Ana Luísa Dias A105457 Inês Carreira A103186 Júlia Lima A105459 Alfredo da Silva, uma das figuras mais proeminentes da Revolução Industrial Portuguesa, desempenhou um papel fundamental na formação da economia durante o século XX, uma altura em que Portugal se encontrava entre os países mais pobres da europa ocidental. O seu legado deixou uma marca indelével no país, e as suas contribuições para o desenvolvimento da indústria portuguesa transformaram a paisagem económica do país. Nascido em 1871 em Lisboa, Alfredo da Silva era o filho de uma família portuguesa abastada, no entanto, ficou órfão bastante cedo e, consequentemente, herdou uma herança considerável que 50 anos mais tarde iria ser multiplicada pelo mesmo e deixada aos seus sucessores. Começou a sua carreira como engenheiro civil e rapidamente demonstrou uma aptidão para os negócios. Foi durante um período em que era membro da direção do banco Lusitano, em 1898, que fundou a Companhia União Fabril (CUF), através da fusão da Companhia Aliança Fabril com a companhia União Fabril. Em 1907 foram construídas as primeiras fábricas da CUF, que pouco mais tarde levaram à criação de um bairro operário, no Barreiro, um local estrategicamente escolhido por Alfredo da Silva, perto do rio Tejo e defronte a Lisboa com ligações ferroviárias que o ligavam ao sul do país. Assim, este visionário paternalista fez nascer uma cidade industrial que possuía inúmeros complexos diferentes, tais como, uma rede de habitações, de escolas e de hospitais. Para além disso, investiu também em projetos de infraestruturas públicas, como por exemplo, estradas e pontes, oferecia salários consideravelmente acima da média, subsídios e outras ajudas aos trabalhadores, e chegou até mesmo a criar um clube desportivo que representava esta união, pois Alfredo Da Silva acreditava que a Companhia União Fabril tinha uma responsabilidade social para com os seus colaboradores e familiares. Os seus esforços para melhorar a vida do povo do Barreiro valeram-lhe o respeito e a admiração de todos os integrantes que consideravam a CUF um “mundo à parte” e viam as suas iniciais como se significassem “Como Uma Família”. Alfredo tornou-se, assim, conhecido como um "rei industrial" e fez com que estes humildes começos levassem a CUF a evoluir e a transformar-se num dos maiores e mais diversos grupos fabris em Portugal. A Tabaqueira, à semelhança da construção do barreiro foi uma das empresas do império industrial e comercial da CUF, fundada em 1927, na zona oriental da cidade de Lisboa. No final de 1962, a inauguração da nova fábrica em Albarraque (Sintra) determinou o encerramento das velhas instalações de ferro e tijolo, características da construção industrial do início do século XX e em Albarraque foi construído, junto das instalações fabris, mais um bairro para alojamento dos trabalhadores, no espírito da “obra social” preconizada por Alfredo da Silva: um pavilhão para trabalhadores solteiros, centro comercial, creche e jardim-de-infância, o refeitório, um centro de saúde, o centro cultural e social e uma igreja. No seu auge, esta empresa empregava mais de 40.000 pessoas, e os seus produtos variavam desde os têxteis e químicos até ao cimento e papel. Sob a liderança de Alfredo da Silva, esta companhia tornou-se pioneira na Revolução Industrial Portuguesa, introduzindo novas tecnologias e processos de fabrico que transformaram a economia portuguesa. A visão deste gestor baseava-se na integração vertical, ou seja, a empresa a controlava todos os aspetos do processo de produção, desde as matérias- primas até aos produtos acabados. Isto permitiu à CUF maximizar a eficiência e manter uma vantagem competitiva, mesmo perante a concorrência estrangeira. O sucesso da Companhia União Fabril, que em 19190 já incluía uma frota de navios dedicada à importação, teve um profundo impacto na economia portuguesa, sendo, na altura, o grupo com maior peso no PIB. A expansão da empresa para novas indústrias, tais como a química e o cimento, ajudou a diversificar a base industrial de Portugal e a reduzir a sua dependência de indústrias tradicionais, tais como a agricultura e os têxteis. O sucesso da CUF também inspirou outros empresários a investir na indústria do país, e Portugal viveu um período de rápida industrialização na primeira metade do século XX. No entanto, apesar de muito adorada esta figura histórica era também fortemente odiada por muitos, o que fez com que tivesse sido alvo de inúmeros ataques maldosos que levaram o mesmo a auto exilar-se entre 1921 a 1927, Durante este período o seu braço direito era o seu genro, em quem confiava para gerir a sua indústria escrevendo-lhe duas cartas por dia com orientações estratégicas para o bom funcionamento da mesma. Anos depois, retorna do exílio mas encontra-se com outras dificuldades, pois com a queda de Wall Street a inflação em Portugal tomou proporções extremas que fizeram com que os negócios da CUF fossem afetados e para atravessar esta situação Alfredo Da Silva contrai um empréstimo, pois já tinha expandido a sua atividade ao setor bancário quando tomou controlo do grupo José Henriques Totta e Companhia, que promete pagar futuramente, e tal foi cumprido. Em 1947, o gestor morre mas o seu legado continuou vivo através do seu genro que alguns anos depois da revolução de 1974 viu-se obrigado a nacionalizar as empresas de Alfredo da silva, no entanto, mais tarde os seus netos deram continuação à história desta família com a criação de duas empresas distintas: o Grupo Sovena, de Jorge de Mello, e o Grupo José de Mello, de José Manuel de Mello. O primeiro focado na produção de azeite e óleos vegetais e o segundo, com atividades distintas relacionadas com a saúde, indústria química e produção de vinho. Atualmente, a CUF é ainda um dos principais atores da economia portuguesa, e Alfredo Da Silva é recordado como uma das figuras mais importantes da história industrial do país. A sua visão, determinação e compromisso com a responsabilidade social ajudaram a transformar a economia portuguesa e a lançar as bases para o seu sucesso no século XXI. Os lemas “Mais e melhor” e “O que o país não tem a CUF cria” irão para sempre ser recordados e valorizados pelo povo português,