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II.2.21 Capítulo de Livro LCCL 2023
II.2.21 Capítulo de Livro LCCL 2023
Cristina Pimentel
Professora Catedrática,
Paula Morão
Os livros antigos pagam libe-
ralmente a quem os atura. Não O volume que agora se publica é já o sexto
da série em que se reúnem ensaios e testemu- ou Os Clássicos em Estudos Clássicos, da
Faculdade de Letras
na Literatura
há velhice mais dadivosa e agra- nhos de autores em torno da pervivência dos clás- da Universidade de Lisboa
decida do que a deles. Sentam-se sicos gregos e latinos nas literaturas de língua por-
connosco à sombra de árvores, tuguesa (neste caso, obras e autores portugueses e
com o mesmo afecto das tardes processo de avaliação científica, mostram claramen-
estivas, embora o frio lhes esteja te a presença dos clássicos gregos e latinos desde os
RICARDO NOBRE
orvalhando os pergaminhos das quinhentistas e autores de seiscentos até ao século
Professor Auxiliar Convidado
capas. Óptimos amigos que nem X I X (podem ler-se dois artigos sobre obras de Camilo COORDENAÇÃO CIENTÍFICA
VOLUME VI
Presenças Clássicas
nas Literaturas de Língua Portuguesa
A LITERATURA CLÁSSICA
OU
OS CLÁSSICOS NA LITERATURA
VOLUME VI
Presenças Clássicas
nas Literaturas de Língua Portuguesa
Coordenação Científica
Cristina Pimentel e Paula Morão
Edição
Ricardo Nobre
Rui Carlos Fonseca
Joana Veiga
A LITERATURA CLÁSSICA OU OS CLÁSSICOS NA LITERATURA
PRESENÇAS CLÁSSICAS NAS LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA – VI
ENSAIOS
TESTEMUNHOS
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cronológico que desvie do escopo deste texto, evocamos o aval in-
quisitorial à publicação de Os Lusíadas (1572), de Luís de Camões.
Como se sabe, no século XVI, houve Inquisição em Portugal, a qual
estabelecia limites morais e religiosos às obras literárias a serem pu-
blicadas ou a circularem em território luso. Na sua avaliação, Frei
Bartolomeu Ferreira alerta que Camões
usa de uma ficção dos deuses dos gentios. […] Todavia, como
isto é poesia e fingimento e o autor, como poeta, não pretende
mais que ornar o estilo poético, não tivemos por inconveniente
ir esta fábula dos deuses na obra, conhecendo-a por tal e ficando
sempre salva a verdade de nossa Santa Fé, que todos os deuses
dos gentios são demônios. (in Camões 1572)
One important point that the distinction between story and dis-
course brings out is that we never see a story directly, but in-
stead always pick it up through the narrative discourse. The
story is always mediated – by a voice, a style of writing, camera
1
A definição encontra-se no verbete “narração” do Dicionário de Termos Literá-
rios de Massaud Moisés (2013: 324), mas o autor propõe, em seguida, que
“melhor fixar o vocábulo ‘narrativa’ para a denominação genérica”.
2
“O emprego da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos)
concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse ou daquele campo da
atividade humana. Esses enunciados refletem as condições específicas e as fi-
nalidades de cada referido campo não só por seu conteúdo (temático) e pelo
estilo da linguagem, ou seja, pela seleção dos recursos lexicais, fraseológicos
e gramaticais da língua, mas, acima de tudo, por sua construção composi-
cional. Todos esses três elementos – o conteúdo temático, o estilo, a constru-
ção composicional – estão indissoluvelmente ligados no conjunto do enun-
ciado e são igualmente determinados pela especificidade de um campo da
comunicação. Evidentemente, cada enunciado particular é individual, mas
cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis
de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso” (Bakhtin 2016:
11-12, grifos no original).
CARLOS GONTIJO ROSA
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angles, actors’ interpretations – so that what we call the story is
really something that we construct.
3
O esquematismo demonstrado na construção das narrativas dessa literatura
também ajuda na delimitação das intervenções que se faz nas narrativas mito-
lógicas por autores contemporâneos.
USOS E DESUSOS DA MITOLOGIA GREGA NA LITERATURA CONTEMPORÂNEA
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A grande mudança no mito de Calipso ocorre no último livro da
segunda saga, O sangue do Olimpo (2014). Nas últimas linhas do livro
(pp. 418-419), Leo retorna a Ogígia e resgata Calipso de seu cativeiro,
“corrompendo” completamente o mito grego e, também, aquilo que
foi estabelecido pelo próprio Riordan para o universo que cria.
Ainda outro exemplo, do longa-metragem de animação Hércu-
les (1997) surgiu o spin-off em série de desenho animado homô-
nima, entre 1998 e 1999, com 65 episódios de 24 minutos (dispo-
níveis no streaming Disney+). Captando apenas traços caracterís-
ticos gerais de personagens mitológicas e inserindo num contexto
híbrido que relê a era de bronze grega por uma lente atual, a pre-
missa do desenho é a de que os jovens Hércules, Cassandra e Ícaro
são colegas de classe numa escola. Por mais absurdas que possam
parecer as situações em que as personagens gregas são inseridas,
como a própria premissa, elas dificilmente perdem uma linha cen-
tral característica de personagem – e mesmo grande parte das situ-
ações é relida a partir de uma história mítica.
Ainda no mesmo sentido de uma leitura tangencial, mas com-
pletada pelo conhecimento da mitologia, é a narrativa desenvolvida
no filme Eternos (2021), que remonta às personagens criadas por
Jack Kirby para o Universo Marvel, cuja primeira aparição data de
1976. A ideia central da narrativa propõe uma inversão no uso da
mitologia: que as narrativas mitológicas seriam baseadas nessas
personagens. Por exemplo, o mito de Ícaro seria baseado no herói
Ikaris, cujos poderes incluem voar (e também lançar raios pelos
olhos, uma versão do Superman da concorrente DC); Gilgamesh
faz referência à mitologia suméria; Thena, em referência clara à
deusa Athena 4. As referências e releituras das diferentes culturas da
Antiguidade são constantes, e certo repertório é necessário para se
apreender o todo da história.
Por fim, outra forma de aproximação das narrativas contempo-
râneas com o mito grego é trazê-lo como referência indireta ou in-
fluência, quase uma metáfora dos acontecimentos ou de uma série
4
O diálogo, já no final do filme, entre o filho de Phastos e Thena: “– Papai disse
que você é a deusa Athena. / – Thena. Sem o A.” (Eternos, 2021).
USOS E DESUSOS DA MITOLOGIA GREGA NA LITERATURA CONTEMPORÂNEA
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direta ou indireta, mas sempre facilmente reconhecida, situando
o mito dentro de um formato sócio-cultural contemporâneo;
c) a construção de uma narrativa cujo contato com a mitologia se
dá por referenciação, perceptível a partir de uma leitura inter-
textual do texto de chegada. Diferente das anteriores, essa forma
não carece do conhecimento prévio da narrativa mitológica e
pode ser plenamente compreendida sem a referência mítica.
Patrícia Portela “errou” o nome do deus, inclusive por seu romance ter cariz mais
popular. Para maior entendimento da questão da nomenclatura de personagens
da mitologia grega, especialmente no âmbito de uma literatura não erudita,
sugerimos o episódio 2 do podcast Noites Gregas (https://noitesgregas.com.br),
“Precisamos falar sobre nomes”, capitaneado pelo Prof. Dr. Cláudio Moreno.
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É através de uma percepção especial do mundo, possibilitada
pela musa ao poeta, que ele compõe sua obra – assim como é a ins-
piração das musas para Homero, Virgílio ou Camões. Ainda mais
sutil é a referência ao tempo mítico, que ocorre já ao final da nar-
rativa, quando a autora utiliza a expressão “E ao mesmo tempo”
para repassar todos os acontecimentos da narrativa. Esse tempo
mítico é resgatado de um conhecimento geral como “aion”:
7
“Ele nada mais é do que uma fatura de serviços que é emitida por um(a) presta-
dor(a) de serviço independente, como autónomos, freelancers e trabalhadores
de forma geral, que não possuem um vínculo laboral com nenhuma empresa.
O Recibo Verde é uma alternativa ao Contrato de Trabalho comum e muito
utilizado por trabalhadores independentes, mantendo os descontos e algumas
regalias sociais” (Sonhar Portugal, 2021). Para além da explicação, um tanto
óbvio para o leitor português, chama a atenção o nome do site em que a in-
formação foi resgatada.
CARLOS GONTIJO ROSA
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Nesse ponto, a ideia da musa grega apenas ligeiramente toca a
construção da narrativa.
As informações desencontradas que Portela endereça a seu lei-
tor (apenas duas páginas antes, ela lidava com uma origem mítica
de Odília, como se verá a seguir) constituem o mundo da narrativa,
simulacro do funcionamento não linear e eivado de associações li-
vres feitas pelo cérebro: “Esse tipo de processamento [o pensa-
mento flexível] é não linear e pode produzir ideias que parecem
disparatadas, que não teriam surgido na progressão passo a passo
do pensamento analítico” (Mlodinow apud Machado 2018). As-
sim, a confusão engendrada por Portela a respeito de Odília ser
uma musa, uma das Musas ou ainda uma terceira via projeta-se
enquanto recurso narrativo completamente oferecido pelo texto
sobre o funcionamento “do cérebro de Patrícia Portela” enquanto
espaço accional da narrativa. A reconstrução da narrativa mitoló-
gica, portanto, é recurso composicional do texto, mas não carece
de ser conhecido para que se acompanhe a história.
8
Perceba-se que falamos de “mitos-fonte” e não de “textos-fonte”, pois mais va-
lem, para a construção empreendida por Patrícia Portela, os sentidos gerais
acomodados na cultura ocidental do que textos ou autores específicos. Tudo
isso se depreende do projeto discursivo perceptível no texto da autora.
USOS E DESUSOS DA MITOLOGIA GREGA NA LITERATURA CONTEMPORÂNEA
9 Inusual, mas não inexistente, como pode comprovar a obra A Odisseia de Pené-
lope, de Margaret Atwood (2005), e outras referências anglófonas presentes
apresentadas por Grafton, Most e Settis (2010: 699-700), uma vez que “Penel-
ope’s popularity in literature (and cinema) extends well beyond the ancient
world down to our own day” (Murgatroyd, Reeves and Parker 2017: 16).
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Querido Ulisses,
Escrevo-te esta carta mas não quero que me respondas.
Volta.
penélope (Portela 2007: 73)
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festa etc., ou arca com as suas despesas” (Aulete) e “sósia”, a “pessoa
extremamente parecida com outra, a ponto de ser confundida com
ela” (Aulete). No Aulete Digital, ambas as palavras são identificadas
com origem em seus “antr. lat. [antropônimos latinos]”. O mesmo
processo marca a trajetória de Penélope e de Odília na narrativa de
Portela, sendo inclusive acrescentado um verbete em nota para o
significado de “odília”:
Odília versus odília – a) derivação química, neurofísica e literá-
ria de ode, odeão, odínico, odisseia, odílico, odícios, odecíssio,
edílio, odelírios, odelírico, odor e odometria; b) com minúscula,
nome comum atribuído à classe das musas desempregadas ou
confusas; c) com maiúscula é nome próprio. (Portela 2007: 46,
grifo nosso)
Como qualquer odília, Odília não sabe voar, e por isso inspirou
os fazedores de mapas para que lhe dessem uma visão voadora
do seu labirinto (Portela 2007: 54)
10
Ligada à ideia do novelo ainda está a imagem de Penélope tricotando um ves-
tido para Odília: “Penélope segue-a, tricotando ao mesmo tempo […] Odília
está presa ao novelo que Penélope continua a tricotar” (Portela 2007: 58) e na
já citada “Penélope, do outro lado da história, suspira, e recomeça a tricotar um
novo vestido para uma nova Odília” (Portela 2007: 73).
CARLOS GONTIJO ROSA
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e sem aparente razão levanta-se e parte à procura do princípio
do labirinto que está tão longe como o princípio da sua própria
memória. (Portela 2007: 76)
afins” (Portela 2007: 53), cujas linhas desenham vagares sobre o es- 355
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paço, seriam as imagens do cérebro de Patrícia Portela projetadas
sobre uma Lisboa? Ou, ao contrário, seria a Lisboa olissiponense,
com seus cacilheiros, eléctricos, metros, sua “Rua da Beneficência,
n.º 14, 2.º esq.” (Portela 2007: 24, 54), sua posição “ao pé do mar”,
que teriam invadido (com ou sem Odília) o cérebro de Patrícia Por-
tela e se imposto enquanto espaço em que vive a autora e, portanto,
espaço em que vive a musa que a inspira (ou confunde)?
No entrelaçamento de uma cidade que se demanda como es-
paço e de uma autora que requisita esse espaço, está a reconstrução
ficcional de uma Lisboa que é reconhecível e, ao mesmo tempo,
outra – construção do imaginário convertida em espaço mítico de
existência das musas da narrativa. Este processo de conversão do
espaço (real, fictício, imaginário) em espaço mítico é descrito na
seguinte passagem: “Quando se cansam de esperar que a inspiração
lhes apareça, partem à procura. Deixam sempre rasto por onde pas-
sam, transformando as cidades e os caminhos em labirintos mino-
táuricos” (Portela 2007: 46).
A existência de Odília nos espaços que atravessa descola-nos de
seus aspectos reais, sem que percam sua ligação com a materiali-
dade a partir da qual esses novos espaços míticos foram concebi-
dos. Toda a fantasia parte de pontos de conexão com o real para
expandi-lo e extrapolá-lo: nesta narrativa, é Lisboa quem ganha
nova projeção. A cidade se expande, ganha o tamanho do mundo
pelos pés (ou pela simples existência) de Odília, como descreve
Portela mais adiante (2007: 54):
O que Odília não sabe é que o seu vestido se prendeu num prego
enferrujado do soalho da recepção da Rua da Beneficência,
n.º 14, 2.º esquerdo, mesmo antes de sair porta fora. E enquanto
ela andava andava andava andava corria corria corria corria por
todas as cidades do mundo, o seu vestido desfazia-se lenta-
mente em labirintos brancos atrás de si.
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