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A análise nodal consiste na aplicação da LKC para determinar as tensões nos nós, enquanto que
na análise malha é aplicada a LKT com a finalidade de obter as correntes nas malhas.
Suponhamos por um momento que conhecemos todas as tensões nos nós de um dado circuito.
Cada elemento resistivo no circuito está conectado entre dois nós, um dos quais pode ser o nó
de referência. Portanto a tensão sobre cada elemento é conhecida. Logo, com referência à Fig.
3.1, podemos usar a lei de ohm, que é
𝑉𝑚 −𝑉𝑛
𝑖=
𝑅
(3.1) necessário para calcular a corrente em qualquer elemento resistivo. Deste modo
podemos calcular todas as tensões e todas as correntes em um circuito.
Para exemplificar vai-se obter as equações lineares correspondentes a Fig. 3.2 onde se observa
3 nós, incluindo o nó de referência ou terra, e as incógnitas v1 e v2.
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ou
ou em condutâncias
Portando, as duas equações que determinam as tensões nos dois nós são
(3.2)
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𝐴. 𝑣 = 𝑖 (3.3)
onde
(3.4)
𝑣 = 𝐴−1 . 𝑖 (3.5)
Como regra geral, métodos matriciais usados em conjunto com um computador digital são
extremamente úteis em análise de circuitos. Para entender os métodos de solução de equações
lineares acima citados, nomeadamente a eliminação gaussiana e método matricial, pode-se
consultar o Apêndice A presente no fim deste documento.
Analisando a matriz 𝐴 conclui-se que os elementos da diagonal principal (a11 e a22, …, ann) são
todos positivos e correspondem a soma das condutâncias ligadas nó em estudo, enquanto que
os restantes elementos são negativos e correspondem as condutâncias individuais de
interligação a outros nós. Observando a Fig. 3.2 e a Equação 3.4 pode-se facilmente
compreender a escrita direta e organizada de todas as equações. Existindo fontes de correntes
deve-se atribuir na matriz de corrente sentidos positivos se elas estiverem entrando nos nós,
caso contrário os sinais tornam-se negativos.
Resumindo a análise nodal usa a LKC, conjuntamente com a lei de ohm para obter as N – 1
tensões de um circuito elétrico, mas antes é necessário definir o sentido das correntes nos
diferentes elementos do circuito e escrever as expressões de corrente, envolvendo tensões e
resistências, de acordo com os sentidos pré-estabelecidos.
Exemplo 3.1
Supondo que a rede mostrada na Fig. 3.2 tenha os seguintes parâmetros: 𝑅1 = 𝑅4 = 0,5 Ω e
𝑅2 = 𝑅3 = 1 Ω e 𝐼1 = 11 𝐴. Então. A Equação 3.2 torna-se
4𝑉1 − 𝑉2 = 0
−𝑉1 + 3𝑉2 = 11
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4𝑉1 − 𝑉2 = 0
𝑉2
− + 3𝑉2 = 11 ⇔ 𝑉2 = 4 𝑉
4
e portanto,
𝑉 4 −1 −1 0
[ 1] = [ ] [ ]
𝑉2 −1 3 11
Para calcular a matriz inversa de 𝐴, precisamos da matriz adjunta e do determinante. Deste
modo teremos a adjunta
e o determinante
do qual se tira 𝑉1 = 1 𝑉 𝑒 𝑉2 = 4 𝑉
depois de ser conhecido os valores das tensões nos nós, fica fácil obter os valores das
correntes através da lei de ohm:
Note que I3 positivo indica que esta corrente tem realmente o sentido que lhe foi antes
atribuído.
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Examinando agora o circuito da Fig. 3.3 e aplicando a LKC se obtém o seguinte sistema de
equações
Nó 1: 𝒊𝟏 −𝒊𝑨 + 𝒊𝟐 − 𝒊𝟑 = 0
Nó 2: −𝒊𝟐 + 𝒊𝟒 − 𝒊𝟓 = 𝟎
Nó 3: 𝒊𝟑 + 𝒊𝟓 + 𝒊𝒃 = 𝟎
e na forma matricial
Exemplo 3.2
Supondo que o circuito mostrado na Fig. 3.3 possui os seguintes parâmetros, determine as
tensões nos nós.
Figura 3.3
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e portanto
O determinante da matriz 𝐴
|𝐴| = 48
Logo,
Ou seja
𝑉1 1,104
[𝑉2 ] = [0,792]
𝑉3 0,563
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Exemplo 3.3
Figura 3.3
Obseve que a matriz é simétrica, ou seja os elementos acima e a abaixo da diagonal principal
são iguais ( exemplos: a21 = a12, a31 = a13, a24 = a42, etc) e as condutância nulas significam
inexistência de condutâncias entre tais nós (exemplo: a13 = a31 = 0, a14 = a41 = 0, etc).
𝑣𝐴 = 𝑣1 , 𝑣𝐴 − 𝑣𝐵 = 𝑣2 ⇒ 𝑣1 − 𝑣𝐵 = 𝑣2 ⇒ 𝑣𝐵 = 𝑣1 − 𝑣2 (3.6)
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Figura 3.4
Neste caso, obteve-se as tensões dos nós diretamente das relações anteriores pelo que as
correntes ficaram fáceis de calcular, ou seja
A Fig. 3.5 é um caso onde além de relações entre tensões se pode aplicar o conceito de
supernó. Assim, conhecendo 𝑉𝑠 tem-se
𝑉1 − 𝑉2 = 𝑉𝑠 ⇒ 𝑉1 = 𝑉𝑠 + 𝑉2 (3.7)
Figura 3.5
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𝑣𝐷 = 𝑉2 e 𝑣𝐴 − 𝑣𝐶 = 𝑣1 (3.9)
alem disso o circuito tem três nós, o nó B e os supernós SN1 e SN2, logo é possível escrever
mais duas equações, um correspondente ao nó B e outro ao supernó SN1. Assim se tem para
os dois nós
𝑉𝐴 (𝐺1 + 𝐺2 ) − 𝑉𝐵 𝐺1 + 𝑉𝐶 (𝐺5 + 𝐺6 ) − 𝑉𝐷 𝐺6 = 0
Exemplo 3.4
𝑉2 = 6 𝑉, 𝑉4 = 12 𝑉 𝑒 𝑉1 = 𝑉3 + 12
e sabendo que as fontes de 6 𝑉 e 12 𝑉, e nó de referência formam todos um supernó preopa-
se apenas em escrever apenas a equação derivada do supernó assinalado na Fig. 7b. Logo
6
6 − −3
7
ou seja 𝑉3 = 𝑉 e 𝐼𝑜 = = 𝑚𝐴
7 2 7
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Figura 3.7
Ainda, para completar o conceito de supernó, na Fig. 3.8 temos outro caso de supernó
constituida pelo ponto 𝐴 e a resistência 𝑅5 . Esta combinação é considerada um supernó
porque a corrente e a tensão na resistência 𝑅5 e conhecida.
𝑣𝐴 = 𝑣𝐵 e 𝑣𝐴 = 𝑣2 − 𝑣3
𝑣4 = 𝑣𝐵
𝑣1 (𝐺1 + 𝐺3 ) − 𝑣2 𝐺1 − 𝑣4 𝐺3 = 𝑖𝐴
−𝑣1 𝐺1 + 𝑣2 (𝐺1 + 𝐺2 ) − 𝑣3 𝐺2 = −𝑖𝐴 − 3(𝑣2 − 𝑣3 )
−𝑣2 𝐺2 + 𝑣3 (𝐺2 + 𝐺4 ) = 𝑖𝐵
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Exemplo 3.5
Dados sos seguintes parâmetros para o circuito da Fig. 3.9, determine as tensões nodais.
Co-fatores da matriz 𝐴
A solução matricial vem da divisão da 𝐴𝑑𝑗𝐴 pelo seu determnante |𝐴| = 9, ou seja
ou
Considerando agora o circuito mostrado na Fig. 3.10, com uma fonte de tensão dependente,
se escreve as seguintes equações nodais
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Exemplo 3.6
Com os parâmetros que seguites determine os valores das tensões nodais da Fig. 3.10.
ou
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e portanto
ou
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Para iniciar, consideremos o circuito da Fig. 3.11. No mesmo pode-se identificar duas malhas, A-
B-E-F-A e B-C-D-E-B e duas correntes, 𝑖1 e 𝑖2 , designadas de correntes de malha ou laço, que
podem ser usadas para determinar as correntes em cada um dos elementos do circuito.
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Da Fig. 3.11 conclui-se que o único elemento onde a corrente não igual a corrente da respetiva
malha é o 𝑅3 , ou seja 𝐼3 = 𝑖1 − 𝑖2 .
Quanto aos sinais a atribuir as resistências, podem ser positivas do lado da entrada da respetiva
corrente de malha. No caso da resistência entre os pontos B-E, ela é tem o sinal indicado na Fig.
3.11 para a corrente de malha 𝑖1 . Para a escrita da LKT correspondente a malha 2 o sinal positivo
de 𝑅3 será trocado por negativo.
Notar que na Fig. 3.11 temos um caso que destimgue diferenças entre um laço e uma malha.
Os caminhos A-B-E-F-A e B-C-D-E-B são malhas, enquanto o caminho A-B-C-D-E-F-A é um laço.
A diferença é que uma malha é uma espécie de laço que não contém quaisquer outros laços
dentro de sí.
Quando num circuito exite fontes de correntes, uma forma de escrever a LKT é aplicando o
conceito de laço, visto não se poder passar por fontes de correntes.
Exemplo 3.7
ou
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Figura 3.12
ou de forma ordenada
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Figura 3.12
Exemplo 3.8
Determine os parâmetros para a rede mostrada na Fig. 3.12, determine as seguintes de malha
Exemplo 3.9
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Figura 3.13
𝑖1 = 𝑖𝐴
e aplicando a LKT na malha 2, temos
Figuras 3.14
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𝐼𝐴 = 𝐼3 − 𝐼2
Figura 3.15
Exemplo 3.10
Figura 3.16
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𝐼2 = 2 𝑚𝐴 e 𝐼3 − 𝐼1 = 4 𝑚𝐴 ⇒ 𝐼1 = 𝐼3 − 4 𝑚𝐴
Figura 3.17
𝐼4 − 𝐼3 = 4 𝐴 ⟺ 𝐼4 = 4 + 𝐼3
𝐼2 = −2 𝐴 e 𝐼𝑜 = 𝐼3 − 𝐼1
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Portanto,
Exemplo 3.12
𝐼2 − 𝐼1 = 12 𝐴 ⇒ 𝐼1 = 𝐼2 − 12 𝐴
24 − 2(𝐼2 − 12) − 4𝑉𝑎 + 4𝑉𝑎 − 4𝐼2 = 0
Sendo 𝑉𝑎 = 4𝐼1 = 4(𝐼2 − 12) se obtém uma corrente 𝐼2 = 0 𝐴 e uma tensão 𝑉𝑜 = 4𝐼2 = 0 𝑉
Exemplo 3.13
No circuito da Fig. 3.19 temos 3 malhas, mas vai ser desenvolvida duas equações, um referente
ao laço constituído pelas duas primeiras malhas e outro referente a terceira malha.
Antes das duas equações referentes ao laço e a malha pode-se observar que 𝐼2 − 𝐼1 = 3𝐼𝑜 ⇒
𝐼2 = 𝐼1 + 3𝐼𝑜 e 𝐼3 = 𝐼𝑜 .
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Apêndice A
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