Você está na página 1de 3

Nota

ESPELHO – PETIÇÃO 02
Aluno:
Professor: ÉVERTON DE ALMEIDA BRITO
Curso: BACHARELADO EM DIREITO Data:
Turma: DIREST1-A Disciplina: PRÁTICA SIMULADA CÍVEL
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.

FREDERICO, brasileiro, casada, profissão..., portador do RG..., e CPF..., residente e domiciliado na


Rua..., nº..., no bairro de..., Fortaleza/CE, CEP... chegou no seu escritório e relatou que foi surpreendido com
uma ligação exigindo a importância de R$300.000,00 (trezentos mil reais) como pagamento pelo resgate de sua
filha, Julia, que acabara de ser sequestrada.
No dia 13 de janeiro de 2023 os sequestradores enviaram a residência de Frederico, um pedaço da
orelha de sua filha, junto com um bilhete afirmando que caso não fosse efetuado o pagamento do resgate, sua
filha seria devolvida sem vida.
Frederico desesperado, só conseguiu juntar a importância de R$220.000,00 (duzentos e vinte mil reais),
o que era insuficiente para o pagamento do resgate. Decidiu então vender seu único imóvel situado em
Fortaleza, Ceará. No dia 16 de janeiro de 2023, concretizou a venda no valor de R$80.000,00 (oitenta mil reais)
para sua prima Geovana, residente em Salvador, Bahia, que tinha ciência da situação do sequestro de sua filha e
a necessidade desse valor.
O imóvel em questão tem valor venal de R$280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais). Ocorre que em 20
de janeiro de 2023 a filha de Frederico foi encontrada pela polícia com vida, sem a necessidade do pagamento
do resgate.
Assim, diante do exposto, Frederico vai até seu escritório para que você maneje a ação necessária a
desfazer o negócio realizado com Geovana.

AO JUÍZO DE DIREITO DA______VARA CÍVEL DA COMARCA DE FORTALEZA,


ESTADO DO CEARÁ.

FREDERICO, brasileiro, casado, profissão..., portador do RG..., e CPF...,


residente e domiciliado na Rua..., nº..., no bairro de..., Fortaleza/CE, CEP..., endereço eletrônico…,
vem por meio de seu advogado, com endereço profissional na Rua..., nº..., no bairro de...,
cidade/UF, CEP..., endereço eletrônico…, onde recebe intimações, vem mui respeitosamente
perante Vossa Excelência, para propor:

AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO,


pelo rito ordinário em face de GEOVANA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora
do RG..., e CPF..., endereço eletrônico…, residente e domiciliado na Rua..., nº..., no bairro de...,
Salvador/BA, CEP..., pelos fatos e motivos a seguir expostos:

1. DOS FATOS:

O autor foi surpreendido com uma ligação exigindo a importância de


R$300.000,00 (trezentos mil reais) como pagamento pelo resgate de sua filha, Júlia, que acabara de
ser sequestrada.
No dia 13 de janeiro de 2014 os sequestradores enviaram a residência de
Frederico, um pedaço da orelha de sua filha, junto com um bilhete afirmando que caso não fosse
efetuado o pagamento do resgate, sua filha seria devolvida sem vida.
Frederico desesperado, só conseguiu juntar a importância de R$220.000,00
(duzentos e vinte mil reais), o que era insuficiente para o pagamento do resgate. Decidiu então
vender seu único imóvel situado em Fortaleza, Ceará. No dia 16 de janeiro de 2014, concretizou a
venda no valor de R$80.000,00 (oitenta mil reais) para a ré, sua prima Geovana, residente em
Salvador, Bahia, que tinha ciência da situação do sequestro de sua filha e a necessidade desse valor.
O imóvel em questão tem valor venal de R$280.000,00 (duzentos e oitenta mil
reais). Ocorre que em 20 de janeiro de 2014 a filha de Frederico foi encontrada pela polícia com
vida, sem a necessidade do pagamento do resgate.
Assim, diante do exposto, o autor entrou em contato com a ré desejando desfazer
o negócio celebrado, contudo não logrou êxito.

2. DO DIREITO:

A propositura da demanda adveio do fato que, o autor sofreu coação em virtude de


estar em estado de perigo. Evidenciando assim uma das modalidades de defeitos do negócio
jurídico. Configurando assim estado de perigo, conforme o art. 156 do Código Civil Brasileiro:
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da
necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido
pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
É notório o aproveitamento de tal situação por parte da ré, evidenciando-se o que
alguns doutrinadores chamam de dolo de aproveitamento, haja vista a diferença exorbitante do valor
pago frente ao valor venal do imóvel.
Não obstante a gravidade da situação do risco enfrentado pela filha do autor, fez
com que o mesmo se sentisse coagido a vender o seu único imóvel por valor inferior. Por fim, a
obrigação assumida foi excessivamente onerada.
Mediante ao exposto evidenciando-se a lesão ao negócio jurídico realizado entre
autor em face da ré, deve ser anulado com base no art. 171, II, e o art. 178, I e II, ambos do Código
Civil Brasileiro:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o
negócio jurídico:
(...)
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou
fraude contra credores.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação
do negócio jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia
em que se realizou o negócio jurídico;

3. DOS PEDIDOS:

Diante do exposto, requer:

 a realização de audiência de conciliação;


 a citação da ré no endereço acima citado para participar da audiência de conciliação e, caso
infrutífera, apresentar contestação, no prazo legal, sob pena de preclusão, revelia e confissão;
 que seja julgado procedente o pedido, para anulação do negócio jurídico celebrado entre as
partes sendo oficiado o cartório competente de Registro Geral de Imóvel, para a devida
notificação da presente lide;
 a condenação da ré nas custas judiciais e honorários sucumbenciais;

4. DAS PROVAS:

Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a prova


documental suplementar e superveniente, pericial, testemunhal e o depoimento pessoal da ré sob
pena de confesso, caso não compareça ou comparecendo se recuse a depor.

5. DO VALOR DA CAUSA:

Dá-se à causa o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).

Nestes termos,
pede deferimento.

Local..., ... de ... de ...

Advogado(a)
OAB…

Você também pode gostar