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Eva
Tradução:
Monica B.
Formatação:
Any e Eva
Não há ensaio para o verdadeiro amor.
Quando Ryan Christensen, um ator do filme A-list, mergulhou em seu pub
para escapar de seus fãs gritando, nunca em um milhão de anos Taryn Mitchell achou
que sua vida estava prestes a mudar para sempre. Mas agora, oito meses depois,
depois de um romance turbulento, Taryn acorda no quarto de hotel de Ryan em
Hollywood para encontrar um diamante assassino no dedo anelar esquerdo - e seu
rosto estampando a capa de todas as revistas de fofocas.
Esclarecedor
Desvio
Ryan tinha apenas começado a comer a sua omelete quando seu pequeno
gerente doninha, David Ardazzio, entrou no restaurante do hotel para buscá-lo. A mão
que estava carinhosamente acariciando minha coxa em privado, sob a mesa, de
repente ficou imóvel e tensa.
David, é claro, teve que ajustar seu relógio de pulso; sua maneira de dizer
"é hora de ir" sem parecer como um idiota, eu suponho. Meus olhos se estreitaram,
dando-lhe a minha própria mensagem silenciosa em troca, que corajosamente disse,
"Mais confusão com meu homem hoje e vou cavar meu garfo em seu peito para
descobrir se realmente existe um coração lá dentro." Hah! Minhas primeiras vinte e
quatro horas em LA e eu já estava me tornando cínica e hostil.
Considerando que eu tinha passado a maior parte dos últimos quarenta
minutos tentando fazer Ryan perder a carranca assassina no rosto e cinco, dos
referidos minutos, foram gastos apenas segurando-o no chuveiro para que
pudéssemos pedir desculpas por amar um ao outro, minha hostilidade era justificada.
Gostaria de pensar que o precioso abastecimento de água poderia ter sido usado para
fins muito melhores, como para lavar o suor do nosso sexo de despertar interrompido
ou ainda melhor, iniciar uma segunda sessão de sexo quente no chuveiro, após o sexo
de despertar.
Mas não, infelizmente, nós usamos a água para se banhar, mascarar nossas
decepções e tentar exorcizar demônios indesejados de nossos pensamentos.
A única razão que Ryan estava parecendo um pouco alegre e animado agora
era que sua mãe estava sentada à mesa conosco, toda brilhante e alegremente alheia.
Nós dois sabíamos que tudo o que levaria era um deslize e ela pressionaria para obter
detalhes. O senhor sabe que nenhum de nós estava no clima para ser interrogado pela
mãe.
Ryan tinha o suficiente em seu prato. Seu dia foi repleto de entrevistas cara-
a-cara, uma sessão fotográfica, uma conferência Q & A com a imprensa e no final uma
aparição na TV em The Jimmy Collins Show. Tocar foi agendado para às 17:00.
— Pronto para ir, Ry? — Mike Murphy, guarda-costas pessoal de Ryan,
perguntou quando ele, lentamente, se levantou da mesa de jantar. Mike tomou
cuidado extra limpando seus lábios em seu guardanapo de linho e, em seguida,
passou a mão pelo cabelo castanho curto, escuro, parando enquanto Ryan
rapidamente colocou mais café da manhã em sua boca.
Fiquei tão aliviada que Mike ficou preso com Ryan todos estes meses. Ele
era a única pessoa dentro da comitiva de Ryan que eu realmente confiava. Ele estava
lá com a gente no hospital quando perdi o bebê. Ele nos protegeu diligentemente
quando lidamos com a nossa perseguidora psico-fã e estava ao nosso lado tantas
outras vezes que perdi a conta.
Ryan considerava Mike um de seus melhores amigos e eu considerava-o
como nosso próprio salvador pessoal.
Olhei por cima da mesa e notei Marie tentando não ser notada com o olhar,
mas eu sabia melhor. Ela e eu tínhamos sido melhores amigas por tanto tempo; eu
sabia que olhar ela usava quando estava descascando um homem nu em seu cérebro.
E agora ela tinha o ex-marinheiro deitado de costas no topo desta tabela implorando
por sua misericórdia. Não posso dizer que a culpo. Mike tinha trinta e dois, muito
solteiro, 1.92m, com um corpo incrivelmente dourado, e dizer que ele tinha apenas
boa aparência seria um insulto.
— Tenho que ir, querida — disse Ryan no meu ouvido antes de me beijar
rapidamente, tirando-me de minhas especulações internas. Ele bateu no bolso do seu
jeans. — Você precisando de alguma coisa, é só me chamar. Eu tenho o meu aparelho
de telefone no modo de vibração. Mike deu-lhe todos os detalhes de segurança para o
show de hoje à noite e você tem o nosso cartão de crédito e outras coisas se você
precisar. Divirta-se fazendo compras. O que quer que vocês senhoras querem,
peguem. Tudo certo?
— Entendi.
Ele me deu um olhar, duro e severo.
— Falo sério. — Essa era o seu jeito de me lembrar de superar meus
problemas com a gastar o seu dinheiro.
— Eu sei que você fala sério. Entendi.
— Bom.
Ele se inclinou para me dar um beijo.
— Compre algo sexy para vestir para mim — ele rosnou em meus lábios. —
Algumas coisas, ok?
Fiquei feliz em saber que pensamentos de mim em roupas rendadas estavam
ajudando-o a sair de sua depressão.
— Pode apostar. Toalhas sacanas em cada cor só para você. — Assim que
as palavras saíram da minha boca, notei um dos garçons tirando a nossa foto em um
telefone celular.
Ryan inclinou meu queixo e me deu um sorriso renovado, sorrindo para a
nossa piada particular, alheio à menina roubando um pedaço de nosso momento.
— Essa é minha garota. Vejo você mais tarde.
Enquanto todos terminaram seus pequenos-almoços e conversas,
encontrei-me perdida em meus pensamentos novamente a partir do vazio deixado pela
cadeira vazia de Ryan.
Empurrei um pedaço de abacaxi em torno no meu prato, ainda sentindo o
formigamento que ele deixou em meus lábios, desejando que ele não tivesse que se
apressar tanto e odiando que nenhum momento íntimo em público era sagrado.
Marie e seu marido, Gary, começaram a atacar um ao outro novamente,
puxando minha atenção com seu argumento abafado. Eles estavam brigando muito
ultimamente, até mesmo entrando em uma discussão acalorada no domingo em nossa
festa de noivado de improviso realizada em sua casa. Gary tinha ficado tão bravo, que
acabou pegando seu carro e saindo, fazendo todos os presentes sentirem-se como se
estivéssemos incomodando. Toda vez que perguntei à Marie o que estava acontecendo,
ela casualmente rejeitou, simplesmente afirmando que ele estava sendo um idiota
novamente.
Então não perguntei. Em vez disso, flutuei para os meus próprios dilemas,
pensando em como meu colapso mental, ao longo das últimas semanas, foi um
desperdício tão ridículo de energia. Se eu soubesse então o que eu sabia agora, toda
a angústia e sofrimento adicional que rodam em torno de meus pensamentos
poderiam ter sido evitados.
Olhei para minha outra amiga, Tammy, que estava passando manteiga em
um pedaço de torrada, enquanto seu “logo-serei” marido, meu amigo de longa data,
Pete, conversava e ria muito com o irmão de Ryan e sua cunhada, Nick e Janelle.
Ryan tinha organizado para que todos que rem importantes em nossas vidas
estivessem aqui. Outra razão que eu o amava muito.
Conforme notei o rosto de minha equipe de apoio mais querida, um
pensamento triste me ocorreu.
Enquanto há duas semanas em Miami, eu tinha ficado incontrolavelmente
como uma menina imatura, chorando e insistindo que Ryan tinha me traído com
Lauren Delaney, todas as pessoas sentadas nesta mesa sabiam que ele ia propor.
Quanto tempo todos eles sabiam suas intenções? Semanas? Meses?
De repente, me senti como uma grande idiota tudo de novo, muito
envergonhada pelo meu comportamento completamente irracional, quando meus
amigos tiveram que quebrar a porta do quarto para chegar até mim. Eu tinha sido
fisicamente e emocionalmente quebrada, me tranquei longe do mundo, enquanto
pensamentos de Ryan sendo infiel, me rasgavam em pedaços.
Não é de admirar que Marie me deu um tapa no rosto quando me tornei um
pouco histérica. Devo ter parecido como uma idiota faladeira a todos eles.
Mas eu não conseguia parar o dilúvio, uma vez que começou. Ele me afogou.
Olhei para a brancura brilhante da toalha de mesa. Como cheguei perto de
arruinar este relacionamento — terminar, na verdade. Bem, não mais disso. Ryan tem
sido nada, mas fiel e confiável. Ele me adora e eu o quero mais do que quero a minha
próxima respiração.
— Taryn?
Dedos tocaram meu ombro, me assustando. Trish estava atrás de mim; seu
cabelo dourado puxado para trás pelos óculos de sol que descansavam em cima de
sua cabeça.
— Vocês estão prontas, senhoras? — Perguntou Trish.
Com um sorriso, concordei e peguei minha bolsa. Um grande, Suburban,
com motorista, estacionou nas portas da frente e todas as senhoras entraram. Vinte
minutos depois, chegamos ao "salão de muitos vestidos."
Bem de qualquer maneira, é disso que Marie chamou. Ela estava certa.
— Oh, que dia — Trish suspirou, olhando para um brilhante, vestido cor de
vinho, Prada. Eu tinha me separado de todos os outros e a segui através das fileiras
— Aposto que você está feliz por estar aqui em vez de no escritório —
comentei, imaginando que ela estava gostando de compras mais do que trabalhar.
— Você não tem ideia. — Trish exalou com alívio. — Especialmente porque
ela está em pé de guerra hoje.
Fiz uma careta ligeiramente, com pena de todas essas pessoas pobres que
têm que lidar com Marla em uma base regular.
— Eu ainda não entendo por que ela está tão irritada com as coisas —
murmurei.
— Eu entendo — disse Trish, hesitando para seu BlackBerry, que tinha
acabado de apitar. — Ela descobriu nos tabloides desprezíveis que seu cliente número
um ficou noivo. Seja feliz que você perdeu essa. Ela ficou absolutamente balística.
— Eu já sei que ela me despreza — resmunguei baixinho. — E esse fato
pouco conhecido acrescenta uma tonelada de estresse sobre Ryan.
— Não se sinta especial. Ela odeia todo mundo — Trish disse o assunto com
naturalidade, enquanto seus polegares pressionaram alguns botões em seu celular.
— Estou com ela há sete anos e ela ainda não gosta de mim.
Virei a etiqueta de um vestido de cor creme.
— Bem, não gostei do jeito que ela falou com ele esta manhã. Ela gritou com
ele como se ele fosse uma criança e eu meio que queria dar um soco nela.
— Eu gostaria que você tivesse dado — disse Trish baixinho.
— Odeia-a tanto assim, também? — Perguntei brincando, seguindo-a ao
redor para a próxima prateleira de vestidos. Trish riu desconfortavelmente.
— Alguns dias são piores que outros. Infelizmente nesta cidade, é difícil
pegar uma pausa, não importa como você está qualificado. É por isso que tantos
atores são garçons. E Relações Públicas? Se você não estiver com uma empresa
estabelecida, você morre de fome. Desde que eu gosto de comer, aprendi a me calar e
fazer o que me mandam.
O conflito desta manhã continuou a me atormentar.
— Trish, realmente, é tão ruim que as pessoas sabem sobre o nosso
noivado?
Ela fez uma pausa.
— Bem... é o seu negócio pessoal que está lá fora agora. — Ela se aproximou
um pouco. — Será que ele realmente subiu em uma mesa, quando propôs?
Timidamente, sorri e acenei com a cabeça para confirmar. O sorriso de Trish
se alargou.
— Posso ver o anel? — Ela perguntou animadamente, solicitando minha
mão. — Uau, é lindo! Então assim que meio milhão se parece. Estou tão feliz que ele
comprou com William Goldberg. Seus anéis são absolutamente de tirar o fôlego. Eu
adoro as enormes trilhas nos lados. — Ela riu levemente enquanto inspecionava o
meu anel. — Este definitivamente, definitivamente vale o trabalho! Impecável...
Eu não entendia; meu cérebro parou quando ela deixou escapar o quanto
Ryan gastou com o meu anel. Balancei a cabeça, tentando impedir que o estridente
zumbido e a vontade de desmaiar assumissem.
— Hum... ahh... O que você quer dizer? Que problema?
— Esgueirando Ryan por aí para se encontrar com designers de joias? —
Ela disse timidamente. — Passei horas coordenando isso. Sem ofensa, Taryn, mas
fiquei aliviada quando você não conseguiu ir para o Academy Awards. Eu estava
pirando tentando marcar uma reunião sem você saber.
Minha mente viajou de volta para o final de fevereiro, quando eu estava me
recuperando depois de ser atropelada por um carro e perdido a minha primeira
oportunidade de estar com ele no Oscar. Olhei para a minha mãe, grata a ela de
muitas maneiras.
— Bem, do fundo do meu coração, obrigado por todo seu trabalho duro. Eu
realmente aprecio isso.
Só então algo ficou claro para mim.
— Espera... se você o ajudou a comprar o meu anel, então por que Marla
ficou tão brava? Quero dizer, ela obviamente sabia...
Trish pareceu culpada.
— Ela sabia que ele comprou um anel, mas Marla, sendo a cadela má que
é, tentou co.... você sabe o quê? Não importa.
Eu deveria ter imaginado.
— Ela tentou falar com ele sobre isso — murmurei, terminando a frase. —
Eu sou ruim para sua carreira.
Trish parecia perplexo.
— Por que você acha isso?
Estou surpresa que ela tenha que perguntar. Afinal, era a chefe dela que fez
tudo, exceto dizer aquelas palavras exatas em voz alta. As ações e comentários de
Marla certamente tem essa mensagem.
— E sobre os fãs? Eles estão indo para atacá-lo assim se ele não estiver mais
solteiro?
Trish riu baixinho com a minha pergunta aparentemente tola.
— Seus fãs não vão atacá-lo a menos que ele comece a fazer filmes de merda.
Eu não posso acreditar que ela está dizendo a ele para evitar o assunto com Jimmy
Collins hoje à noite, no entanto. Mal, mal, mal... — Ela murmurou, sacudindo a
cabeça.
Olhei para ela, questionando por que se sentia dessa forma, especialmente
porque ela estava trabalhando tão duro para impressionar a cadela má.
Trish franziu os lábios, depois sorriu para um pequeno vestido preto.
— O que você acha de um presente para sua amiga Marie? Eu penso que
este pareceria fabuloso nela. Todos os vestidos que nós pré-selecionamos para você
estão na área de vestir. Você vai ter que experimentá-los. E agora que vocês dois estão
oficialmente noivos, precisamos arrumar seus vestidos, para você poder aparecer.
Primeira regra da moda, sempre saiba quem desenhou seu vestido. É a primeira
pergunta que alguém vai fazer.
Eu mal olhei para o vestido que ela segurava.
— Trish, fale comigo. O que ele deveria fazer?
— Nenhuma coisa. Tudo vai para a conta e....
— Não, não é sobre os vestidos. A entrevista hoje à noite. Você parece pensar
que ele deveria lidar com isso de forma diferente. Ryan achou que ela lhe diria para
admitir o nosso noivado. Se dependesse de você, o que você diria a ele?
Trish recuou.
— Taryn, eu não posso dizer-lhe isto! Além disso, se ela descobre que te
aconselhei, ela vai me demitir na hora. Eu não posso.
Segui-a em torno de uma prateleira circular de vestidos, em busca de um
novo ângulo. Eu queria ouvir a opinião dela agora mais do que qualquer coisa.
— OK. Bem, e se eu contratasse você para me representar, então você me
aconselharia?
Ela se virou e olhou para mim, completamente chocada.
— Você não entende. Eu não tenho nenhum cliente, Marla tem. Eu tenho
um pequeno apartamento de merda que eu mal posso pagar, um carro ruim, e os
empréstimos da faculdade ainda estarei pagando quando eu morrer uma velha
senhora.
— Trish? — Incentivei. — Eu juro, ninguém nunca vai saber. Nosso segredo.
Trish respirou fundo.
— Ahh, — ela gemeu, olhando ao redor da loja. — Se ela descobre que falei
com você, juro que eu vou viver com você e Ryan quando estiver sem-teto. A história
já está lá fora, — ela continuou — apoiada com evidências em imagens. Todas essas
mulheres, as fãs, estão agarradas à ideia de romance com ele e vê-lo em pé sobre uma
mesa e, em seguida, ajoelhado para lhe propor, bem, isso é romântico como todo o
inferno. Ele precisa permanecer honesto.
Balancei a cabeça concordando.
— Mas é problema dele. É a escolha dele e, bem... sua, se vocês querem
manter suas vidas privadas, privada ou não.
— Taaaar? — Ouvi Marie chamar meu nome do camarim.
O pânico de Trish era evidente.
— Merda, se Marla descobrir que eu disse qualquer coisa...
— Eu não vou dizer qualquer coisa eu juro, mas desejo que Ryan tenha uma
segunda opinião antes de ir no palco hoje à noite. Ele acredita em tudo o que Marla
diz.
Os olhos de Trish piscaram para a porta quando alguns novos clientes
entraram.
— Ela já ligou para o produtor de Jimmy Collins.
Pensei sobre Ryan estar em frente às câmeras hoje à noite entregando
respostas imperfeitas.
— Se eu o pegar sozinho, você vai falar com ele? Você poderia realmente
fazer uma grande diferença na sua carreira.
Trish pareceu chocada. Ela continuou balançando a cabeça.
— Taryn, não! Eu não posso!
— Ele vai parecer um idiota — murmurei.
— Taryn, você já experimentou qualquer um dos seus vestidos? — A mãe de
Ryan, Ellen, perguntou.
Gesticulei minha resposta; Eu ainda não tinha sequer olhado para eles.
Ellen ergueu um vestido azul meia-noite, mas eu estava tão preocupada mentalmente
que só fingi admirar.
— Vamos. — Ellen me puxou pelo braço, saudando a estilista com a outra
mão. — Nós temos de fazer você ter foco, porque estamos correndo com pouco tempo.
Tentei colocar o discurso condescendente de Marla fora da minha mente e
aproveitar o resto do dia, mas no momento em que a vi seguindo Ryan, quando ele
entrou no camarim nos bastidores de The Jimmy Collins Show, meu ódio esmagador
pela mulher voltou correndo. E, apesar da aparência exterior de Ryan, eu sabia que
logo abaixo da superfície, ele ainda estava um pouco desamparado.
Tentei ser alegre o suficiente por nós dois; afinal de contas, eu estava
animada apenas estar nos bastidores assim, e isso ajudou muito que seu pai e Pete
estivesse aqui para levantar seu ânimo. Os homens estavam falando sobre os playoffs
da Stanley Cup, brincando que eles realocariam seus pratos de jantar pela primeira
televisão que encontrarem no restaurante esta noite. Eu estava grata que o irmão de
Ryan manteve seus comentários sarcásticos e prejudiciais para si mesmo desta vez.
Ryan tinha o suficiente em sua mente; ele não precisava ser empurrado sobre a borda
esta noite.
Marla estava oscilando em torno de Ryan. Ela agiu como se ele fosse
propriedade dela, e ela estava na defensiva, bloqueando qualquer um que tentasse
chegar perto dele. Ela rudemente interrompeu a conversa que ele estava tentando ter
com sua família e eu senti minha raiva aflorar. Foi ainda mais irritante, quando ela
não fez contato visual comigo. Tão mesquinha e infantil.
Tristeza rodopiou por mim quando ela o ensinou as respostas apropriadas
que ele deveria dar durante a entrevista, para desviar qualquer pergunta surpresa
que Jimmy Collins poderia fazer. O coração negro de Marla não mudou as cores.
Bufei privadamente, torcendo os diamantes no meu dedo para manter
minhas mãos ocupadas, enquanto eu andava para trás do grande sofá de couro preto.
A mãe de Ryan olhou para mim com preocupação em seus olhos.
— Taryn, você gostaria de se sentar? — Perguntou Ellen, batendo no espaço
ao lado dela no sofá. — Por favor. Venha.
Balancei a cabeça ligeiramente, observando atentamente o meu noivo.
— Tudo bem, mãe — eu disse suavemente. — Obrigada, mas eu estou bem.
Trish entrou no quarto através da porta fechada. Seus olhos corriam em
volta, avaliando rapidamente a tensão na sala. Eu esperava que ela pudesse ler minha
linguagem corporal para ver como eu estava chateada. Todos nós ouvimos Marla
claramente quando ela disse a Ryan: "tente não estragar tudo."
Meus dedos agarraram a parte de trás do sofá para eu não me lançar nela.
Ellen soltou um maternal tsk e um huff audível, seus olhos soltando punhais em
Marla.
Trish rapidamente interveio.
— Marla, desculpe-me. Um assistente me disse que o diretor de palco está
procurando por você.
— Agora? — Marla questionou. Ela olhou para o relógio e recolheu sua bolsa.
— Fique com ele — ela ordenou.
Ryan estava sentado na cadeira giratória, esfregando a testa.
Trish pareceu em conflito quando ela aproximou-se de sua cadeira.
— Ryan? Podemos falar por um minuto?
Ryan seguiu-a para o canto de trás da sala.
— Então, você está pronto? Está tudo bem com o formato?
Ele deu de ombros.
— Acho que sim.
— Trish, apenas diga a ele — implorei, olhando nervosamente para a porta.
Eu sabia que só tinha dez minutos, se isso, para ter Ryan preparado.
— Dizer-me o quê? — Perguntou Ryan, confuso.
Trish limpou a garganta.
— Você sabe que Collins vai perguntar sobre a proposta de qualquer
maneira.
Ryan suspirou.
— Eu sei. Ele quer a exclusiva.
— Eu só estava me perguntando... se Marla não estava aconselhando você,
como você vai lidar com isso?
Ryan deu de ombros.
— Eu não sei. Por quê?
Trish respirou fundo.
— Eu acho que o conselho que Marla deu a você pode ser um erro.
Ryan olhou para mim, questionando por que estávamos fazendo isso com
ele bem antes que ele teria que ir para o palco.
— É o seu negócio pessoal, Ryan, mas olhe para isto dessa forma, se você
negar que está noivo, agora que há imagens e vídeos, sua credibilidade não vai valer
nada. — Trish reflexivamente olhou por cima do ombro novamente para ter certeza
que Marla ainda estava longe de ser vista.
— Quando Collins trouxer isso, eu acho que você deveria admiti-lo. Não
embeleze a história com informações pessoais; basta ser honesto e um pouco aberto.
Seus fãs vão se apegar a você, se você expor o seu lado romântico e sensível — ela
continuou.
— Estou preocupado com a atenção extra da mídia em Taryn — disse Ryan,
parecendo preocupado e culpado ao mesmo tempo.
— Não se preocupe comigo — eu disse com firmeza. Ryan me lançou um
olhar, sem dizer uma palavra, mas me dizendo que era impossível para ele fazer isso.
— Se você não confessar a ele agora, a mídia vai continuar perseguindo a
história e vai piorar. Escondendo isto só irá atrair os sensacionalistas e Collins já sabe
que Taryn está no prédio.
Ryan assentiu.
— Conferência de imprensa de amanhã?
— Coberto, assim como hoje. Ainda Q-e-A apenas sobre o filme — ela
respondeu rapidamente.
— Mas passei o dia inteiro evitando o assunto — Ryan salientou.
— Eu sei, mas Jimmy vai colocar você nos holofotes lá fora, na frente de
uma plateia ao vivo, independentemente, então você precisa estar pronto para isso.
Esta é uma grande história, Ryan, e você sabe que ele quer! Collins está renegociando
seu contrato com a rede e ele está procurando impulsos de classificações. Se ele fizer
com que você admita, ele...
Os olhos de Ryan se arregalaram.
— O quê? Marla nunca me disse isso.
Trish procurou em sua bolsa e pegou uma folha de papel, que ela
imediatamente entregou a Ryan.
— Basta ter você no show hoje à noite, à luz de tudo, está aumentando seus
pontos. Vê? Você vai ter que responder a ele de uma forma ou de outra.
Ele conteve uma maldição.
— Como posso lidar com Night Life amanhã, então?
— Do mesmo jeito — aconselhou Trish, colocando a folha de papel de volta
na bolsa. — Se você se abre para Jimmy agora, Nigel Allen vai pressioná-lo ainda mais
duro por novos detalhes amanhã. Seus índices estarão saltando apenas porque você
reconheceu o noivado esta noite, se você optar por fazer isso. Mas se você fizer isso,
então você vai ter tanto Collins e Allen em seu bolso para mais RP. Mas não vamos
nos preocupar com isso agora. Você tem que se concentrar em lidar com essa
aparição.
Ryan olhou para a porta que dava para o corredor principal.
— Marla não sabe sobre isso, não é? — Ele fez um gesto com o dedo,
balançando-o entre nós duas.
— Não — respondi. — Trish está esticando seu pescoço para fora para
proteger a sua reputação.
— Eu provavelmente vou ser demitida esta noite — ela bufou. — Mas de
qualquer maneira, você precisa transformar escândalo em oportunidade, Ryan. Tratá-
la com honestidade. Jimmy disse que se ele leva você a falar sobre seu noivado, ele
vai tentar contrastar com o romance no filme, contra a sua admissão para mantê-lo
em movimento. Eu estava lá quando Marla conversou com ele e seu produtor apenas
antes de você chegar para a sua pré-entrevista.
Ryan estourou uma grande golfada de ar através de seus lábios franzidos.
— É uma boa mudança de sua vida pessoal de volta para o filme — Trish
aconselhou. — Se você optar por falar sobre isso, mantenha os detalhes na superfície
e tome o seu tempo para que você não deixe escapar nada muito pessoal.
— Trish! — Marla latiu duramente a partir da porta aberta. Seus saltos altos
foram clicando com força em nossa direção.
Ryan se afastou, perdido em pensamentos quando Marla chegou até nós.
Pensei em ir com ele apenas para que eu não tivesse que estar perto de Marla, mas
eu não podia deixar Trish tomar o calor sozinha. Depois do que ela apenas fez por
nós, eu não iria abandoná-la.
Trish estava preparada, com calma desviou a ira de Marla por ter sido
chamada para longe por nada, com respostas rápidas. Desviei o olhar, para que ela
não percebesse meu sorriso.
Ryan caminhou propositadamente para mim e para pegar minha mão na
sua, me puxando para longe de Marla.
— Como você está indo? — Ele sussurrou em particular.
Dei-lhe meu melhor "estou bem" aceno de cabeça e pisquei os olhos, mesmo
que meus olhos deslizaram para trás para ver onde Marla estava. Acho que ele
percebeu meu olhar, porque ele suspirou profundamente.
— Como você está? — Perguntei.
— Desculpe-me, senhor, nós estamos prontos para assentar seus
convidados — disse um membro da tripulação para Ryan.
— Eu te vejo mais tarde — Ryan sussurrou, agarrando meus dedos para me
puxar para um beijo suave.
— Tudo bem, querido. Boa sorte! — Assisti suas costas recuando quando o
assistente de produção o levou.
O nosso grupo foi levado para o corredor para que pudéssemos tomar nossos
lugares na plateia do estúdio. Tivemos a nossa própria seção no lado esquerdo do
palco; sentei-me no banco ao lado da mãe de Ryan. Janelle, cunhada de Ryan, sentou-
se ao meu lado. O pai de Ryan, Bill, se manteve remexendo-se na cadeira, esperando
ansiosamente como todos nós, Ryan fazer a sua aparição no palco. Ryan estava no
ponto do convidado principal para o show, então ele estaria em primeiro lugar. Janelle
se inclinou.
— Você está bem?
Eu estava olhando para um dos monitores de TV, torcendo meu anel. Meus
pés estavam saltando para cima e para baixo no chão. Dei de ombros.
— Só nervosa, eu acho.
— Por quê? — Ela me questionou de forma estranha.
Inclinei-me mais perto.
— Fotos de sua proposta foram divulgadas.
Janelle zombou.
— Ah, então o que? — E então eu acho que ficou claro para ela. — Oh, ele
vai ser questionado sobre isso agora, não é? — Ela disse, parecendo feliz com isso.
Balancei a cabeça algumas vezes, sem vontade de tirar os olhos do palco.
Prendi a respiração enquanto a câmera voltou para o anfitrião, Jimmy
Collins, agora sentado em sua mesa depois de seu monólogo. Seus dedos pegaram
uma revista que estava de bruços na frente dele.
— A menos que você esteja vivendo no lado escuro da lua, você sabe que
nosso primeiro convidado desta noite teve seu papel de estreia, interpretando o
pistoleiro viajante do tempo Charles Conroy no filme Seaside. Ele está aqui esta noite
para nos dizer sobre seu filme mais recente, Reparação, que estreia nos cinemas em
todo o país nesta sexta-feira. Aqui ele está na capa da Entertainment Week. Por favor,
ajudem-me a dar as boas-vindas à Ryan Christensen!
Música soou do sistema de som do estúdio enquanto eu observava Ryan
virar a esquina e sair. Toda a plateia saltou de suas cadeiras. Mulheres ao nosso redor
ficaram absolutamente loucas, pulando para cima e para baixo e gritando para ele.
Seus gritos eram de perfurar as orelhas.
Ryan acenou e sorriu, coçando a testa antes de ser recebido por Jimmy
Collins. Ele parecia nervoso e totalmente oprimido por sua recepção.
Ryan se inclinou para frente quando se sentou, quase descansando a cabeça
entre os joelhos pelo choque de excitação contínua do público. Eu poderia dizer pela
expressão em seu rosto, que ele estava mais uma vez deslumbrado com sua devoção.
Fiquei contente de ver que ele ainda ficava tão envergonhado com isso. Janelle se
inclinou mais perto, animadamente me cutucando com o cotovelo enquanto aplaudiu
seu cunhado.
— Seus fãs vieram em massas! Agradeço por virem esta noite. Como tem
passado? — Jimmy perguntou à Ryan, tentando prosseguir com a entrevista. A plateia
do estúdio finalmente se acalmou apenas o suficiente para que pudéssemos ouvi-los
falar uns com os outros.
— Bom! Realmente bom, obrigado! — Ryan respondeu. — Obrigado por me
receber.
— Sabe? Você não é o único que pode fazer as mulheres gritarem assim —
Jimmy brincou. — Agora, se eu pudesse fazer as mulheres pararem de gritar
obscenidades para mim, eu arrumo essa coisa!
A multidão riu de sua piada.
Ryan riu desconfortavelmente e tomou um gole do copo que tinha assentado
ali para ele.
— Às vezes elas gritam obscenidades para mim também — admitiu.
— Ouvi dizer que você teve um bom acolhimento por uma das fãs quando
chegou aqui — Jimmy induziu.
— Sim, eu tinha acabado de sair do carro e estava assinando algumas fotos
e outros enfeites, olhei para cima e essa menina levantou a camisa e mostrou-se....
para mim. — Ryan acenou, parecendo tanto animado e chocado ao mesmo tempo.
Engasguei um pouco ao ouvir a notícia de que uma garota mostrou seus
seios para o meu noivo.
— Será que ela queria que você os assinasse? — Jimmy repetiu o movimento
de Ryan.
— Eu, honestamente, não sei se ela disse alguma coisa. Ela estava pulando
para cima e para baixo, gritando. — Ele riu. — Foi difícil manter uma conversa com
as coisas, hum, saltando desse jeito.
Jimmy riu e continuou.
— É engraçado! Então, como vão as coisas? Acho que a última vez que esteve
aqui foi há cerca de seis meses e nós estávamos falando sobre Seaside.
As mulheres na plateia enlouqueceram de ouvir essa palavra. Ryan olhou
para a plateia, sacudindo a cabeça com espanto para sua devoção.
— E eu posso ver que a reação das fãs triplicou desde então. Uau! — Jimmy
esfregou seu ouvido. — É como apertar um botão quente. Toda vez que eu quiser pôr
minha mulher no clima, é só irromper no quarto e gritar 'Seaside' e ela imediatamente
começará a rasgar as roupas dela.
Ryan riu desconfortavelmente.
— Fico feliz em ouvir que isso funciona para você.
— Claro que ajuda quando eu estou usando minha máscara 'Charles'. Quer
dizer, você e eu somos construídos tão parecidos, que ela mal pode dizer a diferença
— Jimmy brincou, visivelmente revirando os olhos para obter um riso da multidão.
— Então, como a vida vem tratando você? — Perguntou Jimmy.
— As coisas estão ótimas. Muito bom! Acabei de vir de Miami, onde eu fui
gravar um filme chamado Mil Milhas. É tipo um thriller.
É isso aí, querido, lance seus filmes. Mantenha o ritmo indo.
— E em mais ou menos duas semanas estarei de volta ao set, em Vancouver,
para o meu próximo projeto — disse Ryan, nervosamente coçando o pescoço.
— E o que é isso? — Perguntou Jimmy.
— É um filme chamado Slipknot. Jonathan Follweiler está dirigindo-o. Esta
será a minha primeira vez trabalhando em um projeto com ele, que é muito
emocionante. E eu tenho que fazer escalada em pequenas rochas, o que estou
realmente ansioso para tentar. É algo que nunca fiz antes. Um pouco perigoso.
— Ouvi dizer que você está praticando, no entanto. Subindo em mesas e
coisas assim? — Jimmy provocou Ryan com seu comentário, erguendo as
sobrancelhas e batendo os cartões de nota que segurava na mão sobre a mesa, para
ganhar alguma reação da plateia.
Risos explodiram ao nosso redor. Observei para ver se a expressão de Ryan
mudaria, e com certeza, ele corou de vergonha.
Jimmy rapidamente disparou sua próxima pergunta:
— O segundo Seaside já está finalizado ou você ainda está trabalhando
nisso, também?
Ryan se mexeu e ajustou sua postura na cadeira.
— Não, nós terminamos. Terminamos em dezembro.
Como se a sugestão, o público gritou de novo.
— E onde você filmou isso?
— Filmamos em uma pequena cidade chamada Seaport, em Rhode Island.
É um lugar bonito na costa.
Minha respiração engatou.
— E.... o que você fez enquanto estava lá? Encontrou alguém especial? —
Jimmy perguntou com a inflexão de uma mãe intrometida.
A boca de Ryan abriu e fechou algumas vezes; ele pareceu sem palavras
enquanto nervosamente, coçou a testa e se contorceu na cadeira.
Como um flash, bem rápido, imaginei Ryan dizendo nove respostas
diferentes, uma após a outra.
Minhas esperanças repousavam sobre aquela em que ele aponta para mim
e diz ao mundo que ele é loucamente apaixonado.
— Nós encontramos muitas pessoas agradáveis lá — admitiu ele
maliciosamente, sorrindo para a plateia quando elas gritaram com emoção
novamente. Ryan olhou em minha direção e, por um breve momento, acho que nossos
olhos se encontraram. — Todo mundo foi ótimo para nós.
Sorri com orgulho para o meu futuro marido.
— Então, Ryan, você sabe que todo mundo quer saber, então vou apenas
perguntar. Há todos esses rumores voando ao redor e fotos suas subindo nas mesas.
Então, por favor, coloque essas pobres mulheres fora de suas misérias já e diga-nos:
Você é um homem comprometido agora?
Meus dedos, reflexivamente, apertaram o descanso de braço enquanto eu
segurava a cada pedaço de oxigênio em meus pulmões, esperando... antecipando.
Jimmy tinha desafiado o acordo de entrevista e colocou Ryan nos holofotes.
Ryan sorriu, parecendo tímido e culpado, e por um momento eu pensei que
ele deixaria escapar, como se a notícia que ele mantinha tão privada, teria apenas
brotado de seus lábios.
Tão rápido quanto veio, eu vi o exato momento em que foi embora.
— Quando não estou comprometido? — Ryan gracejou, tentando ser
engraçado. — Vamos apenas dizer que estou muito, muito feliz e em um lugar muito
bom na minha vida.
O público respondeu com algumas explosões e aplausos, mas isso — o
momento passageiro — se foi.
Nem uma menção sobre sua vida pessoal ou a mulher que ele prometeu
amor eterno, de cima de uma mesa de bar na frente de seus pais, meus amigos e uma
multidão de estranhos.
Decepção física picou como mil agulhas em meus braços, meu peito,
finalmente forçando meus relutantes pulmões a exalar.
Por que ele apenas não apenas...?
Janelle olhou para mim com olhos apologéticos, aparentemente sentindo
pena de mim. Desviei meus olhos, abstendo-me de me envolver em sua piedade.
Depois de todo esse tempo, depois de todos os jornalistas e imprensa, após
a especulação da impressa sobre nosso noivado, eu ainda era uma parte de sua vida
para ser publicamente rejeitada.
CAPÍTULO 3
Indenização
2 Deserto na África.
não poderia ter vindo mais cedo. Fui escoltada por dois guarda-costas brutamontes
até a família de Ryan, onde esperei enquanto ele realizava mais entrevistas e posava
para os fotógrafos. A área VIP, onde tentei parecer como se pertencesse enquanto
algumas celebridades muito conhecidas passaram, parecia ser um lugar seguro.
Também era o lugar onde eu fui capaz de ver alguns outros rostos familiares, ou seja,
Cal Reynolds e sua esposa, Kelly Gael. Eu estava muito feliz de ver que eles vieram
apoiar a estreia de Ryan.
Enquanto falávamos, uma mulher bem vestida, com cabelos castanhos na
altura dos ombros, se aproximou de mim. Ela parecia estar em seus quarenta anos,
muito em forma, mas verdadeira idade iludia em LA. Conforme a vi, percebi que ela
tinha o sorriso mais atraente e as bochechas mais otimistas que eu já tinha visto.
— Com licença. Oi! Você deve ser Taryn? — Ela perguntou.
— Sim! Olá! — Voltei sua saudação alegre.
Ela estendeu a mão.
— Eu sou Anna, Anna Garrett. Eu sou uma das produtoras executivas do
filme. Um pouco esmagador, não é?
— Sim. Sim, é! — Eu disse, olhando ao redor. — E espetacular e incrível.
— Eu já ouvi muito sobre você; é bom finalmente conhecê-la. Oh, eu acredito
que você já conheceu meu marido? — Ela disse em um sotaque britânico muito
distinto. Um pequeno toque de pânico rastejou até minha garganta enquanto eu
esperava não ser falsamente acusada de nada. Ela puxou o paletó de um homem e no
momento em que se virou, o reconheci imediatamente. Ele era o único diretor de
cinema que eu conhecia pessoalmente.
— Ah sim! Sim, claro. Mr. Follweiler. É tão bom ver você de novo!
— Taryn minha cara! — Jonathan Follweiler sorriu, abraçando-me sem jeito.
Sua barba cinzenta áspera picou minha bochecha. — Ah, é bom vê-la, também! Como
você tem estado? Bem, eu espero?
Balancei a cabeça rapidamente.
— Você está absolutamente radiante — ele cumprimentou, me admirando
sinceramente.
— Você parece bastante atraente, senhor — respondi. Seu lenço safira e
gravata combinava bem.
— Senhor? Não, não, Taryn, por favor, me chame de Jonathan. Então, como
que nosso menino está fazendo estes dias? — Perguntou ele, esticando o pescoço na
direção de Ryan.
— Ele está ótimo. — Foi a resposta mais benigna que eu poderia dar,
considerando as circunstâncias anteriores. — E ele está ansioso para voltar ao
trabalho. — E longe desta insanidade.
— Bom! Então, eu também — ele admitiu às escondidas. — Você vem para
Vancouver com Ryan?
— Sim. Assim que voltarmos da coletiva de imprensa Europeia — eu disse.
Jonathan sorriu calorosamente.
— Isso é uma notícia maravilhosa. Então você e Anna podem fazer
companhia uma à outra.
Senti uma mão tocar meu ombro. Era Trish.
— Com licença. Desculpa por interromper. Taryn, estamos prontos para sua
foto com Ryan — disse ela.
— Certo. Não se preocupe — Anna disse com uma piscadela. — Podemos
nos encontrar mais tarde.
— Estou ansiosa para vê-la na festa depois — eu disse, alcançando-os para
dar-lhes um abraço de adeus. Foi euforia quase pura finalmente me sentir aceita por
algumas das pessoas mais influentes em minha nova vida, em nossa nova vida.
Ryan sorriu e pareceu aliviado por me ver de novo, mas assim que eu estava
ao lado dele, sua testa franziu e ele pareceu cauteloso.
— Você está pronta para isso?
Eu dei-lhe um sorriso tranquilizador e um aceno rápido.
— Estou pronta.
Ryan me levou pela mão para ficar na frente de uma enorme parede
estampada com o logotipo do filme Reparação. Ele rapidamente deu um passo atrás
de mim, de pé do meu lado direito, em vez de minha esquerda.
— Ok — ri nervosamente, confusa sobre o porquê ele reposicionou-se.
Ryan colocou seus lábios perto do meu ouvido.
— Põe a tua mão no meu peito. — Ele riu levemente para fazer parecer como
se estivéssemos compartilhando uma piada privada. — Eu quero que todos vejam o
seu anel — disse ele enfaticamente, olhando nos meus olhos com uma certa ternura
que era hipnotizante. — É hora de crescer ou ir para casa. Eu quero que todos saibam
que você é minha, Taryn.
Sorrimos e posamos enquanto a imprensa tirou nossa foto um milhão de
vezes. Os fotógrafos estavam gritando nossos nomes tantas vezes, que eu não sabia
qual câmera era para olhar. O sorriso de Ryan era contagiante.
— Eu disse-lhe como excepcionalmente bela você está hoje à noite?
Conforme olhei nos olhos dele, vaidade pessoal baixou no meu mapa
emocional. Em vez disso, eu disse o que realmente estava sentindo.
— Estou tão orgulhosa de você.
Meu sorriso se alargou quando ele descansou sua testa na minha.
— Eu te amo — ele sussurrou, as pontas de seus dedos segurando
suavemente meu queixo levantado. — Nunca duvide disso. — E então, na frente de
centenas de câmaras, suavemente, com adoração, ele me beijou.
CAPÍTULO 4
Festa
Uma vez que a aparição pública de Ryan lá fora acabou, fizemos o nosso
caminho para o luxuoso teatro, para a estreia de Reparação. Longe iam os sentimentos
de dúvida, substituídos por uma nova confiança sobre meu papel como sua noiva.
Tentei me concentrar no filme, mas foi difícil, sabendo que Ryan estava,
principalmente, observando minhas reações, em vez da tela. Ele já tinha visto o filme
durante projeções privadas quando ele teve que fazer as cenas com os comentários e
eu sabia que ele não gostava de ver seus próprios filmes. Ele disse que era o aspecto
narcisista que o incomodava. Ryan sussurrou com descrença em meu ouvido.
— Você está chorando?
— Shh — eu lhe dei uma cotovelada suavemente e limpei a umidade do meu
rosto. Eu não poderia evitar; o personagem de Ryan tinha acabado de salvar uma
adolescente, vítima de bulling, de cometer suicídio quando ela tentou se enforcar no
refeitório da escola. Dizer que foi de cortar o coração foi um eufemismo.
Ryan estava muito preocupado com a minha reação emocional, rindo
desconfortavelmente e me cutucando como se para quebrar a influência que o filme
teve sobre a minha atenção. Quando não cedi a sua provocação, ele olhou através de
mim e suspirou quando viu que sua mãe estava chorando também.
Peguei a mão dele na minha e trouxe-a para os meus lábios. Eu não sei
como dizer a ele que eu estava apavorada.
— Oh meu Deus! — Marie suspirou, virando-se para nós quando o filme
acabou. Tanto ela quanto Tammy estavam limpando sob os olhos com os dedos, para
o final emocionante. Os créditos estavam rolando quando agarrei lapela de Ryan para
puxá-lo para um beijo rápido. Aninhou-me contra ele, enxugando minhas lágrimas,
tentando recuperar o meu contato com a realidade depois dessa montanha-russa
emocional. Meu futuro marido foi absolutamente notável. Eu nunca tinha sentido
tanto orgulho por um homem antes deste momento.
Menos de uma hora depois, chegamos no hotel onde estava sendo realizada
a minha primeira pródiga festa-pós estreia.
Antes que nosso carro parar completamente, Ryan focou em mim,
sussurrando instruções de última hora:
— Fique comigo, ok? Não solte da minha mão. E não olhe para os paparazzi
ou diga qualquer coisa para eles. Basta seguir minha liderança.
Meu pulso estava vibrando a um ritmo vertiginoso. Paparazzi pousaram em
nosso carro por todos os lados, gritando, berrando, iluminando o céu noturno com
milhares de flashes brilhantes. Antecipei que Mike iria abrir imediatamente a minha
porta, mas ao invés disso ele parou, gritando com os paparazzi para recuar. Mover
Ryan de lugar para lugar foi uma tarefa difícil, para dizer o mínimo. Os três ou quatro
paparazzi irritantes que o cercaram enquanto ele estava em Rhode Island comigo,
eram nada comparados com os cinquentas ou mais que nos invadiram agora. Alguns
cinegrafistas empurram mais perto, constringindo em torno de nós como víboras
famintas na hora da alimentação, enquanto os seguranças musculosos do evento
ajudaram Mike a mover-nos ao redor. Senti a mão de Ryan tensa enquanto ele nos
encaminhou rapidamente em direção à entrada.
O agente de Ryan, Aaron Lyons, nos recebeu imediatamente quando
entramos no salão de baile luxuoso, dando-me um abraço caloroso e um adorável
beijo na bochecha. Outra aceitação aliviada. Pelo menos seu agente queria ser
simpático e jogar bonito.
Aaron sabia exatamente como trabalhar em uma sala cheia de dinheiro e
poder de Hollywood, apresentando-nos qualquer um importante e dirigindo-nos longe
daqueles considerados indignos de nosso precioso tempo. Aaron me tratou com
bondade, continuamente se referindo a mim como “a noiva de Ryan, a bela Srta. Taryn
Mitchell”.
Nós conversamos com os produtores, os executivos do estúdio, roteiristas,
cineastas, editores de som e cada namorada, esposa, marido e parceiro que vieram
com eles. Os cartões de visita eram mostrados e de bom grado levados quando
oferecidos. Este era os altos-perfis da rede — estilo Hollywood. Um grito distante a
partir das demandas de possuir um negócio autônomo simples, mas nada que eu não
pudesse lidar.
Eu, pelo menos, tinha sentido para o negócio o suficiente para saber que,
independentemente da indústria em particular, negócio é negócio e ele vem com um
conjunto predefinido de regras. Na maioria das vezes, o poder de fazer ou quebrar
você, depende de sua capacidade de fazer uma boa primeira impressão.
Este era o mundo de Ryan e se eu tinha alguma esperança de sobreviver
nele, eu tinha que começar a prestar atenção à forma como o jogo era jogado. Então,
comecei com o básico. Fácil de fazer, uma vez que a maior parte do quarto era do sexo
masculino.
E no núcleo, os homens são facilmente seduzidos pelo bom e velho charme.
Era tão óbvio que eu estava ali apenas enfeitando, que foi tão confortável
para mim quanto respirar — primeira regra de negócio: você quer saber como algo
funciona, siga o dinheiro. Descobre como é feito e quem o controla, então você fala a
língua.
Ryan e eu estávamos no meio de uma conversa com sua co-estrela em
Reparação e interesse amoroso na tela, Jenna Rayford, e Jonathan Follweiler e sua
esposa, Anna, quando do nada Marla aproximou-se e invadiu nosso círculo, usando
aquele sorriso falso que tão insidiosamente apresenta para o resto do mundo
desconhecido.
— Jonathan! — Ela disse calorosamente, dando-lhe um beijo do ar. — É tão
bom ver você de novo.
Ryan tomou um gole de cerveja da garrafa em sua mão e olhou para o lado,
fazendo aquele pequeno som de sucção através de seus dentes, que ele sempre faz
quando está irritado. Apertei a mão dele suavemente e considerei nossa estratégia de
saída. Não demorou muito tempo para chegar a uma.
— Gostaria de falar com Kelly e Cal antes deles saírem — disse eu em
particular em seu ouvido, apontando-os sentados a uma mesa. — Venha comigo?
Ryan não hesitou. Desculpamo-nos educadamente.
— Oh Ryan? — Marla gritou, correndo atrás da gente. — Eu queria saber se
poderíamos falar.
Porra, não fomos rápidos o suficiente. Ryan parou e gemeu.
— O quê? — Disse ele bruscamente. — O que você quer?
— Ah, qual é! Certamente você ainda não está azedo comigo?! O que
aconteceu antes é passado. Eu sei que você não quis dizer aquelas coisas horríveis e
eu quero que você saiba que eu te perdoo.
Ryan zombou.
— Você realmente é um pé no saco, Marla. Eu não posso acreditar que estive
tão cego por todos esses anos. Só assim não há confusão, eu quis dizer o que disse
anteriormente. Você não é mais minha publicitária.
Eu estava orgulhosa dele por desarmá-la.
A cabeça de Marla mexeu em seu pescoço enquanto ela se recompôs. Eu
poderia claramente, como se estivesse olhando através de um pedaço de vidro, vê-la
cobrir sua próxima frase com veneno.
— Deixe-me lembrá-lo, se você optar por cortar nosso relacionamento, você
corta suas interações com toda a minha organização também.
— Tudo bem, — disse Ryan, imperturbável. — Tenho certeza que você vai
me enviar uma conta.
Os lábios de Marla contraíram-se.
— Trish — ela gritou em direção ao bar, onde Trish estava escondida,
observando secretamente. Marla impaciente estalou os dedos. Deus, eu odiava isso.
Eu queria estalar seus dedos ossudos como galhos.
— Trish — disse ela com um sorriso forçado. — Sr. Christensen,
estupidamente, decidiu encerrar seu contrato com Brown e Sullivan. Eu não posso
evitar, mas sinto como se você tivesse algo a ver com isso.
Trish, instantaneamente, pareceu mortificada e balançou a cabeça em
negação.
— Bem, de qualquer forma, não importa muito mais. Eu te dei instruções
específicas no início e você escolheu desafiá-las. Eu não posso ter os meus
funcionários pensando que podem minar as minhas decisões.
— Marla, pensei que você queria que — Trish tentou explicar.
Marla cortou com uma vibração de sua mão.
— Como eu disse querida, isso não importa. Seu emprego com a Brown e
Sullivan está encerrado, com efeito imediato. Você pode entrar em contato com o RH
para organizar como pegar suas coisas pessoais na segunda-feira. Dê-me seu crachá
de segurança. — Marla estendeu a mão.
Senti o choque bater no meu peito e rastejar até a minha garganta. A última
coisa que eu queria que acontecesse, estava acontecendo na minha frente. Eu não
tinha certeza se Ryan estava completamente sério quando lhe ofereceu um emprego.
— Você está me demitindo? — Perguntou Trish. Choque e angústia fazendo
seu lábio tremer. Marla sorriu.
— Você é rápida — disse ela em tom condescendente. — Talvez você não vai
ser tão dissimulada em seu próximo trabalho.
A mão de Trish tremeu conforme ela cavou em sua bolsa. Eu queria abraçá-
la e gritar algumas obscenidades para Marla, por ser uma vadia real. Cara, ela era
fria. Ryan esfregou a testa.
— Olha, se você está chateada comigo, tudo bem, mas não desconte nela.
Marla cruzou os braços e plantou um pé vestido de saltos altos.
— Eu não vejo como isso lhe diz respeito. — Ela estalou os dedos para Trish
acelerar. — Ela desobedeceu minhas ordens.
"E eu passei por cima delas! — Ryan salientou. — Eu pedi-lhe para ficar.
— E aqui eu pensei que você poderia sobreviver sem os meus serviços —
Marla retrucou falsamente, esvoaçando seus olhos.
Trish entregou um cartão ligado a uma corrente à Marla e fungou as
lágrimas.
Minhas emoções giravam furiosamente. Raiva, negação, ódio e culpa
correram por meus pensamentos, cada um tentando dominar. Ryan estava sem
palavras, em busca de um bom retorno que não voltou à superfície.
Eu tinha que fazer alguma coisa.
— Hum, Ryan? Eu acredito que Trish é agora uma publicitária livre —eu
disse. — E ela é mais do que qualificada para lidar com o seu PR. — Eu dei a ele um
dos nossos sinais particulares, lançando os olhos para Marla brevemente e coçando
o queixo, transmitindo a mensagem de que ele deveria dizer a ela para ir para o
inferno. Seus olhos brilharam e ele concordou.
— Sim... sim, ela é — confirmou Ryan.
— E apenas aconteceu de você estar à procura de nova representação.
É isso mesmo, querido. Repreenda-a. Marla poderia socar profundamente,
onde o sol não brilha. Podemos não ser capazes de salvar Trish completamente, mas
eu teria pura certeza de que ela, pelo menos, sairia com sua dignidade.
— Nós estamos feitos aqui, certo? — Ele perguntou à Marla, dispensando-a
como se ela já não era importante.
Foi extremamente agradável assistir o rosto de Marla desintegrar-se em
derrota. Como desejei que eu pudesse ter gravado em vídeo para que pudéssemos vê-
lo uma e outra vez para rir. Ryan apertou minha mão na sua e olhou para a garrafa
de cerveja vazia.
— O que vocês me dizem, senhoras, tempo para discutir o novo salário de
Trish ao longo de algumas doses de tequila? Isto é, se você quer trabalhar para mim.
Trish sorriu de orelha a orelha.
— Claro que sim! — Ela disse com entusiasmo.
— Você não pode fazer isso — disse Marla com autoridade falha. Ryan sorriu
para ela.
— Observe-me.
Após duas horas socializando com pessoas que eu não conhecia, me senti
horrível por não pagar qualquer atenção para os meus amigos. Procurei pela sala por
eles, apenas para perceber que um dos meus amigos estava sentado em uma mesa
vazia.
— Ei, por que está sentado aqui sozinho? — Perguntei ao Pete. Sentei-me
na cadeira ao lado dele. Pete parecia confuso.
— Eu não estou sozinho. Gary apenas está no banheiro dos homens.
— Oh! Onde estão as garotas? — Olhei em volta procurando Marie e Tammy.
Pete apontou para um canto distante.
— Elas estão lá socializando. Gary está realmente chateado que Marie está
tocando aquele cara com a camisa preta. Você pode querer dizer alguma coisa para
ela antes que fique feio. Ele está, tipo, bêbada.
Olhei e vi minhas duas melhores amigas gargalhando com um grupo de
pessoas. Eu não sabia quem era o cara, mas ele tinha o cabelo castanho curto e
parecia um modelo masculino a esta distância. Eu não tinha sido capaz de gastar
muito tempo com meus amigos desde que chegamos, mas notei Gary sentado nessa
mesa, franzindo a testa toda a noite.
— Eu vou cuidar disso em um minuto. — Estiquei o pescoço para ter uma
visão melhor. — Aquela é Marcia Gay Harden à esquerda de Tammy. Ela
desempenhou o papel principal, lembra?
Pete balançou a cabeça, mas eu poderia dizer que ele realmente não se
importava. Ele não ficava impressionado com celebridades, a menos que eles
estivessem vestindo uniformes de beisebol ou futebol. Na verdade, ele parecia cansado
e pronto para a cama. Eu poderia contar.
— Onde está Ryan?
Acenei na direção dele.
— Bem ali. Ele está falando com Edward Zwick. — Pete parecia perdido. —
O diretor?
— Ooh, ele está falando com o diretor — disse Pete em um tom de
provocação, como se o simples fato de que meu noivo estava socializando com o quem-
é-quem de Hollywood fosse nada demais. O rosto de Pete ficou sério. — Tem certeza
de que está pronta para tudo isso? — Seus olhos perfuraram os meus, tentando me
ler.
Mordi meu lábio enquanto ponderava a pergunta. A sala estava tão cheia de
riqueza e pretensão, nós dois estávamos nos sentindo fora de lugar.
— Eu sei o que você está tentando dizer, mas tudo isso realmente não é
Ryan, também. Ele está desconfortável com isso, também, você sabe.
Pete balançou a cabeça, em sua maioria concordando comigo.
— Além disso, talvez tudo isso é o que eu deveria ser. Eu apenas fui através
dos movimentos por tanto tempo agora, executando o bar fora do limite da culpa. —
Bufei. — Se meu pai ainda estivesse vivo, eu provavelmente estaria sentada atrás de
alguma mesa em Manhattan, estando completamente miserável ao invés de estar
aqui.
— Sim — Pete concordou. — Provavelmente. Embora você poderia ter tido
sua própria fama, você sabe.
Guinchei um pequeno som de "gah".
— Okay, certo.
— Não me venha com essa merda, Taryn. Você sabe muito bem que eu falo
a verdade. Mas em vez de tentar ser modelo, deixou aquelas idiotas na escola fazerem
você se sentir indigna.
Memórias de ser apontada e intimidada, suportando insultos implacável
porque eu tinha seios maiores do que a maioria e tendo um menino gordinho como
melhor amigo, não eram coisas que eu queria pensar agora. Mesmo Marie e Melanie
questionaram por que eu estava ao redor com Pete naquela época. Mas nenhuma de
suas opiniões importaram tanto, do que Pete importava para mim. Ele era a única
pessoa que veio em meu socorro quando Emily Howard me empurrou para baixo no
campo de jogos no primeiro dia de escola, e por anos ele era o irmão que eu nunca
tive.
No momento em que chegou ao ensino médio, Pete emagreceu, ficou mais
alto, e se juntou à equipe de luta, mas uma coisa continuava a mesma, ele sempre
cuidava das minhas costas. Ele foi e ainda é meu melhor amigo.
Pete acenou um dedo ao redor.
— Mais de duas dezenas de cabeças se viraram quando você andou por aqui.
Estou surpreso que você não tropeçou em algumas línguas babando ao longo do
caminho. Eu estava com medo que teria que chutar alguns traseiros para expulsa-
los.
— Cala a boca.
— Não, você cale a boca! — Pete parecia divertido. — Eu acho que isso é o
que eu mais amo em você, garota. Você é a pessoa mais autodepreciativa que eu
conheço, mesmo que você não tem absolutamente nenhuma razão de ser.
Estremeci. Que absurdo.
— Todo mundo está apenas curioso para ver quem era capaz de captar a
atenção do Ryan, isso é tudo.
— Vê? Você não pode sequer tomar um elogio sobre não ser capaz de tirar
elogios. Você sempre foi um enigma, Ms. Mitchell. A completa contradição.
Irritei-me com falso horror.
— Você acabou de me chamar um enema3?
3 Lavagem intestinal. Aqui a autora faz uma brincadeira por que Pete a chama de Enigma
que é bem parecido com Enema.
— Sim. Você é uma dor total na minha bunda.
Eu ri da nossa brincadeira. Nós sempre tivemos essa amizade fácil, durando
mesmo enquanto ele estava loucamente apaixonado por Melanie, a irmã de meu ex,
Thomas. Ao longo dos anos, muitas vezes fingi que Pete e eu éramos realmente irmão
e irmã, separados por uma trágica confusão no hospital. Ele estava sempre lá para
mim não importa o que, olhando por mim como um irmão deveria.
Algo chamou sua atenção.
— Ryan é um bom homem... um homem bom real, Taryn. Estou contente
que tudo se acertou. Você finalmente escolheu um que não aciona minha vontade de
bater em sua cabeça.
Sorri com seu entusiasmo.
— Obrigado. — Aqueceu meu coração saber que Pete e Ryan tinham muito
respeito um pelo outro.
A memória mesquinha de apenas sete dias atrás, quando pensei que os pais
de Ryan tinham vindo para movê-lo para fora do apartamento, rastejou de volta em
meus pensamentos.
— Eu só queria que um de vocês tivesse me dito o que estava acontecendo.
A atenção de Pete desviou para sua bebida, mas era tempo de termos essa
conversa.
— Eu quase disse. Cheguei perto de derramar o feijão algumas vezes. Eu
não podia suportar vê-la com tanta dor. Apenas saiba... isso me matou.
— Então, por que não contou?
Ele rodou o gelo no copo, hesitando.
— A verdade? Porque eu não tinha certeza. Eu não sabia se Ryan iria
realmente fazê-lo ou não. Quero dizer, ele nos disse que faria. Inferno, ele até mesmo
pediu a todos nós por nossa bênção. Mas então vocês dois estavam casa/separa por
alguns dias e.... — Ele endireitou-se e olhou-me nos olhos. — Se nós disséssemos que
ele proporia e, em seguida, ele não fizesse... Deus... eu simplesmente não podia fazer
isso com você, Taryn.
Esfreguei minha mão suavemente, brevemente sobre seu ombro, tentando
aliviar seu remorso óbvio.
— Compreendo. Eu... me sinto como uma idiota, continuando da maneira
que eu fiz. Ao vê-lo beijar Lauren naquele restaurante e aquele maldito bilhete... foi
tão convincente. Eu sei que eu nunca deveria ter duvidado dele, mas de pé ali
assistindo, foi como reviver o pesadelo com Thomas tudo de novo. Só que desta vez,
doeu um milhão de vezes pior.
Os lábios de Pete enrolaram em um familiar, sorriso simpático.
— Eu sei o que você vai dizer a seguir — interrompi, lendo o resto da
expressão de Pete. — Eu tenho que superar isso agora e nunca me permitir obter ficar
para baixo de novo.
— Sim — ele confirmou com um sorriso. — Mas o que você também tem que
ter em mente é que, desta vez, você está com um cara que está totalmente apaixonado
por você.
Eu não tinha necessidade de ser uma intérprete para pegar a alusão de Pete.
Apesar de suas ações contrárias e opinião de Pete, Thomas me amava. Ele mesmo
disse isso para mim em voz alta uma vez. Ele simplesmente não sabia como
demonstrar isso o tempo todo.
Pete olhou por cima na direção de Ryan.
— Quero dizer, basta olhar para ele. Ele tem todos os tipos de mulheres que
pairam em torno dele, mas ele não as reconhece, nunca. Ele tem sido assim desde
aquele primeiro dia que ele entrou em seu pub. Como se você fosse a única mulher
no planeta. E o engraçado é que, não importa onde você está no quarto, Ryan sabe
exatamente onde você está. Ele pode estar falando com alguém rico e famoso, mas ele
sempre tem um olho treinado em você. Aquele pobre bastardo. Ele é um caso perdido.
Revirei os olhos para sua provocação.
— Falando em caso perdido... antes que eu esqueça, Tammy tem me
incomodado. Você sabe que nós ainda temos um pequeno problema com o casamento
e com quem você vai fazer par. Eu não queria perguntar ao meu primo no caso de
você querer Ryan, mas... você quer que eu pergunte à Ryan?
— Perguntar-me o que?
Minha cabeça virou, surpresa com sua voz. Ryan estendeu a mão e acariciou
delicadamente minha bochecha, em silêncio, murmurando "oi" para mim. Naquele
momento, todo o resto deixou de existir. Seu amor por mim era esmagador e nesse
instante algo novo, algo profundamente profundo nos amarrou ainda mais forte. Senti
tão certo quanto senti meu próprio coração. Peguei sua mão quente rapidamente e
lhe dei um beijo.
— Oh hey — disse Pete, dando-me o "vê o que quero dizer" olhar torto que
conheço tão bem.
Ryan sentou-se na cadeira ao meu lado, pressionando seu corpo perto do
meu. Minha mente rapidamente desviou para pensar sobre o quanto eu gostaria de
apenas aconchegar-me em seus braços e acabar com esse dia cansativo. Eu estava
começando a me sentir como Pete parecia — esgotada. Ryan beijou suavemente a pele
exposta no meu ombro e, oh, tão sedutoramente flutuou a ponta do seu nariz no meu
pescoço. Maldita provocação. Pete pigarreou.
— Ryan, eu queria saber como você se sente sendo o parceiro de Taryn no
nosso casamento. Eu ficaria honrado se você fosse um dos meus padrinhos.
Ryan se animou um pouco.
— Realmente? Uau. Claro, acho eu. Hum... espere. Eu não sei — disse ele.
Foi quando ele estacionou sua testa em meu ombro.
— Pensei que você estava livro no primeiro fim de semana de setembro? —
Estendi a mão para o meu telefone para verificar sua agenda, jurando que eu tinha o
bloqueado, mas outros pensamentos rapidamente vieram a mim.
— Estou, eu acho — ele murmurou. — Não é isso. Pete, estou honrado que
você pediu, mas eu não sei se isso é uma boa ideia. Você sabe que eu tendo a causar
um rebuliço onde quer que eu vá. Eu não quero estragar o dia do seu casamento.
Esse é o seu dia.
Coloquei minha bolsa novamente na mesa e suspirei, imaginando o
pandemônio que resultaria de Ryan e eu sermos vistos em uma igreja juntos. O
mexerico dos tabloides desta manhã, informou que Ryan propôs porque,
supostamente, estou grávida. — Sim, ele está certo. Você não quer que os paparazzi
em seu casamento.
— Ah, que se danem. Eu quero você lá — respondeu enfaticamente Pete,
cutucando a toalha branca com o dedo para enfatizar seu ponto.
Quanto mais eu considerava isso, mais imaginava o casamento de Tammy
sendo arruinado por penetras e centenas de fotógrafos, todos competindo por uma
chance clara de Ryan em um smoking.
— Não. Não é uma boa ideia — eu disse com remorso. — Basta perguntar
ao seu primo.
Ryan pigarreou.
— Hum, eu não me lembro de dizer não — ele me corrigiu. — Posso voltar
para você sobre isso depois, Pete?
Eu não entendia por que Ryan precisaria de tempo para pensar nisso. Após
o grande rebuliço que foi feito sobre as fotos da proposta, eu só podia imaginar a
porcaria que seria impressa conosco sendo vistos entrando e saindo de uma igreja.
O que vai acontecer quando Ryan e eu nos casarmos? Minha mente se
encheu com visões de helicópteros sobrevoando, a segurança em todos os lugares
vestindo fones de comunicação ocultos, como o maldito serviço secreto — certificando-
se que os pobres fornecedores não fossem paparazzi espiões.
Assim, enquanto a minha mente começou a derivar por aquelas imagens
horríveis, meu noivo ligeiramente embriagado afundou os dentes, suavemente, mas
com firmeza, na minha nuca.
A cócega aquecida me fez estremecer enquanto ele sussurrava "dança
comigo" em meu ouvido.
Ryan levou-me pela mão, tecendo-nos através dos corpos que balançavam
lentamente na pista de dança. A bola de espelho brega que girava sobre o centro do
piso lançava faíscas de luz brilhando através da escuridão, me girando mais fundo
nesta noite surpreendentemente encantada.
Acariciei sua nuca enquanto ele me envolveu de forma segura em seus
braços, descansando seu rosto na minha testa. Foi bom compartilhar um momento
de paz neste dia tão estressante. Ryan sorriu gentilmente.
— Você está se divertindo?
Sorri de volta para ele balançando a cabeça.
— Sim. Muito. Obrigado por mais uma noite incrível.
Sua voz profunda abaixou.
— Obrigado por compartilhar isto comigo. Você realmente me impressionou
esta noite, socializando com o homem do dinheiro da Universal assim. Você realmente
conhece a merda sobre finanças.
Dei de ombros.
— Sei o suficiente para ser perigosa. Eu só quero aprender o máximo que
puder sobre este negócio, isso é tudo.
— Aprender? Pelo olhar no rosto de Jeff Westfield quando você começou a
contar-lhe toda essa merda sobre índices P / L e maneiras que ele pode diversificar
sua qualquer coisa, eu diria que você era a professora, querida.
Duvidoso. Embora eu estava tentando impressionar, não queria ser vista
como nada mais do que um troféu com peitos.
— Você não acha? Ele apenas lhe ofereceu um emprego. Na Universal.
— Um comentário como “se você estiver em LA e precisar de alguma coisa,
venha me ver” dificilmente constitui uma oferta de emprego, Ryan. Ele estava apenas
sendo gentil.
Ryan não concordou.
— Para alguém que pode ler bem as pessoas, você está fora com este.
— Eu posso ler você — eu disse presunçosamente.
— Oh sim? Você pode dizer o que eu estou pensando agora? — Seu sorriso
estava repleto de insinuações.
Nossos sorrisos mútuos levaram a um beijo e um que era quase descortês,
considerando que estávamos entre várias centenas de pessoas. Seus lábios se
separaram e sua língua estendeu para a minha e eu não pude deixar de beber dele.
O gosto de uísque e cerveja misturados com champanhe e chocolate, criando um
sabor que era todo nosso.
— Deus, as coisas que eu quero fazer com você agora — ele respirou em
meus lábios. — O que você diz de sairmos daqui? Eu preciso te deitar em uma cama.
— Oh realmente? — Provoquei, um pouco sem fôlego.
— Uh huh. — Ryan assentiu diabolicamente. Seus olhos se estreitaram em
mim. — O que, você não está no humor?
— Não, não, estou. Absolutamente — respondi rapidamente. — Mas...
— Mas o que?
— Só estou curiosa. Então, o que é exatamente que você quer fazer comigo?
É apenas... quero saber o que está na loja para mim antes de concordar em deixar
esta festa maravilhosa.
Ryan sorriu, sua mão que descansava na parte inferior das minhas costas,
guiando nossos quadris.
— Eu pensei em deixar rolar. Ver o que aparece quando chegarmos lá. Mas
eu posso definitivamente dizer que tem algo enorme que eu quero te dar.
Fiz uma careta para ele, mordendo meu lábio pensando nisso.
— Er... Eu não sei. Queria mais detalhes do que isso. Acho que você vai ter
que vir com um script melhor.
Ele cruzou as mãos ao peito e nos balançou com a batida.
— Que tal jogar “policial mal e prostituta”? Eu gostaria de vê-la algemada.
Com plena intenção de provocar, zombei de sua sugestão.
— Eu já vi esse filme. Talvez você deva contratar um roteirista. Acho que
conheci alguns deles hoje à noite. Deixe-me ir encontrar um...
Ryan me puxou de volta em seu peito rudemente, não liberando seu aperto
na minha mão.
— Eu pensei que isso poderia ser um esforço co, co, lab... colab... bora...
tivo. Merda.
— Ótimo... cinco minutos de sexo bêbado e desleixado — gemi, brincando
com ele.
Ryan me deu um olhar de soslaio brincalhão e intensificou seu aperto no
meu corpo.
— Acredite em mim, mulher, eu estou longe de estar bêbado. Eu vou ter
meu bom tempo com você — ele sussurrou, seus lábios escovando meu ouvido. —
Usas os lençóis para amarrar sua bundinha inteligente na cama. Puni-la por duvidar
de mim. Ver quanto tempo você pode montar minha língua antes de gritar.
Suas palavras eróticas atingiram aquele ponto doce dentro de mim. Eu
poderia definitivamente ir para suas brincadeiras com a língua.
Corri a mão sobre o peito duro, para baixo em sua barriga lisa, imaginando
minhas unhas se transformando em garras, rasgando facilmente a camisa branca que
me separava de sua pele. Sussurrei em seu ouvido:
— Estou apostando que você desmaia assim que sua cabeça bater no
travesseiro.
Ele pegou a parte de trás do meu pescoço em um aperto possessivo quando
ele passou os dentes superiores sobre seu lábio.
— Essa é uma aposta que você está certa de perder, meu amor, porque eu
estou definitivamente, definitivamente pronto para o desafio.
Apertei meus dedos em suas nádegas, persuadindo seus quadris para
moerem um pouco mais difícil, como se ele já estivesse nu e entre as minhas pernas.
Não me importava que estivéssemos em uma sala cheia de pessoas.
A música rodou e as luzes dançavam em torno de nós, enviando o meu
sangue em uma corrida. O dedo de Ryan derivou, sedutoramente serpenteando pelo
meu pescoço, sobre o oco de minha garganta, até a crista do meu decote. Eu
imaginava a língua serpenteando o mesmo caminho.
Ele suspirou, quase triste, resignado.
— A parte mais difícil é saber que debaixo desse vestido incrivelmente sexy
tem um sutiã de renda totalmente quente e calcinha combinando que você colocou
quando pensou que eu não estava olhando. Mas eu tenho que confessar... eu estava
olhando muito.
Cutuquei-o de leve.
— Isso era para ser uma surpresa!
Toda brincadeira tinha ido embora, substituída por determinação e fome.
Seus lábios desceram sobre os meus, tomando posse da minha boca, dos meus
sentidos. Um toque de sua língua era tudo que eu precisava para abrir e deixá-lo
entrar.
— Não fique brava — ele murmurou, lembrando-me de que ele ainda possuía
total controle do meu corpo. — Eu sou um ator, lembra? Eu posso fingir surpresa.
Minha mente derivou, imaginando seu corpo longo, duro, segurando-me
rapidamente na cama. Ele quer fingir ser surpreendido? Vou dar-lhe surpreendido.
— Você, obviamente, não é um muito bom Peeping Tom, desde que você
deixou de mencionar que estou vestindo o seu item favorito.
Ele olhou para o chão.
— Os sapatos?
Balancei minha cabeça.
Como se eu tivesse acabado de lhe dizer “Papai Noel é verdadeiramente real”,
seus olhos se arregalaram, brilhando e esperançoso. Sua mão voou para a minha
coxa, buscando confirmação. Um profundo gemido feroz saiu da sua garganta quando
ele descobriu a renda das minhas meias de nylon.
Mordi o lóbulo da sua orelha com ternura.
— Prefiro que você brinque de médico mal comigo.
Isso foi aparentemente tudo o que podia tomar.
— Eu vou te foder nesses sapatos. Isso e as meias. Quando voltarmos para
o quarto, eles ficam. — Ryan pegou minha mão e levou-nos rapidamente em meio à
multidão. Não havia como pará-lo. Ele era um homem em uma missão.
CAPÍTULO 5
Oui4
4 Sim em francês.
desordem, e réplicas poderosas do meu orgasmo alucinante ainda estavam sacudindo
meu corpo.
Peguei o alívio momentâneo dos meus lábios para exalar uma palavra
francesa que eu conhecia.
— Oui.
Mesmo fazendo um som tão pequeno, pareceu como um feito monumental.
O olhar de Ryan estava bem planejado e intenso, em silêncio, me dizendo
tudo o que meras palavras, por si só, não podiam definir, nem expressar. Desejo de
devorá-lo tomou conta de mim e rocei meus dentes sobre seu bíceps antes de puxar
seu cabelo para que eu pudesse chupar o gostoso e pequeno lóbulo da sua orelha em
minha boca. Ryan soltou um grunhido de prazer antes de reunir nossos lábios para
mais paixão.
Antecipação para o que estava por vir, sabendo que ele estava longe de
terminar comigo, aumentando as sensações ainda mais. Ele estava sendo um amante
atencioso, parando para me dar algum tempo para me recuperar antes de libertar o
resto da sua maldade em mim.
Eu tentei acalmar a minha respiração e meu pulso batendo, sentindo o suor
do nosso amor escorrendo pela minha testa. Quente, molhado e emaranhado; não
havia uma parte aberta sem estar conectada. Eu acariciava minhas mãos por cima
das suas costas e ombros; meus braços abraçando apertado, como se meu aperto de
alguma forma pudesse puxá-lo mais profundo em minha alma.
Quando mergulhei minhas mãos para baixo em seu torso para apreciar sua
extremidade traseira mais incrível, ele apertou e entrou em mim de novo — lentamente
— ainda parecendo muito formidável e inflexível dentro. Sua pelve inclinou e roçou
em mim novamente, rangendo os quadris profundamente com um impulso carnal em
meu núcleo.
Inclinei a cabeça, dando-lhe acesso total a minha garganta. Se o mundo
fosse acabar, infelizmente, neste exato momento, eu seria uma mulher muito
satisfeita. Senti seus dentes arranhando minha pele, seus instintos mais primitivos,
cobiçando e devorando, surgindo à frente.
O corpo de Ryan de repente acalmou e ele varreu alguns cabelos errantes
dos meus olhos, bloqueando o seu olhar no meu. Seu rosto era tão sereno e ainda
assim tão grave. Ele engoliu em seco, recolhendo o fôlego antes de dizer:
— Je t'aime. Je t'adore. Veux-tu m'épouser?
Ao ouvir a inflexão em sua voz quando ele me seduziu com palavras
estrangeiras, e mãos que conheciam cada polegada do meu corpo, fizeram as minhas
coxas tremerem.
Enfiado os dedos em seus cabelos enquanto ele colocava beijos suaves,
sensuais no meu rosto, nos cantos de minha boca, meu pescoço. Dispor minha boca
para fazer outra coisa senão beijá-lo enquanto ele me fodia assim. Era difícil.
— Eu não sabia... que você sabia... como... falar francês.
Ryan capturou meu lábio inferior entre os dele, me fazendo girar em paixão
vertiginosa com cada beijo, cada lambida, cada suculento sugar de sua boca
hipnótica. Ele revirou os quadris deliberadamente, lembrando-me de que ele ainda
estava muito no jogo.
— Eu não, mas havia algumas coisas que eu queria aprender a dizer para
você, enquanto estamos em Paris. Assim. Fazendo amor com você.
Minha respiração engatou a partir dos sentimentos que ele invocou.
— Você tinha planejado isso?
Seu nariz roçou ao lado do meu. Em vez de responder, ele beijou-me
profundamente. Sua língua disse que sim.
— Diga-me — engasguei — diga-me o que você disse. — Apertei meus
músculos interiores em um de seus impulsos, puxando um gemido erótico de seu
peito. Ele apertou meu cabelo para trás com as mãos, segurando meu rosto. Suas
palavras saindo em um sussurro sensual.
— Je t'aime significa eu te amo.
Suas coxas musculosas mudaram quando seus pés encontraram novas
bases na cama. Minhas coxas abriram mais para aceitá-lo. Senti seu comprimento
entrando e saindo de mim, subindo o mais intenso dos prazeres. Enchendo-me como
ninguém mais poderia. Marcando-me como sua por dentro com tudo o que ele tem.
Suas mãos deslizaram pelos meus braços acima da minha cabeça e ele entrelaçou
nossos dedos juntos.
Um pouco ofegante, mas com muita convicção, ele disse:
— Je t'adore significa eu te adoro.
Ondas de emoção percorreram meu peito enquanto olhava diretamente nos
meus olhos, me sentindo tão completamente amada por este homem, em reverência
completa da sua presença, seus caminhos suaves, sua afirmação inegável que ele
apostou no meu coração. Lágrimas de alegria turvaram meus olhos e escorriam no
travesseiro.
— Eu adoro você, também. Você é meu para sempre, mon amour.
A boca de Ryan selou a minha; seus quadris torceram e subiram como uma
maré implacável. A pressão foi se acumulando dentro de mim, ansiando por mais um
lançamento. Como se um momento de profunda contemplação o atacou, seus quadris
acalmaram completamente e ele limpou a garganta — várias vezes.
— Veux-tu m'épouser significa que você — seus polegares carinhosamente
escovaram as listras molhadas deixadas para trás pelos meus olhos lacrimejantes,
tomando cuidado para acalmar tudo. — Isso significa que você vai se casar comigo.
O ar gaguejou na minha garganta quando a magnitude de suas palavras,
fizeram sentido. Novas lágrimas brotaram e derramaram dos meus olhos, enquanto
as emoções intensas queimaram no meu peito e em minha garganta. Eu me senti
como se pudesse arrebentar pelas costuras.
Estendi a mão e acariciei delicadamente seu rosto. Seus olhos brilhavam
como duas piscinas azuis lacrimejantes, brilhando tão magnífico como o anel de
noivado de diamantes na minha mão esquerda. Ele bateu em mim, profundo.
— Case-se comigo, Taryn. Eu quero ouvir você dizer sim novamente. Diga-
me você me quer.
Meus lábios tremeram, tentando formar a capacidade de expressão.
— Eu quero você. — Corri meus dedos para baixo pelos lados do seu
pescoço. — Preciso de você para respirar. Sim. Para sempre. Até que a morte leve o
meu último suspiro.
Seus lábios prenderam nos meus, amarrando sua pergunta e minha
resposta em um nó inquebrável. A mão forte de Ryan agarrou meu quadril.
— Mon amour — disse ele na minha boca. — Você é como um lar para mim.
Você sempre será minha casa, Taryn.
Passei meus braços ao redor de seus ombros e enterrei meu rosto em seu
pescoço, beijando cada polegada dele incontrolavelmente. O que começou como um
desafio particular para fazer amor em cada país que visitamos, se transformou em
algo profundamente mais profundo. Este foi solidificando uma união, consumando
uma promessa um ao outro, muito além dos limites íntimos de amor físico. Eu disse
as únicas palavras que pareciam encaixar, mas de alguma forma pareciam
inadequadas.
— Eu te amo tanto.
Seus quadris agitaram com mais vigor; a cama firmemente bateu na parede.
O olhar de prazer doloroso vincado seus olhos.
— Eu te amo mais.
Sorri e cavei meus dedos em seu traseiro, segurando-o, querendo que
subisse mais profundo dentro da minha alma.
Seus braços debaixo de mim, me levantaram do calor da cama em um
abraço mais quente. Montei sobre ele; minhas coxas alavancando enquanto sua mão
guiava meu traseiro balançando para trás e para frente.
Ele se deitou todo o caminho de volta, ajudando-me a ajustar minhas
pernas.
— Leve-me — ele ofegou. — Tudo de mim.
Seu comprimento impulsionou dentro de mim. Minhas mãos envolveram na
base de seu crânio, segurando seu rosto firme para ele me olhar nos olhos. Fechei
minhas palavras em seus lábios.
— Até o dia que eu morrer. Sua. Para sempre.
A mão de Ryan emaranhou em meu cabelo, segurando minha boca para a
dele.
— Venha comigo, baby — ele sussurrou seu apelo, me moendo para baixo
em seu osso púbico e na ponta de seu polegar. Ele manteve assim, em um implacável,
ritmo punitivo. Eu me senti como se estivesse sendo rasgada e colada de volta, tudo
de uma vez. Minha cabeça caiu em seu ombro enquanto as sensações queimavam, as
ondas de choque me sobrecarregando, percorrendo meu corpo. Com um gemido
profundo, seu corpo tremeu e convulsionou. Senti sua liberação pulsando quente
dentro de mim, nos unindo para sempre.
Enquanto Ryan estava ocupado fazendo a barba no banheiro, liguei para
Marie.
— Ele me pediu em casamento de novo, em francês.
— Fazendo amor com você?
— Uh huh.
— Oh meu Deus, Taryn. Essa é a coisa mais romântica que eu já ouvi. Puta
merda. Espere até que eu diga à Tammy.
Mudei meu celular para o meu outro ouvido para que ela pudesse gritar
entusiasmada.
— Não! Por favor, não conte a ninguém, Marie. Nem mesmo à Tammy. Isto
é tão particular. Eu nem deveria estar dizendo... eu estou apenas... atordoada. Foi tão
incrível. Eu nunca... — A umidade se reuniu no canto do meu olho novamente apenas
pensando nisso. — Ah. Temos de mudar de assunto. Diga-me outra coisa. Então,
como vão as coisas lá? Como está o nosso pub?
— Dane-se isso. Quero ouvir mais sobre sexo em países estrangeiros.
— Marie... — gemi.
— O bar ainda está inteiro, Tar. Ocupado, mas você vai ficar feliz em saber
que o fluxo de fangirls obsessivas morreu. Oh, e o cooler de 1,5m quebrou. Eu não
posso acreditar que ele propôs para você novamente em francês! Deus, eu realmente
odeio você agora. Ryan fodido Christensen, nu em Paris, sussurrando eu te amo em
francês, em seu ouvido enquanto estava fazendo amor com você. Grr. Tão injusto.
Droga, por que eu não poderia ter sido a única a abrir o pub naquele dia?
Eu ri levemente.
— Não teria feito diferença. Você é casada, lembra?
Marie bufou, mas não com humor.
— Sim, bem. Não por muito tempo.
Peguei minha mochila para pegar meu laptop, desejando que eu tivesse
mantido minha boca fechada.
— Oh, Marie, vamos lá. Ouça, você sabe que eu não liguei para me gabar.
Será que nós, hum... nós já pegamos a fatura no correio? E o que você disse sobre o
cooler não estar funcionando?
— Você está tão determinada a ser uma estraga-prazeres, não é? — Ela
suspirou alto. — Tar, eu realmente estou feliz por você. Eu espero que você acredite
em mim quando eu digo isso.
— Eu sei.
— Bom. Então me diga mais sobre a sua viagem. Eu prefiro falar sobre isso
do que o que está acontecendo aqui. Por favor me diga que Ryan está andando nu.
Cavei através da minha bolsa para o cabo de energia, rindo de seu
entusiasmo.
— Toalha.
— Droga. Você é uma merda.
— Muito bem, então ele diz. Eu só gostaria que tivéssemos mais tempo em
cada cidade. Dois ou três dias não são nada. Eu não posso acreditar. Em menos de
trinta e seis horas, estaremos em Barcelona. O tempo está voando tão rápido.
— Ooh. Talvez ele te foda em espanhol. Você pode me chamar enquanto isso
está acontecendo? Deus, eu quero ouvir isso. Ele deve colocar isso em seu próximo
filme...
— Marie!
— O quê? Vamos, Tar! Se eu não posso viver através de você, vou ter que
me matar. Eu preciso acompanhá-la em sua turnê mundial. Será que não posso
carregar a sua bagagem ou algo assim? Jogar pétalas de rosas quando Ryan andar?
— O que há de errado com o cooler?
Marie soltou um bufo.
— Alguém tem que se dar bem em cima dele. Talvez irá consertá-lo.
— Chame Gary. Tenho certeza que ele vai ficar feliz em ajudar.
Ouvi o barulho familiar da caixa registadora, rangendo como a decrépita
velharia que era. Mais uma coisa no bar que necessita ser substituída.
— Okay, certo. Ele não falou comigo desde que voltamos de LA e para ser
honesta, não poderia me importar menos se ele nunca falar. Estou farta dele.
— Por quê? O que aconteceu? — Ouvi Ryan derrubar algo no banheiro e isso
me fez estremecer. Soou como a lata de creme de barbear batendo no chão de azulejos.
— Ah, lembra-se do cara da pós-festa de Reparação que pensou que eu era
uma agente de elenco? Nate, quente e com uma bunda incrível?
Desenhei um retrato vívido em minha mente. Cabelo castanho alto, moreno.
Ombros largos, com uma cintura estreita. GQ total.
— Sim. E daí? Gary está bravo, porque você estava conversando com um
cara?
— Sim. Quando voltamos para o nosso quarto, tivemos uma briga enorme.
Ele veio para cima de mim, me disse que eu estava flertando como uma prostituta e
outras coisas. Isso ficou... ficou feio.
Engoli em seco, imaginando a raiva potencial de Gary no seu pior. Eu vou
matá-lo se ele pôs a mão sobre ela.
— Quão feio?
Algumas batidas de silêncio.
— Marie, ele bateu em você?
Ela suspirou.
— Não, embora por um momento não tive certeza, ele estava assim com
raiva. Ele disse que não estava mais feliz e ele... ele disse que quer o divórcio.
Senti meu coração apertar e engasguei.
— Oh meu Deus! Não! O que você disse?
Ouvi-a respirar fundo.
— Eu disse a ele se é isso que ele quer, eu vou embora. Não é como se isso
não estivesse fermentando há algum tempo.
Ah Merda.
— Por que você não me falou sobre isso antes?
— O que há para dizer? Você sabe como ele é. Quando tento falar com ele
sobre o que está me incomodando, ele desliga ou me ignora. Entramos em uma briga
enorme, mesmo antes de sairmos para LA, depois que descobri que ele tirou mais três
mil dólares de nossa conta, para comprar outro carro lixo para consertar. Quando eu
disse a ele que eu estava brava, que ele comprou, sem discutir comigo em primeiro
lugar, ele me lembrou de quanto mais dinheiro ele ganha, e então teve a audácia de
me dizer para calar a boca.
— Está brincando?
— Não, não estou. Ele esteve... eu não sei. Acho que ele está saindo com
outra pessoa.
Eu me senti pirando.
— Você está brincando comigo?
— Eu não tenho certeza, mas tenho esse sentimento em meu intestino, você
sabe? Ele está apenas sendo realmente estranho, gritando comigo o tempo todo. Cerca
de três semanas atrás, ele disse que estava indo beber com seu amigo, Tony, mas ele
não voltou para casa. Ele disse que dormiu no Tony, mas eu tenho certeza de que era
mentira. Ele nunca fez isso antes e ele ficou todo chateado quando perguntei a ele
sobre isso. Tudo o que sei é que eu não aguento mais. Eu espero que você não se
importe, mas tenho ficado em seu apartamento no último par de noites.
Agora, realmente me senti um lixo por contar a ela sobre a segunda proposta
de Ryan. Eu estava tão envolvida em meu próprio mundo pequeno que não tinha ideia
do que ela estava sofrendo.
— Marie, você é minha melhor amiga. Tudo o que você precisar.
— Obrigado. De qualquer maneira, Pete olhou o cooler. Disse que o
compressor está quebrado. Quando voltamos, o chão estava todo molhado. Pedi o
orçamento de um novo.
Eu não me importava com o maldito cooler.
— Espera. E daí... você está deixando-o?
Ela bufou.
— Eu não sei, mas eu não posso mais viver dessa maneira, Taryn. Ele está
miserável. Ele está me fazendo miserável. Ele está me evitando mais e mais, mal
falando comigo.
— Querida, eu sinto muito.
Ouvi as lágrimas caindo.
— Você se importa se eu ficar com você por um tempo?
Seu desgosto estava quebrando meu coração.
— Não, é claro que não me importo. Você pode ficar comigo, sempre que
quiser.
Amaldiçoei interiormente, furiosa por Gary fazer isso com ela e ainda mais
irritada comigo mesmo por amarrá-la com todas as minhas responsabilidades
enquanto estava sozinha.
— Oh, uma mulher do United Fidelity Bank ligou para o seu pai. Disse algo
sobre uma carta e ele devendo taxas atrasadas por um aluguel de cofre? Eu tenho o
número dela. Mas só para você saber, nós paramos de atender o telefone. Estou
tentando rastrear através das mensagens, mas há muitas.
Gemi. Lidar com a propriedade de meus pais, e a imprensa implacável
também, era uma batalha interminável.
— Eu tenho que voltar lá.
— Não, você precisa aproveitar o passeio por uma vez e cuidar de você e
Ryan e deixar que outras pessoas lidem com isso.
— Odeio que eu não estou aí para você.
— Tar, você está. Você está. Por favor, não ache isso.
Debrucei-me contra a parede ao lado das portas francesas que conduzem
para a varanda, hipnotizada pela vista deslumbrante da Torre Eiffel brilhando no céu
escuro. Minha mãe tinha sonhado em ver a torre toda a sua vida, mas nunca o fez.
Depois que eu disse adeus e terminei nosso telefonema, me senti horrível
por abandonar tudo sobre ela para que eu pudesse estar ausente e despreocupada,
correndo ao redor do globo quando ela mais precisava de mim.
Mas em grande forma, ter alguém para cuidar do bar foi um grande alívio,
dando-me uma pausa muito necessária de uma vida que não escolhi.
Ajoelhei-me para endireitar a bagunça que Ryan fez quando ele terminou
com sua mochila no chão. A seção do jornal que estava lendo no avião foi amassada
na pilha.
Curiosa, folheie-a, parando em um artigo sobre outro ator famoso. Lembrei-
me claramente que esta foi a última página que Ryan leu, pois logo em seguida ele
parecia estar irritado com alguma coisa e amontoou o jornal em sua mochila. Logo
depois, ele entrelaçou os dedos firmemente com os meus. Eu pensei que talvez
Reparação tinha começado com uma crítica ruim, mas não havia mais nada nesta
seção do papel que teve alguma coisa a ver com qualquer coisa em nossas vidas.
Quando li a história, minha respiração ficou presa. O artigo afirmava que o
casal tinha terminado seu relacionamento de quatro anos, citando que suas carreiras
ocupadas levaram em direções diferentes, em última análise, causando a morte do
relacionamento.
Olhei para Ryan enquanto ele agarrou o elástico da cueca boxer preta em
torno de sua cintura, me permitindo uma outra visão deliciosa de seu abdômen
trincado. Poderia ser este o motivo pelo qual ele estava chateado mais cedo?
Quatro anos. Isso é tão longe quanto eles chegaram, em seu relacionamento
de alto perfil. Quatro míseros anos. Talvez, em seus olhos, era tempo suficiente. Na
minha mente, terminar um relacionamento depois de quatro anos significaria uma
cicatriz muito profunda deixada para trás, trazendo o tipo de mágoa e devastação que
certamente mataria um enorme pedaço de sua alma.
Olhei para o telefone celular que ainda segurava na minha mão. Eu não
podia sequer imaginar ter apenas quatro anos com Ryan. E ainda lá estava eu, muito
feliz, enquanto observa o casamento de Marie desmoronar.
CAPÍTULO 6
Turnê
Magoado
Eu poderia dizer que meu lábio inferior tinha sido dividido em aberto. Doeu
como o inferno quando passei minha língua, apesar de uma crosta áspera já haver se
formado para fechar a ferida. O gosto de cobre ranço que ficou na parte de trás da
minha boca foi suficiente para embrulhar o meu estômago. A frente da minha camisa
estava manchada com manchas marrons de sangue seco. Toda a minha bochecha
esquerda doía e eu desejei que eu pudesse limpar meu rosto.
A última vez que me senti tão maltratado assim, foi quando fui atropelada
por um SUV, mas meu nível de mortificação desta vez estava fora do mapa. Que sorte
me sentir tão mal duas vezes em uma vida. Acho que eu deveria ser grata que não
fraturei o mesmo pulso pela terceira vez.
Olhei em transe nas pilhas de papel e arquivos empilhados sobre a mesa do
inspetor e tentei abafar as tonturas e os tremores de corpo inteiro, desejando
desesperadamente que eu pudesse rebobinar as últimas horas da minha vida.
Isto não era apenas um "oopsy," isto era uma ferrada monumental.
Eu sabia que precisava ter calma. A tentativa de explicação que fui
empurrada contra a minha vontade, em vez da suposição deles de que eu realmente
queria incitar um motim, atacar e assaltar o oficial, também seria melhor entregue se
eu não estivesse balbuciando através de lágrimas. Desnecessário será dizer que,
sendo detida pela polícia em um país estrangeiro era além terrível.
O conteúdo escasso da minha pequena bolsa estava espalhado sobre a mesa
do inspetor. Ele examinou meu gloss como se fosse uma arma química. É sabor de
cereja, imbecil.
— Eu não me lembro o nome do meu hotel — repeti com renovada
frustração. — Nossos planos de viagem foram feitos pelo agente de Ryan Christensen.
Estávamos sendo levados do aeroporto até o hotel por um motorista. Estou dizendo a
você que eu não sei. — Minhas últimas palavras racharam na minha garganta
enquanto as algemas beliscaram meus pulsos. — Por favor, deixe-me fazer uma
chamada de telefone para que possamos esclarecer a minha identidade.
Meu pedido foi ignorado.
Cansada de olhar para o rosto presunçoso, olhei para cima para o relógio
grande, redondo, fungando de volta uma lágrima — induzindo um ronco pelo nariz.
As entrevistas de Ryan devem ter acabado até esse ponto. Certamente, sua equipe o
levou para o próximo item em sua agenda — a sessão de fotos. Eu só podia imaginar
o quão bravo ele estaria comigo, uma vez que descobrisse onde eu estava.
Meus pensamentos estavam girando. Será que este incidente seria motivo
de separação para Ryan? Muito envergonhado por mim sendo presa para querer
continuar em um relacionamento comigo? Droga, se de pé sobre uma mesa para
propor para mim, foi o suficiente para incitar pânico em Marla, que diabos eu sendo
presa em Paris faria para ele?
Uma vez que eles me jogaram em uma cela, Ryan seria forçado a sair para
Barcelona amanhã sem mim? Que escolha ele teria? Eu não sei nada sobre as leis da
França ou em quanto tempo eu seria mandada para a prisão. Se os longos formulários
que o inspetor está preenchendo são qualquer indicação, certamente é onde eu irei
em seguida.
O inspetor continuou a atirar suas falsas acusações ao ponto da loucura.
— Eu não estava tentando pegar a arma do policial, nem estava atacando-o
— esforcei-me com urgência. — Por que você não acredita em mim?
Meu cérebro repetia, 5-10 por agredir um oficial. Deus, eu deveria ter
escutado Ryan! Eu deveria ter ficado na porra do hotel quando ele disse “não” ao meu
pedido. Ondas de remorso correram como uma maré, pressionando meu peito com
força a cada onda.
— Você não tem passaporte, nem identificação. Você afirma a informação
de que está em um hotel que não pode nomear — o inspetor continuou zumbindo.
Droga, ele era irritante. Esta era a primeira vez que estava fora do país. Eu
nem sequer pensei em pegar meu passaporte esta manhã, quando troquei de bolsa.
Saí com quase nada comigo, decidindo que um cartão de crédito e gloss eram minhas
únicas necessidades. Eu queria dar um tapa naquele sotaque, direto para fora de sua
boca.
Olhei para o computador antiquado em sua mesa.
— Meu nome e assinatura estão no meu cartão de crédito. E se você não
acredita em mim, basta procurar o meu nome na Internet. Isso deve dar-lhe uma
prova fotográfica suficiente. — Minha encarada era, definitivamente, um desafio,
esperando que algumas centenas de fotos de mim e Ryan seriam suficientes.
O ligeiro sorriso no seu rosto indicava que ele realmente não se importava.
Sua atitude insensível transformou minha tristeza em raiva.
— Lembre-me de nunca mais voltar à Paris, se esta é a maneira como você
trata os visitantes estrangeiros. Eu tenho o direito de chamar um advogado, ou isso é
contra as leis, também?
O bastardo me ignorou e continuou escrevendo.
— Os paparazzi tiraram muitas fotos do joelho de seu oficial nas minhas
costas. Isso deve fazer maravilhas para o seu negócio de turismo, uma vez que atingir
a mídia.
Inspetor Sem Noção tirou os olhos de sua papelada tempo suficiente para
olhar para mim e resmungar algo baixinho em francês. Poderia dizer pelo insulto em
seu tom, que tudo o que ele disse, não era agradável.
Meus ombros tensos estavam começando a doer pior do que onde arranhei
meu joelho no asfalto.
— O que aconteceu com as mulheres que me agrediram e roubaram meus
sacos de compras? Por que não estão algemadas?
Ele ainda estava encarando, quando seu telefone tocou. Ouvi a palavra
interrogé em sua resposta.
— Bem, parece que alguém chegou para buscá-la — disse o inspetor Idiota.
Meu coração subiu na garganta, ao ter o primeiro vislumbre de Ryan, sendo
conduzido através das portas do escritório, por vários homens de terno escuro,
seguido de Mike, Trish, David e Aaron. Eu tinha ouvido sua voz alterada discutindo e
insistindo em me ver e eu sabia que ele ia dar uma olhada em mim e ficar lívido.
Minha cabeça mergulhou em vergonha.
— Taryn? Você está bem? — Ryan caiu de joelhos ao lado da minha cadeira.
Seus olhos estavam arregalados quando ele pegou meu queixo com os dedos, tentando
ser gentil em seu estado irritado. — Querida, o que diabos aconteceu com você?
Apenas cuspe saiu primeiro:
— Eu tentei dizer a eles quem eu era, mas eles disseram que eu estava
resistindo à prisão. Meu passaporte... o esqueci em nossa suíte.
Eu consegui dizer à Ryan como fui seguida, cercada por fãs, empurrada
sobre uma barricada por mulheres com raiva, e depois derrubada e lançada pela
polícia. Choque, preocupação e um lote inteiro de fúria atravessaram o rosto de Ryan
enquanto avaliava minhas lesões.
O inspetor tentou dar sua versão das circunstâncias, mas Ryan
abruptamente o cortou. Ele andou até a borda da mesa do inspetor.
— Quatro homens adultos contra uma mulher? Ela pesa, tipo, cinquenta e
quatro quilos, pelo amor de Deus! Você precisava de quatro homens para submetê-la,
porra?
— Eu entendo que você está chatad....
— Não! Você não tem nenhuma porra de ideia de como estou chateado! Ela
está sentada aqui sangrando! E se ela estivesse grávida? Será que seus homens
considerariam isso, enquanto estavam a agredindo?
Um homem muito distinto, esbelto, em um terno azul escuro e gravata,
colocou uma mão cuidadosa no ombro de Ryan.
— Monsieur Christensen, por favor, permita-me. — O homem puxou uma
carteira do bolso interno do paletó e mostrou seu ID. — Gérard Bertrand, pessoal
adido ao primeiro-ministro. Eu estou aqui em suas ordens diretas em relação a este
assunto e ouvi o suficiente. Deixe-me pegar o arquivo e remover aquelas algemas dela
de uma vez por todas.
Minha respiração gaguejou com um alívio esmagador. Ryan trouxe a maldita
cavalaria com ele. Acho que o primeiro-ministro espera que participemos de um jantar
com sua família esta noite, depois de tudo.
Então, muitas pessoas lotaram o pequeno escritório, todos falando ao
mesmo tempo em um borrão de Francês e Inglês. As algemas foram removidas, para
meu alívio. Ryan continuou a mexer com o sangue no meu queixo.
O telefone de Trish estava fundido com sua orelha. Eu sabia que ele estava
com raiva.
— Sinto muito — implorei desesperadamente, esperando que ambos
encontrariam a graça de me perdoar. Como erros sociais acontecem, este era além de
usar o garfo errado no jantar ou a má pronúncia de uma palavra traduzida.
— Shh. Tudo vai ficar bem — Ryan sussurrou, apartando o cabelo para trás
do meu rosto para limpar uma nova lágrima.
Um homem alto com um bigode grosso e sobrancelhas duras e grisalhas se
aproximou.
— Monsieur Christensen, Mademoiselle Mitchell. Por favor, aceitem nossas
mais sinceras desculpas por este mal-entendido.
Ryan bloqueou a mão estendida para mim. Suas próprias mãos fechadas
em punhos apertados novamente.
— Mal-entendido? — Ele rosnou para a audácia do homem. — Olha para
ela! Você chama essa brutalidade de um mal-entendido? Que tal se eu bater a merda
de um de seus meninos assim....
Mike apertou uma mão no centro do peito de Ryan.
O homem enfiou meu arquivo debaixo do braço, impassível.
— Eu lhe asseguro, vou pessoalmente investigar este assunto. Você tem
minha palavra.
— Sua palavra não significa nada para mim — Ryan cuspiu furiosamente.
— Sua investigação não pode começar a corrigir esta injustiça.
Levantei-me e interrompi, querendo nada mais do que tirar Ryan e eu desta
situação potencialmente explosiva.
— Com licença. Estou livre para ir?
Os olhos do homem vieram aos meus e um leve sorriso enrugou seus lábios.
— Oui, mademoiselle. Você pode ir. Nenhuma acusação será arquivada.
Balancei a cabeça, escovando meus dedos ao longo dos inúmeros arranhões
no meu rosto como se isso fosse escondê-los melhor.
— Alguém, por favor, pode me levar de volta para o hotel? — Eu estava feita
de ser humilhada e assustada. A necessidade de pegar meu passaporte, óculos
escuros e um avião para sair do inferno, estava me dirigindo para a porta.
Ryan me cobriu com o casaco e com a mão pressionada abaixo na minha
coluna, me guiou para fora e para o banco traseiro de um sedan esperando. Trish
estava ocupada, pedindo favores e enviando textos para Deus-sabe-quem para
acobertar o caso. Eu queria me enrolar em uma bola e morrer. David estava
obviamente angustiado. Ele olhou para seu relógio.
— Precisamos levá-lo de volta para o Hotel Britannique para a sua sessão
de fotos, Ryan. Ainda há tempo. Podemos colocar este revés atrás de nós e ainda ficar
dentro do cronograma.
— Não — Ryan disse, sem rodeios, me puxando mais apertado contra o peito
quando eu tentava me esquivar. Presumi que iríamos acabar em uma briga quando
estivéssemos sozinhos.
— Escuta, sei que isto foi traumático — continuou David. — A coisa
Burberry era apenas um enchimento. Todos os demais estão na sessão de fotos
esperando por v...
— Eu disse que não — Ryan cuspiu. Senti a tensão em seu aperto no meu
ombro. Seus lábios estavam pressionados na minha testa quando ele respirou. — Nós
vamos voltar para o nosso hotel.
A despeito da declaração de Ryan, David ainda estava tentando convencê-lo
a continuar com suas obrigações agendadas quando entramos em nossa suíte de luxo:
— Ok, então o que você quer que eu diga aos produtores quando for explicar
porque você não estava na sessão de fotos? E a estreia é às seis horas. Nosso carro
tem que sair daqui às cinco e meia.
— Eu vou lidar com os executivos do estúdio — o agente de Ryan, Aaron,
disse. — Dadas às circunstâncias, é lamentável, mas eles vão entender.
David estava implacável.
— Mas se temos a intenção de cobrir isto corretamente, ele deve aparecer
em todos os seus compromissos agendados. Não aparecer só confirma as suspeitas.
Ele precisa estar lá, Aaron. Você sabe tão bem quanto eu.
Ryan não estava ouvindo ninguém. Ele marchou para o banheiro.
Trish tinha todo o dispositivo eletrônico conhecido pelo homem desligado e
colocou sua bunda multitarefa para trabalhar tentando contra-atacar toda a imprensa
negativa antes que viesse à tona.
Sentei-me no sofá, chafurdando no fundo da culpa por causar tudo isso,
desejando que eu pudesse desaparecer de volta no silêncio do meu apartamento. Eu
simplesmente não conseguia sacudi-lo, não importa o que tentasse fazer. O medo e a
mortificação estavam rodando no meu peito como um furacão com raiva, sugando
todas as outras emoções em seu rastro.
Eu nunca tinha estado em qualquer problema com a lei, nem mesmo
quando criança, e tendo o meu primeiro gosto do que era aterrorizante. Saindo com
Marie e minha outra melhor amiga, Melanie, a irmã de Thomas, cheguei bem perto
um par de vezes, mas de alguma forma, nós sempre saímos limpas.
Várias vezes, Thomas e eu, chegamos perto de sermos pegos, como o
momento em que os policiais nos parou quando estávamos voltando de uma festa da
cerveja na praia de North Bay. Deus, eu agitei por todo o caminho para casa até chegar
perto. Ou o tempo que fomos interrompidos por uma patrulha da costa por fazer sexo
insano às duas da manhã perto da ribanceira.
Apesar disso, nada tão mal assim tinha acontecido antes. E as ramificações
viriam daí, eram numerosas demais para sequer começar a compreender.
Ryan sentou ao meu lado, examinando meus machucados. Minha
respiração vaiou descontroladamente pela dor, quando ele esfregou um pano quente
sobre a minha bochecha.
Seus olhos estavam tão arrependidos.
— Desculpe, querida. Estou tentando ser gentil, mas nós temos que limpar
estes cortes.
Tanto quanto eu o amava cuidando de mim, queria puxar o pano de sua
mão. Senti como se não merecesse essa mão suave.
David acabou um telefonema.
— A assistente de Marcia Gay Harden vai vir aqui e ficar com Taryn
enquanto você estiver na estreia, Ryan. O pessoal de Jenna estão todos ocupados.
— Eu não vou — Ryan disse suavemente, limpando meu lábio com o máximo
de cuidado.
Todos os olhos pousaram sobre ele, mesmo os meus.
David tornou-se excessivamente animado no meio de sua fusão “gerente de
talentos”, discursando sem parar sobre não acreditar no que acabara de ouvir.
— Eu disse que não vou — repetiu Ryan. David começou a discutir, mas
Ryan não prestou atenção a ele. Uma estranha calma estava nele. A calma antes da
tempestade, possivelmente?
Senti a mão de Ryan tremer um pouco quando ele inclinou meu queixo para
cima.
— Preciso ligar para a portaria e buscar um remédio para você — ele disse
suavemente. — Tirei a maior parte da sujeira dos cortes, mas vou ser capaz de fazer
um trabalho melhor, uma vez que eu a coloque no chuveiro.
Segurei sua mão.
— Ryan, por favor. Estraguei isto o suficiente. Você tem que ir.
Suas narinas se alargaram.
— Não estou deixando você. Assim não.
Peguei a toalha dele, ignorando o fato de que a toalha, uma vez branco-puro,
estava agora tingida de rosa.
— É só por algumas horas — tentei sorrir encorajadora, sentindo-me tão
suja e manchada como o pano na minha mão.
Seu lábio tremeu ligeiramente quando ele balançou a cabeça.
— Eu não posso.
Encarei David, desejando que ele não levitasse. Eu estava prestes a fazer-
lhe um favor enorme.
— Você pode, por favor, nos dar licença por um momento?
Eu esperava que David poderia ler-me o suficiente para saber que eu estava
tentando fazer a coisa certa. Mike, abençoe sua alma, tirou todos de nossa suíte. Ryan
tirou a camisa e jogou-a no chão.
— Não tente me convencer a ir.
Seu tom não deixou espaço para discussão. Eu estava conformada com o
fato de que eu não ia a lugar nenhum, esta noite de qualquer maneira, incluindo um
jantar imponente, com o primeiro-ministro da França e sua família.
— O mundo não vai acabar se eu perder a estreia.
Assim ele pensa. Talvez não, mas seus fãs, certamente estariam ultrajados.
Ele abriu uma garrafa de água, boquiaberto para mim.
— O que?
— Você tem obrigações — hesitante, murmurei.
— Não dou a mínima.
Balancei a cabeça para discordar. Ele estava apenas reagindo à sua própria
sobrecarga emocional, que eu causei.
— Esta é a sua carreira, o seu filme. Eu não vou deixar você arruinar isso.
Não por mim. — Procurei na minha bolsa por qualquer coisa parecida com uma
aspirina. Ryan franziu a testa.
— Eu não vou sem você.
Parei na frente dele no meu caminho para o banheiro.
— Sim, você vai. — Quando me virei para a porta do banheiro, uma picada
desagradável de dor percorreu as minhas costelas novamente.
Uma levantada na minha camisa e um olhar de lado no espelho do banheiro
confirmaram minhas suspeitas. Eu tinha uma marca preta e azul, gigantesca, em
toda a minha cintura de pelo menos seis polegadas de comprimento. Fez-me lembrar
as cores do céu ao anoitecer, embrulhados em uma dor suave. Bem, pelo menos não
era o lado direito como da última vez, quando o carro me surpreendeu, mas com
certeza parece o mesmo.
Ryan engasgou:
— Que diabos é isso?
Ele me assustou. Rapidamente, deixei cair minha camisa, puxando com
força na bainha. Foi quando ele viu o corte na parte de trás do meu antebraço, pela
primeira vez também. Seus dedos longos circularam meu pulso. Um vergão vermelho,
inchado e criando casca decorava meu braço.
— Não é nada — puxei meu braço.
— O inferno que é.
Ele se moveu para mim e tentou levantar minha camisa, mas eu segurei a
bainha, puxando-a com força.
— Deixa. Eu. Olhar! — Ryan ordenou, rosnando entre dentes. Ficou claro
que ele não estava pedindo. Era óbvio que a tolerância estava esgotada.
Cansada de lutar contra ele, aquiesci. Os olhos de Ryan amassaram juntos
como se ele estivesse com dor, também. Eu não sabia o que dizer diferente de "eu
sinto muito." Puxei minha camisa para baixo como se fosse esconder a minha
vergonha.
— Por favor, vá para a sua estreia. Já fiz bastante dano à sua carreira por
um dia.
Liguei a água, pensando em usar o chuveiro para limpar minhas feridas e
mascarar mais lágrimas que eu precisava lançar, antes de me afogar internamente.
Depois do banho, eu comprimo de novo. Sentimentos de fracasso me fizeram querer
correr e me esconder.
— Não. Cuidar de você vem em primeiro lugar para mim, querida.
Se ele soubesse o quanto eu sinto o mesmo.
Ryan apertou cuidadosamente o seu corpo no meu, envolvendo os braços
em volta dos meus ombros em um terno abraço como se eu fosse frágil.
— E eu quero que você pare de dizer que sente muito. Você não tem nada
que se desculpar.
Balancei a cabeça e tentei me afastar dele. Deus, ele não poderia estar mais
errado.
— Eu deveria ter escutado você e nunca me aventurado por conta própria.
E agora... agora humilhei nós dois. Eu nem sequer sei como você consegue ser tão
bom para mim agora.
Confusão cobriu seu rosto. Ele libertou um braço, por tempo suficiente para
ligar o chuveiro. O banheiro foi se transformando em uma sauna, vapor apertado com
névoa.
— Você acha que se eu tivesse qualquer outro emprego, sua primeira viagem
a Paris teria sido diferente?
Tentei afastá-lo.
— Ryan, não...
Ele levantou meu queixo, recusando-se a deixar-me ir.
— Ou será que os paparazzi foram perseguindo você quando passeava pelas
ruas de uma cidade estrangeira segura? Em vez de estar lá fora desfrutando de todos
os locais com você como um casal, protegendo-a como um homem deve, você foi
deixada para cuidar de si mesma, mais uma vez. Você acha que me deixa feliz ou faz-
me sentir digno de você? Deixe-me dizer-lhe, isso não acontece. E agora, vê-la ferido
assim...
— Pare com isso, Ryan. Por favor. Nada disto é culpa sua. Você não tinha
nada a ver com isso. Sair foi minha decisão estúpida. Não achei que seria um grande
negócio ir às compras sozinha. Eu sei melhor agora. Não vou cometer o mesmo erro
duas vezes.
Seu rosnado frustrado levantou um entalhe.
— Não coloque isso em si mesmo, Taryn.
Minha mente correu.
— Como não fazer? Você está aqui tentando fazer o seu trabalho. Eu era a
única notícia de primeira página lutando com os policiais. Parece que cada vez que
tento tornar mais fácil ou encontrar meu lugar, acabo tornando-o dez vezes pior de
alguma forma. — Tive que me acalmar antes que me perdesse completamente. — Eu
só quero que você seja feliz, Ryan, sem pôr em risco a sua carreira. A mídia vai rasgá-
lo... eu não posso suportar, sabendo que eu lhe causei dor e humilhação hoje. Você
não tem ideia do quanto estou triste. Eu deveria ter ficado fora do caminho.
Voltei para o quarto e peguei algumas das minhas roupas, empurrando-os
em minha mala.
— O que você está fazendo?
— Fazendo as malas.
— Nós não vamos embora até a manhã.
Eu vagava ao redor da sala recolhendo minhas coisas, sentindo dor no meu
joelho machucado. Eu sabia que se parasse de me mover as lágrimas fluiriam e eu
realmente não queria chorar na frente dele agora.
— Você passou tempo suficiente hoje se preocupando comigo — murmurei
tristemente. — Por favor, apenas... você precisa se preparar para sua estreia.
Seu rosto caiu.
— Babe, você está machucada em algum outro lugar? Parece que você está
mancando.
Se eu disser a ele, ele vai explodir a estreia com certeza. Bem, não por minha
causa, ele não vai. Tentei empurrar a dor de lado.
— Não.
Ryan marchou até mim, arrancou os sapatos da minha mão, e atirou-os em
toda a sala.
— Pare de embalar, porra! Que parte de: não vou sem você, não entendeu?
Você espera que eu o quê, apenas saia daqui sem você para que eu possa voltar mais
tarde e descobrir que você fugiu?
Balancei a cabeça, veementemente negando sua suposição. Eu duvidava
que a França tinha uma pedra grande o suficiente para eu passar por baixo.
— Você acha que eu não sei o seu MO 7 até agora? Como você
voluntariamente se martiriza para o meu bem maior? Droga, Taryn! Você acha que
toda essa merda significa tanto para mim? Não posso acreditar que você pensa que
eu apenas a deixaria aqui sozinha depois de tudo que você passou hoje.
Ele jogou algumas de suas próprias roupas em sua mala aberta.
— Você quer ir? Bem. Vamos. Nós vamos estar na porra do próximo avião
para casa.
Coloquei minha jaqueta para baixo. Sua raiva recém achada me assustou.
— Eu não ia embora. — Bem, não que eu jamais fosse admitir. — É só... eu
me sinto como uma merda por trazer isto em você. Estou brava, envergonhada e
frustrada.
A cicatriz no meu lábio inferior repuxou, lembrando-me que eu tinha
contusões correspondente do lado de fora também.
— Eu nunca, nunca o colocarei em uma posição onde você tem que escolher
entre mim e sua carreira, Ryan. Nunca. Eu nunca vou fazer isso.
Peguei meus sapatos do chão. Por que ele é paciente comigo, eu nunca vou
saber.
— O que você acabou de dizer?
Congelei. Eu não achei que meus resmungos internos fossem audíveis.
— Você acabou de dizer, ser paciente com você?
Relutantemente, concordei.
7Modus Operandi = modo de agir, normalmente usando na polícia para definir o “jeitinho”
de um criminoso, cometer o crime.
Ryan pegou uma das cadeiras laterais ornamentadas, puxando com força
mais perto da cama. Ele apoiou as pernas para cima, cruzando-as na altura dos
tornozelos.
— Oh, eu tenho que ouvir essa merda. Por favor continue. Esclareça-me
como eu sou paciente com você.
O senso comum me disse que isso não ia acabar bem, então por que se
preocupar em começar. Eu deveria ter mantido minha boca fechada.
— Bem? — Ele estava ficando impaciente. Eu também.
Meu escarpam preto, Christian Louboutin, ricocheteou na tampa quando
eu o arremessei na minha mala. Eu estava tão irritada que recorri a maltratar os
sapatos de mil dólares que Ryan tinha comprado para mim.
— Tudo o que eu queria fazer era olhar para uma jaqueta e até mesmo isso
se transformou em um desastre.
Ele olhou ao redor da sala.
— Você comprou? Não vejo qualquer sacola.
— Não, não comprei.
— Você foi fazer compras e não comprou nada?
— Perdi minhas sacolas de compras quando caí. Comprei alguns presentes,
mas tudo o que comprei desapareceu na confusão.
Ryan sentou-se.
— Quanto você perdeu?
Balancei minha cabeça.
— Não importa.
— O que quer dizer com não importa?
— Eu usei meu cartão de crédito por isso é a minha perda — murmurei
arrependida.
— Jesus Cristo, Tar! — Ele se levantou e caminhou ao redor da sala. —
Onde está sua bolsa? — Ele rosnou, empurrando as coisas ao redor para procurá-la.
— O que você quer? — Tirei meu casaco da frente para pegá-la.
— Porque agora você me deixou puto. — Ele pegou a pequena bolsa da
minha mão e puxou o zíper. Então ele deslizou meu cartão de crédito para fora e o
examinou.
— Isto — disse ele, segurando-o — é meu agora. Não existe. — Ele olhou
para o outro cartão, que era o nosso cartão conjunto e empurrou-o de volta em seu
slot.
— Espere, pare...
Ele pegou a carteira do bolso da calça jeans e confiscou meu cartão.
— Eu não dou a mínima se você precisar dele para colocar gasolina no seu
carro, porra; você usa o nosso cartão de agora em diante.
Ele estava sendo ridículo. Estendi minha mão.
— Vamos. Apenas me devolva.
Ele enfiou a carteira de volta no bolso e olhou para mim.
— Você quer usar aquele anel?
— O quê? — Olhei para minha mão.
— Você quer ser minha esposa, sim ou não?
Agora ele estava me assustando.
— Claro que eu quero ser sua esposa, mas o...
— Sem, “mas”. É uma pergunta de sim ou não, Taryn.
Inclinei meus ombros.
— Sim.
— Sim, o que?
Gah!
— Sim, eu quero ser sua esposa.
— Bom. Então, supere sua merda. Entendeu?
— Ryan, você sabe, eu...
— Entendeu? — Ele gritou mais alto. — Eu não vou jogar este jogo mais,
Tar. Toda essa besteira provê um inferno de um estilo de vida, então lide com isso. Eu
forneço. Eu cuido do que é meu. E se você sequer respirar na minha carteira para
pegar seu cartão, que Deus me ajude, eu vou amarrar sua bunda, trancá-la em uma
sala de merda e tocar Guns N 'Roses em loop infinito.
Engoli em seco. Agora ele estava lutando sujo.
— Você não faria isso...
— Ah não? Me tente.
— Você não pode pegar meu cart...
— Ah não? “Welcome to the Jungle8” uma e outra vez. Isto é o que você quer?
Esfreguei a ponta do dedo sobre meu lábio rachado, encolhendo-me.
— Não.
— Bom, agora que temos isto resolvido, por que você não me diz como essa
outra besteira começou.
— Eu acordei?
Ele franziu a testa para mim. Sentei-me na beira da cama.
— Não havia uma enorme multidão lá fora quando saí do hotel.
— E?
— E.... quando voltei havia centenas. A polícia não me deixou entrar no hotel
sem a prova de estadia. Tentei chegar mais perto da entrada e então, acidentalmente,
pisei no dedo do pé de uma garota.
Ryan olhou para mim com incredulidade.
— Um dedo do pé. Isto — ele acenou com a mão para cima e para baixo —
tudo começou porque você acidentalmente pisou no pé de uma garota?
Balancei a cabeça de novo, odiando o quão ridículo tudo isso soou.
— Tentei ligar para você, mas esqueci de colocar o código do país em
primeiro lugar. — Eu esperava que meu olhar tímido fosse suficiente para indicar
como arrependida eu estava. — Eu estava tentando me espremer por elas e apenas
aconteceu. Algumas meninas me reconheceram e pediram um autógrafo e então
alguém queria tirar fotos e depois eu pisei no pé de alguém. Tentei me desculpar, mas
uma outra menina me empurrou e eu acertei a menina atrás de mim e.... bem, elas
me empurraram e eu empurrei de volta.
Isto, aparentemente, o divertia.
— Não é engraçado.
Ele passou a mão sobre os lábios.
— Eu não estou rindo. Mas eu estou feliz que você se defendeu.
Escolhi não responder. Defender-me foi a minha queda.
— Então, você explicará como eu sou paciente com você ou devemos apenas
jogar mais sapatos ao redor em vez disso?
8 https://youtu.be/o1tj2zJ2Wvg
Virei-me para ele e resmunguei:
— Você jogou o primeiro sapato.
Ele estava sereno.
— Joguei. E você está evitando me responder.
— Certo, tudo bem. Você quer saber? Seu assessor e o gerente, difícil
esconder o fato de que ambos me desprezam. O único que é legal é o Aaron e eu acho
que é apenas para mantê-lo feliz. Eu sei que todos eles pensam que fiquei grávida de
propósito.
Joguei o outro stiletto preto na minha mala aberta, mais suave desta vez.
— Taryn, a pequena sedutora má, que vai prendê-lo e roubar seus milhões
— respirei fundo.
— Nós dois sabemos como você ficou grávida, querida — ele disse
suavemente. — Pode ter sido um acidente, em vez de algo que nós planejamos, mas
certamente não foi intencional. E era um risco que tomamos juntos. Além disso, se
eu não quisesse ter filhos com você algum dia, eu teria usado preservativos desde o
primeiro dia.
Isso me parou.
— Eu sempre me perguntei sobre isso, na verdade.
Sua sobrancelha subiu.
— Sobre?
— O primeiro dia-desprotegido.
Ele riu timidamente como se tivesse sua própria piada privada. Seus olhos
presos nos meus.
— Tar, eu soube no primeiro dia que tropecei em seu pub, que você era a
única. Eu acho que me apaixonei por você quando você estava esfregando aquela
merda em meus cortes.
Engoli em seco, chocada com sua admissão.
Outro pensamento privado passou através dele, provocando um sorriso
malicioso.
— Comecei a ter fantasias impertinente sobre você ser a mãe dos meus filhos
quando você estava chutando minha bunda jogando sinuca. No momento em que nós,
finalmente, nos enganchamos, eu sinceramente não me importava de uma forma ou
de outra, se eu te acertei. Sentindo sua pele na minha valia a pena correr o risco. E
se você ficar grávida significava que você estava amarrada a mim de alguma forma
permanente, melhor ainda.
Eu, imediatamente, suavizei com isso. Derreti, morri e flutuei para o céu,
na verdade. Ele estendeu os braços abertos, me acolhendo. Eu me enrolei em seu colo
e me aconcheguei em seu pescoço, nunca querendo deixá-lo ir. Seu nariz flutuou
sobre o meu.
— Você sabe que quero ter filhos, então não poderia dar a mínima para o
que Marla ou qualquer outra pessoa pensa. Tudo o que importa são as decisões que
tomamos como um casal.
Escovei meus lábios nos dele para um beijo, amando-o ainda mais do que
eu pensava ser possível. Ryan recostou e eu descansei minha cabeça em seu ombro.
— Mas — disse ele conspiratório — de volta para a coisa com Marla.
Descobri, mais cedo hoje, que no dia em que propus a você, Marla pegou seu marido
transando com uma bartender do Chateau em seu chuveiro.
Minha cabeça pulou fora do seu peito nu.
— Tá brincando?!
— Acho que isso explica algumas coisas, né?
Balancei a cabeça.
— Sim, explica.
Ele penteou meu cabelo comprido para trás.
— Trish queria te contar sobre o e-mail que recebeu esta manhã, mas acho
que estraguei toda a sua diversão agora.
Eu imaginava Marla andando em sua propriedade palaciana, pegando o
traseiro molhado do seu marido, nu no meio dos impulsos.
Oh queria ter sido uma mosca na parede para isso. Ainda assim, parte de
mim poderia relacionar muito bem a esse cenário e realmente sentir pena dela.
— Bartender, hein? Ela provavelmente pensa que somos todas putas.
—Bem, isso é problema dela, não nosso, ok?
Balancei a cabeça.
— Ok.
Ryan gentilmente esfregou a mão para cima e para baixo nas minhas costas,
embalando-me em um estupor.
— Eu só queria que David não me odiasse, também — eu disse.
Ryan bufou.
— David a vê como uma distração.
A maneira como ele disse, eu poderia dizer que não era tudo.
— E?
— Eeeeeee... eu realmente não me importo com o que ele pensa.
— Ele me odeia desde que tivemos aquela reunião de jantar com Follweiler.
— Sim, ele não gosta de você influenciando as minhas decisões de carreira.
— Talvez eu deva manter minhas opiniões para mim mesmo, então.
Ryan se agitou.
— De jeito nenhum. Dane-se isso. Eu quero saber o que você pensa. Seus
pontos de vista não são saturados como o dele são. Além disso, eu sei o que é
temporário e o que é permanente em minha vida. — Ele me mudou em seu colo. —
Qualquer coisa que você quer tirar do seu peito enquanto estamos fazendo uma lista?
Cocei meu lábio inchado e murmurei:
— Fui presa hoje.
— Não, você não foi, lembra? Nenhuma acusação?
— Haverá fotos de mim sendo levada em custódia em cada jornal, Ryan.
— E você está esperando que eu fique bravo com você sobre isso?
— Bem, sim. Não apenas bravo, furioso, na verdade.
— Eu estou bravo. Eu estou furioso para caralho, mas não com você. Estou
chateado que hordas de mulheres a impediram de voltar para o hotel e você foi
maltratada, ferida e tratada como uma criminosa. Isso é sobre o que estou chateado.
Eu me irritei.
— Você não precisa de imprensa negativa.
Ryan se esquivou.
— É o que é. Se sangra, leva. Isto não é um escândalo, Tar. Vai sumir,
eventualmente, de modo que gastar muita energia nisto é um desperdício. Ok?
— Ok.
Ryan se levantou comigo em seus braços.
— Oh, você é um grande peso — disse ele sorrindo e me beijou antes de me
colocar suavemente na cama. — Com fome? Presumo que eles não te alimentaram na
prisão.
Fiz uma careta de sua piada sem graça, mas ele estava muito ocupado lendo
o serviço de quarto para notar.
— Faminta, na verdade.
Ele olhou para mim.
— Pensando sobre isso, estou meio que bravo com você, apesar de tudo. Se
você estava tão desesperada para tentar amarração, algemas e as merdas, tudo o que
tinha que fazer era pedir. Eu ficaria mais do que feliz em ir até lá com você. Ainda
temos que explorar plenamente o lado depravado do sexo. Inferno, não temos sequer
arranhado a superfície.
Deixe para ele encontrar humor em tudo. Ryan pediu um almoço tardio e,
em seguida, ligou para a recepção para pedir o creme antibiótico e ibuprofeno. Fiquei
aliviada que a comida estava a caminho.
Eu me aconcheguei com um travesseiro na cama.
— Você ainda precisa ir para a sua estreia. Você sabe disso, certo?
Ryan pegou seu celular.
— David, qual é o nome da estilista que está viajando com Jenna? Não, a
menina que faz a maquiagem. Preciso que você a encontre e a envie aqui.
Depois que ele terminou a chamada, ele subiu na cama comigo. Eu me
enrolei em seu peito.
— Eu sei porque você está tensa... e eu não me importo com o que os jornais
vão dizer. Uma semana a partir de agora isso será esquecido e alguém vai usar o alvo
por um dia.
Que alivio.
— Obrigado. Fico feliz por podermos falar coisas como estas.
Ele olhou para mim por um longo tempo. Eu podia sentir a tristeza
construindo.
— Quando penso nas coisas que poderiam ter acontecido com você, pior do
que estes arranhões em sua bochecha...
Selei seus lábios com meus dedos.
— Shh. Pare.
Sua mão escovou para baixo em meu lado, fazendo uma pausa ao longo do
meu estômago. Seus olhos amassaram fechado e ele engoliu em seco.
— Você sempre será minha primeira prioridade, Taryn. Sempre. Apenas
saber que você foi ferida hoje está me matando.
Olhei em seus olhos.
— Eu não sei o que fiz para merecer você. Eu te amo tanto. Mas... não vou
acrescentar mais combustível nesta situação, aparecendo em público com cicatrizes
de batalha. Eu não vou....
Visões de milhares de câmeras perseguindo as evidências em foto das
minhas feridas, queimaram minha mente.
— Eu não vou envergonhá-lo dessa forma. Eu prometo. Eu estarei aqui
quando você voltar. Não importa o tempo que for.
Ele franziu a testa.
— Eu não penso assim. Já que você insiste que eu vá para a estreia e eu
absolutamente me recuso a deixá-la para trás, acho que temos que nos comprometer.
Teremos um carro separado levando-a, para que você não seja visível para o público
em geral. Eu acho que você sabe como isso funciona agora.
Concordei com a cabeça.
— Você pode evitar as aparições mais públicas, mas você estará comigo em
todos os outros momentos esta noite. E isso, meu amor, não é negociável.
CAPÍTULO 8
Recuperação
9 Aqui, a autora usa rump roast que pode ser traduzido também por alcatra assada.
Seu comentário/paquera certamente não passou despercebido no banco de
trás.
Peguei um carrinho antes de entrar na loja, sentindo a apreensão de Ryan.
Ele puxou seu chapéu de beisebol mais para baixo, olhando em volta, nervosamente.
Como de costume, Mike entrou na loja em primeiro lugar. Ele fez isso onde
quer que fôssemos, reconhecendo o terreno antes de permitir que Ryan entrasse.
Depois que ele fez a varredura visual rápida da seção dos produtos para garantir que
os vegetais não estavam combinando um ataque, ele aproximou-se do meu lado e
bateu no meu braço:
— Jesus, mulher. Pensei que estávamos aqui para comprar Doritos. Quanto
você pretende comprar?
— Pela quantidade de comida que vocês dois comem, eu deveria ter dois
carrinhos. E a menos que você goste de usar a mesma cueca dura todos os dias, eu
sugiro que você se cale e escolha o seu amaciante favorito. — Dei-lhe uma cotovelada
brincalhona de volta.
Mike pareceu horrorizado.
— Você acabou de me ameaçar com a roupa?
— Considerando que nós não nos qualificamos para os serviços automáticos
de lavandaria, como algumas pessoas.... uh, yeah.
Ryan já estava enchendo o carrinho com frutas e alguns biscoitos que
estavam na prateleira quando entramos. Ele franziu a testa para Mike:
— Não há comida em nossa casa e se ela parar de cozinhar para mim, porque
você está sendo um idiota, eu vou te matar.
Mike levantou as mãos em sinal de rendição:
— Você não tem que me dizer duas vezes. Se não fosse por Taryn, eu nunca
teria uma refeição caseira e se ela está disposta a lavar meias para mim... considere-
a fechada.
Peguei um pouco de alface.
— Marie é uma cozinheira melhor do que eu. Ela pode fazer sopa com um
talo de aipo e uma pedra.
Marie abriu um largo sorriso para mim. Esta era uma das nossas piadas
privadas dos dias famintos de faculdade.
Ryan acenou o pacote de biscoitos na direção de Marie.
— Aí está. Tenha sua própria cozinheira.
Peguei o pacote de biscoitos do carrinho.
— Não na dieta aprovada do seu treinador, querido.
O beicinho de Ryan foi devastador:
— Nada de biscoitos?
Eu me sentia como a mãe de um bebê grande.
— Nada de biscoitos. Nem rosquinhas também.
Enquanto Ryan olhava para mim, Mike furtivamente olhava para Marie. O
rosto do nosso querido guarda-costas poderia estar impassível, mas seus olhos,
definitivamente, entregaram que estavam considerando-a, pesando suas opções.
Marie tinha um inferno de um corpo, incluindo o tipo de peitos que colocam
as mulheres em apuros.
Houve várias vezes em que eu queria bisbilhotar no negócio de Mike, além
de saber, que ele passou dez anos na Marinha e era capaz de matar alguém em uma
centena de maneiras diferentes com as mãos nuas, mas eu nunca quis constrangê-
lo.
Sua vida amorosa era algo que nunca veio na conversa. Suponho que viver
na estrada como ele vive, não era a situação mais favorável para tentar manter um
relacionamento.
A possibilidade de que ele poderia ser gay passou pela minha cabeça uma
vez, mas rapidamente se dissipou quando Mike teve um pouco de interesse em Trish.
Esse interesse, no entanto, não era nada comparado ao modo como ele estava agora
pairando sobre Marie, cada palavra como se ela fosse a mulher mais intrigante do
planeta.
Uma mulher no corredor três fez menos do que um olhar discreto quando
viu Ryan. Sua pele corou como se ela estivesse ao mesmo tempo animada e insegura,
mas ainda assim ela nunca se aproximou. Muito nervosa, aparentemente.
Empurrei meu carrinho, apreciando a vista de Mike tentando falar com
Marie, tentando ser casualmente legal como ele falou.
— Você nunca especificou os termos da aposta. Dez, vinte? Decidia
rapidamente. A Senhora, calcinhas apertadas, está mexendo com sua bolsa.
Marie parecia confiante, mas um pouco tímida. Notei que ela esfregava o
dedo que costumava ter um anel de casamento. Não havia nada lá agora, além de pele
nua e as esperanças de um novo começo.
— Que tal um jantar? — Ela jogou de volta. — Se você ganhar, escolha
qualquer coisa na loja e eu vou cozinhar para você. Mas se eu ganhar, você estará
vestindo o avental.
Mike riu, disfarçadamente, colocando seu corpo entre Ryan e alguns
homens mais velhos vindo pelo corredor.
— Você pode querer repensar isso, a menos que você realmente ame
macarrão com queijo e miojo e queira me ver em um avental. Então, quem sou eu
para decepcionar?
Nada além de um avental, emendei silenciosamente e olhei de novo para ela.
Sim, ela está sorrindo. Mentes sujas pensam da mesma forma.
Ela se recuperou rapidamente.
— Não muito de um cozinheiro?
— Bem, eu tentei fazer sopa de aipo-pedra uma vez antes. Provavelmente
não era tão boa quanto a sua, apesar de tudo.
Ryan pegou um frasco de molho de espaguete. Seus braços estavam
empilhados com coisas. Ele andou até Mike.
— Espere, eu pensei que estivesse planejado levá-las para jantar amanhã?
Isso é o que você disse que queria fazer.
Mike parecia querer estrangular Ryan no local, isto é, até vários clientes
começarem a olhar de soslaio para o corredor. Uma garota tirou seu celular,
apontando-o para tirar uma foto rápida.
Filho de uma... por que, pessoal? Você acha que as pessoas famosas não
comem ou fazem compras? Qual é! Fui para o lado de Ryan, batendo ombros com
Mike e bloqueando Ryan, tanto quanto possível. Ele não podia ser deixado sozinho
por dois minutos sem que alguém tirasse um pedaço dele.
Marie pegou o telefone dela e apontou de volta para a garota, que
rapidamente começou a retroceder.
— Espere! Onde você vai? Preciso atualizar minha página do Facebook.
Ryan franziu a testa, mostrando sua desaprovação.
— Não faça isso. Basta deixá-los tirar suas fotos. Você começa a falar merda
e alguém começa a gravar... Só me faça um favor e não faça.
— Desculpe — Marie disse rapidamente, sem parecer arrependida em tudo.
Mike deu-lhe um empurrão com o cotovelo.
— Encrenqueira! Parece que você precisa de um guardião, também.
Eu estava começando a me perguntar se ele estava oferecendo.
Sorri para Marie. Não importa o que Gary pensou que poderia fazer para
machucá-la, eu não tinha dúvidas de que ela estava de volta em seus pés.
Na noite seguinte, Marie e eu dividimos o espelho do banheiro para ficarmos
prontas. Ela estava com um humor muito melhor depois que passamos um dia inteiro
fazendo compras com um agradável, almoço de lazer no meio.
Eu ainda estava um pouco irritada que Ryan não tinha devolvido meu cartão
de crédito pessoal, me deixando sem escolha a não ser usar o nosso cartão conjunto.
Eu sabia que era sua maneira se certificar que estava cuidando de mim, mas não
gostei de estar à mercê de alguém. Percebi alguns novos sutiãs e calcinhas picantes
que eram um bom modo de dizer obrigado.
Marie puxou seu novo top e, em seguida, abruptamente se interrompeu para
me abraçar.
— Obrigado por comprar esta roupa para mim. Assim que eu conseguir estar
financeiramente estável novamente, eu te pago de volta. Eu juro.
Esfreguei minha mão sobre suas costas.
— Não é necessário. Você é a única que me disse que eu teria que me
acostumar a gastar os milhões do meu futuro marido, lembra? Considere isso um
presente do fundo: "Ryan diz que ele lhe deve um monte pelo que você fez por nós".
Ela descartou minhas palavras com um aceno de sua mão.
— Eu ainda me sinto mal, entretanto. Eu odeio não ser capaz de pagar as
coisas que quero, sem depender de dinheiro de Gary. Isso é um saco!
Olhei para ela com conhecimento de causa.
— Ok, ok, entendi agora — disse ela. — Eu não vou mais provocá-la sobre
como gastar o dinheiro de Ryan. Você e eu não fomos criadas dessa maneira. Estamos
acostumadas a ganhar o nosso sustento.
Eu coloquei minha maquiagem no balcão, me endireitando:
— Exatamente. Oh, eu tenho certeza que existem milhões de mulheres por
aí que nem sequer pisca, para se tornar um mimado, pequeno animal de estimação,
fazendo nada além de fofocar e fazer compras durante todo o maldito dia. Mas não é
assim que quero viver. Você se lembra da frase favorita de Melanie?
Marie sorriu.
— “Eu não te devo merda” — dissemos em uníssono.
Um segundo depois, Marie bufou, puxando seu decote extragrande:
— Cristo! Mike vai dar uma olhada para mim nesta roupa e pensar que eu
sou algum tipo de psico-desesperada, pronta para fixá-lo na parede. Eu só queria uma
pausa do stress para pôr minha cabeça no lugar, não forçar o primeiro corpo quente,
completamente lindo que entro em contato em uma situação desconfortável.
— Tenho certeza que ele não vê isso dessa maneira. — Pelo menos espero
que não. — Ninguém está forçando qualquer um de vocês em uma situação aqui. E
pelo que parece, Mike parece mais do que disposto a gastar um tempo com você.
Marie revirou os olhos, mas era a verdade e ela sabia disso. Seus olhos
tinham viajado para cima e para baixo em seu corpo algumas vezes, muitas vezes
lutando para decidir entre seu rosto e seu peito bem-dotado.
— É cedo demais? Eu não deveria estar de luto ou algo assim por um ano?
— Eu não sei. Acho que se você não se sente triste, então o que isso lhe diz?
Ela não hesitou.
— Eu tenho sido infeliz por um longo tempo. Ele me tratou como lixo por
muito tempo; acho que eu estou insensível a isso. Mas quando eu apenas olho para
Mike, sinto todo o caminho para baixo até meus dedos do pé.
— Posso dizer que ele é um grande cara. Eu realmente comecei a conhecê-
lo melhor nestas últimas semanas. Mas me sinto mal por ele. Sua vida consiste em
esperar o que seja que Ryan tem que fazer. Na maioria das vezes, ele acha que está se
intrometendo em nós e quando ele nos acompanha com segurança em algum lugar e
depois calmamente sai de cena, meu coração se parte por ele. Ele provavelmente está
ansioso em sair e não se sentir como a terceira roda pela primeira vez.
— Bem, eu não estou vendo isso como se fosse um encontro. Tenho certeza
que ele está apenas sendo gentil então não vou decifrar qualquer coisa.
A campainha tocou e Marie suspirou. É hora de ir.
— Desculpe o atraso. — Mike vestia um par de calças pretas e uma camisa
fina de botão cinza que não deixou nenhuma curva de seu torso, um mistério. Assim
que fechei a porta, notei algo brilhando em suas costas.
— Vire-se — eu disse discretamente, puxando a etiqueta do tamanho XL do
tecido. Fechei-a rapidamente na minha mão. Eu nunca tinha visto Mike corar antes.
— Ah Merda. Quão embaraçoso é isso? — Ele murmurou.
Fiquei encantada por ele sentir a necessidade de comprar uma roupa nova
para esta noite.
— Não se preocupe com isso. Será nosso pequeno segredo. Você parece
muito bom, por sinal.
Mike parecia realmente nervoso, escovando as mãos sobre sua calça.
— Obrigado, Taryn.
No minuto que Marie entrou no quarto, vi atravessar, em ambos os rostos,
aquela onda de excitação causada pela extrema atração por outro ser humano.
Mike tinha olhado para Marie algumas vezes no passado, mas ele deixou
por isso mesmo. Notei também ele fazendo cara feia para Gary uma ou duas vezes,
bem como, quando Gary estava sendo menos do que educado com ela. Mas Mary
estava inalcançável no momento. Agora o campo de jogo estava aberto. Seus anéis de
casamento estavam fora, deixando apenas um ligeiro recuo em seu dedo, de um
período em sua vida que acabaria por desaparecer e preencher com o tempo.
— Oh! Uau. Você parece, hum, incrível — Mike gaguejou, uma pitada de
coloração vermelha em suas bochechas.
Oh, tão adorável! Olhe-o corando novamente.
Ryan também notou a eletricidade zumbindo através da sala.
— Tar, você pode me ajudar um segundo? — Segui-o ao andar de cima para
o nosso quarto. — Nós precisamos conversar. Você vê o que está acontecendo com
eles, não é?
Eu sorri.
— Sim. E eu estou bem com isso. Você está?
Ryan parecia tenso.
— Você tem certeza? Ele disse que iria esquecer, se você não estivesse bem
com isso.
Mike realmente disse algo para Ryan sobre Marie? A julgar pelo olhar que
Mike deu à Marie, quando ela apareceu, eu diria que ele teria um tempo difícil em
esquecer sobre ela naquela roupa.
— Tenho certeza, — eu disse — mas o que me preocupa é que pensei que
Mike estava interessado em Trish. Sei que ele é solitário e não é justo para ele
sacrificar sua vida pessoal por nós, mas não vou deixá-lo jogar em ambas.
Ryan assentiu bastante seguramente.
— Não, nem eu. Ele gosta de Trish. Ele acha que ela é bonita, mas não tem
essa química instantânea com ela, que ele está sentindo com Marie. Inferno, nem
preciso dizer, você pode vê-lo tão bem quanto eu. Mas eu tenho certeza que o pau dele
está fazendo a maior parte dos sentimentos e da química neste momento. Ele sabe
que ela está sofrendo e não está de nenhuma forma pronta para qualquer coisa séria.
— Ryan esfregou meu braço. — Ei, ela é minha amiga também, você sabe — ele
continuou: — E ela é a melhor amiga da minha futura esposa. Não vou permitir que
nada comprometa isso. Mike sabe sua situação atual e eu informei-lhe sobre algumas
das porcarias que ela está passando. Ele está disposto a senti-la, mas vendo que na
cozinha foi como entrar em uma parede de tensão sexual. Droga, eu não ficaria
surpreso se eles transassem durante o jantar.
Ele me fez rir.
— Isso é o que ganhamos por deixá-los sozinhos, conversando ontem à noite.
Ambos são adultos. Tenho certeza que eles vão descobrir isso por conta própria.
Ryan não parecia tão certo.
— Bem, vamos descobrir.
Duas horas em um jantar maravilhosamente romântico, Marie e eu,
educadamente, pedimos licença para uma viagem com acompanhante até o banheiro
das mulheres. Chame do que quiser, mas todos nós sabemos que esta é uma
oportunidade para nós, meninas, fazermos o nosso check-up do intervalo, enquanto
os meninos se perguntam o que têm que fazer para marcar. Mike e Marie estavam tão
confortáveis juntos; era estranhamente estranho e hilariante de assistir, tudo ao
mesmo tempo.
— Oh Deus, acho que já estou apaixonada. — Marie jorrou, andando no
banheiro minúsculo privado das senhoras, nervosamente, abanando-se para esfriar.
Ela escovou o cabelo marrom longo para trás, puxando-o fora de seu pescoço. — Ou,
pelo menos, em uma séria luxúria. Você o viu engasgar-se quando ele falou sobre sua
última turnê militar? Quão perto ele chegou daquele carro-bomba em Israel? — Marie
passou um dedo debaixo de seus olhos, fixando a maquiagem. — Ele tentou esconder,
mas ele está segurando alguma dor emocional seriamente profunda, Tar. Você pode
ver isso em seus olhos. Isso é difícil para ele falar, mas ele tem que falar. Ele tem que
tirar isso ou então irá apodrecer.
Dizer que fomos todos levados à beira das lágrimas quando Mike nos disse
sobre uma das suas missões e como ele perdeu seus dois bons amigos para a
insensata violência no Oriente Médio era um eufemismo. Mike estava abrigando
algumas coisas traumáticas por trás de sua imagem de durão.
Marie foi no banheiro único primeiro.
— Droga. Sinto-me culpada por fazer xixi. Essa primeira garrafa de vinho
sozinha foi quase duas centenas de dólares. Vocês dois são espalhafatosos assim o
tempo todo? Uma família de quatro pessoas poderia comer por um mês com o que
eles vão gastar com esta refeição.
Embora nenhuma de nós cresceu desfavorecida, era ligeiramente irritante
fingir que não ligo para o quanto as coisas custam.
— Eu sei. E a resposta é: às vezes. Ryan queria privacidade hoje à noite e
eu tenho certeza que Mike só queria impressioná-la.
— Bem, missão cumprida. — Ela me prendeu com os olhos. — Ele sabe o
que Gary fez, não é?
Concordei.
— Ryan disse a ele. Ele também sabe que você está separada e ficando no
meu apartamento.
— Imaginei. Vi-o tenso um par de vezes. — Ela respirou fundo. — Sim, bem,
o que você ainda não sabe é que Jeff, o cara da UPS, entrou no pub no outro dia. Ele
me disse que entregou um pacote em minha casa e estava imaginando quem é a
menina bonita que respondeu a porta, vestindo nada além de uma camiseta. Ele
perguntou se Gary tinha uma irmã. Era, tipo, nove horas da manhã, Tar.
Engasguei.
— Oh Deus.
Eu podia ver a raiva segurando as lágrimas conforme a lembrança dolorosa
derramava de seus lábios.
— Você sabe, eu me perguntava como diabos ele poderia fazer isso. Seguir
em frente tão malditamente rápido com alguma garota? E aqui estou eu, pronta para
fazer a mesma coisa. Eu acho que entendo agora.
Debrucei-me contra o balcão da pia.
— Você ainda o ama?
Marie bufou.
— Depois de tudo essa besteira, inferno não. Nosso casamento acabou. —
Somente dizer aquelas palavras eram difíceis para ela, porque ela estava segurando
de volta algumas lágrimas naquele sorriso fraco. — Agora só quero pegar minhas
coisas e seguir em frente. A parte assustadora é não saber para onde ir.
Dei-lhe um sorriso tranquilizador:
— Você sabe tão bem quanto eu que a vida tem uma maneira de limpar esse
caminho para você. E talvez o bom Senhor acima deixou cair noventa quilos de lindo
limpa-caminho como resposta, lá fora, na nossa mesa de jantar para você.
Isso a fez rir.
— Esse é o problema. Estou com muito medo das minhas esperanças. Não
agora, de qualquer maneira. Ele provavelmente só quer um pouco de sexo casual, mas
duvido que uma noite com Mike seria o suficiente. Bem, a menos que ele tenha um
pênis pequeno e sem habilidades. Droga, ele já está me enroscando por dentro.
— Você sabe... Lembro-me de uma vez, alguém me dizendo para ter um caso
de uma noite com Ryan. Quão rápido você troca de música, quando você é a única
usando os sapatos de vagabunda.
Marie fez uma careta para mim.
— Isso é diferente. Seu noivo exala sexo por todos os poros e passa a ser um
dos homens mais desejados do planeta. Você teria sido uma completa idiota por não
aproveitar isso.
— Bem, eu poderia dizer o mesmo. Os poros de Mike estão escorrendo de
tanta gostosura. E ele está se tornando muito famoso, também, você sabe. Ele está
apenas em cada imagem e vídeo feitos de Ryan nos dias de hoje. Eles são como os
meninos dinamite em um cartaz de sensualidade.
— Eu sei. — Ela sorriu amplamente, mas não durou muito. O rosto dela
caiu rapidamente quando ela se inclinou sobre o balcão. — Este momento é tão
surreal, como se eu fosse acordar e descobrir que tudo foi uma grande piada. Eu não
posso ir lá fora. — Ela começou a híperventilar e parecia pronta para vomitar na pia.
— Eu... se ele... eu não acho que poderia sobreviver à rejeição duas vezes em uma
semana. Se eu não sou boa o suficiente para um idiota como Gary, por que diabos
que eu iria ser boa o suficiente para alguém como Mike? Quero dizer, olhe para ele.
Ele é alto, lindo e perfeito.
Eu esfreguei suas costas tranquilizadora. Oh, como eu sabia exatamente
como ela se sentia.
— Você é linda, também, você sabe. E você é boa o suficiente. Eu acho que
é hora de alguém começar a te tratar como a deusa que você é.
Ela fez uma careta para mim.
— Você sabe tão bem quanto eu que as coisas acontecem por uma razão. E
por algum milagre maldito, dois dos homens mais incríveis do mundo estão sentados
lá fora, em uma mesa, esperando pacientemente, voltarmos para eles. Nós somos duas
das mulheres mais sortudas do mundo. Mas, em vez de passar estes momentos com
eles, estamos escondidas em um pequeno banheiro, nos preocupando como duas
idiotas. O que você diz? Pronta para ver onde as fichas caem?
Marie tomou um fôlego e endireitou-se.
— Sim, eu estou pronta. Hora de confiar na sorte. — Ela levantou os seios
e respirou fundo. — Vamos fazer nossas mães orgulhosas.
***
— Bom dia — eu disse sobre a minha xícara de café, apesar de ser perto das
dez horas. Os longos cabelos castanhos de Marie estavam espessos e emaranhados e
ela estava usando a camiseta da universidade Brown que lhe dei há anos.
A moça deixou de me olhar nos olhos. Em vez disso, ela procurou outra
xícara de café, me ignorando.
— Posso sentir seus olhos cavando buracos nas minhas costas — ela
murmurou o assunto com naturalidade, vertendo o líquido bem quente em seu copo.
— Não, eu não dormi com ele. Sim, ele está plenamente consciente da localização de
ambos os meus seios, e sim, ele é um beijador es-pe-ta-cu-lar. — Ela se virou e sorriu
como uma menina que definitivamente se deu bem ontem à noite. Seus lábios ainda
estavam inchados.
"E se a supergrande, extremamente dura, protuberância que eu o mandei
para casa, for qualquer indicação do potencial que ele tem de balançar meu mundo,
vou me inscrever para uma adesão plena.
Eu não pude deixar de rir. Empurrei a cadeira da cozinha para ela com o
pé.
— O meu noivo intrometido estava bastante preocupado sobre como vocês
dois estavam se saindo. Até mesmo saiu da cama uma vez para ver se o carro de Mike
ainda estava aqui.
Marie balançou a cabeça com a notícia.
— Nós conversamos muito. Ele sabe que estou no meio de lidar com algo
feio. E ele não quer empurrar nada, até que eu esteja pronta, o que eu achei que era
muito... profundo.
Sim, ela deixou ruim para ele.
***
Marie ficou hospedada aqui por apenas quatro dias e nesse tempo,
passamos todas as noites com Ryan e Mike. Fiquei contente de ver que Marie tinha
um renovado sentido de esperança. Gary não poderia rasgar seu coração para fora,
porque ela estava bem em seu caminho se apaixonando por outro homem.
Mike parecia estar realmente triste ao vê-la ir. Ele tinha arranjado outra
segurança para cobrir Ryan, para que ele pudesse ver pessoalmente Marie no
aeroporto. Isso marcou pontos importantes para ele no meu livro.
Conforme todos nós abraçamos em despedida no terminal, sorri quando
Mike prometeu que iria manter contato com ela.
Mike pagou o pedágio para sairmos do estacionamento de curta duração.
Assisti seus lábios se pressionar para baixo em uma carranca mal-humorada. Ao que
parece, ele estava muito chateado.
— Ela vai ficar bem — eu disse suavemente.
Ele olhou para mim e balançou a cabeça uma vez.
— Sim.
Olhei para o para-choque do carro na nossa frente, sentindo-me aliviada
que Mike foi um cavalheiro por toda parte, não jogando o jogo para levar Marie para
a cama para um rápido bater e correr.
Ainda assim, eu podia ver que ele estava todo amarrado em nós.
— Como você está?
Sua mandíbula flexionou e sua expressão escureceu ainda mais. Ele não
respondeu de imediato, mas quando o fez, ele disse:
— Apenas me diga se a merda vai para baixo com ela. Estou imaginando
que ela irá me dizer, então estou dizendo a você que quero saber sobre isso, ok?
Olhei para ele por um minuto, mais ou menos, em estado de choque.
— Você tem certeza que quer torná-lo seu negócio?
Mike ligou a seta e estava assistindo o tráfego em sentido contrário até que
seus olhos fecharam com os meus. Sua raiva se dissipou rapidamente, substituída
com sinceridade amolecida, mas inflexível.
— Sim.
Lembrei-me como se sente ao descobrir que seu homem está traindo você.
Marie estava pronto para o "próximo" ou ela precisa de tempo para resolver o
problema?
Alguma dureza retornou nele.
— Você tem um problema com isso?
Sim, eu tenho.
Em vez disso, eu disse:
— Ela não é só minha melhor amiga, Mike. Ela é praticamente a única
família que eu tenho e não quero que ela se machuque. Ela já tem um cara quebrando
seu coração. Ela não precisa de dois.
Ele me deu outro aceno duro.
— Entendido.
Marie tinha me dito que Mike segurou-a enquanto ela chorava na frente dele
na noite passada. Ela odiava que havia quebrado assim, mas eles estavam
conversando e ele estava perguntando o porquê de ela se contentar com tão pouco e
apenas aconteceu.
Mike desligou o rádio.
— Não pense que sou frio, mas estou feliz que isso aconteceu com ela. Quer
dizer, eu não estou feliz que ela se machucou, mas vi como aquele idiota tratava e...
— Ele deu um tapa na alavanca de câmbio. — Você não trata uma mulher como ela
desse jeito! Você simplesmente não faz. Você tem uma mulher assim, você cuida dela.
Eu não poderia deixar de sorrir para ele.
Ele olhou de volta para mim.
— O que?
Sim, ele gostava muito dela. Quanto mais cedo ela se livrasse de Gary,
melhor.
CAPÍTULO 9
Ação
***
Reação
— Corta. Ryan, você precisa soltar o seu braço um pouco. Você está
lançando uma sombra sobre Nicole. — Jonathan instruiu, parecendo irritado. — Não,
isso ainda não está funcionando. Precisamos ajustar a iluminação. Ela tem uma
sombra escura atravessando diretamente seu rosto.
Assisti ao técnico fazendo um pequeno ajuste em uma das luzes altas perto
da cama grande, e estava grata pela trégua momentânea.
Uma hora atrás, aquele corpo nu estava entre as minhas coxas, me amando.
Agora, Ryan estava cuidadosamente sentado entre as pernas nuas de Nicole, nada,
além do Merkins mantendo seus corpos de realmente se tocarem.
Ryan e Nicole estavam segurando uma conversa leve enquanto as luzes
foram ajustadas em torno deles, mas vê-lo deitado em cima dela era quase demais
para mim lidar. Como um voyeur doente, masoquista, eu fiquei ali, observando.
Assistindo meu noivo deslizando os lábios sobre o corpo de outra mulher cada vez que
o diretor gritava: "Ação!"
Eu sabia que era falso, completamente encenado, mas ainda assim.
Ryan tirando o cabelo de Nicole do rosto, olhando para ela antes de esmagar
seus lábios nos dela. Ela engasgou e o lençol que mal lhes cobria subia e descia com
o rolar de seus quadris.
Ligeiros tremores vibraram através dos meus ombros. Imediatamente, eu
estava dividida no local e voltando no tempo, recordando cada gota de dor que senti
quando cheguei no meu ex-noivo, Thomas, moendo seu traseiro nu naquela puta
magra, Cheryl Regan, com clareza dolorosa. A esmagadora angústia explodiu
incontrolavelmente como um relâmpago no meu peito.
Eu tinha jurado para mim naquele dia que eu tinha pego Thomas, fazendo
o mais sagrado dos votos para a santidade da minha própria alma, que eu nunca,
nunca me permitiria ser ferida assim novamente. Pisar em qualquer lugar perto de
um homem que era capaz de eviscerar meu coração.
Amar alguém nunca deveria terminar em uma devastação que tudo
consome.
Mas, uma e outra vez, me arrumo para ser rasgada em pedaços. E aqui
estava eu, me torturando tudo de novo, assistindo essa charada.
Alguns momentos foram toleráveis: aqueles em que a filmagem havia parado
e Ryan e Nicole não estava um sobre o outro. Mas no momento em que as câmeras
estavam rolando, minhas mãos apertaram em punhos e eu queria vomitar
loucamente.
Eu sabia que Ryan estava desconfortável com a minha presença, olhando
para mim com os olhos preocupados em cada momento livre quando sua sessão de
amassos fingidos não estava sendo cuidadosamente orquestrada. Ainda assim, não
foi suficiente para acabar com esta loucura.
Eu não me importo em como as outras mulheres lidariam em assistir o sexo
falso do seu homem com outra mulher; contraí-me quando Jonathan gritou "Ação!"
Mais uma vez.
A boca de Ryan em sua mandíbula, lábios, moendo-a na cama como se ele
estivesse realmente transando com ela, parecia tão real que a dor no meu coração
queimou seu caminho até minha garganta.
É fingimento. É falso.
O lençol cobrindo-os escorregou e um bom pedaço da bunda de Ryan estava
agora em plena vista. Não importa quantas vezes repeti meu mantra ainda não impedi
a bile de subir.
Eu podia ver Ryan, desesperadamente, tentando chegar a esse espaço
mental individual que precisava ir para atuar. Ele precisava estar "na zona", por assim
dizer, onde ele não era Ryan Christensen mais. O lugar onde a personalidade do seu
personagem, Chase Sheffield, assumiria e ações desviantes tornar-se-iam
irrelevantes.
Deus, eu poderia fazer isso de novo? Eu poderia realmente ser segura o
suficiente no meu coração e na minha mente para lidar com o conhecimento de que
haveria mais momentos como este no meu futuro? Mais cenas falsas amor e toques
mais íntimos compartilhados entre o meu amante, meu futuro marido, e atrizes
esculpidas aleatórias? Será que o meu eventual casamento se tornaria ainda um outro
divórcio de Hollywood?
É uma coisa se casar e confiar que o seu cônjuge não trairá você. É outra
coisa quando as sessões de amassos falsos fazem parte de sua carreira, e você sabe
com certeza absoluta que momentos como este irão reaparecer.
Por um breve momento, carreguei o bebê deste homem no meu ventre. Se
alguma vez tiver filhos, não vou ser capaz de ficar aqui e supervisionar seu sexo fingido
a cada vez. Sabendo quão facilmente um momento como este poderia ficar fora de
controle, levando a uma conexão com outra mulher.
Um dia, eu estarei grávida — grande e redonda, desconfortável. Um dia, sexo
não será uma prioridade; alimentar e cuidar de uma criança inocente será. Ficar em
casa para criar uma família com algum sentido de normalidade será. Será que Ryan
será capaz de controlar a si mesmo e saber, em termos inequívocos, onde as linhas
de atuação e engano são desenhadas com firmeza? Tantas perguntas sem resposta.
As mãos de Ryan entrelaçaram com as de Nicole, levantando os dedos
entrelaçados sobre sua cabeça, um movimento que eu achava que era reservado
apenas para as nossas sessões de fazer amor. O sentimento de traição que veio disso
perfurou meu coração como uma faca quente e eu tive que parar conscientemente o
gemido de quebrar livre.
Jonathan havia gritado "Corta!" E Ryan e Nicole estavam ouvindo-o
atentamente. Eu não conseguia olhar para Ryan mais — não nos olhos, de qualquer
maneira. Meu foco desembarcou em todo o resto — as luzes altas, as cordas pretas
serpenteando pelo chão, a tela preta bloqueando as sombras de se formarem, os
shorts cargo caqui que o operador de som estava vestindo.
Milhares de filmes, milhares de beijos nas telas. Jake Gyllenhaal beijou um
monte de meninas. Eu amo seus filmes. Quando ele filmou com Anne Hathaway — o
sexo parecia real. Ambos estavam nus daquele jeito também. E essa menina em Prince
of Persia — Princess seja lá que inferno era o nome dela? Jake beijou Heath Ledger,
também. Várias vezes. Porra, isso foi quente. Mas eles estavam atuando. Fazendo um
filme para o nosso prazer, como este. Eu me pergunto se foram essas coisas que o
fizeram se separar de Reese Witherspoon todos aqueles anos atrás? E depois de todo
esse tempo, ele ainda está solteiro. Talvez ele queria — uma mão firme apertou meu
ombro, me assustando:
— Você está bem? — Mike perguntou em voz baixa. Sua expressão
preocupada não estava ajudando.
Porra, como eu queria impedir meu lábio inferior desafiante de tremer. Dei-
lhe um encolher de ombros evasiva.
— Ele ama você, você sabe.
Mordi meu lábio inferior traidor com força, tentando encontrar esse lugar
no meu cérebro onde eu poderia ser indiferente, fria e desinteressada —é apenas mais
um dia no escritório para ele — nada demais com tudo isso.
Eu me virei para olhar os olhos de Mike.
— Eu sei.
— O que não torna mais fácil de assistir, no entanto, não é?
Cruzei os braços sobre o peito.
— Não, não torna.
Mike suspirou.
— É fingimento, Taryn. Neste negócio, atores tratam beijar como se fosse
nada mais do que alguém que dá um aperto de mão — disse ele em voz baixa.
Voltei a olhar para ele para ver se ele estava realmente sério com essa linha
de besteira inventada.
De alguma forma eu não poderia comparar tão bem. Mantive minha voz
baixa:
— É a tentação me preocupa, Mike. É uma coisa admirar a maçã na árvore.
É outra ter um pequeno gosto e tentar-se com pensamentos do que você pode estar
perdendo.
— É verdade, mas você não pode condená-lo por isto ser uma parte de seu
trabalho. A tentação está toda em torno de cada um de nós, Taryn. Mesmo você não
está imune e ainda assim ele confia em você.
Eu sabia que tinha que aprender a lidar. Era apenas um conceito mais difícil
do que eu pensava, na fronteira com insuperável.
— Eu não estou condenando-o, Mike. E eu confio nele, mas posso dizer-lhe
que, se a situação fosse invertida, ele estaria furioso agora.
Mike raspou a mão sobre a cabeça.
— Desculpa. Estou tentando, Mike. Realmente estou. Mas eu não posso
dizer que estou bem com assistir o homem que eu amo estar tão íntimo com outra
pessoa, fingimento ou não. — Inclinei a cabeça na direção de Ryan. — Como você se
sentiria se fosse sua namorada debaixo dele?
Os olhos de Mike escureceram
— Eu não vou mentir. Eu provavelmente odiaria tanto quanto você odeia
agora. Mas eu também tento me lembrar que é preciso mais do que algumas horas de
filmagens de uma cena de amor falso para construir o tipo de relacionamento que
você e ele tem.
O olhar penetrante de Mike silenciosamente gritou: Pense sobre isso,
querida.
As filmagens interromperam por um intervalo de dez minutos. Ryan ainda
estava amarrando o cinto de seu robe quando correu para mim.
Palavras silenciosas passaram entre ele e Mike quando ele agarrou minha
mão e empurrou-me para longe. Encontramos um canto privado e Ryan
imediatamente me puxou para um abraço apertado.
Sua mão segurou minha cabeça contra seu peito e eu não podia deixar de
tremer. Ele beijou meu cabelo e minha testa uma e outra vez.
— Pelo menos você conseguiu manter suas roupas nesta cena. — Eu não
conseguia me conter. Eu estava tentando tão duro ser legal sobre as coisas,
indiferente e provocar brincalhona mesmo, mas o tom amargo que pensei que tinha
sob controle continuou rolando para fora com as minhas palavras.
Testemunhar uma Nicole quase completamente nua contorcendo-se, como
uma prostituta devassa, sob meu noivo muito nu, continuou a torcer pensamentos
venenosos em minha cabeça. Ryan não sabia disso, mas pelo às 03h00m, saí da nossa
cama para ter uma sessão de choro privado na cozinha do apartamento.
Uma dor agonizante da paranoia de Hollywood e da fama que nos separaria
um dia apertaram meu coração novamente. Além de John Travolta e Will Smith, eu
não conseguia pensar em quaisquer outros casais famosos que ficaram juntos por um
longo, longo tempo. Mesmo os melhores jogadores de pôquer não apostariam nessas
chances.
Ryan se inclinou e me deu um beijo rápido depois que saiu do guarda-roupa.
Ele passou o braço sobre meus ombros.
— Eu gosto deste lado ciumento seu. Faz-me sentir desejado.
Ele não tinha ideia de como eu estava perto do pânico.
— Você está se divertindo me torturando? Não me importa o que você diz.
Fingimento ou não, um beijo ainda é um beijo, especialmente aqueles designados para
vender a ilusão que tudo vale a pena.
Ryan franziu a testa para mim e tomou minha mão.
— Eu disse que ela tinha gosto horrível. Não havia absolutamente nada
sobre toda essa experiência que mesmo chegou perto de prazer.
Sim? E o que acontece quando o próximo não tiver um gosto tão ruim?
Vários membros da tripulação passaram por nós, então mantive minha voz
baixa.
— Bem graças a Deus por isso. — Ri do absurdo, tentando encobrir como
territorial eu estava me sentindo com humor.
Ele tomou um longo gole de sua garrafa de água, conforme caminhamos
para a grande tenda de provisões.
— Eu sei que a incomodou me ver fazendo esse tipo de coisa com outra
pessoa. Eu não sei mais o que dizer além de "eu sinto muito." Com o tempo, você vai
se acostumar com isso. Ou não.
Fechei meu capuz para bloquear o frio.
— “Esse tipo de coisa” significa moer a Nicole na cama como se estivesse
tentando transar com ela claramente até o outro lado do colchão “tipo de coisa”? Sim,
isso foi além de doloroso, falso ou não. — Uma lágrima frustrada se formou no canto
do meu olho e a afastei rapidamente, odiando que minha falta de controle emocional
voou para fora da minha boca.
Ryan parou abruptamente e falou com Mike:
— Você pode nos dar um minuto?
— Claro. — Mike cruzou os braços sobre o peito e se afastou para nos dar
privacidade.
Ryan me puxou para o lado por trás de alguns equipamentos.
— Querida, vamos lá. Sei que foi difícil para você assistir. Deus, eu nunca
faria nada intencional para feri-la assim. Eu gostaria que você percebesse que não há
absolutamente nenhuma razão para você se sentir triste ou ameaçada.
— Eu sei. Sinto muito, Ryan. Eu não quero ser.... estou tentando. Eu
realmente estou. — Eu não conseguia parar o fluxo de emoção uma vez que a droga
tinha sido violada. Eu sabia que estava sendo irracional, mas eu também estava
disposta a apostar que a maioria das mulheres gostaria de ficar um pouco louca
depois de ver seu amante fingir foder alguém por várias horas.
— Você não tem ideia do quão difícil foi para mim. Eu me pergunto como
você se sentiria se tivesse que me ver assim com outro homem. — Dei de ombros. —
Talvez você entendesse então.
O olhar que recebi foi mortal.
— Desde que você não é uma atriz, é melhor esse cenário nunca acontecer,
ou você e eu... teremos sérios problemas.
Eu sabia que estava potencialmente instigando uma discussão, mas eu não
me importei.
— Por quê? Será que o pensamento de me ver ser íntima com outra pessoa
te deixa com ciúmes?
As narinas de Ryan queimaram, um sinal claro de que ele estava ficando
chateado também.
— Eu estou tentando ser confiante e segura, Ryan, mas era uma experiência
nova e não posso evitar, mas me senti traída. Eu não estou habituada a ter de
partilhar meu noivo, falso ou não. Foi difícil e eu pensei... ah, esquece.
— Espere o que? Como diabos eu te traí?
Plantei o pé.
— Você fez a coisa da mão com ela — Rosnei.
— O que?
— Quando você estava... você entrelaçou seus dedos com os dela e fez a
coisa acima-da-cabeça. Eu pensei... eu sei que soa ridículo, mas eu pensei que era
meu. Nosso. Eu acho que estava errada.
— Do que você está falando?
— Com Nicole... você fez a coisa mão com ela. — Levantei o braço por cima
da minha cabeça rapidamente para demonstrar. — Pensei que era algo que você só
fazia comigo. Quando você faz amor comigo, você sempre amarra as minhas mãos
juntas. Pensei que era especial. Meu. Desculpe, mas dói descobrir que não era.
Ele olhou para mim como se eu tivesse perdido a cabeça. Talvez eu tivesse.
— Tá brincando né?
— Esqueça. Eu não espero que você entenda.
Ele gemeu. Eu sabia que estava frustrando-o, mas, sim, bem, muito ruim.
Eu tinha feridas antigas que deixaram cicatrizes profundas, também —me lembrando
de nunca ser tola com o meu coração novamente.
Ryan segurou meu braço quando eu tentei acenar fora os últimos cinco
minutos.
— Você está chateada por causa da maneira que segurei a mão dela?
Tentei dar de ombros.
— Tanto faz. Aparentemente, isso não significa nada para você, mas significa
muito para mim. É como se você fizesse um só de nós, quando fazemos sexo. Pensei
que era especial. — Cruzei uma pequena pedra com o pé. — Não é especial mais.
Ryan amaldiçoou baixo.
— Oh, querida. Eu sinto muito. Não tinha pensado nisso; não tinha
percebido.
— Bem, agora que você faz — murmurei.
Ele franziu a testa para mim.
— Tar, apesar do que você pensa, estava fisicamente e mentalmente
doloroso para mim fazer isso na sua frente.
Eu podia ouvir a sinceridade em sua voz. Eu sabia que ele realmente não
queria me machucar.
— Eu vi o olhar no seu rosto — ele continuou — e eu pensei comigo mesmo,
e se este é o momento que vai quebrá-la? E se esta é a coisa que fará com que ela
queira fugir? Eu sei que você continua pensando que vou cair no clichê de Hollywood.
Que beijar alguma porra de atriz vai ser a gota d'água que trará a casa abaixo. Mas
querida, você alguma vez considerou o que estou sentindo? Como porra paranoico eu
estou, pois, a única mulher que amei, vai correr gritando para as montanhas por
causa do que faço para viver?
Balancei minha cabeça.
— Nunca. Você não é o único que se comprometeu para sempre aqui, Ryan.
Eu vou continuar lutando por nós, não importa o quê.
Olhei-o nos olhos, sentindo-me como uma merda por não ver o seu lado.
— Vê-lo assim com outra pessoa me deixou um pouco louca. Eu acho que
posso lidar com o beijo. Sim, tenho certeza que posso, só por favor me dê uma chance
para me acostumar com isso e eu.... Não, tenho certeza que posso lidar com isso, mas
a nudez total, tocar nos peitos e sexo falso? Sinto muito, mas isso – isso foi demais
para mim.
— Odiei isso também. — Ele respirou fundo e depois balançou a cabeça,
parecendo fazer alguma decisão em silêncio. — É por isso que eu queria você lá, Taryn.
Você sabe que é falso porque você assistiu à configuração. — Ryan me puxou para o
seu peito e esfregou os lábios sobre o meu cabelo. — Uma coisa boa, no entanto, é
que eu sei que você está realmente aqui para mim. Apenas confirma o quão certo é
isso.
A ponta do seu nariz roçou o meu conforme sua mão enfiou no meu cabelo.
Ryan me beijou suavemente — apenas alguns toques leves, antes de cutucar meus
lábios com sua língua. Eu podia sentir tanto o nosso desespero como nosso desejo,
alimentado pela umidade de nossas bocas e a necessidade de transmitir mensagens
não ditas.
Ele mordeu meu lábio inferior gentilmente, obrigando-nos a parar, então
descansou a testa na minha, calculando sua próxima frase enquanto avaliava meus
olhos por uma reação.
— Lá, em frente às câmeras, isso não significa nada. Isto, nós, isso é o que
é real.
— Eu sei — sussurrei, derivando minha mão em seu ombro.
— Você se lembra quando te contei sobre a garota que eu costumava sair,
Brooke, aquela que foi ao Maine quando eu estava filmando o primeiro Seaside?
Lembrei-me. A menina que ele me contou que queria seu agente mais do
que o queria.
— Eu estava filmando uma cena onde tive que beijar Suzanne e em vez de
Brooke ficar com ciúmes ou louca, ela realmente criticou meu desempenho.
— E daí?
— E daí... estou embrulhado tão profundo em você que algo como segurar a
mão de Nicole te machucou. Eu nunca vou fazer isso de novo agora que sei. Mas eu
disse que estaria imaginando fazer amor com você para entrar no personagem.
Fechei os olhos e senti a suavidade de seu rosto no meu.
— Foi muito convincente.
Ele esfregou seu rosto no meu pescoço e eu podia sentir seu pesar. Era
quase tangível.
— Foi difícil. Ela realmente tinha um gosto horrível. Tipo, eu não sei. Foi
apenas ruim.
Notei sua hesitação, como se estivesse escondendo algo de mim.
— Ela tem sorte que não a matei como eu queria — eu disse. — Você
provavelmente vai ter sua cabeça fria agora.
Ryan revirou os olhos para mim, mas não ofereceu mais sobre o desgosto
que ela deixou para trás.
— Eu realmente gosto deste lado ciumento em você. Não tenho dúvidas de
que o seu amor por mim é real.
Agarrei o braço dele com mais força. Meu amor por ele era profundo até os
ossos.
***
Partida
— Eu devo ter sido bom hoje para voltar para casa para essa visão — Ryan
disse quando ele me encontrou lendo na nossa cama, o som de sua aprovação
ressonando em torno de seu sorriso lascivo. Ele estava parado na porta, braços
cruzados sobre o peito, sorrindo como o gato Cheshire.
Era tarde, quase dez horas da noite, e eu tinha antecipado ele estar exausto,
mas eu estava tão maldito aliviada ao ver o retorno do seu sorriso.
Acho que ele gostou mais da minha nova camisola de renda, cor creme e
com calcinha combinando. Isso foi o quão longe eu fui, ao me vestir depois do meu
banho e um exaustivo dia junto com Anna Garrett e seus cartões de crédito. Sorri
para ele, sentindo a emoção que ele sempre consegue incitar em mim com nada mais
do que um olhar.
Eu não tinha o visto desde que ele saiu com Mike naquela manhã e eu estava
contente de ver que ele estava com bastante bom humor, considerando o peso do seu
dia. Espero que seu bom humor permaneça, ajudando a amortecer a conversa que
ainda está por vir. Eu estava me sentindo doente sobre isso durante todo o dia, mas
depois do meu telefonema com Marie, eu não poderia aguentar por mais tempo.
Minha tristeza de saber que eu teria que ir para casa logo, tinha me prendo
à cama enquanto minha vertigem de não ver Ryan durante todo o dia me fazia desejar
saltar para cima e trava minhas pernas em torno de seus quadris.
Ryan veio devagar até mim; seu dedo traçou sobre as alcinhas finas da
minha camisola e desceram pelo vale da minha espinha, enviando tremores direto em
minha virilha. Um suave grunhido gutural saiu de sua garganta. Lambi a ponta do
seu dedo quando ele, sedutoramente, passou-o sobre o meu lábio.
— Acho que se vou gastar seu dinheiro, poderia muito bem comprar coisas
que você vai apreciar.
Ele deu seu sorriso de milhões de dólares, aquele que faz meus joelhos
fracos.
Porra, eu vou perder isso todos os dias.
Como um gato grande montando seu companheiro, ele se arrastou para a
cama, por cima de mim, amando meu ombro nu com a boca.
— Oh, eu apreciei. Muito. Muito. Muito.
Suas coxas cercaram as minhas, mergulhando seus quadris para provar a
sua apreciação, deixando-me sentir sua ereção vestida de jeans na fenda do meu
traseiro.
Torci debaixo dele, virando para as minhas costas. Sua língua rodou com a
minha, me lembrando o quanto eu senti a falta dele hoje.
— Você é tão linda, porra — ele respirou em meus lábios, baixando seu corpo
para descansar ao meu lado. — Senti sua falta hoje.
Sorri, emocionada ao saber que ele se sentia da mesma maneira. Afastei seu
cabelo de seus olhos quando ele descansou a cabeça no meu peito.
Faziam três dias desde o incidente da metanfetamina e o advogado de todo
mundo e os gerentes estavam na cidade para apertar mais e resolver a situação.
— Ouvi dizer que você fez um excelente trabalho nesta manhã. — Eu disse,
beijando sua testa. Ele suspirou.
— Você está proibida de sair por aí com a Anna.
Empurrei um pouco para trás para ver seu rosto.
— Por quê? Ela foi a única que me deu o aval de aprovação sobre essa roupa.
Ryan levantou um dedo.
— Retiro a proibição. — Ele me deu um sorriso tranquilizador. — Imaginei
que ela te contaria.
Ele murmurou algo sobre galinhas e fofocas. Se ele soubesse a metade disso.
Depois de passar tanto tempo com ela, eu tinha sujeira sobre metade de Hollywood.
— Anna estava muito impressionada com a forma como se controlou. Você
ainda está bem com a decisão?
Seu ombro subiu e desceu.
— Não tive muita escolha, não é? Ela chorou novamente quando eu disse
que ela tem sorte de não ser demitida hoje. É melhor Nicole manter seu nariz limpo
neste momento. Ela é pega usando de novo e é isso. — Seus olhos prenderam nos
meus. — Eu estou quase esperando que ela estrague tudo. Eu disse a Jonathan que
você seria uma boa substituta.
Surpresa e algum incômodo sacudiram no meu peito.
— Eu não sou atriz, Ryan. Você não deveria ter feito isso.
Ele apoiou a cabeça.
— Por quê? Do que você tem medo?
Oh, não muito. A mídia fazendo uma enorme produção por causa da minha
transição? Falsas acusações de mim o usando para chegar à frente? Teorias erradas
que isto é uma espécie de golpe de publicidade? Tendo sua carreira negativamente
impactada por causa disso?
— É uma má ideia.
Ele franziu a testa para mim.
— Você é natural, você sabe.
O pensamento me fez tremer, sabendo que seu ponto de vista era
tendencioso.
— Se, alguma vez, eu for por esse caminho quero ganhar, não o ter entregue
a mim.
Os lábios de Ryan torceram.
— Você é a única pessoa que iria vê-lo dessa forma.
De alguma forma, eu duvido disso.
— As revistas de fofocas teriam um dia de campo, Ryan. Você sabe tão bem
quanto eu. Você não precisa disso pairando em torno de sua persona pública. Vai ser
ruim o suficiente quando as coisas forem ditas sobre a minha pequena participação.
— Poderia ser a sua estreia.
Revirei os olhos.
— O quê? — Ele riu, soltando o braço na minha pilha de papel. Ele pegou
algumas das páginas que eu estava lendo e olhou para elas. Eu vi seus olhos se voltam
com ceticismo zombeteiro. — O que é tudo isso? — Ele examinou os papéis.
— Anna me deu alguns documentos para olhar; finanças e outras coisas.
Ele folheou algumas das folhas, tornando-se mais e mais intrigado conforme
garimpou completamente.
— Isto é para Slipknot. Por que diabos você tem...? Você... você deveria ter
isso? Este é o acordo com a sua empresa de produção, Light Reel Pictures.
Ele alternou de boca aberta para as páginas na mão, de boca aberta para
mim, como se eu tivesse cometido um crime horrendo.
— Acordos de produção, os contratos da Light Reel’s.... Puta merda, Taryn.
Tomei algumas das páginas de sua mão, tentando diminuir a brecha,
sabendo que mesmo ele não estava a par de alguns dos acordos feitos para Slipknot
ser filmado.
— Ela me deu na confiança. Nós temos falado muito e eu tinha perguntas.
Eu acho que ela fez de mim um projeto estimação.
— Não deixe que ninguém saiba que você tem isto — ele aconselhou,
admoestando meu comportamento arriscado.
Peguei as últimas páginas de sua mão, indignada que ele pensaria que sou
tão descuidada. Fiz uma boa e arrumada pilha, deixando a última página que estudei
para a melhor recuperação das provas.
— Eu sei. Não diga a ninguém que eu as tenho, também.
Sua cabeça inclinou.
— Por que você tem tudo isso?
Olhei para ele.
— Alguém tem que executar nossa empresa de produção.
Na esperança de desviar sua reprovação, puxei a partir do fundo da minha
pilha revista de design arquitetônico que ele me pediu para pegar.
— Aqui. Eu tenho isso para você. Construa-me uma casa, oh capitão, meu
capitão.
O desvio do objeto brilhante12.
— Oh legal. — Ele tombou sobre seu ventre, folheando-a. — Você viu algum
projeto que gostou?
Balancei minha cabeça.
— Gostei de todos.
Um ruído fraco me chamou a atenção.
12 É uma gíria, como se dissesse: Sacudi uma coisa brilhante na sua frente e você se
distraiu da conversa importante.
— Mike está lá embaixo?
— Não.
Sua voz foi tingida com uma pitada de tristeza, como se ele tivesse perdido
seu amigo.
— Ryan, eu realmente não me importo se ele fica aqui conosco. Ele não é
mais apenas o seu chefe de segurança. Por que não o chama e diga-lhe para vir. Vou
fazer algumas dessas quesadillas que vocês tanto amam.
Ryan parou, parecendo apreensivo.
— Ele está, ah... tem outros planos para esta noite.
— O que ele está fazendo?
Ryan ignorou-me para ir tomar um banho. Eu tinha quase adormecido
quando senti Ryan se mover na cama e, em seguida, algo pontudo fazer cócegas na
minha nádega.
— O que você está fazendo?
— Não importa — ele instruiu, espalmando minha coxa em sua mão. —
Basta voltar a fazer o que estava fazendo e não se preocupar com isso.
Olhei por cima do meu ombro.
— Isso é um maldito marcador permanente, Ryan!
— Isso vai sair... eventualmente. Segure firme.
— Querido, por favor, não desenhe na minha bunda.
— Shiu — Ele empurrou a borda da minha calcinha fora do caminho. —
Esta é a minha bunda. Minha. Propriedade — disse o assunto com naturalidade.
Gemi quando ele espalmou minha traseira, o dedo trapaceiro escovando
habilmente entre a junção das minhas coxas, contraindo-se, fazendo cócegas. Ele
sabia exatamente o que estava fazendo para mim.
— Então — tomei fôlego, muito consciente da minha parte inferior — isso
significa que eu possuo sua bunda, também?
— Pode estar certa — ele murmurou. — Minha. Regra. Meu corpo é seu.
Sentindo-se no clima para brincar com ele? Eu vou deixar.
Senti a emoção que as suas palavras agitaram em mim.
— Deixar? Eu não sabia que precisava de permissão para brincar com meus
brinquedos. Pensei que esta era a vantagem de ser filha única. Nunca ter que
compartilhar.
Ryan franziu a testa, retornando ao seu desenho.
— Nick gostava de quebrar meus brinquedos. Sempre que ele estava
chateado comigo ele quebrava minhas coisas em pedaços.
O pensamento de Nick ser desagradável para Ryan me entristeceu. Eu fiz
uma careta, desejando que eu pudesse tirar essas lembranças ruins.
Ele estava tão absorto, eu olhava por cima do meu ombro.
— Você está se divertindo? Consegui um autógrafo oficial de Ryan
Christensen?
Ryan riu.
— Quais são os seus sentimentos sobre fazer tatuagens combinando?
Vários pensamentos passaram de uma vez, começando com "dor" e
"agulhas" e, em seguida, rapidamente seguidos pela questão de saber se ele estava
seriamente considerando cobrir a bochecha direita da minha bunda com uma
tatuagem com o seu nome.
Os próximos pensamentos inundaram-me como um filme em velocidade
rápida — tudo rodando em torno das várias tatuagens que adornavam o delicioso
corpo de Thomas; a arte tribal em volta do quadril esquerdo cinzelado de Thomas
como um farol no país das maravilhas.
Tive que limpar minha garganta:
— Considerei fazer uma tatuagem uma vez. Nunca fui através disso, apesar
de tudo. Por quê? Você está pensando em outras formas de marcar a sua propriedade?
Ele deu de ombros, não dando importância ao assunto, mas eu poderia dizer
que ele estava considerando seriamente.
— Só pensei que poderia ser legal. Eu estive pensando sobre fazer uma por
um longo tempo. Pensei que talvez nós faríamos o mesmo símbolo ou algo assim.
Tentei ver o que ele estava desenhando, mas só parecia ser uma caixa com
rabiscos ao lado.
— O que é isso?
— Estou fazendo um aeroporto. Este é o terminal e isso aqui é a pista de
pouso. Pare de se mexer! Meu jumbo precisa pousar.
Eu rapidamente rolei para o meu lado.
— Ei! Oh, que... você não se importa se centenas de passageiros
despencarem para a morte no oceano? Você é tão mau. — O rosto, uma vez
determinado, agora parecia completamente desanimado. Ele era tal bom ator.
Sorri para ele, peguei o marcador preto de sua mão e subi em cima dele.
— Por quê? O seu jato está embalado com os marinheiros? Deixe-me
desenhar em sua bunda. Quero esculpir minhas iniciais na minha propriedade.
Mesmo que ele tenha estado acordado desde cinco e meia desta manhã, ele
se moveu com a velocidade de um raio, rapidamente tirou sua toalha e rolou em sua
barriga, muito disposto a me deixar desenhar em seu corpo.
— Propriedade... de... Taryn... Mitchell. — Escrevi com letra manuscrita em
sua bunda apertada e nua. Desenhei um pequeno coração no final para finalizar.
Ryan olhou por cima do ombro.
— Terminou?
— Sim.
Ele agarrou o marcador da minha mão e jogou-a na direção da mesa de
cabeceira.
— Venha aqui — disse ele, deslizando uma mão atrás da minha cabeça para
me puxar para baixo em sua boca. Ele tinha um gosto mentolado delicioso. As
fragrâncias de seu banho e xampu teceram-me em um casulo familiar de perfumes
favoritos. Gentilmente, ele me rolou de costas. Seus dedos entrelaçaram e
tencionaram no meu cabelo, segurando minha cabeça em sua mão, silenciosamente,
me dizendo que ele nunca me deixaria ir.
Para mim, beijar Ryan Christensen era como beber paixão instantânea.
Excitação rasgou através do meu corpo, despertando a fome por seu toque, que
sempre fica logo abaixo da minha superfície.
Ele beijou minha bochecha, aquele ponto sensível sob a minha mandíbula
e desceu até minha nuca. Sua mão deslizou por cima do meu estômago, escovando
as pontas dos dedos sobre minhas costelas, arrastando minha camisola mais para
cima para expor minha pele.
Seus lábios patinaram sobre a renda, encontrando meu mamilo ereto com
uma mordida suave de seus dentes.
Meu top foi jogado, sem cerimônias, no chão. Enrosquei meus dedos em seu
cabelo úmido enquanto ele lambia e chupava meu peito. Sua mão deslizou sob minha
calcinha; ele gemeu uma vez, quando percebeu que eu tinha me depilado e, em
seguida, uma segunda vez, mais alto, quando sentiu quão lisa eu estava para ele.
— Porra, baby — ele suspirou suavemente, com reverência, deslizando sua
língua de volta em minha boca.
Lentamente, ele subiu em cima de mim, usando os joelhos para cutucar
minhas coxas mais abertas. Ajoelhando-se, pegou minha calcinha, levando-as para
baixo dolorosamente lento, como se estivesse saboreando a vista.
Levantei minhas pernas, sentindo a seda passar pelos meus tornozelos.
Ryan pegou minha panturrilha na mão, colocando minha perna de volta onde
descansava, no outro lado de sua perna.
— Deixe-me ver. — Ele sussurrou seu pedido e eu separei minhas pernas
para ele. Ele chupou uma afiada respiração. Eu podia ver o calor subindo em seu
rosto, tingindo-o com um glorioso rubor.
Seus dedos flutuaram sobre a minha pele nua.
— Deus, você é linda — ele respirou. Senti minha própria respiração
engatando quando ele olhou para mim com tal adoração crua e sem restrições.
Passei a mão no seu peito musculoso, sobre as ondulações de seus
abdomens definidos, hipnotizada por seu corpo incrível conforme ele adorava o meu.
— Eu te amo — eu disse, segurando seu olhar. Sua cabeça balançou e ele
abaixou-se sobre os antebraços para me beijar.
— Eu te amo mais — ele prometeu em minha boca.
Ryan beijou seu caminho pelo meu corpo, lambendo a pele lisa do meu
estômago, logo abaixo do meu umbigo, pressionando minhas coxas abertas. Olhei
para os seus olhos azuis, tão ansiosos para ver minha reação. Vi seus olhos se
fecharem quando ele flutuou ardentemente para me dar prazer. Sua mão livre
pressionou ao longo de minhas costelas, então beliscou e puxou meu mamilo.
— Oh, oh Deus... — Acho que acabei de dizer isso em voz alta. Não demorou
muito para me mandar voando sobre a borda.
Ele limpou o queixo largo na parte de trás da sua mão e arrastou-se como
um animal faminto até a cama.
Antes que eu soubesse, eu estava em cima dele, sentindo meu corpo se
ajustando em torno de cada polegada gloriosa conforme escorreguei para levá-lo
totalmente para dentro.
— Oh, Tar — ele gemeu, me puxando apertado contra o peito, seu antebraço
e sua mão segurando meu corpo ao seu, enquanto a outra mão guiou minha traseira.
Nossos beijos transformaram-se em abrir a boca desordenadamente, nariz escovando
nariz, lábios descansando sobre os lábios para alavancagem. Seus dedos longos
enfiaram no meu cabelo. — Você é tão gostosa — ele respirou, olhando diretamente
nos meus olhos, antes de bloquear sua boca de volta na minha.
O braço de Ryan embrulhou debaixo da minha coxa direita, espalhando-me
mais ampla sobre o seu corpo. Seus quadris empurraram para mim tão rápido que
me tirou o fôlego. Minha umidade estimulou-o ainda mais.
— Ah sim, é isso. Mmm — ele ronronou, e me balançou mais duro. Suas
mãos fortes em concha em torno da minha bunda e ele começou a empurrar com vigor
renovado. Eu estava começando a ver estrelas e não apenas do tipo das celebridades.
Rolando rapidamente, ele me pousou nas minhas costas, se esgueirando
pelo meu corpo assim sua língua poderia escorregar fervorosamente para frente e para
trás mais uma vez. Delicadamente, mas com um esforço deliberado, ele mordeu minha
carne, uma pequena mordidela aqui, uma pequena mordidela ali, até o interior da
minha coxa, acrescentando dor que só aumentou o meu prazer. Seus dedos
enroscaram-se dentro de mim, me sobrecarregando com sensações poderosas
enquanto ele me lambia com sua língua perversa.
Engoli em seco quando ele entrou em mim novamente. Ele teceu sua mão
esquerda na minha, parando para beijar meus dedos.
— Apenas seu — ele pronunciou em meus lábios, em seguida, levantou meu
braço acima da minha cabeça, afundando-se mais profundo com cada torção. Senti a
incrível felicidade por seu gesto terno encher meu coração e me rendi completamente
a sua vontade.
Ele me rolou na cama como um crocodilo faminto desgastando sua presa,
me virando e me dando prazer de forma que deveria ser ilegal.
Podia sentir vindo, aquela pressa morna de felicidade orgástica. Ele estava
tão profundo; os dedos dedilhando minha carne perfeitamente. Eu não conseguia
segurar por mais tempo; meu corpo dói por liberação. Parei várias vezes para respirar,
amassando meus olhos com as sensações correndo através de mim. Bati meu rosto
nos lençóis e deixei o orgasmo consumidor chegar.
Depois que nos limpamos, nos aninhamos juntos de volta na cama. O peito
de Ryan pressionado nas minhas costas, seu forte e caloroso abraço me segurando.
Corri meus dedos ao longo dos tendões da sua mão, o cabelo fino em seu antebraço,
temendo o momento em que eu seria forçada a dormir sem ele. Beijei seu braço,
apreciando este momento, grata que temos essa união, aqui, agora. Senti a firmeza
de seu hálito quente no meu ombro, enquanto eu estava lá, ouvindo os sons dele
adormecendo.
Discutindo quando eu voltar para casa teria que esperar mais um dia.
Era bom dormir desde que o dia de Ryan não começaria até quase às dez
horas. Enquanto nós apreciamos uma manhã preguiçosa, arrumei minhas cópias dos
acordos de produção e horários de gravação em minha bolsa carteiro recém-adquirida.
Todas as minhas necessidades para me manter muito ocupada foram cuidadosamente
arrumadas.
A assistente de set de Ryan, Paula, estava cheia de energia e muito ansiosa
para agradar quando chegamos, buscando café para nós dois. Aparentemente, Mike
tinha um tratamento especial; ela tinha um éclair13 coberto com chocolate escondido
apenas para ele. Mesmo Ryan não ganhou um éclair.
Revi o cronograma de filmagens, anotando as vezes de Ryan e as cenas
previstas para o dia, então decidi ouvir as mensagens na linha do pub.
Ouvir Thomas dizer meu nome, duas vezes, era irritante, como se alguma
piada cruel estivesse sendo jogado em minha memória, torcendo meu ódio em
saudade. Ambas as vezes ele pediu que eu ligasse de volta, não querendo me dizer a
verdadeira razão de seus apelos, dizendo apenas que era urgente. A segunda
mensagem tinha mais informações.
***
***
Levou exatamente uma semana para a primeira indiscrição bater a capa das
revistas de fofocas. Dizer que Marie estava lívida era o mínimo. Sua reação inicial de
"Que porra é essa?", perto da caixa registradora no nosso mercado local, Whole Foods,
fez algumas cabeças girar. Quando ela continuou com "filho de uma..." e uma série
de outros palavrões sussurrados, amarrados juntos em uma longa e criativa forma,
as pessoas começaram a ficar de boca aberta.
Marie olhou para mim.
— Você sabe sobre isso?
Porra.
Ela bateu o papel para baixo sobre a correia transportadora de borracha.
— Tar?
Dei-lhe o meu olhar mais inocente, compassivo, sabendo que eu tinha
quebrado o código de melhor amiga.
— Você quer explicar isso para mim? Por que eu estou olhando para isso?
Não, não realmente. Continuei a esvaziar o carrinho, parando para uma
resposta.
— Eu não sei. Tudo o que sei é que eles saíram para comer juntos depois
Ryan terminou o dia.
Ela me encarou, incrédula.
— E você não achou que era importante me dizer?
Eu sabia que ela estava com raiva de mim ou, no mínimo, desapontada.
Inferno, se a situação fosse inversa, eu ficaria com raiva, também. E magoada.
— E dizer o que, querida? Que ele tinha ido jantar com outra pessoa?
Ela olhou para a capa. Letras grandes e em negritos anunciavam que o
recém-encontro de Ryan foi roubado de debaixo dele por ninguém menos que seu
guarda-costas. Supostamente é por isso que eu deixei Vancouver.
— Eu não posso acreditar que eu me apaixonei por isso. Mais uma vez!
Inacreditável. Filho de uma.... Quem é ela?
"Assistente conjunto de Ryan."
"Prostituta."
Estremeci com sua raiva, odiando que eu sabia que ele estava saindo com
outra pessoa. Mas odiei que menti para ela ainda mais.
— Foi um jantar. Um grupo de pessoas saíram. — Ácido queimou meu
estômago. Todo esse tempo eu confiava em Mike. Confiava nele para ser um dos
mocinhos. Eu não poderia quebrar seu coração tudo de novo, dizendo-lhe a verdade.
Eu queria dar um soco na capa e rasgá-la em pedaços. — Aparentemente Ryan traiu,
também. — Entreguei a revista de volta para ela.
Marie amassou a revista de volta na prateleira, para grande desagrado óbvio
da caixa.
— Falei com ele ontem à noite — disse ela com tristeza.
— E?
Ela encolheu os ombros.
— Ele não mencionou que era um canalha mentiroso que está namorando
a assistente de Ryan. — Marie abriu sua bolsa. — Eu não posso acreditar que me
apaixonei por sua besteira doce. Deus, eu sou tão ingênua.
Coloquei os sacos de maçãs e uvas na esteira seguinte.
— Para quem você está ligando?
— Para o traidor e bastardo guarda-costas. Vai dizer a ele que ele pode ir se
foder.
Peguei o telefone dela direto da sua mão.
— Você não quer fazer isso.
— Por quê? Dá-me isso de volta.
— Não. Foi um jantar. Mike está com Ryan todas as noites desde então. Eles
estão ligados no quadril. E você só arquivou um divórcio há uma hora, então você não
está em um bom lugar agora mesmo para fazer esse telefonema.
Marie pegou outra revista.
— Veja isso. De acordo com esta aqui, você está bombeando Ryan
completamente nas drogas.
— O quê? — Arranquei de sua mão, sentindo o sangue correr da minha
cabeça ao ver outra manchete estranha.
Outra tragédia de celebridade em construção? De Seaside, Ryan
Christensen, luta contra a dependência de drogas prescritas.
Parece que Ryan Christensen está pronto para seguir os passos de inúmeras
celebridades que foram vítimas de medicamentos prescritos. A CV tem conhecimento
de que Ryan tem tomado vários medicamentos diferentes para combater a depressão.
“A pressão está ficando com ele” — diz uma fonte. Fontes também dizem,
que a nova noiva de Ryan, bartender, Taryn Mitchell, não está ajudando. "Ela
abertamente o permite, muitas vezes, encorajando-o à droga antes de aparições
públicas. Todos podem vê-lo. Se ele não conseguir ajuda em breve, isso poderia se
transformar trágico”.
— Que diabos? — Senti a fúria rolando como um tsunami.
Marie pegou as páginas, lendo o pequeno artigo.
Peguei meu celular e comecei um texto para Ryan:
— Meu Deus. Isto é mau. Mau, Mau, Mau. — "Chame-me o mais cedo
possível".
Meu celular soou. Abri o texto de Ryan:
“Trabalhando o que foi”?
Mandei uma mensagem de volta:
" A revista CV diz que eu estou empurrando drogas em você e Marie não está
feliz com capa da Starr"
"drogas? Capa? Que porra"?
"Mike e Paula"
"me ligue agora"
Esta não era uma conversa para ter ao pagar os mantimentos.
"2 minutos?"
"OK, eu te amo"
"Amo você mais"
Enfiei meu celular de volta no bolso.
— Ryan fodido Christensen — Marie gemeu. — Ele é um mega star. Você
acha que ele teria amigos melhores.
O fato de que ela estava se lamentando sobre Mike e não sobre um divórcio
com Gary era, pensei, uma coisa boa.
— Tudo o que sei é que eles foram jantar. Eu vou falar com ele antes de você
se inclinar ainda mais fora de controle. Você, de todas as pessoas, deve saber que
essas revistas não são nada além de veneno.
Ela pegou a revista de novo e abriu-a até as imagens no interior.
— Sua mão está nas costas dela, Tar. Ele me disse que estava entediado.
Aquele mentiroso saco de merda. Tudo o mesmo; cada um deles. Traidores,
mentirosos, idiotas do caralho.
Quando chegamos ao carro, Marie largou seu pequeno corpo no banco do
passageiro.
— Você não vai me dar o meu telefone de volta?
Coloquei meu cinto de segurança.
— Você vai abster-se de tirar conclusões precipitadas e fazer uma chamada,
que possa se arrepender?
Ela estendeu a mão.
— Eu prometo que não vou chamá-lo.
Tirei seu telefone da minha bolsa, assim quando Ryan chamou no meu.
— O que é esta mensagem sobre as drogas? — Eu poderia dizer que ele
estava mantendo o seu tom baixo.
— A revista CV tem uma matéria que você está tomando antidepressivos,
querido. Como eles poderiam descobrir isso?
"Tanto faz. Apenas sobre cada pessoa que eu conheço leva-los. "
— Não, não tanto faz. Eles dizem que uma fonte disse a eles que o forço à
droga antes de aparições públicas. Que diabo, Ryan?
— Eles imprimiram isso?
— Sim. Há apenas um seleto grupo que sabe que você toma remédio para a
ansiedade. Nem seus pais sabem. Isso não é do conhecimento público. — Olhei para
Marie, sabendo que ela sabia sobre a condição médica de Ryan.
Ryan amaldiçoou, alto e claro:
— Eu não posso lidar com isso agora. Chame Trish. Coloque-a nisso.
— Vou ligar. Eu te ligo mais tarde.
Marie me deu um olhar estranho quando virei à esquerda em vez da direita.
— Onde estamos indo?
— Preciso cuidar dessa coisa no banco enquanto nós estamos aqui. Recebi
outra chamada sobre as taxas atrasadas para cofre do meu pai.
Vinte minutos mais tarde, paguei as taxas para uma caixa que eu não tinha
uma chave.
— Cento e oitenta dólares para perfurar uma fechadura? Pete faria isso de
graça — disse Marie enquanto caminhamos para fora do banco.
Abri as portas do carro.
— Acho que sei o que estarei fazendo hoje.
Coloquei minha bolsa e a cópia da conta bancária sobre a mesa da cozinha
quando voltamos para o apartamento.
— A mulher no banco nem sequer disse que tipo de chave procurar — Marie
disse, passando pela gaveta de bagunça na cozinha.
Coloquei o resto de nossas compras no balcão.
— Não seria aí dentro.
Retirei a gaveta de cima da escrivaninha no terceiro quarto.
— Aqui, passe por todos esses arquivos e eu vou olhar através destes. Os
envelopes abertos, tudo.
Ela começou a folhear as pilhas de documentos do meu pai que prendemos
com elástico.
— Tar, estes são contas de gás e contas e energia elétrica velhas, de seis
anos atrás. Tenho certeza de que você não precisa mantê-las.
Fiz uma varredura rápida e, em seguida, coloquei a lata de lixo entre nós.
— Atire tudo o que não for financeiro. Não preciso manter contas antigas. O
que são essas novas caixas ali? São suas coisas?
Marie bateu na caixa de baixo com o pé.
— Não. Isso é tudo cartas de fãs de Ryan Christensen.
— Você está falando sério? — A pilha era tão alta quanto eu e pegou toda a
parede. Abri a caixa superior, encontrando cartas e pacotes endereçados para nós
dois em Mitchell’s Pub. — Oh inferno santo.
— Sim. Eu não sabia mais onde colocá-las. Ei, aqui está uma chave. Parece
que pertence a um velho Chevy.
— Faça uma pilha. — Agarrei a primeira carta em cima, abrindo-a com o
meu dedo. Fiz a varredura através da bajulação comum das fãs: como ele é tão
magnifico, sexy, maravilhoso. Joguei-a no saco de lixo.
Notei uma outra carta aos meus cuidados, endereçada ao Mitchell’s Pub. O
endereço foi escrito à mão em um rabisco covarde. Cheguei até "você não o merece,
puta", quando a joguei no lixo. Minha mão tremia um pouco.
— Você se lembra da noite de estreia de Reparação, como Ryan estava em
uma espécie de surto? — Eu me virei para olhar para ela sentada no chão.
— Uh huh.
— Ele estava preocupado que alguém na multidão poderia tentar nos ferir,
atirar em nós, espetá-lo com uma agulha, enquanto ele estava dando autógrafos.
Marie ficou boquiaberta para mim.
— Sério?
Acenei.
Abri um envelope bolha pardo que tinha o que parecia ser uma calcinha.
— Eeeeccccaaaaaaaa.
Apenas olhando para isso me fez querer desinfetar minha casa.
O rosto de Marie amassou.
— Meu Deus. Isso é as roupas íntimas de uma garota?
Senti vontade de vomitar. Isto era como oito caixas de Angélica, a psico-
perseguidora mais uma vez.
— As pessoas neste planeta estão seriamente loucas.
Joguei o envelope com a calcinha da fã direto no saco de lixo. A calcinha de
vadia da fã, estaria agora poluindo um aterro em algum lugar.
— Você sabe o que é ainda mais assustador? — Chutei a pilha de caixas
recheadas com cartas de fãs. — Quando você começa a realmente juntá-los.
Vasculhei a pilha, agarrando algumas que foram dirigidas a mim. A primeira
carta era uma mistura estranha de parabéns e advertências para não estragar tudo.
Inacreditável. A próxima não era tão benigna.
Minhas mãos começaram a tremer. De novo não. De novo não, porra.
Marie me notou cambaleando de encontro às caixas.
— O que foi?
Era difícil falar.
— Hum, aqui diz que alguém vai me matar se eu não terminar com Ryan.
— Deixe-me ver isso. — Ela agarrou-o da minha mão. — Onde está o maldito
envelope?
Entreguei.
— Nenhum endereço de retorno, mas ele tem um carimbo de Ohio. Você
precisa dizer a Ryan sobre isso. Essa merda não é engraçada. Eu sei que você não
quer outro incidente “Kyle”, mas as garotas lá fora são loucas.
Ela estava certa.
Não havia nada que impedisse uma outra pessoa como Angélica de vir atrás
de mim; e se as pilhas de cartas atrás de mim fossem parecidas com a carta que eu
segurava nas mãos, haviam um monte de psicopatas lá fora que desejavam o meu
falecimento.
CAPÍTULO 12
Esqueletos
— Taryn, aquele cara sentado no bar lá diz que ele é de... Oh Jesus Cristo...
Imediatamente olhei para Marie, que estava mortalmente olhando para a
porta da frente do pub. Pela sua reação, eu, totalmente, esperava ver Gary entrando.
Eu não poderia estar mais errada.
Um aperto instantâneo agarrou meu peito e minha garganta, fazendo com
que o meu coração batesse e enviasse uma resposta de luta ou fuga natural em alta
velocidade. Eu não podia formar um pensamento racional, enquanto a adrenalina
estava correndo no meu sangue. Por que no inferno ele iria pensar em aparecer aqui?
Eu me senti um pouco tonta e com vertigem conforme o assisti aproximar-
se do bar, a cabeça mergulhada baixa, com hesitação, humilhado. Encontrar um ex é
uma das coisas mais difíceis na vida de suportar, mas este encontro não foi acidental.
Infelizmente, às vezes, os restos do esqueleto de um relacionamento passado
não ficam enterrados para sempre.
Às vezes, os mortos inexplicavelmente se levantam e conseguem arrastar
suas bundas sarnentas para fora do buraco escuro que você os colocou. Eu me senti
mal do estômago, vendo que meu passado tinha voltado para me assombrar. Eu
pensei que tinha enterrado Thomas mais profundo do que isso.
Parte de mim queria gritar para ele parar e dar o fora do meu bar, mas
quando notei sua aparência geral e seu olhar extremamente desesperado, um
momento de compaixão segurou minhas palavras de volta.
— Como se não tivéssemos porcaria suficiente para lidar por aqui — Marie
disse em voz alta. Tinha sido uma semana desde que ela parou de aceitar as chamadas
de Mike e ela estava uma cadela. — Ou você diga-lhe para sair ou eu vou.
Eu rapidamente percebi que Thomas estava vestindo a camisa de botão
preta, que eu havia lhe dado no Natal, há vários anos, debaixo de sua jaqueta de
motoqueiro bem-ajustada, e casualmente fora dos seus jeans azuis. Será que ele a
usou de propósito?
Meus dedos tinham aberto esses botões antes. As minhas mãos haviam
procurado o peito duro abaixo dela.
Maldito seja ele.
Como se eu precisasse ser torturada mais um pouco, meus olhos
rapidamente roçaram sobre a protuberância perto de seu zíper.
Como, uma vez, eu costumava desejar isso... ele, vorazmente. Como ele
chamuscou seu lugar em minha alma, assegurando que qualquer homem que eu
saísse seria comparado com ele.
Notei também que os cordões de suas botas de trabalho estavam
desamarrados e expostos; quão tola eu costumava acha-las tão malditamente
atraentes, todos esses anos que eu me consumia por ele. Odiei que algo tão simples
quanto sua aparência ainda era capaz de puxar uma emoção involuntária de mim.
O cabelo loiro desgrenhado de Thomas estava naquela desordem casual,
dando-lhe aquele delicioso "Eu só me arrastei para fora da cama, onde eu estava nu
e pecando" olhar. Mas em vez de parecer arrogante e pronto para a minha saudação
gelada, seus olhos estavam tristes, vermelho. Com dor?
Ele deixou cair as chaves, seu velho capacete preto com o adesivo "Anarquia"
preso na parte de trás do mesmo e um maço de Marlboro Lites no bar.
— Você não pode fumar aqui então você pode querer tentar outro bar —
resmunguei para ele quando ele subiu no assento a minha frente.
Sua língua estava ocupada cutucando seus molares posteriores enquanto
ele sondou minha reação.
— É bom ver você também, Taryn — Thomas disse em uma voz baixa e
rouca, enfiando a mão no bolso. Ele estava quase apologético e definitivamente não
no clima para uma luta. Seus olhos rapidamente alternaram entre mim e Marie: —
Posso ter uma cerveja ou devo esperar ser lançado na calçada?
Os círculos vermelhos, baixos em seus olhos verdes estavam definitivamente
fora de lugar em seu rosto. Ao longo dos anos, eu tinha visto Thomas no seu melhor
e no seu pior, e ele estava definitivamente em um novo estado de baixa.
Algo sério deve ter acontecido para ele reunir a coragem de entrar no meu
bar.
— Achei que você havia parado de fumar.
Thomas apoiou os cotovelos no bar e usou seu dedo indicador para apontar
para o primeiro conjunto de torneiras de cerveja.
— Sim, eu sei — eu disse. — Você quer uma Sam Adams. — Apontei para a
placa atrás de mim que descaradamente especificava: “A gestão reserva-se o direito
de recusar o serviço”.
— E eu que pensava que vir aqui poderia realmente me fazer sentir melhor.
Tanto para essa ideia — ele murmurou.
Se ele estava procurando alguma simpatia, veio no lugar errado. Cruzei os
braços sobre o peito, desafiadora.
— Uau. Você é capaz de identificar seus sentimentos agora? Isso é novo.
Meu retorno o fez estremecer. Eu definitivamente tinha atingido um nervo.
Ele passou a mão sobre seu cavanhaque loiro sujo, o mesmo que eu costumava
morder de leve.
— Bem jogado. Acho que eu merecia isso. — Ele assentiu.
Eu odiava ser uma cadela endurecida com ele. Isso guerreou contra todos
os outros sentimentos do primeiro amor que ainda permaneciam. Olhei para Marie,
imaginando se ela interviria e deixaria que ele tivesse também. Estranhamente ela
manteve a distância, mas eu ainda a ouvi rir fracamente depois da minha última frase
para ele.
Eu tentei diminuir minha severidade:
— Thomas, por que está aqui?
Notei que sua mão direita, aquela ainda usando o anel de prata estúpido
com o design tribal no dedo mindinho, tremeu quando ele penteou o cabelo para trás.
A memória do anel me fez lembrar de um momento íntimo quando pensei que todos
os meus sonhos finalmente se tornariam realidade. Thomas tinha acabado de fazer
amor comigo. Estávamos em seu primeiro apartamento de merda, que estava acima
de uma loja de souvenir perto do calçadão; seu companheiro de quarto estava fora em
algum clube, então tivemos o apartamento só para nós. Ele estava me segurando em
seus braços quando ele deslizou o anel de prata de sua mão e o colocou no meu dedo.
Um "símbolo", ele tinha dito.
Aqueles assombrosos olhos verdes, que costumavam me obrigar a fazer
coisas estúpidas apenas para levá-los a olhar em minha direção, olhou para mim.
— Então isso é um sim ou um não à cerveja?
Eu, rapidamente, me recompus:
— Você acha que isso é uma jogada inteligente, beber enquanto dirige? Eu
pensei que você havia se livrado da Harley.
Thomas balançou a cabeça. Aqueles lábios de bad-boy curvaram-se um
pouco, mas não muito.
— Por que não me dá uma dose grátis de Jack? Talvez eu lhe faça um favor
e me embrulhe em torno de uma árvore quando eu sair.
— Promete?
Como se estivesse à procura de backup para lutar contra a minha
insensibilidade, ele olhou ao redor do pub, só encontrando rostos desconhecidos em
torno dele. Ele soltou um huff.
— Eu vejo que o seu ódio por mim ainda é profundo. Chega de atirar facas,
porque estou apenas sangrando sobre tudo hoje, querida.
O que diabos ele esperava? Ele foi meu primeiro amor e o homem que,
sozinho, quebrou meu coração em um trilhão de pedaços. As cicatrizes que ele deixou,
irão ficar comigo até o dia que eu morrer. Eu tentei ser fria, indiferente.
— Você não pode mais me chamar de querida. O que você quer?
Thomas pareceu pronto para dizer alguma coisa, mas renunciou sob algum
peso invisível que pesava sobre aqueles ombros.
— Desde que a compaixão parece estar fora do menu... uma cerveja. Por
favor.
Algo estava terrivelmente errado.
Todos esses anos estando loucamente apaixonada por ele ruiu a minha
vontade, como se eu fosse feita de papel de seda. Peguei uma caneca e derramei a sua
favorita.
Ele deslizou os dedos em torno da aba e tomou um longo gole. Em dois goles,
ele esvaziou a maior parte da caneca
— Obrigado.
Cruzei os braços, esperando.
— Olha, sei que sou a última pessoa que você quer ver, mas honestamente...
eu não sabia mais para onde ir.
Suas mãos varreram seu rosto para revelar olhos muito aguados e uma
expressão sombria definida em sua boca.
Alguma frieza minha derreteu e nova preocupação agarrou meu coração.
— Eu vim aqui para dizer-lhe que, ah, Mel...
Ele não conseguiu finalizar. As lágrimas que eu nunca tinha visto ele
derramar, começaram a juntar e foi difícil para ele olhar para mim.
— Melanie, hum... — Seus lábios tremeram e ele cuspiu — morreu esta
manhã.
Choque total bateu duro no meu peito, pressionando uma explosão
dolorosa, conforme as memórias da minha velha amiga de escola, seu sorriso alegre e
saltitante cabelo vermelho fluíram sobre mim.
Melanie era o terceiro membro do nosso grupo e é a única de nós que
conseguiu escapar totalmente dos limites do Seaport. Ela se juntou a força aérea após
a graduação e tinha viajado para mais países do que qualquer uma de nós poderia ter
imaginado. Ela se instalou na Alemanha por alguns anos e, com o tempo e a distância,
foi difícil de nos manter em contato. Mas foi por causa da nossa amizade, que começou
na sétima série, que eu comecei a minha paixão secreta por seu lindo irmão mais
velho.
— O que aconteceu? — Foi difícil para formar palavras em torno da
queimadura em minha garganta.
Thomas estava tomado pela emoção. Vê-lo tão perturbado assim era difícil
de assimilar. Ele sempre foi tão superprotetor com sua irmã mais nova, ameaçando
todos os meninos que vieram farejando atrás dela com uma morte certa se a
machucassem. Mel tinha uma aura mágica em torno dela que era tão contagiante que
você não podia evitar, mas querer estar em sua companhia constante. Essa magia
certamente fez um número em alguns meninos e seus preciosos egos. Naquela época,
Thomas teve seu trabalho cortado.
— Ela, hum... — Ele se esforçou para falar. — Ela teve câncer. Espalhou-se
por todo seu pulmão e merda. Ela me pediu para, hum, dizer uma palavra a você
quando ela estava dizendo adeus para as pessoas.
Thomas rapidamente saltou de seu assento, quando a primeira lágrima
escapou de seu aperto, escorrendo sobre a curva de sua bochecha. Ele correu para o
banheiro dos homens.
Marie agarrou meu braço enquanto eu tentava passar por ela.
— O que diabos está acontecendo?
— Ele apenas me disse que Melanie morreu esta manhã.
O rosto irado de Marie caiu e ela engasgou, liberando o aperto que ela tinha
no meu antebraço.
— Oh Deus, não.
Sem perder tempo, corri atrás de Thomas, agarrando sua jaqueta de couro,
redirecionando-o para a cozinha vazia. Eu precisava que ele me dissesse o que
aconteceu.
Antes que eu percebesse, Thomas puxou-me em seus braços, envolvendo-
os em torno de mim firmemente em um agarre de necessidade desesperada. Seus
dedos atados na minha camisa. Eu sabia que estava matando-o mostrar tanta
fraqueza, quebrando aquela fachada impenetrável que ele usava para todo mundo ver.
Às vezes penso que esta foi a verdadeira razão pela qual ele terminou comigo tantas
vezes. Eu era a única garota que poderia quebrar, através desta fachada, e isso
assustou-o à morte.
Tanto quanto me dava repulsa permitir que o meu primeiro amor ficasse tão
perto de mim depois do quanto ele tinha me devastado, a necessidade de confortá-lo
limpou meu ódio.
Respirei seu cheiro familiar de couro, especiarias e pele, causando milhares
de memórias surgirem em minha consciência. Houve momentos em que eu teria
matado para ter seu amor, para que ele me mostrasse a ternura e emoção crua que
eu sabia que ele era capaz. Mas ele sempre se segurou, sempre me manteve a uma
distância segura. Mas agora, neste momento, todos as suas guardas estavam para
baixo e ele estava chorando incontrolavelmente em meus braços.
— Vai ficar tudo bem — eu disse, apesar de que minhas palavras tolas eram
nada mais do que uma tentativa reflexiva para consolá-lo. As coisas nunca ficariam
bem para ele, sua família ou para qualquer um de nós que amou Melanie.
A morte é o fim.
— Eu pensei que ela estava ficando melhor — ele sussurrou em um tom
mais agudo de dor. — Oh, Mel...
Seus dedos agarraram em minha camisa.
Deixei-o soltar sua dor por alguns minutos antes de sussurrar:
— Diga-me o que aconteceu.
Thomas apoiou a testa na minha clavícula e fungou. Um de seus braços me
liberou para que ele pudesse limpar os olhos, mas o outro permaneceu firmemente
travado em torno da minha cintura. Tentei colocar algum espaço entre nós, mas tão
rapidamente quanto tentei, ele me puxou de volta em seu peito.
— Ela engasgou pelo fodido ar durante doze horas. Eu nunca vou conseguir
tirar aquele som da minha cabeça. Oh Deus. Por quê? — Todo o seu corpo tremia. —
Eu sinto muito, eu te machuquei, Taryn. Deus, eu sinto muito.
— Está bem.
Seus lábios estavam muito perto do meu pescoço. Eu podia sentir sua
respiração na minha pele.
— Não. Não está bem. E agora é tarde demais. É tudo muito tarde. Eu nunca
deveria ter feito o que fiz para você.
Naquele momento, achei perdão. A vida é muito curta para guardar rancor
tão monumental.
— Que diabos? — Tammy exclamou quando ela entrou pela porta da
cozinha, dando-me um olhar malvado por cima de seus óculos de sol, segundo ela
avaliou nosso abraço. — Estou interrompendo alguma coisa?
Rapidamente coloquei algum espaço entre Thomas e eu, não querendo que
ela tenha a ideia errada.
— Tammy, você se lembra de Thomas — comecei.
— Uh huh — ela disse com um tom de censura.
— Mulher, onde você colocou o pedaço de...? — Pete parou, sem acreditar
no que estava vendo. — Você está brincando comigo? Você está brincando comigo,
porra? — Ele rosnou, pisando até nós.
Coloquei minha mão sobre o peito de Pete para deter ele e Thomas de se
enfrentarem. Pete tinha tamanho, mas Thomas tinha anos de prática; além disso,
Thomas estava emocional. Eu sabia que Thomas faria muito melhor batendo a merda
fora de alguma coisa do que chorando sobre ela.
— Calma, Pete. Pare.
— O que ele está fazendo aqui, Taryn? Você finalmente tem uma coisa boa
com Ryan e você precisa foder tudo? Por este pedaço de merda?
— Foda-se, Herman — Thomas se eriçou e rosnou, limpando os restos de
suas lágrimas. — Não comece a merda que você não pode aguentar.
— Não. Foda-se você, Sager. Você tem algumas bolas de bronze vindo aqui,
porra. Você não acha que causou danos suficiente?
— Parem com isso! Vocês dois. — Virei para Pete. — Ele veio aqui para nos
dizer que Mel... — O nome dela pegou com um engate na minha garganta. — Melanie
faleceu esta manhã, tudo bem?
O olhar de morte irritado de Pete em Thomas imediatamente caiu quando
ele entendeu minhas palavras.
— Mel?
Balancei a cabeça, tentando me segurar. Tinha sido um longo tempo desde
que eu a tinha visto, mas a trágica notícia de seu falecimento cortou fresco e profundo.
Marie entrou e colocou um braço em volta de mim, visivelmente me puxando para
longe de Thomas. Eu agradeceria a ela mais tarde por isso.
Thomas cobriu os olhos com as duas mãos e deixou escapar um suspiro.
— Oh Deus. — Pete se curvou como se tivesse levado um soco no estômago.
Seus sentimentos não correspondidos por Mel o tinham bagunçado por anos. Tammy
tentou tocá-lo, mas ele recuou. — O que aconteceu?
— O câncer a comeu, idiota.
Deixei essa passar. Estávamos todos ostentando dor fresca. Pete olhou
diretamente para ele:
— Cara, pelo que vale a pena. Sinto muito pela sua perda.
Thomas assentiu.
— Taryn, posso falar com você?
Marie me puxou pelos ombros, me levando em direção às portas da cozinha.
— Eu acho que todos nós poderíamos ter uma bebida.
Thomas me seguiu para o pub e pegou suas coisas do bar, encontrando uma
cabine vazia.
Servi dois pequenos copos de cerveja e me juntei a ele. A última coisa que
sua mãe precisava era perder sua única outra criança em um acidente de moto,
bêbado.
— Obrigado pela cerveja — Thomas disse enquanto espiou o pequeno copo
com desdém, tomando um gole de qualquer maneira.
Queria que ele acabasse logo com isso. Vê-lo novamente estava me rasgando
por dentro.
— Você está pensando em montar essa armadilha mortal que você chamar
de bicicleta. Apenas olhando para o seu bem-estar.
A borda do seu lábio virou-se ligeiramente.
— Lembro-me que você costumava me implorar para estar na parte de trás
da minha bicicleta.
— É, então. Eu não sabia de nada.
— Ouch.
— Olha, sua mãe não precisa de outra tragédia hoje.
Vi-o estremecer.
— Mamãe não está levando isso muito bem. Eles realmente tiveram que dar-
lhe algo para acalmá-la.
Eu me senti mal por sua mãe. Sra. Sager sempre me tratou bem, tomando
o meu partido a maior parte do tempo.
— Se ela não conseguir se manter, você consideraria ir comigo até a casa
funerária? Eu vou me perder se tiver que escolher a porra do seu caixão eu mesmo.
Por que eu? Meu gene cuidador imediatamente queria dizer que sim, mas
saí fora rapidamente.
— Isso é algo que sua família deve fazer, Thomas. Eu sei que sua tia Betty
o ajudaria.
Ele me deu aquele olhar inocente, cabeça inclinada, que costumava derreter
minha determinação.
— Assim isso é um não?
— Por mais que quero ajudar, eu não posso. Desculpa. Isso é um não.
Ele acenou para a mesa.
— Eu realmente fodi tudo com você, não foi?
Cruzei os braços.
— Sim, você fodeu.
Ele meio que deu de ombros e o gesto instantaneamente me irritou.
— Ouvi dizer que você esteve no noticiário. Namorando algum ator famoso
agora? — Ele apontou para o meu anel. — Rico, também, pode pagar esse tipo de
diamante. Bom para você. Você merece ser feliz.
Balancei a cabeça para ele.
— Não vou mentir — disse ele. — Neste momento, estou desejando que você
estivesse comigo.
Eu senti isto como um golpe físico. Foi nesse momento que eu percebi que
estava feliz que não estava com ele.
Tudo mudou um grau, de forma significativa o suficiente para me fazer
perceber que o homem quebrado sentado diante de mim não era digno do meu
coração. Ainda assim, isso me irritou.
— Você diz isso agora? Não diga essas coisas para mim. Agora não. Eu te
dei meu coração tempo após tempo. Eu disse sim para você quando me perguntou.
Você era tudo que eu sempre quis. Mas você foi o único que fodeu uma garota na
nossa cama. Não fica pior do que isso.
— Eu estava bravo com você naquela manhã — ele admitiu.
Inclinei o pequeno copo na mão, brincando com a ideia de lançar o conteúdo
em seu rosto.
— Você me traiu com Cheryl Regan porque você estava com raiva de mim?
Ele assentiu.
— Soa estúpido agora, mas no momento foi justificado.
Percebi Thomas encarando Pete.
— Justificado? — A ideia de que eu estava totalmente apaixonada por esse
idiota parecia tão absurda agora. — Porque tive que fazer um favor para o Pete você
se sentiu justificado em deitar aquela stripper prostituta no meu travesseiro?
— Toda vez que ele ligou, você correu. Como você acha que me sentia com
aquilo?
— Ele é meu amigo! Isso é o que você faz para as pessoas que você gosta.
Meu celular soou, tocando a música de Ryan. Thomas jogou as mãos para
cima em descrença, irritado quando puxei minha atenção para longe dele para
atender.
— Hey baby — eu disse sombriamente, enojada com a revelação de Thomas.
— Ei, querida, o que você está fazendo? — Ele perguntou. Seu tom bastante
indiferente parecia suspeito. Um formigamento percorreu minha espinha. Eu não sei
como ele sabia, mas sabia.
Engoli em seco, sabendo que eu tinha duas maneiras de responder. Olhei
para o homem que uma vez amei sentado à minha frente, enquanto o homem que
sustentava meu coração e alma como se fossem joias preciosas estava pressionado
em meu ouvido. Optei pela divulgação completa.
— Estou sentada em uma cabine no pub, tomando uma cerveja com meu
ex, Thomas. Antes de deixar isso chateá-lo, por favor, saiba que ele acabou de me
contar uma notícia terrível. Sua irmã faleceu esta manhã. Ele está quase terminando
sua cerveja e, embora estou muito triste por sua perda, e estou muito chateada que
uma das minhas melhores amigas perdeu sua vida para o câncer, imagino que ele vá
sair em breve.
Ryan suspirou como se estivesse segurando a respiração, parecendo
aliviado.
— Obrigado por me dizer. Eu te amo.
Sua declaração ofegante parecia um pouco fora.
— Eu te amo mais.
Thomas revirou os olhos para mim.
Ryan riu uma vez na minha orelha.
— Eu sei. Sinto muito sobre sua amiga, querida. Você está bem?
— Sim, eu estou bem.
— Tem certeza?
— Positivo.
— OK. Bom. Agora coloque o idiota no telefone.
Entreguei.
— O meu noivo gostaria de falar com você.
Thomas franziu os lábios, relutante em pegar o telefone. Ele finalmente
colocou meu celular ao ouvido e disse:
— Sim?
Thomas sorriu, aquele sorriso sinistro, aberto que eu também tinha visto
milhares de vezes.
— Essas são ameaças grandes e terríveis de um cara que não é capaz de
suportar sua entrada.
Seus olhos corriam na direção do bar, onde um homem mais velho, com um,
alto e apertado, corte de cabelo militar estava sentado desde que abrimos. O homem
enfiou o telefone no bolso, levantou-se de seu assento e veio direto para nós.
Thomas inclinou-se sobre a mesa, vestindo seu sorriso arrogante enquanto
olhava o cara de cima à baixo.
— Sim, estou encontrando o seu valentão agora por uma questão de fato. É
o bar da Taryn e ela não me expulsou ainda, então acho que eu vou sair quando
terminar. Uh huh. É mesmo? Sim, eu gostaria disso. Podemos trocar notas. Entendo.
Bem, eu adoraria conversar mais um pouco, mas o seu capanga está ficando
impaciente. Sim, foda-se você também.
Thomas jogou o telefone para mim, bebeu o resto de sua cerveja e se
levantou.
— Você pode querer dizer-lhe para esperar a ordem de restrição até depois
do funeral. Apenas uma sugestão já que estou presumindo que você gostaria de estar
lá quando a minha irmã for enterrada.
Ele se inclinou sobre a mesa, ficando muito perto do meu rosto.
— Eu posso ter feito algumas coisas que eu me arrependo, mas eu nunca
tentei controlá-la como aquele idiota faz. Você pode querer repensar toda a coisa sobre
casar-se com um maníaco por controle. Caras que não conseguem controlar acabam
por bater em suas esposas.
Quem quer que fosse o cara intimidante com o corte de cabelo militar, era
óbvio que estava ficando impaciente. Thomas não se moveu, apenas o olhou por cima
do ombro para ele.
— Toque-me e vou golpear a porra da sua mão.
Quando ele voltou sua atenção para mim, olhei em seus olhos, tentando
encontrar qualquer semelhança com o cara que uma vez que amei. Suas paredes
estavam levantadas de novo e eu estava trancada para fora. Esta foi a verdade básica
sobre ele.
Ninguém jamais realmente o teve, pois ele não estava disposto a deixar que
nada o fizesse tão vulnerável.
Ryan colocou seu coração em meus cuidados em cada chance que teve.
Agora que meus óculos cor-de-rosa estavam fora, tudo estava cristalino.
Olhei Thomas bem nos olhos e disse:
— Sinto muito por sua perda.
Seus olhos examinaram meu rosto mais uma vez, me dando aquele seu
sorriso torto e triste. Eu não tinha dúvida de que ele estaria tão bêbado depois, que
dormiria onde caísse.
— Apesar do que você pensa — ele disse — Eu amei você.
— Foder uma prostituta na nossa cama foi um jeito engraçado de mostrar
isso.
— Você está certa. E eu vivo com esse erro. Vejo você por aí, Taryn.
Respirei profundamente enquanto o assisti sair, saboreando o fato de que
ele não tinha mais o meu coração.
Quanto ao novo militar na minha vida de pé a poucos metros de distância,
Ryan tinha algumas explicações a dar.
Com as mãos ligeiramente trêmulas, rapidamente, mandei uma mensagem
a ele:
“Você tem algo que você esqueceu de me dizer”?
Meu telefone tocou vinte segundos depois.
— Ele já foi?
Terminei minha bebida.
— Sim, ele acabou de sair. Você o irritou.
— Bom. É melhor ele não fazer um hábito vindo ao redor.
— Eu adoro quando você fica com ciúmes. Faz-me sentir querida.
— Estou falando sério, Taryn. Se ele até mesmo parar para uma cerveja, eu
quero saber sobre isso.
— Eu não vou fugir com ele. Você não precisa se preocupar. Então, quando
você estava pensando em me dizer que estou sob vigilância?
— Você não está sob vigilância, amor. Nós contratamos segurança privada
para manter um olho nas coisas, uma vez que não estamos aí. Mas estamos voltando
para casa na próxima sexta-feira. Tenho quatro dias de folga.
Ouvir isso fez o meu dia.
— Você está vindo para casa?
— Sim. Estaremos aí por volta das duas. Eu realmente odeio que você não
está comigo. Não consigo dormir sem você.
— Não consigo dormir, tampouco. Estou tão acostumada a sentir você perto
de mim... obrigado por contratar alguém.
— Mike e eu estamos dividindo.
Minha cabeça girou.
— Por que Mike está pagando pela minha segurança?
Ele não está. A segurança é para vocês duas. Mike está preocupado com
Gary. Aparentemente, sua verificação de segurança revelou que Gary possui uma
grande quantidade de armas.
— Ele tem, mas... — O pensamento de Gary tentar prejudicar Marie era
irritante. — Espere. Eu quero ir lá em cima. — Escorreguei para fora da cabine e
peguei o copo vazio de Thomas. Marie estava atrás do bar a poucos passos de
distância. Desviei para a cozinha, passando pelos olhares zombadores de Pete e
Tammy e alcançando as escadas para o meu apartamento para continuar minha
conversa privada com Ryan. — Eu não entendo. Por que Mike se importa? Marie nem
sequer fala com ele!
— Sim, Mike disse que ela está evitando-o, mas ele está pensando em
consertar isso. Ouça, você tem que falar com ela. Sei que as coisas pareciam ruins,
mas nada é como apareceu e agora que essas imagens foram publicadas, ele está
chateado e miserável.
— O que quer dizer com as coisas não são o que parecem ser?
Minha boca estava aberta quando ele me disse o resto do que Mike estava
metido.
Assim que terminei nossa chamada, desci os degraus e agarrei Marie.
CAPÍTULO 13
Descoberto
Querida Taryn,
Espero que tenha tido um aniversário divertido. Cinco anos de idade agora!
Eu não posso acreditar o quanto você cresceu. Prometo que quando eu chegar em casa,
vou levá-la para a loja de brinquedos para que você possa escolher uma nova boneca,
Barbie. Lembro-me o quanto você gostava de brincar com elas. Eu estou num lugar
chamado Fort Gordon agora. É na Geórgia.
Você vai ficar feliz em saber que eles me pintaram de verde como você disse
que fariam. Eu sou um soldado do exército de verdade agora. É muito quente aqui. Estou
aprendendo a fazer todos os tipos de coisas loucas, como rastejar através da lama e
passar por cima de obstáculos altos. Eu sou um bom escalador. Odeio rastejar na lama.
Acho que você acharia a lama nojenta também.
Tenho ainda mais seis semanas e então eu poderia passar por cima do
grande oceano em um grande avião. Espero que seu pai use o dinheiro que coloquei no
envelope para comprar-lhe uma nova boneca por mim até que eu possa vê-la novamente.
Seja uma boa menina como eu sei que você é.
Te amo para sempre,
Joe
— Quem é Joseph Malone?
Minhas mãos tremiam. Senti uma gota de suor deslizando pela minha
espinha, ou talvez fossem apenas meus nervos.
— O único Malone que eu conheço é minha tia Joan. Esse é o seu nome de
casada. — Cavei através das pilhas, sentindo náuseas.
Tinha que haver trinta ou quarenta cartas dele endereçadas a mim de todo
o mundo. Meu pai estava me protegendo de um perseguidor?
No fundo da pilha tinha um envelope branco e grosso com a palavra
“original” escrita em tinta azul. Engoli em seco.
Assim que eu abri os papéis dobrados, senti uma onda quente de pânico
rolando em todo o meu corpo.
— Meu Deus. Não. Não.
Eu não poderia chegar à lata de lixo, no canto, rápido o suficiente antes de
vomitar todo o conteúdo do meu estômago.
— Ah, não! Oh, Taryn! — Ouvi Marie dizer enquanto eu vomitava dentro da
lata de aço.
Lembro-me vagamente de Marie nos levando para casa.
Sentei-me em uma das cabines no pub, lendo cartas sobre a vida de Joe no
exército, suas viagens ao Golfo Pérsico, tentando juntar todos os pedaços enquanto
Marie pairava sobre mim.
Temos uma hora antes de abrirmos o pub e uma banda estava programado
para tocar, mas eu não conseguia parar as lágrimas. Eu nem tinha certeza do porquê
estava chorando. Meu mundo inteiro, tudo o que eu já conheci, tinha virado do avesso,
onde a verdade e as mentiras; a realidade e a realidade alternativa insana tinham se
invertido.
Eu nem sabia mais quem eu era. De todas as coisas para encontrar em um
cofre, isto era algo que eu nunca teria imaginado. Foi tudo tão avassalador para
processar.
Eu estava em estado de choque quando Ryan e Mike chegaram. Eu vi Marie
correr para a porta da cozinha.
No momento em que vi Ryan de pé a poucos metros de distância, me
chamando, eu perdi, lançando meu corpo para ele e agarrando-me a ele como uma
alma perdida em necessidade.
— Oh, amor. Tudo ficará bem. Eu tenho você. Shhh... — Ele me deixou
chorar pelo que pareceu horas, esfregando minhas costas e me acalmando com
palavras de conforto. — Vem, vamos sair daqui. Vamos pegar um pouco de ar. — Ele
colocou o braço em volta dos meus ombros e me levou lentamente, pacientemente,
para a praia.
A brisa saindo do mar jogou nossos cabelos e atingiu meu nariz com o
familiar ar salgado.
Nós caminhamos por um tempo antes de nos sentar na areia endurecida.
Ele me colocou entre as pernas dele, gentilmente penteando meu cabelo para trás.
— Qualquer que seja o nome naquele papel não muda quem você é.
Novas lágrimas escorriam pelo meu rosto. Eu me senti vazia e torcida por
dentro.
— Mas ele muda. Isso muda tudo. Tudo o que eu pensava que era real não
é.
Ryan sacudiu a cabeça, me abraçando com seu corpo.
— Você não pode olhar para isto assim, querida. As pessoas que te criaram
são seus pais. Eles amaram você. Só porque alguém deu à luz a você não muda quem
você é.
Nada mais será o mesmo.
— Minha vida inteira foi uma mentira.
— Não, não foi.
Limpei meu rosto com a manga.
— Eu não sei por que estou tão surpresa. Sempre soube que não me parecia
com qualquer um deles. Olhos, nariz... eu costumava olhar para o meu rosto por
horas tentando encontrar um pedaço deles em mim.
Aconcheguei-me em seu ombro, sentindo o frio de oceano se misturando
com o frio que rasgava meu corpo.
Meu rosto estava pegajoso de tanto chorar. As ondas rolavam, enevoando
no ar, imitando o empurrar e puxar das minhas próprias emoções.
Enquanto eu observava as gaivotas voando e pousando, a culpa caiu sobre
mim.
— Eu não posso acreditar nisso. Eu tenho certeza que todo mundo sabia,
menos eu. Bem, acho que isso explica por que minha mãe e sua irmã pararam de
falar uma com a outra. Agora eu sei que eu era a causa dessa briga.
Ryan apoiou o queixo na minha cabeça.
— Não comece a se culpar. Eles eram adultos que fizeram os seus próprios
caminhos. Você não tinha influência sobre isso.
Peguei o papel do meu bolso, mostrando ao Ryan minha certidão de
nascimento original. Deixei os papéis da adoção Oficial no meu apartamento com
todas as cartas.
— De acordo com os documentos, os meus pais biológicos tinham dezesseis
anos quando eu nasci. — Limpei meu rosto e soltei um suspiro, tentando me
recompor. — Lembro-me de minha mãe me dizendo que a razão de eu ser filha única
era porque eu era tão especial, que ela só precisava de uma. Isso sempre me
incomodou, pois eu não me parecia com nenhum dos dois.
Ryan suspirou e apertou-me com seus braços.
— Sua mãe e seu pai fizeram um trabalho fantástico cuidando de você. Há
uma abundância de pessoas lá fora que são pais impróprios. Você mesmo disse; eles
eram apenas crianças, Tar. Provavelmente apavorados.
— Joe foi para o exército depois que ele conseguiu seu GED. Eu tinha três
ou quatro anos, eu acho. Ele enviou-me dinheiro em cada carta, tentando fazer o certo
por mim. Eu apenas sinto que tenho tantas perguntas agora.
Ele me puxou apertado.
— Faça o que tiver para resolver isso, mas lembre-se, as pessoas que
criaram você são sua mãe e seu pai.
— Eles deveriam ter me contado.
Seus olhos se estreitaram, quase me repreendendo.
— Por quê? O que você teria ganho com esse conhecimento?
— Eu nunca tive a chance de conhecer as pessoas que me trouxeram a este
mundo. Eu realmente acho que o meu primo Joe queria me conhecer. Meus pais
esconderam tudo de mim.
Ryan passou um polegar na minha bochecha, enxugando uma lágrima.
— Talvez eles tinham suas razões. Olha, eu sei que você se sente rasgada.
Qualquer um se sentiria. Mas sua família manteve você na família. Eles ainda estão
todos relacionados a você por sangue. Eu vi fotos de você crescendo e posso dizer-lhe
que essas duas pessoas que criaram você, te amaram.
Enquanto caminhávamos de volta para o pub, tomei a decisão de descobrir
quais foram essas razões.
Eu sabia que fazer esse telefonema seria difícil. Meu coração se apertou
quando ela atendeu o telefone.
— Oi, tia Joan. É Taryn. — Fui recebida com silêncio e por um momento
pensei que precisaria dizer a ela quem eu era de novo.
Ouvi ela engatar a respiração e, em seguida, gaguejar:
— Taryn?
— Sim, sou eu.
— Oh! Desculpe, estou um pouco chocada. Nunca pensei que você ligaria.
Não havia nenhum sentindo em protelar.
— Encontrei uma cópia da minha certidão de nascimento, a original.
Ela engasgou.
— A original? Você... você sabe?
— Não tudo. Eu sei que você é minha avó.
Ela não tentou esconder as lágrimas, rompendo de forma audível no meu
ouvido. Algumas de minhas próprias lágrimas escorriam.
Ryan passou, parando para beijar minha testa e me entregar uma caixa de
lenços antes de me dar privacidade novamente. Eu sabia que ele estava apenas
escutando no canto. Isso me deu conforto por saber que ele estava há apenas um
fôlego de distância.
Minha voz falhou.
— Posso vê-la algum dia?
— Oh, querida. Eu adoraria isso.
— Eu também. Pode dizer-me onde meus pais biológicos estão?
Deixei-a chorar por alguns minutos. Eu sabia que era difícil para todos.
— Eu queria mantê-la — ela disse com tristeza. — Joey, ele era apenas uma
criança e meu marido, Paul, havia perdido o emprego. As coisas eram... isso não teria
sido um bom lugar para você. Eu... eu preciso que você saiba disso.
Mastiguei minha unha do polegar, segurando minhas emoções.
— Por que você parou de falar com a minha mãe? Vocês eram irmãs. Você,
você nem sequer veio ao seu funeral. Isso foi por minha causa?
— Oh, não, querida. Sua mãe e eu... as coisas estavam tensas entre nós
antes de você nascer. Por favor, não... por favor, não pense isso.
Limpei meu rosto, sentindo que ela estava mentindo.
— Onde estão os meus pais biológicos?
Ela suspirou.
— Joe tem sua própria família agora. Ele está na Califórnia. Lago Tahoe.
Encontrei minha cabeça balançando com a compreensão de seu tom sutil,
para deixá-lo para lá.
— Tem sido... faz muito tempo. Suponho que ele não precisa de seus
esqueletos aparecendo. — Ela gagueja. — Ele tem uma bela esposa e duas filhas.
Estou preocupada que poderia ser um choque para ele. Não tenho certeza se sua
esposa sabe que ele teve um filho aos dezesseis anos. Pode não ser algo que ele queira
divulgar.
Engoli de volta o tom de rejeição.
— OK. E a minha mãe biológica? Kelcie Tremont?
Tia Joan fungou.
— Taryn, ela, hum... houve um acidente de carro. Ela e Joey e você... não
foi culpa dele. Seus pais haviam a chutado para fora de casa quando ela ficou grávida
e, em seguida, eles culparam-no após o acidente. Você estava com quase seis meses
de idade quando isso aconteceu.
Senti como se uma faca quente deslizasse direto em meu coração. Eu tinha
quatro pais que estavam todos mortos para mim. Como cruel é isso?
— Você parece com ela. Só para você saber. Mas você tem os olhos azuis de
Joey.
Meus lábios tremiam enquanto eu segurava um soluço.
— Hum, bem, se.... se você falar com Joe, você pode, por favor, dizer-lhe que
eu sei e eu realmente gostaria de conhecê-lo? Ele pode decidir se ele... se ele quer
contatar-me. Todo esse tempo eu nem sequer o conheci como primo.
Ryan estava atrás de mim, colocando as mãos reconfortantes sobre os meus
ombros.
— Vou dizer a ele, mas não posso prometer nada. Seu pai, Dan, foi muito
cruel com ele, Taryn, cortando Joe de todo contato com você, até mesmo alegando que
Joe era mentalmente instável quando ele voltou do Golfo.
— Ele estava?
— Ah, não. Ele tinha algum stress pós-traumático, mas felizmente ele não
estava ferido.
— Se você falar com ele, você pode, por favor, também dizer-lhe que tenho
todas as cartas que ele enviou? Comecei a lê-las, mas é.... muito agora. Mas eu quero
que ele saiba que eu vou ler cada uma.
— Oh, ok. Eu vou.
Dei-lhe o meu número de celular.
— Eu vou me casar em breve. O meu noivo e eu realmente não discutimos
os detalhes ainda, mas eu estou... muito feliz. Ele me trata como ouro.
Ryan beijou o topo da minha cabeça.
— Então é verdade? — Perguntou ela com entusiasmo renovado. — Você e
aquele jovem ator famoso estão noivos?
Balancei a cabeça, olhando nos olhos de Ryan.
— Sim. E eu sou loucamente apaixonada por ele.
Ele beijou minha mão e sorriu.
— Ele entrou no Mitchell’s Pub uma tarde evitando um ataque de fãs e
agora, agora ele é meu.
De alguma forma, apenas dizer essas palavras em voz alta para alguém da
minha família fez tudo solidificar no lugar.
Aqueles olhos, aquele sorriso devastadoramente bonito, mesmo com o
cabelo louco apontando para cima, ele era todo meu.
***
Fim de semana
— Quem quer que você tenha chamado para reservar isto, precisa de um
aumento.
Ryan abriu as portas francesas para o terraço privado para deixar um pouco
de ar fresco entrar, esticando-se conforme andou em direção à grade. Poderíamos ver
alguns barcos na água. Suas luzes iluminando a escuridão.
Terminamos em Newport em uma pousada de tirar o fôlego na costa. Eu
podia sentir o estresse saindo enquanto guiávamos para uma casa de campo privada
e adorável decorada em tons suaves com um vasto chão de madeira. Uma parede de
janelas com cortinas brancas com vista para o mar.
— Definitivamente um aumento — murmurei, observando a enorme
banheira feita para dois.
Ryan voltou para dentro e apoiou a mão em meu ombro quando ele se
inclinou para ligar a torneira. Foi quando ele começou a me despir que eu me senti
desconfortável. O dia tinha sido muito mentalmente exaustivo para ataque
empolgante de sexo.
— Ryan, eu não estou...
Ele beijou meu ombro e me calei. "Eu sei, baby. Isso não é o ponto deste. "
Ele tirou suas roupas e entrou na banheira em primeiro lugar, estendendo
a mão quando eu entrei. A água quente parecia magnífica e instantaneamente tirou
um pouco da tensão do meu corpo. Descansei minha cabeça em seu peito, desejando
que momentos como estes poderiam ser comuns entre nós e na maior parte, eles
eram.
— Você está bem? — Ele murmurou enquanto fiquei mais confortável com
ele.
Balancei a cabeça. Suas mãos ensaboadas deslizaram para cima e para
baixo em minhas costas, sobre os meus braços, para cima através da tensão do meu
pescoço.
— Bom. Apenas relaxe.
— Você está tão quieto — murmurei depois de um tempo, necessitando
quebrar o silêncio.
— Eu estava pensando em algo que você me disse no primeiro dia que nos
conhecemos. — Ele jorrava água mais quente sobre meu braço, aquecendo a minha
pele exposta.
— Oh?
Ele nos mergulhou mais fundo na água, parecendo preocupado que meus
ombros estavam frios. Eles estavam.
— Eu estava sentado em seu bar e você estava fazendo o seu melhor para
me ignorar.
Lembrei-me de fazer isso, mas não queria admitir. Persegui algumas bolhas
de sabão em torno de seu peito com o dedo.
— Eu não estava.
Ryan me apertou.
— Sim, você estava. Não minta.
— Droga. OK. Talvez só um pouco. Eu estava assustada que você estava
mesmo ali.
Com seus lábios na minha testa, ele disse:
— Eu queria levá-la a falar comigo e perguntei-lhe se você era sempre assim
quieta e você disse algo como “eu tenho certeza que o silêncio e a paz é refrescante”.
— Nossos olhares se encontraram. — Eu só quero que você relaxe e não se preocupe
com as coisas.
E assim, ele estava deixando o meu mundo em paz.
— Quando fecho meus olhos, eu quase posso ignorar tudo isso — eu disse.
— Então, feche os olhos.
— Se fosse assim tão fácil.
Senti seu peito subir e descer, fazendo com que a água ondulasse.
— Sinto muito sobre a coisa com Thomas. Eu...
Ryan levantou meu queixo com a ponta do dedo, fazer contato visual.
— Preciso estar preocupado com isso?
Balancei a cabeça e rapidamente disse:
— Não.
Ele soltou meu queixo.
— Então eu não estou preocupado com isso. Eu meio que esperava, na
verdade.
Olhei de volta para ele.
— Esperou?
Seu cotovelo veio para fora da água e descansou na borda da banheira.
— Tar, você e eu estamos em todos os noticiários. Merda sempre fica
salpicada. Era apenas uma questão de tempo antes que um de seus ex-namorados
tentassem estacar uma reivindicação. Ele não tem qualquer sujeira sobre você, não
é?
Estremeci com o pensamento.
— Acho que não.
Ryan ficou em silêncio por tanto tempo, que pensei que talvez ele tenha
cochilado, mas sua respiração temperada me disse o contrário.
— Então o que mais está ativo em seus pensamentos? — Seus dedos
deslizaram ao longo da minha mandíbula. — Eu não posso ler sua mente, mas eu sei
está há um milhão de milhas por hora, então você tem que me dizer onde sua cabeça
está.
— Minha cabeça ainda está atordoada, lutando com a sensação de que tudo
mudou e ainda, nada mudou.
Sua mão deslizou para baixo no meu traseiro, enrolando a minha perna
sobre a coxa.
— Divagando sobre seu ex?
Eu ouvi o tom diminuto de preocupação na sua pergunta.
— Não. Não divagando. De modo nenhum. Mas estou processando. Ele me
disse que dormiu com aquela menina, porque ele estava bravo que eu deixei ele na
cama para ir ajudar Pete.
Ryan fez um grunhido de escárnio.
— Você está falando sério?
— Sério.
— Que idiota. Sua perda. — Então ele me cutucou com o queixo. — Você
está chateada com isso?
Descansei minha mão em seu ombro largo, sentindo seu coração na minha
bochecha.
— Não. Eu nunca soube por que ele me traiu. Passei tempo demais
pensando que eu não era boa o suficiente.
Sua mão fechou em concha na minha cabeça e ele beijou meu cabelo com
ternura.
— Nunca pense isso.
— É difícil não pensar. Tanto faz. Pelo menos agora eu sei porque ele fez
isso.
Sua bochecha escovou minha testa.
— Então estou feliz que você teve um encerramento. Há muitas mágoas do
passado em nosso caminho. Seu e meu.
Eu tinha que me lembrar que nós dois tínhamos sido traídos por amantes.
— A infidelidade dele me quebrou.
Ele inclinou meu queixo para cima novamente e me beijou.
— Nada que eu não possa resolver. — Ele sorriu suavemente, aquecendo
meu espírito maltratado. Amei este homem tão profundamente, que mal podia contê-
lo, sabendo que ele iria resistir a qualquer tempestade em nosso caminho. Eu
precisava beijá-lo mais do que precisava de qualquer outra coisa no mundo.
Os dentes de Ryan roçaram meu lábio inferior, mas, em seguida, ele puxou
de volta, não se deixando levar, embora, eu podia ver que ele lutou contra seu corpo
para se controlar. Sabendo que ele estava contendo seus impulsos, para cuidar de
mim dessa maneira, era mais do que qualquer presente que ele pudesse me dar.
Descansei no seu peito, satisfeita em saber que ele iria me ajudar a passar pelo que a
vida teria reservado para mim.
Independentemente dos meus sentimentos por Thomas, vê-lo chorar no
funeral de Melanie, emocionalmente me devastou e esses pensamentos sobre sua
morte ainda estavam girando em minha mente.
— Eu não posso acreditar que Melanie se foi. É difícil processar isso.
— Isto é uma merda. Eu tive um bom amigo na escola que morreu em um
acidente de carro. Durante semanas, depois que isso aconteceu, eu poderia jurar que
ouvi sua voz nos corredores. — Ele respirou fundo. — Era para eu sair com ele na
noite em que morreu. Quando eu penso sobre o quão perto eu cheguei de... bem, eu
penso sobre isso, às vezes.
Olhei para ele, grata por poder compartilhar essas coisas.
— Não era a sua hora.
— Sim, eu acho.
— Tem sido alguns anos desde que eu a vi pela última vez. Acho que isso
colocou alguma distância em nossa amizade. E eu sei que Thomas está devastado.
Ele veio à procura de conforto e nós meio que pulamos em cima dele. Sinto-me uma
merda sobre isso, na verdade. Ambos foram uma parte enorme da minha vida por um
monte de anos. Eu não deveria tê-lo tratado tão insensivelmente.
Ryan fungou e eu poderia dizer que ele não concordou.
— Eu sei que vocês dois têm história, mas ele tinha que saber que é aí que
ele fica... no passado. Eu tenho merda suficiente para me preocupar, sem ter que me
preocupar com ele tentando rastejar de volta em sua vida.
Gemi, envolvendo minha coxa sobre a dele.
— Ele não vai rastejar de volta. Você sabe que você não tem nada para se
preocupar.
— Basta ter certeza que continue assim. Ainda assim, ele precisava ouvir
isso de mim. Você deixar um cara entrar e ele vai aproveitar isso.
— Eu diria que você fez seu ponto de vista. Não importa. Ele é história.
Ryan segurou um pouco de água e despejou-a pelo rosto. Eu podia sentir
sua frustração.
— Você está realmente incomodado por ele?
— Não. — Ele suspirou e esfregou a testa.
— Então, o que é?
Ele parecia hesitante.
— Temos outra merda com que nos preocupar.
Segurei seus olhos até que ele quebrou.
— Eu sei que este não é o melhor momento para falar sobre isso, mas quero
mantê-la informada antes de você ouvir isso de alguém.
Fechei os olhos, temendo o que ele tinha a dizer.
— Marla está ameaçando me processar por quebra de contrato.
Na verdade, eu relaxei e dei um suspiro de alívio antes de processar
totalmente suas palavras.
— O que?
— Meu advogado, Len Bainbridge, me ligou ontem. Ele e David estão
trabalhando nisso, mas eu tenho que me arrumar com ela. Sua conta foi de setenta e
cinco mil.
— Você vai pagar isso?
— Eu vou ter que pagar. Mas não até que todos os advogados caros estejam
envolvidos em primeiro lugar.
— Deus, ela é irritante. Eu ainda acho que ela foi a pessoa que vazou o seu
medicamento para ansiedade para a imprensa.
— Eu também acho. Não posso prová-lo, embora, a menos que encontremos
a fonte. Vou mencionar isto com o meu advogado.
— Bem, eu duvido que foi a Trish. Ela tem muito a perder sendo descuidada.
E certamente não foi Mike. Nenhum dos meus amigos sabem, bem, além de Marie.
Sua família não quis falar com a imprensa, de modo que deixa David, Marla, ou a
mulher na farmácia.
— David não quis falar com a imprensa.
— Bem, então o que isso lhe diz?
— Diz que a lista de pessoas que posso confiar acabou de ficar menor.
***
Descobertas
Olhei para a televisão por tanto tempo que meus olhos doeram. Era como
se ele caminhasse diretamente fora de um dos meus pesadelos e se apresentasse a
mim. Aqui estou eu, aquele que persegue você.
Ryan se moveu atrás de mim depois de dizer a Mike e Marie que
precisávamos de alguns minutos de privacidade. Ele estava sentado no chão,
segurando-me enquanto eu calmamente quebrei novamente.
Eu nem sequer percebi que estava tocando a minha própria boca até que
senti a mão de Ryan suave ao redor do meu pulso.
— Em meus sonhos, ele sempre tem os dentes sangrentos. Apenas sangue
em todos os lugares. Eu nunca… — Era difícil falar.
— É Joe? — Ryan perguntou suavemente.
Balancei a cabeça.
— Eu acho que sim. — Rebobinei a fita e parei para vê-lo na tela, mas a fita
fez linhas irregulares na tela, obscurecendo seu rosto.
Senti os lábios de Ryan e sua respiração no meu pescoço.
— Esta é uma das coisas que fazem você saltar da cama, às vezes?
— Sim. Todo esse tempo, eu não sabia quem ele era. Ele não está em
quaisquer fotos de família. Eu pensei… pensei que ele era alguém que eu inventei.
Ryan escorregou o controle remoto da minha mão e apertou o play
novamente. A fita rolou, principalmente capturando-me a brincar com os brinquedos
de praia em uma piscina de plástico rasa e redonda na grama. De vez em quando, Joe
iria fazer uma aparição, um fantasma no fundo, à espreita, mas sempre mantendo
um olho em direção da câmera. Suponho que, mantendo um olho em mim.
— Eu quero conhecê-lo.
A mão de Ryan patinou no meu rosto, me apoiando em meu apelo.
— Mike pode encontrá-lo se você quiser — disse ele.
Eu pensei sobre isso por um segundo.
— Eu quero que ele queira me conhecer, também. Isso não pode ser
unilateral. Ele tem que querer me conhecer, mas que passou tanto tempo, as pessoas
mudam.
Ryan segurou meu rosto, pressionando um beijo suave nos meus lábios,
mas ele estava distraído com o barulho de passos pesados subindo a escada.
Ouvi a saudação cordial de Pete, quando Marie deixou-os entrar.
Ryan arrastou em volta de mim, pressionando o botão de ejetar.
— Se você mudar de ideia, apenas diga a palavra. Nós podemos contratar
alguém para localizá-lo. Eu vou deixar você decidir se quer compartilhar tudo isso
com eles.
Meu olhar estava trancado na pele apertada de seu corpo, graciosamente
exposta quando a sua camiseta subiu em seu estômago. Foi apenas o choque que eu
precisava.
Pete, instantaneamente, me examinou e sacudiu a cabeça para eu segui-lo
para a sala de jantar, onde ele me encurralou:
— Olhos avermelhados. Inchados. Você está bem?
Nada passava por Pete.
E eu não podia mentir para ele. Dei-lhe um aceno evasivo de cabeça,
enquanto sua boca silenciosamente disse "besteira".
Decidi que terapia de conversa era o que eu precisava.
Puxei uma cadeira e pedi à Tammy para se juntar a nós. Não fazia sentido
ter que me repetir. Depois de uma série de palavras introdutórias, eu disse as duas
palavras que se agitaram como ácido em meu estômago.
— … eu sou adotada.
***
Ryan fechou a porta do quarto e tirou sua camiseta, expondo o corpo que
eu nunca me canso de olhar.
— Você sabe que eu não me importo, certo? — Suas palavras eram tão gentis
como os olhos que me observavam com apreensão.
Passei uma noite discutindo minhas origens com os meus amigos; foi
emocionalmente desgastante.
— Eu sei.
— Não muda nada sobre o que sinto por você. A única coisa que eu quero
saber é se você vai usar o meu último nome quando nos casarmos, o que eu espero
como o inferno que você vá.
Pisquei para ele, processando o que ele disse, e, em seguida, meio que derreti
por dentro.
— Eu tinha essa intenção.
Ele respirou um suspiro contente e me abraçou.
— Obrigado.
Ouvi o barulho da descarga e os baixos murmúrios de Marie e de Mike fora
de nossa porta fechada.
— É estranho ter outras pessoas aqui — murmurou conspiratória.
— Sim, eu sei. Eu amo totalmente o seu apartamento, mas espero que você
saiba que eu não quero viver acima do seu pub pelo resto de nossas vidas.
— Ou ouvir a risadinha de Marie antes do sexo.
— Isso também — ele riu, apalpando meu traseiro. — Você percebe que Mike
e eu não podemos sair daqui até que vocês duas estejam cambaleantes e em chamas,
certo?
Sorri.
— Você deveria fazer uma competição. Ver qual de vocês cai em primeiro
lugar.
Antes que eu pudesse reagir, Ryan me soltou e agarrou a maçaneta.
— A reunião no corredor — ele gritou.
Senti mortificação instantânea.
— Ryan!
— Shiu — Ryan cruzou os braços musculosos, esperando. Deus, eu amava
seus bíceps. Mike saiu da sala, sem a camisa também. Droga, ele era construído como
um linebacker, que passa sua vida em um ginásio, para não mencionar que seu peito
era tão liso como bunda de bebê.
— Duas coisas — Ryan começou levantando os dedos. — Você sai do seu
quarto, por qualquer motivo, você veste algo. Eu não quero ver a bunda de ninguém
que não seja a da minha mulher. Número dois, Taryn sugeriu que fizéssemos uma
aposta sobre as festividades desta noite.
— Ryan!
Ele me empurrou para trás com as pontas dos dedos.
— Shiu.
Mike segurou uma mão no batente da porta.
— Aposta?
— O primeiro homem a cair.
Os olhos de Mike vieram para mim uma vez, rapidamente.
— Interessante. Estou dentro. Tempo ou quantidade? — Ele perguntou,
casualmente, como se estivessem discutindo o tempo.
— Que horas é o nosso voo, de novo?
— 11:45min. Sairemos às nove — a voz profunda de Mike retumbou.
— Tempo. Nós podemos dormir no avião.
— Concordo. Aposta?
— Duas notas de cem?
— Parece justo. As mulheres marcam o tempo?
— Sim — Ryan brincou. — O tempo será escrito por isso não haverá trapaça.
— Mais alguma coisa? — Perguntou Mike.
— Não.
— Que horas são?
Ryan inclinou-se ao redor para ver o meu despertador.
— 23:10min
Eu vi quando eles apertaram as mãos.
— Boa noite — disse Mike com um aceno.
— Você também, cara. — Ryan bateu em seu ombro e, em seguida, trancou
nossa porta do quarto.
Eu e minha boca grande.
O olhar lascivo que Ryan me deu, instantaneamente, fez meu coração bater
mais rápido, me aquecendo em todos os lugares certos, efetivamente me distraindo
de todos os meus problemas. Eu era o coelho e ele era o lobo faminto e era óbvio que
eu estava prestes a ser comida viva. Talvez esta não foi uma sugestão estúpida depois
de tudo.
Ele andou com um propósito, espreitando para o meu lado da cama.
O jogo começou.
***
***
***
Publicidade
Subi no grande Suburban, negro que tinha sido escolhido para nos levar
para o MTV Movie Awards; eu estava segurando a borda do meu vestido, com uma
fenda na coxa, para que eu não piscasse minha calcinha acidentalmente.
Pensamentos de meus amigos, da lenta recuperação do Pete e que eu não
estava lá para ajudar, estavam comigo mesmo que meus amigos estavam a milhares
de milhas de distância, do outro lado dos Estado.
Sentei-me rapidamente no único assento, livrando-me dos meus stilletos
para fazer a subida ao banco de trás do assento mais fácil, socando o crescente o
nervosismo brotando de antecipação. Ryan subiu atrás de mim, parecendo
devastadoramente lindo. Ele estava usando calça jeans preta ajustada, uma camiseta
preta de gola V, um blazer cinza e sua cara de jogo. O perfume de sua colônia era o
suficiente para me fazer querer deixá-lo nu e acariciar seu pescoço por algumas horas.
Ele olhou de soslaio para mim, sorrindo com os lábios molhados que
conheciam os meus segredos, lembrando-me de que tudo isso de puxa-saco de
celebridade, ordenas a gestão da equipe, fãs agradáveis excitadas vinham com o jogo.
— O quê? — A pergunta saiu como um ronronar baixo, com fome.
Tudo o que eu podia fazer era sorrir e manter a esmagadora loucura em
perspectiva. Acariciar sua nudez viria mais tarde. Mordi o lábio inferior, pensando em
rolar minha língua sobre todos os seus locais secretos. Minha boca estava realmente
aguada só em pensar nisso. Seus olhos escureceram.
— Eu gosto da forma como a sua mente funciona. Você pode segurar esse
pensamento por algumas horas?
Mike limpou a garganta e por sua pequena risada privada eu poderia dizer
que não estávamos discretos o suficiente.
David sentou na minha frente, brincando com seu Rolex de novo, passando
por cima dos detalhes de nossa noite. Trish sentou-se no único assento na frente de
Ryan, revendo alguns papéis e, então, dando ao Ryan o resumo do que era esperado
na nossa chegada.
Eu poderia dizer pelo seu olhar preocupado, que ele estava mais preocupado
comigo do que com outra aparição pública.
Inclinando a cabeça para mim, ele suavemente perguntou:
— Você está bem?
Minha mente inicialmente gritou "inferno, não" depois de ver as multidões
reunidas. Ao invés disso, assenti rapidamente, dando-lhe meu sorriso mais seguro.
— Ah, com certeza! Isto é chapéu velho — brinquei. Senti o calor de sua mão
quando seus dedos entrelaçaram com os meus.
Ryan me deu um puxão e seu sorriso marca registrada de espertinho,
encontrando humor na minha resposta.
— Chapéu velho. Pretensioso. Amo isso.
Isso ainda não aliviou o estrangulamento de excitação nervosa, torcendo
meu estômago conforme desaceleramos na linha de carros que depositavam outras
celebridades participantes.
Mike, David e Trish saíram do carro em primeiro lugar e fecharam as portas.
Ryan e eu deslizamos para o assento do meio perto das portas, onde coloquei meus
sapatos de volta, esperando a nossa deixa para sair.
Mike não nos deixaria sair até que a nossa outra escolta de segurança
estivesse presente e ele teria a oportunidade de fazer uma varredura da cena. Eu sabia
o que fazer: ficar em formação, manter-me em movimento. Mike estaria sempre
posicionado atrás de Ryan em seu lado direito.
Ryan estava agitado pelo grande número de pessoas zanzando.
— Eu não estou falando a qualquer imprensa. — Ele resmungou um
lembrete baixo à Trish quando Mike abriu a porta.
Mal seu dedo do pé tocou o chão, as pessoas começaram a gritar e gritar
para chamar sua atenção. Foi muito reconfortante quando ele se virou para me levar
pela mão; eu sabia que iríamos como uma equipe.
— Iremos à esquerda para as fotografias da imprensa — Trish aconselhou,
dirigindo-nos em direção a uma enorme parede com o logotipo da MTV e o ano
impressos em um padrão de repetição.
Queria soltar sua mão para que eu não tivesse que posar para as fotos. Isto
não era sobre eu estar aqui; eu tinha chegado a um acordo com isso. Isso era tudo
sobre as celebridades fazendo uma aparição que levava a multidão frenética mais
próxima à loucura. Ryan vacilou um pouco, sem saber, primeiramente, o que se
esperava dele.
Havia sempre alguém instruindo, guiando, dizendo-lhe para ir lá, ficar aqui,
a cabeça nessa direção. Não importa quantas vezes ele tenha feito isso antes, eu podia
ver através da sua fachada que ele estava nervoso.
Eu o vi respirar profundamente e endurecer seus ombros. Em um instante,
meu humilde amante se transformou na estrela de cinema reverenciada da lista A.
Ele posou seu corpo com confiança poderosa, deu seu sorriso assinatura e escorria
sua sensualidade natural que era tão graciosamente capturada em milhares de fotos.
Era difícil não estar admirada por ele.
Garimpei toda a entrada lotada, o início do tapete vermelho, procurando por
rostos familiares, por perigo, para maior clareza em meio ao caos. Fiquei para trás,
enquanto Ryan posava na frente da parede para a multidão de fotógrafos. Ele foi
movido pela parede no que parecia 1,5 metro de incrementos, enquanto os fotógrafos
gritaram para ele virar em suas direções. Quando ele chegou ao final da parede, eu
podia ver o brilho formando em seus os olhos enquanto durou flash depois de flash.
Ele estendeu a mão para mim, reclamando seu agarre.
— Nós tem... — David começou, mas Ryan o interrompeu, puxando-me de
volta para o espaço que ele tinha acabado de desocupar na parede. Sua mão deslizou
em minhas costelas, me puxando ao seu lado, onde me encaixei perfeitamente,
posando-nos para as câmeras.
Meus nervos estavam vibrando com empolgação enquanto armei meu
melhor sorriso para eles, por ele.
— Estamos fantásticos, querida — ele sussurrou perto da minha orelha,
brincando com um sotaque engraçado para aliviar a situação. Senti-me relaxar um
pouco mais, sabendo que eu estava exatamente onde eu deveria estar, apoiando meu
futuro marido.
Após a sessão de fotos pré-requisitadas, nossa comitiva apressou-nos pelo
tapete vermelho padrão, evitando todos os microfones, de cada meio de comunicação
imaginável, que inclinavam por cima das barreiras, enquanto outros atores e atrizes,
menos conhecidos, estavam aproveitando a atenção. Ryan estava programado ser
entrevistado nos bastidores, onde ele iria falar e falar.
Fomos levados para uma seção aberta no concreto ao ar livre, onde avistei
Suzanne Strass, co-estrela de Ryan nos filmes Seaside. Ela estava conversando com
um homem e uma outra mulher quando ela me viu; seu sorriso desvaneceu-se
rapidamente quando ela me olhou de cima a baixo, como se eu tivesse a ofendido,
fazendo uma aparição aqui.
Chame de instinto, mas algo dentro de mim me fez torcer o diamante enorme
no meu dedo, minha maneira silenciosa de dizer a ela para ir se ferrar.
Eu sabia que eles iriam apresentar uma prévia do segundo filme Seaside
esta noite para saltar até a estreia pendente, para não mencionar que ele e Suzanne
estavam aqui para vários prêmios. Ela não era uma ameaça, tanto quanto ela era um
espinho no meu lado. Eu nunca a perdoei pelo problema que ela causou quando Ryan
e eu ficamos juntos, sua língua convincente inventando histórias, levando-me a
acreditar que eu era apenas uma conquista tola dele. Eu teria que lidar com ela
algumas centenas de vezes mais, uma vez que Ryan tinha mais um filme e duas festas
de imprensa para percorrer antes de ser livrar da franquia. Eu não queria nem pensar
em todas as entrevistas e fotos para revistas que ainda viriam.
Antes que eu percebesse, Suzanne estava ao lado de Ryan, fingindo provocá-
lo à sua maneira lúdica com socos simulados.
— Ei estranho — disse ela em uma risadinha. Ryan deu-lhe o abraço
distante obrigatório, mas isto foi o alcance. Ela se inclinou e me deu um abraço de
ombro rápido como se fôssemos amigas há muito perdidas que possivelmente jogamos
momentos fora por esfaquear a outra nas costas. — É tão bom ver você.
Fiquei chocada com o seu gesto ostensivo, mas fui casual.
— É bom ver você, também. Como tem passado? — Achei que era bom o
suficiente. Eu podia ver que ela estava se esforçando para ser educada tanto quanto
eu.
Suzanne ficou animada, exibindo a exaustão de uma óbvia carreira
movimentada.
— Eu não tinha literalmente nenhum tempo até mesmo para me preparar
para isso. Eu só voei de Nova York esta manhã.
Mesmo que Ryan estivesse envolvido em outra conversa com um homem e
uma mulher que, descaradamente, estavam puxando o saco dele, ele entrelaçou seus
dedos com os meus e os trouxe até seus lábios, beijando minha mão esquerda
enquanto deslizava os olhos para Suzanne. Eu estava confusa no início até que
Suzanne fez uma careta, que então me fez sorrir.
Deixei-a tagarelar e fingi estar encantada com suas histórias, embora sua
presença sozinha invocava memórias desagradáveis do meu primeiro encontro com
uma garota infeliz. Ela era a epítome da cada história diva que você já ouviu falar
sobre garotas ricas mimadas, mesmo indo tão longe a ponto de dizer-nos como
deplorável eram as condições de filmagem. Se seus fãs já soubessem como ela era na
vida real, eles provavelmente parariam de ver seus filmes.
Senti Ryan apertar minha mão duas vezes, uma lembrança silenciosa de
que ele estava prestando atenção a minha situação, embora ele estava ocupado tendo
sua carreira maltratada por David. Seu polegar patinou sobre a minha pele, me
confortando com seu conhecimento tácito. Eu me senti valorizada por seu gesto
privado.
— Ryan — Suzanne interrompeu — precisamos discutir o que vamos fazer
se nós ganharmos.
Uma pontada de ciúme me atingiu quando ela, entusiasticamente, discutiu
como aceitar seu prêmio, pensando em maneiras inteligentes para mostrar seu
"melhor beijo" no palco.
Pensar nele beijando qualquer pessoa me deixou um pouco louca. Eu queria
agarrá-la pelos cabelos e girar em torno dela, mas, em seguida, o que isso iria
concluir? Não. Eu tive que comprimir meu ciúme. Ele é um ator, me lembrei. Merda!
Pequenas mãos embrulharam em volta da minha cintura, me assustando.
Foi um alívio ver Kelly Gael e seu marido, Cal Reynolds, sorrindo para mim. Abracei-
a ferozmente.
— Não posso esperar até setembro — Kelly soltou, se referindo à coletiva de
imprensa de vários países para Seaside II. A primeira parada era Berlim. — Eu preciso
de uma parceira no crime. Por favor, me diga que você irá com Ryan.
Ryan se inclinou e respondeu por mim.
— Ela vai. — E assim, ele retomou sua outra conversa.
Sorri, um pouco surpresa que ele estava ouvindo, considerando toda a
comoção que estava acontecendo ao nosso redor. Kelly gritou animadamente e bateu
palmas, quase pulando para cima e para baixo em seus sapatos de grife. Ela tinha
acabado de me agarrar para me abraçar novamente, quando vi outro rosto conhecido,
embora a expressão naquele parecia triste.
Mudei minha cabeça para olhar por entre o cabelo de Kelly, para ver melhor
a co-estrela de Ryan em Slipknot. Nicole Devin. Eu me perguntava por que ela estava
tão perturbada. Muitas pessoas bloquearam meu ponto de vista, então recuei do
aperto de Kelly e dei alguns passos laterais para a esquerda, forçando Ryan a liberar
minha mão.
Nicole estava aparentemente suplicando a alguém, como se tivesse feito algo
que ela se arrependeu e estivesse implorando perdão, mas eu não podia ver quem era.
Havia tanto drama pintado em seu rosto que o desejo de descobrir por que se tornou
uma necessidade premente.
Se o cara de terno escuro apenas se movesse, pensei, tentando fazê-lo
obedecer ao meu apelo mental. Chocou-me quando ele virou a cabeça, como se ele
realmente tivesse me ouvido. Apertei meus olhos, não tendo certeza se meus olhos
eram precisos a esta distância. Ele mostrou mais do seu perfil, e é aí que eu o
reconheci plenamente.
Respirei fundo, esperando que a minha visão estivesse me traindo; afinal,
eu tinha bebido vários copos de champanhe.
Ele observou completamente ao redor, felizmente não se conectando com o
meu olhar, que me deu uma falsa sensação de alívio, considerando que eu não tinha
ideia do por que ele estava aqui, nem se eu queria que ele me visse.
Ryan recapturou minha mão, quebrando minha vigilância.
— O que você está olhando?
Eu queria que ele esperasse assim eu não perderia o controle do meu alvo,
mas ele se moveu para mais perto.
Olhei em seus olhos, que estavam mostrando sua preocupação.
— Kyle está ali.
Eu o senti ficar rígido.
— Onde?
— Ele está usando um terno escuro. Ali ao lado da mulher de vestido cinza
claro. O vê?
Ryan avistou-o e, em seguida, fez uma careta, não muito satisfeito que ele
estivesse aqui.
— Esse cara apenas não vai embora — ele rosnou, fervendo agora.
— Nicole está ali. — Alguns da multidão moveram-se e foi aí que eu notei
com quem ela estava falando, o que me confundiu ainda mais. — É aquele?
Ryan respirou rápido, exalando o nome dela como se para limpar seu corpo
de toxinas.
— Lauren.
Maravilhoso. A cadela da Flórida, em carne e osso.
— Elas estão discutindo?
— Parece que sim.
Agora fiquei ainda mais curiosa, como assistir a um daqueles reality shows
patéticos onde o drama é acima do topo, mas por algum motivo você não pode desligá-
lo.
— Eu não sabia que elas se conheciam.
A mão de Ryan apertou a minha, quase ao ponto de dor.
— Eu não sabia, tampouco.
Obviamente incomodou Ryan vê-los todos interagindo, embora a julgar pela
forma que Kyle olhou ao redor, ele parecia entediado com a coisa toda. Eu vi como o
olhar de Kyle permaneceu no vestido muito curto e pernas longas e nuas a apenas
alguns pés de distância.
Lauren parecia estar fazendo um ponto, tentando aplacar Nicole, agora.
Aparentemente, a conversa acalorada tinha tomado um novo rumo. Lauren puxou
Nicole para um abraço. Fiquei chocada com sua simpatia evidente; Nicole tinha o
rosto praticamente enterrado no pescoço de Lauren, e, em seguida, por um momento,
jurei que elas estavam prestes a se beijar.
Ryan puxou minha mão, irritado com tudo.
— Vem.
Eu queria resistir, relutante em tirar os olhos do drama de menina, mas seu
tom não deixou espaço para argumentos.
No momento em que chegamos ao pós-festa na Soho House, em West
Hollywood, eu tinha conhecido e me misturado com as pessoas mais famosas que eu
jamais imaginaria. Minha mente e meu corpo estavam zumbindo com o brilho e
glamour que vieram junto com a profissão escolhida por Ryan, para não mencionar
ser cegada por centenas de flashes dos paparazzi no nosso caminho na porta.
À medida que corremos para longe da multidão de fotógrafos fazendo
barulho, gritando e nos perseguindo, me perguntei como Ryan conseguiu manter-se
humilde e aterrado com toda essa atenção. Mesmo eu senti uma pontinha de
supremacia de estar com ele, sabendo que várias das pessoas que nos rodeiam, nesta
grande festa, matariam para estar em qualquer uma das nossas posições.
Ryan havia ganho três prêmios esta noite por seu papel como Charles
Conroy, e eu estava tão malditamente orgulhosa dele que era difícil não ser
presunçosa sobre isso. Mesmo quando ele e Suzanne ganharam o prêmio de Melhor
Beijo, me senti extremamente orgulhosa. Eu estava feliz que ele não a beijou no palco.
Ele me prometeu que não faria, afirmando que eu seria a única mulher que ele beijaria
em público.
Quando olhei em torno do evento lotado, meus olhos pousaram sobre a
própria bunda linda de Ian Somerhalder.
Zac Efron estava em pé a poucos metros de distância, em uma conversa
profunda. Para o inferno com os sacos de presente ganhos da MTV; isto era
definitivamente mais presente do que qualquer coisa. Fui me transformando em uma
fangirl maluca estando tão perto deles. Meus dedos coçaram para tirar o meu celular,
capturar algumas fotos e enviá-las para Marie para que pudéssemos gritar sobre elas.
Dane-se.
Tentei abafar meu entusiasmo chocado. Marie morreria se soubesse que eu
poderia acertar Ian com uma bolinha de cuspe, ele estava assim tão perto. Esgueirei
meu celular e tirei uma foto discreta, precisando atormentá-la.
— O que você está fazendo? — Perguntou Ryan. Ele parecia em parte
divertido e um pouco decepcionado.
Criei uma nova mensagem de texto.
— Atormentando Marie.
Ele me deu aquele olhar "você está brincando?", mas eu ignorei. Era Ian
Somerhalder por amor de cristo e honestamente, muito perto, ele era ainda mais
bonito pessoalmente. Marie saltaria sobre as cadeiras se ela estivesse tão perto dele,
pedindo ao pobre rapaz que assinar seu nome em seu corpo, em algum lugar perto de
seus seios com tinta permanente.
Ouvi Ryan zombando quando ele espiou por cima do meu ombro para ver
quem eu capturei no meu celular.
— A bunda dele? Você deu um close-up na bunda dele?
Eu sabia que deveria me sentir culpada, mas o altruísmo guerreou com
esses sentimentos.
— É um presente para Marie. Ela vai pirar.
— Pensei que ela só tinha olhos para a minha bunda. — O pequeno beicinho
em seu rosto era pateticamente cativante.
Eu estava feliz que ele estava brincando sobre o meu momento paparazzi.
— Ela usou o banheiro depois de você, Ryan. O mistério e o fascínio se foram
agora. Você efetivamente matou isso para ela.
Ele revirou os olhos e então franziu a testa para mim e Ian.
— Esse cara caga, também, você sabe.
Balancei a cabeça para discordar.
— Não, ele não caga. Ele ainda está no status de deus e todos nós sabemos
que os deuses não fazem cocô.
— Oh, vamos lá! Sério?
— Sim. Você não fazia cocô também, sempre, até que ela descobriu que você
era um mero mortal.
Suas sobrancelhas quase bateram na linha do cabelo.
— Então, eu era um suposto deus?
Era difícil enviar textos e debater, ao mesmo tempo.
— Ou um constipado, semideus que viaja no tempo.
Ryan quase cuspiu sua cerveja.
— Eu não posso acreditar que você acabou de dizer isso sobre mim. Nós não
estamos casados ainda e eu perdi o meu status de deus.
Dei de ombros, enquanto meus polegares continuavam digitando.
— Eu estava em cima de você no momento em que vi sangue em seu rosto.
Eu sabia que você poderia ser ferido. Deuses não podem sangrar. Todo mundo sabe
que eles são protegidos por forças místicas.
Sua mão pousou no meu quadril, puxando-me em sua virilha.
— Mas você me chamou de Deus centenas de vezes agora. Você estava
mentindo todo esse tempo?
Olhei em seus olhos escuros e fiquei animada com sua agressividade.
— Se eu te disser a verdade, não viverei com você e seu enorme ego. Você
sabe que eu adoro você, de modo que deve contar para alguma coisa.
Eu vi como sua língua diabólica deslizou para fora para molhar os lábios.
Eu queria aqueles lábios molhados em mim, queria provar o sabor de felicidade em
sua língua.
Ryan estendeu seu celular, dobrando-o.
— Você quer uma foto? Quero uma foto, também — ele proferiu perto de
meus lábios. — Olhe para a câmera e sorria, baby. — Depois ele capturou nossos
sorrisos, ele capturou minha boca.
E então alguém esbarrou em mim, de propósito.
— Ei! Sem amassos. — Olhei para a pateta cara de desaprovação da co-
estrela Seaside de Ryan, Kathleen Jarrett, e observei seu impressionante vestido de
paetês pretos e olhos lindos. Atrás dela, seu namorado e belo ator, Ben Harrison,
sorrindo, piscando essas covinhas adoráveis.
— Ela está tirando fotos da bunda de Somerhalder — Ryan disse secamente,
depositando de volta o seu copo de cerveja enquanto ele, discretamente, recuado sua
ereção parcial no meu quadril.
Kat engasgou para mim.
— Sério?
Chupei uma respiração rápida ao sentir a necessidade evidente nas calças
de Ryan e o ponto silencioso que ele estava tentando fazer. Kat estava esperando por
uma resposta, por isso não fazia sentido negar.
— É para Marie. Ela vai ficar louca com isso. Eu tenho que pegar uma do
Zac Efron também. Ela vai pirar.
— Ooh, eu o conheço. Você quer conhecê-lo? — Perguntou Kat, saltando
animadamente.
— Não, ela não quer — Ryan respondeu por mim.
Kat revirou os olhos e terminou sua bebida.
— Muito ciumento?
Ryan zombou, tomando mais um gole. Bati em seu abdômen gloriosamente
apertado.
— Ele sabe que eu o amo e somente a ele.
Logo fomos cercadas por a maioria do elenco de Seaside, todos nós rindo,
brincando, e bebendo muito álcool caro. Mesmo Suzanne estava tolerável.
Kat colocou seu copo em cima da mesa.
— Eu preciso usar um banheiro. Taryn, vem comigo?
Ryan se inclinou e me deu um beijo rápido.
— Não se perca.
Eu tirei minha mão da sua coxa e segui Kat através da multidão lotada. Por
que é que quando você está um pouco tonta e usando sapatos desconfortáveis, o
banheiro das mulheres torna-se uma caminhada de meia milha? Kat se apertou
passando algumas pessoas, voltando-se para agarrar minha mão para me puxar com
ela. Eu não poderia evitar, mas ri com ela quando chegamos a um espaço aberto.
Ela colocou o braço ao redor do meu.
— Foi divertido.
Eu ainda estava rindo, tendo uma explosão de risadas quando eu meio que
me atrapalhei no meu caminho, sem saber se meus olhos estavam me enganando.
Com certeza, duas meninas estavam dando um amasso quente e pesado em um canto
escuro.
Santo inferno. Bem-vindo a Hollywood.
Devo ficar chocada ou ligada pela sua exibição pública flagrante? A coisa
toda me divertiu bastante até que uma delas se afastou e fez contato visual.
Cambaleei. Santo inferno, essa é...
Lauren Delaney.
Sugando o rosto de Nicole Devin.
Nunca em um milhão de anos...
No segundo que Lauren me viu, ela se afastou de Nicole, empurrando-a para
longe, aparentemente perturbada de serem capturadas.
— O que você está olhando? — Perguntou Kat, puxando no meu braço.
Acenei com meu queixo e Kat gargalhou alto, aparentemente tão chocada
quanto eu.
— Meu Deus. Eu... espere até que eu diga ao Ryan. — Eu pensei que Kat se
dobraria de tanto rir.
— Ele está transformando as suas protagonistas em lésbicas.
Eu dei-lhe um olhar severo.
— Isso não é engraçado.
— Oh sim, é! Quais são as chances? — Ela olhou por cima do ombro. — Isso
significa que Suzanne é a próxima.
Estávamos fora do banheiro feminino quando meu celular tocou. Era Marie,
provavelmente, ligando para gritar no meu ouvido sobre o traseiro requintado de Ian
Somerhalder.
— Eu quase o toquei! — Soltei animadamente, sem sequer dizer olá.
Eu poderia dizer pelo primeiro som que ela fez que ela estava chateada.
— Taryn, ouça. Tammy acabou de ligar. Pete acabou de correr de volta para
o hospital. Eu não sei o que está acontecendo, mas ela disse que ele tentou andar e
não podia sentir sua perna, então ela chamou a ambulância. Eu acho que ele caiu em
seu quarto.
Minha condição ligeiramente embriagada misturou-se com um tiro de
energia de adrenalina preocupada me fazendo sentir vertigens. Cobri a outra orelha
com a mão, tentando ouvi-la sobre a vibração e o ruído. Até o momento que eu
desliguei com ela, me senti como se tivesse sido golpeada no estômago. Deixei Kat
para trás no banheiro e corri de volta para a mesa para dizer a Ryan.
Ryan parou no meio da frase quando ele me viu.
— Tar?
Uma palavra que dizia: Você só foi até o banheiro. O que diabos aconteceu?
Olhei para o celular ainda na minha mão enquanto as visões horríveis de
Pete não sendo capaz de caminhar até o altar no seu próprio casamento atormentaram
meus pensamentos.
— Eles acabaram de levar Pete de volta para o hospital. — Eu o enchi com
o pouco de informação que eu tinha.
Ele respirou fundo, em seguida, Kat, de repente, saltou para cima atrás dele,
muito animada por lhe dizer o que nós testemunhamos em nosso caminho para o
banheiro.
A boca de Ryan caiu.
— Você está brincando.
Kat estava se divertindo muito provocando-o assim.
— Ação de língua total.
Na verdade, eu o vi estremecer.
— Você está confiante de que era Lauren e Nicole Devin? Certeza?
Kat olhou para mim e nós duas concordamos.
Ryan passou a mão pelo cabelo, digerindo esta nova informação.
— Uau. Bom para elas, eu acho.
Tentei mudar de assunto, falando sobre qualquer coisa que não envolvesse
deixar Ryan mais estressado, mas eu podia ver que a notícia tinha o deixado afetado,
alterando ligeiramente seu humor. Ele esteve com Lauren por um tempo quando eles
saíram há alguns anos; eles tinham sido íntimos por meses. Ryan não era o tipo de
homem que poderia desligar suas emoções.
Em vez de deixar isto nos afetar, nos misturamos com tantas celebridades
que eu estava apavorada. Parece que todo mundo tinha o mesmo tipo de perguntas:
O que você está trabalhando agora? Você ouviu sobre esta ou aquela pessoa?
A maioria das conversas terminou com promessas entusiastas de manter
contato e "esperamos trabalhar com você em algum momento". Era difícil discernir
entre as verdadeiras intenções e as besteiras trabalhadas, mas eu gostaria de pensar
que imaginei com precisão.
Ryan tinha acabado de fazer um comentário pessoal para mim, quando eu
vi Kyle andando no meio da multidão em um curso direto até Lauren. Alguém havia
envolvido Ryan em uma conversa e depois de ser apresentada, mantive parte da
minha atenção em assistir Kyle e Lauren. Kyle estava chateado. Eu poderia dizer,
porque eu tinha visto aquele rosto antes. Lauren parecia teimosa, plantando um pé e
cruzando os braços sobre o peito, em desafio.
Kyle estendeu a mão para ela, mas ela rolou seu ombro longe do seu alcance.
Ele aparentemente não ia aceitar um não como resposta, arrebatando-lhe o pulso e
puxando-a para fora de equilíbrio, para que ela não tivesse escolha senão segui-lo.
Ele rebocou-a junto como um filhote de cachorro insolente lutando contra a coleira, e
nunca olhou para ela enquanto ela lutava.
Tanto quanto eu estava curiosa sobre suas interações, eu estava feliz que
ele parecia ter encontrado um novo mercado para as suas atenções equivocadas.
***
Reconectado
***
***
Ryan estava de volta ao set de filmagem quando eu falei com meu pai
biológico novamente. Falamos ao telefone por quase uma hora, nenhum de nós
realmente se importando com o tempo. Joe era fácil de falar e, embora tenhamos
mantido a conversa leve e informativa, eu poderia dizer que suas palavras estavam
cheias de pesar.
Enquanto Ryan filmava, fiquei em seu trailer, passando por cima de tudo,
desde os nossos últimos demonstrativos financeiros até a escolher portas da frente
para a nossa futura casa.
O trailer de Ryan balançou um pouco quando ele saltou para dentro.
— Hey baby — disse ele, me olhando. — O que está acontecendo?
Eu vi como ele colocou alguns papéis no balcão.
— Oh, por onde começar? Tem certeza de que quer ouvir isso?
Ryan tirou uma garrafa de água fria do pequeno frigorífico.
— Não quando você começa dessa forma, Taryn. Mas sim. Comece a
compartilhar.
— Você tem tempo?
Ele tomou um gole e inclinou a cabeça.
— Eu tenho quinze minutos. Posso ter a versão resumida?
— Ok... Marie e Tammy ainda estão brigando, Pete está miserável deitado
em seu sofá e fora do trabalho, sua mãe disse que ela estará dando nossa festa de
noivado em sua casa, do dia vinte e dois de julho, que está em ambos os nossos
calendários agora e em algum lugar pela última semana Cory começou a dormir com
a nova garçonete que Marie contratou. — Mexi meu celular. — Oh, e eu conversei com
Joe.
Ele parecia um pouco surpreso.
— Uau. Eu pensei que todo o drama havia acabado. — Ele apontou. — Cory
transou com essa loira de cabelo curto que conheci, ou Marie contratou alguém?
— Não. É aquela que você conheceu, Kara.
Ryan assentiu.
— Bem, bom para ele, eu acho.
— Não é tão bom para mim. Especialmente se houver um rompimento
dramático.
Ele deslizou na pequena sala de jantar e sentou perto de mim.
— Essa é a merda que você tem que lidar sendo uma empresária. Embora
seja realmente o problema de Marie, eu suponho.
— É o meu bar. É o meu problema. Um que tenho evitado por semanas
agora. Ela tem seu próprio drama para lidar.
Ryan coçou a sobrancelha com o polegar e franziu a testa para mim.
— Eu não posso te dizer o que fazer, mas você sabe que não pode estar em
dois lugares ao mesmo tempo. E Mike está tão miserável, que estou prestes a mandá-
lo para Seaport se ele não conseguir ver Marie em breve.
Ele estava bastante mal-humorado ultimamente.
— Ela quer se tornar uma guarda-costas.
Fiquei surpresa quando ele não parecia perturbado por isso. Ele tomou
outro gole de água e eu o assisti engolir. Algo sobre isso era bastante sexy, na verdade.
— Mike me disse.
A notícia de que Mike falou com ele sobre isso também foi surpreendente, já
que Mike não era bom em compartilhar muito.
— Mike disse?
Ele assentiu.
— Sim. Nós conversamos um pouco sobre isso.
— De acordo com Marie, ele está sendo extremamente favorável sobre isso.
Ryan torceu os lábios, como se estivesse escondendo um segredo.
— O amor faz isso com você.
Isso me surpreendeu.
— Ele está apaixonado?
— Não é óbvio? Ela é muito atraente, mas ela é também um pouco de uma
combatente. Uma pequena coisa determinada, sabe? Isso é exatamente o que ele
precisa.
Eu sorri.
— Sim, eu sei. Ela não leva um monte de porcaria. Ela fica pior se está
bebendo.
Ele se arrastou para fora do assento do banco e sentou-se no sofá, colocando
os pés para cima.
— E quais são seus pensamentos sobre tudo isso? Você perderia sua gerente
do bar.
— Acho que ela deveria fazer o que a faz feliz.
Ele descansou a cabeça em suas mãos.
— Concordo. Especialmente se ela e Mike ficarem juntos. Seria melhor se os
seus empregos se completassem. Isso é apenas um ganha-ganha para nós.
— Ganha-ganha?
Ele me deu seu “não é óbvio?” olhar. Eu não estava prestes a perguntar. Eu
estava meio que presa em sua outra sugestão.
— Você quer que eu venda o bar. — Não era uma pergunta, mas
definitivamente saiu da minha boca como a realização de um segredo.
Sua carranca disse isso por ele. Ele tomou outro gole de água, olhando-me
antes de falar:
— Quero que você faça o que é certo para nós. Ter o negócio é ótimo, mas
você estar constantemente preocupada com isso não é, portanto, então devemos
conceder algo.
— Podemos discutir isso outra hora?
Sem hesitar, ele disse:
— Sim.
— Como estão as coisas no set? Como Nicole está indo?
Ryan parecia indeciso.
— Ela está na ponta dos dedos.
— Você acha que ela vai ficar limpa?
Ele coçou a sobrancelha.
— Ela não tem muita escolha desde que eu insisti em tê-la fazendo exames
de drogas semanais. Ela pode estar irritada com relação a tudo que ela quer de mim;
enquanto ela está aqui trabalhando no meu filme, ela vai manter essa merda fora de
seu corpo e sua cabeça no jogo.
Balancei a cabeça concordando.
— Você falou com ela sobre ter algum aconselhamento de drogas?
Eu sabia que ele não estava interessado em intervir.
— Não, mas eu tive uma conversa particular com ela. Um deslize e eu ver,
ela será arrastada para fora do set em algemas.
— Você não fez isso?!
— Eu certamente fiz. Não tenho tempo para cuidar de crianças. Ela tem que
lidar com sua própria merda ou senão. De qualquer forma, isso não é nosso problema.
Eu tenho que voltar em breve. Eu vim para te pegar. Eu preciso de você lá.
— Você precisa de mim lá? — Dei-lhe o meu melhor “está falando sério”
olhar.
Ele pegou sua roupa, que era um par muito legal de calças azuis de
escalada, que eu não deixaria de comprar para ele na próxima vez que eu fizer
compras.
— Sim. Gosto de saber que você está lá.
— Eu não quero estar no caminho. Achei que era uma distração.
— Taryn, você apenas respirando já é uma distração. Saber que você está
no lote, enfurnada no meu trailer, fazendo Deus sabe o quê que não posso ver, é uma
distração.
Idem.
E aqui eu pensando que o deixava nervoso. Ouvir que ele me queria ali fez
meu interior aquecer. Eu estava aprendendo muito por ser uma observadora
silenciosa e prefiro estar lá fora do que aqui.
— Bem, já que você precisa de mim...
Ryan empurrou seu corpo para cima e, em seguida, ele estava a polegadas
do meu rosto, deixando-me saber seus pensamentos.
— Eu preciso de você. Você é minha musa.
Eu sabia que ele estava brincando comigo, mas seus lábios sensuais me
fizeram pensar em como sortuda eu era, especialmente imaginando-o todo atlético e
suado no set.
— Sua musa, huh?
Ele sorriu e acenou com a cabeça.
— Uh huh.
— Pensei que eu era sua escrava sexual.
Isso me deu um sorriso largo e um beijo sexy-como-inferno.
— Isso também — ele respirou, com gosto da goma de menta que eu tinha
deslizado em seu bolso.
Eu queria sua língua novamente.
— Você tem um gosto bom.
— Eu vou deixar você me provar todo, se quiser, mais tarde. Lembre-me, há
esta posição que ainda não tentamos e eu queria saber se você estaria disposta? —
A cara dele estava tão perto; eu tive que me inclinar para trás.
— Apenas uma?
Os olhos de Ryan se estreitaram.
— Você tem uma mente suja e uma boca que me faz ter todos os tipos de
ideias. É por isso que você é perfeita para mim.
Encontrei seus lábios e lhe dei um beijo malvado, rosnando da tensão de ter
que nos separar.
— Antes que você se empolgue...
— Então é melhor você inventar outra distração além de colocar sua língua
na minha boca.
Lutei contra a atração e murmurei:
— Conversei com Joe por quase uma hora.
Ele pareceu surpreso, dando um passo para trás.
— Sim? E?
Lutei contra a minha decepção e tristeza repentina, tentando permanecer
positiva sobre o assunto, mas era difícil. O homem que foi meu pai estava me
mantendo no comprimento do braço, e bem, doía. Senti mais rejeição do que aceitação
naquela hora.
— Foi bom, mas... bem... ele me contou sobre sua esposa e sua família. Ele
tem duas filhas jovens que, aparentemente, são suas grandes fãs.
Os olhos de Ryan se estreitaram, me lendo como um livro de novo.
— É só isso? Aparentemente, ele também disse algo que perturbou você.
Posso ver isso em seus olhos.
Sentei-me de volta.
— Ele disse que sempre lamentou me dar, mas ele era jovem e não sabia
nada sobre criar um bebê e... posso dizer que ele está cheio de remorso.
Ryan sentou-se ao meu lado.
— Eu posso imaginar. Então vamos lá para conhecê-lo?
— Não.
— E por que não?
— Ryan, não tenho sido uma parte da sua família por um longo tempo.
— E daí?
— Não é tão simples assim. Nós conversamos e, bem, ele está feliz, eu sei a
verdade sobre ele, mas ele disse que ainda não está pronto para dizer a sua esposa
sobre mim. Ele não tem certeza de como ela vai reagir, uma vez que ele nunca disse
a ela sobre ser pai de uma criança quando era um adolescente. Ele tem medo que a
notícia vai perturbá-la muito.
Ryan esfregou a testa, parecendo irritado.
— Bem, isso é muito ruim, porra.
— Ryan, é a escolha dele. Eu não posso esperar que ele coloque a felicidade
de sua família em perigo, não importa o quanto quero conhecê-lo.
Ryan encolheu um pouco.
— Um homem deve reconhecer sua situação.
— Ele era um garoto quando eu nasci. Não posso colocar isso em cima dele.
Ele tem que decidir o que é melhor para eles.
Ele parecia discordar.
— O que ele faz para viver?
Por um momento, parecia que ele estava sendo protetor, como se ele
precisasse saber se Joe era bom o suficiente para ser o meu verdadeiro pai ausente.
— Ele é um mestre eletricista. Ele é dono de sua própria empresa. Ele disse
que faz um monte de construção nova e eles estão tão ocupados que dificilmente
podem aguentar. — Não, isso deve ser bom o suficiente.
Os lábios de Ryan contraíram-se e ele acenou com aprovação silenciosa.
— Bom, trabalho honesto. Soa como um trabalhador.
Quem é você e o que aconteceu com o meu noivo de vinte e sete anos de
idade?
— Será que sua esposa trabalha?
Acenei.
— Ela é uma higienista dental.
Isso obteve um aumento de sobrancelha e mais alguns acenos de cabeça em
aprovação. Era quase como dizer que ela estava relacionada com seu pai dentista,
pela forma como ele pareceu bem com essa informação.
— E as meninas? Quantos anos elas têm?
— Abby tem quatorze e Eli tem onze. Elas soam como ótimas crianças.
Com isso Ryan pareceu relaxar um pouco, mas ainda assim ele disse:
— Ouça. Eu sei que você está lidando com isso... esse choque. E eu vou
continuar a ser paciente e te apoiar, mas não vou permitir que alguém que você mal
conhece te deixe chateada. Antes de abrir essa caixa, as coisas estavam bem. Bem,
tão bem quanto poderíamos considerar, mas agora isso jogou você em um loop e eu
não dou a mínima se ele é o rei de Siam. Se ele não trouxer bondade e felicidade para
você, então ele vai ser cortado muito rapidamente. Marque minhas palavras, Taryn.
Eu não vou deixar isso prejudicar você. Se ele não quiser controlar essa merda e ser
um homem sobre isso, então ele pode voltar a ser desconhecido para nós. Você foi
magoada o suficiente para uma vida inteira e não vou suportar alguém trazendo mais
tristeza em você. Eu não vou.
— Eu sei — resmunguei baixinho.
— Não, eu não acho que você saiba. Toda a sua vida você foi distraidamente
feliz. Agora você questiona tudo mais do que você fez antes. Mas o que você precisa
se concentrar são as coisas que estão certas e verdadeiras em sua vida. Eu. Minha
família. Nós somos constantes. Eu não vou a lugar nenhum e você sabe disso. Mas
um cara que você não conhece, que doou alguns espermatozoides, não vale o espaço
na sua cabeça que ele está tomando. Dan e Jennifer eram seus pais e sei que eles
foram levados muito cedo de você, mas você precisa de uma mãe ou um pai; meus
pais estão muito dispostos a dar um passo à frente e lhe dar o que você precisa. Esse
cara... esse Joe, ele não faz diferença nas nossas vidas. Você e eu, isso é tudo que
temos. E se suas amigas querem fazer escolhas que não incluem um futuro com a
gente, eu não tenho nenhum problema com isso, também. Nenhum. Corte essa merda
e vamos fazer novos amigos. Nós nos cercamos de pessoas que se preocupam e nos
amam. É assim que fazemos.
Ele estava certo. Estupidamente certo, como de costume. Eu tinha
reconhecido os meus medos de abandono quando pensei que os pais de Ryan estavam
mudando-o para fora do apartamento, logo antes que ficamos noivos. Todo mundo
que eu amava, eventualmente, me deixou. Todos. E agora, um cara que eu nem
conhecia estava puxando minhas emoções e torcendo meus pensamentos só porque
eu precisava ter algo em troca; necessitando validar o por que esta informação sobre
mim ser adotada foi mesmo jogada em mim.
Ainda por tudo isso, eu quase queria rir dele.
— É assim que fazemos?
— É assim que fazemos — disse ele, sério primeiramente até que a borda de
sua boca inclinou-se. — Você não tem nenhuma relação com ele. Ele não quer fazer
uma com você, não há problema. Uma pessoa a menos fodendo com a nossa
felicidade, tanto quanto estou preocupado.
Sorri com esse pensamento; como ele era capaz de fazer-me amá-lo mais e
mais a cada dia.
Seus olhos desceram para os meus lábios, a cabeça inclinou na direção
oposta, e ele murmurou:
— Venha aqui — enquanto ele se inclinou para me beijar. Passei meu braço
por cima do seu ombro para que eu pudesse puxar o meu corpo ainda mais perto,
enquanto a outra mão encontrou os cachos suaves de cabelo em seu pescoço. Ele
gemeu em minha boca enquanto eu puxava seu cabelo.
— Preciso passar um dia inteiro beijando você — eu respirava em seus
lábios.
Ele puxou as pontas do meu cabelo pendurados junto ao meu peito.
— Amanhã. Toda a manhã. Sem telefones, sem computadores. Sua boca e
seu corpo são meus.
Alguém bateu na porta do trailer.
— Dez minutos, Ryan.
Seus ombros caíram, assim como os meus. Seus olhos deslizaram sobre a
minha tela do laptop.
— O que você tem aí?
Eu tinha esquecido sobre a minha pesquisa na Internet.
— A porta da frente totalmente impressionante para a nossa nova casa. Você
gosta?
— Sim, deixe-me vê-la. — Seus lábios se curvaram um pouco e ele sentou-
se, movendo o computador mais perto para dar uma olhada melhor. — Legal.
Adicione-a à lista.
Bem, isso foi fácil.
— Quer ver mais?
— Por quê? Você projetou toda a casa?
— Não, mas Marie enviou algumas fotos. Ela disse que esta é onde devemos
nos casar. — Abri o e-mail e coloque os anexos em tela cheia.
Os olhos de Ryan amassaram antes se alargarem.
— Uau. Não, rola de volta. Volte. Pare. Puta merda, isso é legal. Onde fica
isso?
— Itália. Um lugar chamado Grotta Palazzese. O que você acha?
O sorriso de Ryan alargou, observando no restaurante. Ele era localizado no
interior da abertura de uma caverna e tinha uma vista deslumbrante sobre o vasto
mar Mediterrâneo.
— Isso é selvagem. Itália? É isso que você quer? Algo parecido?
Dei de ombros, não firmemente decidida sobre qualquer coisa.
— Eu não sei. Mas isso definitivamente parece um lugar fresco para jantar.
Ele me deu seu olhar, aquele que disse que voaria comigo em qualquer lugar
que eu quisesse e me daria o casamento dos meus sonhos desde que eu dissesse sim
ao longo do caminho.
— Eu acho que nós precisamos ir lá e verificar, mesmo que seja apenas para
o jantar. Nos traz de volta a você libertar-se de suas responsabilidades, porém, Tar.
— Eu sei. E eu acho que tenho uma solução.
Ryan levantou uma sobrancelha.
— Você tem?
Depois que eu lhe disse a minha ideia, ele estava mais do que feliz. Ele
estava totalmente aliviado.
Ir para a Itália era mais fácil dizer do que fazer. Depois de passar mais
alguns dias com Ryan em Vancouver, voei de volta para Rhode Island sozinha. O mês
de junho estava quase no fim, Marie estava um pouco infeliz, Tammy não estava
realmente falando com qualquer uma de nós, e Pete estava se afogando em dívidas,
os seus dias de subir escadas e fazer o trabalho manual para viver em espera
indefinidamente.
Dizer que eu estava ansiosa para voltar a tudo isso seria uma mentira. Pelo
menos os paparazzi e as fofocas eram um pouco agradáveis, fotos na imprensa de
nossa felicidade quando pegaram Ryan e eu fazendo compras há poucos dias.
Ryan e eu tivemos um bom tempo andando; indo em alguns pontos
turísticos e gastando algum dinheiro em coisas que não precisávamos, mas
poderíamos pagar. Eu estava ostentando um lindo bracelete antigo de diamantes que
Ryan gastou uma pequena fortuna e ele comprou para si mesmo uma corrente legal
de platina com uma Tag de aço inoxidável que tinha um design tribal de um lado e
meu nome gravado no outro.
Mas agora eu estava sentada no banco do passageiro do meu carro, Marie
ao volante, desde que ela me pegou no aeroporto, e a incrível vez que tive com Ryan
infelizmente tornou-se uma outra memória.
Assisti a paisagem se aproximar mais uma vez, sentindo uma espécie de
déjà vu e me perguntando se as coisas iriam se resolver.
Voltar ao Mitchell’s Pub estava começando a parecer um fardo, e isso não
era bom.
— Será que você reservou seu voo? Perguntei, querendo saber quando o
outro sapato ia cair.
Marie olhou por cima rapidamente.
— Sim. A aula começa em nove de julho.
Minha mente folheou o calendário, sabendo que eu já tinha um problema,
mas não estava disposta a deixá-la parar seus planos.
— Você vai perder festa de encerramento de Ryan por causa minha.
Senti meus ombros tensos quando olhei para ela.
— Mike precisa manter sua boca fechada.
Marie soltou uma gargalhada:
— Eu sei que você deveria estar em Pittsburg com os pais dele no dia vinte
e dois, bem, que você falhou em me contar.
— Eu não estava mantendo em segredo. Bem, eu estava, mas eu não ia dizer
a ela até que ela ir embora.
Ela passou um campista lento na pista central.
— Mentirosa. Você disse que não tinha nada firme até o Teen Choice Awards,
em sete de agosto.
E é aí que era o meu problema, em poucas palavras. Desde que a clonagem
não era possível, alguma coisa tinha que dar, assim como Ryan tinha dito.
— Você precisa se preocupar com sua agenda e me deixar preocupar com a
minha — rosnei, provocando é claro.
— Pensei que você estaria tentando ir para a Itália na semana antes disso?
— Não. Ryan não tem certeza se ele vai ter que ir para L.A. antes. Ele está à
espera de ouvir.
Fiz uma busca na minha bolsa pelo meu calendário.
— Quando você vai voltar, então?
— Vinte e Oito de julho. — Sua voz fez uma ascensão animada, fazendo-a
soar como uma pergunta. Eu poderia dizer que ela estava pisando levemente. Ela
também sabia que eu não tinha ninguém para substitui-la.
"Você vai voltar magra, quero dizer uma máquina de combate — brinquei,
tentando deixá-la saber que eu estava apoiando totalmente suas decisões.
Marie me deu um sorriso fraco.
— Eu não tenho que ir para esta sessão, Taryn. Eu poderia desistir. Esperar
um ano, talvez. Não sei. Sei que estou colocando você em um local apertado.
Ajustei meu anel.
— Não. Definitivamente não.
— Taryn, eu estou apressando isto. Não sei nem mesmo se Mike quer um
relacionamento comigo. Estou lutando com Gary sobre quem fica com a maldita
torradeira e outras merdas. Eu não deveria estar fazendo qualquer grande movimento.
— Se é isso que você quer, então você irá agora. É hora de fazer o que você
quer, pelo menos uma vez.
— Mas...
— Mas o que? Você vai duvidar de seus desejos, porque você não tem certeza
das intenções de Mike? Você quer ser uma guarda-costas, sabendo o que implica,
então faça. E não há, “mas”. Eu não vi você animada com alguma coisa assim nos
últimos anos. Você quer forjar uma nova carreira, então agora é a hora. Você está
desperdiçando sua educação e talentos ficando presa atrás do bar.
— Eu não estou presa...
— Sim, você está. Nós duas estamos. É hora do próximo capítulo.
— Eu preciso de uma renda, Taryn — ela respondeu. — Eu não posso ir sem
um emprego.
Suspirei.
— Nós já tivemos essa discussão.
— Taryn, você não pode me pagar um salário que não trabalhei por ele. Você
já me emprestou dinheiro para o advogado. E isso vai levar um tempo até eu ver uma
solução do meu divórcio para que eu possa pagar de volta.
— Marie, o que foi que eu disse?
Ela bufou.
— Não está certo. Você não pode continuar resgatando seus amigos.
Virei-me no meu lugar para olhar para ela, mantendo-me ao fato de que eu
estaria sacando algum dinheiro de minha herança para cobrir as coisas se eu
precisasse. O bar estava fazendo mais dinheiro, mas não o suficiente para cobrir
vários salários em tempo integral.
— Você faria o mesmo por mim e você sabe disso.
— Você vai ter que contratar outro barman ou dois e alguém vai ter que
estar lá para gerenciar o lugar. E eu não posso esperar que você contrate alguém por
apenas duas semanas e depois demita-os quando eu voltar. Cory é ótimo, mas você
sabe tão bem quanto eu que ele é jovem e não está pronto para assumir essa
quantidade de responsabilidade. E o que acontece se eu chegar lá e descobrir que não
posso lidar com isso? Mike disse que isto é bastante intenso: como treinamento de
combate, disparar uma arma enquanto rolamos no chão e outras coisas. Quer dizer,
o que diabos eu sei sobre desarmar alguém ou chutar o traseiro de alguém? Da última
vez que eu estive em uma luta foi quando estávamos na escola e soquei Sophie Lithgow
na cara por me chamar de vagabunda.
Eu ri.
— É um começo. E isso foi clássico, a propósito. Ela merecia isto, chamando
nós duas de vagabundas.
— Sim, mas eu, pelo menos, ganhei o título — Marie se gabou.
— Não, você não ganhou.
Então ela me deu um olhar torto, insinuando que ela ganhou.
Ficamos em silêncio por mais meia milha quando eu finalmente disse o que
estava rodando em meus pensamentos:
— Ryan, tipo, me sugeriu novamente que eu deveria vender o bar.
A boca de Marie se abriu.
— Por quê?
— Porque eu não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo.
Ela gemeu baixinho.
— Você tem certeza que quer fazer isso?
Minha resposta instintiva foi não, mas eu disse:
— Eu não sei. Estou pensando sobre isso.
Ela balançou a cabeça com firmeza.
— Eu não acho que você deveria vendê-lo.
Eu estava grata que ela disse isso.
— É errado da minha parte querer ter um plano de contingência?
— De jeito nenhum! Olhe para mim. O bastardo me trancou para fora da
minha maldita casa! Eu mal escapei com as roupas do corpo e agora ele está
ameaçando quebrar nosso vaso chinês que sua tia nos deu, apenas para que eu não
tente levá-lo no divórcio. Eu não sei onde eu teria acabado se você não tivesse me
acolhido. Isso não quer dizer que Ryan faria qualquer um desses absurdos para você.
Honestamente, acho que você estaria muito bem fazendo outra coisa se você vender o
bar, mas a parte de mim, passando por um divórcio de merda, diz que você deve
manter sua rede de segurança.
A mulher inteligente dentro de mim havia sido queimada muitas vezes por
homens, e assim manter a autopreservação era um imperativo moral.
— Eu odeio me sentir assim.
— Eu sei — ela murmurou. — O que sua mãe sempre nos diz?
— A única onde poderá encontrar lixo em qualquer esquina, mas você deve
sempre resistir a um homem com um coração de ouro?
— Não, não. Essa é boa, também, mas é aquela onde ela sempre disse que
você deve certificar-se de que o homem a ama mais, do que você ama o homem —
disse ela. — De acordo com Ryan, o sol nasce e se põe sobre seu traseiro, então eu
acho que você está bem.
Pensando de volta naqueles momentos em que minha mãe me deu suas
pequenas ironias de sabedoria propagou calor no meu coração.
— Minha mãe era uma mulher sábia.
Marie sorriu.
— Sim ela era. Pena que não a ouvi.
Cocei a cabeça.
— Sim, isso faz duas de nós. Desta vez eu ouvi, apesar de tudo.
— Sim, de fato. Trocou o bad boy pelo menino fodão.
Por alguma razão, uma imagem de um Mike Murphy sem camisa e
musculoso passou pelos meus pensamentos.
— Mike é muito fodão.
— Sim, ele é. — Ela sorriu. — Ele é a razão pela qual eu tenho certeza que
as coisas precisam acabar entre mim e Gary. Não percebi quão ruim era o que eu
tinha até que Mike chegou. Gary nunca me fez uma prioridade. Nem uma vez, ele
colocou minhas necessidades à frente das suas. Quando eu olho para trás em nossa
relação, mesmo antes de nos casarmos, ele nunca me fez sentir como se eu fosse
importante. Você já viu isso. Depois de um tempo, essa merda começa a se desgastar
em você. Mas Mike... sei que ele está puxando alguns favores para levar para esta
escola. Ele não hesita uma vez sobre como cuidar de mim. Nem uma única vez.
— Mike tem estado muito mal-humorado — eu disse a ela. — Ryan está
pronto para enviá-lo para cá, logo. Felizmente, eles estão praticamente terminando
Slipknot.
Seu rosto se iluminou. Era uma coisa tão bonita.
— Sério?
Sorri amplamente.
— Ele acha que Mike está apaixonado por você.
— Sério?
— Sério; sério.
Depois de alguns segundos de um sorriso de orelha a orelha, ela disse:
— Ryan é loucamente apaixonado por você, sabe? Ainda... por favor, não
venda o bar.
Eu me irritei um pouco.
— Estou triste que eu vou perder sua festa de noivado nos pais de Ryan.
Tenho certeza de que Ellen vai encher você de comida. — Ela não tinha que me dizer,
que dizer aquelas palavras a machucaram.
Isso me lembrou de mais uma coisa que eu tinha que fazer: tempo para ver
se a minha próxima ideia brilhante seria criticada.
***
— Fui visitar Pete hoje — eu disse ao Ryan quando conversei no Skype mais
tarde naquela noite. Pobre Pete. Eu poderia completamente simpatizar com a coceira
torturante que vinha em ostentar um gesso. Seu novo mancar também não passou
despercebido.
— Como ele está? — Ryan perguntou enquanto estava deitado na cama com
seu laptop em suas pernas. Ele não estava vestindo uma camisa e, obviamente, tinha
acabado de sair do banho, já que sua pele estava brilhante e deliciosamente
refrescante. Porra, era uma bela vista na tela do meu computador.
— Você tem alguma ideia de como é difícil falar com você enquanto você está
assim?
O rosto de Ryan amassou.
— Assim como?
— Nu e tudo... — Minha mão acenou desde que eu estava sem palavras.
Ryan sorriu, passando a mão sobre o peito nu.
— Você gosta do que vê?
— Você sabe que sim.
Ele virou seu laptop para o lado, certificando-se de que a câmera estava
mostrando o que ele agora estava acariciando em sua mão. Como uma adolescente
assistindo um filme pornô, eu tinha o meu próprio programa de nudez com Ryan
Christensen.
— Vê qualquer outra coisa que você gosta?
Corei, sentindo-me extremamente nervosa.
— Oh meu Deus, Ryan! E se algum hacker puder vê-lo assim? Assim é como
sexo privado.... Pare! Você quer que vídeos de você batendo punheta virem virais?
Ele cutucou sua tela, virando a câmera de volta em seu rosto, que agora
mostrou autoridade exigente.
— Ninguém vai ver. Leve o seu laptop de volta para nossa cama e tire a
roupa.
Pulei um pouco pelo seu tom severo, sentindo-me estranhamente compelida
a cumprir. Ainda assim, eu estava muito apreensiva de fazer algo tão ousado através
da Internet.
— Ryan...
Sua expressão era para mostrar que ele não ia aceitar um não.
— Agora, Taryn.
Funcionou.
A contragosto, levei meu laptop para o meu quarto e deixei-me cair, ainda
totalmente vestida.
Nós dois estávamos em nossos lados da cama, um braço apoiando a cabeça
para cima. Observei enquanto seus dedos se moviam em direção à tela.
— Sinto sua falta — ele disse suavemente, quebrando minha resistência,
como se fosse feita de papel de seda. — Eu sinto falta da sensação de perfeição que
tenho quando você está em meus braços. Você já se sentiu assim? Como se uma parte
de você estivesse em falta quando estamos separados?
Queria alcançar através da tela e tocá-lo de volta.
— O tempo todo. Eu meio que me sinto incompleta.
Ele passou o dedo sobre seus lábios. Foi a mais sexy maldita coisa, como se
a sua fome para mim fosse palpável.
— Você sabe qual é minha parte favorita do seu corpo?
Engoli em seco, imaginando que ele iria para o óbvio. Eu não ia lhe dar a
satisfação de adivinhar.
— Nenhum palpite? É seus lábios. E não para o ato que você pode estar
pensando que amo. A curva deles faz-me sempre me perguntar o que está acontecendo
em sua cabeça. Entre seus lábios e seus olhos eu posso, mais ou menos, adivinhar e
sou geralmente muito preciso. Você pode não perceber, mas eles são a janela para
sua alma.
Estudei seu rosto, a suavidade de suas bochechas onde elas se encontram
com a sombra da barba crescendo no queixo, os incrivelmente longos cílios que
emolduravam aqueles olhos de milhões de dólares, o corte quadrado de seu queixo.
— Seus olhos entregam você, também, você sabe.
— Se você estivesse aqui, eu te beijaria agora. Eu não iria parar até que você
estivesse nua debaixo de mim, suspirando na minha boca. Eu posso quase sentir a
suavidade de seda de sua pele enquanto corro meus dedos por baixo da sua calcinha.
Eu estava começando a acreditar que pode haver algumas vantagens
maravilhosas em bater papo em vídeo. Ele estava me seduzindo com a cadência suave
de suas palavras e os visuais que ele criou em meus pensamentos.
— Pegue seu dedo, corra-o lentamente no seu pescoço, até a base de sua
garganta. Quero que você me sinta te beijando, assim como quando eu faço amor com
você.
Obediente, fiz como ele instruiu. Cada vez que ele me disse para molhar
meus dedos ou beliscar minha própria carne me excitou mais e mais até que eu estava
encharcada de excitação, ofegante e gemendo. Toquei-me muitas vezes durante esses
períodos secos entre os encontros, mas isto era um milhão de vezes melhor.
Um milhão.
Ryan tinha, convenientemente, virado a tela para que eu pudesse vê-lo se
limpar. Meu coração batendo foi finalmente abrandando quando ele cutucou seu
laptop de volta para mostrar seu rosto na minha tela.
Seu sorriso saciado iluminou meu coração.
— Você deve me seduzir em vídeo mais vezes — eu disse.
Ele riu levemente, o dedo penteando o cabelo da testa.
— Prefiro fazer isso com você em pessoa, mas nós fazemos o que temos que
fazer nesse meio tempo.
— Não sabia que te observar seria tão excitante.
Seus lábios tremeram.
— Oh, eu sim. Só de ouvir a sua voz é um estímulo para mim; todo o resto
foi apenas um bônus.
Rolei sobre o meu estômago.
— Ok, certo. Minha voz te excita muito.
Sua expressão disse que ele estava falando sério.
— Futura esposa, fizemos sexo por telefone antes e agora não só eu posso
ver seu rosto, mas também posso ver seus seios nus. Confie em mim. Agora diga-me
sobre Pete, a menos que você queira ir para a segunda rodada, o que devo dizer, já
estou ficando pronto. — Eu o vi encher alguns travesseiros sob sua cabeça e, em
seguida, ele mostrou sua meia ereção na tela novamente apenas para mostrar-me o
seu ponto de exclamação para essa afirmação.
Depois que recuperei minha capacidade de falar, murmurei:
— Pete está miserável.
— Você resolveu essa porcaria com Tammy?
— Não. Mas eu vou. Estou presumindo que ainda estamos no casamento.
Você ainda quer ser o padrinho? Ele perguntou se você ainda estava dentro. Entendo
se você não quiser. Você não conhece Pete tanto tempo e....
Ryan me interrompeu:
— Eu já disse a ele que iria. Dei-lhe minha palavra. Eles devem saber que a
minha presença vai causar um rebuliço, por isso, se eles são bem com isso, estou
dentro. Eles estão avisados. Além disso, não há nenhuma maneira que vou deixar
outro cara levá-la até o altar, Taryn. De jeito nenhum.
Amei a sua possessividade. Fez-me sentir segura e valorizada.
— É essa a sua resposta final?
Ele olhou para mim da minha tela antes de dizer:
— Essa é a minha resposta final para sempre. Você está bem com isso,
baby?
Considerando que Tom me deixou em uma festa uma vez, não dando a
mínima para quem me levasse para casa ou até mesmo se eu chegaria em casa viva,
eu estava mais do que bem com ele.
— Sim.
— Essa é minha garota.
Diga o que quiser, mas eu estava feliz demais de ser sua em termos
inequívocos.
— E o que ele disse a sua outra proposta?
A memória da reação de Pete, quando lhe perguntei, me fez sorrir mais
amplo.
— Você pensaria que lhe ofereci um milagre.
— Então ele está a bordo com isso?
— Sim. Ele começa a treinar comigo amanhã.
CAPÍTULO 18
Quando chove
Estava chovendo em baldes lá fora. Era o tipo de chuva pesada que você
juraria que poderia passar através do telhado, porque está caindo tão duro. Andei até
a porta da frente da casa dos pais de Ryan, abrindo-a para assistir a chuva derramar.
Ryan havia terminado de filmar Slipknot, e a festa de encerramento de
elenco foi outra coisa. Pete estava fazendo um excelente trabalho gerenciando o pub,
então fui capaz de encontrar Ryan de volta em Vancouver. Nicole tinha ficado bastante
embriagada, enrolando as palavras e insinuando que era culpa de Ryan que sua
amante, Lauren Delaney, não estava lá.
Eu sabia com certeza que sua vida amorosa não estava sequer no radar de
Ryan quando chegamos na festa, mas ela estava sob a impressão de que ele tinha
banido Lauren da lista de convidados.
Talvez ele exagerou um pouco quando disse ela teria sorte em conseguir um
trabalho de garçonete, uma vez que a mídia tivesse um vento sobre seu vício em
drogas, mas isso, definitivamente, calou-a rapidamente.
Muitas pessoas só veem as fotos públicas de celebridades sorridentes em
estreias e festas. Se o público em geral soubesse algumas das merdas que acontecem
nos principais cenários de filmes, eles ficariam chocados.
Conflitos de personalidade, egos inflamados, diferenças nos métodos de
atuação e interpretações de cenas — tudo acontece.
Mas isso foi há dois dias, Ryan finalmente teve algum tempo de inatividade,
e tivemos uma festa de noivado na família para preparar.
Ryan deslizou a mão sobre meus shorts cáqui e agarrou meu quadril,
olhando por cima do meu ombro.
— Vá — ele cutucou, empurrando-me através da soleira. — Vamos ficar na
varanda.
O céu às 19:30min estava escuro e ameaçador; o calor do dia foi extinto,
fazendo com que o vapor se levantasse do piso da garagem quente. Estendi minha
mão para a corrente grossa de água da chuva que caía sobre a borda das calhas ao
longo do telhado da varanda.
— Nick e eu lavamos o carro do meu pai em um aguaceiro como este uma
vez. Tivemos uma explosão. Papai nos deu um balde e esponjas e nos pôs para
trabalhar, embora não soubéssemos que estávamos trabalhando no momento.
Estávamos todos com sabão e molhados, mas, porra, nos divertimos.
A água que caía na minha mão estava fria e refrescante quando imaginei
dois garotos travessos correndo ao redor com esponjas de sabão.
— Uau, a chuva é torrencial.
— Vou dizer. A última vez que vi chover tanto, nós fomos....
Imediatamente endureci. Ryan endureceu, também, parando a si mesmo.
Lanternas de carro piscaram através das gotas de chuva em meus
pensamentos; os sons de pneus cantando na estrada molhada e uma buzina
estridente me dizendo para sair do meio da rua, no centro de Miami, rodaram em um
flashback doloroso. Essa memória horrível, esse sentimento como se eu tivesse
acabado de ser eviscerada vendo-o beijar Lauren, esse desejo de fazer toda dor ir
embora, tomou conta de mim. Era distante, mas em um instante.
Felizmente, eu era capaz de manter essa memória separada deste momento
atual, não permitindo que esses momentos ruins me puxassem para baixo.
— Eu não deveria... eu não quis dizer... — Ryan se atrapalhou, seguido pelo
sussurro de uma maldição para si mesmo.
Dei-lhe a minha atenção, tentando não o deixar se descontrolar.
— Está tudo bem.
De repente, ele agarrou meu pulso, me puxando para a abertura na varanda.
— Eu. Foda-se. Vem — ele ordenou.
— Onde estamos indo?
Ryan deu um passo para fora da varanda, depois ficou diretamente sob a
água que transbordava da calha acima.
— O que você está fazendo? — Perguntei conforme a água derramava em
sua cabeça. Ele sorriu maliciosamente e balançou a água fora de sua cabeça, antes
de se dobrar e me pegar por trás dos meus joelhos. Senti o barulho enquanto eu estava
erguida por cima do seu ombro nu e, em seguida, a água da chuva fria atingiu meu
cabelo, meus ombros e minhas costas, me fazendo gritar.
— Ryan!
— Vamos lá, baby. — Ele nos levou até a calçada inundada em seus pés
descalços. Ele só tinha um par de shorts uma vez que estávamos descansando em
torno da casa.
A chuva estava fria, mas refrescante e bloqueou imediatamente meus
pensamentos, dando-me o espaço apenas para me preocupar com ficar encharcada.
— O que você está fazendo? — Eu ri quando ele se empurrou para baixo
pelo longo caminho.
— Fazendo novas memórias — disse ele em uma corrida, parando quando
chegou à torrente de água fluindo rua abaixo.
Apenas quando pensei que não poderia amá-lo mais do que eu já faço, caio
mais algumas milhas mais profundas no amor por ele. Ele nos girou ao redor,
segurando minhas pernas para que eu fosse equilibrada em cima do seu ombro pelo
meu estômago. A chuva pesada atingia minhas pernas enquanto eu ria de sua
brincadeira.
— Você está louco! — Eu me senti tão tonta e livre.
Ryan fez um gesto como se estivesse indo me colocar no chão.
— Você me ama?
Agarrei a parte de trás do seu calção molhado.
— Sim!
Ele levantou minhas pernas mais alto.
— O que?
— Sim! — Ri mais alto, expondo a fenda do seu traseiro quando ele me
pendurou em suas costas. Ele pulou em uma enorme poça.
— Diga!
— Eu te amo!
Ryan girou-nos em um círculo. Meu cabelo molhado virou, aderindo no meu
rosto.
— O que? Eu não posso ouvi-la. Está chovendo. Você terá que falar alto.
— Eu te amo! — Gritei, limpando o cabelo molhado dos meus olhos com
uma mão enquanto segurava o calção com a outra.
— Você o que?
Bati em sua perfeita bunda, encharcada.
— Eu te amo!
— Você me ama?
Ele estava me deixando tonta, pulando e nos girando daquele jeito.
— Eu te amo!
Suas mãos agarraram as minhas coxas.
— Você vai se casar comigo, Mitchell?
— Sim! Não me deixe cair!
Ele me mergulhou mais para trás; minha camisa molhada reunida
desconfortavelmente sob meus seios.
— Sim? Sim, o que?
Eu estava rindo tanto, que estava tendo um desses adesivos laterais em
minhas costelas.
— Sim, eu vou casar com você!
Ele me pôs para baixo, na fria corrente de água da chuva; uma mão agarrou
meu quadril, enquanto a outra ficou presa no meu cabelo na base da minha cabeça.
E então ele estava me beijando. No aguaceiro. No fluxo de água corrente no meio-fio
na frente da casa de seus pais em Pittsburgh. Beijando-me com tudo o que tinha e
algo mais. Alisando meu cabelo molhado. Mordendo meus lábios. Girando sua língua
com a minha.
Misturando nossa respiração com fome em uma só. Marcando minhas
memórias com novos pensamentos da chuva. Reluzindo seu brilho em mim no meio
de uma tempestade escura.
Minhas mãos estavam em costas, suaves e musculosas, suas costelas,
pescoço e rosto.
Meu.
Meu, meu, meu.
— Eu te amo — ele murmurou.
— Eu te amo mais.
Ele se separou me agraciando com o seu sorriso assassino. Sua felicidade,
sabendo que eu era uma grande parte dela, era como um presente. Um que eu amaria
para sempre.
Mas eu ainda tinha que fazê-lo pagar por me girar de cabeça para baixo.
Abaixei-me, recolhi um punhado de água, e atirei-a para ele.
— Ah, é? — Ele passou o seu grande pé através da corrente, enviando
salpicos de água em toda minha canela.
Eu não havia me sentido tão livre em um longo tempo. Chutei a água de
volta para ele. Quando ele se inclinou para encher sua mão, eu ficava chutando e
salpicando, até que ele estava suficientemente encharcado.
Ryan se endireitou, olhou para baixo, e disse:
— É melhor você correr.
Corri através da chuva, alcançando apenas o comprimento do quintal do
vizinho, descalça na rua, antes de ser pegada do chão.
Ryan estava sorrindo quando ele me levou até a esquina onde o bueiro na
rua estava transbordando com a tempestade.
A chuva caía com tanta força, que a água estava inundando a rua.
— Nós costumávamos brincar aqui — disse Ryan, andando comigo
pressionado contra o peito. — Eu e Nick. Ricky Beidler morava naquela casa ali.
Entramos em todos os tipos de problemas.
Ele me colocou para baixo na água até os tornozelos. Foi quando o espirro
sério começou. Água encharcou meu sutiã, escorrendo pelas minhas costas.
— Isso é tudo que você tem, Christensen? — Chutei, enviando uma explosão
de água para ele. Ele riu, jogou o cabelo molhado para trás, e me agarrou pela cintura,
me sentando na água. Gritei novamente quando água fria inundou pela fenda do meu
traseiro.
Ryan deixou-se cair, sentado ao meu lado no fluxo de água.
— Venha aqui — ordenou baixo, me agarrando pelas axilas para me
transportar em seu colo.
A chuva estava abrandando, mas poderia ser granizo por tudo que me
importava, estar em seus braços, próximos ao meio-fio na rua, sentada na água
corrente da tempestade. Ryan limpou o cabelo emaranhado da minha testa,
inclinando o pescoço para me beijar.
Não havia como negar aquele olhar de amor em seus olhos; aquele olhar que
disse um milhão de palavras. Passei meu braço por cima do ombro, deslizando minha
mão até seu pescoço molhado e emaranhando em seu cabelo, sentindo seu beijo e
todo o seu significado em meus ossos.
Nós éramos as únicas duas pessoas no mundo.
Sentados na rua.
Em um pequeno riacho.
Na chuva.
E assim, meu homem lindo substituiu algo ruim por algo ótimo.
***
Era quase uma hora na tarde seguinte, quando ouvi a mãe de Ryan, Ellen,
bufar pela terceira vez ou foi trigésimo terceiro? Eu estava no meu laptop na mesa da
cozinha e Ryan estava fora trabalhando em seu carro e ignorando o desejo de sua mãe
para ele manter um calendário de alimentação.
Fiz um acordo em silêncio comigo mesmo que no próximo bufo, eu iria fazer
algo e com certeza fiz.
— Pergunte a ele se está pronto para um sanduíche — disse Ellen em uma
corrida, certificando-se de que eu carregava a sua mensagem para a garagem.
Eu silenciosamente adicionei "Sim, mãe" ao meu "Claro. Sem problemas."
Eu achei Ryan, ou devo dizer as pernas de Ryan e shorts cáqui, que estavam
muito, muito baixo em seus quadris e expondo todos os tipos de carne apertada e
trilhas de cabelo felizes. Ele estava deitado de costas debaixo da extremidade dianteira
de seu Shelby, e pelas manchas de graxa em seus muito sexys shorts, achei que estava
trocando o óleo. O cara tinha US $ 29 milhões, mas era muito para um cara pagar
alguém para trocar o óleo. Deus ama-o e toda a sua humildade.
Bati em seu pé.
— Ei, mecânico sexy, quente. Como está indo aí embaixo?
Ryan se curvou o suficiente para sorrir para mim.
— Indo bem.
A visão dele com as mãos sujas, manchadas de graxa, uma mancha em sua
camiseta de algodão branco e uma no antebraço, e algumas ferramentas em suas
mãos aumentaram seu apelo sexual.
— Você está parecendo tão delicioso aí embaixo; eu poderia estar tentada a
ter você trocando meu óleo, também. O que você acha?
Isso me rendeu outro sorriso presunçoso.
— Acho que você precisa mais do que trocar o óleo, senhora. Estou
pensando que você vai precisar de uma incrementação e um bom trabalho de
lubrificação também.
— No mínimo! — Brinquei. — E uma chupeta e uma cera também.
— Mantenha-se com as insinuações sujas; você está me deixando duro.
— Mantenha-se com o mecânico sujo e quente e eu poderia transar com
você aqui na garagem.
Isso me rendeu algumas sobrancelhas balançando.
— Sua mãe está tendo um colapso lento, porque você ainda não comeu hoje.
Quanto tempo até que você termine? — Não havia nenhuma maneira que ele fosse
capaz de segurar um sanduíche com todas as manchas de óleo de motor em suas
mãos, então não fazia sentido fazer algo para ele comer até que ele estivesse limpo.
Ele gemeu.
— Será que ela não tem nada melhor para fazer? Eu vou comer quando
estiver com fome. Eu ainda estou cheio da noite passada.
Eu estava prestes a dar-lhe um retorno quando seu celular tocou. Ele estava
sentado em uma toalha ao lado na garrafa aberta de Gatorade.
— Poderia atender? Quem é?
Eu me agachei e o peguei, inclinando a tela para que eu pudesse vê-lo no
sol brilhante.
— Seu advogado, Len Bainbridge.
— Responda. Minhas mãos estão muito gordurosas.
Bati na tela e disse:
— Oi, Sr. Bainbridge, é Taryn Mitchell.
— Oh, olá, Taryn — Ele disse jovialmente. — Como vai você?
Depois de algumas brincadeiras, ele perguntou por Ryan.
As pernas de Ryan ainda estavam saindo de debaixo de seu carro e ele já
tinha dado a sua instrução.
— Eu sinto muito. Ele está indisposto no momento. Ele perguntou se eu
posso levar uma mensagem para ele.
Ryan levantou uma sobrancelha para a minha formalidade.
— Sim, por favor, diga-lhe que o meu escritório está enviando os
documentos do acordo com Brown e Sullivan PR. Ele precisa analisá-los e, se tudo for
aceitável, vamos prosseguir com o desembolso.
— Certo, ótimo. Vou deixá-lo saber.
— Obrigado. Oh, sim, um momento. Obrigado, Miriam. Sim, eu quase
esqueci, Miriam está enviando o modelo de acordo pré-nupcial solicitado para sua
revisão. Ele vai precisar marcá-lo de acordo aos seus desejos, em caso de dissolução
do casamento. É bastante autoexplicativo. Ele, é claro, deve me ligar se tiver alguma
dúvida.
Meu cérebro paralisou ao ouvir a palavra acordo pré-nupcial.
— Taryn, você ainda está aí?
Acho que formei uma bolha de saliva em primeiro lugar, o que causou uma
reação involuntária para sufocar.
Na segunda chamada do meu nome, consegui um aceno de cabeça.
— Vou dizer a ele — eu disse asperamente.
Ryan rolou de debaixo do seu carro, limpando as mãos em um trapo velho.
Ele olhou para mim, piscando um olho no sol brilhante.
— O que ele tinha a dizer?
Você já teve essa sensação quente e urgente, que bate em você logo antes
de você querer pirar, desmaiar ou vomitar? Sim, eu estava lá.
— Eu não quero seu dinheiro, Ryan — eu consegui dizer, embora estivesse
dormente e desconectada da conversa. Ele tinha milhões no banco. Pensei que tinha
ido mais além, mas, aparentemente, a minha suposição estava incorreta. Claro que
ele iria querer uma cláusula de salvaguarda.
— Nem um centavo — eu meio que engasguei através do nó na garganta. —
Eu sou capaz de ganhar meu próprio caminho e se trouxermos bebês ao mundo,
espero que você me ajude a criá-los bem e saudáveis, mas vou manter o apartamento
caso você decida que precisa de dissolução e eu preciso de um lugar para viver. Eu
acho que essas coisas só vai ser um dado no processo de divórcio de qualquer
maneira, mas eu nunca iria tocar o seu dinheiro ou exigir um pedaço dele, porque
você ganhou esse dinheiro. Eu nunca faria isso com você. Você está construindo a
casa em sua propriedade, não é minha, nem nunca será. Eu preciso que você saiba
isso. Eu nunca iria tomá-la de você. — Eu não sabia que estava chorando até que ele
estava borrado.
Ryan se levantou rapidamente.
— Babe, você está me assustando para caralho. Que diabos você está
falando?
Meu braço se moveu, segurando o seu telefone. Eu deveria ter ficado com
raiva, mas não estava, por algum motivo. Eu estava mais desesperada e ferida do que
qualquer coisa.
— Seu advogado está enviando-lhe o acordo pré-nupcial que você solicitou.
Eu quero que você saiba que vou assiná-lo. É justo. Você deve ter paz de espírito.
Ryan pareceu como se eu tivesse lhe dado um soco.
— Ei, ei. Espere. Acordo pré-nupcial? Eu não pedi um acordo pré-nupcial.
Balancei seu telefone na minha mão, fazendo um ponto.
— Ele disse diferente.
Ryan abaixou-se, certificando-se que ele tinha meus olhos.
— Taryn, querida, eu juro por Deus que não lhe pedi para escrever um
acordo pré-nupcial. Eu juro. Estou tão surpreendido por isto como você. Mas eu vou
chegar ao fundo do mesmo, você pode ter a maldita certeza disso. Dá-me o meu
telefone. Eu estou chamando-o agora.
Assim quando eu estava pronta para entregar o telefone, agradecida que ele
não achava que eu esvaziaria seus bolsos ou até mesmo me imaginado sendo assim
gananciosa que eu faria uma coisa dessas, puxei minha mão de volta.
— Espere. — Limpei as lágrimas da minha bochecha. — Antes de fazer isso,
devemos conversar. Eu sei que não há garantias de que as pessoas fiquem juntas por
toda a vida, mas eu quero escrito que não quero seu dinheiro. Você me ajuda a pagar
os cuidados de seus filhos, que devamos ter, e é isso. Eu não preciso de pensão
alimentícia ou nada disso porque fui mimada ou ficar intitulado que me deve ou algo
assim.
Ryan pegou meu braço firmemente em sua mão.
— Hey, hey, pare. Pare com isso, agora.
Uma vez que as comportas se abriram, eu não podia parar.
— Não, nós precisamos discutir isso! Você tem um monte de dinheiro, Ryan.
Eu não trabalhei duro para ganhá-lo; você fez. É seu, todo ele. Eu não espero que você
gaste mais rios de dinheiro que não ganhei, porque nós não duramos como
esperávamos. E depois há o imóvel que você comprou e outras coisas. Ele é todo seu,
também. Só porque ele é ao lado da cabana da minha família não significa que eu
tenha direi....
— Pare! — Ele ordenou, em voz alta e firme. — Eu não estou falando sobre
isso.
Eu não sei por que me frustrou, mas fez.
— Nós precisamos — insisti.
— Não, não precisamos — Ryan franziu a testa para mim, puxando meu
braço levemente. — Você quer me dar paz de espírito, então, pare de falar sobre essa
merda agora.
— Nós vamos precisar falar sobre isso eventualmente. Sabe tão bem quanto
eu. Há muito em jogo...
Ele olhou para mim.
— Deixe-me perguntar uma coisa. Será que Dan e Jennifer Mitchell têm um
acordo pré-nupcial?
— Ryan, isso é...
Ele levantou sua voz sobre a minha.
— Seus pais têm um acordo pré-nupcial, Tar? Sim ou não?
— Tenho certeza de que meus pais não têm, mas ainda assim, esse não é o
ponto.
Ele levantou a mão.
— Você acha que minha mãe e meu pai têm uma porra de um acordo pré-
nupcial?
Eu só olhava para ele, evitando ter que responder.
— Eu posso dizer-lhe que não — disse ele. — E eu com certeza não pedi ao
meu advogado para elaborar um, também.
Ele começou a espetar o dedo na tela touchscreen em seu telefone. Ryan
respirava pesado enquanto esperava.
— Quando ele sair de sua reunião, você diga a ele que eu quero saber quem
diabos disse-lhe para escrever um acordo pré-nupcial em meu nome. — Ele desligou
abruptamente, sem sequer dizer adeus.
Ryan saiu correndo em direção à porta da cozinha e eu não tinha escolha a
não ser segui-lo.
— Ryan? O que está errado? Você parece bravo — Ellen questionou quando
ele usou a pia da cozinha.
— Eu não estou bravo, mãe. Eu estou chateado.
Ellen rapidamente olhou para mim, tentando verificar se eu tinha causado
a sua ira.
— O que está acontecendo? — Ela continuou a bisbilhotar.
— Você tem um acordo pré-nupcial com o papai? — Perguntou ele com um
rosnado.
Vi a confusão cobrir seu rosto.
— Não.
Ryan olhou por cima do ombro, lançando-me seu olhar: eu te disse.
Ellen era mais esperta do que lhe dei crédito. Ela ergueu as mãos,
retrocedendo e saindo da conversa como se houvesse uma bomba-relógio no chão da
sua cozinha.
— Ryan, as coisas foram diferentes para eles. Nossos pais não tinham a
quantidade de dinheiro que você tem e....
Mesmo que ele estivesse de costas para mim, a mão que atirou para fora,
cortando o ar em minha direção, foi uma ordem de parar e desistir definitiva. Eu fiquei
ali em silêncio, observando-o se debruçar, com os braços pressionados na borda de
aço inoxidável da pia como se estivesse comprimindo suas emoções de volta.
— Uma e outra vez, sempre voltamos para o mesmo local — ele murmurou
na pia. — Eu sei que não há garantias — ele se virou para mim — mas a razão pela
qual nenhum de nossos pais têm um acordo pré-nupcial, é porque eles não
começaram seus casamentos, preparando-se para que ele acabasse.
Puxei uma cadeira na grande mesa de jantar oval, sentindo a necessidade
de me ancorar. Ele disse as palavras que estavam na parte de trás da minha mente.
— Eu sei.
— Você quer que a gente comece dessa maneira? Você quer algum papel
dizendo que se eu foder ao redor ou se não sentar e falar as merdas e trabalhar os
nossos problemas então você deseja ter alguns milhões atirados em você?
Balancei minha cabeça.
— Não, eu não quero. Mas, aparentemente, o seu povo pensa de forma
diferente.
Os lábios de Ryan fecharam em conjunto com raiva frustrada. Ele empurrou
o cabelo para trás, coçando a cabeça, dando vazão à sua raiva em um suspiro audível.
Eu sabia que aquele era não por minha causa.
— Eu nunca tiraria de você de qualquer maneira.
Seus ombros caíram.
— É por isso que eu quero dar-lhe tudo.
Minha respiração engatou.
— Eu já tenho a parte que eu quero. O amor não tem preço.
Ele veio para a mesa, puxou a cadeira ao meu lado, e sentou-se, nossos
joelhos se tocando.
— Você tem um monte de outras partes interessadas sobre a sua linha de
fundo, Ryan. Até mesmo acordos para as nossas fotos de casamento e outras coisas,
como você disse. Todas essas coisas; tudo tem que ser legal.
Ryan pegou a minha mão na sua.
— Você precisa perceber que eu corto a todos, antes de arriscar perder você.
Inclinei-me para o outro lado cobrindo meu rosto.
— Eu quero que você se sinta seguro comigo para sempre, mesmo que isso
signifique assinar algo para lhe dar isso.
— Tar, eu sei que você não é gananciosa. Você é a pessoa mais generosa que
já conheci. — Sua carranca amaciou. — Eu não quero esse tipo de papel aparecendo
entre nós.
— Cláusula de salvaguarda — murmurei.
— O que?
— Cláusula de salvaguarda. Destaca a forma como tudo é dividido em caso
de um divórcio. Você sabia que Marie e Gary estão brigando para ver quem fica com
as TVs e os pratos?
Ryan suspirou, enojado. Seus olhos encontraram os meus.
— E você acha que pode acontecer entre nós.
Senti minha cabeça sacudir, mas fatos são fatos.
— Estou vendo a minha melhor amiga tendo seu coração arrancado,
trabalhando em um novo relacionamento, ao mesmo tempo, discutindo sobre quem
fica com a torradeira. Ela e Gary duraram três anos. Eu só não quero que você se
preocupe comigo levando sua TV.
Ele se inclinou para frente, dando um beijo suave nos meus lábios.
— Estaremos misturando nossas vidas juntos. Nós vamos ter uma família.
Mas eu não estou começando o nosso casamento com um papel que descreve a forma
como acaba. Família é importante para mim. Amor, vamos para o aconselhamento
endireitar a nossa merda antes de começar a escolher brigas por uma maldita
torradeira.
— Você realmente quer dizer isso?
— Quero. Taryn, eu sei que estar em um relacionamento comigo vem com
todo um conjunto de fatores de estresse que as pessoas normais nunca têm que lidar.
Mas você tira de letra e ainda sou eu. Eu sou apenas um homem.
— Eu sei. — Respirei profundamente. — A coisa do acordo realmente me
surpreendeu.
— Surpreendeu-me também. E você está certa. Precisamos conversar sobre
tudo isso. E se você precisa que eu coloque por escrito que nunca vou me desviar,
então é isso que vou fazer.
Os gracejos de sabedoria da minha mãe inundaram meus pensamentos.
— Não. Eu não preciso disso, porque eu sei que por dentro, meu homem
tem um coração de ouro.
Saber que ele estava investindo totalmente em nosso relacionamento fez
toda a diferença no mundo.
CAPITULO 19
Raízes
***
No dia seguinte, tivemos uma festa menor por nossa conta; apenas alguns
dos amigos de Ryan, que eu havia conhecido na festa de aniversário que fiz para ele
em novembro, e abundância de hambúrgueres e bebidas. Ryan mergulhou na piscina,
surgindo ao lado da minha jangada 14 . Ele empurrou a borda da jangada com os
braços, tirando meu equilíbrio.
Segurei as bordas, rindo e segurando minha preciosa vida.
— Não! Por favor não me derrube.
Ryan sorriu alegremente, puxou a minha jangada em seu peito e beijou-me
sem sentido. Escovei a franja molhada da sua testa, provando o cloro da água em
seus lábios quando ele enroscou sua língua com a minha.
— Mmm, batatas fritas e cerveja.
Ele riu na minha boca.
— Então acho que você deveria me ter para o almoço. — Aquele brilho
diabólico em seus olhos me disse que seria bom. Ele mergulhou na beira da minha
jangada de volta na água.
— Por favor? — Gemi. Eu estava curtindo o sol quente, na esperança de
obter um bronzeado rápido.
— Ok, eu vou ser bom.
Esfreguei minha mão sobre seu braço, sentindo o calor que irradiava de sua
pele.
— Seus ombros estão começando a ficar realmente vermelhos. Você quer
que eu coloque um pouco de loção sobre eles?
— Não, eu estou bem.
Sim, ele vai estar bem até que estará reclamando que não consegue dormir.
— Você vai ficar desconfortável se você queimar.
Ryan olhou para onde meus dedos estavam arrastando.
— Sinto nas minhas costas mais do que qualquer coisa. Não vou ficar muito
tempo, querida. Scott e Laura estão realmente decolando em breve. Quero falar com
ele sobre a obtenção de algumas peças para o Shelby. — Seu dedo escovou sobre a
borda da minha parte superior do biquíni. — Este um daqueles que você comprou na
Espanha?
Concordei com carinho, lembrando nossa pequena farra de compras em
Barcelona.
14 Aqui são aquelas boias que você pode deitar e flutuar em uma piscina.
— Você comprou-o para mim.
— Legal. Eu tenho bom gosto. Bem, olá meu amiguinho, mamilo. Eu estou
contente de vê-lo, também. — Ryan girou minha jangada ao redor, colocando-se de
costas para o resto do grupo. Foi quando ele me puxou para mais perto, abaixou a
cabeça e roçou os dentes sobre o tecido.
Tanta coisa para ser discreto. A sensação fez minha barriga apertar.
— Ryan! — Saiu como um gemido ofegante.
— Shhh. — Ele parou minha desaprovação fraca com um beijo apaixonado
enquanto seu dedo polegar deslizou sob o meu top, fazendo-me arquar em seu toque.
Ele moveu a parte de cima do meu biquíni o suficiente para rodar a língua sobre o
pedaço de carne que ele tinha exposto, chupando tão forte que senti em vários lugares
diferentes ao mesmo tempo.
Eu estava perdendo a luta do por que ele deveria parar.
— Alguém pode nos ver.
Ele voltou a boca para a minha.
— Não me importo. Eu quero tanto você agora. Suba em cima de mim.
Ninguém vai ver.
Olhei para todos descansando em torno da mobília do pátio, bebendo e
curtindo a brisa.
— Eles estão a menos de trinta pés de distância. Tenho certeza de que eles
perceberão.
— Eu vou dizer-lhes para sair.
Meus olhos percorreram o pátio novamente. Janelle estava esfregando
protetor solar em pequena Sara.
— Ryan...
— Bem. Vamos voltar aqui esta noite depois de eu dizer a todos eles para
sair.
— Por que, Sr. Christensen? Você quer jogar polo aquático?
Seu rosto estava bem no meu, falando sobre os meus lábios novamente,
discretamente beliscando meu mamilo com força suficiente para me fazer suspirar.
— Não, eu quero jogar esconda o submarino. E lanchas.
O sol estava tão brilhante que mesmo que eu estivesse usando óculos de
sol, os reflexos da água estavam quase ofuscantes. Usei minha mão como uma viseira
apenas para que eu pudesse ver o rosto de Ryan. Foi quando notei algo brilhando na
árvore do vizinho. Arrumei a parte de cima do biquíni para cobrir o que ele tinha
exposto.
Olhei para trás e vi o flash de brilho novamente.
— O que é aquilo?
Ryan olhou por cima do ombro para ver onde eu apontei.
— Onde?
— Lá em cima, na árvore. — Vi o movimento, primeiro pensando que era um
guaxinim ou o gato de alguém e então vi um joelho.
— Que diabos? — Ele nadou até a borda da piscina e empurrou seu corpo
fora da água.
Eu vi o homem descer da árvore enquanto eu me apressei para sair da
piscina. Cheguei no caminho da garagem quando vi o fotógrafo desonesto sair pela
cerca viva do vizinho, distraído e segurando sua câmera. Ele notou Ryan na hora que
Ryan fez o seu caminho entre as filas de carros na garagem dos seus pais.
O fotógrafo começou a correr.
Ryan decolou como uma bala de uma arma.
Mike passou por mim.
— Ah, Merda.
Scott e Matt estavam logo nos calcanhares de Mike. Scott jogou o copo de
plástico de cerveja no chão, assim quando o corpo de Ryan se espalhou pelo ar,
lutando contra o paparazzo no gramado do vizinho.
Até o momento em que cheguei até eles, Ryan estava escancarando o cara,
tentando tirar sua câmera. O cara tentou bater em Ryan, mas Ryan se esquivou de
seu ataque. Ele acertou o ombro de Ryan ao invés.
— Seu filho da puta. — Ryan puxou para trás e socou o fotógrafo no rosto,
fazendo aquele som de estalo que só pode vir de um punho batendo em carne e osso.
— Ryan, pare! — Gritei enquanto ele continuava a bater.
Mike agarrou Ryan em torno de seu peito e puxou-o para fora do fotógrafo,
jogando-o como um saco de 80 quilos de batatas na grama.
— O que diabos está errado com você? — Perguntou o paparazzo lutando,
passando os dedos sobre os lábios sangrando.
— Ryan. Ryan. Calma, cara. — Mike teve que usar seu peso para manter
Ryan para baixo.
— Scott, pegue a porra da câmera — Ryan ordenou, apontando. — Tire o
cartão.
— Não! Não o toque — Mike gritou.
Ryan ficou de pé.
— Ele tem fotos de mim e Tar, Mike. Essas fotos nunca verão a luz do dia.
— Não toque em minha câmera — o fotógrafo disse com veemência.
— Dê-me a porra do cartão de memória ou eu vou terminar o que ele
começou — Scott ameaçou.
— Vá para o inferno. Eu não tenho que lhe dar merda.
Ignorando as ordens de Mike para parar, Scott chutou a mão do rapaz,
libertando a câmera.
Assim quando o paparazzo tentou agarrar a câmera e a perna de Scott, Ryan
se equilibrou e o atacou novamente.
O cara rolou e deu uma cotovelada no rosto de Ryan. Sangue
instantaneamente jorrou do nariz de Ryan. Matt lutou com o cara até que ele lhe tinha
o cara fixado de cara na grama.
Ouvi as sirenes de polícia à distância. Mike estava tentando separá-los, mas
no segundo que Ryan ficou ferido, Matt juntou-se à briga. Os meninos de Pittsburgh
estavam dando a esse cara uma verdadeira surra.
Ryan cambaleou e cuspiu uma bola de sangue de sua boca. Então, ele pegou
a câmera da grama, retirou o cartão de memória. Ele colocou a câmera perto da cabeça
do cara.
As sirenes estavam se aproximando. As mãos de Ryan estavam sangrentas
de seu nariz sangrando por todo o lugar.
Agora toda a vizinhança estava alerta para o corpo a corpo. O casal de idosos
que possuíam o gramado em que estávamos saiu de sua casa.
Scott tirou a camisa e entregou-a Bryan, que passou a enxugar o rosto
sangrento com ela.
— Sente-se — Matt gritou com o paparazzo e deu-lhe um empurrão quando
ele tentou se levantar. Ryan enrolou a camisa ensanguentada, rolando seus olhos de
mim para a camisa e de volta, em seguida, entregou-a para mim.
O motor do carro da polícia disparou e, em seguida, guincou a uma parada
no meio-fio. Assim que o policial desceu do carro, Ryan e os rapazes foram obrigados
a deitar de bruços no chão. As lágrimas corriam pelo meu rosto, assistindo Ryan ser
algemado e revistado como um criminoso. Outro SUV da polícia veio aos berros pela
rua na direção oposta.
O pai de Ryan e Mike estavam tentando explicar as coisas para os policiais,
enquanto o fotógrafo balbuciou sobre a forma como ele foi agredido e sua câmera
destruída.
Ryan parecia desgastado e ferido; seu peito nu estava sangrando e esticado
de ser algemado.
Respingos de sangue estavam por toda sua sunga com uma mancha na
parte superior de seu joelho. Ele fez sinal para eu ir até ele.
— Baby, você está bem? — Limpei a borda de seu queixo com a camisa.
— Eu preciso de uma toalha. Espere...
Ajoelhei-me de volta em um único joelho. Seus olhos me instruíram a me
aproximar.
— Cuidado com isso. Faça-a desaparecer.
Agarrei a camisa para garantir que nada caía, sabendo o que estava
embrulhado nela.
— Você está preso?
Ele fechou os olhos por um momento.
— Eu não sei. Eu preciso que você chame David — ele murmurou
rapidamente. — E o meu advogado. Oh, e chame Trish. — Ele cuspiu mais sangue,
xingando a si mesmo.
Agora que a adrenalina estava diminuindo, pude ver a magnitude dos
últimos dez minutos desabar sobre ele.
Enquanto Ryan estava sendo entrevistado pela polícia, uma ambulância
veio fechando no final da rua. Senti como se meus ossos estivessem se sacudindo
direto para fora da minha pele de tanto tremer.
— Eles estão levando-o para o hospital? — Ellen perguntou em pânico
enquanto corria de volta com uma toalha de banho.
A equipe da ambulância atendeu Ryan em primeiro lugar, limpando o
sangue do rosto e nariz. Eu sabia exatamente por que ele se recusou a ser levado para
o hospital. Isso teria desencadeado um frenesi da mídia com certeza. Teríamos que
manter isto contido.
O vizinho idoso, a quem eu tinha conhecido ontem, quando ele e sua esposa
vieram para a nossa festa, caminhou para falar com Ryan.
— Como você está indo, filho?
— Já estive melhor, Mr. Doughten. Desculpe por tudo isso.
O velho fez uma careta para o paparazzo.
— Então aquele bastardo estava na minha árvore, não estava? Espionando
a sua família?
Ryan assentiu, olhando principalmente para o chão.
— Ele estava tirando fotos nossas, senhor. — Era evidente que ele tinha
vergonha de estar lá a falar com um homem que ele obviamente respeitava enquanto
usava algemas.
— Fotos, hein? Oh Jesus, Maria, José. — Ele esfregou seus eriçados bigodes
cinzentos. — Você não pode ter uma pausa, pode garoto?
O lábio inferior de Mr. Doughten tremeu quando ele me olhou de cima a
baixo.
O policial aproximou-se Mr. Doughten.
— Hã? Inferno sim, eu quero apresentar queixa. — Ele levantou um dedo
torto, artrítico. — Aquele filho da puta estava na minha árvore, invadindo minha
propriedade. Isso mesmo, eu vou prestar queixa. Isto é ridículo.
— E o Sr. Christensen? — Perguntou o oficial. Outro carro da polícia
acelerou pela rua, as luzes vermelhas e azuis girando.
— De jeito nenhum. Aquele garoto conhece meu gramado da frente melhor
do que eu. Ele cortava minha grama desde que era velho o suficiente para executar o
trator. Ele é um bom menino. E seus dois amigos lá. Ajudaram Lil e eu durante anos.
Plantaram cada um dos arbustos ali para mim. E Scotty colocou os tijolos na entrada.
Eles são todos bons rapazes de boas famílias. Agora faça seu trabalho e tire essas
algemas malditas deles. Deixe-os voltar para a sua festa.
O oficial virou-se para Ryan.
— Sr. Dooley diz que você roubou o cartão de memória de sua câmera.
Ryan confessou removê-lo.
— Mas eu não o tenho. Eu o deixei cair na grama mais ou menos ali.
Depois de alguns momentos digitalizando o quintal com uma lanterna, o
oficial desistiu. Encontra-lo, obviamente, não era uma de suas principais prioridades.
Apenas quando pensei que eles estavam indo liberá-lo, o oficial informou ao Ryan que
ele seria preso por conduta desordeira.
Tudo se tornou mais brilhante quando ouvi o barulho do meu sangue
pulsando em meus ouvidos. Era como se o chão estivesse prestes a sair de debaixo
dos meus pés. O pai de Ryan agarrou sua mãe quando ela se lançou em direção ao
carro da polícia. Ela estava chorando e, em choque tanto quanto eu estava.
Ambos, Matt e Scott, estavam presos também. Todos os três foram
espremidos nos bancos traseiros dos carros da polícia. O oficial guiou Ryan no carro
e fechou a porta. Enquanto eu estava ali, observando-o da grama, ele não iria olhar
para mim.
— Eu vou pegar o carro e segui-los — o pai de Ryan, Bill, disse. Mike o
seguiu.
Fiquei surpresa quando eles voltaram em pouco mais de uma hora. David
não ficou satisfeito ao ouvir a minha voz quando liguei para ele, mas que pena. Eu
ainda estava no telefone levando bronca da Trish quando ouvi a batida das portas dos
carros na garagem.
Ryan mal olhou para mim, passando por mim na cozinha com um olhar de
lado. Eu o ouvi correr até as escadas e, em seguida, o chuveiro ligar.
Bill jogou as chaves no balcão, respondendo a sua esposa.
— Eles foram processados e liberados. Todos eles terão de ir ao tribunal, em
seguida, descobrir de quanto é a multa.
Eu queria ir até Ryan, mas eu poderia dizer que ele queria espaço. Mike
sentou-se em uma cadeira lá fora com sua cabeça em suas mãos fazendo sua própria
testa franzida em privado.
Sentei-me em frente a ele, inclinando meus cotovelos sobre meus joelhos.
— Você está bem?
Mike olhou para mim por um momento antes de silenciosamente balançar
a cabeça.
— Isso nunca deveria ter acontecido hoje. Estraguei tudo.
— Não, você não estragou.
— Sim, estraguei. Estou muito perto.
— Muito perto do que?
Estourar? Junte-se ao clube.
— Você e Ryan. Estão relaxando demais. Eu não estou prestando atenção
como deveria. Eu nem sequer fiz uma verificação básica do perímetro hoje.
— Mike, você não pode ver tudo. O cara estava muito em cima da árvore.
Ele sentou-se abruptamente.
— É o meu trabalho, Taryn. Você e Ryan estão me pagando para protegê-los
de merda assim. Falhei com ambos hoje. Tenho que renunciar. Ele precisa de alguém
novo, alguém que pode colocar distância entre as ameaças e os clientes.
— Ah não. Você não está renunciando. Aquele idiota estava tão longe acima
da árvore do vizinho que não há nenhuma maneira que você teria visto a menos que
você estivesse em pé no meio da piscina. Só o vi, porque o sol brilhou em sua lente.
De nenhum jeito você teria visto do solo, de modo que pare de se bater sobre isso.
— Minha carga foi presa hoje — ele resmungou entre os dentes.
— A sua carga poderia facilmente ter lhe enviado atrás do fotógrafo, mas ele
não o fez. Você não é responsável pelas ações de Ryan.
— Ele não deveria ter que se eu estivesse fazendo o meu trabalho.
Sua dedicação e convicção eram admiráveis. Ele não estaria tão rasgado se
ele não nos amasse. Gostaria de saber se Marie quer ver esse lado dele.
— Você é sempre tão sensível?
Seus olhos se arregalaram.
— O que?
— Um deslize em um ano inteiro e você está pronto para desistir.
— Não desistir. Apenas colocar você em melhores mãos. Eu comprometi
minha posição por borrar as linhas e isso colocou a ambos em perigo.
Ele estava sendo excessivamente emocional.
— Bem, você não pode parar.
— Por que não?
— Porque eu não vou permitir isso — eu disse com firmeza.
— Olha, se trata de Marie, não vou deix...
— Não se trata de Marie. É sobre ter alguém em quem confio o observando.
Mike, você é o único dentro do seu círculo imediato de gestão que eu confio. Eu respiro
mais fácil sabendo que você está com ele onde quer que ele vá. Sua presença por si
só lhe dá um nível de conforto e paz que ele não terá com qualquer um.
— Conforto e paz não o mantém seguro, Taryn.
— Mike, você poderia cercá-lo com guardas armados e não teria impedido
esse idiota de escalar uma árvore e usar uma câmera. Ryan tem estresse o suficiente
nele. Ele quer se sentir normal. Quem teria pensado que ele não poderia fazer isso no
quintal de sua família? E você precisa ter algum tempo de inatividade, também.
— Sim, mas...
— Mas nada. Você não está parando, então tire isso da sua cabeça.
Ryan veio para fora usando um par de shorts e uma carranca profunda.
— Onde está o cartão da câmera?
Segui-o na casa e entreguei a ele, perguntando-me quanto espaço seria
necessário. Refleti sobre isso na mesa da cozinha antes de decidir superar e ser
corajosa. Eu sabia em primeira mão a humilhação que vinha por usar algemas.
Ele estava sentado em sua mesa em seu antigo quarto, olhando para o seu
laptop. Notei que ele ligou o leitor de cartão da nossa câmera na porta USB.
— Você está bem?
Seus olhos brilharam para mim.
— Fui preso pela primeira vez na porra da minha vida. O que você acha?
— Eu conheço o sentimento.
Ele me deu uma careta irritada. Eu podia ver uma mancha roxa profunda
formando em seu olho esquerdo.
— Quer jogar sapatos?
Ele soltou um suspiro profundo, como se estivesse empurrando todo o mal
para fora. Seus olhos se fecharam por um momento.
— Não. Não quero jogar sapatos.
Minhas próximas palavras saíram em um sussurro:
— Você quer que eu te deixe em paz?
Ele xingou novamente e esfregou a testa. Encarei isso como um sim não
dito, então eu virei para a porta.
— Tar, espera... — Ele estendeu a mão. — Venha aqui. — Estendi a mão
para a sua oferta.
Soltei a respiração que eu não sabia que estava segurando quando ele me
puxou para o seu colo. Seus braços embrulharam em torno do meu corpo e ele
enterrou o rosto no meu pescoço. Mergulhei meus dedos pelo seu cabelo úmido,
pressionando-o mais apertado.
— Estou tão cansado disto, Tar. Tão cansado, porra. Não posso nem mesmo
ter um dia de folga sem eles nos seguindo. — Ele olhou nos meus olhos. — Ele veio
para a casa dos meus pais. Meus pais. Isso é cruzar a linha.
Toquei a pele abaixo da contusão em sua bochecha.
— Eu concordo.
— As pessoas não percebem... eles não sabem como é sentir-se despojado
de sua privacidade. Tudo que eles querem são fotos de quem eu sou, com ou o que
merda pessoal estou fazendo, como se eles tivessem o direito de saber. E para quê?
Para ver que eu sou como qualquer outra pessoa? Cristo, Tar. Você foi atingida por
uma merda de carro por minha causa.
Segurei seu rosto.
— Isso não foi culpa sua. Não diga isso.
Ele se afastou.
— Sim, foi. Essa menina louca estava perseguindo você por minha causa.
Caixas enormes de cartas de fãs aparecendo em seu apartamento? Cartas de ameaça?
O que aconteceu em Paris? Não, eu não estou tendo mais isso. Uh-uh. — Eu podia
ver o aço de sua resolução.
Um de seus braços me liberou para que ele pudesse clicar no mouse. Fileiras
e mais fileiras de imagens pontilhadas na tela. Ele soltou uma maldição, esfregando
a testa.
— Ele nos tem acompanhado desde que desembarcamos aqui. Filho da puta!
— Meu Deus! Essas são de ontem?
— Sim. O bastardo tirou fotos de toda a minha família. Há uma conosco
quando eu estava segurando Sarah. Droga!
Meus olhos se arregalaram enquanto ele continuava através de centenas de
páginas mais. Senti como se tivesse engolido uma pedra vendo close-ups da língua de
Ryan no meu peito na piscina. O idiota tirou tantas fotos, era quase como ação ao
vivo vendo foto após foto de mim e Ryan em privado e momentos íntimos. Eu queria
vomitar.
— É isso aí. Não mais. Após o terceiro Seaside ser filmado, eu estou feito.
CAPÍTULO 20
Repercussão
— Ele foi preso, Taryn. Não há nada que eu possa fazer. Sua foto é registro
público agora — explicou Trish.
Eu não me importava. Tinham sido quatro dias desde o incidente; todos os
tabloides e notícias estavam circulando e publicando a foto dele machucado e tingido
de sangue e eu queria que eles parassem.
Eu me escondi no canto do escritório no bar para me certificar de que Ryan
não poderia, acidentalmente, ouvir minha conversa, mesmo que na última vez que o
vi, ele ainda estava na cama. Isso foi há uma hora. Eu estava me sentindo como se
estivesse no final da minha corda.
— Eu sei. O advogado de Ryan ligou. Mesmo se eles tirarem as acusações,
a imagem ainda estará lá fora. Ele não está levando isso muito bem, Trish.
Ela suspirou.
— Eu queria falar com ele, ver se ele quer que eu gire isso, mas ele não vai
atender minhas chamadas. Ele não é a primeira celebridade que teve sua foto na lama
postada. Ou contra-atacamos com a imprensa positiva ou simplesmente deixamos
que naturalmente acabe, o que vai.
— Sim, bem, agora a imprensa está tendo um dia de campo. — Eu estava
começando a pegar hábito de Ryan em esfregar a testa. — O advogado de Ryan nos
alertou que o fotógrafo contratou um advogado. Ele está tentando processá-lo por um
milhão. Você pode acreditar que o bastardo quer que paguemos a renda perdida que
ele teria feito vendendo nossas fotos para a mídia?
— Acredito.
— Ryan não é ele mesmo é mais. Isto levou-o para a depressão; eu não sei
o que fazer. Ele até perdeu peso. Ele mal come. Tudo o que ele quer fazer é dormir ou
deitar no sofá. Ele está se tornando um recluso.
— Deixe-o ter alguns dias para superar. Seu ego tomou um golpe.
Mastiguei minha unha.
— Isto não é apenas sobre o seu ego. Ele diz que está se aposentando.
— O quê? — Trish gritou. — Não. Péssima ideia. Má. Vai matar a sua
carreira. Regressar neste negócio é difíceis de fazer. Ele está no topo de seu jogo agora.
Ele sai e você pode beijar sua bilheteria em adeus.
— Trish, o cara tinha mais de mil fotos nossas. Os policiais encontraram
garrafas de refrigerante cheias de xixi no quintal do vizinho. Ele estava usando esta
rede de camuflagem para se misturar com a maldita árvore! Quem sabe quanto tempo
ele tinha estado lá em cima.
— Oh, garoto. Já ouvi falar dele. Eles o chamam de ‘Freddy rápido’. Ele
trabalha como freelance para uma das maiores agências de fotos de celebridades em
L. A. Ele é o idiota que quase colocou Bieber em um acidente há duas semanas,
perseguindo-o pela Santa Monica Freeway por uma foto. Esses caras não conhecem
limites.
— Eles são como chacais. — Olhei para o calendário na mão, perguntando
o que eu poderia fazer para fazer Ryan voltar para o balanço das coisas.
— Por que vocês dois não saem de férias? Saiam de lá por alguns dias?
— Eu sugeri, mas ele não quer lidar com aeroportos ou qualquer lugar que
é público. Disse-lhe que se esconder não é a resposta e que ele deveria mostrar ao
mundo que ele está bem e fazer a sua coisa, mas é como falar com uma parede de
tijolos. Tenho repórteres e imprensa acampados no meu pub desde que voltamos.
Tenho dois caras trabalhando na porta, porque fomos inundados com fãs curiosos. É
louco. Eu preciso afastá-lo aqui, mas ele se recusa a ir.
Trish suspirou.
— Eu odeio até mesmo trazê-la, mas ouvi sobre o mais recente golpe de
Marla.
Respirei fundo, encolhendo-me apenas de ouvir o nome dessa mulher.
— Eu não sei como ela acha que poderia se sair nos sobrecarregando.
Gostaria de enfiar sua ação no seu rabo.
Pete olhou ao redor da porta do escritório, acenando seu celular para mim.
— Tar, Ryan está chamando por você.
Rapidamente terminei minha chamada com Trish e coloquei meu celular no
bolso. Ryan recusou-se a colocar o pé no bar, dizendo que causou muitos problemas
para o meu negócio para ele ser visto. Seus fãs só não sabiam quando parar. Era
suposto que, se eu estivesse aqui, então, ele também estaria. Havia detetives
particulares cuidando de mim agora.
Ryan franziu a testa para mim quando vim através da porta do apartamento.
— Por que não está respondendo ao seu celular?
— Eu estava falando.
— Oh! Com quem você estava falando?
— Eu estava lidando com algo. Por quê?
Os ombros que costumavam ficar firme estavam curvados como se tivesse
sido derrotado. Ele não tinha se barbeado em vários dias, nem tinha feito nada mais
do que tomar banho e correr a mão pelo cabelo.
Ele usava uma camiseta rasgada e um par de shorts de algodão puídos,
pareendo mais como uma pessoa sem-teto do que uma celebridade multimilionária.
Ele esfregou seus olhos com os nós dos dedos.
— Nada. Acordei e não sabia onde você estava, isso é tudo.
Eu odiava vê-lo reduzido a este estado de desânimo.
— Você está com fome? Você quer almoçar?
Ele deu de ombros, arrastando os pés descalços pelo corredor indo até o seu
segundo lugar favorito: o lado esquerdo do sofá.
Sentei-me ao lado dele e tentei me aconchegar. Ele parecia menos agitado
quando eu estava sob sua asa protetora.
— Você ainda tem aquelas fotos de lugares que você queria ver que você me
deu no Natal?
Ele coçou os pés descalços, enquanto ele folheava os canais de televisão.
— Elas ainda devem estar na gaveta no quarto sob minhas camisetas. Por
quê?
— Acho que devemos escolher um e ir a algum lugar. Cair fora daqui por
alguns dias. Diversão? Sol? O que você acha?
Ele tomou um grande gole de um dos muitos copos de água que ele tinha
escondido em torno do apartamento. Pelo menos em sua depressão, ele não tinha
começado a beber.
— Tar, nós conversamos sobre isso. Quantas vezes eu tenho que te dizer
que eu não quero ir a qualquer lugar agora? Não podemos simplesmente ficar parado
por uma vez? Por favor, baby? Sinto-me como se estive ao redor do mundo oitenta
vezes. Eu só quero relaxar.
Ele deslizou no sofá, se enterrando mais fundo em sua depressão.
Entendi o seu desejo de fazer uma pausa, mas isto era além de seu
comportamento normal. Ele não tinha estado fora do apartamento desde que
chegamos aqui.
— O que aconteceu com aqueles esboços que você fez da nossa enorme casa?
— Estão em minha bolsa carteiro. Por quê?
Levantei-me, cansada de vê-lo percorrer cem canais uma e outra vez.
Coloquei seus desenhos ao lado do meu laptop e liguei a impressora. A primeira coisa
que procurei foi uma pia de cobre estilo fazenda que vi em uma revista uma vez.
Encontrei uma que gostei, imprimi, e gravei-a em outra página em branco no seu
tablet. Eu sabia que ele estava me observando então fingi ignorá-lo.
Curiosidade finalmente venceu.
— O que você está fazendo?
Tentando fazê-lo pensar em outras coisas, como o nosso futuro.
— Encontrei algo que eu queria acrescentar.
Ele inclinou-se na parte de trás do sofá, estudando seus esboços
impressionantes.
— Talvez eu volte para a faculdade, termine o curso.
E foi assim que ele franziu a testa.
— Quem estou enganando? Eu não posso ir voltar em um campus aberto.
— Ele jogou o bloco de desenho na mesa e voltou ao seu lugar no sofá. Eu odiava isso.
Odiava vê-lo tão retirado. Mesmo a nossa vida sexual havia sido atingida. Sua paixão
foi embora.
Era hora de algo drástico. Corri pelo corredor, pendurando o nosso pequeno
sinal de não perturbe na porta do apartamento de modo que Marie ou Mike não
entrariam inesperadamente, e tirei minhas roupas no quarto.
Ele, pelo menos, me deu alguma atenção com um olhar interrogativo,
quando voltei para a sala vestindo apenas minha calcinha de biquíni branca. Peguei
o controle remoto da sua mão, desliguei a televisão, e o montei.
— O que você está fazendo? — Ele respirou sua pergunta com uma pitada
de advertência, como se eu estar quase completamente nua em seu colo precisasse
de um motivo ou esclarecimento.
— Eu quero meu Ryan de volta.
Seus lábios se torceram em uma careta, e então sua expressão rolou
assustadoramente para o que parecia rejeição.
— Fale comigo.
Suas mãos deslizaram em torno de meus quadris, tensas, e pareciam
empurrar para trás e para cima, elevando-me um pouquinho para fora de sua virilha.
— Você tinha que ficar nua para falar comigo?
— Achei que era uma boa maneira de obter a sua atenção. Deveríamos estar
em uma praia em algum lugar tendo um grande momento, fazendo amor, se
divertindo, sendo jovem, curtindo a vida. Você tem estado tão fechado. Você não quer
falar comigo. Você mal me toca mais. Isso está me assustando.
Suas mãos empurraram meus quadris para trás, um sinal definitivo de sua
falta de vontade de continuar essa conversa. Agarrei seus antebraços, não querendo
permitir que ele me deixasse de lado.
Desespero agarrou minha garganta.
— Por favor, não me afaste. Por favor. Eu não aguento mais.
Seu desânimo foi tomando seu pedágio em meu coração.
Ele tentou se contorcer de debaixo de mim e apenas assim, uma nova fissura
se abriu em meu coração retalhado.
— Ryan, não! Oh, Deus, por favor não! Você me prometeu!
Ele resignou-se de volta ao sofá.
— O que você quer?
Sua rejeição momentânea me enervou. Eu havia ido por este caminho uma
vez antes e eu estaria ferrada se deixasse que a história se repetisse. Homens de merda
me dando falsas esperanças e promessas que eles, tão facilmente, puxam de volta
quando era conveniente. Bem foda-se!
— Você está partindo meu coração! Você não vê isso? É isso que você quer?
Você me quer longe de você, me empurrando para longe assim? É isso que você quer?
— Eu sabia que minha voz tinha subido em volume, mas, maldito, ele estava me
irritando.
— Eu só quero relaxar. Só isso. É tão difícil de entender?
Olhei para ele por um momento, chocada com o seu tom áspero.
— Bem. Você quer relaxar, faça. — Comecei a sair de seu colo, mas suas
mãos prenderam minhas coxas.
— Aonde você vai?
— Estou saindo fora e vou viver a minha vida. Você não está relaxando,
você está apodrecendo aqui, deixando essa merda na sua cabeça apodrecer e comê-lo
vivo. Você não quer falar comigo, desabafar e seguir em frente, então você pode sentar
aqui e continuar a relaxar em seu próprio país. Deixe-me saber quando estiver pronto.
— Pare — ele gemeu.
— Por quê? Um segundo atrás você estava me empurrando para fora.
Ele me estudou um pouco, os olhos amassados e doloridos com tanto
veneno mental.
— Sinto muito.
Peguei uma de suas mãos, enrolando-a na minha e pressionando-a entre os
meus seios expostos, puxando-o mais perto do meu coração quanto ele poderia ir.
— Não se desculpe, amor. Fale comigo.
Ele balançou a cabeça, lutando contra isso, incapaz de encontrar a coragem
ou as palavras.
— Diga-me — implorei suavemente. Ele estava de boca fechada e
carrancudo. — Você disse uma vez que um homem deve possuir sua situação. Você
também disse que nós sempre conversaríamos. Você prometeu. Fale comigo!
Ryan estava tão desamparado.
— Eu não posso desligá-lo. Não posso agitá-lo.
Coloquei beijos suaves em seus dedos, esperando pacientemente, tentando
encorajá-lo a ir em frente.
— Deus, você é linda para caralho — ele disse suavemente, mas com tanta
convicção. Seus olhos foram para baixo, pousando em meu estômago enquanto ele
ponderou. Deixei-o tomar seu tempo, feliz que ele estava, pelo menos, me tocando
novamente.
— Você estaria grávida de sete meses agora. — Seus dedos flutuaram sobre
o meu umbigo plano.
— Oh, querido... — respirei meu apelo para ele não ir para lá.
— Eu penso nisso o tempo todo. Pergunto-me se a nossa filha teria tido
olhos azuis ou se o nosso filho teria alguns dos meus traços. Como seu rosto
pareceria.
Gostaria de poder abafar sua tristeza por beijar sua pele.
— Nós vamos ter lindos bebês... quando tivermos a intenção de trazê-los
para o mundo. Eu prometo.
Ele bateu a ponta do seu dedo levemente sobre minha barriga, parecendo
discordar.
— Esse era nosso primeiro e tomei isso de você. A minha carreira — ele
zombou como se a palavra fosse suja — tomou isso de nós.
Levantei seu queixo, doendo por vê-lo parecer tão perdido.
— Não. Pare, Ryan. As coisas acontecem por uma razão. Coisas que você
não tem nenhum controle. Nós teríamos conseguido, mas nós não estávamos prontos
para um bebê. Precisamos ser fortes juntos antes de trazermos uma criança a este
mundo. O que aconteceu comigo, você não pode levar isso em seus ombros. Você não
pode. Eu não vou deixar.
Ryan discordou novamente, preso em algo poderoso.
— Havia muito sangue quando você perdeu a gravidez. Eu pensei que você
estivesse morrendo no meu colo. — Ele mordeu seu lábio inferior, enquanto seus olhos
aguaram.
— Estou aqui. — Esfreguei sua mão. — Estou bem aqui, baby.
Ele olhou para a minha coxa, traçando uma linha invisível com a ponta do
dedo.
— Às vezes esqueço o quão forte você é. Resiliente pode ser uma palavra
melhor. A vida continua jogando-lhe socos e não importa o que, você continua
devolvendo.
Entrelacei nossos dedos.
— Isso é porque tenho algo que vale a pena lutar. Você. A promessa do para
sempre. Você me faz querer ser mais forte.
Ele bufou e se contorceu debaixo de mim.
— Isso é porque estou fazendo um trabalho tão excelente em mantê-la
segura. Grande trabalho que eu fiz.
Agarrei seu pescoço e apertei seus ombros de volta no sofá.
— Pare com isso. Não diga isso. Eu nunca me senti tão protegida e cuidada
como sinto com você. — Sua cabeça oscilou, derrotado. — Você está deixando-os
vencer.
Penteei minhas mãos pelos seus cabelos, puxando até que eu tinha seus
olhos em mim. Tomei sua boca com desejo desesperado, beijando-o como se eu
pudesse quebrar o feitiço que o puxava para baixo.
— Lute comigo — respirei em seus lábios, que pareciam me recusar paixão.
— Por favor, amor. Eu não posso fazer isso sem você. Eu preciso de você. Eu preciso
de você!
Sua mandíbula ficou tensa quando a dor que ele estava segurando tão
firmemente finalmente rachou. Um soluço suave deslizou por sua garganta.
— Estou tão cansado, Taryn — ele resmungou, sua voz gaguejando tentando
mantê-lo em cheque. Mas a dor não tinha outro lugar para ir a não ser para fora. —
Tão cansado. Tudo o que faço nos traz dor.
Uma lágrima escorreu pelo seu rosto. E depois outra. Eu sabia que o estava
matando me mostrar tanta fraqueza, mas tudo precisava ser purgado, retirado de seu
sistema como um demônio sugador de almas. Vê-lo chorar foi a minha ruína. Ele
finalmente sucumbiu à pressão e isso me deixou louca.
— Não, você não! Você é o amor da minha vida e meu melhor amigo! Não
importa o que a vida joga em nós, levamos o bom com o mau, Ryan, o bom com o
mau. Nós fazemos isso, porque isso é o que fazemos.
Ele me puxou contra seu peito, me segurando como se ele precisasse de
mim para ter o ar de volta.
Segurei sua cabeça enquanto ele enterrou o rosto no meu pescoço.
— Oh, amor. Nós vamos passar por isso. Amor, você sabe como consertar
isso. Você parou de tomar seu medicamento.
Ele franziu a testa, fungando.
— Eu não estou tomando merda, Tar. Sem pílulas.
— Ryan, você jogou seu corpo em uma confusão. Você não pode
simplesmente parar de repente de tomá-las.
— Pílulas de depressão... qual é a próxima? Pílulas para dormir? Pílulas
para manter acordado? Isso é uma maneira de morrer. Você sabe o quanto eu odeio
essa merda, Tar!
Segurei seu rosto em minhas mãos.
— Ryan, olhe para mim. Eu fiz um monte de pesquisa quando o médico me
colocou em antidepressivos após o acidente. Minha situação era temporária. Você já
sofreu com ataques de ansiedade por um longo tempo, mesmo antes de tudo isso. É
quando você para de tomá-los que o seu sistema fica fora de controle.
Resistência a isso cobriu seu rosto.
— Eu não quero depender de drogas, Tar. Não quero.
Limpei suas bochechas com os polegares, apagando a evidência física de seu
stress.
— Não importa. Você precisa delas. Você precisa regular a serotonina. Não
é um sinal de fraqueza, Ryan. E isso não faz de você menos homem. É um
desequilíbrio do corpo, isso é tudo. Não há vergonha nenhuma nisso.
Ele fechou os olhos.
— Eu tentei trabalhar nisso por minha conta, mas sinto que não posso
superá-lo. É como um ciclo interminável. Ver a decepção no rosto do meu pai quando
eles me colocaram naquela viatura; sei que parti seu coração. Eu fiz isso com ele. Eu.
— Ryan esfregou a palma da mão sobre o centro do seu peito. — Isso me pressiona,
aqui. Como se eu tivesse um elefante sentado no meu peito. Às vezes é difícil respirar.
— Eu sei, mas podemos mudar isso. Você não tem um osso viciante em seu
corpo, Ryan. Você precisa tomar uma pequena pílula para regular a química do seu
corpo. Isso é tudo.
— Ok — ele sussurrou, admitindo. — Vou começar a tomá-los novamente.
Eu não posso viver assim.
— Vou marcar uma consulta para você ver o meu médico. Vamos obter o
seu sorriso de volta. Eu prometo.
***
Era segunda-feira. Nós tínhamos estado em Seaport por duas semanas
quando o meu pai biológico ligou novamente.
Ryan, Mike, Marie e eu estávamos em Sandy Cove Beach em Seaport
aproveitando o clima quente e o lindo dia. Ryan e Mike estavam jogando uma bola de
futebol para lá e para cá, enquanto Marie e eu apreciamos a vista incrível deles sem
camisa e bronzeados, a partir do conforto das nossas cadeiras de praia.
Foi pura alegria ver Ryan sorrindo e tendo um grande momento. Era como
se ele tivesse totalmente rejuvenescido. Ele estava em um novo medicamento para o
hipotireoidismo, e as diferenças foram quase noite e dia.
Acenei para Ryan vir.
Ele abriu a tampa do cooler, pegou duas garrafas de água gelada, jogou uma
para Mike, e usou o refrigerador como assento.
— E aí?
— Acabei de falar com Joe.
Ryan empurrou os óculos de sol em cima de sua cabeça, olhando-me com
curiosidade.
— E?
"Ele gostaria que nós fôssemos para Lake Tahoe.
Ele fez aquela exalação audível, parecendo nada satisfeito com essa ideia.
— Eu não sei.
Ok, então ele não estava no mesmo patamar com o meu entusiasmo.
Tivemos um impasse em silêncio até que Ryan disse:
— Eu tenho que ser honesto. Eu não estou vendo o benefício aqui. O homem
não esteve em sua vida nunca e eu estou inclinado a mantê-lo assim.
Fiquei, momentaneamente, distraída observando Mike, que estava
segurando a mão de Marie. Senti meu coração vibrar apenas pelo olhar que ele usava
em seu rosto. Ele levantou-se de sua cadeira e, sem dizer uma palavra, foi embora
com ela como se fosse um prêmio, segurando a mão dela como ele fez. Eu não poderia
evitar me apaixonar ao vê-los curtindo um ao outro, andando na praia, esbarrando
um no outro, Marie segurando em seu braço musculoso com ambas as mãos. Seu
sorriso radiante para ele e o dele irradiando de volta. Era como assistir a melhor parte
de uma história de amor.
— Eles formam um grande casal.
Ryan olhou por cima do ombro e, em seguida, volta para mim.
— Eles têm o que nós temos. — Ele sorriu.
— Eu sei — sorri de volta.
Ele acenou com o queixo.
— É um ajuste muito melhor para ambos.
Eu estava tão feliz de ver o amor florescer, que era difícil contê-lo.
— Concordo.
O sorriso de Ryan caiu.
— Voltando para este negócio com o Joe. Taryn, quero cortar todas as
variáveis. As coisas estão finalmente voltando à pista para nós e não estou procurando
adicionar qualquer louco sobre a pilha. Você quer conhecê-lo, vamos arrumar isso,
mas não sem eu estar lá. Primeiro sinal de potencial besteira, estou tirando você de
lá e nós estaremos em um avião.
— Eu quero conhece-lo.
Ryan mordeu o lábio inferior.
— Ele contou para sua esposa?
— Sim. Ele disse que ela estava entendendo sobre isso e ela e as meninas
querem me conhecer.
Ryan assentiu antes de colocar-me de volta sob seu olhar examinador.
— Esta é realmente uma estrada que você quer percorrer?
Eu sabia que ele estava apenas tentando me proteger de ser ainda mais
ferida.
— Sim. Se eu não fizer isso, eu vou sempre imaginar. Eu preciso colocar
essa parte de mim para descansar, Ryan.
Ele concordou relutantemente.
— Ok, se é isso que você precisa, eu vou reservar nossos voos.
Sorri para ele. Ele não precisa pronunciar as palavras "eu te amo" para eu
saber o quanto ele me ama.
— Obrigado, amor.
Ele baixou os olhos de volta para mim.
— Pete vai ficar bem gerenciando o bar enquanto estivermos fora?
Revi meu calendário mental. Teremos os Teen Choice Awards chegando, e,
em seguida, Ryan tinha que fazer alguns ajustes em L. A. para o terceiro filme Seaside.
Balancei a cabeça, muito confiante de que eu tinha tomado a decisão certa.
Ele havia perdido todas as reservas que tinha para o verão, tendo de repassar o
trabalho para outro cara, então ele estava mais do que grato pelo trabalho.
— Ele vai ficar bem. Ele tem me ajudado por um longo tempo, então ele
sabe o que precisa ser feito.
— Tammy parece mais feliz, também.
Lembrei-me da conversa que ela e eu tivemos no outro dia, passando sobre
algumas das nossas questões. Ela e Marie ainda estavam andando em círculos em
torno de si, para evitar os confrontos, mas para a maior parte, Marie superou.
Ter Mike dizendo a ela para levar sua bunda para sua cama todas as noites,
apesar de que sua cama era a minha cama de hóspedes, estava ajudando a suavizar
a traição de Tammy.
— Nós tentaremos servir um menu limitado no pub. Veremos como isso
funciona, antes de ir mais longe. Talvez ela vai nomear um sanduíche depois de você.
Ryan rolou os olhos.
Olhei para o meu celular para ver as horas.
— Nós temos que ir. Encontraremos o construtor em duas horas.
Ryan se levantou, ajeitou o colar com a tag — aquele com o meu nome
escrito nele para que ele pudesse "manter-me perto de seu coração em todos os
momentos" — e tentou ver até onde Mike e Marie tinham chegado.
— Você está bem com a adição falamos?
Eu vi Mike girar Marie ao redor na orla, e desejei que Gary pudesse ver como
muito mais feliz que ela estava.
Sua insensibilidade merecia um pouco de retribuição.
— É Mike?
— Meu chefe de segurança precisa de um centro de comando e estou
pensando que eu iria dormir melhor à noite sabendo que sua nova guardiã está
convenientemente localizada.
Por mais que eu amei essa ideia, ele estava presumindo muito.
— Ela só teve um curso, Ryan. Quem sabe onde isso vai levá-la.
Seu sorriso irônico me disse que tinha informação que ele não estava
compartilhando.
— O que você sabe que eu não sei? — Perguntei, sorrindo de volta para ele.
Ryan casualmente encolheu os ombros.
— Vamos apenas dizer que tudo o que temos planejado, vocês duas não
podem fazer merda nenhuma sobre isso. — Ele estendeu a mão. — Vamos. Se você
quer se encontrar com o Joe, temos que reservar uma viagem para o Lake Tahoe.
CAPÍTULO 21
Sem proteção
***
Bati duzentos dólares na mesa de jantar de mogno escuro polido, para seis
pessoas, junto ao prato de Marie e continuei andando. Eu sabia que tinha perdido por
isso não havia ponto de contestá-la.
Mike começou a rir de si mesmo.
Ryan saiu do nosso quarto, penteando o cabelo para trás com os dedos.
— Mantenha seus comentários para si mesmo, Murphy. Ela não dormiu
nada na noite anterior.
Servi duas xícaras de café, desejando que eu pudesse injetá-lo direto na
minha veia. Logo após o meu segundo orgasmo maravilhoso ontem à noite, eu devo
ter desmaiado. Vamos apenas dizer que depois de vir, a última coisa que me lembro
foi de ir.
Mike colocou as notas da mesa, dobrando-as bem, e colocando-as
diretamente no decote de Marie.
Ela sorriu, usando o meu dinheiro como um emblema de honra nos seios.
A risada momentânea não foi suficiente para me manter calma. Meus nervos
estavam no limite a partir do momento que acordei. Como ele é? Vou ver algo de mim
quando olhar para ele? Será que ele vai ser um idiota gigante, fazendo me arrepender
da minha decisão de conhecê-lo? Tantas perguntas sem resposta que me levaram
longe da diversão de perder nosso pequeno concurso.
Eu quase pulei da minha pele quando o telefone do nosso quarto tocou mais
tarde, no início da tarde. Eu sabia qual era a mensagem antes mesmo de Mike
desligar.
— Eles estão aqui. Eles estão sendo levados à mesa do chef no restaurante
lá embaixo.
Ryan segurou meu rosto em suas mãos; os polegares patinaram ao longo do
meu rosto enquanto seus olhos cheios de preocupação perfuraram os meus.
— Não importa o que, eu não vou permitir que este dia termine com uma
nota triste. As coisas vão bem, nós os convidamos aqui para a suíte. As coisas vão
ruins, depois do almoço eles vão embora e vamos colocá-los atrás de nós. OK?
Balancei a cabeça.
— OK.
— Ok, baby. — Ele se inclinou e pegou a minha boca, salpicando seu voto
com um beijo.
Era difícil respirar; eu estava cheia de tanta trepidação, era sufocante. Ryan
abriu o caminho, segurando minha mão o tempo todo, quase me puxando. Ele
caminhou com confiança, como sempre. Seus ombros largos assumindo minha
preocupação.
Observei as duas jovens em primeiro lugar; seu choque de olhos arregalados
e espanto ao ver Ryan Christensen andando em sua direção era quase cômico. Não
havia dúvidas de que o reconheceram já que elas estavam absolutamente vertiginosas
com prazer.
Eu não sei por que fiquei surpresa quando vi Joe pela primeira vez. Talvez
fosse porque eu o tinha visto apenas como um adolescente magro e esguio, com
cabelos negros como a meia-noite, mas este homem sólido com a vibração de Tim
McGraw não era o que eu esperava.
Meus olhos viajaram de seus ombros largos e sua altura até o cavanhaque
estreitamente raspado e combinando com o cabelo castanho curto. Suas bochechas
estavam brilhando, um pouco bronzeadas do verão mostrando em todos os lugares.
Ao me aproximar, seus olhos enrugados quando ele ampliou seu sorriso.
Todo o ar desocupou meus pulmões quando olhei seus profundos olhos
azuis, que eram uma imagem perfeita dos meus próprios. Esse momento de
finalmente ter algum reconhecimento facial familiarizado me bateu duro, como se
alguma força da natureza tinha acabado de bater no meu peito. Senti um soluço
borbulhando e se aninhando em minha garganta.
Estranhamente, eu esperava encontrar alguém mais velho, considerando
que ele era meu pai, mas eu tinha que me lembrar que eram apenas 16 anos que nos
separavam. Joe tinha quarenta e quatro, mas agora não parecia velho o suficiente
para ter uma filha da minha idade.
Quando os olhos azuis de Joe amassaram, sua mão apertou no ombro de
sua esposa, e eu observei seu lábio inferior começar a tremer. Ele deu um passo em
torno de sua esposa para se aproximar. Eu podia ver os tremores aprimorando em
seus músculos, fazendo com que seus passos parecessem um pouco instáveis.
Ryan puxou minha mão e me puxou na frente de seu corpo; as pontas dos
dedos cutucando minhas costas, liberando-me para fazer esta viagem sozinha.
— Oh, minha menina — Joe gaguejou, sugando de volta seus próprios
soluços.
Foi quando eu perdi meu tênue controle.
Lágrimas quentes começaram a cair no meu rosto. Eu não conhecia este
homem de Adam, mas algo sobre ele apenas parecia certo. A próxima coisa que vi foi
que braços fortes estavam ao meu redor, sua mão segurando a parte de trás da minha
cabeça, enterrando meu rosto em seu peito.
— Vinte e oito anos. Eu nunca parei de pensar em você por vinte e oito
anos. Obrigado por me dar isto — Joe gaguejou, mantendo a voz baixa.
Balancei a cabeça, incapaz de falar, sentindo sua dor, sentindo a alegria. Eu
só podia imaginar o que ele deve ter passado, ter que desistir de sua carne e sangue.
Joe levou-me pelos ombros, levando-me para longe dele algumas polegadas.
— Deixe-me olhar para você um pouco mais. Eu não posso acreditar. Eu
pensei... — Ele engasgou. — Nunca pensei que esse dia chegaria.
Saber que ele estava tão afetado por esta reunião como eu, foi um alívio.
Ele prendeu a respiração curta.
— Você parece sua mãe, Taryn.
Encontrei-me balançando a cabeça e concordando com ele, mesmo que eu
nunca tinha visto uma foto da mulher que me deu à luz.
— Eu gostaria que ela estivesse aqui para ver você toda crescida, mas tenho
certeza que ela está sorrindo para nós do céu, hoje.
Joe tentou limpar uma lágrima do meu rosto, o que me fez automaticamente
limpar o meu próprio rosto.
— É bom finalmente saber de onde eu tirei meus olhos.
Ele sorriu mais largo, fazendo-me perguntar o que mais temos em comum.
Enquanto eu dei a sua esposa, Jill, um abraço, Ryan e Joe apertaram as
mãos e trocaram saudações.
Depois de um bom almoço, Ryan estendeu um convite para eles para subir
à nossa suíte.
Marie estava fazendo um trabalho maravilhoso mantendo as duas meninas
entretidas enquanto Ryan e eu nos sentamos com Joe e sua esposa para ter uma
conversa privada.
Joe parecia sincero, mas cauteloso.
— Eu só posso imaginar o quão difícil isso deve ter sido para você, descobrir
assim. Fiquei com a impressão de que seu pai destruiu todos os registros. Eu nunca
pensei que ele iria mantê-los.
Tomei um gole de meu café, tentando me desligar um pouco da sobrecarga
emocional.
— Ele tinha tudo junto em uma caixa em um cofre no banco.
Joe assentiu.
— Minhas cartas e tudo mais?
Coloquei meu copo na mesa.
— Havia cerca de dois mil dólares também.
Ele coçou a cabeça, esmagando os lábios por um momento.
— Sempre me perguntei se você recebia o dinheiro que eu enviava. Imaginei
que seu pai não iria gastar um centavo. Provavelmente pensando que era o dinheiro
da droga ou algo assim.
O dinheiro da droga?
Sua mão esfregou sobre sua boca.
— Eu tive alguns problemas antes de ir para o exército. Vamos apenas dizer
que o Tio Sam chutou essa merda do meu sistema rapidamente.
Eu não tinha nenhuma dúvida sobre isso.
— Venho fazendo uma poupança para ambas as suas meninas. Quero que
elas fiquem com os dois mil dólares.
Joe estendeu a mão, pronto para me repreender, mas falei sobre ele:
— Joe, é para o futuro delas. Eu aprecio sua generosidade, mas não é
necessário.
A esposa de Joe, Jill, cancelou sua desaprovação.
— Obrigado, Taryn. Isso é muito gentil de sua parte. As meninas vão para a
faculdade antes que percebamos, por isso vamos ter certeza de que vai para uma boa
utilização. — Jill olhou para Ryan. — Embora conhecê-lo será inestimável para elas.
Elas não calam a boca sobre isso desde que nós dissemos a elas. Seus pensamentos
eram que estávamos brincando com elas até o momento em que você entrou naquela
sala de jantar. Eu não posso agradecer o suficiente por tudo o que você deu a minha
família hoje.
Ryan sorriu, mas acenou-o como se não fosse grande coisa.
— Vou garantir que elas recebam algumas fotos de nós juntos para levar de
volta com elas.
Ambos Joe e sua esposa pareciam excepcionalmente satisfeitos por isso.
Então Joe voltou sua atenção para mim, estudando-me como se eu fosse feita de vidro.
— Você provavelmente tem muitas perguntas agora.
Isso era um eufemismo.
— Eu tenho tantas perguntas, que nem sei por onde começar.
Joe apoiou os cotovelos sobre os joelhos.
— Pergunte-me qualquer coisa. Jill tem o direito de saber, também. Eu sei
que chocou o inferno dela também — ele se aproximou e pegou mão de sua esposa —
mas como eu disse a ela, eu nunca pensei que iria vê-la novamente, então qual seria
o ponto em perturbá-la?
Jill deu-lhe um sorriso tranquilizador, esfregando as costas de sua mão.
— Eu não estou chateada. Você era um adolescente, Joe.
Joe deu de ombros, parecendo querer expiar seus pecados.
— Uma criança que deixa sua namorada adolescente grávida.
Ryan atravessou seu pé sobre o joelho e pegou minha mão.
— E, por isso, agradeço-lhe — disse ele, puxando a minha mão para a boca
para me enfeitar com um beijo. — Você criou a mulher que eu amo. Não há presente
melhor do que isso.
Algo silencioso pareceu passar entre os dois homens, um entendimento
mútuo das sortes.
Joe parecia aliviado.
— Pelo menos fiz a coisa certa. Estou feliz em saber que ela está em tão boas
mãos.
Senti um rubor aquecer meu rosto. Eu estava na melhor das mãos. Como
muito diferente minha vida poderia ter sido se meus pais não tivessem me dado.
Pedaços das cartas que Joe tinha escrito para mim do exército brilharam na minha
mente. Todos elas insinuavam o fato de que Joe foi um pouco diabinho quando era
um adolescente.
Apertei a mão de Ryan.
— Você namorou Kelcie na escola?
Joe olhou para sua esposa, silenciosamente, buscando a aprovação dela
para falar sobre isso. Ela lhe deu um sorriso pensativo em troca.
— Sim. Ela sentava atrás de mim na aula de matemática. Eu costumava
bagunçar com ela. Tínhamos quinze anos quando começamos a ficar firme.
Eu podia ver que ele estava tendo boas recordações.
— Nós éramos como almas gêmeas; ambos éramos desajustados que
odiavam os próprios pais. Quando deixei Kelcie grávida, eu sinceramente achei que
minha vida estava começando de novo. Eu esperava que sua mãe seria, pelo menos,
compreensiva, mas em vez disso ela chutou sua própria filha para a rua. E o pai de
Kelcie... aquele bastardo governava com mão de ferro. Até hoje, ainda acho que ele
costumava bater na sua mãe, mas eu nunca poderia provar isso. Ambos não eram
boas pessoas.
Pensamentos de ter "Não são pessoas boas" como avós que nunca conheci
passaram pela minha cabeça.
— De qualquer forma, tentei tirá-la de lá. Nós até pensamos que se ela estava
engravida meus pais pegariam simpatia por ela e deixá-la-iam mudar-se. — Ele riu.
— Sim, isso não era uma das nossas ideias mais brilhantes.
Ryan sentou-se para a frente. Algo lhe tinha perturbado.
— Não me interpretem mal, nós dois queríamos você — disse Joe, recuando.
— É só que, bem, o meu pai foi despedido e minha mãe não estava fazendo muito em
seu trabalho. Kelcie tentou entrar no bem-estar para ajudar a alimentá-la. Nós éramos
apenas crianças, mal capazes de limpar os nossos próprios narizes.
— Eu sempre sonho com você tendo o cabelo preto — eu disse,
inconscientemente tocando meu cabelo.
Joe parecia surpreso.
— Você sonha? Hã. Eu realmente costumava tingi-lo. Eu queria ser um
roqueiro punk.
Minha mãe quase chorou quando troquei aulas de piano por uma guitarra
com um adesivo de anarquia nela.
Ryan olhou para mim.
— Bem, agora sabemos de onde seus talentos musicais vêm.
Sorri. Minha mãe não poderia nem mesmo ajustar o som do carro.
Os olhos de Joe se arregalaram.
— Você toca?
Balancei a cabeça.
— Comecei no piano e depois aprendi violão.
Ryan escovou meu braço, sorrindo.
— E ela tem uma bela voz, também.
Joe parecia impressionado.
— Uau! Isso é excelente!
Depois de alguns momentos de silêncio, eu fiz a pergunta que mais
queimava em minha mente:
— Eu sonho com você, muitas vezes, Joe. Sempre que eu faço, meu pai,
Dan, está sempre lá, também. E vocês dois estão lutando. Quero dizer, lutando
fisicamente. E depois há o sangue. Muito sangue. Nos seus dentes, em sua boca.
Joe fez uma careta, balançando a cabeça.
— Taryn...
— Não, eu preciso saber. É sempre o mesmo sonho e depois de todos esses
anos, eu preciso de respostas. Eu tenho pesadelos, horríveis e assustadores
pesadelos.
A boca de Ryan abriu, realização clareando sobre ele. Concordei com a sua
conclusão em silêncio, sabendo que nunca totalmente expliquei porque às vezes
acordei aterrorizada. Agora ele entendeu. Apertei sua mão com mais força.
Joe olhou fixamente através da curta distância entre seu assento e o meu,
seus lábios amassando em uma linha dura.
— E eles sempre terminam da mesma maneira. Você diz: “eu nunca te
machucaria, bebê” e, em seguida, seus dentes ficam vermelhos de sangue. — Eu sabia
que estava incitando-o, mas eu não me importava. Era hora de descobrir o quão fodida
esta situação realmente era.
O rosto de Ryan caiu, revestido com lamentável tristeza. Esta era uma
notícia que eu nunca tinha compartilhado antes. Pensei que ele poderia ficar ofendido
por descobrir desta forma, mas eu lidaria com ele mais tarde.
— Taryn — Joe começou; usando um tom que era, obviamente, um aviso.
— Não, eu preciso saber! Por quê? Por que eu tenho o mesmo sonho
repetidas vezes?
Ele hesitou, prendendo a respiração, mas eu estava cansada de esperar.
Meu sonho era sempre o mesmo, e agora eu sabia que não era apenas uma invenção
da minha imaginação. Eu estava recordando uma memória uma e outra vez.
— Apenas me diga. Por favor.
Joe bufou, em seguida, rolou seu olhar de volta para mim.
— Era o quarto de julho, bem antes de eu ser enviado para o acampamento.
Você sabe que sua mãe biológica foi morta em um acidente de carro, certo?
Concordei.
— Sua mãe me disse.
Joe franziu a testa, aflito por este passeio pela estrada da memória.
— Foi logo depois do Natal quando aconteceu. Você não tinha nem mesmo
dois anos ainda. Sua mãe Jennifer e o tio Dan, bem, eles estavam ambos indo bem
financeiramente. Ele tinha acabado de ser promovido na Corning e meus pais estavam
prestes a perder a casa.
Engoli em seco como respostas começou a preencher os espaços vazios.
— Tia Jennifer queria muito você realmente. E eu fiz algo realmente
estúpido. Eu... eu não estava bom e me enrosquei com o tipo errado de pessoas.
Levantei a mão, não querendo saber que fui usada como moeda de troca.
— É esta a razão pela qual nossas mães pararam de falar uma com a outra?
O rosto de Joe apagou e então ele me deu um aceno de confirmação.
— Taryn — Ryan gemeu. Eu sabia que ele estava me dizendo para não me
sentir culpada por isso.
Eu dei o meu próprio aviso suplicante ao Ryan. Eu ainda tinha perguntas
sem respostas.
— Então o que aconteceu no quatro de julho?
Joe hesitou, olhando para o tapete ornamentado sob seus pés em vez de
responder.
— Joe, meus pais se foram. Eu tenho o direito de saber a verdade. O que
aconteceu?
— Nada realmente. Foi um piquenique em família, não foi grande coisa.
De alguma forma eu duvidava disso.
Eu podia vê-lo cedendo um pouco mais, seus largos ombros caindo.
— Talvez eu tenha sido um pouco grosseiro, considerando as
circunstâncias. Parte do acordo era que você nunca saberia que eles não eram seus
pais naturais. Eu tive que jurar que eu nunca revelaria a verdade. Isso — ele
engasgou, sufocando — me matou fazer isso, Taryn. Você era a minha menina. Minha!
Segurei-lhe a partir do momento em que você saiu do ventre de sua mãe e eu prometi...
prometi que eu nunca pararia de tomar conta de você. Eu balancei você e te alimentei
e li histórias quando você tinha cólicas e não dormia. E então quando aquele idiota
dirigiu muito rápido na estrada gelada e chocou-se contra nós, eu era tudo o que
restava. Eu sabia que não deveria ter levado você, mas tudo o que tínhamos de fazer,
era colocá-la naquele assento de carro e dirigir um pouco e você apagaria como uma
luz. Eu não podia simplesmente deixá-los tirar isso de mim!
Jill encostou a mão na coxa de Joe para confortá-lo, sua mão tremia um
pouco.
Minha própria mão começou a tremer também. No sonho, eu sei que estou
sozinha com ele e eu posso senti-lo tocar meu cabelo, falando comigo como se ele
estivesse arrependido. E então meu pai se lança, pronto para matá-lo.
Talvez os meus problemas de intimidade e medo de abandono têm origens
atrozes?
Senti meu peito apertar ainda mais, temendo a resposta à minha pergunta
seguinte:
— Você me machucou?
Joe fez uma careta.
— O que? Oh, Senhor, não! Não.
— Então por que meu pai bateu em você? Ele bateu a merda fora de você
até que sangrou. Ele era um cara sensato. Por que ele iria atacá-lo de forma tão
brutal?
Joe estava carrancudo para mim, sua respiração ofegante com sua
frustração.
— Porque eu lhe disse a verdade! Eu disse a você sobre a sua verdadeira
mãe e eu lhe disse que eu era seu pai verdadeiro e não importa o que eles fizessem,
eles nunca iriam levá-la do meu coração. Você é minha filha. É por isso!
CAPÍTULO 22
Fiasco
Casamento e Cinzas
***
Enfrente
Public Service Grant – Serviços Público de segurança. – É uma agência que libera a
16
***
Arrumei a gravata de Ryan antes que chegássemos na estreia de Thousand
Miles em Manhattan. Fiquei feliz que ele usava o terno Hugo Boss preto com a gravata
roxa e preta de lã que combinava com a cor do meu vestido de cocktail.
Ele passou o dedo sobre o material recolhido no corpete do meu vestido e,
em seguida, sobre o meu belo colar coroa de diamante.
— Você parece extraordinária.
A apreciação de Ryan por mim, nunca vacila. Esperava que eu nunca desse
a sorte que tenho por certa.
— Você está completamente lindo por si só.
Atender a minha segunda estreia de filme não foi tão assustador como foi a
primeira vez, mas a enorme multidão e agitação de fotógrafos agressivos foi suficiente
para me fazer tremer nos meus sapatos de salto alto. Os flashes de centenas de
câmaras, o rugido da multidão gritando para eu olhar em sua direção... era tudo além
surreal.
Eu tive que dar crédito à Lauren e Ryan; ambos eram atores excepcionais,
colocando um show crível de amizade e solidariedade para a multidão e as câmeras.
Eles haviam chegado a um acordo anterior de que eles estariam no seu melhor
comportamento, enquanto em público. Particularmente, no entanto, Ryan não tinha
nenhuma utilidade para ela. Ele me garantiu que ele nunca trabalharia com ela
novamente. Ryan não era ótimo sobre o perdão, especialmente onde meus melhores
interesses estavam em causa, e ele disse isso a ela.
Assim que o filme acabou, fomos levados para o luxuoso pós-festa no salão
de baile no Gramercy Park Hotel. Felizmente, Ryan tinha estipulado que sua equipe
de segurança iria com ele onde quer que ele tivesse que ir, o que significava que eu
tinha Marie por perto para dar apoio moral.
Ela andou comigo em direção ao bar aberto enquanto Ryan estava em uma
profunda conversa com o diretor de fotografia do filme. Ela olhou para mim com os
olhos cansados.
— Taryn, eu odeio dizer isso, mas o filme foi incrível.
Encontrei uma área aberta de sofás e cadeiras e me sentei.
— Sim, foi. Ryan foi fabuloso novamente. Mas houveram algumas partes
que foram difíceis para mim assistir.
A cena do jantar onde pensei que Ryan estava em um encontro real com
Lauren em Miami fez meu peito queimar. Lembrei-me de que Ryan apertou minha
mão com força durante essa parte. Ele lembrou-se, assim como eu, o que aconteceu
fora do restaurante naquela noite, a noite quando eu o deixei.
E assim quando o personagem de Ryan se inclinou sobre a mesa coberta
de linho para beijar Lauren na tela, Ryan passou o braço sobre meus ombros,
tomando meu rosto em suas mãos, e me beijou tão apaixonadamente que eu queria
chorar lágrimas de felicidade. Ele não queria que eu assistisse. Não fazia parte da
nossa realidade. Sua boca na minha, sua mão segurando a minha bochecha, seu
amor por mim, isto é real.
Marie sentou-se na poltrona azul ao meu lado.
— Eu ainda não posso acreditar que estou em outra maldita pós-festa de
estreia de filme. Isso tudo é apenas incompreensível.
Tomei um gole do vinho branco que haviam me servido.
— Eu sei. Eu amo como eles decoram para promover o tema do filme. Ryan
disse que eles vão todos para fora para estreia de Seaside...
Eu estava no meio de uma frase quando perdi a atenção de Marie para outra
pessoa. Virei-me e pensei "oh merda", quando vi Lauren Delaney de pé na nossa frente
em seu caro vestido feio e carranca combinando.
Quando ela percebeu que eu não seria intimidada, ela forçou um sorriso.
— Eu só queria felicitá-la pelo seu noivado.
Ok, certo.
O que mais eu poderia dizer além de "obrigado"?
Ela virou os olhos para mim.
— Sim, bem, apenas certifique-se de tratá-lo direito, ou então você terá que
responder a mim.
Isso era novidade.
— Sério? E você se importa, por quê?
Ela fungou, não recuando.
— Ryan tem sido uma parte importante da minha vida por muitos anos.
Marie cruzou as pernas e levantou uma sobrancelha, cética.
— Isso foi antes ou depois que você fodeu com Lucas Banks por trás das
suas costas? Eu sei que as revistas de fofoca nem sempre acertam. Eu só estou
tentando manter a linha do tempo em linha reta.
Eu queria dar à Marie um high-five por aquilo.
Lauren foi pega de surpresa por um momento, e então ela se endireitou e
sorriu.
— Você acha que sabe tudo. Por que você não volta para a pequena cidade
caipira que você se arrastou para fora?
Olhei para ela.
— Sério? De todas as respostas, isso é o melhor que você pode fazer?
Ela sorriu e cruzou os braços ossudos.
— Você acha que o tem. Desfrute dos seus quinze minutos.
Agitei meu anel de noivado de diamante com o polegar, enviando-lhe uma
mensagem.
— Acho que eu vou tê-lo por muito mais tempo do que isso. Veja, eu nunca
seria uma cadela burra como você estava e foder ao redor. Mas o que eu não entendo
é por que você se importa? Se algo acontecer que não estivermos mais juntos, tenho
certeza que você não iria nem mesmo estar em sua lista.
Lauren pareceu como se tivesse chupado um limão.
— Tê-lo de volta seria fácil.
— Por que, você acha que ele estaria interessado em uma orgia com você,
Nicole e Kyle? — Bufei. — Duvido muito.
Eu podia vê-la rangendo os dentes. Eu estava atingindo-a. Bom.
— Você acabou de ver o nosso filme. Você acha que tudo isso era apenas
atuação? Eu tomaria cuidado se fosse você.
Marie pulou de seu assento.
— Você a está ameaçando?
— Por quê? — Uma voz profunda familiar retumbou.
Minha cabeça estalou, vendo Ryan vir de detrás de Lauren, depois que ouvi
sua pergunta irritada. O rosto dela ficou branco.
Ryan a tirou do caminho para que ele pudesse sentar-se no braço da
cadeira.
— Vou perguntar de novo, Lauren. Por que a minha noiva tem que se cuidar?
Ela gaguejou:
— Foi apenas uma figura de linguagem.
Ryan se levantou, entrando em seu espaço pessoal.
— Eu só vou dizer isto uma vez. Pela duração desta coletiva, você vai ficar
bem longe de mim e da minha futura esposa. Isso também vale para a sua namorada
viciada e seu guarda-costas idiota. Estamos entendidos?
Lauren sorriu timidamente.
— Desde quando você ficou tão puritano? Lembro-me de que você
costumava ser completamente aventureiro quando morávamos juntos. Você deve
abraçar o estilo de vida que nossas carreiras nos proporcionam antes que você fique
velho demais para apreciá-lo. Brincar de casinha é chato. Você está perdendo toda a
diversão, todas as partes. Você teve a sua língua na boca de Nicole, também. Imagine
as possibilidades.
Ryan empalideceu.
— Sim, isso nunca vai acontecer.
— Você pareceu gostar quando nós transamos com aquela pequena diretora
de set juntos. — Lauren se inclinou para mim, certificando-se que eu a ouviria. —
Alguma vez ele lhe disse sobre isso, Taryn? Os ménages que costumávamos ter?
Ryan agarrou seu braço.
— Não fale com ela, porra. E não faça aquela única vez parecer mais.
Ela riu.
— Homofóbico agora, não?
— Tenho zero problemas com o que as pessoas fazem. Mas com o que eu
tenho um problema é com cadelas coniventes que saem de seu caminho para destruir
meu relacionamento e suas namoradas viciadas em drogas, fodendo com a minha
vida. A sua amiga de foda teve a maldita sorte de eu não a ter demitido quando tive a
chance. Quanto a você, dei-lhe uma pausa quando tudo no meu intestino me dizia
que não. Eu não vou cometer o mesmo erro duas vezes. Você nem respire na direção
de Taryn, você e Nicole terão sorte de encontrar um show em algum teatro de merda
quando eu terminar.
Eu estava feliz que ele a confrontou, mas a última coisa que eu esperava
lidar esta noite, era descobrir o sexo que Ryan tinha tido com duas garotas ao mesmo
tempo. Eu tinha que conciliar que a versão selvagem de Ryan era coisa do passado.
***
Olhei para a janela do hotel, desfrutando do belo nascer do sol sobre Roma.
Era nossa última parada na coletiva de imprensa de Thousand Miles e em poucas
horas estaríamos em outro avião voltando para os Estados Unidos.
Senti o peito quente de Ryan pressionar minhas costas. Embrulhei minhas
mãos nas dele.
— Eu não quero ir para casa.
Ele beijou meu pescoço.
— Não eram.
Olhei para cima para ver se ele estava brincando.
— Não vamos?
— Não. Estamos fazendo um desvio de três dias.
Isso soou maravilhoso.
— Posso perguntar, ou é uma surpresa?
Ryan sorriu.
— Bem, é uma espécie de surpresa, mas há este restaurante
impressionante, construído dentro de uma caverna, neste penhasco, que a minha
mulher disse que queria ver.
Foi melhor do que ganhar na loteria.
— Sério? Você não está apenas me provocando, não é?
Ele bateu no meu traseiro.
— Eu nunca provoco. Mike está levando Marie, também. Nós quatro iremos,
mas eu não espero ver muito deles.
Eu estava tão feliz, que comecei a saltar no meu pé, batendo palmas.
Ele saltou comigo, zombando de mim.
— Você quer mais uma boa notícia?
Sorri mais largo.
— Sim!
— Nós vamos de helicóptero para Polignano a Mare18.
Eu queria saltar para fora da minha pele.
— Então faça as malas, porque nós pegaremos nossa carona em duas horas.
Depois de beijá-lo maliciosamente por esta grande surpresa, corri ao redor
da sala, arrumando nossas coisas. Ryan dobrou a camisa que ele usava na noite
passada.
— Empacote apenas o que você precisa em sua mochila. Não há muito
espaço para a bagagem dentro da cabine.
Tive que revisar minha bagagem de mão. Eu tinha tanta porcaria na minha
mala que as coisas estavam começando a cair.
— Eu quero chamar Mike, ver se temos um carro vindo — disse Ryan.
Tirei o grande envelope pardo, que a mulher no painel de imprensa deu-me
um dia antes, da minha mochila. Eu estava começando a acreditar que eu estava me
transformando na pasta de Ryan Christensen. Eu tinha recibos e notas e documentos
assinados em abundância.
Fiz uma pilha dos papéis importantes, pensando que a pasta de papel pardo
seria um lugar perfeito para guardar tudo; infelizmente, não funcionou tão bem.
Joguei o conteúdo sobre a cama, tentando acessar novamente o que era realmente
importante manter.
Papéis, catálogos, o nome dele. Lixo, lixo...
Algo caiu e bateu na cama quando abri um dos catálogos do envelope de
papel pardo. Era um pequeno pedaço de página de revista dobrada, dentro do que
parecia um envelope minúsculo.
Que diabos? Abri-o e engasguei.
Minhas mãos começaram a tremer.
— Ryan?
Ao ouvir o alarme na minha voz, ele veio direto para o meu lado.
— O que é isso? — Pareciam pedaços de talco comprimido, e havia um monte
deles.
Ele estudou o item em minhas mãos antes de tentar tirá-lo de mim.
Acabado
***
Ryan não estava brincando. Após nós termos retornado aos Estados Unidos,
ele cancelou todas as aparições públicas, recusou todos os pedidos para fotos de
capas de revistas, entrevistas, tudo. Ele estava contratualmente obrigado a promover
o filme final de Seaside, mas era isso.
Trish e eu tínhamos conversado com ele sobre fazer uma declaração pública
formal sobre estar se aposentando, argumentando que só iria trazer mais atenção.
Isso era algo que Ryan definitivamente não queria, especialmente desde que teríamos
de ir aos tribunais com o fotógrafo que ele tinha socado.
Em vez disso, ele se dedicou a construir nossa casa, até o ponto em que
praticamente se mudou para a cabine de pesca do meu pai para que pudéssemos
acompanhar de perto o progresso em nossa terra adjacente.
Marie tinha tomado uma atribuição com Mike em L. A., trabalhando de
segurança privada para um ator jovem que tinha sido atormentado por um
perseguidor indesejado. Ela estava viajando muito, era difícil manter-se com ela, e eu
perdi minha melhor amiga. Mas eu também sabia que ela tinha um trabalho a fazer;
bater papo no celular enquanto protegia alguém era errado e poderia matá-la.
Toda a vida de celebridade de Ryan tinha chegado a uma parada. Depois de
algumas semanas da mídia perguntando onde ele tinha desaparecido, outras
celebridades e suas palhaçadas assumiram as primeiras páginas das notícias e Ryan
escorregou fora do radar.
Bem, isso foi até ele ir fazer compras de supermercado comigo e ser
reconhecido. Ele até deixou crescer um cavanhaque leve para se disfarçar. Não
funcionou.
Uma noite, quando eu finalmente fui capaz de falar sobre o incidente do pó
branco novamente, Ryan tinha construído um fogo agradável na lareira e nós nos
enrolamos no chão para fazer uma lista de suspeitos.
Meu dinheiro estava em Nicole Devin. Lauren havia lhe trazido na coletiva
de imprensa Europeia e as duas estavam sempre farejando.
Kyle também estava em Roma, mas ele não estava no topo da minha lista.
Ele tinha praticamente me ignorado, enquanto ele bateu na ruiva de pernas longas
que me deu o envelope e ela parecia mais do que receptiva a seus encantos. Mas ele
tinha motivo e oportunidade.
Marla Sullivan era também uma suspeita a considerar. Mas, apesar de que
a cadela anasalada provavelmente deu seus pulos vendo Ryan cair da graça, ela não
me parece o tipo de pessoa que iria solicitar a alguém para comprar cocaína.
E então havia David. Amargo, cansado, imbecil, David. Ryan lhe tinha
demitido oficialmente em Roma, certificando-se que a doninha sabia em termos
inequívocos, que ele havia sido encerrado. Ele tinha ficado louco quando Ryan
chamou Aaron, seu agente, para se certificar de que a mensagem foi passada através
das fileiras. Depois disso, David passou um pouco de tempo de cara feia para nós e
pendurado na orelha de Marla, então imaginar que os dois se reuniriam e
conspirariam contra nós não era exagero.
Houve alguns outros que tinham estado na coletiva de imprensa, mas nós,
rapidamente, eliminamos todos que não tinham nenhum motivo.
Mas nós não fizemos qualquer progresso, à exceção de fazer uma pequena
lista de pessoas que não queríamos ter absolutamente nada a ver. Também tivemos a
satisfação de saber que quem tentou armar para nós, falhou miseravelmente.
Apesar de todas as coisas mantendo Ryan ocupado, eu poderia dizer que ele
estava infeliz. A tristeza estava sempre lá, coçando como uma crosta que não iria
curar. Eu estava começando a me sentir culpada, como se ele tivesse desistido de
atuar por mim.
Tanto quanto eu gostaria de estar fora dos holofotes, eu sabia, no meu
coração, que Ryan não ficaria satisfeito com a vida se ele não atuasse.
Estava em seu sangue.
Era o que ele se destacou, além de todas as outras coisas.
Na frente das câmeras era onde ele pertencia.
Ryan não estava vivendo; ele estava existindo. Ele estava fazendo todo o
possível para evitar admitir que ele estava infeliz sem trabalhar. Ele não precisava
dizer isso; eu poderia lê-lo bem o suficiente para saber exatamente o que o
atormentava.
Nós tínhamos definido o dia vinte de outubro como nossa data de
casamento, aceitando o conselho de Mike e se casando nas Maldivas.
Eu não me importava onde nos casaríamos; enquanto tivéssemos uma villa
à beira-mar para aconchegar, eu estaria contente.
Mas tanto quanto eu queria me casar com Ryan, eu não podia. Assim não.
Eu precisava dele inteiro antes que ele se comprometesse comigo e ele era
tudo menos inteiro agora. Aquela luz que costumava dançar em seus olhos tinha
desaparecido. Seu espírito estava quebrado e isso me rasgou em pedaços.
Eu tinha convencido Ryan a voltar para Seaport comigo, sob o pretexto de
que eu tinha negócios no bar para atender, mas realmente eu precisava de uma forte
conexão Wi-Fi, que era inexistente na cabine. Eu sabia exatamente o que eu queria
dar ao Ryan como presente de casamento, mas eu precisava de tempo para executar
meu plano.
Uma vez que o pub não estava tão ocupado, Ryan e eu decidimos almoçar
lá em baixo. Estávamos morrendo de vontade de provar algumas das novas entradas
que Tammy estava servindo. Mesmo o apartamento cheirava deliciosamente
comestível.
— Você ligou para seu advogado de volta? — Perguntei, tentando não
queimar meus lábios com a sopa de cebola francesa, bem quente, que eu estava
babando em cima.
Ryan assentiu, mastigando seu sanduíche de frango grelhado.
— Então, você disse que sem acordo pré-nupcial? Você tem certeza?
Ryan olhou-me direto nos olhos.
— Positivo. Você precisa de um acordo pré-nupcial? Eu tenho um melhor.
— Ele agarrou um guardanapo do Mitchell Pub do suporte e emprestou uma caneta
de uma das novas garçonetes.
Observei-o cuidadosamente escrever no guardanapo, fazendo o seu melhor
para não o rasgar.
— Afinal de contas, esse nosso caso de amor começou realmente quando
você me deu seu número de telefone. Lembrar?
Eu estava morrendo de vontade de saber o que ele estava escrevendo.
Mergulhei meu pé sobre o seu debaixo da mesa.
— É claro que eu lembro. Escrevi-o em um guardanapo de Mitchell Pub.
— Que eu ainda tenho, por sinal. — Ele sorriu com carinho. Assim que
terminou de escrever, ele colocou o guardanapo sobre a mesa na minha frente.
Sorri e ri quando li: “Prometo nunca brigar por causa da torradeira”
Significava muito que ele dissesse isso, sabendo que Marie e Gary tinham
brigado sobre tais coisas triviais. Fiz um gesto para a caneta, peguei outro guardanapo
e escrevi: “Prometo nunca roubar sua torradeira ou a sua TV”
Ele riu e bateu no guardanapo.
— É melhor incluir o controle remoto quando estou assistindo hóquei, amor.
Apenas dizendo. Dá-me a caneta. É a minha vez. — Enquanto ele estava ocupado
escrevendo, eu fui atrás do balcão para pegar minha própria caneta.
Voltei para: “Prometo comprar para você a sua própria TV para que nunca
tenhamos que discutir sobre o que está passando”
Isso me fez rir.
“Eu desenho a linha no golfe”
Escrevi sobre o meu: “Prometo nunca tomar o seu dinheiro”
Ele olhou para mim por alguns instantes e franziu a testa.
— Isso é um dado, Tar. — A nota que ele passou de volta declarou: “Eu
prometo nunca reclamar sobre você gastar o meu dinheiro” — E quando se tratar de
coisas para a casa, eu estou desenhando a linha na compra de cortinas. Se você me
ama, você nunca vai me perguntar o que eu penso sobre esse tipo de coisa.
— Ok, sem comprar cortinas. Entendi. — Coloquei a sua mensagem na
nossa pilha crescente e escrevi: “Prometo ser uma boa esposa”
Seu sorriso era hipnotizante. Recebi de volta: “Prometo ser um bom marido”
Encarei seus olhos quentes e azuis que significavam tudo para mim.
— Nós continuamos com isso e nós não teremos que escrever nossos votos
de casamento.
— Bem, se esse é o caso. — Ryan rapidamente rabiscou outro: “Prometo
iniciar todos os dias e terminar cada noite dizendo que eu te amo” — Até que a morte
nos separe — ele sussurrou. Sua mensagem seguinte: “Prometo te amar para sempre”
— Bem, então... — bati: “prometo atender sempre a suas necessidades” na
frente dele.
Ele bateu no meu guardanapo com o voto e sorriu.
— Eu vou segurar este. Você sabe como sou necessitado. — Sua mensagem
seguinte disse: “Prometo apenas ter olhos para você”
Aquela me acertou bem no coração. Rabisquei na parte inferior da mesma:
“Por quanto nós dois vivermos”
Ele me deu um sorriso caloroso, uma piscadela e um aceno de cabeça.
Rapidamente segui por: “Prometo dar-lhe um boquete em seu aniversário”
Ryan segurou o guardanapo, parecendo que havia ganhado na loteria por
alguns segundos e, em seguida, perguntou.
— Só no meu aniversário? — Ele revirou através da pequena pilha e levantou
aquela que eu disse que ia sempre atender as suas necessidades.
— Estou pensando que sou mais necessitado do que isso, querida. Minhas
necessidades são constantes.
Eu rapidamente rabisquei: “Prometo, não importa quão necessitado que
você fique, nunca o fazer dormir no sofá”
Ryan levantou um dedo para eu esperar enquanto ele escrevia em seu
guardanapo: “Você promete falar comigo quando algo estiver incomodando você”?
Escrevi embaixo da sua questão: “Sim, e você”? E passei-o de volta para ele.
Ryan escreveu seu: “Sim” embaixo do meu e a sublinhou duas vezes.
Meu próximo voto declarou: “Prometo que encontrarei uma maneira, todos
os dias, para fazê-lo feliz”
Ele revirou através dos guardanapos e pegou aquela com o boquete.
— Podemos editar o voto de boquete para dias/horas? Isso me faria muito
feliz e atende as minhas necessidades em um só tiro.
Ele parecia tão malditamente esperançoso. Como eu poderia negar-lhe
alguma coisa? Peneirei através dos votos, encontrando o que ele disse que ia me amar
para sempre.
— Desde que você prometeu, vou ver o que posso fazer.
Ele estendeu a mão sobre a mesa, pegou minha mão na sua e puxou-a à
boca, colocando um beijo carinhoso ao lado do meu anel de noivado.
CAPÍTULO 26
Case-se comigo
A fuga de Ryan da vida de celebridade durou apenas muito tempo. Ele tinha
parado de olhar roteiros e considerar os papéis de multimilionários, que me
preocupou mais do que ele jamais poderia ter feito. Eu sabia que sua carreira, seu
status na lista A, só podia tomar tanto antes que fosse tarde demais para reviver.
Felizmente, a estreia do segundo filme Seaside, Dia of Dawn, chupou-o de
volta no centro das atenções.
Era quase como se ele nunca tivesse saído. Eu não tinha percebido o quanto
sentiria falta do seu estilo de vida agitado, até que não vivia mais. Eu senti falta de
Mike e Marie ainda mais e eu estava grata que Ryan tinha outra coletiva para passar
para que pudéssemos estar todos juntos novamente.
Eu estava tão feliz que a estreia era em L. A. Fez manter os negócios em
segredos muito mais fácil. Enquanto Ryan estava ocupado com a imprensa, encontrei-
me com dois produtores influentes e negociei uma compra de duzentos mil dólares.
Eu tive que vender todos os interesses adquiridos da minha família nas adegas para
fazê-lo, mas investir no futuro de Ryan valeu a pena.
Tudo tinha dado certo, sem problemas.
As coisas continuaram a dar certo, duas semanas depois, quando
estávamos em Berlim. Mike invadiu nosso quarto, Marie em seus calcanhares, com
um sorriso do tamanho do Texas estampado em seu rosto.
— Você nunca vai acreditar nesta merda — ele anunciou, estendendo seu
telefone. — Acabei de receber uma mensagem do meu amigo, Nix, que faz segurança
em L. A. Se isso não iluminar o seu dia, eu não sei o que vai.
Nunca vou esquecer o sorriso no rosto de Ryan quando ouviu Nix dizer em
sua mensagem que: David Randazzo, quarenta e cinco anos, foi detido hoje e acusado
de posse de 3,5 gramas de cocaína.
Justiça tinha sido servida. Éramos todos capazes de colocar esse incidente
horrível atrás de nós.
Mas isso foi há quatro semanas. Agora, eu estava olhando para a água azul,
impressionantemente bonita, da varanda da nossa vila à beira-mar, linda, nas
Maldivas, me preparando para fazer minha caminhada final como uma mulher
solteira. Meu noivo estava fora na villa de seus pais, provavelmente se sentindo tão
nervoso quanto eu.
— Seu cabelo parece incrível — Marie disse, pulverizando spray para segurá-
lo no lugar. Ela tinha torcido meu cabelo em um rabo de cavalo frouxo, afofando-o
para torná-lo ainda mais espesso.
Levemente, deu um tapa nela.
— Não muito spray. Quero que Ryan seja capaz de tocá-lo sem bagunçar ou
ficar com os dedos presos.
Tammy tinha minhas sandálias em suas mãos, sorrindo como se tivesse um
segredo.
— Sapatos ou sem sapatos?
— Você tem que ir com os pés descalços, Taryn — Janelle respondeu. — É
o único caminho.
Tammy sorriu.
— Bem, você pode optar por não usá-los, mas você tem que, pelo menos, lê-
los.
Lê-los?
— O que você está falando? — Ela estava realmente animada quando
entregou as minhas mais novas sandálias de tira, Stuart Weitzman, modelo noiva.
Virei-as, vendo uma nota escrita à mão, presa na parte inferior de um dos sapatos.
Você é minha melhor amiga,
Você é meu amor,
Você é minha vida.
Eu não posso esperar para te fazer minha esposa!
Amor, Ryan
Minha respiração engatou quando sua mensagem afundou. Cobri minha
boca, impedindo de cuspir. Eu tinha imaginado o homem que eu iria me casar um
dia, e Ryan havia transformado aquela imagem em um sonho inacreditável. Eu não
estava mais nervosa. Eu sabia, com absoluta certeza, que o meu Ryan me queria tanto
quanto eu o queria. Lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto entreguei o sapato
para Ellen, para que ela pudesse ver o sentimento do seu filho. Tammy já estava
reduzida a uma poça de lágrimas, estimulando-me a chorar ainda mais, enquanto fui
repreendida por arruinar a minha maquiagem.
Poucos minutos depois, a mãe de Ryan descobriu meu vestido. Era de seda
branca e tinha uma fita fina atravessada sobre as costas abertas. Recebi quatro
acenos de aprovação quando o provei pela primeira vez, mas meus dentes batiam
agora conforme eu deslizava em meu vestido.
Janelle desembrulhou o meu colar de diamante solitário, meu "algo novo",
presente de casamento de Ryan. Eu tinha o pente de cabelo frisado da minha mãe,
que ela usava quando se casou com o meu pai, arrumado em cima da minha trança
solta, meu “algo velho”. Por mais que eu desejasse que meus pais estivessem vivos
para me ver neste dia especial, eu sabia que eles estariam olhando por mim. Estariam
nos raios de sol que rachavam através das nuvens e da brisa quente que fazia cócegas
na minha pele.
Jill tinha uma pequena caixa na mão.
— Isto é de Joe e eu. Obrigado por nos deixar ser uma parte do seu dia,
Taryn. Significa o mundo para seu pai e para mim que você nos incluiu.
Abracei Jill, dando-lhe um beijo na bochecha.
— Obrigado por estar aqui.
Ela tocou meu rosto e sorriu.
— Vá em frente. Abra.
Meus dedos se atrapalharam abrindo a tampa. Engoli em seco quando vi a
pulseira de safira delicada.
— Meu Deus! Isso é lindo!
— É o seu algo azul — ela disse alegremente.
— Muito obrigado! Você me ajudaria a colocar?
Deixei para Janelle me puxar de volta à realidade com seu humor.
— Nós temos que ir em breve Esta é a parte mais fácil. Não o matar quando
ele te chatear é a parte mais difícil.
Engasguei com Ellen conforme ela balançava a cabeça.
— Você está me dizendo que há momentos em que você quer matar o pai de
Ryan?
— Ah, sim — ela admitiu. — Não são muitas vezes, talvez três ou quatro
vezes por ano, mas definitivamente acontece.
Olhei para Tammy. Ela concordou.
— Ameacei matar Pete no voo para cá.
Marie estava terminando de atar meu vestido quando peguei um brilho em
sua mão. Seus dedos estavam nus quando ela estava colocando a minha maquiagem.
Girei tão rápido que quase caí. Agarrei a mão dela.
— Meu Deus! O que é isso?
Marie sorriu timidamente.
— Mike me pediu em casamento na noite passada!
Eu estava tão eufórica; era difícil me conter. Poderia este dia ficar melhor?
Abracei-a ferozmente.
— Como? Quando?
Marie riu.
— Na noite passada. Ele me levou para uma caminhada na praia e me disse
que ele nunca se sentiu assim com ninguém e ele não pode imaginar viver sem mim.
Acho que eu gritei. Eu definitivamente sei que estava puxando com força a
sua mão esquerda, olhando a pedra enorme em seu dedo.
— Então, ele disse que não queria esperar para perguntar; ele não queria
que eu pensasse que ele foi motivado por seu casamento ou qualquer coisa.
A abracei novamente, sussurrando minhas congratulações. Este era um
grande passo, mas eu sabia que não importa o que acontecesse, eu sempre ia tê-la
em minha vida. Afinal, sua casa de três quartos era fisicamente ligada à minha,
separadas apenas por uma passarela.
Marie me deu um sorriso.
— O que me diz de levá-la para se casar? Ryan Christensen está à espera.
Houve uma batida suave na minha porta antes que eu visse meu pai
biológico, Joe, espreitar pela fresta da porta.
— Todo mundo vestido e pronto? — Perguntou.
Sorri para sua expressão sem jeito, inocente. Ryan tinha trazido Joe e sua
família aqui para mim, como uma surpresa. Eles podem não ter sido meus pais
enquanto eu crescia, mas sem Joe, eu não teria esse momento e isso significou muito
para mim.
O sol estava começando a se pôr quando andei de joelhos trêmulos pela
praia. Segurei o braço de Joe enquanto ele me acalmou.
Senti alívio imediato quando vi que Ryan estava, de fato, de pé, ao lado do
homem que estaria oficiando a nossa união.
Assim que eu o vi lá, com as mãos na frente dele, seu cabelo suavemente
despenteado pela brisa do oceano, aquele sorriso de tirar o fôlego que ele usava só
para mim, nada mais importava. Este homem era o meu tudo.
Ele tinha estado lá para mim através do grosso e do fino, através do bom,
do mau e do feio. Nossos votos em guardanapos tolos foram enquadrados e montados
acima da nossa cama, para nos lembrar sempre e nunca nos esquecer.
Assim que Ryan tomou minhas mãos nas suas, toda a minha preocupação
nervosa se perdeu na brisa.
***
Apenas recompensas
Fim