A Hipertrofia Cardiaca Na Hipertensao Arterial Sis

Você também pode gostar

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 6

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/255657019

A hipertrofia cardíaca na hipertensão arterial sistêmica: mecanismo


compensatório e desencadeante de insuficiência cardíaca

Article · January 2001

CITATIONS READS

9 2,852

1 author:

Benedito Carlos Maciel


University of São Paulo
219 PUBLICATIONS 4,326 CITATIONS

SEE PROFILE

All content following this page was uploaded by Benedito Carlos Maciel on 09 July 2018.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


409

A hipertrofia cardíaca na hipertensão arterial


sistêmica: mecanismo compensatório e
desencadeante de insuficiência cardíaca
Benedito Carlos Maciel

Resumo vez que a mortalidade anual de pacientes com insuficiência


cardíaca dependente exclusivamente de disfunção dias-
A insuficiência cardíaca pode ocorrer na história natu- tólica varia entre 9% e 28%, o que corresponde, apro-
ral de pacientes com hipertensão, como resultado da atua- ximadamente, à metade da mortalidade atribuível à insu-
ção de um amplo conjunto de mecanismos adaptativos ficiência cardíaca sistólica. A doppler ecocardiografia
desencadeados pelo aumento persistente da pós-carga constitui a técnica diagnóstica não-invasiva que reúne
ventricular, resultando em disfunção diastólica ou sistólica. melhores qualificações para identificar o envolvimento
Sua ocorrência tem um impacto clínico substancial, uma cardíaco em pacientes com hipertensão arterial sistêmica.

Palavras-chave: Hipertensão; Ecocardiografia; Insuficiência cardíaca; Disfunção sistólica; Disfunção diastólica.

Recebido: 01/10/01 – Aceito: 26/11/01 Rev Bras Hipertens 8: 409-13, 2001

Aspectos epidemiológicos cia cardíaca, sendo associada a 39% A importância clínica do problema
do risco atribuível no homem e 59% pode ser dimensionada quando se con-
A hipertensão arterial sistêmica na mulher4, determinando, compa- sidera que, nos Estados Unidos, a
constitui-se em um fator de risco rativamente a uma população de hipertensão arterial sistêmica é res-
importante para mortalidade e indivíduos normotensos, um risco ponsável por 42% de todos os atendi-
morbidade cardiovascular. Um relativo duas vezes maior no homem mentos ambulatoriais clínicos, enquan-
conjunto bastante consistente de e três vezes maior na mulher4. Ao to a cardiopatia hipertensiva responde
evidências epidemiológicas1-3 indica mesmo tempo, existem evidências por mais 5% dos atendimentos8. Além
que a hipertensão representa a causa inequívocas de que a ocorrência de disso, estudos relativos à história
mais freqüente de insuficiência hipertrofia ventricular esquerda em natural dessa condição clínica indicam
cardíaca. Em um amplo estudo, que pacientes com hipertensão arterial que, pelo menos, 50% dos pacientes
acompanhou mais de 5 mil pacientes sistêmica representa um preditor de hipertensos não-tratados desenvolvem
durante 14 anos, a hipertensão foi o risco para eventos cardiovasculares, insuficiência cardíaca3. Esses números
mais importante fator de risco isolado independentemente dos níveis de tornam-se ainda mais relevantes quan-
para o desenvolvimento de insuficiên- pressão arterial e da idade5-7. do se leva em conta que apenas 29%

Correspondência:
Benedito Carlos Maciel
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP
Campus Universitário – Monte Alegre
CEP 14048-900 – Ribeirão Preto, SP
Divisão de Cardiologia – Hospital das Clínicas

Maciel BC Rev Bras Hipertens vol 8(4): outubro/dezembro de 2001


410

dos pacientes com hipertensão arterial, resulta na estimulação do outro. Em hipertensos13,14. Admite-se que esse
nos Estados Unidos, estão conscientes conjunto, esses mecanismos (Figura 1) seja o mecanismo básico que determi-
dessa condição e são adequadamente promovem estabilidade funcional do na a ocorrência de isquemia silenciosa
tratados9. miocárdio durante um certo período e de angina microvascular em pacien-
de tempo. Entretanto, na dependência tes com hipertensão arterial sistêmi-
da magnitude de sua estimulação, eles ca12, particularmente quando não se
Aspectos fisiopatológicos apresentam efeitos secundários que, a documenta uma lesão obstrutiva em
longo prazo, se mostram extremamen- artérias coronárias epicárdicas.
A sobrecarga mecânica imposta
te adversos. O aumento excessivo da Mais recentemente, tem sido docu-
cronicamente ao coração pela hiperten-
pós-carga ventricular decorrente da vaso- mentado, tanto experimental como
são arterial sistêmica determina uma
constricção periférica, bem como a clinicamente, que a disfunção endote-
adaptação miocárdica que resulta em
elevação da freqüência cardíaca, lial contribui significativamente para a
aumento da massa ventricular. Esse au-
promovem aumento do consumo de doença vascular associada à hiperten-
mento persistente da pós-carga ven-
oxigênio miocárdico e do trabalho são12. A síntese de óxido nítrico e de
tricular determina expansão da massa
cardíaco, além de contribuir para redu- seu precursor , a L-arginina, pelo endo-
mitocondrial, multiplicação em
ção do fluxo sanguíneo miocárdico. Os télio vascular coronariano e pelo
paralelo do número de miofibrilas,
efeitos tóxicos das catecolaminas sobre endotélio dos miócitos, encontra-se
com conseqüente aumento da espessu-
o coração aumentam o risco de arritmias reduzida em hipertensos15. Como me-
ra individual dos miócitos, aumento de
cardíacas e de morte súbita8,11. canismos subjacentes, têm-se acumu-
deposição da matriz extracelular e
O fluxo coronariano em condições lado indícios de que exista um defeito
redução do estresse parietal, tal como
de repouso pode ser normal em pa- no gene da óxido nítrico sintetase, bem
previsto na lei de Laplace8,10. Essas
cientes com hipertensão arterial como aumento da participação loca-
alterações poderiam, presumivel-
mente, disponibilizar uma maior oferta sistêmica, mesmo na presença de lizada do sistema renina-angiotensina
de fosfatos de alta energia para suprir intensa hipertrofia ventricular esquer- ou redução da atividade do sistema
as necessidades da célula hipertrofia- da12. Não obstante, documenta-se uma bradicinina-cinina12. Em conjunto,
da, enquanto o aumento da espessura importante elevação da resistência esses mecanismos atuam no sentido
da parede ventricular manteria o es- vascular sistêmica total, que é compar- de prejudicar ainda mais a hemodinâ-
tresse sistólico dentro de limites nor- tilhada pela circulação coronariana. mica intracoronariana e, conseqüen-
mais. Enquanto, por um lado, esses Assim, quando o fluxo coronariano é temente, a reserva de fluxo coro-
mecanismos adaptativos tendem a medido em condições de estimulação nariano.
manter e preservar a função sistólica fisiológica ou farmacológica determi- Outros elementos fisiopatológicos
global do coração, pelo menos durante nante de vasodilatação coronariana adicionais importantes associados à hi-
uma fase da história natural da doença, máxima, verifica-se que a reserva de pertrofia ventricular que ocorre na hiper-
ao mesmo tempo é possível documen- fluxo coronariano está reduzida tensão arterial sistêmica são a de-
tar uma redução na contratilidade de significativamente em pacientes posição de colágeno e a fibrose ven-
fibras miocárdicas isoladas, denotando
alterações na expressão gênica de
proteínas contráteis8,11.
Concomitantemente, são ativados
mecanismos adaptativos neuro-
humorais que resultam em aumento
da estimulação adrenérgica do co-
ração, com efeitos sobre a freqüência
cardíaca e a contratilidade miocár-
dica, bem como em ativação do
sistema renina-angiotensina-aldoste-
rona, resultando em expansão de
volume e aumento da sobrecarga
imposta ao coração8,11. Esses sistemas
apresentam elevado grau de interação,
de modo que a ativação de um deles Figura 1 – Mecanismos adaptativos à hipertensão arterial sistêmica.

Maciel BC Rev Bras Hipertens vol 8(4): outubro/dezembro de 2001


411

tricular16, fatores que concorrem no da complacência ventricular esquerda, ponde, aproximadamente, à metade
sentido de piorar o desempenho mecanismo básico da restrição ao da mortalidade atribuível à insuficiên-
sistólico e diastólico do ventrículo enchimento ventricular, é determinada cia cardíaca sistólica20-21.
esquerdo e que, desse modo, influen- pela magnitude da hipertrofia, bem
ciam o desenvolvimento de insuficiên- como pelo grau de deposição de colá-
cia cardíaca em pacientes hipertensos. geno na parede vascular e no endo- Aspectos diagnósticos
A participação desses mecanismos cárdio ventricular. Adicionalmente, ela
A identificação da ocorrência de
pode ser incrementada por fatores pode também ser influenciada pelo
hipertrofia ventricular esquerda em
extrínsecos como a ingestão excessiva aumento da resistência vascular coro-
pacientes com hipertensão arterial
de sal da dieta12. nariana e pela reduzida reserva co-
sistêmica é componente fundamental
Em conjunto, esses mecanismos ronariana18. A importância clínica da
da abordagem clínica desses pacien-
adaptativos (Figura 2) à excessiva disfunção diastólica não pode ser
tes. Do mesmo modo, é fundamental
sobrecarga mecânica imposta ao minimizada, especialmente quando se
a caracterização clínica do grau de
coração acabam, a longo prazo, considera que entre 30% e 50% dos
envolvimento ventricular, expresso
determinando efeitos deletérios que pacientes em insuficiência cardíaca
pela avaliação das funções sistólica e
culminam em disfunção sistólica apresentam fração de ejeção normal
diastólica do ventrículo esquerdo. A
ventricular esquerda e manifestações ou quase normal19.
doppler ecocardiografia constitui a
de insuficiência cardíaca. A deterio- Em síntese, a insuficiência cardíaca
técnica diagnóstica não-invasiva que
ração da função sistólica ventricular pode ocorrer na história natural de
reúne melhores qualificações para
na hipertensão pode, em parte, estar pacientes com hipertensão, como
identificar o envolvimento cardíaco
associada também à ocorrência de resultado da atuação de um amplo
em pacientes com hipertensão arterial
destruição celular por necrose ou conjunto de mecanismos adaptativos sistêmica22. Essa metodologia per-
apoptose17, ainda que a importância desencadeados pelo aumento persis- mite: 1) identificar e quantificar a
clínica desse mecanismo não esteja tente da pós-carga ventricular, hipertrofia ventricular, com base na
ainda estabelecida. Mais recente- resultando em disfunção diastólica ou medida da espessura das paredes
mente, contudo, vem sendo reconhe- sistólica. Sua ocorrência tem um ventriculares e da massa ventricular;
cida a importância da disfunção impacto clínico substancial, uma vez 2) caracterizar o padrão geométrico
diastólica, que ocorre precocemente que a mortalidade anual de pacientes ventricular, a partir da relação entre
na história natural da hipertensão com insuficiência cardíaca dependente a massa ventricular e a espessura re-
arterial, como causa de insuficiência exclusivamente de disfunção diastólica lativa das paredes; 3) avaliar a função
cardíaca em hipertensos12. A redução varia entre 9% e 28%, o que corres- sistólica ventricular, utilizando
diferentes índices de desempenho
sistólico e 4) avaliar a função dias-
tólica ventricular, com base na análise
das velocidades de enchimento
ventricular, do fluxo em veias pul-
monares ou na mobilidade do anel
valvar mitral.
A avaliação quantitativa da massa
ventricular esquerda, estimada pela
ecocardiografia, quando cotejada com
a espessura relativa da parede ven-
tricular (2 x espessura diastólica da
parede posterior do VE/dimensão
diastólica do VE), permite caracterizar
três tipos de padrão geométrico
ventricular anormais (Figura 3) em
pacientes hipertensos23: a) hipertrofia
concêntrica (aumento da massa do
Figura 2 – Mecanismos desencadeantes de insuficiência cardíaca no paciente VE associada a aumento da espessura
hipertenso. relativa da parede ventricular); b) hi-

Maciel BC Rev Bras Hipertens vol 8(4): outubro/dezembro de 2001


412

elevada e níveis reduzidos de volemia e


débito cardíaco. Em diferentes estudos
relatados na literatura, em pacientes
com hipertensão arterial sistêmica,
documenta-se padrão geométrico
ventricular normal entre 52% e 76%
dos pacientes, enquanto 8% a 11,5%
mostram hipertrofia concêntrica, 8% a
27% apresentam hipertrofia excêntrica
e 8% a 13,4% mostram o padrão de
remodelamento concêntrico do ven-
trículo22-24. A caracterização desse
padrão geométrico ventricular aliada à
quantificação da função sistólica
ventricular esquerda, do débito cardíaco
Figura 3 – Padrão geométrico ventricular esquerdo em pacientes com hipertensão e da resistência vascular sistêmica,
arterial sistêmica. obtidos por meio da doppler ecocardio-
grafia, tornam possível estabelecer o
pertrofia excêntrica (aumento da mas- inclusive parecem apresentar pior perfil hemodinâmico de cada paciente
sa do VE em associação a espessura prognóstico a longo prazo6, geralmente hipertenso. A partir dessas informações,
relativa de parede ventricular normal) apresentam níveis mais elevados e seria possível vislumbrar implicações
e c) remodelamento concêntrico resistência vascular sistêmica en- para a indicação de tratamento far-
(massa ventricular esquerda normal quanto mantêm o débito cardíaco macológico nesses pacientes. Infeliz-
associada a aumento da espessura normal. Naqueles com hipertrofia mente, até o presente, estudos clínicos
relativa da parede ventricular). Todas excêntrica, documenta-se resistência envolvendo terapêutica farmacológica
essas formas de adaptação ventricular vascular sistêmica normal ou reduzida não têm considerado adequadamente
podem ocorrer em pacientes hi- em associação a volume sanguíneo e esses fatores, de modo que a avaliação
pertensos e, de algum modo, expres- débito cardíaco elevados. Por outro da efetiva importância da caracteri-
sam diferentes formas de sobrecarga lado, em pacientes com padrão de zação geométrica ventricular na indi-
hemodinâmica23. Assim, pacientes remodelamento concêntrico, asso- cação terapêutica permanece por ser
com hipertrofia concêntrica, que ciam-se resistência vascular periférica estabelecida25.

Abstract increase left ventricular afterload, causing systolic or


diastolic dysfunction. Diastolic heart failure is associated
The cardiac hypertrophy in systemic arterial to 9% 28% annual mortality, while the mortality related
hypertension: compensatory and heart failure to systolic heart failure is approximately twice that rate.
triggering mechanism Doppler echocardiography is the most adequate non-
Heart failure may occur in the natural history of invasive diagnostic technique to identify cardiac
systemic arterial hypertension as a consequence of a involvement in patients with systemic arterial
number of adaptative mechanisms elicited by a persistent hypertension.

Keywords: Hypertension; Echocardiography; Heart failure; Diastolic dysfunction; Systolic dysfunction.

Rev Bras Hipertens 8: 409-13, 2001

Maciel BC Rev Bras Hipertens vol 8(4): outubro/dezembro de 2001


413

Referências 9. Burt VL, Culter JA, Higgins M et al.


Trends in the prevalence, awareness,
Mechanisms of Disease. Franklin H.
Epstein. The New England Journal of
treatment, and control of hypertension in Medicine 341(17): 1276-83, 1999.
1. McKee PA, Castelli WP, McNamara the adult US population: data from the
OM, Kannel WB. The natural history of 18. Weber KT. Extracellular matrix remodeling
health examination surveys, 1960 to
congestive heart failure: the Framingham in heart failure: a role for de novo
1991. Hypertension 26: 60-9, 1995.
Heart Study. N Engl J Med 285: 1441- angiotensin II generation. Circulation 96:
[Erratum, Hypertension 27: 1192, 1996.]
46, 1971. 4065-82, 1997.
10. Swynghedauw B. Molecular mechanisms
2. Vasan RS, Levy D. The role of hipertension 19. Vasan RS, Benjamin EJ. Diastolic heart
of myocardial remodeling. Physiological
in the pathogenesis of heart failure: a clinical failure – No time to relax. The New England
Reviews 79(1): 215-27, 1999.
mechanistic overview. Arch Intern Med Journal of Medicine 344(1): 56-9, 2001.
156: 1789-96, 1996. 11. Collucci WS, Braunwald E.
20. Vasan RS, Larson MG, Benjamin EJ,
Pathophysiology of heart failure. In:
3. Himmelmann A. Hypertension: an Evans JC, Reiss CK, Levy D. Congestive
Braunwald E, Zipes DP, Library P. 6th
important precursor of heart failure. 1: heart failure in subjects with normal
edition, pg. 503.
Blood Press 8(5-6): 253-60, 1999. versus reduced left ventricular ejection
12. Frohlich ED. Risk mechanisms in fraction: prevalence and mortality in a
4. Levy D, Larson MG, Ramachandran SV, hypertensive heart disease. Hypertension population-based cohort. J Am Coll
Kannel W, Kalon KL, Ho MD. The 34(part 2): 782-9, 1999. Cardiol 33: 1948-55, 1999.
progression from hypertension to
congestive heart failure. JAMA 275: 1557- 13. Kozàková M, Galetta F, Gregorini L, Bigalli 21. Pernenkil R, Vinson JM, Shah AS,
62, 1996. G, Franzoni F, Giusti C, Palombo C. Beckham V, Wittenberg C, Rich MW.
Coronary vasodilator capacity and epicardial Course and prognosis in patients > or =
5. Casale PN, Devereux RB, Milner M, vessel remodeling in physiological and 70 years of age with congestive heart
Zullo G, Harshfield GA, Pickering TG. hypertensive hypertrophy. Hypertension 36: failure and normal versus abnormal left
Value of echocardiographic measurement 343-9, 2000. ventricular ejection fraction. Am J
of left ventricular mass in predicting Cardiol 79: 216-9, 1997.
cardiovascular morbid events in 14. Schwartzkopff B, Motz W, Frenzel
hypertensive men. Ann Intern Med 105: H,Vogt M, Knauer S, Strauer BE. 22. Maciel BC. O Doppler ecocardiograma
173-8, 1986. Structural and functional alterations of na hipertensão arterial sistêmica.
the intramyocardial coronary arterioles HiperAtivo 1: 30-6, 1996.
6. Koren MJ, Devereux RB, Casale PN, in patients with arterial hypertension.
Savage DD, Laragh JH. Relation of left 23. Ganau A, Devereux RB, Roman MJ, de
Circulation 88: 993-1003, 1993.
ventricular mass and geometry to morbidity Simone G, Pickering TG, Saba OS.
and mortality in uncomplicated essential 15. Zeiher AM, Drexler H, Saurbier B, Just Patterns of left ventricular hypertrophy
hypertension. Ann Intern Med 114: 345- H. Endothelium-mediated coronary blood and geometric remodeling in essential
52, 1991. flow modulation in humans: effects of age, hypertension. J Am Coll Cardiol 19:
atherosclerosis, hypercholesterolemia, 1550-58, 1992.
7. Levy D, Garrison RJ, Savage DD, Kannel
and hypertension. J Clin Invest 92: 652-
WB, Castelli WP. Prognostic implications 24. Koren MJ, Devereux RB, Casale PN,
62, 1993.
of echocardiographically determined left Savage DD, Laragh JH. Relation of left
ventricular mass in the Framingham 16. Rossi MA. Pathologic fibrosis and ventricular mass and geometry to morbidity
Heart Study. N Engl J Med 322: 1561- connective tissue matrix in left ventricular and mortality in uncomplicated essential
66, 1990. hypertrophy due to chronic arterial hypertension. Ann Intern Med 114: 345-
hypertension in humans. J Hypertens 16: 52, 1991.
8. Bristow MR. Mechanisms of development
1031-41, 1998.
of heart failure in the hypertensive 25. Dunn FG, Pringle SD. Echocardiography
patient. Cardiology 92(suppl 1): 3-6, 17. Hunter JJ, Chien KR. Signaling pathways in arterial hypertensin: When, why and
1999. for cardiac hypertrophy and failure. In: how? J Hypertens 12: 1137-8, 1994.

Maciel BC Rev Bras Hipertens vol 8(4): outubro/dezembro de 2001

View publication stats

Você também pode gostar