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História de Ciência e Tecnologia –Ensino a Distância 20

As necessidades do comércio levaram aos Egípcios a aperfeiçoar as


técnicas de construção naval. Para os astrónomos Babilónios, o
aparecimento da lua nova significava o início do novo mês.
Posteriormente, afim de ajustar o ano lunar com o aparecimento do
Sírio no horizonte, os astrónomos reuniam cinco dias ao ano.
Assim, propunham, mas sem êxito, a adição de um dia, em cada
quatro anos, para o ano concordar com mais um ciclo solar.

Os Egípcios destacaram-se também na escultura, pintura e


arquitectura. Na arquitectura, eles aplicaram os seus conhecimentos
Matemáticos (Geometria) na extracção, transporte e colocação de
enormes blocos de pedras para a construção de templos, pirâmides,
esfinges, símbolos religiosos e do poder do Faraó.

As colossais pirâmides Egípcias - uma das maravilhas do mundo


antigo - cuja construção é iniciada 2.500 anos a.C., indica a
necessidade do saber Matemático pois abarca medições de
superfície, volumes, o cálculo de áreas e a resolução de equações
simples do primeiro grau.

Afirma-se que os Egípcios dominavam o chamado Teorema de


Pitágoras no traçado de linhas perpendiculares, nas construções e
medições de terrenos. Os Babilónios e os Egípcios desenvolveram-
se nos vales dos grandes rios e o êxito na programação de estações
para o plantio e colheita de seus produtos agrícolas, constituía uma
necessidade social básica. Homens de reflexão especulativa,
associavam problemas do estado com o movimento ou variação dos
astros sobre suas cabeças.

Sumário
Os Egípcios desenvolveram a Matemática, aplicando-a à resolução
de problemas da vida diária.
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História de Ciência e Tecnologia –Ensino a Distância 21

As necessidades do comércio levou os Egípcios a aperfeiçoar as


técnicas de construção naval, tendo-se destacado também na
escultura, pintura e arquitectura.

Exercícios:
Procure agora avaliar as matérias tratadas na aula sobre a ciência
dos egípcios, realizando as seguintes actividades:

Auto-avaliação 1. Identifique no texto as contribuições que os egípcios deram


na ciência e na técnica.

2. A Matemática foi uma das áreas em que os egípcios se


destacaram. Encontre, no texto, algumas evidências que
provam esta afirmação.
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História de Ciência e Tecnologia –Ensino a Distância 22

Lição n°3:
Grécia Antiga
Introdução

Depois de estudar a ciência do Egipto Antigo, nesta terceira lição


da unidade, vamo-nos debruçar sobre uma das contribuições mais
importantes registadas no desenvolvimento da ciência e da técnica,
e que é muito referida na literatura científica: a da Grécia Antiga.

Ao completar esta lição, você deverá ser capaz de:

 Explicar a contribuição da Grécia Antiga na ciência e na


Objectivos
técnica;

A cultura da Grécia Antiga é considerada a base da cultura da


civilização ocidental. Ela exerceu poderosa influência sobre os
romanos, que se encarregaram de repassá-la para as diversas partes
da Europa. A civilização grega antiga teve influência na linguagem,
na política, no sistema educacional, na filosofia, na ciência, na
tecnologia, na arte e na arquitectura moderna, particularmente
durante a Renascença da Europa ocidental e durante os séculos
XVIII e XIX, na Europa e América. Por exemplo, conceitos como
cidadania e democracia são gregos, ou pelo menos de pleno
desenvolvimento na mão dos gregos.

Note-se que a área ocupada pela antiga civilização grega não se


identifica completamente com a área da Grécia contemporânea.
Além disso, não existiu um estado politicamente unificado entre os
Gregos antigos.
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História de Ciência e Tecnologia –Ensino a Distância 23

São muito poucos os documentos que permitem refazer a pré-


história da Ásia Menor. Sabe-se que os Aqueus, vindos da Ásia por
volta do 2.º milénio antes da nossa era, foram povoar a península
helénica. Cerca de 1180, perseguidos pelos Dórios, fogiram para a
Ásia Menor com os Jónios e os Eólios, e fundaram cidades gregas.
Fócida, Clazómenas, Téos, Eritreia, Quíos, Lébedos, Cólofon,
Éfeso, Samos, Mionte, Mileto e Esmira são, com Naxos e Lesbos,
as cidades principais. Apertadas entre o mar e os Bárbaros, estavam
sob permanente ameaça dos Medos e mais tarde dos Persas,
enquanto os Gregos da Hélade e da Sicília tinham de se haver com
os Cartagineses.

As cidades jónicas estiveram em contacto com a civilização grega,


de que provinham, e ainda com povos que, através da guerra ou do
comércio, tinham relações com o Oriente. Por essa razão podia-se,
com pertinência, levantar o problema de saber se as filosofias pré-
socráticas não deveriam o melhor de si a ideias provenientes do
Oriente. Pensou-se que tais influências podiam enraizar numa
época muito antiga, quando a Grécia recebeu da Ásia os Aqueus, a
quem a língua e mitologia gregas deveriam a substância.

Por outro lado, das relações dos colonos gregos da Ásia Menor com
o Oriente e com os Egípcios teriam surgido a escrita, o cálculo e a
astronomia. Os orientais procuraram antes de mais fazer acreditar a
ideia de que os gregos lhes deviam tudo. Por exemplo, existem
sobre o assunto romances históricos de um sacerdote egípcio do
século III d.C., Manéton, que escrevia em grego e para os gregos, e
de um sacerdote caldeu, Berosso, que escrevia para o mesmo
público.

Os sacerdotes egípcios pretenderam igualmente fazer do Egipto o


berço da civilização Ocidental. No século V. a. C., Heródoto
afirma, no livro II das Histórias, consagrado ao Egipto, que a
religião grega proveio do Egipto. Ora, Heródoto não sabe ler as
inscrições nem os papiros e fia-se na tradição popular, sem se pôr o
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História de Ciência e Tecnologia –Ensino a Distância 24

problema das fontes. Os próprios Gregos exageraram, sobretudo


quando começaram a duvidar da sua própria força e esperaram a
salvação de uma revelação vinda de algures.

A ideia da origem oriental do pensamento grego será muito


desenvolvida pelos neopitagóricos e pelos últimos neoplatónicos.
Que pretendem, então, estas tradições tardias e suspeitas?
Enumeremos algumas de suas teses. Segundo Plutarco e Jâmblico,
Tales de Mileto seria de origem fenícia, teria viajado pela Ásia e
recebido as suas ideias dos sacerdotes egípcios. Isócrates fala-nos
de viagens de Pitágoras ao Egipto e afirma que teria edificado a sua
filosofia sobre tradições orientais. Heraclito ter-se-ia inspirado nos
Egípcios e nos Persas, mais particularmente em Zoroastro. Segundo
Possidónio, os atomistas gregos deveriam tudo a um fenício de
nome Mochoss que vivera antes da guerra de Tróia. Aristóxenes,
autor de uma vida de Sócrates repleta de falsidades, afirma que
Sócrates teria recebido a sua doutrina de um viajante indiano que
aportara em Atenas. Quanto a Pirro, teria encontrado os
gimnosofistas por ocasião de uma viagem às Índias.

De origem grega, a palavra filosofia significa amor à sabedoria.


Desde a Antiguidade, a surpresa e o espanto perante o mundo
levam o homem a formular questões sobre a origem e a razão do
Universo e a buscar o sentido da própria existência. Todos os
aspectos da cultura humana podem ser objecto de reflexão. A
questão central de cada corrente filosófica está inserida na estrutura
económica, social e política de determinado momento histórico.

A palavra filosofia é utilizada pela primeira vez por Pitágoras, por


volta do século VI a.C., quando se dá a passagem do mundo mítico
para a consciência racional. Nessa época surgem os primeiros
sábios (sophos, em grego), principalmente nas cidades jónicas que
estabeleceram relações comerciais com o Oriente.
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História de Ciência e Tecnologia –Ensino a Distância 25

Sumário
A cultura da Grécia Antiga é considerada a base da cultura da
civilização ocidental, tendo exercido poderosa influência sobre os
romanos, que se encarregaram de repassá-la a diversas partes da
Europa.

Os orientais difundem a ideia de que a origem do pensamento


grego é sua.

A palavra filosofia é utilizada pela primeira vez por Pitágoras,


quando se dá a passagem do mundo mítico para a consciência
racional, numa altura em que nas cidades jónicas que estabeleceram
relações comerciais com o Oriente, surgiam os primeiros sábios
(sophos, em grego).

Exercícios
Apresentamos, a seguir, as seguintes actividades para a sua auto-
avaliação:

Auto-avaliação 1. Há quem se recusava atribuir aos filósofos gregos a


originalidade das suas doutrinas filosóficas, procurando
transmitir a ideia de que elas se deviam a outros povos.

a) Quais são esses povos a quem se atribuía a originalidade


das ideias filosóficas da Grécia Antiga?

b) Apoiando-se no texto, indique os argumentos que eram


usados para tentar sustentar a ideia da origem não grega
dos pensamentos filosóficos.
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História de Ciência e Tecnologia –Ensino a Distância 26

Lição n°4:
Filosofia pré-socrática
Introdução

Tal como foi referido na lição anterior, pode-se levantar o


problema sobre se a origem das filosofias gregas não deveriam o
melhor de si a ideias provenientes do Oriente e de outros povos
que, através da guerra ou do comércio, haviam tido relações com o
Oriente.

Nesta lição, vamos abordar a influência do desenvolvimento da


tecnologia, principalmente da navegação, na interacção entre
diferentes povos e, particularmente, na evolução da ciência e da
filosofia.

Ao completar esta lição, você deverá ser capaz de:

 Explicar a influência do desenvolvimento da tecnologia de


navegação, na evolução da ciência e da filosofia;
Objectivos
 Descrever o papel dos pré-socráticos na história da ciência;

 Explicar os pensamentos filosóficos dos pré-socráticos.

A evolução da ciência e filosofia ganhou espaço ao se desenvolver


a tecnologia da navegação e o consequente contacto dos gregos
com o Egipto e logo também com os fenícios. Depois que os persas
tomaram Babilónia e o Egipto, bem como os gregos, em 548 a.C., a
Jónia, possibilitou-se o geral deslocamento dos viajantes, inclusive
dos sábios gregos por todo o Oriente Médio, com a consequente
prosperidade do saber.

Os pré-socráticos são os filósofos anteriores a Sócrates que


viveram na Grécia por volta do século VI a.C., considerados os
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História de Ciência e Tecnologia –Ensino a Distância 27

criadores da filosofia ocidental. Essa fase, que corresponde à época


de formação da civilização helénica, caracteriza-se pela
preocupação pela natureza e o cosmo. Ela inaugura uma
mentalidade baseada na razão e não mais no sobrenatural e na
tradição mítica. As escolas jónicas, eleáticas, atomista e pitagórica
são as principais do período.

Os filósofos da Jónia, como Tales de Mileto, Anaximandro,


Anaxímenes e Heraclito, procuram explicar o mundo pelo
desenvolvimento de uma natureza comum a todas as coisas e em
eterno movimento. Heraclito afirma a estrutura contraditória e
dinâmica do real. Para ele, tudo está em constante modificação. Daí
a sua frase, "Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio", já que
nem o rio nem quem nele se banha são os mesmos em dois
momentos diferentes da existência. Os pensadores de Eléa, como
Parménides e Anaxágoras, ao contrário, dizem que o ser é unidade
e imobilidade e que a mutação não passa de aparência. Para
Parménides, o ser é ainda completo, eterno e perfeito.

A tendência dos primeiros filósofos pré-socráticos, foi o monismo


notadamente dos jónios e dos eleatas, com excepção dos
pitagóricos, que eram dualistas. Os pré-socráticos monistas
fizeram da matéria a totalidade do ser, dotada, todavia, de vida e
inteligência. Outros foram mais metafísicos, como os monistas da
Escola Eleática (Parménides). Todos tinham a mesma visão na
eliminação da fantasia mitológica, a qual agora empresta apenas
imagens ao pensamento.

Os primeiros pré-socráticos foram os da Escola Jónica, dividida em


Escola Jónica Antiga (Tales, Anaximandro e Anaxímenes) e Escola
Jónica Nova (Heraclito, Empédocles, Anaxágoras). Eles ocuparam-
se apenas do elemento primordial da constituição de todas as
coisas, sem muito se preocuparem com as causas das
transformações:
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História de Ciência e Tecnologia –Ensino a Distância 28

• para Tales, o elemento primitivo era a água, que disse ser


divina;

• para Anaximandro, era o indefinido;

• para Anaxímenes, era o ar;

• Heraclito propôs o fogo como elemento primordial;

• Anaxágoras estabeleceu a noção das homeomerias em


número infinito, dentre as quais uma era a inteligência, com
as características divinas, porque tudo ordena;

• Empédocles admitia 4 elementos (fogo, ar, água e terra).

Sumário
A prosperidade do saber ganhou espaço com o desenvolvimento da
tecnologia da navegação, possibilitando o geral deslocamento dos
viajantes, inclusive dos sábios gregos por todo o Oriente Médio.

Por volta do século VI a.C., surgem os primeiros filósofos pré-


socráticos que viveram na Grécia, considerados os criadores da
filosofia ocidental, inaugurando uma época caracterizada por uma
mentalidade baseada na razão e não mais no sobrenatural e na
tradição mítica.

A tendência desses filósofos foi o monismo, com excepção dos


pitagóricos, que eram dualistas.
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História de Ciência e Tecnologia –Ensino a Distância 29

Exercícios:
1. De que modo o desenvolvimento da tecnologia permitiu o
progresso da ciência no período pré-socrático?

Auto-avaliação 2. Os filósofos pré-socráticos são considerados criadores da


filosofia ocidental.

a) Quais são precursores da era pré-socrática?

b) Qual era a base filosófica do seu pensamento?

3. O texto refere que os primeiros filósofos pré-socráticos


tinham tendências para o monismo. Comente esta afirmação

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