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SUMÁRIO

Dos Estabelecimentos Penais;

Destinação dos Estabelecimentos Prisionais;


Da separação dos presos;
Das regras estruturais do Estabelecimento Penal;

Da Penitenciária –

Destinação e regras gerais;


Regras do Regime Fechado no CP;
Estrutura das Penitenciárias Masculinas e Femininas;
Estrutura das Penitenciárias Femininas;

Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar –

Destinação e regras gerais;


Regras do regime semi-aberto no CP;
Estrutura das Colônias Agrícolas;

Da Casa do Albergado –

Destinação e regras gerais;


Regras do regime aberto na LEP;
Regras Estruturais;

Do Centro de Observação –

Destinação e regras gerais;

Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico –

Da Cadeia Pública –
Destinação e regras gerais;

Da progressão de regime prisional – Regime fechado para o semiaberto –

Requisitos para fins de progressão de regime –


Requisito objetivo;
Requisito subjetivo;

Progressão Especial de Regime –


Progressão para condenados por crimes de organização criminosa (Lei N. 12.850 de 2013) –
Progressão do regime semi-aberto para o aberto;
Hipóteses de regressão de regime prisional –
Progressão antes do trânsito em julgado –
Progressão por salto – per saltum –

Das autorizações de saídas –


Permissão de saída;
Saída temporária;
LEI DE EXECUÇÃO PENAL
LEI N. 7.210 de 1984

DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS


CAPÍTULO I | DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao submetido à medida de segurança,


ao preso provisório e ao egresso.

Destinação dos Estabelecimentos Prisionais –


A destinação dos estabelecimentos prisionais varia conforme o regime de pena e a pena aplicada. Vejamos a
seguir:

Preso Provisório – Conforme o art. 102, a cadeia pública destina-se ao recolhimento de presos provisórios,
aplicando as regras lá previstas.

Dos Presos condenados –

Regime Fechado – Conforme o art. 87, penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime
fechado.

Regime Semi-aberto – Conforme o art. 91, a Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumprimento
da pena em regime semi-aberto.

Regime Aberto – Conforme o Art. 93, a Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privativa de
liberdade, em regime aberto, e da pena de limitação de fim de semana.

Semi-imputáveis e inimputáveis – Conforme o art. 99, o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-
se aos inimputáveis e semi-imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo único do Código Penal.

Egresso – Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:


I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento; II - o liberado condicional,
durante o período de prova.

Art. 82 (...)
§ 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhidos a estabelecimento
próprio e adequado à sua condição pessoal. (Redação dada pelaLei nº 9.460, de 1997)

§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar estabelecimentos de destinação diversa desde


que devidamente isolados.

Da separação dos presos

Separação proibida –

Art. 3º (...)
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.

Separação permitida –

Separação por sexo;


Separação por idade;
Separação por crimes/perfil de presos (art. 84)

Preso condenado x Provisório;


Preso condenado x condenado;
Preso Provisório x Provisório;

Das regras estruturais do Estabelecimento Prisional

Preso funcionário da administração da justiça;


Preso com integridade física ameaçada.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas dependências com
áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva.

§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitários. (Renumerado pela Lei


nº 9.046, de 1995)

§ 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as


condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de
idade. (Redação dada pela Lei nº 11.942, de 2009)

§ 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2 o deste artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes


do sexo feminino na segurança de suas dependências internas. (Incluído pela Lei nº 12.121, de 2009).

Efetivação do Direito à Assistência Educacional

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico eprofissionalizante. (Incluído pela Lei
nº 12.245, de 2010)

Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do
internado.

Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da Unidade Federativa.

Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação profissional de nível médio, será
implantado nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua universalização. (Incluído pela Lei
nº 13.163, de 2015)

§ 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e será
mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não só com os recursos destinados à educação,
mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária.

Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.

Direito à remição –

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por
estudo, parte do tempo de execução da pena.
Efetivação do Direito à Assistência Jurídica –

§ 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral e gratuita, pela
Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).

§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no
exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais.

2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor
Público.

§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Especializados da Defensoria Pública para
a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus
familiares, sem recursos financeiros para constituir advogado.

Das Atividades Desenvolvidas nos Estabelecimentos Penais –

Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as atividades materiais acessórias, instrumentais ou
complementares desenvolvidas em estabelecimentos penais, e notadamente: (Incluído pela Lei nº 13.190, de
2015).

- serviços de conservação, limpeza, informática, copeiragem, portaria, recepção, reprografia, telecomunicações,


lavanderia e manutenção de prédios, instalações e equipamentos internos e externos; (Incluído pela Lei nº
13.190, de 2015).

- serviços relacionados à execução de trabalho pelo preso. (Incluídopela Lei nº 13.190, de 2015).

§ 1o A execução indireta será realizada sob supervisão e fiscalização do poderpúblico. (Incluído pela Lei nº
13.190, de 2015).

§ 2o Os serviços relacionados neste artigo poderão compreender o fornecimento de materiais, equipamentos,


máquinas e profissionais. (Incluído pela Lei nº13.190, de 2015).

Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia e coordenação no âmbito do sistema penal, bem como
todas as atividades que exijam o exercício do poder de polícia, e notadamente: (Incluído pela Lei nº 13.190, de
2015).

- classificação de condenados; (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015).

- aplicação de sanções disciplinares; (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015).

- controle de rebeliões; (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015).

- transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hospitais e outros locaisexternos aos estabelecimentos
penais. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015).

Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado.

§ 1o Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintescritérios: (Redação dada pela Lei nº
13.167, de 2015)

- acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; (Incluídopela Lei nº 13.167, de 2015)
- acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça àpessoa; (Incluído pela Lei nº
13.167, de 2015)

- acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos dos apontados nos incisos I e II. (Incluído
pela Lei nº 13.167, de 2015)

§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da JustiçaCriminal ficará em dependência
separada.

§ 3o Os presos condenados ficarão separados de acordo com os seguintes critérios: (Incluído pela Lei nº
13.167, de 2015)

- condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)

- reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos com violência ougrave ameaça à pessoa; (Incluído
pela Lei nº 13.167, de 2015)

- primários condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou graveameaça à pessoa; (Incluído
pela Lei nº 13.167, de 2015)

- demais condenados pela prática de outros crimes ou contravenções em situaçãodiversa das previstas nos incisos
I, II e III. (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)

§ 4o O preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica ameaçada pela convivência com os demais
presos ficará segregado em local próprio. (Incluído pelaLei nº 13.167, de 2015)

Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua estruturae finalidade.

Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária determinará o limite máximo de
capacidade do estabelecimento, atendendo a suanatureza e peculiaridades.

Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma Unidade Federativa podem ser
executadas em outra unidade, em estabelecimento local ouda União.

§ 1o A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local distante da condenação para recolher os
condenados, quando a medida se justifique no interesse da segurança pública ou do próprio condenado. (Redação
dada pela Leinº 10.792, de 2003)

§ 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar os liberados ou egressos que se dediquem a
obras públicas ou ao aproveitamento de terras ociosas.

§ 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade administrativa definiro estabelecimento prisional


adequado para abrigar o preso provisório ou condenado, em atenção ao regime e aos requisitos estabelecidos.
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
CAPÍTULO II | DA PENITENCIÁRIA

Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado.

Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios poderão construir
Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e condenados que estejam em regime fechado,
sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 10.792, de
2003)

Destinação e regras gerais –

Condenado à pena de reclusão em regime fechado.


Reclusão x Detenção –

CP, Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em
regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.

Considera-se regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média (art. 33,
§1º, CP);
Regime mais rígido de cumprimento de pena;
O condenado será (obrigatório) alojado em cela individual;
Preso condenado a pena superiores a 8 anos.
O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno (art. 34, §1º, CP);
Exame criminológico obrigatório (art. 8º)
Trabalho externo: necessita cumprir 1/6 da pena, além de preencher requisitos subjetivos;
Não tem direito à saída temporária.
Tem direito à remição de pena pelo trabalho e estudo.

Regras do Regime fechado no CP

Código Penal –
Art. 33, § 1º - Considera-se:
regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação
para individualização da execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou ocupações
anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

Dos exames

Exame Criminológico Exame Criminológico Exame Criminológico Exame de Perfil


Genético - DNA
Art. 8º, caput, LEP Art. 8º, par. único, Súmula 439 – STJ; Art. 9º-A
LEP SV. 26
Regime Fechado Regime semiaberto Progressão de (vide art. 9º-A)
Regime
Obrigatório Facultativo Facultativo Obrigatório

Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório.

Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:

- salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico
adequado à existência humana;
- área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).

Estrutura das Penitenciárias Masculinas e Femininas

As regras acima são aplicadas a todas as penitenciárias.

Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária de mulheres será dotada de seção para gestante
e parturiente e de creche para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com a
finalidade de assistir acriança desamparada cuja responsável estiver presa. (Redação dada pela Lei nº 11.942,
de 2009)

Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche referidas neste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.942, de
2009)

– atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes adotadas pela legislação educacional e em
unidades autônomas; e (Incluído pela Leinº 11.942, de 2009)

– horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à criança e à sua responsável.

Estrutura das Penitenciárias Femininas

CF/88 – Art. 5º, L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação;

CP – Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando- se os deveres e direitos


inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo.
LEP – Art. 83 (... ) § 2º Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as
condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade.

§ 3º Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo
feminino na segurança de suas dependências internas

Berçário Creches
Art. 83 (... ) § 2º Art. 89
no mínimo, até 6 (seis) meses de idade. Crianças maiores de 6 (seis) meses emenores de
7 (sete) anos,

Localização das Penitenciárias

Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local afastado do centro urbano, à distância
que não restrinja a visitação.

Penitenciária de homens – em local afastado do centro urbano


Penitenciária de mulheres – A LEP não determina.

LOCALIZAÇÃO
Penitenciárias Casa de Albergado Cadeia Pública
Afastada do centro urbano; No centro urbano; Próximo ao centro urbano;

CAPÍTULO III
Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar.

Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumprimento da pena em regime
semi-aberto.

Destinação e regras gerais

Destina-se ao condenado à pena em regime semi-aberto.


Considera-se: regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
(art. 33, §1º,b, CP);
Regime cumprimento de pena intermediário;
O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo;
Preso condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde
o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno.
Exame criminológico facultativo (art. 8º, LEP)
Trabalho externo: não precisa cumprir 1/6 da pena, devendo cumprir apenas os requisitos subjetivos;
Tem direito à saída temporária.

Tem direito à remição de pena pelo trabalho e estudo.


Regras do regime semi-aberto no CP

CP – Art. 33, §1º -


Considera-se:
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;

Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o cumprimento da pena em
regime semi-aberto.
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou
estabelecimento similar.
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de
instrução de segundo grau ou superior.

Requisitos para autorização do trabalho externo

Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de
aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.

Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido como
crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo.

Requisitos:

Objetivo – cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena


Condenado em regime fechado
Condenado em regime semi-aberto.

STF – informativo 752 – Trabalho externo e cumprimento mínimo de pena -

“A exigência objetiva de prévio cumprimento do mínimo de 1/6 da pena, para fins de trabalho externo, não se
aplica aos condenados que se encontrarem em regime semiaberto.(...) Ponderou que não faria sentido a exigência
do cumprimento de 1/6 da pena para o trabalho externo, pois satisfeita essa condição, o reeducando teria direito
ao regime aberto.” (EP 2 TrabExt-AgR/DF, rel. Min. Roberto Barroso, 25.6.2014)

Superior Tribunal de Justiça –


1. A exigência objetiva de prévio cumprimento do mínimo de um sexto da pena,segundo a reiterada
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, não se aplica aos presos que se encontrem em regime inicial
semiaberto. Diversos fundamentos se conjugam para a manutenção desse entendimento.

A aplicação do requisito temporal teria o efeito de esvaziar a possibilidade de trabalho externo por parte dos apenados
em regime inicial semiaberto. Isso porque, após o cumprimento de 1/6 da pena, esses condenados estarão
habilitados à progressão para o regime aberto, que tem no trabalho externo uma de suas características
intrínsecas. (...)
A inaplicabilidade do requisito temporal para o deferimento de trabalho externo não significa, naturalmente, que a sua
concessão deva ser automática. Embora a Lei de Execução Penal seja lacônica quanto aos requisitos pertinentes, é
intuitivo que a medida écondicionada: (i) pela condição pessoal do apenado, que deve ser compatível com as exigências
de responsabilidade inerentes à autorização para saída do estabelecimento prisional; e (ii) pela adequação do
candidato a empregador
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, observados os requisitos da letra a, do
parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.

Parágrafo único. São também requisitos básicos das dependências coletivas:

a seleção adequada dos presos;

o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individualização da pena.

As regras acima são aplicadas a todas as Colônias Agrícolas.

CAPÍTULO IV
Da Casa do Albergado

Destinação e regras gerais

Art. 93. A casa do Albergardo destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime aberto, e da
pena de limitação de fim de semana.

Condenado à pena em regime aberto.


Considera-se: regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado; (art. 33,
§1º,c, CP);
Regime mais brando de cumprimento de pena; Preparação para a liberdade total;
Baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado.
Preso condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início,
cumpri-la em regime aberto.
O condenado não fica recolhido integralmente.
O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra
atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga.
Não necessita realizar exame criminológico;
Trabalho externo: é obrigatório.
Não tem direito à saída temporária.
Tem direito à remição de pena apenas pelo estudo.

Regras do regime aberto na LEP

Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo das
seguintes condições gerais e obrigatórias:
I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga;
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
III- não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;
IV- comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado.
Regras do regime aberto no CP –

Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade docondenado. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra
atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de11.7.1984)

2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido comocrime doloso, se frustrar os fins da
execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente aplicada. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se
pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.

Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos
para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras.

Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os serviços de fiscalização e orientação dos condenados.

As regras acima são aplicadas a todas as casas de albergado.

Regras estruturais

LOCALIZAÇÃO
Penitenciárias Casa de Albergado Cadeia Pública
Afastada do centro urbano; No centro urbano; Próximo ao centro urbano;

CAPÍTULO V
Do Centro de Observação

Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os exames gerais e o criminológico,cujos resultados serão
encaminhados à Comissão Técnica de Classificação.

Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas pesquisas criminológicas.

Art. 97. O Centro de Observação será instalado em unidade autônoma ou em anexoa estabelecimento penal.

Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de Classificação,na falta do Centro de
Observação
Destinação e regras gerais –

O Centro de Observação tem como objetivo fazer a triagem observando o perfil criminológico dos presos, bem
como a individualização de todos os internos, no sentido de que sejam custodiados de forma a respeitar suas
condições pessoais, sua integridade física e sua dignidade, devendo ser avaliados por uma equipe multidisciplinar
que fará parte do fluxo de atendimento.

O Centro de Observação concentrará o recebimento de presos, sendo responsável pela identificação e realização
dos exames gerais de admissão dos internos, sendo dotado de equipe técnica que promoverá atendimento social,
psicológico, médico, odontológico e jurídico, cujos resultados e desdobramentos serão encaminhados à CTC.

De acordo com o Art. 6º e 7º da LEP, a classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que
elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso
provisório.

A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta,
no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se
tratar de condenado à pena privativa de liberdade.

CAPÍTULO VI
Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico

Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis
referidos no artigo 26 e seu parágrafo único doCódigo Penal.

Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o disposto no parágrafoúnico, do artigo 88, desta
Lei.

Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao tratamento são obrigatórios para todos os
internados.

Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, segunda parte, do Código Penal, será realizado no
Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro local com dependência médica adequada.

CAPÍTULO VII
Da Cadeia Pública

Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de presos provisórios.

Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de resguardar o interesse da
Administração da Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo ao seu meio social e
familiar.

Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será instalado próximo de centro urbano,
observando-se na construção as exigências mínimas referidas no artigo 88 e seu parágrafo único
desta Lei.
Destinação e regras gerais

Destina-se ao preso provisório;


Deverá ser observado ao preso provisório:
Formas de Assistência;
Direito ao trabalho;
Respeito à integridade física e moral;
Alguns deveres do art. 38 e 39.
Disciplina Prisional;
Submissão ao RDD;
Separação dos demais presos;
O direito à Permissão de Saída (não tem direito à saída temporária);
O direito à Remição de Pena

Estrutura das Penitenciárias

De acordo com o art. 104, na construção das cadeias públicas deverão ser observadas as exigências mínimas
referidas no artigo 88 e seu parágrafo único desta Lei. Vejamos:

Alojamento em cela individual;


Cela com dormitório, aparelho sanitário e lavatório.
Unidade celular com salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e
condicionamento térmico adequado à existência humana
Unidade celular com área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
TÍTULO V
Da Execução das Penas em Espécie

CAPÍTULO I
Das Penas Privativas de Liberdade

SEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de liberdade,se o réu estiver ou vier a ser
preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de recolhimento para a execução.

Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas asfolhas e a assinará com o
Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:

- o nome do condenado;

- a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de identificação;

- o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsito em julgado;

- a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução; V - a data da terminação da pena;


VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamentopenitenciário.

§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento.

§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modificação quanto ao início da execução ou ao
tempo de duração da pena.

§ 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da JustiçaCriminal, far-se-á, na guia,


menção dessa circunstância, para fins do disposto no § 2°, do artigo 84, desta Lei.

Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade,sem a guia expedida pela
autoridade judiciária.

§ 1° A autoridade administrativa incumbida da execução passará recibo da guia de recolhimento para juntá-la
aos autos do processo, e dará ciência dos seus termos aocondenado.

§ 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, segundo a ordem cronológica do recebimento, e
anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, no curso da execução, o cálculo das remições e de outras
retificações posteriores.

Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospitalde Custódia e Tratamento
Psiquiátrico.

Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em liberdade, mediante alvará do Juiz, se por outro
motivo não estiver preso.
DA PROGRESSÃO DE REGIME PRISIONAL

Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena
privativa de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal.

Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a
determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada,
quando for o caso, a detração ou remição.

Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a penaao restante da que está sendo
cumprida, para determinação do regime.

Progressão do Regime Fechado para o Semiaberto –

Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime
menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019)

- 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sidocometido sem violência à pessoa
ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de2019)

- 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometidosem violência à pessoa ou grave
ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

- 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiversido cometido com violência à
pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

- 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometidocom violência à pessoa ou grave
ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

- 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se
for primário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

- 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: (Incluído pela Lei nº13.964, de 2019)

condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, sefor primário, vedado o
livramento condicional; (Incluído pela Lei nº 13.964, de2019

condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a
prática de crime hediondo ou equiparado;ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada; (Incluídopela Lei nº 13.964, de 2019)

- 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática decrime hediondo ou equiparado;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

- 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com
resultado morte, vedado o livramento condicional. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentarboa conduta carcerária,
comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas asnormas que vedam a progressão. (Redação dada pela
Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida de manifestação
do Ministério Público e do defensor, procedimento que também será adotado na concessão de livramento
condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. (Redação dada
pelaLei nº 13.964, de 2019)
Requisitos para fins de progressão de regime –

Objetivo – Cumprimento de parte da pena; (art. 112, caput, LEP)

Subjetivo – Boa conduta carcerária (art. 112, §1º, LEP)

Formal – Decisão sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor. (art. 112,
§2º, LEP)

Extinção do vínculo associativo – Requisito exigido apenas aos condenado por integrar organização criminosa –
Art. 2º, §9º da Lei de Organização Criminosa.

Requisito objetivo – conforme as alterações promovidas pela lei n. 13.964 de 2019 (lei anticrime) –

Antes do Pacote Anticrime –

Crime comum – 1/6 da pena;


Crime hediondo ou equiparado – 2/5 para os primários e 3/5 para os reincidentes.

Depois do Pacote Anticrime –

Os percentuais do art. 112, incisos da LEP;

Lei dos Crimes Hediondos – Progressão de Regime revogada – Texto revogado!

 Art. 2º, § 2º A progressão de regime, no caso dos condenados pelos crimes previstos

for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente, observado o disposto nos §§ 3º e 4º

dada pela Lei nº 13.769, de 2018) (Revogado pela Lei nº 13.964, de 2019)
Quadro sinóptico – requisito objetivo – 2021

PROGRESSÃO DOS CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS

Primário Reincidente Condição

16% 20% Crimes sem violência ou grave ameaça

25% 30% Crimes com violência ou grave ameaça

40% 60% Crime Hediondo ou equiparado sem morte

50% 70% Crime Hediondo ou equiparado com morte

Condenado por exercer o comando, individual


ou coletivo, de organização criminosa
estruturada para a prática de crime hediondo
50% ou equiparado;

Condenado pela prática do crime de


constituição de milícia privada

Histórico da Progressão de Regime –

Até 27 de março de 2007 – Requisito objetivo – Necessidade de cumprimento de1/6 da pena, seja para crimes
comuns, hediondos ou equiparados.

STJ – Súmula 471 – “Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos
antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n.
7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional.”

Obs: Na época, a progressão se dava após o cumprimento de 1/6 da pena.

A partir do dia 28 de março de 2007 – Requisito objetivo – Nesse caso, dependedo crime. Vejamos:

Crimes comuns – Necessidade de cumprimento de 1/6 da pena;

Primários em crimes hediondos – Necessidade de cumprimento de 2/5 da pena;

Reincidentes em crimes hediondos – Necessidade de cumprimento de 3/5 da pena;

A partir do dia 23 de Janeiro de 2020 – Os requisitos objetivos para progressão deregime são aqueles previstos no
art. 112 da Lei de Execução penal.

Súmula 715 – STF –

A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo
art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o
livramento condicional ou regime mais favorável de execução.
Calculo diferenciado –Concurso de crimes – Crimes hediondos e crimes comuns –

"Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do
regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o
caso, a detração ou remição (LEP, art. 111). Em caso de concurso de crimes, em que haja cominação de penas de mesma
espéciemas que apresentem critérios distintos para a progressão de regime - a exemplo do que ocorre com os crimes
hediondos e os crimes comuns -, o requisito objetivo para a progressão se terá por cumprido quando decorrido o tempo
equivalente à soma da fração de cada crime (2/5 e 1/6)" (Agravo em Execução Penal n. 0002347-87.2016.8.24.0038, de
Joinville, rei. Des. RobertoLucas Pacheco, Quarta Câmara Criminal, j. 22-09-2016).

"Tem-se, como exemplo, a condenação de uma pessoa primária às penas de cinco anos de
reclusão pela prática do delito de tráfico, previsto no artigo 33, da Lei 11.343/06 (sem
direito àredução prevista no parágrafo 4° do mesmo artigo) e três anos de reclusão pela
prática do delito de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, previsto no artigo 14,
da Lei 10.826/03. Para fins de progressão de regime, o indivíduo deverá cumprir 2/5 da
pena impostapela prática do crime previsto no artigo 33, da Lei 11.343/06, mais 1/6 da
condenação de três anos oriunda do crime previsto no artigo 14, da Lei 10.826/03. Ou seja,
no caso em tela, o requisito objetivo para a progressão de regime prisional estará a
princípio preenchido com o cumprimento de dois anos e seis meses da reprimenda."
(Fonte:https://www.conjur.com.br/2014-abr-10/calculo-discriminado-procedimento-
apropriado-execucao-pen)

Requisito subjetivo –

Conforme o art. 112, § 1º, em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa
conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a
progressão.

Súmula 534 do STJ - “A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de
cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimentodessa infração”.

Concessão de benefícios da execução penal –

STJ: “A falta grave pode ser utilizada a fim de verificar o cumprimento do requisito subjetivo necessário para a
concessão de benefícios da execução penal.” Acórdãos: AgRg no HC 554100/SP, Rel. Ministro LEOPOLDO DE
ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADORCONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA TURMA, julgado em 10/03/2020, DJe
18/03/2020

Progressão de regime – Requisito subjetivo –

STJ – “ Para a concessão da progressão de regime, deve o reeducando preencher os requisitos de natureza objetiva
(lapso temporal) e subjetiva (bom comportamento carcerário), nos termos do art. 112 da LEP. IV – Na hipótese, as
instâncias ordinárias entenderam que não foi preenchido o requisito subjetivo, com base em fatos concretos ocorridos
no curso da execução penal, quais sejam, o registro da prática de sucessivas faltas disciplinares de natureza grave.
(AgRg no HC 554.100/SP, Rel. Ministro LEOPOLDODE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO
TJ/PE), QUINTA TURMA,
julgado em 10/03/2020, DJe 18/03/2020)

STJ: “Faltas graves cometidas em período longínquo e já reabilitadas não configuram fundamento idôneo para
indeferir o pedido de progressão de regime, para que os princípiosda razoabilidade e da ressocialização da pena e o
direito ao esquecimento sejam respeitados.” Acórdãos: HC 544368/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA
FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 05/12/2019, DJe 17/12/2019
STJ: A prática de falta grave no curso da execução penal constitui fundamento idôneo para negar a progressão de
regime, ante a ausência de preenchimento do requisito subjetivo.
Acórdãos: AgRg no HC 554100/SP, Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA TURMA, julgado em 10/03/2020, DJe18/03/2020
STJ: O cometimento de falta disciplinar de natureza grave no curso da execução penal justifica a exigência de exame
criminológico para fins de progressão de regime. Acórdãos:HC 556422/SP, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK,
QUINTA TURMA, julgado em 05/03/2020, DJe 23/03/2020

Desnecessidade de exame criminológico –


Para fins de progressão de regime, o exame criminológico é sempre facultativo.Vejamos:

STF - Súmula Vinculante 26 – Para efeito de progressão de regime no cumprimentode pena por crime hediondo, ou
equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990,
sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo
determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico

STJ – Súmula 439 – Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada.
(Súmula 439, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/04/2010, DJe 13/05/2010)

Para fins de início do cumprimento de pena, o exame criminológico poderá serfacultativo ou obrigatório. Vejamos:

Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a
exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à
individualização da execução.

Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenadoao cumprimento da pena
privativa de liberdade em regime semi-aberto.

Inadimplemento de pena de multa e progressão de regime –

STF – Informativo 780 – “O inadimplemento deliberado da pena de multa cumulativamente aplicada ao


sentenciado impede a progressão no regime prisional. Essa regra somente é excepcionada pela comprovação da
absoluta impossibilidade econômica do apenado em pagar o valor, ainda que parceladamente. (...) . Não obstante, a
jurisprudência do STF demonstraria quea análise dos requisitos necessários para progressão não se restringiria ao art.
112 da LEP, pois outros elementos deveriam ser considerados pelo julgador para individualizar a pena.”EP
12 ProgReg-AgR/DF, rel. Min. Roberto Barroso, 8.4.2015. (EP-12)

Possibilidade de o preso recusar a progressão de regime –

É garantido ao preso beneficiado com a progressão de regime o direito de recusar a gozar de talbenefício, a fim de
proteger sua integridade física ou proximidade com a família.

Progressão Especial de Regime –

Art. 112 (...)


§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças oupessoas com deficiência, os
requisitos para progressão de regime são, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)

- não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; (Incluído pelaLei nº 13.769, de 2018)

- não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; (Incluído pela Lei nº13.769, de 2018)

- ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior; (Incluídopela Lei nº 13.769, de 2018)
- ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor doestabelecimento; (Incluído pela
Lei nº 13.769, de 2018)

- não ter integrado organização criminosa. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)

§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação dobenefício previsto no § 3º deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)

Beneficiada –

Mulher gestante;
Mulher que for mãe ou responsável por crianças;
Mulher que for mãe ou responsável por pessoas com deficiência;

Requisitos cumulativos –

Ausente um dos requisitos não será possível a concessão benefício.

Requisito objetivo –

Ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;


Menor prazo de progressão de regime;
Prazo não alterado pelo pacote anticrime.

Progressão para condenados por crimes de organização criminosa (Lei nº 12,850 / 2013)

São, basicamente, 3 requisitos:

Requisito objetivo (Art. 112, incisos da LEP)


Requisito Subjetivo (Art. 112, §1º, LEP)
Extinção do vínculo associativo (Lei de Organização Criminosa – Art. 2º, § 9º)

Definição –

Art. 1º - § 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou maispessoas estruturalmente ordenada


e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente,
vantagem de qualquernatureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4
(quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.

Natureza de crime comum –

O crime de organização criminosa por si só, não é crime hediondo, uma vez que não consta no rol do art. 1º, caput ou
parágrafo primeiro.
Natureza de crime Hediondo –

De acordo com a Lei dos Crimes Hediondos, art. 1º, parágrafo único, V, o crime de organização criminosa será
considerado como crime hediondo quando direcionado àprática de crime hediondo ou equiparado.

Extinção do vínculo associativo para obtenção da Progressão de Regime eLivramento Condicional –

Lei de Organização Criminosa – Art. 2º, § 9º O condenado expressamente em sentença por integrar organização
criminosa ou por crime praticado por meio de organização criminosa não poderá progredir de regime de
cumprimento de penaou obter livramento condicional ou outros benefícios prisionais se houver elementos probatórios
que indiquem a manutenção do vínculo associativo.” (Incluído pela Lei N. 13.964 de 2019)

Sobre o requisito objetivo, temos os seguintes casos.

Crime de organização Criminosa (art. 1º, §1º e art. 2º - Lei 12.850 de 2013)

Como esse crime não tem natureza hedionda e é um crime praticado sem violência ou grave ameaça, temos os
seguintes percentuais.

LEP, I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crimetiver sido cometido sem violência à
pessoa ou grave ameaça;

LEP, II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crimecometido sem violência à pessoa ou
grave ameaça;

Crime de organização criminosa direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado (Art. 1º,
parágrafo único, inciso V, Lei dos Crimes Hediondos) –

Como esse crime tem natureza hedionda e é um crime praticado sem violência ou grave ameaça, temos os seguintes
percentuais.

LEP – Art. 112, V – 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo
ou equiparado, se for primário; (Incluídopela Lei N. 13.964 de 2019)

LEP – Art. 112, VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo
ou equiparado; (Incluído pela Lei N. 13.964de 2019)

Líder de Organização Criminosa para prática de crime hediondo ou equiparado –

LEP – Art. 112, VI, “b” – 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:condenado por exercer o comando,
individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado;

Natureza não hedionda do tráfico privilegiado

Art. 112 (...)


§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime detráfico de drogas previsto no §
4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Interrupção da contagem do prazo em virtude da falta grave

Art. 112 (...)


§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para a
obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito
objetivo terá como base a pena remanescente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Súmula 534 do STJ – “A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de
cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração”.

Súmula 535-STJ – A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto.

Súmula 441-STJ – A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional.

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – “consoante entendimento consolidado nesta Casa, ao contrário do


afirmado na origem, a anotação de falta disciplinar de natureza grave, embora enseje a adoção da data da
infração como marco inicial da contagem do prazo para progressão de regime prisional, não acarreta efeitos
interruptivos no prazo exigido para obtenção de livramento condicional, comutação de pena e indulto, salvo se o
decreto concessivo trouxer expressa previsão.” (HC 321644; 26/11/2015)

§ 7º O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cumprimento do
requisito temporal exigível para a obtenção do direito.
PROGRESSÃO DO REGIME SEMI-ABERTO PARA O ABERTO

Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa e das condições impostas
pelo Juiz.

Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:

- estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente;

- apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios de que
irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime.

Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei.

Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo das
seguintes condições gerais e obrigatórias:

- permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga; II - sair para o trabalho e
retornar, nos horários fixados;
- não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;

- comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado

Requisitos objetivos (lapso temporal) e requisitos subjetivos (bom comportamento) –

Art. 112;
Aceitação no programa e condições impostas pelo Juiz – Art. 113;
Capacidade para o trabalho art. 114, I;
Autodisciplina e senso de responsabilidade conforme o novo regime – Art. 114, II.
Condições Especiais (judiciais) e Facultativa – Art. 115, primeira parte.
Condições Gerais (legais) e obrigatórias – Art. 115, parte final.

Superior Tribunal de Justiça - Súmula 493 – É inadmissível a fixação de pena substitutiva(art. 44 do CP) como
condição especial ao regime aberto. (DJe 13/08/2012)

Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a requerimento do


Ministério Público, da autoridade administrativa ou do condenado, desde que as circunstâncias
assim o recomendem.
Prisão domiciliar do condenado em regime aberto

Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto emresidência


particular quando se tratar de:

I - condenado maior de 70 (setenta) anos;

II - condenado iacometido de doença grave;

III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;

IV - condenada gestante.

Diferenças para o Código de Processo Penal –

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela
ausentar-se com autorização judicial. (Redação dada pelaLei nº 12.403, de 2011).

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agentefor: (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
- maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
- extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela Lei nº12.403, de 2011).
- imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; (Incluído pela
Lei nº 12.403, de 2011).
- gestante; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
- mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Incluído pelaLei nº 13.257, de 2016)
- homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos. (Incluído pela
Lei nº 13.257, de 2016)
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitosestabelecidos neste artigo. (Incluído pela
Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com
deficiência será substituída por prisãodomiciliar, desde que: (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018).
- não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça apessoa;
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018).
- não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. (Incluídopela Lei nº 13.769, de 2018).

Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da aplicação
concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018).
Regressão de regime

Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para
qualquer dos regimes mais rigorosos, quando ocondenado:

I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;

II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível
o regime (artigo 111).

§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores,
frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo,a multa cumulativamente imposta.

§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvidopreviamente o condenado.

Súmula 526-STJ - O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como crime doloso no
cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal condenatória no processo penal
instaurado para apuração do fato. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 13/05/2015

STJ: “A prática de falta grave pode ensejar a regressão cautelar do regime prisional
sem a prévia oitiva do condenado, que somente é exigida na regressão definitiva.”
Acórdãos: HC 184988/RJ, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA,
SEXTA
TURMA, julgado em 05/02/2013, DJe 18/02/2013

STJ: “O cometimento de falta grave enseja a regressão para regime de


cumprimento de pena mais gravoso.” Acórdãos: HC 259417/SP, Rel. Ministro
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 12/11/2013, DJe
29/11/2013

STJ: “O cometimento de falta grave durante a execução penal autoriza a regressão


do regime de cumprimento de pena, mesmo que seja estabelecido de forma mais
gravosa do que a fixada na sentença condenatória (art. 118, I, da Lei de Execução
Penal - LEP),não havendo falar em ofensa à coisa julgada.” Acórdãos: AgRg no
REsp 1778649/PA, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA,
julgado em 18/02/2020, DJe 28/02/2020
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas complementares para o cumprimento da
pena privativa de liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, doCódigo Penal).
Progressão antes do trânsito em julgado

SÚMULA 716 – Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos
severo nela determinada, antes do trânsito emjulgado da sentença condenatória.
SÚMULA 717 – Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não transitada em
julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial.

Progressão por salto – per saltum

Súmula 491 do STJ – É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional. (Súmula 491,
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 08/08/2012, DJe 13/08/2012)
Súmula Vinculante 56

A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenadoem regime prisional mais
gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.

Falta de vagas no regime menos gravoso

Precedente representativo

"3. Os juízes da execução penal poderão avaliar os estabelecimentos destinados aosregimes semiaberto e aberto,
para qualificação como adequados a tais regimes. Sãoaceitáveis estabelecimentos que não se qualifiquem como
'colônia agrícola, industrial' (regime semiaberto) ou 'casa de albergado ou estabelecimento adequado' (regime
aberto) (art. 33, § 1º, alíneas "b" e "c"). No entanto, não deverá haver alojamento conjunto de presos dos regimes
semiaberto e aberto com presos do regime fechado. 4. Havendo déficit de vagas, deverão ser determinados:

a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas;

a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em prisão domiciliar por
falta de vagas;

o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto. Até que
sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão domiciliar ao sentenciado." (RE
641320, Relator Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em 11.5.2016, DJe de 8.8.2016, comrepercussão
geral - tema 423)
Compatibilidade entre o local de custódia e o regime semiaberto
"A inexistência de argumentação apta a infirmar o julgamento monocrático conduz àmanutenção da decisão
recorrida. 2. No RE 641.320/RS, julgado de relatoria do MinistroGilmar Mendes que espelha a Súmula Vinculante 56, o
Tribunal Pleno concluiu que "os juízes da execução penal poderão avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes
semiaberto e aberto, para qualificação como adequados a tais regimes." 3. No casoconcreto, o Tribunal de Justiça
reconheceu a compatibilidade entre o local de custódia e o regime semiaberto, conclusão que, por desafiar reexame ou
dilação probatórias, não admite rediscussão pela via reclamatória." (Rcl 25328 AgR, Relator Ministro EdsonFachin,
Primeira Turma, julgamento em 18.10.2016, DJe de 7.11.2016)
concessão de regime aberto ou domiciliar
Eventual ausência de estabelecimento adequado na comarca não autoriza a
automática concessão de regime aberto ou domiciliar. Incidência da Súmula Vinculante
56/STF, ao enunciar que “a falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a
manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar,
nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS...”. 3. Habeas corpus não
conhecido. Ordem concedida de ofício para que o Juízo da execução penal, após o
incidente de unificação das penas impostas ao paciente, observe as diretrizes fixadas
pelo Plenário do STF no RE 641.320 ena Súmula Vinculante 56
do STF. [HC 141.648, rel. min. Marco Aurélio, red. p/ o ac.
Roberto Barroso, 1ª T, j. 16-10- 2018, DJE 25 de 8-2-2019.]

(...) esta Suprema Corte não impôs, indistintamente, a obrigatoriedade da concessão de


prisão domiciliar, baseado unicamente na constatação de ausência de vagas no regime
em que o apenado deveria cumprir a pena, sem que sejam observados os requisitos exigidos
para a fruição do benefício. É que devem ser consideradas as circunstâncias pessoais do
condenado, seu comportamento no curso da execução, a natureza dos crimes praticados,
bem como a possibilidade de saída antecipada de sentenciados em regimes menos graves ou
mais antigos. Conforme exposto no julgamento do RE 641.320, os juízes da execução penal
deverão avaliar medidas alternativas, antes da colocação imediata do apenado em
regime domiciliar. [Rcl 31.685, rel. min. Luiz Fux, dec. monocrática, j. 15-10-2018, DJE
222 de 18-10-2018.]

DAS AUTORIZAÇÕES DE SAÍDAS


(Permissão de saída e saída temporária)

Gênero – Autorizações de saída.


Espécies – Permissão de saída e saída temporária.

Da Permissão de Saída –

Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e


os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento,
medianteescolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:

I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente,


descendenteou irmão;

II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).

Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor


doestabelecimento onde se encontra o preso.

Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração


necessáriaà finalidade da saída.

1. Fundamento – Dignidade da pessoa humana.


2. Beneficiários – regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios;

2.1. Preso em regime aberto – Não se aplica.

3. Hipóteses de concessão – Rol taxativo, conforme art. 120, incisos I e II.

4. Não exigência de requisitos objetivos ou subjetivos – A lei não exige


opreenchimento de tais requisitos.

4.1. Revogação do benefício – A lei não dispõe sobre a revogação ou suspensão dobenefício.

Condenados por crimes hediondos ou equiparados (com ou sem morte) – Nãohá vedação.

Competência – Como regra, o Diretor do Estabelecimento Prisional.

Competência subsidiária do juiz –

Em regra, a competência é do Diretor. No entanto, já decidiu o STF, em 31 de outubro de 2011, que caso o Diretor do
Estabelecimento negue o pedido, o preso poderá pleitear o direito ao Juízo a Execução. Vejamos:

STF – “Assim, o Paciente poderá solicitar permissão para sair, mediante escolta, diretamente ao diretor do
estabelecimento em que estiver recolhido, para que, dessa forma, possa dar continuidade ao seu tratamento médico. Na
eventualidade de ser negado o pedido, poderá pleitear o direito ao Juízo da execução e, se ainda persistir o problema,
socorrer-se dos meios judiciais cabíveis.(...)” Habeas Corpus 212.526; 31 de outubro de 2011

Toffoli autoriza encontro de Lula com familiares em razão do falecimento do irmão do ex-presidente - RCL 31965
PETA / PR

(....)

No entanto, o ministro Dias Toffoli ressaltou que a Polícia Federal (PF) manifestou-se nosentido da impossibilidade de
ser viabilizado o comparecimento de Lula ao velório devido à falta de tempo hábil para o deslocamento do ex-
presidente ao local do
sepultamento, no horário estabelecido. “Além disso, há informações da autoridade policial aportadas aos autos, em
especial aquela emanada da Diretoria de Inteligência da PF, sobre o risco quanto à segurança dos presentes e dos
agentes públicos mobilizados, mormente se levado em conta as notícias veiculadas em redes sociais sobre a convocação
de militantes para comparecerem a São Bernardo do Campo, o que corrobora as informações da inteligência policial”,
frisou o presidente do STF.

O ministro Dias Toffoli destacou que essas dificuldades não podem impedir um direito assegurado àqueles que estão
submetidos a regime de cumprimento de pena, ainda que de forma parcial, de encontrar-se com familiares em local
reservado e preestabelecido para prestar a devida solidariedade, mesmo após o sepultamento, já que não há objeção da
lei. “Até porque, prestar a assistência ao preso é um dever indeclinável do Estado (artigo 10 da Lei 7.210/1984), sendo
certo, ademais, que a
República Brasileira tem como um de seus pilares fundamentais a dignidade da
pessoahumana (artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal), como já anunciado
por esta Suprema Corte”, assinalou. (requerimento incidental (Petição/STF nº
2.697/19) Quarta-feira, 30 de janeiro de 2019)

7. Necessidade de escolta – É obrigatória a vigilância direta – escolta pessoal.

8. Período de duração – A lei não traz expressamente, uma vez que será concedido
pelotempo necessário à concessão da medida.

9. Necessidade de tratamento médico –

Regra: Atendimento dentro do próprio estabelecimento

prisional;Da Assistência à Saúde

Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e


curativo,compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.

§ 1º (Vetado).

§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover


a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local,
medianteautorização da direção do estabelecimento.

§ 3º Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e


nopós-parto, extensivo ao recém-nascido.

Direito do Preso –

Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado


oudo submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de
orientar e acompanhar o tratamento.

Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão resolvidas


peloJuiz da execução.

SUBSEÇÃO II
DA SAÍDA TEMPORÁRIA
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obterautorização para saída
temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:

I - visita à família;

II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2ºgrau ou superior, na


Comarca do Juízo da Execução;

III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.

§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes


condições, entre outras que entender compatíveis com as circunstâncias do caso
e asituação pessoal do condenado: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
§ 1º A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de monitoração
eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução. (Redação dada
pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste artigo o condenado que
cumpre pena por praticar crime hediondo com resultado morte. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução,ouvidos o Ministério
Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes requisitos:

I - comportamento adequado;

II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e1/4 (um quarto),
se reincidente;

III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.

Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias,podendo ser renovada
por mais 4 (quatro) vezes durante o ano

- fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser encontrado
durante o gozo do benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

- recolhimento à residência visitada, no período noturno; (Incluídopela Lei nº 12.258, de 2010)

- proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres. (Incluído pela


Lei nº 12.258, de 2010)

§ 2o Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou


superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes.
(Renumerado do parágrafo único pela Lei nº12.258, de 2010)

§ 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidascom prazo mínimo
de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e
outra. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato definido
como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou
revelar baixo grau de aproveitamento do curso.

Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá da absolvição no processo


penal, do cancelamento da punição disciplinar ou dademonstração do merecimento do condenado
1. Fundamento – Ressocialização do preso; reinserção social.

2. Beneficiário – Apenas o preso em regime semiaberto.

3. Hipóteses de concessão – Art. 122 e incisos.

4. Requisitos para a concessão do benefício –

4.1. Exigência de requisitos objetivos –

 Cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário;

 Cumprimento mínimo e 1/4 (um quarto), se reincidente;

 STJ - Súmula 40 - Para obtenção dos benefícios de saída temporária e


trabalhoexterno, considera-se o tempo de cumprimento da pena no regime
fechado.
 STJ: “A prática de falta grave durante o cumprimento da pena não acarreta a
alteração da data-base para fins de saída temporária e trabalho externo.”
Acórdãos:HC 557783/RS, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA,
QUINTA TURMA, julgado em 18/02/2020, DJe 28/02/2020

4.2. Exigência de requisitos subjetivos –

 Falta grave – Motivo para indeferir o benefício –

STJ: “O cometimento de falta grave é motivo idôneo para o indeferimento do


benefícioda saída temporária, por ausência de preenchimento do requisito
subjetivo.” Acórdãos: HC 514230/RJ, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK,
QUINTA TURMA,
julgado em 17/09/2019, DJe 24/09/2019
5. Condenados por crimes hediondos ou equiparados:

5.1. Condenado por crime hediondo ou equiparado sem morte – tem direito.

5.2. Condenado por crime equiparado a hediondo com morte – tem direito.

5.3. Condenado por crime equiparado a hediondo sem morte – tem direito.

5.4. Condenado por crime hediondo com morte – não tem direito. É vedado! (Art. 122,
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste artigo o
condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo com resultado
morte.(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

6. Competência – Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a


administraçãopenitenciária.
Necessidade de escolta – Não há necessidade de vigilância direta (escolta policial), mas a ausência de vigilância
direta não impede a utilização de equipamento de monitoração eletrônica (vigilância indireta) pelo condenado, quando
assim determinar o juiz da execução.

Período de duração e quantidade de saídas por ano

Regra:
5 saídas por ano;
Cada saída por prazo não superior (até/no máximo) a 7 (sete) dias;
Intervalo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias entre uma e outra.

Exceção:
Art. 124, §2º - Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o
tempo de saída será o necessário para ocumprimento das atividades discentes.

Direito à remição –

LEP – Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiabertopoderá remir, por trabalho ou por
estudo, parte do tempo de execução da pena.

§ 1º A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:

I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade deensino fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias;

Obrigatoriedade de comprovação da a frequência e o aproveitamento escolar –

LEP – Art. 129, § 1º O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente,
por meio de declaração da respectiva unidadede ensino, a frequência e o aproveitamento escolar.

Possibilidade de número superior a 5 saídas por ano –

STJ: “Respeitado o limite anual de 35 dias, estabelecido pelo artigo 124 da LEP, é cabível a concessão de maior
número de autorizações de curta duração.” (2018)

Saída temporária automatizada –

STF – A orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal fixou-se no sentido deque “A possibilidade
de renovação periódica da saída temporária permite ao juízo das execuções penais programar,
observados os restritos limites legais, as saídas subsequentes à da concessão do benefício, a fim de
inibir eventual delonga ou até mesmo impossibilidade no usufruto da saída não vigiada.
Concretizada qualquer das hipóteses do art. 125 da LEP, a benesse será revogada e, consequentemente, fica
prejudicada a próxima saída agendada. Permanece hígido o dever atribuído à autoridade carcerária de
comunicação dos fatos relativos ao cumprimento da pena ao Juízo das Execuções Criminais, cientificando-os ao
Ministério Público” (HC 129.167, Rel. Min. Teori Zavascki).

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - “Um único ato judicial que analisa o histórico do sentenciado e
estabelece um calendário de saídas temporárias, com a expressa ressalva de que as autorizações
poderão ser revistas em casode cometimento de falta, é suficiente para fundamentar a saída mais
próximae as futuras. A decisão única permite participação suficiente do Ministério Público, que poderá falar
sobre seu cabimento e, caso alterada a situação fática, pugnar por sua revisão. 3. Ameaça concreta de lesão ao
direito do paciente. Dificuldades operacionais na Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro. Muito
provavelmente, se cada condenado tiver que solicitar cada saída, muitas serão despachadas apenas após
perderem o objeto. 4. Ordem concedida. Expedição do ofício ao Conselho Nacional de Justiça, ao Presidente do
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e à Corregedoria-Geral de Justiça do Rio de Janeiro, para que avaliem e
tomem providências quanto à situação da execução penal no Estado do Rio de Janeiro. 5. Expedição de ofício ao
Superior Tribunal de Justiça e à Procuradoria-Geral de Justiça do Rio de Janeiro, dando notícia
do julgamento” - (HC 128.763, Rel. Min. Gilmar Mendes)

Fixação de calendário anual de saídas temporárias por ato judicial –

“É recomendável que cada autorização de saída temporária do preso seja precedida de decisão judicial motivada.
Entretanto, se a apreciação individual do pedido estiver, por deficiência exclusiva do aparato estatal, a
interferir no direito subjetivo do apenado e no escopo ressocializador da pena, deve ser reconhecida,
excepcionalmente, a possibilidade de fixação de calendário anual de saídas temporárias por ato
judicial único, observadas as hipóteses de revogação automática do artigo 125 da LEP.”

Súmula 520 do STJ - O benefício de saída temporária no âmbito da execução penal é ato jurisdicional
insuscetível de delegação à autoridade administrativa do estabelecimento prisional. (Súmula 520,
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 25/03/2015, DJe 06/04/2015)

Prisão domiciliar e saída noturna –

Reeducando, em prisão domiciliar, pode ser autorizado a se ausentar de sua residência para frequentar culto
religioso no período noturno. (REsp 1.788.562-TO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Sexta Turma, por unanimidade,
julgado em 17/09/2019, DJe 23/09/2019

STJ: saída temporária é compatível com prisão domiciliar por falta de vagas em semiaberto

Ao apenado em regime semiaberto que preencher os requisitos objetivos e subjetivos do art. 122 e seguintes da Lei de
Execuções Penais, deve ser concedido obenefício das saídas temporárias.
Observado que o benefício da saída temporária tem como objetivo a ressocialização do preso e é concedido ao apenado
em regime mais gravoso - semiaberto -, não se justifica negar a benesse ao reeducando que se encontra em regime
menos gravoso -aberto, na modalidade de prisão domiciliar -, em razão de ausência de vagas em estabelecimento
prisional compatível com o regime semiaberto. 3. Habeas corpus concedido para restabelecer a decisão do Juízo das
execuções que deferiu o benefíciode saídas temporárias ao paciente. (HC 489.106/RS, Rel. Ministro NEFI
CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 13/08/2019, DJe 26/08/2019)

“Habeas Corpus”: saída temporária de preso e contagem de prazo

STF: A contagem do prazo do benefício de saída temporária de preso é feita em dias e não em horas.
Com base nessa orientação, a Segunda Turma denegou a ordem de “habeas corpus” em que se pretendia a
contagem de tal benesse a partir da 00h do primeiro dia. No caso, o paciente aduzia que sua liberação
apenas às doze horas do primeiro dia do benefício prejudicaria a fruição do prazo legalmente
previsto de sete dias (LEP, art. 124), porque usufruiria apenas seis dias e meio de tal direito. Assim,
considerava que asaída temporária não deveria se sujeitar à estrita forma de contagem do prazo prevista no art.
10 do Código Penal (“Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os
dias, os meses e os anos pelo calendário comum”). A Turma destacou ser indevida, na ordem
penal, a contagem do prazo em horas e, por isso, manteve o cômputo em forma de dias. Ademais, a se entender de
forma diversa, estar-se-ia colocando em risco a segurança doestabelecimento penal, bem como a organização do
sistema prisional.
HC 130883/SC, rel. Min. Dias Toffoli, 31.5.2016. (HC-130883)

Revogação do benefício –

Condenado praticar fato definido como crime doloso,


For punido por falta grave;
Desatender as condições impostas na autorização;
Revelar baixo grau de aproveitamento do curso.

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