge.
— Responda. Minhas mãos estão muito gordurosas.
Bati na tela e disse:
— Oi, Sr. Bainbridge, é Taryn Mitchell.
— Oh, olá, Taryn — Ele disse jovialmente. — Como vai você?
Depois de algumas brincadeiras, ele perguntou por Ryan.
As pernas de Ryan ainda estavam saindo de debaixo de seu carro e ele já
tinha dado a sua instrução.
— Eu sinto muito. Ele está indisposto no momento. Ele perguntou se eu
posso levar uma mensagem para ele.
Ryan levantou uma sobrancelha para a minha formalidade.
— Sim, por favor, diga-lhe que o meu escritório está enviando os
documentos do acordo com Brown e Sullivan PR. Ele precisa analisá-los e, se tudo for
aceitável, vamos prosseguir com o desembolso.
— Certo, ótimo. Vou deixá-lo saber.
— Obrigado. Oh, sim, um momento. Obrigado, Miriam. Sim, eu quase
esqueci, Miriam está enviando o modelo de acordo pré-nupcial solicitado para sua
revisão. Ele vai precisar marcá-lo de acordo aos seus desejos, em caso de dissolução
do casamento. É bastante autoexplicativo. Ele, é claro, deve me ligar se tiver alguma
dúvida.
Meu cérebro paralisou ao ouvir a palavra acordo pré-nupcial.
— Taryn, você ainda está aí?
Acho que formei uma bolha de saliva em primeiro lugar, o que causou uma
reação involuntária para sufocar.
Na segunda chamada do meu nome, consegui um aceno de cabeça.
— Vou dizer a ele — eu disse asperamente.
Ryan rolou de debaixo do seu carro, limpando as mãos em um trapo velho.
Ele olhou para mim, piscando um olho no sol brilhante.
— O que ele tinha a dizer?
Você já teve essa sensação quente e urgente, que bate em você logo antes
de você querer pirar, desmaiar ou vomitar? Sim, eu estava lá.
— Eu não quero seu dinheiro, Ryan — eu consegui dizer, embora estivesse
dormente e desconectada da conversa. Ele tinha milhões no banco. Pensei que tinha
ido mais além, mas, aparentemente, a minha suposição estava incorreta. Claro que
ele iria querer uma cláusula de salvaguarda.
— Nem um centavo — eu meio que engasguei através do nó na garganta. —
Eu sou capaz de ganhar meu próprio caminho e se trouxermos bebês ao mundo,
espero que você me ajude a criá-los bem e saudáveis, mas vou manter o apartamento
caso você decida que precisa de dissolução e eu preciso de um lugar para viver. Eu
acho que essas coisas só vai ser um dado no processo de divórcio de qualquer
maneira, mas eu nunca iria tocar o seu dinheiro ou exigir um pedaço dele, porque
você ganhou esse dinheiro. Eu nunca faria isso com você. Você está construindo a
casa em sua propriedade, não é minha, nem nunca será. Eu preciso que você saiba
isso. Eu nunca iria tomá-la de você. — Eu não sabia que estava chorando até que ele
estava borrado.
Ryan se levantou rapidamente.
— Babe, você está me assustando para caralho. Que diabos você está
falando?
Meu braço se moveu, segurando o seu telefone. Eu deveria ter ficado com
raiva, mas não estava, por algum motivo. Eu estava mais desesperada e ferida do que
qualquer coisa.
— Seu advogado está enviando-lhe o acordo pré-nupcial que você solicitou.
Eu quero que você saiba que vou assiná-lo. É justo. Você deve ter paz de espírito.
Ryan pareceu como se eu tivesse lhe dado um soco.
— Ei, ei. Espere. Acordo pré-nupcial? Eu não pedi um acordo pré-nupcial.
Balancei seu telefone na minha mão, fazendo um ponto.
— Ele disse diferente.
Ryan abaixou-se, certificando-se que ele tinha meus olhos.
— Taryn, querida, eu juro por Deus que não lhe pedi para escrever um
acordo pré-nupcial. Eu juro. Estou tão surpreendido por isto como você. Mas eu vou
chegar ao fundo do mesmo, você pode ter a maldita certeza disso. Dá-me o meu
telefone. Eu estou chamando-o agora.
Assim quando eu estava pronta para entregar o telefone, agradecida que ele
não achava que eu esvaziaria seus bolsos ou até mesmo me imaginado sendo assim
gananciosa que eu faria uma coisa dessas, puxei minha mão de volta.
— Espere. — Limpei as lágrimas da minha bochecha. — Antes de fazer isso,
devemos conversar. Eu sei que não há garantias de que as pessoas fiquem juntas por
toda a vida, mas eu quero escrito que não quero seu dinheiro. Você me ajuda a pagar
os cuidados de seus filhos, que devamos ter, e é isso. Eu não preciso de pensão
alimentícia ou nada disso porque fui mimada ou ficar intitulado que me deve ou algo
assim.
Ryan pegou meu braço firmemente em sua mão.
— Hey, hey, pare. Pare com isso, agora.
Uma vez que as comportas se abriram, eu não podia parar.
— Não, nós precisamos discutir isso! Você tem um monte de dinheiro, Ryan.
Eu não trabalhei duro para ganhá-lo; você fez. É seu, todo ele. Eu não espero que você
gaste mais rios de dinheiro que não ganhei, porque nós não duramos como
esperávamos. E depois há o imóvel que você comprou e outras coisas. Ele é todo seu,
também. Só porque ele é ao lado da cabana da minha família não significa que eu
tenha direi....
— Pare! — Ele ordenou, em voz alta e firme. — Eu não estou falando sobre
isso.
Eu não sei por que me frustrou, mas fez.
— Nós precisamos — insisti.
— Não, não precisamos — Ryan franziu a testa para mim, puxando meu
braço levemente. — Você quer me dar paz de espírito, então, pare de falar sobre essa
merda agora.
— Nós vamos precisar falar sobre isso eventualmente. Sabe tão bem quanto
eu. Há muito em jogo...
Ele olhou para mim.
— Deixe-me perguntar uma coisa. Será que Dan e Jennifer Mitchell têm um
acordo pré-nupcial?
— Ryan, isso é...
Ele levantou sua voz sobre a minha.
— Seus pais têm um acordo pré-nupcial, Tar? Sim ou não?
— Tenho certeza de que meus pais não têm, mas ainda assim, esse não é o
ponto.
Ele levantou a mão.
— Você acha que minha mãe e meu pai têm uma porra de um acordo pré-
nupcial?
Eu só olhava para ele, evitando ter que responder.
— Eu posso dizer-lhe que não — disse ele. — E eu com certeza não pedi ao
meu advogado para elaborar um, também.
Ele começou a espetar o dedo na tela touchscreen em seu telefone. Ryan
respirava pesado enquanto esperava.
— Quando ele sair de sua reunião, você diga a ele que eu quero saber quem
diabos disse-lhe para escrever um acordo pré-nupcial em meu nome. — Ele desligou
abruptamente, sem sequer dizer adeus.
Ryan saiu correndo em direção à porta da cozinha e eu não tinha escolha a
não ser segui-lo.
— Ryan? O que está errado? Você parece bravo — Ellen questionou quando
ele usou a pia da cozinha.
— Eu não estou bravo, mãe. Eu estou chateado.
Ellen rapidamente olhou para mim, tentando verificar se eu tinha causado
a sua ira.
— O que está acontecendo? — Ela continuou a bisbilhotar.
— Você tem um acordo pré-nupcial com o papai? — Perguntou ele com um
rosnado.
Vi a confusão cobrir seu rosto.
— Não.
Ryan olhou por cima do ombro, lançando-me seu olhar: eu te disse.
Ellen era mais esperta do que lhe dei crédito. Ela ergueu as mãos,
retrocedendo e saindo da conversa como se houvesse uma bomba-relógio no chão da
sua cozinha.
— Ryan, as coisas foram diferentes para eles. Nossos pais não tinham a
quantidade de dinheiro que você tem e....
Mesmo que ele estivesse de costas para mim, a mão que atirou para fora,
cortando o ar em minha direção, foi uma ordem de parar e desistir definitiva. Eu fiquei
ali em silêncio, observando-o se debruçar, com os braços pressionados na borda de
aço inoxidável da pia como se estivesse comprimindo suas emoções de volta.
— Uma e outra vez, sempre voltamos para o mesmo local — ele murmurou
na pia. — Eu sei que não há garantias — ele se virou para mim — mas a razão pela
qual nenhum de nossos pais têm um acordo pré-nupcial, é porque eles não
começaram seus casamentos, preparando-se para que ele acabasse.
Puxei uma cadeira na grande mesa de jantar oval, sentindo a necessidade
de me ancorar. Ele disse as palavras que estavam na parte de trás da minha mente.
— Eu sei.
— Você quer que a gente comece dessa maneira? Você quer algum papel
dizendo que se eu foder ao redor ou se não sentar e falar as merdas e trabalhar os
nossos problemas então você deseja ter alguns milhões atirados em você?
Balancei minha cabeça.
— Não, eu não quero. Mas, aparentemente, o seu povo pensa de forma
diferente.
Os lábios de Ryan fecharam em conjunto com raiva frustrada. Ele empurrou
o cabelo para trás, coçando a cabeça, dando vazão à sua raiva em um suspiro audível.
Eu sabia que aquele era não por minha causa.
— Eu nunca tiraria de você de qualquer maneira.
Seus ombros caíram.
— É por isso que eu quero dar-lhe tudo.
Minha respiração engatou.
— Eu já tenho a parte que eu quero. O amor não tem preço.
Ele veio para a mesa, puxou a cadeira ao meu lado, e sentou-se, nossos
joelhos se tocando.
— Você tem um monte de outras partes interessadas sobre a sua linha de
fundo, Ryan. Até mesmo acordos para as nossas fotos de casamento e outras coisas,
como você disse. Todas essas coisas; tudo tem que ser legal.
Ryan pegou a minha mão na sua.
— Você precisa perceber que eu corto a todos, antes de arriscar perder você.
Inclinei-me para o outro lado cobrindo meu rosto.
— Eu quero que você se sinta seguro comigo para sempre, mesmo que isso
signifique assinar algo para lhe dar isso.
— Tar, eu sei que você não é gananciosa. Você é a pessoa mais generosa que
já conheci. — Sua carranca amaciou. — Eu não quero esse tipo de papel aparecendo
entre nós.
— Cláusula de salvaguarda — murmurei.
— O que?
— Cláusula de salvaguarda. Destaca a forma como tudo é dividido em caso
de um divórcio. Você sabia que Marie e Gary estão brigando para ver quem fica com
as TVs e os pratos?
Ryan suspirou, enojado. Seus olhos encontraram os meus.
— E você acha que pode acontecer entre nós.
Senti minha cabeça sacudir, mas fatos são fatos.
— Estou vendo a minha melhor amiga tendo seu coração arrancado,
trabalhando em um novo relacionamento, ao mesmo tempo, discutindo sobre quem
fica com a torradeira. Ela e Gary duraram três anos. Eu só não quero que você se
preocupe comigo levando sua TV.
Ele se inclinou para frente, dando um beijo suave nos meus lábios.
— Estaremos misturando nossas vidas juntos. Nós vamos ter uma família.
Mas eu não estou começando o nosso casamento com um papel que descreve a forma
como acaba. Família é importante para mim. Amor, vamos para o aconselhamento
endireitar a nossa merda antes de começar a escolher brigas por uma maldita
torradeira.
— Você realmente quer dizer isso?
— Quero. Taryn, eu sei que estar em um relacionamento comigo vem com
todo um conjunto de fatores de estresse que as pessoas normais nunca têm que lidar.
Mas você tira de letra e ainda sou eu. Eu sou apenas um homem.
— Eu sei. — Respirei profundamente. — A coisa do acordo realmente me
surpreendeu.
— Surpreendeu-me também. E você está certa. Precisamos conversar sobre
tudo isso. E se você precisa que eu coloque por escrito que nunca vou me desviar,
então é isso que vou fazer.
Os gracejos de sabedoria da minha mãe inundaram meus pensamentos.
— Não. Eu não preciso disso, porque eu sei que por dentro, meu homem
tem um coração de ouro.
Saber que ele estava investindo totalmente em nosso relacionamento fez
toda a diferença no mundo.
CAPITULO 19

Raízes

— E esta senhora encantadora é minha prima louca Shannan — Ryan disse


jovialmente, abraçando a próxima pessoa na fila para nos receber com brincalhona
familiaridade. A mãe de Ryan, aparentemente, convidou todos os parentes e toda a
sua vizinhança para nossa festa de noivado. Meu cérebro estava se recuperando de
atender tantas pessoas novas.
Ele içou Shannan por sua cintura, seu longo cabelo castanho cobrindo seu
rosto.
— Ah! Ryan! Me coloque para baixo! — Shannan gritou, batendo um pouco.
Ela teve que arrumar sua camisa quando ele a colocou de volta para baixo, toda
atrapalhada. Ela deu-lhe uma acotovelada. — Você é maluco.
Era tão magnífico ver Ryan tão relaxado e feliz, vendo sua família
novamente. Eu não conseguia parar de sorrir.
— E quem é este homem jovem e bonito? — Perguntou Ryan, acariciando a
cabeça de um menino adorável.
Ele devia ter em torno de sete ou oito anos, segurando um capacete de skate
preto em sua mão.
— Este é Caden — disse Shannan. — Você não o viu em um tempo.
Ryan parecia atordoado.
— Caden? Cara, você cresceu. Você era assim grande quando te vi pela
última vez.
Caden considerou Ryan com um olhar examinador.
— Você se parece com aquele cara que está no filme que a minha mãe tanto
gosta.
Shannan pareceu mortificada por sua divulgação, silenciosamente
cutucando seu filho para ir e brincar.
Ryan cruzou os braços.
— Você me dizendo que sua mãe gosta do meu filme? Esta senhora, aqui?
A pessoa que me disse que eu era errado para o papel?
Shannan deu ao Ryan um empurrão no ombro.
Ryan rolou com o soco, obviamente, amando demais esta informação.
— Oh sim. A tia Nancy e a tia Stacy, elas vêm e assiste bastante. A tia Nancy
vaia cada vez que a menina, Gwen, aparece na TV, no entanto.
— Caden! — Shannan chiou.
— Mãe estou com fome. Quando os cachorros-quentes vão estar prontos?
— Perguntou Caden.
— Mãe, quero um cachorro quente, também. E eu posso ir na piscina? —
Perguntou uma menina loura adorável, puxando os shorts de Shannan.
A piscina parecia uma boa ideia. Julho, em Pittsburgh era quente.
— Em breve, bebê. Diga oi para Ryan e Taryn. Eles vão se casar. Esta é a
minha filha, Lauren — Shannan disse com orgulho.
Só ouvir esse nome me fez estremecer. Mas esta criança adorável e Lauren
má que eu conhecia eram polos opostos.
Quando olhei ao redor do quintal e o pátio carregado com pessoas
sorridentes, fui esmagada pela forma como a família íntima de Ryan era grande. Sua
mãe, Ellen, era uma entre cinco, todas irmãs, cada uma das quais tiveram vários
filhos e netos. E do lado de seu pai, Bill Christensen era um entre três. Até a avô de
oitenta e dois anos de idade de Ryan, Nels Christensen, estava lá, parabenizando Ryan
em sua "bela escolha."
Terminei na longa mesa no pátio depois de ser apresentada a mais tias, tios,
primos e crianças. Nós já tínhamos sido perguntados várias vezes a respeito de
quando iriamos nos casar e recebemos inúmeras sugestões sobre tudo, desde igrejas
à fornecedores e que tipo de flores são as melhores.
Só de pensar em ter que planejar e decidir sobre todos esses detalhes foram
o suficiente para me colocar em um pequeno pânico.
Imaginei o lado de Ryan da igreja inclinando-se, cheio até o teto com sua
família barulhenta, enquanto meu lado tinha talvez duas dúzias de pobres almas
agarrados aos bancos e várias fileiras de grilos. Minha mãe só tinha um irmão, Bobby,
e uma irmã. Eu não tinha ouvido falar de tia Joan desde que eu a tinha chamado para
dizer a ela que eu sabia sobre meus pais biológicos. Tio Bobby estava vivendo no
Texas, nunca nos vimos. Meu pai tinha o seu irmão, Al, e eles tiveram dois filhos. Era
isso.
De repente, senti-me sozinha.
Ryan sentou-se ao meu lado em sua sunga molhada, seu prato
transbordante de comida, uma pilha de hambúrgueres que eu tinha certeza foi
pintado com ketchup e maionese equilibrando precariamente no topo da pilha.
Mergulhei meus dedos sobre as gotas de água que se agarraram ao seu ombro beijado
pelo sol, amando a simplicidade da nossa festa de noivado.
Seus pais poderiam facilmente ter transformado isso em um caso
desconfortável, contratando fornecedores e servidores, mas para o meu alívio, foi um
bom churrasco em família à moda antiga. Seu pai e outros homens aleatórios
trabalharam na grelha, enquanto todas as mulheres se juntaram para fazer suas
famosas saladas de macarrão ou trocar receitas para os quarenta tipos diferentes de
tortas e biscoitos em exposição. A vida era simplesmente maravilhosa.
— Você pensou em que dia você vai se casar? — Sua tia Rita perguntou. Ela
tinha um penteado curto prata e aquele brilho saudável que vem de viver uma vida
tranquila e despreocupada em Florida Keys. Ela e seu marido voaram até aqui apenas
para a nossa festa. Seu bonito filhote de cachorro pequeno, Yorkie, chamada Katie
estava sentada com atenção em seu colo.
Ryan estava segurando seu hambúrguer com as duas mãos. Vi-o olhar em
minha direção.
— Nós olhamos algumas datas, mas temos estados tão ocupados que não
discutimos realmente o assunto. Talvez no próximo ano. Sua agenda é bastante
agitada. — Pronto. Isso deve ser bom o suficiente.
Tia Rita franziu os lábios, mostrando uma pitada de antipatia.
— Veja, esse é o problema de ser uma celebridade. Vocês todos colocam
suas carreiras na frente de seus relacionamentos. É por isso que a maioria dos
casamentos são uma farsa. Filma, filma, e ninguém tem tempo para cuidar do
casamento.
Eu vi Ryan endurecer. Eu conhecia cada nuance fina de sua linguagem
corporal e podia sentir sua mudança para o modo de defesa. Ele colocou seu
hambúrguer para baixo e limpou as mãos.
— Taryn não é uma atriz — Ryan a corrigiu, limpando a boca.
Rita o encarou com essa familiaridade maternal que silenciosamente fala
volumes.
— Sim, mas você é.
Seus antebraços bateram a borda da mesa como um advogado pronto para
discutir.
— E daí? O que isso tem a ver com tudo?
Olhei para Shannan, que estava fazendo o seu melhor para fingir que não
estava prestando atenção à conversa, mas a forma como ela agarrou os braços da
cadeira, com as mãos em forma de garras, disse que ela não ia a lugar nenhum. Assisti
as comunicações não-verbais indo e voltando entre ela e sua irmã, Nancy, que
disseram: “Uh oh, mamãe vai deixá-lo saber e, melhor ele do que eu.
Tia Rita acariciou Katie com pequenos golpes amorosos.
— Meu ponto, meu caro, é que você precisa ter o tempo para definir o que é
importante aqui — ela deu uma pancadinha sobre seu coração — ou então todo esse
brilho e glamour vai transformá-lo em uma celebridade cliché.
— Cliché? — Ryan disse, ofendido.
— Sim. Honestamente, o comportamento mulherengo de atores é terrível.
Não se esqueça de como você foi criado.
O garfo bateu no prato, sacudindo em desafio.
— Eu já esqueci?
— Não, mas eu quero lembrá-lo para não ser como o resto das celebridades
canalhas lá fora e envergonhar a nossa família.
— Bem, vocês todos podem ficar tranquilos. Eu não tenho nenhuma
intenção agora ou nunca de envergonhar a nossa família.
Tia Rita parecia satisfeita com isso. Ainda assim, ela disse:
— Você quer saber por que todas essas relações de alto perfil não duram?
— Oh, aqui vamos nós — Nancy gemeu.
Shannan sentou-se.
— Mãe, talvez agora não seja o melhor momento para ser opinativa.
— Não mesmo. Ouçam — Rita continuou, as ignorando. — Vocês todos
pensam que eu não sei o que estou falando, mas eu leio e vejo as notícias o tempo
todo. O que todos vocês, jovens crianças, não conseguem se lembrar é que a emoção
e o frescos de um novo relacionamento não dura. Todo mundo, todo relacionamento,
atingem os caminhos difíceis quando você discute e não se dão tão bem, e é tão fácil
ser tentado a ir para esse frescor novamente para se sentir apreciado e desejado. Se
não, bam, você está miserável e recebendo seus pontapés em outros lugares. Mas se
você manter esse frescor vivo em seu relacionamento, você vai passar por isso. Marque
minhas palavras.
— Falou como uma verdadeira campeã que se divorciou do primeiro marido
— a tia de Ryan, Betty, brincou de passagem.
Rita se contorceu na cadeira.
— Jerry era um idiota. Há exceções às regras.
— Oh, agora há exceções. É melhor você me preencher então eu não
envergonho a família — Ryan disse secamente.
— Sim, exceções, espertinho. Ter problemas com bebida e jogos de azar são
duas delas. Ser tão bêbado para não manter um emprego é outra. Exceções que espero
não precisar ver nunca em qualquer um dos nossos filhos, incluindo você, gênio.
Ryan tomou um gole de sua cerveja, fazendo aquele som de sucção através
de seus dentes que acontece sempre que ele é provocado.
— O que eu quero saber é se você deu essa mesma palestra a seus dois
genros ali também, ou esta sabedoria você está transmitindo apenas para mim?
— Meus genros não estão cercados pela promiscuidade e pela tentação.
Nancy pareceu mortificada.
— Mãe, isso não é justo.
— O que isso tem a ver com alguma coisa? — Ryan interrompeu. — Não há
nada impedindo Brent ou Jake de se juntar com a caixa no supermercado ou a
secretária gostosa no escritório ou até mesmo tentar transar com a babá. Você está
colocando uma questão de moralidade. Minha ocupação não tem nada a ver com a
minha moral.
— É amplamente conhecido que as celebridades tendem a ter mais de uma
propensão para a infidelidade do que a maioria...
— Não, você está questionando minha integridade e me julgando sem razão,
porque eu sou um ator — disse Ryan, esfaqueando a salada de macarrão com o garfo.
— Eu não mereço isso e eu não aprecio.
Janelle simplesmente aconteceu de estar andando por ali com um prato
cheio de comida em uma mão e segurando a filha, Sarah, em seu quadril com a outra.
Segurei minhas mãos desde que terminei de comer e precisava me cobrir da
hostilidade em torno de mim.
— Deixe-me tê-la. Vem aqui, menina. Oi, querida. Você me faz companhia
enquanto mamãe come seu jantar, ok?
Sarah era uma distração bem-vinda, batendo sua garrafa de suco na mesa.
Coloquei um pouco de ambrosia na ponta da minha colher, encontrando a pequena
boca faminta aberta para ela.
Ryan olhou para mim e, em seguida, bateu a cabeça na minha direção.
— Você vê isso, Tia Rita? — Ele disse, acenando com a mão para mim. —
Eu tenho tudo o que preciso aqui mesmo, e mais, por isso não se preocupe com a
minha capacidade de manter o compromisso.
Uma vez que a diversão de fazer Ryan se sentir como merda havia acabado,
as pessoas começaram a se mover para longe da mesa.
— Bora Bora — sussurrei quando Ryan olhou para cima de seu prato. —
Primeiro voo.
Ele riu suavemente e se inclinou, envolvendo um braço sobre meu ombro.
— Eu não sei o que eu faria sem você. Você me mantém são.
Sorri para ele e isso foi tudo que precisei fazer para angariar um inferno de
um beijo, como se fosse uma recompensa ou um obrigado.
— Eu estou supondo que a tia Rita não será convidada para o casamento.
— Danem-se todos. Nós fugiremos.

***

No dia seguinte, tivemos uma festa menor por nossa conta; apenas alguns
dos amigos de Ryan, que eu havia conhecido na festa de aniversário que fiz para ele
em novembro, e abundância de hambúrgueres e bebidas. Ryan mergulhou na piscina,
surgindo ao lado da minha jangada 14 . Ele empurrou a borda da jangada com os
braços, tirando meu equilíbrio.
Segurei as bordas, rindo e segurando minha preciosa vida.
— Não! Por favor não me derrube.
Ryan sorriu alegremente, puxou a minha jangada em seu peito e beijou-me
sem sentido. Escovei a franja molhada da sua testa, provando o cloro da água em
seus lábios quando ele enroscou sua língua com a minha.
— Mmm, batatas fritas e cerveja.
Ele riu na minha boca.
— Então acho que você deveria me ter para o almoço. — Aquele brilho
diabólico em seus olhos me disse que seria bom. Ele mergulhou na beira da minha
jangada de volta na água.
— Por favor? — Gemi. Eu estava curtindo o sol quente, na esperança de
obter um bronzeado rápido.
— Ok, eu vou ser bom.
Esfreguei minha mão sobre seu braço, sentindo o calor que irradiava de sua
pele.
— Seus ombros estão começando a ficar realmente vermelhos. Você quer
que eu coloque um pouco de loção sobre eles?
— Não, eu estou bem.
Sim, ele vai estar bem até que estará reclamando que não consegue dormir.
— Você vai ficar desconfortável se você queimar.
Ryan olhou para onde meus dedos estavam arrastando.
— Sinto nas minhas costas mais do que qualquer coisa. Não vou ficar muito
tempo, querida. Scott e Laura estão realmente decolando em breve. Quero falar com
ele sobre a obtenção de algumas peças para o Shelby. — Seu dedo escovou sobre a
borda da minha parte superior do biquíni. — Este um daqueles que você comprou na
Espanha?
Concordei com carinho, lembrando nossa pequena farra de compras em
Barcelona.

14 Aqui são aquelas boias que você pode deitar e flutuar em uma piscina.
— Você comprou-o para mim.
— Legal. Eu tenho bom gosto. Bem, olá meu amiguinho, mamilo. Eu estou
contente de vê-lo, também. — Ryan girou minha jangada ao redor, colocando-se de
costas para o resto do grupo. Foi quando ele me puxou para mais perto, abaixou a
cabeça e roçou os dentes sobre o tecido.
Tanta coisa para ser discreto. A sensação fez minha barriga apertar.
— Ryan! — Saiu como um gemido ofegante.
— Shhh. — Ele parou minha desaprovação fraca com um beijo apaixonado
enquanto seu dedo polegar deslizou sob o meu top, fazendo-me arquar em seu toque.
Ele moveu a parte de cima do meu biquíni o suficiente para rodar a língua sobre o
pedaço de carne que ele tinha exposto, chupando tão forte que senti em vários lugares
diferentes ao mesmo tempo.
Eu estava perdendo a luta do por que ele deveria parar.
— Alguém pode nos ver.
Ele voltou a boca para a minha.
— Não me importo. Eu quero tanto você agora. Suba em cima de mim.
Ninguém vai ver.
Olhei para todos descansando em torno da mobília do pátio, bebendo e
curtindo a brisa.
— Eles estão a menos de trinta pés de distância. Tenho certeza de que eles
perceberão.
— Eu vou dizer-lhes para sair.
Meus olhos percorreram o pátio novamente. Janelle estava esfregando
protetor solar em pequena Sara.
— Ryan...
— Bem. Vamos voltar aqui esta noite depois de eu dizer a todos eles para
sair.
— Por que, Sr. Christensen? Você quer jogar polo aquático?
Seu rosto estava bem no meu, falando sobre os meus lábios novamente,
discretamente beliscando meu mamilo com força suficiente para me fazer suspirar.
— Não, eu quero jogar esconda o submarino. E lanchas.
O sol estava tão brilhante que mesmo que eu estivesse usando óculos de
sol, os reflexos da água estavam quase ofuscantes. Usei minha mão como uma viseira
apenas para que eu pudesse ver o rosto de Ryan. Foi quando notei algo brilhando na
árvore do vizinho. Arrumei a parte de cima do biquíni para cobrir o que ele tinha
exposto.
Olhei para trás e vi o flash de brilho novamente.
— O que é aquilo?
Ryan olhou por cima do ombro para ver onde eu apontei.
— Onde?
— Lá em cima, na árvore. — Vi o movimento, primeiro pensando que era um
guaxinim ou o gato de alguém e então vi um joelho.
— Que diabos? — Ele nadou até a borda da piscina e empurrou seu corpo
fora da água.
Eu vi o homem descer da árvore enquanto eu me apressei para sair da
piscina. Cheguei no caminho da garagem quando vi o fotógrafo desonesto sair pela
cerca viva do vizinho, distraído e segurando sua câmera. Ele notou Ryan na hora que
Ryan fez o seu caminho entre as filas de carros na garagem dos seus pais.
O fotógrafo começou a correr.
Ryan decolou como uma bala de uma arma.
Mike passou por mim.
— Ah, Merda.
Scott e Matt estavam logo nos calcanhares de Mike. Scott jogou o copo de
plástico de cerveja no chão, assim quando o corpo de Ryan se espalhou pelo ar,
lutando contra o paparazzo no gramado do vizinho.
Até o momento em que cheguei até eles, Ryan estava escancarando o cara,
tentando tirar sua câmera. O cara tentou bater em Ryan, mas Ryan se esquivou de
seu ataque. Ele acertou o ombro de Ryan ao invés.
— Seu filho da puta. — Ryan puxou para trás e socou o fotógrafo no rosto,
fazendo aquele som de estalo que só pode vir de um punho batendo em carne e osso.
— Ryan, pare! — Gritei enquanto ele continuava a bater.
Mike agarrou Ryan em torno de seu peito e puxou-o para fora do fotógrafo,
jogando-o como um saco de 80 quilos de batatas na grama.
— O que diabos está errado com você? — Perguntou o paparazzo lutando,
passando os dedos sobre os lábios sangrando.
— Ryan. Ryan. Calma, cara. — Mike teve que usar seu peso para manter
Ryan para baixo.
— Scott, pegue a porra da câmera — Ryan ordenou, apontando. — Tire o
cartão.
— Não! Não o toque — Mike gritou.
Ryan ficou de pé.
— Ele tem fotos de mim e Tar, Mike. Essas fotos nunca verão a luz do dia.
— Não toque em minha câmera — o fotógrafo disse com veemência.
— Dê-me a porra do cartão de memória ou eu vou terminar o que ele
começou — Scott ameaçou.
— Vá para o inferno. Eu não tenho que lhe dar merda.
Ignorando as ordens de Mike para parar, Scott chutou a mão do rapaz,
libertando a câmera.
Assim quando o paparazzo tentou agarrar a câmera e a perna de Scott, Ryan
se equilibrou e o atacou novamente.
O cara rolou e deu uma cotovelada no rosto de Ryan. Sangue
instantaneamente jorrou do nariz de Ryan. Matt lutou com o cara até que ele lhe tinha
o cara fixado de cara na grama.
Ouvi as sirenes de polícia à distância. Mike estava tentando separá-los, mas
no segundo que Ryan ficou ferido, Matt juntou-se à briga. Os meninos de Pittsburgh
estavam dando a esse cara uma verdadeira surra.
Ryan cambaleou e cuspiu uma bola de sangue de sua boca. Então, ele pegou
a câmera da grama, retirou o cartão de memória. Ele colocou a câmera perto da cabeça
do cara.
As sirenes estavam se aproximando. As mãos de Ryan estavam sangrentas
de seu nariz sangrando por todo o lugar.
Agora toda a vizinhança estava alerta para o corpo a corpo. O casal de idosos
que possuíam o gramado em que estávamos saiu de sua casa.
Scott tirou a camisa e entregou-a Bryan, que passou a enxugar o rosto
sangrento com ela.
— Sente-se — Matt gritou com o paparazzo e deu-lhe um empurrão quando
ele tentou se levantar. Ryan enrolou a camisa ensanguentada, rolando seus olhos de
mim para a camisa e de volta, em seguida, entregou-a para mim.
O motor do carro da polícia disparou e, em seguida, guincou a uma parada
no meio-fio. Assim que o policial desceu do carro, Ryan e os rapazes foram obrigados
a deitar de bruços no chão. As lágrimas corriam pelo meu rosto, assistindo Ryan ser
algemado e revistado como um criminoso. Outro SUV da polícia veio aos berros pela
rua na direção oposta.
O pai de Ryan e Mike estavam tentando explicar as coisas para os policiais,
enquanto o fotógrafo balbuciou sobre a forma como ele foi agredido e sua câmera
destruída.
Ryan parecia desgastado e ferido; seu peito nu estava sangrando e esticado
de ser algemado.
Respingos de sangue estavam por toda sua sunga com uma mancha na
parte superior de seu joelho. Ele fez sinal para eu ir até ele.
— Baby, você está bem? — Limpei a borda de seu queixo com a camisa.
— Eu preciso de uma toalha. Espere...
Ajoelhei-me de volta em um único joelho. Seus olhos me instruíram a me
aproximar.
— Cuidado com isso. Faça-a desaparecer.
Agarrei a camisa para garantir que nada caía, sabendo o que estava
embrulhado nela.
— Você está preso?
Ele fechou os olhos por um momento.
— Eu não sei. Eu preciso que você chame David — ele murmurou
rapidamente. — E o meu advogado. Oh, e chame Trish. — Ele cuspiu mais sangue,
xingando a si mesmo.
Agora que a adrenalina estava diminuindo, pude ver a magnitude dos
últimos dez minutos desabar sobre ele.
Enquanto Ryan estava sendo entrevistado pela polícia, uma ambulância
veio fechando no final da rua. Senti como se meus ossos estivessem se sacudindo
direto para fora da minha pele de tanto tremer.
— Eles estão levando-o para o hospital? — Ellen perguntou em pânico
enquanto corria de volta com uma toalha de banho.
A equipe da ambulância atendeu Ryan em primeiro lugar, limpando o
sangue do rosto e nariz. Eu sabia exatamente por que ele se recusou a ser levado para
o hospital. Isso teria desencadeado um frenesi da mídia com certeza. Teríamos que
manter isto contido.
O vizinho idoso, a quem eu tinha conhecido ontem, quando ele e sua esposa
vieram para a nossa festa, caminhou para falar com Ryan.
— Como você está indo, filho?
— Já estive melhor, Mr. Doughten. Desculpe por tudo isso.
O velho fez uma careta para o paparazzo.
— Então aquele bastardo estava na minha árvore, não estava? Espionando
a sua família?
Ryan assentiu, olhando principalmente para o chão.
— Ele estava tirando fotos nossas, senhor. — Era evidente que ele tinha
vergonha de estar lá a falar com um homem que ele obviamente respeitava enquanto
usava algemas.
— Fotos, hein? Oh Jesus, Maria, José. — Ele esfregou seus eriçados bigodes
cinzentos. — Você não pode ter uma pausa, pode garoto?
O lábio inferior de Mr. Doughten tremeu quando ele me olhou de cima a
baixo.
O policial aproximou-se Mr. Doughten.
— Hã? Inferno sim, eu quero apresentar queixa. — Ele levantou um dedo
torto, artrítico. — Aquele filho da puta estava na minha árvore, invadindo minha
propriedade. Isso mesmo, eu vou prestar queixa. Isto é ridículo.
— E o Sr. Christensen? — Perguntou o oficial. Outro carro da polícia
acelerou pela rua, as luzes vermelhas e azuis girando.
— De jeito nenhum. Aquele garoto conhece meu gramado da frente melhor
do que eu. Ele cortava minha grama desde que era velho o suficiente para executar o
trator. Ele é um bom menino. E seus dois amigos lá. Ajudaram Lil e eu durante anos.
Plantaram cada um dos arbustos ali para mim. E Scotty colocou os tijolos na entrada.
Eles são todos bons rapazes de boas famílias. Agora faça seu trabalho e tire essas
algemas malditas deles. Deixe-os voltar para a sua festa.
O oficial virou-se para Ryan.
— Sr. Dooley diz que você roubou o cartão de memória de sua câmera.
Ryan confessou removê-lo.
— Mas eu não o tenho. Eu o deixei cair na grama mais ou menos ali.
Depois de alguns momentos digitalizando o quintal com uma lanterna, o
oficial desistiu. Encontra-lo, obviamente, não era uma de suas principais prioridades.
Apenas quando pensei que eles estavam indo liberá-lo, o oficial informou ao Ryan que
ele seria preso por conduta desordeira.
Tudo se tornou mais brilhante quando ouvi o barulho do meu sangue
pulsando em meus ouvidos. Era como se o chão estivesse prestes a sair de debaixo
dos meus pés. O pai de Ryan agarrou sua mãe quando ela se lançou em direção ao
carro da polícia. Ela estava chorando e, em choque tanto quanto eu estava.
Ambos, Matt e Scott, estavam presos também. Todos os três foram
espremidos nos bancos traseiros dos carros da polícia. O oficial guiou Ryan no carro
e fechou a porta. Enquanto eu estava ali, observando-o da grama, ele não iria olhar
para mim.
— Eu vou pegar o carro e segui-los — o pai de Ryan, Bill, disse. Mike o
seguiu.
Fiquei surpresa quando eles voltaram em pouco mais de uma hora. David
não ficou satisfeito ao ouvir a minha voz quando liguei para ele, mas que pena. Eu
ainda estava no telefone levando bronca da Trish quando ouvi a batida das portas dos
carros na garagem.
Ryan mal olhou para mim, passando por mim na cozinha com um olhar de
lado. Eu o ouvi correr até as escadas e, em seguida, o chuveiro ligar.
Bill jogou as chaves no balcão, respondendo a sua esposa.
— Eles foram processados e liberados. Todos eles terão de ir ao tribunal, em
seguida, descobrir de quanto é a multa.
Eu queria ir até Ryan, mas eu poderia dizer que ele queria espaço. Mike
sentou-se em uma cadeira lá fora com sua cabeça em suas mãos fazendo sua própria
testa franzida em privado.
Sentei-me em frente a ele, inclinando meus cotovelos sobre meus joelhos.
— Você está bem?
Mike olhou para mim por um momento antes de silenciosamente balançar
a cabeça.
— Isso nunca deveria ter acontecido hoje. Estraguei tudo.
— Não, você não estragou.
— Sim, estraguei. Estou muito perto.
— Muito perto do que?
Estourar? Junte-se ao clube.
— Você e Ryan. Estão relaxando demais. Eu não estou prestando atenção
como deveria. Eu nem sequer fiz uma verificação básica do perímetro hoje.
— Mike, você não pode ver tudo. O cara estava muito em cima da árvore.
Ele sentou-se abruptamente.
— É o meu trabalho, Taryn. Você e Ryan estão me pagando para protegê-los
de merda assim. Falhei com ambos hoje. Tenho que renunciar. Ele precisa de alguém
novo, alguém que pode colocar distância entre as ameaças e os clientes.
— Ah não. Você não está renunciando. Aquele idiota estava tão longe acima
da árvore do vizinho que não há nenhuma maneira que você teria visto a menos que
você estivesse em pé no meio da piscina. Só o vi, porque o sol brilhou em sua lente.
De nenhum jeito você teria visto do solo, de modo que pare de se bater sobre isso.
— Minha carga foi presa hoje — ele resmungou entre os dentes.
— A sua carga poderia facilmente ter lhe enviado atrás do fotógrafo, mas ele
não o fez. Você não é responsável pelas ações de Ryan.
— Ele não deveria ter que se eu estivesse fazendo o meu trabalho.
Sua dedicação e convicção eram admiráveis. Ele não estaria tão rasgado se
ele não nos amasse. Gostaria de saber se Marie quer ver esse lado dele.
— Você é sempre tão sensível?
Seus olhos se arregalaram.
— O que?
— Um deslize em um ano inteiro e você está pronto para desistir.
— Não desistir. Apenas colocar você em melhores mãos. Eu comprometi
minha posição por borrar as linhas e isso colocou a ambos em perigo.
Ele estava sendo excessivamente emocional.
— Bem, você não pode parar.
— Por que não?
— Porque eu não vou permitir isso — eu disse com firmeza.
— Olha, se trata de Marie, não vou deix...
— Não se trata de Marie. É sobre ter alguém em quem confio o observando.
Mike, você é o único dentro do seu círculo imediato de gestão que eu confio. Eu respiro
mais fácil sabendo que você está com ele onde quer que ele vá. Sua presença por si
só lhe dá um nível de conforto e paz que ele não terá com qualquer um.
— Conforto e paz não o mantém seguro, Taryn.
— Mike, você poderia cercá-lo com guardas armados e não teria impedido
esse idiota de escalar uma árvore e usar uma câmera. Ryan tem estresse o suficiente
nele. Ele quer se sentir normal. Quem teria pensado que ele não poderia fazer isso no
quintal de sua família? E você precisa ter algum tempo de inatividade, também.
— Sim, mas...
— Mas nada. Você não está parando, então tire isso da sua cabeça.
Ryan veio para fora usando um par de shorts e uma carranca profunda.
— Onde está o cartão da câmera?
Segui-o na casa e entreguei a ele, perguntando-me quanto espaço seria
necessário. Refleti sobre isso na mesa da cozinha antes de decidir superar e ser
corajosa. Eu sabia em primeira mão a humilhação que vinha por usar algemas.
Ele estava sentado em sua mesa em seu antigo quarto, olhando para o seu
laptop. Notei que ele ligou o leitor de cartão da nossa câmera na porta USB.
— Você está bem?
Seus olhos brilharam para mim.
— Fui preso pela primeira vez na porra da minha vida. O que você acha?
— Eu conheço o sentimento.
Ele me deu uma careta irritada. Eu podia ver uma mancha roxa profunda
formando em seu olho esquerdo.
— Quer jogar sapatos?
Ele soltou um suspiro profundo, como se estivesse empurrando todo o mal
para fora. Seus olhos se fecharam por um momento.
— Não. Não quero jogar sapatos.
Minhas próximas palavras saíram em um sussurro:
— Você quer que eu te deixe em paz?
Ele xingou novamente e esfregou a testa. Encarei isso como um sim não
dito, então eu virei para a porta.
— Tar, espera... — Ele estendeu a mão. — Venha aqui. — Estendi a mão
para a sua oferta.
Soltei a respiração que eu não sabia que estava segurando quando ele me
puxou para o seu colo. Seus braços embrulharam em torno do meu corpo e ele
enterrou o rosto no meu pescoço. Mergulhei meus dedos pelo seu cabelo úmido,
pressionando-o mais apertado.
— Estou tão cansado disto, Tar. Tão cansado, porra. Não posso nem mesmo
ter um dia de folga sem eles nos seguindo. — Ele olhou nos meus olhos. — Ele veio
para a casa dos meus pais. Meus pais. Isso é cruzar a linha.
Toquei a pele abaixo da contusão em sua bochecha.
— Eu concordo.
— As pessoas não percebem... eles não sabem como é sentir-se despojado
de sua privacidade. Tudo que eles querem são fotos de quem eu sou, com ou o que
merda pessoal estou fazendo, como se eles tivessem o direito de saber. E para quê?
Para ver que eu sou como qualquer outra pessoa? Cristo, Tar. Você foi atingida por
uma merda de carro por minha causa.
Segurei seu rosto.
— Isso não foi culpa sua. Não diga isso.
Ele se afastou.
— Sim, foi. Essa menina louca estava perseguindo você por minha causa.
Caixas enormes de cartas de fãs aparecendo em seu apartamento? Cartas de ameaça?
O que aconteceu em Paris? Não, eu não estou tendo mais isso. Uh-uh. — Eu podia
ver o aço de sua resolução.
Um de seus braços me liberou para que ele pudesse clicar no mouse. Fileiras
e mais fileiras de imagens pontilhadas na tela. Ele soltou uma maldição, esfregando
a testa.
— Ele nos tem acompanhado desde que desembarcamos aqui. Filho da puta!
— Meu Deus! Essas são de ontem?
— Sim. O bastardo tirou fotos de toda a minha família. Há uma conosco
quando eu estava segurando Sarah. Droga!
Meus olhos se arregalaram enquanto ele continuava através de centenas de
páginas mais. Senti como se tivesse engolido uma pedra vendo close-ups da língua de
Ryan no meu peito na piscina. O idiota tirou tantas fotos, era quase como ação ao
vivo vendo foto após foto de mim e Ryan em privado e momentos íntimos. Eu queria
vomitar.
— É isso aí. Não mais. Após o terceiro Seaside ser filmado, eu estou feito.
CAPÍTULO 20

Repercussão

— Ele foi preso, Taryn. Não há nada que eu possa fazer. Sua foto é registro
público agora — explicou Trish.
Eu não me importava. Tinham sido quatro dias desde o incidente; todos os
tabloides e notícias estavam circulando e publicando a foto dele machucado e tingido
de sangue e eu queria que eles parassem.
Eu me escondi no canto do escritório no bar para me certificar de que Ryan
não poderia, acidentalmente, ouvir minha conversa, mesmo que na última vez que o
vi, ele ainda estava na cama. Isso foi há uma hora. Eu estava me sentindo como se
estivesse no final da minha corda.
— Eu sei. O advogado de Ryan ligou. Mesmo se eles tirarem as acusações,
a imagem ainda estará lá fora. Ele não está levando isso muito bem, Trish.
Ela suspirou.
— Eu queria falar com ele, ver se ele quer que eu gire isso, mas ele não vai
atender minhas chamadas. Ele não é a primeira celebridade que teve sua foto na lama
postada. Ou contra-atacamos com a imprensa positiva ou simplesmente deixamos
que naturalmente acabe, o que vai.
— Sim, bem, agora a imprensa está tendo um dia de campo. — Eu estava
começando a pegar hábito de Ryan em esfregar a testa. — O advogado de Ryan nos
alertou que o fotógrafo contratou um advogado. Ele está tentando processá-lo por um
milhão. Você pode acreditar que o bastardo quer que paguemos a renda perdida que
ele teria feito vendendo nossas fotos para a mídia?
— Acredito.
— Ryan não é ele mesmo é mais. Isto levou-o para a depressão; eu não sei
o que fazer. Ele até perdeu peso. Ele mal come. Tudo o que ele quer fazer é dormir ou
deitar no sofá. Ele está se tornando um recluso.
— Deixe-o ter alguns dias para superar. Seu ego tomou um golpe.
Mastiguei minha unha.
— Isto não é apenas sobre o seu ego. Ele diz que está se aposentando.
— O quê? — Trish gritou. — Não. Péssima ideia. Má. Vai matar a sua
carreira. Regressar neste negócio é difíceis de fazer. Ele está no topo de seu jogo agora.
Ele sai e você pode beijar sua bilheteria em adeus.
— Trish, o cara tinha mais de mil fotos nossas. Os policiais encontraram
garrafas de refrigerante cheias de xixi no quintal do vizinho. Ele estava usando esta
rede de camuflagem para se misturar com a maldita árvore! Quem sabe quanto tempo
ele tinha estado lá em cima.
— Oh, garoto. Já ouvi falar dele. Eles o chamam de ‘Freddy rápido’. Ele
trabalha como freelance para uma das maiores agências de fotos de celebridades em
L. A. Ele é o idiota que quase colocou Bieber em um acidente há duas semanas,
perseguindo-o pela Santa Monica Freeway por uma foto. Esses caras não conhecem
limites.
— Eles são como chacais. — Olhei para o calendário na mão, perguntando
o que eu poderia fazer para fazer Ryan voltar para o balanço das coisas.
— Por que vocês dois não saem de férias? Saiam de lá por alguns dias?
— Eu sugeri, mas ele não quer lidar com aeroportos ou qualquer lugar que
é público. Disse-lhe que se esconder não é a resposta e que ele deveria mostrar ao
mundo que ele está bem e fazer a sua coisa, mas é como falar com uma parede de
tijolos. Tenho repórteres e imprensa acampados no meu pub desde que voltamos.
Tenho dois caras trabalhando na porta, porque fomos inundados com fãs curiosos. É
louco. Eu preciso afastá-lo aqui, mas ele se recusa a ir.
Trish suspirou.
— Eu odeio até mesmo trazê-la, mas ouvi sobre o mais recente golpe de
Marla.
Respirei fundo, encolhendo-me apenas de ouvir o nome dessa mulher.
— Eu não sei como ela acha que poderia se sair nos sobrecarregando.
Gostaria de enfiar sua ação no seu rabo.
Pete olhou ao redor da porta do escritório, acenando seu celular para mim.
— Tar, Ryan está chamando por você.
Rapidamente terminei minha chamada com Trish e coloquei meu celular no
bolso. Ryan recusou-se a colocar o pé no bar, dizendo que causou muitos problemas
para o meu negócio para ele ser visto. Seus fãs só não sabiam quando parar. Era
suposto que, se eu estivesse aqui, então, ele também estaria. Havia detetives
particulares cuidando de mim agora.
Ryan franziu a testa para mim quando vim através da porta do apartamento.
— Por que não está respondendo ao seu celular?
— Eu estava falando.
— Oh! Com quem você estava falando?
— Eu estava lidando com algo. Por quê?
Os ombros que costumavam ficar firme estavam curvados como se tivesse
sido derrotado. Ele não tinha se barbeado em vários dias, nem tinha feito nada mais
do que tomar banho e correr a mão pelo cabelo.
Ele usava uma camiseta rasgada e um par de shorts de algodão puídos,
pareendo mais como uma pessoa sem-teto do que uma celebridade multimilionária.
Ele esfregou seus olhos com os nós dos dedos.
— Nada. Acordei e não sabia onde você estava, isso é tudo.
Eu odiava vê-lo reduzido a este estado de desânimo.
— Você está com fome? Você quer almoçar?
Ele deu de ombros, arrastando os pés descalços pelo corredor indo até o seu
segundo lugar favorito: o lado esquerdo do sofá.
Sentei-me ao lado dele e tentei me aconchegar. Ele parecia menos agitado
quando eu estava sob sua asa protetora.
— Você ainda tem aquelas fotos de lugares que você queria ver que você me
deu no Natal?
Ele coçou os pés descalços, enquanto ele folheava os canais de televisão.
— Elas ainda devem estar na gaveta no quarto sob minhas camisetas. Por
quê?
— Acho que devemos escolher um e ir a algum lugar. Cair fora daqui por
alguns dias. Diversão? Sol? O que você acha?
Ele tomou um grande gole de um dos muitos copos de água que ele tinha
escondido em torno do apartamento. Pelo menos em sua depressão, ele não tinha
começado a beber.
— Tar, nós conversamos sobre isso. Quantas vezes eu tenho que te dizer
que eu não quero ir a qualquer lugar agora? Não podemos simplesmente ficar parado
por uma vez? Por favor, baby? Sinto-me como se estive ao redor do mundo oitenta
vezes. Eu só quero relaxar.
Ele deslizou no sofá, se enterrando mais fundo em sua depressão.
Entendi o seu desejo de fazer uma pausa, mas isto era além de seu
comportamento normal. Ele não tinha estado fora do apartamento desde que
chegamos aqui.
— O que aconteceu com aqueles esboços que você fez da nossa enorme casa?
— Estão em minha bolsa carteiro. Por quê?
Levantei-me, cansada de vê-lo percorrer cem canais uma e outra vez.
Coloquei seus desenhos ao lado do meu laptop e liguei a impressora. A primeira coisa
que procurei foi uma pia de cobre estilo fazenda que vi em uma revista uma vez.
Encontrei uma que gostei, imprimi, e gravei-a em outra página em branco no seu
tablet. Eu sabia que ele estava me observando então fingi ignorá-lo.
Curiosidade finalmente venceu.
— O que você está fazendo?
Tentando fazê-lo pensar em outras coisas, como o nosso futuro.
— Encontrei algo que eu queria acrescentar.
Ele inclinou-se na parte de trás do sofá, estudando seus esboços
impressionantes.
— Talvez eu volte para a faculdade, termine o curso.
E foi assim que ele franziu a testa.
— Quem estou enganando? Eu não posso ir voltar em um campus aberto.
— Ele jogou o bloco de desenho na mesa e voltou ao seu lugar no sofá. Eu odiava isso.
Odiava vê-lo tão retirado. Mesmo a nossa vida sexual havia sido atingida. Sua paixão
foi embora.
Era hora de algo drástico. Corri pelo corredor, pendurando o nosso pequeno
sinal de não perturbe na porta do apartamento de modo que Marie ou Mike não
entrariam inesperadamente, e tirei minhas roupas no quarto.
Ele, pelo menos, me deu alguma atenção com um olhar interrogativo,
quando voltei para a sala vestindo apenas minha calcinha de biquíni branca. Peguei
o controle remoto da sua mão, desliguei a televisão, e o montei.
— O que você está fazendo? — Ele respirou sua pergunta com uma pitada
de advertência, como se eu estar quase completamente nua em seu colo precisasse
de um motivo ou esclarecimento.
— Eu quero meu Ryan de volta.
Seus lábios se torceram em uma careta, e então sua expressão rolou
assustadoramente para o que parecia rejeição.
— Fale comigo.
Suas mãos deslizaram em torno de meus quadris, tensas, e pareciam
empurrar para trás e para cima, elevando-me um pouquinho para fora de sua virilha.
— Você tinha que ficar nua para falar comigo?
— Achei que era uma boa maneira de obter a sua atenção. Deveríamos estar
em uma praia em algum lugar tendo um grande momento, fazendo amor, se
divertindo, sendo jovem, curtindo a vida. Você tem estado tão fechado. Você não quer
falar comigo. Você mal me toca mais. Isso está me assustando.
Suas mãos empurraram meus quadris para trás, um sinal definitivo de sua
falta de vontade de continuar essa conversa. Agarrei seus antebraços, não querendo
permitir que ele me deixasse de lado.
Desespero agarrou minha garganta.
— Por favor, não me afaste. Por favor. Eu não aguento mais.
Seu desânimo foi tomando seu pedágio em meu coração.
Ele tentou se contorcer de debaixo de mim e apenas assim, uma nova fissura
se abriu em meu coração retalhado.
— Ryan, não! Oh, Deus, por favor não! Você me prometeu!
Ele resignou-se de volta ao sofá.
— O que você quer?
Sua rejeição momentânea me enervou. Eu havia ido por este caminho uma
vez antes e eu estaria ferrada se deixasse que a história se repetisse. Homens de merda
me dando falsas esperanças e promessas que eles, tão facilmente, puxam de volta
quando era conveniente. Bem foda-se!
— Você está partindo meu coração! Você não vê isso? É isso que você quer?
Você me quer longe de você, me empurrando para longe assim? É isso que você quer?
— Eu sabia que minha voz tinha subido em volume, mas, maldito, ele estava me
irritando.
— Eu só quero relaxar. Só isso. É tão difícil de entender?
Olhei para ele por um momento, chocada com o seu tom áspero.
— Bem. Você quer relaxar, faça. — Comecei a sair de seu colo, mas suas
mãos prenderam minhas coxas.
— Aonde você vai?
— Estou saindo fora e vou viver a minha vida. Você não está relaxando,
você está apodrecendo aqui, deixando essa merda na sua cabeça apodrecer e comê-lo
vivo. Você não quer falar comigo, desabafar e seguir em frente, então você pode sentar
aqui e continuar a relaxar em seu próprio país. Deixe-me saber quando estiver pronto.
— Pare — ele gemeu.
— Por quê? Um segundo atrás você estava me empurrando para fora.
Ele me estudou um pouco, os olhos amassados e doloridos com tanto
veneno mental.
— Sinto muito.
Peguei uma de suas mãos, enrolando-a na minha e pressionando-a entre os
meus seios expostos, puxando-o mais perto do meu coração quanto ele poderia ir.
— Não se desculpe, amor. Fale comigo.
Ele balançou a cabeça, lutando contra isso, incapaz de encontrar a coragem
ou as palavras.
— Diga-me — implorei suavemente. Ele estava de boca fechada e
carrancudo. — Você disse uma vez que um homem deve possuir sua situação. Você
também disse que nós sempre conversaríamos. Você prometeu. Fale comigo!
Ryan estava tão desamparado.
— Eu não posso desligá-lo. Não posso agitá-lo.
Coloquei beijos suaves em seus dedos, esperando pacientemente, tentando
encorajá-lo a ir em frente.
— Deus, você é linda para caralho — ele disse suavemente, mas com tanta
convicção. Seus olhos foram para baixo, pousando em meu estômago enquanto ele
ponderou. Deixei-o tomar seu tempo, feliz que ele estava, pelo menos, me tocando
novamente.
— Você estaria grávida de sete meses agora. — Seus dedos flutuaram sobre
o meu umbigo plano.
— Oh, querido... — respirei meu apelo para ele não ir para lá.
— Eu penso nisso o tempo todo. Pergunto-me se a nossa filha teria tido
olhos azuis ou se o nosso filho teria alguns dos meus traços. Como seu rosto
pareceria.
Gostaria de poder abafar sua tristeza por beijar sua pele.
— Nós vamos ter lindos bebês... quando tivermos a intenção de trazê-los
para o mundo. Eu prometo.
Ele bateu a ponta do seu dedo levemente sobre minha barriga, parecendo
discordar.
— Esse era nosso primeiro e tomei isso de você. A minha carreira — ele
zombou como se a palavra fosse suja — tomou isso de nós.
Levantei seu queixo, doendo por vê-lo parecer tão perdido.
— Não. Pare, Ryan. As coisas acontecem por uma razão. Coisas que você
não tem nenhum controle. Nós teríamos conseguido, mas nós não estávamos prontos
para um bebê. Precisamos ser fortes juntos antes de trazermos uma criança a este
mundo. O que aconteceu comigo, você não pode levar isso em seus ombros. Você não
pode. Eu não vou deixar.
Ryan discordou novamente, preso em algo poderoso.
— Havia muito sangue quando você perdeu a gravidez. Eu pensei que você
estivesse morrendo no meu colo. — Ele mordeu seu lábio inferior, enquanto seus olhos
aguaram.
— Estou aqui. — Esfreguei sua mão. — Estou bem aqui, baby.
Ele olhou para a minha coxa, traçando uma linha invisível com a ponta do
dedo.
— Às vezes esqueço o quão forte você é. Resiliente pode ser uma palavra
melhor. A vida continua jogando-lhe socos e não importa o que, você continua
devolvendo.
Entrelacei nossos dedos.
— Isso é porque tenho algo que vale a pena lutar. Você. A promessa do para
sempre. Você me faz querer ser mais forte.
Ele bufou e se contorceu debaixo de mim.
— Isso é porque estou fazendo um trabalho tão excelente em mantê-la
segura. Grande trabalho que eu fiz.
Agarrei seu pescoço e apertei seus ombros de volta no sofá.
— Pare com isso. Não diga isso. Eu nunca me senti tão protegida e cuidada
como sinto com você. — Sua cabeça oscilou, derrotado. — Você está deixando-os
vencer.
Penteei minhas mãos pelos seus cabelos, puxando até que eu tinha seus
olhos em mim. Tomei sua boca com desejo desesperado, beijando-o como se eu
pudesse quebrar o feitiço que o puxava para baixo.
— Lute comigo — respirei em seus lábios, que pareciam me recusar paixão.
— Por favor, amor. Eu não posso fazer isso sem você. Eu preciso de você. Eu preciso
de você!
Sua mandíbula ficou tensa quando a dor que ele estava segurando tão
firmemente finalmente rachou. Um soluço suave deslizou por sua garganta.
— Estou tão cansado, Taryn — ele resmungou, sua voz gaguejando tentando
mantê-lo em cheque. Mas a dor não tinha outro lugar para ir a não ser para fora. —
Tão cansado. Tudo o que faço nos traz dor.
Uma lágrima escorreu pelo seu rosto. E depois outra. Eu sabia que o estava
matando me mostrar tanta fraqueza, mas tudo precisava ser purgado, retirado de seu
sistema como um demônio sugador de almas. Vê-lo chorar foi a minha ruína. Ele
finalmente sucumbiu à pressão e isso me deixou louca.
— Não, você não! Você é o amor da minha vida e meu melhor amigo! Não
importa o que a vida joga em nós, levamos o bom com o mau, Ryan, o bom com o
mau. Nós fazemos isso, porque isso é o que fazemos.
Ele me puxou contra seu peito, me segurando como se ele precisasse de
mim para ter o ar de volta.
Segurei sua cabeça enquanto ele enterrou o rosto no meu pescoço.
— Oh, amor. Nós vamos passar por isso. Amor, você sabe como consertar
isso. Você parou de tomar seu medicamento.
Ele franziu a testa, fungando.
— Eu não estou tomando merda, Tar. Sem pílulas.
— Ryan, você jogou seu corpo em uma confusão. Você não pode
simplesmente parar de repente de tomá-las.
— Pílulas de depressão... qual é a próxima? Pílulas para dormir? Pílulas
para manter acordado? Isso é uma maneira de morrer. Você sabe o quanto eu odeio
essa merda, Tar!
Segurei seu rosto em minhas mãos.
— Ryan, olhe para mim. Eu fiz um monte de pesquisa quando o médico me
colocou em antidepressivos após o acidente. Minha situação era temporária. Você já
sofreu com ataques de ansiedade por um longo tempo, mesmo antes de tudo isso. É
quando você para de tomá-los que o seu sistema fica fora de controle.
Resistência a isso cobriu seu rosto.
— Eu não quero depender de drogas, Tar. Não quero.
Limpei suas bochechas com os polegares, apagando a evidência física de seu
stress.
— Não importa. Você precisa delas. Você precisa regular a serotonina. Não
é um sinal de fraqueza, Ryan. E isso não faz de você menos homem. É um
desequilíbrio do corpo, isso é tudo. Não há vergonha nenhuma nisso.
Ele fechou os olhos.
— Eu tentei trabalhar nisso por minha conta, mas sinto que não posso
superá-lo. É como um ciclo interminável. Ver a decepção no rosto do meu pai quando
eles me colocaram naquela viatura; sei que parti seu coração. Eu fiz isso com ele. Eu.
— Ryan esfregou a palma da mão sobre o centro do seu peito. — Isso me pressiona,
aqui. Como se eu tivesse um elefante sentado no meu peito. Às vezes é difícil respirar.
— Eu sei, mas podemos mudar isso. Você não tem um osso viciante em seu
corpo, Ryan. Você precisa tomar uma pequena pílula para regular a química do seu
corpo. Isso é tudo.
— Ok — ele sussurrou, admitindo. — Vou começar a tomá-los novamente.
Eu não posso viver assim.
— Vou marcar uma consulta para você ver o meu médico. Vamos obter o
seu sorriso de volta. Eu prometo.

***
Era segunda-feira. Nós tínhamos estado em Seaport por duas semanas
quando o meu pai biológico ligou novamente.
Ryan, Mike, Marie e eu estávamos em Sandy Cove Beach em Seaport
aproveitando o clima quente e o lindo dia. Ryan e Mike estavam jogando uma bola de
futebol para lá e para cá, enquanto Marie e eu apreciamos a vista incrível deles sem
camisa e bronzeados, a partir do conforto das nossas cadeiras de praia.
Foi pura alegria ver Ryan sorrindo e tendo um grande momento. Era como
se ele tivesse totalmente rejuvenescido. Ele estava em um novo medicamento para o
hipotireoidismo, e as diferenças foram quase noite e dia.
Acenei para Ryan vir.
Ele abriu a tampa do cooler, pegou duas garrafas de água gelada, jogou uma
para Mike, e usou o refrigerador como assento.
— E aí?
— Acabei de falar com Joe.
Ryan empurrou os óculos de sol em cima de sua cabeça, olhando-me com
curiosidade.
— E?
"Ele gostaria que nós fôssemos para Lake Tahoe.
Ele fez aquela exalação audível, parecendo nada satisfeito com essa ideia.
— Eu não sei.
Ok, então ele não estava no mesmo patamar com o meu entusiasmo.
Tivemos um impasse em silêncio até que Ryan disse:
— Eu tenho que ser honesto. Eu não estou vendo o benefício aqui. O homem
não esteve em sua vida nunca e eu estou inclinado a mantê-lo assim.
Fiquei, momentaneamente, distraída observando Mike, que estava
segurando a mão de Marie. Senti meu coração vibrar apenas pelo olhar que ele usava
em seu rosto. Ele levantou-se de sua cadeira e, sem dizer uma palavra, foi embora
com ela como se fosse um prêmio, segurando a mão dela como ele fez. Eu não poderia
evitar me apaixonar ao vê-los curtindo um ao outro, andando na praia, esbarrando
um no outro, Marie segurando em seu braço musculoso com ambas as mãos. Seu
sorriso radiante para ele e o dele irradiando de volta. Era como assistir a melhor parte
de uma história de amor.
— Eles formam um grande casal.
Ryan olhou por cima do ombro e, em seguida, volta para mim.
— Eles têm o que nós temos. — Ele sorriu.
— Eu sei — sorri de volta.
Ele acenou com o queixo.
— É um ajuste muito melhor para ambos.
Eu estava tão feliz de ver o amor florescer, que era difícil contê-lo.
— Concordo.
O sorriso de Ryan caiu.
— Voltando para este negócio com o Joe. Taryn, quero cortar todas as
variáveis. As coisas estão finalmente voltando à pista para nós e não estou procurando
adicionar qualquer louco sobre a pilha. Você quer conhecê-lo, vamos arrumar isso,
mas não sem eu estar lá. Primeiro sinal de potencial besteira, estou tirando você de
lá e nós estaremos em um avião.
— Eu quero conhece-lo.
Ryan mordeu o lábio inferior.
— Ele contou para sua esposa?
— Sim. Ele disse que ela estava entendendo sobre isso e ela e as meninas
querem me conhecer.
Ryan assentiu antes de colocar-me de volta sob seu olhar examinador.
— Esta é realmente uma estrada que você quer percorrer?
Eu sabia que ele estava apenas tentando me proteger de ser ainda mais
ferida.
— Sim. Se eu não fizer isso, eu vou sempre imaginar. Eu preciso colocar
essa parte de mim para descansar, Ryan.
Ele concordou relutantemente.
— Ok, se é isso que você precisa, eu vou reservar nossos voos.
Sorri para ele. Ele não precisa pronunciar as palavras "eu te amo" para eu
saber o quanto ele me ama.
— Obrigado, amor.
Ele baixou os olhos de volta para mim.
— Pete vai ficar bem gerenciando o bar enquanto estivermos fora?
Revi meu calendário mental. Teremos os Teen Choice Awards chegando, e,
em seguida, Ryan tinha que fazer alguns ajustes em L. A. para o terceiro filme Seaside.
Balancei a cabeça, muito confiante de que eu tinha tomado a decisão certa.
Ele havia perdido todas as reservas que tinha para o verão, tendo de repassar o
trabalho para outro cara, então ele estava mais do que grato pelo trabalho.
— Ele vai ficar bem. Ele tem me ajudado por um longo tempo, então ele
sabe o que precisa ser feito.
— Tammy parece mais feliz, também.
Lembrei-me da conversa que ela e eu tivemos no outro dia, passando sobre
algumas das nossas questões. Ela e Marie ainda estavam andando em círculos em
torno de si, para evitar os confrontos, mas para a maior parte, Marie superou.
Ter Mike dizendo a ela para levar sua bunda para sua cama todas as noites,
apesar de que sua cama era a minha cama de hóspedes, estava ajudando a suavizar
a traição de Tammy.
— Nós tentaremos servir um menu limitado no pub. Veremos como isso
funciona, antes de ir mais longe. Talvez ela vai nomear um sanduíche depois de você.
Ryan rolou os olhos.
Olhei para o meu celular para ver as horas.
— Nós temos que ir. Encontraremos o construtor em duas horas.
Ryan se levantou, ajeitou o colar com a tag — aquele com o meu nome
escrito nele para que ele pudesse "manter-me perto de seu coração em todos os
momentos" — e tentou ver até onde Mike e Marie tinham chegado.
— Você está bem com a adição falamos?
Eu vi Mike girar Marie ao redor na orla, e desejei que Gary pudesse ver como
muito mais feliz que ela estava.
Sua insensibilidade merecia um pouco de retribuição.
— É Mike?
— Meu chefe de segurança precisa de um centro de comando e estou
pensando que eu iria dormir melhor à noite sabendo que sua nova guardiã está
convenientemente localizada.
Por mais que eu amei essa ideia, ele estava presumindo muito.
— Ela só teve um curso, Ryan. Quem sabe onde isso vai levá-la.
Seu sorriso irônico me disse que tinha informação que ele não estava
compartilhando.
— O que você sabe que eu não sei? — Perguntei, sorrindo de volta para ele.
Ryan casualmente encolheu os ombros.
— Vamos apenas dizer que tudo o que temos planejado, vocês duas não
podem fazer merda nenhuma sobre isso. — Ele estendeu a mão. — Vamos. Se você
quer se encontrar com o Joe, temos que reservar uma viagem para o Lake Tahoe.
CAPÍTULO 21

Sem proteção

— Pare de se remexer. Você parece oficial — provoquei Marie, enquanto ela


puxava as mangas do casaco. Mike a fez vestir um paletó preto liso, uma calça, uma
blusa de cor creme e sensíveis sapatos de salto baixo para sua primeira tarefa no
tapete vermelho em L. A. Mesmo que ela estava nervosa como o inferno ela, pelo
menos, parecia talentosa.
Mike estava trabalhando com ela desde que ela tinha retornado do programa
de treinamento intensivo, passando por cima de tudo, desde procedimentos de
limusine até em como lidar com uma briga física. Ele também a ensinou sobre as
diferentes palavras de código que ela precisaria usar para se comunicar com ele. Foi
realmente muito interessante aprender todas as coisas que Mike faz nos bastidores
para proteger as pessoas.
Ele se tornou uma parte integrante de nossas vidas diárias que, às vezes,
era difícil lembrar que ele estava "trabalhando" quando estava conosco. Metade do
tempo, parecia como se ele estivesse pendurado em volta, porque ele e Ryan eram
melhores amigos.
— Eu ainda acho que poderia estar toda chutadora de bundas em um
pequeno vestido quente — Marie gemeu. — Você está toda linda e eu pareço como
uma professora tensa.
— Lembre-se a formação que praticou — Mike murmurou do banco da
frente do nosso carro com motorista, seu jeito sutil de lembrar-lhe que ela estava
"trabalhando" e não aqui para curtir quente comigo. Eu sabia que ele a vestiu para se
misturar, não para se destacar. Ryan e eu tínhamos feito bastantes ensaios de alguns
cenários com eles em minha sala de estar ao ponto onde Mike tinha até nos mostrado
algumas técnicas de autodefesa, se alguma vez precisarmos nos proteger. Eu poderia
entender seu raciocínio que vestindo uma saia não seria a ideia mais inteligente.
— Você vai ajoelhar-se sobre a cabeça de alguém? — Murmurei para ela,
provocando. Mike tinha mostrado a ela como subjugar alguém para mantê-los
imóveis, enquanto estávamos removendo uma "ameaça". Executado corretamente, um
assaltante pode obter uma boa vista da virilha ou "Vagina Crunch", como Marie e eu
chamamos.
Marie apenas revirou os olhos para mim.
— Disparei sete armas diferentes ao longo das últimas semanas e eu tenho
uma boa mira. Observe.
Zombei de volta.
— Não seja oprimida pelos flashes. Tente manter-se de olhar para eles ou
então você vai estar vendo pontos o resto da noite. É quase como se você estivesse
temporariamente cega.
Esperamos em uma longa fila de carros serpenteando ao longo da estrada,
que levava ao local onde todas as celebridades foram chegando ao massivo Gibson
Amphitheatre para o Nick Teen Choice Awards. Era a primeira missão de Marie como
minha guarda, trabalhando os detalhes sob o seu novo chefe, Mike Murphy.
Eu estava querendo saber como a relação namorado/patrão iria funcionar,
mas até agora, as coisas estavam indo bastante bem. Ela estava mais do que disposta
a assumir as suas ordens, e eu acho que realmente o excitava. Ele latiria um comando
e ela obedeceria de imediato as suas ordens. Então, ele iria ficar mais alto com essa
sugestão de sorriso secreto levantando um canto de sua boca. Ele tentou ser todo
fodão, mas esse pequeno presente foi apenas o suficiente para ser sua ruína, porque
Marie iria zoar por tudo o que vale a pena.
Independentemente do que pensou Mike, Marie realmente tinha a mão
superior neste relacionamento.
Eu a vi tocar no microfone escondido em seu ouvido.
— Sim está bem. Estamos verdes.
Ryan se inclinou para mim.
— É como Spy vs. Spy, sabe?
— Eles estão praticando sua conversa em código de BDSM. Chicoteie-me,
mestre. Eu fui impertinente. — Eu ri e lhe dei uma cotovelada quando Marie me
lançou o dedo.
Ryan inclinou a cabeça, sorrindo.
— Tem sido um tempo desde que fizemos a coisa da escravidão. Estou me
sentindo inspirado por todo esse show-detonando de dominância.
Mike se inclinou sobre o assento.
— Se vocês dois terminaram, somos os próximos para sair.
Marie fez sua cara de jogo, parecendo toda séria e na borda quando saí do
carro.
Ryan me puxou alguns pés, antes de ser puxado direto para dar autógrafos
e cumprimentar seus fãs. Dei um passo para trás para fora do caminho, como eu
tinha sido instruída em todas as suas outras aparições. Marie estava do meu lado
direito, mantendo a observação. Mike a fez sua prática "blindagem e remoção" comigo,
contra ameaças potenciais, e desde que ela era destra, seu braço esquerdo seria o que
ela usaria para me agarrar. Quem sabia que havia uma ciência para tudo isso? Mike
sabia a rotina. Ele lidava com Ryan autografando e posando melhor do que qualquer
jornalista ou gerente poderia fazer, depois de ter estado com Ryan em cada aparição
pública que ele tinha feito no último ano.
— Veja como Mike mantém as coisas longe do rosto de Ryan? — Eu disse a
ela. Mike estava segurando uma mão para cima, mantendo todas as coisas que os fãs
estavam empurrando para assinar de ficar muito perto.
— Puta merda, Taryn — Marie murmurou, observando as centenas de fãs
gritando, alinhadas atrás das barricadas, avidamente competindo por um segundo de
atenção de Ryan. — Eu pensei que a estreia era louca; isso é insano. Elas são como
adolescentes raivosas.
— Isto é quase como estava em Paris.
Sua cabeça virou em minha direção.
— Assim? — Balancei a cabeça, mantendo uma alça sobre essa memória.
Eu estava me acostumando com isso, mas esta era apenas a segunda vez de Marie
experimentando o "fandemônio15" que seguia Ryan Christensen, a estrela de cinema,
onde quer que fosse, e eu podia ver que ela estava visivelmente abalada por tudo.
Ryan parecia muito mais calmo, alegre mesmo, dando aos seus fãs o que eles queriam
tão desesperadamente.
— Mike estava no telefone com a segurança do evento durante toda a
manhã, coordenação desta ação.

15 Mistura de fã, mais pandemônio


Concordei com um aceno de cabeça, e depois olhei ao redor. Notei a
segurança extra atrás de nós. Eu sabia que ambos, Ryan e Mike, não iriam deixá-la à
sua própria sorte se alguma coisa desse errado.
— Então isso é, basicamente, o que eu faço? Apenas ficar aqui com você? —
Marie perguntou, olhando em volta, parecendo toda oficial enquanto verificava
possíveis ameaças.
— O que? Tomar conta de mim? Sim. Você está fazendo isso.
Ela torceu os lábios na minha pobre tentativa de humor.
Cutuquei meu queixo em direção a Ryan e Mike.
— Esses dois idiotas acham que não temos nenhum indício do que está
acontecendo.
Marie assentiu.
— Depois da coisa com Kyle, é bastante óbvio por que Ryan iria querer que
você tivesse um guarda-costas do sexo feminino. Eu deduzi isto um tempo atrás,
quando Mike começou a falar comigo sobre as maravilhas de ser segurança pessoal.
Ele, meio que, escorregou uma vez, quando me disse que Ryan queria uma fêmea para
guardá-la.
— Sim, eu diria que o seu pequeno esquema é bastante transparente.
— Podemos deixá-los saber que nós sabemos?
— E perder a oportunidade de mexer com eles? Não. Isso tudo é parte de
seu plano para garantir que eu não me canse e entre em problemas enquanto ele está
ocupado sendo famoso.
Marie olhou em volta de mim, mantendo sua vigília.
— Eu com certeza não estou reclamando. Ganho um homem lindo, que fode
como uma máquina e viajo o mundo com minha melhor amiga. Não tenho nenhum
problema em cuidar de você enquanto nós fazemos compras.
Não pude deixar de rir com isso.
— Vou começar a fazer aulas de ioga, se Mike me der o meu próprio cartão,
estou lhe dizendo isso agora.
— Basta pensar no problema que você poderia entrar se você fosse uma
contorcionista.
Ela quebrou em um ataque de risos.
— Então, este trabalho vem com seguro de saúde? Posso precisar.
— Não tenho certeza, mas vou deixar você olhar para o traseiro de Ryan
Christensen por um extra de dez minutos por dia.
Ela pareceu horrorizada.
— Apenas dez minutos? Hah! Você sabe, se você tivesse me dito há um ano
que eu seria parte da comitiva de Ryan Christensen, eu teria questionado sua
sanidade. Isto é surreal. E sem ofensa, mas o seu traseiro é estelar.
Assisti todos os rostos de seus fãs acenderem no momento em que Ryan
parou na frente deles, sorrindo também.
— O que minha mãe sempre diz? Sonhos se tornam realidade quando você
se aponta em sua direção.
— Sua mãe era uma mulher brilhante — Marie declarou enfaticamente, nós
duas lançando nossos olhares para os traseiros estelares de Ryan e Mike.
Puxei uma visão do rosto sorridente da minha mãe em meus pensamentos,
odiando que, como o passar dos anos desde a sua morte, eu tive que, às vezes, lutar
para me lembrar como ela se parecia.
Ryan sorriu e acenou um último adeus a seus fãs gritando, em seguida,
caminhou com passos decididos para onde eu estava esperando. Ele me pegou pela
mão, levou-a a boca para beijar suavemente meus dedos, entrelaçou os dedos com os
meus e continuou andando. Sua exibição pública aleatória de afeto me deixou sem
fôlego. Eu nem acho que ele sabia como suas ações inconscientes faziam todo o
mundo exterior desaparecer em torno de nós ou como fazia meu coração vibrar como
as asas de um beija-flor de seu cavalheirismo natural. Eu sabia que posaríamos para
as fotos de imprensa a seguir, mas eu teria ficado em qualquer linha de fogo apenas
para estar ao lado dele.
Agora que eu estava prestando mais atenção a todos os detalhes por trás
das cenas, percebi o quanto Mike realmente fazia por nós. O resto da premiação foi
sem contratempos e Ryan recebeu uma grande prancha por ganhar melhor ator em
um romance. Eu adorava vê-lo no palco, agradecendo seus fãs. Seu discurso de
aceitação foi curto e doce e sair com o velho elenco de bastidores de Seaside foi uma
explosão.
Quando a premiação acabou, Mike e Marie estavam nos esperando para nos
levar ao nosso próximo destino: um jantar tardio com eles e Cal e Kelly no restaurante
decadente Koi.
Graças a Deus Marie estava conosco quando fomos bombardeados por
paparazzi, enquanto saíamos do restaurante. Mike fez com que o nosso motorista
esperasse na calçada, antes de nos permitir sair dos limites seguros do edifício. Ryan
tinha a minha mão, Marie estava me flanqueando, repetindo as ordens de Mike para
a multidão de fotógrafos para retroceder e nos deixar passar. Após dois copos e meio
de vinho e ficar cega no escuro por todos os flashes, eu estava feliz por não ter que
dirigir.
— Não é de se admirar que celebridades entram em acidentes — Marie
murmurou. — Eu não posso ver uma merda. Olhe para eles! Por que diabos estão
bloqueando a frente do carro?
Os paparazzi foram acotovelando-se para fora do caminho, tentando tirar
mais fotos de nós no interior do veículo. Ryan tinha a mão em concha sobre os olhos.
Notei que Marie estava fazendo a mesma coisa.
— Você sabe, eu sempre pensei que as pessoas famosas fizessem isso porque
estavam se escondendo de ser fotografados. Agora eu sei que é também para proteger
os seus malditos olhos!
Sua voz piscou de volta pela minha mente quando nós suportamos a mesma
gama de fotógrafos tentando pegar nosso voo em LAX. Felizmente, apenas alguns
passageiros estavam com câmeras de telefones celulares na mão quando nós
desembarcamos em Reno, Nevada.
Eu estava nervosa, animada e petrificada quando corremos do aeroporto,
indo direto para um SUV com motorista esperando no meio-fio. Sempre quis saber
como as celebridades eram capazes de serem levados embora tão rapidamente; era
tudo uma questão de coordenação precisa.
Mike segurou a porta, guardando a nossa entrada. Mesmo entrar nos carros
era coreografado. Eu sempre entro em primeiro lugar, seguida por Ryan. Uma vez que
os "principais" estão em seus lugares, Marie entra em seguida. Mike sempre se senta
no banco do passageiro da frente, sempre. Ele também trata de receber nossa
bagagem. Ryan Christensen não espera nos carrosséis de bagagem, nunca.
Eu estava começando a pensar que Mike precisava de um grande e gordo
aumento. Dar-lhe a minha melhor amiga no mundo, com um grande laço envolto em
torno dela, não parecia o suficiente.
Ryan pegou a minha mão na sua, dando-me um aperto reconfortante e um
sorriso. Ele não tinha necessidade de me perguntar se eu estava nervosa para
encontrar meu pai biológico; ele sabia. Eu quase não dormi, nem uma piscada ontem
à noite.
Enquanto esperávamos que nossa bagagem fosse carregada, Ryan verificou
suas mensagens perdidas.
— Nós temos um problema.
Meu primeiro pensamento foi que os paparazzi nos seguiram, assumindo
que viemos a Reno para nos casar.
Bem, isso foi o primeiro pensamento de Trish quando mencionei o nosso
destino. Eu não precisava de mais nenhum problema e pelo seu tom distinto eu
poderia dizer que era pessoal.
Ele se virou para encontrar meu olhar.
— Recebi um e-mail de Trish. Aparentemente, uma das amigas de Tammy
postou em seu Twitter que ela vai me conhecer no casamento deles em setembro.
Minha energia nervosa explodiu em um borrão de fúria ultrajante.
— Você está brincando?
— Desejo que estivesse. — Ryan empurrou seu celular de volta no bolso. —
Bem, lá se vai isso. Eu disse a eles para manter isso para si mesmos. Ninguém nunca
escuta. Seu casamento vai ser um circo de mídia. Filho de uma... — Ele olhou para
mim. — Você sabe que vai ser uma loucura agora. Eu disse ao Pete no que isso poderia
se transformar. Notícias explodindo de que vou entrar em uma igreja e você tem
malditos helicópteros voando em cima das nossas cabeças.
Marie bufou do banco traseiro.
— Gostaria de saber qual idiota amiga dela fez isso.
— Seja agradável — murmurei, pegando meu telefone.
— Não é provável — ela respondeu com sarcasmo desafiante.
Revirei os olhos e comecei a chamar Tammy enquanto o motorista arrumava
nossa bagagem no porta-malas.
— Ela não está respondendo.
— Claro que ela não está respondendo. Ela sabe que estou com você —
acrescentou Marie.
Ryan sabia o quanto essa discórdia me incomodava, tendo estas atitudes
tristes e arrogantes flutuando entre o que costumavam ser grandes amigas. Eu só
podia esperar que fosse o estresse que Tammy estava passando por fazê-la louca.
— Eu tenho que corrigir isso — gemi.
— Por quê? — Marie estalou. — Ela queria ter o direito de se gabar de que
Ryan estava indo ao seu casamento. Esta é a bagunça dela, não sua. Ela deveria ter
mantido a maldita boca fechada.
- Eu concordo — Ryan murmurou. — Isto não é seu problema, Tar.
Eu, principalmente, concordei com eles. Ainda...
— Quando chegarmos ao hotel, vou tentar ligar para Pete. Ele tem o direito
de saber o que está acontecendo, especialmente se há alguma chance de seu
casamento ser arruinado.
O olhar nos olhos de Ryan me disse que já era tarde demais para evitar isso.
A vista chegando ao hotel Ritz-Carlton em Lake Tahoe foi espetacular. Os
altos pinheiros, as montanhas majestosas e impressionante complexo do hotel nos
chamou para vir e desfrutar de luxo no seu melhor.
Dentro, uma enorme lareira de pedra empilhada tomava o palco central,
elevando-se do chão à "cinquenta e cinco pés de altura," como fui informada pelo
recepcionista.
Fomos encaminhados para um piso privado, entrando na suíte mais luxuosa
que eu já tinha visto.
— Uau — Marie respirou. — Estou tão feliz que você é meu amigo — ela
disse ao Ryan.
Ele sorriu e pegou minha bolsa no meu ombro.
Nossa suíte tinha enormes janelas com vistas deslumbrantes para as
montanhas. Apenas uma pessoa que conhecíamos saberia como encontrar esse tipo
de decadência.
— Andrea?
Ryan piscou.
— Sim.
— Essa menina precisa de um aumento enorme.
— Quem é Andrea? — Marie perguntou, vagando em um círculo apertado
para que ela não perdesse nada.
— Ela é a deusa de todos os agentes de viagens — respondeu Ryan. — É
suposto ter dois quartos principais. Escolha um. Mike e eu vamos estar aqui bebendo
esta garrafa de conhaque, enquanto as senhoras decidem.
Marie e eu vagávamos de quarto em quarto.
— Este lugar é maior do que o apartamento — ela respirou.
Senti a alegria bater nos dedos dos pés quando vi o grande chuveiro de
azulejos.
— Eu sei.
— Eu adoro ter celebridades ricas como amigos — ela murmurou,
acariciando uma das toalhas brancas e macias dobradas sobre o balcão como se
estivessem vivas.
— Quando Joe vem aqui? — Perguntou ela.
— Amanhã. Ele trará a esposa e as filhas.
Ela passeou pelo outro quarto que parecia ter uma pequena sala de estar
ou um nicho com uma vista deslumbrante das pistas de esqui.
— Por que você não vai até a sua casa?
Meus dedos patinaram sobre todos os tecidos ricos enquanto seguia seu
caminho. Mesmo as cortinas eram luxuosas.
— Ryan queria um terreno neutro, mas pela aparência deste lugar, ele tem
a mão superior. Ele também não queria uma reunião pública, caso as coisas não
saíssem tão bem. É a versão de Ryan de controlar a situação.
Nós vagamos pela sala central, verificando o outro lado da suíte, recebendo
sorrisos lascivos dos meninos no nosso caminho.
Marie respirou uma maldição.
— Com acomodações como estas, Ryan pode ter excesso de controle em
qualquer dia que ele gostar, tanto quanto eu estou preocupada.
— Eu estou escolhendo este quarto.
— Bem. Eles são praticamente idênticos de qualquer maneira. Fico feliz que
há uma enorme sala nos separando. — Ela me deu uma cotovelada. — Apenas tente
mantê-lo o tom baixo hoje à noite, certo?
Segui-a para fora, observando que só olhar Ryan, ali de pé em uma camiseta
cinza simples para fora da calça jeans, era o suficiente para fazer meu coração saltar
uma batida.
— Marie, o que me diz de fazermos uma aposta?
Ela se virou, confusa no início, antes que ela entendesse.
— Que tipo de aposta, Taryn?
— Primeira mulher a desistir.
Mike soltou uma gargalhada.
Coloquei meu sorriso mais confiante, mesmo que eu estivesse realmente
muito cansada.
— Tenho duzentos em dinheiro. Homens podem manter o tempo.
Ryan batucou as mãos sobre o bar alto.
— Sim! Agora estamos falando. Eu gosto de onde sua cabeça está, amor.
Marie virou a cabeça, à procura de algum apoio de Mike. Eu sabia que ela
não tinha duzentos dólares com ela, mas o aceno tranquilizador de Mike disse que ele
tinha.
Seu cabelo castanho longo voou de volta ao redor.
— Você está dentro.

***

Bati duzentos dólares na mesa de jantar de mogno escuro polido, para seis
pessoas, junto ao prato de Marie e continuei andando. Eu sabia que tinha perdido por
isso não havia ponto de contestá-la.
Mike começou a rir de si mesmo.
Ryan saiu do nosso quarto, penteando o cabelo para trás com os dedos.
— Mantenha seus comentários para si mesmo, Murphy. Ela não dormiu
nada na noite anterior.
Servi duas xícaras de café, desejando que eu pudesse injetá-lo direto na
minha veia. Logo após o meu segundo orgasmo maravilhoso ontem à noite, eu devo
ter desmaiado. Vamos apenas dizer que depois de vir, a última coisa que me lembro
foi de ir.
Mike colocou as notas da mesa, dobrando-as bem, e colocando-as
diretamente no decote de Marie.
Ela sorriu, usando o meu dinheiro como um emblema de honra nos seios.
A risada momentânea não foi suficiente para me manter calma. Meus nervos
estavam no limite a partir do momento que acordei. Como ele é? Vou ver algo de mim
quando olhar para ele? Será que ele vai ser um idiota gigante, fazendo me arrepender
da minha decisão de conhecê-lo? Tantas perguntas sem resposta que me levaram
longe da diversão de perder nosso pequeno concurso.
Eu quase pulei da minha pele quando o telefone do nosso quarto tocou mais
tarde, no início da tarde. Eu sabia qual era a mensagem antes mesmo de Mike
desligar.
— Eles estão aqui. Eles estão sendo levados à mesa do chef no restaurante
lá embaixo.
Ryan segurou meu rosto em suas mãos; os polegares patinaram ao longo do
meu rosto enquanto seus olhos cheios de preocupação perfuraram os meus.
— Não importa o que, eu não vou permitir que este dia termine com uma
nota triste. As coisas vão bem, nós os convidamos aqui para a suíte. As coisas vão
ruins, depois do almoço eles vão embora e vamos colocá-los atrás de nós. OK?
Balancei a cabeça.
— OK.
— Ok, baby. — Ele se inclinou e pegou a minha boca, salpicando seu voto
com um beijo.
Era difícil respirar; eu estava cheia de tanta trepidação, era sufocante. Ryan
abriu o caminho, segurando minha mão o tempo todo, quase me puxando. Ele
caminhou com confiança, como sempre. Seus ombros largos assumindo minha
preocupação.
Observei as duas jovens em primeiro lugar; seu choque de olhos arregalados
e espanto ao ver Ryan Christensen andando em sua direção era quase cômico. Não
havia dúvidas de que o reconheceram já que elas estavam absolutamente vertiginosas
com prazer.
Eu não sei por que fiquei surpresa quando vi Joe pela primeira vez. Talvez
fosse porque eu o tinha visto apenas como um adolescente magro e esguio, com
cabelos negros como a meia-noite, mas este homem sólido com a vibração de Tim
McGraw não era o que eu esperava.
Meus olhos viajaram de seus ombros largos e sua altura até o cavanhaque
estreitamente raspado e combinando com o cabelo castanho curto. Suas bochechas
estavam brilhando, um pouco bronzeadas do verão mostrando em todos os lugares.
Ao me aproximar, seus olhos enrugados quando ele ampliou seu sorriso.
Todo o ar desocupou meus pulmões quando olhei seus profundos olhos
azuis, que eram uma imagem perfeita dos meus próprios. Esse momento de
finalmente ter algum reconhecimento facial familiarizado me bateu duro, como se
alguma força da natureza tinha acabado de bater no meu peito. Senti um soluço
borbulhando e se aninhando em minha garganta.
Estranhamente, eu esperava encontrar alguém mais velho, considerando
que ele era meu pai, mas eu tinha que me lembrar que eram apenas 16 anos que nos
separavam. Joe tinha quarenta e quatro, mas agora não parecia velho o suficiente
para ter uma filha da minha idade.
Quando os olhos azuis de Joe amassaram, sua mão apertou no ombro de
sua esposa, e eu observei seu lábio inferior começar a tremer. Ele deu um passo em
torno de sua esposa para se aproximar. Eu podia ver os tremores aprimorando em
seus músculos, fazendo com que seus passos parecessem um pouco instáveis.
Ryan puxou minha mão e me puxou na frente de seu corpo; as pontas dos
dedos cutucando minhas costas, liberando-me para fazer esta viagem sozinha.
— Oh, minha menina — Joe gaguejou, sugando de volta seus próprios
soluços.
Foi quando eu perdi meu tênue controle.
Lágrimas quentes começaram a cair no meu rosto. Eu não conhecia este
homem de Adam, mas algo sobre ele apenas parecia certo. A próxima coisa que vi foi
que braços fortes estavam ao meu redor, sua mão segurando a parte de trás da minha
cabeça, enterrando meu rosto em seu peito.
— Vinte e oito anos. Eu nunca parei de pensar em você por vinte e oito
anos. Obrigado por me dar isto — Joe gaguejou, mantendo a voz baixa.
Balancei a cabeça, incapaz de falar, sentindo sua dor, sentindo a alegria. Eu
só podia imaginar o que ele deve ter passado, ter que desistir de sua carne e sangue.
Joe levou-me pelos ombros, levando-me para longe dele algumas polegadas.
— Deixe-me olhar para você um pouco mais. Eu não posso acreditar. Eu
pensei... — Ele engasgou. — Nunca pensei que esse dia chegaria.
Saber que ele estava tão afetado por esta reunião como eu, foi um alívio.
Ele prendeu a respiração curta.
— Você parece sua mãe, Taryn.
Encontrei-me balançando a cabeça e concordando com ele, mesmo que eu
nunca tinha visto uma foto da mulher que me deu à luz.
— Eu gostaria que ela estivesse aqui para ver você toda crescida, mas tenho
certeza que ela está sorrindo para nós do céu, hoje.
Joe tentou limpar uma lágrima do meu rosto, o que me fez automaticamente
limpar o meu próprio rosto.
— É bom finalmente saber de onde eu tirei meus olhos.
Ele sorriu mais largo, fazendo-me perguntar o que mais temos em comum.
Enquanto eu dei a sua esposa, Jill, um abraço, Ryan e Joe apertaram as
mãos e trocaram saudações.
Depois de um bom almoço, Ryan estendeu um convite para eles para subir
à nossa suíte.
Marie estava fazendo um trabalho maravilhoso mantendo as duas meninas
entretidas enquanto Ryan e eu nos sentamos com Joe e sua esposa para ter uma
conversa privada.
Joe parecia sincero, mas cauteloso.
— Eu só posso imaginar o quão difícil isso deve ter sido para você, descobrir
assim. Fiquei com a impressão de que seu pai destruiu todos os registros. Eu nunca
pensei que ele iria mantê-los.
Tomei um gole de meu café, tentando me desligar um pouco da sobrecarga
emocional.
— Ele tinha tudo junto em uma caixa em um cofre no banco.
Joe assentiu.
— Minhas cartas e tudo mais?
Coloquei meu copo na mesa.
— Havia cerca de dois mil dólares também.
Ele coçou a cabeça, esmagando os lábios por um momento.
— Sempre me perguntei se você recebia o dinheiro que eu enviava. Imaginei
que seu pai não iria gastar um centavo. Provavelmente pensando que era o dinheiro
da droga ou algo assim.
O dinheiro da droga?
Sua mão esfregou sobre sua boca.
— Eu tive alguns problemas antes de ir para o exército. Vamos apenas dizer
que o Tio Sam chutou essa merda do meu sistema rapidamente.
Eu não tinha nenhuma dúvida sobre isso.
— Venho fazendo uma poupança para ambas as suas meninas. Quero que
elas fiquem com os dois mil dólares.
Joe estendeu a mão, pronto para me repreender, mas falei sobre ele:
— Joe, é para o futuro delas. Eu aprecio sua generosidade, mas não é
necessário.
A esposa de Joe, Jill, cancelou sua desaprovação.
— Obrigado, Taryn. Isso é muito gentil de sua parte. As meninas vão para a
faculdade antes que percebamos, por isso vamos ter certeza de que vai para uma boa
utilização. — Jill olhou para Ryan. — Embora conhecê-lo será inestimável para elas.
Elas não calam a boca sobre isso desde que nós dissemos a elas. Seus pensamentos
eram que estávamos brincando com elas até o momento em que você entrou naquela
sala de jantar. Eu não posso agradecer o suficiente por tudo o que você deu a minha
família hoje.
Ryan sorriu, mas acenou-o como se não fosse grande coisa.
— Vou garantir que elas recebam algumas fotos de nós juntos para levar de
volta com elas.
Ambos Joe e sua esposa pareciam excepcionalmente satisfeitos por isso.
Então Joe voltou sua atenção para mim, estudando-me como se eu fosse feita de vidro.
— Você provavelmente tem muitas perguntas agora.
Isso era um eufemismo.
— Eu tenho tantas perguntas, que nem sei por onde começar.
Joe apoiou os cotovelos sobre os joelhos.
— Pergunte-me qualquer coisa. Jill tem o direito de saber, também. Eu sei
que chocou o inferno dela também — ele se aproximou e pegou mão de sua esposa —
mas como eu disse a ela, eu nunca pensei que iria vê-la novamente, então qual seria
o ponto em perturbá-la?
Jill deu-lhe um sorriso tranquilizador, esfregando as costas de sua mão.
— Eu não estou chateada. Você era um adolescente, Joe.
Joe deu de ombros, parecendo querer expiar seus pecados.
— Uma criança que deixa sua namorada adolescente grávida.
Ryan atravessou seu pé sobre o joelho e pegou minha mão.
— E, por isso, agradeço-lhe — disse ele, puxando a minha mão para a boca
para me enfeitar com um beijo. — Você criou a mulher que eu amo. Não há presente
melhor do que isso.
Algo silencioso pareceu passar entre os dois homens, um entendimento
mútuo das sortes.
Joe parecia aliviado.
— Pelo menos fiz a coisa certa. Estou feliz em saber que ela está em tão boas
mãos.
Senti um rubor aquecer meu rosto. Eu estava na melhor das mãos. Como
muito diferente minha vida poderia ter sido se meus pais não tivessem me dado.
Pedaços das cartas que Joe tinha escrito para mim do exército brilharam na minha
mente. Todos elas insinuavam o fato de que Joe foi um pouco diabinho quando era
um adolescente.
Apertei a mão de Ryan.
— Você namorou Kelcie na escola?
Joe olhou para sua esposa, silenciosamente, buscando a aprovação dela
para falar sobre isso. Ela lhe deu um sorriso pensativo em troca.
— Sim. Ela sentava atrás de mim na aula de matemática. Eu costumava
bagunçar com ela. Tínhamos quinze anos quando começamos a ficar firme.
Eu podia ver que ele estava tendo boas recordações.
— Nós éramos como almas gêmeas; ambos éramos desajustados que
odiavam os próprios pais. Quando deixei Kelcie grávida, eu sinceramente achei que
minha vida estava começando de novo. Eu esperava que sua mãe seria, pelo menos,
compreensiva, mas em vez disso ela chutou sua própria filha para a rua. E o pai de
Kelcie... aquele bastardo governava com mão de ferro. Até hoje, ainda acho que ele
costumava bater na sua mãe, mas eu nunca poderia provar isso. Ambos não eram
boas pessoas.
Pensamentos de ter "Não são pessoas boas" como avós que nunca conheci
passaram pela minha cabeça.
— De qualquer forma, tentei tirá-la de lá. Nós até pensamos que se ela estava
engravida meus pais pegariam simpatia por ela e deixá-la-iam mudar-se. — Ele riu.
— Sim, isso não era uma das nossas ideias mais brilhantes.
Ryan sentou-se para a frente. Algo lhe tinha perturbado.
— Não me interpretem mal, nós dois queríamos você — disse Joe, recuando.
— É só que, bem, o meu pai foi despedido e minha mãe não estava fazendo muito em
seu trabalho. Kelcie tentou entrar no bem-estar para ajudar a alimentá-la. Nós éramos
apenas crianças, mal capazes de limpar os nossos próprios narizes.
— Eu sempre sonho com você tendo o cabelo preto — eu disse,
inconscientemente tocando meu cabelo.
Joe parecia surpreso.
— Você sonha? Hã. Eu realmente costumava tingi-lo. Eu queria ser um
roqueiro punk.
Minha mãe quase chorou quando troquei aulas de piano por uma guitarra
com um adesivo de anarquia nela.
Ryan olhou para mim.
— Bem, agora sabemos de onde seus talentos musicais vêm.
Sorri. Minha mãe não poderia nem mesmo ajustar o som do carro.
Os olhos de Joe se arregalaram.
— Você toca?
Balancei a cabeça.
— Comecei no piano e depois aprendi violão.
Ryan escovou meu braço, sorrindo.
— E ela tem uma bela voz, também.
Joe parecia impressionado.
— Uau! Isso é excelente!
Depois de alguns momentos de silêncio, eu fiz a pergunta que mais
queimava em minha mente:
— Eu sonho com você, muitas vezes, Joe. Sempre que eu faço, meu pai,
Dan, está sempre lá, também. E vocês dois estão lutando. Quero dizer, lutando
fisicamente. E depois há o sangue. Muito sangue. Nos seus dentes, em sua boca.
Joe fez uma careta, balançando a cabeça.
— Taryn...
— Não, eu preciso saber. É sempre o mesmo sonho e depois de todos esses
anos, eu preciso de respostas. Eu tenho pesadelos, horríveis e assustadores
pesadelos.
A boca de Ryan abriu, realização clareando sobre ele. Concordei com a sua
conclusão em silêncio, sabendo que nunca totalmente expliquei porque às vezes
acordei aterrorizada. Agora ele entendeu. Apertei sua mão com mais força.
Joe olhou fixamente através da curta distância entre seu assento e o meu,
seus lábios amassando em uma linha dura.
— E eles sempre terminam da mesma maneira. Você diz: “eu nunca te
machucaria, bebê” e, em seguida, seus dentes ficam vermelhos de sangue. — Eu sabia
que estava incitando-o, mas eu não me importava. Era hora de descobrir o quão fodida
esta situação realmente era.
O rosto de Ryan caiu, revestido com lamentável tristeza. Esta era uma
notícia que eu nunca tinha compartilhado antes. Pensei que ele poderia ficar ofendido
por descobrir desta forma, mas eu lidaria com ele mais tarde.
— Taryn — Joe começou; usando um tom que era, obviamente, um aviso.
— Não, eu preciso saber! Por quê? Por que eu tenho o mesmo sonho
repetidas vezes?
Ele hesitou, prendendo a respiração, mas eu estava cansada de esperar.
Meu sonho era sempre o mesmo, e agora eu sabia que não era apenas uma invenção
da minha imaginação. Eu estava recordando uma memória uma e outra vez.
— Apenas me diga. Por favor.
Joe bufou, em seguida, rolou seu olhar de volta para mim.
— Era o quarto de julho, bem antes de eu ser enviado para o acampamento.
Você sabe que sua mãe biológica foi morta em um acidente de carro, certo?
Concordei.
— Sua mãe me disse.
Joe franziu a testa, aflito por este passeio pela estrada da memória.
— Foi logo depois do Natal quando aconteceu. Você não tinha nem mesmo
dois anos ainda. Sua mãe Jennifer e o tio Dan, bem, eles estavam ambos indo bem
financeiramente. Ele tinha acabado de ser promovido na Corning e meus pais estavam
prestes a perder a casa.
Engoli em seco como respostas começou a preencher os espaços vazios.
— Tia Jennifer queria muito você realmente. E eu fiz algo realmente
estúpido. Eu... eu não estava bom e me enrosquei com o tipo errado de pessoas.
Levantei a mão, não querendo saber que fui usada como moeda de troca.
— É esta a razão pela qual nossas mães pararam de falar uma com a outra?
O rosto de Joe apagou e então ele me deu um aceno de confirmação.
— Taryn — Ryan gemeu. Eu sabia que ele estava me dizendo para não me
sentir culpada por isso.
Eu dei o meu próprio aviso suplicante ao Ryan. Eu ainda tinha perguntas
sem respostas.
— Então o que aconteceu no quatro de julho?
Joe hesitou, olhando para o tapete ornamentado sob seus pés em vez de
responder.
— Joe, meus pais se foram. Eu tenho o direito de saber a verdade. O que
aconteceu?
— Nada realmente. Foi um piquenique em família, não foi grande coisa.
De alguma forma eu duvidava disso.
Eu podia vê-lo cedendo um pouco mais, seus largos ombros caindo.
— Talvez eu tenha sido um pouco grosseiro, considerando as
circunstâncias. Parte do acordo era que você nunca saberia que eles não eram seus
pais naturais. Eu tive que jurar que eu nunca revelaria a verdade. Isso — ele
engasgou, sufocando — me matou fazer isso, Taryn. Você era a minha menina. Minha!
Segurei-lhe a partir do momento em que você saiu do ventre de sua mãe e eu prometi...
prometi que eu nunca pararia de tomar conta de você. Eu balancei você e te alimentei
e li histórias quando você tinha cólicas e não dormia. E então quando aquele idiota
dirigiu muito rápido na estrada gelada e chocou-se contra nós, eu era tudo o que
restava. Eu sabia que não deveria ter levado você, mas tudo o que tínhamos de fazer,
era colocá-la naquele assento de carro e dirigir um pouco e você apagaria como uma
luz. Eu não podia simplesmente deixá-los tirar isso de mim!
Jill encostou a mão na coxa de Joe para confortá-lo, sua mão tremia um
pouco.
Minha própria mão começou a tremer também. No sonho, eu sei que estou
sozinha com ele e eu posso senti-lo tocar meu cabelo, falando comigo como se ele
estivesse arrependido. E então meu pai se lança, pronto para matá-lo.
Talvez os meus problemas de intimidade e medo de abandono têm origens
atrozes?
Senti meu peito apertar ainda mais, temendo a resposta à minha pergunta
seguinte:
— Você me machucou?
Joe fez uma careta.
— O que? Oh, Senhor, não! Não.
— Então por que meu pai bateu em você? Ele bateu a merda fora de você
até que sangrou. Ele era um cara sensato. Por que ele iria atacá-lo de forma tão
brutal?
Joe estava carrancudo para mim, sua respiração ofegante com sua
frustração.
— Porque eu lhe disse a verdade! Eu disse a você sobre a sua verdadeira
mãe e eu lhe disse que eu era seu pai verdadeiro e não importa o que eles fizessem,
eles nunca iriam levá-la do meu coração. Você é minha filha. É por isso!
CAPÍTULO 22

Fiasco

Eu podia sentir o nosso avião descendo em sua abordagem à Providence. Eu


estava assistindo o tempo de chegada na tela, contando de um até sessenta para
ajudar a tirar da minha mente a mudança na pressão apertando meus ouvidos. Eu
estava parecendo goma de mascar, um pouco dolorida e esgotada.
Uma grande parte de mim, porém, se sentia aliviada. Encontrar Joe e sua
família, sendo capaz de conciliar essa parte da minha vida, foi emocionalmente
desgastante, mas muito necessário.
Parti de Lake Tahoe na esperança de que a minha alma perturbada poderia
finalmente encontrar a paz.
Joe me mostrou uma foto de Kelcie, e após o choque passar com o quanto
eu realmente me parecia com minha mãe biológica, ele me disse que eu poderia
mantê-la. Apertei minha bagagem de mão, abraçando a imagem que eu tinha colocado
dentro da minha carteira. Kelcie Tremont estava dois meses longe do seu aniversário
de dezoito anos quando morreu naquela noite de inverno gelada.
A última coisa que ela fez antes de deixar esta terra foi atender minhas
necessidades, embora fosse evidente, por esta reunião, que Joe tinha estado
abrigando a culpa desde que foi ele que sugeriu me levar no carro. Segurei sua mão
por um longo tempo, enquanto tivemos um momento privado para falar sobre perdão.
Ryan alcançou sobre o braço e acariciou a minha perna, esfregando a palma
da mão sobre minha coxa vestida de jeans. Encontrei seu olhar, compreendendo seu
olhar pensativo. Logo depois disso, tive uma revelação: em algum lugar ao longo da
linha, Ryan e eu tínhamos desenvolvido a capacidade de dizer uma centena de
palavras entre nós com apenas um olhar.
Eu poderia lê-lo tão facilmente quanto ele poderia me ler e o que ele queria
saber agora era o que eu estava pensando.
— Tenho que falar com Pete — respondi. Com todas as outras revelações
que tínhamos lidado ao longo dos últimos três dias, falar com Pete havia sido colocada
em espera.
Ryan assentiu, mas eu poderia dizer que ele estava preocupado. Eu sabia
que ele tinha muito a fazer; o terceiro filme Seaside estava programado para começar
a filmar em três semanas e ele estaria na locação em New Orleans por três meses e
meio.
— Vamos falar com ele juntos. Eu tenho que dizer-lhe, Taryn, eu não estou
feliz com Tammy tendo uma atitude. Você permitiu que ela executasse o seu negócio
naquela cozinha por centavos. Pete tem uma renda agora por causa de você, e eu sei
que você é amiga deles por um longo tempo, mas se ela quer continuar a fazer a noiva
mal-intencionada, ela pode fazê-lo às custas de outra pessoa.
Minha boca abriu-se para falar, apenas para ser fechada por ele
continuando com seu pequeno discurso.
— Eu não tenho tolerância para disparates mais. E se planejar um
casamento deixa uma garota louca, nós estamos mantendo o nosso pequeno e
simples.
É assim mesmo?
— Sem tias opinativas então, né?
Ele riu.
— Definitivamente não.
Eu queria dizer "Pete é meu amigo e sou dona do bar”, mas me lembrei de
como Thomas costumava desenhar linhas entre o que era meu e o que era dele, e
assim não era o jeito que eu queria que meu relacionamento com Ryan fosse. Ryan
tinha o direito de me dar a sua opinião e eu sabia que ele estava me protegendo da
única maneira que sabia. Depois de tantos anos de ter suas próprias experiências,
lidando com os usuários e os sugadores, ele estava desconfiado de todos.
No momento em que desembarcamos e fomos de volta para o meu
apartamento, eu estava apagada e pronta para a cama. A última coisa que eu
precisava ver eram mais caixas bloqueando meu corredor.
— Que diabos é tudo isso? — Ryan gemeu.
Mike abriu uma caixa, enquanto Ryan abriu outra.
— Parece que são mais cartas de fãs — Mike murmurou.
Ryan empurrou as abas da caixa de volta juntas e pegou as malas.
Eu não precisava de audição afiada para ouvir Ryan dizendo ao Mike que
ele queria jogar tudo fora antes que eu visse mais cartas de ameaças ou mensagens
de ódio. Certamente com o volume nas caixas, tinha de haver algumas cartas
grosseiras na mistura.
O telefone de Ryan vibrou. Ele estava evitando alguém e eu tinha certeza
que sabia quem era.
— Você não pode continuar ignorando-o.
Ele jogou a mala na cama.
— Sim eu posso.
— Ele é o seu gerente.
Ryan gemeu.
— Ele não tinha o direito de fazer o que ele fez.
— Então diga isso a ele.
— Eu ainda sou muito bravo para não o demitir.
Dei de ombros.
— Então demita-o.
Ele tirou seus tênis.
— Eu não posso.
— Você está pronto para chutar Tammy e seu negócio fora da cozinha no
térreo, mas o seu gerente resolveu pedir um acordo pré-nupcial em seu nome e você
não acha que isso requer uma retaliação?
Suas mãos descansaram em seus quadris enquanto ele olhou para mim.
— Você quer que eu o demita.
Fiz uma pilha de roupa suja, notando as semelhanças entre a tarefa em
minhas mãoa e essa conversa.
— Isso é uma pergunta ou uma afirmação? — Estava esperando que não
estivéssemos em um impasse.
Ryan deu de ombros.
— Ambos.
Droga.
— Ele não é meu gerente. Eu não tenho que lidar com ele tanto quanto você
tem, por isso não é o da minha conta.
Ryan colocou a mala na cama.
— Você não gosta dele.
Encontrei seus olhos.
— Outra pergunta ou uma afirmação?
— Afirmação.
Retomei a triagem da lavandaria.
— Não, eu não gosto dele, mas você já sabe disso. Ele tem sido dissimulado
muitas vezes, o que faz com que ele não seja confiável no meu livro. Ele tem uma
diferença de opinião com você de como você deve conduzir a sua vida, quais os papéis
que você deve considerar correr atrás, e ele deixou descaradamente claro que ele me
vê como uma intrusão. Então, novamente, eu não sei nada sobre a contratação de um
gerente de talentos. Eu sei que você tem que ter um certo nível de confiança nas
pessoas que emprega. Portanto, a questão vai voltar para você. Você confia nele?
Ele respirou fundo, seus ombros caindo em decepção. Eu sabia que isso
estava pesando fortemente em sua mente por algum tempo e eu estava feliz que ele
finalmente abordou.
— Eu costumava confiar.
Sendo diplomática e não querendo que sua decisão fosse influenciada por
minha opinião, perguntei:
— E por que não confia mais?
— Len Bainbridge é o meu advogado. David não tinha o direito de falar com
ele em meu nome sobre um acordo pré-nupcial, independentemente de pesquisa para
fotos exclusivas.
Eu não poderia concordar mais. Eu estava feliz que ele chamou essa
conclusão por conta própria.
No dia seguinte, enfrentei um outro possível impasse.
— Sua amiga, Amy, postou sobre ele estar em seu casamento no Twitter,
Tammy. — Tentei ser compreensiva e compassiva, mas direta e ao ponto também. Eu
sabia que ela não foi a pessoa que vazou a informação, mas ela teria que lidar com as
consequências.
Grandes olhos castanhos que simplesmente não estavam entendendo
olharam fixamente do outro lado da mesa, para mim.
— E daí?
Ou eu não estava me explicando corretamente ou ela estava perdendo o
ponto. Eu cruzei os dedos juntos, tentando manter a calma.
— Então, isso significa que no dia em que vocês dois se casarem, haverá
uma alta probabilidade de que sua igreja estará cercada por um enxame de fotógrafos,
imprensa e fãs. A maioria dos sites de fofocas já colocou que a nossa data de
casamento foi vazada, Tammy. Eles não se importam se é o seu casamento ou não.
Eles veem um tweet sobre Ryan e um casamento confirmado e os canais de notícias
explodem com ele. O site da revista CV ainda tem um convite de casamento falso
publicado com a data.
Pete gemeu e recostou-se na cadeira, virando um olhar irritado em sua
noiva. Eu odiava vê-los assim rasgados sobre coisas que eles não tinham nenhum
controle.
Eu podia ver a luz se acender sobre ela. Também ficou bastante óbvio para
mim que, quando Ryan e eu nos casarmos, manter a data e o local em segredo será a
principal prioridade.
— E agora? — Perguntou Pete.
Ryan soltou um suspiro audível.
— Você sabe que eu quero estar lá para você, homem, mas a merda que me
rodeia pode ficar fora de controle. A data do casamento foi publicada em uma das
respostas ao post original no Twitter. Espalhou-se a partir daí.
Pete virou-se e encarou Tammy.
— Você fodeu tudo.
O rosto dela caiu. Assim como meu coração.
— Pete, não é culpa dela.
Tammy estava à beira das lágrimas.
— Eu não fiz isso!
Agarrei o braço dele, na esperança de obter a sua atenção antes que isto
explodisse, mas não fez diferença. O outro punho bateu na mesa.
— Não? Então quem foi?
Tammy parecia indignada, se segurando.
— Eu não sei por que você está tão bravo comigo.
Ryan alertou aos dois.
— Ouça. O que está feito está feito. Estou apenas preocupado com o seu dia
ser destruído por causa disto, isso é tudo. Taryn e eu somos grandes alvos de mídia
agora.
Tammy limpou uma lágrima.
— Arruinado? Tipo, como? Eu tenho que cancelar tudo agora?
Eu podia ver o pânico brotando nela.
— Não, querida, você não tem. É o seu dia de casamento, é o seu dia de
brilhar. Nós apenas não queremos fazer nada para prejudicar isso.
Pete estava obviamente fumegante.
— Amy não conseguia manter a maldita boca fechada, podia? Eu avisei você
sobre ela, uma e outra vez, e agora olha o que ela fez. Eu não quero aquela cadela no
nosso casamento.
Tammy caiu para trás e se encolheu na cadeira.
— Ela é minha dama de honra, Pete. Você queria Gary como seu padrinho.
— Sim, bem, eu também não sabia que ele estava transando com a sua
amiga pelas costas de Marie. Não só ela é uma prostituta fofoqueira, ela também é
uma destruidora de lares. Eu não quero que você ande com ela. Ela já não é bem-
vinda em minha casa.
Tammy se levantou abruptamente; sua cadeira raspou o chão. Se olhares
pudessem matar, ele seria um homem morto.
— Eu não posso acreditar que você acabou de dizer isso!
— O que? Que sua amiga é uma puta ou que é que ela é uma destruidora
de lares?
— Vá para o inferno — ela rosnou.
Pete relaxou em sua cadeira.
— Babe, às vezes eu sinto como se eu já estivesse lá.
Tammy soltou um gemido frustrado, mostrou seu dedo médio para Pete, em
seguida, saiu do pub e voltou para a cozinha.
Ryan estava coçando a parte de trás de sua cabeça, parecendo tão
estupefato sobre os últimos dez minutos, quanto eu.
— Cara, eu sinto muito. Nós nunca quisemos causar problemas para vocês.
Pete acenou com a mão, lançando isso fora, e, em seguida, esfregou o rosto.
— Não é o seu problema, Ryan. Este casamento está criando tanto estresse,
ela está me deixando louco. — Ele olhou para trás e para frente e, em seguida, segurou
seu olhar em mim. — Eu não sabia que Gary estava mexendo com essa menina. Eu
juro. Amy estava no nosso apartamento uma vez quando Gary veio. Eles meio que
bateram imediatamente, mas eu não pensei nada disso. Eu apenas pensei que eles
estavam sendo amigáveis. Eu disse para Tammy dizer a Amy que recuasse porque
Gary era casado, mas, aparentemente, essa mensagem nunca chegou.
Acreditei nele. Através de todos estes anos, Pete nunca tinha mentido para
mim. Ele me contou tudo, fosse bom ou ruim.
— O que vamos fazer? — Perguntei.
Pete deu de ombros.
— Apenas proibi a namorada do meu padrinho, Marie e Tammy não estão
se falando, os paparazzi vão persegui-la se você aparecer, e eu estou puto com minha
noiva. Eu não sei. Honestamente, não sei.
Quatro dias depois, Ryan pegou um voo para L.A. para começar os ensaios
para o terceiro filme Seaside, enquanto fiquei em Rhode Island. Pete tinha um
compromisso na fisioterapeuta, então Marie e eu estávamos de volta atrás do bar
juntas, misturando bebidas e batendo cerveja, como nos velhos tempos.
Eu vi Tammy caminhar para fora da cozinha, com os olhos totalmente
focado no papel na mão.
— Taryn, tenho o primeiro rascunho do menu de almoço. — Ela parou
abruptamente quando quase se chocou com Marie.
Como dois ímãs repelindo um ao outro, assisti como elas rapidamente se
esquivaram, evitando até mesmo o menor dos reconhecimentos. Marie virou as costas,
movendo-se rapidamente para a extremidade oposta do bar.
Os lábios de Tammy enrolaram-se em uma carranca.
Ela ainda segurava o papel em sua mão, mas sua atenção estava voltada
para a rejeição fria de Marie. Eu não poderia dizer que eu culpava Marie; afinal, trair
um amigo é o suficiente para você chutar permanentemente fora da irmandade. Mas
por causa da minha própria sanidade, eu tive que permanecer neutra, mesmo
sabendo que a minha relação com Tammy estava alterada para sempre também.
— Será que ela nunca mais vai falar comigo? — Eu podia ver a dor e o desejo
de reconciliação na expressão de Tammy.
Limpei minhas mãos no meu pano de prato e coloquei-o de volta no bolso
antes de chegar até Tammy.
— Eu não sei. Suponho que você terá que trabalhar em ganhar o seu perdão,
se você quiser estar em condições de falar de novo.
Senti meu celular vibrar no bolso da frente. Eu odiava responder números
que não reconhecia, mas decidi responder esse de qualquer maneira.
— Olá?
Uma voz masculina profunda e rouca respondeu.
— Sim, boa tarde. Posso falar com a Srta. Taryn Mitchell, por favor?
Repórter? Perseguidor? Fã enlouquecido? Hacker? Minha mente correu
pelas possibilidades.
— Quem está falando?
— Meu nome é Todd Brandwell. Estou ligando do escritório do legista-chefe
em Nova York e eu estou tentando chegar a um parente próximo com o nome de Taryn
Mitchell. Seu número foi listado como um contato.
Medo afundou pesado em meu intestino.
— Parente mais próximo? Sinto muito, você diz que eu estou na lista?
— Sim, se você é Taryn Mitchell.
Minha garganta se contraiu e pânico varreu por mim. Comecei mentalmente
a listar os locais atuais de todos que eu me importava em ordem de importância,
começando com Ryan. Ele estava em L. A. Ele me ligou quando ele desembarcou e eu
tinha acabado de receber um texto impertinente dele não mais de 20 minutos atrás.
Outros nomes possíveis começaram a rolar.
— Eu sou. Isso é sobre o quê?
— Senhorita Mitchell, lamento informá-la que James Pantelanio faleceu na
noite passada. Se você puder anotar nosso número do escritório...
De repente, eu era capaz de respirar de novo, não reconhecendo o nome.
— Eu sinto muito. Quem?
— James Pantelanio — ele repetiu, enunciando devagar. O endereço de Los
Angeles que ele recitou não era familiar, também.
— Eu tenho medo que eu não o conheça. Eu gostaria de poder ajudar.
— Ele tinha um outro número de emergência, que está registrado em um
Mitchell Pub. Eu tentei entrar em contato com esse número também, mas eu só estou
recebendo um serviço de atendimento.
Meu coração entalou na minha garganta. Esta pessoa tinha meus dois
números listados. A extensão de alguns perseguidores vai até...

— Mr. Pantelanio é um homem de setenta e dois anos de idade, cerca de
1.6m, sessenta e três quilos, cabelo grisalho.
Nenhuma dessas descrições...
— Ele era um fumante pesado. Nós acreditamos que ele também foi
contratado como fotógrafo, mas parece que não conseguimos localizar qualquer
emprego.
— Espera. Você disse “James”, certo?
— Sim, senhora.
Meu coração afundou. Poderia ser?
— Eu acho que o conheço. Você pode por favor me enviar uma foto?
Dez minutos mais tarde, eu estava olhando para a carteira de motorista do
homem que já tinha salvo minha vida, que tinha caído de joelhos na lama e neve, e
tinha me dado CPR depois de eu ter sido atingida por um carro. Eu não conseguia
parar as lágrimas, sabendo que o doce fotógrafo de celebridades italiano, conhecido
por todos como Jimmy Pop, estava morto.
CAPÍTULO 23

Casamento e Cinzas

— Ele está em uma pequena caixa de mogno. É realmente muito linda.


Ryan suspirou. Ele não estava muito emocionado sobre eu ir até Nova York
para reivindicar os restos de um fotógrafo de celebridades falecido, especialmente
aquele que tinha o perseguido durante os últimos três anos, mas eu era a única que
veio à frente dizendo que conhecia o cara assim, me senti obrigada. Mas Marie tinha
ido comigo na viagem de dois dias, o que fez Ryan relaxar.
— E o que você vai fazer com isso?
— Estou pensando em colocar Jimmy Pop na prateleira mais alta entre Jim
Beam e Johnnie Walker.
Isso o fez rir.
— Lugar perfeito para ele.
Debrucei-me de volta contra o bar.
— Eu pensei isso. Imaginei que ele poderia manter um olho sobre o lugar.
Eu tenho três de suas câmeras Nikon, também. O legista me deu tudo o que estava
em sua posse. Eu ainda tenho três cópias do seu atestado de óbito. Por que ele iria
me listar como seu "no caso de pessoa de emergência", Ryan? Isso não faz sentido.
Nós mal nos conhecíamos.
— Eu não sei. Talvez ele simplesmente não tivesse ninguém que podia
confiar?
Mergulhei o meu dedo sobre a cruz de estanho que adornava a tampa,
sentindo a angústia iminente no meu peito que você sente quando as pessoas se
preocupam com morrer. Assemelhava-se a cruz que me foi dada antes que eles
fechassem o caixão de meu pai. Respirei profundamente.
— Talvez. Mas por que eu?
— Ele sabia que você era inteligente e esclarecida; eu não ficaria surpreso
se houver uma pequena fortuna com o seu nome nela.
Gemi. Não outra propriedade para lidar.
— Ele provavelmente imaginou que você faria coisas boas com o dinheiro
dele, Tar. Ele não tem filhos ou familiares; para quem mais ele poderia deixar? — Ouvi
alguém falando com Ryan no fundo. — Ouça, querida, eu tenho que ir. Eu te ligo mais
tarde.
Marie trouxe nossa escadinha de trás do bar.
— Ouvi você dizer que quer colocar Jimmy Pop lá em cima. Podemos mover
o Pátron e Cabo Wabo e então você terá espaço.
Ela desceu uma garrafa assim quando uma outra entrega de flores estava
sendo feita. Mike tinha enviado flores para Marie há apenas dois dias; me perguntei
se ele estava fazendo isso por uma razão específica.
Este lote de flores, no entanto, era menos do que impressionante. Parecia o
tipo que se compra no supermercado.
O entregador era alto e jovem, talvez trinta e poucos anos, mas com o cabelo
castanho severamente untado e penteado sobre a careca. Usava óculos que eram
grandes demais para seu rosto. Ele poderia ter tido esses mesmos óculos desde que
eram populares na década de oitenta.
O que foi ainda mais assustador era que ele estava completamente focado
em mim. Eu estava feliz que havia uma barra grossa que nos separava.
— Posso ajudar?
Ele estava nervoso; eu podia ver seus tremores sacudindo-o fisicamente.
— Eu tenho flores a... uma entrega, que... — Ele parecia um pouco confuso
quando seus olhos prenderam nos meus. — Para você.
Marie desceu da escada, imediatamente colocando-o sob seu escrutínio. Nós
tínhamos acabado de abrir o bar para os negócios e não havia clientes.
Acenei para o buquê.
— Obrigado. Você pode deixá-los no final do balcão lá, ok?
O entregador não se moveu, apenas continuou a olhar curiosamente para
mim com um olhar “veado-pego-nos-faróis”.
O olhar de Marie era cauteloso enquanto examinava-o com ansiedade.
— Que floricultura você trabalha? Não há o nome da loja no que você
entregou.
Ele deu um passo para trás, parecendo pronto para fugir, quando ela deu
um passo em frente, atingindo a mão na abertura de duas e meia polegada entre a
parte superior do novo cooler e a parte inferior do balcão.
— Eu, hum... elas são para Mitchell. Eu estou... eu só queria dar a ela...
flores.
Assisti Marie com o canto do meu olho, hesitando em tirar os olhos do
estranho.
A mão de Marie, obviamente, encontrou o que estava procurando; sua mão
começou a se retirar.
Ele estava vestindo uma camisa de manga curta azul de botão e o que
pareciam calças de uniforme, mas nada sobre o que ele usava, indicava que ele era
um entregado.
— São apenas flores — ele continuou a explicar. — As mulheres gostam de
homens que lhes trazem flores. É o costume. É parte de todo o processo de cortejo.
O olhar questionador de Marie agitava-o. Eu queria que ele deixasse suas
flores estúpidas e saísse. Ele estava me assustando.
— Obrigado pelas flores. Elas são adoráveis. — Tentei sorrir, esperando que
seria o suficiente para deixá-lo saber que eu estava agradecida. — Mas, desculpe, eu
não posso aceitá-las. Eu sou noiva e...
— Taryn — Marie estalou em um sussurro.
— Eu tenho tentado diferente flores — ele continuou a murmurar, falando
com as flores desta vez.
O que?
— Eu sei que você odeia margaridas e cravos. Acredite em mim, aprendi
minha lição com aqueles. Eles sempre acabam no lixo no beco. Você tende a manter
as rosas, mais como uma semana até que murchem. Eu verifico para ver qual delas
você não gosta o tempo todo. Você pressiona-as em livros?
Pressioná-las? Ele me deixou perdida. Eu nunca tinha visto nenhuma rosa
ou quaisquer outras flores para o que importa.
— Perdão?
— Aquelas que você mantém? — Sua boca se transformou em um sorriso
peculiar. — As vermelhas? Havia uma dúzia, mas apenas dez foram jogadas fora. Eu
contei-as. Chateou-me, em primeiro lugar, que você simplesmente as jogou fora, mas
então percebi que era as flores que você não gostava. Eu sei que você não pode mantê-
los todas, mesmo que eu esperasse que sim. Se você as colocar em papel de cera pode
mantê-las por mais tempo. Eu só vou te dar rosas a partir de agora.
— Sinto muito, eu não sei o que...
— Elas me fazem lembrar dos seus lábios, macios e vermelhos. Você
manteve as vermelhas por mais tempo.
Marie acenou com a mão e com urgência para mim.
— Eu vou lidar com isso, Taryn — ela rosnou, nunca tirando seus olhos do
cara.
Ele franziu a testa para Marie, olhando para ela. "Não fale assim com ela",
o esquisitão repreendido.
— Ouça com atenção, senhor. Não entregue mais nenhuma flor para
Mitchell. Você não é mais bem-vindo neste estabelecimento. Não tente entrar em
contato com ela de qualquer maneira. Por favor, pegue suas flores e saia,
imediatamente. Vou entrar em contato com a polícia se você se recusar a sair ou se
você tentar voltar. Você entende?
Ele parecia ferido; seus lábios se moviam, mas as palavras não saíram, o
que me assustou ainda mais.
A adrenalina estava bombeando através do meu sangue. Comecei
mentalmente a avaliar rotas de fuga e de manobras de defesa, o telefone do pub estava
atrás de mim para discar 911, mas isso seria muito óbvio e não furtivo o suficiente.
Meu celular estava no meu bolso, mas eu teria que desbloquear a tela em primeiro
lugar. O painel de segurança para o corredor no andar superior estava muito longe.
O nosso taco de beisebol fiel estava no canto, mas eu teria que pisar em torno de
Marie e a escadinha para alcançá-lo.
— Você vê as câmeras lá em cima, no canto? — Marie apontou.
Câmeras? Quando no inferno instalamos câmeras? Nós conversamos sobre
elas, mas que foi apenas para falar como o sistema era caro. Alguém terá sua bunda
mastigada por não me informar que eu tenho agora um sistema de vigilância instalado
dentro do meu bar.
Meu pretendente indesejado olhou para eles, aparecendo tão perplexo
quanto eu. Marie estava segura e composta.
— Agora, a empresa de segurança tem a sua imagem.
Isso definitivamente o irritou. Ele não prestou atenção a Marie. Ele estava
com raiva de mim.
— Tudo o que eu queria era finalmente levá-la em um encontro e você me
faz sentir como um... um criminoso comum? Quem você pensa que é? Você acha que
é melhor que eu? Vou deixar você saber que eu tenho mestrado em engenharia
química! Talvez você teria descoberto isso antes de querer chamar a polícia para mim,
hmm?
Marie o advertiu com uma voz nova, calmante.
— Sir, acalme-se.
— Não! Eu não vou me acalmar! Depois de todo o dinheiro que eu gastei
para você gostar de mim? Todas as mulheres são iguais. Vocês exibem seus corpos,
seduzindo os homens a serem atraídos por você, e então o que você faz? Você os
cortam na altura dos joelhos, como se fossem soldados indefesos vagando pelo
deserto, apenas implorando por um gole de água.
Soldados no deserto? Meu Deus, esse cara é além de maluco e agora ele está
ficando enfurecido.
De repente, percebi o que Marie deslizou para fora do topo do cooler, um
revólver preto muito intimidante que ela não parecia ter nenhum problema em
segurar.
Querido Deus... câmeras? Armas? O que é este lugar se transformou? Uma
zona de guerra? Certamente Mike será transportado para o meio da sala na TARDIS
do DR. Who a qualquer momento.
— Senhor, estou pedindo para você pela última vez que deixe o local, ou
então eu vou chamar as autoridades locais.
A voz de Marie não deixou espaço para debate.
Completamente rejeitado, o cara bufou, fez uma careta para nós duas,
chamou-me de uma cadela sem coração, e depois assustou o inferno fora de mim
quando jogou o buquê de flores para nós.
Tudo aconteceu tão rapidamente, que eu não reagi suficientemente rápido.
As flores pegaram meu braço e depois ricochetearam na bancada do bar.
Minha frequência cardíaca disparou. Esse cara estava completamente louco.
Enquanto distraída pelo emaranhado de folhagens, notei que Marie tinha tomado a
posição de um atirador, a arma preta, fodona, apontando diretamente para ele.
— Pare! — Ela gritou. — Taryn, chame o nove-um-um, agora! — Seu
comando não parecia importar para ele; uma visão de sua arma e ele estava dando
vários passos largos de costas para a porta.
Pete entrou no pub vindo da cozinha, assobiando e completamente alheio
ao impasse. Ele derrapou a uma parada.
— O que?
Enquanto estávamos distraídas por Pete, o cara enlouquecido aproveitou a
oportunidade para correr.
Pete ficou de boca aberta em estado de choque para nós duas, enquanto
Marie baixou a arma.
— Jesus! No que diabos eu simplesmente entrei? — Ele correu e trancou a
porta da frente.
Marie brincou com a arma antes de colocá-la de volta dentro de um coldre
preto. Ela estalou a trava e empurrou-a de volta em seu esconderijo no espaço acima
do cooler. Eu sabia que ela estava ciente que eu estava a observando, mas ela estava
fazendo um bom trabalho de me ignorar.
Senti-me quase sem fôlego.
— Você tem uma arma atrás do meu bar?
Ela me deu um olhar casual e depois deu de ombros. Meu sangue aqueceu
a outro patamar. Como no inferno isso não fosse grande coisa!
— Eu tinha-a escondida.
Inclinei-me para o bar para me estabilizar.
— De quem é a arma?
Seu rosto estava impassível, mas ela estava respirando tão forte das
emoções do incidente como eu.
— Meu.
— Desde que inferno você tem uma arma?
Marie pegou um copo de cerveja e encheu-o até a metade com água.
— Eu a consegui depois que me formei no curso. É uma Glock de nove
milímetros. Quer vê-la?
Pessoas segurando armas matam pessoas. Minha resposta foi rápida:
— Não.
— Eu deveria levá-la para o campo e ensiná-la a atirar. É tão divertido!
— Marie, por que diabos você tem uma arma?
Ela encolheu os ombros.
— Mike comprou para mim. Foi o meu presente de formatura. Ele está
preocupado que Gary pode tentar atirar em mim, então ele quer que eu esteja
preparada para atirar primeiro. Eu não posso acreditar naquele cara louco vindo aqui
assim. Ele me assustou como a merda.
Sim, isso foi uma carga de mentiras. Gary não estava mais contestando o
divórcio e estava muito ocupado por aí com aquela mulher, Amy, para realmente se
incomodar. Enquanto Marie não tentasse tirar mais dinheiro de Gary, ela não fazia
mais nem mesmo um “blip” em seu radar.
— Só para você saber, já solicitei uma autorização para transportar uma
arma escondida, por isso, sempre que viajarmos localmente, eu provavelmente vou
estar armada. Pare de me olhar como se tivesse crescido outra cabeça.
Pete estava em pé no meio do bar, olhando para nós duas.
— Vocês se importam de me dizer o que diabos foi isso que eu acabei de
entrar?
Acenei para ele. Minha melhor amiga sacando armas sobre as pessoas para
me proteger era mais importante.
— Por que só estou ouvindo sobre isso agora?
— Pete, chame a polícia. É protocolo. Todas as ameaças devem ser
comunicadas. — Marie tomou um gole de água, desviando os olhos de mim. — Tar, a
forma como isto funciona é que você deve seguir seu dia sem se preocupar com
segurança. É o meu trabalho agora me preocupar com isso, e é também o meu
trabalho ser o mais transparente possível e não permitir que você se preocupe com
sua segurança. Os guarda-costas devem ser visíveis, mas invisíveis. Entendeu?
— Pensei que você iria comigo para aparições públicas e outras coisas? Eu
não sabia que você estava levando isso tão a sério. — O pensamento da minha melhor
amiga realmente colocar sua vida em risco para me proteger, de repente se tornou
muito real e muito assustador. Era quase demais para suportar.
Seus olhos se abriram mais.
— Claro que estou levando isso a sério. Muito sério!
A culpa tomou conta de mim, pressionando com força no meu peito. Em
algum lugar na minha mente, pensei que estávamos apenas dizendo que ela era
minha guarda-costas como uma desculpa para lhe permitir viajar com Ryan e eu,
como se fosse uma matéria de capa ou algo assim. Depois de vê-la puxar uma arma
para alguém, a realidade da situação se tornou clara. Corri direto e joguei meus braços
em torno dela.
— Eu não estava pensando. Eu sinto muito. Obrigado. Eu te amo.
Marie acariciou minhas costas.
— Eu também te amo, Tar. Temos muito a aprender sobre perseguidores e
como lidar com eles, mas eu prometo mantê-la informada a partir de agora, ok?
Balancei a cabeça, abraçando seu pescoço.
Pete limpou a garganta e nos mostrou o seu telefone celular.
— Os policiais estão a caminho.
Meus olhos procuraram as câmeras no canto. Havia também uma pequena
cúpula escura diretamente acima da caixa registadora.
— Alguém se importaria em me dizer quando elas foram instaladas? —
Perguntei. — Uma vez que ninguém pensou que era importante me dizer.
— Oh, merda — Pete gemeu. — Esqueci de te contar. Elas foram instaladas
ontem enquanto você estava em Nova York buscando as cinzas do cara paparazzi. É
uma coisa boa, no entanto. Temos aquele cara na câmera.
Marie tirou o cabelo de seus ombros.
— Fiz-lhe olhar diretamente para elas, por isso devemos ter uma foto muito
clara do seu rosto. Deus, eu espero que não esteja com problemas para sacar minha
arma. Mike terá a minha bunda por isso.
— Isso pode não ser uma coisa tão ruim?
— Você sabe o que quero dizer — ela gemeu para mim. — Taryn, eu odeio
dizer isso, mas não acho que é uma boa ideia você estar mais aqui embaixo no bar.
— O quê? — Estou sendo expulsa do meu próprio bar agora?
— Concordo — Pete disse solenemente.
— Você está muito acessível a eles — Marie continuou. — Essa não foi a
primeira vez que determinada pessoa estranha entrou aqui. Ele está tentando
entregar flores a você por várias semanas. Além disso, este é um lugar público. Não
há nada para impeça que alguém apenas entre valsando pela porta da frente e plante
uma ameaça. Receio que a única opção que temos é removê-la. Goste ou não, você é
uma celebridade, uma figura pública. Seu status a coloca em uma situação precária.
Meu corpo ficou rígido. Este é o meu pub e agora estavam me dizendo para
não entrar?
— Eu não sou famosa.
— Oh, sim, você é! — Marie respondeu. — Até a revista People tem publicado
vários artigos sobre você. Eu sei que você não acredita, mas esta é a maneira que é.
Discordei.
— Mas muitas celebridades têm seus próprios negócios, restaurantes e
outras coisas. Eu não sou diferente.
Marie riu levemente.
— Sim, eles têm. Mas você não pode entrar em um dos restaurantes de
Robert De Niro e conversar com ele, enquanto lhe ele faz um cheeseburger.
Senti-me, indescritivelmente, sem esperanças sobre eles dizerem que eu não
era bem-vinda em meu próprio pub. E, em seguida, uma fração de segundo depois,
me senti chateada também. Tudo isso por causa de algum idiota louco e suas flores
estúpidas.
Pete colocou seu braço sobre meus ombros.
— Eu sei que é difícil de engolir, garota, mas Marie está certa. Você é uma
figura pública agora.
— Esse cara acabou de admitir que revirou seu lixo, Taryn! Para quê? Para
ver que jogamos suas flores fora? Está tudo errado. Você viu como ele ficou com raiva.
Eu odiaria imaginar como as coisas poderiam ter sido se um de nós não estivesse aqui
com você. Você acha que Ryan é paranoico? Ele tem todo o direito maldito de ser. Há
um monte de fodidos doentes andando nesta terra.
Tanto quanto eu odeio admitir isso, ambos tinham razão.
— Portanto, agora o que eu faço?
— Deixe Marie gerenciar o pub — Pete sugeriu. — Ela seria perfeita para
gerenciar toda a operação.
— Não — Marie disse com firmeza. — Desculpe, mas Taryn sabe que meu
coração não está nisso mais. Tenho uma nova carreira no horizonte.
Eu sabia que Pete estava apenas sendo diplomático. Havia desejo nos suaves
olhos de cachorrinho daquele cara.
— Pete, você está gerenciando as coisas agora; como você se sentiria em
fazer isso permanente?
Marie olhou para Pete, sentindo-o.
— Isto é algo que você quer fazer pelos próximos anos? Taryn não teria que
lidar com isso, então.
Pete assentiu com confiança.
— Sim. Eu adoraria. Os negócios de Tammy não param de crescer. Ela está
fazendo mais dinheiro do que eu fiz trabalhando na construção. E se formos adiante
servindo comida aqui com um menu de almoço e jantar, este lugar só vai se tornar
mais movimentado.
Eu ainda estava irritada sobre o sistema de segurança.
— Todos os gastos de capital terão aprovação após passar por mim em
primeiro lugar. Entendeu?
— Mesmo aqueles que você não paga? — Pete questionou.
Meus olhos se estreitaram.
— Quem pagou o sistema, Pete?
— Acho que ouvi as sirenes. — Ele caminhou em direção à janela.
Eu tive esse desejo irresistível de enfrentá-lo e forçá-lo a falar.
— Peter?
— Quem você acha? — Ele perguntou com um olhar de cumplicidade. —
Eles me fizeram tremer sobre isso, os dois. E não se incomode em até mesmo ficar
chateada. Você não vai ter nenhum argumento, uma vez que descobrirem o que
aconteceu aqui hoje. Nenhum.
Droga, Peter estava certo.

***

Fechei a parte de trás do vestido preto na altura do joelho de Marie,


suavizando o cetim lindo, cuidando para não enganchar os cachos que pendiam soltos
de seu cabelo. Tinha sido quase três semanas desde o incidente no pub, durante o
qual usei meu novo tempo de inatividade para forçar uma reconciliação entre Tammy
e Marie. Bem, forçar pode ser um pouco exagerado, mas eu certamente tinha a minha
palavra no assunto.
Sua briga final começou sobre palitos de mozzarella. Sério. Eu ainda não sei
a extensão da briga ridícula, porque nenhuma delas estava fazendo muito sentido,
mas ambas suas vozes estavam tão altas que eu podia ouvi-las por todo o caminho lá
em cima.
Terminei minha teleconferência com nosso arquiteto e construtor só para
ver o que todo aquele tumulto era. Eu sabia Marie ainda estava chateada com a amiga
de Tammy se juntando com Gary e o fato de que Tammy não fez nada para impedi-
los, mas depois que Tammy e Pete tiveram seu grande confronto, duas semanas atrás,
Gary e Amy estavam fora do casamento, deixando-os com absolutamente nenhuma
festa de casamento e Tammy totalmente noiva em colapso.
Eu tive o suficiente desta insanidade.
Eu também era sábia o suficiente para saber que elas estavam nas
gargantas uma da outra, porque, no fundo, elas queriam a hostilidade fora e
superarem isso. E quanto mais tempo permaneciam, mais tempo inflamaram.
Mas depois de trinta minutos e um monte de acusações loucas, consegui
fazê-las se abraçarem.
Um dia antes do casamento de Pete e Tammy, Ryan e Mike voaram de volta
para Seaport. Inferno ou enchentes, eu teria certeza que meu querido amigo Pete se
casasse com a mulher que tinha capturado seu coração e que sua mulher teria um
belo casamento para se lembrar.
Marie e eu caímos mortas em nossa sala quando olhamos Ryan e Mike
vestidos com esmero. Ambos estavam devastadoramente bonitos em seus smokings
pretos e gravatas vermelhas. Eles estavam perto das janelas da frente; o sol da tarde
fazendo-os parecer um sonho.
— Oh, meu Deus — Marie respirou.
Eu sabia exatamente o que ela queria dizer. Tudo essa gostosura deveria ser
ilegal porque era letal.
— Meu — sussurrei, aquecendo-me na realidade de que Ryan era, na
verdade, meu.
— Fico com o outro à esquerda — ela murmurou baixinho.
Marie e eu tínhamos recebido instruções simples: usar um vestido cocktail
de cetim preto. Mas com Ryan em seu smoking Ralph Lauren, me senti
grosseiramente malvestida. Ryan passeou ao redor do sofá, seus olhos perfurando os
meus. Algo sobre vê-lo vestir-se assim, sempre me tirou o fôlego.
Ryan, sempre o cavalheiro, pegou minha mão e levantou-a para sua boca
para um beijo.
— Você está absolutamente deslumbrante. — Ele me segurou no
comprimento do braço e, em seguida, franziu o cenho. — Algo está faltando. — Ele
olhou para Mike. — Sou eu ou há algo faltando nessa imagem linda?
Mike inspecionou Marie da cabeça aos pés, até mesmo fazendo uma
caminhada ao redor.
— Hmm. Sim. Algo está fora. Como se fosse quase perfeito, mas apenas não
está completamente, lá.
Eu tive que rir; ambos estavam examinando-nos como peças de arte.
— É o cabelo? — Perguntou Mike.
Ryan cuidadosamente tocou uma das ondas que tocavam minha bochecha.
— Não. Eu não penso assim — disse ele reverentemente. — Seu cabelo está
perfeito.
Sorri. Marie e eu tínhamos passado quase duas horas no cabeleireiro esta
manhã nos arrumando.
Ryan estava olhando para os meus lábios, quando disse:
— E quanto aos sapatos, Mike?
— Sapatos? — Mike ecoou. — Deixe-me ver. — Ele se agachou na frente de
Marie, levantando a bainha de seu vestido para começar o exame no meio da coxa.
Ouvi seu gemido lascivo por toda a sala. Seus dedos patinaram lentamente em sua
coxa, parando quando ele a beijou no joelho. Eu estava observando-o observá-la. Até
o momento que ele desceu para o tornozelo, ele tinha crescido muito quente na minha
sala de estar. — Os sapatos estão bons, Ryan.
Sim, seu pequeno jogo estava trabalhando os dois em uma baba. Assisti a
língua de Ryan varrer lentamente pelo seu lábio inferior: molhando, convidando,
provocando. Droga, eu queria sugá-la na minha boca e acabar com essa provocação.
Ele me puxou para o seu peito, derivando seu nariz perto do meu pescoço.
— Deus, você cheira bem. — Ele soprou no meu ouvido. — Deliciosa.
Senti as pontas dos seus dedos derivando no meu pescoço, seguindo o
decote de corte quadrado, fazendo com que a minha barriga agitasse e se apertasse.
Ele colocou um pequeno beijo na parte inferior da minha garganta.
— Eu estou pensando que é o pescoço — ele sussurrou, pastando seus
dentes sobre a minha pele. Ele levantou-se, lenta e deliberadamente. — Mike, verifique
seu pescoço.
Sorri quando ele voltou a me cheirar.
— Você continua com isso e vai ter que fazer amor comigo em vez de levar-
me a este casamento.
Eu o senti sorrir.
— Prometa-me que não vai ficar louca quando nos casarmos.
Agarrei sua cintura, sentindo calor líquido construir na minha calcinha.
— Eu prometo. — Ele estava tão perto; eu podia sentir sua ereção. Passei
minha mão sobre ela. — Você está feliz agora? Você tem tudo isso e não há tempo
para brincar com ela.
Ele gemeu.
— Isso é um presente para mais tarde. Eu vou fazer amor com você
lentamente esta noite.
Assim quando comecei a derrapar naquela imagem feliz, ouvi Marie
guinchar. Ela segurava uma caixa plana.
— Tenho uma para você, também. — Ryan enfiou a mão na parte de trás
da calça e tirou uma caixa fina e plana com o logotipo HW em relevo na tampa.
Minha respiração ficou presa quando eu removi o feltro que o cobria.
— Oh meu Deus, Ryan! Isto é absolutamente lindo. — Toquei o colar coroa
de diamante, notando o pequeno ‘R’ em ouro branco, pendurado ao lado do fecho.
O colar coroa de Marie foi tão impressionante quanto, porém, era um
desenho diferente. E com certeza, pendurado no fecho, havia um ‘M’.
— Será que acabamos de ser encoleiradas? — Marie provocou, tocando o
colar de diamantes.
Ryan sorriu.
— Algo parecido.
— Você tem um problema de ser possuída? — Mike perguntou a ela.
— Por você?
Mike agarrou os quadris de Marie em suas mãos fortes, puxando-a para ele.
— Sim. Por mim. Você está bem com isso?
O sorriso dela foi inestimável.
— Oh sim. Eu estou muito bom com isso.
Ouvi uma buzina.
— Acredito que a nossa carona está aqui — disse Ryan.
Assim como eu esperava, o beco estava inundado com um enxame de
paparazzi, enjaulando nossa limusine preta. Apesar do que as pessoas possam pensar
sobre o luxo de andar em uma limusine, elas eram realmente ruins em ter que
rastejar, especialmente, com saltos e um vestido.
— Droga — Ryan suspirou. — Pensei que tínhamos nos livrado deles com
aquela aparição fixada no Chateau Marmont. Tanto para isso.
Mike foi o último a entrar.
— Sim, não funcionou. Imaginei isso também. O plano B ainda está em
vigor.
Entrelacei minha mão com a de Ryan.
— Plano B?
Ele assentiu.
— Contratamos segurança para o evento. Isso vai mantê-los fora da igreja e
fora da recepção.
— O Pete sabe disso?
Ryan beijou a minha mão.
— Liguei para ele um par de dias atrás. Está tudo arranjado. Basta lembrar
como isso vai. Precisamos manter o nosso completamente exclusivo e privado.
— Maldivas — Mike murmurou.
Ryan deu-lhe um aceno de cabeça em concordância.
O exterior da igreja episcopal de St. Andrew foi cercado por uma pequena
multidão. Meu coração afundou.
Nossos piores temores estavam se tornando realidade. Ryan apertou minha
mão.
Mike segurou a porta aberta para nós. Marie foi a segunda pessoa a sair,
bloqueando as câmeras indiscretas dos fotógrafos.
Ryan e eu tínhamos dado alguns pés em direção aos degraus da igreja,
quando ele fez uma pausa e virou-nos ao redor.
Como se estivéssemos em qualquer outra aparição pública, Ryan e eu
posamos para a imprensa. Nós viramos, sorrimos e demos a eles o que todos eles tão
desesperadamente queriam. Só que Ryan não deu quaisquer autógrafos.
Ele tentou falar sobre o frenesi:
— Estamos aqui para celebrar o casamento de amigos queridos. Espero que
vocês nos deem a cortesia de seu respeito e privacidade hoje. Obrigado.
Dentro da igreja, tive um momento privado com Pete, o que fez algumas
lágrimas de felicidade caírem dos meus olhos. Nós estivemos no inferno e voltamos,
resistindo ao lado feio da vida juntos.
Marie andou pelo corredor primeiro. Eu podia ver que ela só tinha olhos
para Mike, que não conhecia Pete de Adam, mas que teve de bom grado dado um
passo para ser um padrinho de casamento para tornar este dia especial para eles.
Dei um passo através do limiar, imaginando fazer esta caminhada em meu
dia.
Eu vi Ryan soltar uma respiração rápida; seu sorriso era de tirar o fôlego,
de pé alto e orgulhoso perto do altar, observando cada passo que eu dava com nada
além de amor em seus olhos.
Eu queria me casar com ele agora, mais do que qualquer coisa.
CAPÍTULO 24

Enfrente

Nos cinco meses seguintes do casamento de Pete e Tammy, nós tínhamos


estado na Califórnia, Portugal, Inglaterra, Louisiana, Pensilvânia, Nova Jersey, e de
volta para a Inglaterra, enquanto Ryan estava filmando o terceiro Seaside.
O planejamento e as maquinações de Ryan foram compensados.
Enquanto ele passou doze, ou mesmo quatorze horas, por dia filmando, eu
estava feliz e contente de passar tempo com a minha melhor amiga.
Eu sabia há muito tempo que o salário de Mike era pago principalmente
pelos estúdios desde que segurança pessoal estava garantido nos contratos de Ryan
e era parte de suas aparições públicas e agora que isso também incluía uma equipe
de segurança.
Marie costuma brincar comigo que eu estava pagando-lhe para ser minha
amiga.
Marie e eu nos mantivemos muito ocupadas, pensando em tudo, desde
decoração para a casa enorme que estava apenas esperando o degelo da primavera
para ser construída, até nomear a empresa de produção que Ryan e eu queremos
começar. Passar tempo saindo com o elenco e a equipe de Seaside também fizeram os
dias borrarem e se misturarem em um inferno de um bom tempo. Eu tinha assumido
a gestão dos assuntos de Ryan, trabalhando como assistente pessoal na maioria dos
dias. Eu não me importava; sua agenda agitada e o calendário social ativo me
mantiveram longe de problemas.
Eu até encontrei um novo amigo no advogado de Ryan, Len Bainbridge,
quando ele me ajudou a esclarecer o espólio de quase US$ 1 milhão que o doce Jimmy
Pop deixou para trás. O Hospital Infantil de Los Angeles estava muito grato quando
Ryan e eu os presenteamos com um cheque em memória de Jimmy Pop.
Esse foi um dia maravilhoso.
Tudo estava indo extremamente bem em Mitchell Pub, também. Pete tinha
contratado vários novos membros da equipe para suportar a crescente demanda pelos
pratos gourmet da Tammy, que ela estava chicoteando-se na cozinha. Maggie, a
senhora idosa que possui a padaria em frente ao meu pub, aquela que Ryan tinha
escapado no primeiro dia em que nos conhecemos, estava procurando se aposentar e
vender sua loja também. Tammy tinha contratado várias pessoas e estava esperando
executar a restauração da padaria, também. Então nós estávamos trabalhando nesse
plano.
Marie brincou dizendo que eu poderia correr uma corporação
multimilionária do meu telefone celular e laptop. Eu estava começando a concordar
com ela.
Mas agora estávamos em Manhattan, nos preparando para lançar o primeiro
dia de coletivas de imprensa para a estreia do filme Mil Milhas de Ryan. Nós tínhamos
desembarcado em Nova York ontem e tudo estava indo muito bem até que chegamos
para suas entrevistas de imprensa e avistei-os "eles". De repente, minhas mãos
estavam suadas, meus sentidos estavam em alerta máximo, estava difícil engolir e eu
desejei que estivesse empunhando um taco de baseball, ou melhor ainda, a arma
preta extravagante de Marie.
Ryan notou-os cerca de vinte segundos depois que eu. Seus olhos se
estreitaram enquanto os avaliava, amaldiçoou, então franziu a testa para mim. Eu
não tinha dúvida de que ele iria me arrastar de volta para o nosso hotel e me forçar a
ficar lá se tivesse escolha.
Passei a minha mão na sua, entrelaçando nossos dedos em um vínculo
inquebrável.
— De jeito nenhum. Faremos isso juntos.
Ele estava furioso.
— Imaginei que Kyle estaria aqui com ela. Eu realmente quero bater nele.
Não tirei os olhos da porta onde eles estavam.
— Sim? Você bate nele. Eu nela.
Mike estava ocupado lidando com o local de segurança de má qualidade, por
isso foi o último a perceber seu ex-colega de trabalho zanzando ali perto.
Um jovem que fazia parte da equipe se aproximou de nós, segurando uma
pequena caixa com fios.
— Sr. Christensen, eu tenho o seu microfone. — Ele prendeu o pequeno
microfone na camisa de Ryan, pescando o fio debaixo de suas roupas. Ryan levantou
o braço para que o cara pudesse ligá-lo a uma pequena caixa presa à parte de trás
das calças de Ryan.
David, o gerente de Ryan, se aproximou, retorcendo o seu Rolex.
— Ok, Ryan. Você e Lauren Delaney estão programados para fazer uma
entrevista conjunta para o Moviefone em cerca de dez minutos e, em seguida, você vai
fazer o resto das entrevistas de imprensa sozinho. Temos três salas de entrevista, por
isso vamos estar movendo a imprensa ao redor em intervalos de dez minutos com
uma pausa a cada hora.
Eu não poderia evitar manter um olho sobre o outro lado da sala, neles.
— Sim, tudo bem. Que seja. — Ryan apertou sua garrafa de água, fazendo
o plástico dobrar com a pressão.
— Qual é o problema, Mike? Eu não estou gostando nem um pouco disso —
ele rosnou.
— Não sei. Eu sei que a PSG16 o liberou dos deveres, logo após o incidente.
Eles não iriam contratá-lo de volta, não depois da violação. Ele ainda deve estar
trabalhando nos detalhes privados. — Mike se inclinou mais perto. — Você tem um
boletim de ocorrência sobre ele?
Ryan brilhou outra careta com raiva para mim.
— Não.
— Não vi a necessidade disso — eu disse, perfurada pela minha decisão
original.
— Eu quero que ele fique longe de Taryn. Ele chega perto dela ou fica na
minha cara, eu vou matá-lo. — Ryan estava falando sério. — Eu preciso falar com
Lauren antes de começarmos. Você pode descobrir se ele está viajando toda a coletiva
de imprensa com ela?
Mike concordou.
— Vou ver o que posso descobrir.
David dispensou a mulher que organizava as entrevistas de imprensa depois
de olhar na direção dos nossos olhares aquecidos; ele finalmente teve uma pista da
situação. Ele veio diretamente de volta para Ryan.

Public Service Grant – Serviços Público de segurança. – É uma agência que libera a
16

documentação para os guarda-costas.


— Cristo! Não essa merda novamente. Hora de colocar suas coisas pessoais
de lado e ser profissional, Ryan. Talvez Taryn deva esperar no hotel até que você tenha
terminado, assim não teremos quaisquer problemas adicionais?
Ryan olhou para ele.
— Eu acho que é hora de nos separarmos, David.
Fiquei surpresa que Ryan estivesse fazendo isso agora.
David recuou, horrorizado.
— O que?
— Você quer manter o seu emprego, porra? Essa é a última vez que você
rejeitar a minha mulher. Estamos entendidos? Eu não preciso de você me lembrando
ou me dizendo o que fazer.
— Eu estava apenas sugerindo que pode ser sábio separá-la de possíveis
problemas, isso é tudo.
Ryan zombou dele.
— David, você é tão cheio de merda. Eu acho que é melhor você apenas se
afastar antes que eu o demita.
A mulher com a prancheta se aproximou.
— Sr. Christensen, estamos prontos para começar. Você estará no Salão A.
Apenas me siga. — Ela anunciou, apontando o caminho.
— Sim, em um minuto. — Ryan agarrou meu cotovelo. — Fique longe dele.
Encontre Trish e fique com Marie, ok?
Dei-lhe um beijo e fui caçar o banheiro das mulheres. Diretamente para
baixo no grande corredor, achei uma mesa de buffet com garrafas de água presas no
gelo. Apenas quando pensei que era seguro, senti os pequenos pelos formigarem no
meu pescoço, sentindo-o antes que ele desse um passo ao meu lado.
— Taryn.
Não, não. Merda. Quanto mais perto ele chegou, mais forte ficou o cheiro de
seu perfume.
Decidi evitar um conflito e ser atenciosa.
— Kyle.
Ele me olhou com um olhar de lado.
— Você parece bem.
Peguei uma garrafa com força na minha mão, sentindo a umidade fria
molhando a palma da minha mão, combinando com o frio rolando pela minha
espinha.
— Obrigado.
— Vi você algumas vezes, mas não tive a oportunidade de felicitá-la pelo seu
noivado.
Ouvi a tensão fraca na sua voz dele tentando ser sincero. Eu queria ignorá-
lo completamente, mas era difícil, então dei-lhe um simples "obrigado" ao invés.
— Ouvi que Ryan estava ficando fora de controle, socando um paparazzo?
Senti o calor inflamar meu pescoço pela tentativa de me provocar. É claro
que ele não podia deixar passar a oportunidade de pressionar os meus botões.
— Quando eles sobem em árvores para invadir a nossa privacidade, eles
merecem. Além disso, isso é notícia velha.
Ele tomou um gole de uma garrafa de água, contemplando minha resposta.
— Fiquei surpreso que ele iria estragar a sua imagem saudável assim.
Olhei para ele.
— Você terminou?
Kyle pegou um guardanapo.
— As coisas poderiam ter sido diferentes, você sabe.
— Sim, eu poderia ter te enviado para a cadeia.
Ele riu.
— Ainda tem a sua coragem. Bom. Muito bom.
— Você não deveria estar guardando uma porta ou algo assim? Certamente
você deve estar quebrando o protocolo, deixando sua mulher desprotegida.
Ele se inclinou mais perto.
— Eu deveria estar preocupado?
Eu ri.
— Nem um pouco, embora eu duvide que você estar aqui é apenas uma
coincidência. Estou feliz por você e Lauren. Realmente, eu estou.
Ouvi um ronronar arregaçar seu peito.
— Agora quem está sendo fingida? Ou há realmente uma pitada de ciúme
ainda persistente?
Não pude deixar de rir.
— Ah não. Tenha certeza de que não sinto ciúme. Absolutamente nenhum.
Na verdade, eu diria que a sua parceria com essa cadela conivente é um jogo feito no
céu.
Na verdade, ele teve a audácia de ronronar para mim.
— E ainda tão mal-humorada, também.
— O que você vai fazer, Kyle? Colocar-me contra uma outra parede para
tentar mudar minha mente?
Ele fez um som gutural de nojo e, em seguida, virou-se para mim, o rosto
pintado com o que realmente parecia ser pesar.
— Eu te magoei. Eu sei disso. Entendi. Eu sei que o que fiz foi estúpido e
precipitado... eu não espero que você acredite em mim, mas eu realmente queria
protegê-la.
Eu queria dar um tapa nele.
— Você tem sorte que eu não mandei prendê-lo.
— E eu aprecio isso. Olha, eu mantive minha parte no negócio. Tenho
incomodado desde àquilo?
— Não, você não fez. Mas na primeira chance que tem que você não pode
evitar de provocar Ryan. E isso me incomoda.
— Ele tem o que eu quero.
Eu lutei revirando os olhos.
— Você tem Lauren.
Seus lábios tremeram quando ele balançou a cabeça.
— Sim, coisa engraçada. Acontece que eu não sou o tipo dela nos dias de
hoje. Não importa, porque ela não é minha.
— Bem, isso é muito ruim.
Kyle suspirou.
— Será que você vai me perdoar?
Tive o suficiente.
— Honestamente? Não. E enquanto estamos nesta coletiva, sugiro que você
faça um favor e fique bem longe de nós dois.
Eu não sabia para onde eu estava indo, mas voltei para onde eu sabia que
Ryan e Mike estavam por último. Minhas mãos tremiam. Memórias de Kyle me
pressionando no batente da porta na parte inferior das escadas do meu apartamento
varreram através de mim, espalhando medo e terror através de meus ossos.
Achei Trish sentada em uma cadeira falando em seu celular. Marie estava
sentada ao lado dela. Meu celular soou com um novo texto então cavei minha bolsa e
assim quando eu estava folheando a nova mensagem, ouvi uma voz familiar
anasalada que sempre estará queimada na minha memória.
Trish disse o que eu estava pensando:
— O que diabos ela está fazendo aqui?
A cabeça de Marla virou um pouco, parando sua conversa por um momento,
quando ela nos notou. Ácido borbulhou no meu estômago. Eu ainda não tinha visto
esse filme e Thousand Miles17 já estava se transformando em mil milhas no inferno.
— Acho que quero ir para casa — murmurei baixinho.
Trish se ajeitou na cadeira.
— Você e eu. Aparentemente, Ms. Delaney tem um novo agente. Imaginei
que ela iria para a representação antiga de Ryan.
Ryan tinha me mandado uma mensagem. Levantei meu telefone para
mostrar à Marie.
— Ele está me chamando.
Encontrei-o em uma sala com o que parecia ser uma meia tenda feita de
tecido preto. O pôster do filme Thousand Miles estava arrumado por trás das cadeiras,
luzes industriais foram arrumadas para iluminar a área que está sendo filmada e
ventiladores de chão estavam girando para manter a área fria.
Ryan parecia que tinha passado por um liquidificador.
— Aguentando firme? — Perguntei, tomando-o em meus braços.
Só então Kyle caminhou pelo corredor, olhando-nos brevemente em seu
caminho. Não pude evitar de zombar.
— Ele disse alguma coisa para você?

17 Thousand Miles = Mil Milhas.


Congelei. Eu não ia dizer a ele que trocamos palavras. Que bem isso iria
trazer?
— Você deve saber que Lauren contratou Marla Sullivan.
Ryan deu um passo para trás.
— O que?
— Marla está aqui. Ela simplesmente apareceu.
— Você está brincando comigo?
— Bem que eu queria. Ela está apostando, e muito, no show de entusiasmo.
Pensei que Ryan voaria através do telhado.
— Maravilhoso. — Ele esfregou a testa, em seguida, agarrou a minha mão
me puxando junto. Ele fixou o olhar sobre Mike. — Onde está David?
Uma jovem veio correndo até Ryan.
— Sr. Christensen, estamos prontos para iniciar o próximo grupo.
Ele levantou uma mão.
— Eu preciso de um minuto.
Ryan foi até David, empurrando o queixo na direção de Marla.
— Você sabe sobre essa merda?
Ele foi, ou pego de surpresa, ou fingiu uma ignorância especialista.
— O que você quer dizer?
— Estou falando sobre a mulher que está me processando por quebra de
contrato e o cara que agrediu a minha noiva estarem nesta coletiva. Agora, responda
à pergunta. Você sabia sobre isso?
— Eu, bem, descobri um par de dias atrás que Lauren assinou com a
companhia de Marla, mas pensei que ela iria dar a conta para um subordinado. Como
eu ia saber que ela estaria aqui?
Ryan gemeu de frustração.
— Isso me coloca em uma situação comprometedora, David, tanto
fisicamente e financeiramente, e isso não é bom.
— Ok, eu deveria ter dito que Lauren contratou a empresa de relações
públicas de Marla, mas eu não achei que teria importância.
— Bem, tem importância — Ryan estalou. — Você sabe que ela está
contestando o acordo revisto que paguei a ela, dizendo que lhe devo mais dinheiro.
Você poderia ter me dado um aviso. Está chegando ao ponto de que não posso confiar
em você.
David pareceu ofendido.
— Ryan, não diga isso. Eu sempre tive os seus melhores interesses no
coração.
— É por isso que tomou para si a incumbência de fazer Len elaborar um
acordo pré-nupcial?
— Sim, eu fiz. Temos dinheiro entrando que precisam ser protegidos.
— De quem? — Ryan gritou. — Ela não vai nem mesmo usar meu dinheiro
para colocar gasolina na porra do seu carro. O único que gasta meu dinheiro é você.
Eu sei o que está escrito no meu contrato, David. Você está preocupado que eu vou
te ferrar nos royalties das fotos do casamento?
David levantou as mãos em sinal de rendição.
— Eu nunca faria isso e é uma pena que você pense dessa forma. Hey, você
quer arriscar metade do seu dinheiro com uma menina que você vá se divorciar,
eventualmente, isso é com você.
Ryan estava lívido.
— Essa é a diferença entre você e eu, David. Após esta coletiva de imprensa,
acabou, acho que nós precisamos ir nossos caminhos separados.
David agarrou o antebraço de Ryan.
— Espera aí, amigo. Não vamos levar isso lá novamente.
Ryan olhou para a mão de David.
— É melhor você remover essa mão e sair fora. Eu não estou mais
brincando.
Mantive meu olho em Lauren em vez de celebrar a demissão de David. Ela
parecia demasiado tonta e borbulhante, como se ela estivesse apreciando observá-lo
se contorcer.
Vem, cadela. Você é a próxima.

***
Arrumei a gravata de Ryan antes que chegássemos na estreia de Thousand
Miles em Manhattan. Fiquei feliz que ele usava o terno Hugo Boss preto com a gravata
roxa e preta de lã que combinava com a cor do meu vestido de cocktail.
Ele passou o dedo sobre o material recolhido no corpete do meu vestido e,
em seguida, sobre o meu belo colar coroa de diamante.
— Você parece extraordinária.
A apreciação de Ryan por mim, nunca vacila. Esperava que eu nunca desse
a sorte que tenho por certa.
— Você está completamente lindo por si só.
Atender a minha segunda estreia de filme não foi tão assustador como foi a
primeira vez, mas a enorme multidão e agitação de fotógrafos agressivos foi suficiente
para me fazer tremer nos meus sapatos de salto alto. Os flashes de centenas de
câmaras, o rugido da multidão gritando para eu olhar em sua direção... era tudo além
surreal.
Eu tive que dar crédito à Lauren e Ryan; ambos eram atores excepcionais,
colocando um show crível de amizade e solidariedade para a multidão e as câmeras.
Eles haviam chegado a um acordo anterior de que eles estariam no seu melhor
comportamento, enquanto em público. Particularmente, no entanto, Ryan não tinha
nenhuma utilidade para ela. Ele me garantiu que ele nunca trabalharia com ela
novamente. Ryan não era ótimo sobre o perdão, especialmente onde meus melhores
interesses estavam em causa, e ele disse isso a ela.
Assim que o filme acabou, fomos levados para o luxuoso pós-festa no salão
de baile no Gramercy Park Hotel. Felizmente, Ryan tinha estipulado que sua equipe
de segurança iria com ele onde quer que ele tivesse que ir, o que significava que eu
tinha Marie por perto para dar apoio moral.
Ela andou comigo em direção ao bar aberto enquanto Ryan estava em uma
profunda conversa com o diretor de fotografia do filme. Ela olhou para mim com os
olhos cansados.
— Taryn, eu odeio dizer isso, mas o filme foi incrível.
Encontrei uma área aberta de sofás e cadeiras e me sentei.
— Sim, foi. Ryan foi fabuloso novamente. Mas houveram algumas partes
que foram difíceis para mim assistir.
A cena do jantar onde pensei que Ryan estava em um encontro real com
Lauren em Miami fez meu peito queimar. Lembrei-me de que Ryan apertou minha
mão com força durante essa parte. Ele lembrou-se, assim como eu, o que aconteceu
fora do restaurante naquela noite, a noite quando eu o deixei.
E assim quando o personagem de Ryan se inclinou sobre a mesa coberta
de linho para beijar Lauren na tela, Ryan passou o braço sobre meus ombros,
tomando meu rosto em suas mãos, e me beijou tão apaixonadamente que eu queria
chorar lágrimas de felicidade. Ele não queria que eu assistisse. Não fazia parte da
nossa realidade. Sua boca na minha, sua mão segurando a minha bochecha, seu
amor por mim, isto é real.
Marie sentou-se na poltrona azul ao meu lado.
— Eu ainda não posso acreditar que estou em outra maldita pós-festa de
estreia de filme. Isso tudo é apenas incompreensível.
Tomei um gole do vinho branco que haviam me servido.
— Eu sei. Eu amo como eles decoram para promover o tema do filme. Ryan
disse que eles vão todos para fora para estreia de Seaside...
Eu estava no meio de uma frase quando perdi a atenção de Marie para outra
pessoa. Virei-me e pensei "oh merda", quando vi Lauren Delaney de pé na nossa frente
em seu caro vestido feio e carranca combinando.
Quando ela percebeu que eu não seria intimidada, ela forçou um sorriso.
— Eu só queria felicitá-la pelo seu noivado.
Ok, certo.
O que mais eu poderia dizer além de "obrigado"?
Ela virou os olhos para mim.
— Sim, bem, apenas certifique-se de tratá-lo direito, ou então você terá que
responder a mim.
Isso era novidade.
— Sério? E você se importa, por quê?
Ela fungou, não recuando.
— Ryan tem sido uma parte importante da minha vida por muitos anos.
Marie cruzou as pernas e levantou uma sobrancelha, cética.
— Isso foi antes ou depois que você fodeu com Lucas Banks por trás das
suas costas? Eu sei que as revistas de fofoca nem sempre acertam. Eu só estou
tentando manter a linha do tempo em linha reta.
Eu queria dar à Marie um high-five por aquilo.
Lauren foi pega de surpresa por um momento, e então ela se endireitou e
sorriu.
— Você acha que sabe tudo. Por que você não volta para a pequena cidade
caipira que você se arrastou para fora?
Olhei para ela.
— Sério? De todas as respostas, isso é o melhor que você pode fazer?
Ela sorriu e cruzou os braços ossudos.
— Você acha que o tem. Desfrute dos seus quinze minutos.
Agitei meu anel de noivado de diamante com o polegar, enviando-lhe uma
mensagem.
— Acho que eu vou tê-lo por muito mais tempo do que isso. Veja, eu nunca
seria uma cadela burra como você estava e foder ao redor. Mas o que eu não entendo
é por que você se importa? Se algo acontecer que não estivermos mais juntos, tenho
certeza que você não iria nem mesmo estar em sua lista.
Lauren pareceu como se tivesse chupado um limão.
— Tê-lo de volta seria fácil.
— Por que, você acha que ele estaria interessado em uma orgia com você,
Nicole e Kyle? — Bufei. — Duvido muito.
Eu podia vê-la rangendo os dentes. Eu estava atingindo-a. Bom.
— Você acabou de ver o nosso filme. Você acha que tudo isso era apenas
atuação? Eu tomaria cuidado se fosse você.
Marie pulou de seu assento.
— Você a está ameaçando?
— Por quê? — Uma voz profunda familiar retumbou.
Minha cabeça estalou, vendo Ryan vir de detrás de Lauren, depois que ouvi
sua pergunta irritada. O rosto dela ficou branco.
Ryan a tirou do caminho para que ele pudesse sentar-se no braço da
cadeira.
— Vou perguntar de novo, Lauren. Por que a minha noiva tem que se cuidar?
Ela gaguejou:
— Foi apenas uma figura de linguagem.
Ryan se levantou, entrando em seu espaço pessoal.
— Eu só vou dizer isto uma vez. Pela duração desta coletiva, você vai ficar
bem longe de mim e da minha futura esposa. Isso também vale para a sua namorada
viciada e seu guarda-costas idiota. Estamos entendidos?
Lauren sorriu timidamente.
— Desde quando você ficou tão puritano? Lembro-me de que você
costumava ser completamente aventureiro quando morávamos juntos. Você deve
abraçar o estilo de vida que nossas carreiras nos proporcionam antes que você fique
velho demais para apreciá-lo. Brincar de casinha é chato. Você está perdendo toda a
diversão, todas as partes. Você teve a sua língua na boca de Nicole, também. Imagine
as possibilidades.
Ryan empalideceu.
— Sim, isso nunca vai acontecer.
— Você pareceu gostar quando nós transamos com aquela pequena diretora
de set juntos. — Lauren se inclinou para mim, certificando-se que eu a ouviria. —
Alguma vez ele lhe disse sobre isso, Taryn? Os ménages que costumávamos ter?
Ryan agarrou seu braço.
— Não fale com ela, porra. E não faça aquela única vez parecer mais.
Ela riu.
— Homofóbico agora, não?
— Tenho zero problemas com o que as pessoas fazem. Mas com o que eu
tenho um problema é com cadelas coniventes que saem de seu caminho para destruir
meu relacionamento e suas namoradas viciadas em drogas, fodendo com a minha
vida. A sua amiga de foda teve a maldita sorte de eu não a ter demitido quando tive a
chance. Quanto a você, dei-lhe uma pausa quando tudo no meu intestino me dizia
que não. Eu não vou cometer o mesmo erro duas vezes. Você nem respire na direção
de Taryn, você e Nicole terão sorte de encontrar um show em algum teatro de merda
quando eu terminar.
Eu estava feliz que ele a confrontou, mas a última coisa que eu esperava
lidar esta noite, era descobrir o sexo que Ryan tinha tido com duas garotas ao mesmo
tempo. Eu tinha que conciliar que a versão selvagem de Ryan era coisa do passado.

***

Olhei para a janela do hotel, desfrutando do belo nascer do sol sobre Roma.
Era nossa última parada na coletiva de imprensa de Thousand Miles e em poucas
horas estaríamos em outro avião voltando para os Estados Unidos.
Senti o peito quente de Ryan pressionar minhas costas. Embrulhei minhas
mãos nas dele.
— Eu não quero ir para casa.
Ele beijou meu pescoço.
— Não eram.
Olhei para cima para ver se ele estava brincando.
— Não vamos?
— Não. Estamos fazendo um desvio de três dias.
Isso soou maravilhoso.
— Posso perguntar, ou é uma surpresa?
Ryan sorriu.
— Bem, é uma espécie de surpresa, mas há este restaurante
impressionante, construído dentro de uma caverna, neste penhasco, que a minha
mulher disse que queria ver.
Foi melhor do que ganhar na loteria.
— Sério? Você não está apenas me provocando, não é?
Ele bateu no meu traseiro.
— Eu nunca provoco. Mike está levando Marie, também. Nós quatro iremos,
mas eu não espero ver muito deles.
Eu estava tão feliz, que comecei a saltar no meu pé, batendo palmas.
Ele saltou comigo, zombando de mim.
— Você quer mais uma boa notícia?
Sorri mais largo.
— Sim!
— Nós vamos de helicóptero para Polignano a Mare18.
Eu queria saltar para fora da minha pele.
— Então faça as malas, porque nós pegaremos nossa carona em duas horas.
Depois de beijá-lo maliciosamente por esta grande surpresa, corri ao redor
da sala, arrumando nossas coisas. Ryan dobrou a camisa que ele usava na noite
passada.
— Empacote apenas o que você precisa em sua mochila. Não há muito
espaço para a bagagem dentro da cabine.
Tive que revisar minha bagagem de mão. Eu tinha tanta porcaria na minha
mala que as coisas estavam começando a cair.
— Eu quero chamar Mike, ver se temos um carro vindo — disse Ryan.
Tirei o grande envelope pardo, que a mulher no painel de imprensa deu-me
um dia antes, da minha mochila. Eu estava começando a acreditar que eu estava me
transformando na pasta de Ryan Christensen. Eu tinha recibos e notas e documentos
assinados em abundância.
Fiz uma pilha dos papéis importantes, pensando que a pasta de papel pardo
seria um lugar perfeito para guardar tudo; infelizmente, não funcionou tão bem.
Joguei o conteúdo sobre a cama, tentando acessar novamente o que era realmente
importante manter.
Papéis, catálogos, o nome dele. Lixo, lixo...
Algo caiu e bateu na cama quando abri um dos catálogos do envelope de
papel pardo. Era um pequeno pedaço de página de revista dobrada, dentro do que
parecia um envelope minúsculo.
Que diabos? Abri-o e engasguei.
Minhas mãos começaram a tremer.
— Ryan?
Ao ouvir o alarme na minha voz, ele veio direto para o meu lado.
— O que é isso? — Pareciam pedaços de talco comprimido, e havia um monte
deles.
Ele estudou o item em minhas mãos antes de tentar tirá-lo de mim.

18 Polignano a Mare é uma cidade italiana de 17.797 habitantes da província de Bari, em


Puglia.
— Que porra é essa? Não derrame.
— O que é isso? — Perguntei.
Eu o vi dar uma fungada cuidadosa, e, em seguida, seu rosto contorceu.
— Eu não sei exatamente, amor, mas acho que isto é cocaína.
CAPÍTULO 25

Acabado

Andei nervosamente enquanto Mike e Ryan analisavam o conteúdo do


pequeno envelope.
— Acho que Ryan está certo — Mike anunciou. — Eu tenho certeza que isso
é cocaína.
Senti minha garganta apertar. Isso estava em minha mochila.
Mike me olhou com os olhos curiosos.
— Onde foi que você disse que encontrou isso?
Apontei para o envelope pardo.
— Estava lá dentro.
Ele o pegou, olhando para dentro.
— O que mais estava aqui?
Folheei os papéis, separando o que eu acreditava que eram os conteúdos
originais.
Dizer que Ryan estava chateado era o mínimo.
— De onde o envelope veio mesmo?
— Lembra-se da ruiva linda? Aquela com a saia pintada e as pernas que
começavam aqui? — Apontei para o meu pescoço. — Ela me deu isso. Ela disse que
era para você.
Ryan, de repente, bateu com o punho na mesa de jantar, amarrando ao
longo de toda uma série de palavrões.
— Acho que devemos jogar isto no vaso sanitário — disse Mike, parecendo
menos do que feliz com a explosão de Ryan. — E então nós vamos fazer uma
verificação abrangente de toda a nossa bagagem. Bolsos de camisa, calças, envelopes,
tudo será verificado. Marie, ajude Taryn. Passe por tudo e, quero dizer, tudo.
Marie e eu largamos as nossas malas.
— Faça uma maldita lista de nomes — Ryan ordenou. — Existem apenas
muitos suspeitos aqui. Quando eu descobrir quem fez isso, vou rasgar sua garganta
e enterrá-lo.
— Nós todos já tocamos o envelope então as impressões digitais estão fora.
Não acho que ir às autoridades com isto seria sábio. — Mike balançou a cabeça. —
Podemos especular tudo que quisermos. A menos que alguém se gabe ou confesse,
não acho que vamos saber.
Ryan se levantou, pegou o pequeno envelope com os dedos, e saiu para o
banheiro. Ouvi a descarga algumas vezes. A evidência foi embora.
Ryan voltou, olhando para Mike como se ele pudesse, magicamente,
aparecer com respostas.
Mike estava igualmente chateado.
— Eu não sei, cara. Alguém estava tentando armar para você. Se um de nós
fossemos apanhados com isso, estaríamos olhando para o tempo de prisão
internacional.
Ryan zombou.
— Não me diga.
Mike passou a mão sobre a cabeça.
— Bem, a boa notícia é que você encontrou antes de nós tentarmos deixar
o país. Viemos em um voo comercial, o que significa que as drogas tiveram que ser
compradas aqui. A não ser que entre em contato com as autoridades, não temos
nenhuma maneira de começar uma investigação, e você só se livrou das provas.
— Estavam na minha mochila — eu disse sombriamente, segurando as
lágrimas enquanto eu procurava nos bolsos de Ryan por drogas plantadas. Virei o
bolso de dentro para fora, sentindo como se alguém tivesse acabado de fazer a mesma
coisa para mim. — Eu teria ido para a cadeia. — O pensamento me rachou. As
lágrimas nublaram minha visão, enquanto profundos soluços queimaram minha
garganta. Visões de ser algemada novamente, arrastada como uma drogada, ser
trancafiada na prisão feminina estrangeiras durante anos, eu não poderia lidar com
isso.
Eu tinha sofrido tanto, sabendo o que sentia ao ser colocada na prisão,
vendo Ryan ser levado embora de mim na parte traseira de um carro da polícia, o
stress, a perda, as mentiras, os sacrifícios.
Foi finalmente demais. Demais.
Ryan caiu de joelhos ao meu lado no chão.
— Ei, ei, amor. Tudo vai dar certo. Shh.
Eu estava tremendo tanto, que eu não conseguia respirar. Quanto mais
disso eu poderia suportar?
— Cocaína, Ryan? Eu não posso. Eu quero ir para casa. Me leve para casa.
Ryan me envolveu em seus braços, me colocando entre suas coxas.
— Shh. Vou levá-la para casa. — Ele beijou meu cabelo várias vezes, me
balançando. — É você e eu, querida. Você e eu. Todo o resto está sendo cortado. Eu
prometo. Não mais. Eu não vou colocá-la através disto nunca mais. — Ouvi suas
palavras, mas eu não podia acreditar nelas.
O que pararia outra Lauren ou Nicole ou mesmo um gerente descontente de
repetir esse absurdo?
Nada.
Quando Ryan disse que nós precisávamos de um pouco de ar para limpar
nossas cabeças, ele não estava brincando. Ele aqueceu meu corpo quando se inclinou
para mim para compartilhar a visão do meu lado do helicóptero, depois de insistir que
seguir com nossas férias, em vez de voltar para os Estados Unidos. Ele não tinha
soltado a minha mão desde que deixamos o hotel em Roma. Eu acho que ele estava
com medo que eu ia acabar as coisas com ele.
Esta viagem para Polignano a Mare foi definitivamente uma distração.
Ryan estava no limite, andando em torno de nosso quarto depois que
tínhamos dado entrada no hotel. Abri as portas, encontrando algum espaço para
respirar na varanda.
Ryan passou os braços em volta do meu estômago.
— Bela Vista.
Olhando para o vasto mar Mediterrâneo, isso era um eufemismo.
— É muito espetacular. Obrigado. Foi uma boa ideia vir aqui. Obrigado por
me trazer aqui.
Ele beijou meu pescoço, demorando um pouco.
— Não me deixe, Taryn.
Olhei-o nos olhos, chocada com suas palavras, ao ver o medo em seus olhos.
Apertou meu coração.
— Você tem estado tão quieta. Estou com medo de imaginar o que você está
pensando.
— Eu não vou a lugar nenhum, Ryan. Eu te amo.
Ele suspirou e encontrou meus lábios para um beijo.
— Graças a Deus! Eu não sei o que faria sem você. Você é meu coração,
Taryn. Meu coração. Eu não sei quem fez isto para nós, mas eu juro que vou descobrir.
Haverá retribuição.
Balancei minha cabeça.
— Nada de bom vem de vingança. E qualquer tentativa de retaliação
certamente trará mais problemas. Não, nossa melhor aposta é apenas deixar para lá.
Ele apoiou a testa em meu ombro.
— Eu não posso.
— Oh, querido, você tem. Notícias como estas saem e sua imagem será
espalhada por todo a imprensa novamente. Não. Não mais. Temos sido humilhados o
suficiente e tenho certeza que algo vai acontecer para nos colocar de volta na notícia,
independentemente. Você vai espirrar, eu vou ter uma crise de ciúmes quando você
tiver que beijar outra atriz, é sempre alguma coisa.
— Não. Não dessa vez. Estou feito, Taryn. Tudo que eu queria era fazer
filmes, mas tudo o que traz é a porra da dor. Não mais. Quando retornarmos aos
Estados Unidos, estou anunciando minha aposentadoria.
Olhei em seus olhos novamente, não tendo certeza se ele estava realmente
sério.
— Ryan, você ama ser um ator. É o que você faz.
Ele beijou meus lábios, em seguida, descansou sua testa contra a minha.
— Não mais.

***

Ryan não estava brincando. Após nós termos retornado aos Estados Unidos,
ele cancelou todas as aparições públicas, recusou todos os pedidos para fotos de
capas de revistas, entrevistas, tudo. Ele estava contratualmente obrigado a promover
o filme final de Seaside, mas era isso.
Trish e eu tínhamos conversado com ele sobre fazer uma declaração pública
formal sobre estar se aposentando, argumentando que só iria trazer mais atenção.
Isso era algo que Ryan definitivamente não queria, especialmente desde que teríamos
de ir aos tribunais com o fotógrafo que ele tinha socado.
Em vez disso, ele se dedicou a construir nossa casa, até o ponto em que
praticamente se mudou para a cabine de pesca do meu pai para que pudéssemos
acompanhar de perto o progresso em nossa terra adjacente.
Marie tinha tomado uma atribuição com Mike em L. A., trabalhando de
segurança privada para um ator jovem que tinha sido atormentado por um
perseguidor indesejado. Ela estava viajando muito, era difícil manter-se com ela, e eu
perdi minha melhor amiga. Mas eu também sabia que ela tinha um trabalho a fazer;
bater papo no celular enquanto protegia alguém era errado e poderia matá-la.
Toda a vida de celebridade de Ryan tinha chegado a uma parada. Depois de
algumas semanas da mídia perguntando onde ele tinha desaparecido, outras
celebridades e suas palhaçadas assumiram as primeiras páginas das notícias e Ryan
escorregou fora do radar.
Bem, isso foi até ele ir fazer compras de supermercado comigo e ser
reconhecido. Ele até deixou crescer um cavanhaque leve para se disfarçar. Não
funcionou.
Uma noite, quando eu finalmente fui capaz de falar sobre o incidente do pó
branco novamente, Ryan tinha construído um fogo agradável na lareira e nós nos
enrolamos no chão para fazer uma lista de suspeitos.
Meu dinheiro estava em Nicole Devin. Lauren havia lhe trazido na coletiva
de imprensa Europeia e as duas estavam sempre farejando.
Kyle também estava em Roma, mas ele não estava no topo da minha lista.
Ele tinha praticamente me ignorado, enquanto ele bateu na ruiva de pernas longas
que me deu o envelope e ela parecia mais do que receptiva a seus encantos. Mas ele
tinha motivo e oportunidade.
Marla Sullivan era também uma suspeita a considerar. Mas, apesar de que
a cadela anasalada provavelmente deu seus pulos vendo Ryan cair da graça, ela não
me parece o tipo de pessoa que iria solicitar a alguém para comprar cocaína.
E então havia David. Amargo, cansado, imbecil, David. Ryan lhe tinha
demitido oficialmente em Roma, certificando-se que a doninha sabia em termos
inequívocos, que ele havia sido encerrado. Ele tinha ficado louco quando Ryan
chamou Aaron, seu agente, para se certificar de que a mensagem foi passada através
das fileiras. Depois disso, David passou um pouco de tempo de cara feia para nós e
pendurado na orelha de Marla, então imaginar que os dois se reuniriam e
conspirariam contra nós não era exagero.
Houve alguns outros que tinham estado na coletiva de imprensa, mas nós,
rapidamente, eliminamos todos que não tinham nenhum motivo.
Mas nós não fizemos qualquer progresso, à exceção de fazer uma pequena
lista de pessoas que não queríamos ter absolutamente nada a ver. Também tivemos a
satisfação de saber que quem tentou armar para nós, falhou miseravelmente.
Apesar de todas as coisas mantendo Ryan ocupado, eu poderia dizer que ele
estava infeliz. A tristeza estava sempre lá, coçando como uma crosta que não iria
curar. Eu estava começando a me sentir culpada, como se ele tivesse desistido de
atuar por mim.
Tanto quanto eu gostaria de estar fora dos holofotes, eu sabia, no meu
coração, que Ryan não ficaria satisfeito com a vida se ele não atuasse.
Estava em seu sangue.
Era o que ele se destacou, além de todas as outras coisas.
Na frente das câmeras era onde ele pertencia.
Ryan não estava vivendo; ele estava existindo. Ele estava fazendo todo o
possível para evitar admitir que ele estava infeliz sem trabalhar. Ele não precisava
dizer isso; eu poderia lê-lo bem o suficiente para saber exatamente o que o
atormentava.
Nós tínhamos definido o dia vinte de outubro como nossa data de
casamento, aceitando o conselho de Mike e se casando nas Maldivas.
Eu não me importava onde nos casaríamos; enquanto tivéssemos uma villa
à beira-mar para aconchegar, eu estaria contente.
Mas tanto quanto eu queria me casar com Ryan, eu não podia. Assim não.
Eu precisava dele inteiro antes que ele se comprometesse comigo e ele era
tudo menos inteiro agora. Aquela luz que costumava dançar em seus olhos tinha
desaparecido. Seu espírito estava quebrado e isso me rasgou em pedaços.
Eu tinha convencido Ryan a voltar para Seaport comigo, sob o pretexto de
que eu tinha negócios no bar para atender, mas realmente eu precisava de uma forte
conexão Wi-Fi, que era inexistente na cabine. Eu sabia exatamente o que eu queria
dar ao Ryan como presente de casamento, mas eu precisava de tempo para executar
meu plano.
Uma vez que o pub não estava tão ocupado, Ryan e eu decidimos almoçar
lá em baixo. Estávamos morrendo de vontade de provar algumas das novas entradas
que Tammy estava servindo. Mesmo o apartamento cheirava deliciosamente
comestível.
— Você ligou para seu advogado de volta? — Perguntei, tentando não
queimar meus lábios com a sopa de cebola francesa, bem quente, que eu estava
babando em cima.
Ryan assentiu, mastigando seu sanduíche de frango grelhado.
— Então, você disse que sem acordo pré-nupcial? Você tem certeza?
Ryan olhou-me direto nos olhos.
— Positivo. Você precisa de um acordo pré-nupcial? Eu tenho um melhor.
— Ele agarrou um guardanapo do Mitchell Pub do suporte e emprestou uma caneta
de uma das novas garçonetes.
Observei-o cuidadosamente escrever no guardanapo, fazendo o seu melhor
para não o rasgar.
— Afinal de contas, esse nosso caso de amor começou realmente quando
você me deu seu número de telefone. Lembrar?
Eu estava morrendo de vontade de saber o que ele estava escrevendo.
Mergulhei meu pé sobre o seu debaixo da mesa.
— É claro que eu lembro. Escrevi-o em um guardanapo de Mitchell Pub.
— Que eu ainda tenho, por sinal. — Ele sorriu com carinho. Assim que
terminou de escrever, ele colocou o guardanapo sobre a mesa na minha frente.
Sorri e ri quando li: “Prometo nunca brigar por causa da torradeira”
Significava muito que ele dissesse isso, sabendo que Marie e Gary tinham
brigado sobre tais coisas triviais. Fiz um gesto para a caneta, peguei outro guardanapo
e escrevi: “Prometo nunca roubar sua torradeira ou a sua TV”
Ele riu e bateu no guardanapo.
— É melhor incluir o controle remoto quando estou assistindo hóquei, amor.
Apenas dizendo. Dá-me a caneta. É a minha vez. — Enquanto ele estava ocupado
escrevendo, eu fui atrás do balcão para pegar minha própria caneta.
Voltei para: “Prometo comprar para você a sua própria TV para que nunca
tenhamos que discutir sobre o que está passando”
Isso me fez rir.
“Eu desenho a linha no golfe”
Escrevi sobre o meu: “Prometo nunca tomar o seu dinheiro”
Ele olhou para mim por alguns instantes e franziu a testa.
— Isso é um dado, Tar. — A nota que ele passou de volta declarou: “Eu
prometo nunca reclamar sobre você gastar o meu dinheiro” — E quando se tratar de
coisas para a casa, eu estou desenhando a linha na compra de cortinas. Se você me
ama, você nunca vai me perguntar o que eu penso sobre esse tipo de coisa.
— Ok, sem comprar cortinas. Entendi. — Coloquei a sua mensagem na
nossa pilha crescente e escrevi: “Prometo ser uma boa esposa”
Seu sorriso era hipnotizante. Recebi de volta: “Prometo ser um bom marido”
Encarei seus olhos quentes e azuis que significavam tudo para mim.
— Nós continuamos com isso e nós não teremos que escrever nossos votos
de casamento.
— Bem, se esse é o caso. — Ryan rapidamente rabiscou outro: “Prometo
iniciar todos os dias e terminar cada noite dizendo que eu te amo” — Até que a morte
nos separe — ele sussurrou. Sua mensagem seguinte: “Prometo te amar para sempre”
— Bem, então... — bati: “prometo atender sempre a suas necessidades” na
frente dele.
Ele bateu no meu guardanapo com o voto e sorriu.
— Eu vou segurar este. Você sabe como sou necessitado. — Sua mensagem
seguinte disse: “Prometo apenas ter olhos para você”
Aquela me acertou bem no coração. Rabisquei na parte inferior da mesma:
“Por quanto nós dois vivermos”
Ele me deu um sorriso caloroso, uma piscadela e um aceno de cabeça.
Rapidamente segui por: “Prometo dar-lhe um boquete em seu aniversário”
Ryan segurou o guardanapo, parecendo que havia ganhado na loteria por
alguns segundos e, em seguida, perguntou.
— Só no meu aniversário? — Ele revirou através da pequena pilha e levantou
aquela que eu disse que ia sempre atender as suas necessidades.
— Estou pensando que sou mais necessitado do que isso, querida. Minhas
necessidades são constantes.
Eu rapidamente rabisquei: “Prometo, não importa quão necessitado que
você fique, nunca o fazer dormir no sofá”
Ryan levantou um dedo para eu esperar enquanto ele escrevia em seu
guardanapo: “Você promete falar comigo quando algo estiver incomodando você”?
Escrevi embaixo da sua questão: “Sim, e você”? E passei-o de volta para ele.
Ryan escreveu seu: “Sim” embaixo do meu e a sublinhou duas vezes.
Meu próximo voto declarou: “Prometo que encontrarei uma maneira, todos
os dias, para fazê-lo feliz”
Ele revirou através dos guardanapos e pegou aquela com o boquete.
— Podemos editar o voto de boquete para dias/horas? Isso me faria muito
feliz e atende as minhas necessidades em um só tiro.
Ele parecia tão malditamente esperançoso. Como eu poderia negar-lhe
alguma coisa? Peneirei através dos votos, encontrando o que ele disse que ia me amar
para sempre.
— Desde que você prometeu, vou ver o que posso fazer.
Ele estendeu a mão sobre a mesa, pegou minha mão na sua e puxou-a à
boca, colocando um beijo carinhoso ao lado do meu anel de noivado.
CAPÍTULO 26

Case-se comigo

A fuga de Ryan da vida de celebridade durou apenas muito tempo. Ele tinha
parado de olhar roteiros e considerar os papéis de multimilionários, que me
preocupou mais do que ele jamais poderia ter feito. Eu sabia que sua carreira, seu
status na lista A, só podia tomar tanto antes que fosse tarde demais para reviver.
Felizmente, a estreia do segundo filme Seaside, Dia of Dawn, chupou-o de
volta no centro das atenções.
Era quase como se ele nunca tivesse saído. Eu não tinha percebido o quanto
sentiria falta do seu estilo de vida agitado, até que não vivia mais. Eu senti falta de
Mike e Marie ainda mais e eu estava grata que Ryan tinha outra coletiva para passar
para que pudéssemos estar todos juntos novamente.
Eu estava tão feliz que a estreia era em L. A. Fez manter os negócios em
segredos muito mais fácil. Enquanto Ryan estava ocupado com a imprensa, encontrei-
me com dois produtores influentes e negociei uma compra de duzentos mil dólares.
Eu tive que vender todos os interesses adquiridos da minha família nas adegas para
fazê-lo, mas investir no futuro de Ryan valeu a pena.
Tudo tinha dado certo, sem problemas.
As coisas continuaram a dar certo, duas semanas depois, quando
estávamos em Berlim. Mike invadiu nosso quarto, Marie em seus calcanhares, com
um sorriso do tamanho do Texas estampado em seu rosto.
— Você nunca vai acreditar nesta merda — ele anunciou, estendendo seu
telefone. — Acabei de receber uma mensagem do meu amigo, Nix, que faz segurança
em L. A. Se isso não iluminar o seu dia, eu não sei o que vai.
Nunca vou esquecer o sorriso no rosto de Ryan quando ouviu Nix dizer em
sua mensagem que: David Randazzo, quarenta e cinco anos, foi detido hoje e acusado
de posse de 3,5 gramas de cocaína.
Justiça tinha sido servida. Éramos todos capazes de colocar esse incidente
horrível atrás de nós.
Mas isso foi há quatro semanas. Agora, eu estava olhando para a água azul,
impressionantemente bonita, da varanda da nossa vila à beira-mar, linda, nas
Maldivas, me preparando para fazer minha caminhada final como uma mulher
solteira. Meu noivo estava fora na villa de seus pais, provavelmente se sentindo tão
nervoso quanto eu.
— Seu cabelo parece incrível — Marie disse, pulverizando spray para segurá-
lo no lugar. Ela tinha torcido meu cabelo em um rabo de cavalo frouxo, afofando-o
para torná-lo ainda mais espesso.
Levemente, deu um tapa nela.
— Não muito spray. Quero que Ryan seja capaz de tocá-lo sem bagunçar ou
ficar com os dedos presos.
Tammy tinha minhas sandálias em suas mãos, sorrindo como se tivesse um
segredo.
— Sapatos ou sem sapatos?
— Você tem que ir com os pés descalços, Taryn — Janelle respondeu. — É
o único caminho.
Tammy sorriu.
— Bem, você pode optar por não usá-los, mas você tem que, pelo menos, lê-
los.
Lê-los?
— O que você está falando? — Ela estava realmente animada quando
entregou as minhas mais novas sandálias de tira, Stuart Weitzman, modelo noiva.
Virei-as, vendo uma nota escrita à mão, presa na parte inferior de um dos sapatos.
Você é minha melhor amiga,
Você é meu amor,
Você é minha vida.
Eu não posso esperar para te fazer minha esposa!
Amor, Ryan
Minha respiração engatou quando sua mensagem afundou. Cobri minha
boca, impedindo de cuspir. Eu tinha imaginado o homem que eu iria me casar um
dia, e Ryan havia transformado aquela imagem em um sonho inacreditável. Eu não
estava mais nervosa. Eu sabia, com absoluta certeza, que o meu Ryan me queria tanto
quanto eu o queria. Lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto entreguei o sapato
para Ellen, para que ela pudesse ver o sentimento do seu filho. Tammy já estava
reduzida a uma poça de lágrimas, estimulando-me a chorar ainda mais, enquanto fui
repreendida por arruinar a minha maquiagem.
Poucos minutos depois, a mãe de Ryan descobriu meu vestido. Era de seda
branca e tinha uma fita fina atravessada sobre as costas abertas. Recebi quatro
acenos de aprovação quando o provei pela primeira vez, mas meus dentes batiam
agora conforme eu deslizava em meu vestido.
Janelle desembrulhou o meu colar de diamante solitário, meu "algo novo",
presente de casamento de Ryan. Eu tinha o pente de cabelo frisado da minha mãe,
que ela usava quando se casou com o meu pai, arrumado em cima da minha trança
solta, meu “algo velho”. Por mais que eu desejasse que meus pais estivessem vivos
para me ver neste dia especial, eu sabia que eles estariam olhando por mim. Estariam
nos raios de sol que rachavam através das nuvens e da brisa quente que fazia cócegas
na minha pele.
Jill tinha uma pequena caixa na mão.
— Isto é de Joe e eu. Obrigado por nos deixar ser uma parte do seu dia,
Taryn. Significa o mundo para seu pai e para mim que você nos incluiu.
Abracei Jill, dando-lhe um beijo na bochecha.
— Obrigado por estar aqui.
Ela tocou meu rosto e sorriu.
— Vá em frente. Abra.
Meus dedos se atrapalharam abrindo a tampa. Engoli em seco quando vi a
pulseira de safira delicada.
— Meu Deus! Isso é lindo!
— É o seu algo azul — ela disse alegremente.
— Muito obrigado! Você me ajudaria a colocar?
Deixei para Janelle me puxar de volta à realidade com seu humor.
— Nós temos que ir em breve Esta é a parte mais fácil. Não o matar quando
ele te chatear é a parte mais difícil.
Engasguei com Ellen conforme ela balançava a cabeça.
— Você está me dizendo que há momentos em que você quer matar o pai de
Ryan?
— Ah, sim — ela admitiu. — Não são muitas vezes, talvez três ou quatro
vezes por ano, mas definitivamente acontece.
Olhei para Tammy. Ela concordou.
— Ameacei matar Pete no voo para cá.
Marie estava terminando de atar meu vestido quando peguei um brilho em
sua mão. Seus dedos estavam nus quando ela estava colocando a minha maquiagem.
Girei tão rápido que quase caí. Agarrei a mão dela.
— Meu Deus! O que é isso?
Marie sorriu timidamente.
— Mike me pediu em casamento na noite passada!
Eu estava tão eufórica; era difícil me conter. Poderia este dia ficar melhor?
Abracei-a ferozmente.
— Como? Quando?
Marie riu.
— Na noite passada. Ele me levou para uma caminhada na praia e me disse
que ele nunca se sentiu assim com ninguém e ele não pode imaginar viver sem mim.
Acho que eu gritei. Eu definitivamente sei que estava puxando com força a
sua mão esquerda, olhando a pedra enorme em seu dedo.
— Então, ele disse que não queria esperar para perguntar; ele não queria
que eu pensasse que ele foi motivado por seu casamento ou qualquer coisa.
A abracei novamente, sussurrando minhas congratulações. Este era um
grande passo, mas eu sabia que não importa o que acontecesse, eu sempre ia tê-la
em minha vida. Afinal, sua casa de três quartos era fisicamente ligada à minha,
separadas apenas por uma passarela.
Marie me deu um sorriso.
— O que me diz de levá-la para se casar? Ryan Christensen está à espera.
Houve uma batida suave na minha porta antes que eu visse meu pai
biológico, Joe, espreitar pela fresta da porta.
— Todo mundo vestido e pronto? — Perguntou.
Sorri para sua expressão sem jeito, inocente. Ryan tinha trazido Joe e sua
família aqui para mim, como uma surpresa. Eles podem não ter sido meus pais
enquanto eu crescia, mas sem Joe, eu não teria esse momento e isso significou muito
para mim.
O sol estava começando a se pôr quando andei de joelhos trêmulos pela
praia. Segurei o braço de Joe enquanto ele me acalmou.
Senti alívio imediato quando vi que Ryan estava, de fato, de pé, ao lado do
homem que estaria oficiando a nossa união.
Assim que eu o vi lá, com as mãos na frente dele, seu cabelo suavemente
despenteado pela brisa do oceano, aquele sorriso de tirar o fôlego que ele usava só
para mim, nada mais importava. Este homem era o meu tudo.
Ele tinha estado lá para mim através do grosso e do fino, através do bom,
do mau e do feio. Nossos votos em guardanapos tolos foram enquadrados e montados
acima da nossa cama, para nos lembrar sempre e nunca nos esquecer.
Assim que Ryan tomou minhas mãos nas suas, toda a minha preocupação
nervosa se perdeu na brisa.

***

Acordei sorrindo para os pequenos beijos salpicados em meu ombro. Acho


que realmente caí no sono com esse mesmo sorriso no meu rosto. Esfreguei minha
mão sobre o braço dele para que ele soubesse que eu estava acordada.
— Bom dia, Sra. Christensen — Ryan disse ao beijar meu pescoço. Fez
cócegas.
— Bom dia, marido. — Olhei para o relógio. — Mais como, boa tarde, marido.
— Rolei e me aninhei em seu peito. — Você acha que eles vão sentir nossa falta se nós
pularmos o jantar, também?
Ryan riu suavemente.
— Não tenho vontade de sair da cama. É por isso que inventaram serviço de
quarto.
Deslizei meu dedo em torno de sua aliança de platina; meu voto de “sua
para sempre" gravado no interior. Eu estava esperando que tudo isso não fosse apenas
um sonho.
— Não lhe dei seu presente de casamento.
Ryan sorriu e beijou minha testa.
— Acho que a coisa que você fez na noite passada quando estava em cima e
montando em mim foi um presente maravilhoso.
Cutuquei-o.
— Espertinho. Espera aí. — Eu me arrastei para fora da cama.
— Presente número dois: minha mulher completamente nua.
Enruguei meu nariz para ele, recuperando a caixa fina que embrulhei em
papel dourado.
Ele virou a caixa, inspecionando ambos os lados.
— O que é isso?
Rastejei de volta sob os cobertores.
— Um sonho.
Seus olhos se estreitaram.
— Um sonho?
— Sim. Sonhos só se tornam verdadeiros se você apontar, a si mesmo, em
sua direção.
Ele penteou o cabelo para trás com os dedos. Deus, isso era tão sexy. Eu
espero que nunca perca meu apreço por isso.
Ele deslizou a perna por cima, me batendo no pé.
— É assim mesmo?
Afofei os travesseiros debaixo da minha cabeça e me aconcheguei de volta
em seu lado.
— Sim.
— Bem, então, acho que jogaremos suas pílulas anticoncepcionais no lixo.
Ele me pegou desprevenida.
— Você está pronto para tudo isso?
Ele encolheu os ombros.
— Estou pronto para o que a vida jogar em nosso caminho.
— Bom. Agora abra seu presente!
Ryan deslizou o polegar sob a borda do papel, rasgando-a.
— Papel dourado, eh?
— Sim. É isso o que é. Dentro tem seu bilhete dourado, também.
Ele sacudiu a caixa, separando a tampa. Um toque de pânico atravessou-
me quando ele franziu a testa para o meu presente.
— Um roteiro? Você comprou isso?
— Sim. TLC Productions comprou.
Ele examinou-o novamente.
— Este é aquele roteiro que você estava tão inflexível me empurrando. Tar,
ninguém queria apoiá-lo.
Dei de ombros.
— Isso foi antes. Temos um encontro com Jeff Westfield na Universal assim
que você estiver pronto para colocar suas calças novamente.
Ryan ficou atônito.
— Você tem produtores a bordo?
Sorri com orgulho.
— Sim. Anna Garrett está dentro também. A palavra na rua é que vários
diretores de grandes nomes estão interessados.
Ele sorriu para mim.
— Você foi uma menina ocupada.
— Sim, eu fui. Sorrateira.
Ele franziu os lábios.
— Você realmente quer que eu atue de novo? Depois de tudo que passamos?
Esfreguei minha mão sobre seu coração, notando a mudança sutil de tom
em sua voz.
— Sim, eu quero. É quem você é. É o que alimenta sua alma. O resto... o
resto é apenas detalhes.
EPÍLOGO

Apenas recompensas

Respire, apenas respire... não, prender a respiração funciona melhor.


Está bem, está bem... eu posso fazer isso. Não está tão ruim agora. Respire
novamente, lentamente. Dentro e fora, dentro e fora. Espero que isso não demore
muito. Não sei quanto tempo mais eu tenho até que seja oficialmente tarde demais.
Meu, essas cortinas são ornamentadas. Com certeza é uma grande
quantidade de tecido pendendo do teto. Pergunto me se todas aquelas luzes deixam
quente lá em cima?
Não posso acreditar que Johnny Depp está sentado bem atrás de mim. Este
lugar está embalado com todos que são alguém neste negócio. Imagino onde Bill e
Ellen estão sentados? Estou feliz que eles estão aqui no edifício em algum lugar.
Salvar-lhes uma outra viagem.
Oh, merda, aí vem outra. Aguente. Oh, wow, essa porcaria dói! Respire
fundo, apenas respire. Um mil, dois mil, três mil.
Porque agora? Você não podia esperar mais um dia... mais algumas horas?
Pestinha impaciente, assim como o seu pai.
Respire pela boca, Taryn. Ninguém vai notar se você não fizer isso parecer
óbvio.
Devo dizer a ele?
Provavelmente.
Se eu disser algo agora, ele vai pirar. Ele já está pirando. Não, não diga nada,
ainda não.
Eu consigo. Mas vou ser capaz de chegar no carro?
Contar. Eu preciso contar. Por que não uso um relógio? Oh, sim, estou
usando esse bracelete de diamantes de cem mil dólares emprestados de Harry
Winston. Contar o valor dos diamantes que estou usando... bracelete: cem mil, colar
com pingente de gota: cem mil, brincos pesados puxando minhas orelhas: cem mil...
apenas respire.
Ok, elas estão ficando mais próximas. As duas últimas foram com menos de
três minutos de intervalo. Diga a ele.
— Ryan? — Gritei. — Querido, hum, quanto tempo mais você acha? —
Ajustei minha posição sentada.
Ele olhou para o relógio que dei a ele no Natal.
— Talvez mais dez minutos. Por quê? Você está nervosa?
— Não — respirei, fingindo um sorriso. — Não, nervosa.
— Tar, você está suando. Você está bem? — Ele virou seu corpo para me
encarar.
Respirei através de meus dentes cerrados.
— Mau momento.
Seus olhos se arregalaram.
— Momento?
— Sim, alguns dias antes do previsto.
— Você está dizendo que está na hora? Tipo, agora é agora?
— Eu posso fazer isso. Mas depois de fazer o anúncio... Mmm. — Tomei
respirações superficiais rápidas. Oh merda, isso dói! Espero que eu não manche este
vestido feito sob encomenda de quatro mil dólares.
— Quando começaram? — Ele perguntou, tentando manter a calma, mas
não conseguindo.
— Mais cedo — respondi.
— Enquanto estávamos lá fora, no tapete vermelho?
— Antes disso — sussurrei, tentando não gemer de dor. — Quando ela
estava fazendo o meu cabelo e maquiagem.
— Taryn! Isso foi a quase cinco horas atrás! Precisamos ir agora. Você
precisa ir agora? Diga-me se é hora de ir agora. — Ryan começou a entrar em pânico.
Ele já estava balançando para fora do seu assento.
— Acalme-se — respirei entre as ondas, agarrando um punhado da sua
manga do smoking para puxá-lo de volta em seu assento. — Estamos bem. Mas sugiro
que não demoremos.
Assim que falei, outra explosão de dor excruciante atirou através do meu
abdome. Prendi a respiração e amassei meus olhos juntos. Elas vinham mais rápido
e mais difíceis.
— Taryn, se precisarmos de ir, nós vamos. Eu não vou conseguir isso de
qualquer maneira. Não vale a pena colocar vocês dois em risco.
— Você não sabe disso. — Eu odiava que ele estava tão pessimista. Ele foi
brilhante.
— Podemos ir se você precisa ir — disse ele, já parecendo derrotado. — Está
tudo bem.
— Não — eu disse com firmeza, rangendo os dentes. — Nós não vamos a
lugar nenhum até ouvirmos seu nome ser chamado e abrirem esse envelope. Este é o
seu momento. Um momento uma vez-na-vida. Posso aguentar. — Eu respirava
através dos meus lábios franzidos. — Mas eu acho que é seguro dizer que o pequeno
tigre e eu não vamos para qualquer pós-festas esta noite — disse eu, tentando
adicionar um pouco de leveza à situação.
— Querida — ele começou a discutir.
— Pare. Não há nenhuma maneira no inferno que vamos perder isso —
sussurrei. — Nós temos tempo. — Tive que mentir, ele estava pirando o suficiente por
nós dois.
Agarrei sua mão. Nós iríamos passar por isso juntos, como nós tínhamos
feito todo o resto... unidos como uma equipe.
A enorme cortina caiu sobre o palco após a apresentação do prémio de
carreira terminou.
— A câmera vai deslizar por nós quando eles anunciarem os nomes — ele
se inclinou e cochichou no meu ouvido, discretamente limpando a gota de suor
escorrendo pelo meu pescoço. — Só para você saber.
— Eu sei. A câmera já nos criticou antes. Posso ver quando a luz vermelha
se acender. Usarei esse mesmo sorriso, prometo. — Meu sorriso estava
permanentemente colado no rosto. — Mas vai ser maior.
— Tem certeza de que quer esperar?
— Sim, só cale a boca. — Sorri para ele. — Eu não perderia esse momento
por nada no mundo. Bem, você sabe o que quero dizer.
Seu sapato de couro brilhante deslizou pelo chão e bateu suavemente em
meus saltos baixos.
A música começou.
— Por favor, deem as boas-vindas aos duas vezes vencedores do Oscar de
Melhor Ator Principal: Daniel Day-Lewis, Tom Hanks, Sean Penn, Jack Nicholson e
Dustin Hoffman.
Ryan apertou minha mão e eu pude ver que ele estava segurando a
respiração, também. Ele pegou meu cotovelo e me ajudou a levantar para aplaudir os
atores que andavam no palco. Cada um dos cinco homens incríveis e talentosos
anunciou um dos cinco atores que foram nomeados para o prêmio de Melhor Ator
Principal deste ano.
Sorri orgulhosamente quando o nome de Ryan foi anunciado. Jack então
brincou, dizendo que ele estava disposto a compartilhar o status de símbolo sexual se
ele tivesse que fazer. Todos nós rimos quando ele disse que, se você não sabe quem é
Ryan Christensen, basta perguntar a qualquer mulher entre as idades de seis e
noventa e seis e elas certamente lhe contarão tudo sobre ele.
Ryan, é claro, esfregou a testa, enquanto sorria. Eu estava tão orgulhosa
dele, que fez suportar a dor, valer a pena.
Não importa o que acontecesse com sua carreira a partir deste momento,
Ryan era agora, oficialmente, um indicado ao Oscar.
Ele apertou minha mão com força, segurando nossas mãos aos seus lábios.
Nós dois olhando fixamente para o chão enquanto cada segundo pareceu durar
minutos.
— E o Oscar vai para...
Prendi a respiração enquanto a emoção e as contrações me percorreram.
Ryan estava segurando minha mão com tanta força que meus dedos
estavam começando a formigar pela falta de circulação.
— Ryan Christensen, Isletin.
Acho que eu gritei.
Todos se levantaram para aplaudir, todo mundo. Diretores famosos,
celebridades, músicos famosos, todo o público levantou-se para aplaudi-lo.
Ryan parecia que tinha levado um soco no estômago. Ele se inclinou e me
beijou. Eu não conseguia parar de sorrir; eu estava rindo de excitação. Ele me beijou
de novo, esfregando a mão sobre minha barriga, antes de subir os degraus para o
palco. Lágrimas de felicidade escorreram pelo canto dos meus olhos.
Você poderia ver pela sua inestimável expressão, que ele ficou chocado ao
ter vencido. Eu esperava este momento esmagador não lhe deixasse sem palavras. Ele
estava visivelmente abalado; pelo menos, visivelmente para mim. Sua boca estava
aberta em descrença e sua mão, nervosamente, esfregava a testa enquanto ele subia
os degraus.
Levantei-me e bati palmas para ele, resistindo bravamente a cada contração
dolorosa, enquanto meu corpo se preparava para dar à luz ao nosso filho.
Assisti com admiração como cada um dos cinco atores mais emblemáticos
do nosso tempo apertou a mão de Ryan e deu-lhe tapinhas de congratulação e
abraços. Seus heróis, seus mentores, os homens que ele tinha admirado e respeitado
e se esforçado para ser igual, todos eles o acolheram.
Ryan ficou no pódio com sua bela estátua de ouro segura em suas mãos,
ainda completamente fora de si que o seu sonho se tornou realidade. Ele finalmente
alcançou o seu maior desejo. Sua carreira como artista tinha atingido o seu pico mais
alto.
— Obrigado — Ryan disse várias vezes no microfone. Seus olhos estavam
presos nos meus.
Todo mundo sentou-se em antecipação ao seu discurso de aceitação.
Ele havia se arrastado sobre a preparação até que finalmente, na última
noite, eu o fiz escrever o que ele diria se este momento fosse seu.
— Obrigado — disse ele novamente. — Estou muito humilhado por estar de
pé aqui na frente de todos vocês. — Ele coçou a testa. Ele estava tão nervoso.
Respire, amor, apenas respire.
— Não achei que essa meta jamais seria obtida, até que alguém me
convenceu do contrário e disse-me que os sonhos se tornam realidade se você apontar
a si mesmo em sua direção. — Ele piscou para mim.
— Essa pessoa é minha adorável esposa, Taryn, a quem devo tudo por este
momento. Ela disse, há dois anos, que esse script era digno de Oscar e estou muito
feliz que eu a ouvi. — Ele suspirou e riu nervosamente, balançando o prêmio como
prova.
Soprei-lhe um beijo da minha mão e esfreguei minha barriga, empurrando
um pequeno pé de volta para baixo. Nosso filho estava ansioso para ter seu
nascimento.
Ele estendeu a mão para o pequeno pedaço de papel que tinha escondido no
bolso interno do paletó. Escrito nele estavam os nomes das pessoas que ele queria
agradecer. Eu estava feliz que ele usava a gravata de prata e uma camisa branca com
o smoking preto. Ele parecia absolutamente arrojado.
Outra poderosa contração me atingiu. Segurei o braço da minha cadeira e
tranquei meus braços para me ajudar a enfrentar a dor. Assim, era difícil sorrir
completamente.
Ele olhou para a multidão.
— Prometi que faria isso rápido quando minha esposa apenas me informou,
há alguns minutos, que ela está em trabalho de parto durante as últimas cinco horas,
e eu realmente não quero que ela dê à luz ao nosso primeiro filho, ali na primeira fila.
O público aplaudiu e riu.
Ele continuou a se atrapalhar com o papel, nervosamente tentando
desdobrá-lo.
— Diga a ele para se segurar, amor, vou terminar em um minuto.
O público riu novamente.
Ele coçou a sobrancelha.
— Eu deixei escapar — ele murmurou, mais para si mesmo, mas todo
mundo ouviu.
Ele deu de ombros, olhando para os cinco homens ainda de pé no palco com
ele.
— Oh, bem, agora os tabloides não têm que especular mais e os paparazzi
podem parar de perguntar. É um menino! — Ele olhou para a plateia e sorriu com
orgulho.
O público gritou e aplaudiu.
— Eu não sei qual momento da minha noite de hoje será maior, receber este
prêmio ou a chegada do meu filho, mas sou grato que eles estão acontecendo no
mesmo dia, para que eu possa realmente dizer que hoje é o melhor dia da minha vida.
— Ele tomou algumas respirações rápidas, tentando se acalmar.
— Eu gostaria de agradecer a minha mãe e o meu pai, que também estão
aqui em algum lugar. Pai, grite, então eu sei onde você está.
Ouvi seu pai gritar "aqui" de algum lugar no canto direito traseiro do grande
teatro e não pude deixar de sorrir.
Ryan continuou seu discurso de aceitação, agradecendo o diretor incrível, a
equipe, seus colegas de elenco, e expressando gratidão por ser reconhecido entre os
outros quatro candidatos.
Fiquei aliviada quando ele terminou e sorri quando várias das superestrelas
que o ladeavam bateram-lhe sobre os ombros conforme ele fez o seu caminho para o
lado do palco.
— Senhora Christensen, você está necessitando de uma ambulância? —
Uma assistente de palco feminina perguntou, ajudando-me enquanto eu tentava me
levantar.
— Não — respirei entre as contrações. — Só o meu marido, seus pais e nossa
limusine.
Quatro horas mais tarde, em nove de março, às 23h40min, Mitchell Ryan
Christensen fez sua estreia. 3,5kg; 51cm.; uma versão perfeita em miniatura de seu
pai, olhos azuis e tudo.
— Ah, é bom estar em casa — Ryan suspirou quando entramos pela porta
da frente da nossa casa de madeira completamente pretensiosa de seis mil metros
quadrados. Nosso filho de cinco dias de idade, estava agasalhado em sua acolhedora
roupa de lã azul com pequenos apliques de cachorrinho nos dedos. Ele estava preso
de forma segura, no assento de carro e dormiu durante todo o caminho do aeroporto
para sua casa.
Imediatamente comecei desafivelando-o para que eu pudesse segurá-lo
novamente.
— Chame a tripulação, deixe que eles saibam que estamos de volta. Tenho
certeza de que Pete e Tammy vão se apressar direto para vê-lo — ele riu, arrastando
nossas malas na porta de entrada.
— Eu vou daqui a pouco. Depois que nos instalarmos.
Ryan tirou seu Oscar da bolsa de feltro que estava envolto.
— Eu vou colocar isso no escritório.
— Não! — Rapidamente gritei. — Coloque-o sobre a lareira onde podemos
apreciá-lo.
Ele sorriu.
— Ninguém nunca vai em seu escritório, amor. Coloque-o aqui. — Mudei
algumas de nossas fotos de casamento, abrindo um lugar para sua estátua.
Sentei-me no sofá com o bebê, mostrando-lhe a foto de todos nós em nosso
dia do casamento.
Sorri com o grande sorriso que Pete usava em seu rosto quando a foto foi
tirada. A viagem foi uma segunda lua de mel para Pete e Tammy, e em algum momento
durante essa semana, Tammy ficou grávida. Sua filha, Madison, tinha seis meses de
idade agora.
Todos nós brincamos que talvez o nosso filho e sua filha possam ficar juntos
um dia. Você nunca sabe para que lado o vento vai soprar. Tudo é possível.
Eu tinha passado todo esse tempo me preocupando com o que eu faria com
a minha vida, só para ter tudo funcionando por conta própria. Esposa, mãe, sócia,
amante... foi tudo muito gratificante.
Ryan se juntou a mim e ao bebê na marquise com vista para o lago. Ele
apoiou os pés na mesa de café e jogou a caixa que tinha em suas mãos no chão.
— Deixe-me segurá-lo agora — Ryan sussurrou, deslizando as mãos em
torno do nosso pequeno menino. — Venha aqui, rapaz. Vem com o papai — ele
cantarolou.
Ver meu marido tão apaixonado por seu filho me encheu completamente.
— O que há na caixa? — Perguntei, vendo o pôr do sol sobre as copas das
sempre-vivas.
Ryan riu.
— Roteiros. Mais roteiros.
— Bem, você sabe, querido, você só tem um Oscar. Se você tivesse dois,
teríamos suportes para livros combinando.
Ele sorriu para mim.
— Nah, eu já tenho um. Talvez você deva trabalhar para o segundo?
Revirei os olhos.
— Não penso assim. Além disso, não sou uma atriz.
— Mas você poderia ser, se você tentasse. Afinal, você é a única que continua
dizendo que tudo é possível se você apontar a si mesma na direção certa.
Então, ele tinha estado prestando atenção.
Enfiei minha perna para baixo da mesa e chutei-o no pé.

Fim

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