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Eclesiastes 3:11 Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração
do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim.
Introdução
O que acontece quando a alma deixa o
corpo? Teria o Criador estabelecido que na
morte, a alma humana deixa de existir por um
período longo até ao tempo do Juízo? A alma
fica presa na cova? É verdade que alma dorme
sem consciência ou pensamentos, num sono
perene até ser despertada? São muitos os ques-
tionamentos a esse respeito que procuraremos
elucidar à Luz das Escrituras Sagradas, para o
nosso discernimento e edificação na Verdade.
A ALMA “MORRE” OU VIVE SEM O CORPO?
A maioria dos povos antigos do tempo
bíblico, como os Sumérios, Egípcios, Babilô-
nios, e Gregos tinham uma concepção sobre a
vida após a morte, onde a alma migraria para
uma outra dimensão no Além. Sobre esse lugar
das almas estudaremos em outra lição. A visão
Bíblica por sua vez também endossa a con-
cepção de uma migração da alma, assim que
deixa o corpo físico, dando a idéia de con-
tinuação da essência da alma em perenidade.
. Vemos indicações primárias da continui-
dade da vida, no caso da primeira morte sobre
a terra, no fratricídio de Abel pelo irmão Cain.
Gênesis 4:9 Disse o SENHOR a Caim: Onde está
Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei; acaso,
sou eu tutor de meu irmão?
10 E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue de
teu irmão clama da terra a mim.
Após ser morto, a “voz do sangue” de
Abel, clama a Deus , da terra para o Céu. Para
entender esta expressão, é necessário discernir
que o “sangue” simboliza a própria vida, ou
alma, ou seja, a alma de Abel clamava.
Gênesis 4:11 És agora, pois, maldito por sobre a
terra, cuja boca se abriu para receber de tuas mãos
o sangue de teu irmão.
Na continuação da sentença de Deus a
Cain, o Senhor indica que a “boca da Terra” se
abriu e recebeu o sangue (essência) de Abel. É
a primeira alusão a um lugar subterrâneo que
recebe as almas, que será revelado como sendo
o SHEOL/Hades. Se a alma de Abel clama a
injustiça de sua morte, vemos aí, uma ativi-
dade consciente e racional no pós-morte.
O ‘REPOUSO DA ALMA’ SIGNIFICA DORMIR?
O Livro de Jô é tão antigo quanto o
Pentateuco de Moisés e narra a percepção do
período dos Patriarcas sobre o tema do sofri-
mento e da morte. Jó tem o entendimento de
que as almas seguem para uma região espiritual
em que não tem mais as atividades do mundo
dos viventes, e por isso ele conclui que é um
lugar de repouso das fadigas e dissabores.
Jó 3:11 Por que não morri eu na madre? Por que não
expirei ao sair dela?
13 Porque já agora repousaria tranqüilo; dormiria,
e, então, haveria para mim descanso,
17 Ali, os maus cessam de perturbar, e, ali,
repousam os cansados.
18 Ali, os presos juntamente repousam e não ouvem
a voz do feitor.
19 Ali, está tanto o pequeno como o grande e o
servo livre de seu senhor.
O eufemismo mais comum para se
referir ao morto é que ele esteja “dormindo”.
 O Senhor Jesus usou esse eufemismo
para se referir ao amigo Lázaro que havia
morrido, e ao ressuscitá-lo, também usou o
termo “desperta-lo”, mas, teve que ser mais
claro, pois seus discípulos não o entenderam.
OS QUE REFUTAM A IMORTALIDADE DA
ALMA – ANIQUILACIONISTAS
Alguns grupos cristãos evangélicos que não
crêem na visão católica romana de que as almas vão
para o Céu de Deus, ou para um inferno eterno, ne-
gam a atividade da alma na pós-morte, alegando que
Mateus 26:29“dormem inconscientes” e só se levan-
estas almas
tarão conscientes novamente na ressurreição. Esses
atribuem essa visão de imortalidade da alma à
filosofia grega de Aristóteles e Platão, que posterior-
mente foi assimilada pelo catolicismo através de
Agostinho. É bom lembrar que a percepção de que
almas ainda vivem é do período Patriarcal, muitos
séculos anterior à filosofia Grego-romana.
Mais moderna são as concepção das seitas
cristãs oriundas do século XIX, como os Testemu-
nhas de Jeová e Adventistas, que asseveram o
“desaparecimento” e total nulidade da consciência
das almas mortas. Asseveram que a alma não vai
para lugar algum e simplesmente “Perecem”, ou
seja, a alma também morreria até ao tempo da
ressurreição, quando voltaria a se materializar junto
com o corpo físico. Essa morte, ou aniquilação da
alma, gera o termo “aniquilacionistas” e têm por ba-
se textos mal interpretados, principalmente no livro
de Eclesiastes entre outras passagens ambíguas.
O PONTO DE VISTA LIMITADO DO LIVRO DE
ECLESIASTES
O livro de Eclesiastes ou “Pregador”
de autoria do rei Salomão, escrito por volta de
935 a.C. se baseia da observação dos ciclos da
vida terrena e no término dela. Salomão vê de
forma pessimista a trajetória dos homens e
suas obras que perecem. Quando sugere algo
sobre o destino das almas, não tendo certeza
do que ocorre, limita-se a dizer que não sabe.
Salmos 23:4 João 10:27-28
Salmos 89:48 1 Tessalonicenses 4:13-14
Isaías 57:2 1 Timóteo 2:11
Eclesiastes 7:1
Eclesiastes 9:10 Tudo quanto te vier à mão para
fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no
além, (Sheol) para onde tu vais, não há obra, nem
projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.
Não ter conhecimento ou sabedoria no
além, não diz respeito à perda de capacidade de
pensamento, e sim que os projetos e obras não
fazem parte do mundo dos mortos.
Eclesiastes 9:5 Porque os vivos sabem que hão de
morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma,
nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua
memória (zeker - memorial) jaz no esquecimento.
6 Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para
sempre não têm eles parte em coisa alguma do que
se faz debaixo do sol.
O rei Salomão não diz que almas ficam
“desmemoriadas”, mas, que do ponto de vista
dos que estão debaixo do sol, (terra dos vivos)
aos poucos a lembrança e as obras dos que
morreram vão se apagando e que já não influem
Eclesiastes 2:16 Pois, tanto do sábio como do estulto,
a memória não durará para sempre; pois, passados
alguns dias, tudo cai no esquecimento. Ah! Morre o
sábio, e da mesma sorte, o estulto!
Jó 18:17 A sua memória desaparecerá da terra, e
pelas praças não terá nome.
Salomão não sabe dizer se alma sobe ou
desce, e vendo a semelhança na morte de um
homem e um animal, ele dramatiza, igualando
tudo no mesmo fim funesto e depreciativo.
Eclesiastes 3:19 Porque o que sucede aos filhos dos
homens sucede aos animais; o mesmo lhes sucede:
como morre um, assim morre o outro, todos têm o
mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o
homem sobre os animais; porque tudo é vaidade.
20 Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem
do pó e ao pó tornarão.
21 Quem sabe (?) se o fôlego de vida dos filhos dos
homens se dirige para cima e o dos animais para
baixo, para a terra?
Quem realmente sabe? Só aquele que é a
própria verdade encarnada, o Logos da Vida,
Jesus. O Senhor revelou o que antes era misté-
rio, e nas suas Palavras as almas vivem, estão
conscientes e lembram-se do mundo dos vivos.
(Lucas 16 - Parábola do rico e Lázaro).Refutan-
do os que não criam Jesus deu esse testemunho:
Lucas 20:38 Ora, Deus não é Deus de mortos, e
sim de vivos; porque para ele todos vivem.
Fratricídio - Crime de assassinato do próprio irmão.
Dissabores – Sentimento de tristeza, mágoas, desgostos.
Ambígua – Que tem mais de um significado ou sentido.
Funesto – Algo sinistro, desgraça, morte.
Aniquilação – Destruição total, extermínio.