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LIVRAMENTO CONDICIONAL
Conceito –
O Livramento condicional é destinado ao preso foi condenado a uma pena privativa de liberdade superior a
dois anos. Assim, aquele que está cumprindo essa pena tem direito à liberdade antecipada (ou seja, antes do
término do cumprimento da pena), desde que cumpridos os requisitos objetivos e subjetivos. Em outras palavras,
o livramento condicional é um benefício que permite o cumprimento de parte da pena em liberdade.
O livramento condicional é a fase mais benéfica da execução da pena, tendo em vista que, nesse regime, o
apenado está de certo modo protegido dos efeitos nefastos provocados pelo confinamento. Consiste na liberdade
antecipada do apenado e depende do cumprimento de determinadas exigências previamente estabelecidas.
Segundo CUNHA (2014, p. 444), trata-se de “medida penal consistente na liberdade antecipada do reeducando,
etapa de preparação para a soltura plena, importante instrumento de ressocialização”.
O benefício faz parte do sistema progressivo adotado pelo ordenamento jurídico brasileiro, entretanto, não
pressupõe a passagem por todos os regimes prisionais. É que a data base para o livramento condicional não deve
ser alterada pela regressão de regime, o que permite que muitos apenados cujo regime foi regredido,
implementem o lapso para o livramento condicional antes mesmo de cumprir o lapso para nova progressão.
Previsão Legal –
Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da execução, presentes os
requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Ministério Público e
Conselho Penitenciário.
Código Penal – Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa
de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons
antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
a) bom comportamento durante a execução da pena; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não
for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência)
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a
concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam
presumir que o liberado não voltará a delinqüir. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do livramento.
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento.
Código Penal – Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento.
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste.
LEP – Condições Facultativas –
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo da execução, remeter-se-á
cópia da sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele se houver transferido e à
autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção.
Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução,
para as providências cabíveis.
Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com a cópia integral da
sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida da execução e
outra ao Conselho Penitenciário
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada solenemente no dia marcado pelo
Presidente do Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida a pena,
observando-se o seguinte:
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados, pelo Presidente do
Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz;
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo
liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escrever.
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu
pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade judiciária ou
administrativa, sempre que lhe for exigida.
§ 1º A caderneta conterá:
a) a identificação do liberado;
b) o texto impresso do presente Capítulo;
c) as condições impostas.
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-conduto, em que constem as condições
do livramento, podendo substituir-se a ficha de identificação ou o seu retrato pela descrição dos
sinais que possam identificá-lo.
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por serviço social penitenciário, Patronato
ou Conselho da Comunidade terão a finalidade de:
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87
do Código Penal.
Revogação obrigatória –
Código Penal – Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de
liberdade, em sentença irrecorrível: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - por crime cometido durante a vigência do benefício; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Revogação facultativa
Código Penal – Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir
qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou
contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Efeitos da revogação
Código Penal – Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando
a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o
tempo em que esteve solto o condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
LEP – Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento,
computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida, para a
concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas.
Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo em que esteve
solto o liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento.
Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do Ministério Público, mediante representação
do Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.
Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o
Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja
revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final
Súmula 617 do STJ: “A ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do término do
período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena”.
Extinção da Pena –
LEP – Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público ou mediante
representação do Conselho Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o
prazo do livramento sem revogação.
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em
processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.(Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de
liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
LIVRAMENTO CONDICIONAL –
FINALIDADE –
STF: Para maior respeito à finalidade reeducativa da pena, o livramento condicional constitui a
última etapa da execução penal, timbrada esta pela ideia central da liberdade responsável do
condenado, de modo a permitir-lhe melhores condições de reinserção social.
A LEP é de ser interpretada com os olhos postos em seu art. 1º. Artigo que institui a lógica da prevalência de
mecanismos de reinclusão social (e não de exclusão do sujeito apenado) no exame dos direitos e deveres dos
sentenciados. Isso para favorecer, sempre que possível, a redução de distância entre a população intramuros
penitenciários e a comunidade extramuros. Essa particular forma de parametrar a interpretação da lei (no caso,
a LEP) é a que mais se aproxima da CF, que faz da
cidadania e da dignidade da pessoa humana dois de seus fundamentos (incisos II e III do art. 1º). A reintegração
social dos apenados é, justamente, pontual densificação de ambos os fundamentos constitucionais. No caso, o
livramento condicional do paciente foi suspenso, sob o fundamento da acusação de prática de crime doloso no
curso do período de prova. Increpação da qual o paciente foi absolvido por sentença transitada em julgado. [HC
99.652, rel. min. Ayres Britto, j. 3-11-2009, 1ª T, DJE de 4-12-2009.]
Condenado por crime comum – primário – É o chamado livramento condicional simples. Nesse caso,
o condenado terá que cumprir mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime
doloso (art. 83, I, CP)
Lei de Drogas – Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei são
inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão
de suas penas em restritivas de direitos.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o
cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.
Lei de Drogas –
Súmula 715 - STF: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo
art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional
ou regime mais favorável de execução.
STJ – O parágrafo único do art. 44 da Lei n. 11.343/2006 exige o cumprimento de 2/3 da pena para a obtenção do
livramento condicional nos casos de condenação por associação para o tráfico (art. 35), ainda que este não seja
hediondo, sendo vedado o benefício ao reincidente específico.
STJ – A despeito de não ser considerado hediondo, o crime de associação para o tráfico, no que se refere à
concessão do LIVRAMENTO CONDICIONAL, deve, em razão do princípio da especialidade, observar a regra
estabelecida pelo art. 44, parágrafo único, da Lei n. 11.343/2006: cumprimento de 2/3 (dois terços) da pena e
vedação do benefício ao reincidente específico.
STJ – A despeito de não ser considerado hediondo, o crime de associação para o tráfico, no que se refere à
concessão do livramento condicional, deve, em razão do princípio da especialidade, observar a regra estabelecida
pelo art. 44, parágrafo único, da Lei n. 11.343/2006: cumprimento de 2/3 (dois terços) da pena e vedação do
benefício ao reincidente específico. Julgados: AgRg no HC 499706/SP, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA
PALHEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 18/06/2019)
O condenado por associação para o tráfico (art. 35 da Lei 11.343/2006), caso não seja reincidente específico, deve
cumprir 2/3 da pena para fazer jus ao livramento condicional. Isso porque a própria Lei 11.343/2006, no
parágrafo único do art. 44, prevê requisito objetivo específico para a concessão do livramento condicional ao delito
de associação para o tráfico: "Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e
insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em
restritivas de direitos. Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento
condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico".
Assim, em observância ao Princípio da Especialidade, aplica-se o disposto no art. 44, parágrafo único, da Lei
11.343/2006 em detrimento dos incisos I e II do art. 83 do CP. Ressalte-se que o lapso temporal de cumprimento
de pena para obtenção do livramento condicional quanto ao delito do art. 35 da Lei 11.343/2006 independe da
análise do caráter hediondo do crime. Precedentes citados: AgRg no REsp 1.484.138- MS, Sexta Turma, DJe de
15/6/2015; e HC 292.882-RJ, Sexta Turma, DJe de 18/8/2014. HC 311.656-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em
25/8/2015, DJe 2/9/2015.
Súmula 441 – STJ – A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional.
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual
ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (...)
III - comprovado:
Requisito subjetivo –
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade
igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (...)
III - comprovado:
STJ: “A falta grave pode ser utilizada a fim de verificar o cumprimento do requisito subjetivo necessário
para a concessão de benefícios da execução penal.” Acórdãos: AgRg no HC 554100/SP, Rel. Ministro
LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA
TURMA, julgado em 10/03/2020, DJe 18/03/2020)
Vedações –
Como regra, não é vedado o Livramento Condicional para os condenador por crimes hediondos ou equiparados.
No entanto, se houver morte, não será possível a concessão de tal benefício. Vejamos:
LEP –
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para
regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos:
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado
o livramento condicional
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado
com resultado morte, vedado o livramento condicional.
Se for reincidente específico, não terá direito. Para a doutrina majoritária, reincidente específico é aquele que já
foi condenado com sentença transitado em julgado por um crime hediondo ou equiparado, não importando se é do
mesmo bem jurídicotutelado. Nesse sentido
CP, Art. 83, inciso V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime
hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e
terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o
cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.
Observações –
• A regra não atinge os crimes de Associação Criminosa (art. 288 do CP) e Associação para o tráfico (art.
35 da Lei de Drogas)
Direito Subjetivo –
Uma vez preenchidos todos os requisitos legais, a concessão do benefício não poderá se negada, pois
trata-se de um direito subjetivo.
Período de prova –
STJ – (...) Embora não se extraia da leitura dos dispositivos legais expressamente o prazo de duração
do livramento condicional, é pacífica a compreensão de que o tempo em livramento condicional
corresponderá ao mesmo tempo restante da pena privativa de liberdade a ser cumprida. Inclusive e
em reforço de tal compreensão, o CP e a LEP dispõem que o tempo em livramento condicional será computado
como tempo de cumprimento de pena caso o motivo de revogação do livramento condicional decorra de infração
penal anterior à vigência do referido instituto. Assim, o Juiz da Execução Penal, para conceder o livramento
condicional, observará a pena privativa de liberdade resultante de sentença(s) condenatória(s). Alcançado o
requisito objetivo para fins de concessão do livramento condicional, a duração dele (o período de prova) será
correspondente ao restante de pena privativa de liberdade a cumprir, limitada ao disposto no art. 75 do CP.
REsp 1.922.012-RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em
05/10/2021, DJe 08/10/2021.
Egresso –
Art. 126, § 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade
condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do
tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1 o deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
A jurisprudência do STF já não reclama o trânsito em julgado da condenação nem para a concessão do
indulto, nem para a progressão de regime de execução, nem para o livramento condicional (HC 76.524,
DJ 29.08.83, Pertence). No caso, o paciente - submetido à prisão processual, que perdura por mais de 2/3
da pena fixada na condenação, dada a demora do julgamento de recursos de apelação - tem direito a
progressão de regime de execução ou a concessão de livramento condicional, exigindo-se, contudo, o
preenchimento de requisitos subjetivos para a deferimento dos benefícios. II. Habeas corpus: deferimento,
em parte, para que o Juízo das Execuções ou o Juízo de origem analise, como entender de direito, as
condições para eventual progressão de regime ou concessão de livramento condicional.
Exame Criminológico –
A lei n. 10.792/2003, que deu nova redação ao artigo 112 da Lei de Execução Penal, afastou o caráter
de imprescindibilidade do exame criminológico para a progressão prisional, livramento condicional,
indulto e comutação de pena.
STJ: “Quanto ao exame criminológico, de fato, a nova redação dada pela Lei 10.792/03 ao art. 112 da LEP
eliminou a obrigatoriedade de sua realização no procedimento de livramento condicional ou de progressão de
regime, mas não impediu que o Juiz da VEC ou o Tribunal de Justiça dos Estados, diante do caso concreto,
determinasse a sua realização, para melhor embasar a convicção do Magistrado sobre o mérito subjetivo do
apenado, de maneira a proferir decisão fundamentada sobre a concessão dos referidos benefícios, não em
circunstâncias aleatórias, abstratas, mas calcada em dados concretos, colhidos de pareceres técnicos exarados por
psicólogos e assistentes sociais
Fuga do condenado –
STF –
“O requisito temporal do livramento condicional é aferido a partir da quantidade de pena já efetivamente cumprida.
Quantidade essa que não sofre nenhuma alteração com eventual prática de falta grave, pelo singelo mas robusto
fundamento de que a ninguém é dado desconsiderar tempo de pena já cumprido. Pois o fato é que pena cumprida é
pena extinta.
É claro que, no caso de fuga (como é a situação destes autos), o lapso temporal em que o paciente esteve
foragido não será computado como tempo de castigo cumprido. Óbvio! Todavia, a fuga não faz desaparecer a
pena até então cumprida. Ofende o princípio da legalidade a decisão que fixa a data da fuga do paciente como nova
data-base para o cálculo do requisito temporal do livramento condicional. [HC 94.163, rel. min. Ayres Britto, j. 2-12-
2008, 1ª T, DJE de 23-10-2009.] \u2260 HC 100.062, rel. min. Marco Aurélio, j. 20-4-